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DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Sintetizando............................................................................................................................ 40
Referências bibliográficas.................................................................................................. 42
Objetivos da unidade............................................................................................................ 46
Sintetizando............................................................................................................................ 79
Referências bibliográficas.................................................................................................. 80
Infecções virais..................................................................................................................... 83
Hepatites virais................................................................................................................. 83
Infecção pelo HIV............................................................................................................. 92
Dengue............................................................................................................................... 95
Mononucleose.................................................................................................................. 97
Infecção por HTLV............................................................................................................ 98
Sintetizando.......................................................................................................................... 115
Referências bibliográficas................................................................................................ 116
Imunodeficiências.............................................................................................................. 146
Imunodeficiências primárias........................................................................................ 146
Imunodeficiências secundárias e AIDS..................................................................... 148
Sintetizando.......................................................................................................................... 154
Referências bibliográficas................................................................................................ 155
IMUNOLOGIA CLÍNICA 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3435029835701329
Dedico esta obra a todos os meus alunos, que me ensinaram mais do que
podem imaginar ao longo dessa caminhada incrível na docência.
IMUNOLOGIA CLÍNICA 10
1 LABORATÓRIO
CLÍNICO DE
IMUNOLOGIA:
CONCEITOS E
DEFINIÇÕES
Tópicos de estudo
Introdução ao laboratório de Boas práticas e controle de
imunologia clínica qualidade laboratorial
Sorologia: conceitos, definições e Boas práticas em laboratório e
obtenção da amostra de soro noções básicas de biossegurança
Soluções: concentração e diluição Parâmetros e controle de
qualidade nos imunoensaios
Interação antígeno-anticorpo,
anticorpos monoclonais e
imunização
Relembrando conceitos básicos
em imunologia
Tipos de forças envolvidas na
interação antígeno-anticorpo
Anticorpos monoclonais:
obtenção por hibridomas e
aplicações
Imunização ativa e passiva
IMUNOLOGIA CLÍNICA 12
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Composição do sangue
Plaquetas
Leucócitos
Plasma
cerca de 55%
Leucócitos e plaquetas
Hemácias ou eritrócitos cerca de 4%
Hemácias ou eritrócitos
cerca de 41%
Figura 1. Sangue total e componentes do sangue após centrifugação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/01/2021. (Adaptado).
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EXEMPLIFICANDO
Suponha que você tenha comprado um kit de ELISA para dosagem de
prolactina. No kit, a maioria dos reagentes veio pronto para uso, entretanto,
um deles veio concentrado 10x. Nesse caso, como se deve preparar 10 ml
do reagente de uso? Bem, antes de usar esse reagente, você deve diluir 1:10
para que atinja a concentração desejada. Para isso, basta usar uma alíquota
de 1 mL do reagente concentrado (uma parte) e diluir em 9 mL de diluente
(nove partes), formando assim uma solução diluída de 10 mL (dez partes).
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1 mL 1 mL 1 mL 1 mL
A B C D
9 mL = água destilada 1 mL 1 mL 1 mL 1 mL
1 mL = solução-estoque 9 mL 9 mL 9 mL
Figura 2. Esquematização de diluição seriada. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 20/01/2021. (Adaptado).
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Antígeno
Epítopo
REGIÕES
VARIÁVEIS
Anticorpo
(imunoglobulina)
Cadeias leves
REGIÕES
CONSTANTES
Cadeias pesadas
Figura 3. Esquematização da estrutura básica das imunoglobulinas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 20/01/2021. (Adaptado).
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EXPLICANDO
Os anticorpos IgG predominam no soro de recém-nascidos, uma vez que
são os únicos capazes de atravessar a placenta. Como são originadas
pelo sistema imune materno, atuam somente na proteção contra patóge-
nos que a mãe já tenha encontrado durante a vida, seja de modo natural
ou por meio de imunização ativa.
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4. A mistura de células é
colocada em um meio Célula de mieloma
seletivo que permite o Célula híbrida Célula do baço
crescimento apenas das
células híbridas.
5. As células híbridas se
proliferam em clones
chamados de Hibridomas Conceito-chave
hibridomas. Os hibridomas
A fusão de células de mieloma cultivadas
são selecionados após
(células B cancerosas) com células do
triagem para a produção
baço produtoras de anticorpos forma um
do anticorpo desejado.
hibridoma. Hibridomas podem ser
6. Os hibridomas selecionados cultivados para produzir grandes
são cultivados para produzir Anticorpos quantidades de anticorpos idênticos,
grandes quantidades de monoclonais chamados de anticorpos monoclonais.
anticorpos monoclonais. desejados
Figura 4. Tecnologia dos hibridomas para produção de anticorpos monoclonais. Fonte: TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 508.
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EXPLICANDO
A tecnologia do DNA recombinante é um conjunto de procedimentos e técnicas
que permite a manipulação do material genético dos organismos, com conse-
quente alteração de determinada característica fenotípica. Em termos práticos,
com essa tecnologia é possível identificar, extrair e isolar genes de interesse
de uma célula doadora, que posteriormente são transferidos para outra célula
que não possui tal gene em seu genoma. Dessa forma, uma molécula de DNA
recombinante possui material genético de duas ou mais fontes diferentes.
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vir Viral
a Rato
bac Bacteriano
les Lesões
e Hamster
cir Cardiovascular
tu
Miscelânia zu Humanizado
tum
ASSISTA
Para saber mais sobre a produção de anticorpos mono-
clonais para uso em imunoterapia do Instituto Butantã,
assista ao vídeo Fábrica de Anticorpos Monoclonais.
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Inibição de agregação
Abciximabe Quimérico Receptor GPIIb/IIIa
plaquetária
Receptor de fator de Doenças autoimunes (colite,
Adalimumabe Humano
necrose tumoral (TNF) artrite e outras)
Glicoproteína de
Alentuzumabe Humanizado Esclerose múltipla
superfície CD52
Carcinoma metastático de
Avelumabe Humano Ligante PD-L1
células de Merkel
Receptor de interleucina Asma grave com fenótipo
Benralizumabe Humanizado
5 (IL-5) eosinofílico
Bevacizumabe Humanizado Receptor do fator VEGF Carcinoma colorretal
Canaquinumabe Humano Interleucina 1 (IL-1) Artrite idiopática juvenil
Carcinoma colorretal e de
Cetuximabe Quimérico Receptor do fator EGF
pulmão
Denosumabe Humano Proteína RANKL Osteoporose
Evolocumabe Humano Pró-proteína PCSK9 Hipercolesterolemia familiar
Fremanezumabe Humanizado Peptídeo CGRP Profilaxia da enxaqueca
Fator de necrose Doença de Crohn e artrite
Infliximabe Quimérico
tumoral (TNF) reumatoide
Calicreína plasmática Crises de angioedema
Lanadelumabe Humano
ativa (pKal) hereditário
Natalizumabe Humanizado Integrina α4β1 Esclerose múltipla
Glicoproteína de Leucemia linfocítica crônica
Obinutuzumabe Humanizado
superfície CD20 (LLC)
Anticorpos IgE livres
Omalizumabe Humanizado Asma e DPOC
circulantes
Carcinoma colorretal
Panitumumabe Humano Receptor de EGF
metastático
Proteína de superfície
Rituximabe Humanizado Linfoma não Hodgkin
CD20
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Artificial
Natural Artificial Natural
Anticorpos
Anticorpos Anticorpos Anticorpos
recebidos por
produzidos em produzidos em recebidos da mãe
administração de soro
resposta à resposta à por meio da
com imunoglobulinas
infecção vacinação amamentação
pré-formadas
Figura 5. Tipos de imunização da imunidade adquirida. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/01/2021.
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Em que:
VN = verdadeiro negativo;
FP = falso positivo.
Com os dados de sensibilidade e especificidade, é possível determinar dois
outros importantes parâmetros: valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo
negativo (VPN).
O valor preditivo positivo indica a probabilidade de um indivíduo com resul-
tado positivo realmente estar afetado pela doença/condição, ou seja, representa
a proporção de doentes entre todos os indivíduos com resultado positivo.
VP
VPP = (6)
VP + FN
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2 METODOLOGIAS DO
LABORATÓRIO DE
IMUNOLOGIA CLÍNICA
Tópicos de estudo
Fundamentos dos Evolução metodológica dos
imunoensaios imunoensaios
Ensaios de aglutinação Técnicas baseadas na motilida-
Tipos de aglutinação e aplicação de de partículas
laboratorial Técnicas de absorbância e nefe-
Ensaio de floculação e VDRL lometria
Imunoensaios conjugados
Imuno-hematologia: conceitos
e ensaios laboratoriais
Sistemas, grupos e coleções
sanguíneas
Sistemas ABO, Rh e os tipos
sanguíneos
Incompatibilidade sanguínea
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IMUNOLOGIA CLÍNICA 49
Ensaios de aglutinação
A aglutinação é um método utilizado em laboratório clínico que emprega
antígenos e anticorpos para induzir a agregação de pequenas massas com o
conteúdo de interesse. Além de permitir uma análise qualitativa, que fornece
resultados negativos ou positivos, a aglutinação pode ser feita de modo se-
miquantitativo, no qual é apresentado o último título positivo da diluição. Os
ensaios de aglutinação são rápidos e podem ser realizados dentro de poucos
minutos, apresentam baixo custo e utilizam poucos recursos para a obtenção e
interpretação dos resultados. Todavia, são técnicas que detêm baixa sensibili-
dade se comparadas a outros tipos de imunoensaios (WILLIAMSON, 2013; VAZ
e colaboradores, 2007).
Uma reação de aglutinação é composta por duas partículas representadas
pelos anticorpos e os antígenos (Diagrama 1). Os anticorpos estão presentes
no soro e são as moléculas que se ligam aos antígenos de interesse. Os antíge-
nos estão presentes na superfície de células ou dispersos no soro na forma de
proteínas e macromoléculas, porém, nos ensaios de aglutinação, tanto os an-
ticorpos quanto os antígenos podem estar aderidos a uma superfície, e o que
determina isso é o objetivo do teste. Estes podem ser aderidos naturalmente
nas células como ocorre nas hemácias, nas quais há antígenos que determinam
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EXPLICANDO
A adsorção é um processo que permite a junção de dois componentes de
uma solução, mas, ao contrário da absorção, o componente adsorvido se
adere à superfície do material adsorvente ao invés de ser internalizado. Os
recursos utilizados para a confecção desses compostos são: altas tempe-
raturas, pressão e superfície de contato do material adsorvente (MINEO e
colaboradores, 2016).
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Figura 1. Placa para testes de aglutinação em látex com amostra reagente e não reagente. 1. reagente; 2. não reagente.
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/0/2021.
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EXPLICANDO
O uso de anticorpos de coelho específicos contra células de carneiro
é possível por conta da sensibilização. Ao injetarmos uma solução com
hemácias de carneiro no coelho, há a indução da produção de anticorpos
específicos, que ficam circulantes no soro, os quais são extraídos e utiliza-
dos no meio laboratorial.
Por fim, o ASLO Látex é um teste de aglutinação indireta que emprega um su-
porte de látex sensibilizado com o antígeno estreptolisina que detecta a presença
de anticorpos anti-estreptolisina O (ASLO) no soro do paciente. Ao entrar em con-
tato com a toxina estreptolisina O, o sistema imune do indivíduo produz o ASLO e
essa substância pode ser detectada e semiquantificada por meio de titulação, assim
como os testes anteriores. A sensibilidade técnica é de cerca de 200 UI/mL, logo, os
resultados não reativos devem ser relatados como “inferior a 200 UI/mL”, enquanto
os reativos devem apresentar o último título multiplicado pelo valor da sensibilida-
de técnica. A estreptolisina O é uma toxina produzida pela bactéria Gram-positiva
Streptococcus pyogenes, que comumente provoca infecções de garganta, faringite e
amidalite, e, em casos mais severos, pode ocasionar uma reação cruzada que leva
a febre reumática. A febre é consequência de uma resposta imune do nosso corpo
a uma proteína bacteriana chamada proteína M, que é muito semelhante às pro-
teínas presentes em diversos tecidos, como o cardíaco, subcutâneo e nervoso. Ao
confundir os alvos, o sistema imune provoca uma resposta imune mal direcionada
que resulta em inflamação nesses tecidos, como a miocardite (ABBAS; LITCHMAN;
PILLAI, 2015; VAZ e colaboradores, 2007).
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TIPOS SANGUÍNEOS
A A Anti-B
B B Anti-A
AB AB -
O - Anti-A e Anti-B
A B AB O
Tipo
sanguíneo A B AB O
Anticorpos
no plasma
Anti-B Anti-A Nenhum Anti-A e Anti-B
Antígenos
nas hemácias
Antígeno A Antígeno B Antígenos A e B Nenhum
A, B, AB, O
Tipos O
(AB é o
sanguíneos A, O B, O (O é o doador
recebedor
compatíveis universal)
universal)
A tipagem ABO é composta por duas etapas: i) tipagem direta, que verifica
os aglutinogênios presentes nas hemácias; e ii) tipagem reversa, que verifica
as aglutininas presentes no soro do paciente. A partir de ambas as provas é
possível determinar o tipo sanguíneo do indivíduo em relação ao sistema ABO,
conforme demonstrado no Quadro 1, porém, faz-se necessário utilizar mais de
uma prova para fins confirmatórios.
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CURIOSIDADE
O sistema Rh recebeu esse nome porque foi descoberto a partir de
experiências realizadas com o sangue de macacos do gênero Rhesus.
Após colocarem uma amostra em um coelho imunizado, os cientistas
perceberam que houve aglutinação em teste com hemácias de ma-
cacos e humanos, ou seja, havia a presença de mais antígenos além
dos determinantes de tipo sanguíneo. Então, iniciou-se a busca pelas
proteínas do sistema Rh.
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Incompatibilidade sanguínea
O sangue incompatível para a doação é aquele que apresenta reação de
aglutinação positiva nas provas transfusionais ou algum contaminante, seja ele
infeccioso ou químico. Além da tipagem ABO-Rh, os testes sorológicos para a ve-
rificação de contaminantes e a prova cruzada, é realizada uma pesquisa de an-
ticorpos irregulares (PAI). O teste serve para verificar a presença de anticorpos
capazes de reconhecer as hemácias de maneira nociva ao organismo. Junto à PAI,
é possível ainda realizar a identificação dos anticorpos irregulares (AIA), que é
feita com hemácias comerciais revestidas de antígenos diversos do sistema san-
guíneo, geralmente o Rh, junto ao soro do paciente. A presença de aglutinação
indica a sensibilização prévia do indivíduo.
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EXPLICANDO
O efeito pós-zona acontece quando há o excesso de antígenos presentes
em uma solução com anticorpos. Assim como no efeito pró-zona, há uma
interferência notável na interpretação dos resultados, considerando que o
ideal para um imunoensaio é que a quantidade de partículas seja equiva-
lente (WILLIAMSON, 2013).
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(a) (b)
A 𝒂1 𝒂2 A β y Pico M
Fonte: BOTTINI, 2007, p. 24.
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Fluorocromo
A Amostra C
Anti-X
Lâmina
Aplicação da amostra Apicação do anticorpo conjugado
Lavagem
B D
Antígeno X
Microscópio de
Antígenos na superfície da lâmina fluorescência
Conjugado
Antígeno Y
A
Lâmina Fluorocromo C
Antígenos específicos para o AC pesquisado Anti Anti-Y
Anti-Y
B Anti-Y D
Lavagem
Antígeno Y
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Fotomultiplicadores
Classificação
Filtros fluorescente
Espelhos
Raio
laser
Dispersão
lateral Fluorescências
Hidrofocalização
Dispersão
frontal
Envoltório do fluido
Detector de luz
Preparação da amostra
Amostra marcada
Figura 2. Esquematização dos princípios da citometria de fluxo. Fonte: DEPINCE-BERGER e colaboradores, 2016, p. 3.
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Enzima Anticorpo
secundário
conjugado
Anticorpo
primário
conjugado Anticorpo
primário
Substrato
Substrato
Anticorpo
Enzima
Enzima primário
Anticorpo
Anticorpo
secundário
secundário
Anticorpo conjugado
conjugado
primário
Analito alvo
Anticorpo Anticorpo
de captura primário
Figura 3. Esquematização dos tipos de ELISA. O elemento circular em vermelho descrito como Ag se refere ao antígeno.
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2021.
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3 DIAGNÓSTICO
SOROLÓGICO
DE INFECÇÕES
HUMANAS
Tópicos de estudo
Infecções virais
Hepatites virais
Infecção pelo HIV
Dengue
Mononucleose
Infecção por HTLV
Infecções bacterianas
Infecção estreptocócica
Infecção treponêmica
Infecções parasitárias
Doença de Chagas
Toxoplasmose
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Hepatites virais
A hepatite A, causada pelo HAV (do inglês hepatitis A virus), é geralmente be-
nigna e autolimitada, com pouco risco de evolução para insuficiência hepática e
baixa taxa de mortalidade. A distribuição da doença é mundial, com incidência
aproximada de 1,5 milhão de casos por ano e maior prevalência entre crianças
menores de dez anos. Cerca de metade dos casos de hepatite A é subclínica,
com pouca ou nenhuma sintomatologia.
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Espículas
Capsômero
DNA
Partícula de Dane
MET (HBV completo)
50 nm
Partícula filamentosa
(partícula envelopada tubular)
Figura 1. Estrutura e partículas do vírus da hepatite B. Fonte: TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 725. (Adaptado).
EXPLICANDO
A transmissão vertical ocorre diretamente da mãe para o filho durante a
gestação, na amamentação ou no momento do parto. Já a transmissão
horizontal ocorre de um indivíduo para outro, que podem ou não ser da
mesma espécie. Há vários tipos de transmissão horizontal: a indireta, que
ocorre por meio de veículos; a direta imediata, na qual há contato físico
entre os indivíduos; e a direta mediata, na qual não há contato físico e o
patógeno é transmitido por meio de secreções oronasais.
Sabe-se que a progressão para a forma crônica da doença está diretamente as-
sociada a fatores do próprio hospedeiro, principalmente a suscetibilidade genética,
mediada por polimorfismos de MHC, e fatores inerentes ao vírus, especialmente a
IMUNOLOGIA CLÍNICA 86
CURIOSIDADE
A técnica da imunoperoxidase (IP) não requer a leitura em microscópio
específico, o que favorece sua aplicabilidade. Nessa técnica, o anticorpo
que irá se ligar ao antígeno de interesse é marcado com a enzima peroxi-
dase, que reage com um substrato adicionado e promove alteração de cor.
Dessa forma, nos locais do tecido onde há formação de imunocomplexos,
contendo o anticorpo marcado com a enzima, ocorre alteração da cor do
substrato, o que pode ser visualizado em microscópio óptico comum.
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Marcadores Interpretação
Indica evolução para cura, com parada de replicação viral nas in-
Anti-HBeAg fecções por vírus selvagens. Costuma estar positivo nas infecções por
vírus mutantes pré-core.
IMUNOLOGIA CLÍNICA 88
Anti-HBc Anti-HBc
AgHBs HBeAg Anti-HBe Anti-HBs Interpretação
(IgM) (total)
(+) (+) (+) (+) (-) (-) Hepatite B aguda (fase inicial).
(+) (-) (+) (+) (+) (-) Hepatite B aguda (fase tardia).
(+) (+) (-) (+) (-) (-) Hepatite crônica pelo HBV/HBV selvagem.
(+) (-) (-) (+) (+) (-) Hepatite crônica pelo HBV/HBV mutante pré-core.
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Célula CD4
DNA cromossômico
RNA viral
Provírus mRNA
Centro com
Envelope
RNA viral
Figura 2. Esquematização da replicação do HIV. Fonte: TORTORA; FUNKE; CASE, 2012, p. 541. (Adaptado).
Clinicamente, a infecção pelo HIV pode ser dividida em três fases. Na fase
inicial, geralmente não há manifestações clínicas ou o paciente apresenta ape-
nas linfadenopatia. Há infecção maciça de linfócitos T CD4+ e a contagem de
RNA viral pode atingir mais de dez milhões de cópias/mL de sangue. Em algu-
mas semanas, com a redução de células-alvo disponíveis na circulação, ocorre
redução significativa da carga viral sanguínea.
IMUNOLOGIA CLÍNICA 93
IMUNOLOGIA CLÍNICA 94
Dengue
A dengue é uma infecção viral aguda e sistêmica, considerada a mais im-
portante virose transmitida por artrópodes no mundo, em termos de morbi-
mortalidade. Em regiões endêmicas, encontradas especialmente em áreas
tropicais e subtropicais, a dengue é um grande problema de saúde pública e
representa um desafio considerável em termos socioeconômicos.
Dados da OMS apontam a ocorrência de mais de 100 milhões de casos anuais
de indivíduos infectados pelo vírus da dengue no mundo, embora pesquisadores
digam que esse número pode ser bem maior, uma vez que apenas cerca de 25% dos
casos se manifestam clinicamente (BHATT, 2013). Segundo o Ministério da Saúde,
no Brasil foram detectados aproximadamente cinco milhões de casos entre 2013 e
2016, com mais de 200 mil relatos de hospitalização no mesmo período. No ano de
2015, uma significativa epidemia de dengue atingiu o País, especialmente na região
Sudeste, com mais de 50% dos casos no estado de São Paulo (BRASIL, 2017).
O agente etiológico da dengue é um arbovírus denominado DENV (do in-
glês dengue virus) pertencente à família Flaviviridae, e são conhecidos quatro
sorotipos diferentes, denominados: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O ví-
rus da dengue é pequeno, esférico, envelopado e tem genoma formado por
RNA fi ta simples de polaridade positiva. Ele é transmitido por mosquitos do
gênero Aedes, que se tornam infectados após o hábito hematófago em indiví-
duos contaminados.
Depois da contaminação, o vírus se replica no organismo do mosquito.
Quando o mosquito infectado pica um indivíduo suscetível, o ciclo de trans-
missão é completado. Apesar de várias espécies de mosquito serem transmis-
soras, o Aedes aegypti é o mais importante para a disseminação da doença,
devido a sua antropofilia e hábitos urbano-domésticos.
Em termos clínicos, a forma clássica da dengue apresenta manifesta-
ções clínicas típicas, que incluem febre de início abrupto, exantema e dores
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Infecção estreptocócica
Os estreptococos são bactérias Gram-positivas da família Streptococcaceae,
que apresentam formato esférico e agrupamento em cadeia ou aos pares. Vá-
rias características são importantes para a identificação e caracterização dos es-
treptococos, incluindo morfologia bacteriana, padrão de hemólise das colônias
e produção de determinadas enzimas e toxinas, além da composição antigênica
da célula bacteriana.
ASSISTA
O vídeo Teste de PYR, do canal Wil Microbiology, no YouTube,
ilustra esse método simples e rápido para verificação da
presença da enzima pyrrolidonil arilamidase, produzida por
enterococos e Streptococcus pyogenes.
Infecção treponêmica
A sífilis é uma doença infectocontagiosa bacteriana de evolução sistêmica
e possível cronificação, cujas manifestações clínicas variam de acordo com o
estágio da infecção. O homem é o único reservatório do agente etiológico da sí-
filis e a transmissão ocorre predominantemente por relações sexuais desprote-
gidas, embora também possa ocorrer por via transplacentária e hematogênica.
Sua distribuição é global, com igual prevalência entre os gêneros, sendo mais
frequente em adultos sexualmente ativos.
Segundo dados epidemiológicos da OMS, estima-se a ocorrência de cerca
de 376 milhões de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
curáveis em todo o mundo, entre 2009 e 2016, com aproximadamente seis
milhões de casos de sífilis. Dessa forma, a sífilis caracteriza-se como a ter-
ceira IST bacteriana mais comum, sendo ultrapassada apenas pela infecção
clamidiana e pela gonorreia.
Sua prevalência mundial gira em torno de 0,5% em homens e mulheres,
embora acredite-se que os dados ainda sejam subestimados. No Brasil, a no-
tificação dos casos de sífilis adquirida é compulsória desde 2010, o que favo-
rece a análise epidemiológica recente no País. Dados do Ministério da Saúde
demonstram aumento significativo dos casos anuais de todas as formas da
doença (Gráfico 1).
75,8
70,0
59,1
60,0
50,0
44,5
40,0
34,1
30,0
25,1
21,4
19,7
20,0 17,0
14,5
13,4
9,5 10,9
10,0 8,9
5,7 7,2 8,5 9,0
3,5 4,7 6,5 7,4
2,1 4,8 5,5
3,3 4,0
2,4
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano de diagnóstico
Adquirida Gestante Congênita
(por 100.000 hab.) (por 1000 nascidos vivos) (por 1000 nascidos vivos)
Fonte: BRASIL, 2019, p. 13. (Adaptado).
EXPLICANDO
Na microscopia de campo escuro, os raios luminosos que incidem na
amostra são captados pela lente objetiva e geram uma imagem em um
fundo escuro. É um método indicado para observação de estruturas em
amostras com pouco contraste. Durante o procedimento, a amostra a
fresco é levada ao microscópio com um condensador de campo escuro,
o que permite que as estruturas do treponema vivo e móvel sejam visua-
lizadas. Apesar de ser rápido e de baixo custo, o método não apresenta
elevada sensibilidade, logo, a negatividade da amostra não exclui total-
mente o diagnóstico.
Cardiolipina
Lecitina
Colesterol
Figura 3. Reação de floculação em testes não treponêmicos. Fonte: BRASIL, 2010, p. 34. (Adaptado).
Características Testes
Tipos de amostras que podem ser utilizadas VDRL RPR USR TRUST
Amostra
Figura 4. Teste rápido por imunocromatografia de fluxo lateral. Fonte: JAPOLLA et al., 2015, p. 3. (Adaptado).
Infecções parasitárias
O diagnóstico laboratorial clássico das infecções parasitárias envolve a de-
monstração do parasita em amostras biológicas, tais como fezes, sangue e
tecidos, por meio de observação do agente etiológico vivo ou fixado, a fresco
ou corado por técnicas diversas. Para isso, o método de escolha depende dire-
Doença de Chagas
A doença de Chagas, também cha-
mada de tripanossomíase america-
na, é uma antropozoonose que afeta
principalmente os sistemas cardiovas-
cular e digestivo. É mais comum no
continente americano, principalmente
em regiões pouco desenvolvidas. Se-
gundo a OMS, na América há mais de
12 milhões de infectados. No Brasil, entre os anos de 2001 e 2018, foram de-
tectados mais de cinco mil casos da forma aguda da doença, com taxa anual de
0,16 casos a cada 100.000 habitantes (SANTOS et al., 2020).
O agente etiológico da doença de Chagas é o protozoário flagelado Trypano-
soma cruzi, que é encontrado no homem nas formas amastigota (intracelular)
e tripomastigota (extracelular). Sua transmissão depende de insetos vetores,
popularmente chamados de barbeiros, que são hemípteros hematófagos da
família Reduviidae, pertencentes principalmente aos gêneros Triatoma, Pans-
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma parasito-
se dos vasos sanguíneos e linfáticos,
causada pelo protozoário formador
de esporos Toxoplasma gondii. O
parasita tem distribuição mundial e
o percentual de pessoas infectadas
aumenta com a idade. A prevalência
de soropositividade para a infecção é elevada, porém a grande maioria dos
casos é assintomática, o que faz com que a doença seja uma exceção entre
os infectados imunocompetentes. Dados demonstram que, no Brasil, os an-
4 PROCESSOS DE
REATIVIDADE
DO SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Tópicos de estudo
Sistema imune das doenças Imunologia dos transplantes
Atuação do sistema imune nas Complexo principal de
infecções bacterianas histocompatibilidade
Atuação do sistema imune nas Rejeição dos transplantes
infecções fúngicas Imunossupressão para
Atuação do sistema imune nas transplantes alogênicos
infecções virais
Imunomodulação e
Tolerância imunológica e imunomoduladores
doenças autoimunes
Classificação etiológica das Imunodeficiências
doenças autoimunes Imunodeficiências primárias
Diagnóstico das principais Imunodeficiências secundárias e
doenças reumáticas de caráter AIDS
imune
Imunidade tumoral
Reações de hipersensibilidade Mecanismos imunes efetores
contra células neoplásicas malignas
Imunoterapia e imunoprofilaxia
CURIOSIDADE
Várias moléculas podem executar a função de opsoninas, que consiste na
facilitação do processo de fagocitose celular por moléculas que revestem
a superfície do antígeno de interesse, seja ele um micro-organismo ou
outro antígeno. As opsoninas podem ser anticorpos, proteínas do sistema
complemento e outras moléculas, contanto que apresentem a afinidade
requisitada para a interação imune (ABBAS, LICHTMAN, PILLAI, 2015).
EXPLICANDO
Comorbidade é o termo utilizado para descrever a situação em que duas
doenças acometem um paciente e ocasionam danos semelhantes ou
complementares, impactando diretamente no seu prognóstico (KUMMAR,
ABBAS, ASTER, 2015).
Apoptose
Remoção deficiente de
corpos apoptóticos
Concentração aumentada
de antígenos nucleares
Células B e T específicas para
antígenos nucleares próprios
Anticorpo antinuclear
Complexo
antígeno-anticorpo
Endocitose de complexos
antígeno-anticorpo
Acoplamento TLR de
antígenos nucleares nos
endossomos
Célula dendrítica
Estimulação de células B plasmocitoide
e células dendríticas
Produção persistente de
anticorpos IgG
antinuclear
Figura 1. Modelo proposto para patogênese do lúpus eritematoso sistêmico. Fonte: ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2018, p. 431.
Reações de hipersensibilidade
O reconhecimento de antígenos pelo sistema imune adaptativo pode de-
sencadear reações indesejadas chamadas de hipersensibilidade, nas quais o
corpo dá origem a uma resposta exacerbada que pode resultar em danos ao
organismo. As reações de hipersensibilidade podem envolver mecanismos
de resposta imune humoral e celular, e o dano resultante pode ser local ou
sistêmico. As disfunções ligadas à hipersensibilidade têm relação com o tipo
de antígeno envolvido, que pode ser próprio ou não próprio, mas que não
possui um potencial patogênico. Os componentes do sistema imune que es-
tão envolvidos também são norteadores para determinar o tipo de reação de
hipersensibilidade.
Na reação de hipersensibilidade do tipo I, também conhecida como rea-
ção de hipersensibilidade imediata, há um processo alérgico que envolve a
exposição de um indivíduo sensibilizado a um antígeno inerte, que culmina
em atividade inflamatória exacerbada. Na primeira etapa do processo, fase
conhecida como sensibilização, é preciso que o indivíduo seja exposto a um
antígeno conhecido como alérgeno, o qual ativa linfócitos Th2 pela interação
com células dendríticas. Os linfócitos Th2 ativados passam a produzir a citoci-
na IL-4, que atua estimulando a troca de classe de imunoglobulinas para IgE.
Alérgeno
Mastócito
Plasmócito
IgE
FcεRI B
Linfócito B Linfócito Th2
Ativação e degranulação
Ativação de linfócitos Th2 Plasmócito Ligação da IgE AO FcεRI Reexposição
de mastócito:
e troca de classe para IgE secretando IgE na superfície de mastócito ao antígeno
mediadores
Figura 2. Etapas da reação de hipersensibilidade tipo I. Fonte: ABBAS; LICHTMAN; PILLAI; 2015, p. 427. (Adaptado).
CURIOSIDADE
O exsudato é um tipo de infiltrado extravascular originado em atividades
inflamatórias que apresentam grande volume de células degradadas e
proteínas, já que é consequência da atuação do sistema imune frente a
algum agente nocivo que exigiu o quadro inflamatório para a sua con-
tenção. Existe também o transudato, originado pelo aumento da pressão
hidrostática nos vasos sanguíneos.
Receptor de Fc
Célula opsonizada A
C3b
Leucócito B
Neutrófilos
C5a, C3a ativados
Enzimas, EROs
Ativação do complemento Inflamação e dano tecidual
Neutrófilos
C5a, C3a ativados
Enzimas, EROs
Ativação do complemento Inflamação e dano tecidual
Anticorpo inibe ligação do neurotransmissor ao receptor Anticorpo estimula receptor sem hormônio
Figura 3. Mecanismos efetores da hipersensibilidade tipo II. A. Opsonização e fagocitose; B. Inflamação e lesão tecidual
por enzimas e radicais livres; C. Disfunção sem lesão tecidual. Fonte: KUMAR; ABBAS, ASTER, 2016, p. 206. (Adaptado).
1 - Necrose
2 - Células T
3 - Células B
4 - Neutrófilos
Necrose 5 - Células dendríticas
6 - Células epitelioides
7 - Macrófagos
8 - Células espumosas
9 - Células gigantes
Figura 4. Estrutura básica do granuloma. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/02/2021. (Adaptado).
Por fim, a hipersensibilidade tipo tuberculina é uma reação com fins diag-
nósticos ocasionada em pessoas que já possuem sensibilidade a um certo antíge-
no. Administra-se uma dose contendo o antígeno na camada subendotelial e, após
alguns dias, observa-se a formação de uma lesão avermelhada e volumosa, que se
desfaz após certo período. A positividade do teste indica que o indivíduo já entrou
em contato com o antígeno em questão, mas não confirma a doença atual. Esse
princípio é utilizado para a prova da tuberculina ou reação de Mantoux, que serve
para saber se o indivíduo já teve contato com Mycobacterium tuberculosis, causador
da tuberculose (KUMMAR; ABBAS; ASTER, 2015; WILLIAMSON; SNYDER, 2013).
Imunodeficiências primárias
As imunodeficiências primárias são ocasionadas por defeitos congênitos
que prejudicam a atuação das células da imunidade inata e adap-
tativa. A maioria desses defeitos é detectada na fase inicial de
vida do indivíduo devido a quadros recorrentes de
infecção. Dentre as causas primárias de imunodefi-
ciências, incluem-se defeitos da imunidade inata,
distúrbios na ativação de linfócitos T e defeitos
na produção de anticorpos, além de imunodefi-
ciências combinadas.
CONTEXTUALIZANDO
O conceito de vigilância epidemiológica foi descrito pela primeira vez em
1950 por Macfarlane Burnet, e apresenta como uma das funções do siste-
ma imunológico o reconhecimento e destruição de células mutadas, antes
de se tornarem um tumor, assim com a contenção e destruição de tumores
já formados (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015).
Figura 5. Uso de células dendríticas sensíveis para o aumento da sensibilidade aos tumores. Fonte: ABBAS; LICHTMAN;
PILLAI, 2015, p. 400.