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CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

MATÉRIA: ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS

Graduação em Educação Física

SÃO PAULO – SP
2023
ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS SISTEMAS
Doenças ou Modificações Hormonais
Doenças hormonais e a influência na Educação Física

Trabalho apresentado como proposta de


avaliação para os alunos do 2°
semestre do curso de Educação
Física, no Centro Universitário.

Orientador:

SÃO PAULO – SP
2023
SUMÁRIO

Introdução ....................................................................................................................................5

Doenças Hormonais .....................................................................................................................6

Hormônios Liberados na Prática da Atividade Física ...................................................................7

A Importância da Atividade Física no Combate ao Diabetes .......................................................10

Benefícios dos exercícios no tratamento de doenças da tireoide ..................................................12

Hipogonadismo x Atividade Física ..............................................................................................13

Conclusão ....................................................................................................................................14

Referências Bibliográficas ...........................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

Devido a um desequilíbrio ou disfunção do copro podem ocorrer doenças hormonais, nas glândulas
endócrinas, responsáveis pela produção e regulação das hormonas. Essas doenças podem afetar diversos
aspectos da saúde, inclusive a prática de atividade física e a educação física.
Uma das doenças hormonais mais conhecidas é o hipotireoidismo, em que a glândula tireóide não produz
hormonas suficientes para o bom funcionamento do organismo. Isso pode levar a sintomas como fadiga,
ganho de peso, fraqueza muscular e diminuição da disposição para a prática de atividade física. Além
disso, o hipotireoidismo também pode levar ao aumento do risco de lesões durante a prática esportiva
devido à diminuição da força muscular e da resposta do sistema neuromuscular.
Outra doença hormonal comum é a diabetes, em que ocorre uma deficiência na produção ou na ação da
insulina, hormona responsável pelo controle dos níveis de glicose no sangue. A diabetes pode afetar a
educação física de diversas formas, como a necessidade de monitorar constantemente os níveis de
glicose durante a prática de atividade física, a ocorrência de hipoglicemia durante ou após o exercício, e
a maior predisposição a lesões e inflamações devido à diminuição da capacidade de cicatrização.
Além das doenças, as modificações hormonais também podem influenciar a prática de atividade física.
Por exemplo, durante a prática de exercício físico intenso, ocorre a liberação de hormonas como o
cortisol, que tem a função de ajudar na recuperação pós-exercício, mas quando em excesso pode levar a
sintomas de fadiga e até mesmo overtraining.
Portanto, é importante que profissionais de educação física estejam cientes das possíveis doenças
hormonais e modificações hormonais que seus alunos possam estar enfrentando, a fim de adaptar
adequadamente a prática de atividade física às necessidades individuais de cada um. Isso pode incluir
ações como a monitorização das condições de saúde, ajustes nos treinos e acompanhamento de um
médico especialista para um tratamento adequado.

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DOENÇAS HORMONAIS

Diabetes mellitus: uma doença crônica caracterizada por altos níveis de glicose no sangue devido à
produção insuficiente de insulina (diabetes tipo 1) ou resistência à insulina (diabetes tipo 2).

Hipotireoidismo: ocorre quando a glândula tireoide não produz hormônios tireoidianos em quantidade
suficiente, levando a sintomas como fadiga, ganho de peso, sensibilidade ao frio e depressão.

Hipertireoidismo: quando a glândula tireoide produz hormônios tireoidianos em excesso, resultando em


sintomas como perda de peso, tremores, irritabilidade e intolerância ao calor.

Hipogonadismo: quando as glândulas sexuais (ovários nas mulheres e testículos nos homens) não
produzem hormônios sexuais em quantidades adequadas, resultando em problemas como infertilidade,
diminuição da libido e alterações na distribuição de gordura corporal.

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HORMÔNIOS LIBERADOS NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA

Quando nos exercitamos, hormônios são liberados na atividade física e eles, junto com
os neurotransmissores, são responsáveis por ajudar a regular o sono e a digestão,
melhorar a pressão sanguínea e os processos corporais, além de causar a sensação de
bem-estar, felicidade e relaxamento.

Endorfina

A endorfina é um neuro-hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano e, quando


liberada, promove a sensação de recompensa e bem-estar. Além disso, também inibe o
estresse e a irritação, e é um analgésico natural do organismo, pois alivia dores e a
ansiedade.

Praticar esportes como corrida, andar de bicicleta, natação, fazer musculação, yoga,
dentre outros, ajuda a aumentar a produção de endorfina na corrente sanguínea e tem
diversos benefícios.

Principais efeitos da endorfina

Crescimento celular

Queima de gordura

Melhora do sono

Diminuição do colesterol

Aumento da disposição física e mental

Melhora da resistência imunológica

Serotonina

Popularmente conhecida como hormônio da felicidade, a serotonina também é um dos


hormônios liberados na atividade física e está relacionada à estabilidade emocional e atua
em diversas funções no organismo.

Principais efeitos da serotonina

Regulação do humor

Melhora da memória

Sensação de bem-estar

Regulação da temperatura corporal

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Melhora das funções cognitivas

Regulação do ritmo cardíaco

Praticar exercício físico regularmente auxilia na liberação desse hormônio na corrente


sanguínea, pois aumenta a produção do aminoácido triptofano, que é responsável por
produzir a serotonina.

Adrenalina

A adrenalina, também conhecida como epinefrina, é produzida de forma natural em


nosso organismo pelas glândulas suprarrenais, ou adrenais, e atua na resposta rápida em
situações de estresse.

A produção da epinefrina é estimulada ao praticar atividade física, principalmente


envolvendo esportes radicais como pular de paraquedas, escaladas e saltos. Quando
estamos com medo ou passamos por fortes emoções o nível do hormônio também pode
aumentar no organismo.

Principais efeitos da adrenalina

Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial

Estimula a produção de energia extra

Ativa o cérebro, deixando-o mais alerta, com reações mais rápidas e estimulando a
memória.

Maior fluxo de sangue para os músculos

Aumento da produção de suor

Acelera a queima de calorias

4. Somatotrofina (GH)

A somatotrofina ou GH,é um dos hormônios liberados na atividade física e é mais


conhecida como hormônio do crescimento, já que é responsável pela multiplicação de
células e crescimento físico do corpo humano.

Além de agir no crescimento, o GH também estimula a queima de gordura, fortalece o


crescimento dos tecidos e da fibra muscular. Se o seu objetivo for ganhar massa magra, é
interessante focar em atividades físicas de alta intensidade para que o corpo consiga
produzir somatotrofina em alta quantidade e possa auxiliar no processo.

Cortisol
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Apesar de ser conhecido como o hormônio do estresse, o cortisol tem a função de
proteger a nossa saúde. Durante a prática de atividade física, o tipo de hormônio liberado
no corpo é diferente do produzido pelo organismo no estresse do dia a dia. Quando
liberado na quantidade correta, ele aumenta os substratos do metabolismo e tem efeitos
benéficos à saúde como os elencados abaixo.

Principais efeitos do cortisol

Diminuição dos efeitos do estresse causado durante o dia a dia

Aumento dos efeitos anti-inflamatórios no corpo

Regulação do ciclo biológico

Maior concentração e energia durante o treino

Estimula a liberação de dopamina, neurotransmissor que aumenta o bem-estar

Conserva os níveis normais de glicemia, evitando a hipoglicemia, que é a baixa


concentração de açúcar no sangue.

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A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO COMBATE AO DIABETES

O diabetes é causado pela produção insuficiente ou pela má absorção de insulina, hormônio que regula a
glicose no sangue. Ou seja, é a insulina que transforma o açúcar em energia para o organismo. Isso faz
com que os níveis de glicose no sangue fiquem altos. Caso o quadro se mantenha por longos períodos
pode haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

A atividade física aumenta a sensibilidade à insulina nas células do corpo. Isso significa que quando uma
pessoa se exercita, é preciso menos insulina para manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. Um
estudo publicado pelo PubMed Central apontou que pacientes pré-diabéticos que praticavam exercícios
de intensidade moderada aumentaram a sensibilidade à insulina em 51%. Aqueles que praticaram
atividades de alta intensidade aumentaram 85%.

A boa notícia é que não existe apenas um tipo de exercício que apresenta benefícios para o controle da
insulina no organismo. As atividades que ajudam a combater o diabetes podem ser aeróbicas, circuitos de
alta e baixa intensidade e treinos de força.

Porém, um fator essencial para a realização de atividades como prevenção e combate ao diabetes é a
regularidade. Exercitar-se com frequência melhora a resposta do organismo à insulina, por isso, o ideal é
que a pessoa escolha uma modalidade que ela goste e torne disso um hábito, que irá proporcionar
benefícios pontuais e de longo prazo.

A prática regular de atividades físicas não significa apenas manter os benefícios pontuais do controle da
insulina e da queda nos índices de glicose no sangue. Ao manter uma vida ativa, a pessoa irá observar
mudanças mais abrangentes e sólidas em sua saúde.

Por exemplo, o treinamento físico repetitivo pode aumentar tanto a resposta dos músculos esqueléticos à
insulina, como a captação basal de glicose no sangue. Isso está relacionado ao aumento da atividade de
proteínas envolvidas na metabolização da glicose e na transdução de insulina. Além disso, há provável
aumento da capacidade oxidativa lipídica dos músculos esqueléticos.

A atividade física regular (tanto aeróbica como de resistência) não está apenas associada à prevenção do
diabetes, mas às complicações associadas à doença, sejam microvasculares ou macrovasculares, já que
sustentam um estado em que há menos inflamações associadas à resistência de insulina e à hiperglicemia
crônica.

Da mesma forma, exercícios aeróbicos também podem desacelerar a progressão ou evitar a instalação de
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neuropatia periférica diabética, melhorar a função endotelial e a produção de células-beta de insulina em
pacientes com diabetes tipo 2 – desde que eles ainda possuam uma quantidade adequada destas células
no pâncreas.

A atividade física tem um papel fundamental na prevenção e no controle da resistência à insulina, pré-
diabetes e até mesmo em pacientes com diabetes tipo 2. Associada a outras melhorias no estilo de vida e
ao acompanhamento dos níveis de glicose no sangue, ela é capaz de evitar doenças e garantir mais
qualidade de vida.

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Benefícios dos exercícios no tratamento de doenças da tireoide

O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz hormônios tireoidianos
suficientes, resultando em um metabolismo mais lento. Isso pode levar a diversos sintomas, como fadiga,
ganho de peso, dificuldade para perder peso, fraqueza muscular, entre outros.
A atividade física pode ser extremamente benéfica para indivíduos com hipotireoidismo. Os
exercícios podem ajudar a aumentar o metabolismo, melhorar a função cardiovascular,
fortalecer os músculos e aumentar a energia. O exercício aeróbico, como caminhar, nadar ou
andar de bicicleta, pode ajudar a queimar calorias e promover a perda de peso. É importante
ressaltar que, ao realizar atividades físicas, é necessário respeitar os limites do seu corpo.
Começar devagar e gradualmente aumentar a intensidade e duração dos exercícios pode ser uma
abordagem segura e eficaz.

O hipertireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide produz quantidades excessivas


de hormônios tireoidianos, resultando em um metabolismo acelerado. Isso pode causar uma
série de sintomas, incluindo perda de peso involuntária, aumento da frequência cardíaca,
tremores, ansiedade e fadiga. Quando se trata de atividade física, o hipertireoidismo pode ter um
impacto significativo na capacidade do indivíduo de se exercitar. É comum que pessoas com
hipertireoidismo experimentem fraqueza muscular e fadiga, o que pode limitar sua resistência e
desempenho durante o exercício. Além disso, o aumento da frequência cardíaca causado pelo
hipertireoidismo pode tornar os exercícios mais desafiadores e intensos do que o indivíduo está
acostumado. Portanto, atividades físicas de alta intensidade ou exercícios prolongados podem
ser difíceis de serem realizados. No entanto, isso não significa que as pessoas com
hipertireoidismo não devam se exercitar. Na verdade, a prática regular de atividade física pode
ajudar a controlar alguns dos sintomas do hipertireoidismo, como a ansiedade e a fadiga.
Em geral, é recomendado iniciar com exercícios de baixa intensidade, como caminhadas ou
ioga, e gradualmente aumentar a intensidade à medida que a tolerância permitir. É importante
também ouvir o corpo e descansar quando necessário. Além disso, é fundamental para pessoas
com hipertireoidismo manterem-se hidratadas durante o exercício, devido ao aumento do
metabolismo e da transpiração.

HIPOGONADISMO X ATIVIDADE FÍSICA.

Hipogonadismo é uma condição em que os ovários ou testículos não produzem quantidades adequadas
de hormônios sexuais, como testosterona ou estrogênio. Isso pode levar a uma variedade de sintomas,
como baixa libido, fadiga, disfunção erétil, diminuição da massa muscular e ganho de peso.
A atividade física pode ser benéfica para indivíduos com hipogonadismo, tanto para melhorar os
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sintomas quanto para a saúde geral. Exercícios regulares, como treinamento de força, podem aumentar a
produção de testosterona e melhorar a composição corporal, aumentando a massa muscular e ajudando
na perda de peso. Além disso, a atividade física pode melhorar o humor, aumentar a libido e melhorar a
função cardiovascular.
No entanto, é importante lembrar que indivíduos com hipogonadismo devem consultar um médico antes
de iniciar qualquer programa de exercícios. Eles podem precisar de um tratamento hormonal adequado,
como terapia de reposição de testosterona, para equilibrar os níveis hormonais antes de se envolver em
atividades físicas intensas.
Além disso, indivíduos com hipogonadismo devem estar cientes de suas limitações físicas. Eles podem
precisar de modificações nos exercícios ou treinamento com menor intensidade para evitar lesões ou
fadiga excessiva. Trabalhar com um profissional de educação física ou fisioterapeuta pode ajudar a criar
um programa de exercícios seguro e eficaz.
Em resumo, a atividade física pode ser benéfica para indivíduos com hipogonadismo, mas é importante
que eles trabalhem em conjunto com um profissional de saúde para garantir que estão respeitando seus
limites e recebendo o tratamento adequado.

CONCLUSÃO

Podemos dizer que a atividade física só tem a contribuir para a saúde do ser humano,
pois através dela temos uma melhora significativa do nosso metabolismo, liberação de

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hormônios, perda de peso, fortalecimento muscular.
Lembrando sempre que devemos respeitar as limitações do nosso corpo.

Além disso, a atividade física pode ajudar na redução do estresse, promovendo a


liberação de endorfinas e outros neurotransmissores que podem influenciar
positivamente o equilíbrio hormonal.

No entanto, é importante ressaltar que cada doença hormonal possui características


específicas e pode exigir um plano de atividade física adequado e supervisionado por
profissionais de saúde. É fundamental consultar um médico ou especialista antes de
iniciar qualquer programa de exercícios físicos, especialmente se já existir um
diagnóstico de doença hormonal.

Portanto, embora a atividade física seja benéfica para a saúde hormonal, é importante
levar em consideração as necessidades individuais e buscar orientação adequada para
obter os melhores resultados.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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