Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diencéfalo e telencéfalo 1
Data: 09/09/21
Revisão
O encéfalo primitivo do embrião sofre dilatações e forma vesículas encefálicas. Uma delas é
o prosencéfalo, que dará origem ao telencéfalo e o diencéfalo.
Cérebro:
1. Diencéfalo;
2. Telencéfalo.
Diencéfalo
Divisão do diencéfalo
Separados pelo sulco
hipotalâmico temos o tálamo e
hipotálamo. Lateralmente ao
hipotálamo, separando o
diencéfalo do mesencéfalo,
temos o sub-tálamo. Por fim, na
parte mais posterior, temos o
epitálamo.
O líquido dos ventrículos
laterais escoa para o terceiro
ventrículo pelo forame
interventricular (um pouco
abaixo do fórnice (sobrancelha
acima do tálamo).
No diencéfalo,
observamos três recessos
(entradinhas marcadas em
azul):
Recesso supraóptico;
Recesso do
infundíbulo;
Recesso pineal.
Duas massas ovoides de substância cinzenta separadas pelo terceiro ventrículo, que divide
os tálamos esquerdo e direito. A parte mais dilatada e posterior do tálamo é chamada de pulvinar do
tálamo. Sua principal função é sensitiva.
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
Vemos que o tálamo dilata à frente (tubérculo anterior do tálamo) e atrás (pulvinar do
tálamo). 66% das pessoas têm conexão entre tálamo direito e esquerdo (aderência intertalâmica –
substância cinzenta).
Corpo geniculado medial (via auditiva) e corpo geniculado lateral (via óptica) pertencem ao
que se chama de metatálamo, muitas vezes considerada uma parte do próprio tálamo.
Hipotálamo
Epitálamo
Subtálamo
Ventrículos cerebrais
Região medial:
a. Dorsomedial/Medial dorsal: está entre os núcleos da região mediana e a lâmina
medular interna. As fibras aferentes originam-se no hipotálamo, corpo amigdaloide
(telencéfalo – lobo temporal) e córtex pré-frontal (telencéfalo – lobo frontal). As
fibras eferentes se dirigem ao córtex pré-frontal. Sua função é emoção, atenção
e iniciativa (relação com a concentração – modificações nessa área se relacionam
ao TDAH);
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
Hipotálamo
O hipotálamo possui 3 regiões no eixo crânio-caudal. Além disso, no eixo transversal, são
divididas em medial e lateral (separadas pelo fórnice).
Supraóptica ou quiasmática: Possui diversos núcleos, dentre eles o supraquiasmático. É
importante para os ciclos circadianos (recebe fibras da retina. Relógio biológico dia-noite). Os
ritmos circadianos não são regidos apenas por esse núcleo, mas ele é o centro dessa
regulação (recebe informações do corpo, principalmente em relação à luz, alimentação,
dentre outros, e responde alterando temperatura, níveis de cortisol, variação nos hormônios
do crescimento, sexuais etc.);
Tuberal: inclui os núcleos dorsomedial, ventromedial, arqueado e hipotalâmico lateral.
Dorsomedial e ventromedial (centro da saciedade) estão na porção medial do hipotálamo. Na
porção lateral, o núcleo hipotalâmico lateral constitui o centro da fome. Hoje, sabe-se que
há protagonismo do núcleo paraventricular na regulação da fome;
Mamilar: corpo mamilar faz conexões do sistema límbico.
que apenas o hipotálamo), uma vez que a anedonia (ausência de vontade) é parte sintomática
importante de uma pessoa depressiva.
Alguns núcleos hipotalâmicos têm relação direta com a produção de serotonina. Os inibidores
da recaptação de serotonina atuam mantendo a serotonina por mais tempo na fenda sináptica, o
que melhora o humor das pessoas depressivas. Mas esses medicamentos possuem efeitos sobre outros
órgãos variados (ossos, intestino, músculos, dentre outros). Os medicamentos, portanto, tem efeitos
colaterais importantes que devem ser considerados.
O comportamento motivacional do hipotálamo possui suas variantes:
Comportamentos motivacionais I: manter a temperatura, controle de fome e sede;
Comportamentos motivacionais II: sexo;
Comportamentos motivacionais III: lazer, vínculos afetivos.
O hipotálamo ainda regula a diurese (ADH), possui conexão com a neurohipófise (ADH e
ocitocina) e adenohipófise (hormônios que estimulam ou inibem a produção de outros hormônios pela
hipófise – LH, FSH, TSH, GmRH, ACTH etc.).
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
Telencéfalo
O SNC se divide em encéfalo e medula espinal. Encéfalo
se divide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O
cérebro, por sua vez, é dividido em diencéfalo e
telencéfalo. Por fim, o telencéfalo é composto por:
Fissura longitudinal;
Hemisférios cerebrais: em cada um dos hemisférios,
encontramos o córtex cerebral (substância cinzenta
externa), centro branco medular, núcleos da base
(substância cinzenta interna) e ventrículos laterais:
(1º e 2º; o terceiro ventrículo é do diencéfalo e
o 4º é do tronco encefálico).
Na imagem, divididos pelo sulco intraparietal, temos os lóbulos parietal superior e parietal
inferior. São como giros, mas por serem maiores recebem o nome de lóbulo (não confundir com lobo).
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
O lóbulo parietal inferior é dividido em giro supramarginal (curvado em torno no ramo posterior do
sulco lateral) e o giro angular (curvado em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal
superior).
Face superolateral
Face medial
A porção final e afunilada do giro do cíngulo é denominada istmo do giro do cíngulo (demarcada
em círculo vermelho);
Posteriormente ao sulco do giro do cíngulo, temos o sulco subparietal (demarcado em
retângulo verde);
Corpo caloso é composto de fibras mielínicas que cruzam a linha sagital e penetram em cada
hemisfério do telencéfalo, no centro branco medular. Quando o joelho do corpo caloso vai
ficando fino é denominado rostro do corpo caloso, o qual culmina na comissura anterior;
Abaixo comissura anterior temos a delgada lâmina terminal. Posteriormente à comissura
anterior, temos a coluna do fórnice.
O fórnice é um feixe de fibras que possuem
duas partes laterais simétricas, as colunas do
fórnice, as quais se unem para formar o
corpo do fórnice, que depois se separa e
forma as pernas do fórnice. As colunas do
fórnice terminam na altura dos corpos
mamilares (hipotálamo);
Abaixo do sulco colateral e posteriormente
ao giro temporal inferior, temos um pequeno
giro denominado giro lingual (demarcado em retângulo roxo);
O septo pelúcido possui duas lâminas de tecido nervoso que separam os ventrículos laterais;
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
O sulco calcarino está no lobo occipital, e seus lábios formam a área visual (área estriada);
O lóbulo paracentral recebe esse nome porque na sua parte superior podemos ver o final
do sulco central, que destaca-se na vista superolateral do telencéfalo.
o Porção anterior do lóbulo paracentral: área motora – perna e pé;
o Porção posterior do lóbulo paracentral: área sensitiva – perna e pé;
Área septal está abaixo do rostro do corpo caloso e à frente da lâmina terminal, e é
considerada um centro de prazer do cérebro;
A parte anterior do giro parahipocampal se relaciona à memória, e é uma das primeiras
partes a ser lesionada na doença de Alzheimer.
Face inferior
Córtex cerebral
Área de Wernicke: 22 - área de compreensão da fala. Uma pessoa com AVC nessa área não
vai entender o que o outro fala, além de não conseguir falar por falta de compreensão –
afasia de Wernicke;
Área auditiva: 41, 42 (primária) – giro temporal transverso anterior; 22 (secundária) – lobo
temporal, adjacente à área primária.
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
Área visual: 17 (primária) – lábios do sulco calcarino; 18, 19, 20, 21, 37 – lobo occipital e temporal;
Área somestésica (sensitiva): 3, 1, 2 (primária) – giro pós-central; 5 e parte do 7 (secundária)
– lóbulo parietal superior;
Área motora: 4 (primária); 6 (secundária – mais anterior) – giro pré-central;
Área olfatória: 34 (vista medial) – parte anterior do unco e giro parahipocampal.
Citoarquitetura do córtex cerebral
O córtex cerebral é substância cinzenta que pode estar distribuída de duas formas:
Alocórtex (aloca – de qualquer jeito): não possui 6 camadas nítidas. É 10% do córtex;
Isocórtex: possui 6 camadas nítidas. É 90% do córtex.
o Homotípico: apresenta as seis camadas bem bonitas, individualizadas. (Homossexual
que respeita as individualidades);
o Heterotípico: apresenta mais áreas de um determinado tipo celular em detrimento
dos outros. (Heterotop escroto, egoísta e que favorece os interesses de um grupo):
Áreas sensitivas: apresentam
uma maior área granular. Um
exemplo é o giro pós-central,
com mais células granulares
(aferentes);
Áreas motoras: apresentam
uma maior área agranular. Um
exemplo é o giro pré-central,
com mais células piramidais
(motoras, eferentes).
Classificação filogenética do córtex cerebral
Filogeneticamente, nosso córtex tem partes mais antigas e partes mais novas relacionadas
à evolução filogenética das espécies.
Arquicórtex (alocórtex): mais antigo,
relacionado à formação hipocampal;
Paleocórtex (alocórtex): intermediário, se
relaciona ao unco e parte do giro parahipocampal.
Neocórtex (isocórtex): parte mais recente.
Compõe 90% do nosso córtex cerebral.
Anatomia
Diencéfalo e telencéfalo 1
Distribuídas no lobo parietal, temporal e occipital. O lobo occipital está em sua maioria
relacionado à visão. As áreas de projeção (primárias) se relacionam à sensação do estímulo, enquanto
as áreas de associação (secundárias) se relacionam à percepção de características específicas do
estímulo. A iniciativa para fazer algo com aquilo que foi estimulado sensitivamente nas áreas primária
e secundária é uma outra área: algumas áreas do sistema límbico (emocional) que podem culminar em
áreas terciárias (raciocínio, comportamento, cognição – córtex pré-frontal. Área 10, 11, 12, 46,
dentre outras).
1.1. Área somestésica:
a) Primária:
Problemas nessa área podem decorrer de AVC na artéria cerebral média ou artéria cerebral
anterior. Com isso, há perda discriminativa (não reconhece local do corpo tocado, graus de
temperatura, peso ou textura dos objetos). A sensibilidade protopática (tato grosseiro, sensibilidade
térmica e dolorosa) permanece quase inalterada, pois a consciência delas ocorre já no tálamo.
b) Secundária:
a) Primária:
Área 17 de Brodmann. Também chamada de córtex estriado, está nos lábios do sulco calcarino
e relaciona-se com a visão. A metade superior da retina projeta-se no lábio superior, enquanto a
metade inferior da retina projeta-se no lábio inferior. Isso também vale para porções anterior e
posterior (essa correspondência chama-se retinotopia). Ela enxerga que tem algo na frente esboço
primitivo, contorno), mas não sabe nada sobre o que é. É o famoso ditado “olha mas não vê”.
b) Secundária:
Áreas 18, 19, 20, 21, 37 de Brodmann (se estendem a quase todo lobo temporal). Identifica
se o objeto está em movimento ou parado, quais são as cores. Em resumo, discrimina o que estamos
vendo. Algumas se relacionam à memória visual. Não precisamos saber a função de cada área
específica. Existem diferentes vias:
Via ventral: cores, reconhecimento de objetos e de faces;
Via dorsal: movimento, velocidade, representação espacial do objeto.
2. Área motora:
a) Primária: (M1)
b) Secundária:
Área 6 de Brodmann.
Área pré-motora (APM): mais posterior, perto de M1 (lobo frontal). Menos excitável
que M1, determina movimento de grandes grupos como tronco e base dos membros.
Relaciona-se com uma postura básica para execução dos movimentos. Sua principal
função é planejamento motor;
Área motora suplementar (AMS): mais anterior, distante de M1 (lobo frontal). Sua
principal função também é o planejamento motor.