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no Diagnóstico
Laboratorial
Rosalina Guedes Donato Santos
Aula 02
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autora
Rosalina Guedes Donato Santos
02
UNIDADE
8 Citogenética no Diagnóstico Laboratorial
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas cresceram os interesses a cerca da biologia
molecular por partes profissionais da saúde, principalmente pela
possibilidade de um diagnóstico mais assertivo nas doenças genéticas.
O avanço nas técnicas moleculares, sobretudo na possibilidade de avaliar
o DNA advindos de materiais biológicos como tecidos, aminiocentese,
biópsia de vilosidades coriônica aumentaram a chance de prever e
diagnosticar as doenças genéticas. Além disso, ferramentas diagnósticas
como a reação de cadeia em polimerase (PCR) despontaram como uma
ajuda no diagnóstico laboratorial, porque essa técnica utiliza quantidade
amostras mínimas, além de ser altamente sensível, específica e possui
alta reprodutibilidade. Essas características foram fundamentais para os
diagnósticos genéticos quanto aos aspectos éticos e legais, uma vez que
o diagnóstico se tornou quase que irrefutável dada a precisão das técnicas
moleculares. Dessa maneira os laboratórios conseguiram uma garantia na
qualidade dos serviços possibilitando que o número de erros laboratoriais
tendesse a zero e os laudos emitidos eram de fácil compreensão para os
indivíduos envolvidos no processo. Entendeu? Ao longo desta unidade
letiva você vai mergulhar neste universo!
Citogenética no Diagnóstico Laboratorial 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
1. Descrever as técnicas de cultura de tecidos para análise
citogenética;
2. Apontar as técnicas usadas no bandeamento e coloração
cromossômica;
3. Analisar a técnica de micronúcleos com bloqueio da citocinese;
4. Correlacionar as técnicas com o diagnóstico das doenças
genéticas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?
Ao trabalho!
10 Citogenética no Diagnóstico Laboratorial
Biossegurança no laboratório de
citogenética
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2005) a biosse-
gurança é um conjunto de ações voltadas para: prevenção, minimização
e eliminação de riscos para a saúde, ajuda na proteção do meio ambiente
contra resíduos e na conscientização do profissional da saúde.
Os laboratórios clínicos lidam com situações, atividades e fatores
de risco para os profissionais, os quais podem produzir alterações leves,
moderadas ou graves. Além disso, há possibilidade de causar acidentes
de trabalhos, bem como doenças aos profissionais expostos, sem a
utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), pois os líquidos
biológicos e os sólidos manipulados no laboratório clínico, quase sempre
são fonte de infecção. Assim, para evitar processo de contaminação
cruzada dos materiais, deve ter critérios bem estabelecidos quanto à
limpeza dos equipamentos, manuseios de microscópios, treinamento da
equipe de limpeza e cuidado na geração de aerossóis. Esses cuidados
alinhados com o descarte dos materiais fazem parte do conjunto de
boas práticas do laboratório clínico.
Além desses cuidados pré-estabelecidos, outro ponto importante
é a utilização de jalecos. É sabido que o jaleco protege a roupa bem
como a pele do analista clínico da contaminação por sangue, respingos
Citogenética no Diagnóstico Laboratorial 11
Fonte: pixabay
Fonte: pixabay
Fonte: http://bit.ly/2TckKrI
SAIBA MAIS:
Para entender a cerca dos critérios usados para a coleta,
transporte e armazenamento de amostra em biologia
molecular leia o artigo: Coleta, transporte e armazenamento
de amostras para diagnóstico molecular, disponível em:
https://bit.ly/2ls9XLd
Fonte: http://bit.ly/2TdCmDh
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que
você realmente entendeu o tema de estudo desses
capítulos, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve
ter aprendido que a biossegurança é de fundamental
importância para a manipulação das amostras, bem como
para a segurança do analista para evitar contaminação.
Além disso, foi visto que as amostras usadas nas técnicas
de citogenética compreendem desde sangue até tecidos
ou líquido amniótico, entre outras. No entanto, o mais
importante na escolha desses materiais é a identificação
do motivo do exame, pois, cada amostra biológica tem
uma especificidade e sensibilidade diferente. Ademais, é
mandatório que cada laboratório estabeleça os protocolos
de recepção e de rejeição de amostra, uma vez que o
sucesso do diagnóstico depende desses fatores. E, um
dos pontos mais relevantes é a utilização de meios de
cultivo para manter a viabilidade das células, uma vez que
o estudo do cromossomo é baseado na integridade celular
após a cultura de célula.
Fonte: http://bit.ly/37XNIzH
DEFINIÇÃO:
O bandeamento C é uma técnica responsável por corar
de maneira específica a heterocromatina constitutiva (HC),
localizada ao redor dos centrômeros.
REFLITA:
É importante refletir sobre a utilização das técnicas de
bandeamento para análise dos cromossomos. Para um
correto diagnóstico, sempre avalie a causa da solicitação
médica, quais cromossomos poderiam estar envolvidos no
processo, pois dessa maneira escolherá a melhor técnica,
bem como o melhor marcador para o teste.
Fluorocromos
Os fluorocromos são corantes fluorescentes, que emitem luz após
excitação luminosa. Na citogenética são usados por apresentarem afinidade
pelos pares de bases AT ou GC, produzindo um padrão fluorescente
característico. Para melhorar a coloração podem ser usados dois corantes,
por isso chamamos de dupla marcação. Nesses procedimentos, a
fluorescência emitida pelo fluorocromo examina os cromossomos, e esse
corante é chamado de primário, enquanto que o outro corante usado se liga
ao DNA. Esse segundo corante pode ser fluorescente ou não. Os principais
fluorocromos utilizados nestas técnicas de coloração são:
1. DAPI – 4, 6-Diamino-2-Phenole-Indole (afinidade por bases AT);
2. Hoechst 33258 – 2-[4-hidrox yphenyl]-5-[4-methyl-1-piperazinyl]-2,
5 bi-1 H-benzimidazole (bases AT);
3. Quinacrina (bases GC);
4. CMA3 – Cromomicina A3 (ba- ses GC);
5. Olivomicina (bases GC), entre outros.
As combinações de corante primário e contra-corante são
baseadas em suas afinidades pelas bases de DNA:
corante primário específico – AT e contra‐corante também
específico – AT;
corante primário específico – AT e contra‐corante específico – GC;
corante primário específico – GC e contra‐corante específico – AT.
ACESSE:
Para entender melhor a cerca das colorações usadas na
citogenética leia texto Como observar cromossomo: Um
guia de técnicas em citogenética vegetal, animal e humana,
disponível em: https://bit.ly/2lr84hH
Fonte: http://bit.ly/309F9Pw
30 Citogenética no Diagnóstico Laboratorial
SAIBA MAIS:
Estude sobre as doenças genéticas e como o laboratório
de citogenética pode auxiliar no diagnóstico, leia o artigo:
Genética médica para não especialistas: O reconhecimento
de sinais e sintomas, disponível em: https://bit.ly/2ko1qIV
Citogenética no Diagnóstico Laboratorial 31
Fonte: http://bit.ly/306yky2
RESUMINDO:
A evolução das técnicas de citogenética contribuiu muito
para a acurácia do diagnóstico das doenças genéticas.
A escolha do ensaio depende dos objetivos desejados
bem como dos recursos disponíveis no laboratório, assim
também como a escolha do corante. Alguns corantes
permitem visualizar simultaneamente os cromossomos
e os nucléolos, enquanto outros coram apenas os
cromossomos, porém com maior nitidez e contraste.
Quando os cromossomos são grandes, a coloração com
orceína pode ser mais adequada, por ser mais simples e
permitir uma observação rápida e direta dos cromossomos.
Quando os cromossomos são muito pequenos, deve ser
utilizado o corante de Giemsa, que garante uma coloração
mais intensa e melhor contrastada. Além dessas técnicas
convencionais, pode-se utilizar as técnicas moleculares,
a exemplo de Hibridização in situ na qual são utilizadas
sondas marcadas com fluorocromos que se ligam ao DNA
ou ainda pode-se usar o ensaio de micronúcleos para
avaliar a presença e extensão do dano cromossômico.
Fonte: http://bit.ly/2NeQ7xV
RESUMINDO:
As doenças genéticas tem origem multifatorial como
fatores ambientais, genotóxicos, desordens hematológicas,
translocações cromossômicas, entre outras coisas. O
diagnóstico laboratorial é baseado num conjunto de
métodos diagnósticos como avaliação celular, imunofeno-
tipagem, imunohistoquímica, citogenética molecular. A
citogenética é de fundamental importância porque ajuda
no estadiamento da doença, bem como no prognóstico. O
diagnóstico realizado de maneira precoce ajuda no início
do tratamento e diminui o avanço da doença. A técnica
mais utilizada hoje no laboratório é a de hibridização in situ
devido a alta sensibilidade e especificidade.
Citogenética no Diagnóstico Laboratorial 39
BIBLIOGRAFIA
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