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Oceanos

Uma Introdução a Biologia


Marinha e a Oceanografia
Divisão dos Grupos de Organismos
nos Oceanos
Fundamentos Gerais em Biologia
Marinha e Oceanografia

Classificação dos
Organismos Marinhos

• Os organismos marinhos podem ser


classificados em um dos grupos baseado
no habitat e motilidade:
1. Plâncton: • Fitoplâncton • Zooplâncton
Nécton
Bentos
Nêuston
Plêuston
Classificação dos
Organismos Marinhos

•Plâncton

•Bentos

•Necton
Distribuição dos Organismos
nas Províncias Biológicas
Plâncton Marinho
Constituído por uma comunidade de organismos com
poder limitado de locomoção, sendo transportados
passivamente pelas correntes ou movimentos d’água.

•Associados ao domínio pelágico.

Noctiluca Ceratium

Chaetoceros

Pleurosigma

Cladocero Copepodo

Skeletonema
Noctiluca sps
Principais Componentes do
Plâncton Marinho
• BACTERIOPLÂNCTON : Bactérias Marinhas mais abundantes na
superfície, associadas a partículas orgânicas em suspensão.
Decrescem em número com a profundidade. Apresentan-se na
forma de cocus, espiral e bastoes.
• Classe Cyanophyceae = cianobacterias azuis-esverdeadas,
filamentosas ou em cadeias, habitam a zona tropical em águas
costeiras Gênero Trichodesmium.
• FITOPLÂNCTON : São predominantemente autotróficos e
produtores primários, composto por algas microscópicas
representados pelas classes Bacillariophyceae (diatomáceas),
Dinophyceae (dinoflagelados), Chlorophyceae (clorofíceas),
Haptophyceae (cocolitoforídeos), Chrysophyceae ( silicoflagelados),
Cryptophyceae (criptofíceas).
• No Mar as Classes Bacillariophyceae (diatomáceas), Dinophyceae
(dinoflagelados), são as mais representativas em espécies e mais
abundantes em número de indivíduos.
Plâncton Marinhos
Fitoplâncton

Dinoflagelados

Silicoflagelado
Cocolitoforídeo
A-U. Ejemplos de dinoflagelados tecados de los órdenes Peridiniales (A-I) y
Gonyaulacales (J-U). A. Blastodinium, endoparásito de un copépodo. B-C.
Protoperidinium. D-E. Podolampas. F. Roscoffia. G. Lessardia. H. Herdmania Dodge. I.
Amphidiniopsis . J-L. Pyrophacus. M. Pyrocystis. N-P. Neoceratium. Q. Ceratocorys. R.
Thecadinium. S. Goniodoma. T. Ostreopsis. U. Coolia. Barra de escala = 20 µm.
Dinoflagelado com Teca e sem
Teca
Espécies de Maré Vermelha

Gonyaulax sp Gymnodinium sanguineum

Pyrodinium bahamense red tide


Red Tide
Trichodesmium thiebautii

Trichodesmium thiebautii
Plâncton:
Fitoplancton & Zooplancton

Chaetoceros
Zooplâncton

Eufasiáceo Cladoceros
Pteropodos

Salpas Chaetognathos
Chaetognathos
Zooplâncton
Zooplâncton

Larvas de lula (Loligo pealeii) são organismos meroplânctonicos que migram


verticalmente, passando o dia nas profundezas e migrando para a superfície
para se alimentar depois do pôr-do-sol.
• ZOOPLANTON : Grande maioria dos Filos animais esta representada no
Zooplâncton Marinho seja no Meroplancton ou no Holoplancton mais
mesmo apesar disso a grande diversidade dos animais estão
representados nos ambientes Terrestres e Dulcícolas juntos.
• PROTISTAS PLANCTÔNICOS: são representados pelos foraminíferos,
radiolários e acantários. São de pequeno porte de 10 a 240 µm, são
indicadores ambientais e usados como indicadores na paleoecologia.
• Com exceção dos flagelados fotossintéticos, os protistas são predadores e
consomem material em suspensão na água.
• FILO CNIDÁRIA: possui grande diversidade e possui uma das maiuores
formas planctônicas Hidromedusas, Sifonóforos e as Sifomedusas.
• FILO CTENÓPHORA: São Holoplanctonicos possuem o corpo gelatinoso e
oito fileiras meridionais bioluminescentes e são carnívoros.
• FILO MOLLUSCA: Formas Mero e Holopalnctonicas. As formas
holoplanctonicas estão representadas pelos Pteropoda e Heteropoda são
filtradores herbívoros e carnívoros.
• Classe Polychaeta:A maioria das espécies são bentônicas, somente seis
famílias são pelágicas.
Organismos Planctônicos

Cnidarios (Aurelia aurita)


Organismos Planctônicos

Copépodos Crustáceos: copépodos, cladóceros, ostrácodos, anfípodos e eufásiáceos.


• FILO CRUSTÁCEA: São artropodos essencialmente marinhos e e
diominantes no plâncton. São representados no ambiente pelágico
pelos Entomostraca e os Malacostraca. Os entomostraca estão
representados no holoplacton pelos classes Branchiopoda
(Cladocera) e Maxillopoda (Ostracoda e Copepoda). Os Copepodas
com mais de 5000 sps são os mais importantes e representativos no
zooplanctom, chegando a representar de 70 a 90% da densidade e
abundancia zooplanctonica.
• FILO CHAETOGNATHA: São exclusivamente marinhos e
holoplanctonicos, com exceção do gênero Spadella Bentônico. São
carnívoros vorazes e parecem torpedos.
• FILO CHORDATA: Os cordados estão representados pelos subfilos
Urchordadta e Vertebrata.
• Ovos e larvas de Peises representam os Vertebrados e as
Apepndicularias , Salpas, Doliolidos e Pirosmatideos (Classe
Thaliaceae) temos como exemplo a Thalia democrática muito
comum no plâncton.
• ICTIOPLANCTON: Estes representados por ovos e larvas de peixe
são de extrema importância para o estudo de estrutura populacional
de cardumes de importância econômica.
Classificação dos Organismos Planctônicos quanto ao Tamanho,
Habitat e Residência na Vida Planctônica.

Tamanho Habitat Residência

Femtoplâncton 0,02 a 0,2 Marinho (haliplancton) Holoplâncton


µm Nerítico Meroplancton
Oceânico
Picoplâncton 0,2 a 2 µm Estuarino Ticoplâncton

Naoplâncton 2 a 20 µm Dulcícola (Liminoplâncton)

Microplâncton 20 a 200 µm

Mesoplâncton 200 a 20 µm

Macroplâncton 2 a 20 cm

Megaloplâncton > 20 cm
O desafio da flutuabilidade
• A principal dificuldade com a qual os
organismos planctônicos devem lidar e
para a qual necessitam adaptações
específicas é a da flutuação. Para que
possam permanecer próximos da
superfície e fazendo parte ainda do
plâncton, os organismos necessitam
contrastar a tendência ao afundamento,
resultado do seu próprio peso e
densidade.
Taxa de afundamento
• A medida da rapidez com que ocorre o afundamento de
um organismo planctônico é feita por meio da taxa de
afundamento. Ela depende de dois fatores: a
densidade da água e o formato do corpo.
• A densidade da água cresce com o aumento da
salinidade e diminui conforme a temperatura aumenta.
• O formato do corpo pode dificultar o afundamento
na medida em que ofereça uma maior superfície de
resistência. Um corpo esférico possui
proporcionalmente uma superfície muito pequena, o que
resulta em uma menor resistência ao afundamento. Por
outro lado, uma grande superfície plana de contato com
a água retarda o afundamento.
• Tanto a larva de lagosta como a colônia
de radiolários (Chaphidozoum) sobre a
qual está possuem sua massa corporal
espalhada por uma superfície ampla.
Como a maioria dos seres planctônicos,
eles também têm o corpo transparente.
Adaptações para a flutuabilidade
• A primeira consiste na redução do sobrepeso (W1 –
W2), ou seja, na redução da diferença entre a densidade
do corpo e da água. Como a densidade da água é um
fator que foge do controle do organismo, o sobrepeso
somente pode ser diminuído com mecanismos que
alteram a densidade do próprio corpo. Entre eles estão a
alteração na composição do fluído corporal pela exclusão
de íons pesados, os flutuadores gasosos e o acúmulo de
óleo. As gotículas de óleo encontradas em muitas algas
diatomáceas são um recurso para diminuir a densidade do
corpo e garantir, assim, a flutuabilidade. Uma estratégia
equivalente é encontrada entre as cianobactérias que
costumam ser recobertas por uma bainha de mucilagem.
A mucilagem é uma substância gelatinosa com densidade
semelhante à da água e capaz de conferir proteção à
célula.
Adaptações para a flutuabilidade
• A segunda maneira de conseguir a flutuabilidade é pelas
mudanças na superfície de resistência (R) que se fazem
com alterações na forma do corpo, algo simples para
organismos unicelulares desprovidos de carapaças.
Espinhos e projeções do corpo aumentam a superfície de
resistência, dificultando o afundamento. A união de
indivíduos unicelulares esparsos em colônias é uma
estratégia para se aumentar drasticamente a superfície de
resistência. Apesar da carapaça de sílica que muito
aumenta seu peso, os radiolários mantém a flutuabilidade
graças aos longos espinhos, que aumentam a superfície
celular, e ao constante movimento criado pelo batimento
do flagelo.
• Outra forma de se garantir a flutuabilidade, adotada
por inúmeros organismos planctônicos é o movimento.
Ainda que não consigam nadar com força suficiente para ir
contra as correntes, o movimento constante desses seres
consegue superar o próprio peso e os manter na
profundidade desejada.
Movimentos Verticais
Movimentos Nictimerais
Variações Nictimerais com o
Estado de Desenvolvimento Larval

Cosmetria
Misidáceo
Calanus Calanus
finmarchicus,
Loch Fyne Escócia
Bentos
• Bentos:
Ocupação do substrato

• • Epifauna e Epiflora

• • Infauna ou endofauna e Inflora

• Locomoção

• • Séssil

• • Vágil

• • Sedentário
Zona Bentônica
Classificação do Bentos qto ao
Tamanho
Bentos
• Animais Bentônicos
• Também chamados de zoobentos.
Divididos essencialmente em duas
categorias básicas:
• -Infauna: aqueles que vivem totalmente ou
parcialmente nos sedimentos.
• -Epifauna: aqueles que vivem fixos ao
substrato ou sobre os sedimentos
Zonação típica de um costão rochoso. A exata composição de espécies varia ao
redor do mundo. A diversidade costuma ser maior nas costas do Oceano Pacífico
do que nas do Atlântico.
Bentos de Sedimentos
Inconsolidados
Bentos
• Algas Bentônicos
• Também chamados de Fitobentos.
Divididos essencialmente em duas
categorias básicas:
• -Inflora: aqueles que vivem totalmente ou
parcialmente sob os sedimentos.
• -Epiflora: aquelas que vivem fixos ao
substrato ou sobre os sedimentos
Costão Rochoso
Fitobentos
• Chlorophyta
• Caulerpa racemosa
• Caulerpa sertularioides
• Chaetomorpha antennina
• Cladophoropsis
membranacea
• Enteromorpha
intestinalis
• Ulva lactuca
• Phaeophyta
• Colpomenia sinuosa
• Padina gymnospora
• Sargassum sp.
• Rhodophyta
• Acanthophora spicifira
• Centroceras clavulatum
• Dichotomaria marginata
• Hypnea musciformis

Figura: linha superior (da esquerda para a direita): Caulerpa


racemosa; Sargassum sp. e Caulerpa sertularioides. Linha do
meio: Acanthophora spicifira; Ulva lactuca e Colpomenia sinuosa. Linha
inferior: Enteromorpha intestinalis; Dichotomaria marginata e Centroceras
clavulatum
Gramas Marinhas
Sea Grass

Gênero Halodule Ruppia maritima


Bentos
Região costeira
• A Região Costeira tem várias divisões e uma
delas recebe os nomes de fital e intertidal. Por
isso, os organismos que aí vivem são
freqüentemente chamados de organismos
intertidais.
• O bentos do sistema litoral compreende a
borda dos mares e oceanos, estendendo-se até
o final da plataforma continental, com
profundidade média de 200 metros. Cobre
aproximadamente 8% dos oceanos.
Fatores Ambientais
Fatores Físicos
• Dentre os diversos fatores ambientais que atuam sobre o sistema litoral, as
marés podem ser considerados como o mais importante, principalmente
nas zonas supralitoral e mediolitoral.
• As marés determinam a distribuição dos seres vivos em função da
capacidade de sobreviverem a periódicas exposições ao ar. As marés
marcam o ritmo nas atividades dos seres vivos. Certos peixes do Pacífico,
por exemplo, somente desovam em marés altas de primavera.
• Outro fator preponderante nesse ambiente é a temperatura. Sua
variação influenciada pela temperatura atmosférica – costuma ser muito
grande e letal para muitas espécies marinhas, pois ela afeta e acelera a
dessecação.
• As ondas exercem diversos efeitos destrutivos sobre a fauna
bentônica litorânea. O impacto mecânico violento delas consegue retirar os
seres vivos de seu substrato. Ou, ao contrário, pode trazer areia e
sedimentos que cubram os organismos sésseis, sufocando-os.
• Mas as ondas não causam apenas efeitos negativos. Com seu
impacto nas rochas, elas jogam respingos e assim aumentam a umidade
em uma faixa acima da zona supralitoral, facilitando a colonização por
animais marinhos. Ademais, produz uma maior oxigenação das águas pelo
turbilhonamento.
Fatores Ambientais
Fatores Físicos
• No sistema litoral, a salinidade pode variar
drasticamente em duas situações. Diminuindo quando
ocorrem chuvas durante as marés baixas. Ou
aumentando quando ocorre uma grande evaporação em
poças de marés durante as marés baixas.
• A luz solar, mais intensa na região equatorial,
resseca os organismos expostos e os raios ultravioletas
têm forte efeito deletério sobre eles.
• Muitos organismos intertidais são exigentes
quanto ao tipo de substrato, sendo adaptados apenas
para um deles. E qualquer modificação no substrato
pode inviabilizar a sobrevivência.
Fatores Bióticos
• Além de fatores físicos, o substrato pode ser alterado pelos fatores
bióticos, ou seja, pela ação biológica de certos seres, como as algas
calcárias e os corais, que criam um novo substrato sobre o antigo fundo
rochosos.
• A estrutura da comunidade bentônica costuma também ser
fortemente influencia pela competição entre as espécies que a compõem.
Para muitas espécies, o recurso mais escasso é o espaço, representando
um recurso realmente limitante, pois quem consegue o melhor “assento”
tem mais chance de sobrevivência. Dessa forma, a competição por
espaço, combinada com algumas condições ambientais, é responsável
pela zonação claramente visível em muitos costões rochosos.
• Nos costões rochosos da Escócia, as larvas da craca Chthamalus stellatus
é sufocada e encoberta pelos adultos da craca Balanus, que domina na
zona mediolitoral. Chthamalus somente prospera na zona supralitoral onde
a temperatura é maior e a umidade menor, condições nas quais Balanus
não consegue crescer. A competição por espaço e a capacidade de
adaptação diferenciada fazem com que as cracas se distribuam no costão
ocupando faixas horizontais acompanhando a zonação do sistema litoral.
Fatores Bióticos
• A competição não ocorre apenas entre os animais, mas também entre as
algas. Trata-se da competição por luz, recurso fundamental para a
sobrevivência desses seres. A competição ocorre entre três tipos de algas
que crescem sobre costões rochosos (rodofíceas, clorofíceas e feofíceas) e
resulta na sua distribuição de acordo com um gradiente de profundidade,
ajustado pelo espectro de absorção da água. A água do mar filtra a luz
solar, retendo determinados comprimentos de ondas em certas
profundidades. A primeira cor a ser absorvida é a vermelha, a mais usada
pelas algas clorofíceas. Por isso elas ocupam a faixa superior, até dois
metros de profundidade. Na faixa intermediária, a predominância é de
feofíceas. Como a cor mais penetrante é a verde, aproveitada pelas
rodofíceas, são essas algas as que estão na faixa mais profunda do costão
rochoso.
• Outro fator, de ordem biológica, que influencia na ocupação do
ambiente litorâneo é a predação. O marisco Mytilus, por exemplo, não
domina totalmente os costões rochosos porque a predação da estrela-do-
mar Pisaster mantém a população reduzida. Isso permite o crescimento das
cracas, que seriam eliminadas pela competição com o marisco.
Fatores Bióticos

A massa negra do marisco Mytilus californianus está sendo atacada pelo


predador Pisaster ochraceus. A predação é um importante fator que controla a
população das espécies intertidais. Litoral Brasileiro e Seus Ecossistemas.
Fatos como este mostram que a presença de um predador-chave garante a
diversidade do ecossistema.
Há ainda a pressão predadora dos organismos terrestres que se alimentam na
faixa superior do sistema litoral, como aves marinhas, lontras e até mesmo ratos.
Adaptações de Organismos
Intertidais
• A multiplicidade de fatores limitantes que atuam
sobre as populações dos organismos intertidais
revelou-se um importante elemento seletivo que
condicionou a evolução desses seres. Como
resultado, podemos observar hoje diversas
adaptações específicas para esse ambiente.
• Essas adaptações podem ser agrupadas
em quatro categorias, referentes aos fatores
limitantes mais significativos.
Resistência à perda de água

• Animais como os caranguejos evitam a perda de água pela


movimentação, simplesmente deslocando-se para locais mais úmidos e
perto da água.
• Alguns conseguem ter uma alta tolerância para a perda de água. A
alga Fucus, por exemplo, pode perder até 90% da água de seu corpo, sem
sérios danos.
• Mas aqueles que não são tão tolerantes têm como opção fecharem-se
dentro de conchas durante o período do dia em que estão expostos ao ar.
É o caso das cracas e mariscos.
• Outros organismos, como as anêmonas, além de fecharem-se,
produzem uma cobertura de muco que lhes mantém o corpo úmido por
muitas horas.
• Uma forma de proteção contra a dessecação consiste em manter os
órgãos respiratórios dentro de cavidades.
• E como os órgãos de captura de alimento secam com facilidade,
muitos animais somente se alimentam durante a maré alta, quando estão
cobertos de água.
Manutenção do balanço térmico
para evitar altas temperaturas
• Há duas estratégias básicas para se manter o equilíbrio
térmico: reduzir o ganho de calor ou aumentar a perda de calor.
• Pode-se reduzir o ganho de calor diminuindo a área de
contato com o substrato ou possuindo um corpo de grande porte,
pois um corpo maior demora mais para se aquecer. Por isso os
maiores indivíduos da população do molusco Littorina vivem nas
zonas mais altas.
• O aumento de perda de calor se consegue com a
evaporação de água que se tenha armazenada para o período de
exposição ao ar ou, como pode ser observado em moluscos
tropicais, com as cores claras – capazes de refletir maior
quantidade de energia luminosa – e com as conchas esculpidas
com inúmeras reentrâncias, que aumentam significativamente a
superfície de dispersão de calor.
Resistência ao estresse mecânico
dos impactos das ondas
• Carapaças sólidas e compactas, assim como a
existência de órgãos de fixação rígidos que penetram
no substrato são os recursos que conferem uma
especial proteção contra o estresse mecânico
provocado pelo violento e contínuo impacto das ondas.
• Sobrevivência ao estresse salino
• As constantes alterações na salinidade criam uma
séria restrição à sobrevivência de muitas espécies.
Grande parte das que sobrevivem a estas condições o
fazem graças à estratégia de fecharem, quando as
salinidade torna-se desfavorável, valvas ou opérculos
que os mantém em contato com a água.
Ecossistemas do Sistema Litoral

• O sistema litoral abriga uma grande


variedade de ecossistemas, sendo suas
comunidades estruturadas em função de
três fatores determinantes: tipo de
substrato, espécie dominante e
condições climáticas.
Litoral Brasileiro e Seus
Ecossistemas.
• O litoral brasileiro, além de
extenso, é muito diverso
quanto aos seus ecossistemas
costeiros
Manguezal
Fauna de Manguezal
Litoral Brasileiro e Seus Ecossistemas.
• A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral
brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos,
falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico, todos
apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças
climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do mais, é na zona costeira que se localizam as maiores
presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegetação possui uma biodiversidade superior no que diz respeito
à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira,
cumprem funções essenciais na reprodução biótica da vida marinha. Enfim, os espaços litorâneos possuem
riquezas significativas de recursos naturais e ambientais, mas a intensidade de um processo de ocupação
desordenado vem colocando em risco todos os ecossistemas presentes na costa litorânea do Brasil.
• O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba. Apresenta grande extensão de
manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, campos de dunas e praias. Apresenta
uma rica biodiversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves.
• O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É marcado por recifes
calcíferos e areníticos, além de dunas que, quando perdem a cobertura vegetal que as fixam, movem-se com
a ação do vento. Há ainda nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o
peixe-boi marinho e as tartarugas, ambos ameaçados de extinção.
• O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São Paulo. É a área mais densamente povoada e
industrializada do país. Suas áreas características são as falésias, os recifes e as praias de areias monazíticas
(mineral de cor marrom-escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito recortada, com várias
baías e pequenas enseadas. O ecossistema mais importante dessa área é a mata de restinga. Essa parte do
litoral é habitada pela preguiça-de-coleira e pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção).
• O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados e
manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo em aves, mas há também outras espécies: ratão-do-
banhado, lontras (também ameaçados de extinção), capivaras.
Comunidades estruturadas pelo
tipo de substrato

• O substrato pode ser de três tipos, com


ecossistemas específicos para cada um
deles: rochoso (costões, poças de marés
e recifes de coral), arenoso (praias
arenosas, estuários, restingas e pasto
marinho) ou lodoso (praias lodosas e
manguezais). Além dos Ecossistemas
Inconsolidados de Profundidade.
Costão rochoso
• O ecossistema do costão rochoso caracteriza-se por ocorrer sobre um substrato
duro, possuir alta densidade de espécies, distribuídas seguindo uma zonação
vertical.
• A forma como se dá essa zonação e a largura das faixas depende muito
de fatores locais. Mas, de forma geral, as suas três zonas mais superiores podem
ser definidas da seguinte forma:
•  Zona supralitoral – tem como limite superior a linha onde deixam de haver
cracas e seu limite inferior marcado pela fim da ocupação pelo caramujo Littorina. As
espécies dominantes nessa zona, continuamente exposta ao ar e apenas sujeita a
respingos e a maré alta, são a Littorina e o líquen Verrucaria. Outras espécies:
Chthamalus spp, Ligia spp. (baratinha da praia), Balanus glandula, Acmaea
subrugosa (chapeuzinho chinês) e Pachygrapsus crassipes.
•  Zona mediolitoral – estende-se desde onde acabam as cracas até, no seu
limite inferior, onde deixam de ocorrer as algas feofícea Laminaria. A comunidade
dessa zona deve suportar a emersão periódica. Outras espécies:, Balanus glandula,
Lottia pelta e as algas Endocladia muricata, Mastocarpus papillatus, Fucus garnderi
e Ulva spp.
•  Zona infralitoral – inicia-se com o limite inferior da distribuição da Laminaria
até a profundidade do nível mais baixo da maré. Seus habitantes somente ficam
expostos durante a baixa-mar. Outras espécies: briozoários, tunicados, ouriços,
esponjas, Pollicipes polymerus, Nucella emarginata, Mytilus californianus,
Anthopleura elegantissima e as algas Cladophora columbiana, Egregia menziesii,
Gelidium spp, Gigartina canaliculata e Phyllospadix spp.
Bentos
Costão rochoso

• A maioria dos organismos que compõem esse


ecossistema apresenta especial resistência à
dessecação e são sésseis. Isso resulta em uma
diversidade biológica moderada, com aparente
maior número de espécies animais nas regiões
tropicais, porém elevada diversidade de algas
nas áreas temperadas.
• No Brasil, os costões rochosos são
característicos do litoral Sudeste, estendendo-
se do sul do Espírito Santo à região de Laguna,
em Santa Catarina.
Poças de Marés
• São ecossistemas encontrados
geralmente associados a costões
rochosos, surgindo em cavidades
das rochas que armazenam a
água da maré alta.

Poças de marés são autênticos


aquários marinhos naturais, que tornam
as espécies marinhas mais próximas e
acessíveis a nós. Justamente por esta
razão devemos ser especialmente
cuidadosos ao visitá-las e manipulá-las.
Poças de Marés
• Os fatores dominantes nesse ambiente são temperatura,
salinidade e oxigênio. Como são geralmente pequenas massas
de água, elas se aquecem com facilidade durante o dia, fazendo
com que a quantidade de oxigênio dissolvido diminua. E ao
evaporar a água com o aquecimento, a salinidade aumenta
dramaticamente. Com a ocorrência de chuvas, no entanto, a
salinidade pode diminuir rapidamente, de forma não menos
dramática.
• Por isso, em maior medida que os costões rochosos, apenas
abrigam as espécies mais especialmente resistentes à vida aérea,
às condições inclementes e extremamente variáveis. Seu perfil
ecológico costuma reunir como principais traços:
•  alta taxa reprodutiva,
•  alta taxa de mortalidade,
•  populações numerosas,
•  ciclo de vida curto,
•  ampla tolerância fisiológica.
Artemia salina
Ecossistemas de Sedimentos
Inconsolidados
PRAIAS ARENOSAS
• Não importa onde se localizem, as praias arenosas são feitas de todo material
sólido e solto que esteja disponível: areia, cascalho, seixos, conchas, grãos de rocha
vulcânica. A maior parte desse material é transportada pelos cursos d'água desde as
montanhas ou regiões próximas e depositadas na foz dos rios.
• As ondas atingem as praias em ângulo ligeiramente obtuso, provocando um
deslocamento gradual ao longo da costa com o transporte de sedimentos. Essa
corrente costeira é responsável pela distribuição das praias ao longo da costa. Não
fosse assim, só haveria praia junto às barras dos rios. É por isso que alguns
especialistas consideram a praia como um rio de areia que corre entre duas
"margens" virtuais, representadas pelo limite exterior da zona de arrebentação e pela
faixa de areia em terra.
• As praias arenosas, que nos parecem tão agradáveis e graciosas,
constituem-se em um ambiente ingrato para a vida marinha, pois combinam os
rigores do costão rochoso (impacto mecânico das ondas, grande variação na
temperatura, exposição periódica às mares) com a falta de um substrato sólido para
fixação. Apenas a partir de certa profundidade na areia, as condições de temperatura
e salinidade são mais estáveis.
• Os fatores ecológicos dominantes nesse ecossistema são o movimento das
ondas e o tamanho dos grãos de areia. A capacidade de retenção de água depende
do tamanho dos grãos, sendo maior para os grãos menores. A sobrevivência dos
minúsculos organismos intersticiais (aqueles que vivem nos espaços entre os
grãos de areia) depende da presença de água.
PRAIAS ARENOSAS
• A comunidade das praias arenosas possui populações
relativamente numerosas, porém com baixa diversidade,
conseqüência da escassa oferta de alimentos, pois ela é carente de
algas, sendo constituída apenas de animais, como vermes
poliquetas, moluscos bivalves e crustáceos. A maioria deles é
filtradora ou detritívora.
• Poucos peixes habitam a zona de arrebentação, e os que ali
vivem devem ser capazes de suportar grandes variações de
suprimento de água e de temperatura. Alguns deles, como o coió,
têm nadadeiras peitorais largas que os ajudam a se movimentar
pelo fundo. Outros apresentam disco ventral sugador que lhes
permite ficar aderidos ao fundo mesmo em águas turbulentas. E
alguns "engolem" a areia, para tirar dela as microalgas e outros
nutrientes, e expelem os grãos limpos. Só algumas espécies se
aproximam, boiando, da arrebentação quando há algas suspensas.
Bentos
PRAIAS ARENOSAS
• Os organismos que vivem permanentemente nesse
ambiente necessitam ter adaptações especiais que lhe
confiram capacidade de cavar. Entre elas, conta-se o
corpo fino e comprido.
• O ecossistema das praias arenosas é freqüentemente
visitado por animais terrestres, principalmente aves
marinhas, em busca de uma rica fonte de alimentos. O
formato e tamanho de seus bicos são plenamente
ajustados para o tipo de presa que capturam. Uma
estratégia de sobrevivência dos habitantes subterrâneos
das praias arenosas consiste em investir um maior
esforço em enterrar-se.
Zonação de Praias Arenosas
Zonação de Praias Arenosas
1- Larus dominicanus (gaivotão)
2- Calidris alba (maçarico)
3- Ocypode quadrata (maria-farinha ou grauçá)
4- Inseto dermáptero (tesourinha)
5- Amphipodo talitrídeo (pulga-da-praia)
6- Physalia physalis (caravela)
7- Telina sp. (unha-de-moça)
8- Olivancillaria brasiliensis, molusco gastrópode
9- Callinectes sp. (siri-azul)
10- Encope emarginata (bolacha-da-praia)
11- Luidia senegalensis (estrela de nove braços)
12- Arenaeus cribarius (siri-chita)13- Renilla sp. (rim-do-mar)
14- Donax hanleyanus (sarnambi)
15- Emerita brasiliensis (tatuíra)
16- Hastula cinerea, molusco gastrópode
17- Lepidopa richmondi (tatuíra)
18- Callichirus mirim (camarão da areia)
19- Coronis scolopendra (tamburutaca)
20- Americonuphis casamiquelorum, poliqueto
21- Callichirus major (corrupto)
22- Tivella mactroides, molusco bivalve
23- Balanoglossus clavigerus, enteropnesto1- Larus dominicanus
(gaivotão)
2- Calidris alba (maçarico)
3- Ocypode quadrata (maria-farinha ou grauçá)
4- Inseto dermáptero (tesourinha)
5- Amphipodo talitrídeo (pulga-da-praia)
6- Physalia physalis (caravela)
7- Telina sp. (unha-de-moça)
8- Olivancillaria brasiliensis, molusco gastrópode
9- Callinectes sp. (siri-azul)
10- Encope emarginata (bolacha-da-praia)
11- Luidia senegalensis (estrela de nove braços)
12- Arenaeus cribarius (siri-chita)13- Renilla sp. (rim-do-mar)
14- Donax hanleyanus (sarnambi)
15- Emerita brasiliensis (tatuíra)
16- Hastula cinerea, molusco gastrópode
17- Lepidopa richmondi (tatuíra)
18- Callichirus mirim (camarão da areia)
19- Coronis scolopendra (tamburutaca)
20- Americonuphis casamiquelorum, poliqueto
21- Callichirus major (corrupto)
22- Tivella mactroides, molusco bivalve
23- Balanoglossus clavigerus, enteropnesto
Bentos de Praias Arenosas e
Costão Rochoso
Fauna de Praia
Necton
• Os peixes compõem o mais numeroso e diversificado grupo entre
os vertebrados, distribuindo-se nas águas do mundo com grande
variedade morfológica e comportamental. Habitam uma ampla
variedade de ambientes, podendo ser encontrados em águas com
salinidade variando de 0 a 100 %o e temperatura entre –2 e 44
( Nelson,1984). Sua história evolutiva teve origem no período
ordoviciano, há 500 milhões de anos ; com os Agnathas e
posteriormente com os Gnathostomatas do qual originaram duas
linhas evolucionárias: os peixes cartilaginosos ( chondrichthyes), e
os peixes ósseos ( osteichthyes).
• Cerca de 58% das espécies de peixes são marinhos, 41%
dulcícolas e 1% são encontrados em ambientes de transição.
Aproximadamente 78% dos peixes marinhos vivem em águas rasas
de até 200 metros de profundidade, e 13% estão associados às
águas oceânicas ( Barletta,1992).
Caracteristicas Gerais dos Peixes
• Nem todos os peixes apresentam a mesma forma, o formato básico e
comum que mais conhecemos. O formato do corpo, a forma e
posicionamento da boca, coloração, desenvolvimento das nadadeiras, etc.
de cada espécie, nos fornece informações importantes quanto ao modo de
vida, hábitos alimentares, entre outras. Por exemplo:
• Corpo estreito, achatado lateralmente e comprido, nos indica peixes de
ambientes agitados como zonas de arrebentações, que dependem da
velocidade para caçar ou se defender de predadores.
• Peixes de corpo largo, achatado dorso-ventralmente, nos indica peixes que
habitam regiões próximas ao fundo dos oceanos, do rio, lago, lagoas
costeiras, etc.
• Boca superior, voltada para cima, indica peixes que se alimentam próximo
à superfície, ou na camuflagem junto ao fundo.
• Boca inferior, voltada para baixo, indica peixes cujo alimento se encontra
abaixo dele, seja revirando o substrato, raspando algas em pedras, etc.
• Boca frontal, indica peixes predadores.
Tipos de Bocas
O formato do corpo
CLASSE OSTEICHTHYES: PEIXES
ÓSSEOS
• Várias espécies de animais que vivem na água são chamados
peixes desde os peixes-boi até as estrelas-do-mar, mas o termo se
aplica propriamente a vertebrados aquáticos.
• Os gregos antigos conheciam os peixes como ichthyes, sendo
ictiologia o estudo científico dos peixes; o nome comum peixe
deriva do latim, pisces.
• Os peixes mais típicos ou peixes ósseos têm esqueleto ósseo, são
cobertos com escamas dérmicas, geralmente têm corpo fusiforme,
nadam por meio das nadadeiras e respiram por brânquias. Várias
espécies habitam todos os tipos de água, doce, salobra, salgada,
quente ou fria.
• Os peixes têm sido um armazém de alimento protéico para a
humanidade desde a antiguidade e muitas espécies fornecem
recreação agradável para pescadores amadores.
CLASSE CHONDRICHTHYES:
PEIXES CARTILAGINOSOS
• Os tubarões, raias e quimeras da Classe
CHONDRICHTYES (gr. chondros, cartilagem +ichthys,
peixe) são os vertebrados viventes mais inferiores que
tem vértebras completas e separadas, mandíbulas
móveis e extremidades pares. Todos são predadores e
praticamente todos são habitantes dos oceanos.
• O grupo é antigo e representado por muitos restos
fósseis, especialmente dentes, espinhos das nadadeiras
e escamas. Os tubarões são de grande interesse
• biológico, porque algumas de suas características
anatômicas básicas aparecem em embriões jovens dos
vertebrados superiores.
Estrutura de um peixe ósseo
Estrutura de um Peixe
Cartilaginoso
Estrutura de um peixe ósseo
Estrutura de um Peixe
Cartilaginoso
Tamanho dos Peixes
• Cartilaginosos
• Cações (Squalus) medem atem 90 cm de comprimento e a maioria
dos tubarões não atinge 2,50 metros de comprimento, mas o
grande anequim (Carcharodon carcharias) creste até 6 metros e
Cetorhinus maximus até 12 metros; o tubarão-baleia (Rhincodon
typus) atinge 18m. Estes são os maiores vertebrados viventes com
exceção das baleias. A maioria das raias tem de 30 a 90 cm de
comprimento, mas a maior jamanta (Manta birostris) mede até 5
metros de comprimento e 6 metros de envergadura. As quimeras
têm menos de 1 m de comprimento.
• Ósseos
• O menor peixe é um gobiídeo (Pandaka) das Filipinas, de apenas
10mm de comprimento.
• A maioria dos peixes tem menos de 1 metro de comprimento.
Alguns espécimes de tamanho recorde são o hipoglosso de 2,70
metros, o espadarte de 3,60 metros, o esturjão do rio Colúmbia de
3,80 metros e 590kg e o peixe-lua (Mola), marinho, de 900 kg.
Estrutura Externa
• Aspecto externo. O corpo é fusiforme, mais alto que largo. De secção
transversal oval para facilitar a passagem através da água. A cabeça estende-se
da extremidade do focinho até o canto posterior do opérculo, o tronco deste
ponto até o ânus e o resto é a cauda. A grande boca é terminal, com maxilas e
mandíbulas distintas que apresentam dentes finos. Na parte dorsal do focinho há
duas narinas duplas (bolsas olfativas), os olhos são laterais, sem pálpebras, e
atrás de cada um há uma cobertura fina das brânquias, o opérculo, com
margens livres embaixo e atrás.Por baixo de cada opérculo existem quatro
brânquias em forma de pente. O ânus e a abertura urogenital precedem a
nadadeira anal. Os ictiologistas medem o comprimento padrão de umpeixe, da
extremidade do focinho até o fim da ultima vértebra (placa hipural) para evitar o
erro
• causado pelo desgaste da membrana da nadadeira caudal; mas os pescadores
incluem a nadadeira.No dorso há duas nadadeiras dorsais separadas, na ponta
da cauda a nadadeira caudal e ventralmente na cauda a nadadeira anal; todas
estas são medianas. As nadadeiras laterais ou pares são as nadadeiras
peitorais, atrás dos opérculos são as nadadeiras pélvicas ou ventrais,logo
abaixo. As nadadeiras são expansões membranosas de tegumento, sustentadas
por raios das nadadeiras. Os espinhos são rígidos e não-articulados; os raios
moles são flexíveis, tem muitas articulações e geralmente são ramificados. As
nadadeiras ajudam a manter o equilíbrio, a direção e a locomoção.
Estrutura Externa
• Tegumento. O peixe inteiro é coberto com epiderme lisa, que
produz muco que facilita a
• movimentação na água e é uma proteção contra a entrada de
organismos causadores de
• doenças. O tronco e a cauda apresentam escamas finas,
arredondadas, dérmicas, em fileiras
• longitudinais e diagonais, imbricadas como as telhas num telhado;
cada uma situa-se numa bolsa
• dérmica e cresce durante a vida do animal. A porção livre é coberta
por uma fina camada de pele.
• A linha lateral, ao longo de cada lado do corpo, é uma fileira de
pequenos poros comunicados com um canal longitudinal situado
abaixo das escamas.
Tipos de Nadadeiras
• Nadadeiras. As nadadeiras variam na forma, no tamanho e na
localização. As nadadeiras peitorais são geralmente perto das
aberturas das brânquias; as pélvicas estão no abdome na truta,
perto da aberturas branquiais na perca, em posição jugulas nos
bleniídeos e ausentes nas enguias. A nadadeira dorsal pode ser
única, múltipla ou continua ao longo do dorso; salmonídeos e
bagres têm, além da dorsal única, uma pequena nadadeira carnosa
ou adiposa em posição posterior. No guaru-guaru e em outras
espécies vivíparas, a parte anterior da nadadeira anal é modificada
em órgão copulador. A forma da nadadeira caudal varia
grandemente.
• Peixes com cauda em forma de foice ou bifurcada são capazes de
desenvolver grande velocidade enquanto que aqueles que tem
cauda arredondada ou quadrada, nadam mais vagarosamente ou
com rápidas arrancadas e tem maior capacidade de manobrar.
Tipos de Nadadeiras

Esquema mostrando os 2 tipos de raios das nadadeiras.

Exemplo de peixes com nadadeira


Esquema dos tipos de nadadeiras
dorsal dupla
• Três são os principais tipos de nadadeiras caudais quanto a origem da
coluna vertebral:
• TIPOS DE NADADEIRAS CAUDAIS. DESCRIÇÃO:
• Homocerca A coluna vertebral não se prolonga através da nadadeira que é
bilobada e simétrica.
• Dificerca A coluna vertebral extende-se até a extremidade posterior da
nadadeira e o seu curso é reto; os lobos da nadadeira dispõem-se
simetricamente abaixo e acima da coluna vertebral.
• Heterocerca A porção terminal da coluna vertebral normalmente encurva-
se para cima e a nadadeira é assimétrica.
TIPOS DE NADADEIRAS
• Os Actinopterygii ou actinopterígeos (do grego aktis, raio +
pteryx, nadadeira; asa) são uma classe de peixes
com nadadeiras suportadas por "raios" ou lepidotríquias, esqueleto interno
tipicamente calcificado e aberturas branquiais protegidas por um opérculo
ósseo.
• Os Sarcopterygii (do grego sarkos, carne + pteryx, barbatana, asa) ou
peixes com nadadeiras lobadas, pertencem ao grupo dos Osteichthyes
("peixes" ósseos), juntamente com os Actinopterygii.
São conhecidas seis espécies com representantes vivos incluídas em três
gêneros: Protopterus (África), Lepidosiren vulgo Pirambóia (América do Sul)
e Neoceratodus (Austrália).
Actinopterygii ou
actinopterígeos
A HISTÓRIA EVOLUTIVA DOS PEIXES ÓSSEOS –
Sarcopterygii E Tetrapoda, Actinopterygii e Teleostei.

• Osteichthyes compreende o grupo dos peixes ósseos, bastante diversificado,


composto por 45 ordens, mais de 435 famílias e 28 mil espécies: é a maior classe de
vertebrados existentes hoje. O grupo é dividido em peixes com nadadeiras raiadas
(Actinopterygii) ou com nadadeiras lobadas (Sarcopterygii). Os mais antigos fósseis
representantes deste clado são datados em cerca de 420 milhões de anos.
• Parte dos peixes ósseos primitivos desenvolveu pulmões simples a partir de uma
bolsa que embriologicamente se projetou em ambos os lados do esôfago ao longo
da história evolutiva do grupo. Inicialmente formaram as bexigas natatórias, depois
seguiram em evolução deram origem aos pulmões. Este processo começou em um
grupo de peixes chamados de Dipnoi, uma classe de peixes pulmonados que
podem ser facultativos (respiração branquial quando há água e respiração
pulmonar quando não há água) ou pulmonados obrigatórios, que vivem
exclusivamente em água doce. Os peixes pulmonados desenvolveram uma forma
corpórea característica e distinta entre os Osteichthyes, onde a nadadeira dorsal
anterior foi perdida e as nadadeiras dorsais posteriores e anal são próximas entre
si. A nadadeira caudal, primitivamente heterocerca (assimétrica), modificou-se e
tornou-se simétrica, levando a redução tanto no número de ossos dérmicos
cefálicos que formavam um mosaico como também no revestimento nesses ossos.
• O pulmão acabou ajudando a respirar em ambientes em que a água tinha baixas
concentrações de oxigênio. Em muitos peixes ósseos estas projeções esofágicas
permaneceram como bexigas natatórias, que ajudam o corpo a criar um equilíbrio
neutro entre afundar e flutuar. Os pulmões de anfíbios, répteis, aves e mamíferos
foram herdados de seus ancestrais ​de peixe ósseo (Laurin, 2010; Clack, 2012;
Benton, 2014).
• O grupo de peixes ósseos com pulmões (e nadadeiras lobadas) recebe o nome
de Sarcopterygii e está relacionado a origem dos tetrápodes através dos peixes
tetrapodomorfos.
• O clado dos Tetrapodomorpha inclui todos os peixes que deram origem aos
tetrápodes e os anfíbios, répteis, aves e mamíferos. As formas avançadas de
transição entre peixes antigos e os peixes tetrápodes usa o Tiktaalik como marco
simbólico desta transição: todavia, a transição total custou milhões de anos e
diversas espécies. O Tetrapodomorphacontém vários grupos iniciais deste ramo da
árvore da vida que inclui vários grupos de peixes com nadadeiras modificadas em
membros, coletivamente conhecidos como osteolepiformes.
Tiktaalik
LinhaLatera
Geralmente constituída de uma linha ao longo do corpo em ambos os lados. Nos
ciclídeos esta linha e dividida em duas. Está situada por sob as escamas, possuindo um
canal de comunicação com o meio externo e internamente ligada ao sistema nervoso.
Possuem diversas funções, sempre relacionadas aos sentidos, tais como: detectar os
• movimentos e vibrações na água, auxiliando na locomoção em ambientes de pouca
visibilidade e com obstáculos, permite aos peixes que nadam em cardumes efetuarem
as mudanças de direção sincronicamente, detectar movimentos na água, seja de
predadores ou presas, etc..

Esquema mostrando detalhes da parte externa da linha lateral


Tipos de Escamas
• Ctenóides : Típica dos peixes ósseos,
são finas e crescem por toda vida,
possuem pequenas projeções
formando uma coroa de minúsculos
espinhos, que conferem aos peixes
uma aparência áspera.
• Ciclóides : típica de peixes ósseos,
crescem por toda vida do peixe, são
lisas, não possuindo projeções.
• Ganóides : Não ocorrem em peixes
brasileiros, são rômbicas, esmaltadas
e brilhantes.
• Placóides : Encontradas em tubarões
e arraias, possuem pequenos
dentículos dérmicos voltados para
trás, o que deixa sua pele áspera,
com aparência de uma lixa.
Osmorregulação
• Os peixes têm problemas especiais de osmorregulação,
particularmente as espécies que se movimentam entre a água
salgada e doce.
• Nas formas de água doce o conteúdo do sangue o dos tecidos é
consideravelmente mais alto que o da água na qual vivem e por
isso absorvem água. Esta absorção ocorre através de suas
brânquias e das membranas mucosas da boca e da faringe.
• O excesso de água é eliminado pelos rins que produzem uma
copiosa urina diluída (comumente 10 vezes ou mais por quilograma
de peso do corpo por dia do que nas espécies de água salgada).
• Alguns sais são perdidos pelas brânquias, pela urina e pelas fezes,
mas estes são substituídos quando necessário através de absorção
dos alimentos e da água que banha suas brânquias e bucofaringe.
• As espécies de água doce não bebem água.
Osmorregulação
• Nos peixes de água salgada, por outro lado, os sais do corpo estão
numa concentração inferior à da água do mar e estes peixes
perdem água através de suas brânquias e das superfícies da
bucofaringe. Este processo de desidratação é contrabalanceado
através da ingestão de grandes quantidades de água do mar e da
eliminação do excesso de sais (cloretos de sódio e de potássio)
através dos rins,brânquias e talvez por outras partes do corpo.
Osmorregulação
• Os peixes de água salgada excretam urina muito concentrada em
pequenas quantidades, conservando assim a água. O fato de que
alguns peixes marinhos não têm glomérulos ou têm glomérulos
vestigiais (peixe-pegador das profundidades) está evidentemente
relacionado com a reduzida eliminação de urina.
• Determinadas células das brânquias de peixe de água doce e
marinhos são especializadas em absorver ou excretar cloretos. As
células “cloreto” são especialmente bem desenvolvidas em peixes
euri-halinas, restritas à água doce ou ao mar.
• Estes peixes podem contrastar com as espécies esteno-halinas,
restritas à água doce ou ao mar. Alguns peixes (salmão, lampreia)
que migram entre a água doce e o mar, adaptam-se em diversos
estágios de sua vida a um ou outro ambiente. As brânquias de
peixes de água doce e do mar, além de desempenharem um papel
no equilíbrio dos sais, também excretam os produtos mais simples
do metabolismo do nitrogênio como amônia e uréia. Em algumas
espécies (peixinho-japonês, carpa) uma tal excreção pode ser de
seis a dez vezes a dos rins.
Para a finalidade deste artigo, podemos descrever a osmorregulação nos peixes de
água doce como um processo que envolve a participação de células especiais presentes
nas brânquias (células de cloreto), e que têm como função minimizar as perdas de sais
do sangue para a água, bem como absorver ativamente os sais presentes na água, mesmo
em baixa concentração. Também participam da osmorregulação o rim e a bexiga urinária,
que são os responsáveis por maximizar a reabsorção dos sais na urina em formação e
pela produção de um grande volume de urina que permite o peixe se livrar do excesso
de água que entra continuamente por osmose no corpo.
Elasmobrânquios Marinhos
Osmoconformes
• Tubarões e outros peixes cartilaginosos (raias, cações, quimeras etc.)
são capazes de manter a tonicidade de seu sangue próxima à da água do
mar.
• Isso é conseguido pela síntese e acúmulo, no sangue, de uma substância
denominada uréia, que se constitui em um soluto osmoticamente
importante. A uréia é continuamente eliminada pelos rins, de tal maneira
que o animal consegue controlar a quantidade desse soluto no sangue. Os
tubarões, possuem ainda uma glândula localizada no intestino reto, que
continuamente retira sais em excesso do sangue, eliminando-os pelo
ânus.
• Osmoconformadores são organismos marinhos que mantêm um ambiente
interno isotônico ao ambiente externo. Isso significa que a pressão
osmótica das células do organismo é igual à pressão osmótica do ambiente
circundante.
• https://www.youtube.com/watch?v=N3t8Vz8DdFE
• Exemplos
• Animais de água doce: Hipertônicos em relação
ao meio = absorvem água por osmose.
• Animais marinhos: Hipotônicos em relação ao
meio = perdem água osmose.
• Animais eurialinos: capazes de sobreviver bem
em ambientes onde a salinidade varia muito.
• Animais estenoalinos: não conseguem suportar
altas variações na salinidade do meio onde
vivem
Por que os peixes migram?

• Migração é um fenômeno biologicamente


complexo. Esses movimentos ocorrem
sazonalmente e são, normalmente,
modulados por fatores ambientais, entre
eles, a temperatura e salinidade da água,
posicionamento do sol (fotoperiodismo) e
o regime de chuvas.
Peixes Migratórios
• Os peixes migratórios classificam-se da seguinte forma:
• diádromos – peixes que migram entre os rios e o mar:
– anádromos – peixes que vivem geralmente no mar, mas se
reproduzem em água doce;
– catádromos – peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no
mar;
– anfídromos – peixes que mudam o seu habitat de água doce para
salgada durante a vida, mas não para se reproduzirem
(normalmente por relações fisiológicas, ligadas à sua ontogenia);
• potamódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em
água doce, dentro dum rio ou dum rio para um lago; e
• oceanódromos– peixes que realizam as suas migrações sempre em
águas marinhas.
• Os peixes anádromos mais estudados são os salmões (ordem
Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se
desenvolvem no curso do rio e, a certa altura migram para o oceano
onde se desenvolvem e depois voltam ao mesmo rio onde nasceram
para se reproduzirem. Muitas espécies de salmões têm um grande
valor económico e cultural, de forma que muitos rios onde estes
peixes se desenvolvem têm barragens com passagens para peixes
(chamadas em inglês "fish ladders" ou "escadas para peixes"), que
lhes permitem passar para montante da barragem.
• O exemplo mais bem estudado de catadromia é o caso da enguia
europeia que migra cerca de 6000 km até ao Mar dos Sargaços (na
parte central e ocidental do Oceano Atlântico) para desovar, sofrendo
grandes metamorfoses durante a viagem; as larvas, por seu lado,
migram no sentido inverso, para se desenvolverem nos rios da
Europa
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS
REPRODUTIVAS
• REPRODUÇÃO: é o processo pelo qual uma espécie se perpetua,
transmitindo a seus descendentes as mudanças ocorridas em seu genoma.
O sucesso obtido por qualquer espécie é determinado, em última instância,
pela capacidade de seus integrantes reproduzirem-se em ambientes
variáveis, mantendo populações viáveis.
• ESTRATÉGIA REPRODUTIVA: é o conjunto de características que uma
espécie deverá manifestar par ter sucesso na reprodução, de modo a
garantir o equilíbrio da população. Considerando-se que cada espécie tem
sua distribuição estabelecida por determinado conjunto de condições
ecológicas, ela deve apresentar uma única estratégia reprodutiva, para
tanto, apresentar adaptações anatômicas, fisiológicas, comportamentais e
energéticas específicas. Entretanto, as variações nas condições de
determinado ambiente determinam mudanças em alguma(s) característica
(s) da ESTRATÉGIA de modo que esta venha a ser bem sucedida. Essas
características, variáveis, são as TÁTICAS REPRODUTIVAS.
• Táticas Reprodutivas: seria a característica variável no padrão geral de
uma espécie em resposta a flutuação do meio ambiente. Tanto a estratégia
quanto a tática são adaptativas (Wootton, 1989).
ESTRATÉGIA DE CICLO DE VIDA

• Durante o ciclo de vida da maioria dos peixes,


que se estende desde o momento da fecundação, com o
desenvolvimento do embrião dentro da membrana do
ovo, até a senilidade, fase em que a função sexual é
decrescente e o crescimento do indivíduo quase nulo,
culminando com sua morte, paralelamente a outros,
ocorrem três eventos básicos: a alimentação, o
crescimento e a reprodução, que estão intimamente
ligados entre si e relacionados às condições ambientais.
• Ao longo do período de vida, durante as
diferentes fases de desenvolvimento (embrionária, larval,
imatura, adulta e senil), as relações dos organismos com
o meio ambiente variam em importância.
ALOCAÇÃO DE ENERGIA E REFLEXOS
NA ESTRATÉGIA DO CICLO DE VIDA

• Reprodução e crescimento são processos de


produção e competem pelos mesmos recursos,
limitados. Se partirmos do pressuposto de que
toda espécie tem uma quantidade de recursos
disponíveis determinada, e de que existe uma
relação entre quantidade de recursos gastos
para produzir uma geração e o sucesso dessa
geração, chegamos à evidência de que ocorre
uma relação inversa entre o número de
descendentes e seu sucesso médio.
MECANISMOS REPRODUTIVOS:
• Os mecanismos reprodutivos mais importantes e que se referem as
espécies citadas, são:
• Bissexuado: os indivíduos ou são do sexo masculino ou feminino,
podendo ocorrer:
• Ovuliparidade: ocorre eliminação dos gametas na massa d’água, com
fecundação e desenvolvimento externos: Ex. Sardinella e
Micropogonias
• Oviparidade: ocorre fecundação interna e desenvolvimento externo.
• Viviparidade: ocorre tanto fecundação e desenvolvimento interno.
• Ovoviviparidade: a fecundação e desenvolvimento são internos,
sendo o ovo liberado com o embrião já desenvolvido , ainda dentro da
casca.
• B) Hermafrodita: os indivíduos possuem gônadas que atuam
como ovários e/ou como testículos, podendo ser:
• Simultâneo: as gônadas apresentam, ao mesmo tempo,
porções femininas e masculinas (ovotestes). Ex: Diplectrum
(mixole)
• Sequencial: podem ser.
• Protândrico: as gônadas funcionam antes como masculinas,
tendo como exemplo o peixe palhaço.
• Protogínico: mais comum, sendo que as gônadas funcionam
antes como femininas. Ex: Epinephelus, Myctoperca (badejo e
garoupa)
MECANISMOS
REPRODUTIVOS:
Amphiprion ocellaris
MODOS REPRODUTIVOS:

• Os modos reprodutivos em peixes


apresentam uma gama enorme de variações,
resultante das mais variadas combinações entre
os aspectos envolvidos, como presença ou não
de caracteres sexuais secundários, de
comportamentos de corte e acasalamento,
mecanismo reprodutivo, tipo de ambiente
escolhido para deposição de gametas ou ovos,
características dos ovos como flutuantes,
adesivos, com prolongamentos para fixação,
com cascas córneas, cuidado parental etc.
CARACTERES SEXUAIS:

• Os caracteres sexuais primários, relativos as processo reprodutivo em


si, s\ao os órgãos reprodutores, as gônadas, que requerem disseccão
para reconhecimento. Alem destes, que estão presentes em todas as
espécies, podem existi outros, secundários, de presença restrita a
alguma espécie. Os caracteres sexuais secundários podem ser de dois
tipos:
• Sem relação com o ato reprodutivo, como forma do corpo (fêmeas com
ventre mais desenvolvido), tamanho (fêmeas das espécies que cuidam
da prole, em geral, maiores que os machos).
• Acessórios da desova, de reconhecimento mais fácil, como:

• Papilas genitais
• Tubérculos nupciais- presença de excrescências córneas nos machos,
ates da reprodução, induzidas por ação hormonal
• Órgãos sexuais acessórios, resultantes de transformações de
nadadeiras, como por exemplo, o gonopódio na nadadeira anal que
atua como órgão copulador
• Coloração- dicromatismo sexual, os machos mais coloridos
Gonopódio
Clásper
CUIDADO PARENTAL:

• O grau de cuidado que os pais dispensam à prole,


associado a outras características como ambiente selecionado para
deposição dos gametas ou dos ovos, determina os ESTILOS
REPRODUTIVOS.
• Na seção etológica dos NÃO GUARDADORES estão
englobados aquelas espécies que não protegem os ovos e jovens.
Englobam dois grupos ecológicos: o das espécies que
simplesmente eliminam seus gametas no ambiente (desovam em
substrato aberto) e o das que ocultam os ovos como parte de seu
comportamento reprodutivo (ocultadores de prole).
• Dentro do grupo dos que desovam em substrato aberto, em
geral, formam-se grandes agregados de indivíduos maduros, com
predominância de machos, não ocorrendo comportamento de corte
nem estruturas reprodutivas especializadas. Dentre várias guildas
incluídas neste grupo, a dos que desovam em ambientes pelágicos,
reproduzem-se em águas abertas, próximos a superfície, muitas
espécies com esse comportamento vivem em cardumes, como os
atuns e sardinhas.
• Entretanto, vários peixes de fundo também apresentam esse comportamento,
subindo temporariamente à superfície para desovarem, em especial aqueles
do recife de coral como bodiões, e peixe-papagaio. A ocorrência da desova
pelágica é um meio eficiente de assegurar uma ampla dispersão de ovos,
larvas e jovens através das correntes. As demais guildas deste grupo, são
espécies que apresentam desova em massa, sem rituais de corte elaborados,
sendo que vários machos seguem as fêmeas e vão fertilizando os ovócitos à
medida que estes vão sendo eliminados; os ovos podem ser flutuantes ou
aderentes, fixando-se na superfície sobre a qual são depostos. As espécies
que selecionam fundos de cascalho ou rochas, são de água doce e habitam
ambientes com certo grau de correnteza, como os representantes da família
Prochilodontidae (que tem larvas pelágicas), e peixes marinhos intertidais,
hábitats onde este tipo de substrato é dominante; algumas espécies,
entretanto, migram para estas áreas apenas na época de reprodução. Em
lagos ou águas oceânicas rasas, as plantas são importantes substratos para
fases iniciais das espécies que têm ovos aderentes (Serrasalmus,
Xenomelaniris).
xenomelaniris brasiliensis serrasalmus marginatus

bodiões peixe-papagaio
CUIDADO PARENTAL:

• O grupo dos Ocultadores de prole engloba espécies que ocultam seus ovos, de um modo ou de outro,
mas não dispensam nenhum cuidado parental depois da desova. A maioria se utiliza de ambientes
bênticos, onde constroem ninhos nos quais os ovos, geralmente maiores que aqueles daquelas
espécies que não os ocultam, são depositados. Durante o período que antecede a desova, quando
esses ninhos são construídos, um ou ambos membros do par os defendem, sendo abandonados assim
que os ovócitos são depositados, fertilizados e enterrados pelas fêmeas. Algumas espécies escavam
depressões (salmão e Truta), enquanto outros fazem pilhas de pedras onde depositam seus ovos, que,
geralmente, são maiores que os daqueles que não ocultam. A família Rivulidae, representa as espécies
que também enterram seus ovos no lodo em poças e pequenas lagoas temporárias , eclodindo quando
as chuvas enchem esses ambientes.
• Os Guardadores cuidam dos ovos e embriões até que ocorra a eclosão e, muitas vezes,
também das fases larvais, sendo comum apresentarem comportamento de corte elaborados e
territorialidade. Os embriões são guardados pelos machos, que os protegem contra os predadores,
provocam correntes de água que oxigena o ambiente e mantêm os embriões livres de materiais
aderidos. Podem ser divididos entre construtores de ninho e de substrato. Vários Gobiidae têm
tendência a se utilizarem de substratos rochosos, limpando a superfície de rochas planas, onde os
ovos são depositados e defendidos. Os que desovam em ninhos depositam seus ovócitos em algum
tipo de cavidade ou cova nas quais são fertilizados e os embriões defendidos. Os Pomacentridae,
como exemplo o Amphiprion alcallopisos (Peixe-Palhaço), utiliza-se de invertebrados como a anêmona
do mar para proteger seus ovos, colocando-os na base do invertebrado e guarda os embriões até que
esses eclodam.
• Na seção etológica dos Carregadores engloba as espécies que carregam embriões, e
algumas vezes jovens, externo e internamente. Os bagres sul-americanos são bem representados
nessa categoria, os da família Ariidae, carregam a prole na boca, além dos embriões, mesmo depois
de ativos permanecem na boca do macho até atingirem tamanho suficiente para seguirem seu destino.
Na família Syngnathidae, cavalo-marinho, ocorre após a fertilização, a deposição dos ovócitos pela
fêmea na bolsa do macho (marsúpio), por meio de oviduto, que são fertilizados à medida que vão
entrando na bolsa.
Família Syngnathidae, cavalo-
marinho
Gobídeos
Blenideos
PROPORÇÃO SEXUAL:

• A proporção sexual em peixes varia ao longo do ciclo de


vida em função de eventos sucessivos, que atuam de modo distinto
sobre os indivíduos de cada sexo.
• A mortalidade é um dos fatores que podem atuar de modo
diferencial sobre machos e fêmeas, determinando o predomínio de
indivíduos de um dos sexos nas diferentes fases de
desenvolvimento. O crescimento é outro, determinando diferenças
na proporção sexual, em função de crescimento diferencial entre
machos e fêmeas. Em muitos casos observa-se, para a população
como um todo, uma proporção de 1:1 mas. Quando a análise é
aprofundada em nível de classes de comprimento, pode ocorrer
predomínio de fêmeas nas classes de comprimento maiores, em
função destas apresentarem taxa de crescimento maior que os
machos e, como conseqüência, atingirem comprimento superiores
para uma mesma idade.
Aves Marinhas
• As aves marinhas representam cerca de 3% de um total de
aproximadamente 9500 espécies de aves conhecidas. As aves marinhas
utilizam-se dos oceanos durante toda sua vida, sendo muito dependentes
deste ambiente (busca de alimento). Muitas são consideradas animais
pelágicos, pois passam quase toda a vida no oceano, buscando o
continente apenas para o processo de reprodução.
• Muitas são litorâneas, mas algumas são realmente pelágicas. Um albatroz
jovem, por exemplo, quando chocado passa de 3 a 4 anos no mar aberto
antes de retornar novamente ao seu local de reprodução.
• Os pingüins, são aves marinhas mais bem adaptadas, sendo que no seu
período evolutivo estas perderam a capacidade de voar. São excelentes
nadadores e estão bem avançados na direção de uma vida completamente
aquática. No entanto, no sentido fisiológico, permaneceram animais
essencialmente terrestres que respiram o ar e se reproduzem na terra.
Essas adaptações permitiram aproveitar os recursos que até esse
momento eram inacessíveis para as aves.
Aves Marinhas
• Como citado anteriormente, estas aves, podem utilizar-
se do ambiente marinho e seus diversos habitats, como
por exemplo áreas que incluem, manguezais, marismas,
ilhas costeiras e oceânicas, estuários, áreas de
influencia de maré, estando presentes em quase todo o
ambiente que exerce conexão com o meio marinho.
• Muitos pássaros da ordem Charadriiformes (pássaros do
continente) e Ciconiiformes (garças) que se alimentam e
utilizam áreas costeiras usualmente, não são
consideradas aves marinhas verdadeiras. As aves
marinhas é um subconjunto das AVES. Uma
característica comum que as aves marinhas
compartilham com as aves terrestres, é simplesmente o
local de alimentação.
• Existem 4 ordens de aves marinhas, representadas por:
• Sphenisciformes: São conhecidas atualmente 18
espécies de pingüins agrupados na
família Spheniscidae. Os registros fósseis estendem-se
entre 45 a 55 milhões de anos atrás.
• Procellariiformes (Albatrozes, Petréis): Representada
por 4 famílias e 108 espécies no mundo. No Brasil pelas
4 famílias e 34 espécies. Reúne a maior parte das aves
marinhas.
• Pelecaniformes (Pelicanos, Fragatas): Aves marinhas
que incluem 5 famílias com representantes no Brasil.
• Charadriiformes: Aves marinhas agrupadas em 4
famílias com 121 espécies no mundo.
Neuston e Pleuston
Neuston e Pleuston

Neuston= Glaucus sp. [nudibranch])

Pleuston= Physalia physalis &


Halobates sp.
Pleuston e Neuston
• O ecossistema neustônico é formado por duas
entidades distintas: o pleuston, que são animais e
vegetais cujas deslocações são fundamentalmente
asseguradas pelo vento; e o neuston, que são aqueles
que vivem nas camadas superficiais das massas de
água (primeiros centímetros). É uma comunidade de
organismos macroscópicos e microscópicos que
habitam a interface água-ar. Alguns têm capacidade de
se movimentar sobre a película superficial e outros
dependem de fatores ambientais (vento e correntes
marítimas) para seu deslocamento.
O Pleuston
• O pleuston é formado por animais e vegetais cujo deslocamento é
fundamentalmente assegurado pelo vento, sendo que parte do seu corpo
encontra-se emersa (Phylum Cnidaria, Classe Hydrozoa, Subordem
Rhizophysaliae, Physalia, Subordem Chongrophorae, Porpita, Velella). Os
cnidários geralmente são carnívoros, mas existem grupos que se
alimentam à base de fitoplanctontes e/ou micro-zooplanctontes. A captura
da presa é realizada com o auxílio de tentáculos. A reprodução dos
cnidários, na maioria das espécies, é realizada por alternância de gerações,
sendo uma séssil (pólipo) e uma livre natante (medusa), sendo que a livre
natante é a que representa o pleuston. A medusa é uma forma semelhante
a "guarda-chuva". A boca fica voltada para baixo e pode estar circulada por
longos tentáculos onde se concentram numerosos cnidoblastos: células
típicas desse filo, que “disparam e injetam” um líquido urticante e de efeito
paralisante nos animais (funções de captura e defesa).
Porpita porpita
Porpita porpita
• Abaixo segue-se algumas espécies do pleuston e suas características:

• Porpita porpita Filo: Cnidária Classe: Hydrozoa Subclasse: Anthomedusae


Gênero: Porpita Espécie: P. porpita. • Composta por superfície azul plana e
circular; • Possui um disco cheio de gás que a faz flutuar; • Cercada por
minúsculos tentáculos azuis e não possuem vela como uma caravela; •
Encontrada em oceanos tropicais e subtropicais; • Cerca de 1 cm de
diâmetro.
Physalia physalis
Physalia physalis
• Physalia physalis Filo: Cnidária Classe: Hydrozoa Ordem: Siphonophora Família:
Physaliidae Gênero: Physalia Espécie: P. physalis. • Nome popular: caravela-
portuguesa, também conhecida como garrafa-azul; • Azul e possui tentáculos, que
podem chegar a 30 m, com células urticantes (cnidócitos) portadoras dos
nematocistos; • Nematocistos conservam as suas propriedades por muito tempo,
mesmo que o indivíduo tenha ficado várias horas a seco na praia. A sua ação é
baseada nas suas pressões osmótica e hidrostática individuais. Existem numerosas
células sensoriais localizadas na epiderme dos tentáculos e na região próxima à
boca; • Possui flutuador simétrico bilateralmente com os tentáculos no final; • É
comumente identificada como uma água-viva, mas na verdade, é uma colônia de
quatro tipos de pólipos: - um pneumatóforo transformado numa vesícula cheia de ar;
- os dactilozoóides que formam os tentáculos; - os gastrozoóides que formam os
"estômagos" da colônia e, - os gonozoóides que produzem os gametas para a
reprodução. Importante para a alimentação das tartarugas marinhas, que são imunes
ao veneno
Velella sp.
Velella sp.
• Velella sp. Filo: Cnidária Subfilo: Medusozoa Classe: Hydrozoa
Ordem: Anthomedusae Família: Porpitidae Gênero: Velella Espécie:
V. velella. • Cada Velella é uma colônia de hidrozoários, e a maioria
é inferior a 7 cm de comprimento. São geralmente de cor azul
profundo, mas a sua característica mais evidente é uma pequena
vela rígida; • Carnívoros e utilizam das mesmas técnicas de captura
que uma caravela; • Ocorrem em águas temperadas e quentes, em
todos os oceanos.
Pandea Cônica
Pandea Cônica
• Pandea Cônica Filo: Cnidaria Subfilo:
Medusozoa Classe: Hydrozoa Ordem:
Anthomedusae Família:Pandeidae
Gênero: Pandea Espécie: P. conica •
Habita águas continentais do Atlântico; •
Predador, com até 30 mm de altura; •
Maior ocorrência na primavera.
Cladonema radiatum
Cladonema radiatum
• Cladonema radiatum Reino: Animália Filo: Cnidária Subfilo:
Medusozoa Classe: Hydrozoa Ordem: Anthomedusae Família:
Cladonematidae Espécie: Cladonema radiatum. • Pequena medusa
em forma de cúpula de até 6mm diâmetro • Tem umbrella
transparente e alongada • Presente de junho a outubro, é muito
abundante durante períodos quentes • É a forma livre-natante de
um pequeno pólipo que vive fixado em plantas e rochas marinhas.
(ciclo reprodutivo: alternância de geração) • Presente no oceano
Atlântico Norte, Mar mediterrâneo e Japão.
Glaucus atlanticus
Glaucus atlanticus
• Glaucus atlanticus Filo: Mollusca Classe: Gastropoda Ordem:
Opisthobranchia Subordem: Nudibranchia Familia: Glaucidae Gênero:
Glaucus Espécie: G. atlanticus. • Nome popular: lesma azul do mar; •
Habita oceanos tropicais e subtropicais; • Passa a maior parte da vida
flutuando de cabeça para baixo; • Possui células tóxicas de defesa e preda
medusas e caravelas portuguesas; • Sua cor azul marinho na face voltada
para cima evita que seja localizada por aves marinhas, enquanto o
prateado localizado no verdadeiro dorso funciona como camuflagem para o
ataque de peixes; • São hermafroditas.
Janthina janthina
Janthina janthina
• Janthina janthina Filo: Mollusca Classe: Gastropoda
Ordem: Apogastropoda Família: Janthinidae Gênero:
Janthina Espécie: J. janthina • Flutua por conta de uma
série de bolhas vinculados ao muco secretado pelo pé; •
Possui o lado de baixo da concha mais escuro; • Sua
concha é globular, frágil e fina, com coloração mais
escura na base, o que faz com que ele fique camuflado
(tanto da vista de cima como da de baixo); • Carnívoro,
com até 4 cm de altura.
Neuston
• Compreendem os vegetais e animais que habitam os primeiros 10 cm da •
coluna de água;
• São particularmente abundantes e diversificados em todas as latitudes. •
Alguns autores reconhecem a existência de um verdadeiro ecossistema
neustônico e uma neustonosfera.
• A pirâmide trofica é essencialmente constituída pelo bactérioneuston,
fitoneuston e hiponeuston animal.

Subdivididos em 2 categorias distintas: 1. Epineuston


2. Hiponeuston
Epinêuston
Assim como o Hiponêuston, o Epinêuston é uma
subdivisão dos organismos neustônicos e engloba
espécies de animais que se locomovem ou
derivam sobre as superfícies aquáticas. Os seres
vivos encontrados nesse tipo de habitat variam
entre insetos, bactérias, pequenos flagelados,
algas unicelulares (cianobactérias) e fungos. A
maior parte dos organismos epineustônicos é
formada por insetos da família Gerridae. Estes
insetos não têm asas, apresentam várias
adaptações à vida epineustônica e que passam
todo o seu ciclo de vida em mar aberto.
Halobates sp.

O estudo sobre esses animais


começou na década de 60 quando
Herring (Herring, 1961, 1964) listou
mais de 40 espécies do gênero
Halobates.
Neuston
De acordo com observações visuais feitas no Golfo do México, eles não
excedem um organismo em 100 m2 da superfície da água. Por outro
lado, muitas populações desses insetos ocorrem em grandes
densidades em algumas partes do Pacífico (A. I. Savilov, 1967). Existem
representantes de Halobates em todos os oceanos, habitando
principalmente as zonas tropicais com outros insetos associados à
superfície da água. Além dos Halobates existem Hermatobates (família
Gerridae) e, também, representantes da família Vellidae (Halovelia) que
não são exclusivamente marinhos. Características adaptativas desses
animais para a sobrevivência nesse habitat são o peso diminuto do
corpo, membros longos, delicados e finos para que a tensão superficial
não seja rompida assim como articulações que condicionam ágil
mobilidade. Por ser um assunto recente, ainda são necessários estudos
sobre distribuição, abundância, dinâmica de populações e o papel dos
organismos epineustônicos na estrutura das comunidades neustônicas.
Hiponeuston

• A fração animal do hiponeuston é


extremamente diversificada e é a mais
característica.
• Os organismos que passam todo o seu ciclo
vital no seio do neuston constituem o
holohiponeuston ou hiponeuston permanente.
• Outros organismos ocorrem unicamente
durante parte do ciclo vital no domínio
neustônico, constituindo o merohiponeuston
ou hiponeuston temporário.
Holohiponeuston

Essencialmente constituído por copépodas da


Família Pontellidae. Organismos do hiponêuston
são particularmente abundantes e diversificados
em todas a latitudes. Compreendem os vegetais e
animais que habitam os primeiros 10 cm da
coluna da água A fração animal do hiponêuston é
extremamente diversificada e é a mais
característica. A pirâmide trófica do Neuston é
essencialmente constituída pelo bactérioneuston,
fitoneuston e hiponeuston animal.
Copépodas Família Pontellidae
Holohiponeuston

É possível reconhecer no seio do hiponeuston diversas


categorias ecológicas:
• Euneuston - organismos que permanecem nas
proximidades da superfície das águas (primeiros 10 a
15 cm) durante o ciclo diário;
• Neuston facultativo - organismos que ocorrem
próximo da superfície das águas durante parte do ciclo
diário, usualmente durante o período nocturno;
• Pseudoneuston - organismos cujas máximas
concentrações ocorrem abaixo da superfície das águas,
mas que podem surgir no seio do hiponeuston pelo
menos durante parte do ciclo diário.
Merohiponeuston

Constituído por formas larvais e juvenis de


Decapoda, Polychaeta, Mollusca,
Echinodermata, Cirripedia e ainda por ovos e
estados larvais de peixes (ictioneuston).
Durante o período noturno é possível
encontrar numerosas espécies bentônicas que
efetuam migrações verticais
(bentohiponeuston).
Ictionêuston
As larvas de algumas espécies são realmente
neustônicas:
• Muitas espécies de Mugilidae (Mugil cephalus, M.
curema, Powles, 1981; Crenimugil labrosus, Liza sp,
Tully & ÓCéidigh, 1989),
• Alguns Gadidae (Ciliata mustela, C.
septentrionalis, Gaidropsaurus mediterraneus,
Rhinonemus cimbrius, Tully & ÓCéidigh, 1989),
• Alguns Coryphaenidae (Coryphaena equisetus, C.
hippurus, Powles, 1981)
• E algumas espécies da família Exocoetidae
(Gruber et al., 1982).
Larva de Peixe Voador
Comportamento migratório
Hempel & Weikert (1972) observou que a migração vertical diária se tornou
mais evidente com o aumento do tamanho e idade da larva e estava
relacionado com o hábito alimentar. Muitos organismos epipelágicos faz
migração vertical diária (Zaitsev ,1971) e se mantém em camadas mais
profundas durante o dia e vão à superfície (0-5 cm) no período noturno.
Kauffman et al. (1981) demonstrou a relação entre migração vertical de
larvas de Atherinidae e alimentação seletiva. Estes estudos sugerem que a
camada dos primeiros centímetros da superfície deve ser muito pobre em
organismos que servem de alimento para as larvas de peixe durante o dia.
Entretanto, para explicar melhor porque o ictioplâncton permanece na
superfície da água durante o dia precisamos encontrar uma razão ecológica,
por exemplo, proteção contra predação. Zaitsev (1971) descreveu muitos
casos de mimetismo em organismos neustônicos. É necessário um alto nível
de adaptação às condições ambientais, principalmente à forte radiação
solar: a maioria das larvas de peixe apresentam coloração negra, quase
azul, na região dorsal e prateada na região ventral. Já que apenas larvas de
algumas espécies são especializadas nesta camada, deve haver menos
competição por alimento (Hartmann, 1970).
Comportamento migratório

Deve-se também considerar a fuga das larvas na hora da amostragem. A


capacidade visual de larvas vem sendo estudada há algum tempo.
Conforme Blaxter & Hunter (1982), os elementos fotossensíveis da retina
de peixes são os “cones” e “bastonetes”, como em outros vertebrados, e a
acuidade visual está ligada ao desenvolvimento da chamada “area
temporalis” – (parte especializada da retina, localizada na região ventro-
posterior da mesma, que consiste em uma aglomeração mais intensa de
cones). Existe uma analogia entre essa área temporalis e a fovea de outros
vertebrados.
Comportamento migratório
Paralelamente à capacidade de visão, a velocidade de natação é um outro fator
muito importante durante a fuga. Hunter (1972) constatou que a larva de E.
mordax tem capacidade de nadar em velocidade de cruzeiro de 0,6 a 0,9
comprimento do corpo/segundo, mas pode também efetuar movimentos em forma
de explosões bruscas que atingem cerca de 15 comprimentos do corpo/segundo.
Baseando-se nos dados de Hunter sobre a natação de larvas, podemos supor
que uma larva de 20,0 mm de comprimento poderia num movimento brusco
percorrer até 30 cm em um segundo. Como neste tamanho o sistema visual já se
encontra bem desenvolvido, de acordo com trabalhos citados acima, a larva teria
capacidade de enxergar e fugir da boca de uma rede de 60 cm de diâmetro,
mesmo que ela se encontrasse no centro do alvo (Katsuragawa, 1985).
Adaptações do Hiponeston

• Diminuição do peso específico do corpo


(enriquecimento em vitelo de alguns ovos de
Osteichthyes);
• Aumento da flutuabilidade (aumento da
superfície relativa, existência de espinhos e
apêndices plumosos, desenvolvimento de
flutuadores);
• Coloração intensa (proteção às radiações
ultravioletas e camuflagem à potenciais
predadores;
• Mimetismo (algumas larvas ictioneustônicas).

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