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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A

SAÚDE DO CORPO E DA MENTE

Profa. Milene Gasparini


POR ANDERSON RODRIGUES, MÉDICO ESPECIALISTA - 8/8/2019
https://beecorp.com.br/blog/beneficios-da-atividade-fisica/

Realizar exercícios físicos é indicado para todos indivíduos. No


entanto, não são todas as pessoas que conseguem seguir essas
recomendações — fato que pode levar ao sedentarismo e
comprometer, significativamente, a saúde.

Esse cenário tem se agravado por conta do avanço da tecnologia em


nosso dia a dia.

Serviços de streaming, jogos eletrônicos e smartphones fazem com


que as pessoas passem mais tempo conectadas ao universo on-line,
deixando de lado as práticas esportivas ou qualquer outra atividade
capaz de manter o corpo em movimento.
De acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial da
Saúde, em 2018, um em cada quatro adultos apresenta
características de sedentarismo.

Já outra pesquisa, elaborada no mesmo ano pelo Ministério da


Saúde, indica que a maioria das doenças que mais matam no país
são originárias de um estilo de vida nada saudável.

O uso de medicamentos, a má alimentação, o excesso de trabalho e


a falta de exercícios físicos são alguns dos fatores que influenciam
o índice de mortes causadas por doenças entre os brasileiros.

Das complicações, podemos destacar o câncer, os problemas


cardiovasculares, doenças respiratórias e demais condições que
afetam o fígado.
Em um primeiro momento, o estilo de vida sedentário pode até
parecer inofensivo, mas ele é o principal causador da obesidade que,
consequentemente, está relacionada ao surgimento de doenças
crônicas, sendo a hipertensão arterial, o colesterol alto, a
osteoporose e a diabetes bons exemplos delas.

Fora isso, os grandes índices de gordura também fazem com que o


corpo permaneça em constante estado pré-inflamatório, produzindo,
assim, determinadas citocinas capazes de inibir a ação dos
receptores de insulina, localizados nos tecidos-alvo.

Como resultado, o organismo sofre um quadro de resistência à


insulina, o que causa a temida diabetes do tipo II.
Prevenindo doenças com os exercícios físicos

Os benefícios da atividade física são muitos, sendo que o principal


deles está na possibilidade de prevenir que o indivíduo desenvolva
uma série de doenças.

Diferentemente do que se imagina, não é preciso ser um atleta, de


fato, para fugir do sedentarismo.

De acordo com a OMS, para ser considerado um indivíduo


fisicamente ativo, é preciso praticar somente 150 minutos de
exercícios semanalmente.

Tais atividades ainda podem ser divididas em três dias da semana,


apresentando sessões de, no mínimo 10 minutos.
Essa é, inclusive, uma excelente oportunidade para que os gestores
implementem aulas de curta duração dentro do ambiente de
trabalho.
Atividade física é remédio contra o estresse

Shakespeare, em Cymbeline, ato III, disse: “uma ou duas voltas eu


andarei, para a minha mente acalmar”.

O dicionário define “estresse”, em termos humanos, como


sofrimento, adversidade, aflição.

Os cientistas têm dificuldade em definir estresse, pois se trata de um


fenômeno subjetivo e que difere para cada indivíduo. Ou seja, todos
nós reagimos a ele de forma diferente.

E a incidência desse tipo de complicação no âmbito empresarial é


alta. A International Stress Management Association no Brasil (ISMA-
BR) fez uma pesquisa junto a 1.000 profissionais. A partir das
análises realizadas, foi constatado que 70% deles sofriam de níveis
significativos de estresse ocupacional.
Como a atividade física ajuda em relação ao estresse?

Muitas pessoas fisicamente ativas afirmam que continuam a manter o


corpo em movimento porque um dos grandes benefícios da atividade
física é a melhora do estado psicológico.

Dentre as principais mudanças obtidas, elas relatam menos


ansiedade e depressão, mais autoconfiança e maior capacidade de
lidar com o estresse doméstico e profissional.

Ainda não foi estabelecido se há ou não uma base biológica para a


melhora dos sintomas relativos ao estresse.

As explicações propostas são a redução nas catecolaminas


circulantes produzidas pelo exercício e o aumento agudo nas
betaendorfinas, que ocorre após o exercício rigoroso.
Independentemente do mecanismo, pessoas submetidas a altas
cargas de estresse devem ser motivadas a participar de um exercício
de sua escolha.

Segundo a Academia Americana de Médicos de Família (AAFP), mais


de 75% das consultas médicas são, de alguma forma, relacionadas
ao estresse.

Como muitas das situações que provocam estresse são inevitáveis, o


ser humano vive em busca de relaxamento mental e físico que o
conduza a liberar suas tensões diárias provocadas por causas
diversas.
O que os estudos mostram?

Segundo Guiselini, recentes pesquisas têm dado uma importância


significativa à prática regular de atividade física como uma maneira
de combater o estresse.

A parte do cérebro que nos permite fazer exercícios, o córtex motor,


está localizada somente a alguns milímetros da parte cerebral que
controla as emoções e os pensamentos.

Essa proximidade pode significar que, quando o exercício estimula o


córtex motor, ocorre um efeito paralelo sobre a cognição, a emoção
ou o estado psicológico.

Em uma revisão de estudos com aproximadamente 1.500 indivíduos,


os que mostravam aptidão aeróbica também apresentavam uma
resposta da reatividade reduzida frente a uma ampla variedade de
situações estressantes.
Em outro estudo, com 278 administradores de 12 corporações
diferentes e duração de quatro anos, verificou-se que a atividade
física tinha um efeito de tamponamento sobre a relação entre os
eventos da vida e as doenças.

Em outras palavras, administradores de corporações ativos


apresentam menos problemas com saúde decorrentes do estresse do
que os inativos.

O estresse é, geralmente, consequência da forma como enfrentamos


as adversidades. A atividade física melhora a saúde psíquica, pois há
um maior sentimento de controle e autoconfiança, mais interação
social e elevação dos opiáceos corporais.

O estudo ainda revelou que apresentar bom poder aeróbico não está
diretamente relacionado a um menor nível de estresse e,
percentualmente, indivíduos com alta capacidade aeróbica podem ter
níveis altos de estresse.
Outros benefícios da atividade física

Ao realizar uma atividade física, é possível notar que essa prática é


responsável não somente por aumentar a qualidade de vida do
indivíduo, como também melhorar os níveis de estresse. Entre as
suas principais vantagens, podemos ressaltar:

•redução da tendência à depressão;

•aumento da sensação de energia não somente para o trabalho, mas


também para aproveitar o tempo livre;

•auxílio na realização das atividades diárias, eliminando o cansaço e


aumentando, assim, a produtividade;

•ajuda a dormir e a repousar melhor;

•melhora da autoimagem.
Aprofundando nos estudos da área

O paradigma “physical activity-health” (atividade física-saúde) é uma


ideia baseada em muitos conceitos e premissas bem estabelecidas
cientificamente.

Como se sabe, o paradigma é validado por relativa consistência dos


dados e de diferentes tipos de estudos específicos.

Eles indicam, neste caso, que, em geral, os indivíduos com hábitos


de vida mais ativos estão associados a melhores condições de
saúde.

Os benefícios biológicos e psicológicos atribuídos ao exercício físico


são extremamente variados e diferem substancialmente quanto à
documentação científica.
Algumas dessas vantagens foram definitivamente estabelecidas e
podem ser obtidas por qualquer pessoa que se exercite de forma
apropriada e queira melhorar sua capacidade aeróbica.

Outros benefícios da atividade física, frequentemente apontados


pelos defensores dos exercícios, normalmente não ocorrem, sendo
que, por vezes, é dada uma orientação imprópria que pode colocar
os pacientes em risco.

Embora a ideia de que o exercício físico pode promover a saúde não


seja nova, muitos dos detalhes relativos a benefícios específicos
para a saúde e necessidade de exercícios ainda não são muito
discutidos e permanecem sob investigação.
Relação entre riscos e benefícios da atividade física

Os malefícios do sedentarismo superam em muito as eventuais


complicações decorrentes da prática de exercícios físicos.
Isso significa que há uma interessante relação risco/benefício. A
íntima relação entre ventilação, circulação e metabolismo durante o
exercício é clara:

• os pulmões recebem mais ar e difundem uma quantidade maior de


oxigênio no sangue;

• o coração aumenta de tamanho e pode bombear mais sangue por


batimento. O órgão também bate mais lentamente em repouso ou
durante o exercício;

• os músculos que utilizam o oxigênio para produzir energia


adquirem tônus e podem queimar mais combustível, especialmente
gordura.
Benefícios da atividade física na terceira idade

Além de ser extremamente recomendada para os indivíduos que


estão no mercado de trabalho, a atividade física é uma prática quase
que obrigatória para quem faz parte da terceira idade.

Como se sabe, todo ser humano acabará passando pelo processo de


envelhecimento — uma transformação progressiva e que não
conseguimos controlar. O ideal é que o cidadão invista em um
envelhecimento com qualidade de vida, sempre mantendo em
equilíbrio o lado biológico com o psicológico.

Se, antes, envelhecer era sinônimo de “fim da vida”, hoje esse


cenário mudou. De uns tempos para cá, e após conhecer os
benefícios da atividade física, muitos idosos estão procurando
manter o corpo em constante movimento. Ao seguir essa ideia, é
possível deixar em dia todos os sistemas presentes no organismo e,
inclusive, minimizar diferentes efeitos típicos da terceira idade.
Além de uma melhora extremamente relevante na qualidade de vida e
bem-estar, existem alguns benefícios da atividade física para idosos
que merecem ser destacados.

Dentre eles, estão o aumento da condição física, a possibilidade de


se manter independente por mais tempo, o controle das
transformações que ocorrem durante essa fase e a prevenção da
limitação das funções.

De todas, a grande vantagem que essa prática proporciona na


terceira idade é a manutenção dos chamados sistemas fisiológicos
por um período mais longo, evitando, assim, a sua diminuição
rapidamente — fato este que ocorre mais frequentemente entre os
indivíduos sedentários.
Em relação ao lado emocional, esse tipo de prática afeta alguns
neurotransmissores presentes no cérebro e, com isso, é capaz de
causar efeitos bem similares aos remédios antidepressivos.

Os exercícios físicos também são responsáveis por liberar dopamina


e serotonina no organismo, dois elementos conhecidos por
proporcionar a sensação de prazer e felicidade aos indivíduos.

Seguindo esse estilo de vida, o idoso poderá ter um grande bem-


estar físico e mental, além de maior autoestima e disposição para não
se isolar socialmente.
Incentivo à prática de atividade física

A medicina e a ciência do esporte, com seus médicos, preparadores


físicos, técnicos esportivos, nutricionistas, fisioterapeutas e
psicólogos, devem combater o sedentarismo.

É preciso conscientizar as pessoas a esse respeito e estimular o


incremento da exercício físico, seja por meio de atividades formais
ou informais.

Os governos devem considerar a atividade física como questão


fundamental de saúde pública.

As empresas, por sua vez, precisam contribuir para a redução da


incidência do sedentarismo e a massificação da prática orientada de
exercícios físicos, principalmente por meio dos serviços de saúde
ocupacional.
A implantação de programas de qualidade de vida no trabalho não
deverá existir apenas para atender a obrigações legais ou por rotinas
internas.

É imprescindível exigir que o direito à qualidade de vida seja


socializado.

A prática de exercícios físicos regulares pode combater epidemias


de doenças cardiovasculares, obesidade e o aumento dos gastos
com saúde pública.

As mais recentes recomendações de saúde pública — de se


acumular cinco sessões semanais de 30 minutos de atividades
moderadas por dia — podem dar um implemento à capacidade física
da maioria da população, considerando a alta prevalência de
sedentarismo na sociedade e a dificuldade de mudança radical do
hábito.
A aptidão física, relacionada ao desempenho motor, deverá ser
direcionada aos atletas. Aquela relacionada à saúde, por sua vez,
precisará estar diretamente ligada a toda a população.

A adoção de um estilo de vida mais ativo trará enorme benefício para


a saúde pública e o bem-estar individual.

Um estilo de vida mais ativo não requer um programa de exercícios


vigorosos e padronizados.

Ao contrário: pequenas alterações na rotina do dia a dia e que


aumentem a atividade física permitem que os indivíduos reduzam os
riscos de doenças crônicas e podem contribuir para melhorar a
qualidade de vida.
O sedentarismo não parece ser a única causa de qualquer doença
importante, mas um estilo de vida fisicamente ativo melhora o estado
geral de saúde e retarda muitos dos distúrbios funcionais que
ocorrem frequentemente com o envelhecimento.

A maioria dos adultos não é ativa o suficiente para assimilar os


benefícios para a sua saúde.
Quatro em cada 10 brasileiros pratica atividades físicas regularmente
Publicado: 24/4/2020

O número de pessoas que afirmou ter postura ativa é de 39%, segundo a pesquisa
Vigitel 2019, que também registra aumento no consumo de frutas e hortaliças pelos
brasileiros

Na última década, o Brasil registrou aumento de 29% dos brasileiros


que praticam atividade física, como caminhada, natação e dança,
regularmente, ou seja, mantêm, por semana, mais de 150 minutos de
atividade moderada ou por 75 minutos, atividade vigorosa.

Assim, a prevalência de adultos ativos passou de 30,3% em 2009 para


39,0% no ano passado.

Os homens (46,7%) são mais ativos do que as mulheres (32,4%). Os


dados estão no 
estudo sobre Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (
Vigitel) Brasil 2019, divulgados pelo Ministério da Saúde.
O Vigitel 2019 apontou que a prática de atividade física diminui com a idade:

49,4% na faixa de 18 a 24 anos e


24,4% nos adultos com 65 anos ou mais;

e aumenta com a escolaridade, passando de 25,8% nos indivíduos com até 8


anos de estudo para 50,0% entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo.

Sobre a prevalência de adultos inativos, ou seja, que não praticaram


qualquer atividade física no tempo livre nos últimos três meses, em 2006,
era de 15,9%, passando para 13,9%, em 2019.

O  percentual de inativos aumenta com a idade, sendo de 12,9% na faixa de


18 a 24 anos e 31,8% nos adultos com 65 anos e mais; e diminuiu com a
escolaridade, passando de 18,0% nos indivíduos com até 8 anos de estudo
para 11,7% para aqueles com 12 anos ou mais de estudo.

O Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26


capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. O
objetivo é conhecer a situação de saúde da população para orientar ações e
programas que reduzam a ocorrência e a gravidade de doenças, melhorando a saúde
da população.
Novo estudo liderado pela OMS aponta que a maioria dos
adolescentes não pratica atividade física suficiente

https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6064:novo-estudo-
liderado-pela-oms-aponta-que-a-maioria-dos-adolescentes-nao-pratica-atividade-fisica-
suficiente - 22/11/2019 

As primeiras tendências globais já compiladas sobre atividade física


insuficiente em adolescentes mostram que são necessárias várias
ações urgentes para aumentar os níveis de atividade física em
meninas e meninos de 11 a 17 anos. 

O estudo, publicado na revista The Lancet Child & Adolescent Health


 e produzido por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde
(OMS), conclui que mais de 80% dos adolescentes, no mundo, que
frequentam escolas não cumpriram as recomendações atuais de pelo
menos uma hora de atividade física por dia – incluindo 85% das
meninas e 78% dos meninos.
Essa diferença entre meninos e meninas foi vista em quase todos os
países pesquisados.
Saúde dos jovens comprometida por atividade física insuficiente

A pesquisa mostra que os níveis de atividade física insuficiente em


adolescentes continuam extremamente altos, comprometendo sua
saúde atual e futura.

“Ações políticas urgentes para aumentar a atividade física são


necessárias agora, principalmente para promover e manter a
participação das meninas na atividade física”, diz uma das autoras
do estudo, Regina Guthold, da OMS.

Entre os benefícios para a saúde de um estilo de vida fisicamente


ativo, durante a adolescência, estão a melhoria da aptidão
cardiorrespiratória e muscular, saúde óssea e cardiometabólica e
efeitos positivos no peso.
Também há evidências crescentes de que a atividade física tem um
impacto positivo no desenvolvimento cognitivo e na socialização.

As evidências atuais sugerem que muitos desses benefícios


continuam na idade adulta.

Para alcançar esses benefícios, a OMS recomenda que os


adolescentes pratiquem atividade física moderada ou vigorosa
durante uma hora ou mais por dia.

O estudo estimou quantos adolescentes de 11 a 17 anos não atendem


a essa recomendação por meio da análise de dados coletados em
pesquisas escolares sobre os níveis de atividade física. A avaliação
incluiu todos os tipos de atividade física, como tempo gasto em
brincadeiras ativas, recreação e esportes, tarefas domésticas ativas,
caminhadas e ciclismo ou outros tipos de transporte ativo, educação
física e exercícios planejados.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Para melhorar os níveis de atividade física entre adolescentes, o
estudo recomenda que:

• É necessário ampliar urgentemente políticas e programas


sabidamente eficazes para aumentar a atividade física em
adolescentes;

• É necessária uma ação multissetorial para oferecer oportunidades


aos jovens de serem ativos, envolvendo educação, planejamento
urbano, segurança viária e outros;

Os níveis mais altos da sociedade, incluindo líderes nacionais,


municipais e locais, devem promover a importância da atividade
física para a saúde e o bem-estar de todas as pessoas, incluindo
adolescentes.
“O estudo destaca que os adolescentes têm o direito de brincar e
devem ter a oportunidade de realizar seu direito à saúde física e
mental e ao bem-estar”, diz a co-autora Fiona Bull, da OMS.

“Uma forte ação e vontade política podem responder ao fato de que


quatro em cada cinco adolescentes não experimentam os benefícios
sociais, físicos e de saúde mental da atividade física regular.

Os formuladores de políticas e as partes interessadas devem ser


incentivados a agir agora pela saúde desta e das futuras gerações
jovens”.
No mundo, a prevalência de atividade física insuficiente diminuiu
levemente nos meninos entre 2001 e 2016 (de 80% para 78%), mas
não houve mudanças ao longo do tempo nas meninas
(permanecendo em torno de 85%).

Foi observado que, se essas tendências continuarem, a meta global


de uma redução relativa de 15% na atividade física insuficiente – o
que levaria a uma prevalência global de menos de 70% até 2030 – não
será alcançada. Essa meta foi acordada por todos os países na
Assembleia Mundial da Saúde em 2018.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Atividade insuficiente entre adolescentes é uma grande preocupação

“A tendência das meninas serem menos ativas do que os meninos é


preocupante”, disse a co-autora do estudo, Leanne Riley, da OMS.

“São necessárias mais oportunidades para atender às necessidades


e interesses das meninas, a fim de atrair e sustentar sua participação
na atividade física durante a adolescência e a idade adulta.”

Para aumentar a atividade física dos jovens, os governos precisam


identificar e enfrentar as muitas causas e iniquidades – sociais,
econômicas, culturais, tecnológicas e ambientais – que podem
perpetuar as diferenças entre meninos e meninas, diz a pesquisa.
“Os países devem desenvolver ou atualizar suas políticas e alocar os
recursos necessários para aumentar a atividade física”, diz Bull.

“As políticas devem aumentar todas as formas de atividade física,


inclusive por meio de uma educação física que desenvolva
alfabetização física, mais esportes, brincadeiras ativas e
oportunidades de recreação – além de proporcionar ambientes
seguros para que os jovens possam andar e pedalar de forma
independente.

Uma ação abrangente requer o envolvimento de vários setores e


partes interessadas, incluindo escolas, famílias, provedores de
esporte e recreação, planejadores urbanos e líderes de cidades e
comunidades”.
Educação Física escolar: por que é tão importante?
A disciplina é obrigatória na grade curricular da educação básica

De acordo com a Lei 9.394/96, parágrafo 3º, a Educação Física


escolar está integrada à proposta pedagógica, sendo componente
curricular obrigatório da educação básica.

Sua prática é facultativa ao aluno que cumpre jornada de trabalho


igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; que
esteja prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar,
esteja obrigado à prática da educação física; e que tenha prole. 

Muito mais do que uma prática esportista, a Educação Física nas


escolas oferece um leque de benefícios aos alunos.

Da Educação Infantil ao Ensino Médio, as aulas têm - como principais


objetivos - promover a saúde, a socialização, colaborar para o
desenvolvimento de habilidades motoras e estimular o processo de
ensino-aprendizagem.
Para isso, as aulas devem ser planejadas como as demais disciplinas
escolares, levando-se em consideração as dimensões afetivas,
cognitivas e socioculturais dos alunos, conforme os Parâmetros
Curriculares Nacionais apontados pelo Ministério da Educação –
MEC.

Além de estimular a participação dos alunos nas aulas, cabe


ao professor de Educação Física propor atividades lúdicas e que, ao
mesmo tempo, contemple as questões citadas acima.

A Educação Física dentro da escola serve como instrumento para o


desenvolvimento do cidadão, tais como o desenvolvimento das
capacidades e habilidades motoras, trabalhadas dentro das diversas
maneiras metodológicas de ensino adotadas e também serve como
sendo um espaço educativo privilegiado para promover as relações
interpessoais, a autoestima e a autoconfiança valorizando-se aquilo
que cada individuo é capaz de fazer em função de suas
possibilidades e limitações pessoais.
O ensino da Educação Física na escola deve contemplar as três
dimensões: o saber fazer, o saber sobre e o saber ser e, dessa forma,
ter sua própria autonomia para saber como, quando e por que
realizar atividades que promovam e incentivem o desenvolvimento
das habilidades motoras.

Os esportes coletivos trazem consigo o benefício do trabalho em


conjunto, a integração social entre alunos.

Essa integração insere no jovem uma das noções humanas mais


importantes para a vida em sociedade: o respeito às diferenças.
 
O esporte é apresentado como eixo na instituição e, como conteúdo
da educação física, propõe práticas que contemplam conceitos
importantes para a formação de pessoas íntegras, bem como
benefícios fisiológicos e sociais.
 
A prática esportiva regular e bem orientada contribui para:

 Redução do risco de doenças ligadas à pressão e ao coração;


 
 Ganho de resistência muscular;

 Equilíbrio dos níveis de colesterol;


 
 Combate à insônia;
 
 Flexibilidade de tendões e articulações;

 Aumento da oxigenação do cérebro.


A Educação Física na escola:
 
- Beneficia o desenvolvimento motor;
 
- Integra socialmente;
 
- Colabora para que os alunos adquiram autoconfiança;
 
- Melhora a autoestima;
 
- Trabalha a expressão do aluno;
 
- Reduz o estresse pelas pressões do dia a dia;
 
- Coopera para um estilo de vida melhor;
 
- Contribui para resolução de problemas;
 
- Favorece o autoconhecimento.
 [...]
O principal papel do professor, através de suas propostas, é o de
criar condições aos alunos para tornarem-se independentes,
participativos e com autonomia de pensamento e ação. Assim,
poderá se pensar numa Educação Física comprometida com a
formação integral do indivíduo.

Dessa forma, pode-se enfatizar o papel relevante que a Educação


Física tem no processo educativo. O que, na verdade, ameaça a
existência desta disciplina nas escolas é a sua falta de identidade.

Ela sofre consequências por não ter seu corpo teórico próprio, isto é,
a informação acumulada é vasta e extremamente desintegrada por
tratar-se de uma área multidisciplinar. (Vilma Lení Nista-Piccolo -1993, p.13)

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