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Anatomia

Diencéfalo e telencéfalo 1

Data: 09/09/21

Revisão
O encéfalo primitivo do embrião sofre dilatações e forma vesículas encefálicas. Uma delas é
o prosencéfalo, que dará origem ao telencéfalo e o diencéfalo.
Cérebro:

1. Diencéfalo;
2. Telencéfalo.
Diencéfalo

É de difícil visualização pois fica coberto pelo nosso


telencéfalo que é muito desenvolvido. Para estudá-
lo, portanto, precisamos seccionar o cérebro. O
melhor corte para seu estudo é o sagital mediano.
No corte podemos ver o cerebelo e o tronco
encefálico separados pelo quarto ventrículo. Acima
do tronco encefálico temos uma região mais
escura, pequena, que é o diencéfalo (diretamente
relacionado com terceiro ventrículo).
Temos o diencéfalo direito e o esquerdo, divididos por
uma cavidade que é o terceiro ventrículo (demarcado na
imagem). Esse ventrículo é cheio de líquor produzido pelo plexo
coroide (células ependimárias revestidas por pia-máter e vasos
sanguíneos) tanto do terceiro quanto do quarto ventrículo. Um
ventrículo se comunica com o outro através do aqueduto do
mesencéfalo. Se eu tocar no teto e parede anterior do
terceiro ventrículo, isso já é telencéfalo.
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Diencéfalo e telencéfalo 1

Divisão do diencéfalo
Separados pelo sulco
hipotalâmico temos o tálamo e
hipotálamo. Lateralmente ao
hipotálamo, separando o
diencéfalo do mesencéfalo,
temos o sub-tálamo. Por fim, na
parte mais posterior, temos o
epitálamo.
O líquido dos ventrículos
laterais escoa para o terceiro
ventrículo pelo forame
interventricular (um pouco
abaixo do fórnice (sobrancelha
acima do tálamo).
No diencéfalo,
observamos três recessos
(entradinhas marcadas em
azul):
 Recesso supraóptico;
 Recesso do
infundíbulo;
 Recesso pineal.

Anatomia macroscópica do diencéfalo


Tálamo

Duas massas ovoides de substância cinzenta separadas pelo terceiro ventrículo, que divide
os tálamos esquerdo e direito. A parte mais dilatada e posterior do tálamo é chamada de pulvinar do
tálamo. Sua principal função é sensitiva.
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Vemos que o tálamo dilata à frente (tubérculo anterior do tálamo) e atrás (pulvinar do
tálamo). 66% das pessoas têm conexão entre tálamo direito e esquerdo (aderência intertalâmica –
substância cinzenta).
Corpo geniculado medial (via auditiva) e corpo geniculado lateral (via óptica) pertencem ao
que se chama de metatálamo, muitas vezes considerada uma parte do próprio tálamo.

Hipotálamo

O hipotálamo está abaixo do sulco


hipotalâmico e é rico em corpos celulares de
neurônios. A lâmina terminal e a comissura
anterior fazem parte do telencéfalo. Ele possui
algumas regiões como suprá-óptica, tuberal,
mamilar, lateral e medial. Sua principal função é
o controle da atividade visceral (regula sistema
nervoso autônomo e glândulas endócrinas).
 Quiasma óptico: cruzamento dos nervos ópticos. Relação com luz e ciclo circadiano;
 Infundíbulo: haste que prende o hipotálamo na hipófise (eixo hipotálamo-hipofisário);
 Túber cinéreo: continuação do infundíbulo, em direção ao pedúnculo cerebral;
 Corpo mamilar: estrutura arredondada importante para o sistema límbico (conexões
com várias partes do telencéfalo e diencéfalo que formam o sistema límbico relacionado às
funções de memória e emoções).
 Hipófise: é uma glândula, podendo não ser considerada parte do hipotálamo. A parte
anterior é chamada de adenohipófise. A parte posterior, neurohipófise.
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Epitálamo

O epitálamo é a parte posterior do diencéfalo. Possui algumas regiões importantes:


 Trígono das habênulas: dois trígonos nas laterais do terceiro ventrículo. É o local com
mais conexões com o resto do SNC. Podem ter um papel relevante nos casos de depressão;
 Estria medular do tálamo: une habênula com área septal na parte anterior (contorna
o terceiro ventrículo). Muito importante para integrar funções emocionais relacionadas ao
sistema límbico, como agressividade, comportamento sexual, dentre outros;
 Comissura das habênulas: união entre os trígonos das habênulas;
 Glândula pineal: fixada na comissura das habênulas. Produtora de melatonina;
 Comissura posterior: Está escondida pela glândula
pineal. Região por onde passam axônios responsáveis por
integrar o reflexo consensual fotomotor. Isso ocorre
porque a luz que incide sobre um lado contrai a pupila do
outro lado. Esse cruzamento ocorre justamente na
comissura posterior, permitindo que os núcleos do nervo
oculomotor direito e esquerdo se comuniquem.

Subtálamo

Região de transição entre diencéfalo e tronco cerebral.


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Ventrículos cerebrais

No nosso cérebro, temos o 4º ventrículo entre cerebelo e tronco encefálico, o 3º ventrículo


separando os dois tálamos e 2 ventrículos laterais, um de cada lado, os quais conectam uma parte
superior a outra bem inferior. Em uma vista coronal, os ventrículos laterais se abrem da parte medial
à lateral como um C (lado direito) e um C invertido (lado esquerdo).
O 3º e o 4º ventrículo se comunicam pelo aqueduto cerebral. Já a comunicação do 3º
ventrículo com os ventrículos laterais ocorre pelos forames interventriculares (Monro).
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As delimitações do 3º ventrículo são:


 Assoalho: quiasma óptico, o túber
cinéreo e o infundíbulo, os corpos mamilares, a
substância perfurada posterior e a parte mais
superior do tegmento do mesencéfalo;
 Parede posterior: haste da glândula
pineal, comissura posterior e comissura das
habênulas;
 Teto: tela coroide e plexos coroides do 3º ventrículo, abaixo do corpo do fórnice (que
pertence ao telencéfalo). Na parte mais anterior do plexo, podemos ver o forame
interventricular;
 Parede anterior: delicada lâmina terminal, bem como a comissura anterior e a coluna
anterior do fórnice;
 Observação: na imagem, estamos vendo a parede lateral direita do 3º ventrículo.

Anatomia microscópica e funcional do diencéfalo


Tálamo

A linha medular externa é uma


camada de substância branca que
delimita lateralmente o tálamo. Já a
linha medular interna possui forma de
y e divide o tálamo em porção
anterior, medial, mediana, lateral e
posterior.
 Região anterior: núcleos
anteriores estão no nível do
tubérculo anterior. As fibras
aferentes têm origem no corpo mamilar (hipotálamo) e integram o circuito de Papez (conexão
com o sistema límbico), que regula o comportamento emocional. As fibras eferentes vão para
o giro do cíngulo (córtex pré-frontal);

 Região medial:
a. Dorsomedial/Medial dorsal: está entre os núcleos da região mediana e a lâmina
medular interna. As fibras aferentes originam-se no hipotálamo, corpo amigdaloide
(telencéfalo – lobo temporal) e córtex pré-frontal (telencéfalo – lobo frontal). As
fibras eferentes se dirigem ao córtex pré-frontal. Sua função é emoção, atenção
e iniciativa (relação com a concentração – modificações nessa área se relacionam
ao TDAH);
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b. Interlaminares: as fibras aferentes saem da formação reticular (rede de fibras


na parte central do tronco encefálico) e as eferentes se dirigem ao córtex
cerebral. Sua função se relaciona ao sistema de sono e vigília (manutenção da vigília);
 Região lateral: dividida em dorsal ou superior e ventral ou inferior.
a. VA e VL: ventral anterior e ventral lateral. Tem função de motricidade, controle
dos movimentos. A cirurgia de talamotamia estereotáxica destrói o núcleo lateral
do tálamo e acaba com os tremores do Parkinson em 80% dos casos;
b. VPL e VPM: ventral posterolateral e ventral posteromedial. Ambos se relacionam
com a sensibilidade, enviando as informações para o córtex do giro pós-central (lobo
parietal). VPL atua na sensibilidade somática (tátil, térmica, dolorosa – incluindo a
conscientização da dor - e de propriocepção) do hemicorpo contralateral (parte
lateral – membros inferiores; parte medial – membros superiores). VPM atua na
sensibilidade somática geral e gustação (também do lado oposto, mas apenas da
cabeça). Síndrome talâmica é uma alteração sensorial que causa dor intensa no lado
oposto à patologia;
 Corpos geniculados: o corpo geniculado lateral se relaciona à visão (fibras aferentes +
fibras eferentes que se dirigem à área 17 de Brodmann no sulco calcarino do lobo occipital),
enquanto corpo geniculado medial se relaciona com a audição (fibras aferentes + fibras
eferentes que se dirigem à área 41 de Brodmann, no giro transverso anterior do lobo
temporal). Hemianopsia lateral homônima é uma lesão do corpo geniculado lateral, e provoca
a perda da metade do campo visual contralateral. “Ouvimos, então olhamos para o lado a
fim de ver o que era.”
Epitálamo

 Comissura posterior: as células ependimárias dessa região formam o órgão subcomissural,


relacionado ao controle do volume plasmático mediante receptores para angiotensina II;
 Trígono das habênulas: relacionadas às emoções. Múltiplas conexões com áreas
dopaminérgicas, serotoninérgicas e noradrenérgicas. Integram o sistema límbico. Núcleos
habenulares (medial e lateral) de cada lado se conectam através da comissura das habênulas;
 Glândula pineal: nos vertebrados inferiores, ela é um órgão relacionado à retina (visão
– ideia de terceiro olho em livros místicos). Tecido conjuntivo frouxo rico em mastócitos,
micróglias, vasos sanguíneos e pinealócitos (que secretam a melatonina, com importante papel
na regulação do sono. Também se relaciona aos hormônios gonadotróficos). A glândula pineal
começa a regredir a partir dos 7 anos (é normal se apresentar calcificada na idade adulta).
Basicamente, quando há luz ocorre inibição da produção de melatonina. Sem luz, ocorre o
inverso, estimulando a produção de melatonina a partir de serotonina. Por isso, participa da
regulação de ciclos circadianos (inclusive o ciclo vigília-sono). Há relações do corpo pineal com
o sistema imune.
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Hipotálamo

O hipotálamo rege o sistema nervoso autônomo, o qual efetiva os processos fisiológicos de


homeostase corporal. Além disso, controla as funções metabólicas, endócrinas e viscerais, além de
participar do controle do sono e influir no comportamento afetivo-emocional (integração do sistema
límbico).

O hipotálamo possui 3 regiões no eixo crânio-caudal. Além disso, no eixo transversal, são
divididas em medial e lateral (separadas pelo fórnice).
 Supraóptica ou quiasmática: Possui diversos núcleos, dentre eles o supraquiasmático. É
importante para os ciclos circadianos (recebe fibras da retina. Relógio biológico dia-noite). Os
ritmos circadianos não são regidos apenas por esse núcleo, mas ele é o centro dessa
regulação (recebe informações do corpo, principalmente em relação à luz, alimentação,
dentre outros, e responde alterando temperatura, níveis de cortisol, variação nos hormônios
do crescimento, sexuais etc.);
 Tuberal: inclui os núcleos dorsomedial, ventromedial, arqueado e hipotalâmico lateral.
Dorsomedial e ventromedial (centro da saciedade) estão na porção medial do hipotálamo. Na
porção lateral, o núcleo hipotalâmico lateral constitui o centro da fome. Hoje, sabe-se que
há protagonismo do núcleo paraventricular na regulação da fome;
 Mamilar: corpo mamilar faz conexões do sistema límbico.

O hipotálamo ainda se relaciona às funções do comportamento motivacional. Se essa


motivação está no hipotálamo, o que ocorre no caso de lesão das áreas ligadas a essas funções? No
caso da motivação, há perda dela, ocasionando desmotivação.
Não podemos confundir desmotivação (falta de vontade de fazer algo) com depressão (muito
além da desmotivação, envolvendo uma série de fatores e sintomas). O hipotálamo atua na
motivação/desmotivação, mas de forma indireta pode ter relação com a depressão (que envolve mais
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Diencéfalo e telencéfalo 1

que apenas o hipotálamo), uma vez que a anedonia (ausência de vontade) é parte sintomática
importante de uma pessoa depressiva.
Alguns núcleos hipotalâmicos têm relação direta com a produção de serotonina. Os inibidores
da recaptação de serotonina atuam mantendo a serotonina por mais tempo na fenda sináptica, o
que melhora o humor das pessoas depressivas. Mas esses medicamentos possuem efeitos sobre outros
órgãos variados (ossos, intestino, músculos, dentre outros). Os medicamentos, portanto, tem efeitos
colaterais importantes que devem ser considerados.
O comportamento motivacional do hipotálamo possui suas variantes:
 Comportamentos motivacionais I: manter a temperatura, controle de fome e sede;
 Comportamentos motivacionais II: sexo;
 Comportamentos motivacionais III: lazer, vínculos afetivos.
O hipotálamo ainda regula a diurese (ADH), possui conexão com a neurohipófise (ADH e
ocitocina) e adenohipófise (hormônios que estimulam ou inibem a produção de outros hormônios pela
hipófise – LH, FSH, TSH, GmRH, ACTH etc.).
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Telencéfalo
O SNC se divide em encéfalo e medula espinal. Encéfalo
se divide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O
cérebro, por sua vez, é dividido em diencéfalo e
telencéfalo. Por fim, o telencéfalo é composto por:

 Fissura longitudinal;
 Hemisférios cerebrais: em cada um dos hemisférios,
encontramos o córtex cerebral (substância cinzenta
externa), centro branco medular, núcleos da base
(substância cinzenta interna) e ventrículos laterais:
 (1º e 2º; o terceiro ventrículo é do diencéfalo e
o 4º é do tronco encefálico).

Córtex cerebral do telencéfalo

Ele é o local da conscientização dos


estímulos. É o destino dos impulsos das vias sensitivas.
Além disso, é o local onde comandamos o início dos
movimentos voluntários.
Mas o córtex não serve apenas para sentir
e mexer. É nele que temos:
 Percepção: processo que nos permite
conectar ao mundo, basicamente através
dos sentidos. Pode ser visual, auditiva, olfatória, gustativa, do tato;
 Aprendizado;
 Cognição: é uma instância muito grande de funções corticais. Envolve inteligência, atenção,
função executiva (série de habilidades para contornar as distrações – raciocínio, flexibilidade
cognitiva, memória de trabalho, que é lembrar o que acabou de ler, por exemplo, para
entender as próximas páginas), memória, linguagem, habilidades viso espaciais, funções
psicomotoras. Inteligência envolve propor soluções criativas e pragmáticas sobre o que fazer
em determinadas situações. Às vezes, existem pessoas inteligentes sem uma boa base
cognitiva por serem desatentos, ter péssima memória, dentre outros. Num paciente com
Alzheimer, há uma perda global cognitiva por atrofia generalizada do cérebro. Começa com
atrofia do hipocampo (memória), podendo progredir para a perda da fala, funções
psicomotoras, dentre outras perdas corticais.
O córtex cerebral pode ser estudado a partir de 4 classificações:
 Anatômica;
 Citoarquitetural;
 Filogenética;
 Funcional.
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Classificação anatômica do córtex cerebral do telencéfalo


O córtex é dividido em 5 lobos
relacionados aos ossos do crânio que os
envolvem. Vemos que o córtex tem sulcos e giros.
Sulcos são como as fissuras do cerebelo,
enquanto giros são como as folhas.
Vamos dividir os sulcos e giros entre a
face superolateral, face medial e face inferior
(tem aulas gravadas com as peças do
departamento de morfologia). A sugestão do
professor é que aprendamos os sulcos e giros
desenhando.
Exemplo:
 Sulcos da face superolateral: sulco lateral
(separa frontal do temporal) e sulco central
(separa frontal do parietal). Tem os sulcos
frontal superior e frontal inferior, temporal
superior e temporal inferior, e sulco
intraparietal.

 Giros da face superolateral: giro frontal


superior, giro frontal médio, giro frontal
inferior; giro temporal médio, giro temporal
superior, giro temporal inferior; lóbulo parietal
superior e lóbulo parietal inferior (lóbulo é
quando o giro é muito grande. Cuidar para
não confundir com lobo).
O sulco central divide dois giros. Giro pré-
central que é a área motora primária, de
onde sai o trato corticoespinal que executa
o movimento e giro pós-central que é a área
da sensibilidade (discrimina a sensibilidade).
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O telencéfalo compreende os dois


hemisférios e a lâmina terminal
localizada na frente do 3º ventrículo.
Os hemisférios são unidos pelo corpo
caloso, e abrigam os ventrículos
laterais, que se comunicam com o 3º
ventrículo pelos forames
interventriculares.
Os dois sulcos mais importantes
desta face são o sulco central e o
sulco lateral (com ramo anterior,
ascendente e posterior). Eles dividem
o telencéfalo em lobos: frontal,
parietal, temporal e occipital. Apenas o occipital tem relação funcional, com a visão. Abaixo do lobo
temporal tem a ínsula, que não se relaciona com nenhum osso craniano.

O sulco central divide dois giros muito importantes:


 Giro pré-central: relacionado à motricidade (área motora primária);
 Giro pós-central: relacionado à sensibilidade (discriminação sensível).

Na imagem, divididos pelo sulco intraparietal, temos os lóbulos parietal superior e parietal
inferior. São como giros, mas por serem maiores recebem o nome de lóbulo (não confundir com lobo).
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O lóbulo parietal inferior é dividido em giro supramarginal (curvado em torno no ramo posterior do
sulco lateral) e o giro angular (curvado em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal
superior).
Face superolateral

Polos são as três “extremidades” do


telencéfalo, denominadas de polo frontal, polo
temporal e polo occipital.

O giro frontal inferior é denominado Área


de Broca, relacionado com a linguagem. Este giro é
subdividido em parte orbital (anterior ao ramo
anterior do sulco lateral), parte triangular (entre
ramo anterior e ascendentes do sulco lateral) e
parte opercular (posterior ao ramo ascendente do
sulco lateral, anterior ao sulco pré-lateral).
Quando retiramos parte do lobo frontal e
parietal, temos acesso a um giro que fica escondido,
o giro da ínsula. Ele é composto por 3 giros curtos
da ínsula e 1 giro longo da ínsula, além do sulco
central da ínsula. Por fim, nessa mesma face
podemos encontrar os sulcos e giros transversos. O
giro temporal transverso anterior se relaciona com
a audição.
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Face medial

 A porção final e afunilada do giro do cíngulo é denominada istmo do giro do cíngulo (demarcada
em círculo vermelho);
 Posteriormente ao sulco do giro do cíngulo, temos o sulco subparietal (demarcado em
retângulo verde);
 Corpo caloso é composto de fibras mielínicas que cruzam a linha sagital e penetram em cada
hemisfério do telencéfalo, no centro branco medular. Quando o joelho do corpo caloso vai
ficando fino é denominado rostro do corpo caloso, o qual culmina na comissura anterior;
 Abaixo comissura anterior temos a delgada lâmina terminal. Posteriormente à comissura
anterior, temos a coluna do fórnice.
 O fórnice é um feixe de fibras que possuem
duas partes laterais simétricas, as colunas do
fórnice, as quais se unem para formar o
corpo do fórnice, que depois se separa e
forma as pernas do fórnice. As colunas do
fórnice terminam na altura dos corpos
mamilares (hipotálamo);
 Abaixo do sulco colateral e posteriormente
ao giro temporal inferior, temos um pequeno
giro denominado giro lingual (demarcado em retângulo roxo);
 O septo pelúcido possui duas lâminas de tecido nervoso que separam os ventrículos laterais;
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 O sulco calcarino está no lobo occipital, e seus lábios formam a área visual (área estriada);
 O lóbulo paracentral recebe esse nome porque na sua parte superior podemos ver o final
do sulco central, que destaca-se na vista superolateral do telencéfalo.
o Porção anterior do lóbulo paracentral: área motora – perna e pé;
o Porção posterior do lóbulo paracentral: área sensitiva – perna e pé;
 Área septal está abaixo do rostro do corpo caloso e à frente da lâmina terminal, e é
considerada um centro de prazer do cérebro;
 A parte anterior do giro parahipocampal se relaciona à memória, e é uma das primeiras
partes a ser lesionada na doença de Alzheimer.
Face inferior

 O giro reto, em direção à parte


superior do telencéfalo, se continua
com o giro frontal superior;
 Bulbo olfatório é uma dilatação
de substância cinzenta que continua
posteriormente com o trato
olfatório. É o bulbo que recebe os
filamentos do nervo olfatório que
saem da lâmina cribriforme do osso
etmoide;

Córtex cerebral

Brodmann separou o cérebro em 52


áreas diferentes histologicamente (no ser
humano, são reconhecidas 43 áreas
funcionais).
 Área de Broca: 44, 45 – giro
frontal inferior. linguagem motora. Um
paciente com AVC nessa área compreende
o que o outro está falando, mas quando
tentar responder articulando os músculos
da fala, não vai conseguir falar – afasia de
Broca;

 Área de Wernicke: 22 - área de compreensão da fala. Uma pessoa com AVC nessa área não
vai entender o que o outro fala, além de não conseguir falar por falta de compreensão –
afasia de Wernicke;
 Área auditiva: 41, 42 (primária) – giro temporal transverso anterior; 22 (secundária) – lobo
temporal, adjacente à área primária.
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 Área visual: 17 (primária) – lábios do sulco calcarino; 18, 19, 20, 21, 37 – lobo occipital e temporal;
 Área somestésica (sensitiva): 3, 1, 2 (primária) – giro pós-central; 5 e parte do 7 (secundária)
– lóbulo parietal superior;
 Área motora: 4 (primária); 6 (secundária – mais anterior) – giro pré-central;
 Área olfatória: 34 (vista medial) – parte anterior do unco e giro parahipocampal.
Citoarquitetura do córtex cerebral

O córtex cerebral é substância cinzenta que pode estar distribuída de duas formas:
 Alocórtex (aloca – de qualquer jeito): não possui 6 camadas nítidas. É 10% do córtex;
 Isocórtex: possui 6 camadas nítidas. É 90% do córtex.
o Homotípico: apresenta as seis camadas bem bonitas, individualizadas. (Homossexual
que respeita as individualidades);
o Heterotípico: apresenta mais áreas de um determinado tipo celular em detrimento
dos outros. (Heterotop escroto, egoísta e que favorece os interesses de um grupo):
 Áreas sensitivas: apresentam
uma maior área granular. Um
exemplo é o giro pós-central,
com mais células granulares
(aferentes);
 Áreas motoras: apresentam
uma maior área agranular. Um
exemplo é o giro pré-central,
com mais células piramidais
(motoras, eferentes).
Classificação filogenética do córtex cerebral

Filogeneticamente, nosso córtex tem partes mais antigas e partes mais novas relacionadas
à evolução filogenética das espécies.
 Arquicórtex (alocórtex): mais antigo,
relacionado à formação hipocampal;
 Paleocórtex (alocórtex): intermediário, se
relaciona ao unco e parte do giro parahipocampal.
 Neocórtex (isocórtex): parte mais recente.
Compõe 90% do nosso córtex cerebral.
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Classificação funcional do córtex cerebral

Para compreender as funções,


dividimos o córtex em áreas de projeção
(primárias – exclusivamente sensitivas ou
motoras, com mais células granulares ou
piramidais) e áreas de associação
(secundárias e terciárias).
Tanto a parte motora (giro pré-
central) quanto a parte somestésica
(giro pós-central) apresentam
somatotopia, o que significa que cada
porção do giro se relaciona a uma parte específica do corpo (homúnculos de Penfield e Rasmussen).
1. Áreas sensitivas:

Distribuídas no lobo parietal, temporal e occipital. O lobo occipital está em sua maioria
relacionado à visão. As áreas de projeção (primárias) se relacionam à sensação do estímulo, enquanto
as áreas de associação (secundárias) se relacionam à percepção de características específicas do
estímulo. A iniciativa para fazer algo com aquilo que foi estimulado sensitivamente nas áreas primária
e secundária é uma outra área: algumas áreas do sistema límbico (emocional) que podem culminar em
áreas terciárias (raciocínio, comportamento, cognição – córtex pré-frontal. Área 10, 11, 12, 46,
dentre outras).
1.1. Área somestésica:

a) Primária:

É a área de sensibilidade somática do corpo


(sensibilidade geral). Está localizada no giro pós-central
(lobo parietal), que corresponde às áreas 3, 1, 2 de
Brodmann. Nessa área, chegam fibras do tálamo
(radiações talâmicas), dos núcleos VPL (ventral
posterolateral) e VPM (ventral posteromedial) que
trazem informação de temperatura, dor, pressão, tato
e propriocepção consciente do lado oposto do corpo. Para
representar a somatotopia da região (relação com
partes do corpo), há o homúnculo sensitivo (genitais, pés,
pernas, tronco, braços, mãos, cabeça, maxilar, língua e
faringe).
Podemos perceber que a área sensitiva para as mãos é muito maior que o tórax, por exemplo.
Isso ocorre tanto aqui na parte sensitiva (precisamos de mais tato nas mãos) quanto na parte
motora (movimentos finos mais complexos). O tamanho da área está relacionado à necessidade.
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Problemas nessa área podem decorrer de AVC na artéria cerebral média ou artéria cerebral
anterior. Com isso, há perda discriminativa (não reconhece local do corpo tocado, graus de
temperatura, peso ou textura dos objetos). A sensibilidade protopática (tato grosseiro, sensibilidade
térmica e dolorosa) permanece quase inalterada, pois a consciência delas ocorre já no tálamo.
b) Secundária:

Lobo parietal superior, corresponde à área 5 e parte da 7 de Brodmann. Relacionada à


capacidade de reconhecer objetos. Lesão nessa área causa agnosia tátil. Um paciente tem AVC na
área 5 e 7 identifica a textura do objeto em sua mão (área 3, 1, 2 – somestésica primária), mas não
reconhece qual objeto é.
1.2. Área visual:

a) Primária:

Área 17 de Brodmann. Também chamada de córtex estriado, está nos lábios do sulco calcarino
e relaciona-se com a visão. A metade superior da retina projeta-se no lábio superior, enquanto a
metade inferior da retina projeta-se no lábio inferior. Isso também vale para porções anterior e
posterior (essa correspondência chama-se retinotopia). Ela enxerga que tem algo na frente esboço
primitivo, contorno), mas não sabe nada sobre o que é. É o famoso ditado “olha mas não vê”.
b) Secundária:

Áreas 18, 19, 20, 21, 37 de Brodmann (se estendem a quase todo lobo temporal). Identifica
se o objeto está em movimento ou parado, quais são as cores. Em resumo, discrimina o que estamos
vendo. Algumas se relacionam à memória visual. Não precisamos saber a função de cada área
específica. Existem diferentes vias:
 Via ventral: cores, reconhecimento de objetos e de faces;
 Via dorsal: movimento, velocidade, representação espacial do objeto.

2. Área motora:

a) Primária: (M1)

Área 4 de Brodmann, ocupa a parte


posterior do giro pré-central (lobo frontal). É um
isocórtex heterotípico agranular com células piramidais
gigantes (células de Betz). Determina a execução de
movimentos do lado oposto do corpo. Relaciona-se com
o início dos episódios de epilepsia. A somatotopia
também é representada pelo homúnculo de Penfield,
desta vez o homúnculo motor. O tamanho de cada
área é proporcional à delicadeza exigida para os
movimentos.
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b) Secundária:

Área 6 de Brodmann.
 Área pré-motora (APM): mais posterior, perto de M1 (lobo frontal). Menos excitável
que M1, determina movimento de grandes grupos como tronco e base dos membros.
Relaciona-se com uma postura básica para execução dos movimentos. Sua principal
função é planejamento motor;
 Área motora suplementar (AMS): mais anterior, distante de M1 (lobo frontal). Sua
principal função também é o planejamento motor.

Assimetria das funções

90% dos destros têm o hemisfério esquerdo


dominante. Esse percentual muda para os
canhotos, dos quais 70% possuem o
hemisfério esquerdo dominante.
Os cientistas concluíram que afasias
relacionadas à linguagem e raciocínio
ocorrem muito mais por lesões do hemisfério
esquerdo (até mesmo a linguagem de sinais).
O hemisfério direito se relaciona mais às
habilidades artísticas, percepção de relações
especiais e reconhecimento da fisionomia das
pessoas. O hemisfério direito é mais artístico, holístico e sensível, enquanto o esquerdo é mais racional,
analítico, matemático e pragmático.
Dessa forma, percebemos que hemisfério dominante e não dominante assumem funções
distintas, cada um servindo para um propósito específico dentro de uma temática semelhante.
Destaca-se que essa assimetria só ocorre com as fibras de associação, e não de projeção. A
assimetria destaca a importância do corpo caloso (que comunica os hemisférios – fibras de
associação). Quando ele é seccionado (como no caso de epilepsia), a pessoa pode pegar o objeto na
mão esquerda, mas não ser capaz de descrevê-lo (porque no lado do cérebro correspondente, o
direito, não há centro de linguagem).
Pacientes com lesão no lóbulo parietal superior direito sofrem de síndromes de hemi-
negligências (só fazem a barba de um lado, só comem metade do prato etc.).

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