Você está na página 1de 43

Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

glicose podem acarretar feto macrossômico, com óbito


por volta da 37ª semana de gestação.
NPT NA GRAVIDEZ (DAN)  Relacionadas aos aminoácidos - poderá ocorrer
acidose metabólica hiperclorêmica com óbito do
concepto.
A nutrição parenteral pode ser dada inicialmente por  Relacionadas às gorduras - a gordura pode causar
via periférica, uma vez que o quadro de hiperêmese contração uterina em decorrência do aumento na
frequentemente se resolve após 2 a 3 semanas. síntese de ácido araquidônico, a partir do ácido linoléico,
Quando há necessidade de NP por período mais antecipando o trabalho de parto.
prolongado, a avaliação precisa da necessidade de Relacionadas às vitaminas e oligoelementos:
nutrientes é dificultada pela falta de dados científicos  Carência de zinco - anorexia, diarreia, alopecia,
relacionados às necessidades nutricionais da NP na dermatite facial e retardo de cicatrização.
gravidez.  Carência de cobre - anemia, leucopenia,
A necessidade calórica diária é GEB x 1,76 – 2,0. A desmielinização, degeneração do sistema nervoso e
relação grama de nitrogênio /kcal não nitrogenada deve alterações cardiovasculares.
ser de 1:156. E a gordura deve representar 20% das  Carência de manganês - dermatite, perda de peso,
calorias. náusea e vômito.
A recomendação é que as emulsões lipídicas devam  Excesso de vitamina D - hipercalcemia fetal com
ser ofertadas durante 20 a 24 horas, como parte da NP, retardo de crescimento, estenose aórtica e depósito de
fornecendo 30 a 45% das calorias totais, além dos cálcio no cérebro e em outros órgãos.
ácidos graxos essenciais necessários ao  Excesso de vitamina A - lesão obstrutiva do uretér
desenvolvimento do feto. Essa conduta ajuda a evitar a fetal e má formação do trato urinário, podendo ainda
hiperglicemia materna, o que aumenta o risco de estar associada a defeitos do tubo neural.
macrossomia fetal, retardo na maturação pulmonar,
hipoglicemia neonatal e morte fetal. Alterações hepáticas - são mais intensas e
O ritmo ótimo de administração de glicose é de 4 a frequentes do que fora da gravidez, manifestam-se por
5mg/kg/min, o que aumenta a insulina endógena. aumento das transaminases glutâmico-pirúvica e
Em relação aos aminoácidos, a solução deve ser glutâmico-oxalacética, a fosfatase alcalina e as
semelhante à utilizada para prematuros, com a bilirrubinas também poderão estar elevadas. Tais
quantidade de fenilalanina e glicina menor e a relação alterações desaparecem 10 a 15 dias após a suspensão
entre aminoácidos essenciais e não essenciais mais da NPT.
próxima do ideal. É necessário que 4,5% das calorias
sejam fornecidas através de ácidos graxos essenciais. Dan 17:
Quando ocorre o aumento do apetite (mais ou
Indicações da terapia nutricional na gravidez:
 Peso antes da gestação menor que 10% do peso menos 12 dias) a dieta enteral é descontinuada e a
corpóreo ideal. ingestão oral aumentada gradativamente até que se
 Excessiva perda de peso, em geral 5,0 a 6,0kg, possa retirar a sonda enteral (mais ou menos 15 dias).
durante o primeiro trimestre de gravidez. Contraindicação da nutrição enteral: persistência de
 Inadequado ganho de peso durante o segundo e náuseas e vômitos (risco de aspiração).
terceiro trimestres de gravidez. Em casos de hiperêmese grave, a via nasojejunal
 Intercorrências clínicas e obstétricas.
deve ser a de escolha, mas se houver risco de
Solução para nutrição parenteral total recomendada: aspiração esta deve ser descontinuada.
Conteúdo Calorias % Calorias A nutrição parenteral pode ser oferecida via
(g) periférica (pois o quadro se resolve em 2 a 3 semanas).
Glicose 500 1700 66 Em casos muito graves deve-se usar um acesso venoso
Gordura 50 550 21 central, mas as chances de complicações são muito
Nitrogênio 13,4 335 13
maiores (infecções e tromboembolismos).
(85g de
proteína)
Total 2.585 100 Composição da NPT:
- 40 a 50% de carboidratos
A resposta à terapia nutricional na gravidez deve ser - 20 a 30% de lipídios
analisada através de exame clínico, do balanço - 15 a 20% de proteínas
nitrogenado, do nível de albumina sérica e de variação
no número de linfócitos. Atenção em relação a oferta de carboidratos na
O prognóstico fetal com NP demonstra que o peso NPT  efeito diabetogênico da gestação! Assim não
dos fetos ao nascimento atinge e, inclusive, supera a deve-se exceder 5 mg/kg/min.
média de peso paridade gestacional.
As soluções aminoácido padrão atendem as
Complicações da NPT na gravidez: necessidades, bem como as emulsões lipídicas. Deve-
 Relacionadas ao cateter - É relatado risco de se atentar para o fornecimento de 4% de calorias em
infecção ou trombose associada ao uso de cateter forma de EPA.
central de inserção periférica, o que dificulta a utilização São relatadas deficiências subclínicas de
deste dispositivo na mulher grávida. magnésio, zinco, fosfato, ferro, ácido fólico, vitamina
 Relacionadas à glicose - a hiperglicemia é uma
B12 em pacientes em longos períodos de parenteral.
complicação comum na NP na gravidez. Poderá ocorrer
coma hiperosmolar e óbito do concepto. Taxas altas de Atentar para ofertas adicionais de cálcio e vitamina D.

286
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
b) a suplementação diária de ferro e ácido fólico, sendo
QUESTÕES: de 30 mg a 60 mg de ferro elementar e de 400 µg de
ácido fólico para as gestantes, visando a prevenção da
1) A transferência de nutrientes pela placenta é um anemia gestacional, da infecção puerperal e do baixo
processo complexo. O transporte ativo exige tanto uma peso ao nascer e parto prematuro.
proteína transportadora como energia metabólica para c) As suplementações de vitamina B6 (piridoxina), C e E
movimentar um nutriente contra um gradiente são recomendadas na gestação para melhorar a
eletroquímico. As substâncias que cruzam a placenta sintomatologia digestiva e prevenir as Síndromes
através desse mecanismo são (UERJ): Hipertensivas da Gravidez.
(A) Oxigênio, ácidos graxos, cálcio e fósforo d) O uso de suplemento de vitamina D é recomendado
(B) Aminoácidos, ácidos graxos, cálcio e fósforo durante toda a gestação para prevenção da cárie dental
(C) Aminoácidos, vitaminas hidrossolúveis, cálcio e ferro materna, hipertensão gestacional, e também para
(D) Oxigênio, vitaminas hidrossolúveis aminoácidos e melhorar o peso ao nascer.
ferro
(E) Vitaminas hidrossolúveis, glicose, oxigênio e ácidos 6) A prevalência de cegueira noturna gestacional
graxos sugerida para definição como problema de saúde
pública é: (A) ≥ 5% (B) ≥ 10% (C) ≥ 15% (D) ≥ 20%
2) Define-se Pica como a ingestão persistente de
substâncias não nutritivas. Esse transtorno é proposto
7) Dentre os efeitos adversos do consumo excessivo de
como um quadro de TOC – transtorno obsessivo
bebidas alcoólicas na gestação no desenvolvimento
compulsivo, e como uma prática fetal, podemos citar (UFRJ 2011):
que leva a um alívio da tensão e da ansiedade. Sugere-se (A) efeito tóxico para o feto e anomalias congênitas
que a Pica é uma manifestação da deficiência de (B) restrição do crescimento intra-uterino
(Prefeitura RJ, 2019): (C) síndrome alcoólica fetal
(A) selênio (D) todas as opções estão corretas
(B) zinco
(C) cobre 8) Vitolo (2008) refere que o uso de edulcorantes e chás
(D) manganês durante o período gestacional deve ser baseado em
informações cientificas. Assinale a alternativa correta a
respeito desse assunto (PMRJ 2010).
3) Segundo os “Protocolos do Sistema de Vigilância
(A) O edulcorante aspartame e considerado nocivo, pois
Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde” a presença de fenilalanina em grande quantidade causa
(Brasil, 2008), a deficiência de ferro é a causa mais comum dano neurológico do feto.
de anemia nutricional seguida da anemia megaloblástica. (B) O edulcorante acessulfame-K e um sal de potassio
A distribuição normal da que tem estrutura química semelhante a da sacarina,
hemoglobina na gestante varia conforme idade, período por isso a Associação Americana de Dietética não
gestacional e prática de tabagismo. Nesse caso, para ser considera seu uso seguro.
considerada como anemia grave, a hemoglobina é inferior (C) O uso da camomila (Matricaria chamomilla) esta
liberado, no período gestacional, pela Secretaria de
a (Prefeitura RJ, 2019):
Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
(A) 7 g/dL (D) Os chás de erva doce e de erva cidreira, apesar de
(B) 11 g/dL serem utilizados em unidades hospitalares, nao devem
(C) 15 g/dL ser usados pelas gestantes, segundo a Secretaria de
(D) 20 g/dL Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

4) Segundo o “Programa Nacional de Suplementação de 9. Você está atendendo uma gestante saudável, com 28
Ferro: manual de condutas gerais” (Brasil, 2013), anos de idade, estatura = 1,65 m. A gestante não sabe
informar o peso pré-gestacional. No prontuário,
recomenda-se a suplementação de ferro e ácido fólico em
observam-se os seguintes pesos por idade gestacional:
grupos específicos como crianças e gestantes. Neste caso, 8 semanas – 65 kg; 14 semanas – 66 kg; e 18 semanas
a suplementação de ferro e ácido fólico tem como – 69 kg. Assinale a alternativa que contem o ganho de
conduta administrar, respectivamente, até o final da peso semanal restante adequado até a 40ª semana
gestação (Prefeitura RJ, 2019): gestacional e um valor energético total (VET) de uma
(A) 10 mg de ferro elementar e 100 μg de ácido fólico dieta que promova este ganho de peso. (Para os
(B) 20 mg de ferro elementar e 200 μg de ácido fólico cálculos, considere os dados fornecidos no quadro
(C) 30 mg de ferro elementar e 300 μg de ácido fólico abaixo).(Residência Multiprofissional – UFRJ, 2015):
(D) 40 mg de ferro elementar e 400 μg de ácido fólico

5) Em relação à suplementação de vitaminas e minerais


na gestação de adultas e adolescentes, as recentes
recomendações da Organização Mundial da Saúde
(2016) sobre os cuidados pré-natais para uma
experiência positiva na gravidez preconizam
(Residência Multiprofissional UFRJ, 2018):
a) a suplementação de múltiplos micronutrientes às
grávidas para melhorar os resultados maternos e
perinatais, tais como prevenção da anemia materna, da
infecção puerperal e do baixo peso ao nascer. (A) 330 g/semana; VET = 2621 kcal/dia.
(B) 400 g/semana; VET = 2685 kcal/dia.
287
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
(C) 350 g/semana; VET = 2734 kcal/dia.
(D) 380 g/semana; VET = 2761 kcal/dia 15) Segundo o Instituto de medicina (IOM), recomenda-
se para gestantes com índice de massa corporal pré
10) Você está atendendo uma gestante adulta, com gestacional entre 19,8 kg/m2 e 268 kg/m2 um ganho de
eutrofia pré-gestacional e hoje está com 23 semanas de peso gestacional total de (Emgepron 2010):
gestação e um resultado de hemoglobina de 10,2 g/dL. (A) 7 a 11,5kg
A gestante apresenta (Residência Multiprofissional – (B) 9 a 12kg
UFRJ, 2014): (C) 10,5 a 14kg
a) não apresenta anemia, entretanto, deve-se (D) 11,5 a 16kg
prescrever dose profilática de 60 mg de ferro elementar
por dia. 16) Joana, 16 anos, primigesta, com 28 semanas de
b) anemia e deve ser tratada com 120 mg de sulfato gestação, compareceu à consulta de pré natal,
ferroso por dia relatando tonteira, cefaléia, vômitos e edema da face e
c) apresenta anemia grave e deve ser encaminhada ao das mãos, com hipótese de diagnóstico clínico de
pré-natal de alto risco distúrbio hipertensivo específico da gestação
d) anemia e deve ser tratada com 120 a 240 mg de ferro Dados antropométricos :
elementar por dia peso pré gestacional : 76kg
Estatura : 1,60m
11) A recomendação de ingestão dietética de vitamina A Peso atual 84kg
durante a gestação e lactação, para mulheres adultas Exames laboratoriais :
de 19 a 50 anos, são respectivamente (Residência Hemoglobina : 10,3g/dl Hematócrito : 33%
Multiprofissional – UFRJ, 2012): Albumina: 2,4g/dl Ácido úrico : 3mg/dl
a) 750 µgRE/dia e 1200 µgRE/dia Creatinina : 0,9mg/dl Uréia : 20mg/dl
b) 770 µgRE/dia e 1200 µgRE/dia Proteinúria : 0,35g/24hs TGO : 12U/I
c) 770 µgRE/dia e 1300 µgRE/dia TGP : 8U/I PA : 130 x 90mmHg
d) 750 µgRE/dia e 1300 µgRE/dia Baseando-se na avaliação do estado nutricional pré
gestacional, o ganho de peso semanal deverá ser, em
12) O Institute of Medicine (IOM, 2009) revisou e kg, de (Residencia):
publicou em 2009, a recomendação de ganho de peso (A) 0,1
durante a gestação para mulheres americanas. (B) 0,3
Segundo a nova proposta é CORRETO afirmar (C) 0,4
(Residência Multiprofissional – UFRJ, 2014): (D) 0,5

a) a faixa de ganho de peso total foi reduzida para as 17) A anemia é a intercorrência gestacional mais
mulheres com obesidade e aumentada para as prevalente no Brasil. Para a intervenção adequada é
mulheres com baixo peso importante a correta interpretação de indicadores
b) foi mantida a recomendação de ganho de peso no sanguíneos. Assinale a afirmativa CORRETA
limite mínimo das faixas de ganho de peso gestacional (Residência Multiprofissional – UFRJ, 2012):
total, para as mulheres com baixa estatura (<1,57 m),
segundo as categorias de IMC pré-gestacional a) a concentração de hemoglobina é um indicador inicial
c) novos pontos de corte foram recomendados para da anemia e a concentração de hemoglobina menor que
avaliação do Índice de Massa Corporal pré-gestacional 10g/dl sugere o diagnóstico de anemia gestacional
e incorporou-se os pontos de corte propostos pela b) o Volume Corpuscular Médio (VCM) representa o
Organização Mundial da Saúde (1995) para tal volume médio dos eritrócitos e se houver microcitose
avaliação (eritrócito < que percentil 5 para a idade da população
d) as gestantes adolescentes devem ter um ganho de de referência) é sinal de anemia megaloblástica
peso gestacional total maior que as adultas, segundo a c) a ferritina é uma proteína de fase aguda, mas se
nova recomendação do IOM (2009) mantém inalterada nos processos infecciosos ou
inflamatórios
13) No diagnóstico nutricional de gestantes, o SISVAN d) segundo a avaliação do VCM, a microcitose é sinal
atualmente preconiza como índices e parâmetros (UFF de anemia ferropriva
2009):
(A) Índice Massa Corporal por semana gestacional e 18) Náuseas e vômitos são comuns ao início da
ganho de peso por semana gestacional; gravidez, desta forma o nutricionista deverá orientar
(B) Índice Massa Corporal pré-gestacional e por semana estas gestantes para que as refeições sejam (UERJ):
gestacional; (A) Frequentes, regularmente secas, ricas em proteínas
(C) peso por estatura por semana gestacional e (B) Frequentes, à base de líquido, ricas em hidratos de
circuferência de cintura; carbono
(D) Índice de Massa Corporal por idade e sexo e Índice (C) Com intervalos maiores, regularmente secas, ricas
de Massa Corporal pré-gestacional; em lipídios
(E) Índice de Massa Corporal e perímetro de quadril. (D) Frequentes, regularmente secas, ricas em hidratos
de carbono
14) A velocidade do aumento de peso durante a (E) Com intervalos maiores, à base de líquidos, ricas em
gravidez no primeiro trimestre corresponde a um proteínas
aumento na faixa de (UERJ):
(A) 350 a 450g 19) Para as gestantes que apresentam pirose, não é
(B) 500 a 600g recomendado (IABAS 2010):
(C) 750 a 900g (A) Evitar café, chá, mate, álcool, doces e frituras
(D) 900 a 2300g (B) Substituir os alimentos que causem desconforto ou
(E) 2500 a 3500g intolerância

288
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
(C) Incluir o leite na dieta, evitando sua utilização para com peso de 2,5kg e menores índices de complicações
tamponamento gástrico materno-fetais
(D) Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se após (D) 77.000kcal, associado com adequado ganho de
as grandes refeições peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com
(E) Fazer dieta menos fracionada, evitando a hipotonia média de 12kg e com maior chance de recém-nascido
do esfíncter esofagiano inferior, acarretando o refluxo e com peso de 3,3kg e menores índices de complicações
a pirose materno-fetais

20) Marque a alternativa que representa uma condição 24) A ingestão calórica adicional recomendada pela
comum em casos de gestação gemelar ou no último RDA/89 na gravidez é:
trimestre de gestação devido à compressão gástrica (A) 300kcal nos 3 trimestres
pelo útero aumentado (UNIRIO 2011). (B) 300kcal apenas no 2 e 3º trimestres
(A) Sensação de plenitude. (C) 300kcal apenas no último trimestre
(B) Picamalácia. (D) 500kcal no último trimestre
(C) Eructação. (E) 500kcal no 2 e 3º trimestres
(D) Náuseas e refluxo.
(E) Ptialismo. 25) Segundo a FAO/OMS, 2004, o cálculo do valor
energético total da gestante inclui o somatório do gasto
21) Durante a gestação, os cuidados nutricionais energético com o adicional energético gestacional. No
correlacionam-se com cada período gestacional e com 1º, no 2º e no 3º trimestres gestacionais, os valores
as principais queixas das gestantes. Sobre isso, desse adicional devem ser, respectivamente, de
assinale a alternativa correta (UFPR): (FIOCRUZ 2010):
(A) Durante os episódios de vômitos mais frequentes (A) 85 kcal/dia, 285 kcal/dia e 475 kcal/dia.
deve-se fracionar a alimentação e fornecer grandes (B) 185 kcal/dia, 285 kcal/dia e 500 kcal/dia.
volumes de líquidos. (C) 200 kcal/dia, 285 kcal/dia e 500 kcal/dia.
(B) A azia pode ser provocada pelo consumo de (D) 285 kcal/dia, 385 kcal/dia e 475 kcal/dia.
alimentos condimentados, frituras e excesso de (E) 285 kcal/dia, 485 kcal/dia e 675 kcal/dia.
gorduras, evitando-se refeições volumosas.
(C) A constipação intestinal pode ser aliviada pelo 26) Com base nas recomendações da
consumo de fibras, vegetais folhosos e frutas como: FAO/Organização Mundial de Saúde-1985, para um
laranja, abacaxi, mamão, caju e goiaba. ganho ponderal gestacional de 12,5Kg são necessários
(D) Durante a gravidez, o ganho de peso deve se situar 80000Kcal, logo para cada 1 Kg é requerido um
no máximo em 7 Kg, no total da gestação, exigindo um adicional energético de: (Eletronorte)
acompanhamento de dieta hipocalórica para perda de (A) 4000Kcal (D) 7400Kcal
peso nas gestantes com sobrepeso. (B) 5700Kcal (E) 8200KcaL
(E) O álcool e o café devem ser estimulados em (C) 6400Kcal
quantidades pequenas.
27) Vitolo refere que a necessidade de folato aumenta
22) Arminda, 30 anos, tabagista, realizou gastroplastia. substancialmente durante a gestação. A deficiência de
Dois anos subsequentes a esta cirurgia, mantendo um folato na gestante tem sido relacionada a diversas
IMC de 28 kg/m2, engravidou. No ambulatório de pré- alterações, EXCETO (PMRJ 2010): (A) sangramento no
natal, estando na 8ª semana de gestação, relatou ao terceiro trimestre e descolamento placenta. (B)
nutricionista fazer refeições regulares e, nos intervalos, hipertensão especifica da gravidez e prematuridade. (C)
tomar milkshakes. hidrocefalia e baixo peso ao nascer. (D) macrossomia e
A orientação quanto à suplementação de vitaminas e o anemia sideroblástica.
ganho de peso máximo para Arminda são,
respectivamente (HUPE, 2011): 28) A vitamina que tem seu requerimento aumentado na
a) Folato e B6; 12,5kg gravidez e é capaz de prevenir a depressão gestacional
b) Niacina e B1; 6kg e pós gestacional é denominada (UERJ):
c) Riboflavina e biotina, 15,0kg (A) tiamina (C) ácidofólico
d) Ácido ascórbico e B12, 11,5kg (B) piridoxina (D) cianocobalamina

23) O custo energético para o desenvolvimento de uma 29) Os requerimentos de ferro durante a gestação estão
gestação normal, adotado pelo comitê da aumentados em função dos seguintes aspectos,
FAO/WHO/ONU desde 2004 é de aproximadamente EXCETO (UFRJ 2011):
(UFRJ 2011): (A) há expansão da massa eritrocitária durante a
gestação
(A) 85.000kcal, associado com adequado ganho de (B) há redução da absorção de ferro no terceiro
peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com trimestre de gestação
média de 12kg e com maior chance de recém-nascido (C) há formação da placenta
com peso de 3,3kg e menores índices de complicações (D) há perdas basais de ferro durante a gestação
materno-fetais
(B) 67.000kcal, associado com adequado ganho de 30) A Residente de Nutrição da área materno – infantil
peso gestacional total, variando entre 10 a 14kg, com de um hospital universitário foi convidada para conduzir
média de 12kg e com maior chance de recém-nascido um curso de gestantes direcionado à jovens, no 1o
com peso de 3,3kg e menores índices de complicações trimestre de gestação, com idade média de 14 anos.
materno-fetais Uma das temáticas foi a importância do cálcio e sua
(C) 77.000kcal, associado com adequado ganho de recomendação de ingestão diária mínima.
peso gestacional total, variando entre 7 a 12kg, com
média de 10kg e com maior chance de recém-nascido

289
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Em um dos exemplos para atingir esta recomendação, E) insulina.
as jovens foram orientadas a consumir leite integral em
uma quantidade mínima, em ml, de(HUPE): 36) De acordo com a FAO/OMS, 2004, a distribuição
(A) 650 energética diária do adicional energético no 1º trimestre
(B) 850 (idade gestacional<14 semanas), 2º trimestre (idade
(C) 1050 gestacional >=14 a <28 semanas) e 3º trimestre (idade
(D) 1250 gestacional >=28 semanas) são, respectivamente (SES
2011):
A) 100 Kcal/dia, 285 Kcal/dia e 575 Kcal/dia
31) A anemia materna, frequente em algumas gestantes B) 85 Kcal/dia, 285 Kcal/dia e 475 Kcal/dia
que não utilizam suplementos de ferro, é definida por C) 185 Kcal/dia, 355 Kcal/dia e 575 Kcal/dia
um valor de hematócrito e hemoglobina, inferiores, D) 85 Kcal/dia, 385 Kcal/dia e 575 Kcal/dia
respectivamente (Marinha 2006): (A)40% e 13g/dL (B)
38% e 12 g/dL (C)36% e 12g/dL (D) 34% e 11g/dL 37) Segundo orientações publicadas no Manual do
(E) 32% e 11g/dL Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN),
do Ministério da Saúde, o ganho de peso recomendado
32) Sobre as recomendações nutricionais para a durante a gestação depende do estado nutricional inicial
prevenção da anemia ferropriva, não é correto afirmar da mulher. É recomendável o seguinte ganho de peso
que (Ministério da Saúde): total, em Kg, para o primeiro trimestre, e semanal para
(A) Gestantes devem receber suplemento de ferro a os segundo e terceiro trimestres, respectivamente, para
partir da 20ª semana de gestação; uma mulher que tenha iniciado a gestação com peso
(B) Deve-se incentivar o aleitamento materno exclusivo adequado (Prefeitura de Petrópolis, 2012):
nos primeiros seis meses de vida da criança; A) 2,3 e 0,5.
(C) Deve-se evitar o uso de leite de vaca nos primeiros B) 4,5 e 8,5.
seis meses de vida da criança, mas após este período o C) 0,9 e 0,3.
leite materno deve ser substituído gradativamente pelo D) 1,6 e 0,4.
leite de vaca; E) 3,5 e 8,5.
(D) Deve-se evitar o consumo de leite, derivados de
leite, chá preto e café no almoço e no jantar; 38) O IOM (Institute of Medicine) estabeleceu a Al
(E) O almoço e o jantar devem ser acompanhados de (Ingestão Adequada) para a quantidade de ácidos
algum alimento fonte de vitamina C a fim de aumentar a graxos ômega-6 e ômega-3 para gestantes,
biodisponibilidade do ferro não-heme da refeição. respectivamente, em (Marinha, 2017):
(A) 25 e 2,0 g/dia.
33) Considere uma gestante com 12 semanas (B) 20 e 1,5 g/dia.
gestacionais, com BP pré gestacional, que apresenta (C) 20 e 2,0 g/dia.
quadro de náuseas e vômitos. Para amenizar o (D) 15 e 2,0 g/dia.
desconforto relatado, deve-se suplementar e incentivar, (E) 13 e 1,4 g/dia.
respectivamente, o consumo de vitamina (Marinha,
2011): 39) Qual é a quantidade diária recomendada de
(A) B12 e cravo ingestão de ácido-docosa-hexaenoico (DHA) durante a
(B) B1 e gengibre gestação (Marinha, 2017)? (A) 200mg. (B) 500mg. (C)
(C) B6 e cravo 800mg. (D) 1000mg. (E) 2000mg
(D) B1 e cravo
(E) B6 e gengibre 40) Qual é a média de ganho de peso durante o primeiro
trimestre de gestação? (A) 1 a 2kg (B) 2 a 2,5kg (C) 2,5
34) A ingestão dietética de referência (IDR) de vitamina a 3,5kg (D) 3 a 4kg (E) 4 a 4,5kg
A para adolescentes gestantes, com idade entre 14 e 18
anos, é de (Degase, 2012):
A) 600μg/RE/dia GABARITO:
B) 700μg/RE/dia
C) 650μg/RE/dia 1C 11 C 21 B 31 E
D) 750μg/RE/dia
2B 12 C 22 B 32 C
E) 500μg/RE/dia
3A 13 A 23 D 33 E
4D 14 D 24 B 34 D
35) Dentre as deficiências nutricionais consideradas de 5B 15 D 25 A 35 C
risco durante a gestação, a de vitamina A tem sido 6A 16 B 26 C 36 B
destacada na literatura, e a ingestão desta está 7D 17 D 27 D 37 D
fortemente associada à reprodução normal, ao
8D 18 D 28 B 38 D
crescimento fetal, à constituição da reserva hepática
fetal e ao crescimento tecidual materno. Acredita-se 9B 19 E 29 B 39 A
também que esteja envolvida na síntese de hormônios 10 D 20 A 30 C 40 A
esteroides, tendo sido demonstrado que a
suplementação em níveis seguros de vitamina A traz
benefícios para a função fetoplacentária pelo aumento
dos níveis de (São Gonçalo 2011):
A) prolactina

B) oxitocina
C) progesterona.
D) estrogênio.
290
Prof. Jamile Nogueira
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira jamile_n2@hotmail.com

associação da adolescência com risco obstétrico, pois


GESTANTE ADOLESCENTE frequentemente há influência de outras variáveis como
baixo nível sócio econômico, pouca escolaridade, abuso
Entende-se por adolescente o indivíduo com idade físico e psicológico, falta de assistência pré-natal e
entre de 10 e 19 anos. É um período de crescimento, apoio social insuficiente.
maturação e estabelecimento dos padrões adultos. Em
apenas 2 décadas, a idade das mulheres ao Repercussões maternas:
experimentarem a 1º relação sexual reduziu 2 anos, a  Risco aumentado para parto cesariana e fórceps
associação da precocidade da iniciação sexual feminina  Síndromes hipertensivas da gravidez (SHG)
à falta ou inadequação das informações a respeito da Anemia
sexualidade e uso dos métodos contraceptivos tem sido Risco de parto prematuro
apontada como principal causa da gravidez na Disfunção uterina
adolescência (Accioly). Anomalias congênitas
 Mortalidade materna e perinatal. Neonatal (Chemin)
Aspectos epidemiológicos (Accioly) Aborto (Chemin)
No mundo, a cada ano cerca de 15 milhões de
mulheres de 15 a 19 anos de idade têm filhos, Destas,
80% vivem em países em desenvolvimento. No Brasil Accioly:
houve aumento da taxa de fecundidade e 25% das 5 Complicações obstétricas e puerperais
milhões de internações por gravidez no SUS, são de Ganho de peso inadequado
adolescentes. A taxa de mortalidade materna varia em Placenta prévia
torno de 20% nos EUA e 50% na América Latina. No HIV
Brasil, a mortalidade materna fica em 3º lugar no Fístulas
ranking de óbitos de adolescentes, perdendo só para Retenção de peso pós-parto
acidentes no trânsito e homicídios. Atraso escolar
Dados do MS mostram que houve redução na Maior vulnerabilidade à violência física e abuso
prevalência de partos entre mães com menos de 20 sexual
anos de 23,9% para 19,3% (Vitolo).
Repercussões para o feto:
Características do adolescente Morbidade perinatal e mortalidade infantil
Há o alcance de 45% do crescimento, aquisição de BPN (PN<2,5kg)
15 a 25% da estatura e o acúmulo de 37% de sua Muito baixo peso ao nascer (PN<1,5kg)
massa óssea adulta (Accioly). O estirão do crescimento Prematuridade (IG < 37semanas)
ocorre entre 10 e 14 anos com média aos 12,5 anos e Retardo do crescimento intrauterino (RCIU)
se reflete no aumento da estatura. As adolescentes com Desproporção cefalopélvica (Chemin e Vitolo)
menarca mais precoce crescem durante um maior Além disso, há aumento dos custos para o setor saúde.
período de tempo na fase pós-menarca. A fertilidade
completa se dá 2 anos após a mesma. O crescimento Accioly:
físico e maturação sexual só se completam pelo menos Natimortalidade
4 anos depois da menarca. As adolescentes têm alto Complicações neurológicas do lactente
risco obstétrico devido à sua imaturidade biológica para Distúrbios de comportamento
atingir o termo. Segundo o IOM, as de maior risco são Síndrome da atenção deficiente
as adolescentes que têm idade ginecológica (intervalo Hiperatividade
de tempo entre a menarca e a idade materna na Risco aumentado de abuso físico e maus tratos
concepção) menor que 2 anos e, idade cronológica ≤ de RN pequenos para idade gestacional (PIG)
14 anos pois são anatômica e fisiologicamente imaturas Apgar baixo no 5º minuto
(Accioly). Sofrimento fetal agudo
Segundo OMS todas as adolescentes são
consideradas GESTANTES DE RISCO, especialmente Fatores que interferem no resultado obstétrico
as com idade ginecológica < 2 anos, as primíparas, com Idade materna:
baixo peso, ou baixa estatura (Accioly). A mulher Gestantes brancas, mais jovens (< 15 anos) e
considerada madura é aquela com pelo menos 5 anos multíparas são as de maior risco. Quanto mais jovem,
pós-menarca (essa é a idade ginecológica adequada – maior o risco de RCIU e BPN (estão associados com
Vitolo). Nos primeiros anos após a menarca há mortalidade neonatal), por serem mais susceptíveis à
competição pelos nutrientes entre mãe e feto, subnutrição, já que se encontram em rápido processo
interferindo negativamente no resultado final (Chemin). de crescimento e desenvolvimento. A suplementação
neste caso pode ter um efeito benéfico sobre o peso do
Tornam as adolescentes, gestantes de risco (Vitolo): bebê.
 Consumo de alimentos de baixo valor nutricional Gestantes de 10 a 16 anos têm crescimento fetal
 Omissão dasprincipais refeições mais lento e uma diminuição no fluxo sanguíneo
 Dietas restritivas placentário, o que causa prejuízo no desenvolvimento
 Imaturidade emocional para nova fase fetal (crescimento mais lento), isso pode ser justificado
pela hipótese de competição entre mãe e feto pelos
Além da imaturidade biológica, fatores como nutrientes.
carências nutricionais, tabagismo, instabilidade A mãe jovem, por ser imatura, é incapaz de
emocional e marital podem determinar o resultado da armazenar, sob o estresse físico imposto pela gravidez,
gestação. Mas quando a idade ginecológica é menor a mesma quantidade de tecido materno e fetal que as
que 2 anos, a imaturidade da menina é que mais gestantes adultas, o que resulta nesta competição pelos
influência (Chemin e Vitolo). Há uma dificuldade de

291
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
nutrientes que leva a cetonúria intensa responsável por Infecções genitais: Doenças sexualmente
maior frequência de óbitos fetais e neonatais. transmissíveis são frequentes e podem estar associadas
com BPN.
Paridade, estado nutricional e raça:
Primíparas de todas as idades tendem a ganhar 1kg Estresse, pequeno intervalo intergestacional e
a mais que as multíparas. multiparidade: São fatores de risco para BPN.
Gestantes com idade ginecológica < 2 anos tendem
a ganhar menos peso que gestantes adultas e Além destes, são fatores de risco para um resultado
apresentam maior risco de BPN do que as gestantes ruim nas gestantes adolescentes: anemia preexistente,
mais velhas com o mesmo ganho de peso gestacional. abuso de certas substâncias: fumo, bebidas e drogas,
Mulheres com IMC pré-gestacional baixo peso, falta de apoio social e de educação, ausência ou
mesmo que ganhem o mesmo peso gestacional que entrada tardia no sistema de cuidado de saúde e falta
mulheres de outras faixas de IMC, tendem a ter filhos de assistência pré-natal apropriada a idade (Krause).
menores.
Gestantes negras têm filhos com menor peso ao Assistência pré-natal:
nascer, pois há associação com subnutrição pré- Objetivos da assistência ao pré-natal (Accioly):
gestacional e a suplementação pode ter efeito benéfico.
Ganho de peso menor que 3,4kg até a 24ª semana, Promoção do ganho de peso gestacional adequado
ou seja, inadequado, oferece aumento de risco para PIG Prevenção de complicações obstétricas maternas
(pequeno para idade gestacional), mesmo quando o Redução nas taxas de BPN, RNPT e natimortos
ganho final de peso atinja o total recomendado. Prevenção de gestações repetidas e indesejáveis
Redução da mortalidade materna
 Comportamento alimentar: Prevenção do aborto ilegal
Há tendência à substituição do jantar por lanche que
favorece o consumo inadequado ou excessivo de Deve-se ter a participação de equipe
energia, contribuindo para obesidade. multiprofissional e interdisciplinar. A assistência do
Fatores que contribuem para isso: horários nutricionista é indispensável nos programas de
irregulares, alimentação fora do domicílio, substituições assistência às gestantes adolescentes (Accioly).
por fastfoods, consumo abusivo de álcool, tabaco e Em geral, a assistência pré-natal é procurada
drogas e dificuldade de relacionamento familiar e baixas tardiamente devido à dificuldade de reconhecer os
condições sócio econômicas. sinais e sintomas e por não quererem a quebra da
O dia a dia agitado pode resultar em comer fora de confidencialidade, piorando as consequências da
casa e escolher uma variedade limitada de nutrientes. gravidez.
Geralmente composto por comidas salgadas, muito São coletados: idade cronológica e ginecológica,
doces, alimentos gordurosos e com poucos nutrientes estado nutricional pré-gestacional, ganho de peso
(Dan). Além disso, apresentam ingestão excessiva de gestacional, sinais clínicos de má nutrição, índices
sucos, refrigerantes e chás, ou seja, ingestão excessiva hematológicos, atividade física, uso de medicamentos,
de líquidos (Vitolo). presença de doenças crônicas ou infecções, avaliação
A dieta utilizada por grupos de meninas de 15 a 19 dietética com ênfase na ingestão de proteínas, fibras,
anos de idade contém frequentemente elevada vitamina C, cálcio, ferro, calorias vazias e gordura.
quantidade de gordura e calorias. Ressalta-se que a 
gordura trans no período gestacional pode comprometer Avaliação antropométrica:
o crescimento e o desenvolvimento fetal (Accioly). Em torno de 50% das adolescentes mantêm seu
crescimento durante a gestação, embora seja mais lento
do que se elas não estivessem grávidas, promovendo
Inadequação de cálcio, ferro, zinco e vitamina A, competição pelos nutrientes ou imaturidade em
vit B6 e ácido fólico, vit C, iodo e magnésio e menos transferí-los para o feto, gerando conceptos de menor
frequente de energia, fósforo e outras vitaminas (Accioly peso. As outras 50% das adolescentes interrompem seu
e Chemin) X Krause: É comum iniciar a gravidez com crescimento linear comprometendo sua estatura final,
estado nutricional abaixo do ideal, com baixo consumo segundo alguns autores, esta deve ser mensurada pela
de ferro, cálcio e ácido fólico. altura do joelho.
A refeição mais negligenciada é o desjejum, sendo Algumas gestantes adolescentes continuam seu
que 1/5 dos adolescentes não tomam café da manhã e crescimento durante a gestação, neste caso elas
50% que realizam o fazem de maneira inadequada tendem a ganhar mais peso e manter este peso, após o
(Dan). parto, além de terem recém-nascidos menores em
Deve-se investigar no inquérito alimentar a presença crescimento (Dan).
de alimentos fonte de ferro, vitamina A, ácido fólico e Quanto mais jovem for a gestante, maior
cálcio (Vitolo). probabilidade de manter seu crescimento durante a
gravidez, portanto, maior será sua necessidade
energética (Dan).
Condições socioeconômicas: O Ministério da Saúde preconiza a avaliação do
As condições desfavoráveis predispõem a BPN, estado nutricional de todas as gestantes adolescentes
complicações neurológicas, síndrome de atenção na rotina da Assistência Pré-natal por meio da proposta
deficiente, hiperatividade e distúrbios de metodológica com base nas recomendações do Institute
comportamento. Dentre as condições socioeconômicas, of Medicine (IOM), da OMS e do estudo de Atalah.
estão associadas com BPN: raça (mulheres não- Em 2009, o IOM publicou uma atualização das
brancas), estado civil (solteiras), baixo nível sócio- recomendações para ganho de peso durante a gestação
econômico e baixa escolaridade. a serem aplicadas a mulheres americanas. Dentre as
alterações observadas na nova recomendação, em
comparação àquelas publicadas em 1990, destacam-se

292
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
os pontos de corte da OMS, para a avaliação de
mulheres adultas e adolescentes.  Para adolescentes que engravidaram 2 anos após a
Accioly recomenda avaliar as adolescentes com menarca, a interpretação pode ser equivalente às
base na classificação do estado nutricional pré- adultas;
gestacional baseada nas curvas propostas pela OMS  Para as que engravidaram menos de 2 anos pós-
2006/20007, com base na idade (anos e meses) e sexo. menarca é provável que sejam classificadas como baixo
Deve ser empregada quando peso pré é conhecido ou peso. Devem ter a estatura mensurada em todas as
aferido até a 13ª semana gestacional x peso consultas. Deve-se acompanhar o traçado da curva de
mensurado até 2 meses antes da concepção ou IMC, que deve ser ascendente.
aferido até a 14ª semana gestacional (Accioly). Caso  A utilização do gráfico de evolução do traçado de
o peso pré ou até a 13ª semana gestacional seja IMC gestacional proposto pelo MS para adultas, como
desconhecido, utiliza-se a proposta de Atalah. dito anteriormente, deve ser adotado para a avaliação
das adolescentes somente quando o peso pré-
Procedimentos para avaliação antropométrica: gestacional não possa ser calculado ou o peso no 1º
Inicialmente deve-se obter o peso pré-gestacional ou trimestre não possa ser obtido.
inicial, peso atual, estatura materna e idade gestacional.
OBSERVAÇÃO  Accioly sugere que deve-se
a) Peso pré-gestacional conhecido  calcular o IMC empregar a classificação da OMS (2006/2007) (quadros
pré-gestacional e consultar os pontos de corte 1 e 2), em idade e meses para o diagnóstico pré-
específicos segundo a idade materna de acordo com as gestacional de adolescentes e a seguir fazer a
curvas da OMS (2006/2007, quadro 2) e classificá-los programação do ganho de peso recomendado até o
de acordo com o quadro abaixo (quadro 1). Calcular o termo (quadro 4). Nos casos em que o peso pré-
ganho de peso semanal e total baseado no quadro 4 gestacional não é conhecido ou não é possível
(IOM, 2009): mensurá-lo (idade gestacional ≥ 14 semanas) seguir
conforme o item B.
Quadro 1:

CONSULTAS SUBSEQUENTES:
b) Peso pré-gestacional desconhecido e avaliação A avaliação antropométrica nas consultas
com base no IMC gestacional  Caso o peso pré ou subsequentes pode ser realizada com base na
até a 14ª semana gestacional seja desconhecido, utiliza- adequação do ganho de peso semanal e total, de
se a proposta de Atalah. acordo com o quadro 4.
Utilizar o peso da consulta e realizar a classificação
pelo quadro 3.
O Ministério da Saúde ressalta que o método não foi
proposto para gestantes adolescentes. No entanto esta
classificação pode ser usada desde que a interpretação
seja flexível. Assim, considerar: a avaliação inical com
base no IMC gestacional, pela tabela ou gráfico (quadro
3 ou figura 1).

293
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Quadro2:

294
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Quadro3:

295
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Figura 1:

Ganho de peso gestacional:

Krause Ganho de 12,5 a 18 kg, que varia de acordo


com a idade ginecológica e o peso pré-
gravídico.

Dan Precisam ganhar mais peso do que as


gestantes adultas para gerar um bebê com o
mesmo tamanho. O ganho de peso das
adolescentes deve estar no limite superior
da recomendação.

Accioly Ganho de peso semanal e total (quadro 4).

Vitolo Para este grupo o ganho de peso total


preconizado, mesmo para eutróficas, é
superior a 12kg.

296
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Accioly

Quadro 4:

Padrões a serem observados e avaliados na assistência nutricional à gestante adolescente (ADA, 1989).

- Dieta: Presença de fontes proteicas, fonte de vitamina C, presença de frutas ou vegetais, presença de fibras, fontes
de cálcio e ferro e presença de alimentos ricos em gordura e açúcar.

- Crescimento e estado nutricional: Idade ginecológica, proporção de peso/altura, ganho de peso semanal, sinais de
desnutrição, parâmetros hematológicos, atividade física e presença de doença crônica e infecção.

- Sinais de problemas nutricionais: Baixo peso ou sobrepeso, seletividade alimentar, hábito alimentar atípico, condições
psicológicas alteradas, pobreza, tabagismo e consumo habitual de álcool.

Faz-se necessário utilizar critérios próprios para No primeiro trimestre, quando ainda não houve a
adolescentes, com base no PPG (ou peso no 1º hemodiluição, deveria se considerar o ponto de corte
trimestre) e altura, com cálculo do IMC e adequação do para anemia de 12g/dl e, após esse trimestre o ponto de
P/A (Chemin e Vitolo). Já as adolescentes com idades corte passaria a ser 11g/dl (Vitolo).
superiores às de risco, as biologicamente maduras, Adolescentes de baixa condição socioeconômica
devem ser avaliadas de acordo com os critérios têm risco de deficiência de ferro, o que faz com que
recomendados pela ADA para adultos (Vitolo) iniciem a gestação com depósitos depletados de ferro,
neste caso a suplementação com sulfato ferroso é
 Avaliação bioquímica: recomendada a partir do primeiro trimestre (30 a 40mg
Devido à hemodiluição gestacional, o uso de alguns de ferro elementar) (Vitolo).
parâmetros nutricionais torna-se limitado. Recomenda-
se o uso de hemoglobina para avaliar a condição  Avaliação dietética:
nutricional do ferro. A anemia ferropriva é a deficiência Métodos de avaliação de consumo mais utilizados:
específica mais prevalente entre gestantes (acomete 40- recordatório de 24hs para estimar a ingestão energético
50%) devido a: proteica e frequência de consumo para avaliar consumo
- alta demanda de ferro materno-fetal de micronutrientes. Deve ser detalhada para avaliar
- baixa ingestão número e composição das refeições, uso de diet e light,
- baixa reserva orgânica frente a demanda bebidas alcoólicas, doces, etc. Investigar tabus,
alergias, presença de picamalácia.

297
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
OBSERVAÇÃO: Para cálculo do peso desejável para
 Avaliação clínica: gestantes adolescentes pode utilizar a fórmula a seguir
Investigar idade cronológica e ginecológica, sinais e adotando-se o valor mediano (percentil 50)
sintomas digestivos, avaliar o funcionamento intestinal e correspondente ao IMC de meninas das curvas da OMS
patologias ou intercorrências associadas, avaliar (2006/2007).
atividade física e hábitos sociais que podem repercutir
no desenvolvimento fetal. Peso desejável = IMC mediano (curvas OMS
2006/2007) x E2 (m)
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS:
Nesta fase tem-se a superposição de 2 processos
biológicos de alta demanda nutricional, o crescimento e Nível de atividade física:
desenvolvimento materno e fetal, principalmente durante 3º passo: após oobtido o GET multiplicar por 1,01 que é
a fase onde o crescimento é mais intenso, entre 10,5 e a energia necessária para o crescimento.
13 anos de idade. 4º passo: adicional energético recomendado para o
Devido ao rápido crescimento pondero estatural, as período gestacional:
necessidades nutricionais estão significativamente
aumentadas a fim de suportar um aumento na massa
corpórea e nas reservas de nutrientes (Dan). FAO/OMS 285 kcal (ativas) Desde 1º trim
200 kcal (sedentárias)
Recomendações energéticas NRC (RDA) => 500 kcal Desde 2º trim
Para o cálculo do VET deve-se seguir os seguintes 11 a 14 anos
passos: Gutierrez e King 300 kcal Desde 2º trim
1º passo: avaliação do estado nutricional da gestante e => 15 a 24 anos
determinação do ganho de peso recomendado até o Accioly* 85 kcal/dia 1º trimestre
termo. 285 kcal/dia 2º trimestre
2º passo: calcular o VET a partir do GET somado ao 475 kcal/dia 3º trimestre
adicional requerido para o ganho de peso gestacional. *Quando o início do pré-natal se dá no 2º ou 3º
trimestres, para mulheres não obesas, sugere-se somar
VET = GET + adicional energético as 85 kcal requeridas no 1º trimestre às 285 kcal
requeridas no 2º trimestre e a recomendação passa a
GET = TMB x NAF ser de 360 kcal/dia no 2º trimestre e 475 kcal/dia no 3º
trimestre.
TMB (10 a 18 anos): 13,384 x peso (kg) + 692,6
O cálculo do adicional energético individualizado
 IMC pré-gestacional de eutrofia: peso pré- é igual ao de gestantes adultas.
gestacional ou desejável Tratando-se de uma adolescente biologicamente
 IMC pré-gestacional baixo peso: peso desejável imatura, recomenda-se um adicional de 150 kcal/dia,
 IMC pré-gestacional sobrepeso ou obesidade: peso além do extra da gestação normal. No caso daquelas
pré-gestacional biologicamente maduras, a avaliação segue os critérios
das gestantes adultas (Chemin). Quanto mais próximo
da menarca, maiores são os riscos nutricionais, em
função das necessidades aumentadas (Chemin).
Segundo a ADA, quanto mais fatores de riscos
estiverem presentes, maior deve ser o valor energético
recomendado, podendo variar de 38 (Vitolo) - 40 a 50
kcal/kg de peso ideal (Chemin).

Recomendação proteica

Adicionais iguais aos das gestantes adultas são


utilizados pois a necessidade diária é a mesma: 0,91
g/kg/dia considerando o peso pré- gestacional somado
à:
- Adicional de 6g/dia (OMS)
- Adicional de 10g, com ingestão total de 60g/dia (NRC)

ADA: Recomenda ≤ 15 anos 1,7g/kg e > 15 anos


1,5g/kg (Chemin e Vitolo).

Recomendações de vitaminas e minerais


Dan: Estudos demonstram alta prevalência de
deficiências nutricionais de cálcio, ferro, zinco,
riboflavina, ácido fólico e vitaminas A e D. Estudos
mostraram que a ingestão diária de cálcio inferior a 2/3
da recomendação pode afetar negativamente o
desenvolvimento ósseo do feto devido a oferta limitada
de cálcio. Devido a essa ingestão insuficiente de
nutrientes, suplementos nutricionais podem ser
indicados para gestantes adolescentes. A depleção de
ferro está associada com a redução da oxigenação fetal

298
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
e maior risco de complicações como BP ao nascimento,
prematuridade e risco aumentado de natimorto.
Gestantes adolescentes com risco de inadequação
alimentar devem receber suplementação de cálcio,
vitamina B6, vitamina C e acido fólico.
Inclusão de fontes de vitamina C em refeições
contendo ferro de origem vegetal.
Dar ênfase a leite e derivados (necessidade de
cálcio e proteínas), carnes em geral (ferro e proteínas),
vegetais folhosos, amarelos e vísceras (vitamina A e
ácido fólico) e frutas (vitaminas, em especial a C).
 As gestantes adolescentes têm recomendações
maiores que as de gestantes adultas de: vitaminas B1,
vitamina B2, niacina, vitamina D, cálcio e fósforo
(Chemin e Vitolo).
Deve-se garantir boas fontes de cálcio para o
término do crescimento e a formação do esqueleto fetal
e procurar estabelecer horários regulares, incluindo
lanches com produtos lácteos, frutas e vegetais, para
alcançar as necessidades (Chemin).
Recomenda-se suplementação de: ferro, zinco,
folato, cálcio, vit B6, vit C, vit A e magnésio quando não
for possível alcançar a ingestão dietética adequada.
Para vegetarianas: suplementação de vit B12 e vit D
(Accioly).

Orientações nutricionais
Esclarecer a importância do ganho de peso
gestacional adequado e os benefícios da alimentação
equilibrada para atender às necessidades materno-
fetais, melhorar o resultado obstétrico, crescimento
linear materno e contribuir para lactação;
Desencorajar consumo de fast-foods e lanches
rápidos em substituição às grandes refeições;
Contemplar nos lanches rápidos grupos básicos de
alimentos;
Estimular uso de alimentos fortificados;
Desencorajar consumo de doces, refrigerantes e
bebidas alcoólicas (calorias vazias);
Monitorar consumo de alimentos diet e light pelo
conteúdo de edulcorantes artificiais (sacarina e
ciclamato são contraindicados);
Estimular a prática de amamentação através do
preparo da mama. Dar orientações sobre aleitamento e
vantagens do leite materno;
Incluir a gestante adolescente em grupos de
assistência multiprofissional.

299
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
incompleta, havendo preservação da camada muscular,
o que faz com que estes tenham resistência aumentada.
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS DA O aumento da pressão materna é uma tentativa de
manter o fluxo sanguíneo mínimo eficaz em um sistema
GESTAÇÃO (SHG) OU DISTÚRBIO vascular de alta resistência. Contudo, tal situação leva à
HIPERTENSIVO ESPECÍFICO DA hipóxia tecidual em órgãos alvo, como rins, cérebro,
GESTAÇÃO (DHEG) OU TOXEMIA pulmão, olhos e PLACENTA.

No Brasil 26,5% dos óbitos maternos se devem a


eclâmpsia e pré-clâmpsia. As SHG podem propiciar
BPN (PN < 2,5kg), asfixia, RCIU, aumenta a
necessidade de partos cirúrgicos e prematuros, devido
ao sofrimento fetal, morte fetal e morte perinatal.
Pode se desenvolver: vasoespasmo, depleção de
volume intravascular e a hemoconcentração (Krause). E
anorexia (Chemin).
Tanto em casos de eclâmpsia como em casos de
pré-eclâmpsia apresentam hipoalbuminemia e
hipovolemia, com consequente hemoconcentração
podendo mascarar uma possível anemia (Chemin).

Etiologia
Causas: produção excessiva de hormônios placentários
e supra-renais e desequilíbrio entre substâncias
vasodilatadoras (prostaciclina, óxido nítrico) e
vasoconstrictoras (tromboxano e endotelina). Esse
desequilíbrio pode causar vasoespasmos, dano
endotelial, agregação placentária e consequentemente
aumento da pressão arterial.
Em gestantes normais ocorre hiperlipidemia,
contudo nos casos de PE, os níveis são mais elevados,
sugerindo que o metabolismo lipídico anormal possa ter
um papel na gênese da PE (Accioly).
A principal etiologia da pré-eclâmpsia é o
desequilíbrio entre pró-oxidantes e antioxidantes (Dan).
Está associada ao fluxo sanguíneo uterino
diminuído, levando a um tamanho placentário diminuído,
nutrição fetal comprometida e um feto com RCIU
(Krause). Na pré-eclâmpsia ocorre redução da taxa de
filtração glomerular e aumento da sensibilidade a
angiotensina (vasoconstritora) e redução do volume
natriurético atrial.

Fisopatologia
Em uma gestação normal os ajustes fisiológicos
ocorrem logo após a fecundação do óvulo e a gestação
progride graças à tolerância imunológica entre tecido
materno e fetal, com carga paterna. Esta tolerância é
responsável pelos ajustes fisiológicos anatômicos,
funcionais, bioquímicos, na circulação materna e
uteroplacentária.
Alterações bioquímicas normais incluem alterações
nos sistemas de prostaglandinas (prostaciclinas e
tromboxanos) que são formados a partir do ácido
araquidônico.
Há predominância da síntese de prostaclinas, que
são vasodilatadoras e antiagregante plaquetárias sobre
a ação dos tromboxanos que são vasoconstritores,
acentuando a agregação plaquetária e adesividade às
paredes vasculares, produzindo plaquetas. Uma das
consequências é a vasodilatação generalizada, com
diminuição da resistência vascular. Com isso, os vasos
maternos ficam mais refratários e permitem maior
acomodação de sangue.
Por razões ainda desconhecidas, algumas gestantes
desenvolvem hipertensão arterial. Nesta situação tem-
se o aumento de tromboxano e diminuição da
prostaciclina. Além disso, a invasão trofoblástica nos
vasos uterinos não ocorre ou ocorre de forma

300
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Fatores de risco -Chemin: quando há aumento de PA em 2 ou mais
Gestantes obesas (Accioly e Krause) e tensas, de momentos em espaço de 6hs, aumento de 30mmHg ou
baixa estatura e brevelíneas. mais na pressão sistólica e/ou 15 mmHg ou mais na
Fatores mesológicos: influência da distribuição diastólica, ou superior a 140x90mmHg;
geográfica e clima.
Mulheres com diabetes mellitus com proteinúria, -Krause: É definida como uma pressão de 140/90mmHg
hipertensão arterial crônica e nefropatia hipertensiva ou mais sem proteinúria Aparecimento a partir do 3º
(Accioly e Krause). trimestre (Krause).
Mulheres com doenças autoimunes como artrite
reumatóide e DM tipo 1 (Krause).  Hipertensão crônica:
Mulheres com idade > de 40 anos (Accioly e -Accioly: presente antes ou diagnosticada até a 20ª
Krause) e adolescentes com idade ≤ 16 anos. semana gestacional.
Primigestas  são 6 a 8 vezes mais susceptíveis. -Vitolo: ≥ 140x90 pré-gestacional ou após a 20º semana
História familiar de hipertensão (Accioly e Krause) gestacional, quando persistir por mais de 12 semanas
Negras (Accioly e Krause), hindus, árabes após o parto.
mulçumanas, judias iraquianas.
Dieta hipoproteica ou deficiente em cálcio. 
Estado de vitamina D baixo (Krause). Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Tabagismo: resultados contraditórios, mas deve ser Normal < 120 < 80
desencorajado. Pré- 120-139 80-89
Gestantes com menor escolaridade e as que hipertenso
trabalham fora do domicílio. Hipertensão
Gestantes do grupo sanguíneo AB. Estágio 1 140-159 90-99
Gestações múltiplas (gêmeos) têm risco 5 vezes Estágio 2 ≥ 160 ≥ 100
maior (Accioly e Krause).
Polidramnia.
Situações de hipovolemia, como elevadas altitudes, Pré-eclampsia:
aumentam a incidência de pré-eclâmpsia e BPN. -Accioly e Vitolo: pressão arterial ≥ 140 x 90mmHg ou
Nulíparas (Krause e Accioly). aumento de 15mmHg na pressão diastólica conhecida
 Dietas ricas em energia, sacarose (açúcar) e ácidos previamente e PROTEINÚRIA
graxos poliinsaturados (Chemin). SIGNIFICATIVAvalores ≥ 300mg na urina de 24h.
Síndrome de resistência à insulina (Krause). Geralmente após a 20ª semana gestacional.
Mulheres com hipertensão há pelo menos 4 Pré-eclâmpsia grave é definida como: PA sistólica
anos (Accioly). de 160mmHg ou PA distólica de 110mmHg ou mais de 5
Homozigosidade ou heterozigosidade para o gene g de proteínas em urina de 24 horas (Krause). Utilizam-
T235 (Krause). se anticonvulsivantes na tentativa de prevenir
convulsões eclâmpticas (Chemin).
Etiologia – Krause 2018: A PE se torna grave quando 1 ou mais critérios
As causas da pré-eclampsia estão sob intensa também estiverem presentes:
investigação. Parece ser um processo em duas fases,  PA diastólica ≥110mmHg
com uma placenta mal perfundida (falha de  Proteinúria ≥ 2g/L em 24h
remodelação das artérias espiraladas maternas) sendo  Oligúria (< 500ml/dia ou 15ml/h)
a causa raiz. A perfusão reduzida e o aumento da  Creatinina > 1,2mg/dl
velocidade do sangue que irriga os espaços intervilosos  Sinais de encefalopatia hipertensiva / insuficiência
alteram a função da placenta e levam à doença materna cardíaca / dor epigástrica
por meio do estresse oxidativo e do retículo  Plaquetopenia (<100.000/mm3)
endoplasmático e inflamação, assim como função  Aumento das enzimas hepáticas e de bilirrubinas
endotelial modificada e angiogênese. A segunda fase,  Presença de RCIU e coagulopatia
chamada síndrome materna, é uma cascata de eventos;
ainda não está claro o que liga a placenta hipóxica e a A pré-eclâmpsia tem sido definida pela elevação da
síndrome materna, mas possivelmente envolve o pressão arterial e proteinúria, mas as diretrizes mais
estresse oxidativo recentes já não recomendam esperar a proteinúria
aparecer (Krause, 2018).
Para pré-eclâmpsia: 
- Segundo MS primigestas, história familiar ou Eclâmpsia:
pessoal de PE ou E, gestação gemelar, HA crônica, Presença de convulsões generalizadas não
nefropatia, lúpus, diabetes e mudança de parceiro. causadas por epilepsia ou qualquer outra patologia, em
- Dan: nuliparidade, idade < 20 ou > 40 anos, raça gestantes com qualquer dos quadros hipertensivos
negra, solteiras, baixa escolaridade, sobrepeso, pressão anteriores, podendo ocorrer na gravidez ou parto ou
arterial sistólica aumentada no primeiro trimestre e puerpério imediato.
história prévia de pré-eclampsia ou hipertensão A morte fetal ocorre com frequência (Krause).
gestacional. Outros sinais como: cefaleia, agitação psicomotora,
distúrbios visuais e epigastralgia. Além de tontura,
Diagnóstico anorexia, náuseas e vômitos (Krause).
Tanto a pré-eclâmpsia como a eclâmpsia podem
Hipertensão gestacional: apresentar, como dados clínicos da síndrome,
-Accioly e Vitolo: hipertensão SEM proteinúria com hipoalbuminemia e hipovolemia, com consequente
aparecimento após a 20ª semana gestacional; hemoconcentração, podendo até mesmo mascarar uma
anemia. A albumina sérica aceitável para gestantes é de
3,5g/100ml, podendo chegar até 2g/100ml (Chemin).

301
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
e alterações neurológicas e essas alterações elevam a
Síndrome HELLP: mortalidade perinatal e materna.
Surge como agravamento da PE, caracterizado por
hemólise, aumento das enzimas hepáticas e  Definição de DHEG: presença de 3 sinais e sintomas
plaquetopenia. característicos: PA > 140x90 mmHg; edema e
Os sinais de extrema gravidade são: ICC, proteinúria (> 0,3g/24hs) (Chemin).
hepatomegalia dolorosa, icterícia, cianose, diurese
inferior a 500ml/24h.
Apresenta os piores resultados maternos e
perinatais pois pode ocorrer descolamento prematuro da
placenta, insuficiência renal, coagulopatia grave, choque
Resumo (Vitolo):

Classificação da hipertensão arterial sistêmica na gestação

Hipertensão  PAS ≥140 mmHg OU PAD ≥90 mmHg pré-gestacional ou após 20° semana de gestação e quando
crônica persistir por mais de 12 semanas após o parto

Pré-eclâmpsia  PAS ≥140 mmHg OU PAD ≥90 mmHg com proteinúria (>300 mg/24h) após a 20°semana de
gestação. Pode progredir para eclampsia (convulsões). Mais comum em mulheres primigestas,
com gestação múltipla, diagnóstico de HAS ≥ 4 anos, história familiar de pré-eclâmpsia, HAS em
gestação prévia, doença renal
Hipertensão  Proteinúria após a 20° semana gestacional sem proteinúria. O diagnóstico temporário pode
crônica com representar uma fase prévia à pré- eclampsia ou a recorrência de hipertensão crônica em período
sobreposição gestacional mais avançado. Quando grave, pode resultar em altas taxas de nascimentos
de pré- prematuros, retardo do crescimento e pré- eclampsia
eclâmpsia

Hipertensão HAS após a 20° semana gestacional sem proteinúria. O diagnóstico temporário pode representar
gestacional uma fase prévia à pré-eclâmpsia ou recorrência de hipertensão crônica em período gestacional
mais avançado. Quando grave, pode resultar em altas taxas de nascimentos prematuros, retardo
de crescimento e pré-eclâmpsia
Hipertensão  Diagnóstico retrospectivo
transitória  Pressão arterial normal 12 semanas após o parto
 Pode reaparecer na gestação seguinte
 Preditiva de HAS primária futura
PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica

Tratamento
Objetivo: atingir o melhor resultado obstétrico, concepto Estágio 1:
com boas condições de evolução e a completa Tratamento ambulatorial
restauração da saúde materna. Dieta normossódica (até 6g/dia), evitando-se
alimentos ricos em sódio;
Consulta inicial - identificar fatores de risco, história  Dieta semelhante a uma gestante normal: cloreto de
obstétrica pregressa e avaliação nutricional detalhada, sódio até 7g/dia (Chemin);
compreendendo: Hiperproteica (2g/kg/dia) visando correção de
- Avaliação clínica: presença de edema, níveis de PA, hipoproteinemia e adequado desenvolvimento fetal;
diurese, evolução da altura uterina, estado geral da Adequada em vitaminas (ênfase em vitaminas A,C e
gestante e sinais de vitalidade fetal. E) e minerais (ênfase em cálcio – 2000mg/dia);
- Avaliação antropométrica: atenção ao ganho de peso Preferir frutas, legumes e verduras, cereais
súbito (>0,5kg/semana) associado à hipertensão. Seguir integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados,
as mesmas recomendações da gestante não hipertensa. quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e
- Avaliação dietética: método usado inquérito colesterol (Accioly);
dietético frequência de consumo semi-quantitativo.  Preferir óleos vegetais: soja, milho, girassol e
Identificar ingestão inadequada de energia, proteína, canola;
vitaminas A, C e E e de minerais cálcio e sódio.  2 a 3 porções de peixe por semana (Accioly).
- Avaliação bioquímica: hemograma, contagem de
plaquetas, função renal (ácido úrico, uréia e creatinina),
proteinúria, urina, ECG, oftalmoscopia e em casos  Conclusão: dieta normocalórica, normossódica e
graves: função hepática (transaminases) e hiperproteica.
coagulograma.
Estágio 2 (≥160 e 100mmHg):
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL: Internação obrigatória
Dieta normossódica (6g/dia de NaCl);
Para hipertensão gestacional ou crônica ou PE:
302
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Em casos de hipertensão grave persistente ou
crônica, pode-se adotar a dieta hipossódica, com no Energia:
máximo 2 a 3g/dia de NaCl de adição; Não se deve fazer restrição calórica a fim de controlar
 Chemin: em casos de maior gravidade  2g de ganho de peso e reduzir complicações, pois pode
NaCl/dia ou menos e HA crônica limite máximo de desviar proteínas para produção de energia. Existe
2g/dia; maior frequência de SHG em mulheres com peso
 A consistência deve variar de acordo com o grau de deficiente e/ou ganho de peso inadequado. Além disso,
consciência materna; para função proteica normal é necessária uma
 Demais recomendações são iguais. adequada oferta de energia não proteica.

 Algumas pacientes com SHG têm o volume Lipídios:


reduzido, e por isso não é recomendada uma restrição Óleo de peixe (ômega 3, n-3, EPA-
drástica de sal, abaixo de 2 a 4 g/dia, lembrando que o eicosapentanóico): há associação entre sua
sódio inerente aos alimentos representa cerca de 1g suplementação e menor prevalência de PE, a
(Chemin). explicação parece ser a inibição da produção de
tromboxano e o aumento de prostaciclina
Eclâmpsia: (vasodilatadora). Com isso, aumenta-se a vasodilatação
 Dependendo do grau de consciência: sonda e reduz-se a agregação placentária.
nasogástrica ou nasojejunal; Altas doses de óleo (1,8g/10ml) associadas a outros
 Seguir conduta da PE estágio 2. nutrientes, como o retinol, vitamina D e E, no início da
gravidez, podem aumentar o risco de SHG (Accioly).

Sódio:
Síndrome HELLP: O sódio é um nutriente indispensável para o controle
 A conduta obstétrica na síndrome HELLP não está do compartimento fluido extracelular, pois quando o
bem definida, sendo ainda motivo de controvérsia. volume extracelular está aumentado, o sódio é
 Em linhas gerais, pode-se adotar a conduta similar a necessário para manter a concentração iônica normal.
adotada na PE estágio 2. O apetite por sódio está aumentado na gestação o
que propicia expansão do volume plasmático, liquido
Aspectos nutricionais e SHG: amniótico e atendimento das necessidades fetais. Os
requerimentos de sódo giram em torno de 25g de sódio
Ganho de peso ou 60 g de NaCl durante toda gestação, com uma média
 Ganho de peso gestacional e edema: aumento de 4meq/dia.
ponderal súbito e excessivo durante a gestação é O uso de diuréticos causa perda de fluido e
considerado sinal sugestivo de SHG; diminuição no volume intravascular comprometendo
 O controle de ganho de peso contribui para reduzir ainda mais o feto (Krause).
os riscos de SHG (Chemin); O Ministério da Saúde recomenda para
 O ganho de peso de 1kg/semana ou 3kg/mês pode tratamento da hipertensão dieta com em torno de 6
ser uma manifestação de SHG em evolução, em alguns gramas de cloreto de sódio/dia e de sódio < 2,4
casos o ganho pode ser de até 5 kg/sem; g/dia.
 O Ministério da Saúde recomenda que gestantes Krause 2018: Embora o excesso de sódio deva ser
com ganho ≥ 0,5 kg/sem, mesmo sem aumento de reduzido, a ingestão não deve ser inferior a 2.300
pressão arterial merecem maior investigação. mg/dia.
 Krause 2018 – São recomendados ganho
apropriado de massa corporal, uma dieta DASH Cálcio: Indispensável para formação óssea, contração
modificada e exercícios aeróbicos regulares para as muscular, transmissão neural, coagulação sanguínea,
mulheres sem complicações. atividade enzimática e transporte de membrana.
Na gestação ocorre expansão do volume
Proteínas: extracelular, aumento da filtração glomerular,
 Papel das proteínas na SHG: equilíbrio aumentando a excreção renal de cálcio (calciúria), e
hidroeletrolítico realizado pela albumina sintetizada no aumento da demanda de Ca para atender as
fígado a partir de proteínas dietéticas lactoalbumina, necessidades fetais, pois são acumulados 30g ao longo
caseína do leite, clara de ovo, músculo bovino e fígado, da gestação e o transporte mãe-filho aumenta com a
além de transporte de lipídios pelas lipoproteínas e progressão da mesma, para isso, a ingestão materna
síntese tecidual. deve ser aumentada.
Parece haver relação inversa entre ingestão de
 Na 2º metade da gestação é observada uma queda
cálcio e desenvolvimento de PE na gestação. A baixa
dos níveis de proteínas séricas de 7,3g% para 6,6g%, e
ingestão de cálcio aumenta hormônio paratormônio
a albumina sérica, que é a de maior poder osmótico, cai
(PTH) que aumenta a contração da musculatura lisa e
de 4,63g% para 3,34g% no 7º mês, contribuindo para
por fim aumenta a PA. Entretanto outro estudo mostrou
formação de edema (Accioly).
que a suplementação com cálcio durante a gestação
 O edema pode ser visível quando há formação de
não impede a hipertensão induzida pela gravidez
cacifo característico, ou oculto, quando mascarado pelo
(Krause).
rápido ganho de peso.
A suplementação com pelo menos 1g de Ca/dia
reduz o risco de PE e hipertensão gestacional,
 A dieta deve ser HIPERPROTEICA (≥ 2g/kg/dia)
principalmente nas mulheres em risco e com baixa
para compensar a proteinúria, principalmente de alto
ingestão, mas o efeito no concepto não está claro
valor biológico (carne vermelha, leite, queijo e ovos),
(Accioly).
pois tem um aminograma semelhante ao da albumina
sérica, favorecendo sua síntese (Chemin).

303
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Recomendação: gestantes de alto risco, com
histórico de SHG, devem ser suplementadas com 2g/dia
de Ca2+ a partir do 2º trimestre gestacional.
A FDA concluiu que a relação entre cálcio e o risco
de hipertensão é inconsistente e inconclusiva, e a
relação entre cálcio e o risco de hipertensão gestacional
e pré-eclâmpsia é altamente improvável (Dan).
A suplementação com cálcio pode ajudar a reduzir a
gravidade dos sintomas, se a ingestão basal de cálcio
da mãe tiver sido inferior a 600 mg/dia (Krause, 2018).

Magnésio: Há associação entre a suplementação e


menor prevalência de PE e RCIU. O sulfato de
magnésio reduz em 50% o risco de eclâmpsia, com
menor risco também de morte materna (Chemin).
Segundo a Krause, ele serve para tratar convulsões de
mulheres com eclâmpsia e prevenir as convulsões nas
mulheres com pré-eclâmpsia.

Vitaminas A (ou carotenóides – Krause), C e E:


Devem ser recomendadas visando à prevenção das
SHG pelos seus poderes antioxidantes evitam a
lesão endotelial e a ação vasoconstrictora do
tromboxano. São capazes de ajudar a prevenir a pré-
eclâmpsia (Krause).
Não há evidências que suportem a suplementação
de antioxidantes de rotina durante a gestação para
reduzir risco de pré-eclâmpsia ou outras complicações.
X o uso de polivitamínicos esteve associado a uma
redução de 45% no risco de pré-eclâmpsia (Dan).

Conduta geral em todas as SHG:


 Controle do ganho de peso gestacional
 Controle do estresse e infecções
 Orientar para evitar o fumo
 Ter repouso noturno de 8hs e diurno de 2hs para
aumentar o fluxo plasmático e filtração glomerular que
favorece a natriurese
 Monitoramento da vitalidade e crescimento fetal

Prevenção para gestantes de alto risco: Uso de ácido


acetilsalicílico (aspirina – 50-100mg/dia) em baixas
doses a partir da 14ª -16ª semana, o que ainda é
controverso.

304
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
expansão das células pancreáticas e insuficiente
reserva de insulina.
DIABETES MELLITUS NA GESTAÇÃO Alteração nos receptores de insulina - A
sensibilidade ao hormônio ou o número de receptores
pode estar diminuída.
As gestantes diabéticas podem ser divididas em:
Alteração na secreção de glucagon - Há uma
 Diabetes prévia: pode ser do tipo 1 ou 2, sendo um diminuição na relação molar insulina/glucagon.
grupo de desordens metabólicas caracterizado pela
hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de Desequilíbrio dos hormônios contra regulatórios -
insulina, ação desta ou ambos. Aumento de estrogênio, progesterona, lactogênio
 Diabetes gestacional (DG): algum grau de placentário e cortisol (hormônios contra insulínicos)
intolerância à glicose com início ou reconhecimento na levam a menor eficácia da insulina em sua ação
gestação, geralmente após a 20ª semana de gestação, periférica.
podendo ou não persistir após o parto.
Vitolo:
Na maioria das vezes ocorre em razão da
incapacidade funcional do organismo em compensar a Fatores de risco para rastrear Diabetes Gestacional
aumentada resistência à insulina que ocorre na gravidez
(Chemin e Vitolo).
Segundo Vitolo, a prevalência é de 0,15% a 12,3%. Reichelt et  Idade superior a 25 anos
Segundo Accioly, 7% das gestações são complicadas al. (2002)  Obesidade ou ganho excessivo de peso na
pelo DG. De acordo com os dados do SUS a gravidez atual
prevalência de DG em mulheres adultas é de 7,6% e o  Deposição central excessiva de gordura
diabetes prévio representa 10% dos casos de mulheres corporal
com diabetes na gestação.  História familiar de diabetes em parentes
Segundo Chemin, sua prevalência pode alcançar de 1º grau
14% das gestações e além disso, o DMG representa  Baixa estatura (≤ 1,5m)
cerca de 90% dos casos de gestantes com diabetes.  Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio,
A mulher com Diabetes gestacional tem sintomas hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez
similares a DM clássica como a glicosúria, mas os níveis atual
de glicose elevados não chegam a ser tão altos como  Antecedentes obstétricos de morte fetal ou
na DM clássica e nem se desenvolve cetose (Krause). neonatal, de macrossomia ou de DG
ADA (2010)  Idade= 25
Fatores de risco:
  Sobrepeso/obesidade: IMC > 25
kg/altura²(m)
 História de macrossomia (peso ao nascer >4,0kg)
 Antecedentes familiares (primeiro grau)
(Accioly e Dan)
 Antecedentes de alteração no metabolismo
 História familiar (Dan) de glicose
 Antecedentes obstétricos insatisfatórios  Antecedentes obstétricos: perdas
 Crescimento fetal excessivo gestacionais de repetição, DG,
 Medida da altura uterina maior que a esperada polidrâmnio, macrossomia, óbito
 Polidrâmnio fetal/neonatal sem causa determinada, má-
 Glicosúria gestacional formação fetal, hipoglicemia neonatal e
síndrome de desconforto respiratório
 Diabetes em gestações anteriores (Accioly e Dan)
Sociedade  Gravidez atual: ganho de perda materno
 Intolerância prévia à carboidratos (Accioly e Dan) excessivo, macrossomia fetal
Brasileira de
 Idade materna > 25 anos (Accioly e Dan) Diabetes  Polidrâmnio
 Sobrepeso ou obesidade (Chemin e Dan) (SBD)(2010)  Uso de fármacos hiperglicemiantes
 Baixa estatura (corticosteroides e diuréticos tiázidicos,
 Ganho ponderal excessivo, Ganho de peso ≥ 6,8kg entre outros)
num intervalo ≤ 24 meses entre gestações, Ganho  Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
excessivo de peso (> 5kg) entre 18 e 25 anos (Chemin)  Síndrome metabólica: dislipidemia,
hipertensão arterial e resistência à insulina
 Hipertensão arterial, História de pré-eclâmpsia ou
eclâmpsia
 Baixa estatura (≤ 1,50cm) (Accioly)
 Síndrome do ovário policístico ou outras
associadas ao hiperinsulinismo(Accioly) Efeito diabetogênico da gestação:
 Uso de corticoesteróides (Dan)
a) Hormônio Lactogênio Placentário (HPL): ação
anabólica, glicogênica, lipolítico-materno e promove a
glicogenóliise hepática materna.
Etiologia: b) Estrogênio: ação antogônica à insulina.
Redução na secreção pancreática de insulina - Na c) Progesterona: diminui a eficácia da insulina nos
gestante normal há uma hipersensibilidade das células tecidos periféricos inibindo sua secreção.
β a seus secretagogos (maior resposta insulino- d) Cortisol: estimula gliconeogênese a partir de
secretora a glicose), na gestante diabética isso pode protólise tecidual. Tem ação antagônica à insulina no
não acontecer por alguns fatores como falta de músculo e tecido adiposo.

305
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
e) Insulina: ocorre aumento de sua secreção à medida Morte fetal intrauterina e morbidade fetal (Krause)
que a gestação progride. A secreção materna é Corioamnionite (Krause)
aumentada no período pós-prandial e diminuída no Mortalidade perinatal (Krause e Chemin)
jejum. Sofre ação de outros hormônios diminuindo sua Prematuridade (Krause)
eficácia.  Traumas de nascimento (Chemin)
Desproporção cefalo-pélvica (Chemin)
Evolução do Diabetes na gestação: Recém-nascidos com níveis mais baixos de ferro no
Na 1ª metade ocorre menor necessidade de insulina, fígado, coração e cérebro devido a hipoxemia fetal pela
por conta de sintomas digestivos, menor ingestão formação de hemoglobina glicosilada (Vitolo)
alimentar e transferência de glicose aumentada para o Recém-nascidos com maior propensão a obesidade
feto. e tolerância diminuída a glicose na vida adulta (Vitolo)
A 2ª metade da gestação é conhecida como um Gestantes sem Diabetes, mas com níveis elevados
estado diabetogênico, pela crescente produção de de glicose durante a gravidez têm risco significativo de
hormônios contra-insulínicos, associada ao aumento da macrossomia, prematuridade e corioamnionite (Krause)
secreção de insulina porém com menor eficácia,
gerando maior tendência à cetoacidose e cetonúria. Causas de macrossomia:
No pós-parto a necessidade materna de insulina Hiperglicemia materna leva ao maior fornecimento
retorna aos valores pré-gestacionais, bem como a de glicose para o feto, como consequência, ele eleva
glicemia. A glicemia deve ser reavaliada em 6 a 12 sua secreção de insulina, aumentando a deposição de
semanas após o parto empregando-se o teste oral de gordura (anabolismo)
tolerância à glicose com 75g de glicose e não com a Maior passagem de ácidos graxos livres para o feto.
hemoglobina glicada. Alterado metabolismo proteico, lipídico e síntese
Para mulheres com diagnóstico de DG deve-se exagerada de glicogênio
investigar o possível desenvolvimento da doença a cada  Aumento de GH e de hormônios adrenocorticais que
3 anos após a gestação. favorecem a passagem de glicose para o feto (Chemin e
Vitolo)
Repercussões maternas: Fatores hereditários (Chemin e Vitolo)
Maior incidência de síndromes hipertensivas da
gravidez (Accioly e Krause) A macrossomia fetal está associada a complicações
Polidramnia perinatais tais como (Vitolo):
Infecções urinárias e pielonefrite Morbidade materna
Hipoglicemia Traumatismos de nascimento
Cetoacidose Hipoglicemia neonatal
Trabalho de parto prematuro
Necessidade de parto cirúrgico (Chemin)  Bebês macrossômicos têm órgãos aumentados de
Risco de desenvolvimento de DM tipo 2 (25% volume, mas imaturos, há excesso de gordura corporal,
tornam-se diabéticas após a gestação – Chemin X 40% massa muscular e organomegalias e preservação do
a 60% podem desenvolver DM2 após o período de 15 a cérebro.
20 anos – Krause)  Após o nascimento, subitamente o fornecimento de
 Glicosúria e cetonúria(Vitolo) glicose diminui e a insulina permanece alta, o resultado
 Lesões vasculares nos rins e retina é um bebê hipoglicêmico, que pode necessitar de
infusão de glicose (Krause).
As gestantes que têm maior risco de DM2 são as
que necessitam de insulina para manter o controle Diagnóstico de DG
glicêmico e aquelas com IMC acima de 30, sendo que
para diminuir o risco as mulheres devem manter o peso Chemin:
dentro dos parâmetros normais e fazer exercícios
regulares (Vitolo).

Repercussões fetais:
Macrossomia (peso ao nascer > 4,0kg) (Accioly e
Krause)
Asfixia, sofrimento fetal durante o parto que pode
levar ao óbito fetal
 Prematuridade
Complicações pulmonares
Hipocalcemia e hipomagnesemia
Hipoglicemia fetal e neonatal (Chemin)
 Distúrbios metabólicos (hipoglicemia fetal,
hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, hipomegnesemia,
policitemia)
Má-formação congênita. Dan: Aumento no risco de
anomalias fetais (2-3 vezes mais), causadas
principalmente devido a hiperglicemia materna
periconcepcional. Hipóxia, presença de cetonas,
anormalidades nos aminoácidos e glicosilação de
proteínas, também têm sido relacionadas como
potenciais teratogênicos
DM descontrolado no início da gravidez está
associado a aborto espontâneo no 1º trimestre (Dan)

306
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Krause e Vitolo:
Inicialmente foi indicado que todas as gestantes no
início do pré-natal fizessem o rastreamento, mas ficam Recomendações para diagnóstico de DMG:
excluídas aquelas que são de baixo risco: Tempo HAPO*Recomendações Padrões
Idade inferior a 25 anos atuais
Peso corporal adequado Jejum < 92 mg/dL < 95 mg/dL
Sem história familiar de diabetes e de 1 hora < 180 mg/dL < 180 mg/dL
aborto/natimorto e macrossomia sem explicação 2 horas < 153 mg/dL < 155 mg/dL
Ausência de filhos com anormalidades congênitas 3 horas Não realizado < 140 mg/dL
Sem histórico de alteração no metabolismo glicídico HAPO – Test Hyperglycemia Adverse Pregnany Outcome

O rastreamento segundo o Ministério da Saúde deve Vitolo:


ser universal, com avaliação da glicemia de jejum em
todas as gestantes no início da gestação, antes da 20 a Se valores forem ≥ 85 a 90mg/dl indica rastreamento
semana gestacional. positivo e deve-se fazer TTOG com 75g de glicose, com
Quando a glicemia for ≥ 85 mg/dL até 125 mg/dL avaliação após 2hs, se > 140mg/dl, DG está confirmado
e/ou na presença de fatores de risco (quadro 1), as (Vitolo).
gestantes devem ser submetidas à confirmação por
meio do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) após a
ingestão de 75 g de glicose anidra em 250-300ml de
água depois de jejum de 8-14hrs, entre 24 a 28
semanas de gestação. No TOTG a glicose plasmática é
determinada em jejum e após 1 e 2hrs. Os pontos de
corte e interpretação estão apresentados no quadro 2.

Pontos de corte para o Teste de Tolerância a Glicose


75g (TOTG 75g 2h)

Jejum 1 hora 2 horas


95 mg/dl 180 mg/dl 155mg/dl
Interpretação: dois ou mais maiores ou iguais aos
valores superiores aos pontos de corte descritos acima,
considera-se DG. Caso um valor de glicemia esteja
alterado, o TOTG deve ser repetido na 34ª semana de
gestação.

Nos casos de glicemia de jejum < 85mg/dL


(rastreamento negativo) e na ausência de fatores de
risco, deve-se repetir a glicemia de jejum entre a 24ª e
28ª semana gestacional. No caso de duas glicemias Dan 17 - Dan
plasmáticas de jejum ≥ 126 mg/dL confirma o A SBD recomenda que sejam seguidos os
diagnóstico de DG, sem necessidade de TOTG. O MS critérios de 2013 da OMS. Na 1ª consulta de pré-natal a
ainda recomenda a dosagem de hemoglobina glicada
glicemia de jejum deve ser solicitada. Caso o valor seja
para identificar risco de malformação.
Em 2010 a International Association of Diabetes and ≥126 mg/dL é feito o diagnóstico de DM. Caso a
Pregnancy Study Groups (IADPS) passou a recomendar glicemia esteja ≥92 mg/dL e < 126 mg/dL é feito o
o diagnóstico do DG a partir de novos pontos de corte diagnóstico de DMG. Se a glicemia de jejum for < 92
de hemoglobina glicada, glicemia de jejum e de TOTG. mg/dL, esta deve ser reavaliada no 2º trimestre. Entre a
24 a e a 28 a semana de gestação deve-se realizar o
Assim, para diagnóstico de DG: TOTG, com dieta sem restrição de carboidratos ou com,
no mínimo, ingestão de 150 g de carboidratos nos 3 dias
Parâmetro avaliado Valor de referência
Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL anteriores ao teste, com jejum de 8 hrs. A meta é
TOTG – 1h ≥ 180 mg/dL manter a hemoglobina glicada menor de 6,5%.
TOTG – 2h ≥ 153 mg/dL
Krause 18
Esta recomendação considera casos de DG a partir As mulheres com fatores de risco para diabetes
de 1 valor alterado no TOTG. tipo 2 (incluindo um histórico de DMG, metabolismo
deficiente da glicose conhecido e IMC ≥ 30 kg/m2, mas
Para diagnóstico de DM na gestação: não limitado a isso) devem ser rastreadas no início da
Hemoglobina glicada ≥ 6,5% gestação utilizando critérios de diagnóstico-padrão.
Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL Segundo a American Diabetes Association (ADA),
Glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL aquelas mulheres identificadas com diabetes no
primeiro trimestre devem receber um diagnóstico de
diabetes evidente em vez de DMG.

307
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

A ADA e a ACOG recomendam a triagem de


todas as gestantes para DMG (a menos que já
identificadas com diabetes) em 24 a 28 semanas.

308
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Usar de 30 a 35kcal/kg de peso ideal para a idade
Terapia nutricional: gestacional, e para gestantes acima do peso, 24kcal/kg
de peso ideal (Chemin).
O diabetes é tratado com mudanças na dieta e
exercícios moderados para controle de peso, deve-se Recomendações de macronutrientes:
atender as necessidades de crescimento fetal, impedir a Accioly e Dan – ADA 2008:
cetose e o esgotamento das reservas maternas,
mantendo níveis ótimos de glicose (Krause). O  Fracionamento da dieta:
Ministério da Saúde recomenda manter o adequado, A ingestão de carboidratos deve ser feita ao longo
controle matabólico por meio da terapia nutricional, do dia em 3 refeições moderadas e 2 a 4 pequenas
aumento da atividade física, suspensão do fumo, refeições. A ceia merece atenção devendo ser
insulinoterapia (Accioly). estimulada apara prevenção da cetose durante a noite.
A terapia nutricional objetiva suprir as necessidades Deve ser fracionado em 5-6 refeições/dia, com
nutricionais específicas da gestação, manter os níveis menor volume, horários rígidos e intervalos regulares
glicêmicos próximos da normalidade, promover para facilitar o controle da glicose sanguínea. Não
adequado ganho de peso e evitar cetose (Dan). deixar de fazer nenhuma refeição (evitar hipoglicemia),
Deve-se usar apenas a insulina humana, pois assim como não juntar 2 refeições em uma (favorece a
hipoglicemiantes orais são contraindicados pelo possível hiperglicemia) (Chemin).
efeito teratogênico e hiperbilirrubinemia neonatal. Para mulher insulino-dependente que está em
A insulina materna não atinge o embrião, o que torna aleitamento, é aconselhável que ela consuma 3
pouco provável que a insulina exógena seja causa de pequenas refeições e 3 lanches para evitar quedas nas
anomalias congênitas associadas ao diabetes (Dan). concentrações de glicose sanguínea que podem ocorrer
Agentes hipoglicemiantes orais como a metformina com uma grande produção de leite (Krause).
estão sendo utilizados em alguns centros (Krause).

Avaliação nutricional inclui:


Avaliação antropométrica e ganho de peso
recomendado: seguir mesma recomendação proposta
para gestantes não diabéticas. Distribuição energética por refeições (ADA):
Avaliação dietética: detalhar número e composição Desjejum e Merenda 10 a 15 %
das refeições, grupos de alimentos presentes. Avaliar o Almoço e jantar 20 a 30%
uso excessivo de produtos dietéticos e não dietéticos, Colação e ceia 5 a 10 %
investigar tabus, hábitos alimentares, alergia/intolerância
alimentar, modificações alimentares em função de sinais Distribuição de macronutrientes para reduzir risco de
e sintomas digestivos e presença de picamalácia. macrossomia fetal e complicações (Vitolo): 40% de
CHO, 40% de LIP (< 10% saturadas) e 20% de PTN.
Método usado inquérito dietético frequência de
consumo semi-quantitativo.  Carboidratos:
Avaliação clínica: avaliar o funcionamento intestinal,  Mínimo de 175 g (Accioly)
sinais e sintomas digestivos e patologias associadas e Limitação de CHO no desjejum de 10 a 30g com a
identificar sinais de carências nutricionais específicas, adição de 57 a 85g de proteínas no meio da manhã para
níveis de PA e evolução da altura uterina. diminuir a fome e aumentar a adesão (Krause).
 Avaliação funcional: avaliar a presença de  Controlar o consumo de frutas (Chemin).
cegueira noturna gestacional.  Deve ser incentivado o consumo de CHO
 Avaliação sociodemográfica e obstétrica. provenientes de frutas, vegetais, grãos integrais e leite
Avaliação dos exames complementares: desnatado (Dan).
ultrassonografia, dopplerfluxuometria, exames CHO 45 a 65%
laboratoriais (sangue e urina).
PTN 15 a 20%
Orientação nutricional:
LIP 20 a 35%
Energia:
A dieta deve permitir ganho de peso adequado. Deve
seguir as mesmas recomendações que uma gestante
sadia, com os seguintes acréscimos: Fibras:
Gestantes com peso pré-gestacional normal devem A maior ingestão de fibras promove saciedade e
receber adição de 300kcal/dia a partir do 2º trimestre na consequente redução na ingestão energética total,
sua dieta habitual; reduzindo assim o tecido adiposo e a resistência a
Para gestantes obesas (IMC > 30 kg/m2) há insulina. A ingestão de fibras também retarda o
recomendação redução calórica na ordem de 30% esvaziamento gástrico e a velocidade de absorção da
(cerca de 25 kcal/kg/peso atual/dia) para reduzir a glicose, reduzindo o aumento da glicemia e dos níveis
hiperglicemia, porém deve-se avaliar a adequação de insulina pós-prandial (Dan).
energética pela presença de cetonúria e de adequação Fibras solúveis (pectinas, mucilagens e algumas
do ganho ponderal; hemiceluloses) atuam na redução dos níveis de
A perda de peso não é recomendada durante a LDL e melhoram níveis séricos de lipídios. São fontes
gestação, mas para DMG com sobrepeso ou obesidade, de hemicelulose: leguminosa, aveia, cevada, maçã,
pode-se fazer uma leve restrição de energia e laranja e cenoura.
carboidratos. Restrição de 30% do VET melhora do As fibras insolúveis (lignina e quitina, encontradas na
controle glicêmico sem causar cetose e sem prejudicar o linhaça, farelo de trigo e grãos integrais) ligam-se a sais
ganho de peso (Dan); biliares e reduzem a absorção de gorduras e colesterol,

309
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
contudo, a sua ingestão está menos associado à  < 7% do VET de gordura saturada
redução dos níveis séricos de colesterol sérico (Accioly).  Colesterol < 200 mg/dia
Além de todas as fibras prevenirem constipação  Desestimular a ingestão de ácido graxo trans
intestinal e hemorroidas.  Estimular o consumo de 2-3 porções de peixe por
semana para o fornecimento de ácido graxo ômega 3
Recomendação:
 Fibras solúveis e insolúveis devem ser de 20 a Vitaminas e minerais:
35g/dia (Accioly e Chemin) ou 14g/1000kcal (Accioly). Atenção ao atendimento das recomendações de
A ingestão adicional de cada 10g/dia de fibras totais ácido fólico, ferro e vitamina A. Não deve- se restringir o
reduz 26% de risco de DMG, e cada 5g/dia de fibras de sódio como prevenção de SHG.
cereais ou frutas, reduz de 23 a 26% o risco de DG A suplementaçao de ácido fólico no período pré-
(Dan). gestacional é importante para prevenção de defeitos
congênitos do tubo neural – 5mg/dia, durante 60 a 90
 Proteínas dias antes da concepção.
 Adicional diário para o período gestacional de 10g Suplementaçao de ferro = gestantes não-diabéticas
ou ingestão total recomendada de 71g/dia.

 Lipídios:

Contagem de carboidratos (Accioly):


Atentar para o consumo de vitamina A e vitaminas É mais uma ferramenta nutricional, que visa o
antioxidantes. controle glicêmico em função das menores variações
A dieta deve ser adequada em potássio, magnésio, das glicemias pós-prandiais. A ADA destaca que dietas
zinco e cromo, pois a deficiência destes nutrientes pode com baixo teor de CHO (<130g) não devem ser
agravar a hiperglicemia (Accioly). prescritas com a finalidade de controle glicêmico,
A hiperglicemia materna induz ao estresse oxidativo podendo trazer efeitos deletérios. Recomenda-se 50 a
que pode gerar macrossomia fetal ou outras anomalias 60% de CHO do valor energético total.
congênitas, os antioxidantes selênio, vitamina E e zinco, Os carboidratos provenientes dos alimentos
são importantes (Dan). integrais, frutas, vegetais e produtos lácteos com baixo
teor de gordura devem ser priorizados.
Álcool e cafeína: A sacarose não precisa necessariamente ser
Álcool deve ser desencorajado por conta do risco de restrita, porém incluída no total de carboidratos da dieta,
síndrome Alcoólica Fetal. O uso de cafeína deve ser evitando-se excessos.
moderado (< 300mg/dia). A ingestão excessiva de café Entre os métodos existentes para se fazer a
dificulta a absorção do ferro em até 35% por conta dos contagem, os mais amplamente utilizados são a lista de
polifenóis presentes no café que formam grandes equivalentes e contagem da quantidade (g) de CHO.
complexos moleculares com o ferro.

310
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Índice glicêmico dos alimentos (Accioly):  Acompanhamento pré-natal:


Permite a classificação dos alimentos em relação ao O controle das gestantes com DG deve ser feito com
efeito que exercem na glicemia pós-prandial, em um glicemia de jejum e pós-prandiais semanais, além da
mesmo indivíduo. A comparação é feita em relação à auto-monitorização da glicemia capilar.
alteração na glicemia produzida após o consumo de um Após 7 a 14 dias da orientação dietética, avaliar o
alimento considerado como referência (glicose ou pão perfil glicêmico, por meio de glicemia de jejum, 1 hora
branco) – quadro 4 (acima). após o café da manhã e 1h após o almoço. Considera-
se como anormal valores ≥ 95 mg/dL (jejum) e ≥ 140
Atividade física: mg/dL (1h após refeições). Se apenas um dos valores
Deve-se aumentar visando o controle da glicemia, estiver alterado com o uso da dieta prescrita, é indicado
preferência para exercícios de pouco impacto no o início da insulinoterapia. A glicosúria não é útil para
abdômen durante 20 minutos por 3 vezes na semana. monitorar o controle glicêmico na gravidez.
Nas gestantes com diabetes pré-gestacional e
Aleitamento materno: naquelas em uso de insulina, o controle deve ser mais
Deve ser estimulado e os casos de aleitamento rigoroso, com medições diárias da glicemia pela manhã
materno, a necessidade de insulina é menor devido ao em jejum, antes do almoço, antes do jantar, 1 a 2 hrs
gasto energético para lactação. Em casos de flutuação após o almoço e 1 a 2 hrs após o jantar. Em caso de
da glicemia durante a amamentação as nutrizes devem hipoglicemia noturna, medições adicionais podem ser
ser orientadas a fazer um lanche antes ou durante a realizadas ao deitar e durante a madrugada (2-3h).
amamentação. Mulheres diabéticas em idade reprodutiva devem
planejar a gravidez.
Edulcorantes artificiais: A insulinoterapia é indicada para mulheres que já
São substâncias que apresentam ação adoçante, faziam uso dela e iniciada em diabéticas tipo 2 que
muito superior ao da sacarose, podendo ser de caráter faziam uso prévio e hipoglicemiantes orais ou em casos
natural (sacarose, frutose, esteviosídeo, sorbitol, manitol em que não se obtêm o controle glicêmico citado acima
e xilitol) ou artificial (aspartame, ciclamato, sacarina, após 2 semanas de dieta e para casos de macrossomia
sucralose, acessulfame d de K e neotame). fetal.
Os hipoglicemiantes orais são contraindicados, pois
podem ter efeito teratogênico e causar
Os edulcorantes não-calóricos aprovados para hiperbilirrubinemia neonatal.
uso pelas gestantes são aspartame, acessulfame de Mulheres com diabetes gestacional devem ser
K, sacarina, sucralose, neotame e, os álcoois rastreadas para diabetes persistente entre seis e 12
açúcares disponíveis no Brasil - sorbitol, xilitol, semanas após o parto, e pelo menos a cada três anos
manitol e amido hidrolisado. para diabetes ou pré-diabetes usando critérios de
diagnóstico não-gravídicos (Krause, 2018).

Accioly:
Edulcorante Valor calórico Ingestão diária
(kcal/g) máxima (mg/kg)
Acesulfame-K 0 15
Aspartame 4 40
Neotame 0 2
Sacarina 0 5
Sucralose 0 5

Código para apresentação dos edulcorantes


contidos nos produtos industrializados:
Edulcorante Código
Sacarina INS 954
Ciclamato INS 954
Sucralose INS 955
Acessulfame K INS 950
Aspartame INS 951
Xilitol INS 967
Manitol INS 421
Sorbitol INS 420
Esteviosídeos INS 960

Krause, 2018:

O FDA considerou seguros os seguintes


edulcorantes para uso com moderação, inclusive
durante a gestação e o aleitamento: sacarina,
acessulfame-K, sucralose, aspartame, neotame,
advantame, glicosídeos de esteviol de folhas de stevia e
extratos de frutas monge.

310
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

FRUTOSE Maior poder adoçante; 80-90% é absorvida no intestino (+ lentamente que a glicose, sacarose e
Natural lactose); não exige insulina para seu metabolismo; não é tóxico; não é fator de risco para DM ou
câncer, exceto quando consumido em excesso.
Desvantagens: alto custo, elevação dos triglicerídeos, uso > 20g causa sintomas gastrointestinais
como diarreia osmótica.
A ADA não recomenda o uso de frutose na forma de edulcorante (Accioly)

SORBITOL Absorvido no intestino delgado (+ lento que a glicose e frutose); rapidamente convertido a frutose no
Natural fígado, com isso não necessita da insulina; promove redução do colesterol; não é mutagênico,
tóxico, carcinogênico ou cariogênico.
Desvantagens: aumenta excreção de minerais (Ca principalmente, que pode predispor a formação
de litíase renal); dose >30g causa efeito diurético e dose > 10-50g causa flatulência, diarreia
osmótica e cólicas intestinais.
A ADA inclui o sorbitol na lista de substâncias consideradas como seguras (Accioly)

ASPARTAME É hidrolisado no intestino delgado a ácido aspártico, fenilalanina e metanol; o excesso de


Artificial fenilalanina pode causar efeito neurológico e variações do QI; seu consumo deve ser abaixo da dose
máxima recomendada. Uso em extremo excesso: metanol é convertido em ácido fórmico que causa
acidose metabólica e lesões oculares. Não deve ser usado por fenilcetonúricas independente de
estarem grávidas. Não é nocivo durante a gestação devido a impossibilidade de se alcançar a
quantidade de fenilalanina que causaria danos neurológicos ao feto – 1 lata a cada 8 min (Chemin)

SACARINA Tem baixo custo; sabor residual amargo e metálico; comumente associada ao ciclamato e
Artificial aspartame; liberada pelo FDA, mas deve ter seu consumo restrito pela falta de informações sobre
seu efeito transplacentário, transmamário. É capaz de atravessar a placenta e em doses muito altas
é fracamente carcinogênica em ratos (Krause). O feto tem baixa capacidade de excretá-la podendo
permanecer nos tecidos fetais, portanto deve ser restringida (Chemin). Pode estar associado com
tumores malignos e prejuízos no crescimento das crianças (Chemin)

CICLAMATO Uso proibido pela FDA pelo seu efeito carcinogênico. É transplacentário podendo causar câncer,
Artificial reabsorção fetal, anomalias cromossômicas, efeito teratogênico, reduz o peso de embriões. Parece
estar relacionado com redução da fertilidade e menor ganho de peso fetal (Chemin)

SUCRALOSE Obtido a partir da sacarose, com poder adoçante 400-800 vezes maior (600 – Krause); tem absorção
Artificial prejudicada tornando-se uma substância não calórica; não tóxico; não cariogênico; sem efeito
cancerígeno ou mutagênico e sem gosto residual.

ESTEVIOSÍDIO Proibido nos EUA e autorizado no Brasil; adoça 100-300 vezes mais que a sacarose; tem sabor
Natural doce retardado e demorado com característica de alcaçuz ou mentol; não é metabolizável no
organismo; não fermentável; não cariogênica; não calórico e de baixo risco toxicológico. Atenção às
marcas que possuem sacarina e ciclamato na sua composição.

ACESULFAME-K É rapidamente absorvido, mas não é metabolizado; não afeta níveis glicêmicos e lipídicos; não
Artificial tóxico; não cariogênico; não cancerígeno, mutagênico ou teratogênico; não tem efeito sobre o peso
ao nascer e pode atravessar a placenta e aparecer no leite materno como a sacarina. É considerado
seguro (Krause)

NEOTAME Derivado da fenilalanina e ác aspártico tem poder adoçante 7.000 a 13.000 vezes superior ao da
(Accioly) sacarose. É parcialmente absorvido no intestino delgado, rapidamente metabolizado e excretado nas
fezes e urina. Pode ser utilizado por pacientes fenilcetonúricos. Não afeta a glicemia de jejum ou os
níveis de insulina em pacientes com DM 2. É considerado seguro pela ADA.

 Dan 17:
- Não há evidências de que o uso de aspartame, sucralose, acessulfame de K e esteviosídeo por mulheres grávidas
aumenta o risco de defeitos de nascimento acima do risco basal da população geral.
- Adoçantes aprovados pela ADA: sacarina, aspartame, sucralose, acessulfame de K e esteviosídeo.

311
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES Estudos sugerem o acréscimo de 500 a 600kcal/dia


por bebê para garantir a produção de volume de leite
NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS PARA adequado à demanda
GESTANTES E PUÉRPERAS 300kcal acima das recomendadas para gestantes
GEMELARES com um único feto, ou seja, 600kcal acima da
recomendação para mulheres não grávidas (Dan 09)
A necessidade de ácidos graxos essenciais está
A gravidez múltipla frequentemente se relaciona a
aumentada (Dan)
mulheres com idade acima de 27 anos, IMC > 30kg/m2,
A quantidade de porções de quase todos os grupos
raça negra, aumento da paridade, história familiar (lado
de alimentos é maior para as gemelares:
materno), maior frequência de relações sexuais e
 Carnes e derivados as porções aumentam em 5
atualmente com as técnicas de fertilização.
vezes
Quanto ao volume sanguíneo, na gemelar este
 Óleos e gorduras aumento de 3 vezes
aumenta em torno de 50 a 60% contra 40 a 50% na
gestação única.  Laticínios aumento de 2,5 vezes
Fatores de risco ou complicações são mais Essas recomendações propiciam maior tempo
frequentes em gemelares e por isso essas gestações gestacional e peso dos bebês, e redução dos riscos de
são consideradas de risco materno e fetal, isso complicações pré e pós-parto.
acontece devido a:
 Idade avançada da mãe Vitaminas e minerais:
 Maior incidência de pré-eclâmpsia e anemia As recomendações precisas de vitaminas e minerais
 Descolamento prematuro da placenta não são bem conhecidas. Sabe-se que a necessidade
 Maior chance de ocorrência de hemorragia de ferro está aumentada (precisam de 1,8 mais que a
periventricular intrauterina, prolapso retal e gestante de feto único) (Dan). Segundo estudos, as
corioamnionite gestantes gemelares têm de 4 vezes mais risco de
desenvolver anemia, indicando aumento de 1,8 vezes
Repercussões da gestação gemelar: na necessidade de ferro em relação a gestação única.
 Parto pré-termo (+ frequente) (Dan e Chemin) Segundo o IOM a suplementação de ácido fólico é a
 Baixo peso ao nascer (Dan e Chemin) mesma da gestante de apenas um feto.
 6 vezes mais chance de ser hospitalizada durante a A suplementação com minerais como cálcio, zinco,
gestação magnésio, multivitaminas e ácidos graxos essenciais
 O gêmeo tem 7 vezes mais risco de morte no 1º ano parece reduzir as complicações da gravidez e melhora o
de vida prognóstico pós-natal de recém-nascidos de gestações
 Elevados índices de mortalidade perinatal (8,5%) - gemelares (Dan 09).
aumenta proporcionalmente com o número de fetos
(Dan) Recomendação de suplementação diária proposta
 Os bebês têm risco de desenvolver problemas pelo IOM: 15mg de zinco, 2mg de cobre, 250mg de
mentais, de aprendizagem e psíquicos cálcio, 2mg de vitamina B6, 300μg de ácido fólico, 50mg
de vitamina C, 5μg de vitamina D e 30mg de ferro
Cuidados nutricionais: depois da 12º semana.
A necessidade energética é aumentada, devido ao
maior ganho de peso, maior produção de tecido fetal e Suplementação de 3g de cálcio, 1,2g de magnésio e
materno, maior placenta entre outros (Dan). 45mg de zinco, com a prescrição de 2 comprimidos
multivitamínicos/dia após a 20º semana. Além de
suplementação de 1g de vitamina C e 400 UI de
Recomenda-se ingestão de:
vitamina E segundo estudo de Luke et al.
Baixo peso 4000 Kcal/dia
Eutrofia 3500 Kcal/dia Recomendação de ganho ponderal gestacional:
Sobrepeso 3250 Kcal/dia
Obeso 3000 Kcal/dia A gestação gemelar é dividida em 3 períodos: < 20ª
semana, entre 20 e 28 semanas e > 28ª semana.
Recomendações nutricionais para puérperas A gestação de gemelar requer maior ganho de peso,
gemelares: que é de cerca de 15,75 a 20,2kg – ou 680g por semana
durante o segundo e terceiro trimestre (Vitolo).
Nutrientes Recomendação
Acréscimo calórico 36kcal/kg + 500/600kcal / bebê Avaliação antropométrica de gestantes gemelares
Proteínas 20% (Accioly):
1g/kg + 16g (1º semestre)
1g/kg + 12g (a partir do 2º) Recomendação de ganho de peso (Dan):
Carboidratos 40% Gemelar Trigemelar
Lipídios 40% Semana de gestação 37 semanas 35 semanas
Peso estimado do RN 2500g 1500g

Considerações: Ganho de peso inferior a 385g por semana antes da


A alimentação deve ser composta de 3 refeições 24º semana está associado à RCIU e maior morbidade
diárias e 3 lanches dos bebês, mesmo que tenha um ganho adequado
Acréscimo de 20g de proteína contra 10g/dia na posterior até o fim da gestação.
mulher de gestação única

312
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Accioly:

Chemin:

Recomendações energéticas e proteicas (Accioly): Lactação em gemelares:


A puérpera de gêmeos produz o dobro de leite em
No caso da gestação gemelar de 2 fetos, o adicional comparação à mãe da gestação única, de modo que
energético deve ser de 1000kcal/dia e o proteico de 50 chega a produzir 1,2L no 1º mês e mais de 2L a partir
g/dia a partir da 20ª semana gestacional. do 2º mês. Essas mães têm dificuldades em iniciar e
principalmente em manter o aleitamento exclusivo e
Dan 17: frequente pelo menos até o 6º mês de vida.
Cada 100ml de leite contêm em média de 67 a
Estado nutricional Ganho de peso total (kg) 75kcal, com eficiência de produção em torno de 80 a
segundo IMC 90%. A concentração de lactose, proteínas, gorduras,
Baixo peso (< 18,5 kg/m2) Sem recomendações devido vitaminas e minerais é maior.
a evidências insuficientes Segundo estudos, a má nutrição, o vegetarianismo e
a hidratação inadequada interferem na produção do leite
Eutrofia (18,5 a 24,9 kg/m2) 16,8 a 24,5 diminuindo a quantidade, mas não na qualidade do
Sobrepeso (25 a 29,9/m2) 14,1 a 22 mesmo.
Obesidade (≥ 30 kg/m2) 11,4 a 19,1

313
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Krause 13:

Krause 18:

314
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

OBS: A média de ganho de massa corporal


gestacional para trigêmeos é de 45 a 51 libras (20,4 a
23,1 kg) no período de 32 a 34 semanas; para
quadrigêmeos, é de 46 a 68 libras (20,8 a 30,8 kg) em
31 a 32 semanas.

315
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
diminuindo sua sucção, pode alterar o sono do lactente
NUTRIÇÃO NA LACTAÇÃO e causar deficiências psicomotoras. O consumo acima
de 0,5g/kg de peso materno pode inibir o reflexo de
ejeção do leite (Chemin). A ingestão de álcool muda o
Estado nutricional materno e produção láctea odor do leite, levando a recusa pela criança e também a
menor poder de sucção que diminui a lactação (Vitolo).
A produção do leite é mais afetada pela frequência 
da sucção do lactente e o volume pode ser afetado pela Nicotina: A presença de nicotina no leite pode
hidratação materna, mas a composição varia de acordo causar vômitos, apatia, recusa de sucção, além de
com a dieta da mãe (Krause). Em caso de desnutrição retenção de urina e fezes (Chemin). A nicotina é
materna (Severa – Accioly / grave IMC <18,5 – Chemin) transferida para o LH em proporção ao número de
pode ocorrer diminuição da produção láctea (Krause). cigarros fumados e pode provocar irritabilidade no
Estudos recentes têm mostrado que para que o volume lactente e inibir a prolactina, reduzindo o volume de leite
de leite seja afetado, a desnutrição materna precisa ser produzido (Vitolo).
muito grave, mas que o conteúdo de gordura do leite é
reduzido em estágios menos graves da desnutrição Cafeína: Bebidas contendo cafeína influenciam no
(Chemin). teor de ferro do leite humano e consequentemente na
Sugere-se que proteínas antimicrobianas fornecidas reserva hepática do lactente. Ainda, causa insônia e
pelo leite materno podem ser secretadas em irritabilidade no bebê. A cafeína pode ser excretada no
quantidades menores se a mãe estiver desnutrida leite com pico 1 hora após a ingestão (Chemin). 1 xícara
(Krause). tem 100 a 150mg de cafeína (Vitolo).
Por outro lado, nutrizes com obesidade pré- 
gestacional e que apresentam ganho de peso excessivo Indicadores antropométricos:
durante a gestação apresentam risco aumentado de não O retorno ao peso pré-gestacional após o parto é
iniciar a lactação, e apresentar retardo da lactogênese II influenciado pelo edema durante a gestação, peso pré-
e de interromper o aleitamento materno mais gestacional, peso pós-parto, paridade, idade materna e
precocemente que nutrizes eutróficas (Accioly). O ganho de peso durante a gestação. Também estão
sobrepeso ou a obesidade podem dificultar o início ou a associados com a mudança de peso no pós-parto: raça,
manutenção da lactação. tabagismo, exercício, retorno ao trabalho fora do lar e
É possível que o tecido adiposo da nutriz concentre lactação (Chemin). Aproximadamente 20% das
progesterona, inibindo a lactogênese II. Além disso, a mulheres em lactação podem manter ou ganhar peso
leptina pode inibir a ação da ocitocina, tanto na inibição (Chemin).
de contrações uterinas quanto na ejeção do leite Segundo o IOM a taxa de perda de peso parece ser
(Accioly). constante de 0,6 a 0,8kg/mês nos primeiros 4 a 6 meses
de lactação, independentemente do peso corporal
 Nutrizes de baixo nível sócio econômico com inicial.
condições inadequadas de vida produzem de leite por Quanto maior o ganho ponderal, maior a retenção de
dia: peso (Accioly). O fato da mulher ser desnutrida com alta
paridade e mais idade as associa a grande perda de
400 a 700ml 1º semestre de lactação
peso pós- parto.
300 a 500ml 2º sem e 2º ano de lactação
O aleitamento materno parece não estar associado,
embora grande parte dos estudos encontre maior perda
 Nutrizes de bom nível sócio econômico produzem
de peso após o parto em mulheres que amamentam por
600 a 900ml de leite/dia.
mais tempo, outros referem pouca diferença na perda
de peso comparando métodos de aleitamento.
Essa variação está associada a condições
Entretanto, a perda de peso após o parto é geralmente
socioeconômicas difíceis e inadequada ingestão
maior nos primeiros 3 meses e naquelas que
dietética combinadas com trabalho físico pesado.
amamentam ao seio exclusivamente (Accioly).
A produção média de leite nos primeiros 6 meses
A retenção de peso durante a gravidez é de 0,5 a
pode variar de 550 até mais de 1.200ml/dia, de acordo
3,0kg, mas 14 a 20% das mulheres apresentam 5kg a
com a frequência da amamentação do bebê, com média
mais 6 a 18 meses após o parto e isso pode estar
de 750ml/dia (Krause e Chemin).
associado aumento do excesso de peso nas mulheres
No 2º semestre a produção pode cair para
no Brasil (Vitolo).
600ml/dia, neste período a maioria dos bebês está
Dietas com redução de 500kcal/dia associadas a
consumindo alimentos sólidos e então diminuem as
exercícios físicos proporcionam perda de peso e massa
mamadas e também a necessidade energética da
gorda, sem efeitos no volume e composição do leite
lactante (Krause e Chemin).
bem como velocidade de crescimento (Accioly).
Anticoncepcionais com estrogênio e progesterona
A recomendação sobre a perda de peso após o
inibem a prolactina, provocando diminuição da produção
parto será diferenciada de acordo com o estado
láctea (40%), retardando o crescimento do lactente a
nutricional da nutriz.
longo prazo.

Álcool:
Uso de bebidas alcoólicas em excesso (> 5
g/kg/peso equivalente a 2 latas de cerveja) podem
provocar diminuição da produção láctea (inibem
prolactina e ocitocina – Chemin).
Seu consumo experimentalmente levou a redução
do teor de vitamina A e aumento do conteúdo lipídico no
leite, além disso, o álcool ingerido pela mãe pode estar
Accioly: Perda de peso recomendada após o parto.
presente no leite materno e ser percebido pelo bebê,
316
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Índice de Meta Perda de peso
Massa recomendada Tab 1: Recomendações energéticas de lactação
Corporal exclusiva:
(IMC)
Conteúdo energético médio 70kcal/100ml
do leite de mães bem 67kcal (Krause)
< 18,5 Alcance de um -
nutridas
(baixo peso) IMC saudável Eficiência com que se 80% (76-94%)
(eutrofia) converte o leite materno em
energia láctea
≥ 18,50 e < Manutenção do - Secreção média de leite 800ml/dia
25 (eutrofia) peso dentro da (Krause) 750ml/dia
faixa de eutrofia Calorias produzidas em 560Kcal
800ml de leite humano
≥ 25,0 e < Perda de peso 0,5 a 1 kg/mês Calorias médias adicionais 700Kcal/dia
30 até atingir IMC requeridas para lactante
Reservas energéticas 2-4Kg
(sobrepeso) dentro da faixa
(depósito de gordura
de eutrofia corporal)
Aporte teórico de gordura 100-150kcal/dia
≥ 30,0 Perda de peso 0,5 a 2 kg/mês de depósito durante os 6
(obesidade) até atingir IMC primeiros meses
dentro da faixa Calorias adicionais 500kcal/dia
de eutrofia requeridas
Gasto energético para 85kcal
Nota: *Classificação do IMC segundo WHO, 2002. produção de 100ml de leite
(Krause)

A lactação é a fase de maior demanda energética,


As lactantes saudáveis podem perder até
ou seja, as necessidades energéticas são maiores que
454g/semana sem comprometer a quantidade de leite
durante a gestação, pois em 4 meses o lactente dobra
fornecida para manter o crescimento do lactente
seu peso ao nascer. Depende do volume e composição
(Krause).
do leite produzido e estado nutricional materno.
Considerando-se o acúmulo de ± 4kg na forma de
tecido adiposo durante a gestação e o tempo para o
Exigências energéticas na lactação
restabelecimento do equilíbrio hídrico (2 a 4 semanas),
a OMS recomenda o ponto de corte de 20,3kg/m 2 para
Krause:
nutrizes 30 dias pós-parto. E sugere que, IMC abaixo de
18,5 representa risco para o binômio mãe-filho durante a Varia de acordo com o 330kcal maior que a RDA
fase de lactação. semestre de lactação: Até de mulheres não grávidas
A avaliação da composição corporal pelas medidas 6 meses de lactação
de dobras cutâneas triciptal, biciptal, subescapular e Dos 6 aos 12 meses de 400kcal maior
suprailíaca possibilita estimar a quantidade de gordura lactação
localizada nas regiões periféricas e centrais do corpo e
auxiliam na avaliação da reserva adiposa materna Mulheres obesas e com sobrepeso podem não
necessária para lactação (Chemin). precisar do adicional.
A dobra triciptal é a mais usada em estudos, mas A mulher em lactação com sobrepeso pode restringir
tem seu uso limitado em nutrizes, pois durante a o seu consumo de energia em 500kcal por dia pela
gestação, a gordura corporal se mobiliza mais na região diminuição do consumo de alimentos ricos em gordura e
inferior do corpo. Neste caso, segundo a OMS, melhor açúcares simples, mas ela deve aumentar seu consumo
seria a utilização da circunferência da coxa. de alimentos ricos em cálcio e vitamina D,
especialmente frutas e hortaliças (Krause).

Vitolo:
As nutrizes com sobrepeso ou obesidade não devem
fazer dietas, pois esta é fator de estresse e que pode
prejudicar a lactação (Vitolo). Neste caso, o cálculo da
dieta deve ser feita sem considerar o adicional da
lactação e se o VET chegar a 2200kcal recomenda-se
que este seja o valor energético diário, e que se oriente
a nutriz quanto às porções alimentares com seus
equivalentes, considerando os alimentos de sua
preferência e disciplinando quanto os alimentos de baixo
valor nutricional e que são muito desejados neste
período (Vitolo).
A eliminação ou restrição para no máximo 2
copos/dia de produtos como suco de frutas, chás,
refrigerantes e refrescos, ajudam no controle da
ingestão energética (Vitolo).
Recomendações nutricionais

317
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
leite produzido possui uma composição de ácidos
graxos semelhante ao depósito de gordura materna
(Krause e Chemin).
A presença de ácidos graxos poliinsaturados de
cadeia longa na dieta materna é crucial para a retina
fetal e o desenvolvimento cerebral do lactente (Krause e
Chemin).

A AI para ácidos graxos poliinsaturados ômega 6


(linoléico – ácido araquidônico) é de 13g/dia e para
ômega 3 (linolênico – ácido docosaexaenóico DHA) é de
1,3g/dia na dieta (Krause).
As principais fontes de DHA são os peixes
gordurosos de água fria como as sardinhas, 2 a 3
refeições com peixe por semana durante a gravidez são
suficientes para fornecer as quantidades recomendadas,
outras opções de fontes são ovos enriquecidos,
suplementos de DHA, sementes de linhaça e as nozes,
especialmente seu óleo (Krause).
Chemin:
O colesterol está presente no leite na quantidade de
A exigência energética da lactação é estimada a
10 a 20mg/dl, resultando num consumo de 100mg/dia
partir do GET, adicionado da quantidade de energia
para o bebê. A quantidade de colesterol não varia com a
necessária para síntese de leite (representa um
dieta da mãe, mas seu conteúdo no leite reduz
aumento de 4 a 5% na TMB) e da mobilização das
conforme progride a lactação (Krause). A dieta não tem
reservas teciduais.
efeito considerável no colesterol do leite (Chemin).
Accioly:
Recomendação de carboidratos (Krause)
VET = GE (TMB x NAF) + adicional energético para
A EAR é 160g/dia e a AI é 210g/dia. Elas fornecem
lactação – energia para perda de peso
calorias suficientes para um volume adequado de leite,
para prevenir a cetonemia e para manter os níveis
Adicional de energia para lactação:
apropriados de glicose durante a lactação.
 675kcal/dia no 1º semestre
 460kcal/dia no 2º semestre Recomendação de vitaminas e minerais
Perda de peso: para cada Kg a ser perdido = 6500kcal Em relação as vitaminas, a necessidade de vitamina
Então: por ex. para perder 0,8kg: 0,8x6500 = E está aumentada em 4mg/dia. As necessidades das
5200kcal/mês = 170 kcal/dia vitaminas D e K não são alteradas na lactação em
Cálculo final: 675 – 170 kcal = adicional de 505 kcal no relação a mulheres não grávidas e não lactantes. As
1º semestre recomendações de vitamina C e complexo B são
Mulheres de BP não precisam desta dedução. maiores, e as concentrações de vitaminas
hidrossolúveis no LM dependem da ingestão materna e
Recomendação proteica
estão diminuídas nos casos de deficiência (Dan).
Os principais minerais, como cálcio, fósforo
Accioly:
magnésio, sódio, potássio e ferro não são afetados pela
Segundo: OMS 2007: NRC/RDA: ingestão dietética materna. Já os conteúdos de selênio
1º semestre 19g/dia 15g/dia e iodo são positivamente relacionados com a ingestão
2º semestre 12,5g/dia 12g/dia materna (Accioly). É recomendado um adicional de
5mcg/dia de selênio, para garantir adequada
Cálculo baseado em 1,1g/kg de peso desejável + concentração no leite e manter os estoques maternos
adicional. Ou utilizar 15% do VET. (Dan).
A DRI é a mesma da grávida: 71g. A RDA sugere Além disso, são nutrientes críticos a vitamina A,
adicional de 25g/dia de proteína/dia (Krause e Chemin). tiamina, riboflavina, vitaminas B6 e B12, selênio e
É baseada na composição do leite e volume médio iodopois a baixa ingestão e/ou estoques afetam
de 750ml, supondo uma eficiência de 70% na conversão adversamente a criança.
de proteína da dieta em proteína do leite (Krause). As necessidades estão aumentadas na lactação de:
Mulheres que tiveram parto cirúrgico e mulheres que vitaminas A, E, C, B1, B2, niacina, folato, B12 e dos
entraram na gestação com estado nutricional minerais: magnésio, zinco, iodo, selênio, cobre e
inadequado podem necessitar de proteína adicional manganês.
(Krause).
Seu conteúdo no leite tende a diminuir com a

Vitamina A
evolução da lactação e não é afetado pela desnutrição
A ingestão dietética materna de 1300μgRE produz
materna (Chemin).
leite humano com 60-70 μgRE/100ml dessa vitamina.
Seu conteúdo depende da dieta e do estoque hepático
Recomendação de lipídios
materno.
Deve fornecer de 20 a 35% das calorias totais.
A quantidade e o tipo de gordura refletem
diretamente a dieta materna. A restrição severa de
energia resulta em mobilização da gordura corporal e o
318
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
A OMS recomenda suplementação com alta dose  Ferro (Chemin)
(200.000 a 300.000UI) durante as primeiras 6 Apesar da excessiva perda de sangue no parto, a
semanas pós-parto, período em que o risco de uma demanda de ferro durante a lactação é reduzida em
nova gestação é mínimo, visando aumentar o retinol no 50% enquanto a mulher ainda está em amenorreia, se
leite humano e consequentemente melhorar o estado comparado a mulheres não lactantes e não gestantes.
nutricional da vitamina na criança (Chemin). Segundo o MS, em populações carentes, as nutrizes
Segundo o MS, em regiões de risco como o devem ser suplementadas no pós-parto imediato com
Nordeste e o Vale do Jequitinhonha (áreas de risco), 60mg de Fe elementar diariamente até o 3º mês pós
deve-se suplementar com megadoses (200.000UI - parto.
Chemin) no pós-parto imediato, ainda na maternidade
(Chemin e Vitolo). Zinco (Krause)
Ainda segundo o MS, nestas áreas a Vit A também No 3º mês de lactação os níveis caem de 3mg para
deve ser fornecida as crianças na forma de cápsula. 1mg/dia, tornando suas necessidades maiores do que
Para crianças de 6 a 11 meses de vida 100.000UI durante a gestação. Sua suplementação aumenta o seu
e para crianças de 12 a 59 meses 200.000UI conteúdo no leite humano.
(Vitolo).
É recomendado um adicional de vitamina A (500 a Cálcio
600mcg de retinol por dia) durante os primeiros 6 meses Recomendação para a lactação e gestação é a
(Dan). mesma (1000mg). O seu teor no leite não está
relacionado a dieta materna (Krause).
Vitamina D Após o parto, a mulher passa por um período de
Pequena quantidade é transferida para o leite, o qual amenorréia e hipoestrogenemia, que junto com a perda
contém de 0,05 a 0,15 μg/dl. A exposição ao sol de 210mg de cálcio por dia pelo leite, poderiam
também influencia no teor desta vitamina no leite. Têm prejudicar a mineralização óssea e causar osteoporose
maior risco de deficiência de vitamina D aquelas (Vitolo).
crianças que têm intolerância a lactose, que não tomam A perda de cálcio do esqueleto materno (3 a 7% -
leite fortificado com vit D ou não tomam um suplemento Krause) que ocorre durante a lactação não é prevenida
de vitaminas (Krause). por um aumento na sua ingestão (até 1600mg/dia –
Krause), porém aparentemente, o cálcio perdido é
Vitamina K recuperado com redução da lactação que ocorre
Para prevenção da doença hemorrágica do lactente, concomitante à introdução da alimentação
recomenda-se suplementação de 1,0 a 2,0mg de complementar (Chemin). Não evidências de que a
vitamina K para o neonato imediatamente após o parto. mulher deva aumentar seu consumo de cálcio em
quantidades superiores àquelas que estejam em fase de
Vitamina C lactação. O cálcio necessário durante a lactação é
O leite humano contém 5 a 6mg/dL e o aumento da obtido pelo aumento do consumo dietético, redução da
ingestão materna aumenta o conteúdo no leite. excreção renal e maior reabsorção óssea (Accioly).

Riboflavina Orientação nutricional: As consultas devem ser aos


Conteúdo no leite é cerca de 0,04mg/dL e varia 15, 30 e 90 dias pós-parto.
conforme a dieta. Em torno de 75% do adicional Orientar quanto à seleção e preparação dos
dietético é usado na produção de leite, sendo 0,34mg alimentos e deve ser recomendada a suplementação
transferidos por dia para o leite humano. medicamentosa na impossibilidade de adequação
energética.
Ácido fólico Estimular consumo de alimentos-fonte de vitamina
O leite humano contém 100 μg/dL de folato. A alta A, C e dos minerais cálcio e ferro.
incidência de anemia megaloblástica por deficiência de Esclarecer quanto à perda de peso adequada e
folato em nutrizes sugere que durante a lactação ocorra inadequada, desencorajando uso de medicamentos e
depleção das reservas maternas deste nutriente, dietas < 1500kcal (< 1800kcal/dia - Krause), pois estão
sugerindo que possa haver um mecanismo fisiológico relacionadas com a diminuição da produção de leite.
para manter níveis adequados deste nutriente no leite. Evitar dietas líquidas e medicamentos para
emagrecimento (Accioly).
Vitamina B6  Deve-se evitar períodos prolongados de jejum, com
Apenas 1% da ingestão materna é transferida para o fracionamento de 6 refeições/dia, mantendo a
leite. Sua quantidade no leite humano é influenciada regularidade na concentração energética das diferentes
pela dieta materna e pelo uso de contraceptivos orais refeições diárias, proporcionando níveis glicêmicos
(diminui). constantes (Chemin) x Fracionar o volume ajustado a
tolerância.
Vitamina B12 Estimular atividade física.
A concentração no leite humano depende da Desestimular uso de edulcorantes artificiais e
ingestão materna e dos estoques, podendo variar de 0,3 bebidas alcoólicas. Álcool: seu consumo deve ser
a 3,2 μg/L em mulheres com dieta mista a 0,05 a 0,075 inferior a 0,5g/kg de peso da nutriz (60ml de licor, 240ml
μg/L em vegetarianas estritas. de vinho ou 2 latas de cerveja) (Accioly). A ingestão de
álcool não é recomendada, mas a ingestão esporádica e
Selênio e iodo de preferência após a mamada não interfere na
As concentrações no leite variam de acordo com a dinâmica da lactação, entretanto a mãe não deve
ingestão materna (Krause). amamentar dentro de 2 horas depois de ter ingerido
bebida alcoólica (Vitolo).

319
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
Investigar tabus e práticas alimentares para
aumentar a produção de leite. Único galactogogo
seguro: esvaziamento completo dos seios.
Não há evidências suficientes que indiquem
restrição de alimentos da dieta materna para prevenção
de alergias alimentares no lactente (Accioly).
Recomendar a ingestão de líquidos. Devem ser
estimulados o consumo de pelo menos de 2 a 3L de
água por dia (Krause) x Deve-se ingerir de 2 a 3 litros de
líquidos diariamente para garantir a produção do leite
(Chemin) x A recomendação de ingestão líquida total
por dia é de 3,8 L/dia, onde cerca de 3,1L deverão ser
de água e outras bebidas (Accioly)
Recomendar a prática de caminhada 30 minutos ao
dia, iniciando com 10 minutos ao dia para indivíduos
sedentários (Accioly).
A ingestão de peixe 3 vezes/semana garante os
níveis de ômega 3 no LH, proporcionando substratos
para o desenvolvimento do sistema nervoso e da retina
do lactente (Vitolo).

Cafeína
 Chemin Pode ser excretada no leite. O consumo
de uma xícara de café pela nutriz fornece para o
lactente 1,5 a 3,1mg de cafeína. Quantidades maiores
de ingestão materna levam a acúmulo de cafeína no
sangue do lactente, que faz sua eliminação lentamente.
 Accioly Restringir o uso de bebidas contendo
cafeína a 2 xíc/dia.
 Vitolo  A ingestão de cafeína por mães que
amamentam não é contraindicada pela AAP. Mas a
velocidade de remoção da cafeína é muito lenta e então
a lactante não deve ultrapassar 3 xícaras/dia.

320
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Chemin:

321
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

Nutriz DRI
14-18/19-30/31-50 *AI
IDR (Accioly) (Krause)
Vitaminas lipossolúveis

A (μg/dia) 1200 / 1300 / 1300 1200 / 1300

D (μg/dia)* 5 5

E (α-tocoferol mg/dia) 19 19

K (μg/dia) 75 / 90 / 90 75 / 90

Vitaminas Hidrossolúveis

B1 (mg/dia) 1,4 1,4

B2 (mg/dia) 1,6 1,6

B6 (mg/dia) 2 2

B12 (μg/dia) 2,8 2,8

C (mg/dia) 115 / 120 / 120 115 / 120

Niacina (mg/dia EN) 17 17

Folato (μg/dia) 500 500

Biotina (μg/dia)* 35

Ácido pantotênico(mg/dia)* 7

Colina (mg/dia)* 550

Minerais

Ferro (mg/dia) 10 / 9 / 9 10 / 9

Cálcio (mg/dia)* 1300 / 1000 / 1000 1300 / 1000

Fósforo (mg/dia) 1250 / 700 / 700 1250 / 700

Zinco (mg/dia) 14 / 12 / 12 13 / 12

Cobre (μg/dia) 1300 1300

Cromo (μg/dia) 44 / 45 / 45

Magnésio (mg/dia) 360 / 310 / 320 360 / 310

Manganês (mg/dia) 2,6

Iodo (μg/dia) 290 290

Flúor (mg/dia)* 3 3

Selênio (μg/dia) 70 70

322
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

QUESTÕES: 4) Para uma gestante que desenvolveu diabetes


gestacional, o nutricionista pode adotar como um dos
1) Entre as complicações mais frequentes relacionadas métodos de orientação dietética, a distribuição
com a gravidez na adolescência, pode-se citar: energética por refeições. Assim, após a estimativa do
(A) toxemia aguda e disfunção uterina valor energético total (VET) da dieta, este pode ser
(B) hipotensão e parto prolongado distribuído pelas refeições ao longo do dia em
(C) cardiopatia e parto pós termo (Residência Multiprofissional, UFRJ, 2015):
(D) infecção vaginal e agalactia (A) Desjejum e merenda – 5 a 20%; Colação – 10%;
(E) anemia e desnutrição Almoço e jantar – 20 a 30%; Ceia – 10% do VET.
(B) Desjejum e merenda – 10 a 15%; Colação – 5 a
2) As Síndromes Hipertensivas da Gravidez 10%; Almoço e jantar – 20 a 30%; Ceia – 5 a 10% do
representam importante causa de internação e de óbitos VET.
maternos, acarretando repercussões negativas para o (C) Desjejum e merenda – 10%; Colação – 10%;
feto, como restrição do crescimento intrauterino, parto Almoço e jantar – 25 a 40% do VET.
prematuro e, sofrimento fetal. A Organização Mundial da (D) Desjejum – 20 a 25%; Almoço e jantar – 20 a 30%;
Saúde em 2016 revisou as recomendações de Ceia – 15% do VET.
intervenção nutricional para a prevenção desta
intercorrência gestacional e recomenda (Residência 5) A gestante CMB, tem 36 anos de idade, cor da pele
Multiprofissional, UFRJ, 2018): negra, índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional =
a) A restrição do ganho de peso materno deve ser 31 kg/m2, apresenta quadro de hipertensão arterial
indicada para as gestantes com sobrepeso ou obesas (150/100 mmHg) diagnosticado com 22 semanas de
visando a prevenção da hipertensão gestacional, sendo gestação, acompanhado de proteinúria (1,2 g em 24
recomendada a faixa mínima de ganho de peso total horas), níveis séricos de creatinina = 0,8 mg/dL.
para essas categorias de Índice de Massa Corporal Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico e a
(IMC) pré-gestacional. conduta adequados para essa gestante (Residência
b) A orientação dietética deve ser baseada na dieta Multiprofissional, UFRJ, 2015):
hipossódica, hiperprotêica e pobre em gorduras (A) pré-eclâmpsia grave e, deve ser hospitalizada
saturadas associada à restrição do ganho de peso durante toda a gestação até o parto, devendo ser
gestacional semanal para prevenção das Síndromes prescrita dieta hipossódica (3 g de sal de adição por
Hipertensivas da Gravidez. dia).
c) O suplemento de múltiplos micronutrientes deve ser (B) pré-eclâmpsia leve e, deve ser hospitalizada,
prescrito na gestação para melhorar os resultados preferencialmente, devendo ser prescrita dieta
maternos e perinatais, especialmente para a prevenção normossódica.
das Síndromes Hipertensivas da Gravidez. (C) pré-eclâmpsia leve e, deve ser hospitalizada,
d) Para populações com baixa ingestão diária de cálcio, devendo ser prescrita dieta hipossódica (2 g de sal de
são recomendados suplementos diários de cálcio (1,5– adição por dia) e suplementação de cálcio para todos os
2,0 g) de cálcio elementar oral) visando a prevenção de casos. (D) eclâmpsia leve e, deve ser hospitalizada,
pré-eclâmpsia. obrigatoriamente, devendo ser prescrita dieta
hipossódica (2 g de sal de adição por dia).
3) Na avaliação nutricional das gestantes adolescentes
(menor de 20 anos) e na programação do ganho de 6) As gestantes com diagnóstico de diabetes pré-
peso gestacional, o Ministério da Saúde (2013) gestacional devem ser acompanhadas em centros de
recomenda no Manual de Baixo Risco (Residência assistência terciária por equipe multidisciplinar, incluindo
Multiprofissional, UFRJ, 2018): o nutricionista. Segundo o Ministério da Saúde
a) Para as adolescentes que engravidaram dois ou mais (Gestação de Alto Risco - Manual Técnico. 5ª edição.
anos depois da menarca (geralmente maiores de 15 Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília:
anos), a interpretação dos achados da avaliação Ministério da Saúde; 2010), dentre as recomendações
antropométrica com base no Índice de Massa Corporal específicas para esses casos temos (Residência
(IMC) inicial, indicará baixo peso em muitas. Multiprofissional, UFRJ, 2014):
b) Na programação do ganho de peso recomendado a) Para as gestantes de baixo peso ou magras
(em kg) na gestação, segundo o estado nutricional (IMC<19kg/m2) a ingestão energética diária deve ser
inicial para as gestantes adolescentes, deve-se em torno de 50kcal/Kg/dia para promoção de ganho de
recomendar o limite máximo de ganho de peso semanal peso adequado
e total, correspondente a cada categoria de IMC pré- b) Para as gestantes com sobrepeso e obesidade pré-
gestacional ou inicial. gestacional, a recomendação de ganho de peso
c) A avaliação da estatura da gestante adolescente gestacional total é de 7-11,5kg e 5-7kg respectivamente
deverá ser realizada pelo menos trimestralmente c) Carboidratos de absorção rápida, como o açúcar
durante a gestação e o peso materno deve ser avaliado comum, nunca devem ser permitidos para as gestantes
em todas as consultas de pré-natal. diabéticas e os adoçantes artificiais não calóricos devem
d) Na avaliação do IMC para o diagnóstico inicial da ser utilizados em substituição
gestante, o ideal é que seja calculado o IMC pré- d) Para as gestantes com índice de massa corporal
gestacional com o peso referido ou o IMC calculado a (IMC) normal, a ingestão energética diária deve ser
partir de medição do peso realizada até a 16ª semana estimada na base de 30–35 Kcal/Kg. Para gestantes
gestacional. com sobrepeso ou obesas, devem ser recomendadas
pequenas reduções na ingestão energética (dietas com
24kcal/Kg/dia)

323
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
(C) 7g / ganho recomendado
7) O agravamento da pré-eclampsia é denominado (D) 2g / manutenção
síndrome HELLP e caracteriza-se pela conjunção de
três fatores simultaneamente, a saber (Residência
Multiprofissional, UFRJ, 2014): 13) Nádia tem 28 anos, está na 16ª semana de
a) Hemólise, elevação de enzimas hepáticas e gestação e foi atendida no ambulatório de Nutrição.
plaquetopenia Relata ser diabética e estar preocupada com o uso de
b) Icterícia, insuficiência renal e descolamento de adoçantes na gravidez. Sua anamnese alimentar
placenta evidência uso de adoçante à base de sacarina e
c) Cianose, hemólise e icterícia ciclamato no café com leite e no suco de laranja, além
d) Plaquetopenia, insuficiência renal e cianose do consumo de iogurte diet e gelatina light. O
nutricionista que atendeu Nádia, orientou-a a (HUPE,
8) Na prevenção das Síndromes Hipertensivas da 2010):
Gravidez, a suplementação de um mineral tem sido A) usar açúcar light no suco de laranja
sugerida, pois a baixa ingestão desse nutriente resulta B) consumir gelatina light com ciclamato
em aumento do hormônio paratireoideano, que aumenta C) adoçar o café com leite com aspartame
a reatividade muscular produzindo vasoconstricção e D) preferir iogurte diet a base de taurnatina
aumento da pressão arterial. Esse nutriente é (UFRJ
2011): 14) Os edulcorantes recomendados para uso na
(A) cobre gestação, atentando para recomendação máxima,
(B) cálcio segundo a American Diabetes Association são
(C) fósforo (Residência Multiprofissional, UFRJ, 2012):
(D) zinco a) acessulfame K, sucralose, sorbitol e stévia
b) frutose, stévia e sucralose
9) Segundo Accioly, são considerados fatores de risco c) acessulfame K, aspartame, neotame, sacarina e
associados com a Diabetes Gestacional (Piraí 2009): sucralose
A) história familiar de diabetes, baixa estatura e ganho d) frutose, ciclamato de sódio e neotame
ponderal excessivo;
B) mãe portadora de DM tipo II, alta estatura e história 15) Nádia tem 28 anos, está na 16a semana de
de macrossomia; gestação e foi atendida no ambulatório de Nutrição.
C) antecedentes obstétricos insatisfatórios, malformação Relata ser diabética e estar preocupada com o uso de
congênita e idade materna < 20 anos; adoçantes na gravidez. Sua anamnese alimentar
D) retardo do crescimento intrauterino, malformação evidencia uso de adoçante à base de sacarina
congênita, ganho ponderal insuficiente; eciclamato no café com leite e no suco de laranja, além
E) morte fetal tardia de causa inexplicável, crescimento do consumo de iogurte diet e gelatina light. O
fetal adequado, altura uterina menor que a esperada. nutricionista que atendeu Nádia, orientou-a a (UERJ
2009):
10) Em relação a uma gestante diabética, o seu (A) usar açúcar light no suco de laranja
requerimento de insulina: (Contagem – MG) (B) consumir gelatina light com ciclamato
(A) Diminui durante a gravidez e volta aos níveis (C) adoçar o café com leite com aspartame
anteriores logo depois do parto. (D) preferir iogurte diet a base de taurnatina
(B) Aumenta durante a gravidez e volta aos níveis
anteriores logo depois do parto. 16) O consumo excessivo de cafeína pode reduzir, no
(C) Permanece inalterado durante toda a gestação e leite humano, o teor de (SES, 2011):
puerpério. A) zinco
(D) Permanece inalterado durante a gravidez e irá B) manganês
aumentar somente depois do parto. C) ferro
D) selênio
11) Uma gestante com o peso ideal, com diagnóstico de
Diabetes Mellitus gestacional, deve ter um aporte 17) Durante a gestação, o edema pode ser oculto,
calórico (kcal/kg) no primeiro trimestre em torno de: mascarado pelo rápido ganho de peso, ou visível,
(Bolsista 1998) quando formado cacifo. Essa manifestação da Síndrome
(A) 25 Hipertensiva da Gravidez (SHG) em evolução pode ser
(B) 32 caracterizada por um ganho de peso de (Prefeitura de
(C) 40 Vassouras, 2012):
(D) 45 A) 1 kg/semana ou 3 kg/mês.
(E) 50 B) 0,9 kg/semana ou 2,7 kg/mês.
C) 0,8 kg/semana ou 2,4 kg/mês.
12) Madalena tem 32 anos, é primigesta sem história D) 0,7 kg/semana ou 2,1 kg/mês.
de doenças pregressas e encontra-se na 16ª semana E) 0,6 kg/semana ou 1,8 kg/mês.
gestacional. Foi encaminhada ao ambulatório de
Nutrição do pré-natal por ter apresentado pressão
arterial de 150 X 95 mmHg em duas consultas médicas 18) Nutriente de limitado transporte placentário e em
consecutivas. Seu IMC pré-gestacional era de 31 e seu baixa concentração no leite materno cuja deficiência
ganho de peso foi de 3 Kg. está relacionada com a doença hemorrágica do recém
A dieta de Madalena deverá objetivar, em relação à nascido é: (Piauí)
ingestão diária máxima de NaCl e ao peso, (A) Vitamina E
respectivamente (HUPE, 2009): (B) Cobre
(A) 9g / ganho 20% < que o recomendado (C) Vitamina A
(B) 3g / perda de 200g / semana (D) Selênio
324
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
(E) Vitamina K 25) As síndromes hipertensivas da gravidez estão entre
as principais causas de morbimortalidade materna e
19) Uma gestante que na 36ª semana gestacional, fetal. Em relação aos principais fatores de risco das
apresenta edema em membros inferiores, pressão síndromes hipertensivas da gravidez, analise as
arterial de 130 x 80 mmHg e ganho ponderal excessivo, assertivas abaixo:
necessita, como cuidado nutricional, de dieta: (Marinha
2004) I. Dieta com maior teor de proteína está associada à
(A) Hipossódica, hipocalórica e normoproteica maior prevalência de síndromes hipertensivas da
(B) Hiperssódica, hipercalórica e hiperproteica gravidez. II. A influência da distribuição geográfica,
(C) Normossódica, normocalórica e hiperproteica clima e nutrição se entrelaçam. III. A ocorrência se dá,
(D) Hipossódica, hipocalórica e hipoproteica principalmente, em primigestas e nulíparas. IV.
(E) Hipossódica, hipercalórica e hiperproteica Adolescentes com 16 anos ou menos de idade têm
maior incidência em comparação com adolescentes com
20) A gestante adolescente com idade acima de 14 idade maior que 16 anos.
anos apresenta necessidades nutricionais aumentadas
em relação às gestantes não adolescentes quanto Estão CORRETAS as assertivas (UNIRIO, 2019):
(Marinha, 2011):
(A) ao cálcio (A) I e III, apenas.
(B) ao fósforo (B) II e III, apenas.
(C) ao ferro (C) I, II e III, apenas.
(D) ao potássio (D) II, III e IV, apenas.
(E) à vitamina D (E) I, II, III e IV.

26) Uma gestante com sobrepeso pré-gestacional e


21) O nutriente cuja suplementação na gestação pode hipertensão gestacional estágio I, acompanhada no
auxiliar na prevenção da síndrome hipertensiva da ambulatório de pré-natal, foi encaminhada para
gravidez é a (o) (Conab): avaliação nutricional. A dieta a ser recomendada para
(A) tiamina essa gestante deve ser adequada para ganho de peso
(B) ferro total de (UERJ, 2019):
(C) cálcio
(D) cobre (A) 7 a 11,5kg com até 6g NaCl/dia
(B) 7 a 11,5kg com até 2g NaCl/dia
(E) folato
(C) 5 a 9kg com até 6g NaCl/dia
(D) 5 a 9kg com até 2g NaCl/dia
22) Gestantes fazem parte do grupo de risco para o
desenvolvimento da anemia ferropriva. Os principais
27) Em relação à suplementação de vitaminas e
componentes dos requerimentos de ferro na gestação
minerais na gestação de adultas e adolescentes, as
estão relacionados aos seguintes fatores (UNIRIO,
recentes recomendações da Organização Mundial da
2019):
Saúde (2016) sobre os cuidados pré-natais para uma
experiência positiva na gravidez preconizam:
(A) Perdas basais de ferro e de placenta.
(B) Crescimento fetal e perdas basais de ferro.
(A) a suplementação de múltiplos micronutrientes às
(C) Placenta e aumento da massa de eritrócitos.
grávidas para melhorar os resultados maternos e
(D) Baixo consumo dietético e perdas basais de ferro.
perinatais, tais como prevenção da anemia materna, da
(E) Aumento da massa de eritrócitos e crescimento fetal.
infecção puerperal e do baixo peso ao nascer.
(B) a suplementação diária de ferro e ácido fólico, sendo
23) Os hormônios produzidos na gestação são
de 30 mg a 60 mg de ferro elementar e de 400 µg de
responsáveis pelas modificações corporais nas
ácido fólico para as gestantes, visando a prevenção da
gestantes. O hormônio produzido antes de 8 e 9
anemia gestacional, da infecção puerperal e do baixo
semanas de gestação, que favorece a deposição
peso ao nascer e parto prematuro.
materna de gordura e estimula o apetite materno na
(C) As suplementações de vitamina B6 (piridoxina), C e
primeira metade da gestação, é denominado (UNIRIO,
E são recomendadas na gestação para melhorar a
2019):
sintomatologia digestiva e prevenir as Síndromes
Hipertensivas da Gravidez.
(A) Tireoxina.
(D) O uso de suplemento de vitamina D é recomendado
(B) Estrogênio.
durante toda a gestação para prevenção da cárie dental
(C) Progesterona.
materna, hipertensão gestacional, e também para
(D) Hormônio de crescimento.
melhorar o peso ao nascer.
(E) Gonadotrofina coriônica humana.
28) As Síndromes Hipertensivas da Gravidez
24) Náuseas e vômitos são sintomas comuns no início
representam importante causa de internação e de óbitos
da gestação. As orientações nutricionais para os
maternos, acarretando repercussões negativas para o
sintomas de náuseas e vômitos incluem, EXCETO
feto, como restrição do crescimento intrauterino, parto
(UNIRIO, 2019):
prematuro e, sofrimento fetal. A Organização Mundial da
Saúde em 2016 revisou as recomendações de
(A) Consumir dieta com menor volume.
intervenção nutricional para a prevenção desta
(B) Evitar frituras e alimentos gordurosos.
intercorrência gestacional e recomenda: a
(C) Preferir alimentos líquidos pela manhã.
(A) A restrição do ganho de peso materno deve ser
(D) Modificar o tempero das preparações.
indicada para as gestantes com sobrepeso ou obesas
(E) Ingerir bastante líquido nos intervalos das refeições.
visando a prevenção da hipertensão gestacional, sendo

325
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira
recomendada a faixa mínima de ganho de peso total
para essas categorias de Índice de Massa Corporal
(IMC) pré-gestacional.
(B) A orientação dietética deve ser baseada na dieta
hipossódica, hiperprotêica e pobre em gorduras
saturadas associada à restrição do ganho de peso
gestacional semanal para prevenção das Síndromes
Hipertensivas da Gravidez.
(C) O suplemento de múltiplos micronutrientes deve ser
prescrito na gestação para melhorar os resultados
maternos e perinatais, especialmente para a prevenção
das Síndromes Hipertensivas da Gravidez.
(D) Para populações com baixa ingestão diária de
cálcio, são recomendados suplementos diários de cálcio
(1,5–2,0 g) de cálcio elementar oral) visando a
prevenção de pré-eclâmpsia.

GABARITO:

1A 9A 17 A 25 D
2D 10 B 18 E 26 A
3C 11 B 19 C 27 B
4B 12 C 20 C 28 D
5B 13 C 21 C
6D 14 C 22 E
7C 15 C 23 C
8B 16 C 24 C

326
Capítulo elaborado por Jamile Nogueira

327

Você também pode gostar