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Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

 Relacionadas aos aminoácidos - poderá ocorrer


acidose metabólica hiperclorêmica com óbito do
NPT NA GRAVIDEZ (DAN) concepto.
 Relacionadas às gorduras - a gordura pode causar
contração uterina em decorrência do aumento na
A nutrição parenteral pode ser dada inicialmente por síntese de ácido araquidônico, a partir do ácido linoléico,
via periférica, uma vez que o quadro de hiperêmese antecipando o trabalho de parto.
frequentemente se resolve após 2 a 3 semanas.  Relacionadas às vitaminas e oligoelementos:
Quando há necessidade de NP por período mais  Carência de zinco - anorexia, diarreia, alopecia,
prolongado, a avaliação precisa da necessidade de dermatite facial e retardo de cicatrização.
nutrientes é dificultada pela falta de dados científicos  Carência de cobre - anemia, leucopenia,
relacionados às necessidades nutricionais da NP na desmielinização, degeneração do sistema nervoso e
gravidez. alterações cardiovasculares.
A necessidade calórica diária é GEB x 1,76 – 2,0. A  Carência de manganês - dermatite, perda de peso,
relação grama de nitrogênio /kcal não nitrogenada deve náusea e vômito.
ser de 1:156. E a gordura deve representar 20% das  Excesso de vitamina D - hipercalcemia fetal com
calorias. retardo de crescimento, estenose aórtica e depósito de
A recomendação é que as emulsões lipídicas devam cálcio no cérebro e em outros órgãos.
ser ofertadas durante 20 a 24 horas, como parte da NP,  Excesso de vitamina A - lesão obstrutiva do uretér
fornecendo 30 a 45% das calorias totais, além dos fetal e má formação do trato urinário, podendo ainda
ácidos graxos essenciais necessários ao estar associada a defeitos do tubo neural.
desenvolvimento do feto. Essa conduta ajuda a evitar a
hiperglicemia materna, o que aumenta o risco de Alterações hepáticas - são mais intensas e
macrossomia fetal, retardo na maturação pulmonar, frequentes do que fora da gravidez, manifestam-se por
hipoglicemia neonatal e morte fetal. aumento das transaminases glutâmico-pirúvica e
O ritmo ótimo de administração de glicose é de 4 a glutâmico-oxalacética, a fosfatase alcalina e as
5mg/kg/min, o que aumenta a insulina endógena. bilirrubinas também poderão estar elevadas. Tais
Em relação aos aminoácidos, a solução deve ser alterações desaparecem 10 a 15 dias após a suspensão
semelhante à utilizada para prematuros, com a da NPT.
quantidade de fenilalanina e glicina menor e a relação
entre aminoácidos essenciais e não essenciais mais
próxima do ideal. É necessário que 4,5% das calorias
sejam fornecidas através de ácidos graxos essenciais.
Indicações da terapia nutricional na gravidez:
 Peso antes da gestação menor que 10% do peso
corpóreo ideal.
 Excessiva perda de peso, em geral 5,0 a 6,0kg,
durante o primeiro trimestre de gravidez.
 Inadequado ganho de peso durante o segundo e
terceiro trimestres de gravidez.
 Intercorrências clínicas e obstétricas.

Solução para nutrição parenteral total recomendada:


Conteúdo Calorias % Calorias
(g)
Glicose 500 1700 66
Gordura 50 550 21
Nitrogênio 13,4 335 13
(85g de
proteína)
Total 2.585 100

A resposta à terapia nutricional na gravidez deve ser


analisada através de exame clínico, do balanço
nitrogenado, do nível de albumina sérica e de variação
no número de linfócitos.
O prognóstico fetal com NP demonstra que o peso
dos fetos ao nascimento atinge e, inclusive, supera a
média de peso paridade gestacional.

Complicações da NPT na gravidez:


 Relacionadas ao cateter
É relatado risco de infecção ou trombose associada
ao uso de cateter central de inserção periférica, o que
dificulta a utilização deste dispositivo na mulher grávida.
 Relacionadas à glicose - a hiperglicemia é uma
complicação comum na NP na gravidez. Poderá ocorrer
coma hiperosmolar e óbito do concepto. Taxas altas de
glicose podem acarretar feto macrossômico, com óbito
por volta da 37ª semana de gestação.

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(A) baixo peso ao nascer e anomalias congênitas;
QUESTÕES: (B) baixo peso ao nascer e macrossomia fetal;
(C) maiores índices de morbimortalidade neonatal e
1) A transferência de nutrientes pela placenta é um anomalias congênitas;
processo complexo. O transporte ativo exige tanto uma (D) diabetes gestacional e desproporção céfalo-pélvica.
proteína transportadora como energia metabólica para
movimentar um nutriente contra um gradiente 7) Dentre os efeitos adversos do consumo excessivo de
eletroquímico. As substâncias que cruzam a placenta bebidas alcoólicas na gestação no desenvolvimento
através desse mecanismo são (UERJ): fetal, podemos citar (UFRJ 2011):
(A) Oxigênio, ácidos graxos, cálcio e fósforo (A) efeito tóxico para o feto e anomalias congênitas
(B) Aminoácidos, ácidos graxos, cálcio e fósforo (B) restrição do crescimento intra-uterino
(C) Aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis, cálcio e ferro (C) síndrome alcoólica fetal
(D) Oxigênio, vitaminas hidrossolúveis aminoácidos e (D) todas as opções estão corretas
ferro
(E) Vitaminas hidrossolúveis, glicose, oxigênio e ácidos 8) Vitolo (2008) refere que o uso de edulcorantes e chás
graxos durante o período gestacional deve ser baseado em
informações cientificas. Assinale a alternativa correta a
2) A difusão simples, difusão facilitada e transporte ativo respeito desse assunto (PMRJ 2010).
são, respectivamente, mecanismos de transferência (A) O edulcorante aspartame e considerado nocivo, pois
transplacentária das seguintes substâncias (UERJ1997): a presença de fenilalanina em grande quantidade causa
(A) Água, glicose, aminoácidos dano neurológico do feto.
(B) Glicose, água, ácidos graxos (B) O edulcorante acessulfame-K e um sal de potassio
(C) Ácidos graxos, água, oxigênio que tem estrutura química semelhante a da sacarina,
(D) Aminoácidos, glicose, oxigênio por isso a Associação Americana de Dietética não
(E) Ácidos graxos, água, aminoácidos considera seu uso seguro.
(C) O uso da camomila (Matricaria chamomilla) esta
3) O hormônio produzido pela placenta, responsável liberado, no período gestacional, pela Secretaria de
pela redução da motilidade do trato gastrointestinal, por Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
favorecer a deposição de gordura e pelo estímulo do (D) Os chás de erva doce e de erva cidreira, apesar de
apetite materno na 1º metade da gestação denomina-se serem utilizados em unidades hospitalares, nao devem
(Residência 1998) : ser usados pelas gestantes, segundo a Secretaria de
(A) cortisona Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
(B) estrogênio
(C) progesterona 9) A gestante que normalmente está associada com
(D) tireotropinacoriônicahumana nascimento de crianças de baixo peso ao nascer,
(E) lactogênioplacentário humano prematuridade e retardo do crescimento intra uterino é
(Nova Friburgo 2007):
4) Os fatores que aumentam os requerimentos (A) de idade superior a 45 anos
energéticos durante a gestação são (Porto Velho 2006): (B) adolescente
I- ajustes metabólicos maternos; (C) diabética
II- diminuição da taxa de metabolismo basal; (D) hipertensa
III- aumento da atividade física materna; (E) obesa
IV- aumento da taxa metabólica basal.
Os itens corretos são: 10) Para as gestantes magras, de peso normal e obesas
(A) I, II, e IV; tenham melhores prognósticos obstétricos,
(B) I e II; recomendam-se ganhos de peso, respectivamente, de
(C) II e III; cerca de (UERJ 1995):
(D) I e IV; (A) 14 a 17kg, 9 a 13kg e 6 a 7kg
(E) I, II e III. (B) 13 a15kg, 9 a 13kg e 6 a 7kg
(C) menos de 10kg, 10 a 15kg e mais de 10kg
5) A manutenção da eritropoiese é uma das poucas (D) em torno de 15kg, entre 10 e 12kg e entre 6 e 7kg
situações durante a gravidez em que o feto age como (E) 10 a 12kg, 7 a 10kg e menos de 6kg
verdadeiro parasita. A causa mais comum pela qual o
bebê pode nascer anêmico é (UERJ 1995): 11) O gráfico de Rosso é utilizado na operacionalização
(A) Ingestão materna deficiente de ferro de origem do cartão (São Gonçalo, 2003):
animal. (A) Da criança
(B) Ingestão materna rica em ferro de origem vegetal, (B) Da gestante
tipo dieta vegetariana. (C) Da mulher
(C) Prematuridade, pois é no último trimestre que o feto (D) Do adolescente
acumula mais ferro.
(D) Carência materna de ácido fólico e vitamina B12, 12) O índice antropométrico recomendado para
importante para a produção de hemácias. avaliação de gestantes pelo Ministério da Saúde,
(E) Hemodiluição materna, onde o volume plasmático adotado pela Vigilância Alimentar e Nutricional, é
aumenta mais rapidamente que o número de hemácias. (Cantagalo, 2006):
(A) Índice / altura por semana gestacional
6) Um dos fatores que interferem no resultado da (B) Relação cintura / quadril
gestação é o ganho de peso gestacional. Assinale a (C) Índice de massa corporal por semana gestacional
alternativa que apresenta desfechos associados (D) Peso por semana gestacional
somente com o ganho de peso inadequado durante a
gestação (Caxias 2008):
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18) Náuseas e vômitos são comuns ao início da
gravidez, desta forma o nutricionista deverá orientar
13) No diagnóstico nutricional de gestantes, o SISVAN estas gestantes para que as refeições sejam (UERJ):
atualmente preconiza como índices e parâmetros (UFF (A) Frequentes, regularmente secas, ricas em proteínas
2009): (B) Frequentes, à base de líquido, ricas em hidratos de
(A) Índice Massa Corporal por semana gestacional e carbono
ganho de peso por semana gestacional; (C) Com intervalos maiores, regularmente secas, ricas
(B) Índice Massa Corporal pré-gestacional e por semana em lipídios
gestacional; (D) Frequentes, regularmente secas, ricas em hidratos
(C) peso por estatura por semana gestacional e de carbono
circuferência de cintura; (E) Com intervalos maiores, à base de líquidos, ricas em
(D) Índice de Massa Corporal por idade e sexo e Índice proteínas
de Massa Corporal pré-gestacional;
(E) Índice de Massa Corporal e perímetro de quadril. 19) Para as gestantes que apresentam pirose, não é
recomendado (IABAS 2010):
14) A velocidade do aumento de peso durante a (A) Evitar café, chá, mate, álcool, doces e frituras
gravidez no primeiro trimestre corresponde a um (B) Substituir os alimentos que causem desconforto ou
aumento na faixa de (UERJ): intolerância
(A) 350 a 450g (C) Incluir o leite na dieta, evitando sua utilização para
(B) 500 a 600g tamponamento gástrico
(C) 750 a 900g (D) Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se após
(D) 900 a 2300g as grandes refeições
(E) 2500 a 3500g (E) Fazer dieta menos fracionada, evitando a hipotonia
do esfíncter esofagiano inferior, acarretando o refluxo e
15) Segundo o Instituto de medicina (IOM), recomenda- a pirose
se para gestantes com índice de massa corporal pré
gestacional entre 19,8 kg/m2 e 268 kg/m2 um ganho de 20) Marque a alternativa que representa uma condição
peso gestacional total de (Emgepron 2010): comum em casos de gestação gemelar ou no último
(A) 7 a 11,5kg trimestre de gestação devido à compressão gástrica
(B) 9 a 12kg pelo útero aumentado (UNIRIO 2011).
(C) 10,5 a 14kg (A) Sensação de plenitude.
(D) 11,5 a 16kg (B) Picamalácia.
(C) Eructação.
16) Joana, 16 anos, primigesta, com 28 semanas de (D) Náuseas e refluxo.
gestação, compareceu à consulta de pré natal, (E) Ptialismo.
relatando tonteira, cefaléia, vômitos e edema da face e
das mãos, com hipótese de diagnóstico clínico de 21) Durante a gestação, os cuidados nutricionais
distúrbio hipertensivo específico da gestação correlacionam-se com cada período gestacional e com
Dados antropométricos : as principais queixas das gestantes. Sobre isso,
peso pré gestacional : 76kg assinale a alternativa correta (UFPR):
Estatura : 1,60m (A) Durante os episódios de vômitos mais frequentes
Peso atual 84kg deve-se fracionar a alimentação e fornecer grandes
Exames laboratoriais : volumes de líquidos.
Hemoglobina : 10,3g/dl Hematócrito : 33% (B) A azia pode ser provocada pelo consumo de
Albumina: 2,4g/dl Ácido úrico : 3mg/dl alimentos condimentados, frituras e excesso de
Creatinina : 0,9mg/dl Uréia : 20mg/dl gorduras, evitando-se refeições volumosas.
Proteinúria : 0,35g/24hs TGO : 12U/I (C) A constipação intestinal pode ser aliviada pelo
TGP : 8U/I PA : 130 x 90mmHg consumo de fibras, vegetais folhosos e frutas como:
Baseando-se na avaliação do estado nutricional pré laranja, abacaxi, mamão, caju e goiaba.
gestacional, o ganho de peso semanal deverá ser, em (D) Durante a gravidez, o ganho de peso deve se situar
kg, de (Residencia 2006): no máximo em 7 Kg, no total da gestação, exigindo um
(A) 0,1 acompanhamento de dieta hipocalórica para perda de
(B) 0,3 peso nas gestantes com sobrepeso.
(C) 0,4 (E) O álcool e o café devem ser estimulados em
(D) 0,5 quantidades pequenas.

17) Marina, grávida de quatro meses e com diagnóstico 22) O custo energético total e o adicional energético
de obesidade, procurou, seguindo a orientação de seu diário para gestantes sem redução da atividade física,
obstetra, o auxílio de uma nutricionista. A conduta segundo as recomendações da FAO/OMS (1985) são,
nutricional deverá levar em conta que o ganho de peso respectivamente: (Mesquita 2006)
mínimo (Kg/mês) recomendado para paciente gestante (A) 80.000 Kcal totais e 200 Kcal/dia;
obesa é de (Prefeitura Bom Jardim – 2007): (B) 56.000 Kcal totais e 285 Kcal/dia;
(A) 0,9; (C) 56.000 Kcal totais e 200 Kcal/dia;
(B) 0,3; (D) 80.000 Kcal totais e 285 Kcal/dia;
(C) 0,5; (E) 135.000 Kcal totais e 500 Kcal/dia.
(D) 1,0;
(E) 1,5. 23) O custo energético para o desenvolvimento de uma
gestação normal, adotado pelo comitê da
FAO/WHO/ONU desde 2004 é de aproximadamente
(UFRJ 2011):
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(A) há expansão da massa eritrocitária durante a
(A) 85.000kcal, associado com adequado ganho de gestação
peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com (B) há redução da absorção de ferro no terceiro
média de 12kg e com maior chance de recém-nascido trimestre de gestação
com peso de 3,3kg e menores índices de complicações (C) há formação da placenta
materno-fetais (D) há perdas basais de ferro durante a gestação
(B) 67.000kcal, associado com adequado ganho de
peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com 30) O Ministério da Saúde recomenda que a
média de 12kg e com maior chance de recém-nascido suplementação de ferro para todas as gestantes deve
com peso de 3,3kg e menores índices de complicações ser feita após a seguinte semana de gestação
materno-fetais (Residência UERJ, 2004):
(C) 77.000kcal, associado com adequado ganho de (A) 20a(C) 12a
peso gestacional total, variando entre 7 a 12kg, com (B) 16a(D)8a
média de 10kg e com maior chance de recém-nascido
com peso de 2,5kg e menores índices de complicações 31) A anemia materna, frequente em algumas gestantes
materno-fetais que não utilizam suplementos de ferro, é definida por
(D) 77.000kcal, associado com adequado ganho de um valor de hematócrito e hemoglobina, inferiores,
peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com respectivamente (Marinha 2006): (A)40% e 13g/dL (B)
média de 12kg e com maior chance de recém-nascido 38% e 12 g/dL (C)36% e 12g/dL (D) 34% e 11g/dL
com peso de 3,3kg e menores índices de complicações (E) 32% e 11g/dL
materno-fetais
32) Sobre as recomendações nutricionais para a
24) A ingestão calórica adicional recomendada pela prevenção da anemia ferropriva, não é correto afirmar
RDA/89 na gravidez é (Santos 2005): que (Ministério da Saúde, 2005):
(A) 300kcal nos 3 trimestres (A) Gestantes devem receber suplemento de ferro a
(B) 300kcal apenas no 2 e 3º trimestres partir da 20ª semana de gestação;
(C) 300kcal apenas no último trimestre (B) Deve-se incentivar o aleitamento materno exclusivo
nos primeiros seis meses de vida da criança;
(D) 500kcal no último trimestre
(C) Deve-se evitar o uso de leite de vaca nos primeiros
(E) 500kcal no 2 e 3º trimestres
seis meses de vida da criança, mas após este período o
leite materno deve ser substituído gradativamente pelo
25) Segundo a FAO/OMS, 2004, o cálculo do valor
leite de vaca;
energético total da gestante inclui o somatório do gasto
(D) Deve-se evitar o consumo de leite, derivados de
energético com o adicional energético gestacional. No
1º, no 2º e no 3º trimestres gestacionais, os valores leite, chá preto e café no almoço e no jantar;
desse adicional devem ser, respectivamente, de (E) O almoço e o jantar devem ser acompanhados de
(FIOCRUZ 2010): algum alimento fonte de vitamina C a fim de aumentar a
(A) 85 kcal/dia, 285 kcal/dia e 475 kcal/dia. biodisponibilidade do ferro não-heme da refeição.
(B) 185 kcal/dia, 285 kcal/dia e 500 kcal/dia.
33) Considere uma gestante com 12 semanas
(C) 200 kcal/dia, 285 kcal/dia e 500 kcal/dia.
gestacionais, com BP pré gestacional, que apresenta
(D) 285 kcal/dia, 385 kcal/dia e 475 kcal/dia.
quadro de náuseas e vômitos. Para amenizar o
(E) 285 kcal/dia, 485 kcal/dia e 675 kcal/dia.
desconforto relatado, deve-se suplementar e incentivar,
respectivamente, o consumo de vitamina (Marinha,
26) Com base nas recomendações da
2011):
FAO/Organização Mundial de Saúde-1985, para um
(A) B12 e cravo
ganho ponderal gestacional de 12,5Kg são necessários
(B) B1 e gengibre
80000Kcal, logo para cada 1 Kg é requerido um
(C) B6 e cravo
adicional energético de: (Eletronorte 2006)
(D) B1 e cravo
(A) 4000Kcal (D) 7400Kcal
(E) B6 e gengibre
(B) 5700Kcal (E) 8200KcaL
(C) 6400Kcal 34) Às mulheres, com peso na faixa de normalidade,
recomenda- se um ganho de peso total durante a
27) Vitolo (2008) refere que a necessidade de folato gestação de, aproximadamente (Cam Deputados 2007):
aumenta substancialmente durante a gestação. A (A) 7,5 a 11 kg.
deficiência de folato na gestante tem sido relacionada a (B) 10 a 14 kg.
diversas alterações, EXCETO (PMRJ 2010): (A) (C) 11,5 a 16 kg.
sangramento no terceiro trimestre e descolamento (D) 12 a 18 kg.
placenta. (B) hipertensão especifica da gravidez e (E) 16 a 20 kg
prematuridade. (C) hidrocefalia e baixo peso ao nascer.
(D) macrossomia e anemia sideroblástica. 35) Dentre as deficiências nutricionais consideradas de
risco durante a gestação, a de vitamina A tem sido
28) A vitamina que tem seu requerimento aumentado na destacada na literatura, e a ingestão desta está
gravidez e é capaz de prevenir a depressão gestacional fortemente associada à reprodução normal, ao
e pós gestacional é denominada (UERJ 2003): crescimento fetal, à constituição da reserva hepática
(A) tiamina (C) ácidofólico fetal e ao crescimento tecidual materno. Acredita-se
(B) piridoxina (D) cianocobalamina também que esteja envolvida na síntese de hormônios
esteroides, tendo sido demonstrado que a
29) Os requerimentos de ferro durante a gestação estão suplementação em níveis seguros de vitamina A traz
aumentados em função dos seguintes aspectos, benefícios para a função fetoplacentária pelo aumento
EXCETO (UFRJ 2011): dos níveis de (São Gonçalo 2011):
A) prolactina
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B) oxitocina GABARITO:
C) progesterona.
D) estrogênio. 1C 11 B 21 B 31 E
E) insulina. 2A 12 C 22 D 32 C
3C 13 A 23 D 33 E
36) De acordo com a FAO/OMS, 2004, a distribuição
energética diária do adicional energético no 1º trimestre 4D 14 D 24 B 34 C
(idade gestacional<14 semanas), 2º trimestre (idade 5C 15 D 25 A 35 C
gestacional >=14 a <28 semanas) e 3º trimestre (idade 6B 16 B 26 C 36 B
gestacional >=28 semanas) são, respectivamente (SES 7D 17 C 27 D 37 D
2011): 8D 18 D 28 B 38 D
A) 100 Kcal/dia, 285 Kcal/dia e 575 Kcal/dia 9B 19 E 29 B 39 C
B) 85 Kcal/dia, 285 Kcal/dia e 475 Kcal/dia
C) 185 Kcal/dia, 355 Kcal/dia e 575 Kcal/dia 10 D 20 A 30 A 40 B
D) 85 Kcal/dia, 385 Kcal/dia e 575 Kcal/dia

37) Segundo orientações publicadas no Manual do


Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN),
do Ministério da Saúde, o ganho de peso recomendado
durante a gestação depende do estado nutricional inicial
da mulher. É recomendável o seguinte ganho de peso
total, em Kg, para o primeiro trimestre, e semanal para
os segundo e terceiro trimestres, respectivamente, para
uma mulher que tenha iniciado a gestação com peso
adequado (Prefeitura de Petrópolis, 2012):
A) 2,3 e 0,5.
B) 4,5 e 8,5.
C) 0,9 e 0,3.
D) 1,6 e 0,4.
E) 3,5 e 8,5.

38) A ingestão dietética de referência (IDR) de vitamina


A para adolescentes gestantes, com idade entre 14 e 18
anos, é de (Degase, 2012):
A) 600μg/RE/dia
B) 700μg/RE/dia
C) 650μg/RE/dia
D) 750μg/RE/dia
E) 500μg/RE/dia

39) A Residente de Nutrição da área materno – infantil


de um hospital universitário foi convidada para conduzir
um curso de gestantes direcionado à jovens, no 1o
trimestre de gestação, com idade média de 14 anos.
Uma das temáticas foi a importância do cálcio e sua
recomendação de ingestão diária mínima.
Em um dos exemplos para atingir esta recomendação,
as jovens foram orientadas a consumir leite integral em
uma quantidade mínima, em ml, de(HUPE, 2009):
(A) 650
(B) 850
(C) 1050
(D) 1250

40) Arminda, 30 anos, tabagista, realizou gastroplastia.


Dois anos subsequentes a esta cirurgia, mantendo um
IMC de 28 kg/m2, engravidou. No ambulatório de pré-
natal, estando na 8ª semana de gestação, relatou ao
nutricionista fazer refeições regulares e, nos intervalos,
tomar milkshakes.
A orientação quanto à suplementação de vitaminas e o
ganho de peso máximo para Arminda são,
respectivamente (HUPE, 2011):
a) Folato e B6; 12,5kg
b) Niacina e B1; 6kg
c) Riboflavina e biotina, 15,0kg
d) Ácido ascórbico e B12, 11,5kg

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Prof. Michelle Teixeira
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira michellet.teixeira@gmail.com

GESTANTE ADOLESCENTE
associação da adolescência com risco obstétrico,
Entende-se por adolescente o indivíduo com idade pois frequentemente há influência de outras variáveis
entre de 10 e 19 anos. É um período de crescimento, como baixo nível sócio econômico, pouca escolaridade,
maturação e estabelecimento dos padrões adultos. Em abuso físico e psicológico, falta de assistência pré-natal
apenas 2 décadas, a idade das mulheres ao e apoio social insuficiente.
experimentarem a 1º relação sexual reduziu 2 anos, a
associação da precocidade da iniciação sexual feminina Repercussões maternas:
à falta ou inadequação das informações a respeito da  Risco aumentado para parto cesariana e fórceps
sexualidade e uso dos métodos contraceptivos tem sido  Síndromes hipertensivas da gravidez (SHG)
apontada como principal causa da gravidez na Anemia
adolescência (Accioly). Risco de parto prematuro
Disfunção uterina
Aspectos epidemiológicos (Accioly): Anomalias congênitas
No mundo, a cada ano cerca de 15 milhões de  Mortalidade materna e perinatal. Neonatal (Chemin)
mulheres de 15 a 19 anos de idade têm filhos, Destas, Aborto (Chemin)
80% vivem em países em desenvolvimento. No Brasil
houve aumento da taxa de fecundidade e 25% das 5
milhões de internações por gravidez no SUS, são de Accioly:
adolescentes. A taxa de mortalidade materna varia em Complicações obstétricas e puerperais
torno de 20% nos EUA e 50% na América Latina. No Ganho de peso inadequado
Brasil, a mortalidade materna fica em 3º lugar no Placenta prévia
ranking de óbitos de adolescentes, perdendo só para HIV
acidentes no trânsito e homicídios. Fístulas
Dados do MS mostram que houve redução na Retenção de peso pós-parto
prevalência de partos entre mães com menos de 20 Atraso escolar
anos de 23,9% para 19,3% (Vitolo). Maior vulnerabilidade à violência física e abuso
sexual
Características do adolescente
Há o alcance de 45% do crescimento, aquisição de Repercussões para o feto:
15 a 25% da estatura e o acúmulo de 37% de sua Morbidade perinatal e mortalidade infantil
massa óssea adulta (Accioly). O estirão do crescimento BPN (PN<2,5kg)
ocorre entre 10 e 14 anos com média aos 12,5 anos e Muito baixo peso ao nascer (PN<1,5kg)
se reflete no aumento da estatura. As adolescentes com Prematuridade (IG < 37semanas)
menarca mais precoce crescem durante um maior Retardo do crescimento intra uterino (RCIU)
período de tempo na fase pós-menarca. A fertilidade Desproporção cefalopélvica (Chemin e Vitolo)
completa se dá 2 anos após a mesma. O crescimento
físico e maturação sexual só se completam pelo menos Além disso, há aumento dos custos para o setor saúde.
4 anos depois da menarca. As adolescentes têm alto
risco obstétrico devido à sua imaturidade biológica para Accioly:
atingir o termo. Segundo o IOM, as de maior risco são Natimortalidade
as adolescentes que têm idade ginecológica (intervalo Complicações neurológicas do lactente
de tempo entre a menarca e a idade materna na Distúrbios de comportamento
concepção) menor que 2 anos e, idade cronológica ≤ de Síndrome da atenção deficiente
14 anos pois são anatômica e fisiologicamente imaturas Hiperatividade
(Accioly). Risco aumentado de abuso físico e maus tratos
Segundo OMS todas as adolescentes são RN pequenos para idade gestacional (PIG)
consideradas GESTANTES DE RISCO, especialmente Apgar baixo no 5º minuto
as com idade ginecológica < 2 anos, as primíparas, com Sofrimento fetal agudo
baixo peso, ou baixa estatura (Accioly). A mulher
considerada madura é aquela com pelo menos 5 anos Fatores que interferem no resultado obstétrico:
pós-menarca (essa é a idade ginecológica adequada – Idade materna
Vitolo). Nos primeiros anos após a menarca há Gestantes brancas, mais jovens (< 15 anos) e
competição pelos nutrientes entre mãe e feto, multíparas são as de maior risco. Quanto mais jovem,
interferindo negativamente no resultado final (Chemin) maior o risco de RCIU e BPN (estão associados com
mortalidade neonatal), por serem mais susceptíveis à
Tornam as adolescentes, gestantes de risco (Vitolo): subnutrição, já que se encontram em rápido processo
 Consumo de alimentos de baixo valor nutricional de crescimento e desenvolvimento. A suplementação
 Omissão dasprincipais refeições neste caso pode ter um efeito benéfico sobre o peso do
 Dietas restritivas bebê.
 Imaturidade emocional para nova fase Gestantes de 10 a 16 anos têm crescimento fetal
mais lento e uma diminuição no fluxo sanguíneo
Além da imaturidade biológica, fatores como placentário, o que causa prejuízo no desenvolvimento
carências nutricionais, tabagismo, instabilidade fetal (crescimento mais lento), isso pode ser justificado
emocional e marital podem determinar o resultado da pela hipótese de competição entre mãe e feto pelos
gestação. Mas quando a idade ginecológica é menor nutrientes.
que 2 anos, a imaturidade da menina é que mais A mãe jovem, por ser imatura, é incapaz de
influência (Chemin e Vitolo). Há uma dificuldade de armazenar, sob o estresse físico imposto pela gravidez,

38
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
a mesma quantidade de tecido materno e fetal que as
gestantes adultas, o que resulta nesta competição pelos Infecções genitais
nutrientes que leva a cetonúria intensa responsável por Doenças sexualmente transmissíveis são frequentes
maior frequência de óbitos fetais e neonatais. e podem estar associadas com BPN.

Paridade, estado nutricional e raça Estresse, pequeno intervalo intergestacional e


Primíparas de todas as idades tendem a ganhar 1kg multiparidade
a mais que as multíparas. São fatores de risco para BPN.
Gestantes com idade ginecológica < 2 anos tendem
a ganhar menos peso que gestantes adultas e Além destes, são fatores de risco para um resultado
apresentam maior risco de BPN do que as gestantes ruim nas gestantes adolescentes: anemia preexistente,
mais velhas com o mesmo ganho de peso gestacional. abuso de certas substâncias: fumo, bebidas e drogas,
Mulheres com IMC pré-gestacional baixo peso, falta de apoio social e de educação, ausência ou
mesmo que ganhem o mesmo peso gestacional que entrada tardia no sistema de cuidado de saúde e falta
mulheres de outras faixas de IMC, tendem a ter filhos de assistência pré-natal apropriada a idade (Krause).
menores.
Gestantes negras têm filhos com menor peso ao Assistência pré-natal:
nascer, pois há associação com subnutrição pré- Objetivos da assistência ao pré-natal (Accioly):
gestacional e a suplementação pode ter efeito benéfico.
Ganho de peso menor que 3,4kg até a 24ª semana, Promoção do ganho de peso gestacional adequado
ou seja, inadequado, oferece aumento de risco para PIG Prevenção de complicações obstétricas maternas
(pequeno para idade gestacional), mesmo quando o Redução nas taxas de BPN, RNPT e natimortos
ganho final de peso atinja o total recomendado. Prevenção de gestações repetidas e indesejáveis
Redução da mortalidade materna
 Comportamento alimentar: Prevenção do aborto ilegal
Há tendência à substituição do jantar por lanche que
favorece o consumo inadequado ou excessivo de Deve-se ter a participação de equipe
energia, contribuindo para obesidade. multiprofissional e interdisciplinar. A assistência do
Fatores que contribuem para isso: horários nutricionista é indispensável nos programas de
irregulares, alimentação fora do domicílio, substituições assistência às gestantes adolescentes (Accioly).
por fastfoods, consumo abusivo de álcool, tabaco e Em geral, a assistência pré-natal é procurada
drogas e dificuldade de relacionamento familiar e baixas tardiamente devido à dificuldade de reconhecer os
condições sócio econômicas. sinais e sintomas e por não quererem a quebra da
O dia a dia agitado pode resultar em comer fora de confidencialidade, piorando as consequências da
casa e escolher uma variedade limitada de nutrientes. gravidez.
Geralmente composto por comidas salgadas, muito São coletados: idade cronológica e ginecológica,
doces, alimentos gordurosos e com poucos nutrientes estado nutricional pré-gestacional, ganho de peso
(Dan). Além disso, apresentam ingestão excessiva de gestacional, sinais clínicos de má nutrição, índices
sucos, refrigerantes e chás, ou seja, ingestão excessiva hematológicos, atividade física, uso de medicamentos,
de líquidos (Vitolo). presença de doenças crônicas ou infecções, avaliação
A dieta utilizada por grupos de meninas de 15 a 19 dietética com ênfase na ingestão de proteínas, fibras,
anos de idade contém frequentemente elevada vitamina C, cálcio, ferro, calorias vazias e gordura.
quantidade de gordura e calorias. Ressalta-se que a 
gordura trans no período gestacional pode comprometer Avaliação antropométrica
o crescimento e o desenvolvimento fetal (Accioly) Em torno de 50% das adolescentes mantêm seu
crescimento durante a gestação, embora seja mais lento
do que se elas não estivessem grávidas, promovendo
competição pelos nutrientes ou imaturidade em
Inadequação de cálcio, ferro, zinco e vitamina A, vit transferí-los para o feto, gerando conceptos de menor
B6 e ácido fólico, vit C, iodo e magnésio e menos peso. As outras 50% das adolescentes interrompem seu
frequente de energia, fósforo e outras vitaminas (Accioly crescimento linear comprometendo sua estatura final,
e Chemin) X Krause: É comum iniciar a gravidez com segundo alguns autores, esta deve ser mensurada pela
estado nutricional abaixo do ideal, com baixo consumo altura do joelho.
de ferro, cálcio e ácido fólico. Algumas gestantes adolescentes continuam seu
A refeição mais negligenciada é o desjejum, sendo crescimento durante a gestação, neste caso elas
que 1/5 dos adolescentes não tomam café da manhã e tendem a ganhar mais peso e manter este peso, após o
50% que realizam o fazem de maneira inadequada parto, além de terem recém-nascidos menores em
(Dan). crescimento (Dan).
Deve-se investigar no inquérito alimentar a presença Quanto mais jovem for a gestante, maior
de alimentos fonte de ferro, vitamina A, ácido fólico e probabilidade de manter seu crescimento durante a
cálcio (Vitolo) gravidez, portanto, maior será sua necessidade
energética (Dan).
Condições socioeconômicas O Ministério da Saúde preconiza a avaliação do
As condições desfavoráveis predispõem a BPN, estado nutricional de todas as gestantes adolescentes
complicações neurológicas, síndrome de atenção na rotina da Assistência Pré-natal por meio da proposta
deficiente, hiperatividade e distúrbios de metodológica com base nas recomendações do Institute
comportamento. Dentre as condições socioeconômicas, of Medicine (IOM), da OMS e do estudo de Atalah.
estão associadas com BPN: raça (mulheres não- Em 2009, o IOM publicou uma atualização das
brancas), estado civil (solteiras), baixo nível sócio- recomendações para ganho de peso durante a gestação
econômico e baixa escolaridade. a serem aplicadas a mulheres americanas. Dentre as

39
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
alterações observadas na nova recomendação, em
comparação àquelas publicadas em 1990, destacam-se  Para adolescentes que engravidaram 2 anos após a
os pontos de corte da OMS, para a avaliação de menarca, a interpretação pode ser equivalente às
mulheres adultas e adolescentes. adultas;
Accioly recomenda avaliar as adolescentes com
base na classificação do estado nutricional pré-  Para as que engravidaram menos de 2 anos pós-
gestacional baseada nas curvas propostas pela OMS menarca é provável que sejam classificadas como baixo
2006/20007, com base na idade (anos e meses) e sexo. peso. Devem ter a estatura mensurada em todas as
Deve ser empregada quando peso pré é conhecido ou consultas. Deve-se acompanhar o traçado da curva de
aferido até a 13ª semana gestacional x peso IMC, que deve ser ascendente.
mensurado até 2 meses antes da concepção ou
aferido até a 14ª semana gestacional (Accioly). Caso  A utilização do gráfico de evolução do traçado de
o peso pré ou até a 13ª semana gestacional seja IMC gestacional proposto pelo MS para adultas, como
desconhecido, utiliza-se a proposta de Atalah. dito anteriormente, deve ser adotado para a avaliação
das adolescentes somente quando o peso pré-
Procedimentos para avaliação antropométrica: gestacional não possa ser calculado ou o peso no 1º
Inicialmente deve-se obter o peso pré-gestacional ou trimestre não possa ser obtido.
inicial, peso atual, estatura materna e idade gestacional.
OBSERVAÇÃO  Accioly sugere que deve-se
a) Peso pré-gestacional conhecido  calcular o IMC empregar a classificação da OMS (2006/2007) (quadros
pré-gestacional e consultar os pontos de corte 1 e 2), em idade e meses para o diagnóstico pré-
específicos segundo a idade materna de acordo com as gestacional de adolescentes e a seguir fazer a
curvas da OMS (2006/2007, quadro 2) e classificá-los programação do ganho de peso recomendado até o
de acordo com o quadro abaixo (quadro 1). Calcular o termo (quadro 4). Nos casos em que o peso pré-
ganho de peso semanal e total baseado no quadro 4 gestacional não é conhecido ou não é possível
(IOM, 2009): mensurá-lo (idade gestacional ≥ 14 semanas) proceder
Quadro 1:

b) Peso pré-gestacional desconhecido e avaliação a avaliação inical com base no IMC gestacional, pela
com base no IMC gestacional: tabela ou gráfico (quadro 3 ou figura 1).
Caso o peso pré ou até a 14ª semana gestacional CONSULTAS SUBSEQUENTES:
seja desconhecido, utiliza-se a proposta de Atalah. A avaliação antropométrica nas consultas
Utilizar o peso da consulta e realizar a classificação subsequentes pode ser realizada com base na
pelo quadro 3. adequação do ganho de peso semanal e total, de
O Ministério da Saúde ressalta que o método não foi acordo com o quadro 4.
proposto para gestantes adolescentes. No entanto esta
classificação pode ser usada desde que a interpretação
seja flexível. Assim, considerar:

40
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Quadro2:

41
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Quadro3:

42
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Figura 1:

Ganho de peso gestacional:

Krause Ganho de 12,5 a 18 kg, que varia de acordo


com a idade ginecológica e o peso pré-
gravídico.

Dan Precisam ganhar mais peso do que as


gestantes adultas para gerar um bebê com o
mesmo tamanho. O ganho de peso das
adolescentes deve estar no limite superior
da recomendação.

Accioly Ganho de peso semanal e total (quadro 4)

Vitolo Para este grupo o ganho de peso total


preconizado, mesmo para eutróficas, é
superior a 12kg

43
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Accioly

Quadro 4:

Padrões a serem observados e avaliados na assistência nutricional à gestante adolescente (ADA, 1989).

- Dieta: Presença de fontes proteicas, fonte de vitamina C, presença de frutas ou vegetais, presença de fibras, fontes
de cálcio e ferro e presença de alimentos ricos em gordura e açúcar.

- Crescimento e estado nutricional: Idade ginecológica, proporção de peso/altura, ganho de peso semanal, sinais de
desnutrição, parâmetros hematológicos, atividade física e presença de doença crônica e infecção.

- Sinais de problemas nutricionais: Baixo peso ou sobrepeso, seletividade alimentar, hábito alimentar atípico, condições
psicológicas alteradas, pobreza, tabagismo, consumo habitual de álcool.

Faz-se necessário utilizar critérios próprios para No primeiro trimestre, quando ainda não houve a
adolescentes, com base no PPG (ou peso no 1º hemodiluição, deveria se considerar o ponto de corte
trimestre) e altura, com cálculo do IMC e adequação do para anemia de 12g/dl e, após esse trimestre o ponto de
P/A (Chemin e Vitolo). Já as adolescentes com idades corte passaria a ser 11g/dl (Vitolo).
superiores às de risco, as biologicamente maduras, Adolescentes de baixa condição socioeconômica têm
devem ser avaliadas de acordo com os critérios risco de deficiência de ferro, o que faz com que iniciem
recomendados pela ADA para adultos (Vitolo) a gestação com depósitos depletados de ferro, neste
caso a suplementação com sulfato ferroso é
 Avaliação bioquímica: recomendada a partir do primeiro trimestre (30 a 40mg
Devido à hemodiluição gestacional, o uso de alguns de ferro elementar) (Vitolo)
parâmetros nutricionais torna-se limitado. Recomenda-
se o uso de hemoglobina para avaliar a condição  Avaliação dietética:
nutricional do ferro. A anemia ferropriva é a deficiência Métodos de avaliação de consumo mais utilizados:
específica mais prevalente entre gestantes (acomete 40- recordatório de 24hs para estimar a ingestão energético
50%) devido a: proteica e frequência de consumo para avaliar consumo
- alta demanda de ferro materno-fetal de micronutrientes. Deve ser detalhada para avaliar
- baixa ingestão número e composição das refeições, uso de diet e light,
- baixa reserva orgânica frente a demanda bebidas alcoólicas, doces, etc. Investigar tabus,
alergias, presença de picamalácia.

44
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
adotando-se o valor mediano (percentil 50)
 Avaliação clínica: correspondente ao IMC de meninas das curvas da OMS
Investigar idade cronológica e ginecológica, sinais e (2006/2007)
sintomas digestivos, avaliar o funcionamento intestinal e
patologias ou intercorrências associadas, avaliar Peso desejável = IMC mediano (curvas OMS
atividade física e hábitos sociais que podem repercutir 2006/2007) x E2 (m)
no desenvolvimento fetal.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS: Nível de atividade fisica


Nesta fase tem-se a superposição de 2 processos
biológicos de alta demanda nutricional, o crescimento e
desenvolvimento materno e fetal, principalmente durante 3º passo: após oobtido o GET multiplicar por 1,01 que é
a fase onde o crescimento é mais intenso, entre 10,5 e a energia necessária para o crescimento.
13 anos de idade.
Devido ao rápido crescimento pondero estatural, as 4º passo: adicional energético recomendado para o
necessidades nutricionais estão significativamente período gestacional:
aumentadas a fim de suportar um aumento na massa
corpórea e nas reservas de nutrientes (Dan).
FAO/OMS 285 kcal (ativas) Desde 1º trim
Recomendações energéticas: 200 kcal (sedentárias)
Para o cálculo do VET deve-se seguir os seguintes NRC (RDA) => 500 kcal Desde 2º trim
passos: 11 a 14 anos
1º passo: avaliação do estado nutricional da gestante e Gutierrez e King 300 kcal Desde 2º trim
determinação do ganho de peso recomendado até o => 15 a 24 anos
termo. Accioly* 85 kcal/dia 1º trimestre
285 kcal/dia 2º trimestre
2º passo: calcular o VET a partir do GET somado ao 475 kcal/dia 3º trimestre
adicional requerido para o ganho de peso gestacional *Quando o início do pré-natal se dá no 2º ou 3º
trimestres, para mulheres não obesas, sugere-se somar
VET = GET + adicional energético as 85 kcal requeridas no 1º trimestre às 285 kcal
requeridas no 2º trimestre e a recomendação passa a
GET = TMB x NAF ser de 360 kcal/dia no 2º trimestre e 475 kcal/dia no 3º
trimestre.
TMB (10 a 18 anos): 13,384 x peso (kg) +692,6 O cálculo do adicional energético individualizado
é igual ao de gestantes adultas.
 IMC pré-gestacional de eutrofia: peso pré- Tratando-se de uma adolescente biologicamente
gestacional ou desejável imatura, recomenda-se um adicional de 150 kcal/dia,
 IMC pré-gestacional baixo peso: peso desejável além do extra da gestação normal. No caso daquelas
 IMC pré-gestacional sobrepeso ou obesidade: peso biologicamente maduras, a avaliação segue os critérios
pré-gestacional das gestantes adultas (Chemin). Quanto mais próximo
da menarca, maiores são os riscos nutricionais, em
função das necessidades aumentadas (Chemin).
Segundo a ADA, quanto mais fatores de riscos
estiverem presentes, maior deve ser o valor energético
recomendado, podendo variar de 38 (Vitolo) - 40 a 50
kcal/kg de peso ideal (Chemin).

Recomendação proteica:

Adicionais iguais aos das gestantes adultas são


utilizados pois a necessidade diária é a mesma: 0,91
g/kg/dia considerando o peso pré- gestacional somado
à:
- Adicional de 6g/dia (OMS)
- Adicional de 10g, com ingestão total de 60g/dia (NRC)

ADA: Recomenda ≤ 15 anos 1,7g/kg e > 15 anos


1,5g/kg (Chemin e Vitolo).

Recomendações de vitaminas e minerais:


Dan: Estudos demonstram alta prevalência de
deficiências nutricionais de cálcio, ferro, zinco,
riboflavina, ácido fólico e vitaminas A e D. Estudos
mostraram que a ingestão diária de cálcio inferior a 2/3
da recomendação pode afetar negativamente o
desenvolvimento ósseo do feto devido a oferta limitada
OBSERVAÇÃO: para cálculo do peso desejável para de cálcio. Devido a essa ingestão insuficiente de
gestantes adolescentes pode utilizar a fórmula a seguir nutrientes, suplementos nutricionais podem ser

45
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
indicados para gestantes adolescentes. A depleção de
ferro está associada com a redução da oxigenação fetal
e maior risco de complicações como BP ao nascimento,
prematuridade e risco aumentado de natimorto.
Gestantes adolescentes com risco de inadequação
alimentar devem receber suplementação de cálcio,
vitamina B6, vitamina C e acido fólico.
Inclusão de fontes de vitamina C em refeições
contendo ferro de origem vegetal.
Dar ênfase a leite e derivados (necessidade de
cálcio e proteínas), carnes em geral (ferro e proteínas),
vegetais folhosos, amarelos e vísceras (vitamina A e
ácido fólico) e frutas (vitaminas, em especial a C).
 As gestantes adolescentes têm recomendações
maiores que as de gestantes adultas de: vitaminas B1,
vitamina B2, niacina, vitamina D, cálcio e fósforo
(Chemin e Vitolo).
Deve-se garantir boas fontes de cálcio para o
término do crescimento e a formação do esqueleto fetal
e procurar estabelecer horários regulares, incluindo
lanches com produtos lácteos, frutas e vegetais, para
alcançar as necessidades (Chemin).
Recomenda-se suplementação de: ferro, zinco,
folato, cálcio, vit B6, vit C, vit A e magnésio quando não
for possível alcançar a ingestão dietética adequada.
Para vegetarianas: suplementação de vit B12 e vit D
(Accioly).

Orientações nutricionais:
Esclarecer a importância do ganho de peso
gestacional adequado e os benefícios da alimentação
equilibrada para atender às necessidades materno-
fetais, melhorar o resultado obstétrico, crescimento
linear materno e contribuir para lactação;

Desencorajar consumo de fast-foods e lanches


rápidos em substituição às grandes refeições;
Contemplar nos lanches rápidos grupos básicos de
alimentos;
Estimular uso de alimentos fortificados;
Desencorajar consumo de doces, refrigerantes e
bebidas alcoólicas (calorias vazias);
Monitorar consumo de alimentos diet e light pelo
conteúdo de edulcorantes artificiais (sacarina e
ciclamato são contraindicados);
Estimular a prática de amamentação através do
preparo da mama. Dar orientações sobre aleitamento e
vantagens do leite materno;
Incluir a gestante adolescente em grupos de
assistência multiprofissional.

46
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
incompleta, havendo preservação da camada muscular,
o que faz com que estes tenham resistência aumentada.
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA O aumento da pressão materna é uma tentativa de
manter o fluxo sanguíneo mínimo eficaz em um sistema
GESTAÇÃO (SHG) OU DISTÚRBIO vascular de alta resistência. Contudo, tal situação leva à
HIPERTENSIVO ESPECÍFICO DA hipóxia tecidual em órgãos alvo, como rins, cérebro,
GESTAÇÃO (DHEG) OU TOXEMIA pulmão, olhos e PLACENTA.

No Brasil 26,5% dos óbitos maternos se devem a


eclâmpsia e pré-clâmpsia. As SHG podem propiciar
BPN (PN < 2,5kg), asfixia, RCIU, aumenta a
necessidade de partos cirúrgicos e prematuros, devido
ao sofrimento fetal, morte fetal e morte perinatal.
Pode se desenvolver: vasoespasmo, depleção de
volume intravascular e a hemoconcentração (Krause). E
anorexia (Chemin).
Tanto em casos de eclâmpsia como em casos de
pré-eclâmpsia apresentam hipoalbuminemia e
hipovolemia, com consequente hemoconcentração
podendo mascarar uma possível anemia (Chemin).

Etiologia:
Causas: produção excessiva de hormônios
placentários e supra-renais e desequilíbrio entre
substâncias vasodilatadoras (prostaciclina, óxido nítrico)
e vasoconstrictoras (tromboxano e endotelina). Esse
desequilíbrio pode causar vasoespasmos, dano
endotelial, agregação placentária e consequentemente
aumento da pressão arterial.
Em gestantes normais ocorre hiperlipidemia,
contudo nos casos de PE, os níveis são mais elevados,
sugerindo que o metabolismo lipídico anormal possa ter
um papel na gênese da PE (Accioly).
A principal etiologia da pré-eclâmpsia é o
desequilíbrio entre pró-oxidantes e antioxidantes (Dan).
Está associada ao fluxo sanguíneo uterino
diminuído, levando a um tamanho placentário diminuído,
nutrição fetal comprometida e um feto com RCIU
(Krause). Na pré-eclâmpsia ocorre redução da taxa de
filtração glomerular e aumento da sensibilidade a
angiotensina (vasoconstritora) e redução do volume
natriurético atrial.

Fisopatologia:
Em uma gestação normal os ajustes fisiológicos
ocorrem logo após a fecundação do óvulo e a gestação
progride graças à tolerância imunológica entre tecido
materno e fetal, com carga paterna. Esta tolerância é
responsável pelos ajustes fisiológicos anatômicos,
funcionais, bioquímicos, na circulação materna e
uteroplacentária.
Alterações bioquímicas normais incluem alterações
nos sistemas de prostaglandinas (prostaciclinas e
tromboxanos) que são formados a partir do ácido
araquidônico.
Há predominância da síntese de prostaclinas, que
são vasodilatadoras e antiagregante plaquetárias sobre
a ação dos tromboxanos que são vasoconstritores,
acentuando a agregação plaquetária e adesividade às
paredes vasculares, produzindo plaquetas. Uma das
consequências é a vasodilatação generalizada, com
diminuição da resistência vascular. Com isso, os vasos
maternos ficam mais refratários e permitem maior
acomodação de sangue.
Por razões ainda desconhecidas, algumas gestantes
desenvolvem hipertensão arterial. Nesta situação tem-
se o aumento de tromboxano e diminuição da
prostaciclina. Além disso, a invasão trofoblástica nos
vasos uterinos não ocorre ou ocorre de forma

47
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Fatores de risco:
Gestantes obesas (Accioly e Krause) e tensas, de Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
baixa estatura e brevelíneas. Normal < 120 < 80
Fatores mesológicos: influência da distribuição Pré- 120-139 80-89
geográfica e clima. hipertenso
Mulheres com diabetes mellitus com proteinúria, Hipertensão
hipertensão arterial crônica e nefropatia hipertensiva Estágio 1 140-159 90-99
(Accioly e Krause) Estágio 2 ≥ 160 ≥ 100
Mulheres com doenças autoimunes como artrite
reumatóide e DM tipo 1 (Krause) 
Mulheres com idade > de 40 anos (Accioly e Pré-eclampsia:
Krause) e adolescentes com idade ≤ 16 anos. Accioly e Vitolo: pressão arterial ≥ 140 x 90mmHg ou
Primigestas  são 6 a 8 vezes mais susceptíveis. aumento de 15mmHg na pressão diastólica conhecida
História familiar de hipertensão (Accioly e Krause) previamente e PROTEINÚRIA
Negras (Accioly e Krause), hindus, árabes SIGNIFICATIVAvalores ≥ 300mg na urina de 24h.
mulçumanas, judias iraquianas. Geralmente após a 20ª semana gestacional.
Dieta hipoproteica ou deficiente em cálcio.  Pré-eclâmpsia grave é definida como: PA sistólica
Estado de vitamina D baixo (Krause) de 160mmHg ou PA distólica de 110mmHg ou mais de 5
Tabagismo: resultados contraditórios, mas deve ser g de proteínas em urina de 24 horas (Krause). Utilizam-
desencorajado. se anticonvulsivantes na tentativa de prevenir
Gestantes com menor escolaridade e as que convulsões eclâmpticas (Chemin).
trabalham fora do domicílio. A PE se torna grave quando 1 ou mais critérios
Gestantes do grupo sanguíneo AB. também estiverem presentes:
Gestações múltiplas (gêmeos) têm risco 5 vezes  PA diastólica ≥110mmHg
maior (Accioly e Krause)  Proteinúria ≥ 2g/L em 24h
Polidramnia.  Oligúria (< 500ml/dia ou 15ml/h)
Situações de hipovolemia, como elevadas altitudes,  Creatinina > 1,2mg/dl
aumentam a incidência de pré-eclâmpsia e BPN.  Sinais de encefalopatia hipertensiva / insuficiência
Nulíparas (Krause e Accioly) cardíaca / dor epigástrica
 Dietas ricas em energia, sacarose (açúcar) e ácidos  Plaquetopenia (<100.000/mm3)
graxos poliinsaturados (Chemin)  Aumento das enzimas hepáticas e de bilirrubinas
Síndrome de resistência à insulina (Krause)  Presença de RCIU e coagulopatia
Mulheres com hipertensão há pelo menos 4
anos (Accioly) Eclâmpsia:
Homozigosidade ou heterozigosidade para o gene Presença de convulsões generalizadas não
T235 (Krause) causadas por epilepsia ou qualquer outra patologia, em
gestantes com qualquer dos quadros hipertensivos
Para pré-eclâmpsia:  anteriores, podendo ocorrer na gravidez ou parto ou
- Segundo MS primigestas, história familiar ou puerpério imediato.
pessoal de PE ou E, gestação gemelar, HA crônica, A morte fetal ocorre com frequência (Krause).
nefropatia, lúpus, diabetes e mudança de parceiro. Outros sinais como: cefaleia, agitação psicomotora,
distúrbios visuais e epigastralgia. Além de tontura,
- Dan: nuliparidade, idade < 20 ou > 40 anos, raça anorexia, náuseas e vômitos (Krause).
negra, solteiras, baixa escolaridade, sobrepeso, pressão Tanto a pré-eclâmpsia como a eclâmpsia podem
arterial sistólica aumentada no primeiro trimestre e apresentar, como dados clínicos da síndrome,
história prévia de pré-eclampsia ou hipertensão hipoalbuminemia e hipovolemia, com consequente
gestacional. hemoconcentração, podendo até mesmo mascarar uma
anemia. A albumina sérica aceitável para gestantes é de
Diagnóstico: 3,5g/100ml, podendo chegar até 2g/100ml (Chemin).
Hipertensão gestacional: Síndrome HELLP:
Accioly e Vitolo: hipertensão SEM proteinúria com Surge como agravamento da PE, caracterizado por
aparecimento após a 20ª semana gestacional; hemólise, aumento das enzimas hepáticas e
plaquetopenia.
Chemin: quando há aumento de PA em 2 ou mais Os sinais de extrema gravidade são: ICC,
momentos em espaço de 6hs, aumento de 30mmHg ou hepatomegalia dolorosa, icterícia, cianose, diurese
mais na pressão sistólica e/ou 15 mmHg ou mais na inferior a 500ml/24h.
diastólica, ou superior a 140x90mmHg; Apresenta os piores resultados maternos e
perinatais pois pode ocorrer descolamento prematuro da
Krause: É definida como uma pressão de 140/90mmHg placenta, insuficiência renal, coagulopatia grave, choque
ou mais sem proteinúria Aparecimento a partir do 3º e alterações neurológicas e essas alterações elevam a
trimestre (Krause); mortalidade perinatal e materna.
Hipertensão crônica:  Definição de DHEG: presença de 3 sinais e sintomas
Accioly: presente antes ou diagnosticada até a 20ª característicos: PA > 140x90 mmHg; edema e
semana gestacional. proteinúria (> 0,3g/24hs) (Chemin).
Vitolo: ≥ 140x90 pré-gestacional ou após a 20º semana
gestacional, quando persistir por mais de 12 semanas
após o parto.

48
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Resumo (Vitolo):

Classificação da hipertensão arterial sistêmica na gestação

Hipertensão  PAS ≥140 mmHg OU PAD ≥90 mmHg pré-gestacional ou após 20° semana de gestação e quando
crônica persistir por mais de 12 semanas após o parto

Pré-eclâmpsia  PAS ≥140 mmHg OU PAD ≥90 mmHg com proteinúria (>300 mg/24h) após a 20°semana de
gestação. Pode progredir para eclampsia (convulsões). Mais comum em mulheres primigestas,
com gestação múltipla, diagnóstico de HAS ≥ 4 anos, história familiar de pré-eclâmpsia, HAS em
gestação prévia, doença renal
Hipertensão  Proteinúria após a 20° semana gestacional sem proteinúria. O diagnóstico temporário pode
crônica com representar uma fase prévia à pré- eclampsia ou a recorrência de hipertensão crônica em período
sobreposição gestacional mais avançado. Quando grave, pode resultar em altas taxas de nascimentos
de pré- prematuros, retardo do crescimento e pré- eclâmpsia
eclâmpsia

Hipertensão HAS após a 20° semana gestacional sem proteinúria. O diagnóstico temporário pode representar
gestacional uma fase prévia à pré-eclâmpsia ou recorrência de hipertensão crônica em período gestacional
mais avançado. Quando grave, pode resultar em altas taxas de nascimentos prematuros, retardo
de crescimento e pré-eclâmpsia
Hipertensão  Diagnóstico retrospectivo
transitória  Pressão arterial normal 12 semanas após o parto
 Pode reaparecer na gestação seguinte
 Preditiva de HAS primária futura
PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica

Tratamento Preferir frutas, legumes e verduras, cereais


Objetivo: atingir o melhor resultado obstétrico, concepto integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados,
com boas condições de evolução e a completa quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e
restauração da saúde materna. colesterol (Accioly);
 Preferir óleos vegetais: soja, milho, girassol e
Consulta inicial: identificar fatores de risco, história canola;
obstétrica pregressa e avaliação nutricional detalhada,  2 a 3 porções de peixe por semana (Accioly).
compreendendo:
- Avaliação clínica: presença de edema, níveis de PA,
diurese, evolução da altura uterina, estado geral da  Conclusão: dieta normocalórica, normossódica e
gestante e sinais de vitalidade fetal. hiperproteica.
- Avaliação antropométrica: atenção ao ganho de peso
súbito (>0,5kg/semana) associado à hipertensão. Seguir Estágio 2 (≥160 e 100mmHg):
as mesmas recomendações da gestante não hipertensa. Internação obrigatória
- Avaliação dietética: método usado inquérito Dieta normossódica (6g/dia de NaCl);
dietético frequência de consumo semi-quantitativo. Em casos de hipertensão grave persistente ou
Identificar ingestão inadequada de energia, proteína, crônica, pode-se adotar a dieta hipossódica, com no
vitaminas A, C e E e de minerais cálcio e sódio. máximo 2 a 3g/dia de NaCl de adição;
- Avaliação bioquímica: hemograma, contagem de  Chemin: em casos de maior gravidade  2g de
plaquetas, função renal (ácido úrico, uréia e creatinina), NaCl/dia ou menos e HA crônica limite máximo de
proteinúria, urina, ECG, oftalmoscopia e em casos 2g/dia;
graves: função hepática (transaminases) e  A consistência deve variar de acordo com o grau de
coagulograma. consciência materna
 Demais recomendações são iguais.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL:
 Algumas pacientes com SHG têm o volume
Para hipertensão gestacional ou crônica ou PE: reduzido, e por isso não é recomendada uma restrição
drástica de sal, abaixo de 2 a 4 g/dia, lembrando que o
Estágio 1: sódio inerente aos alimentos representa cerca de 1g
Tratamento ambulatorial (Chemin).
Dieta normossódica (até 6g/dia), evitando-se
alimentos ricos em sódio; Eclâmpsia:
 Dieta semelhante a uma gestante normal: cloreto de  Dependendo do grau de consciência: sonda
sódio até 7g/dia (Chemin); nasogástrica ou nasojejunal;
Hiperproteica (2g/kg/dia) visando correção de  Seguir conduta da PE estágio 2.
hipoproteinemia e adequado desenvolvimento fetal;
Adequada em vitaminas (ênfase em vitaminas A,C e Síndrome HELLP:
E) e minerais (ênfase em cálcio – 2000mg/dia).
49
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
 A conduta obstétrica na síndrome HELLP não está amniótico e atendimento das necessidades fetais. Os
bem definida, sendo ainda motivo de controvérsia. requerimentos de sódo giram em torno de 25g de sódio
 Em linhas gerais, pode-se adotar a conduta similar a ou 60 g de NaCl durante toda gestação, com uma média
adotada na PE estágio 2 de 4meq/dia.
O uso de diuréticos causa perda de fluido e
Aspectos nutricionais e SHG: diminuição no volume intravascular comprometendo
Ganho de peso: ainda mais o feto (Krause).
 Ganho de peso gestacional e edema: aumento O Ministério da Saúde recomenda para
ponderal súbito e excessivo durante a gestação é tratamento da hipertensão dieta com em torno de 6
considerado sinal sugestivo de SHG; gramas de cloreto de sódio/dia e de sódio < 2,4
 O controle de ganho de peso contribui para reduzir g/dia.
os riscos de SHG (Chemin).
 O ganho de peso de 1kg/semana ou 3kg/mês pode Cálcio: indispensável para formação óssea, contração
ser uma manifestação de SHG em evolução, em alguns muscular, transmissão neural, coagulação sanguínea,
casos o ganho pode ser de até 5 kg/sem. atividade enzimática e transporte de membrana.
 O Ministério da Saúde recomenda que gestantes Na gestação ocorre expansão do volume
com ganho ≥ 0,5 kg/sem, mesmo sem aumento de extracelular, aumento da filtração glomerular,
pressão arterial merecem maior investigação. aumentando a excreção renal de cálcio (calciúria), e
aumento da demanda de Ca para atender as
Proteínas: necessidades fetais, pois são acumulados 30g ao longo
 Papel das proteínas na SHG: equilíbrio da gestação e o transporte mãe-filho aumenta com a
hidroeletrolítico realizado pela albumina sintetizada no progressão da mesma, para isso, a ingestão materna
fígado a partir de proteínas dietéticas lactoalbumina, deve ser aumentada.
caseína do leite, clara de ovo, músculo bovino e Parece haver relação inversa entre ingestão de
fígado,além de transporte de lipídios pelas lipoproteínas cálcio e desenvolvimento de PE na gestação. A baixa
e síntese tecidual. ingestão de cálcio aumenta hormônio paratormônio
 Na 2º metade da gestação é observada uma queda (PTH) que aumenta a contração da musculatura lisa e
dos níveis de proteínas séricas de 7,3g% para 6,6g%, e por fim aumenta a PA. Entretanto outro estudo mostrou
a albumina sérica, que é a de maior poder osmótico, cai que a suplementação com cálcio durante a gestação
de 4,63g% para 3,34g% no 7º mês, contribuindo para não impede a hipertensão induzida pela gravidez
formação de edema (Accioly). (Krause).
 O edema pode ser visível quando há formação de A suplementação com pelo menos 1g de Ca/dia
cacifo característico, ou oculto, quando mascarado pelo reduz o risco de PE e hipertensão gestacional,
rápido ganho de peso. principalmente nas mulheres em risco e com baixa
ingestão, mas o efeito no concepto não está claro
 A dieta deve ser HIPERPROTEICA (≥ 2g/kg/dia) (Accioly).
para compensar a proteinúria, principalmente de alto Recomendação: gestantes de alto risco, com
valor biológico (carne vermelha, leite, queijo e ovos), histórico de SHG, devem ser suplementadas com 2g/dia
pois tem um aminograma semelhante ao da albumina de Ca2+ a partir do 2º trimestre gestacional.
sérica, favorecendo sua síntese (Chemin). A FDA concluiu que a relação entre cálcio e o risco
de hipertensão é inconsistente e inconclusiva, e a
relação entre cálcio e o risco de hipertensão gestacional
Energia: e pré-eclâmpsia é altamente improvável (Dan).
Não se deve fazer restrição calórica a fim de
Magnésio: há associação entre a suplementação e
controlar ganho de peso e reduzir complicações, pois
pode desviar proteínas para produção de energia. Existe menor prevalência de PE e RCIU. O sulfato de
maior frequência de SHG em mulheres com peso magnésio reduz em 50% o risco de eclâmpsia, com
deficiente e/ou ganho de peso inadequado. Além disso, menor risco também de morte materna (Chemin).
para função proteica normal é necessária uma Segundo a Krause, ele serve para tratar convulsões de
adequada oferta de energia não proteica. mulheres com eclâmpsia e prevenir as convulsões nas
mulheres com pré-eclâmpsia.
Lipídios:
Vitaminas A (ou carotenóides – Krause), C e E:
Óleo de peixe (ômega 3, n-3, EPA-
eicosapentanóico): há associação entre sua devem ser recomendadas visando à prevenção das
suplementação e menor prevalência de PE, a SHG pelos seus poderes antioxidantes evitam a
explicação parece ser a inibição da produção de lesão endotelial e a ação vasoconstrictora do
tromboxano e o aumento de prostaciclina tromboxano. São capazes de ajudar a prevenir a pré-
(vasodilatadora). Com isso, aumenta-se a vasodilatação eclâmpsia (Krause).
e reduz-se a agregação placentária. Não há evidências que suportem a suplementação
Altas doses de óleo (1,8g/10ml) associadas a outros de antioxidantes de rotina durante a gestação para
nutrientes, como o retinol, vitamina D e E, no início da reduzir risco de pré-eclâmpsia ou outras complicações.
gravidez, podem aumentar o risco de SHG (Accioly). X o uso de polivitamínicos esteve associado a uma
redução de 45% no risco de pré-eclâmpsia (Dan).
Sódio:
Conduta geral em todas as SHG:
O sódio é um nutriente indispensável para o controle
do compartimento fluido extracelular, pois quando o  Controle do ganho de peso gestacional
volume extracelular está aumentado, o sódio é  Controle do estresse e infecções
necessário para manter a concentração iônica normal.  Orientar para evitar o fumo
O apetite por sódio está aumentado na gestação o
que propicia expansão do volume plasmático, liquido
50
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
 Ter repouso noturno de 8hs e diurno de 2hs para
aumentar o fluxo plasmático e filtração glomerular que
favorece a natriurese
 Monitoramento da vitalidade e crescimento fetal

Prevenção para gestantes de alto risco: Uso de ácido


acetilsalicílico (aspirina – 50-100mg/dia) em baixas
doses a partir da 14ª -16ª semana, o que ainda é
controverso.

51
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Alteração nos receptores de insulina
A sensibilidade ao hormônio ou o número de
DIABETES MELLITUS NA GESTAÇÃO receptores pode estar diminuída.

Alteração na secreção de glucagon


As gestantes diabéticas podem ser divididas em: Há uma diminuição na relação molar
insulina/glucagon.
 Diabetes prévia: pode ser do tipo 1 ou 2, sendo um
grupo de desordens metabólicas caracterizado pela Desequilíbrio dos hormônios contra regulatórios
hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de
insulina, ação desta ou ambos). Aumento de estrogênio, progesterona, lactogênio
 Diabetes gestacional (DG): algum grau de placentário e cortisol (hormônios contra insulínicos)
intolerância à glicose com início ou reconhecimento na levam a menor eficácia da insulina em sua ação
gestação, geralmente após a 20ª semana de gestação, periférica.
podendo ou não persistir após o parto.
Vitolo:
Na maioria das vezes ocorre em razão da
incapacidade funcional do organismo em compensar a Fatores de risco para rastrear Diabetes Gestacional
aumentada resistência à insulina que ocorre na gravidez
(Chemin e Vitolo).
Segundo Vitolo a prevalência é de 0,15% a 12,3%. Reichelt et  Idade superior a 25 anos
Segundo Accioly, 7% das gestações são complicadas al. (2002)  Obesidade ou ganho excessivo de peso na
pelo DG. De acordo com os dados do SUS a gravidez atual
prevalência de DG em mulheres adultas é de 7,6% e o  Deposição central excessiva de gordura
diabetes prévio representa 10% dos casos de mulheres corporal
com diabetes na gestação.  História familiar de diabetes em parentes
Segundo Chemin, sua prevalência pode alcançar de 1º grau
14% das gestações e além disso, o DMG representa  Baixa estatura (≤ 1,5m)
cerca de 90% dos casos de gestantes com diabetes.  Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio,
A mulher com Diabetes gestacional tem sintomas hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez
similares a DM clássica como a glicosúria, mas os níveis atual
de glicose elevados não chegam a ser tão altos como  Antecedentes obstétricos de morte fetal ou
na DM clássica e nem se desenvolve cetose (Krause). neonatal, de macrossomia ou de DG
ADA (2010)  Idade= 25
Fatores de risco:
  Sobrepeso/obesidade: IMC > 25
kg/altura²(m)
História de macrossomia (peso ao nascer >4,0kg)
(Accioly e Dan)  Antecedentes familiares (primeiro grau)
Antecedentes obstétricos insatisfatórios como RCIU  Antecedentes de alteração no metabolismo
Crescimento fetal excessivo de glicose
Medida da altura uterina maior que a esperada  Antecedentes obstétricos: perdas
Polidrâmnio gestacionais de repetição, DG,
Glicosúria gestacional polidrâmnio, macrossomia, óbito
Diabetes em gestações anteriores (Accioly e Dan) fetal/neonatal sem causa determinada, má-
Intolerância prévia à carboidratos (Accioly e Dan) formação fetal, hipoglicemia neonatal e
Idade materna > 25 anos (Accioly e Dan) síndrome de desconforto respiratório
Obesidade central Sociedade  Gravidez atual: ganho de perda materno
Baixa estatura Brasileira de excessivo, macrossomia fetal
Ganho ponderal excessivo Diabetes  Polidrâmnio
Ganho de peso ≥ 6,8kg num intervalo ≤ 24 meses (SBD)(2010)  Uso de fármacos hiperglicemiantes
entre gestações (corticosteroides e diuréticos tiázidicos,
Hipertensão arterial entre outros)
História de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia  Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Ganho excessivo de peso (> 5kg) entre 18 e 25  Síndrome metabólica: dislipidemia,
anos (Chemin) hipertensão arterial e resistência à insulina
IMC acima de 25 (Chemin e Dan)
Baixa estatura (≤ 1,50cm) (Accioly)
Síndrome do ovário policístico ou outras associadas
ao hiperinsulinismo(Accioly)
Uso de corticoesteróides (Dan) Efeito diabetogênico da gestação:

a) Hormônio Lactogênio Placentário (HPL): ação


Etiologia: anabólica, glicogênica, lipolítico-materno e promove a
Redução na secreção pancreática de insulina glicogenóliise hepática materna.
Na gestante normal há uma hipersensibilidade das b) Estrogênio: ação antogônica à insulina
células β a seus secretagogos (maior resposta insulino- c) Progesterona: diminui a eficácia da insulina nos
secretora a glicose), na gestante diabética isso pode tecidos periféricos inibindo sua secreção.
não acontecer por alguns fatores como falta de d) Cortisol: estimula gliconeogênese a partir de
expansão das células pancreáticas e insuficiente protólise tecidual. Tem ação antagônica à insulina no
reserva de insulina. músculo e tecido adiposo.

52
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
e) Insulina: ocorre aumento de sua secreção à medida Morte fetal intrauterina e morbidade fetal (Krause)
que a gestação progride. A secreção materna é Corioamnionite (Krause)
aumentada no período pós-prandial e diminuída no Mortalidade perinatal (Krause e Chemin)
jejum. Sofre ação de outros hormônios diminuindo sua Prematuridade (Krause)
eficácia.  Traumas de nascimento (Chemin)
Desproporção cefalo-pélvica (Chemin)
Evolução do Diabetes na gestação: Recém-nascidos com níveis mais baixos de ferro no
Na 1ª metade ocorre menor necessidade de insulina, fígado, coração e cérebro devido a hipoxemia fetal pela
por conta de sintomas digestivos, menor ingestão formação de hemoglobina glicosilada (Vitolo)
alimentar e transferência de glicose aumentada para o Recém-nascidos com maior propensão a obesidade
feto. e tolerância diminuída a glicose na vida adulta (Vitolo)
A 2ª metade da gestação é conhecida como um Gestantes sem Diabetes, mas com níveis elevados
estado diabetogênico, pela crescente produção de de glicose durante a gravidez têm risco significativo de
hormônios contra-insulínicos, associada ao aumento da macrossomia, prematuridade e corioamnionite (Krause).
secreção de insulina porém com menro eficácia,
gerando maior tendência à cetoacidose e cetonúria. Causas de macrossomia:
No pós-parto a necessidade materna de insulina Hiperglicemia materna leva ao maior fornecimento
retorna aos valores pré-gestacionais, bem como a de glicose para o feto, como consequência, ele eleva
glicemia. A glicemia deve ser reavaliada em 6 a 12 sua secreção de insulina, aumentando a deposição de
semanas após o parto empregando-se o teste oral de gordura (anabolismo).
tolerância à glicose com 75g de glicose e não com a Maior passagem de ácidos graxos livres para o feto.
hemoglobina glicada. Alterado metabolismo proteico, lipídico e síntese
Para mulheres com diagnóstico de DG deve-se exagerada de glicogênio.
investigar o possível desenvolvimento da doença a cada  Aumento de GH e de hormônios adrenocorticais que
3 anos após a gestação. favorecem a passagem de glicose para o feto (Chemin e
Vitolo).
Repercussões maternas: Fatores hereditários (Chemin e Vitolo).
Maior incidência de síndromes hipertensivas da
gravidez (Accioly e Krause) A macrossomia fetal está associada a complicações
Polidramnia perinatais tais como (Vitolo):
Infecções urinárias e pielonefrite Morbidade materna
Hipoglicemia Traumatismos de nascimento
Cetoacidose Hipoglicemia neonatal
Trabalho de parto prematuro
Necessidade de parto cirúrgico (Chemin)  Bebês macrossômicos têm órgãos aumentados de
Risco de desenvolvimento de DM tipo 2 (25% volume, mas imaturos, há excesso de gordura corporal,
tornam-se diabéticas após a gestação – Chemin X 40% massa muscular e organomegalias e preservação do
a 60% podem desenvolver DM2 após o período de 15 a cérebro.
20 anos – Krause)  Após o nascimento, subitamente o fornecimento de
 Glicosúria e cetonúria(Vitolo) glicose diminui e a insulina permanece alta, o resultado
 Lesões vasculares nos rins e retina é um bebê hipoglicêmico, que pode necessitar de
infusão de glicose (Krause).
As gestantes que têm maior risco de DM2 são
as que necessitam de insulina para manter o controle Diagnóstico de DG:
glicêmico e aquelas com IMC acima de 30, sendo que
para diminuir o risco as mulheres devem manter o peso Chemin:
dentro dos parâmetros normais e fazer exercícios
regulares (Vitolo)

Repercussões para o feto:


Macrossomia (peso ao nascer > 4,0kg) (Accioly e
Krause)
Asfixia, sofrimento fetal durante o parto que pode
levar ao óbito fetal.
 Prematuridade
Complicações pulmonares
Hipocalcemia e hipomagnesemia
Hipoglicemia fetal e neonatal (Chemin)
 Distúrbios metabólicos (hipoglicemia fetal,
hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, hipomegnesemia,
policitemia).
Má-formação congênita. Dan: Aumento no risco de
anomalias fetais (2-3 vezes mais), causadas
principalmente devido a hiperglicemia materna
periconcepcional. Hipóxia, presença de cetonas,
anormalidades nos aminoácidos e glicosilação de
proteínas, também têm sido relacionadas como
potenciais teratogênicos.
DM descontrolado no início da gravidez está
associado a aborto espontâneo no 1º trimestre (Dan)

53
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Krause 13 e Vitolo:
Inicialmente foi indicado que todas as gestantes no
início do pré-natal fizessem o rastreamento, mas ficam Recomendações para diagnóstico de DMG:
excluídas aquelas que são de baixo risco: Tempo HAPO*Recomendações Padrões
Idade inferior a 25 anos atuais
Peso corporal adequado Jejum < 92 mg/dL < 95 mg/dL
Sem história familiar de diabetes e de 1 hora < 180 mg/dL < 180 mg/dL
aborto/natimorto e macrossomia sem explicação 2 horas < 153 mg/dL < 155 mg/dL
Ausência de filhos com anormalidades congênitas 3 horas Não realizado < 140 mg/dL
Sem histórico de alteração no metabolismo glicídico HAPO – Test Hyperglycemia Adverse Pregnany Outcome
Vitolo:
O rastreamento segundo o Ministério da Saúde deve
ser universal, com avaliação da glicemia de jejum em Se valores forem ≥ 85 a 90mg/dl indica rastreamento
todas as gestantes no início da gestação, antes da 20 a positivo e deve-se fazer TTOG com 75g de glicose, com
semana gestacional avaliação após 2hs, se > 140mg/dl, DG está confirmado
Quando a glicemia for ≥85 mg/dL até 125 mg/dL (Vitolo).
e/ou na presença de fatores de risco (quadro 1), as
gestantes devem ser submetidas à confirmação por
meio do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) após a
ingestão de 75 g de glicose anidra em 250-300ml de
água depois de jejum de 8-14hrs, entre 24 a 28
semanas de gestação. No TOTG a glicose plasmática é
determinada em jejum e após 1 e 2hrs. Os pontos de
corte e interpretação estão apresentados no quadro 2.

Pontos de corte para o Teste de Tolerância a Glicose


75g (TOTG 75g 2h)

Jejum 1 hora 2 horas


95 mg/dl 180 mg/dl 155mg/dl
Interpretação: dois ou mais maiores ou iguais aos
valores superiores aos pontos de corte descritos acima,
considera-se DG. Caso um valor de glicemia esteja
alterado, o TOTG deve ser repetido na 34ª semana de
gestação

Nos casos de glicemia de jejum < 85mg/dL Terapia nutricional:


(rastreamento negativo) e na ausência de fatores de O diabetes é tratado com mudanças na dieta e
risco, deve-se repetir a glicemia de jejum entre a 24ª e exercícios moderados para controle de peso, deve-se
28ª semana gestacional. No caso de duas glicemias atender as necessidades de crescimento fetal, impedir a
plasmáticas de jejum ≥ 126 mg/dL confirma o cetose e o esgotamento das reservas maternas,
diagnóstico de DG, sem necessidade de TOTG. O MS mantendo níveis ótimos de glicose (Krause). O
ainda recomenda a dosagem de hemoglobina glicada Ministério da Saúde recomenda manter o adequado,
para identifcar risco de malformação. controle matabólico por meio da terapia nutricional,
Em 2010 a International Association of Diabetes and aumento da atividade física, suspensão do fumo,
Pregnancy Study Groups (IADPS) passou a recomendar insulinoterapia (Accioly).
o diagnóstico do DG a partir de novos pontos de corte A terapia nutricional objetiva suprir as necessidades
de hemoglobina glicada, glicemia de jejum e de TOTG. nutricionais específicas da gestação, manter os níveis
glicêmicos próximos da normalidade, promover
Assim, para diagnóstico de DG: adequado ganho de peso e evitar cetose (Dan).
Deve-se usar apenas a insulina humana, pois
Parâmetro avaliado Valor de referência hipoglicemiantes orais são contraindicados pelo possível
Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL efeito teratogênico e hiperbilirrubinemia neonatal.
TOTG – 1h ≥ 180 mg/dL A insulina materna não atinge o embrião, o que torna
TOTG – 2h ≥ 153 mg/dL pouco provável que a insulina exógena seja causa de
anomalias congênitas associadas ao diabetes (Dan).
Esta recomendaçao considera casos de DG a partir Agentes hipoglicemiantes orais como a metformina
de 1 valor alterado no TOTG. estão sendo utilizados em alguns centros (Krause).

Para diagnóstico de DM na gestação: Avaliação nutricional inclui:


Hemoglobina glicada ≥ 6,5% Avaliação antropométrica e ganho de peso
Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL recomendado: seguir mesma recomendação proposta
Glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL para gestantes não diabéticas.

Avaliação dietética: detalhar número e composição


das refeições, grupos de alimentos presentes. Avaliar o
uso excessivo de produtos dietéticos e não dietéticos,
investigar tabus, hábitos alimentares, alergia/intolerância

54
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Distribuição energética por refeições (ADA):
alimentar, modificações alimentares em função de sinais Desjejum e Merenda 10 a 15 %
e sintomas digestivos e presença de picamalácia. Almoço e jantar 20 a 30%
Método usado inquérito dietético frequência de Colação e ceia 5 a 10 %
consumo semi-quantitativo.
Distribuição de macronutrientes para reduzir risco de
Avaliação clínica: avaliar o funcionamento intestinal, macrossomia fetal e complicações (Vitolo): 40% de
sinais e sintomas digestivos e patologias associadas e CHO, 40% de LIP (< 10% saturadas) e 20% de PTN.
identificar sinais de carências nutricionais específicas,  Carboidratos:
níveis de PA e evolução da altura uterina.  Mínimo de 175 g (Accioly)
 Avaliação funcional: avaliar a presença de Limitação de CHO no desjejum de 10 a 30g com a
cegueira noturna gestacional. adição de 57 a 85g de proteínas no meio da manhã para
 Avaliação sociodemográfica e obstétrica. diminuir a fome e aumentar a adesão (Krause).
Avaliação dos exames complementares:  Controlar o consumo de frutas (Chemin)
ultrassonografia, dopplerfluxuometria, exames  Deve ser incentivado o consumo de CHO
laboratoriais (sangue e urina). provenientes de frutas, vegetais, grãos integrais e leite
desnatado (Dan)
Orientação nutricional:
Energia: Fibras
A dieta deve permitir ganho de peso adequado. A maior ingestão de fibras promove saciedade e
Deve seguir as mesmas recomendações que uma consequente redução na ingestão energética total,
gestante sadia, com os seguintes acréscimos: reduzindo assim o tecido adiposo e a resistência a
Gestantes com peso pré-gestacional normal devem insulina. A ingestão de fibras também retarda o
receber adição de 300kcal/dia a partir do 2º trimestre na esvaziamento gástrico e a velocidade de absorção da
sua dieta habitual; glicose, reduzindo o aumento da glicemia e dos níveis
Para gestantes obesas (IMC > 30 kg/m2) há de insulina pós-prandial (Dan).
recomendação redução calórica na ordem de 30% Fibras solúveis (pectinas, mucilagens e algumas
(cerca de 25 kcal/kg/peso atual/dia) para reduzir a hemiceluloses) atuam na redução dos níveis de
hiperglicemia, porém deve-se avaliar a adequação LDL e melhoram níveis séricos de lipídios. São fontes
energética pela presença de cetonúria e de adequação de hemicelulose: leguminosa, aveia, cevada, maçã,
do ganho ponderal; laranja e cenoura.
A perda de peso não é recomendada durante a As fibras insolúveis (lignina e quitina, encontradas na
gestação, mas para DMG com sobrepeso ou obesidade, linhaça, farelo de trigo e grãos integrais) ligam-se a sais
pode-se fazer biliares e reduzem a absorção de gorduras e colesterol,
CHO 45 a 65% uma leve restrição contudo, a sua ingestão está menos associado à
de energia e redução dos níveis séricos de colesterol sérico (Accioly).
PTN 15 a 20% carboidratos. Além de todas as fibras prevenirem constipação
Restrição de 30% intestinal e hemorroidas.
LIP 20 a 35% do VET melhora
do controle Recomendação:
glicêmico sem causar cetose e sem prejudicar o ganho  Fibras solúveis e insolúveis devem ser de 20 a
de peso (Dan). 35g/dia (Accioly e Chemin) ou 14g/1000kcal (Accioly)
Usar de 30 a 35kcal/kg de peso ideal para a idade A ingestão adicional de cada 10g/dia de fibras totais
gestacional, e para gestantes acima do peso, 24kcal/kg reduz 26% de risco de DMG, e cada 5g/dia de fibras de
de peso ideal (Chemin). cereais ou frutas, reduz de 23 a 26% o risco de DG
(Dan).
Recomendações de macronutrientes:
Accioly e Dan – ADA 2008:  Proteínas
 Adicional diário para o período gestacional de 10g
 Fracionamento da dieta: ou ingestão total recomendada de 71g/dia.
A ingestão de carboidratos deve ser feita ao longo
do dia em 3 refeições moderadas e 2 a 4 pequenas  Lipídios:
refeições. A ceia merece atenção devendo ser
 < 7% do VET de gordura saturada
estimulada apara prevenção da cetose durante a noite.
 Colesterol < 200 mg/dia
Deve ser fracionado em 5-6 refeições/dia, com
menor volume, horários rígidos e intervalos regulares  Desestimular a ingestão de ácido graxo trans
para facilitar o controle da glicose sanguínea. Não  Estimular o consumo de 2-3 porções de peixe por
deixar de fazer nenhuma refeição (evitar hipoglicemia), semana para o fornecimento de ácido graxo ômega 3
assim como não juntar 2 refeições em uma (favorece a
hiperglicemia) (Chemin). Vitaminas e minerais:
Para mulher insulino-dependente que está em Atenção ao atendimento das recomendações de
aleitamento, é aconselhável que ela consuma 3 ácido fólico, ferro e vitamina A. Não deve- se restringir o
pequenas refeições e 3 lanches para evitar quedas nas sódio como prevenção de SHG.
concentrações de glicose sanguínea que podem ocorrer A suplementaçao de ácido fólico no período pré-
com uma grande produção de leite (Krause). gestacional é importante para prevenção de defeitos
congênitos do tubo neural – 5mg/dia, durante 60 a 90
dias antes da concepção.
Suplementaçao de ferro = gestantes não-diabéticas

55
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Atentar para o consumo de vitamina A e vitaminas


antioxidantes. Índice glicêmico dos alimentos (Accioly):
A dieta deve ser adequada em potássio, magnésio, Permite a classificação dos alimentos em relação ao
zinco e cromo, pois a deficiência destes nutrientes pode efeito que exercem na glicemia pós-prandial, em um
agravar a hiperglicemia (Accioly). mesmo indivíduo. A comparação é feita em relação à
A hiperglicemia materna induz ao estresse oxidativo alteração na glicemia produzida após o consumo de um
que pode gerar macrossomia fetal ou outras anomalias alimento considerado como referência (glicose ou pão
congênitas, os antioxidantes selênio, vitamina E e zinco, branco).
são importantes (Dan).

Álcool e cafeína: Tab 1: Índice glicêmico dos alimentos


Álcool deve ser desencorajado por conta do risco de
síndrome Alcoólica Fetal. O uso de cafeína deve ser Atividade física:
moderado (< 300mg/dia). A ingestão excessiva de café Deve-se aumentar visando o controle da glicemia,
dificulta a absorção do ferro em até 35% por conta dos preferência para exercícios de pouco impacto no
polifenóis presentes no café que formam grandes abdômen durante 20 minutos por 3 vezes na semana.
complexos moleculares com o ferro.
Aleitamento materno:
Contagem de carboidratos (Accioly): Deve ser estimulado e os casos de aleitamento
É mais uma ferramenta nutricional, que visa o materno, a necessidade de insulina é menor devido ao
controle glicêmico em função das menores variações gasto energético para lactação. Em casos de flutuação
das glicemias pós-prandiais. A ADA destaca que dietas da glicemia durante a amamentação as nutrizes devem
com baixo teor de CHO (<130g) não devem ser ser orientadas a fazer um lanche antes ou durante a
prescritas com a finalidade de controle glicêmico, amamentação.
podendo trazer efeitos deletérios. Recomenda-se 50 a
60% de CHO do valor energético total.  Alimentos que devem ser evitados
Os carboidratos provenientes dos alimentos A sacarose deve ser usada dentro do contexto de
integrais, frutas, vegetais e produtos lácteos com baixo dieta saudável. Na prática clínica, a substituição de
teor de gordura devem ser priorizados. sacarose por adoçantes não-calóricos é útil. Deve-se
A sacarose não precisa necessariamente ser desencorajar o consumo de alimentos ricos em gordura
restrita, porém incluída no total de carboidratos da dieta, saturada e trans.
evitando-se excessos.
Entre os métodos existentes para se fazer a Edulcorantes artificiais:
contagem, os mais amplamente utilizados são a lista de Definição: substâncias que apresentam ação
equivalentes e contagem da quantidade (g) de CHO. adoçante, muito superior ao da sacarose, podendo ser

56
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
de caráter natural (sacarose, frutose, esteviosídeo,
sorbitol, manitol e xilitol) ou artificial (aspartame,
ciclamato, sacarina, sucralose, acessulfame d de K e
neotame).

Os edulcorantes não-calóricos aprovados para


uso pelas gestantes são aspartame, acessulfame de
K, sacarina, sucralose, neotame e, os álcoois
açúcares disponíveis no Brasil - sorbitol, xilitol,
manitol e amido hidrolizado

Accioly:

Edulcorante Valor calórico Ingestão diária


(kcal/g) máxima (mg/kg)
Acesulfame-K 0 15
Aspartame 4 40
Neotame 0 2
Sacarina 0 5
Sucralose 0 5

Código para apresnetaçao dos edulcorantes


contidos nos produtos industrializados:

Edulcorante Código
Sacarina INS 954
Ciclamato INS 954
Sucralose INS 955
Acessulfame K INS 950
Aspartame INS 951
Xilitol INS 967
Manitol INS 421
Sorbitol INS 420
Esteviosídeos INS 960

 Acompanhamento pré-natal
O controle das gestantes com DG deve ser feito com
glicemia de jejum e pós-prandiais semanais, além da
auto-monitorização da glicemia capilar.
Após 7 a 14 dias da orientação dietética, avaliar o
perfil glicêmico, por meio de glicemia de jejum, 1 hora
após o café da manhã e 1h após o almoço. Considera-
se como anormal valores ≥ 95 mg/dL (jejum) e ≥ 140
mg/dL (1h após refeições). Se apenas um dos valores
estiver alterado com o uso da dieta prescrita, é indicado
o início da insulinoterapia. A glicosúria não é útil para
monitorar o controle glicêmico na gravidez.
Nas gestantes com diabetes pré-gestacional e
naquelas em uso de insulina, o controle deve ser mais
rigoroso, com medições diárias da glicemia pela manhã
em jejum, antes do almoço, antes do jantar, 1 a 2 hrs
após o almoço e 1 a 2 hrs após o jantar. Em caso de
hipoglicemia noturna, medições adicionais podem ser
realizadas ao deitar e durante a madrugada (2-3h).
Mulheres diabéticas em idade reprodutiva devem
planejar a gravidez.
A insulinoterapia é indicada para mulheres que já
faziam uso dela e iniciada em diabéticas tipo 2 que
faziam uso prévio e hipoglicemiantes orais ou em casos
em que não se obtêm o controle glicêmico citado acima
após 2 semanas de dieta e para casos de macrossomia
fetal.
Os hipoglicemiantes orais são contraindicados, pois
podem ter efeito teratogênico e causar
hiperbilirrubinemia neonatal.

57
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

FRUTOSE Maior poder adoçante; 80-90% é absorvida no intestino (+ lentamente que a glicose, sacarose e
Natural lactose); não exige insulina para seu metabolismo; não é tóxico; não é fator de risco para DM ou
câncer, exceto quando consumido em excesso.
Desvantagens: alto custo, elevação dos triglicerídeos, uso > 20g causa sintomas gastrointestinais
como diarreia osmótica.
A ADA não recomenda o uso de frutose na forma de edulcorante (Accioly)

SORBITOL Absorvido no intestino delgado (+ lento que a glicose e frutose); rapidamente convertido a frutose no
Natural fígado, com isso não necessita da insulina; promove redução do colesterol; não é mutagênico,
tóxico, carcinogênico ou cariogênico.
Desvantagens: aumenta excreção de minerais (Ca principalmente, que pode predispor a formação
de litíase renal); dose >30g causa efeito diurético e dose > 10-50g causa flatulência, diarreia
osmótica e cólicas intestinais.
A ADA inclui o sorbitol na lista de substâncias consideradas como seguras (Accioly)

ASPARTAME É hidrolisado no intestino delgado a ácido aspártico, fenilalanina e metanol; o excesso de


Artificial fenilalanina pode causar efeito neurológico e variações do QI; seu consumo deve ser abaixo da dose
máxima recomendada. Uso em extremo excesso: metanol é convertido em ácido fórmico que causa
acidose metabólica e lesões oculares. Não deve ser usado por fenilcetonúricas independente de
estarem grávidas. Não é nocivo durante a gestação devido a impossibilidade de se alcançar a
quantidade de fenilalanina que causaria danos neurológicos ao feto – 1 lata a cada 8 min (Chemin)

SACARINA Tem baixo custo; sabor residual amargo e metálico; comumente associada ao ciclamato e
Artificial aspartame; liberada pelo FDA, mas deve ter seu consumo restrito pela falta de informações sobre
seu efeito transplacentário, transmamário. É capaz de atravessar a placenta e em doses muito altas
é fracamente carcinogênica em ratos (Krause). O feto tem baixa capacidade de excretá-la podendo
permanecer nos tecidos fetais, portanto deve ser restringida (Chemin). Pode estar associado com
tumores malignos e prejuízos no crescimento das crianças (Chemin)

CICLAMATO Uso proibido pela FDA pelo seu efeito carcinogênico. É transplacentário podendo causar câncer,
Artificial reabsorção fetal, anomalias cromossômicas, efeito teratogênico, reduz o peso de embriões. Parece
estar relacionado com redução da fertilidade e menor ganho de peso fetal (Chemin)

SUCRALOSE Obtido a partir da sacarose, com poder adoçante 400-800 vezes maior (600 – Krause); tem absorção
Artificial prejudicada tornando-se uma substância não calórica; não tóxico; não cariogênico; sem efeito
cancerígeno ou mutagênico e sem gosto residual.

ESTEVIOSÍDIO Proibido nos EUA e autorizado no Brasil; adoça 100-300 vezes mais que a sacarose; tem sabor
Natural doce retardado e demorado com característica de alcaçuz ou mentol; não é metabolizável no
organismo; não fermentável; não cariogênica; não calórico e de baixo risco toxicológico. Atenção às
marcas que possuem sacarina e ciclamato na sua composição.

ACESULFAME-K É rapidamente absorvido, mas não é metabolizado; não afeta níveis glicêmicos e lipídicos; não
Artificial tóxico; não cariogênico; não cancerígeno, mutagênico ou teratogênico; não tem efeito sobre o peso
ao nascer e pode atravessar a placenta e aparecer no leite materno como a sacarina. É considerado
seguro (Krause)

NEOTAME Derivado da fenilalanina e ác aspártico tem poder adoçante 7.000 a 13.000 vezes superior ao da
(Accioly) sacarose. É parcialmente absorvido no intestino delgado, rapidamente metabolizado e excretado nas
fezes e urina. Pode ser utilizado por pacientes fenilcetonúricos. Não afeta a glicemia de jejum ou os
níveis de insulina em pacientes com DM 2. É considerado seguro pela ADA.

58
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

presente no leite materno e ser percebido pelo bebê,


diminuindo sua sucção, pode alterar o sono do lactente
NUTRIÇÃO NA LACTAÇÃO e causar deficiências psicomotoras. O consumo acima
de 0,5g/kg de peso materno pode inibir o reflexo de
ejeção do leite (Chemin). A ingestão de álcool muda o
Estado nutricional materno e produção láctea odor do leite, levando a recusa pela criança e também a
menor poder de sucção que diminui a lactação (Vitolo)
A produção do leite é mais afetada pela frequência 
da sucção do lactente e o volume pode ser afetado pela Nicotina:
hidratação materna, mas a composição varia de acordo A presença de nicotina no leite pode causar vômitos,
com a dieta da mãe (Krause). Em caso de desnutrição apatia, recusa de sucção, além de retenção de urina e
materna (Severa – Accioly / grave IMC <18,5 – Chemin) fezes (Chemin). A nicotina é transferida para o LH em
pode ocorrer diminuição da produção láctea (Krause). proporção ao número de cigarros fumados e pode
Estudos recentes têm mostrado que para que o volume provocar irritabilidade no lactente e inibir a prolactina,
de leite seja afetado, a desnutrição materna precisa ser reduzindo o volume de leite produzido (Vitolo).
muito grave, mas que o conteúdo de gordura do leite é
reduzido em estágios menos graves da desnutrição Cafeína  bebidas contendo cafeína influenciam no
(Chemin). teor de ferro do leite humano e conseqüentemente na
Sugere-se que proteínas antimicrobianas fornecidas reserva hepática do lactente. Ainda, causa insônia e
pelo leite materno podem ser secretadas em irritabilidade no bebê. A cafeína pode ser excretada no
quantidades menores se a mãe estiver desnutrida leite com pico 1 hora após a ingestão (Chemin). 1 xícara
(Krause). tem 100 a 150mg de cafeína (Vitolo).
Por outro lado, nutrizes com obesidade pré- 
gestacional e que apresentam ganho de peso excessivo Indicadores antropométricos:
durante a gestação apresentam risco aumentado de não O retorno ao peso pré-gestacional após o parto é
iniciar a lactação, e apresentar retardo da lactogênese II influenciado pelo edema durante a gestação, peso pré-
e de interromper o aleitamento materno mais gestacional, peso pós-parto, paridade, idade materna e
precocemente que nutrizes eutróficas (Accioly). O ganho de peso durante a gestação. Também estão
sobrepeso ou a obesidade podem dificultar o início ou a associados com a mudança de peso no pós-parto: raça,
manutenção da lactação. tabagismo, exercício, retorno ao trabalho fora do lar e
É possível que o tecido adiposo da nutriz concentre lactação (Chemin). Aproximadamente 20% das
progesterona, inibindo a lactogênese II. Além disso, a mulheres em lactação podem manter ou ganhar peso
leptina pode inibir a ação da ocitocina, tanto na inibição (Chemin).
de contrações uterinas quanto na ejeção do leite Segundo o IOM a taxa de perda de peso parece ser
(Accioly). constante de 0,6 a 0,8kg/mês nos primeiros 4 a 6 meses
de lactação, independentemente do peso corporal
 Nutrizes de baixo nível sócio econômico com inicial.
condições inadequadas de vida produzem de leite por Quanto maior o ganho ponderal, maior a retenção de
dia: peso (Accioly). O fato da mulher ser desnutrida com alta
400 a 700ml 1º semestre de lactação paridade e mais idade as associa a grande perda de
300 a 500ml 2º sem e 2º ano de lactação peso pós- parto.
O aleitamento materno parece não estar associado,
 Nutrizes de bom nível sócio econômico produzem embora grande parte dos estudos encontre maior perda
600 a 900ml de leite/dia. de peso após o parto em mulheres que amamentam por
mais tempo, outros referem pouca diferença na perda
Essa variação está associada a condições de peso comparando métodos de aleitamento.
socioeconômicas difíceis e inadequada ingestão Entretanto a perda de peso após o parto é geralmente
dietética combinadas com trabalho físico pesado. maior nos primeiros 3 meses e naquelas que
A produção média de leite nos primeiros 6 meses amamentam ao seio exclusivamente (Accioly).
pode variar de 550 até mais de 1.200ml/ dia, de acordo A retenção de peso durante a gravidez é de 0,5 a
com a frequência da amamentação do bebê, com média 3,0kg, mas 14 a 20% das mulheres apresentam 5kg a
de 750ml/dia (Krause e Chemin). mais 6 a 18 meses após o parto e isso pode estar
No 2º semestre a produção pode cair para associado aumento do excesso de peso nas mulheres
600ml/dia, neste período a maioria dos bebês está no Brasil (Vitolo).
consumindo alimentos sólidos e então diminuem as Dietas com redução de 500kcal/dia associadas a
mamadas e também a necessidade energética da exercícios físicos proporcionam perda de peso e massa
lactante (Krause e Chemin). gorda, sem efeitos no volume e composição do leite
Anticoncepcionais com estrogênio e progesterona bem como velocidade de crescimento (Accioly).
inibem a prolactina, provocando diminuição da produção A recomendação sobre a perda de peso após o
láctea (40%), retardando o crescimento do lactente a parto será diferenciada de acordo com o estado
longo prazo. nutricional da nutriz:

Álcool:
Uso de bebidas alcoólicas em excesso (> 5
g/kg/peso equivalente a 2 latas de cerveja) podem
provocar diminuição da produção láctea (inibem
prolactina e ocitocina – Chemin).
Seu consumo experimentalmente levou a redução
do teor de vitamina A e aumento do conteúdo lipídico no
leite, além disso, o álcool ingerido pela mãe pode estar
59
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Accioly: Recomendações nutricionais:

Perda de peso recomendada após o parto Tab 1: Recomendações energéticas de lactação


exclusiva:
Índice de Meta Perda de peso
Massa recomendada Conteúdo energético médio 70kcal/100ml
Corporal do leite de mães bem 67kcal (Krause)
nutridas
(IMC)
Eficiência com que se 80% (76-94%)
converte o leite materno em
< 18,5 Alcance de um - energia láctea
(baixo peso) IMC saudável Secreção média de leite 800ml/dia
(eutrofia) (Krause) 750ml/dia
Calorias produzidas em 560Kcal
≥ 18,50 e < Manutenção do - 800ml de leite humano
25 (eutrofia) peso dentro da Calorias médias adicionais 700Kcal/dia
faixa de eutrofia requeridas para lactante
Reservas energéticas 2-4Kg
≥ 25,0 e < Perda de peso 0,5 a 1 kg/mês (depósito de gordura
corporal)
30 até atingir IMC
Aporte teórico de gordura 100-150kcal/dia
(sobrepeso) dentro da faixa de depósito durante os 6
de eutrofia primeiros meses
Calorias adicionais 500kcal/dia
≥ 30,0 Perda de peso 0,5 a 2 kg/mês requeridas
(obesidade) até atingir IMC Gasto energético para 85kcal
dentro da faixa produção de 100ml de leite
de eutrofia (Krause)

Nota: *Classificação do IMC segundo WHO, 2002. A lactação é a fase de maior demanda energética,
ou seja, as necessidades energéticas são maiores que
durante a gestação, pois em 4 meses o lactente dobra
seu peso ao nascer. Depende do volume e composição
do leite produzido e estado nutricional materno.
As lactantes saudáveis podem perder até
454g/semana sem comprometer a quantidade de leite Exigências energéticas na lactação:
fornecida para manter o crescimento do lactente
(Krause). Krause:
Considerando-se o acúmulo de ± 4kg na forma de
Varia de acordo com o 330kcal maior que a RDA
tecido adiposo durante a gestação e o tempo para o
semestre de lactação: Até de mulheres não grávidas
restabelecimento do equilíbrio hídrico (2 a 4 semanas),
6 meses de lactação
a OMS recomenda o ponto de corte de 20,3kg/m 2 para
Dos 6 aos 12 meses de 400kcal maior
nutrizes 30 dias pós-parto. E sugere que, IMC abaixo de
lactação
18,5 representa risco para o binômio mãe-filho durante a
fase de lactação.
A avaliação da composição corporal pelas medidas Mulheres obesas e com sobrepeso podem não
de dobras cutâneas triciptal, biciptal, subescapular e precisar do adicional.
suprailíaca possibilita estimar a quantidade de gordura
localizada nas regiões periféricas e centrais do corpo e A mulher em lactação com sobrepeso pode restringir
auxiliam na avaliação da reserva adiposa materna o seu consumo de energia em 500kcal por dia pela
necessária para lactação (Chemin). diminuição do consumo de alimentos ricos em gordura e
A dobra triciptal é a mais usada em estudos, mas açúcares simples, mas ela deve aumentar seu consumo
tem seu uso limitado em nutrizes, pois durante a de alimentos ricos em cálcio e vitamina D,
gestação, a gordura corporal se mobiliza mais na região especialmente frutas e hortaliças (Krause).
inferior do corpo. Neste caso, segundo a OMS, melhor
seria a utilização da circunferência da coxa. Vitolo:
As nutrizes com sobrepeso ou obesidade não devem
fazer dietas, pois esta é fator de estresse e que pode
prejudicar a lactação (Vitolo). Neste caso, o cálculo da
dieta deve ser feita sem considerar o adicional da
lactação e se o VET chegar a 2200kcal recomenda-se
que este seja o valor energético diário, e que se oriente
a nutriz quanto às porções alimentares com seus
equivalentes, considerando os alimentos de sua
preferência e disciplinando quanto os alimentos de baixo
valor nutricional e que são muito desejados neste
período (Vitolo).
A eliminação ou restrição para no máximo 2
copos/dia de produtos como suco de frutas, chás,
refrigerantes e refrescos, ajudam no controle da
ingestão energética (Vitolo).
60
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
leite produzido possui uma composição de ácidos
graxos semelhante ao depósito de gordura materna
(Krause e Chemin).
A presença de ácidos graxos poliinsaturados de
cadeia longa na dieta materna é crucial para a retina
fetal e o desenvolvimento cerebral do lactente (Krause e
Chemin).

A AI para ácidos graxos poliinsaturados ômega 6


(linoléico – ácido araquidônico) é de 13g/dia e para
ômega 3 (linolênico – ácido docosaexaenóico DHA) é de
1,3g/dia na dieta (Krause).

As principais fontes de DHA são os peixes


gordurosos de água fria como as sardinhas, 2 a 3
refeições com peixe por semana durante a gravidez são
suficientes para fornecer as quantidades recomendadas,
outras opções de fontes são ovos enriquecidos,
suplementos de DHA, sementes de linhaça e as nozes,
especialmente seu óleo (Krause).
O colesterol está presente no leite na quantidade de
Chemin:
10 a 20mg/dl, resultando num consumo de 100mg/dia
A exigência energética da lactação é estimada a
para o bebê. A quantidade de colesterol não varia com a
partir do GET, adicionado da quantidade de energia
dieta da mãe, mas seu conteúdo no leite reduz
necessária para síntese de leite (representa um
conforme progride a lactação (Krause). A dieta não tem
aumento de 4 a 5% na TMB) e da mobilização das
efeito considerável no colesterol do leite (Chemin).
reservas teciduais.
Recomendação de carboidratos (Krause):
Accioly:
A EAR é 160g/dia e a AI é 210g/dia. Elas fornecem
calorias suficientes para um volume adequado de leite,
VET = GE (TMB x NAF) + adicional energético para
para prevenir a cetonemia e para manter os níveis
lactação – energia para perda de peso
apropriados de glicose durante a lactação.
Adicional de energia para lactação = Recomendação de vitaminas e minerais:
 675kcal/dia no 1º semestre
Em relação as vitaminas, a necessidade de vitamina
 460kcal/dia no 2º semestre E está aumentada em 4mg/dia. As necessidades das
vitaminas D e K não são alteradas na lactação em
Perda de peso: para cada Kg a ser perdido = 6500kcal relação a mulheres não grávidas e não lactantes. As
Então: por ex. para perder 0,8kg: 0,8x6500 = recomendações de vitamina C e complexo B são
5200kcal/mês = 170 kcal/dia maiores, e as concentrações de vitaminas
Cálculo final: 675 – 170 kcal = adicional de 505 kcal no hidrossolúveis no LM dependem da ingestão materna e
1º semestre estão diminuídas nos casos de deficiência (Dan).
Mulheres de BP não precisam desta dedução. Os principais minerais, como cálcio, fósforo
magnésio, sódio, potássio e ferro não são afetados pela
Recomendação proteica: ingestão dietética materna. Já os conteúdos de selênio
Accioly: e iodo são positivamente relacionados com a ingestão
Recomendação de proteínas: materna (Accioly). É recomendado um adicional de
Segundo: OMS 2007: NRC/RDA: 5mcg/dia de selênio, para garantir adequada
1º semestre 19g/dia 15g/dia concentração no leite e manter os estoques maternos
2º semestre 12,5g/dia 12g/dia (Dan).
Além disso, são nutrientes críticos a vitamina A,
Calculo baseado em 1,1g/kg de peso desejável + tiamina, riboflavina, vitaminas B6 e B12, selênio e
adicional. Ou utilizar 15% do VET. iodopois a baixa ingestão e/ou estoques afetam
A DRI é a mesma da grávida: 71g. A RDA sugere adversamente a criança.
adicional de 25g/dia de proteína/dia (Krause e Chemin). As necessidades estão aumentadas na lactação de:
É baseada na composição do leite e volume médio vitaminas A, E, C, B1, B2, niacina, folato, B12 e dos
de 750ml, supondo uma eficiência de 70% na conversão minerais: magnésio, zinco, iodo, selênio, cobre e
de proteína da dieta em proteína do leite (Krause). manganês.
Mulheres que tiveram parto cirúrgico e mulheres que 
entraram na gestação com estado nutricional
Vitamina A
inadequado podem necessitar de proteína adicional
A ingestão dietética materna de 1300μgRE produz
(Krause).
leite humano com 60-70 μgRE/100ml dessa vitamina.
Seu conteúdo no leite tende a diminuir com a
Seu conteúdo depende da dieta e do estoque hepático
evolução da lactação e não é afetado pela desnutrição
materno.
materna (Chemin).

Recomendação de lipídios: A OMS recomenda suplementação com alta dose


Deve fornecer de 20 a 35% das calorias totais. (200.000 a 300.000UI) durante as primeiras 6
A quantidade e o tipo de gordura refletem semanas pós-parto, período em que o risco de uma
diretamente a dieta materna. A restrição severa de nova gestação é mínimo, visando aumentar o retinol no
energia resulta em mobilização da gordura corporal e o
61
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
leite humano e consequentemente melhorar o estado Segundo o MS, em populações carentes, as nutrizes
nutricional da vitamina na criança (Chemin). devem ser suplementadas no pós-parto imediato com
Segundo o MS, em regiões de risco como o 60mg de Fe elementar diariamente até o 3º mês pós
Nordeste e o Vale do Jequitinhonha (áreas de risco), parto.
deve-se suplementar com megadoses (200.000UI -
Chemin) no pós-parto imediato, ainda na maternidade Zinco (Krause)
(Chemin e Vitolo). No 3º mês de lactação os níveis caem de 3mg para
Ainda segundo o MS, nestas áreas a Vit A também 1mg/dia, tornando suas necessidades maiores do que
deve ser fornecida as crianças na forma de cápsula. durante a gestação. Sua suplementação aumenta o seu
Para crianças de 6 a 11 meses de vida 100.000UI conteúdo no leite humano.
e para crianças de 12 a 59 meses 200.000UI
(Vitolo). Cálcio
É recomendado um adicional de vitamina A (500 a Recomendação para a lactação e gestação é a
600mcg de retinol por dia) durante os primeiros 6 meses mesma (1000mg). O seu teor no leite não está
(Dan). relacionado a dieta materna (Krause).
Após o parto, a mulher passa por um período de
Vitamina D amenorréia e hipoestrogenemia, que junto com a perda
Pequena quantidade é transferida para o leite, o qual de 210mg de cálcio por dia pelo leite, poderiam
contém de 0,05 a 0,15 μg/dl. A exposição ao sol prejudicar a mineralização óssea e causar osteoporose
também influencia no teor desta vitamina no leite. Têm (Vitolo).
maior risco de deficiência de vitamina D aquelas A perda de cálcio do esqueleto materno (3 a 7% -
crianças que têm intolerância a lactose, que não tomam Krause) que ocorre durante a lactação não é prevenida
leite fortificado com vit D ou não tomam um suplemento por um aumento na sua ingestão (até 1600mg/dia –
de vitaminas (Krause). Krause), porém aparentemente, o cálcio perdido é
recuperado com redução da lactação que ocorre
Vitamina K concomitante à introdução da alimentação
Para prevenção da doença hemorrágica do lactente, complementar (Chemin). Não evidências de que a
recomenda-se suplementação de 1,0 a 2,0mg de mulher deva aumentar seu consumo de cálcio em
vitamina K para o neonato imediatamente após o parto. quantidades superiores àquelas que estejam em fase de
lactação. O cálcio necessário durante a lactação é
Vitamina C obtido pelo aumento do consumo dietético, redução da
O leite humano contém 5 a 6mg/dL e o aumento da excreção renal e maior reabsorção óssea (Accioly).
ingestão materna aumenta o conteúdo no leite.
Orientação nutricional:
Riboflavina As consultas devem ser aos 15, 30 e 90 dias pós-parto.
Conteúdo no leite é cerca de 0,04mg/dL e varia Orientar quanto à seleção e preparação dos
conforme a dieta. Em torno de 75% do adicional alimentos e deve ser recomendada a suplementação
dietético é usado na produção de leite, sendo 0,34mg medicamentosa na impossibilidade de adequação
transferidos por dia para o leite humano. energética
Estimular consumo de alimentos-fonte de vitamina
Ácido fólico A, C e dos minerais cálcio e ferro.
O leite humano contém 100 μg/dL de folato. A alta Esclarecer quanto à perda de peso adequada e
incidência de anemia megaloblástica por deficiência de inadequada, desencorajando uso de medicamentos e
folato em nutrizes sugere que durante a lactação ocorra dietas < 1500kcal (< 1800kcal/dia - Krause), pois estão
depleção das reservas maternas deste nutriente, relacionadas com a diminuição da produção de leite.
sugerindo que possa haver um mecanismo fisiológico Evitar dietas líquidas e medicamentos para
para manter níveis adequados deste nutriente no leite. emagrecimento (Accioly).
 Deve-se evitar períodos prolongados de jejum, com
Vitamina B6 fracionamento de 6 refeições/dia, mantendo a
Apenas 1% da ingestão materna é transferida para o regularidade na concentração energética das diferentes
leite. Sua quantidade no leite humano é influenciada refeições diárias, proporcionando níveis glicêmicos
pela dieta materna e pelo uso de contraceptivos orais constantes (Chemin) x Fracionar o volume ajustado a
(diminui). tolerância.
Estimular atividade física.
Vitamina B12 Desestimular uso de edulcorantes artificiais e
A concentração no leite humano depende da bebidas alcoólicas. Álcool: seu consumo deve ser
ingestão materna e dos estoques, podendo variar de 0,3 inferior a 0,5g/kg de peso da nutriz (60ml de licor, 240ml
a 3,2 μg/L em mulheres com dieta mista a 0,05 a 0,075 de vinho ou 2 latas de cerveja) (Accioly). A ingestão de
μg/L em vegetarianas estritas. álcool não é recomendada, mas a ingestão esporádica e
de preferência após a mamada não interfere na
Selênio e iodo dinâmica da lactação, entretanto a mãe não deve
As concentrações no leite variam de acordo com a amamentar dentro de 2 horas depois de ter ingerido
ingestão materna (Krause). bebida alcoólica (Vitolo)
Investigar tabus e práticas alimentares para
 Ferro (Chemin) aumentar a produção de leite. Único galactogogo
Apesar da excessiva perda de sangue no parto, a seguro: esvaziamento completo dos seios.
demanda de ferro durante a lactação é reduzida em Não há evidências suficientes que indiquem
50% enquanto a mulher ainda está em amenorreia, se restrição de alimentos da dieta materna para prevenção
comparado a mulheres não lactantes e não gestantes. de alergias alimentares no lactente (Accioly).

62
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Recomendar a ingestão de líquidos. Devem ser
estimulados o consumo de pelo menos de 2 a 3L de
água por dia (Krause) x Deve-se ingerir de 2 a 3 litros de
líquidos diariamente para garantir a produção do leite
(Chemin) x A recomendação de ingestão líquida total
por dia é de 3,8 L/dia, onde cerca de 3,1L deverão ser
de água e outras bebidas (Accioly).
Recomendar a prática de caminhada 30 minutos ao
dia, iniciando com 10 minutos ao dia para indivíduos
sedentários (Accioly).
A ingestão de peixe 3 vezes/semana garante os
níveis de ômega 3 no LH, proporcionando substratos
para o desenvolvimento do sistema nervoso e da retina
do lactente (Vitolo)

Cafeína
 Chemin pode ser excretada no leite. O consumo
de uma xícara de café pela nutriz fornece para o
lactente 1,5 a 3,1mg de cafeína. Quantidades maiores
de ingestão materna levam a acúmulo de cafeína no
sangue do lactente, que faz sua eliminação lentamente.
 Accioly Restringir o uso de bebidas contendo
cafeína a 2 xíc/dia.
 Vitolo  A ingestão de cafeína por mães que
amamentam não é contraindicada pela AAP. Mas a
velocidade de remoção da cafeína é muito lenta e então
a lactante não deve ultrapassar 3 xícaras/dia.

63
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Chemin:

64
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Nutriz DRI
14-18/19-30/31-50 *AI
IDR (Accioly) (Krause)
Vitaminas lipossolúveis

A (μg/dia) 1200 / 1300 / 1300 1200 / 1300

D (μg/dia)* 5 5

E (α-tocoferol mg/dia) 19 19

K (μg/dia) 75 / 90 / 90 75 / 90

Vitaminas Hidrossolúveis

B1 (mg/dia) 1,4 1,4

B2 (mg/dia) 1,6 1,6

B6 (mg/dia) 2 2

B12 (μg/dia) 2,8 2,8

C (mg/dia) 115 / 120 / 120 115 / 120

Niacina (mg/dia EN) 17 17

Folato (μg/dia) 500 500

Biotina (μg/dia)* 35

Ácido pantotênico(mg/dia)* 7

Colina (mg/dia)* 550

Minerais

Ferro (mg/dia) 10 / 9 / 9 10 / 9

Cálcio (mg/dia)* 1300 / 1000 / 1000 1300 / 1000

Fósforo (mg/dia) 1250 / 700 / 700 1250 / 700

Zinco (mg/dia) 14 / 12 / 12 13 / 12

Cobre (μg/dia) 1300 1300

Cromo (μg/dia) 44 / 45 / 45

Magnésio (mg/dia) 360 / 310 / 320 360 / 310

Manganês (mg/dia) 2,6

Iodo (μg/dia) 290 290

Flúor (mg/dia)* 3 3

Selênio (μg/dia) 70 70

65
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
Estudos sugerem o acréscimo de 500 a 600kcal/dia
por bebê para garantir a produção de volume de leite
AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES adequado à demanda
NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS PARA 300kcal acima das recomendadas para gestantes
GESTANTES E PUÉRPERAS com um único feto, ou seja, 600kcal acima da
recomendação para mulheres não grávidas (Dan 09).
GEMELARES A necessidade de ácidos graxos essenciais está
aumentada (Dan).
A gravidez múltipla frequentemente se relaciona a A quantidade de porções de quase todos os grupos
mulheres com idade acima de 27 anos, IMC > 30kg/m2, de alimentos é maior para as gemelares.
raça negra, aumento da paridade, história familiar (lado  Carnes e derivados as porções aumentam em 5
materno), maior frequência de relações sexuais e vezes
atualmente com as técnicas de fertilização.  Óleos e gorduras aumento de 3 vezes
Quanto ao volume sanguíneo, na gemelar este  Laticínios aumento de 2,5 vezes
aumenta em torno de 50 a 60% contra 40 a 50% na Essas recomendações propiciam maior tempo
gestação única. gestacional e peso dos bebês, e redução dos riscos de
Fatores de risco ou complicações são mais complicações pré e pós-parto.
frequentes em gemelares e por isso essas gestações
são consideradas de risco materno e fetal, isso Vitaminas e minerais:
acontece devido a: As recomendações precisas de vitaminas e minerais
 Idade avançada da mãe não são bem conhecidas. Sabe-se que a necessidade
 Maior incidência de pré-eclâmpsia e anemia de ferro está aumentada (precisam de 1,8 mais que a
 Descolamento prematuro da placenta gestante de feto único) (Dan). Segundo estudos, as
 Maior chance de ocorrência de hemorragia gestantes gemelares têm de 4 vezes mais risco de
periventricular intrauterina, prolapso retal e desenvolver anemia, indicando aumento de 1,8 vezes
corioamnionite na necessidade de ferro em relação a gestação única.
Segundo o IOM a suplementação de ácido fólico é a
Repercussões da gestação gemelar: mesma da gestante de apenas um feto.
 Parto pré-termo (+ frequente) (Dan e Chemin) A suplementação com minerais como cálcio, zinco,
 Baixo peso ao nascer (Dan e Chemin) magnésio, multivitaminas e ácidos graxos essenciais
 6 vezes mais chance de ser hospitalizada durante a parece reduzir as complicações da gravidez e melhora o
gestação prognóstico pós-natal de recém-nascidos de gestações
 O gêmeo tem 7 vezes mais risco de morte no 1º ano gemelares (Dan 09).
de vida
 Elevados índices de mortalidade perinatal (8,5%) - Recomendação de suplementação diária proposta
aumenta proporcionalmente com o número de fetos pelo IOM: 15mg de zinco, 2mg de cobre, 250mg de
(Dan) cálcio, 2mg de vitamina B6, 300μg de ácido fólico, 50mg
 Os bebês têm risco de desenvolver problemas de vitamina C, 5μg de vitamina D e 30mg de ferro
mentais, de aprendizagem e psíquicos depois da 12º semana.
Cuidados nutricionais: Suplementação de 3g de cálcio, 1,2g de magnésio e
A necessidade energética é aumentada, devido ao 45mg de zinco, com a prescrição de 2 comprimidos
maior ganho de peso, maior produção de tecido fetal e multivitamínicos/dia após a 20º semana. Além de
materno, maior placenta entre outros (Dan). suplementação de 1g de vitamina C e 400 UI de
vitamina E segundo estudo de Luke et al.
Recomenda-se ingestão de:
Baixo peso 4000 Kcal/dia Recomendação de ganho ponderal gestacional
Eutrofia 3500 Kcal/dia A gestação gemelar é dividida em 3 períodos: < 20ª
Sobrepeso 3250 Kcal/dia semana, entre 20 e 28 semanas e > 28ª semana.
Obeso 3000 Kcal/dia A gestação de gemelar requer maior ganho de peso,
que é de cerca de 15,75 a 20,2kg – ou 680g por semana
Recomendações nutricionais para puérperas durante o segundo e terceiro trimestre (Vitolo).
gemelares:
Avaliação antropométrica de gestantes
gemelares (Accioly):
Nutrientes Recomendação
Acréscimo calórico 36kcal/kg + 500/600kcal / bebê Recomendação de ganho de peso (Dan):
Proteínas 20%
1g/kg + 16g (1º semestre) Gemelar Trigemelar
1g/kg + 12g (a partir do 2º ) Semana de gestação 37 semanas 35 semanas
Carboidratos 40% Peso estimado do RN 2500g 1500g
Lipídios 40%
Ganho de peso inferior a 385g por semana antes da
24º semana está associado à RCIU e maior morbidade
Considerações: dos bebês, mesmo que tenha ganho adequado posterior
A alimentação deve ser composta de 3 refeições até o fim da gestação.
diárias e 3 lanches
Acréscimo de 20g de proteína contra 10g/dia na
mulher de gestação única

66
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

Accioly:

Chemin:

Recomendações energéticas e proteicas (Accioly):


No caso da gestação gemelar de 2 fetos, o adicional chega a produzir 1,2L no 1º mês e mais de 2L a
energético deve ser de 1000kcal/dia e o proteico de 50 partir do 2º mês. Essas mães têm dificuldades em iniciar
g/dia a partir da 20ª semana gestacional. e principalmente em manter o aleitamento exclusivo e
frequente pelo menos até o 6º mês de vida.
Exercício físico Cada 100ml de leite contêm em média de 67 a
É importante por favorecer a prevenção da 75kcal, com eficiência de produção em torno de 80 a
hipertensão arterial, a circulação sanguínea e a 90%. A concentração de lactose, proteínas, gorduras,
disposição da gestante. vitaminas e minerais é maior.
CDC recomenda 30 minutos ou mais de exercícios Segundo estudos, a má nutrição, o vegetarianismo e
diários. Já o Guia da Associação Americana de a hidratação inadequada interferem na produção do leite
Ginecologia contraindica a atividade aeróbica para a diminuindo a quantidade, mas não na qualidade do
gestante gemelar em razão de risco elevado de ruptura mesmo.
prematura de membrana.

Lactação em gemelares
A puérpera de gêmeos produz o dobro de leite em
comparação à mãe da gestação única, de modo que

67
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

QUESTÕES: arterial induzida pela gravidez, a principal é: (UERJ


1997)
1) Entre as complicações mais frequentes relacionadas (A) Aumento de potássio
com a gravidez na adolescência, pode-se citar: (B) Restrição calórica leve
(A) toxemia aguda e disfunção uterina (C) Restrição severa de sódio
(B) hipotensão e parto prolongado (D) Aumento das cotas de proteína
(C) cardiopatia e parto pós termo (E) Restrição acentuada de lipídios
(D) infecção vaginal e agalactia
(E) anemia e desnutrição 8) Na prevenção das Síndromes Hipertensivas da
Gravidez, a suplementação de um mineral tem sido
2) Para uma gestante adolescente com índice de massa sugerida, pois a baixa ingestão desse nutriente resulta
corporal entre 19,8 a 26,0, o ganho ponderal total deve em aumento do hormônio paratireoideano, que aumenta
ser de: (Eletronorte, 2006) a reatividade muscular produzindo vasoconstricção e
(A) 11,5 a 16,0Kg aumento da pressão arterial. Esse nutriente é (UFRJ
(B) 10,0 a 11,0Kg 2011):
(C) 9,5 a 10,0Kg (A) cobre
(D) 9,0 a 10,0Kg (B) cálcio
(E) 8,5 a 11,0Kg (C) fósforo
(D) zinco
3) Sabrina, primigesta de 14 anos de idade, estava
completando a 14º semana de gestação, quando 9) Segundo Accioly, são considerados fatores de risco
procurou o atendimento pré-natal. Durante avaliação associados com a Diabetes Gestacional (Piraí 2009):
nutricional foi verificado um padrão alimentar A) história familiar de diabetes, baixa estatura e ganho
inadequado: Peso: 53,6 kg ; Altura: 1,60m ; Peso pré- ponderal excessivo;
gravítico: 52,7kg B) mãe portadora de DM tipo II, alta estatura e história
O ganho de peso mínimo, kg/mês, e o adicional de macrossomia;
energético, kcal, de acordo com o período gestacional C) antecedentes obstétricos insatisfatórios, malformação
para um ganho de peso adequado, deve ser, congênita e idade materna < 20 anos;
respectivamente, de (HUPE 2007): D) retardo do crescimento intrauterino, malformação
(A) 2,0 / 500 congênita, ganho ponderal insuficiente;
(B) 1,6 / 300 E) morte fetal tardia de causa inexplicável, crescimento
(C) 1,2 / 300 fetal adequado, altura uterina menor que a esperada.
(D) 1.0 / 500
10) Em relação a uma gestante diabética, o seu
4) Em casos de hipertensão gestacional ou crônica leve, requerimento de insulina: (Contagem – MG)
a recomendação nutricional deve ser: (Cantagalo, 2006) (A) Diminui durante a gravidez e volta aos níveis
(A) Dieta normossódica, normoproteica, com aporte anteriores logo depois do parto.
aumentado de cálcio e vitaminas A, C e E (B) Aumenta durante a gravidez e volta aos níveis
(B) Dieta hipossódica, normoproteica, com aporte anteriores logo depois do parto.
aumentado de cálcio e vitaminas A, C e E (C) Permanece inalterado durante toda a gestação e
(C) Dieta normossódica, hiperproteica, com aporte puerpério.
aumentado de cálcio e vitaminas A, C e E (D) Permanece inalterado durante a gravidez e irá
(D) Dieta hipossódica, hiperproteica, com aporte aumentar somente depois do parto.
aumentado de cálcio e vitaminas A, C e E
11) Uma gestante com o peso ideal, com diagnóstico de
5) Madalena tem 32 anos, é primigesta sem história de Diabetes Mellitus gestacional, deve ter um aporte
doenças pregressas e encontra-se na 16º semana calórico (kcal/kg) no primeiro trimestre em torno de:
gestacional. Foi encaminhada ao ambulatório de (Bolsista 1998)
Nutrição do pré-natal por ter apresentado pressão (A) 25
arterial de 150 X 95 mmHg em duas consultas médicas (B) 32
consecutivas. Seu IMC pré-gestacional era de 31 e seu (C) 40
ganho de peso foi de 3 Kg. A dieta de Madalena deverá (D) 45
objetivar, em relação à ingestão diária máxima de NaCl (E) 50
e ao peso, respectivamente (HUPE 2009):
(A) 9g / ganho 20% < que o recomendado 12) O principal objetivo da terapia nutricional no
(B) 3g / perda de 200g / semana diabetes gestacional é o controle da glicemia. A
(C) 7g / ganho recomendado distribuição de carboidratos deve ficar na faixa média de
(D) 2g / manutenção (Residência 2004):
(A) 55%
6) São sintomas da pré-eclâmpsia: (Tocantins, 2004) (B) 45%
(A) glicosúria, hipertensão e edema (C) 40%
(B) proteinúria, edema e hipertensão (D) 35%
(C) lipidúria, hipertensão e edema
(D) hipertensão, proteinúria e convulsões 13) Os distúrbios dos aminoácidos relacionados às
(E) convulsões, hipertensão e glicosúria hiperfenilalaninas são relativamente frequentes. O
distúrbio em que é contra-indicado o uso de aspartame
7) Entre as condutas de caráter nutricional adotadas no é (São Luís – 2007):
monitoramento da grávida portadora de hipertensão (A) obesidade.
(B) fenilcetonúria
68
Capítulo elaborado por Michelle Teixeira
20) Dentre os diversos sintomas da pré-eclâmpsia,
(C) insuficiência cardiovascular. destacam-se (FAETEC 1999):
(D) diabetes mellitus tipo II. (A) Hipertensão, proteinúria e edema
(E) síndrome do cólon irritável. (B) Hipertensão, anemia e glicosúria
(C) Hipertensão, edema e hiperglicemia
14) Os adoçantes dietéticos são, em sua maioria, (D) Protenúria, hipotensão e obesidade
compostos a partir de substâncias não calóricas, (E) Hipercolesterolamia, anemia e hiperglicemia
naturais ou sintéticas, conhecidas como Edulcorantes.
Assinale qual substância não pertence ao grupo de 21) O nutriente cuja suplementação na gestação pode
Edulcorantes não Calóricos. (Rio Claro, 2007) auxiliar na prevenção da síndrome hipertensiva da
(A) Frutose gravidez é a (o) (Conab):
(B) Sucralose (A) tiamina
(C) Sacarina (B) ferro
(D) Ciclamato (C) cálcio
(D) cobre
15) Nádia tem 28 anos, está na 16a semana de (E) folato
gestação e foi atendida no ambulatório de Nutrição.
Relata ser diabética e estar preocupada com o uso de 22) A gestante adolescente com idade acima de 14
adoçantes na gravidez. Sua anamnese alimentar anos apresenta necessidades nutricionais aumentadas
evidencia uso de adoçante à base de sacarina em relação às gestantes não adolescentes quanto
eciclamato no café com leite e no suco de laranja, além (Marinha, 2011):
do consumo de iogurte diet e gelatina light. O (A) ao cálcio
nutricionista que atendeu Nádia, orientou-a a (UERJ (B) ao fósforo
2009): (C) ao ferro
(A) usar açúcar light no suco de laranja (D) ao potássio
(B) consumir gelatina light com ciclamato (E) à vitamina D
(C) adoçar o café com leite com aspartame
(D) preferir iogurte diet a base de taurnatina 23) O consumo excessivo de cafeína pode reduzir, no
leite humano, o teor de (SES, 2011):
16) Assinale a opção que apresenta a quantidade A) zinco
correta de calorias que deve ser acrescentada ao valor B) manganês
energético total (VET) de uma nutriz que apresentou, C) ferro
durante a gestação, ganho de peso ponderal D) selênio
gestacional abaixo do preconizado.(São Luís – 2007)
(A) 300 Kcal 24) Durante a gestação, o edema pode ser oculto,
(B) 700 Kcal mascarado pelo rápido ganho de peso, ou visível,
(C) 500 Kcal quando formado cacifo. Essa manifestação da Síndrome
(D) 550 Kcal Hipertensiva da Gravidez (SHG) em evolução pode ser
(E) 600 Kcal caracterizada por um ganho de peso de (Prefeitura de
Vassouras, 2012):
17) Segundo a FAO, a recomendação de proteínas A) 1 kg/semana ou 3 kg/mês.
adicionais diárias para nutriz nos primeiros 6 meses de B) 0,9 kg/semana ou 2,7 kg/mês.
lactação é de: (Niterói, 2000) C) 0,8 kg/semana ou 2,4 kg/mês.
(A) 10g D) 0,7 kg/semana ou 2,1 kg/mês.
(B) 12g E) 0,6 kg/semana ou 1,8 kg/mês.
(C) 14g
(D) 16g 25) Madalena tem 32 anos, é primigesta sem história
de doenças pregressas e encontra-se na 16ª semana
18) Nutriente de limitado transporte placentário e em gestacional. Foi encaminhada ao ambulatório de
baixa concentração no leite materno cuja deficiência Nutrição do pré-natal por ter apresentado pressão
está relacionada com a doença hemorrágica do recém arterial de 150 X 95 mmHg em duas consultas médicas
nascido é: (Piauí) consecutivas. Seu IMC pré-gestacional era de 31 e seu
(A) Vitamina E ganho de peso foi de 3 Kg.
(B) Cobre A dieta de Madalena deverá objetivar, em relação à
(C) Vitamina A ingestão diária máxima de NaCl e ao peso,
(D) Selênio respectivamente (HUPE, 2009):
(E) Vitamina K (A) 9g / ganho 20% < que o recomendado
(B) 3g / perda de 200g / semana
19) Uma gestante que na 36ª semana gestacional, (C) 7g / ganho recomendado
apresenta edema em membros inferiores, pressão (D) 2g / manutenção
arterial de 130 x 80 mmHg e ganho ponderal excessivo,
necessita, como cuidado nutricional, de dieta: (Marinha
2004) 26) Nádia tem 28 anos, está na 16ª semana de
(A) Hipossódica, hipocalórica e normoproteica gestação e foi atendida no ambulatório de Nutrição.
(B) Hiperssódica, hipercalórica e hiperproteica Relata ser diabética e estar preocupada com o uso de
(C) Normossódica, normocalórica e hiperproteica adoçantes na gravidez. Sua anamnese alimentar
(D) Hipossódica, hipocalórica e hipoproteica evidência uso de adoçante à base de sacarina e
(E) Hipossódica, hipercalórica e hiperproteica ciclamato no café com leite e no suco de laranja, além
do consumo de iogurte diet e gelatina light. O

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Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

nutricionista que atendeu Nádia, orientou-a a (HUPE,


2010):
A) usar açúcar light no suco de laranja
B) consumir gelatina light com ciclamato
C) adoçar o café com leite com aspartame
D) preferir iogurte diet a base de taurnatina

GABARITO:

1A 9A 17 D 25 C
2A 10 B 18 E 26 C
3D 11 B 19 C
4C 12 A 20 A
5C 13 B 21 C
6B 14 A 22 C
7D 15 C 23 C
8B 16 B 24 A

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Capítulo elaborado por Michelle Teixeira

ANOTAÇÕES!!!!!!!

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