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Roteiro aula 5

Hormônios hipofisários e seu controle pelo hipotálamo 963

A hipófise tem duas porcões distintas – Os lobos anterior e posterior

- A hipófise ou pituitária é uma glândula pequena que se localiza na base do cérebro e é ligada ao
hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário;

- Ela contém uma região pouco vascularizada chamada “parte intermédia”, que divide a hipófise anterior
(adeno-hipófise) da hipófise posterior (neuro-hipófise);

- A hipófise anterior secreta seis hormônios peptídeos importantes (hormônio do crescimento-hGH,


adrenocorticotropina-ACTH, hormônio estimulante da tireóide-TSH, prolactina-PRL, hormônio folículo-
estimulante-FSH e hormônio luteinizante-LH);

- A hipófise posterior secreta dois hormônios peptídes importantes (hormônio antidiurético-ADH e


ocitocina);

- A hipófise anterior apresenta 5 tipos celulares distintos que produzem hormônios: somatotropos
(hGH), corticotropos (ACTH), tireotropos (TSH), gonadotropos (LH e FHS) e lactotropos (PRL);

- A composição celular da hipófise anterior é de quase metade de células somatotrópicas, uma grande
quantidade de células corticitrópicas, com o restante se dividindo em pequenas quantidades dos outros
tipos de células existentes;

- Já os hormônios da hipófise posterior são sintetizados em neurônios localizados nos núcleos


supraópticos e paraventriculares do hipotálamo, sendo chamados de neurônios magnocelulares que,
transportam os hormônios produzidos pelo citoplasme de seus longos axônios até a hipófise posterior;

O hipotálamo controla a secreção hipofisária

- Quase toda secreção da hipófise é controlada por hormônios e nervos advindos do hipotálamo;

- A hipófise posterior é controlada por neurônios originados no hipotálamo com terminações na hipófise
anterior’

- A atividade das células da hipófise anterior é controlada por “hormônios liberadores” e


hormônios/fatores hipotalâmicos inibidores produzidos pelo hipotálamo;

- Os hormônios liberadores e inibidores alcançam a hipófise anterior pela porta hipotalâmica-hipofisária,


que são pequenos vasos sanguíneos que interligam estas regiões;

- O hipotálamo recebe inúmeras informações relativas ao bem-estar do organismo, utilizadas para


controlar a secreção de seus hormônios;
- Os vasos da porta hipotalâmica-hipofisária chegam à região passando pela porção inferior do
hipotálamo, chamada de “eminência mediana” e posteriormente pelo pedúnculo hipofisário, até
chegarem na hipófise anterior;

- É na eminência mediana que se localizam as terminações de fibras nervosas originadas de diversas


regioes do hipotálamo, secretando os hormônios liberadores e inibidores hipotalâmicos que por sua vez
são captados pelo sistema porta hipotalâmico-hipofisário e levados para a hipófise anterior;

Hormônios liberadores e inibidores do hipotálamo

- Hormônio liberador de tireotropina (TRH): estimula a liberação de TSH;

- Hormônio liberador de corticotropina (CRH): estimula a liberação de ACTH;

- Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH): estimula a liberação do hGH;

- Hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH-somatostatina): inibe a liberação do hGH;

- Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH): estimula a liberação de FSH e LH;

- Hormônio inibidor da prolactina (PIH): inibe a liberação de prolactina;

Funções fisiológicas do hormônio do crescimento

- O hGH é o único hormônio da hipófise anterior que não está diretamente relacionado a função de uma
glândula alvo, atuando diretamente sobre praticamente todos os tecidos do organismo;

- hGH, hormônio somatotrófico ou somatotrofina, é um hormônio peptídico que atua estimulando o


crescimento das células de quse todos os tecidos, o número de mitoses e também sua diferenciação, em
situações específicas;

O hormônio do crescimento apresenta diversos esfeitos metabólicos

- A influência do hGH no metabolismo passa pelo aumento da síntese protéica, da mobilização e


utilização dos ácidos graxos e da redução de glicose pelo organismo;

hGH e síntese protéica

- Ainda não se sabe os mecanismos específicos de estímulo à síntese proteíca promovidos pelo hGH;

- Entretanto, alguns de seus efeitos conhecidos são capazes de suportar a deposição de proteínas nos
tecidos, tais como:

1- O aumento do transporte de aminoácidos pelas membranas celulares;


2- Estímulo da atividade de tradução do RNA pelo ribossomos, aumentando a síntese protéica mesmo
sem estoques elevados de aminoácidos no citoplasma;

3- Estímulo da transcrição nuclear de DNA formando novos RNA;

4- Redução do catabolismo de proteínas e aminoácidos, possivelmente pelo seu estímulo à degradação


e utilização das gorduras, tendo um efeito “poupador de proteína” no metaboismo energético;

hGH e utilização de gorduras como fonte de energia

- Um efeito específico do hGH é a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo (lipólise) e sua conversão
em acetilcoenzima A para utilização como fonte de energia;

- Em conjunto, o efeito de mobilização de gorduras oferecendo energia abundante ao organismo, junto


com a síntese protéica aumentada, podem promover o ganho de massa muscular;

- Um excesso de hGH pode levar ao quadro de cetose e deposição de gordura no fígado, pela grande
formação de ácido acetoacético e mobilização de gorduras acentuada;

hGH e sua redução da utilização de carboidratos

- Os efeitos do hGH sobre o metabolismo dos carboidratos incluem, a diminuição de sua captação pelos
tecidos, aumento da produção de glicose pelo fígado e aumento da secreção de insulina, estabelecendo
um ambiente diabetogênico, pela promoção da hiperglicemia e resistência à insulina;

hGH e crescimento ósseo

- O hGH é intrinsecamente associado ao crescimento do tecido ósseo, através do estímulo à proliferação


de células osteogênicas e condrocitos a conversão dos condrócitos em células ostegênicas e um
aumento da atividade de ambas;

hGH e as somatomedinas (fatores de crescimento semelhante à insulina)

- O hGH não tem seu mecanismo de ação, na maioria das vezes, atuando de forma direta sobre os
tecidos;

- As somatomedinas são proteínas formadas sob o estímulo do hGH (por exemplo no fígado ), sendo que
elas é quem são responsáveis pelo efeito direto de crescimento dos tecidos, apresentando ação
parecida com a insulina, passando a serem também denominadas de fatores de crescimento
semelhantes à insulina (IGFs);

- O hGH tem meia vida curta de aproximadamente 20 minutos, já as somatomedinas podem atuar em
torno de 20 horas, prolongando muito os efeitos do crescimento estimulados pelos picos de sercreção
do hGH;
Regulação da secreção do hormônio do crescimento

- O hGH tem um papel fundamental durante o período de crescimento do indivíduo, diminuindo


gradativamente sua liberação após a adolescênica, chegando em pessoas mais idosas a valores cerca de
75% menores do que em seu período mais elevado;

- Sabe-se que a liberação do hGH não é linear, mas sim em pulsos, havendo alguns fatores que
estimulam uma maior secrecão, como: jejum, hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos-graxos,
exercício, excitação, trauma, grelina (hormônio liberado pelo estômago antes das refeições) e nas
primeiras duas horas de sono profundo (REM-rapid eye movement);

O papel do hipotálamo, hormônio liberador do hGH e da somatostatina no controle da secreção do hGH

- O GHRH e a somatostatina são fatores liberados pelo hipotálamo que controlam a secreção de hGH ao
serem direcionados para a hipófise anterior;

- O GHRH apresenta efeito na secreção do hGH mais significativo do que a somatostatina, estimulado
em regiões do hipotálamo associadas ao controle da saciedade, estados nutricionais e emocionais
(liberação de catecolaminas, dopamina e serotonina);

- O GHRH se liga à membrana das células da hipófise ativando estruturas que atuam como segundo
mensageiro que a curto prazo aumentam a liberação de hGH pelas vesículas secretoras e a longo prazo
aumentam a transcrição nucléica responsável pela síntese de mais hGH;

Hipófise posterior e sua relação com o hipotálamo

- A hipófise posterior ou neuro-hipófise é formada de células gliais chamadas pituícitos, que não
secretam hormônios mas recebem grande número de terminações nervosas dos núcleos supraóptico e
paraventricular do hipotálamo;

- Os corpos neuronais presentes no núcleo supraóptico produzem ADH (hormônio antidiurético) e no


núcleo paraventricular produzem ocitocina e conduzidos pelos seus respectivos axônios associados à
proteínas transpotadoras chamadas neurofisinas, até a terminação nervosa presente na neuro-hipófise;

Funções fisiológicas do hormônio antidiurético

- O ADH atua diminuindo eliminação de água pelo organismo, permitindo que grande parte da água seja
reabsorvida na etapa de filtração glomerular nos rins;

- A associação do ADH nos receptores das células dos ductos coletores nos rins, promove uma cascata
de eventos que aumenta as áreas de alta permeabilidade à água, contribuindo para o importante
processo de controle da concentração da urina;
Regulação da produção do ADH

- Na região hipotalâmica existem receptores neuronais chamados osmorreceptores, capazes de


identificar a concentração do líquido extrecelular e assim estimular ou inibir a secreção de ADH;

Os efeitos vasoconstritores do ADH

- Enquanto baixíssimas quantidades de ADH regulam a quantidade de água no organismo, quantidades


mais elevadas apresentam efeito vasoconstritor sobre a esturura vascular do organismo, justificando o
nome de vasopressina que também é associado a este hormônio;

- Uma perda acentuada de sangue, fenômeno denominado de volemia, estimula uma acentuada
liberação de ADH;

- Uma baixa pressão arterial também pode desencadear o mesmo efeito, uma vez que uma baixa
estimulação de receptores de distensibilidade nos átrios e a detecção de baixa pressão pelo
barorreceptores carótidos, aórtico e pulmonares fazem soar o alarme da diminuição da pressão
sanguínea (ou perda de sangue), desencadeando a liberação de ADH em grande quantidades para que
seu efeito vasoconstritor possa amenizar o problema;

Hormônio ocitócico

- Efeitos conhecidos do hormônio ocitocina são sua atuação sobre as contrações uterinas e na liberação
de leite pelas glândulas mamárias;

- A ocitocina atua, principalmente no final da gestãção e momentos finais do trabalho de parto,


induzindo contrações uterinas mais intensas;

- Durante a amamentação, o estímulo de sucção sobre o mamilo estimula os nervos sensoriais locais
enviando informações para os neurônios no hipotálamo elevarem a liberação de ocitocina e
consequentemente a contração das células mioepiteliais no entorno das glândulas mamárias,
expulsando o leite;

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