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Índice

Capítulo 1 – Atividade física, Saúde e Qualidade de Vida 1

Capítulo 2 – Princípios do Treinamento Físico 8

Capítulo 3 – Esporte Escolar X Esporte de Rendimento 12

Capítulo 4 – Tecnologia no Esporte 15

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Ficha Técnica
Autor: Bruno Baptista Carvalho do Carmo

Supervisora Editorial: Paula Ribeiro

Revisores
Anna Karina Lopes
Juliana Rodrigues
Uara Nunes

Assistentes de diagramação
Alessandro Paixão
Bruna Labbe
Danielle Fróes
Evandro Rodrigues
Fernanda Macedo

Capa
Evandro Rodrigues
ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Manter o corpo em movimento é fundamental para uma boa


qualidade de vida, para prevenir doenças e ter um bom estado de
saúde física e mental. Contudo, muitas pessoas não sabem
diferenciar a atividade física do exercício físico, que são elementos
importantes para esses objetivos. O ideal é que os dois estejam
presentes no dia a dia, por isso é fundamental compreender a
diferença entre eles.

ATIVIDADE FÍSICA × EXERCÍCIO FÍSICO

ATIVIDADE FÍSICA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define atividade física como sendo qualquer movimento
corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto de energia – incluindo atividades
físicas praticadas durante o trabalho, jogos, execução de tarefas domésticas, viagens e em atividades de
lazer.
É tudo aquilo feito no dia a dia com o corpo, ou seja, é qualquer movimento realizado. Limpar a casa, ir
à padaria, passear com o cachorro, subir e descer escadas são alguns exemplos.
A atividade física não é algo programado, mas uma ação natural que acontece pela necessidade do ser
humano de realizar ações com o corpo. Porém, mesmo que pareça algo simples, ela não deve ser
menosprezada. Um dia de faxina intensa pode queimar muitas calorias.
Realizar atividades diárias usando o corpo é extremamente benéfico. Além de queimar calorias,
aumenta o bem-estar físico e mental, ajuda no condicionamento físico e reduz as chances de desenvolver
doenças cardiovasculares e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A atividade física não demanda acompanhamento profissional, nem uso de equipamentos específicos,
e ainda pode ser realizada dentro de casa.

EXERCÍCIO FÍSICO

Apesar de estar relacionado com o movimento do corpo, o exercício físico é uma atividade programada,
com movimentos executados de forma planejada e com objetivos específicos.
Além disso, os exercícios devem ser constantes e realizados com acompanhamento de profissionais
especializados. Eles são responsáveis pelas instruções e pelos direcionamentos sobre intensidade,
duração, cargas, objetivos e outras indicações importantes para a realização correta do exercício. O
cronograma de exercícios é desenvolvido a partir da avaliação do perfil e do estado físico de cada pessoa.
Ao contrário da atividade física, eles envolvem movimentos técnicos, já que envolvem práticas
esportivas. Natação, corrida, musculação, futebol, basquete, exercícios funcionais, boxe são alguns
exemplos.
Os exercícios ajudam a equilibrar ou a aumentar a musculatura, reduzir o peso corporal, melhorar a
capacidade respiratória, diminuir a pressão arterial e prevenir doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão.

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BENEFÍCIOS
Pessoas sedentárias, que ficam muito tempo sentadas, deitadas ou sem nenhum tipo de atividade ou
exercício físico, têm mais chances de desenvolver complicações de saúde.
Afinal, manter o corpo ativo ajuda na prevenção de uma série de problemas e ainda traz outros
benefícios para a vida de qualquer pessoa, principalmente com a combinação de hábitos alimentares mais
saudáveis.
Veja como as atividades e os exercícios físicos melhoram o bem-estar, contribuem significativamente
para a qualidade do sono e, ainda, auxiliam na prevenção de doenças crônicas.
A prática regular de exercícios físicos promove benefícios que se manifestam sob todos os aspectos
do organismo. Do ponto de vista musculoesquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular, e
da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no
desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução
da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL-
colesterol (o “colesterol bom”). Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças,
sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas
ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas
e com o estresse. Ao liberar endorfina, o organismo também libera hormônios, como a serotonina. Ambos
são neurotransmissores e reduzem o estresse, ansiedade e depressão. Além disso, auxilia também na
manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da autoestima. Exercícios físicos ainda melhoram
a memória, o raciocínio e ajudam na estabilização das emoções.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de
trabalho quanto no familiar. Algumas modalidades, como esportes coletivos, ajudam na socialização.

A atividade física também tem a ver com a aptidão física, que diz respeito à
capacidade que uma pessoa tem de executar, com o mínimo de esforço possível,
tanto atividades físicas consideradas mais simples, do cotidiano, quanto
atividades estruturadas, como exercícios físicos e esportes.

SEDENTARISMO

O sedentarismo pode ser definido como um comportamento diário que se caracteriza por uma grande
quantidade de tempo destinada a atividades que não promovem um gasto energético significativo quando
comparado ao gasto produzido em níveis de repouso ou atividades com baixo gasto de energia.
Um comportamento sedentário inclui atividades como ficar muito tempo assistindo à televisão ou
jogando videogame, utilizando computador, passar grandes períodos sentado, dentre outros hábitos.
É importante destacar que o sedentarismo não se resume apenas à falta de prática de atividades físicas.
Algumas pessoas podem praticar atividades físicas, porém passar grandes períodos do dia com
comportamentos sedentários, não realizar atividade física de maneira regular ou realizar de forma
insuficiente. A prática de atividades por si só, portanto, não é sinônimo de que a pessoa não é sedentária.

RISCOS DO SEDENTARISMO

O sedentarismo, atualmente, é considerado um grave problema de saúde pública, uma vez que está
relacionado com o desenvolvimento de várias doenças crônicas. É considerado fator de risco para
problemas como:
• doença arterial coronariana;
• infarto agudo do miocárdio;

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• hipertensão arterial;
• diabetes mellitus tipo II;
• osteoporose;
• alguns tipos de câncer, como câncer de cólon e câncer de mama.

Além disso, a inatividade física relaciona-se com o desenvolvimento de obesidade, aumento do risco de
quedas em idosos, depressão, ansiedade, alterações no humor e dislipidemia (níveis elevados de lipídios
no sangue).
Em crianças, a inatividade física relaciona-se com o grande aumento da obesidade juvenil em todo o
mundo. Além disso, crianças e adolescentes que possuem comportamento sedentário apresentam
comprometimento do sono, da saúde cardiometabólica e do comportamento social.
O estilo de vida atual pode ser responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco
de morte por derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a
atividade física é assunto de saúde pública.

CAUSAS DO SEDENTARISMO

Existem várias causas para o sedentarismo, sendo a principal delas a


falta de atividades físicas. Além disso, a má alimentação e o grande
avanço da tecnologia contribuem bastante para que pessoas se tornem
sedentárias.
Algumas atividades do atual modo de vida das pessoas favorecem o
sedentarismo, por exemplo:
• fazer uso de carro mesmo em pequenos trajetos;
• utilizar escadas rolantes;
• deixar de realizar algumas atividades domésticas;
• consumir exageradamente alimentos industrializados;
• passar várias horas utilizando o computador ou em frente à TV.

OBESIDADE

A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado


quase sempre por um consumo de energia na alimentação
superior àquela usada pelo organismo para sua manutenção
e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a ingestão
alimentar é maior que o gasto energético correspondente.
Pessoas obesas têm mais probabilidade de desenvolver
doenças como pressão alta, diabetes, problemas nas
articulações, dificuldades respiratórias, gota, pedras na
vesícula e até algumas formas de câncer.

COMO SABER O PESO IDEAL?

A obesidade é determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso
(em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo
ou acima do desejado.

 CLASSIFICAÇÃO DO IMC
• Abaixo de 17 – Muito abaixo do peso
• Entre 17 e 18,49 – Abaixo do peso
• Entre 18,5 e 24,99 – Peso normal
• Entre 25 e 29,99 – Acima do peso (sobrepeso)
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• Entre 30 e 34,99 – Obesidade I
• Entre 35 e 39,99 – Obesidade II
• Acima de 40 – Obesidade III (mórbida)

 CÁLCULO DO IMC

Exemplo: João tem 83 kg e sua altura é 1,75 m.


Altura × altura = 1,75 × 1,75 = 3.0625.
IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10.
O resultado de 27,10 de IMC indica que João está acima do peso (sobrepeso).

 TRATAMENTO
Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo, a forma
mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menos ingestão de
calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de peso como facilita
sua manutenção.

QUALIDADE DE VIDA

Segundo a OMS, qualidade de vida é a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto
da cultura e de sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações.
Podemos dizer que o termo engloba o bem-estar físico, mental, psicológico e emocional, além de
relacionamentos sociais, como família e amigos, e também a saúde, educação, poder de compra e outras
circunstâncias da vida.
Quando alguém diz que está em busca de qualidade de vida para si e sua família, há uma compreensão
de que se trata de melhorias ou um alto padrão de bem-estar, que pode estar relacionado à saúde, à
moradia, ao lazer, aos hábitos de atividade física e alimentação, por exemplo.

COMO O ESTILO DE VIDA INFLUENCIA A QUALIDADE DE VIDA?

A maneira como uma pessoa encara o dia a dia, incluindo hábitos alimentares, exercícios, momentos
de lazer, relações afetivas e trabalho, influencia totalmente na qualidade de vida.
Segundo a OMS, o estilo de vida é o conjunto de hábitos e costumes que são influenciados, modificados,
encorajados ou inibidos pelo prolongado processo de socialização.

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É uma expressão moderna que se refere à estratificação da sociedade por meio de aspectos
comportamentais, expressos geralmente sob a forma de padrões de consumo, rotinas, hábitos ou uma
forma de vida adaptada ao dia a dia.
Esses hábitos e costumes incluem o uso de substâncias tais como o álcool, fumo, chá ou café, hábitos
dietéticos e de exercício.
Um estilo de vida sedentário, ou seja, sem a prática regular de atividades físicas, por exemplo, é maléfico
à saúde e pode ocasionar inúmeras doenças, como diabetes, osteoporose, alteração de colesterol, doenças
respiratórias, infarto, AVC, entre outras.
A OMS considera a inatividade como uma das dez principais causas mundiais de morte.

BEM-ESTAR

Um dos grandes desafios atualmente é conquistar


um estilo de vida saudável e mantê-lo. Hábitos
saudáveis como dieta balanceada, prática de exercícios
físicos, sono adequado e controle de estresse são
essenciais para a garantia do bem-estar.
No passado, o conceito de bem-estar estava relacionado apenas à ausência de doenças e debilitações;
hoje, essa definição mudou. No mundo contemporâneo, o bem-estar assume um conceito
multidimensional. Para a conquista do bem-estar, deve ser atingido o bem-estar físico, emocional, social,
intelectual e espiritual, cada um tendo sua importância para a totalidade do ser humano.

ÁREAS DO BEM ESTAR

A definição de um indivíduo saudável depende de uma análise da saúde integral, com todas as suas
necessidades e particularidades.
A saúde física, mental e social são algumas das dimensões que determinam o estado de bem-estar
humano, muito além da simples ausência de doenças. Na verdade, o próprio conceito de saúde está
relacionado a uma visão integral do ser humano, que considera aspectos do corpo, mente, ambiente,
sociedade, hábitos e muito mais.
De acordo com a Constituição da OMS, publicada em 1946, a saúde é “um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou de enfermidade”. Além disso, o acesso
a cuidados de saúde é um direito fundamental do ser humano, que deve ser assegurado.
E não para por aí: a saúde também pode ser financeira, intelectual e até espiritual. Afinal, o ser humano
tem necessidades bastante complexas e seu equilíbrio depende de vários aspectos da vida, que devem
estar em harmonia para uma existência plena e realizada.

 SAÚDE FÍSICA

É a dimensão mais básica do bem-estar humano, representada


por um corpo em pleno funcionamento, livre de doenças, bem
nutrido e ativo. Para alcançar um estado fisicamente saudável, é
preciso ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas,
dormir no mínimo oito horas, entre outras recomendações básicas
da medicina.
Um estudo da OMS, publicado em 2018, revela que 53,3% das
mulheres e 40,4% dos homens continuam sedentários no país. Ou
seja: ainda há um longo caminho pela frente para que a saúde física
seja prioridade nos hábitos dos brasileiros.

 SAÚDE MENTAL
A saúde mental é sinônimo de qualidade de vida emocional, ou seja, o equilíbrio entre emoções e
sentimentos diante dos desafios, conflitos, mudanças e demais eventos da vida. Estar mentalmente
saudável significa estar bem consigo e com os outros, conseguir aceitar as situações adversas e saber
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lidar com emoções boas e ruins, reconhecendo sempre seus limites,
inclusive, buscando ajuda quando necessário.
De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde,
publicados em 2019, o Brasil apresenta as maiores taxas de
incapacidade causada por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) do
continente americano. Além disso, o país já foi considerado o mais
ansioso do mundo pela OMS, com 18,6 milhões de brasileiros sofrendo
de transtorno de ansiedade em 2019.

 SAÚDE SOCIAL
A saúde social diz respeito à manutenção de relações saudáveis
com a família, amigos, colegas de trabalho e comunidade em geral.
Como seres sociais, temos necessidades de apoio, reconhecimento e
estima dos outros, e as redes de apoio são fundamentais para manter
as outras dimensões de saúde equilibradas.
A diferença é que a saúde social depende do comportamento
coletivo e da cultura, e não somente do nosso próprio círculo de
convivência. Dessa forma, sociedades mais solidárias tendem a
apresentar níveis mais saudáveis de sociabilidade, enquanto as mais
individualistas dificultam as relações entre as pessoas.
Em 2019, o Brasil ficou em 74º lugar no ranking global de solidariedade World Giving Index, publicado
pela Charities Aid Foundation (CAF) – um avanço importante, já que o país ocupava o 122º lugar no ranking
de 2018. O estudo considera a frequência de atitudes como ajudar desconhecidos, doar à caridade e fazer
trabalho voluntário.

 SAÚDE FINANCEIRA
A saúde financeira é outra dimensão essencial do bem-estar humano, que
influencia todas as outras áreas da vida no nosso modelo econômico. Isso
porque boa parte das necessidades humanas depende de dinheiro para ser
atendida, desde os recursos para cuidar do corpo e da mente até as condições
para melhorar a sociabilidade, por exemplo. A falta dele, por outro lado, não
apenas limita o acesso do ser humano a uma vida mais saudável, como causa
problemas de saúde.
Segundo uma pesquisa do SPC Brasil de 2020, 8 em cada 10 inadimplentes
sofrem com impactos físicos e emocionais por conta das dívidas atrasadas. Estas são algumas das
consequências do endividamento:

• ansiedade (63,5%);
• estresse e irritação (58,3%);
• tristeza e desânimo (56,2%);
• angústia (55,3%);
• insônia (42,8%);
• alterações no apetite (32,3%);
• agravamento de vícios (28,2%);
• improdutividade e baixa performance (30%).

Vale lembrar também que saúde financeira não é sobre ter ou não ter dinheiro. O conceito vai muito
além. Uma pessoa saudável com suas finanças é organizada, consegue suprir suas necessidades
essenciais, ter momentos de lazer e poupar para realizar seus planos. Além disso, ela tem uma reserva
financeira que a protege de emergências e se prepara para a aposentadoria.
As sensações de segurança, equilíbrio e tranquilidade que a saúde financeira pode trazer são essenciais
para que se tenha saúde física, mental e também social, já que a relação com as pessoas próximas tende
a ser mais leve.

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 SAÚDE INTELECTUAL
A saúde intelectual é desenvolvida por meio de atividades culturais,
aprendizagem, exercício da criatividade e outras ações que enriquecem
nosso repertório pessoal e expandem nosso conhecimento. Afinal, oxigenar
o cérebro com novas ideias é fundamental para a saúde mental e
autoestima.
De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura”, publicada em 2016 pelo
Instituto Pró-livro, 56% dos brasileiros cultivam o hábito da leitura, motivados
principalmente pelo gosto, atualização cultural, distração e crescimento
pessoal, além de razões religiosas. Além dos livros, a saúde intelectual
também pode ser estimulada por filmes, peças de teatro, música e qualquer forma de arte e cultura que
contribua com o pensamento.

 SAÚDE ESPIRITUAL
Por fim, a saúde espiritual é a dimensão de bem-estar relacionada à
fé e às crenças do ser humano. Para alcançar o bem-estar espiritual, é
preciso ter liberdade para exercer a fé, valores e propósito pessoal, seja
por meio de religião ou filosofia.
É a busca de um significado e um sentido que transcende a si
mesmo, podendo considerar o papel de uma força maior.
No campo do bem-estar espiritual, torna-se importante encarar a
vida com gratidão, uma atitude de gratidão faz com que a pessoa
valorize a vida e a todos que dela participam, tornando a vida mais leve e feliz.
No Brasil, essa dimensão tem um peso muito grande, pois os brasileiros consideram a fé religiosa mais
importante do que a educação para a melhoria de vida no país, segundo uma pesquisa feito pela Oxfam e
Datafolha, publicada em 2019. Para 28% dos entrevistados, a religião tem o papel mais importante no
progresso do país, contra 21% que priorizam a educação e 19%, o atendimento de saúde.

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PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO FÍSICO

A ciência da Educação Física indica alguns princípios para a execução de qualquer atividade física. Seguir
esses princípios é uma condição indispensável para que a participação de qualquer pessoa nas atividades
seja uma experiência proveitosa e, se possível, agradável.
Número de séries, de repetições, tempo de intervalo, carga, variações de exercícios, dias de descanso...
Talvez você não saiba, mas cada um desses detalhes em sua planilha de treino de musculação ou de
corrida, de ciclismo, de natação, é determinado com base em diretrizes e regras estabelecidas por
evidências científicas, que servem para ajustar a rotina de atividade física de forma a alcançar o melhor
resultado. Os princípios do treinamento físico funcionam como norteadores do planejamento, da execução,
da consolidação e do controle da preparação de um atleta (amador ou profissional). Eles incluem todos os
aspectos e tarefas do treino, determinando o conteúdo, os meios, os métodos e a organização dos
exercícios físicos.
Ao final de um período de execução de qualquer atividade que acompanhe esses princípios, o
executante perceberá os benefícios adquiridos e a provável adoção de um estilo de vida ativo, ou seja, a
manutenção desses benefícios.

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA

É o princípio que estabelece que não existem duas


pessoas iguais. Em termos de condicionamento físico,
isso significa dizer que o mesmo exercício, na mesma
intensidade, na mesma duração e na mesma frequência
semanal proporcionará diferentes efeitos de treinamento
em diferentes pessoas.
É o respeito ao potencial biológico de cada atleta, de
acordo com suas capacidades e características físicas. Ao
montar a atividade física de um aluno adotando esse
princípio, o treinador procura levar em consideração
diversos aspectos individuais, como sexo, idade,
capacidade física, histórico de saúde, histórico esportivo e
qualidades psicológicas, para construir uma proposta de
treinamento que consiga estimular ao máximo o indivíduo. Exemplo: ao preparar um treino para um
iniciante, o professor da academia leva em conta seu nível de força e condicionamento físico. Ele não vai
pedir para alguém que nunca malhou levantar o mesmo peso que alguém que treina há dez anos. Da
mesma forma, não vai pedir para uma idosa que foi a vida inteira sedentária correr na mesma velocidade
que uma jovem que é experiente na corrida.

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PRINCÍPIO DA SOBRECARGA CRESCENTE

Para adquirir uma boa aptidão física, o organismo precisa ser submetido a esforços cada vez maiores
(mais intensos ou por um tempo maior, ou, ainda, em uma maior frequência) de maneira tal que possa
provocar no organismo reações de adaptação que levem à aquisição ou à melhoria da aptidão.
A sobrecarga pode ser considerada a quantidade de trabalho que realizamos. A forma mais comum de
se quantificar uma atividade física é em termos do total de quilocalorias que ela consome.
Compreendendo a sobrecarga, podemos pensar no seu complemento crescente. Crescente significa
que a atividade deve ser cada vez maior para que possa servir de estímulo ao organismo e provocar a
melhoria da sua aptidão física. Em outras palavras, se fizermos sempre a mesma atividade, da mesma
forma e em quantidade igual, a nossa condição física permanecerá sempre no mesmo patamar.
Para a melhoria da aptidão física, é necessário trabalhar com sobrecargas sempre crescentes.
Evidentemente, o aumento da sobrecarga de treinamento deve ser feito com bastante cuidado, pois, se
houver qualquer exagero, a atividade física pode ser bastante perigosa.

O aumento da sobrecarga pode ser feito através de três fatores:

Quantidade
Volume
de trabalho

Esforço da
Variáveis Intensidade
atividade

Dias na
Frequência
semana

 VOLUME:
Aumentando a distância na caminhada, o número de repetições de um exercício de ginástica, o tempo
de duração de um passeio de bicicleta, estaremos lidando diretamente com o volume de treinamento.
Também chamado de duração, é outro aspecto a ser considerado pelos praticantes de atividades
físicas. Pode ser expresso através de tempo, distância ou número de repetições em que a tarefa deverá ser
realizada.
Especialistas na área afirmam que o volume de uma sessão de treinamento deve ser de 15 a 60 minutos
contínuos. No entanto, sua duração dependerá diretamente da intensidade da tarefa.
As atividades desenvolvidas com intensidades mais baixas devem ser realizadas durante um período
de tempo mais prolongado.
No caso de adultos com baixos níveis de aptidão física e sedentários, recomenda-se programas de
atividades físicas com intensidades baixas e moderadas, realizadas por um período de tempo superior a
15 minutos e realizadas de forma contínua. As atividades com essas características são as que
apresentam melhor efeito sobre a aptidão cardiorrespiratória total.
Além disso, atividades de longa duração, realizadas em uma intensidade baixa ou moderada, diminuem
a possibilidade de ocorrência de lesões e melhoram o nível de participação nos programas de atividades
físicas.
A duração deve ser aumentada gradativamente, e, qualquer que seja o objetivo pretendido, devemos
iniciá-lo com sessões não muito longas. Atividades físicas de curta duração e alta intensidade não são
recomendadas no início do programa, e sim para indivíduos treinados, com aptidão física acima da média.

 INTENSIDADE:
Passando a correr a mesma distância em tempo menor, aumentando a carga de exercícios com pesos
ou diminuindo o tempo de descanso entre uma execução e outra, alteraremos a intensidade de trabalho.
Podemos classificar a intensidade de uma tarefa em baixa, média, forte e muito forte. Contudo, pode-se dizer
que somente há uma melhora na aptidão quando os esforços são de intensidade média a forte, o que trará uma
capacidade adaptativa mais eficaz por parte do organismo.

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A melhoria dos níveis de aptidão física somente se verifica quando os programas de atividades físicas
são bem planejados e, sobretudo, considerada a relação entre duração, a intensidade do programa e a
frequência com que ele é realizado.

 FREQUÊNCIA:
Quando aumentamos o número de treinamentos em uma semana – três, quatro, cinco vezes por
semana.
A utilização do corpo ou de suas partes em diferentes tipos de atividades irá melhorar não só a sua
eficiência, mas também a qualidade de execução dos movimentos. Isso indica que os treinamentos
capacitam a: gastar menos energia para execução de um movimento; executar o mesmo movimento de
forma mais coordenada e ampla; levantar objetos mais pesados; e executar um grande número de
repetições de um determinado movimento.
A musculatura que é utilizada com regularidade irá hipertrofiar (aumentará). Já aquela que é pouco
utilizada irá atrofiar (diminuirá).
Os especialistas na área de Educação Física defendem que um programa de atividades físicas que
pretenda obter resultados satisfatórios deve ser realizado com uma frequência mínima de três vezes por
semana.

EXERCÍCIO VOLUME INTENSIDADE FREQUÊNCIA

Supino Reto 3 x 10 40 kg 3ª-5ª

Supino Inclinado 3 x 10 60 kg 3ª-5ª


Tríceps Testa 4x8 12 kg 3ª-5ª
Desenvolvimento HBC 4x8 10 kg 3ª-5ª
Elevação Lateral 3 x 12 8 kg 3ª-5ª

PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE

Do ponto de vista do gasto energético é possível


estabelecer parâmetros de igualdade entre
diferentes atividades físicas. Assim, andar 3
quilômetros em 30 minutos equivale a nadar 20
minutos ou andar de bicicleta 6 quilômetros em 15
minutos. Isso porque todas essas atividades
provocam a queima de 150 quilocalorias.
Embora essa relação possa existir, o princípio da
especificidade determina que os corredores devem
correr, nadadores devem nadar etc., devido às
adaptações específicas que cada uma dessas atividades ocasiona, criando efeitos paralelos específicos.
Outro aspecto a ser considerado nesse princípio é o tipo de estímulo ao qual o organismo é submetido.
Embora possamos utilizar os mesmo grupos musculares, a forma como será considerada a relação
entre o volume e a intensidade poderá resultar no desenvolvimento de diferentes capacidades. Por
exemplo, o desenvolvimento da força dar-se-á através de exercícios de alta intensidade, e o
desenvolvimento da resistência será obtido com estímulos de média intensidade e com durações maiores.
Ainda sobre as adaptações que ocorrem no organismo, como resultado da prática regular de atividades
físicas, alertamos para a existência de diferentes tipos de adaptação: no nível muscular, articular e ósseo,
e nos grandes sistemas como o respiratório e o cardíaco. Segundo o tipo de atividade, uma dessas áreas
será mais solicitada, desencadeando uma adaptação coerente.

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Para compreendermos bem esse conceito, podemos esclarecer o seguinte: nos exercícios de força, a
adaptação é um nível muscular, articular e ósseo, e, em corridas de longa duração, a adaptação se dá nos
sistemas respiratório e cardíaco.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Esse princípio rege que a atividade física deve ser


realizada continuamente, sem interrupções. É a
continuidade que desencadeará as adaptações do
organismo aos esforços a que foi submetido pelo
treinamento e que seja possível uma melhora na aptidão.
A interrupção de qualquer tipo de atividade física leva o
organismo ao retorno à situação inicial (antes do início do
programa), ou seja, será necessária uma retomada dos
níveis iniciais de intensidade e volume. A retomada e o
estabelecimento do novo programa dependerão do nível em
que estávamos quando interrompemos e o tempo que se ficou inativo. De forma geral, quanto maior for o
período de interrupção, maiores serão os prejuízos à condição física.

PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

Esse princípio complementa o anterior e,


provavelmente, possibilitará uma maior
compreensão das consequências da ausência de
regularidade em um programa de atividades físicas.
Todos os benefícios adquiridos em vários meses
de treinamento podem ser perdidos em poucas
semanas de inatividade. Para alguns especialistas,
esses benefícios se perdem parcialmente em três
semanas e totalmente em dez semanas.
O desconhecimento desse princípio faz com que, tantas vezes, ex-praticantes estabeleçam para si
metas facilmente alcançáveis no passado, mas impossíveis no presente. O fato de algumas pessoas
considerarem-se melhores que outras (fisicamente falando) por terem participado há algum tempo pode
ser muito perigoso por ocasião de uma retomada na atividade.

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ESPORTE ESCOLAR × ESPORTE DE RENDIMENTO

Através dos noticiários, das revistas esportivas, dos jogos transmitidos na televisão, dos campeonatos,
das olimpíadas e copas do mundo, o aluno é inserido “no mundo dos esportes”, que é parte de nossa
cultura, que possui seus valores, princípios e regras.
A vivência do esporte é um direito garantido por lei, portanto, um direito de todos. Mas de que esporte
estamos falando? A Constituição Brasileira de 1988, no seu art. 217, prevê que os recursos públicos sejam
prioritariamente destinados à promoção do esporte educacional. Outras leis complementares nos dão
pistas de que existem diferentes formas de vivências e práticas esportivas. Especificamente a Lei nº
9.615/98, batizada como “Lei Pelé”, regulariza o esporte em nosso país, caracterizando-o nas seguintes
manifestações:
• Esporte Educacional: praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação,
evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o
desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do
lazer.
• Esporte de Rendimento: praticado segundo normas gerais dessa lei e das regras de práticas
desportivas – nacional e internacional –, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e
comunidades do país, e estas com as de outras nações.

ESPORTE ESCOLAR

Um esporte é uma atividade competitiva ou


recreativa cujo desenvolvimento requer um certo
treinamento e respeito por um regulamento. Escolar,
por sua vez, é tudo ligado à escola (um
estabelecimento educativo).
Portanto, chamamos de esportes escolares a
atividade esportiva que é realizada no âmbito de uma
escola, durante o horário de aula ou em instâncias não
letivas. Seu objetivo é promover o desenvolvimento da
criança, graças às várias dimensões ligadas à prática
esportiva.
O esporte escolar, nesse contexto, não está orientado para a competição. Espera-se que os alunos se
divirtam, aprendam a cuidar de seu físico e desenvolvam várias habilidades. O esporte escolar pode
contribuir, por exemplo, para o trabalho em equipe.
Por intermédio do esporte escolar, os alunos podem adquirir habilidades, melhorar sua capacidade
física, elevar sua autoestima e gerar hábitos saudáveis. O esporte também possibilita a integração e ensina
noções essenciais de respeito (de colegas, rivais, autoridades, regras etc.).
Muitas vezes, são organizadas competições interescolares, nas quais estudantes de uma escola
enfrentam estudantes de outras instituições. Além dessa natureza competitiva, os professores devem
incutir nos alunos que o mais importante não é vencer, mas participar da atividade. Ao deixar o sucesso
para segundo plano, o foco é colocado no esforço de cada um dos participantes.
Às vezes, o esporte escolar é a primeira abordagem de uma criança à prática esportiva. Com o estímulo
necessário e as condições pessoais adequadas, essa descoberta poderá levar, no futuro, ao exercício do
esporte ao nível profissional.

ESPORTE ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA

O esporte escolar é a prática de vivências esportivas no ambiente das escolas com finalidades
educativas. De acordo com o Ministério do Esporte, a pedagogia do esporte busca refletir as modalidades
esportivas enquanto ações educativas e de formação de cidadania.
As ações educativas promovidas por meio do esporte no contexto escolar envolvem intervenções com
aspectos definidos, tais como compromisso, responsabilidade, organização, intencionalidade e
responsabilidade educacional.

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Entre as funções desenvolvidas pelo esporte escolar estão
a ludicidade, a cooperação, o companheirismo e o
entretenimento. Nesse sentido, a competitividade e o
treinamento, característicos do esporte, são deixados de lado
para se dar atenção aos aspectos educativos existentes na
prática esportiva.
A prática de esportes nas escolas possibilita
oportunidades de convívio social, respeito às regras, bem
como aos companheiros e adversários. Essas atividades
provocam situações de conquistas ou derrotas, portanto,
possibilidades de exercitar a cooperação, a ética e a amizade.
A cooperação e a união dos estudantes são atributos
trabalhados no esporte escolar.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO BRASIL

A Educação Física escolar chegou ao Brasil por volta dos séculos XVIII e XIX. Nesse período, a área se
baseava na perspectiva médico-higienista. O objetivo das aulas da disciplina era atingir corpos fortes e
higiênicos.
Inicialmente, a disciplina sofreu uma intensa influência militar. A intenção era preparar os corpos para
possíveis conflitos militares. O ideal era de patriotismo e nacionalismo. O conteúdo da Educação Física
nesse tempo era baseado nos modelos europeus de ginástica.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e do Estado Novo no Brasil, novas tendências pedagógicas da
Educação Física começaram a surgir.
A prática esportiva nas escolas possibilita experiências corporais diversas importantes para o
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Durante a Ditadura Militar no Brasil, ocorreu um processo de ampliação dos esportes nos ambientes
escolares, com o objetivo de buscar resultados em competições internacionais. Os objetivos principais
eram a aptidão física e a identificação de talentos esportivos.
Em seguida, outras possibilidades de ensino na Educação Física surgiram. Essas perspectivas
passaram a compreender a dimensão da cultura corporal do movimento e a promover pensamentos
críticos e reflexivos sobre a prática corporal no ambiente escolar.

ESPORTE DE RENDIMENTO

Esporte de alto rendimento se refere a atletas, equipes esportivas


e organizações esportivas que se concentram no desempenho de elite
(por exemplo, atletas de nível nacional ou internacional).
O alto rendimento está ligado, ou associado, à aptidão física no
esporte e refere-se à otimização dos recursos corporais e técnicos.
Atletas que conseguem aumentar o uso dos recursos e técnicas
disponíveis adquirem novas competências na formação, atingindo,
assim, um alto nível de competência. Esses atletas são aqueles
considerados de alto desempenho.
O alto desempenho geralmente está relacionado aos esportes
profissionais (tais como natação, corrida, voleibol, futebol, basquete, entre outros). Os atletas profissionais
têm a obrigação de manter um nível de desempenho e condicionamento físico que lhes permita sustentar
altos níveis de treinamento.
DEFINIÇÃO E MOLDES

O Esporte de Rendimento é caracterizado pela busca por resultados, vitórias e recordes em modalidades
esportivas regidas por normas universalmente preestabelecidas e vinculadas a federações e
confederações nacionais e internacionais de esporte, que exigem dos atletas alto grau de dedicação.

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A legislação brasileira assim define essa manifestação do esporte (Lei Federal nº 9.6151, de 1998):
Art. 3º — (...)
III — desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática
desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e
comunidades do País e estas com as de outras nações.

Dentro do conceito de Esporte de Rendimento, a legislação faz distinção entre o organizado e praticado
nos moldes profissional, “caracterizado pela remuneração pactuada em contrato formal de trabalho entre
o atleta e a entidade de prática desportiva”, e não profissional, “identificado pela liberdade de prática e pela
inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o recebimento de incentivos materiais e de
patrocínio”.

 Esporte profissional
Conforme se verifica na definição trazida pela legislação brasileira, o Esporte de Rendimento
Profissional se caracteriza pela relação contratual de trabalho entre o atleta e a entidade esportiva.
É importante destacar o aumento da relevância econômica do Esporte de Rendimento Profissional, que
tem se custeado principalmente com recursos da iniciativa privada e do mercado produzido pelo
espetáculo comercial das competições esportivas.

 Esporte não profissional


O Esporte de Rendimento Não Profissional (ou amador) é aquele praticado por atletas de qualquer
modalidade esportiva que não possuem contrato de trabalho com entidade esportiva. No entanto, em
alguns casos, os atletas precisam contar com alguma fonte de renda, por meio de auxílios, bolsas ou
patrocínios que lhes permitam iniciar e permanecer em regime de dedicação compatível com o nível de
rendimento esperado.
O QUE É NECESSÁRIO PARA SER UM ATLETA DE ALTO RENDIMENTO?

Todo atleta sonha em atingir um alto nível de esporte que o leve a competir em nível profissional e
internacional. Porém, a vida de um atleta de alto rendimento não é fácil, é uma vida cheia de sacrifícios,
trabalho e esforço.
1. Uma equipe multidisciplinar de alto desempenho: esse ponto é fundamental. A formação de uma equipe
de especialistas em treinamento, preparação física, psicologia, nutrição, biomecânica, fisioterapia,
entre outros, ajudará o atleta a alcançar um desempenho de alto nível.
2. Identificar seus objetivos de curto, médio e longo prazos: encontrar suas motivações e sonhos leva o
atleta a ser cada dia melhor.
3. Controlar o estresse: competências sob pressão são uma característica fundamental do alto
desempenho, o controle adequado do estresse permitirá que o atleta compita ao máximo.
4. Ter organização e disciplina: ser capaz de organizar treinos matinais e noturnos, refeições, sessões de
trabalho psicológico, consultas médicas, sessões de fisioterapia, atividades é uma tarefa árdua na vida
de um atleta de ritmo.

ESPORTE ESCOLAR × ESPORTE DE RENDIMENTO

Esporte Escolar/Educacional Esporte de Alto Rendimento


Formação do aluno/cidadão. Formação de atletas.
Regras adaptadas pelos alunos. Regras padronizadas ditadas pelas federações.
Inclusão de todos: todos têm direitos iguais de
Exclusão de muitos: os melhores jogam.
participar.
Ênfase no processo. Enfatiza a vitória.
Interesse na vivência lúdica na educação. Interesse exacerbado na vitória.
Submetido aos interesses dos alunos e da proposta Submetido aos interesses econômicos da indústria
pedagógica da escola. esportiva, dos clubes e da mídia.

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TECNOLOGIA NO ESPORTE

Em um cenário no qual vivemos cada vez mais conectados com o mundo


digital – via smartphones, tablets, notebooks, smartwatches etc. –, não é difícil
perceber o uso crescente da tecnologia no esporte.
Atualmente, ela desempenha um papel essencial, auxiliando inúmeros
atletas, de modalidades esportivas diferentes, a evoluírem sua performance
nas preparações e nos torneios.
Monitorar o andamento das partidas também ficou mais fácil e eficiente,
graças aos dispositivos inteligentes.

O QUE É TECNOLOGIA NO ESPORTE?

O meio esportivo sempre foi bastante complexo. A


busca por novas estratégias e técnicas para aprimorar
o desempenho dos atletas levou à adoção de métodos,
objetos e acessórios nas rotinas de modalidades
diferentes.
Tudo isso é feito pensando em proporcionar mais
conforto para o esportista, ao mesmo tempo em que é
possível extrair uma excelente performance.
Além disso, as tecnologias aplicadas ao esporte
auxiliam na obtenção de dados fundamentais para a reprodução de estatísticas da prática esportiva.
Assim, as tomadas de decisão do treinador para com seu atleta são aprimoradas.
A tecnologia no esporte é a aplicação direta ou indireta de AVANÇOS TECNOLÓGICOS e inovações para
melhorar o desempenho, o treinamento, a análise e a experiência dos atletas, treinadores e fãs.
Entre esses avanços, estão os sensores de movimento, wearables, sistemas de análise de vídeo, VAR,
equipamentos esportivos avançados e muito mais.
São recursos que permitem a coleta de dados, o aprimoramento do treinamento, a análise aprofundada
do desempenho, melhor arbitragem e uma experiência de espectador mais envolvente.
Ela desempenha um PAPEL FUNDAMENTAL NA EVOLUÇÃO E NO APRIMORAMENTO DAS ATIVIDADES E DAS
ESTRATÉGIAS no mundo esportivo, por meio de inovações em termos de software e hardware.
A seguir, vamos esclarecer quando surgiu a tecnologia no esporte – e você talvez se surpreenda por não
ser um processo recente.

QUANDO SURGIU A TECNOLOGIA NO ESPORTE?

A tecnologia no esporte surgiu há décadas e foi motivada por uma combinação de fatores, incluindo
avanços tecnológicos gerais e a busca por um MELHOR DESEMPENHO ESPORTIVO.
Não há um único evento ou indivíduo específico por trás desse processo, mas podemos destacar alguns
momentos-chave, como faremos a seguir.

 Décadas de 1950 a 1970


A tecnologia começou a ser aplicada no esporte com o desenvolvimento de EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS
MAIS AVANÇADOS, como sapatilhas com amortecimento e raquetes de tênis de alta tecnologia.
Isso se deveu em grande parte ao progresso geral na indústria manufatureira e de materiais.

 Décadas de 1980 e 1990


Nesse período, a forma como a tecnologia é utilizada no esporte mudou bastante. O uso de sensores
de movimento e câmeras de alta velocidade para ANÁLISE DO DESEMPENHO DE ATLETAS tornou-se mais
comum. Com isso, os profissionais passaram a fazer análises mais detalhadas dos movimentos,
aprimorando as rotinas de treinamento.
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 Início dos anos 2000
O uso do Hawk-Eye no tênis e críquete marcou um dos maiores avanços na tecnologia esportiva.
Esse sistema de rastreamento de bola ajudou a APRIMORAR A PRECISÃO DAS DECISÕES DE ARBITRAGEM,
indicando com facilidade e rapidez se uma bola duvidosa foi dentro ou fora.

 Anos recentes
Mais ou menos nessa linha, vale exaltar o feito do pesquisador brasileiro Claudio Silva, da Universidade
de Nova Iorque. Ele desenvolveu uma FERRAMENTA DE RASTREAMENTO DE TRAJETÓRIA que passou a ser
utilizada pela Major League Baseball (MLB) para análise de atletas e partidas.
Nos últimos anos, vem se tornando comum também o uso de dispositivos wearables (vestíveis), como
smartwatches e outros sensores de desempenho, que fazem análises de dados em tempo real.
Outra evolução recente foi o despontar dos e-sports, categoria em que são realizadas COMPETIÇÕES DE
JOGOS ELETRÔNICOS, presencialmente ou em rede.

QUAL O IMPACTO DA TECNOLOGIA NO ESPORTE?

Existe uma grande influência da tecnologia no esporte. A


relação entre esporte e tecnologia é inegável.
Será que o primeiro sobreviveria sem o segundo? Talvez não,
considerando que o PROCESSO DE MELHORIA É CONSTANTE.
Chega um momento em que se faz necessário mudar práticas,
corrigir erros e aprimorar processos, e a tecnologia pode trazer
respostas confiáveis nesse sentido.
Dessa forma, a tecnologia no esporte é uma ferramenta que,
nas últimas décadas, transformou-se em uma PODEROSA ALIADA,
da qual nenhum atleta ou instituição pode abrir mão.
O uso da tecnologia nas práticas esportivas chegou a um nível sem precedentes, em alguns casos
mudando até mesmo a maneira como alguns esportes são praticados.
Conheça na sequência alguns dos seus impactos.
MELHORIA NO DESEMPENHO

A integração da tecnologia no esporte vem ajudando a aprimorar o desempenho dos atletas de diversas
maneiras.
Uma delas é o ACESSO A DADOS EM TEMPO REAL que auxiliam na otimização do treinamento.
Dispositivos como sensores vestíveis rastreiam métricas vitais, como frequência cardíaca, movimento
e níveis de oxigênio, permitindo que os atletas ajustem seus regimes de treinamento para melhorar o
desempenho.
Destaque também para as SIMULAÇÕES E ANÁLISES DE VÍDEO, que são usadas para aprimorar técnicas e
estratégias.

MELHORA DO PROCESSO DECISÓRIO

Em modalidades de alto rendimento, uma decisão errada por parte dos profissionais das comissões
técnicas e lideranças PODE COLOCAR TUDO A PERDER.
Para evitar isso, a tecnologia no esporte tem um papel fundamental na melhora do processo decisório,
tanto para atletas quanto para treinadores, gestores, árbitros e auxiliares.
Análises estatísticas avançadas permitem que os treinadores identifiquem tendências, fraquezas do
adversário e estratégias mais efetivas.
Podem ser usadas também as transmissões ao vivo e câmeras de alta velocidade, que permitem
REVISAR JOGADAS INSTANTANEAMENTE, ajudando na correção de erros e no ajuste de estratégias durante a
partida.

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REDUÇÃO DE ERROS

A influência da tecnologia no esporte chegou até a arbitragem das partidas, desempenhando um papel
fundamental na redução de erros.
Os sistemas de revisão por vídeo, por exemplo, auxiliam os árbitros de futebol a tomar decisões,
MINIMIZANDO A CHANCE DE ERRO EM JOGADAS DIFÍCEIS, como a marcação de penalidades ou de impedimentos.
Além disso, os sensores e dispositivos de rastreamento podem ajudar a evitar lesões, detectando
movimentos prejudiciais.
Nesse sentido, um projeto da Virginia Tech usa wearables para avaliar a probabilidade de um atleta
sofrer uma segunda lesão no ligamento cruzado anterior.
Isso sem contar que a tecnologia vem sendo usada para MONITORAR O USO DE SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS,
garantindo um jogo mais limpo.

MAIS ENGAJAMENTO DOS FÃS

Sem a tecnologia no esporte, o engajamento dos fãs, em especial na internet, provavelmente seria muito
menor.
Afinal, é em plataformas como as redes sociais, aplicativos móveis e transmissões interativas que os
fãs se conectam diretamente com seus times e atletas favoritos.
Cabe destacar, nesse sentido, a REALIDADE VIRTUAL E A REALIDADE AUMENTADA, que proporcionam
experiências imersivas, permitindo que os fãs participem de eventos esportivos virtual e interativamente.
No Real Madrid, por exemplo, há um ponto no tour pelo estádio Santiago Bernabéu que os fãs entram
em um corredor em que ESCUTAM O SOM DA TORCIDA como se estivessem em um dia de decisão.
No Brasil, os clubes também têm seus museus tecnológicos, proporcionando um tour com a mesma
proposta imersiva, na qual o torcedor “mergulha” na história do time, seus ídolos e conquistas.

BENEFÍCIOS DA TECNOLOGIA NO ESPORTE

A tecnologia se tornou uma grande aliada do esporte,


proporcionando inúmeros benefícios para o meio.
Cada inovação que surge no mercado incentiva os atletas a
superarem seus limites, além de dar suporte aos juízes na hora de
monitorar as partidas.
Desse modo, quando o olhar humano falha em captar
determinadas informações, a inteligência artificial cobre essa lacuna,
contribuindo para um resultado mais justo.
No futebol, por exemplo, os árbitros utilizam pontos eletrônicos para aumentar a eficiência de suas
ações. Essa mesma tecnologia também é usada nas quadras de vôlei e de tênis, a fim de aumentar a
precisão dos resultados.
A TECNOLOGIA NO ESPORTE evoluiu a ponto de não se imaginar mais um cenário de competições esportivas
de alto nível sem a presença do componente tecnológico.
Atualmente, ela vem fazendo grande diferença para atletas, dirigentes, treinadores e profissionais da
área técnica e preparação física.
Não por acaso, INFLUENCIA TAMBÉM NOS RESULTADOS obtidos em modalidades diversas.
Por isso, quem pretende ingressar nesse mercado deve saber como a tecnologia é utilizada no esporte.
Esse é um conhecimento quase obrigatório para atuar no segmento, em especial nas categorias de ALTO
RENDIMENTO.

INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO ESPORTE

A influência gerada pelo uso da tecnologia nas práticas esportivas se faz notar em PRATICAMENTE TODAS
AS ÁREAS.
A experiência do espectador é aprimorada com telas gigantes, replays em câmera lenta e realidade
virtual com transmissão ao vivo nos locais das partidas e provas.
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Outra influência notória é no desenvolvimento de MATERIAIS ESPORTIVOS, como tênis e bolas com
materiais avançados.
A análise de dados gera também insights valiosos para treinadores e atletas, permitindo AJUSTES NA
ESTRATÉGIA.
Sem falar da medicina esportiva, que usa tecnologias como ressonância magnética no diagnóstico e
tratamento de lesões.
Modalidades esportivas, como o vôlei, o futebol, a natação, a esgrima, o atletismo, e outros, já se
beneficiam do uso de inovações tecnológicas.
É notável o progresso das atividades físicas competitivas, resultado de uma comunicação em tempo
real entre atletas e treinadores. Além disso, o desenvolvimento de materiais especiais, a fim de impulsionar
o máximo desempenho, mantém-se constante.
São trajes inteligentes, aparelhos com sensores para a coleta de dados, bem como a análise de
performance. As principais tecnologias responsáveis por esses avanços são:
• NANOTECNOLOGIA: envolve a fabricação de tecidos com nanopartículas, que se enrijecem em caso
de impacto, a fim de proteger o atleta de lesões. Trata-se de uma tecnologia ainda em estudo, mas que
apresenta dados promissores.
• BIOMECÂNICA: bastante difundida na natação, monitora as braçadas e os saltos dos atletas, além de
rastrear sua frequência cardíaca. Tem papel no desenvolvimento do fast skin, um traje especial que
reduz o atrito do corpo com a água nas competições.
• OLHO DE FALCÃO: usado nas quadras de tênis, essa tecnologia representa um sistema de câmeras de
monitoramento, capaz de identificar a bola de qualquer ângulo após seu lançamento.
• TIC (TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO): inteligência artificial usada em jogos
diferentes para ajudar o treinador a identificar os pontos fortes e fracos de seus atletas, a fim de
aprimorá-los com maior eficiência.

TECNOLOGIAS USADAS NO ESPORTE

O mundo esportivo evolui continuamente e, por isso, também exige mudanças constantes. Os
resultados gerados pelos atletas sempre podem melhorar, bem como a precisão do monitoramento
durante os torneios.
Desde processos simples até grandes soluções, você já deve ter ouvido falar em algumas das principais
tecnologias utilizadas no esporte hoje.
Os exemplos acima são apenas os mais facilmente identificáveis em um universo que não para de
evoluir. Tanto que o mercado de tecnologia esportiva foi avaliado em US$13,28 bilhões em 2022 e deve
atingir US$56,57 BILHÕES ATÉ 2030, registrando um crescimento anual de 19,9% durante o período entre
2023-2030 (dados em inglês).
São números que animam bastante se considerarmos que as tecnologias que vemos em aplicação hoje
já trazem avanços admiráveis.
De qualquer forma, vale destacar que a tecnologia JAMAIS SUBSTITUIRÁ A FIGURA HUMANA no processo.
Por mais tecnologia que se aplique, o que conta mesmo no final é o empenho, o talento e a dedicação
dos atletas.
Veja na sequência algumas das tecnologias atuais que estão contribuindo para o avanço das práticas
esportivas em geral.

 ÁRBITRO ASSISTENTE DE VÍDEO (VAR)


O VAR ganhou muita popularidade recentemente no futebol. Essa
tecnologia permite a conferência de lances em uma partida, com o objetivo
de possibilitar ao árbitro a análise dos lances. Essa reavaliação tem sido
decisiva para determinar a punição ou não de um time.
A tecnologia no esporte permite aos árbitros tomarem decisões mais
assertivas.
A introdução do VAR no futebol é um avanço tecnológico que
REVOLUCIONOU O ESPORTE em uma escala sem precedentes.

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O Video Assistant Referee, ou seja, árbitro assistente de vídeo, é um equipamento que permite a REVISÃO
DE DECISÕES CRÍTICAS, como lances duvidosos, gols e expulsões.
Isso garante mais precisão nas decisões de arbitragem, impactando diretamente nos resultados ao
MINIMIZAR ERROS FLAGRANTES E INJUSTIÇAS, assegurando que as partidas sejam decididas de forma mais
justa.
A tecnologia no esporte dá aos árbitros a capacidade de tomar decisões que, de outra forma, eles não
seriam capazes de fazer, reduzindo a incidência de falha humana ou decisões enviesadas.

 SMARTWATCH E WEARABLES PARA CORRIDA


Os relógios inteligentes já não são novidade no mercado.
Existem modelos mais simples, para os esportistas casuais, até
smartwatches com tecnologia de ponta para monitorar o
desempenho de atletas de elite com o máximo de precisão.
Eles conseguem medir os batimentos cardíacos, a
quantidade de calorias gastas, os passos dados ao longo do dia
e até o nível de oxigenação no sangue.
Os smartwatches e wearables são tecnologias nos esportes
cuja finalidade principal é o MONITORAMENTO DA PERFORMANCE EM
TEMPO REAL.
Com esses dispositivos, podem ser controladas métricas
como frequência cardíaca, ritmo e distância percorrida.
Podem também fornecer orientações de treinamento
personalizadas para que os corredores possam ajustar seus esforços COM BASE EM DADOS REAIS, otimizando
o treinamento e melhorando o desempenho.
De quebra, a tecnologia também gera insights sobre o progresso ao longo do tempo, incentivando os
corredores a estabelecer metas e superá-las.

 HAWK-EYE
O Hawk-Eye (olho de falcão) é uma TECNOLOGIA DE
RASTREAMENTO DE BOLAS usada em esportes como vôlei, tênis e
críquete.
Ela capta a trajetória da bola, permitindo revisões de
decisões.
A FIFA também introduziu essa tecnologia no futebol em
partidas da Copa do Mundo de 2022.
E ela ajudou a anular gols ilegais em que não se sabia
exatamente se a bola havia entrado.
São AVANÇOS QUE CONTRIBUEM PARA RESULTADOS MAIS JUSTOS,
à medida que lances duvidosos são analisados e corrigidos
com base em evidências visuais.
O Hawk-Eye também melhora a experiência do espectador, tornando mais transparentes as decisões da
arbitragem.

 SENSORES DE GOLFE PARA ANÁLISE DE SWING


No golfe, quanto mais precisa e poderosa for a tacada,
mais vantagem o jogador terá sobre o adversário.
Para isso, servem os sensores de golfe, tecnologia no
esporte que MONITORA O MOVIMENTO E O IMPACTO DA TACADA, dando
feedback valioso aos golfistas sobre o seu swing (movimento
dos braços).
Isso leva a resultados aprimorados, pois os golfistas
podem identificar áreas para aprimoramento e ajustar sua
técnica.

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 TECIDO INTELIGENTE
Outra tecnologia que permite dar um passo além
no monitoramento de performance são os trajes
inteligentes. Essa solução consiste na fabricação de
roupas especiais, interligadas a sensores que
analisam os movimentos realizados pelos atletas.
A partir disso, é possível acompanhar os
músculos utilizados na atividade, os batimentos
cardíacos e o nível de respiração. Tudo em tempo
real.

 TRAJE DE ESGRIMA
Você costuma assistir a competições de esgrima? Caso contrário,
deve ter se perguntado como funciona a pontuação nesse esporte tão
dinâmico.
Cheio de movimentos rápidos, é claro que a esgrima não poderia
depender somente do olhar dos juízes para definir os vencedores de
cada partida. Isso abriria margem para resultados um tanto
imprecisos.
Dessa forma, foram desenvolvidos floretes e espadas com
sensores inteligentes, capazes de detectar o impacto de cada golpe
acertado no adversário. Quando pressionado, os sensores ativam
uma luz no aparelho de sinalização.
Para que isso funcione corretamente, os trajes permitem que uma pequena corrente elétrica percorra
toda sua extensão.

 TECNOLOGIA DE TRAJES DE NATAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO


A tecnologia de trajes de natação de alto desempenho REVOLUCIONOU O ESPORTE AQUÁTICO.
Lembra do FastSkin II, utilizado pelo nadador Michael Phelps e inspirado na textura da pele de tubarão
para redução do atrito com a água?
Esses trajes de natação high-tech foram projetados para MINIMIZAR A RESISTÊNCIA AO MOVIMENTO,
tornando o nado mais fluido.
Eles também proporcionam suporte muscular, aumentando a eficiência dos movimentos em geral.
Como resultado, RECORDES MUNDIAIS FORAM PULVERIZADOS, sendo essa mais uma evidência de como a
tecnologia pode transformar o desempenho esportivo.
A mudança foi tanta que os trajes tecnológicos foram proibidos.

 SENSORES DE MOVIMENTO EM ESPORTES DE INVERNO


Esportes de inverno, como o esqui, se beneficiam dos sensores de movimento, que desempenham um
papel fundamental ao capturar dados sobre o movimento dos atletas, incluindo ângulos e velocidades.
Essa tecnologia no esporte gera informações decisivas para OTIMIZAR A TÉCNICA, IDENTIFICAR ÁREAS DE
MELHORIA E PREVENIR LESÕES.
Os sensores de movimento permitem ainda a análise do desempenho durante saltos e manobras,
servindo como um parâmetro para avaliação da performance.

 MONITORES DE FREQUÊNCIA CARDÍACA EM TREINAMENTO CRUZADO


Os monitores de frequência cardíaca permitem que os atletas AJUSTEM A INTENSIDADE DO TREINAMENTO
com base nos batimentos cardíacos.
Assim, eles podem otimizar a queima de calorias, melhorar a resistência cardiovascular e evitar o
excesso de treinamento.
A tecnologia monitora o desempenho cardíaco em tempo real, permitindo que os atletas ATINJAM SUAS
METAS COM MAIS SEGURANÇA e assertividade, pois eles passam a saber onde estão e para onde vão.
Os dados coletados auxiliam também os treinadores na elaboração de programas de treinamento
personalizados, maximizando o potencial de cada atleta.

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 PLATAFORMAS DE ANÁLISE DE VÍDEO PARA TREINADORES DE BASQUETE
As plataformas de análise de vídeo vêm auxiliando também no treinamento de equipes de basquete.
Elas permitem que os treinadores analisem o desempenho de suas equipes e jogadores, identifiquem
TENDÊNCIAS TÁTICAS E TÉCNICAS e tomem decisões a partir de dados.
Essa análise aprofundada melhora o desempenho porque os treinadores passam a destacar pontos
fortes e áreas de melhoria com base nas gravações de jogos.

 RASTREADORES DE DESEMPENHO EM ESPORTES DE RESISTÊNCIA


Relógios inteligentes e outros DISPOSITIVOS PORTÁTEIS desempenham um papel fundamental nos
esportes de resistência.
Eles geram informações valiosas, como distância percorrida, ritmo cardíaco, calorias queimadas e até
mesmo dados de GPS para rastrear a rota.
Assim, eles permitem que os atletas monitorem e otimizem seu desempenho de forma personalizada,
podendo, com isso, AJUSTAR PARÂMETROS DE TREINAMENTO, evitando lesões e melhorando o desempenho
geral.

 SENSORES DE PRESSÃO NAS BOLAS DE TÊNIS


A tecnologia no esporte evoluiu a tal ponto que é possível monitorar
dados que, há alguns anos, sequer seriam considerados para avaliar a
performance.
Um exemplo disso são os sensores de pressão integrados nas
bolas de tênis para a detecção de toques e impactos, tornando
possível analisar a FORÇA E A TÉCNICA DOS JOGADORES.
Além disso, os sensores garantem que as bolas estejam sempre
infladas na pressão correta, dando ainda mais controle sobre os
resultados, além de garantir partidas mais justas.

 TÊNIS DE CORRIDA COM TECNOLOGIA DE AMORTECIMENTO


Provavelmente os tênis de corrida sejam a tecnologia mais “antiga” que se conhece no esporte, tanto
amador quanto profissional.
Os que são equipados com TECNOLOGIA DE AMORTECIMENTO, por exemplo, são projetados para melhorar
o conforto e o desempenho dos corredores.
Os corredores podem treinar com menos risco de lesões, melhorando por tabela a eficácia dos
treinamentos.
A tecnologia de amortecimento também MELHORA A ABSORÇÃO DE CHOQUE, aumentando o conforto
durante corridas de longa distância.

 TECNOLOGIA DE BICICLETAS DE ESTRADA PARA CICLISMO


Como era de se esperar, a tecnologia no esporte é particularmente notável em ESPORTES QUE UTILIZAM
VEÍCULOS.
É o caso das bicicletas em provas de ciclismo, que utilizam cada vez mais materiais avançados,
geometrias de quadros otimizadas e componentes leves para produzir bicicletas mais aerodinâmicas e
velozes.
Isso sem falar nas provas de automobilismo, que servem como um verdadeiro CAMPO DE PROVA PARA
TECNOLOGIAS, que são posteriormente incorporadas pela indústria automotiva.

TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA NO ESPORTE

Até aqui, ficou comprovado que as inovações tecnológicas no meio esportivo só aumentam. Para
garantir a evolução do setor, muitos negócios estão investindo em soluções para aumentar o rendimento
e a atenção do atleta, mas também melhorar a experiência do público.
Sendo assim, o foco tem sido em aprimorar e personalizar a vivência de quem assiste aos eventos. Um
ótimo exemplo foi o Futebol Clube Barcelona, que desenvolveu o Barça Innovation Hub.

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Trata-se de um laboratório voltado para pesquisa e inovação, a fim de elevar a experiência dos visitantes
e fãs em suas partidas.

O QUE ESPERAR DO ESPORTE E DA TECNOLOGIA PARA OS PRÓXIMOS ANOS?

Nos próximos anos, esporte e tecnologia continuarão de mãos dadas, com uma INTEGRAÇÃO CRESCENTE
da realidade virtual e aumentada, vestíveis mais avançados para atletas e o aprimoramento da análise de
dados.
O modo como a tecnologia é utilizada no esporte pode evoluir, é verdade.
Por outro lado, os avanços nem sempre se refletem em espetáculos de qualidade, principalmente no
Brasil, em que a relação custo-benefício entre o que se assiste nos estádios, quadras e arenas e o que se
paga ainda deixa a desejar em muitos casos.
Nesse sentido, cabe uma crítica construtiva à crescente GENTRIFICAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL, ou seja,
o aumento da segregação causado pelos preços altos dos ingressos.
Portanto, a tecnologia no esporte é sempre bem-vinda, mas é preciso também pensar no fator mais
importante, que é a presença do ser humano dentro e no entorno das competições.

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