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Maioria dos hormônios endócrinos é hipófise dependente. Alguns, contudo, não são.
Para funcionar, hipófise deve estar associada ao hipotálamo, por isso sistema hipotalâmico-hipofisário
- Localização: cela turcica do osso esfenóide, na base do crânio, entre o hipotálamo e a hipófise
- Histologicamente, e dividida em
- Neuro-hipófise (hipófise posterior): origem embriológica nervosa (origem no assoalho do hipotálamo,
conectados diretamente pelo infundíbulo)
- Adeno-hipófise (hipófise anterior): origem embriológica glandular epitelial (teto da cavidade bucal cresce e
se desprende)
* Neuro-hipófise não produz hormônios, apenas secreta hormônios produzidos pelos neurônios do hipotálamo
(neurônios cruzam o infundíbulo e chegam a neuro-hipófise, corpo celular no hipotálamo)
NEUROHIPÓFISE
Secreção hormonal
Controle se da por estímulos nervosos que se originam no hipotálamo (onde localizam-se os corpos celulares).
Produzidos por neurônios dos núcleos paraventricular e supraótico do hipotálamo.
Hormônios são transportados por vesículas que atravessam o axônio e por exocitose são liberados, a nível da
neuro-hipófise, de onde seguem para a corrente sanguínea
≫ Diminuição da osmolaridade plasmática ⟶ osmorreceptor absorve água ⟶ túrgido ⟶ não gera PA ⟶ não há
estimulo dos núcleos supraóptico e paraventricular ⟶ diminuição da produção de vasopressina ⟶ diminuição da
reabsorção de agua no ducto coletor, que volta a ser impermeável ⟶ aumento da osmolaridade e do volume da
urina
2. ESTÍMULOS NÃO-OSMÓTICOS
Ex.: hemorragia
Diminuição da volemia e pressão arterial ⟶ estimulo de volumeceptores (captam alterações da volemia) ⟶ gera
PA ⟶ estimulo dos núcleos supraóptico e paraventricular ⟶ produção de vasopressina ⟶ ação nas arteríolas,
provocando vasoconstrição ⟶ aumento da pressão arterial
* Ação também se dá nos duetos coletores (há receptores nos ductos coletores!) ⟶ aumento da volemia
Ocitocina
- Peptídeo de 8 aa produzido nos mesmos núcleos supraóptico e paraventricular
Dois efeitos
1. CONTRAÇÃO DO MIOMÉTRIO DURANTE O PARTO (musculatura lisa uterina)
Pulmões do feto maduros ⟶ produção de um hormônio especifico ⟶ cai na corrente sanguínea da mãe ⟶
chega ao hipotálamo ⟶ produção de ocitocina nos núcleos supraóptico e paraventricular ⟶ aumento das
contrações uterinas ⟶ aumento da pressão intrauterina ⟶ feto pressiona o colo uterino, que sofre dilatação ⟶
estímulo de mecanoceptores que mandam informação ao hipotálamo, que produz mais ocitocina (feedback
positivo) ⟶ dilatação vai aumentando ate que o bebê consiga nascer
- Libido materna diminui durante a amamentação - evita que, durante o sexo, os seios da mãe (região erogena)
sejam estimulados e haja expelimento de leite
- Na mulher não-gravida e não-lactante, mediante estimulo de regiões erógenas, a ocitocina participa do orgasmo
- No homem, a secreção de ocitocina é estimulada via regiões erógenas e participa da ejaculação
- Dor inibe a ocitocina ⟶ não há mais vontade de transar (masoquistas apresentam alteração fisiologia dor-
prazer)
ADENOHIPÓFISE
Secreção hormonal
Hormônios de controle hipotalâmicos são produzidos na eminência mediana (entre o hipotálamo e a hipófise) e
são direcionados para a adenohipófise pelo sistema porta-hipotálamo-hipofisário. A adenohipófise é então
estimulada a produzir hormônios celulares.
Hormônios celulares
- Somatotrofos: GH
- Lactotrofos: prolactina
- Tireotrofos: TSH (hormônio tireotrófico/tireotrofina)
- Corticotrofos: ACTH (hormônio adrenocorticotrófico/corticotrofina)
- Gonadotrofos: FSH e LH
CLASSIFICAÇÃO CELULAR
1. Cromáfilas: produzem hormônios
- Acidófilas: somatotróficas (50%) e lactotróficas (15%)
- Basófilas: tireotróficas (5%), gonadotróficas (10%) e corticotróficas (20%)
GH ⟶ corrente sanguínea ⟶ fígado ⟶ produção de IGF I e II (fatores de crescimento de insulina símile, cuja
ação é semelhante à da insulina) ⟶ hipoglicemia
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO
É mediada pelos hormônios
1. GHRH (hormônio liberador do hormônio de crescimento): produzido pelas células do núcleo arqueado e
ventromedial do hipotálamo. Atua via receptores de membrana acoplados à proteína G, aumentando AMPc,
o cálcio, o IP3 e o DAG, causando liberação de GH
2. GHRIH ou somatostatina (hormônio inibidor da secreção do hormônio de crescimento): produzido no núcleo
periventricular do hipotálamo. Atua via receptores de membrana acoplados à proteína Gi, diminuindo o AMPc,
causando diminuição da liberação de GH
Regulação de alça curta: entre hipófise e hipotálamo - ↑ [GH] inibe a produção de GHRH
Regulação de alça longa: entre a glândula alvo, a hipófise e o hipotálamo - ↑ [IGF I e II] inibe a produção de GH e
GHRH
Perfis de secreção
A. Ao longo do dia: a secreção de Gh ocorre em pulsos e durante o sono não REM temos os maiores picos de
secreção; por isso a criança precisa dormir bastante.
B. Ao longo da vida: apesar da secreção de GH diminuir na senescência, as células somatotróficas não devem
parar de produzir GH. A somatopausa é uma condição patológica e precisa ser tratada!
A regulação se dá por
1. Fatores metabólicos
- Hipoglicemia: ↑ secreção de GHRH e GH
* Crianças em fase de crescimento necessitam de períodos interprandiais
- Aminoácidos: matéria prima para produção de hormônios - ↑ secreção de GHRH e GH
- Ácidos graxos: ↓ [AG] ⟶ ↑ secreção de GHRH e GH
2. Exercício físico
- Consumo de glicose ⟶ hipoglicemia
- Produção de adrenalina: ↑ secreção de GHRH e GH
6. Hormônios
- Grelina (produzida pelo estômago vazio): ↑ secreção de GHRH e GH
- Hormônios sexuais: atuam no desenvolvimento sexual e estirão puberal - ↑ secreção de GHRH e GH
* Os hormônios sexuais provocam fechamento da epífise óssea (cartilagem é substituída por osso).
Mulheres são mais baixas que homens porque entram na puberdade antes, então elas param de crescer
mais cedo (respectivamente 16 anos e 21 anos).
- Glicocorticóides: ↓ secreção GH
* Atuam como modulador do crescimento (força contrária a liberação)
MECANISMO DE AÇÃO
Transportador (50%): GHBP - aumenta t/2
Receptor de membrana ⟶ ativa JACK2 (Janus tirosina quinase)
- Estimula fosfolipase C ⟶ ativa DAG ⟶ ativa PKC ⟶ abertura de canais de Ca2+
- Ativa STATS (transdutores de sinal e ativadores de transcrição) ⟶ ativa processos de transcrição
- Ativa SHC ⟶ ativa GRB2 (receptor de GF ligado a proteína 2) ⟶ ativa MAPK (proteína quinase ativadora de
mitogênese) ⟶ proliferação celular
- Ativa IRS1 (substrato 1 do receptor de insulina) → ativa PI3K (fosfatidilinositol 3 quinase) ⟶ age no
metabolismo da glicose
EFEITOS
≫ Ação direta no metabolismo intermediário de
1. Proteínas: estímulo ao transporte de aa para os miócitos e elevação do conteúdo intracelular de mRNA ⟶
↑ síntese proteica ⟶ ↑ massa muscular
2. Carboidratos
- ≠ Insulina: hiperglicemiante (efeitos antagônicos aos da insulina)
- Diminuição do número de receptores da insulina e a afinidade do receptor à insulina ⟶ diminui o
consumo de glicose - armazenamento da glicose no sangue para o tecido em crescimento
- Estímulo a gliconeogênese ⟶ aumento da glicogenólise hepática ⟶ hiperglicemia ⟶
hiperinsulinemia
- Uso de GH exógeno excessivo: resistência à insulina ⟶ diabetes
- = Insulina: estímulo a produção de IGF I e II - situações em que há demanda de glicose pelos tecidos
(crescimento, por exemplo)
3. Lipídeos: aumento da lipólise via estímulo da lipase hormônio sensível, transformando TAG em AG e glicerol
4. Ca2+: aumento da reabsorção intestinal (Ca2+ direcionado ao crescimento ósseo)
DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO GH
Excesso
- Gigantismo (antes da puberdade)
- Acromegalia (depois da puberdade - GH atua em regiões cartilaginosas pois ainda estão em crescimento)
- Crescimento desproporcional das extremidades
- Aumento generalizado de partes moles
- Acentuação dos traços faciais
- Visceromegalia
- 50% intolerância a glicose
- 10 a 25% com Diabetes Mellitus: resistência à insulina provocada pelo excesso de GH
Deficiência: nanismo
- Nanismo hipofisário: deficiência na produção de GH - não há crescimento nem desenvolvimento sexual (são
estéreis), rosto infantilizado
- Nanismo de Laron: a adenohipófise produz GH normalmente, mas o fígado não apresenta receptores de GH o
suficiente para produzir as quantidades adequadas de IGF
- Pigmeus africanos: produção de GH e IGF normais, porém o número de receptores de IGF diminui depois da
infância