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Um verdadeiro trabalho

em equeipe - APG 13

Hipotálamo
& Hipófise
Segundo
Segundo Semestre
Semestre

1- Compreender a formação embriológica do hipotálamo e hipófise:

1.1- Hipotálamo

O hipotálamo surge pela proliferação de neuroblastos na zona intermediária das


paredes laterais diencefálicas, ventrais aos sulcos hipotalâmicos. (MOORE)
A expressão diferencial da sinalização Wnt/β-catenina é essencial para a
indução, diferenciação neuronal e padronização do hipotálamo. Mais tarde há o
desenvolvimento de vários núcleos relacionados às atividades endócrinas e de
homeostase. Um par de núcleos forma tumefações do tamanho de ervilhas (corpos
mamilares) na superfície ventral do hipotálamo. (MOORE)

1.2- Hipófise

A hipófise é de origem ectodérmica. A via de sinalização Notch tem sido


implicada na proliferação e diferenciação das células progenitoras hipofisárias.
A hipófise desenvolve-se a partir de duas fontes:
•Crescimento para cima a partir do teto ectodérmico do estomodeu, o divertículo
hipofisário (bolsa de Rathke)
•Crescimento inferior do neuroectoderma do diencéfalo, o divertículo neuro-
hipofisário.
Essa dupla origem explica por que a hipófise é composta de dois tipos diferentes
de tecido:
•A adeno-hipófise (tecido glandular), ou lobo anterior, surge do ectoderma oral
•A neuro-hipófise (tecido nervoso), ou lobo posterior, surge do neuroectoderma.
(MOORE)
Na 3a semana, o divertículo hipofisário projeta-se do teto do estomodeu e fica
adjacente ao assoalho (parede ventral) do diencéfalo.
Na 5a semana, o divertículo alonga-se e estreita-se ao se ligar ao epitélio oral.
Nessa fase, entra em contato com o infundíbulo (derivado do divertículo neuro-
hipofisário), um crescimento inferior ventral do diencéfalo.
O pedúnculo do divertículo hipofisário passa entre os centros de condrificação da
parte anterior do esfenoide e da base do esfenoide em desenvolvimento. Durante a
6a semana, a conexão do divertículo com a cavidade oral degenera.
As células da parede anterior do divertículo hipofisário proliferam e originam o
lobo anterior da hipófise. Mais tarde, uma extensão, a parte tuberal, cresce em
torno do tronco infundibular. A extensa proliferação da parede anterior do
divertículo hipofisário reduz seu lúmen a uma fenda estreita.
A fenda residual geralmente não é reconhecível na hipófise adulta; no entanto,
pode ser representada por uma zona de cistos. As células na parede posterior da
bolsa hipofisária não proliferam; originam a parte intermédia, fina e mal
definida, e que, nos seres humanos, tem pouca importância. (MOORE)
A parte da hipófise que se desenvolve do neuroectoderma (divertículo neuro-
hipofisário) é a neuro-hipófise. O infundíbulo origina a eminência mediana, o
tronco infundibular e a parte nervosa. Inicialmente, as paredes do infundíbulo são
finas, mas a extremidade distal logo se torna sólida à medida que as células
neuroepiteliais proliferam. Essas células posteriormente se diferenciam em
pituícitos, as células primárias do lobo posterior da hipófise, que estão
intimamente relacionadas às células da neuróglia. As fibras nervosas crescem na
parte nervosa a partir da área hipotalâmica, à qual o tronco infundibular está
ligado. (MOORE)

2- Abordar anatomia e histologia do hipotálamo e hipófise

2.1-Anatomia do hipotálamo

O hipotálamo é uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente


ao tálamo, e forma as paredes inferolaterais do terceiro ventrículo. Na face
inferior do encéfalo, o hipotálamo está situado entre o quiasma óptico e a
margem posterior dos corpos mamilares, protuberâncias arredondadas que se
projetam no assoalho do hipotálamo. (MARIEB)
Ele é composto por cerca de doze núcleos agrupados em quatro regiões
principais:
1. A região mamilar (área hipotalâmica posterior), adjacente ao mesencéfalo, é a
parte mais posterior do hipotálamo. Ela inclui os corpos mamilares e os núcleos
hipotalâmicos posteriores. Os corpos mamilares são duas projeções pequenas e
arredondadas que funcionam como estações de transmissão para reflexos
relacionados com o olfato.
2.A região tuberal (área hipotalâmica intermédia), a maior porção do hipotálamo,
inclui os núcleos dorsomedial, ventromedial e arqueado, além do infundíbulo, que
conecta a hipófise com o hipotálamo.
3. A região supraóptica (área hipotalâmica rostral) está situada acima do
quiasma óptico e contém os núcleos paraventricular, supraóptico, hipotalâmico
anterior e supraquiasmático. Os axônios dos núcleos paraventricular e supraóptico
formam o trato hipotálamo-hipofisial, o qual se estende do infundíbulo para a
neuro-hipófise.
4. A região pré-óptica, anterior à região supraóptica, é geralmente considerada
como parte do hipotálamo porque ela participa, junto com ele, na regulação de
certas atividades autônomas. A região pré-óptica contém os núcleos pré-ópticos
medial e lateral. (TORTORA)
*O hipotálamo controla muitas atividades corporais e é um dos principais reguladores da
homeostase. Impulsos sensitivos relacionados com sensações somáticas e viscerais chegam
ao hipotálamo. (TORTORA)
*As lesões do hipotálamo provocam transtornos nas funções viscerais e nas emoções e
podem, desse modo, resultar em perda de peso grave ou obesidade, perturbações do sono,
desidratação e uma ampla gama de transtornos emocionais.(MARIEB)
2.2- Anatomia da Hipófise:

A hipófise tem aproximadamente 1 cm de diâmetro, pesa em torno de 0,5-1,0 g e


localiza-se na sela túrcica do osso esfenoide. Está localizada inferiormente ao
hipotálamo e conectada a este por um pedaço de tecido chamado de infundíbulo.
(SEELEY)
O infundíbulo conecta-se superiormente a uma parte do hipotálamo chamada
túber cinéreo, situada entre o quiasma óptico, anteriormente, e os corpos
mamilares, posteriormente. (MARIEB)

A hipófise é dividida funcionalmente em duas partes: a posterior, ou neuro-


hipófise, e a anterior, ou adeno-hipófise.
-Adeno-hipófise
A adeno-hipófise é uma verdadeira glândula endócrina, o qual representa
75% da Hipófise, e é de origem epitelial. (SILVERTHORN)
No adulto, a adeno-hipófise consiste em duas partes: a parte distal, que é a porção
maior, e a parte tuberal que forma uma bainha ao redor do infundíbulo. (TORTORA)
-Neuro-hipófise
A neuro-hipófise, ou hipófise posterior, é uma extensão do tecido neural do
encéfalo. Ela secreta neuro-hormônios produzidos no hipotálamo. (SILVERTHORN)
Ela é constituída por tecido nervoso, o qual inclui a parte nervosa (ou pars
nervosa), a parte principal e mais expandida; a eminência mediana, a parte superior
que fixa a glândula ao hipotálamo; e o infundíbulo, uma haste delgada associada à
parte tuberal, formando com esta o pedículo hipofisário. (MOORE)
*OBS:Em geral, os cânceres da hipófise têm apenas um caminho para se expandir: para
cima, na direção do encéfalo e contra o quiasma óptico. Portanto, qualquer aumento de
tamanho da hipófise costuma estar associado a anormalidades do campo visual ou da
acuidade visual e cefaleias. (BERNE E LEVY)

2.3- Histologia do hipotálamo


A constituição histológica é formada por substâncias cinzentas que se agrupa
formando núcleos. (JUNQUEIRA)

2.4- Histologia da hipófise

-Adeno-hipófise
A adeno-hipófise – compreende três segmentos: pars distalis, pars tuberalis e
pars intermedia. (JUNQUEIRA)
*Pars distalis
A pars distalis representa em torno de 75% da massa da hipófise. É formada por
cordões e ilhas de células epiteliais cubóides ou poligonais produtoras de
hormônios.
A maioria das células desse segmento hipofisário é endócrina e produz
hormônios, que são armazenados nos grânulos de secreção no citoplasma.
Na pars distalis, existe um tipo celular não secretor, denominado célula
foliculoestelar, que compõe 10% das células dessa região.
Por meio de seus prolongamentos, as células foliculoestelares fazem conexões com
células do mesmo tipo por meio de junções intercelulares (desmossomos e junções
comunicantes gap), formando uma rede em torno das células secretoras.
As células foliculoestelares podem estabelecer uma rede de comunicação entre a
pars tuberalis e a pars distalis, estabelecendo um circuito adicional de controle da
síntese hormonal na adeno-hipófise. (JUNQUEIRA)
Entre os cordões e as ilhas de células, há muitos capilares sanguíneos, que
pertencem ao plexo capilar secundário do sistema porta-hipofisário. Os poucos
fibroblastos dessa região produzem fibras reticulares que sustentam os cordões de
células.
*Pars tuberalis

A pars tuberalis é uma região em forma de funil em torno do infundíbulo da


neuro-hipófise. Em geral, é formada por uma camada de tecido epitelial cúbico e a
maioria é célula gonadotrófica. É uma região importante em animais que mudam
seus hábitos em função da estação do ano (p. ex., animais que hibernam) por meio
do controle da produção de prolactina. (JUNQUEIRA)
*Pars intermedia

A pars intermedia, que está localizada na porção dorsal da antiga bolsa de Rathke,
em humano adulto, é uma região rudimentar composta de cordões e folículos de
células fracamente basófilas que contêm pequenos grânulos de secreção.
(JUNQUEIRA)
-Neuro-hipófise
A neuro-hipófise consiste na pars nervosa e no infundíbulo. A pars nervosa,
diferentemente da adeno-hipófise, não contém células secretoras. Apresenta um
tipo específico de célula glial muito ramificada, chamada pituícito. O componente
mais importante da pars nervosa é formado por cerca de 100 mil axônios não
mielinizados. Esses axônios são dos neurônios secretores cujos corpos celulares
estão situados nos núcleos supraópticos e paraventriculares localizados no
hipotálamo formando um trato hipotálamo-hipofisário quando passam pelo
infundíbulo a caminho da neuro-hipófise. (JUNQUEIRA)
*Nas terminações axonais localizadas na pars nervosa, ficam acumulados os grânulos de
secreção contendo os hormônios: ocitocina ou ADH. Ocitocina e ADH são liberados nas
proximidades dos capilares sanguíneos adjacentes e atingem a circulação sistêmica através
das veias hipofisárias.

3- Compreender o eixo hipotálamo- hipofisário - glândulas perifericas:


3.1- Sistema porta hipofisário

A adeno-hipófise secreta hormônios que regulam uma ampla variedade de


atividades corporais, desde o crescimento até a reprodução. A liberação de
hormônios da adeno-hipófise é estimulada por hormônios liberadores e
suprimida por hormônios inibidores do hipotálamo.(TORTORA)
Eles irão fazer esse controle dos hormônios, que chega à adeno-hipófise por meio
de um Sistema Porta(SP).
Vale salientar, também, que a maioria dos hormônios do corpo são secretados no
sangue e se tornam rapidamente diluídos quando distribuídos pelo volume
sanguíneo de 5L. Para evitar a diluição, os neuro-hormônios hipotalâmicos
destinados à adeno-hipófise entram em uma modificação especial do sistema
circulatório,pelo de sistema porta.(SILVERTHORN)
No sistema porta hipofisário, o sangue flui de capilares no hipotálamo para veias
porta que carreiam sangue para capilares da adeno-hipófise.
As artérias hipofisárias superiores, ramos das artérias carótidas internas, levam
sangue para o hipotálamo. Na junção da eminência mediana do hipotálamo e o
infundíbulo, essas artérias se dividem em uma rede capilar chamada de plexo
primário do sistema porta hipofisário. Do plexo primário, o sangue drena para as
veias porto-hipofisárias que passam por baixo da parte externa do infundíbulo. Na
adeno-hipófise, as veias porto-hipofisárias se dividem mais uma vez e formam
outra rede capilar chamada de plexo secundário do sistema porta hipofisário.
Acima do quiasma óptico há grupos de neurônios especializados chamados de
células neurossecretoras. Essas células sintetizam os hormônios hipotalâmicos
liberadores e inibidores em seus corpos celulares e envolvem os hormônios em
vesículas, que alcançam os terminais axônicos por transporte axônico. Impulsos
nervosos promovem a exocitose das vesículas. Depois disso, os hormônios se
difundem para o plexo primário do sistema porta hipofisário. Rapidamente, os
hormônios hipotalâmicos fluem com o sangue pelas veias porto-hipofisárias para o
plexo secundário.
Os hormônios secretados pelas células da adeno-hipófise passam para os capilares
do plexo secundário, que drenam para as veias porto-hipofisárias anteriores e para
fora na circulação geral. Os hormônios da adeno-hipófise viajam até os tecidos alvo
ao longo do corpo. Os hormônios da adeno-hipófise que atuam em outras glândulas
endócrinas são chamados de hormônios tróficos ou trofinas. (TORTORA)
*Os hormônios da adeno-hipófise controlam tantas funções vitais que frequentemente a
glândula hipófise é chamada de glândula mestra do organismo. Em geral, podemos dizer
que os hormônios da adeno-hipófise controlam o metabolismo, o crescimento e a
reprodução, todos processos muito complexos.
-Um hormônio da adeno-hipófise, a prolactina (PRL),controla a produção de leite (lactação)
nas mamas femininas.
-O hormônio do crescimento (GH, growth hormone; também chamado de somatotrofina)
afeta o metabolismo de diversos tecidos,além de estimular a produção hormonal pelo
fígado.
A prolactina e o hormônio de crescimento são os únicos dois hormônios da adeno-
hipófise que possuem hormônios hipotalâmicos inibidores. (SILVERTHORN)

Os outros quatro hormônios da adeno-hipófise possuem outra glândula endócrina


como seu alvo primário.
O hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), conhecidos
coletivamente como gonadotrofinas, foram originalmente assim denominados em
razão de seus efeitos sobre os ovários, mas ambos atuam também sobre os
testículos. O hormônio estimulante da tireóide (TSH) controla a síntese e a
secreção hormonal da glândula tireóide. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
(ou adrenocor-ticotrofina) atua em certas células do córtex da glândula suprarrenal
para controlar a síntese e a liberação do hormônio esteróide cortisol.
(SILVERTHORN)

3.2- Trato hipotálamo-hipofisial

Embora não sintetize hormônios, a neuro-hipófise armazena e libera dois


hormônios. É composta por axônios e terminais axônicos de mais de 10.000
células hipotalâmicas neurossecretoras. Os corpos celulares das células
neurossecretoras se encontram nos núcleos paraventricular e supraóptico do
hipotálamo; seus axônios formam o trato hipotálamo-hipofisial. Esse trato começa
no hipotálamo e termina perto de capilares sanguíneos na neuro-hipófise.
Os corpos das células neuronais dos dois núcleos paraventricular e supraóptico
sintetizam o hormônio ocitocina (OT) e o hormônio antidiurético (ADH), também
chamado de vasopressina. Os terminais axônicos na neurohipófise são associados à
neuróglia especializada chamada de pituitócitos. Essas células apresentam uma
função de suporte similar a dos astrócitos.
Após sua produção nos corpos celulares das células neurossecretoras, a ocitocina
e o hormônio antidiurético são envolvidos em vesículas secretoras, que se
movimentam por transporte axônico rápido até os terminais axônicos na neuro-
hipófise, onde são armazenados até que impulsos nervosos desencadeiam a
exocitose e a liberação hormonal.
O sangue chega à neuro-hipófise pelas artérias hipofisárias inferiores, ramos da
artéria carótida interna. Na neuro-hipófise, as artérias hipofisárias inferiores
drenam para o plexo capilar do infundíbulo, uma rede capilar que recebe a
ocitocina e o hormônio antidiurético secretados.
Desse plexo, os hormônios passam para as veias porto-hipofisárias posteriores
para serem distribuídos às células-alvo em outros tecidos. (TORTORA)

4- Explicar os fenômenos de feedback hormonais


A retroalimentação nessas vias seguem um padrão diferente. Em vez de a resposta
agir como um sinal de retroalimentação negativa, os próprios hormônios são o
sinal de retroalimentação. Nos eixos hipotálamo-adeno-hipófise, a forma
dominante de retroalimentação é a retroalimentação negativa de alça longa, em
que o hormônio secretado pela glândula endócrina periférica “retroalimenta” a
própria via inibindo a secreção dos seus hormônios hipotalâmicos e adeno-
hipofisários. Em vias com dois ou três hormônios em sequência, o hormônio
seguinte na sequência normalmente retroalimenta para suprimir o(s)
hormônio(os) que controla(m) a sua secreção. A grande exceção à via de
retroalimentação negativa de alça longa são os hormônios ovarianos, estrogênio e
progesterona, em que a retro-alimentação é alternada entre positiva e negativa.
Alguns hormônios da hipófise também exibem retroalimentação negativa de alça
curta e ultracurta.
Em uma retroalimentação negativa de alça curta, o hormônio da hipófise
retroalimenta a via, diminuindo a secreção hormonal pelo hipotálamo. A
prolactina, o GH e o ACTH apresentam retroalimentação negativa de alça curta.
Também pode haver retroalimentação de alça ultracurta na hipófise e no
hipotálamo, onde um hormônio atua como um sinal autócrino ou parácrino para
influenciar a célula que o secreta. As vias de retroalimentação de alça curta são
normalmente secundárias às vias de alças longas que são mais significantes.
Uma razão pela qual os hormônios devem ser o sinal de retroalimentação nestes
reflexos endócrinos complexos é que, na maioria das vias hormonais da adeno-
hipófise, não existe uma resposta única que o corpo consiga monitorar
facilmente. Os hormônios atuam sobre múltiplos tecidos e possuem efeitos
diferentes, às vezes sutis, em diferentes tecidos. (SILVERTHORN)

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