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Qual a importância do
Controle alimentar
na gestação?
Primeiro trimestre: 1ª a 12ª semana | 01
Qual a importância do
Controle alimentar
na gestação?
Sabe-se que a nutrição materna é fundamental para
adequado crescimento e desenvolvimento fetal,
com isso, as escolhas alimentares estão
diretamente relacionados ao crescimento
intra-uterino do bebê, além de garantir a saúde
materna durante o período gestacional.

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O nutricionista é o profissional responsável por ga-
rantir o aporte de nutrientes através da indicação
de uma alimentação adequada de acordo com cada
público. Durante o período gestacional, há necessi-
dade de garantir aporte calórico de macro e micro-
nutrientes, sendo eles carboidratos, proteínas, lipí-
deos, vitaminas, minerais, fibras e água. Avaliação
do estado de saúde materna atual e acompanha-
mento do crescimento fetal são também tarefas
fundamentais durante as avaliações. Além disso,
avalia-se: plano de ganho de peso gestacional,
ganho de peso do bebê, evitar o estabelecimento de
doenças e contribuir para o tratamento das doen-
ças já existentes na gestação, como anemia, diabe-
tes gestacional, hipertensão, risco de pré-eclâmp-
sia e consequente parto prematuro.

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Nutrientes mais
importantes na gestação

Nenhum alimento deve ser retirado durante o


período gestacional, é importante avaliação de caso
específico. Em caso de alterações de saúde e
doenças estabelecidas, deve-se indicar um plano
alimentar individualizado, com restrições em casos
necessários. Por isso, não diminua o consumo de
alimentos fundamentais, fontes de nutrientes
essenciais a este momento.

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Para o primeiro trimestre deve-se avaliar náuseas, de fibras e garantir uma ótima hidratação.
vômitos, constipação, presença de anemia. Além
disso, é importante ressaltar que há uma série de Dentro do primeiro trimestre e durante todo o periodo
alterações hormonais existentes que impactam na gestacional deve-se avaliar com maior atenção:
saúde materna e desfecho positivo, evitando o de-
senvolvimento de doenças ou piora do quadro geral
se doenças como Diabetes Gestacional, anemia ou
hipertensão já estão estabelecidas. Para conheci-
mento básico, o Lactogênio Placentário Humano
altera os níveis de glicemia materna, na tentativa de
enviar mais nutrientes e fonte energetica para o
bebê, com isso, o risco de desenvolvimento de Dia-
betes Gestacional é maior, e neste contexto, duran-
te toda a gestação, deve-se diminuir e controlar o
consume de carboidratos refinados e alimentos Ácido Fólico (Folato): Importante na formação do
com excesso de açúcar. Já a progesterona altera a Tubo neural (cérebro e SNC) – Encontrada em:
motilidade intestinal, aumentando a probabilidade Folhas verdes escuras, leguminosas, fígado bovino,
de constipação, ou prisão de ventre, por este frutas cítricas, além da suplementação.
motivo, é importante investir em alimentos fontes

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Ferro: garante adequado transporte de oxigênio Carboidratos: Os carboidratos são considerados
para o bebê – Podendo ser ingerido na forma de nossa fonte de energia principal para crescimento e
desenvolvimento cellular, por isso ele é essencial e
Ferro-heme (carne vermelha, fígado, ovos) e Ferro
não deve ser retirado da alimentação diária. Estudos
não-heme (feijão, lentilha, aveia), sendo que as recentes comprovam que em caso de mulheres com
fontes vegetais possuem menor biodisponibilidade Diabetes Gestacional, há um controle dos níveis
glicêmicos com a substituição de carboidratos
para absorção de ferro no organism e se
simples, por carboidratos ricos em fibras, além de um
associarmos a alimentos fontes de Vitamina C, equilíbrio entre os demais nutrientes. Durante todo o
melhoramos a absorção do ferro. Em casos de periodo gestacional optar pelos carboidratos
anemia é necessário suplementar, de acordo com complexos integrais, como arroz integral, massas e
pães integrais além dos cereais e grãos como aveia,
os níveis de hemoglobina. linhaça, chia, semente de abóbora, girassol, gergelim.

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Proteínas: São essenciais para crescimento e Lipídeos: Essencial para o metabolismo e formação do
desenvolvimento das células do corpo, incluindo sistema nervosa central, visual, metabólico e
produção de hormonios e enzimas. As necessidades imunológico. Garantir boas fontes de gorduras mono
proteicas diárias de acordo com a Idade Gestacional, e polinsaturadas, como azeite de oliva, sementes
oleaginosas, abacate e coco.
devem ser avaliadas. As fontes alimentares de
proteínas incluem: carnes magras, frango, peixe,
Ainda no grupo de Lipídios, devemos ter atenção com o Ômega
ovos, leite e derivados e proteínas vegetais, 3, pois os benefícios são destinados a mãe e ao bebê, por ser
encontradas em ervilhas, feijões, lentilhas, grão de essencial para o desenvolvimento cerebral e visual, além de
bico. Porém as fontes proteícas vegetais possuim diminuir o risco de depressão e alterações de humor na
gravidez e pós parto. A recomendação é de – 1,4g/dia, para
menor concentração e biodisponilidade de proteínas,
gestantes (IOM, 2011).
ou seja são absorvidas em menores quantidades.

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Fibras: fundamentais para ótimo funcionamento Hidratação: para o público de gestantes a
intestinal, além de contribuir no metabolismo de indicação é de 3 L/dia. (IOM, 2011).
carboidratos, proteínas e gordura., As fibras são
encontradas em frutas, vegetais e cereais
integrais, como aveia, linhaça, chia, sementes de
abóbora, girasol, gergelim. A recomendação na
gestação é de 28g/dia. (IOM, 2011).

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Cálcio: já tem se relacionado o baixo consumo de Vitamina D: sua função na gestação diminui risco de
cálcio ao aumento de risco de desenvolvimento de má – formação congênita, e ainda é importante para a
pré-eclampsia. Com isso, a recomendação de absorção de cálcio. Ela é sintetizada de maneira
endógena (no nosso organismo), com dependência
consume ideal é de 2 a 3 porções de lácteos ao dia,
dos raios UV, através do sol, que necessitam entrar
ou alimentos fontes de cálcio, como os vegetais
através da pele para que ocorra esta produção, por
verde-escuros. isso é essencial exposição ao sol. Importante
suplementação em casos de deficiência. As fontes
alimentares possuem uma pequena quantidade de
vitamina D, como: salmão,sardinha, atum, gema de
ovo.

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E o que devemos
Consumir no dia a dia ?
O MS disponibiliza um Guia Alimentar Adaptado a
população brasileira (2021), nele constam muitas
informações relevantes a alimentação diária
adequada, de acordo com cada região do País. Neste
contexto, precisamos do equilíbrio e avaliação de
individualidade e necessidades nutricionais de
acordo com cada período da gestação. No entanto,
via de regra, as refeições diárias devem conter
equilíbrio por parte de nutrientes fundamentais
como carboidratos, proteínas, lipídios ou gorduras,
ainda não esquecendo de micronutrientes como
vitaminas, A, Complexo B, C, D, E, K, minerais, como
zinco, magnésio, selênio, cálcio, ferro, manganês,
fósforo, sódio, potássio, etc.

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Café da Manhã Almoço

Jantar Pequenas Refeições

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E o que deve-se
evitar na gestação?

Sódio: Recomendação de 5g/dia de sal, evitar excesso


no consume e alimentos ricos em sódio devem ser
evitados, como salsichas, presunto, salame, molhos
prontos, temperos industrializados, enlatados e
pizzas e hamburguers.

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Açúcar, doces em geral, alimentos ou bebidas Excesso de gorduras – fast foods, lanches rápidos e
adoçadas, carboidratos com farinhas refinadas alimentos industrializados, normalmente são ricos
(brancas), deve-e evitar a exposição diária e em em gorduras, e açúcares, deve-se evitar seu
grandes quantidades, em virtude de aumento dos consumo diário e com freqüência semanal, por
níveis de glicemias, já alterados fisiologicamente contribuírem também com excesso de ganho de
na gestação, com risco maior de desenvolver peso gestacional.
diabetes gestacional.

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Adaptações às mudanças
na rotina alimentar
pós-parto
• Para o período pós parto a mulher deve estar
atenta a toda a necessidade de nutrientes para
recuperação de saúde pós parto e para garantir
adequado aporte de nutrientes para produção de
leite materno.
• Não existe nenhuma comprovação científica de
que algum alimento irá causar cólica no bebê ou
aumentar a produção de leite materno. Porém,
existe a necessidade de um ambiente tranqüilo,
uma mãe em baixo nível de estresse (mental e
fisico), alimentada, hidratada e com uma boa
noite de sono para adequada produção de leite

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materno. A sucção do bebe também contribui exclusiva é indicado até o 6° de vida. Ele deve ser
para maior produção de leite materno, então, prazeroso para mãe e bebê, e é necessário que a
quanto mais ele mamar, maior será a sua mãe entenda a importância do leite materno
produção. para a saúde da criança, para o sucesso no tempo
• Para o pós parto e adequada recuperação de de permanência da amamentação. Alguns
cicatrização da mãe, alguns nutrientes especiais nutrientes são fundamentais e dependem da
devem estar presentes na alimentação diária dieta da mãe para concentração no leite
como: proteínas, alimentos fontes de vitamina C materno, sendo eles: Vitaminas A, C, D, Vitamina
e vitamina A. B12, lipídios e DHA proveniente do ômega 3.
• A suplementação de ferro preconizada pelo MS,
deve ocorrer até o 3° mês pós parto. Já a
hidratação deve passar dos 2,5l/dia.
• Nenhum alimento deve ser excluído sem as
devidas substituições, pois todos os grupos
alimentares são fundamentais tanto para
recuperação da mãe como para a adequada
produção de leite materno.
• O Leite materno é um alimento completo para o
bebê e o aleitamento materno de maneira

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Alimentação
complementar bebê

• A alimentação complementar deve ocorrer a


partir do 6° mês de vida da criança em casos de
Aleitamento Materno Exclusivo, e em casos de
crianças que utilizam fórmulas infantis é
importante avaliar os sinais de prontidão da
criança para início da introdução alimentar, via de
regra também próximo ao 6° mês, estes sinais de
prontidão incluem deglutição, se já consegue
sentar sozinho, e manter as costas eretas, se o
pescoço já se mantém em equilíbrio, além disso, é
por volta do 6° mês de vida que já há preparação e
maturação intestinal para digestão e absorção de
alimentos sólidos.
• Inicialmente deve-se evitar o consumo de

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alimentos ricos em açúcar (doces, liquidificar sopas, legumes ou frutas. É
industrializados, refrigerantes, sucos artificiais e importante que a criança conheça o sabor dos
açúcar de mesa), a indicação segundo o Guia alimentos, por isso é importante ofertá-los
Alimentar para crianças até 2 anos, é que estes separadamente e não misturar a comida no
alimento não seja incluído na alimentação da prato. Além disso, existe o método BLW, onde a
criança até os 2 anos de idade. criança come e pega sozinha os alimentos, mas a
• Evitar excesso no consumo de sal e alimentos base da refeição é a mesma, frutas, vegetais e
ricos em sódio, como salgadinhos, molhos proteínas.
prontos, bolachas recheadas, refrigerantes. • É importante a família incorporar uma
• Quanto ao consumo de leite e derivados e alimentação diária saudável, pois a família é o
indicado apartir de 1 ano. espelho de escolhas alimentares.
• Para o início da introdução alimentar
recomenda-se o consumo de Frutas “in natura”,
vegetais e fontes protéicas animais ou vegetais
(carnes, ou feijões, lentilhas). O método pode ser
o tradicional, com as frutas ou legumes
amassados, inicialmente e com mudança na
consistência ao decorrer dos meses, passando
do pastoso para o sólido, não recomenda-se

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