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Ano Lectivo 2005/2006

Hipotálamo-Hipófise

Medicina Dentária
2.ºAno 2.º Semestre Turma: 1
Fisiologia II
Docente: Catarina Godinho
Hipotálamo
• Embora seja uma zona
pequena do cérebro, o
hipotálamo recebe directa
ou indirectamente
informações de
praticamente todas as
outras partes do cérebro.

Fig. 1 – Corte sagital do cérebro.


Hipotálamo
• É a parte do cérebro onde a actividade do sistema
nervoso autonomo e glândulas endocrinas é integrada
para desencadear as emoções e comportamento. Esta
parte do diencéfalo assegura-se que:
– o organismo responda apropriadamente a desvios de
vários padrões de normalidade, como a temperatura,
volume e osmolaridade;
– as respostas a esses desvios incluam a actividade
coordenada dos sistemas endócrino e nervoso;
– os comportamentos e emoções manifestados sejam
apropriados às respostas que são desencadeadas
para corrigir as possíveis variações.
Hipotálamo
• O hipotálamo une-se à
porção posterior da
glândula pituitária
(neurohipófise) através
do infundíbulo. O
hipotálamo tem um
importante papel no
controlo do sistema
endócrino porque regula
a secreção hormonal da
hipófise, o que influência
funções tão diversas
como a reprodução e a
produção de urina.
Hipotálamo
• Este órgão apresenta
capilares, no entanto em
certas partes do hipotálamo
esses capilares são
frenestrados. Assim a barreira
hemato-encefálica não é
intacta nesses locais, e
algumas zonas do cérebro têm
livre acesso ao sangue.
Alguns neurónios
hipotalâmicos estão
envolvidos em vários
estímulos químicos
específicos do fluxo
Fig. 2 – Localização do Hipotálamo. sanguíneo.
Hipófise
• Está localizada por baixo do hipotálamo e está ligada a
este pelo infundíbulo. A glândula pituitária está dividida
em duas partes: neuro-hipófise (hipófise posterior) e
adeno-hipófise (hipófise anterior).

Fig. 3 – O Hipotálamo e a Glândula Pituitária.


Neurohipófise e Adenohipófise
• A neuro-hipófise é uma
continuação do cérebro
que forma o infundíbulo e
a sua porção distal
alarga-se formando a
neuro-hipófise.
Funções da Hipófise
• A hipófise tem uma dupla função: produz hormonas que
actuam directamente sobre os órgãos e produz
hormonas que controlam e regulam as funções
endócrinas de outras glândulas.

• No que diz respeito à sua função endócrina, a hipófise


segrega hormonas que actuam directamente sobre o
seu alvo, tais como: a oxitocina, segregada pela neuro-
hipófise; a hormona do crescimento (GH) e a hormona
estimulante do melanócito (MSH), produzidas pela
adeno-hipófise.
Funções da Hipófise
• A função coordenadora é desenvolvida pela hipófise através de
factores estimulantes ou inibidores provenientes do hipotálamo,
ou através de sinais de nível sanguíneo de uma determinada
hormona. A hipófise segrega hormonas cujo alvo são outras
glândulas: a tirotrofina (TSH) para a tiróide; a
adrenocorticotrofina (ACTH) para os corticossuprarrenais; as
hormonas LH e FSH para os ovários e testículos; e a prolactina
(LTH) para as glândulas mamárias.

• A regulação funciona segundo um mecanismo de feedback:


cada aumento da taxa sanguínea de uma hormona implica
uma diminuição estimulante através da hipófise, enquanto que
uma redução da própria taxa implica um estímulo da secreção.
Desta maneira alcança-se um equilíbrio constante.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria
• A relação básica da função hipotalâmica-
hipofisária é o eixo neuro-endocrino, uma
cascata de produtos de várias regiões do
sistema nervoso central para o hipotálamo,
adenohipófise, órgãos endócrinos e tecidos
periféricos alvo, nesta ordem.
• Alguns eixos neuroendócrinos envolvem
hormonas secretadas pelo hipotálamo que
estimulam as células da adenohipófise a
secretarem outras hormonas para a
circulação sistémica. Cada uma destas
hormonas da adenohipófise viaja para um
glândula endócrina com o objectivo de
Fig. 4 – Relação Hipotálamo-Hipofisária.
estimular a secreção de outras hormonas
que vão ter efeito em vários tecidos-alvo.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria
• Vasos porta são vasos sanguíneos que se iniciam e
acabam numa rede capilar. O Sistema Porta
Hipotálamo-Hipofisário extende-se desde uma parte do
hipotálamo até à adenohipófise. O sangue que entra na
hipófise anterior já passou anteriormente no hipotálamo.
A principal rede capilar do hipotálamo obtém o sangue a
partir de artérias que o conduzem até ao hipotálamo.
Desde a principal rede capilar, os vasos porta
hipotálamo-hipofisários transportam sangue numa rede
capilar secundária que se encontra na adenohipófise.
Veias dessa rede capilar secundária emergem
eventualmente na circulação normal.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria

Fig. 5 – Ligação vascular entre o hipotálamo e a


hipófise.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria
• Neurohormonas, produzidas e secretadas por neurónios
do hipotálamo, entram na rede capilar principal e são
transportadas para a rede capilar secundária. Aí as
neurohormonas actuam nas células da adenohipófise.
Elas actuam como hormonas libertadoras, aumentando
a secreção de hormonas da adenohipófise, ou como
hormonas inibitórias, diminuindo a secreção de
hormonas da hipófise anterior. Cada neurohormona
estimula ou inibe a produção e secreção de uma
hormona especifica da adenohipófise.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria
• Em resposta às hormonas libertadoras, as células da
adenohipófise secretam hormonas que entram na rede
capilar secundária e são depois transportadas pela
circulação sistémica para os seus tecidos-alvo.
• O sistema porta hipotálamo-hipofisário fornece um meio
pelo qual o hipotálamo, usando neurohormonas como
sinais químicos, regula a actividade secretória da
adenohipófise. Este sistema permite que as células da
adenohipófise sejam banhadas por sangue rico nas
hormonas hipotalâmicas sem a diluição que iria ocorrer
na circulação sistémica.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria

Fig. 6 – Relação entre Hipotálamo, Adenohipófise e tecidos-alvo.


Relação Hipotálamo-Hipófisaria

• O hipotálamo está ligado à hipófise posterior por feixes


nervosos. As hormonas da hipófise posterior são
produzidas no hipotálamo e transportadas, ao longo de
axónios, até a hipófise posterior, onde ficam
armazenadas.
Relação Hipotálamo-Hipófisaria

Fig. 7 – Relação entre Hipotálamo, Neurohipófise e tecidos-alvo.


Hormonas Hipofisárias
• Hormonas são mensageiros químicos sintetizados pelas
células das glândulas endócrinas, transportando pela
circulação sanguínea até ao órgão alvo onde existem
receptores específicos.
• Classicamente as hormonas dividem-se segundo as
suas propriedades químicas em:
– Peptidico-protéicas;
– Derivados de aminoácidos;
– Esteróides;
– Eicosinóides.
• As hormonas peptico-protéicas incluem as hormonas
hipotalâmicas, hipofisárias e pancreáticas, funcionado
através de mecanismos que envolvem segundos
mensageiros.
Hormonas da Adeno-Hipófise
• A adeno-hipófise segrega as seguintes
hormonas:
– Hormona do crescimento (GH)
– Hormona tirotrofina ou estimulante da
tiróide(TSH)
– Hormona adrenocorticotrofina (ACTH)
– Hormonas gónadotrofinas (FSH e LH)
– Hormona prolactina (LTH)
Hormona do Crescimento (GH)
• Promove o crescimento de quase todas as células e
tecidos do organismo. A GH ou somatotropina tem
várias funções:
– No tecido adiposo – diminui transporte de glucose,
aumentando a lipólise, o que leva à diminuição da
adiposidade;
– No fígado – Aumenta a síntese de RNA, a síntese
proteica, a gluconeogenese, e as somatomedinas;
– No músculo - Diminui o transporte de glucose,
aumenta a síntese proteica e o transporte de
aminoácidos, levando ao aumento de massa magra.
• Os níveis mais altos de GH estão relacionados com o
sono profundo.
Hormona do Crescimento (GH)
• Tem efeitos indirectos em
vários tecidos, pois
aumenta a produção de
vários polipéptidos. Estes
polipéptidos são produzidos
principalmente pelo fígado,
e têm o nome de
somatomedinas.
• Estas circulam pelo sangue
e ligam-se a receptores em
células alvo, sendo os seus
efeitos mais bem
compreendidos a
estimulação do crescimento
do osso e cartilagem e o
aumento da síntese de
proteínas no músculo
esquelético.
Hormona do Crescimento (GH)
• Duas neurohormonas são
libertadas pelo hipotálamo
que regulam a secreção de
GH: a GHRH que estimula a
secreção, e a GHIH ou
somatostatina que inibe a
secreção.
• Baixos níveis de glucose no
sangue e stress estimulam a
secreção de GH, e altos
níveis de glucose no sangue
inibem a sua secreção. Altos
níves sanguíneos de alguns
aminoácidos também
aumentam a secreção de GH. Fig. 8 – Secreção da Hormona de Crescimento
(GH).
Hormona TSH
• A TSH ou tirotrofina estimula a síntese e secreção das
hormonas tiróideias pela glândula tiróide – Controla
todas as funções da tiróide.
• É controlada pela TRH, proveniente do hipotálamo e
pelo feedback negativo a partir de níveis de hormonas
tiróideias plasmáticos.
• A TRH liga-se a receptores de membrana nas células da
adenohipófise e activa proteínas G, o que resulta no
aumento da secreção de TSH.
Hormona ACTH
• A hormona ACTH ou adrenocorticotrofica é necessária
ao crescimento e manutenção do tamanho da córtex
supra-renal, e das suas hormonas.
• É regulada pela CRH.
• A ACTH é derivada de uma grande molécula precursora,
a proopiomelanocortina. Esta molécula também dá
origem lipotropinas, β endorfina, e hormona estimulante
do melanócito (MSH).
Hormonas gónadotrofinas
• A FSH (hormona • A LH (hormona
estimuladora do folículo) luteínizante) desempenha
determina o crescimento uma importante papel na
de folículos nos ovários ovulação, e além disso
antes da ovulação e induz a secreção de
promove a formação de hormonas sexuais
esperma nos testículos. femininas pelos ovários e
de testosterona pelos
testículos.

LH e FSH são segregadas pelas células da adenohipófise sob a


influência de uma hormona hipotalâmica a GnRH (LHRH) – a
gonadoliberina. São inibidas pela GnRIF.
Hormona Prolactina (LTH)
• Tem como função o desenvolvimento da mama
e a secreção de leite. Está sempre inibida
excepto no período de lactação.

• Vários neurohormonas hipotalâmicas podem


estar envolvidas na sua secreção, entre as
quais a PRH, que estimula a sua secreção pela
hipófise anterior, e a PIH que inibe a sua
secreção. A Dopamina também inibe esta
secreção.
Hormonas da Neuro-Hipófise

• A neuro-hipófise segrega as seguintes hormonas:

– Hormona antidiurética – ADH;

– Oxitocina.

• Para além de produzir, a hipófise posterior também tem


a função de armazenar hormonas.
Hormona Antidiurética (ADH)
• Hormona antidiurética também é chamada por
vasopressina ou ADH. É libertada por terminais axónicos
na corrente sanguínea sendo transportada ao seu
principal órgão-alvo, os rins.
• Causa a retenção de água pelos rins, com consequente
aumento do teor de água do organismo. Além disso,
quando presente em altas concentrações, provoca a
constrição dos vasos sanguíneos em todo o corpo e
eleva a pressão arterial.
Hormona Antidiurética (ADH)

Fig. 9 – Controlo da secreção da da hormona antidiurética (ADH).


Oxitocina

• Provoca a contracção do útero durante o parto, talvez


ajudando a expelir o recém-nascido, pois estimula as
células do músculo liso do útero. Estas contracções do
útero promovidas pela oxitocina também desempenham
um importante papel na expulsão do epitélio uterino,
pequenas quantidades de sangue e também podem
participar no movimento dos espermatozoides ao longo
do útero após relações sexuais.
• Contrai também as células mioepiteliais nas mamas,
expulsando o leite, quando o lactente suga.

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