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HIPOVITAMINOSE A

Alunos: Ana Beatriz Mafra ID:269743.


Isabely Oliveira Kalan ID: 268770.
Lorena Ramos Nicolelli ID: 269330.
Rayssa de Moraes ID: 269255.
Victor Luiz Palmieri Dias Anselmo ID: 207676.

DEFINIÇÃO:
A hipovitaminose A é uma condição caracterizada pela deficiência de vitamina A no
organismo. A vitamina A é lipossolúvel, ou seja, solúvel em gorduras, e, desempenha um
papel essencial no funcionamento adequado do sistema imunológico, na visão, no
crescimento e desenvolvimento celular, reprodução e saúde da pele. É importante buscar
orientação médica e de um nutricionista para o diagnóstico e tratamento adequados da
hipovitaminose A.

DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico da hipovitaminose A geralmente é baseado em uma combinação se
sinais clínicos, histórico alimentar e exames laboratoriais. Importante ressaltar que o
diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde qualificado, como um médico ou
nutricionista, com base em uma avaliação clínica completa e resultados dos exames.
Algumas abordagens comuns:
Avaliação clínica: o médico avalia os sintomas relatados pelo paciente, como problemas de
visão, pele seca e escamosa, comprometimento do sistema imunológico e histórico
alimentar inadequado. Podendo levar a suspeita de hipovitaminose A.
Exames físicos e teste da função visual: como essa hipovitaminose está muito associada a
problemas de visão como sinais podem estar sintomas como xeroftalmia (ressecamento e
opacificação da córnea), manchas de Bitot (manchas esbranquiçadas na conjuntiva ocular)
e ceratomalácia (amolecimento da córnea).
Exames laboratoriais: exames de sangue podem ser solicitados para medir os níveis de
vitamina A. Dosagem de retinol sérico, retinol ligado à proteína de transporte (RBP) e o
índice de saturação da RBP.

SINAIS E SINTOMAS:
A hipovitaminose A pode apresentar uma variedade de sinais e sintomas, que
podem variar em gravidade. Sinais esses avaliados na abordagem clínica do profissional
de saúde para diagnóstico preciso. Entre os mais comuns estão: problemas na visão, pele
seca e escamosa, comprometimento do sistema imunológico, agravamento de infecções,
atraso no crescimento e desenvolvimento sendo ele físico e mental.

PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA:
A prevalência e incidência da hipovitaminose A pode variar de acordo com a região
do mundo, sendo mais recorrente em áreas onde a desnutrição e falta de alimentos ricos
desse micronutriente é comum. Ela é mais prevalente em países em desenvolvimento,
onde as condições de saúde podem ser mais precárias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cerca de
250 milhões de crianças em todo mundo sejam afetadas pela deficiência da vitamina A,
com alto índice na África Subsaariana e do Sudeste Asiático.
A DVA é considerada um problema de saúde pública nos países em
desenvolvimento, atingindo principalmente crianças, gestantes e nutrizes. Estima-se que a
DVA atinja 96 países no mundo. (SILVA. 2007)
Há uma relação da DVA com a mortalidade materna, principalmente em regiões
menos desenvolvidas. Um estudo dessa relação, feito no Nepal, mostrou que a
suplementação de VA em baixas doses semanais, durante o pré-natal, proporcionou uma
redução de 44% na mortalidade das gestantes, pois a taxa de mortalidade materna no
Nepal é muito elevada, sendo 125 vezes maior do que a dos Estados Unidos, a cegueira
noturna dessas mulheres manifesta-se em torno de 10 a 20%. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2007)
No Brasil, evidências de DVA e xeroftalmia são encontradas na região Nordeste,
mas também, de modo disperso, em áreas setentrionais e meridionais, sendo uma
carência endêmica. (DINIZ, 2000). Na década de 90, um estudo de revisão mostrou que
50,0% das gestantes do município de Campinas apresentavam hipovitaminose A.
(GERALDO, PAIVA, PITAS, GODOY, CAMPANA, 2003)

GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS:


Alguns grupos populacionais são considerados mais vulneráveis à hipovitaminose A
devido fatores específicos, entre eles estão:
1- Crianças pequenas: por estarem em fase de crescimento e a vitamina A ser
essencial nesse processo. No caso de crianças em fase da amamentação a mãe
também precisa estar nutrida corretamente.
2- Mulheres grávidas e lactantes: para que se tenha um desenvolvimento adequado do
feto e produção do leite.
3- Populações com baixa renda e acesso limitado a alimentos ricos em vitamina A:
locais em que a pobreza e a insegurança alimentar se fazem presente aumenta o
risco da deficiência desse micronutriente.
4- População em áreas afetadas por conflitos e crises humanitárias: questões que
prejudicam a soberania alimentar de um país, guerras, conflitos prejudicam o
acesso a alimentos e serviços de saúde adequados.
5- Pessoas com distúrbios de absorção de gordura: a vitamina A é uma vitamina
lipossolúvel, o que significa que para absorção adequada necessita-se da presença
de gordura. Doença celíaca, fibrose clínica ou doença inflamatória intestinal podem
ter dificuldade em absorver adequadamente a vitamina A.

PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DETERMINANTES:


Existe várias causas e fatores que podem contribuir, entre eles podemos citar:
1- Dieta pobre em alimentos ricos em vitamina A como cenoura (que possui o
betacaroteno, que é convertido em vitamina A pelo organismo), frutas e vegetais de
cor laranja e amarela, batata doce, espinafre, ovos, laticínios, fígado. Podendo ser
por falta de informação /instrução adequada ou acesso limitado a alimentos que
contém esse micronutriente.
2- Baixa biodisponibilidade, ou seja, mesmo que a pessoa consuma a quantidade
adequada dessa vitamina sua absorção pode ser prejudicada por fatores como falta
de gordura na dieta, doenças do trato intestinal ou deficiência de outros nutrientes
essenciais para sua absorção, como o zinco.
3- Problemas na absorção de gordura
4- Aumento da necessidade como no caso de crianças, gestantes e lactantes, por
exemplo.
5- Condições de saúde como doenças hepáticas, desnutrição, parasitas.

CONSEQUÊNCIAS:
A hipovitaminose A pode trazer diversas consequências negativas para a saúde
como problemas oculares, comprometimento do sistema imunológico, aumento do risco
da mortalidade infantil, impacto na saúde materna, atraso no crescimento e
desenvolvimento cognitivo. Mas, é importante ressaltar que esse problema pode ser
prevenido ou tratado com base na alimentação ou suplementação se for o caso.

INTERVENÇÕES:
O governo desempenha um papel importante na prevenção da hipovitaminose A por
meios de intervenções em saúde pública
O Vitamina A Mais – Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A – é um
programado Ministério da Saúde que busca reduzir e controlar a deficiência nutricional
de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto imediato
(antes da alta hospitalar), residentes em regiões consideradas de risco. Além disso, o
governo incentiva:
• O aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e complementar até 2 anos de
idade, pelo menos.
• A promoção da alimentação saudável, assegurando informações para incentivar o
consumo de alimentos ricos em vitamina A pela população.
• A fortificação de alimentos com os micronutrientes necessários ao indivíduo,
incluindo a vitamina A.
Tudo isso faz parte da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). A PNAN
é uma resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) para reorganizar, qualificar e
aperfeiçoar suas ações para o enfrentamento da complexidade da situação alimentar e
nutricional da população brasileira.

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS:
No Brasil, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) coordena as
pesquisas em andamento sobre biofortificação de alimentos, como para arroz, feijão,
batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, trigo e abóbora (NUTTI, 2006). Em outros
países, como nas Filipinas, existem estudos em biofortificação de sementes de arroz
enriquecidas com ferro. Na Alemanha introduziu-se o ß-caroteno no endosperma do arroz
para produção do “Arroz Dourado” e, em Uganda, a batata doce está sendo biofortificada
com caroteno de forma eficiente (ZANCUL, 2004)
A vitamina A atua na manutenção da visão, no funcionamento adequado do sistema
imunológico e mantêm saudáveis as mucosas, atuando como barreira contra as infecções.
A fortificação com vitamina A é realizada com a utilização de carotenóides, pelo fato destes
apresentarem menor toxicidade quando comparados a vitamina A na sua forma íntegra
(ZANCUL, 2004).
A deficiência por vitamina A é um problema de saúde pública mundial. Em longo
prazo a fortificação de alimentos com vitamina A é uma alternativa efetiva no combate ao
problema (MILAGRES et al. 2007).
No Brasil a deficiência de vitamina A ocorre em todas as regiões sem restringir as
áreas mais pobres. Um dos alimentos mais utilizados na fortificação com essa vitamina é o
óleo vegetal, consistindo assim em uma técnica simples e de baixo custo. A técnica
utilizada no óleo vegetal consiste em adicionar à vitamina A ao óleo usado na alimentação
básica para cozimento de arroz, pois a vitamina se conserva estável durante o
aquecimento mostrando ser eficaz para a fortificação. Em alguns estudos, esta técnica
mostrou um significativo aumento das reservas desta vitamina no fígado. Outros alimentos
que funcionam como veículo de fortificação com vitamina A são: a margarina, o açúcar,
bolachas, bebidas, macarrão e leite (ZANCUL, 2004).
Dentre o público-alvo para suplementação de vitamina A o grupo pré-escolar está
sob maior risco para o desenvolvimento de hipovitaminose A devido ao processo rápido de
crescimento e desenvolvimento, com consequente aumento das necessidades da vitamina.
Assim, medidas de intervenção são factíveis a curto e médio prazo, tais como a
suplementação com doses regulares e a fortificação de alimentos. Os suplementos são
uma das alternativas nos casos em que a disponibilidade local de alimentos fonte ou
ausência de alimentos enriquecidos venha a comprometer a ingestão adequada dessa
vitamina. A fortificação, por sua vez, constitui alternativa autossustentável de assegurar à
ingestão contínua de vitamina A (RAMALHO et al., 2001).
Pesquisas científicas demonstram que a suplementação e fortificação com vitamina
A possuem relevância no controle da anemia, principalmente em países em
desenvolvimento, onde essa enfermidade é mais prevalente, portanto são necessários
mais estudos para comprovação da eficácia da interação entre o ferro e a vitamina A
(NETTO et al., 2007).

De acordo com o médico urologista Dr. Fernando Ferreira Chagas (CRM 4894), a
vitamina A também altera a qualidade do esperma, segundo ele: “A vitamina A está
diretamente relacionada com a produção de hormônios sexuais masculinos. A sua
carência pode reduzir o volume de sêmen e a quantidade dos espermatozoides.

Além disso, níveis baixos dessa vitamina podem provocar o envelhecimento


prematuro dos espermatozoides, prejudicando a fertilidade masculina.

Para melhorar a qualidade do esperma e manter os níveis necessários de vitamina


A, é importante procurar um médico. Alguns alimentos contêm essa substância, como
ovos, fígado, brócolis, algumas frutas, entre outros, mas em determinados casos a
suplementação é necessária. ”

SISVAN:

O SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) corresponde a um sistema


de informações que tem como objetivo principal promover informação contínua sobre as
condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam. É possível analisar
vários dados relacionados a nutrição no site oficial.
AMBOS OS GRÁFICOS COM DADOS OFICIAIS DO SITE OFICIAL DO SISVAN.

REFERÊNCIAS:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na
assistência à saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.

DINIZ AS, SANTOS LMP. Hipovitaminose A e xeroftalmia. J Ped 2000; 16: 311-322.

GERALDO RRC, PAIVA SAR, PITAS AMCS, GODOY I, CAMPANA AO. Distribuição da
hipovitaminose A no Brasil nas últimas quatro décadas: ingestão alimentar, sinais clínicos e
dados bioquímicos. Revista de Nutrição. Campinas 2003; 15: 443-460.

MILAGRES, R. C. R. M. et al.; A deficiência de vitamina A em crianças no Brasil e no


mundo. Ciências e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 5, p. 1253-1266, set./out.
2007.
MS (Ministério da Saúde). Caderno de atenção básica: carência de micronutrientes.
Brasília 2007; 20: 8-22.

NETTO, M. P. et al. Interação entre vitamina A e ferro em diferentes grupos populacionais.


Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 7, n. 1, p. 15-22, jan./mar. 2007.

NUTTI, M. A. Biofortificação como ferramenta para combate a deficiências em


micronutrientes. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2006.

RAMALHO, R. A. et al. Valores séricos de vitamina A e teste terapêutico em pré-escolares


atendidos em uma Unidade de Saúde do Rio de Janeiro. Revista de Nutrição, Campinas,
SP, v. 14, n. 1, p. 5-12, abr. 2001.

SILVA LSV, THIAPÓ AP, SOUZA GG, SAUNDERS C, RAMALHO A. Micronutrientes na


gestação e lactação. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil 2007; 7: 237-244.

ZANCUL, M. S. Fortificação de alimentos com ferro e vitamina A. 2004. Dissertação


(Mestrado em Medicina Social) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de
São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.

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