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Junção Neuromuscular

• Os músculos esqueléticos são inervados por


grandes fibras nervosas mielinizadas, que se
originam nos grandes motoneurônios das pontas
anteriores da medula espinhal. Cada fibra nervosa
normalmente se ramifica muitas vezes e estimula
de três a centenas de fibras musculares
esqueléticas. A terminação forma uma junção com
a fibra muscular, denominada junção
neuromuscular ou junção mioneural,
aproximadamente no seu ponto médio, de forma
que o potencial de ação na fibra muscular se
propaga igualmente em ambas as direções.
Anátomo-fisiologia da Junção
Neuromuscular
• As figuras a seguir ilustram a Junção
Neuromuscular entre uma grande fibra nervosa
mielinizada e uma fibra muscular esquelética. A
fibra nervosa ramifica-se na sua extremidade para
formar um complexo de terminações nervosas
denominadas placa motora, que se invagina no
músculo, localizando-se, porém, totalmente fora
da membrana plasmática da fibra muscular. Toda
a estrutura é revestida por uma ou mais células de
Schwann, que isolam a placa motora dos líquidos
circundantes.
Anatomia da Junção (Guyton)
• No terminal do axônio há muitas mitocôndrias que
fornecem energia, principalmente para a síntese do
transmissor excitatório acetilcolina, que por sua
vez excita a fibra muscular. A acetilcolina é
sintetizada no citoplasma do terminal, porém é
absorvida rapidamente em várias pequenas
vesículas sinápticas, cerca de 300.000 das quais
existem normalmente em todas as terminais de
uma única placa motora. Na matriz das fendas
secundárias, há grande quantidade da enzima
colinesterase, capaz de destruir a acetilcolina.
Junção Neuromuscular
Secreção de Acetilcolina
• Quando um impulso nervoso chega à junção
neuromuscular, cerca de 300 vesículas são liberadas
pelos terminais nas fendas sinápticas entre os
terminais e a membrana da fibra muscular. Isso resulta
do movimento dos íons cálcio do líquido extracelular
para as membranas dos terminais quando o potencial
de ação despolariza suas membranas. Os íons cálcio
determinam que as vesículas de acetilcolina irrompam
através da membrana. Na ausência de cálcio, ou na
presença de um excesso de magnésio, a liberação de
acetilcolina fica bastante diminuída.
Inibição da acetilcolina pela
colinesterase
• Dentro de aproximadamente um milisegundo após a
liberação da acetilcolina pelo terminal axônico, uma
pequena parte dela se difunde para fora da fenda
sináptica, não atuando mais sobre a membrana da
fibra muscular, sendo a maior parte dela destruída pela
colinesterase nas fendas sinápticas secundárias. O
período de tempo muito curto em que a acetilcolina
permanece em contato com a membrana da fibra
muscular é quase sempre suficiente para excitar a fibra
muscular, e a remoção rápida da acetilcolina evita uma
nova excitação após a fibra muscular ter-se recuperado
do primeiro potencial de ação
Fator de segurança para a transmissão na
Junção Neuromuscular
• Comumente, cada impulso que chega a junção
neuromuscular cria um fluxo de corrente na placa terminal,
cerca de três a quatro vezes maior do que o necessário para
estimular a fibra muscular. Por esta razão diz-se que a
junção neuromuscular normal tem um fator de segurança
muito alto. A estimulação artificial da fibra nervosa em
freqüências maiores que 100 vezes por segundo durante
vários minutos, quase sempre diminui o número de
vesículas de acetilcolina liberadas a cada impulso, de
maneira que os impulsos, então, muitas vezes, deixam de
passar para a fibra muscular. Isto denomina-se fadiga da
junção neuromuscular. No entanto, sob condições normais
a fadiga raramente ocorre
Fármacos que afetam a Junção
Neuromuscular
• Carbacol
• Metacolina
• Nicotina
Junção Neuromuscular
(microscópio eletrônico de varredura)
Miastenia Grave
• A miastenia grave, que ocorre raramente
nos seres humanos faz com que a pessoa
fique paralisada devido a incapacidade das
junções neuromusculares em transmitir
sinais das fibras nervosas às fibras
musculares. É uma doença auto-imune,
degeneretiva e terminal.
Contração do músculo esquelético

• A musculatura esquelética constitui cerca de


40% da massa corporal do humano, com
outros 5 a 10% correspondendo à
musculatura lisa e cardíaca. No homem
varia entre 40 e 44%. Na mulher entre 38 e
42%. A musculatura lisa inclui a maior
parte dos órgãos abdominais. No atleta de
elite o percentual da musculatura pode
chegar a 50%.
Fibra muscular esquelética
• Anatomia Fisiológica
• A figura a seguir mostra a organização da
musculatura esquelética, indicando que se
constitui de numerosas fibras musculares. Cada
uma dessas fibras por sua vez, é formada por
unidades sucessivamente menores, também
representadas na mesma figura. Na maioria dos
músculos as fibras se estendem por todo o
comprimento do músculo e, cada uma delas é
inervada por uma única terminação nervosa
localizada próximo ao seu centro.
Miofibrilas: Filamentos de
Actina e Miosina
• Cada fibra muscular contém de várias centenas a muitos milhares de
miofibrilas, que são representadas pelos pequenos círculos da seção
transversal da figura anterior. Cada miofibrila apresenta, por sua vez,
dispostos de lado a lado, cerca de 1500 filamentos de miosina e 3000
filamentos de actina, que são grandes moléculas proteicas
responsáveis pela contração muscular. Os filamentos espessos são de
miosina e os filamentos finos são de actina. Observe-se que os
filamentos de actina e miosina se interdigitam parcialmente e
determinam a existência de faixas claras e escuras alternadas nas
miofibrilas. As faixas claras que contêm somente filamentos de actina
denominam-se Bandas I.
• As faixas escuras que contêm os filamentos
de miosina são denominadas Bandas A. As
pequenas projeções laterais dos filamentos
de miosina se denominam pontes cruzadas.
Elas se projetam das superfícies dos
filamentos de miosina ao longo de toda a
sua extensão, exceto na parte mais central.
É a integração entre essas pontes cruzadas e
os filamentos de actina que determinam a
contração.
• A mesma figura mostra ainda que os filamentos de
actina estão ligados a membrana Z ou disco Z e
que os filamentos se estendem a cada lado desta
membrana, para se interdigitarem com os
filamentos de miosina. A membrana Z também
passa de miofibrila a miofibrila ligando-as entre si,
através de toda a fibra muscular. Por essa razão
toda a fibra muscular apresenta faixas claras e
escuras, como ocorre com as miofibrilas
individuais. São essas faixas que dão a aparência
estriada ao músculo cardíaco e esquelético.
• A porção de uma miofibrila (ou de toda a
fibra muscular) que se localiza entre as duas
membranas Z sucessivas denomina-se
sarcômero. De acordo com o comprimento
do sarcômero, determina-se a maior ou
menor força de contração. Durante uma
contração a zona clara que fica no centro da
Banda A é denominada Zona H. Nessa
faixa, não só as extremidades dos
filamentos de actina se superpõem aos de
miosina, como também se superpõem entre
si.
Mecanismo de deslizamento da
contração
• O mecanismo básico de contração muscular
está ilustrado na figura abaixo. Ela mostra o
estado relaxado de um sarcômero e o estado
contraído do mesmo. No estado relaxado, as
extremidades dos filamentos de actina,
derivados de duas membranas Z sucessivas,
se superpõem discretamente, enquanto ao
mesmo tempo se superpõem por completo
aos filamentos de miosina.
Teoria do Deslizamento
• Por outro lado, no estado contraído, esses
filamentos de actina são tracionados para
dentro, entre os filamentos de miosina, de
modo que passam então a se sobrepor em
maior extensão. Também as membranas Z são
tracionadas pelos filamentos de actina até as
extremidades dos filamentos de miosina. Na
verdade, os filamentos de actina podem ser tão
fortemente tracionados que as extremidades
dos filamentos de miosina chegam a se
encurvar durante uma contração muito intensa.
Desta forma , a contração muscular ocorre por
um mecanismo de deslizamento dos filamentos.
Filamentos contráteis
• Por outro lado, no estado contraído, esses
filamentos de actina são tracionados para dentro,
entre os filamentos de miosina, de modo que
passam então a se sobrepor em maior extensão.
Também as membranas Z são tracionadas pelos
filamentos de actina até as extremidades dos
filamentos de miosina. Na verdade, os filamentos
de actina podem ser tão fortemente tracionados
que as extremidades dos filamentos de miosina
chegam a se encurvar durante uma contração
muito intensa. Desta forma , a contração muscular
ocorre por um mecanismo de deslizamento dos
filamentos.
Filamento de ACTINA
• O filamento de Actina compõe-se de três partes: actina,
tropomiosina e troponina. A actina apresenta-se sob a
forma de uma dupla hélice de actina F que por sua vez é
composta de actina G. A tropomiosina está frouxamente
ligada a actina F e que, no estado de repouso, ela cobre de
forma física os locais ativos da actina, de modo que a
interação entre a actina e a miosina não possa ocorrer para
causar a contração. A troponina é um complexo de três
proteínas globulares onde uma tem grande afinidade pela
actina, outra pela tropomiosina e outra pelos íons cálcio.
Este complexo fixa a tropomiosina à actina. A grande
afinidade da troponina com os íons cálcio parece iniciar o
processo da contração.
Músculo Estriado
Músculo Estriado
Elastina (Proteína elastomérica
do músculo)
Hipertrofia Muscular
• A atividade muscular vigorosa determina um
aumento do tamanho muscular, um fenômeno
denominado hipertrofia. Os diâmetros das fibras
musculares individuais aumentam, aumenta o
sarcoplasma e as fibras ganham vários nutrientes e
substâncias metabólicas intermediárias, tais como
ATP, fosfocreatina, glicogênio, lipídeos
intracelulares e muitas mitocôndrias adicionais. As
miofibrilas também aumentam de tamanho, bem
como em número. Em resumo, a hipertrofia
aumenta tanto o poder motor do músculo, quanto
os mecanismos de nutrição para poder mantê-lo.
Atrofia Muscular
• A atrofia muscular é o inverso da hipertrofia
muscular; ela resulta de um período de
inatividade muscular ou mesmo quando o
músculo é usado apenas em contrações
muito fracas. A atrofia acontece
particularmente quando os membros são
engessados, evitando, dessa maneira, a
contração muscular. Um mês de desuso
pode algumas vezes reduzir o tamanho
muscular a metade do normal.
Rigidez Cadavérica
• Várias horas após a morte, todos os músculos do corpo
entram num estado de contratura denominado rigidez
cadavérica; isto é, os músculos se contraem e tornam-se
rígidos mesmo sem potenciais de ação. Acredita-se que
esta rigidez seja causada pela perda de todo o ATP
necessário para determinar a separação entre as pontes
cruzadas e os filamentos de actina durante o processo de
relaxamento. Os músculos permanecem rígidos até que
ocorra a destruição de suas proteínas, o que se dá
principalmente devido a autólise causada pela liberação de
enzimas dos lisossomos, ao redor de 15 a 25 horas mais
tarde.
Eletromiografia

• Cada vez que um potencial de ação percorre uma


fibra muscular, uma pequena porção da corrente
elétrica se espalha, indo do músculo até a pele. Se
muitas fibras musculares se contraem
simultaneamente, o somatório dos potenciais
elétricos que ocorrem na pele, pode ser muito
grande. Colocando-se dois eletrôdos sobre a pele,
ou inserindo-os no músculo sob forma de agulha,
pode-se fazer um registro elétrico, denominado
eletromiograma. A figura abaixo mostra um
registro eletromiográfico durante uma contração
moderada.
Eletromiografia

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