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Objetivos da Unidade:
ʪ Contextualização
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
1/4
ʪ Contextualização
ʪ Material Teórico
sistema respiratório.
Glossário
Oxidação: reação que, envolvendo um elemento químico, ocasiona
perda de elétrons e consequente aumento de sua carga.
Importante!
A principal função do sistema respiratório é promover a troca gasosa,
fornecendo oxigênio para o tecido e removendo gás carbônico
resultante do metabolismo celular (Figura 1).
Fonação;
A traqueia, que tem como função conduzir o ar e fazer a ligação entre a parte superior e a
parte inferior, bifurca-se em dois brônquios principais. Cada brônquio rami ca-se inúmeras
vezes e origina os bronquíolos, que progressivamente se tornam menos calibrosos e mais
rami cados.
Importante!
As últimas porções da árvore brônquica denominam-se bronquíolos
terminais, que constituem a transição entre a porção condutora do ar e
a respiratória, em que ocorrem as trocas gasosas.
As Vias Aéreas (VAs) são divididas de acordo com sua anatomia em:
VAs superiores: situam-se fora da cavidade torácica e são constituídas pela
cavidade nasal, faringe e laringe;
Como parede torácica, subentendem-se todas as estruturas que se movem durante o ciclo
respiratório, à exceção dos pulmões. Os pulmões são separados da parede torácica pelo espaço
pleural. Cada pulmão tem acoplado a si a pleura visceral. As pleuras produzem o líquido
pleural, que preenche o espaço entre elas, denominado cavidade pleural. Esse líquido tem ação
lubri cante, reduz o atrito e possibilita que os pulmões deslizem facilmente sob a parede
torácica durante a inspiração e a expiração, evitando o contato entre as pleuras.
Para alterar o seu volume durante a inspiração e a expiração, os pulmões dependem de meios
acessórios, pois não contêm músculos esqueléticos. Dessa forma, para entender como
acontece a mecânica da respiração, precisamos ter em mente dois conceitos importantes, são
eles:
O músculo diafragma é essencial para a respiração, isso porque respiramos por diferença de
pressão. Quando o diafragma se contrai, ocorre o seu rebaixamento e, como a pleura parietal
dos pulmões está ligada ao diafragma, acaba tracionando os pulmões com ele. Ao tracionar, o
volume do sistema respiratório aumenta, a pressão dentro dos pulmões (pressão alveolar ou
intrapulmonar) se torna menor que a pressão atmosférica e o ar é puxado do meio de maior
pressão (atmosfera) para o de menor pressão (pulmões).
A inspiração tranquila é realizada quase que totalmente pelo diafragma, sendo que os
músculos intercostais externos também podem ajudar elevando as costelas e aumentando o
diâmetro horizontal do sistema (movimento de alça de balde). Já na expiração passiva, ocorre
simplesmente o relaxamento do diafragma, e a própria retração elástica dos pulmões e da
caixa torácica comprime os pulmões fazendo com que a pressão alveolar se torne superior à
pressão atmosférica e então o ar é empurrado para fora do sistema. Essa mecânica acontece
na inspiração e na expiração tranquila, porém, há momentos em que precisamos de uma
inspiração e de uma expiração forçada. Nesses casos, existem alguns músculos auxiliares que
ajudam a fazer esse tipo de respiração.
Re ita
Quando realizamos algum tipo de atividade física, por exemplo,
aumentamos a ventilação pulmonar para que o sangue seja mais
e cientemente oxigenado nos pulmões. Nesse momento, fazemos uma
inspiração forçada; assim, outros músculos, além do diafragma,
acabam auxiliando na inspiração.
Os músculos que auxiliam em uma inspiração forçada são: intercostais externos, serráteis
anteriores e escalenos, que têm como principal função elevar as costelas, e os
esternocleidomastoideos, que, quando contraem, elevam o osso esterno. Todos esses
músculos atuando juntos ajudam a aumentar ainda mais o diâmetro do sistema respiratório
para que o ar entre com maior velocidade e maior volume. Da mesma maneira, quando
precisamos realizar uma expiração forçada, como durante a tosse, músculos acessórios da
respiração acabam ajudando, porque a retração elástica dos pulmões e da caixa torácica não é
su ciente para expelir o ar do sistema em altas velocidades. Os músculos que ajudam a
comprimir o tórax e a expelir o ar dos pulmões são os abdominais e os intercostais internos.
Figura 5
Fonte: GUYTON; HALL, 2011
Quando falamos de mecânica respiratória, devemos lembrar também que o pulmão possui
propriedades elásticas, o que devemos associar à complacência pulmonar, que é a capacidade
de distensibilidade do pulmão.
Além disso, o líquido surfactante diminui a tensão super cial presente nos alvéolos, o que vai
facilitar a distensibilidade pulmonar, contribuindo para o aumento na complacência pulmonar,
além de colaborar para a diminuição do trabalho respiratório durante a expansão pulmonar. O
líquido surfactante também é responsável por isolar a parede do alvéolo, impedindo, em uma
situação normal, o extravasamento do líquido do capilar para o alvéolo.
Importante!
Assim como o pulmão, a parede torácica também possui propriedades
elásticas e sua complacência é semelhante ao pulmão quando
analisados de forma isolada.
Por que de forma isolada?
Porque, quando associamos o sistema “parede torácica + pulmão”,
observamos uma complacência pulmonar menor do que em cada um
desses componentes isoladamente, pois essa associação torna o
sistema mais resistente, ou seja, difícil de distender.
Re ita
Se os pulmões possuem uma retração elástica, como eles conseguem se
manter sempre abertos e não encolhem dentro do tórax?
Isso acontece pela presença da pleura. A pleura parietal ca aderida à
parede do tórax e ao diafragma, enquanto a pleura visceral ca
aderida à parede dos pulmões. Entre essas pleuras, existe um líquido
pleural, que faz existir uma leve pressão negativa entre elas, fazendo
com que os pulmões quem sempre abertos quando estão em repouso.
De acordo com essas variáveis, existem padrões preestabelecidos para indivíduos de mesmo
sexo, idade e estatura, medidos sob situação de repouso. Os volumes respiratórios incluem
volume corrente, volume residual, volume de reserva expiratório e volume de reserva
inspiratório.
Volume de reserva expiratório: volume máximo de ar que pode ser expirado, além
do volume corrente normal (cerca de 1100 mL);
Você Sabia?
A partir das informações da espirometria, é possível não somente
saber se um indivíduo apresenta distúrbios respiratórios, mas
também monitorar o treinamento físico e a evolução em função do
treinamento.
oxigênio (O2). O sentido da difusão é determinado pela distribuição das moléculas gasosas, de
maneira que os gases se difundem da região onde estão mais concentrados para a região em
que estão menos concentrados.
Glossário
Difusão simples: é um tipo de transporte passivo (não há gasto de
energia celular) de um soluto através da membrana a m de
estabelecer a isotonia, ou seja, alcance da mesma concentração, pois o
movimento é a favor de um gradiente de concentração.
Os alvéolos são estruturas de paredes delgadas por onde os gases atmosféricos e sanguíneos
podem difundir-se. O ar que participa das trocas gasosas nos pulmões é o ar alveolar, mistura
de ar atmosférico inspirado acrescido de quantidade maior de vapor de água. Como o O2 é
sangue para os alvéolos. Esses dois gases, os mais importantes para o sistema respiratório,
são solúveis em lipídeos e, portanto, atravessam a membrana.
A principal limitação ao movimento dos gases é a velocidade com que os gases podem
difundir-se através da água dos tecidos. Quanto maior a área da membrana respiratória, maior
será a quantidade de gás que se difunde em determinado período. Quanto maior a solubilidade
do gás na membrana respiratória, maior a velocidade com que ele se difunde. Ou seja, quanto
maior a quantidade de gás dissolvido em determinada área da membrana, maior a quantidade,
proporcionalmente, de gás que poderá atravessá-la ao mesmo tempo.
Em algumas doenças pulmonares, como o en sema, grandes áreas dos pulmões são
destruídas, com redução acentuada da superfície da membrana respiratória, podendo provocar
insu ciência respiratória no paciente. Outro exemplo: em razão de uma congestão pulmonar
(como na pneumonia, por exemplo), a espessura da membrana e da camada líquida que
reveste sua superfície alveolar aumenta. Nessas condições, o paciente entra em insu ciência
respiratória, uma vez que os gases não podem difundir-se com intensidade su ciente por
essa membrana espessada. Se a condição clínica não for revertida rapidamente, há risco de
morte.
Em Síntese
Após o ar entrar no sistema respiratório e chegar aos alvéolos, o O2
Saiba Mais
Acontece também a passagem do dióxido de carbono (CO2), porém no
Temos então um processo chamado de hematose, que nada mais é do que a transformação do
sangue rico em CO2 em sangue rico em O2.
Entretanto, esse uxo de gases ao passar dos alvéolos para o sangue e vice-versa, precisa
ultrapassar algumas barreiras para chegar ao seu local de destino, são elas: epitélio alveolar,
espaço intersticial (espaço entre o alvéolo e o capilar sanguíneo) e a parede do próprio capilar
sanguíneo. Essas estruturas são conjuntamente chamadas de barreira ou membrana alvéolo-
capilar.
que apenas 2% desse O2 está no plasma, enquanto 98% dele está ligado à hemoglobina
(oxiemoglobina).
Para entendermos melhor como ocorre esse transporte de O2, precisamos ter em mente que
as hemácias, também conhecida como glóbulos vermelhos, são a mesma coisa que eritrócitos.
Dentro das hemácias/eritrócitos, existem as proteínas chamadas hemoglobina, as quais se
ligam, de forma reversível, ao O2 para realizar o transporte dele. A hemoglobina possui grande
a nidade pelo O2, permitindo, assim, seu transporte em maior quantidade. A pressão de O2
mais alta no sangue leva à difusão do O2 para os tecidos, enquanto o CO2 produzido pelos
tecidos penetra nos capilares, devido à sua pressão nos tecidos ser mais alta, e então é
transportado novamente aos pulmões.
pressão no alvéolo maior, ocorre a difusão do O2 dos alvéolos para o sangue. Já nos tecidos, a
tecidos. Assim, a pressão de O2 cai para 40 mmHg nos capilares venosos (Figura 7).
Figura 7 – Difusão do oxigênio do capilar tecidual para as
células (PO2 no líquido intersticial = 40 mmHg e nas
células dos tecidos = 23 mmHg)
Fonte: GUYTON; HALL, 2011
A alta utilização de O2 leva a uma formação de CO2 e ao aumento da pressão intracelular desse
gás. A pressão do CO2 elevada leva à difusão do CO2 para o sangue, de onde será transportado
até os pulmões e, neles, difunde-se para os alvéolos, onde a pressão de CO2 é de 40 mmHg
(Figura 8).
essas células passam em uma região de baixa pressão de O2, como nos capilares dos tecidos, o
O2 se dissocia da hemoglobina.
o músculo esquelético, enquanto, em tecidos menos ativos, ocorre o inverso (Figura 9). Veja a
seguir como esses três fatores se comportam.
eritrócito, porém não se liga à hemoglobina, mas reage com a água. Essa reação é catalisada
pela enzima anidrase carbônica, formando, então, o ácido carbônico. Posteriormente, esse
(HCO3-). O H+ será tamponado pela hemoglobina, enquanto o HCO3- sairá do eritrócito e cairá
Saiba Mais
A saída de um HCO3- do eritrócito gera a entrada de um íon cloreto
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Controle da Respiração
A respiração é controlada por um sistema complexo que otimiza os gastos energéticos dos
músculos respiratórios em função das necessidades metabólicas. Esse sistema é capaz de
manter a tensão dos gases no sangue arterial dentro de limites estreitos mesmo em
circunstâncias siológicas extremas, como durante a prática de exercício físico intenso ou em
locais de alta atitude e em grande número de situações patológicas.
Importante!
O controle da respiração pode ser neural, químico ou mecânico e
consiste em respostas integradas de três elementos básicos: centro
respiratório, músculos da respiração e receptores. A respiração está
sob controle voluntário e involuntário (automático) (Figura 10).
Por sua vez, o controle automático é realizado pelo centro respiratório composto de neurônios
localizados bilateralmente ao bulbo e à ponte (estruturas do tronco encefálico) e age sem
interferência da consciência. Esse centro respiratório se divide em três agrupamentos
principais de neurônios: i. grupo respiratório dorsal, situado na porção dorsal do bulbo e
responsável principalmente pelo controle da inspiração e do ritmo respiratório; ii. grupo
respiratório ventral, situado na parte ventrolateral do bulbo e encarregado basicamente da
expiração; e iii. centro pneumotáxico, situado na porção dorsal superior da ponte, atuando
basicamente na limitação da duração da inspiração e no aumento da frequência respiratória.
Todos esses grupos emitem sinais nervosos que são transmitidos pela medula espinhal e são
responsáveis pelo controle dos músculos respiratórios (Figura 10).
Figura 10 – Organização do centro respiratório
Fonte: GUYTON; HALL, 2011
respiração. Para que isso aconteça de forma e ciente, existem quimiorreceptores centrais e
quimiorreceptores periféricos.
Quimiorreceptores Centrais
São células especializadas que respondem a alterações químicas do sangue ou de outros
líquidos corpóreos e que correspondem a outra área do centro respiratório, a área
quimiossensível. Essa área é muito sensível às alterações sanguíneas da pressão de CO2 ou da
concentração de H+. Dessa forma, o excesso desses íons atua basicamente de forma direta
sobre o centro respiratório, gerando aumento da intensidade dos sinais motores inspiratórios
e expiratórios para os músculos respiratórios (Figura 11).
Figura 11 – Representação da área quimiossensível
Fonte: GUYTON; HALL, 2011
Quimiorreceptores Periféricos
São células localizadas em regiões estratégicas externas ao cérebro como, por exemplo, nos
corpos carotídeos e aórticos, mas que transmitem sinais neurais adequados ao centro
respiratório para o controle da respiração. Esses receptores periféricos respondem
especialmente às variações sanguíneas de O2, mas também detectam, em menor grau, as
Saiba Mais
Esses quimiorreceptores são estruturas altamente vascularizadas.
Detectam, momento a momento, as pressões parciais dos gases no
sangue arterial, tendo capacidade de modi car a respiração
rapidamente de um ciclo ao outro. Esses ajustes são desencadeados em
situações de emergência, como a hipoxemia, havendo, nesse caso, um
aumento importante na atividade simpática, que produz aumento na
pressão arterial e distribui o uxo sanguíneo de forma seletiva para as
regiões vitais, como cérebro e coração.
Glossário
Hipoxemia é a baixa (hipo) concentração de oxigênio no sangue
arterial. É diferente de hipóxia, que é a baixa disponibilidade de
oxigênio para determinado órgão.
Respiração no Exercício e em Outras Situações
Especiais
pelos músculos em atividade. O exercício produz grande aumento da ventilação alveolar, que
tem relação importante com o consumo de oxigênio e a produção de CO2. Graças a esse ajuste,
as pressões parciais dos gases pouco se alteram em relação à condição de repouso no lado
arterial da circulação.
pH sanguíneo (alcalose respiratória). Isso faz com que ocorra posteriormente a redução do
estímulo hiperventilatório hipóxico.
ʪ Material Complementar
Vídeos
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How I held my breath for 17 minutes
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4/4
ʪ Referências
CURI, R.; ARAÚJO FILHO, J. P. Fisiologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de siologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.