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I.INTRODUÇÃO
Em todas as fases da vida o corpo necessita de nutrientes, especialmente na infância que nesta
fase as ocorrências de complicações por desnutrição são maiores. A desnutrição proteico-
calórica é conduzida pela insuficiência de proteínas, calorias e outros nutrientes que retarda o
crescimento e provoca o déficit no desenvolvimento físico, cognitivo e de linguagem.
(COSTA, et al.,2019).
O emagrecimento rápido e a perda da força física e mental são uns dos sinais mais evidentes
da desnutrição e, portanto o indivíduo fica susceptível a quaisquer outras doenças oportunistas
e imunológicas. (GALVÃO et al., 2014).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a
infância (UNICEF), cerca de 190 milhões de criança menores de cinco anos são desnutridas e
que 50% das mortes em crianças desta faixa etária em países subdesenvolvidos possuem fator
da desnutrição (OMS, 2008).
A desnutrição é responsável por mais de 30% das mortes de crianças no mundo inteiro. Cerca
de 178 milhões de crianças no mundo, possuem baixa estatura, resultado este de uma
alimentação inapropriada, com baixo teor de vitaminas e minerais, acarretando assim a
doença (OMS, 2008).
1.1.Formulação do problema
A desnutrição nos primeiros anos de vida permanece como um problema de saúde pública nos
países em desenvolvimento. Défices de crescimento na infância estão associados a uma maior
mortalidade, excesso de doenças infecciosas, comprometimento no desenvolvimento
psicomotor, menor aproveitamento escolar e menor capacidade produtiva na vida adulta.
Numerosas mães recorrem com suas crianças aos serviços de saúde das nossas unidades
hospitalares propriamente as pediatrias e, grande parte dessas crianças certamente apresenta
um quadro de desnutrição.
Feita esta observação, incitou-nos a fazer a seguinte questão: Quais são os conhecimentos,
atitudes e práticas das mães com crianças assistidas no banco de urgência de pediatria
do centro de saúde Bita Cacati sobre a desnutrição, no Iº trimestre de 2023?
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2.2.Justificativa
A escolha do tema deve-se pelo facto de a desnutrição ser uma problemática actual e
preocupante, que impacta a vida da criança e não só, trazendo consigo consequências
diversas, que elevam os riscos de morte prematura.
Apesar das informações existentes e disponíveis sobre o assunto, diversas mães recorrem a
práticas não muito recomendáveis e a taxa de desnutrição continua sendo considerável.
Portanto, esta situação levou-nos a conhecer as atitudes e práticas das mães perante a uma
desnutrição a fim de promover métodos que visam reduzir a taxa de desnutrição infantil.
1.3.Objectivos
2.1. Etiologia
2.2 Fisiopatologia
2.3. Classificação
Segundo Perlito (2014), a desnutrição também se pode classificar como aguda e crónica.
De acordo com a condição clínica, a desnutrição aguda pode ser classificada como ligeira
(DAL), moderada (DAM) ou severa (DAS). (FONSECA, 2016).
Segundo Perlito (2014), a DAS detecta-se através das seguintes manifestações clínicas:
Marasmo (emagrecimento grave), Kwashiorkor (edema bilateral), Kwashiorkor-marasmático
(emagrecimento grave com edema bilateral).
• Alteração de cabelo e pele: o cabelo perde sua coloração e a pele descama e fica
envelhecida;
2.6 Diagnóstico
De acordo com a OMS, são três os índices antropométricos usados na avaliação nutricional de
crianças: Estatura para Idade (E/I); peso para idade (P/I), que reflecte a relação entre peso e
idade cronológica; Peso para Estatura (P/E), que reflecte a harmonia do crescimento. O Índice
de Massa Corporal para a Idade (IMC/I), relaciona peso e estatura ao quadrado. Esses índices
devem ser avaliados em conjunto e, não isoladamente, podem ser interpretados por meio de
tabelas ou curvas da OMS, sendo representados em Escore-Z ou percentis, dados estes que
permitem avaliar ou classificar o diagnóstico nutricional antropométrico das crianças (IDEM).
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2.7 Tratamento
Segundo OMS, (2008) para possibilitar uma melhor visão global de todo o tratamento, são
divididos em três fases:
FASE I – INICIAL/ESTABILIZAÇÃO
•. Iniciar a alimentação.
FASE II – REABILITAÇÃO
•. Orientar a mãe ou pessoa que cuida da criança para continuar os cuidados em casa.
2.8 Consequências
2.9 Prevenção
Segundo OMS, (2008), destaca que embora seja atribuição dos profissionais de saúde a
promoção das orientações sobre alimentação adequada da criança e da família a sua execução,
o sucesso final da ação depende também da definição de políticas governamentais adequadas
e da participação e apoio de toda a sociedade civil.
Após os seis meses em que a criança recebe o aleitamento materno, pode se iniciar a
introdução de outro tipo de alimento saudável, rico em nutrientes que podem fortalecer no
desenvolvimento da criança. Portanto, o aleitamento materno deve ser mantido no mínimo até
a criança completar os seus dois anos de vida, recebendo da mãe os nutrientes mais
importantes para se ter uma vida saudável. A amamentação até os dois anos ou mais deve ser
acompanhada da inclusão progressiva de outros alimentos saudáveis. (SCHAURICH; 2014).
• Incentivo à imunização;
• Capacitar a equipe para avaliar situações de risco que tornam a criança mais
vulnerável à desnutrição, como: Gravidez na adolescência, desnutrição materna,
episódios repetidos de diarreia e outras patologias nos primeiros meses de vida, etc.
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III. METODOLOGIA
3.1Tipo de estudo
Realizou-se um estudo observacional Descritivo e transversal com uma abordagem
qualiquantitativa para pesquisa os conhecimentos, atitudes e práticas das mães com crianças
assistidas no banco de urgência de pediatria do Centro de Saúde Bita Cacati sobre
desnutrição, Iº trimestre de 2023.
O estudo foi realizado no centro de saúde do Bita Cacati, localizado no município de Belas,
província de Luanda, no distrito Urbano Quenguela no bairro do Bita Cacati. Está delimitado
a norte com Quenguela, a sul com Bita Julho, a este com Bita Tanque e a oeste com Bita
Progresso.
A população foi constituída pelo universo das mães que acorreram ao banco de urgência de
pediatria do centro de saúde do Bita Cacati.
A amostra foi constituída por 50 das mães que acorreram ao banco de urgência de pediatria do
centro de saúde do Bita Cacati, retidas do universo através da técnica de amostragem não
probabilística.
Após a recolha, os dados foram processados através do programa informático Windows 2016
utilizando o Microsoft word 2016 para a elaboração do texto, Microsoft Excel 2016 para a
elaboração das tabelas , a apresentação do trabalho será feita através do programa Microsoft
PowerPoint 2016 onde os resultados serão apresentados em forma de tabelas.
Variáveis
Variáveis sociodemográficas Variáveis de estudo
• Idade, Conceito da desnutrição infantil;
Tabela nº 1: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde do Bita Cacati, quanto a
faixa etária no I trimestre de 2023.
FAIXA ETÁRIA F %
Total 50 100%
A análise da tabela nº 1 revela que a faixa etária predominante é a faixa dos 36-40 anos, com
13 mães que corresponde a 26% e, a faixa com menor representatividade é a faixa etária dos
26-30 anos, com 6 mães que corresponde a 12%.
Tabela nº 2 : Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, de acordo ao
nível de escolaridade no I trimestre de 2023.
Nível de escolaridade F %
Iletrada 5 10%
3ª a 8ª classe 23 46%
9ª a 13ª classe 20 40%
Ensino superior 2 4%
TOTAL 50 100%
Fonte: Inquérito realizado às mães.
Tabela nº 3: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, de acordo a
proveniência no I trimestre de 2023.
Proveniência F %
Bita Cacati 11 22%
Bita Progresso 21 42%
Bita Ambriz 2 4%
Bita tanque 7 14%
KK5000 2 4%
Santo António 2 4%
Cinco fios 3 6%
Benfica 2 4%
TOTAL 50 100%
Fonte: Inquérito realizado às mães.
A análise da tabela nº 3 revela que, 21 mães que corresponde a 42% são provenientes do
Bita Progresso e, 2 mães que corresponde a 4%, respectivamente são provenientes do Bita
Ambriz, KK5000, Santo António, Benfica.
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Tabela nº 4: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, de acordo ao
conceito da desnutrição infantil no I trimestre de 2023.
CONCEITO F %
A desnutrição infantil é uma
confusão nutricional que
resulta na falta de alimentos
em quantidades e qualidades
suficientes para o 8 16%
desenvolvimento do
organismo, em longo
periodo.
A desnutrição infantil é
quando a criança apresenta 20 40%
baixo peso
A desnutrição infantil é
quando não há falta de
proteínas, vitaminas e 5 10%
minerais.
A desnutrição infantil é
quando há uma quantidade 3 6%
de nutrientes por excesso.
A desnutrição infantil é
quando a criança ingere
alimentos não higienizados, 14 28%
mal conservados, doces e
expirados.
TOTAL 50 100%
Fonte: Inquérito realizado às mães.
A análise da tabela nº 4 revela que das 50 mães inqueridas, 20 mães que corresponde a 40%
conceituaram a Desnutrição infantil como sendo aquela em que a criança apresenta baixo peso
e, 3 mães que corresponde a 6% conceituaram como sendo aquela em que há uma quantidade
de nutrientes por excesso.
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Tabela nº 5: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, segundo as
causas da desnutrição infantil no I trimestre de 2023.
CAUSAS F %
Alimentos mal conservados 8 16%
Falta de leite materno 2 4%
Outras doenças 2 4%
Falta de cuidados às 6 12%
crianças
Falta de alimentos 12 24%
Má alimentação 18 36%
Não sabe 2 4%
TOTAL 50 100%
Fonte: Inquérito realizado às mães.
A análise da tabela nº 5 revela que das 50 mães inqueridas, 18 mães que corresponde a 36%
afirmaram como causa da desnutrição infantil a má alimentação e, 2 mães que corresponde a
4% afirmaram não saber, a falta de leite materno, outras doenças, respectivamente.
Tabela nº 6: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, quanto aos
fatores que levam a uma desnutrição infantil no I trimestre de 2023.
A análise da tabela nº 6 revela que das 50 mães inqueridas, 14 mães que corresponde a 28%
afirmaram que o fator que levam a uma desnutrição infantil é o desemprego e, 3 mães que
corresponde a 6% afirmaram que o fator que leva a uma desnutrição infantil é a dificuldade de
acesso a seviços de saúde e educação.
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Tabela nº 7: Distribuição da amostra das mães do Centro de Saúde Bita Cacati, quanto as
práticas perante a uma desnutrição infantil no I trimestre de 2023.
A análise da tabela nº 7 revela que 100% das mães inqueridas, 48% afirmaram que as práticas
perante a uma desnutrição infantil é recorrer a uma unidade hospitalar e, 2% afirmaram que as
práticas perante a uma desnutrição infantil são: Dar kissângua, hidratar, dar medicamentos
tradicionais, respetivamente.
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V.CONCLUSÃO
Com base aos objectivos traçados e os resultados obtidos da pesquisa concluímos que:
Quanto ao perfil sociodemográfico das mães inquiridas 26%, estão na faixa etária dos 36-40
anos de idade, 46%, estão no nível de escolaridade da 3ª a 8ª classe e 42%, são provenientes
do Bita progresso.
Quanto as causas da desnutrição infantil, 36%, afirmaram que a causa da desnutrição infantil
é a má alimentação.
Quanto aos factores que levam a uma desnutrição infantil, 28%, afirmaram o fator que
influencia na desnutrição infantil é o desemprego.
Quanto as práticas das mães perante a uma desnutrição infantil, 48%, mencionaram que uma
das práticas é recorrer a uma unidade hospitalar.
Desta feita, atendendo a nossa pergunta de partida e os objectivos traçados, concluímos que as
mães que acorrem ao banco de urgência de pediatria do centro de saúde do Bita Cacati têm
um bom conhecimento, atitudes e as práticas relativamente à desnutrição infantil.
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VI.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados obtidos da pesquisa, importa-nos fazer as seguintes sugestões:
Que se capacite mais as mães que acorrem ao Centro de saúde Bita Cacati com relação a
desnutrição infantil, por meio de palestras de forma clara para que as mães tenham mais
conhecimento e saibam como identificar uma criança com desnutrição,ensinando as mães a
observarem os sinais e sintomas da doença e recorrer a unidade hospitalar o mais rápido
possível para evitar agravos às crianças.
Que incentivam as mães a adoptar a prática do aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses
e aderirem às consultas de puericultura ou neonatologia com as suas crianças, de maneiras a
acompanhar o seu desenvolvimento.
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VII.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA