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ISSN 2358-5148

uma revista do Grupo TECSA


Número 10, 2016

MEDICINA LABORATORIAL
DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
www.vetsciencemagazine.com
Referência mundial em diagnóstico veterinário.
Excelência em Medicina Laboratorial de Silvestres.
EDITORIAL

2016: Ano das Conquistas!


O ano começou com diversos desafios, temos com isto, mais que nunca, de nos unir para buscarmos juntos soluções que gerem
valor agregado nos serviços e garantir uma vitoria sobre a crise.Muitos centros veterinários têm uma infraestrutura de diagnóstico
clínico comparável ao de grandes hospitais humanos e este é o resultado de um muito investimento em recursos, instalações e
treinamento de pessoal. Porém muitas vezes deixamos de lado a questão comercial, pois é a parte da profissão que menos gostamos,
no entanto,é a que vai permitir que o nosso centro subsista, cresça e prospere como empresa, porque gostemos ou não, nossas
clínicas são empresas (pequenas, médias ou grandes) e, como tal, devem contribuir, pagar impostos e ter lucro. Em muitos centros
que visitamos descobrimos que a maioria dos funcionários trabalha muito o ano todo, no entanto, não há um sistema de avaliação
que permita diferenciar quais funcionários dão maiores benefícios nas vendas e, é claro, não há estímulo salarial ou moral. Isso
produz um resultado desfavorável. Então é bom pensar que: Infra-estrutura adequada + Excelentes clínicos veterinários + Falta
de formação Comercial e Sem incentivos motivacionais e controles = Perdas para a Clínica.

Geralmente, os veterinários clínicos e seus centros se saem relativamente bem, enquanto a pressão da concorrência não aumenta e
o prestígio ou fama adquirida os leve a vender produtos ou serviços. Mas os tempos mudaram muito e o meio ambiente também.
Neste clima econômico atual a renda média per capita diminuiu, a vida tornou-se mais cara e o número de centros veterinários
têm aumentado exponencialmente. Temos de agir e ser parte da solução em nossa clínica e aprender a vender melhor. Não se
trata de vender produtos e serviços de forma indiscriminada, porque temos uma responsabilidade social e ética a cumprir; se trata
de transmitir aos proprietários as necessidades de seu animal de estimação e quais são os meios para resolvê-las. Como indicado
acima, se solucionássemos essas duas variáveis (falta de treinamento profissional e a criação de um sistema de controle, incentivos e
pagamentos adequados) muitos desses problemas seriam resolvidos ou, pelo menos, os efeitos colaterais causados em nossa gestão
diminuiriam consideravelmente. Nós não vendemos produtos ou serviços e sim vendemos soluções abrangentes. “Os clientes
precisam de soluções e não jargão médico ou tecnologia. Treine sua equipe para ir além, pensar sempre em propor medidas
preventivas de saúde para os pacientes, sair da posição de apenas curar doenças e adotar uma postura de prevenção e cuidados pré-
saúde. Isto com certeza encantará seus clientes! Mas seja sempre um especialista e nunca um vendedor - Os clientes sempre vão
chegar a um centro veterinário porque eles são especialistas, veterinários (e pessoal de apoio) não comerciantes, são especialistas
que aconselham um proprietário para resolver um problema e que é por isso que propomos as melhores soluções disponíveis. Faça
sua equipe conhecer, por exemplo, quais os exames complementares estão disponíveis para o diagnóstico de cada patologia e assim
otimizar o atendimento – a solução do problema e também aumentar o rendimento da Clínica.

Na crise basta trabalhar com seriedade, profissionalismo sem perder o foco na qualidade dos serviços, agindo assim as Vitorias
sobre todos os desafios será garantida. Nossa equipe de médicos veterinários está aqui para auxiliá-lo sempre!

Luiz Ristow Afonso Perez


LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA:
UMA ESPECIALIDADE TECSA

Ao longo destes 21 anos no mercado, sempre tivemos uma


forte preocupação com a Leishmaniose Visceral Canina.
Hoje, podemos dizer que a LVC é uma de nossas grandes
especialidades.

Para auxiliar no diagnóstico desta complexa doença e


contribuir para a sua prevenção, elaboramos um perfil
específico e exclusivo. Este "pacote", além de ser de grande
valia para o proprietário e a saúde do animal, garantirá
excelente margem lucrativa para sua clínica.

PERFIL COMPLEMENTAR PARA LEISHMANIOSE -


CÓD. 316
composto por:

- Sorologia para LVC - Elisa + Rifi;


- Hemograma Completo;
- Ureia + Creatinina (avaliação da função renal);
- TGP (avaliação da função hepática);
- Proteínas Totais e Frações
(Albumina + Globulinas + Relação A/G).

EXCLUSIVIDADE TECSA:
PCR REAL TIME PARA LEISHMANIOSE

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ÍNDICE

06. MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES 22. ENDOCRINOLOGIA 23. MED. LAB. DE FELINOS
06. BLASTOCITOSE EM AVES SILVESTRES 22. FUNÇÃO TIROIDIANA: 23. ESPOROTRICOSE FELINA
PROVA DE ESTIMULAÇÃO COM TSH 25. COMPLEXO GRANULOMA
08. MYCOPLASMA GALLISEPTICUM NA CRIAÇÃO DE AVES ORNAMENTAIS
EOSINOFÍLICO EM FELINOS
10. BRONQUITE INFECCIOSA AVIÁRIA DOMÉSTICOS
11. SARNA KNEMIDOCÓPTICA EM PSITACÍDEOS 27. ANEMIA INFECCIOSA FELINA

13. CONTROLE DE ROEDORES EM CLÍNICAS PET


16. AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DE DERMATITE ATÓPICA DE FELÍDEOS
18. CRIPTOCOCOSE EM FELÍDEOS
19. ANIMAIS SILVESTRES E A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL

29. BIOLOGIA MOLECULAR 32. ANATOMIA PATOLÓGICA


29.VANTAGENS DO PCR REAL 32. SÍNDROME PARANEOPLÁSICA
TIME PARA O DIAGNÓSTICO 34. INSTRUÇÔES TÉCNICAS PARA
E MONITORAMENTO DE EXAME CITOLÓGICO POR PUNÇÃO
Colaboraram neste número: LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)
Membros da Equipe de Médicos Veterinários
do TECSA Laboratórios:

Dr. Bruno Péricles Gomes de Oliveira


Dr. Flávio Herberg de Alonso
Dr. Frederico Miranda Pereira
Dr. Guilherme Stancioli
Dra. Isabela de Oliveira Avelar
Dr. João Paulo Fernandes Ferreira
36. PATOLOGIA CLÍNICA 39. MICROBIOLOGIA
Dr. João Paulo Franco
36. INTERPRETANDO O RDW (RED 39. COMO O VERÃO E AS CHUVAS
Dra. Luciana Fachini da Costa CELL DISTRIBUTIONWIDTH) EM AUMENTAM OS CASOS DE CÃES
E GATOS COM DIARREIA
Dr. Luiz Eduardo Ristow MEDICINA VETERINÁRIA
40. LEPTOSPIROSE CANINA
38. ALGORITMO PARA AVALIAÇÃO DE
Dr. Matheus Moreira HIPERGLICEMIA E GLICOSÚRIA

EXPEDIENTE
Editores/Publishers: CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA dirigida somente
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. . afonsoperez@tecsa.com.br aos médicos veterinários, como parte do Projeto JORNADA DO CONHECIMENTO,
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br criado pelo mesmo. Este projeto visa a universalização do conhecimento em Medicina
Laboratorial Veterinária. A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa
Diagramação: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br clínica e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, artigos
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Na Internet: Grupo TECSA – 21 anos de precisão, tecnologia e agilidade.
www.vetsciencemagazine.com

ISSN: 2358-1018
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

BLASTOCITOSE EM AVES SILVESTRES

Introdução do parasita. cisto e irá evoluir para a forma vacuolar,


As doenças parasitárias estão se capaz de se reproduzir. Algumas formas
tornando cada vez mais comuns vacuolares se encistam e são eliminadas
em aves silvestres, podendo levar a nas fezes dos hospedeiros, o que
diferentes quadros que variam entre possibilita a infecção fecal-oral de outro
infecções subclínicas e óbito. Essas animal ou ser humano susceptível.
alterações acometem tanto animais de
vida livre quanto de cativeiro, sendo
os últimos mais afetados devido a Reprodução
condições inadequadas de higiene, A reprodução do Blastocystis sp.
estresse, alta densidade populacional pode ocorrer através de divisão binária,
e espaços restritos. O Blastocystis sp. brotamento, endodiogenia, plasmatomia
é um protozoário muito comum do e esquizogonia. A divisão binária
Figura 1: Formas biológicas de Blastocystis sp.
trato gastrointestinal capaz de infectar Fonte: Adaptado de www.wikipedia.com, acesso (figura 2) é a forma mais utilizada pelo
em 2015. microrganismo, se caracterizando pela
várias espécies, como aves, suínos, cães,
gatos, répteis, roedores e humanos. divisão do citoplasma da célula mãe,
Possui notável potencial zoonótico e gerando duas células filhas de igual
alta prevalência em amostras fecais Transmissão forma e tamanho.
humanas, podendo ser encontrado em O mecanismo de transmissão do
30 a 60% da população de países em Blastocystis sp. ainda não é totalmente
desenvolvimento. esclarecido, entretanto acredita-se
que a principal via é a fecal-oral, a
Morfologia qual pode ocorrer através do contato
Em esfregaços fecais é possível entre animais da mesma espécie ou de
encontrar seis formas biológicas espécies diferentes. Dessa forma, o ciclo
de Blastocystis sp.: cística, granular, biológico do Blastocystis sp. se inicia a
amebóide, avacuolar, multivacuolar e partir da ingestão de água ou alimentos
a vacuolar que, por sua vez, é a mais contaminados por fezes contendo a
comumente encontrada. A figura 1 forma cística. Após a contaminação, o Figura 2: Reprodução por divisão binária.
ilustra algumas formas de apresentação parasita chega ao intestino na forma de Fonte: CRUZ, 2008.

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MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

para o laboratório o mais rápido possível.

Conclusão
A blastocitose é uma doença de
ampla transmissão entres as espécies
e apresenta alto potencial zoonótico.
Seu diagnóstico laboratorial através
da identificação microscópica do
Blastocystis sp. é fundamental para o
estabelecimento de medidas de controle
do parasita e assim contribuir para a
preservação da saúde animal e humana.
O TECSA Laboratórios conta com
toda a infraestrutura e profissionais
capacitados para a realização dos exames
necessários para o diagnóstico desta
enfermidade com rapidez, precisão e
segurança. Se é TECSA, pode confiar.

EXAMES REALIZADOS PELO


TECSA LABORATÓRIOS

CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

87 - CITOLOGIA PET 3

812 - PERFIL CHECK UP SILVESTRES 1

446 - PACOTE DIAGNOSTICO 5


POS-MORTEM - AVES SILVESTRES

Sinais Clínicos
A reprodução pela endodiogenia se Referências Bibliográficas
Os sinais clínicos mais comumente
CRUZ C. W. Ocorrência e caracterização morfológica de
assemelha à fissão binária, porém ocorre encontrados em animais infectados são a Blastocystis sp. em três espécies de aves comercializadas em
no interior da célula, onde o vacúolo letargia, falta de apetite, fadiga e diarreia mercados municipais do Rio de Janeiro. 2008. UFRRJ. Instituto
de Veterinária, Curso de Pós-Graduação.
central da célula mãe se divide dando com fezes pastosas, podendo conter MUNDIM, M.J.S.; MUNDIM, A.V.; SANTOS, A.L.Q.; et
al. Helmintos e protozoários em fezes de javalis (Sus scrofascrofa)
origem a duas células novas. Por sua vez, muco e aspecto sanguinolento. Em aves criados em cativeiro. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
no brotamento a célula mãe aumenta de cativeiro a parasitose pode interferir Zootecnia, v.56, n.6, p.792-795, 2004.
GONÇALVES, G. A. M.; MARTINS, T. F.; LIMA, E. T.
em um dos lados, gerando uma, duas ou no comportamento e desenvolvimento Prevalência de endoparasitas em amostras fecais de aves silvestres
até três novas células, que sempre são de reprodutivo e, quando associada ao
e exóticas examinadas no laboratório de ornitopatologia e no
laboratório de enfermidades Parasitárias da FMVZ-UNESP/
tamanhos menores. A forma reprodutiva estresse e nutrição inadequada, pode Botucatu, SP. Ciência Animal Brasileira, v. 10, n. 1, p. 349-354,
2009.
plasmatomia é considerada a mais rara, desencadear infecções secundárias, SANTOS, M. C.; CINTRA, R. A.; NSACIMENTO, G.
e se caracteriza pelo prolongamento da agravando o quadro clínico. A. N.; et al. Occurrenceofblastocystis spp. in Uberaba, Minas
Gerais, Brazil. Revista Do Instituto De Medicina Tropical de
membrana do citoplasma e da superfície São Paulo.v.57, n.3, 2015.

da célula, dando origem à uma nova Diagnóstico MELO, L. F.; Doenças de aves silvestres e domésticas
diagnosticadas na Paraíba. 2013. Universidade Federal de
célula. Já a esquizogonia costuma ocorrer O diagnóstico consiste na pesquisa Campina Grande. Centro de saúde e tecnologia rural. Curso de
medicina veterinária. Campus Patos/PB.
em células maiores, de forma vacuolar, direta do cisto de Blastocystis sp. em fezes NEVES, R. Protozoários. 2015. Disponível em: http://
aonde são observadas várias células coletadas de animais suspeitos, por meio educacao.globo.com/biologia/assunto/microbiologia/
protozoarios.html. Acesso em: 08 Nov. 2015.
menores com estruturas semelhantes à de exame citológico. O material deve ser WIKIPEDIA. Blastocystosis. 2015. Disponível em: https://
en.wikipedia.org/wiki/Blastocystosis. Acesso em: 08 Nov. 2015.
núcleos e inclusões citoplasmáticas. identificado, resfriado e encaminhado
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MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

MYCOPLASMA GALLISEPTICUM NA
CRIAÇÃO DE AVES ORNAMENTAIS

Introdução Essa infecção pode ser transmitida Escherichia coli, responsável por causar
Micoplasmose é a infecção causada via horizontal e vertical, por isso as infecções secundárias graves (figura 1).
por uma bactéria do gênero Mycoplasma, empresas são obrigadas a manter os A intensidade dos casos clínicos pode
pertencente ao filo Tenericutes. Essa plantéis sob vigilância e fornecer apenas ser variável dependendo da condição
bactéria é responsável por causar animais livres de MG e MS. ambiental, qualidade do manejo,
doenças respiratórias crônicas, gerando presença de idades múltiplas, variação
grandes prejuízos a criatórios de aves Sinais Clínicos no calendário vacinal, dentre outros
ornamentais. Existem diversas espécies Os sinais clínicos mais importantes fatores.
descritas em aves, sendo o Mycoplasma gerados pelo MG em aves comerciais
synoviae (MS), Mycoplasma gallisepicum são: diminuição da produção de
(MG) e o Mycoplasma meleagridis os ovos, comprometimento da casca
mais preocupantes para os criatórios dos ovos, doença respiratória crônica
comerciais, fazendo parte do Programa (apresentando estertores respiratórios),
Nacional de Sanitária Avícola (PNSA). tosse, espirros, descarga ocular, retardo no
Em poedeiras comerciais, o MG crescimento e aumento da mortalidade
é responsável por causar prejuízos no lote. O MG é caracterizado por ser
consideráveis na produção, sendo Figura 1: Ave infectada por MG e com infecção
o agente primário, responsável por abrir secundária por E. Coli.
relatado no Brasil e em outros países. portas para os demais agentes, como a Fonte: http://www.vetbiblios.pt/AVICULTURA.

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MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

EXAMES REALIZADOS PELO


TECSA LABORATÓRIOS

CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

RAT12 - ISOLAMENTO DE 15
MYCOPLASMA SP

A24 - ISOLAMENTO MYCOPLASMA 15


GALLISEPTICUM E MYCOPLASMA SYNOVIAE

A38/MG - MYCOPLASMA 4
GALLISEPTICUM - ELISA

RAT05/MG - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM 2


SORO AGLUTINAÇÃO RÁPIDA

RAT28 - MYCOPLASMA 4
GALLISEPTICUM (MG) - METODO HI

PCR311 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM


DETERMINAÇÃO PCR-RT ATÉ 3 AMOSTRAS 10
MESMO LOTE

PCR312 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM


DETERMINAÇAO PCR-RT ACIMA DE 3 ADI- 10
CIONAL CADA AMOSTRA DO MESMO LOTE
Diagnóstico Entretanto, em criatórios comerciais,
Nos criatórios, o PNSA (aplicável pode se utilizadar vacinas por não A02 - MYCOPLASMA GALLISEPTICUM SORO 3
à avicultura industrial) define que existir a necessidade do controle AGLUTINAÇÃO RÁPIDA - S.A.R - MG
as monitorias de MG, MS e MM oficial de Mycoplasma. As vacinas
sejam feitas visando a erradicação vivas são recomendadas objetivando
RAT06/MS - MYCOPLASMA SYNOVIAE 2
do Mycoplasma no plantel, porém, reduzir as perdas produtivas e previnir SORO AGLUTINAÇÃO RÁPIDA
em criatórios comerciais não existe a a transmissão da infecção. Quando se
necessiade de se fazer a monitoria oficial. usa vacinas vivas contra Mycoplasma
A metodologia oficial recomendada é a Gallisepticum, o resultado esperado A39/MS - MYCOPLASMA SYNOVIAE - ELISA 15
soroaglutinação rápida em placas (SAR), é uma resposta imune fraca, porém,
também é usado a hemagluinação (HI), resultados de sorologia com títulos
ELISA e PCR. O exame de SAR é um muito elevados são indicativos de
método muito sensível porém pouco desafio com virus de campo, tendo que
específico, desta forma, as aves reagentes se associar sinais clínicos para fechar o
diagnóstico. Referências Bibliográficas
na SAR devem ser retestadas pelo exame A.L.S.P. CARDOSO, E.N.C. TESSARI, A.G.M.
de inibição da hemoaglutinação (IH) DE CASTRO, A.M.I. KANASHIRO, G.F.Z. STOPPA.
Monitoria sorológica da micoplasmose em plantéis de aves
ou pelo ELISA. Atualmente, técnicas Conclusão reprodutoras no brasil através do teste de soroaglutinação rápida.
Instituto Biológico, Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica
de biologia molecular (como a PCR Levando em consideração os do Agronegócio Avícola. Arquivo Instituto Biolóico, São Paulo,
quantitativa) estão cada vez mais sendo danos que a micoplasmose pode gerar v.73, n.1, p.23-26, jan./mar.2006
BRASIL. Instrução Normativa DAS/n.44 de 23 de agosto
usadas como métodos diagnósticos, por em plantéis, a monitoria periódica, de 2001. Aprovada sobre as normas técnicas para o controle
apresentarem inúmeras vantagens frente biosseguridade e os programas e a certificação de núcleos e estabelecimento avícola para
micoplasmose aviária, em conformidade com anexos a essa
à testes sorológicos. de vacinação são de fundamental Isstrução Normativa. 2009. Diário Oficial da União, Brasília,
Distrito Federal. 23/08/2001.
importância para o adequado MACHADO, L. S.; NASCIMENTO, E. R.; PEREIRA,
Vacinação diagnóstico e controle do Mycoplasma, V. L. A.; ALMEIDA, D. O.; SILVA R. C.F. SILVA; LÍDIA
M.M. SANTOS. Mycoplasma gallisepticum como fator de
A vacinação das aves pode gerar minimizando assim os prejuízos e risco no peso de lotes de frangos de corte com condenação por
aerossaculite na Inspeção Sanitária Federal. Departamento de
resultados falsos positivos nos exames mantendo o sistema de produção de Saúde Coletiva Veterinária e Saúde Pública. Mar./2012.
sorológicos durante as monitorias . aves ornamentais viável.
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MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

BRONQUITE INFECCIOSA AVIÁRIA


Introdução traquéia com muito muco, congesta Conclusão
A Bronquite Infecciosa Aviária é uma e hemorrágica. Quando está presente Para o controle da infecção por
doença aguda e altamente infecciosa alguma cepa com tropismo pelo Bronquite Infecciosa Aviária, a granja
causada por um vírus da família sistema renal, a ave apresenta perda da precisa estar alinhada as normas
Coronaviridae. Essa doença afeta aves estrutura e função renal, acumulando de biossegurança, realizar vistorias
de ambos os sexos e em diferentes faixas uratos, aumento de volume dos rins periódicas dos planteis pelos médicos
etárias, acometendo a parte respiratória e elevação da mortalidade (figura 1). veterinários e adequação do programa
e geniturinária, causando assim um Aves reprodutoras e poedeiras podem vacinal. Pela sua capacidade de
grande impacto tanto na cadeia de carnes apresentar deformidade na casca dos mutações constantes e a existência de
quanto de ovos. Os microrganismos da ovos (figura 2) devido a lesões geradas diversos sorotipos existentes, a doença
família Coronaviridade causam também no magno e no útero. A albumina não é facilmente controlada, desta
enfermidades em perus (enterite), irá se apresentar aquosa e com baixa forma, o médico veterinário de campo e
camundongos (hepatite viral), suínos, viscosidade, e dependendo da infecção o laboratório tem que andar juntos para
cães, potros (gastroenterites), bezerros e do estado da ave, a lesão reprodutiva a detecção e controle desta patologia,
(diarreia neonatal) e ratos (pneumonias). pode se tornar permanente. que representa um grande desafio para
a avicultura mundial.
Transmissão
EXAMES REALIZADOS PELO
A transmissão da Bronquite Infecciosa TECSA LABORATÓRIOS
Aviária ocorre principalmente pela
via horizontal nas granjas e criatórios, CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
através de aerossóis respiratórios e pelas
fezes. O vírus tem predileção para se PCR231 - BRONQUITE (IBV)
DETECÇÃO PCR-RT 10
replicar no tecido epitelial do trato ATÉ 3 AMOSTRAS DE UM MESMO LOTE
Figura 1: Lesão renal.
respiratório superior independente Fonte:http://nelsonferreiralucio.blogspot.com.
da cepa viral. A ave infectada tem a br/2011/10/bronquite-infecciosa-das-galinhas. PCR232 - BRONQUITE (IBV)
html. DETECÇÃO PCR-RT
capacidade de transmitir o vírus por ACIMA DE 3 EXAMES - ADICIONAL P/ 10
até duas semanas, e após a cura, ainda CADA AMOSTRA DE UM MESMO LOTE
tem a possibilidade da mesma ave se PCR23 - BRONQUITE (IBV)
infectar por uma cepa viral diferente. DETECÇAO PCR-RT ISOLADO EM OVO 10
Por isso, a desinfecção e os processos EMBRIONADO/VACINA
de biosseguridade e vazio sanitário
adequado são muito importantes no PCR241 - BRONQUITE (IBV)
TIPAGEM PCR-RT 10
controle da doença. ATÉ 10 AMOSTRAS DE UM MESMO LOTE
Figura 2: Ovos com alteração na casta.
Sinais Clínicos Fonte: http://mimvet.blogspot.com.br/2015. PCR242 - BRONQUITE (IBV
TIPAGEM PCR-RT ACIMA DE 10, ADICIONAL 10
A mortalidade na Bronquite P/ CADA AMOSTRA DO MESMO LOTE
Infecciosa Aviária ocorre quando as Diagnóstico
aves são afetadas nos primeiros dias O diagnóstico da Bronquite PCR24 - BRONQUITE (IBV)
de vida, quando a cepa do vírus possui TIPAGEM PCR-RT ISOLADO 10
Infecciosa Aviária se baseia em suspeita EM OVO EMBRIONADO/VACINA
tropismo pelo sistema renal ou quando clínica do lote, da região, achados de
se instala infecções secundárias. Fora necropsia, programa vacinal e exames
essas situações, quando a infecção laboratoriais. As doenças que devem ser A34 - BRONQUITE ELISA (IBV ) 4
ocorre sem maiores complicações, consideradas no diagnóstico diferencial
dificilmente ocorre mortalidade, sendo são Mycoplasma gallisepticum, M.
que os sintomas desaparecem em torno synoviae, pneumovirose, laringotraqueite
Referências Bibliográficas
de 15 dias. infecciosa, doença de Newcastle, coriza Fábio, J. D.; Rossini L. I. Bronquite Infecciosa das Galinhas.

A sintomatologia clínica observada infecciosa e infecções por Escherichia coli. 14º Curso de Sanidade Avícola Fort Dodge, Campinas – SP.
Anais, 23º Congresso Brasileiro de Avicultura. Bronquite
são: estertores respiratórios, tosse, Os exames mais usados para detecção Infecciosa das Galinhas Embrapa Suínos e Aves, Concórdia,
SC. p 22-28.
dispnéia, insuficiência respiratória, da Bronquite Infecciosa Aviária são L.J. Pena, B.M. dos Santos, R.P. Roberti, S.Y. Marin.
diarréia, desidratação, má absorção de ELISA, inibição da hemoaglutinação Bronquite Infecciosa das Galinhas. Arquivos de Instituto
Biológico São Paulo, v.72, n.3, p.397-404, jul./set., 2005
nutrientes, asfixia e morte, apresentando (HI) e PCR-RT.
10
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

SARNA KNEMIDOCÓPTICA EM PSITACÍDEOS

Introdução Sinais Clínicos ligado ao estresse, que leva a uma


Os ácaros do gênero Knemidokoptes De forma geral, os sinais clínicos se diminuição da resistência imunológica
- também conhecidos como “sarnas manifestam de forma tardia, sendo (normalmente causada por condições
dos pés” – são importantes parasitas de as áreas desprovidas de penas (bico, de cativeiro e manejo inadequados).
pele de aves, e podem causar doenças carúncula, narinas, regiões perioculares) Segundo GREINER (1994), as aves
como dermatites e a hiperqueratose nos comumente afetadas. Em psitacídeos, mais comumente acometidas pelos
bicos e membros inferiores. Dentre as os quadros costumam ser mais severas, ácaros são os periquitos australianos
várias espécies causadoras de doenças, ocorrendo lesões esfoliativas, hiperplasia (Melopsittacus undulatus), seguido
a mais comum é o Knemidokoptes pilae. de pele e crescimento anormal do bico, o de outras espécies de Psitaciformes e
Os agentes completam todo seu ciclo Passeriformes. Além disso, em alguns
que leva a uma dificuldade de apreensão
biológico em um único hospedeiro, casos as dermatites causadas pela sarna
dos alimentos e consequentemente a
onde penetram na epiderme e com isso podem ser comparadas a dermatites
problemas nutricionais. Por sua vez, nos
estimulam uma grande produção de em mamíferos, porém, nos casos do
passeriformes os membros posteriores
camada córnea (BAUMGARTNER, Knemidokoptes, as aves não apresentam
(pernas e patas) são acometidos, levando
1998). prurido.
a formação de crostas, escamas friáveis e
crescimento de unhas. Todos esses casos
se caracterizam como uma porta de
entrada para infecções secundárias, que
podem levar a edemas maciços e necrose
dos dedos e patas (ZOOVET, 2013).
As manifestações clínicas raramente
são observadas em aves de vida
Figura 1: Arara-vermelha - Família: Psittacidae. livre, uma vez que o aparecimento Figura 2: Periquitos ondulados.
Fonte: http://criarpsitacideos.blogspot.com. Fonte: http://www.infoexoticos.com/inicio/wp-
br/2014/08/compre-psitacideos-legalizados.html. da sintomatologia está diretamente content/uploads/sarnosos-3.jpg.

11
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

Transmissão
A transmissão destes ácaros
geralmente ocorre pelo contato direto
entre uma ave infectada e outra
saudável. A transmissão por contato
indireto também pode ocorrer (contato
com poleiro, ração, etc), entretanto, estas
são bem menos comuns.

Figura 3: Ácaros do gênero Knemidokoptes. Fonte:


http://www.webpticeprom.ru/ru/
handbooks-veterinardiseases.

Diagnóstico
Para um diagnóstico preciso, é
fundamental associar a sintomatologia
apresentada pelas aves à exames
laboratoriais de rotina. O raspado de
pele tem se demonstrado como uma
excelente opção na triagem do ácaro,
uma vez que possibilita sua visualização
direta e identificação de forma simples
e rápida. Em casos onde são necessárias
informações adicionais, o veterinário
pode também coletar tecidos de
necropsia ou amostras de biópsias e
encaminhar para a realização de exames
histopatológicos.

O TECSA Laboratórios oferece


toda a infraestrutura para a realização
de exames para o diagnóstico correto
da sarna Knemidocóptica, descritos na
tabela a seguir.
EXAMES REALIZADOS PELO
TECSA LABORATÓRIOS
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
86 – HISTOPATOLOGICO 4
COM COLORACAO DE ROTINA – HE

406 – PESQUISA DE SARNA 1

Referências Bibliográficas
BAUMGARTNER, R.; ISENBÜGEL, E.
Parasitenwellensittche.In: GABRISCH K.; ZWART, P.
Krankheiten der heimtiere.Hannover: SchliiterscheVerlag,
1998. 1000p. Cap.15, p.429-486.
BOWMAN, D.D.  Artrópodes.  In:  parasitologiaGeorgis
‘paraosveterinários.  6th ed.  Filadélfia, Pa: WB Saunders Co,
1995; 66-67.
GREINER, E.C.; RITCHIE, B.W. Parasites. In: RITCHIE,
B.W. et al. Avian medicine: principles and application.Florida:
Wingers, 1994. 1384p. Cap.36, p.1007-1029.
MORISHITA TY, JOHNSON G, JOHNSON G, ET
AL.  Ácaro infestação Scaly-perna associada à necrose dígitos
em frangos anã (Gallusdomesticus) J MedAvianSurg 2005; 19:.
230-233.

12
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

CONTROLE DE ROEDORES EM CLÍNICAS PET

Introdução um comportamento seguido pelos Biossegurança:


Os ratos apresentam hábitos outros integrantes da colônia. Na falta Roedores são portadores de
noturnos. É possível, embora raro, vê- de alimentos na colônia, pode ocorrer o aproximadamente 45 doenças,
los durante o dia, quando sua população canibalismo, sendo devorados os mais incluindo salmoneloses, pasteureloses,
aumenta tanto que a concorrência fracos e doentes, ou ainda os filhotes de leptospiroses, triquinose, toxoplasmose
por comida faz com que mudem seus uma ninhada pertencentes a um outro e raiva. Camundongos e ratos podem
hábitos para evitar a competição entre grupo. transportar organismos causadores de
eles. Podem sair durante o dia também Ratos e camundongos tem sido doenças em seus pés, aumentando a
quando estão feridos ou quando suas um problema em pet shops onde os disseminação de doenças.
tocas são invadidas pelas enchentes. alimentos e locais de nidificação são
Vivem em sociedade, com indivíduos abundantes. Estes animais consomem
Como controlar roedores?
dominantes (machos e fêmeas mais e contaminam os alimentos destinados
Para realizar um controle da
fortes) e os dominados. Os machos aos cães, gatos e outros animais, assim
população de roedores em um local,
dominantes escolhem os melhores como seres humanos.
é necessário antes de qualquer coisa
locais do ambiente da colônia e
se alimentam quando querem. Os
Por que controlar roedores? identificar qual ou quais espécies estão
Os danos podem ocorrer de várias convivendo no imóvel. Essa informação
dominados ocupam áreas marginais e
formas: é de fundamental importância, pois
se alimentam somente quando não há
Danos às construções: será a partir dela que serão discutidas
ratos dominantes por perto. Entretanto,
Roedores danificam máquinas, as estratégias de controle, baseados nos
se houver a presença de um alimento
equipamentos, tubulações, madeira hábitos comportamentais da espécie em
novo no território da colônia (isca
e fiações elétricas, o que pode causar questão.
raticida ou uma ratoeira, por exemplo),
o dominante espera que algum rato riscos de incêndio.
dominado se aproxime e se alimente. Consumo de alimentos: Ratazana (Rattus norvegicus):
Se nada lhe acontecer, o dominante o Uma colônia de 100 ratos irá consumir É a maior das espécies, sendo forte
expulsa e ingere o alimento ou a isca. mais de uma tonelada de alimentos por e agressiva. Habitam tocas e galerias
Mas se houver a morte logo após a ano. no solo próximo de córregos, lixões e
ingestão do alimento, os ratos farão uma Contaminação de alimentos: interior de edificações. É hábil nadador
associação entre a morte do dominado e Um roedor pode contaminar dez e escavador. Seu raio de ação é de
o consumo daquele alimento (ou isca), e vezes a quantidade de alimento que cerca de 50 metros em volta das tocas,
não mais consumirão os mesmos, sendo consome com suas fezes, urina e pelos. onde deixam trilhas com manchas de
13
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

GRANULADO PÓ DE CONTATO BLOCO PARAFINADO

gordura, fezes e pêlos. São onívoros, metabolismo, sendo agitado e constrói comprimento de aproximadamente 1,5
mas preferem grãos, carnes e frutas. seus ninhos no interior das residências, cm e não tem as pontas afiladas.
Apresentam desconfiança à mudança como móveis, gabinetes, gavetas, c) Urina: Quando exposta à luz
no ambiente, preferindo locais pouco armários, caixas sem uso constante, etc. É ultravioleta, a urina dos ratos emite
movimentados. hábil escalador, podendo cavar tocas, seu fluorescência, mesmo depois de seca.
raio de ação é em torno de 3 a 5 metros.
É onívoro, preferindo grãos e sementes. d) Trilhas: As trilhas usadas como
Diferente das outras duas espécies, o comunicação das tocas ao alimento,
camundongo é extremamente curioso, quando feitas em um jardim, são
possuindo hábitos exploratórios. facilmente reconhecidas, pois a
vegetação se torna rala ou inexistente
nesses locais.
Figura 1: Ratazana (Rattus novergicus).
Fonte: www.desipest.com.pt e) Marcas de gordura: Quando
os ratos caminham por um local,
Rato do Telhado (Rattus rattus):
geralmente o fazem roçando seus corpos
Habita forros, sótãos, beirais, podendo nas paredes enquanto se deslocam.
ainda viver em árvores. É comum no Utilizando-se do mesmo caminho, as
interior de domicílios. É hábil escalador paredes ficam marcadas com a gordura
e raramente escava tocas. Seu raio Figura 3: Camundongo (Mus musculus) dos pelos do corpo.
de ação é em torno de 60 metros. Por Fonte: www.desipest.com.pt

onde costuma passar, deixa manchas f ) Roeduras: Marcas de dentes


de gordura, pêlos e fezes. Prefere como embaixo das portas, em portas
Existem alguns sinais que denunciam de armários, portas de gabinetes,
alimentação legumes, frutas e grãos
a presença de roedores em um imóvel: denunciam a presença dos roedores.
e, como a ratazana, apresenta grande
desconfiança a mudanças no ambiente. a) Sons: É possível escutar à noite g) Excitação de cães a gatos: Esses
barulhos de corridas rápidas, ou de animais têm um olfato muito apurado
roeduras, nos forros de gesso ou madeira e ficam especialmente agitados quando
ou também em locais mais tranquilos do percebem a invasão do seu ambiente por
imóvel. roedores.

b) Fezes: As fezes dos camundongos


Controle Integrado de Roedores
têm aproximadamente 0,5 cm de
Inspeção: Inspeção da área a ser
Figura 2: Rato de telhado (Rattus rattus). comprimento e são afiladas nas pontas.
Fonte: www.desipest.com.pt controlada com levantamento e anotação
As fezes de ratos de telhado têm o mesmo
da situação encontrada (localização e nº
aspecto, porém com o comprimento
Camundongo (Mus musculus): de tocas, trilhas, acesso a alimentos, etc).
maior (aproximadamente 1 cm). No
Dentre as 3 espécies, é a menor. Estas informações são fundamentais
caso das ratazanas, as fezes têm o
Geralmente é um animal com alto para orientar medidas de controle.
14
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

Identificação da espécie: A Técnicas de aplicação da isca e f ) Mantenha limpa e sem entulhos as


identificação da(s) espécie(s) de medidas antiratização áreas em volta do canil e da clínica.
roedores a ser controlada é fundamental, a) Contra ratos de telhado, coloque o g) Vede brechas e rachaduras nos
pois as diferenças biológicas e de conteúdo dos saquinhos em anteparos muros e pisos, além das soleiras das
comportamento determinarão as fixados firmemente às estruturas de portas. Chumbe ralos.
estratégias de controle. sustentação dos telhados, por onde os
ratos estejam transitando. Rompa o EXAMES REALIZADOS PELO
TECSA LABORATÓRIOS
invólucro para aumentar a atração e fixe
Antiratização: São medidas que CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
no interior de tubos de PVC.
visam dificultar ou mesmo impedir
b) Em áreas de risco, onde outros 785 - LEPTOSPIROSE 7
o acesso, instalação e proliferação de PCR REAL TIME QUALITATIVO
ratos em uma determinada área. Estas animais podem ter acesso, use porta-
81- LEPTOSPIROSE CANINA
medidas consistem basicamente em iscas. OU EQUINA – MICROAGLUTINAÇÃO (IGM) 2
eliminar as fontes de alimento, abrigo e c) O raticida em bloco é ideal para 526- PERFIL DIAGNOSTICO
água para os ratos. áreas úmidas. Deve ser aplicado com COMPLETO DE LEPTOSPIROSE CANINA 2
arame através de seu orifício central.
Esse arame deve ser preso nos locais de 287- ISOLAMENTO DE SALMONELLA SP 5
Desratização: São medidas aplicadas
passagem dos roedores. 304 - PACOTE TOXICOLOGICO
para eliminação física dos roedores. 15
d) Mantenha os sacos de ração em COMPLETO - 11 ITENS
Podem ser utilizados métodos
mecânicos, biológicos ou químicos. estrados elevados do chão e afastados
Devido à maior segurança e eficácia, das paredes. Sacos abertos devem ser
o método de desratização mais usado bem protegidos. Referências Bibliográficas
é o químico. Para que o processo de e) Proteja a caixa d’água com tampa,
Andera, Milos. Homepage > Mammals > Rodents. Nature
Photo CZ. [Online] 2014. [Citado em: 03 de Setembro de
desratização seja eficiente, deve sempre desta forma elimina-se a fonte de água 2014.]
http://www.naturephoto-cz.com.
ser acompanhado das medidas de para os ratos e evita-se a contaminação
antiratização. por fezes e urina.
15
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DE
DERMATITE ATÓPICA DE FELÍDEOS

Introdução produção de IgE. Esta reposta imune graves incluindo erosões, úlceras e
A dermatite atópica felina (DAF) ocorre principalmente no linfonodo crostas (figura 1).
é uma doença alérgica cutânea, local. Desta forma, inicia-se a liberação Lesões do complexo eosinofílico
inflamatória e pruriginosa, de de mediadores pré-formados e felino: Nesse tipo de lesão estão
predisposição genética e manifestações recentemente gerados, o que promove presentes principalmente as placas
clínicas características associadas a o influxo de células inflamatórias, que eosinofílicas, que são acompanhadas
produção de anticorpos IgE contra por sua vez, leva à liberção de outros de prurido intenso e comumente se
alérgenos ambientais. A DAF tem sido mediadores pró-inflamatórios. Na localizam na região ventral do abdômen,
descrita na literatura desde a década fase crônica, ocorre uma resposta Th1 perianal e coxas (figura 2).
de 1980. Existem outras formas de concomitante com IFN-y e infecções Dermatite miliar: São caracterizadas
alergia cutânea que, frequentemente, secundárias podem agravar o quadro, por pequenas pápulas crostosas erosivas
representam diagnósticos diferenciais levando a respostas Th1 adicionais. ou ulceradas que geralmente estão
para DAF. Dentre elas, é possível Em felídeos, alérgenos ambientais e situadas ao longo do pescoço, dorso,
citar a dermatite alérgica por picada alimentares desempenham um papel abdômen ou de maneira generalizada
de ectoparasitas ou por alimentos, importante no desenvolvimento da (figura 3).
dermatofitoses e a sarna otodécica. Não alergia. Alopecia autoinduzida: Padrão
há relatos de predisposição por raça ou caracterizado por surgimento de áreas
sexo, entretanto, a doença geralmente Sinais Clínicos alopécicas secundárias a comportamento
se manifesta em felídeos de 6 meses a 2 O prurido recorrente é o sinal clínico de lambedura e prurido excessivos, sem
anos de idade. característico da alergia felina, podendo evidência de processo inflamatório no
se manifestar em face, pescoço e ouvido local (figura 4).
externo. Outros padrões cutâneos que
Patogênese podem se apresentar são lesões do
Os anticorpos IgE contribuem para complexo eosinofílico felino, dermatite
a inflamação devido a uma série de miliar e alopecia autoinduzida. Esses
mecanismos complexos. De forma geral, padrões podem apresentar-se de forma
quando ocorre o comprometimento da isolada ou conjunta.
função de barreira da pele, a absorção Lesões pruriginosas: Cerca de 56%
percutânea do alérgeno é possibilitada dos felinos diagnosticados com DAF Figura 1:
Lesão inflamatória grave em face de felino.
e, assim, ocorre o desencadeamento apresentam o padrão pruriginoso, Fonte:https://repositorio.utad.pt/
de uma resposta imune envolvendo podendo levar a lesões inflamatórias bitstream/10348/2998/1/msc_rmcsousa.pdf

16
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

antifungigrama, citologia, histopatologia


de fragmentos de pele, fator antinuclear
(FAN) e anticorpo antinuclear (ANA),
teste sorológico alérgico e pesquisa de
doenças concomitantes incluindo FIV,
FeLV, PIF, diabetes, dentre outras.
Dentre os diagnósticos diferenciais
causadores de dermatite pruriginosa
em felídeos, devemos considerar as
infestações parasitárias incluindo
a sarna otodécica e notoédrica, as
dermatofitoses, as erupções por drogas,
doenças autoimunes, mastocitoma
e linfossarcoma, que pode ter
apresentações clínicas relacionadas com
prurido e alopecia.

Conclusão
As dermatites que acometem felinos
possuem diversas origens etiológicas
distintas que devem ser criteriosamente
pesquisadas. Quando a investigação
não é realizada de forma adequada e os
exames corretos não são solicitados, a
causa primária pode não ser encontrada.
Isto traz prejuízos tanto para o animal
quanto para o proprietário, evidenciando
a importância de um diagnóstico preciso.
EXAMES REALIZADOS PELO
TECSA LABORATÓRIOS
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

736 - TRICOGRAMA 3

602 - COLETA DE RASPADOS DE PELE 1


576 - CULTURA (ANAEROBIOS + 1
AEROBIOS) + ANTIBIOGRAMA
759 - CULTURA DE FUNGOS 30
COM ANTIFUNGIGRAMA
87 - CITOLOGIAS PET 3
86 - HISTOPATOLOGIA 4
COM COLORAÇÃO DE ROTINA
272 - FAN 4
(FATOR ANTI - NUCLEAR VETERINARIO)
Figura 2: Lesão eosinofílica em pele de felino. Figura 4:
Fonte:http:/dermatopet.com.br/pt/ Alopecia autoinduzida em flanco e dorso de felino. 253 - ANA (ANTICORPO ANTI NUCLEAR) 4
images/doencas/placa-eosinofilica Fonte:http://1.bp.blogspot.com/_fQf23eliZzA/
SyqiapO 686 - TESTE ALERGICO PAINEL 7
24 ALERGENOS
Diagnóstico 271 - FIV E FELV 1
LEUCEMIA E IMUNODEFICIENCIA FELINA
Para diagnosticar a DAF e diferenciá-
la de outras doenças, é importante a
realização de alguns exames. Alguns Referências Bibliográficas
FOIL, C.S. Advances in diagnosis and treatment of allergic
exemplos destes teste incluem o dermatoses in cats. In: II CONGRESSO INTERNACIONAL
tricograma, pesquisa de sarna e fungo em DE MEDICINA FELINA, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio
de Janeiro, 2001. p.3-5.
raspado de pele superficial e profundo, SOUSA, R.M.C. Dermatite atópica felina. 2011. Dissertação
(Mestrado Integrado em Medicina Veterinária) – Universidade
teste da lâmpada de Wood, cultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.
Figura 3: Pápulas cutâneas em pele de felino.
Fonte: http: //dermatopet.com.br/images fúngica, bacteriana, antibiograma e

17
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

CRIPTOCOCOSE EM FELÍDEOS
Introdução
A criptococose é uma doença
infecciosa causada pelo fungo da espécie
Cryptococcus neoformans, diagnosticada
em todo mundo. Acomete diferentes
espécies animais, inclusive o homem e
é causada por uma levedura saprófita.
É a micose sistêmica mais comum em
felídeos e apresenta diversas formas,
dentre elas a respiratória, tegumentar e
nervosa, o que faz derivar inúmeros sinais
clínicos. As lesões mais características
desta doença nos gatos são lesões
Figura 2: Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) - Fonte: Site Saúde Animal
granulomatosas localizadas na cavidade
retina, edema papilar, neurite óptica,
nasal. C. neoformans são encontrados
fotofobia, cegueira entre outros. Já os
no ambiente associados principalmente
sinais cutâneos são comuns e levam
a excrementos de pombos, material
a lesões principalmente na região
vegetal em decomposição e tocos
da cabeça e pescoço e consistem de
de árvores, fazendo interação com
nódulos múltiplos, firmes, indolores, de
microorganismos do solo, como amebas
crescimento rápido que tendem a ulcerar
e nematóides, onde pode permanecer
e drenar exsudato serosanguinolento
viável por mais de dois anos. Entre os
(Figura 1).
animais acometidos estão os cães, furões,
psitacídeos e principalmente os felídeos,
especialmente os de vida livre. Nestes,
geralmente ocorre associação com
doenças que causam comprometimento
imunológico como FIV e FeLV.
Figura 3: Coleta de fragmento de material para
Sinais Clínicos histopatologia. Fonte: www.anwresidency.com
Figura 1: Felino apresentando lesões cutâneas
Os sinais clínicos da criptococose nodulares e ulceradas. Fonte: Valdés, 2007.
são divididos em quatro síndromes Como ferramentas de auxílio de
principais, que podem ocorrer isoladas Diagnóstico diagnóstico complementar e instituição
ou associadas em um mesmo animal, são Na clínica veterinária, além da de um protocolo terapêutico efetivo, o
elas: síndrome respiratória, neurológica, anamnese e os achados do exame físico, TECSA Laboratórios oferece a seus
ocular e cutânea. A síndrome respiratória são necessários exames complementares clientes os seguintes exames:
afeta mais comumente a cavidade nasal a fim de auxiliar no diagnóstico EXAMES REALIZADOS PELO
dos felídeos, provocando corrimento definitivo da afecção. A partir de TECSA LABORATÓRIOS
muco-purulento ou sanguinolento uni amostras de exsudatos, aspirados de CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
ou bilateral, crostas ou úlceras, assim linfonodos, fluido de lavado bronco- 255 - CULTURA PARA FUNGOS 12
como espirros e dispnéia respiratória. alveolar, líquor ou urina, pode ser
759 - CULTURA PARA FUNGOS + 30
Nota-se o envolvimento do sistema realizada a cultura fúngica juntamente ANTIFUNGIGRAMA
nervoso central em aproximadamente com antifungigrama. Utilizando as 55 - MICOLÓGICO DIRETO
(PESQUISA DIRETA PARA FUNGOS) 1
25% dos felídeos afetados e mesmas amostras também poderá ser
comumente resultam de disseminação feita a citologia, que é uma técnica que 355 - PESQUISA DE SARNA E FUNGOS 1
hematógena. Podem levar a lesões no possui como vantagem a fácil execução,
cérebro e medula espinhal causando a rapidez e permite fechar o diagnóstico 86 - ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA 4
meningoencefalomielite, convulsões, (figura 2), uma vez que é possível ver 87 - CITOLOGIAS PET 3
cegueira e alterações comportamentais. na lâmina os microorganismos. Caso
Na síndrome ocular, as principais haja dúvida nos resultados de citologia, Referências Bibliográficas
regiões afetadas são a retina e o nervo pode ser realizada biópsia de amostras Monografia (Especialização em Clínica Médica de pequenos
animais) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Karine
óptico. Podem ser diagnosticadas teciduais onde se encontram as lesões Gonçalves Cezar - Mossoró, 2012.
também uveíte anterior, hemorragia de para realização de histopatologia (fig. 3).
18
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

ANIMAIS SILVESTRES E A
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO LABORATORIAL

Introdução comportamentais desse grupo tão exemplo, podem apontar anormalidades


A realização de exames laboratoriais heterogêneo de espécimes. Tais animais patológicas muito antes das alterações
em espécies silvestres (aves, répteis, “escondem” os sintomas quando estão clínicas serem detectadas. Os vários
anfíbios e mamíferos) tem atuado doentes, visando aumentar as chances de componentes de um hemograma podem
como importante ferramenta no apoio sobrevivência na natureza e, diante disso, fornecer valiosas informações sobre
diagnóstico de várias enfermidades recursos diagnósticos complementares, as condições internas de um paciente,
para estas espécies. As técnicas de são ferramentas precisas que refletem como bacteremias, viremias ou mesmo
análises laboratoriais para estes grupos diretamente o status fisiológico parasitemias. Da mesma maneira,
de animais estão bem desenvolvidas, ou patológico desses indivíduos, a análise/dosagem de metabólitos
permitindo o estabelecimento de uma permitindo uma rápida e direcionada nos fluidos corporais pode servir de
rotina de exames prática e precisa. Até intervenção médica. Dessa maneira, indicativos de doença em curso.
mesmo em animais clinicamente sadios evita-se que as evidências clínicas se
de criadouros, instituições ou animais tornem acentuadas, o que em geral é Microbiologia
domiciliados, uma rotina clínico- conseqüente de um processo patológico Esta área diagnóstica engloba as
laboratorial profilática periódica deve em estágio avançado e muitas vezes com análises que permitem o isolamento e
ser adotada e neste aspecto, exames prognóstico de reservado à desfavorável. identificação de algum agente etiológico
laboratoriais devem ser obrigatórios Portanto os recursos diagnósticos como fungos e bactérias. Estes exames
para uma correta e completa avaliação complementares, como os exames propiciam a elucidação e estabelecimento
do status fisiológico daquele indivíduo laboratoriais, são o grande auxílio dos de protocolos terapêuticos de acordo
ou grupo. profissionais especialistas em medicina com a sensibilidade a antimicrobianos
Além de sua utilização para fins de animais silvestres e exóticos para e também auxiliam na determinação
de pesquisa, a realização de exames se instituir as medidas de tratamento, de medidas de manejo em cativeiros,
laboratoriais em animais silvestres controle, profilaxia, acompanhamento e abrangendo tanto o aspecto individual
representa uma importante ferramenta manejo de seus pacientes. Sendo assim, quanto o populacional.
no diagnóstico de várias enfermidades, enfatiza-se mais uma vez o quanto é
de modo a instituir a terapêutica importante também a realização de Imunologia
adequada e específica em tempo check ups periódicos, garantindo assim Diversos agentes etiológicos como
hábil para salvar vidas e, em especial, a manutenção da saúde e bem estar dos bactérias e protozoários possuem
espécies em extinção. Na maior animais. hospedeiros específicos ou errantes
parte das situações, o diagnóstico silvestres em seu ciclo, sendo eles de vida
clínico precoce de muitas doenças é Patologia Clínica em livre ou cativeiro. Desta forma, várias
dificultado ou mesmo impossibilitado Animais Silvestres enfermidades podem ser diagnosticadas
devido a particularidades e fatores Um hemograma completo, análises através de provas sorológicas, como
fisiológicos, ambientais e instintivos/ bioquímicas e coprológicas, por por exemplo, microaglutinação para
19
MEDICINA LABORATORIAL DE SILVESTRES

Curiosidades sobre animais


silvestres e principais parasitos
No sangue de animais selvagens,
silvestres ou exóticos, podem ser
encontradas várias espécies de
parasitas. Entretanto, deve-se atentar
para a relação parasita-hospedeiro, o
estresse, entre outros fatores antes de
considerar a patogenicidade desses
agentes. Em biomas preservados,
parasitas estabelecem relações com seus
hospedeiros, no entanto, a interferência
humana prejudica o equilíbrio dos
ecossistemas e consequentemente
os animais. Devido à destruição/
modificação dos diferentes habitats
naturais, doenças parasitárias emergem
e reincidem. Os principais parasitos de
Leptospirose e soroaglutinação para serpentes como jibóia, são animais hoje animais silvestres são:
Micoplasmoses. em dia adotados como Pets, apresentando - Haemogregarina sp.;
distribuição e porcentagens variadas nos - Karyolysus sp.;
Anatomia Patológica grandes centros urbanos. Porém, para se - Hepatozoon sp.;
A anatomia patológica é um recurso
ter um bom manejo e acompanhamento - Disseria sp.;
diagnóstico indispensável. Pode ser
clínico desses animais, é indispensável - Hemolivia sp.;
realizado em amostras de biópsia
a atuação do médico veterinário - Cyrilia sp.;
ou necropsia através de análises
juntamente com apoio laboratorial - Haemoproteus sp.;
macro e microscópicas de diversas
especializado e de referência para dar - Plasmodium sp.;
lesões, avaliando seus componentes
suporte necessário ao clínico no seu dia - Leucocytozoon.;
morfológicos, alterações e agentes
a dia. - Trypanossoma sp.;
etiológicos quando presentes. Além
disso, é possível fazer uso de recursos - Dipetalonema sp.;
Animais sentinelas - Wuchereria sp.;
como colorações especiais e técnicas e avaliação dos ecossistemas
imuno-histoquímicas para obter - Brugia sp.
Vale ressaltar que as análises
diagnósticos e prognósticos mais laboratoriais permitem também realizar EXAMES REALIZADOS PELO
precisos. TECSA LABORATÓRIOS
estudos comparativos de doenças que
Endocrinologia acometem animais silvestres que são CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
O setor de endocrinologia do TECSA mantidos em cativeiro e/ou vida livre,
86 – HISTOPATOLOGICO 4
Laboratórios possui uma grande de forma a fornecer dados relevantes COM COLORACAO DE ROTINA – HE
variedade de dosagens hormonais, a respeito da variação biológica dos
disponibilizadas pelas técnicas mais parâmetros hematológicos e séricos de 650 - HISTOPATOLOGIA 7
COM COLORAÇÃO ESPECIAL
atuais e de padrão ouro em medicina diversas espécies. Tais dados funcionam
veterinária: Radioimunoensaio e como indicadores de níveis de qualidade,
87 - CITOLOGIA PET 3
Quimioluminescência. de alterações ambientais ou mesmo
Abrange principalmente a dosagem de doenças infecciosas. Algumas espécies
animais em muitos projetos, chamadas 10 / 442 / 143 / 511 / 512 / 469 1
hormônios sexuais, avaliação adrenal e HEMOGRAMA COMPLETO
tireoidiana. espécies sentinelas, podem atuar como
indicadores de saúde de ecossistemas, 570 - PERFIL CHECK 1
Animais silvestres criados refletindo as perturbações do meio UP GLOBAL DE FUNÇÕES
como Pets ambiente. Esses projetos auxiliam no
Atualmente, a criação de animais levantamento rápido sobre o impacto 147 - T4 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 1
silvestres em domicílios tornou-se ambiental e monitoramento em longo
um hábito muito comum. Ferrets, prazo que objetiva o acompanhamento e 621 - CORTISOL PÓS SUPRESSÃO 1
DEXAMETASONA - 3 DOSAGENS
tartarugas, jabutis, aves (psitacídeos avaliação da preservação ou degradação
e columbiformes), iguanas e algumas ambiental.
20
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FUNÇÃO TIROIDIANA:
PROVA DE ESTIMULAÇÃO COM TSH

Indicações
Para o diagnóstico do hipertireoidismo
e hipotireoidismo. Recomenda-se
iniciar esta prova entre 8 a 9 horas da
manhã, em jejum de oito horas.

Protocolo
1ª Coleta:
Colher amostra de sangue, em tubo
de tampa vermelha (soro), para T4 total
basal. Marcar no tubo 1ª coleta.

Aplicação de TSH:
Aplicar em via intravenosa, a dose
de 0,1 UI/ kg de peso corpóreo. (dose
mínima de 1 unidade por cão ou por
gato)
Comentários: EXAMES REALIZADOS PELO
2ª Coleta: Em animais com função tireóide TECSA LABORATÓRIOS
Colher amostra de sangue, em tubo normal, o valor de T4 TOTAL se CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
de tampa vermelha (soro), para T4 duplica.
total após 6 horas da aplicação de TSH. 71 - TSH 1
Se os valores pós TSH são inferiores HORMONIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE
Marcar no tubo 2ª coleta. a 1,5 μg/ dL, há indicação de 147 - T4 TOTAL (RADIOIMUNOENSAIO) 1
hipotireodismo.
Interpretação: 695 - PERFIL TIREOIDEANO 2
(RADIOIMUNOENSAIO)
A interpretação é realizada conforme
Para auxílio no diagnóstico o TECSA
a tabela seguinte: Referências Bibliográficas
Laboratórios disponibiliza as seguintes SODIKOFF, C.H. Pruebas Diagnosticas y de Laboratório
análises: em las enfermidades de pequenos animales, 2ª.ed.1996.

22
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

ESPOROTRICOSE FELINA

Introdução arranhar madeiras e caule de árvores, os desenvolver anormalidades oculares,


A esporotricose é uma zoonose felinos são naturalmente mais expostos neurológicas e linfáticas. Destaca-se
de distribuição mundial causada ao fungo, representando a principal que o mesmo animal pode apresentar
pelo fungo Sporothrixs chenckii. forma de disseminação da doença. Estes múltiplas apresentações clínicas da
Este microrganismo geralmente é animais também podem se contaminar doença, e em casos mais graves, pode
encontrado no solo, preferencialmente em acidentes envolvendo arranhaduras haver comprometimento generalizado
em ambientes quentes e úmidos, onde e mordeduras, bem como pelo contato do organismo, com a manifestação de
cresce em diversos substratos como da pele ou mucosas com secreções de sinais clínicos como apatia, perda de
plantas, cascas de árvores e materiais em lesões de animais infectados. Além apetite, febre e perda de peso.
decomposição. A infecção comumente disso, os gatos podem disseminar o
provoca graves lesões de pele e acomete microrganismo para áreas distantes da
vários animais domésticos, sendo os lesão principal (através da lambedura),
felinos considerados as fontes mais como a face, orelhas e as extremidades,
notáveis de transmissão para os seres sítios que se tornam assim novas fontes
humanos. Atualmente a esporotricose de contágio. A transmissão também
vem aumentando sua prevalência em pode ocorrer através da inalação do
cidades do Rio de Janeiro, desta forma, microrganismo, porém, esta via é rara.
a vigilância sanitária tem emitido O período de incubação varia de três
alertas para a população a respeito da dias a seis meses, tendo em média três Figura 1: Felinos acometidos pela esporotricose.
doença. Frente aos riscos, é de extrema semanas. Fonte: PIMENTEL, et al. 2011; CRUZ, 2013.
importância o diagnóstico correto para
que a condução do tratamento seja Sinais Clínicos Diagnóstico
adequada. A esporotricose tem caráter subagudo O diagnóstico da esporotricose
ou crônico, e pode se manifestar de baseia-se no histórico apresentado
três formas clinicas: cutânea, cutânea- pelo proprietário, no exame físico e
Transmissão/Patogenia linfática e disseminada. A forma cutânea dermatológico realizado pelo médico
A transmissão ocorre de forma é a mais comum em felinos, que podem veterinário e em exames laboratoriais
direta, sendo vulnerável qualquer apresentar lesões no dorso, cabeça e face confirmatórios. Em animais, a
animal ou ser humano que entre em (figura 1). Essas lesões se caracterizam esporotricose pode ser diagnosticada
contato com o agente. O fungo possui por formações circulares, elevadas, com através de diferentes tipos de análises.
alta capacidade de replicação, o que áreas de alopecia e crostas, além de
potencializa a capacidade infectante comumente ulcerarem e eliminarem Visualização direta: o material
das lesões. Devido aos seus hábitos exsudato serosanguinolento. No caso de deve ser coletado através da técnica de
peculiares, como enterrar fezes e urina e disseminação da doença, os gatos podem “imprinting” (método de aposição com
23
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

manipulação de animais com lesões


suspeitas e a desinfecção das instalações
com solução de hipoclorito de sódio
são fundamentais para proteger os seres
humanos e animais que porventura
mantenham contato com gatos
infectados.

Figura 2: Passo a passo para a realização de coleta de material para citologia. Fonte: TECSA Laboratórios. Para auxílio no diagnóstico o TECSA
lâmina) sobre a periferia da lesão e/ou Cultura fúngica: diversos materiais Laboratórios disponibiliza as seguintes
exsudatos. A visualização é realizada podem ser encaminhados, como pêlos, análises:
à fresco (com lâmina e lamínula) ou raspados de pele, unhas, crostas e swab
mesmo em esfregaço corado com de secreções diversas. Como as espécies EXAMES REALIZADOS PELO
método de coloração específico. que compõem o complexo Sporothrix TECSA LABORATÓRIOS
schenckii são dimórficas, o material
Exame histopatológico: permite a coletado é semeado em meios de cultura CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
tanto a evidenciação do agente quanto diferentes. Nestes meios seletivos, o
a classificação da lesão. Deve-se coletar fungo pode apresentar-se tanto na 451 - PESQUISA DE 2
SPOROTHRIX SCHENKII
o material por meio de biópsia e forma leveduriforme (semelhante à
acondicioná-lo em formol à 10% para observada em tecidos animais) quanto 87 - CITOLOGIA 3
fixação e posterior confecção de lâminas, micelial (que corresponde à sua forma
que são coradas por PAS ou GMS. de parasitismo em tecidos vegetais). 759 - CULTURA DE FUNGOS
COM ANTIFUNGIGRAMA 30

Citologia: para o exame citológico, Ressalta-se que outras doenças 86 - HISTOPATOLOGICO 4


o material pode ser coletado através da que também causam lesões cutâneas COM COLORACAO DE ROTINA - HE
técnica de “imprinting” e/ou punção como infecções bacterianas profundas,
aspirativa por agulha fina. Para esta micobacteriose atípica, criptococose,
punção, o veterinário responsável pode histoplasmose, neoplasias, leishmaniose Referências Bibliográficas
utilizar seringa de 5, 10 ou 20 mL, e inserir tegumentar e infecções parasitárias CRUZ, L.C.H, Complexo Sporothrix schenckii. Revisão
de parte da literatura e considerações sobre o diagnóstico e a
a agulha diretamente no local. Após a (sarnas), devem ser incluídas no epidemiologia. Veterinária e Zootecnia, v.20, p.08-28, 2013.
NELSON, R. W.; COUTO, C.G. Medicina interna de
aspiração de material representativo, diagnóstico diferencial. pequenos animais. 4ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2010.
deve-se depositar o mesmo sobre uma PAULA, R.B. Esporotricose canina e felina - Revisão de
literatura. 2008. 48f. Monografia (Especialização Lato Sensu em
lâmina e deslizá-la sobre outra. Fixar Atenção Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, Universidade
Castelo Branco. Rio de janeiro/RJ.
as lâminas ao ar e enviar ao laboratório Pelo fato da esporotricose ser uma PIMENTEL, M.C; ET AL Esporotricose felina -
em frasco porta-lâminas com histórico zoonose extremamente contagiosa, Relato de Caso. 2011. Acesso em: 08 jan. 2016. Disponível
em: <http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/
detalhado (figura 2). No caso de envio é fundamental a adoção de medidas ESPOROTRICOSE%20FELINA%20%E2%80%93%20
de líquidos, acondicionar o material em profiláticas. O uso de luvas na RELATO%20DE%20CASO.pdf>.

frasco/tubo estéril, sem conservantes ou


anticoagulantes, manter sob refrigeração
(2e 8ºC) e processar em até 24 horas
após a coleta.

Na observação microscópica do
fungo em análises citológicas ou
lâminas histopatológicas, o Sporothrix sp
apresenta-se como leveduras ovaladas,
livres ou no interior de macrófagos
(figura 3).

Figura 3: Sporothrixs sp. em forma de


levedura, livres (a) e no interior do citoplasma
de macrófagos (b). Fonte: CRUZ, 2013.

24
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

COMPLEXO GRANULOMA
EOSINOFÍLICO EM FELINOS DOMÉSTICOS

Introdução casos, outros tratamentos propostos isolamento bacteriano ou fúngico e


O complexo granuloma eosinofílico envolvem o uso de imunomoduladores testes alérgicos.
(CGE) compreende um grupo e hidrocortisona de uso tópico.
de dermatoses comuns em gatos
domésticos. Esta alteração pode Placa Eosinofílica
apresentar-se de três formas clínicas A placa eosinofílica é caracterizada por
(placa eosinofílica, úlcera indolente lesões elvadas na pele, bem demarcadas,
e o granuloma eosinofílico), com eritematosas e achatadas. Geralmente
graus variáveis de prurido e/ou dor, são erosivas, ulceradas, intensamente
podendo ainda evoluir para formas alopécicas e altamente pruriginosas
crônicas e recorrentes. Diversos fatores (figura 1). Podem apresentar-se como
etiológicos têm sido propostos, mas a lesões únicas ou múltiplas, variando de Figura 1: Placa eosinofílica em abdômen e região
inguinal de um gato. Fonte: LERNER, 2013.
maioria dos autores reconhece o CGE tamanho. Gatos de 2 a 6 anos tem maior
como uma manifestação de doença predisposição. As lesões podem ser
alérgica felina, sendo as causas mais encontradas em qualquer localização do Úlcera Indolente
comuns a hipersensibilidade à picada corpo, porém, é mais comum na região A úlcera indolente, que também pode
de pulgas, hipersensibilidade alimentar perianal, ventral do abdômen e face ser chamada de úlcera eosinofílica,
e dermatite atópica. Os achados medial dos membros pélvicos. Outras apresenta superfície bem delimitada e
histopatológicos típicos representam regiões comuns incluem as extremidades é coberta por granulações de coloração
infiltrado predominantemente pélvicas, os espaços interdigitais, rosa. Ocorrem principalmente em
eosinofílico e um variado número de região axilar, tronco dorsal e superfície junções muco-cutâneas, lábios, regiões
mastócitos, histiócitos e linfócitos. articular dos cotovelos. O diagnóstico próximas aos dentes e esporadicamente
O diagnóstico definitivo do CGE é diferencial deve excluir neoplasia em outras regiões, podendo gerar
baseado no histórico, exame clínico, (carcinoma de células escamosas, complicações infecciosas secundárias.
citologia e histopatologia, porém outros linfoma, mastocitoma, adenocarcinoma Em lesões crônicas, a biópsia deve ser
métodos podem e devem ser aplicados metastático mamário), dermatofitose, realizada para descartar neoplasia. O
para diagnosticar a causa primária doenças virais cutâneas, infecção por diagnóstico é feito através da anamnese,
do CGE. Lesões associadas com Mycobacterium spp. e infecção fúngica avaliações clinicas e exames laboratoriais,
CGE geralmente respondem bem ao profunda. O diagnóstico deve ser que incluem histopatologia, citologia
tratamento a base de glicocorticoides realizado com base em anamnese, e exames alérgicos. O diagnóstico
sistêmicos, entretanto, algumas exames clínicos e laboratoriais, como diferencial deve excluir doenças
lesões podem ser refratárias. Nesses a histopatologia, raspados cutâneos, infecciosas ulcerativas e proliferativas,
25
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

granuloma eosínofílico em felinos é


pouco compreendido, necessitando de
maiores estudos para a obtenção de um
maior entendimento da sua etiologia. O
TECSA Laboratórios possui todas as
ferramentas necessárias para auxiliar no
diagnóstico. Entre em contato conosco
para maiores informações, teremos
enorme prazer em poder ajudá-lo.

EXAMES REALIZADOS PELO


TECSA LABORATÓRIOS

CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

736 - TRICOGRAMA 3

602 - COLETA DE RASPADOS DE PELE 1

576 - CULTURA (ANAEROBIOS + 5


AEROBIOS)+ ANTIBIOGRAMA

759 - CULTURA DE FUNGOS 30


como a criptococose e a esporotricose. são frequentes e é possível observar COM ANTIFUNGIGRAMA
pequenas coleções de material branco-
amarelado no centro correspondentes
a foco de degranulação eosinofílica. O 87 - CITOLOGIA PET 3
diagnóstico é feito através da anamnese,
exames clínicos e laboratoriais, que 86 - HISTOPATOLOGIA COM 4
incluem histopatologia, citologia COLORAÇÃO DE ROTINA
e testes alérgicos. Os diagnósticos
diferenciais devem excluir neoplasias, 272 - FAN
(FATOR ANTI-NUCLEAR VETERINÁRIO) 4
Figura 2: Úlcera indolente em felino. Fonte: dermatofitoses, infecções por
http://portalmedicinafelina.com.br. Mycobacterium, abscessos, furunculose,
infecções fúngicas e corpos estranhos. 253 - ANA (ANTICORPO ANTI-NUCLEAR) 4
Granuloma Eosinofílico
Os granulomas eosinofílicos
apresentam-se sob a forma de ulcerações 686 - TESTE ALERGICO PAINEL 7
e exsudações, podendo se apresentar em 24 ALERGENOS
qualquer região, incluído a cavidade oral.
Esse tipo de lesão não apresenta prurido, 271 - FIV/FELV 1
Figura 3: Granuloma eosinofílico em queixo LEUCEMIA E IMUNODEFICIENCIA FELINA
exceto quando há infecção bacteriana e coxim podal em um mesmo felino.
Fonte: LERNER, 2013.
secundária. Quando localizado na
região de cavidade oral, comumente
apresenta-se na forma de nódulos em Conclusão
faringe, laringe, palato duro e abaixo da Em quadros de lesões envolvendo Referências Bibliográficas
língua. Quando aparecem ao longo do doenças do complexo eosinofílico, é de FOIL, C.S. Feline eosinophilic skin diseases. In: II
CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEDICINA
corpo, estão em forma de placas lineares extrema importância que o diagnóstico FELINA, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2001.
ou papilomatosas (figura 3). As lesões seja correto e ágil, objetivando o p.10-11.
LERNER, D. D. Complexo granuloma eosinofílico em
podem ser agrupadas ou singulares, tratamento correto do animal para felinos domésticos. 2013. 52f. Monografia (Graduação em
Medicina Veterinária) – Faculdade de Veterinária, Universidade
nodulares, lineares ou papilomatosas, impedir formas recorrentes e crônicas. Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
nas quais ulcerações e exsudações Apesar de conhecido, o complexo
26
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

ANEMIA INFECCIOSA FELINA

Introdução felis).O M. haemofelis é uma bactéria clínicos somente após uma queda da
A cada ano que se passa o número gram negativa, não possui parede celular atividade do sistema imune (doenças,
de atendimento em felinos nas clínicas e se apresenta em forma cocoide. Mesmo cirurgias), quando o parasitismo por M.
veterinárias de todo o mundo vem sendo relatada em diversas publicações haemofelis se torna clinicamente visível.
aumentando cada vez mais, devido internacionais e algumas nacionais, Tendo em vista esse aspecto, é muito
ao maior interesse da população em essa hemoparasitose ainda não é muito comum animais positivos para FeLV
tê-los como animal de estimação. conhecida pela maioria dos veterinários. (Vírus da Leucemia Felina) darem início
Esse aumento se deve por algumas à parasitose após a imunossupressão
características particulares dos felinos, Sinais Clínicos causada pelo vírus. A esplenomegalia
como a praticidade em seus cuidados, sua O M. heamofelis tem a capacidade de geralmente está associada à hiperplasia
independência, pouco espaço necessário invadir as células vermelhas do sangue linfóide e reticulo endotelial ou pela
e sua fácil adaptação aos diferentes (figura 1) e causar sua destruição, hematopoiese extra medular. Além
ambientes. Para se adequar ao aumento gerando anemia hemolítica, perda de disso, estudos apontam que animais
da demanda, os médicos veterinários peso, anorexia, depressão, fraqueza, esplenectomizados são mais suscetíveis
precisam estar informados dos mais febre, hipotermia, dores articulares, à infecção. Em grande parte dos casos,
diversos temas da clínica de felinos, esplenomegalia (em alguns casos) e animais que conseguem se recuperar de
através de artigos, cursos e palestras, mucosa ictérica (figura 2) nos casos infecções agudas se tornam portadores
a fim de ampliar seus conhecimentos graves. A anemia é comumente assintomáticos, e assim não podem ser
e serem capazes de satisfazer aos classificada como regenerativa, doadores de sangue.
clientes e pacientes. Dentre vários com anisocitose, macrocitose e
temas interessantes, existe a anemia policromasia. Em uma pequena parte As formas de transmissões desse
infecciosa felina, que é uma importante dos casos, animais infectados se tornam agente ainda não são totalmente
doença hemoparasitária causada pelo assintomáticos e apresentam anemia esclarecidas pela literatura, sendo
Mycoplasma haemofelis (antigamente discreta. Outro quadro possível de importante a realização de maiores
conhecido como Haemobartonella ocorrer, é a manifestação dos sintomas estudos. Entretanto, levando em
27
MEDICINA LABORATORIAL DE FELINOS

Conclusão
A anemia infecciosa felina é uma
doença causada pelo M. haemofelis
responsável por causar sintomas
graves aos felinos. Por isso, esta
enfermidade necessita um diagnóstico
rápido e específico, o que melhora
consideravelmente o prognóstico do
animal. É importante também salientar
que os exames diagnósticos realizados
devem ser correlacionados com a
consideração alguns achados em exames sangue corado, que tem como objetivo a clínica, anamnese, hemograma e perfis
laboratoriais, alguns pesquisadores observação direta do parasita na amostra, bioquímicos do animal suspeito.
sugerem que os principais vetores sendo um método simples, rápido e
seriam as pulgas (Ctenocephalidesfelis) e barato. Apesar dessas vantagens, essa
os carrapatos, devido às suas atividades técnica apresenta baixa sensibilidade, EXAMES REALIZADOS PELO
hematófagas e facilidades de propagação devido ao fato de que o parasita possui TECSA LABORATÓRIOS
entre os felinos. Por sua vez, a presença caráter cíclico. Assim, dependendo da
de hemoparasitas em vetores artrópodes fase e da intensidade da infecção, o CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
é pouco conhecida, não havendo resultado pode ser falso-negativo. Outro
547 - MYCOPLASMA HAEMOFELIS
consenso sobre esse fato. Outros estudos ponto importante é que o resultado (HAEMOBARTONELLA FELIS) 7
também indicam como possíveis formas depende diretamente da experiência METODO PCR REAL-TIME QUALITATIVO
de transmissão a transfusão sanguínea do observador, que deverá identificar
774 - MYCOPLASMA HAEMOFELIS
em animais susceptíveis, a transmissão e distinguir o parasita de possíveis METODO PCR REAL-TIME QUANTITATIVO 7
horizontal através de mordidas e artefatos, debris celulares e corpúsculos
arranhões e a transmissão vertical pela de Howell-Jolly, que comumente estão 409 - PESQUISA DE MYCOPLASMA
HAEMOFELIS 2
gestação. presentes em esfregaços sanguíneos. (ANTIGA HAEMOBARTONELLA)
Além disso, com este exame não há
como diferenciar as três espécies 44 - HEMOGRAMA COMPLETO - FELINO 1
descritas em felinos (M. haemofelis, M
haemominutum e M. turicensis). Existe
também a possibilidade do parasita se 324 - PERFIL BIOQUIMICO 1
desprender da superfície dos eritrócitos
quando em contato com EDTA por
longos períodos, podendo mais uma
vez gerar resultados falso-negativos. Referências Bibliográficas
Figura 1: Animal apresentando mucosas ictéricas. CASVET.Micoplasmose felina. 2012. Disponível em:
Fonte: Reservoir Vet Clinic, 2015.
Como em muitas outras patologias, https://casvethospitalveterinario.wordpress.com/boletins-
o PCR-RT (Real-Time) é o melhor informativos/micoplasmose-felina-a-infeccao-do-momento-
em-gatos/mycoplasma-hemof/. Acesso em: 24 ago. 2015.
método de escolha para diagnosticaro FIRMINO, F.P. Estudo da infecção pórhemoplasmas em
felinos domésticos do Distrito Federal. 2008. 56f. Dissertação
M. haemofelis. A partir de uma amostra (Mestrado em Saúde Animal). Universidade de Brasília,
oriunda do animal suspeito, é realizada Brasília/DF.
MARTINS, T.S.O. Detecção de Ehrlichia spp./
a busca do material genético específico Anaplasma spp., Rickettsiaspp., Mycoplasmahaemofelis e
Leishmaniainfantum em felinos errantes e sua relação com a
do patógeno, havendo assim uma presença de retrovírus e com a sintomatologia manifestada.
sensibilidade e especificidade muito 2011. 121f.Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina
Veterinária). Faculdade de Medicina Veterinária - Universidade
superior quando comparada a outros Técnica de Lisboa, Lisboa.
métodos, como PCR convencional PAULA, J.; et al. Ocorrência de Mycoplasmahaemofelis
em felinos domésticos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
Figura 2: Presença do M. haemofelis e pesquisa direta. Com o PCR-RT ArchivesofVeterinary Science, v.17, n.S1, p268-270. 2012.
firmemente aderida a membrana do também é possível diferenciar espécies, o
RESERVOIR VET CLINIC.Patient stories.2015.
eritrócito. Fonte: Casvet, 2012. Disponível em: http://reservoirvet.com.au/about/patients/are-
que se constitui em mais uma vantagem. we-imagining-it-or-has-smokey-turned-yellow. Acesso em 24
ago. 2015.
De forma complementar ao diagnóstico, SANTOS, A.P. Infecção por hemoplasmas em felinos

Diagnóstico é importante que animais suspeitos da domésticos na região de Porto Alegre, RS, Brasil. 2008. 164f.
Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias). Faculdade de
Existem vários métodos de doença sejam testados para as doenças Veterinária – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre/RS.
diagnóstico para o M. haemofelis, cada imunossupressoras (como a FeLV), pois TANENO, J.C.; SACCO, S.R. Micoplasmose felina: relato

qual com suas vantagens e desvantagens. são responsáveis por abrirem portas para de caso. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, ano
VII, n12. 2009
Uma das alternativas é o esfregaço de a infecção pelo M. haemofelis.
28
BIOLOGIA MOLECULAR

VANTAGENS DO PCR REAL TIME PARA O


DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DE
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

Introdução inespecífica, uma vez que os sinais diagnóstico. Assim, a PCR tem se
A Leishmaniose Visceral Canina clínicos são similares a várias doenças. apresentado como uma importante
(LVC) é uma doença infecciosa Segundo Gontijo e Melo (2004), até ferramenta de auxílio ao médico
sistêmica grave causada por a década de 1930 o diagnóstico da veterinário.
protozoários do gênero Leishmania. Os LVC era realizado através de métodos
canídeos domésticos e silvestres são os diretos (visualização da amastigota) PCR
principais reservatórios do agente, que em punções de fígado, baço e raspados Na rotina prática da clínica, são
pode ser transmitido a animais e seres de pele. Apesar destes métodos extremamente comuns casos de
humanos através da picada do inseto apresentarem alta especificidade, sua diagnósticos inconclusivos para a LVC.
vetor (Lutzomyia longipalpis). A LVC sensibilidade é baixa, podendo gerar São inúmeros relatos de utilização
é considerada um grande problema de resultados falso-negativos. Atualmente de testes tradicionais (associados à
saúde pública a nível mundial, uma existem outros métodos, como o ensaio clínica do animal) com apresentação de
vez que já foi relatada em mais de 65 imunoenzimático (ELISA), a reação resultados contraditórios, que dificultam
países. Assim como Bangladesh, Índia, de imunofluorescência indireta (RIFI), a confirmação da suspeita. Nesses e em
Nepal, Sudão e Etiópia, o Brasil é uma histoquímica (HE), imunoistoquímica outros casos, a PCR se estabelece como
importante região endêmica. (IMIQ) e a Reação em Cadeia uma ferramenta valiosa, uma vez que o
da Polimerase (PCR). Apesar de método se destaca em sensibilidade e
Métodos Diagnósticos amplamente utilizadas, as provas especificidade quando comparado aos
O diagnóstico da LVC é considerado laboratoriais sorológicas apresentam demais exames diagnósticos. A PCR é
extremamente difícil, pois os animais deficiências em relação à sensibilidade baseada na amplificação e detecção do
infectados podem não apresentar e especificidade, o que muitas vezes material genético específico do parasita,
sintomas ou manifestar sintomatologia compromete a precisão e rapidez do permitindo assim a sua identificação

29
BIOLOGIA MOLECULAR

em diferentes amostras analisadas. A


análise não depende da resposta imune,
além disso, pode ser realizada da forma
convencional (qualitativa) ou em Real
Time – RT (quantitativa).

Vantagens da PCR Real Time


sobre a convencional
Apesar de específica, a PCR
convencional possui uma menor
capacidade de detectar o agente
em comparação à PCR -RT. A
moderna técnica de PCR-RT requer
concentrações muito menores de
material genético; possibilita a
quantificação; o risco de contaminação
é menor, o que eleva a especificidade do
teste; o tempo de reação é reduzido; há
maior reprodutibilidade, sensibilidade e
precisão e há a possibilidade de detecção
de mais de um patógeno por vez.

Quantificação
Um dos maiores diferenciais da
PCR-RT é a quantificação do material
genético, que permite conhecer a
quantidade de material genético
contido na amostra. Essa informação
auxilia em muito no descobrimento
do grau de infecção em um primeiro
momento, na estimativa do prognóstico
e no monitoramento ao longo do
tempo para observação de alterações
no grau de infecção. Em países que
permitem o tratamento da LVC, a
abordagem quantitativa é fundamental
para avaliação da carga parasitária antes,
durante e após o tratamento do animal.

Sensibilidade
A PCR-RT possibilita a identificação
de quantidades mínimas de DNA
(como 10-2 a 10-3 DNA do parasita
por mL), o que corresponde a menos
de um parasita por mL de amostra. Em
um estudo realizado por Reis (2013),
foi demonstrado comparativamente
o potencial de diagnóstico da LVC
pelos métodos da PCR convencional e
PCR-RT. Foram analisados 60 animais
soropositivos utilizando-se amostras de
pele e baço. Para as amostras de pele, a
PCR-RT detectou 56 animais positivos
(93,3%) e a PCR convencional detectou
44 animais positivos (73,3%). Já com as

30
BIOLOGIA MOLECULAR

EXAMES REALIZADOS PELO


TECSA LABORATÓRIOS

CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

483 - LEISHMANIA CHAGASI


METODO PCR REAL TIME QUALITATIVO 5

680 - LEISHMANIA CHAGASI


METODO PCR REAL TIME QUANTITATIVO 7

447 - LEISHMANIOSE CANINA DILUIÇÃO


TOTAL – SOROLOGIA (ELISA +RIFI) 3

83 - LEISHMANIOSE CANINA
SOROLOGIA (ELISA + RIFI) 2

456 - LEISHMANIOSE
METODO IMUNOHISTOQUIMICA 6

408 - PESQUISA DE LEISHMANIA 4

039 - HEMOGRAMA COMPLETO CANINO 1

570 - PERFIL CHECK UP GLOBAL


DE FUNÇÔES 1

amostras de baço, a PCR-RT consegui problema de saúde pública e representa


detectar 100% dos 60 animais positivos um grande desafio para os profissionais Referências Bibliográficas
e a PCR convencional detectou 44 da saúde. Por se tratar de uma doença ASSIS, J.; QUEIROZ, N.M.G.P.; SILVEIRA, R.C.V.; et al.
Estudo comparativo dos métodos diagnósticos para leishmaniose
animais positivos (73,3%). Outra complexa, é fundamental a utilização visceral em cães oriundos de Ilha Solteira, SP. Revista Brasileira
de Parasitologia Veterinária, v.19, n.1, p.17-25, 2010.
evidência que demonstra a superioridade de análises sensíveis e específicas para o CARDINOT, C.B. Identificação de DNA de Leishmania
e grande sensibilidade da PCR-RT na diagnóstico. A PCR-RT é uma técnica sp. no encéfalo de cães com leishmaniose visceral. 2013. 59f.
Dissertação – Mestrado em Ciência Animal. Universidade
detecção da LVC, foi obtida por meio não só qualitativa como quantitativa, Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Araçatuba/SP.
de um estudo elaborado por Cardinot sendo de grande importância para CAVALCANTI, M.P. desenvolvimento e avaliação de um
sistema baseado em pcr em tempo real para o diagnóstico da
(2013), onde utilizando-se aspirado de agregar valores ao médico veterinário infecção por Leishmania (Leishmania) infantum em cães. 2008.
139f. Tese – Doutorado em Saúde Pública, Fundação Oswaldo
medula óssea de cães, 100% dos animais em sua rotina juntamente com as Cruz. Recife/PE.
infectados foram identificados por demais técnicas, para auxiliar em um FARIA, A.R. Diagnóstico da leishmaniose visceral canina:
grandes avanços tecnológicos e baixa aplicação prática. Revista
PCR-RT, 74% por meio de cultura e diagnóstico mais preciso e confiável. Pan-Amazônica de Saúde, v.3, n.2, p.47-57, 2012.
MOURA, T.M. PCR em tempo real – PCR quantitativa
33% em exame direto por microscopia. O TECSA Laboratórios possui (qPCR). 2015. Disponível em: http://www.ufrgs.br/labvir/
Desta forma, os resultados demonstram equipamentos modernos e certificados, material/CBS6008/PCR_em_tempo_real.pdf. Acesso em: 22
jan. 2015.
a superioridade e aplicabilidade da além de uma equipe técnica altamente REIS, L.E.S. Detecção de Leishmania por PCR e suas
PCR-RT. especializada. Caso tenha dúvidas, variações (seminested PCR e PCR em tempo real), em
fragmentos de pele e de baço de cães com leishmaniose visceral.
entre em contato conosco, estamos à 2013. 85f. Dissertação – Mestrado em Ciências Farmacêuticas,

Conclusão disposição para atendê-lo. Se é TECSA,


Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto/MG.

Atualmente, a LVC constitui um grave pode confiar.


31
ANATOMIA PATOLÓGICA

SÍNDROME PARANEOPLÁSICA

Introdução 3- Monitoramento das anormalidades Endocrinopatias:


Tal como no homem, um animal metabólicas pode ser útil na Neoplasias funcionais de tecidos
com doença neoplásica não sofre determinação da resposta do tumor à produtores de hormônios podem ter sua
apenas com o tumor e as consequências terapia e identificação de rescidivas ou secreção aumentada. O aumento dos
localizadas de seu crescimento, metástases. níveis séricos hormonais pode ocorrer
mas também com várias desordens devido ao aumento de células tumorais
Principais produtoras, aumento da produção
sistêmicas adjacentes. Tanto na lesão
Síndromes Paraneoplásicas
primária quanto em sítios metastáticos hormonal por cada célula tumoral,
Caquexia:
distantes, a expansão neoplásica pode ou por ambos. Glândulas endócrinas
Muitos animais com neoplasia
comprimir o tecido normal adjacente com mais de um tipo celular como
demonstram notável debilidade e perda
ou bloquear seu suprimento sanguíneo, as ilhotas pancreáticas, a pituitária
de peso. Na caquexia cancerígena,
resultando em áreas de atrofia e anterior, tireióde e adrenal, geralmente,
os tecidos musculares e adiposos são
necrose teciduais. Em adição, tumores apresentam apenas um tipo de célula
consumidos em decorrência da não
podem causar uma variedade de sinais com transformação neoplásica. Por outro
diminuição compensatória dos índices
clínicos de maneira indireta incluindo lado, neoplasias não-endócrinas também
basais metabólicos. Dentre os principais
lesões musculoesqueléticas, cutâneas, podem produzir substâncias hormonais
fatores contribuintes estão: anorexia,
endocrinológicas, neurológicas, ativas que não são encontradas no tecido
digestão comprometida, demanda
metabólicas ou hematológicas. Em de origem tumoral. Este hormônio pode
nutricional pelo tumor aumentada,
conjunto esses efeitos são denominados ser idêntico a um hormônio verdadeiro,
perda de nutrientes por efusões e
como síndrome paraneoplásica. pode ser uma forma modificada do
exsudações decorrentes da neoplasia,
O reconhecimento da síndrome hormônio ou ainda ser uma proteína
e o desenvolvimento secundários de
paraneoplásica é de grande importância relacionada ao hormônio. As duas
distúrbios metabólicos e endócrinos
em medicina veterinária pelas seguintes desordens metabólicas mais observadas,
(Figura 1).
razões: como resultado de anormalidades
1- Podem aparecer precocemente com endócrinas relacionadas às neoplasias,
o início do desenvolvimento tumoral e são a hipercalcemia da malignidade e a
estar associadas a tipos específicos de hipoglicemia. Em cães, a hipercalcemia
neoplasias; está relacionada, frequentemente,
2- O tratamento das anormalidades com adenocarcinomas de saco anal,
metabólicas associadas com a síndrome linfomas e mielomas múltiplos. Já em
paraneoplásica pode ser necessário para gatos, a hipercalcemia da malignidade
Figura 1: Cão apresentando caquexia.
que a estabilidade fisiológica do animal Fonte: http://blogprotetoresindependentes.
é relativamente rara. Ela se manisfesta
seja obtida; blogspot.com através de fraqueza muscular, arritmia

32
ANATOMIA PATOLÓGICA

Conclusão
É importante ressaltar que a
constatação de síndrome paraneoplásica
é fator agravante do prognóstico e
que seu controle depende do controle
do tumor juntamente com a terapia
de suporte. Sendo assim, diante da
complexidade das manifestações
clínicas do câncer, faz-se necessário que
o processo diagnóstico seja conduzido
de forma ordenada e abrangente tendo-
se o cuidado de se investigar a presença
de lesões multissistêmicas. Desta forma,
além do tratamento cirúrgico e/ou
quimioterápico, a terapia oncológica
deve objetivar a manutenção da
qualidade de vida dos animais através
do reconhecimento das alterações e uso
de tratamentos paliativos.

EXAMES REALIZADOS PELO


TECSA LABORATÓRIOS

CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

cardíaca, anorexia, vômito e falha pode ser responsável por manifestações 86 - HISTOPATOLÓGICO COM
COLORAÇÃO DE ROTINA 4
renal. Já a hipoglicemia ocorre, paraneoplásicas como úlceras gastro-
principalmente, em insulinomas, mas intestinais e hemorragias.
também está presente nas diferentes
neoplasias malignas devido ao aumento 650 - HISTOPATOLOGIA COM
7
Alterações neurológicas: COLORAÇÃO ESPECIAL
da demanda nutricional pelo tumor.
A doença neurológica paraneoplásica
está geralmente relacionada à
Alterações hematológicas
e vasculares: hipercalcemia, hipoglicemia e à
hiperviscosidade sanguínea. Os animais 87 - CITOLOGIA PET 3
Neoplasias não-hematopoiéticas
podem resultar, principalmente, em uma acometidos podem apresentar sinais
variedade de síndromes hematológicas de apatia, descoordenação motora
e vasculares, incluindo leucocitose e perda de consciência. Quando há 649 - IMUNOHISTOQUIMICA DE
acometimento de nervos periféricos, NEOPLASIA - 1 MARCADOR 14
eosinofílica e neutrofílica. A etiologia é
incerta, mas citocinas circulantes podem sinais de arreflexia, redução do tônus
estar envolvidas. A anemia é vista com muscular e paralisia podem ser
frequência nos animais com doença observados. 788 - CHECK UP GLOBAL DE
FUNCOES COM HEMOGRAMA 1
oncológica maligna devido à presença
de doença crônica, pela invasão da Alterações musculoesqueléticas:
medula óssea ou pela perda crônica de A osteopatia hipertrófica
sangue. Outras alterações relacionadas (diagnosticada por raio-X) ocorre 147 - T4 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 1
às neoplasias malignas são a policitemia, com uma variedade de tipos tumorais,
coagulação intravascular disseminada com forte associação com lesões, tanto
e a hiperviscosidade sanguínea. Os neoplásicas quanto não neoplásicas,
mastocitomas, por exemplo, produzem 621 - CORTISOL POS SUPRESSAO
que ocupam o espaço intra-torácico. A DEXAMETASONA - 3 DOSAGENS 1
uma variedade de mediadores biológicos, causa desta condição é desconhecida,
incluindo histamina, heparina, fatores mas anormalidades relacionadas ao
ativadores de plaquetas, TNF-a, hormônio do crescimento podem estar
prostaglandinas e proteases. A histamina envolvidas.
33
ANATOMIA PATOLÓGICA

INSTRUÇÔES TÉCNICAS
PARA EXAME CITOLÓGICO POR
PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)
Introdução Técnica de Colheita 20 ml com agulha 22G (canhão preto);
Neste método há remoção das células Este é um dos passos mais importantes c) Lâminas para microscopia
da lesão pela avulsão promovida através para realização da citologia diagnóstica desengorduradas com álcool
da utilização de uma agulha fina (30 e frequentemente desconhecida. Uma (de preferência com extremidade
mm x 0,7 mm ou 22G, usualmente com técnica de colheita inadequada pode fosca para identificação com lápis);
canhão na cor preta). Com esta técnica impedir a conclusão do caso, pois a
d) Porta lâminas;
podemos obter células de vários planos amostra colhida deve necessariamente
do tecido. A citologia aspirativa por possuir células características da lesão e) Ficha de solicitação de exames.
agulha fina é considerada um método de em questão.
coleta mais adequado para a maioria dos Preparo do Paciente
exames citológicos (Ex: Suspeita clínica Extensões Tratando-se de lesões palpáveis, não
de TVT recomenda-se coleta por (Esfregaços) Adequadas há necessidade de preparos especiais
imprint), pois possibilita o recolhimento No exame citológico as extensões para o paciente, sendo a antissepsia
de um material mais representativo devem ser feitas seguindo-se os o único procedimento necessário.
de lesões profundas. Devemos seguir seguintes cuidados: Lembre-se que assepsia é um
algumas regras básicas para obtenção de procedimento requerido na citologia
a) Não comprima o material –
bons resultados através da citologia: aspirativa e deve ser ponderado na
especialmente no caso de suspeitas de
citologia por esfoliação, pós se deseja
tumores, pois as células neoplásicas são
Histórico Detalhado avaliar o predomínio celular ou agente
frágeis;
Estas informações são muito infeccioso, estes poderão ser removidos
b) Produza extensões delgadas, evitando durante a limpeza do local. Em
importantes, pois indica o tempo de
sobreposição de várias camadas de muitos casos de suspeita de neoplasia
instalação do processo, como foi o início
células, pois a sobreposição impossibilita ou processos inflamatórios crônicos
da lesão, etc. Estes dados são muitas
a coloração e visualização adequada não há necessidade de sedação, uma
vezes fundamentais para a determinação
do material. Para tanto, aplique uma vez que os pacientes frequentemente
de diagnósticos diferenciais ou para
quantidade pequena (um pouco maior não demonstram qualquer incômodo
comentários relativos aos possíveis
que a cabeça de um alfinete) de amostra durante ou após o procedimento. A dor
diagnósticos. Informar: Antepassado
sobre a lâmina; pode ocorrer nos processos inflamatórios
mórbido, suspeita clínica, tratamentos
anteriores, etc. c) Sempre utilize a técnica de squash agudos, onde os anestésicos locais não
para a confecção das extensões; surtem efeitos. E como a técnica para
d) No caso de extensões que serão obtenção do material é relativamente
Descrição coradas por corantes hematológicos, rápida, geralmente uma contenção física
Macroscópica da Lesão desidrate o material, por movimentação eficaz traz ótimos resultados.
Informar:
ao ar (abane), o mais rápido possível.
Localização anatômica (Ex: “Região
Não guarde as lâminas úmidas, pois isto
Obtenção do material
cervical dorsal”, “região dorso- a) Realize a contenção física do paciente
causa degeneração celular inviabilizando
proximal do membro pélvico direito”, de maneira adequada e promova a
o resultado;
etc.), tamanho da lesão (Ex: “1 cm de antissepsia;
diâmetro”, “2,5 x 4,0cm”, etc.), formato e) Sempre confeccione e envie para o
TECSA no mínimo 3 lâminas (Ideal de b) Acople a agulha à seringa;
da lesão (Ex: “arredondada”, “formato
de pólipo”, “irregular”, etc.), aderido 3 a 5 lâminas). c) Fixe a lesão com os dedos indicador
ou não, ulcerado ou não, alopécico ou e médio;
não, tempo de evolução (Ex: “2 dias”. Técnica de obtenção de
material por citologia d) Mantenha o êmbolo da seringa na
“4 meses”, “7 anos”, etc.), dolorido posição zero;
aspirativa com agulha fina
ou não, etc. Na maioria dos casos, a
Material necessário: e) Introduza a agulha na lesão;
ausência de uma ou mais informações
a) Anti-séptico; f ) Promova uma forte pressão negativa
macroscópicas da lesão impossibilita o
diagnóstico citológico. b) Seringa plástica descartável de 10 e no interior da seringa e mantenha-a;
34
ANATOMIA PATOLÓGICA

g) Promova com a agulha movimentos de mais de um sítio anatômico); Para auxílio no diagnóstico o TECSA
de “vai e vem” na lesão e em planos q) Repita em 3 a 5 lâminas e acondicione Laboratórios disponibiliza as seguintes
diferentes, mantendo a pressão negativa. no porta-lâminas. análises:

Cuidado: Se por acaso, a agulha Segue abaixo (figura 1) o método EXAMES REALIZADOS PELO
sair da lesão, descarte esta agulha e ilustrativo da coleta de material por TECSA LABORATÓRIOS
recomece o procedimento escolhendo punção aspirativa por agulha fina.
outro ponto para punção.
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
Obs.: esta técnica pode ser utilizada
Atenção: Sangue no canhão da para a colheita de material em linfonodo,
agulha ou na seringa não deve ser medula óssea ou baço destinado ao
encarado como sinônimo de boa 87 - CITOLOGIA 3
exame parasitológico da leishmaniose
colheita, pois elementos sanguíneos canina (Pesquisa de Leishmania sp.
podem diluir as células que Cod. 408). Neste caso prefira puncionar
representam o processo. um Linfonodo que esteja aumentado
de tamanho e bem palpável. A 408 – PESQUISA DE LEISHMANIA SP 4
h) Solte o êmbolo da seringa desfazendo sensibilidade deste teste varia de 33% a
a pressão negativa; 80% dependendo da técnica de coleta.
i) Retire a seringa e agulha da lesão; Já a especificidade é de 100%.
j) Desacople a agulha da seringa (o
material estará contido no canhão da
agulha);
k) Preencha a seringa de ar e acople
novamente a agulha;
l) Com o orifício do bisel da agulha
voltado para lâmina de microscopia,
1º) FIRME BEM A TUMORAÇÃO PARA A PUNÇÃO
empurre o êmbulo depositando o
conteúdo contido na agulha contra a
lâmina. Faça isto na porção central ou
em um dos quartos da lâmina;

Atenção: O material contido na


agulha é suficiente para o diagnóstico.
A presença de sangue no material
causa diluição da amostra, muitas
2º) MOVIMENTE A AGULHA E EXERÇA VÁCUO COM A SERINGA
vezes tornando o exame inconclusivo.

m) Promova a extensão encostando


paralelamente uma segunda lâmina,
sem pressionar uma lâmina contra a
outra (evitando lise celular) e faça um
movimento de deslize de uma lâmina
sobre a outra a fim de espalhar o
material sobre a lâmina que será enviada
3º) UMA VEZ COLHIDO O MATERIAL PREPARE O ESFREGAÇO
para análise;
n) Não estenda o material até o final da
lâmina.;
o) Após a extensão, abanar a lâmina a
fim de que ocorra a “secagem ao ar livre”
da mesma.
p) Identifique a lâmina com nome do
animal e/ou região anatômica (caso
4º) LEITURA DA LÂMINA
esteja enviando amostras provenientes
35
PATOLOGIA CLÍNICA

INTERPRETANDO O RDW
(RED CELL DISTRIBUTIONWIDTH)
EM MEDICINA VETERINÁRIA

Introdução podem ser hemolíticas, hemorrágicas e, por este motivo, quando começam a
A anemia pode ser definida como a ou hipoproliferativas. Por último, atingir uma concentração significativa
diminuição da concentração sanguínea classificamos as anemias de acordo na corrente sanguínea, ocorre um
de hemácias, hemoglobina e/ou volume com a existência de resposta medular consequente aumento no VCM.
globular(VG) de um animal. Entretanto, em regenerativas ou arregenerativas. A Quando o VCM assume valores acima
apenas constatar a existência da anemia utilização do RDW juntamente com do intervalo de referência definido para
representa uma avaliação superficial da outros parâmetros hematológicos para a espécie nós definimos esta anemia
condição fisiopatológica do paciente. analisar o eritrograma de um animal como macrocítica. A reticulocitose
A análise de parâmetros como o representa uma maneira eficiente de não é a única causa de macrocitose,
volume corpuscular médio (VCM), enquadrar a anemia dentro destas porém quando observada em um
a concentração de hemoglobina classificações. animal anêmico sugere a existência
corpuscular média (CHCM), a de um processo regenerativo medular
concentração de reticulócitos, VCM eritróide ativo ou prévio. Entretanto
características hematoscópicas e o O VCM é um índice eritrocitário a reticulocitose é considerada o
RDW permitem classificar o processo responsável por informar o volume achado confirmatório de existência de
anêmico e auxiliar na determinação da médio de cada eritrócito. Conforme resposta medular e pode ser aferida
sua causa, prognóstico e alternativas a anemia vai se instaurando, a medula precisamente através da mensuração de
terapêuticas. A literatura relacionada óssea começa a receber o estímulo sua concentração sérica ou altamente
com hematologia veterinária relata da eritropoietina secretada em maior sugerida através da observação de
amplamente a existência de três tipos de quantidade pelo rim para produzir policromasia na hematoscopia. Além
classificações básicas para as anemias. e liberar mais células eritróides na da macrocitose, outros parâmetros
As anemias podem classificadas de corrente sanguínea na tentativa de que podem sugerir a existência de
acordo com as alterações apresentadas reestabelecer a concentração sanguínea resposta medular são presença de
por seus índices eritrocitários em de hemácias dentro do intervalo de corpúsculos de howelljolly, hipocromia,
macrocíticas, normocíticas, microcíticas, referência. Durante este processo metarrubricitose e RDW aumentado. O
hipocrômicas e normocrômicas. ocorre a liberação de células eritróides VCM também pode alterar-se para baixo
Também podemos classificar as mais jovens, ou imaturas, na corrente quando uma população eritrocitária
anemias de acordo com os mecanismos sanguínea, chamadas de reticulócitos. Os é formada predominantemente por
patofisiológicos de formação da reticulócitos apresentam volume celular células eritróides microcíticas ou
anemia. Desta forma as anemias maior comparado a uma hemácia adulta com volume celular reduzido. As

36
PATOLOGIA CLÍNICA

anemias microcíticas costumam ser apresenta valores acima do intervalo de EXAMES REALIZADOS PELO
causadas pelo desenvolvimento de uma referência podemos imaginar que exista TECSA LABORATÓRIOS
deficiência de ferro que, em cães e gatos um número aumentado de hemácias
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
adultos, normalmente é causada por de diferentes volumes, ou tamanhos na
hemorragias crônicas. circulação. Estas hemácias de tamanho 39 - HEMOGRAMA COMPLETO CANINO
alterado podem ser microcíticas, 44 - HEMOGRAMA COMPLETO FELINO 1
Anisocitose macrocíticas ou um conjunto dos dois 146 - HEMOGRAMA COMPLETO EQUINO
A anisocitose (Figura 1) é uma tipos de hemácias, dependendo do
alteração morfológica celular observada tipo de processo formador da anemia a 245 - CONTAGEM DE 1
através da microscopia óptica em que o animal está submetido. Também RETICULOCITOS - PET
esfregaço sanguíneo, ou hematoscopia. podemos esperar que, possivelmente
É caracterizada pela diferença de este número de hemácias com volume
diâmetro celular e pode ser quantificada alterado ainda não seja suficiente para 717- CONTAGEM DIFERENCIAL 2
DE RETICULOCITOS FELINO
em discreta, moderada e intensa ou deslocar o valor do VCM para cima ou
em cruzes (1+, 2+ e 3+). É esperado para baixo do intervalo de referência e,
que quando hemácias de diferentes por este motivo, o RDW é considerado
132 - MIELOGRAMA 4
tamanhos comecem a compor a um parâmetro mais sensível ou precoce
população eritróide em concentrações para detectar as variações de volume
mais expressivas seja possível observar a celular existentes em uma amostra de
presença de anisocitose na hematoscopia. Referências Bibliográficas
sangue decorrentes de reticulocitose
CAPORAL, F. A., COMAR, S. R. Evaluationof RDW-
Quanto maior a concentração destas ou deficiência de ferro. Caso o tipo de -CV, RDW-SD, and MATH-1SD for thedetectiono-

células com volume alterado na hemácia predominante seja o macrocítico


ferythrocyteanisocytosisobservedbyopticalmicroscopy.
J BrasPatolMed Lab, v. 49, n. 5, p. 324-331, 2013.
concentração sanguínea, maior será o podemos suspeitar da existência de um HODGES, J., CHRISTOPHER, M. M. Diagnosticac-
curacyofusingerythrocyteindicesandpolychromasiatoiden-
grau de anisocitose observado. processo regenerativo medular frente à tifyregenerative anemia in dogs. Journalofthe American

anemia e caso seja microcítico podemos Veterinary Medical Association. v.238, p. 1452-1458, 2011.
LASSEN, E. D., WEISER, G. Tecnologia Laboratorial
suspeitar de deficiência de ferro. em Medicina Veterinária. In: Hematologia e Bioquímica
Clínica Veterinária, 1ª ed., Roca, São Paulo, 2007. p. 7-30.
Entretanto, para que possamos realizar JAIN, N. C. Essentials ofVeterinaryHemato-
este tipo de interpretação devemos logy. Lea &Febiger, Philadelphia, 1993.
MEYER, D. J., HARVEY, J. W. VeterinaryLa-
associar a avaliação do RDW com a boratory Medicine: InterpretationandDiagnosis.
3rd ed. Saunders, St. Louis, 2004. p. 52-80.
avaliação de outros parâmetros como o RIZZI, T. E., MEINKOTH, J. H., CLINKENBEARD, K.
VCM. Presença de anemia associado a D. Normal Hematologyofthe Dog. In: Schalm’sVeterinaryHe-
matology, 6th ed., Wiley-Blackwell, Iowa, 2010. p. 799-809.
RDW dentro do intervalo de referência STOCKHAM, S. L., SCOTT, M. A. Fundamen-
tals ofVeterinaryClinicalPathology. 2ª ed. Blackwell-
Figura 1: Anisocitose moderada em um esfregaço sugere anemia arregenerativa. Para que Publishing, Iowa, 2008. p. 151-153/158-172.
de sangue de cão. Fonte: http://www.koofers.com a melhor interpretação diagnóstica seja TVEDTEN, H. LaboratoryandClinicalDiagnosi-
sof Anemia. In: Schalm’sVeterinaryHematology, 6th
obtida, a avaliação do RDW nunca deve ed., Wiley-Blackwell, Iowa, 2010. p. 152-160.
RDW ser feita de maneira isolada à avaliação WEISS, D. J. Normal Hematologyofthe Dog. In:
Schalm’sVeterinaryHematology, 6th ed., Wiley-
O RDW é a sigla para a expressão em dos outros parâmetros hematológicos. -Blackwell, Iowa, 2010. p. 167-170.

inglês “Red Cell DistributionWidth”


que, em tradução direta para o português,
significa amplitude de distribuição
eritrocitária. É um parâmetro que
visa quantificar a heterogeneidade do
volume celular eritrocitário presente em
uma amostra, ou traduzir em números
contínuos o grau de anisocitose
eritrocitária presente em uma amostra
de sangue animal. Esta ferramenta
diagnóstica representa o coeficiente
de variação da curva de histograma do
volume eritrocitário e é calculada através
da razão entre o desvio padrão desta
curva pelo VCM (ou média exibida
pela curva) da amostra, conforme fica
demonstrado pela figura 2. Figura 2: Histograma da distribuição dos diferentes volumes eritrocitários presentes na amostra de sangue
Desta forma, quando o RDW analisada. O RDW é proporcional à largura da curva destacada na figura. Fonte: Adaptado de Thrall (2007).

37
PATOLOGIA CLÍNICA

ALGORITMO PARA AVALIAÇÃO DE


HIPERGLICEMIA E GLICOSÚRIA

*A mensuração de lipase e amilase


pelos métodos de rotina apresentam
EXAMES REALIZADOS PELO
sensibilidade e especificidade TECSA LABORATÓRIOS
relativamente baixas em cães e não
costumam estar elevadas em gatos.
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
A dosagem da lipase imunorreativa
canina ou felina representa uma 105 - GLICEMIA (GLICOSE) 1
alternativa analítica para o diagnóstico
de pancreatite com sensibilidade e 124 - CURVA GLICEMICA 1
especificidade significativamente
maiores. 277 - GLICOHEMOGLOBINA
HEMOGLOBINA GLICOSILADA 2

581 - PERFIL GLICEMICO 1


Referências Bibliográficas
MEYER, D. J.;
HARVEY J. W. VeterinaryLaboratory Medicine: 103 - FRUTOSAMINA 1
InterpretationandDiagnosis.Saunders: St. Louis,
2004.
234 - URINA ROTINA 1

38
MICROBIOLOGIA

COMO O VERÃO E AS CHUVAS AUMENTAM OS


CASOS DE CÃES E GATOS COM DIARREIA
EXAMES REALIZADOS PELO
TECSA LABORATÓRIOS
CÓD - EXAME PRAZO/DIAS

IN 15 - CLOSTRIDIUM PERFRINGENS 7

287 - SALMONELLA SPP. 5

356 - CRYPTOSPORIDIUM SPP. 3

539 - GIARDIA SPP 7

784 - GIARDIA SPP PCR_RT QUANTITATIVO 7

584 - CAMPYLOBACTER SPP 3

307 - TOXOPLASMA GONDII - CANINO 4

82 - TOXOPLASMA GONDII - FELINO 4

783 - TOXOPLASMA GONDII 7


PCR–RT QUANTITATIVO

361 - CORONAVÍRUS FELINO (PIF) 1

671 - CORONAVÍRUS CANINO + PARVOVIRUS 1

782 - CORONAVÍRUS – PCR-RT QUANTITATIVO 1

310 - PARVOVIROSE CANINA 2

538 - PARVOVIROSE CANINA 1


PESQUISA DO ANTÍGENO VIRAL

239 - PARVOVIROSE CANINA + 1


CINOMOSE IGM

670 - PARVOVIROSE CANINA + 1


CINOMOSE IGG

781 - PARVOVIROSE CANINA 7


PCR-RT QUANTITATIVO

672 - PANLEUCOPENIA FELINA 1

359 - ROTAVÍRUS 3

39
MICROBIOLOGIA

LEPTOSPIROSE CANINA

Introdução Patogênia renal crônica. A infecção pode variar


A leptospirose acomete animais e A transmissão da leptospirose pode desde uma forma assintomática a
humanos, constitui-se uma potencial ocorrer de forma direta ou indireta, sendo quadros clínicos graves. A forma mais
zoonose com maior frequência nos que a forma direta, geralmente ocorre grave é a hemorrágica, que se instala
meses chuvosos em áreas alagadas e/ pelo contato com sangue e/ou urina repentinamente com febre por 3 a 4
ou deficientes em saneamento básico. de animais doentes, por transmissão dias, seguida por rigidez, mialgias nos
A Leptospira sp. é um microrganismo venérea e através da placenta. Segundo membros posteriores, hemorragia na
aeróbio ou microaerófilo, pertencente os aspectos patogênicos da leptospira cavidade bucal com tendência a necrose
à ordem das espiroquetas. Esta sp. o agente multiplica-se ativamente e faringite. Os sinais clínicos mais
enfermidade foi relatada pela primeira nos diferentes órgãos parenquimatosos: comuns na infecção aguda são: letargia,
vez em 1880 e sua ocorrência pode sangue, linfa e líquor, entre o 4° ao depressão, anorexia, vômito, febre,
incluir áreas urbanas e rurais. Os 11° dia de infecção, caracterizando o poliúria, polidipsia, dor abdominal e/
quadro agudo da doença denominado ou lombar, diarreia, mialgia, halitose,
reservatórios destes agentes são
leptospiremia. No início desta fase úlceras bucais, icterícia, petéquias em
frequentemente animais domésticos e
as alterações clínico-laboratoriais mucosas e conjuntivas. Esse quadro pode
selvagens, sendo o de maior importância
abrangem hipertermia, aumento evoluir rapidamente para a morte sem
os roedores sinantrópicos comensais,
na produção de células brancas, e que haja tempo para o desenvolvimento
principalmente o Rattus norvegicus,
albuminúria. Em animais susceptíveis, a de doença renal ou hepática evidente.
considerado o principal reservatório
bactéria invade os órgãos pelos quais ela
natural da doença. A bactéria é incapaz
tem maior tropismo, ou seja, fígado, rins,
de se multiplicar fora do hospedeiro e
baço, sistema nervoso central e olhos,
sua sobrevivência é determinada pelas
podendo originar o quadro septicêmico.
condições do meio ambiente, podendo
Ao término da leptospiremia, período
encontrar-se viável até 180 dias em
correspondente de 11° a 13° dia após a
solo úmido ou em coleções de água.
infecção, geralmente há diminuição da
A leptospira é classificada de acordo
hipertermia e a leptospira sp. é eliminada
com suas características genéticas Figura 1: Rattus norvegicus o principal
da circulação sanguínea por ação de reservatório natural da doença.
em 7 genoespécies, 28 sorogrupos
imunoglobulinas (anticorpos), porem Fonte: Retirado do site e.medicine
e vários sorovares e genótipos. Os o agente pode permanecer nos túbulos
cães são os hospedeiros primários do renais, sendo eliminado pela urina, de
sorovar canicola e bataviae, geralmente forma intermitente (leptospirúria) por
associados aos sintomas clínicos mais semanas a meses.
graves. Apesar de menos frequente,
o cão pode também se tornar um Sinais Clínicos
hospedeiro acidental de outras espécies, Nos cães, a doença é caracterizada
como L. grippotyphosa, L. pomona, L. por lesões renais e/ou hepáticas, e às
bratislava e a L. icterohaemorrhagiae que Figura 2: Mucosa ictérica de um cão,
vezes podendo desencadear um quadro provavelmente originada devido à intensa
é o principal sorovar encontrado nos septicêmico. Nos casos crônicos são hemólise, como nas infecções por Leptospira.
roedores. Fonte: Retirado do site da universidade de Cornell
observadas sequelas como doença
40
MICROBIOLOGIA

Diagnóstico O exame bacteriológico é considerado soro, o PCR torna-se um método de


Os sinais clínicos da Leptospirose definitivo para o diagnóstico da diagnóstico precoce para leptospirose.
canina muitas vezes são confundidos Leptospirose canina. No entanto, Algumas enfermidades como anemia
com a sintomatologia clinica de para o isolamento das leptospiras são hemolítica auto-imune, hepatite viral
outras enfermidades, o que dificulta necessários tempo e técnicas apropriadas, canina, brucelose canina e herpesvírus
o diagnóstico precoce da doença. O devido às exigências para o crescimento (abortos), devem ser consideradas
diagnóstico da leptospirose é baseado do agente e a susceptibilidade do mesmo como diagnóstico diferencial para
na combinação do histórico, sinais a mudanças ambientais. As amostras de leptospirose.
clínicos, achados laboratoriais e testes sangue e/ou urina devem ser colhidas
confirmatórios. Os exames laboratoriais de animais clinicamente suspeitos ou Para auxílio no diagnóstico o TECSA
como o hemograma, dosagem dos valores doentes. Já a reação de soroaglutinação Laboratórios disponibiliza as seguintes
séricos de uréia, creatinina e urinálise, microscópica é o teste sorológico análises:
podem ser utilizados como exames recomendado pela organização mundial
complementares, pois contribuem de saúde (OMS) e amplamente utilizado EXAMES REALIZADOS PELO
como prova-padrão no diagnóstico da TECSA LABORATÓRIOS
para a avaliação clínica do animal.
Já os testes confirmatórios incluem leptospirose humana e animal. Esta
reação utiliza como antígenos, cultivos CÓD - EXAME PRAZO/DIAS
microscopia por campo escuro, teste de
soroaglutinação microscópica (SAM), vivos e recentes de leptospiras. Os
isolamento em cultura de urina ou anticorpos podem ser revelados pela
39 - HEMOGRAMA COMPLETO - CANINO 1
sangue, reação em cadeia de polimerase aglutinação com soro coletado entre
(PCR), entre outros. Comumente, as o oitavo e décimo dia após o início do
alterações hematológicas envolvem estado de leptospiremia. Normalmente
trombocitopenias, leucocitose um titulo alto (maior ou igual a 1:800)
801 - CHECK UP GLOBAL PLUS 1
com desvio à esquerda e aumento é o suficiente para diagnosticar a
de fibrinogênio plasmático. Nas leptospirose. É importante lembrar
trombocitopenias das doenças que os títulos de Ac´s são baixos nas
infecciosas como a Leptospirose, ocorre primeiras semanas da infecção. O teste
234 - URINA ROTINA 1
lesão vascular e consumo aumentado de de Elisa pode distinguir entre anticorpos
plaquetas nas hemorragias. O processo é IgM e IgG anti-Leptospira. Estes testes
regenerativo com aumento do número podem ser de grande ajuda quando
de megacariócitos na medula óssea e os testes de aglutinação microscópica 376 - PESQUISA DELEPTOSPIROSE -
2
liberação de plaquetas mais jovens na produzem resultados confusos. Os POR CAMPO ESCURO
circulação. Essas plaquetas apresentam cães desenvolvem título elevado de
tamanho avantajado e são chamadas IgM maior que 1:320 na fase aguda da
plaquetas gigantes ou megatrombócitos. Leptospirose. A proporção de anticorpos 81 - LEPTOSPIROSE CANINA OU EQUINA
2
A microscopia por campo escuro (figura IgM e IgG na fase convalescente após - MICROAGLUTINACAO (IGM)
2) consiste na visualização da leptospira a imunoestimulação varia dependendo
sp. sem preparação prévia. Para o do sorovar. O PCR vem sendo
diagnóstico da Leptospirose canina, a utilizado de forma crescente para o
789 - LEPTOSPIROSE - 7
microscopia por campo escuro de rotina diagnóstico precoce da leptospirose PCR REAL TIME QUANTITATIVO
deve ser limitada à urina, principalmente em diversas espécies animais, por ser
em amostra de urina que apresente a um meio eficaz de diagnóstico antes
fase de leptospiúria. Outros líquidos do desenvolvimento de títulos de 785 - LEPTOSPIROSE -
anticorpo ou quando os títulos estão 7
corporais contêm artefatos similares a PCR REAL TIME QUALITATIVO
leptospiras. baixos e o curso clínico confuso. A
técnica apresenta alta sensibilidade e
especificidade, permitindo amplificar
quantidades mínimas do DNA do Referências Bibliográficas
ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de
microorganismo em diversos tipos de
Medicina Interna Veterinária: Doenças do Cão e Gato. Vol1
amostras biológicas tais como: humor 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 1038 p.
aquoso, soro sanguíneo, líquor, urina NELSO, R. W. ; COUTO, C.G. Medicina interna de pe-

e tecidos. Devido à possibilidade quenos animais.4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2010.
HAGIWARA, M. K. Leptospirose Canina. Bo-
de leptóspirúria poder ocorrer nos letim Técnico. Disponível em: http://www.pfizersau-
primeiros dias da infecção, antes mesmo deanimal.com.br Acesso em: 26 setembro 2015.
Figura 3: Observação de leptospira em microscopia
por campo escuro. Fonte: Retirado do site emedicine dos anticorpos serem detectados no

41
PCR
Maior especificidade
Maior sensibilidade
Menor manuseio das amostras
Melhor prognóstico
Descontos progressivos
Vasta linha de exames
Controle de qualidade em seis níveis
Quantificação de parasitos/vírus
Banco de DNA (armazenagem por 2 meses)

Tecnologia e inovação ao seu alcance.


O PCR (PCR in Real Time), permite que os processos de amplificação,
detecção e quantificação de DNA, sejam realizados em uma única etapa.
Desta forma, potencializa-se a obtenção e precisão dos resultados,
diminuindo o risco de contaminação da amostra.

(031) 3281-0500 sac@tecsa.com.br www.tecsa.com.br


Em primeira mão, nossa próxima edição:

ISSN 2358-1018

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Número 11, 2016

NEFROLOGIA VETERINÁRIA
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