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Aula 03
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
As Autoras
NATÁLIA FIORENZA
Olá. Meu nome é Natália Fiorenza. Sou formada em Ciências
Biológicas, com mestrado e doutorado na área de Ciências da Saúde.
Passei por diferentes laboratórios de pesquisa, publicando trabalhos
científicos e participando de muitos Congressos e Cursos em diferentes
área de saúde e educação. Fui professora universitária e tutora durante
4 anos do curso de medicina, onde me conectei com minha paixão pela
docência e por metodologias ativas de ensino. Sou ávida por aprender e
ensinar e por trocar conhecimentos quer na área científico-acadêmica, quer
na área de desenvolvimento humano e autoconhecimento. Recebi com
muita alegria o convite da Editora Telesapiens para integrar seu elenco de
autores independentes, pois tenho como propósito transmitir aquilo que
sei e auxiliar outras pessoas no início de sua jornada profissional. Estarei
com você nessa caminhada de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo,
ou detalhado; se forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Abordando aspectos da citopatologia mamária 10
Exame citológico da mama 10
Células presentes na mama 12
Características de células benignas 15
Características de células malignas 16
Características citomorfológicas das principais lesões da mama 17
Cisto 17
Lesões inflamatórias 17
Tumores fibroepiteliais 18
Lesão papilar 19
Características citomorfológicas dos carcinomas da mama 19
Carcinoma ductal 20
Carcinoma lobular 20
Carcinoma mucinoso 21
Carcinoma medular 21
Carcinoma apócrino 22
Citopatologia das cavidades serosas 23
Células mesoteliais 25
Mesoteliomas benignos 26
Mesoteliomas malignos 27
Lesões escamosas intraepiteliais e lesões glandulares intraepiteliais 29
ASC-US 30
ASC-H 31
ASC associada à atrofia 33
Lesões intraepiteliais escamosas do colo uterino (LSIL/HSIL) 33
LSIL 34
HSIL 35
Atipias em células glandulares 36
AGC-SOE 36
AGC-NEO 37
Carcinomas e adenocarcinomas in situ e invasor 38
Carcinoma escamoso invasor 40
Carcinoma escamoso queratinizante 40
Carcinoma escamoso não queratinizante de grandes
células 40
Carcinoma escamoso não queratinizante de pequenas
células 41
Adenocarcinoma in situ (AIS) 42
Adenocarcinoma invasivo 44
Anormalidades glandulares endometriais 46
Adenocarcinoma endometrial 47
Psicofarmacologia Clínica 7
03
UNIDADE
8 Citopatologia
INTRODUÇÃO
Você sabia que o câncer de mama é o segundo tipo de câncer
de maior incidência entre as mulheres brasileiras e que o câncer de colo
do útero tem, em média, 530 mil novos casos por ano no mundo? A
grande incidência destes tipos de cânceres é um problema de saúde
pública e os governos investem em inúmeras campanhas e estratégias
de prevenção a eles. Além disso, inúmeros fatores levam à liberação de
resultados falso negativos de exames citopatológicos, tais como erros de
coleta e variabilidade na interpretação citomorfológica. É fundamental
que o profissional da área desenvolva rotinas criteriosas e meticulosas,
além de obter o conhecimento necessário para o reconhecimento das
características que definem cada tipo de tumor e que os diferencie do
tecido saudável. Ao longo desta unidade letiva você irá estudar todos
os aspectos importantes que irão te auxiliar no desenvolvimento dessa
habilidade. Esperemos junto com você!
Citopatologia 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
1. Abordar aspectos gerais e anatômicos da mama, organização
celular e técnicas laboratoriais de diagnóstico.
2. Conhecer a função da citopatologia das cavidades serosas e
os processos patológicos que podem ocorrer.
3. Estudar sobre as lesões favorecendo malignidade em epitélios
escamoso e glandular do trato genital feminino, entender os critérios
morfológicos utilizados para caracterizar cada lesão.
4. Entender critérios de malignidade da ectocérvice, diferenciando
carcinomas in situ e invasor, e da endocérvice, diferenciando adenocarci-
nomas in situ e invasor.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conheci-
mento? Ao trabalho!
10 Citopatologia
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você terá adquirido conhecimento
à respeito dos aspectos gerais e anatômicos da mama,
sua organização celular e quais as técnicas laboratoriais
utilizadas para o diagnóstico de patologias associadas
à esse órgão. A neoplasia de mama é o segundo tipo de
câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil, sendo
responsável por uma taxa de mortalidade acentuada
devido, entre outros fatores, ao diagnóstico tardio. Neste
sentido, conhecer os procedimentos de coleta, a citologia
mamária e as características de tumores benignos e
malignos é imprescindível para o profissional citopatologista
e para que tenhamos melhores resultados diagnósticos
com relação à essa patologia tão agressiva. Está preparado
para mergulhar nesse universo? Então, vamos lá!
Figura 8 – Células ductais coesas (à esquerda) e tecido estromal (à direita), com seta
apontando para núcleo desnudo bipolar, característica de benignidade.
Lesões inflamatórias
Podem ser mastites, que se caracterizam por exsudato inflamatório
com polimorfonucleares e histiócitos abundantes, células ductais
reativas e fundo com debris celulares; ou abscessos subareolares, que
possuem células epiteliais normais, presença de escamas córneas e
inflamação crônica e aguda com células grandes multinucleadas.
18 Citopatologia
Tumores fibroepiteliais
O fibroadenoma possui células ductais coesas, uniformes, com
núcleos pequenos, celularidade alta a moderada e presença de células
mioepiteliais. O tumor Phyllodes é semelhante ao fibroadenoma, possui
alta celularidade, com o mesmo padrão celular que ele, porém com
maior presença de componentes estromais. Possui a presença de
células fusiformes e células ductais atípicas.
Figura 13 – Fibroadenoma com componentes epiteliais e mioepiteliais.
Citopatologia 19
Lesão papilar
O papiloma é uma neoplasia benigna da mama que possui
celularidade de moderada à alta, agrupamentos tridimensionais de
papilas com lençóis de células mioepiteliais, presença de células atípicas
nos arranjos papilares e células espumosas e leucócitos. A diferenciação
entre o papiloma benigno e maligno é muito complexa, sendo que o
melhor diagnóstico a ser dado é lesão papilar. Esse resultado pode ou
não ser acompanhado de “favorecendo benignidade ou malignidade”.
Figura 15 - Células ductais agrupadas tridimensionalmente
em uma papila, com certa atipia nuclear.
Carcinoma ductal
As principais características do carcinoma ductal são hipercelu-
laridade, células com núcleo excêntrico, hipercromático e irregular,
nucléolo proeminente, presença de agrupamentos com falta de coesão
e células atípicas isoladas. Pode se subdividir em carcinoma ductal in
situ e invasor, que se distinguem pelo fato do primeiro estar restrito aos
ductos, sem invadir o estroma, e o último romper a membrana basal e
invadir o tecido conjuntivo adjascente.
A ausência de células mioepiteliais é importante no auxílio da
confirmação citológica do carcinoma ductal, porém essa ausência em
algumas outras alterações (tumor filódes e papilomas) pode dificultar o
diagnóstico.
Figura 16 – Hipercelularidade de células ductais e grupo de célula com aumento nuclear,
hipercromasia e nucléolos proeminentes, caracterizando o carcinoma ductal.
Carcinoma lobular
O aspirado citológico desse carcinoma pode revelar escassez
celular causada por fibrose tecidual, monomorfismo celular, pequenos
grupos de células malignas pequenas e isoladas, presença de vacúolo
com muco e núcleos com cromatina fina com discreta irregularidade na
membrana.
Citopatologia 21
Carcinoma mucinoso
As características citológicas se assemelham ao fibroadenoma e
seu diagnóstico deve ser sempre confirmado pelo exames histopatológico
e imunohistoquímica. Possui agrupamentos tridimensionais de células
ductais coesas, fundo verde-púrpura corado pelo Papanicolaou, ausência
de alterações nucleares e presença de vacúolos citoplasmáticos.
Figura 18 – Células ductais e grande massa de muco, definindo carcinoma mucinoso.
Carcinoma medular
Geralmente o esfregaço desse carcinoma apresenta-se com
pouca celularidade, células isoladas com citoplasma abundante, núcleos
vesiculares com macronucléolos proeminentes e presença de mitose e
leucócitos.
22 Citopatologia
Carcinoma apócrino
Esse carcinoma é composto por células apócrinas, com alta celula-
ridade, formando grandes grupos ou isoladas. Seus núcleos são discarióticos,
possuem nucléolos proeminentes e pode haver fundo necrótico.
Figura 20 – Intensa variação dos núcleos das células
apócrinas presentes nesse agrupamento.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo
“Análise de exames citopatológico de mama e mamográficos
no diagnóstico das doenças da mama, Santo Ângelo (RS),
Brasil” (Weber e col., 2013), acessível pelo link:
http://bit.ly/2TuBjNT
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de conhecer as
características das cavidades serosas, as técnicas amostrais
utilizadas nessa região e os processos patológicos relacionados
a essa. A citologia é o método de escolha para detecção da
malignidade serosa visto que, em comparação à biópsia, o
fluido fornece uma amostra mais representativa e podem
ser avaliadas múltiplas amostras no mesmo exame. Sendo
assim, torna-se crucial a compreensão das características
citológicas dos líquidos cavitários, assim como a diferenciação
entre tumores benignos e malignos das cavidades serosas,
por parte do profissional citopatologista. Então, vamos agora
expor esse tema, trazendo as informações mais relevantes
sobre ele. Está preparado?
24 Citopatologia
Células mesoteliais
As células mesoteliais são as mais importantes encontradas
em amostras de cavidades serosas. São células epiteliais derivadas do
mesoderma, apresentam-se achatadas e unidas por desmossomos,
possuem núcleo central, redondo ou oval, com cromatina levemente
granular, variando em seu tamanho. Podem apresentar nucléolos em
casos de reatividade. Apresentam microvilosidades largas que auxiliam no
diagnóstico citológico, permitindo fazer a distinção de tumores metastáticos.
São vistas como arranjos planos e coesos, apresentando citoplasma e
bordas celulares definidos com “janelas” entre elas. Além desses arranjos,
grupos tridimensionais com contornos em rosetas podem ser vistos. As
doenças mais comuns do mesotélio são infecções e neoplasias.
26 Citopatologia
Mesoteliomas benignos
São mais comuns no peritônio e há muita celularidade no
esfregaço, tendo arranjos de células mesoteliais reativas. O tumor
cresce como um processo papilar recoberto por uma ou mais camadas
de células mesoteliais. Os mesoteliomas fibrosos benignos possuem
um predomínio de fibroblastos com relação às células mesoteliais.
A celularidade é variável, o esfregaço pode aparecer hemorrágico
devido às lesões serem muito vascularizadas. As células são fusiformes,
semelhantes a fibroblastos, mitoses não são comuns e há fragmentos de
estroma. Em alguns casos a celularidade pode aumentar, com células
moderadamente pleomórficas de cromatina grosseira.
Figura 23 – Células mesoepiteliais reativas.
Citopatologia 27
Reatividade Mesotelioma
Disposição celular Grupos escassos e pequenos Grupos abundantes e grandes
Núcleo Anisonucleose moderada Grande e irregular
Membrana Nuclear fina Nuclear grossa
Nucléolos Basófilos Eosinófilos e grandes
Mitoses Moderadas Abundantes e atípicas
Mesoteliomas malignos
A pleura é o local onde os mesoteliomas malignos ocorrem
com maior frequência, porém também podem ocorrer no pericárdio e
peritônio. O esfregaço geralmente apresenta alta celularidade, podendo
ter alterações somente epiteliais, em células epiteliais e fusiformes
(bifásicas) ou anaplásicas. As alterações bifásicas são bem características
porém nem sempre estão presentes, o que pode auxiliar no diagnóstico
é a alta celularidade e presença de papilas abundantes. O tipo mais
comum do mesotelioma maligno é o carcinomatoso, que possui aspectos
celulares mínimos ou de difícil diagnóstico de malignidade. As células
estão agrupadas tridimensionalmente ou de forma plana, podem ser
papilares ou do tipo túbulo acinares, e também isoladas e pouco coesas.
O citoplasma é abundante com bordos bem definidos, podendo haver
vacuolização originada de degeneração ou conter mucina mesenquimal
metacromática (ácido hialurônico). A presença de células epitelioides
vacuolizadas é sugestiva de adenocarcinoma.
Figura 24 – Esfregaço de derrame pleural contendo mesotelioma maligno.
28 Citopatologia
Mesotelioma Metástase
Mais de uma população
Disposição Uniformidade entre as células,
celular, grandes grupos de
celular grupos grandes de borda liso
bordas onduladas
Densidade desigual generalizada Borda celular marcada com
Citoplasma
com vacúolos pequenos e difusos vacúolos grandes e centrais
Núcleo Central Periférico
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre a nomenclatura brasileira dos tipos
de lesões? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de
consulta e aprofundamento: Apresentação “Nomenclatura
brasileira”, acessível pelo link: http://bit.ly/32JvpwB
ASC-US
Existem critérios citomorfológicos utilizados para caracterizar
essa atipia que são utilizados quando há alterações sugestivas de lesão
intraepitelial escamosa de baixo grau, porém não há critérios qualitati-
vamente e/ou quantitativamente suficientes para diagnosticar uma lesão.
Dentre os critérios estão: núcleos de células escamosas maduras com
tamanho aumentado de 2,5 - 3 vezes (comparados aos núcleos de células
intermediárias normais), pouco hipercromáticos, com cromatina distribuída
irregularmente, relação núcleo-citoplasma aumentada, paraqueratose
atípica e ausência de alterações causadas pelo vírus HPV.
Em alguns casos, células escamosas podem ser visualizadas com
atipias maiores que em ASC-US, associadas à degeneração causada
pelo dessecação da amostra, “esmagamento” das células durante a
confecção do esfregaço ou falhas no processamento e coloração das
amostras. Deve-se incluir esses casos em ASC-US.
Figura 25 – Célula escamosa intermediária com aumento discreto do
tamanho do núcleo, com leve hipercromasia e irregularidade da borda (seta).
ASC-H
As atipias de células escamosas, não sendo possível excluir
lesão intraepitelial escamosa de alto grau, eram conhecidas como
metaplasia escamosa imatura atípica. São caracterizadas por células
com tamanho de uma célula metaplásica, com núcleos de 1,5 a 2 vezes
maior e consequente aumento da relação núcleo-citoplasma. As células
podem estar isoladas ou em grupos e apresentar leves hipercromasia e
irregularidade nuclear.
Nessa categoria devem ser abordadas duas condições pouco
conhecidas, especialmente na citopatologia: a metaplasia papilar
imatura e a metaplasia imatura atípica. As duas são diagnosticadas
apenas pelo exame histopatológico e a citologia tem papel limitado na
sua caracterização.
LSIL
A maioria dos carcinomas escamosos do colo uterino é originado
no epitélio metaplásico na zona de transformação, que é mais suscetível
à ação do vírus HPV (papiloma vírus humano). Os tipos HPV são
classificados como de baixo e alto risco, sendo os de alto risco (dos tipos
16, 18, 31 e 45) responsáveis pelos carcinomas e os de baixo risco (dos
tipos 6 e 11) responsáveis pelas lesões de baixo grau. As características
citológicas na infecção por HPV são cavidades perinucleares em células
escamosas superficiais e intermediárias com aumento e hipercromasia
do núcleo (coilocitose), presença de disqueratócitos (células escamosas
pequenas, hipercromáticas) e macrócitos (células muito grandes,
contendo às vezes neutrófilos ou outras células escamosas). Em lesões
de baixo grau podemos observar as características citadas acima e
também células maduras com núcleo aumentado mais de 3 vezes,
hipercromático e com bordas irregulares, relação núcleo-citoplasma
leve, presença de binucleação ou multinucleação.
Citopatologia 35
HSIL
Nos esfregaços, as lesões intraepiteliais escamosas de alto grau
são representadas por grande número de células primitivas, imaturas,
com menor quantidade de citoplasma e aumento da relação núcleo-
citoplasma. O núcleo pode adquirir um padrão grosseiramente granular,
de acordo com a severidade da lesão. As bordas nucleares são mais
frequentemente irregulares. São células metaplásicas imaturas, redondas
ou ovais, apresentando-se isoladas ou em agrupamentos.
Figura 30 – Células parabasais com núcleo aumentado,
bordas irregulares, com anisocariose e anisocitose.
AGC-SOE
As características das células atípicas sem outra especificação
são agrupamentos e sobreposição nuclear, relação núcleo-citoplasma
aumentada, porém com citoplasma abundante, com bordas distintas,
aumento nuclear de 3 a 5 vezes a área dos núcleos das células
endocervicais normais, leve hipercromasia nuclear, raras mitoses.
Citopatologia 37
AGC-NEO
As células atípicas provavelmente neoplásicas apresentam-se
em placas ou “tiras” com sobreposição. Algumas rosetas ou aspecto
de “plumagem” podem ser observadas. Os núcleos possuem tamanho
aumentado, com leve a moderada hipercromasia, aumento da relação
núcleo-citoplasma, citoplasma em menor quantidade e bordas mal
definidas. Mitoses são comuns. O risco de doença pré-maligna ou
maligna nesse grupo corresponde a 96%.
Figura 32 – AGC-NEO com células endocervicais atípicas com núcleos
aumentados e alongados. Pseudoestratificação nuclear de leve a moderada.
AIS HSIL
Conjuntos sinciciais, conjuntos
Agrupamentos sinciciais com células
glandulares “Tiras” com
empilhadas no centro
pseudoestratificação
“plumagem” dos núcleos na periferia
Aplanamento das células periféricas
dos agrupamentos
Núcleos alongados Núcleos arredondados
Células isoladas anormais com
-
citoplasma denso ou queratinizado
Nucléolo (micronucléolo) presente
Nucléolo (macronucléolo) presente
quando há extensão glandular
44 Citopatologia
Adenocarcinoma invasivo
As características do adenocarcinoma invasivo são mais intensas
que no AIS, apesar das alterações arquitetônicas serem idênticas,
envolvendo um maior número de células anormais, com configuração
colunar, presença de sincícios e papilas, diátese tumoral, células
pleomórficas isoladas, há perda de coesão celular, os núcleos das
células são maiores, com bordas irregulares, e presença de nucléolos
proeminentes. Mitoses são bastante frequentes.
Figura 40 – Adenocarcinoma invasor comprovado pela histologia,
com agrupamento de células colunares atípicas, em paliçada, sugerindo AIS.
Adenocarcinoma endometrial
O principal subtipo histológico de adenocarcinoma endometrial é
o endometrioide, outros subtipos menos comuns são o adenocarcinoma
papilar seroso e o de células claras (pior prognóstico). O teste de Papanicolaou
não é o método ideal de investigação das doenças endometriais, entretanto,
é comum a detecção citológica de adenocarcinomas endometriais
(principalmente de alto grau). As características presentes no esfregaço do
adenocarcinoma endometrial estão relacionadas ao seu tipo histológico e
grau de diferenciação. As anormalidades celulares são mais acentuadas
quando são menos diferenciadas, ou seja, de alto grau.
48 Citopatologia
BIBLIOGRAFIA
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Citopatologia Ginecológica. Rio de Janeiro: CEPESC.
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Pinto, F. R., & Brasília., L. M. (2012). Citopatologia não ginecológica.
Caderno de referência 2 - Ministério da Saúde, Rio de Janeiro: CEPESC.
SILVA, R. B. (2017). O DIAGNÓSTICO DO MESOTELIOMA MALIGNO.
Recife.