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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA
CONTEUDISTAS
Camila Reis Guimarães Baleeiro
Natália Cybelle Lima Oliveira
REVISÃO
Alice Borges Mendonça
PRODUÇÃO (APOIO)
Beatriz Beserra Mendes
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Daniele Rosendo dos Santos
Márcio Raphael Nascimento Maia
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO
Lúcio André Amorim
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER
Fagner Fernandes Douetts
Renato Antunes dos Santos
DESIGNER INSTRUCIONAL
Wagner Henrique Varela da Silva
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Sumário
Apresentação do Curso ................................................................................... 6
Estrutura do módulo.............................................................................................11
Finalizando ............................................................................................................30
Estrutura do módulo.............................................................................................31
Finalizando ............................................................................................................49
3
Módulo III - NORMAS E UTILIZAÇÃO DOS BANCOS DE PERFIS GENÉTICOS
......................................................................................................................... 51
Estrutura do módulo.............................................................................................51
Finalizando ............................................................................................................71
Estrutura do módulo.............................................................................................73
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3.1 Etapas a serem realizadas antes das coletas ................................ 105
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Apresentação do Curso
Caro(a) aluno(a),
6
genéticos de materiais biológicos encontrados em cenas de crimes, com os
obtidos de amostras coletadas de suspeitos, sendo na maioria das vezes, uma
ciência comparativa. Contudo, durante muito tempo, sua aplicação ficou
limitada à apresentação de suspeitos pela autoridade policial. E foi justamente
para superar essa limitação, que foi criado o conceito de Bancos de Perfis
Genéticos, mas o que vem a ser isso?
Pode ser feita uma analogia com uma grande biblioteca virtual, onde de
um lado são depositadas as informações dos perfis genéticos relacionados aos
mais diversos ilícitos penais, e do outro, as informações de indivíduos que já
foram condenados por crimes, de acordo com as disposições legais aplicáveis.
A partir daí, os bancos têm a função de comparar esses perfis, a fim de detectar
coincidências, e assim, quando elas ocorrem entre um perfil de vestígios
criminais com o de um condenado, é possível indicar a autoria de um crime que
antes não tinha solução. Este é apenas um exemplo do potencial dessa
ferramenta, e nós esperamos que durante esse curso você navegue por toda
essa gama de possibilidades que ela nos dá, no auxílio às demandas da
sociedade.
7
Assim, devido à necessidade de padronização dos procedimentos e
técnicas para a realização de coleta de Amostras de Referência de DNA em
indivíduos condenados pelos crimes descritos na Lei nº 12.654/2012, pelos
profissionais que integram o Sistema Único de Segurança Pública (Susp),
visando a inclusão em Banco de Perfis Genéticos, é que o presente curso foi
criado.
Preparado?
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Objetivos do Curso
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Estrutura do Curso
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Módulo I - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOLOGIA E SUAS
APLICAÇÕES NA GENÉTICA FORENSE
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Bom meu caro aluno, vamos então começar a entender quais os aspectos
do nosso corpo que permitem que os conhecimentos da biologia possam auxiliar
tanto na resolução de crimes, quanto no fornecimento de provas técnicas
capazes de subsidiar a aplicação da justiça. Para isso precisamos entender
aspectos mais básicos de como o nosso corpo funciona e do que se trata o DNA,
que é a ferramenta de estudo e aplicação prática da Genética Forense.
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Figura 1: Corpo humano
Fonte: SCD/EaD/Segen.
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corpo são os pulmões os responsáveis por essa função, na célula as organelas
responsáveis por essa função, são as mitocôndrias. Enquanto a pele é a
responsável por recobrir o nosso corpo, nas células a membrana plasmática é a
responsável por essa função.
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Aula 2 - A importância do material genético e aplicações
práticas dos conhecimentos da Genética
O material genético que você carrega nas células que formam o seu
corpo, existem instruções capazes de orquestrar as mesmas funções biológicas
realizadas por todos os outros seres humanos à sua volta, como andar, respirar
e pensar. Podemos dizer, portanto, que o nosso DNA guarda todas as
semelhanças que temos entre nós, e com muitos outros seres da natureza.
São inúmeras as funções que são coordenadas pelo nosso DNA, tanto
em nível celular, quanto no nosso organismo como um todo. O nosso código
genético, que é como chamamos o conjunto de informações contidas no nosso
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DNA, funciona como uma gigantesca biblioteca, que manda instruções dentro de
um sistema complexo de transmissão de informações para que cada parte da
nossa célula e do nosso corpo, desempenhe a sua função a contento.
VOCÊ SABIA?
O potencial de armazenamento de informações do DNA é tão
grande, que pesquisadores da Universidade de Harvard, utilizando
técnicas de bioengenharia e genética, conseguiram utilizar a molécula
de DNA como mídia de armazenamento, como uma espécie de
pendrive. Eles chegaram à conclusão de que com apenas um grama
de DNA é possível armazenar 700 terabytes de informações!
Acessa o link:
https://vimeo.com/47615970
e assista o vídeo caso você tenha curiosidade em saber como os
pesquisadores conseguiram transformar o DNA na mídia de armazenamento do
futuro.
16
Agora podemos imaginar que, para dar conta de registrar essa quantidade
de informações, o nosso DNA teria que ter quilômetros de extensão, já que essa
molécula deve ser grande o suficiente para conter todas as instruções
necessárias à vida humana.
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A partir dos mais diversos estudos na área, chegou à conclusão de que o
DNA é formado, essencialmente, por quatro tipos de unidades chamadas
nucleotídeos que, se diferenciam entre si de acordo com suas características
químicas. Com o propósito de facilitar os estudos na área, os quatro tipos de
unidades que formam o nosso DNA são representados pelas letras A,G,C e T,
que correspondem aos compostos denominados adenina, guanina, citosina e
timina, respectivamente.
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Regiões codificantes
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Figura 5: Representação do DNA
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dna.htm - modificado
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a fecundação dos gametas. Um indivíduo do sexo feminino apresenta dois
cromossomos X, enquanto o do sexo masculino, possui um cromossomo X e um
cromossomo Y.
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Aula 3 - A Genética Forense e como ela auxilia na resolução
de crimes
Bom, após essa breve jornada dentro do nosso corpo, vamos entender o
seguinte questionamento:
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Cada vez que entramos em contato com quaisquer
pessoas, ou objetos ao nosso redor, deixamos neles um
pouco de nós. Parece poesia, mas na verdade quem explica
esse fenômeno é a física. A Teoria de Locard, que foi
postulada pelo cientista Edmond Locard, nos diz, de
maneira resumida, todo contato deixa uma marca. Qualquer
indivíduo que comete um crime, por exemplo, entrará
invariavelmente em contato com diversos objetos ao seu
redor, então para efetuar um roubo, uma pessoa precisará
de ferramentas, abrir portas, gavetas, utilizar um veículo,
entre muitas outras ações e movimentos que, irão gerar um
contato e consequentemente deixará uma marca.
Na prática
Vamos supor que uma câmera de segurança, por exemplo,
filma o exato momento em que uma pessoa toca na maçaneta da
porta de um imóvel, para cometer um furto. Se pudéssemos aproximar
aquela imagem muitas e muitas vezes, até um nível microscópico,
veríamos as células da pele daquele indivíduo se soltando e ficando
presas ao material daquela maçaneta que, conforme você pôde
observar durante a leitura desse módulo, carregam dentro delas a
identidade genética do autor daquele fato.
A partir daí é possível concluir que quanto maior o contato, maior também
será essa marca. Se este mesmo indivíduo do nosso exemplo anterior, se
cortasse numa janela do imóvel alvo de furto, o sangue que ficaria impregnado
no vidro carregaria ainda mais células e, consequentemente, muito mais cópias
do DNA do autor daquele crime. Quanto mais células do autor estiverem
presentes num objeto, maiores são as chances de obter um perfil genético
daquele material, o que aumenta inclusive a sua capacidade de identificar aquele
indivíduo.
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É isso que ocorre em grande parte dos crimes cometidos todos os dias. Os
contatos deixam como rastro o material biológico dos indivíduos envolvidos, ou
seja, as células do autor de um crime ou de vítimas, que serão coletadas pela
equipe de Perícia Criminal no local de crime e encaminhadas ao Laboratório de
Genética Forense.
Na figura abaixo, você pode conferir algumas dessas etapas e sua ordem
de acontecimentos, a fim de facilitar a sua compreensão. Você pôde perceber
que a análise genética, necessita de diversas etapas e equipamentos, o que faz
com que demande tempo e recursos, tanto tecnológicos quanto humanos.
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Figura 8: Etapas da análise genética
Fonte: PENA, 2005 (Modificado).
Ao fim da etapa de genotipagem, os dados gerados pelo equipamento são
interpretados por um software, que irá fornecer o produto final de análise da
Genética Forense: o Perfil Genético.
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Figura 9: Exemplo de Perfil Genético Autossômico
Fonte: do conteudista/ SCD/EaD/Segen.
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Figura 10: exemplo da representação de um Haplótipo do Cromossomo Y
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
Após obter o perfil genético, o Perito Criminal deverá proceder então com
sua análise e interpretação, mas como isso ocorre? Após rever um pouco dos
conceitos básicos da biologia, você viu que o DNA de uma pessoa é formado
pela combinação do material genético de seus pais, e que nesse processo
ocorrem eventos de recombinação genética que produzem um indivíduo único,
fazendo com que seja possível identificar uma pessoa, e distingui-la de qualquer
outra, através do perfil genético obtido a partir de seu DNA.
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Outro ponto relevante é que, já que o seu material genético é uma união
de cromossomos de seu pai e de sua mãe, a comparação de uma certa região
do seu DNA com a mesma região no DNA de um dos seus pais, permite que
sejam observadas semelhanças genéticas, o que possibilita que sejam
estabelecidos vínculos de parentesco entre duas pessoas a partir da análise
genética, o que ocorre nos chamados testes de paternidade.
Você pôde ver até aqui que, a partir do material genético recuperado de
vestígios coletados de locais e vítimas de crimes, os Peritos Criminais do
Laboratório de Genética Forense são capazes de analisar os perfis genéticos
obtidos, o que possibilita tanto o estabelecimento de coincidências genéticas,
quanto a verificação de relações de parentesco entre indivíduos. Contudo, para
que essas relações possam ser estabelecidas, apenas o perfil genético obtido
do vestígio não é suficiente, tendo em vista que toda e qualquer análise genética
é realizada a partir da comparação entre perfis genéticos.
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Figura 11: Comparativo entre a amostra questionadas e a de referência
Fonte: da conteudista; SCD/EaD/Segen.
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incondicional, elucidar trocas de bebês em berçários, dentre muitas outras
possibilidades que sejam de interesse da justiça.
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Módulo II - HISTÓRICO DA UTILIZAÇÃO DO DNA NA
RESOLUÇÃO DE CRIMES E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
31
Atualmente se fala bastante do DNA e das suas aplicações nos mais
diversos campos do conhecimento, principalmente nas áreas relacionadas à
saúde. Mas em que momento se pensou que esses conhecimentos também
poderiam auxiliar à Justiça?
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Apesar de se tratar de técnicas bem distintas, foi a partir dessa analogia,
que o geneticista abriu as portas para que outros cientistas pudessem explorar
as possibilidades de utilização do DNA como forma de identificação quando,
ainda na década de 80, afirmou que todos os indivíduos poderiam ser
identificados através de um padrão único de DNA.
No início houve muita dúvida sobre usar sua descoberta na área forense,
por se tratar de uma técnica inovadora, mesmo na área da biologia molecular e
genética, porém esse estudo impulsionou vários outros que se sucederam, o que
fez com que a década de 90 fosse considerada a era de ouro das pesquisas
sobre a identificação por meio do DNA.
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Através do exame de DNA, ficou comprovado que a família biológica do
rapaz residia mesmo na Inglaterra, possibilitando assim sua entrada no país
(JEFFREYS et al., 1985a). Caso você tenha curiosidade de saber como o
pesquisador trabalhou com esse caso, segue um vídeo em que Jeffreys explica
a técnica utilizada.
Acessa o link:
https://www.youtube.com/watch?v=L0OM5oQI46g&t=8s
e assista o vídeo que caso você tenha curiosidade em a técnica utilizada
por Jeffreys.
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o doador daquele material biológico, não poderia ser o
suspeito que confessou aqueles crimes. Posteriormente se
descobriu que Richard Buckland queria apenas publicidade
e ele entrou para a história como o primeiro homem a ser
inocentado através da análise do DNA.
Figura 14: Primeiro assassinato resolvido com o uso da genética: caso Leicester
Fonte: https://www.csiacademy.com.br/blog
Foi apenas em 1988, que uma mulher informou à polícia sobre uma
conversa que escutou, na qual um homem chamado Ian Kelly, funcionário de
uma padaria, afirmara que teria doado seu sangue no lugar de um colega
também padeiro, chamado Colin Pitchfork. A polícia foi então atrás de Colin, que
não teve uma alternativa, senão doar seu sangue para comparação com o DNA
35
do material coletado das vítimas, quando foi finalmente identificado como o autor
dos crimes, através do DNA, e se tornou o primeiro indivíduo a ser condenado
através da identificação genética.
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provas frágeis, como o reconhecimento por vítimas e/ou
retratos falados, que apresentam maior subjetividade e que,
frequentemente, são responsáveis pela condenação de
pessoas inocentes.
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Figura 16: Pense nisso
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
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Com a implantação de um banco de dados de DNA, os perfis genéticos
obtidos de vestígios coletados de vítimas e em locais de crime, podem ser
confrontados a qualquer tempo com perfis de criminosos condenados, mesmo
que por outro tipo de crime e em qualquer estado da federação, aumentando
bastante as possibilidades de identificação dos autores dos mais diversos tipos
de crimes.
SAIBA MAIS!
O FBI disponibiliza gratuitamente este programa aos governos
dos países interessados em utilizá-lo na área de segurança pública.
Além dos aproximadamente 180 laboratórios de DNA que utilizam o
CODIS nos EUA, mais de 40 laboratórios também utilizam em outros
27 países.
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Nos EUA
No Brasil
O Brasil iniciou a implantação do CODIS (Combined DNA Index System)
em seus estados a partir de 2010, após curso de formação que contou com a
participação de Peritos Criminais das unidades que possuíam, ou estavam em
vias de implantação de laboratórios forenses de DNA.
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Figura 17: Testes de DNA permitem identificar vítimas do AF 447, diz França
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/testes-de-dna-permitem-identificar-vitimas-
do-af-447-diz-franca.html
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AULA 3 – Arcabouço Legal Brasileiro que Normatiza a Identificação
Genética Criminal e Inclusão de Perfis Genéticos em Bancos de
DNA.
SAIBA MAIS!
A Lei n° 12.654 foi sancionada em 28 de maio de 2012, e
alterou dispositivos da lei de identificação criminal e de
execução penal, passando a prever a coleta compulsória e
armazenamento de perfis genéticos em bancos de dados para
identificação criminal, no caso dos condenados por crimes
específicos e previstos em lei, conforme veremos a seguir.
Abaixo você pode observar uma linha do tempo que, resume as leis que
sustentam atualmente a coleta de DNA, a identificação genética e a comparação
de perfis genéticos em bancos de dados no Brasil:
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Figura 18: Linha do tempo que, resume as leis que sustentam atualmente a coleta de DNA, a
identificação genética e a comparação de perfis genéticos em bancos de dados no Brasil.
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
Agora que você sabe quais são as leis que servem de arcabouço legal
para a coleta de DNA de condenados, vamos conhecer mais a fundo o que cada
uma delas diz sobre o assunto? Entender um pouco dessas leis permite que os
servidores envolvidos no processo possam agir com legalidade, ou seja, dentro
dos limites impostos pela lei.
Lei nº 7.210/1984
A Lei nº 7.210/1984, que instituiu os procedimentos para execução penal,
é a lei que serve como base para execução de penas relacionadas ao código
penal brasileiro. Desde a data da sua publicação, foram promulgadas outras leis
que, paulatinamente, foram alterando artigos específicos da Lei de Execução
Penal, de modo que em sua versão atual vemos que alguns de seus dispositivos
apresentam modificações posteriores à sua data de publicação.
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Lei nº 12.037/2009
O mesmo aconteceu com a Lei nº 12.037/2009, que dispõe sobre a
identificação criminal do civilmente identificado e que também foi alterada por
leis posteriores. Esta lei foi a responsável por estabelecer quais os
procedimentos e limites para que pessoas presas pelos mais diversos crimes
sejam identificadas criminalmente, isto é, sejam submetidas a outras formas de
identificação que não aquela possibilitada pelo documento de identificação civil,
bem como a utilização destas formas de identificação no sistema penal e nos
processos relacionados às investigações policiais.
Lei nº 12.654/2012
Já a Lei nº 12.654/2012, prevê a coleta de perfil genético como forma de
identificação criminal e foi responsável por alterar dispositivos, tanto da Lei nº
7.210/1984, quanto da Lei nº 12.037/2009. Por conta disso, abordaremos agora
quais foram as principais modificações promovidas por esta Lei e como elas
impactaram o ordenamento jurídico brasileiro.
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Em suma, a preocupação era que os dados genéticos pudessem revelar
traços físicos, históricos de doenças, dentre outras características que
pudessem ser utilizadas por interesses tanto pessoais, quanto de empresas que
pudessem ter interesses financeiros nas informações genéticas dessas pessoas,
o que poderia ameaçar a liberdade e privacidade individual, além de causar
desvios de finalidade na utilização das informações genéticas dos indivíduos
contemplados na lei. Esses questionamentos foram muito importantes para que
a Lei nº 12.654/2012 incluísse normas que pudesse proteger qualquer indivíduo
que tenha seu material biológico coletado, assim como proteger o sigilo de suas
informações.
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Se você analisar atentamente o que a lei nos diz, verá que foram incluídas
medidas de proteção na norma, como a necessidade de que o banco de perfis
seja gerenciado por uma unidade oficial de perícia criminal, visto que são
unidades que tem como função a produção de provas materiais e científicas,
agindo acima de tudo com imparcialidade, e que podem, através da emissão de
Laudo Pericial, relatar os dados científicos e com isso permitir a identificação
genética do autor de um crime.
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de Execução Penal também sofreu modificações recentes que veremos a seguir.
Apesar da Lei n° 12.654/2012 ter modificado artigos relacionados a execução
penal, foi a Lei nº 13.964/2019 que incluiu as modificações mais recentes nos
artigos relacionados à coleta de DNA dos condenados por crimes descritos na
referida Lei n° 12.654/2012.
Lei nº 13.964/2019
A Lei nº 13.964 foi publicada em 2019, com o objetivo de aperfeiçoar a
legislação penal e processual penal. Apesar desta lei abordar diversos aspectos
sobre a execução penal, no que tange ao nosso assunto neste curso, a Lei previu
inicialmente a manutenção do que a Lei nº 12.654/2012 abordava quando se
referia ao artigo 9-A da Lei nº 7.210/1984 de Execução Penal, que incluía a
previsão de coleta de material biológico visando identificação genética para
indivíduos condenados por crimes hediondos. Entretanto, modificações recentes
fizeram com que o artigo fosse publicado conforme previsão original e, por conta
disso, os crimes hediondos não estão mais contemplados na Lei que permite a
identificação genética.
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imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua
utilização para qualquer outro fim.
Após essa leitura, você pôde ver que, dentro do ordenamento jurídico
brasileiro, nem todos os crimes permitem a coleta de materiais biológicos para a
identificação genética. A publicação da lei limita quais os crimes que permitem a
identificação genética, assim como a inclusão dos perfis genéticos em bancos
de dados, o que quer dizer que a coleta só é autorizada pra indivíduos
condenados por crimes contra a vida, contra a liberdade sexual ou, por crime
sexual contra vulnerável.
Então, caro aluno, você pôde conhecer até agora alguns aspectos
dispostos pela Lei que normatizam a coleta de DNA em indivíduos apenados e
sobre a utilização de perfis genéticos na identificação criminal. Veja abaixo um
esquema de revisão sobre os requisitos legais relacionados ao assunto que você
viu até agora!
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Figura 19: Requisitos legais para a coleta de DNA de condenados
Fonte: do conteudista.
Agora que você viu quais leis amparam a coleta do material genético de
condenados e quais são os requisitos para que ela aconteça, é essencial mostrar
como funciona então o Banco de Dados no qual os perfis genéticos serão
armazenados.
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• Apesar de extremamente assertiva, a técnica de identificação genética só
ganhou fama após sua utilização em casos de grande repercussão, que
mostraram sua eficácia, tanto no Brasil quanto no resto do mundo;
• Ainda que a identificação genética seja amplamente utilizada na
resolução de crimes, as possibilidades de utilização desta técnica foram
ampliadas com a criação e normatização de Bancos de Perfis Genéticos,
que contemplam tanto perfis obtidos de vestígios quando de indivíduos
condenados, buscando aumentar as identificações de autorias;
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Módulo III - NORMAS E UTILIZAÇÃO DOS BANCOS DE PERFIS
GENÉTICOS
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Provavelmente você pôde perceber, durante a leitura dos módulos
anteriores, que as informações obtidas a partir das análises realizadas na
Genética Forense, dependem de uma análise comparativa. Isto quer dizer que,
para determinar a quem pertence o material biológico relacionado a um ilícito
penal, não é suficiente somente a obtenção de um perfil genético, sendo
necessário adicionalmente que seja apresentado um suspeito para coleta de
Amostra de Referência e posterior comparação, na maioria dos casos. É nesse
ponto que, essa área de estudo encontrou uma grande limitação, já que
enquanto um suspeito não era apresentado para coleta, diversos crimes
permaneciam sem solução.
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Enquanto uma das vítimas não conseguiu fornecer elementos que
auxiliassem na identificação do agressor, a segunda conseguiu reconhecer um
suspeito, preso após ser confirmado como sendo o autor do crime por meio das
provas de DNA. Quando o perfil obtido de um vestígio apresenta uma
coincidência previamente detectada com um suspeito, na ocasião de sua
inclusão no banco, o perfil é identificado como tendo autoria conhecida, o que
facilita uma análise posterior pelos Peritos Criminais do laboratório.
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS!
A referida lei considera como pessoa desaparecida, todo ser
humano cujo paradeiro é desconhecido, não importando a causa de
seu desaparecimento, até que sua recuperação e identificação
tenham sido confirmadas por vias físicas ou científicas.
53
Recentemente, foi criado o Grupo de Trabalho – Identificação de
Pessoas Desaparecidas, exclusivamente focado na busca dessas
pessoas, através do cadastro dos perfis genéticos de familiares que
são confrontados com os perfis oriundos de cadáveres de identidade
desconhecida, cadastrados no banco, assim como com os obtidos de
amostras diretas dos desaparecidos, produzidas a partir de seus
objetos pessoais.
54
Aula 2 - Normas Legais Aplicadas aos Bancos de Perfis
Genéticos
IMPORTANTE!
55
“Trata-se de uma ação conjunta entre Secretarias de Segurança Pública
(ou instituição equivalente), Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP) e Polícia Federal (PF) para o compartilhamento de perfis genéticos
obtidos em laboratórios de genética forense.
56
SAIBA MAIS!
Acesse: https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-
publica/ribpg/institucional.
57
Figura 21: Crescimento do número total de perfis genéticos no BNPG
Fonte: https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/ribpg
Figura 22: Taxa de coincidências - divisão do total de coincidências na RIBPG pelo total de
perfis genéticos de vestígios no BNPG
Fonte: https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/ribpg
58
dentre elas se destacam a de vestígios e de condenados, que estão diretamente
relacionadas à indicação de autoria e demais informações relativas a casos
criminais. Em seguida, têm-se as categorias de restos mortais não identificados,
e familiares de pessoas desaparecidas que buscam auxiliar no estabelecimento
de vínculos genéticos de parentesco, com o objetivo de identificar pessoas
desaparecidas e trazer respostas às diversas famílias que buscam seus entes
queridos. Veja abaixo os números e gráfico representativo dos perfis
cadastrados em cada uma das categoriais, segundo dados emitidos no último
relatório publicado em maio de 2021 pela RIBPG.
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Com o objetivo de possibilitar o aumento no número de perfis genéticos
cadastrados no BNPG, a Rede organiza Grupos de Trabalho e Projetos, que tem
por objetivo fornecer aos laboratórios integrados, investimentos em
equipamentos, insumos e treinamentos que, em contrapartida, se comprometem
a inserir uma determinada quantidade de perfis no banco. Com o Projeto de
Identificação por Perfis Genéticos de Condenados, não foi diferente, visto que
após ser instituído através de Portaria do Ministério da Justiça, contou com a
contribuição de todos os laboratórios integrados à Rede, para que fosse efetuada
a coleta e processamento das amostras, bem como a inserção dos perfis
genéticos obtidos. Veja o que o Relatório da Rede emitido em novembro de
2018, fala sobre esse assunto:
SAIBA MAIS!
Acesse: https://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-
publica/ribpg/relatorio/ix-relatorio-da-rede-integrada-de-bancos-de-
perfis-geneticos-ribpg-1.pdf/view.
60
investidos nove milhões de reais em kits de coletas de amostras biológicas,
reagentes, picotadores semiautomáticos e analisadores genéticos, conforme
necessidade apontada na "Pesquisa Perfil dos Laboratórios de DNA” realizada
pela RIBPG.
61
Aula 3 - Sistema de Gestão de Qualidade dos Laboratórios
Integrados à RIBPG
62
Dentro desta perspectiva, existe um comitê permanente dentro do órgão,
intitulado Comissão de Qualidade. Este visa: a) normatizar e revisar
periodicamente os requisitos de qualidade, que deverão ser seguidos pelos
laboratórios integrantes da rede, b) organizar e realizar auditorias externas que
buscam comprovar o cumprimento das normas aplicáveis, c) orientar os
laboratórios quanto à implementação de seus Sistemas de Gestão da Qualidade,
de modo a auxiliar os laboratórios que ainda não compõem a Rede no
atendimento aos requisitos mínimos necessários, para a filiação e
compartilhamento de perfis genéticos.
63
Figura 24: Funcionamento da Rede
Fonte: Acervo da conteudista.
64
genéticas detectadas pelo software são reportadas pelo Banco Nacional
aos laboratórios envolvidos.
65
Agora que você já conhece como o banco de DNA funciona, sua
apresentação nos dias de hoje e o potencial que esta ferramenta possui no
auxílio à resolução de crimes, será mostrado alguns casos práticos que foram
auxiliados pelos bancos de perfis genéticos, nos diversos estados do país, para
que você entenda sua importância.
Estudo de Caso
Trata-se de um caso envolvendo a explosão de um caixa
eletrônico no bairro de Cajuru na capital paranaense, em janeiro de
2015, onde foram coletados vestígios biológicos pela equipe de
perícia para inserção no banco de perfis genéticos do laboratório da
polícia científica do estado, membro da RIBPG.
66
Dunamis era idêntico aquele obtido na cena de crime do bairro de
Cajuru. (RIBPG, 2015, página 13).
Disponível em: https://www.justica.gov.br/sua-
seguranca/seguranca-
publica/ribpg/relatorio/relatorio_ribpg_nov_2015.pdf/view
67
Figura 25: Caso Rachel Genofre
Fonte: g1.globo.com/parana
68
mundo: 2 casos de estupros em série, elucidados nos
estados de Goiás e São Paulo, e 1 caso de assalto a
transportadora de valores, analisado pela Polícia Federal.
Este último foi selecionado para a etapa seguinte, como um
dos 6 finalistas, e, em 24 de junho, anunciado como o DNA
Hit of the Year 2020.
69
Figura 26: Matéria sobre o Maior caso de DNA da Polícia Federal
Fonte: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/maior-caso-de-dna-da-policia-
federal-diz-perito-do-caso-prosegur/
70
Neste módulo, você aprendeu que:
71
Módulo IV - PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA A REALIZAÇÃO
DE COLETA DE DNA DE CONDENADOS
Antes de iniciar este módulo, você deve ter em mente a seguinte frase:
PLANEJAMENTO É PRECISO!
Agora que você já viu nos módulos anteriores como a Genética Forense
auxilia na resolução de crimes, os marcos legais da implementação do Banco de
Perfis Genéticos no Brasil, o funcionamento do referido banco e como ele vem
ajudando nas investigações criminais. Será apresentado como funciona a coleta
de DNA de condenados e, para isso, serão abordados os aspectos legais para
a execução das coletas, uma breve introdução sobre os cuidados que os
responsáveis pela coleta devem ter durante os procedimentos, as técnicas que
são utilizadas e como acondicionar, armazenar e transportar as amostras para
as unidades periciais, responsáveis pelo processamento.
72
Esse módulo pretende criar condições para que você possa:
73
Caro discente, antes de iniciar as discussões sobre a coleta de material
biológico dos condenados no rol dos crimes previstos no art. 9º-A da Lei nº 7210,
de 11 de julho de 1984, você deverá, primeiramente, fazer uma análise de
trechos da Resolução nº 10, de 28 de fevereiro de 2019, que regulamenta a
padronização de procedimentos relativos à coleta de material biológico, para fins
de inclusão, armazenamento e manutenção dos perfis genéticos nos bancos de
dados.
74
Pelo exposto, o material biológico de escolha para as coletas de Amostra
de Referência, serão células de mucosa oral, não devendo ser utilizadas
quaisquer outras fontes de amostras biológicas para tal finalidade. Essa é uma
das informações mais importantes que se deve ter em mente, durante todo o
processo.
75
Veja o que diz o Artigo 5°:
Veja o que está descrito nos Incisos IV, V, VI e VII do Artigo 5°:
76
Observação: O registro fotográfico poderá ser realizado no momento da
coleta da amostra biológica do condenado. Poderá ser utilizado o registro
fotográfico da ficha de identificação criminal, ou documento semelhante
apresentado pelo sistema penitenciário.
IMPORTANTE!
77
Figura 28: Modelo de formulário de coleta de material biológico
Fonte: acervo do conteudista.
78
será feito naquele momento, o fato é registrado em documento específico (Termo
de Recusa) e assinado pela testemunha e pelo responsável pela coleta.
SAIBA MAIS!
O preso que se recusa a doar o material, deverá ser informado
que sua conduta poderá implicar falta em regime disciplinar. A
autoridade judiciária, após notificada sobre tal situação, poderá adotar
medidas, por exemplo, que causem impacto na progressão de regime
do condenado e no uso de seus benefícios previstos em lei, tal como
as saídas temporárias. Ainda, a autoridade judicial pode determinar a
apreensão de peças de roupa e/ou utensílios de uso pessoal e
exclusivo do condenado, para que seja obtido o referido perfil
genético, principalmente nos casos mais resistentes.
79
Veja agora um modelo do termo de recusa:
Agora que você já sabe a base legal sobre a coleta de DNA de condenados,
vamos iniciar o planejamento de como essas coletas serão executadas.
80
1.1 Sistema prisional e coleta de material biológico:
81
ATENÇÃO!
Bom, agora que foi visto como acontece a captação de dados e recursos
cruciais para a realização desse processo, chegou a hora de realizar a coleta.
82
para executar tal serviço (incluindo aqui peritos criminais e auxiliares de perito).
Como no exemplo a seguir, a equipe pode ser dividida em seções menores para
realizar a identificação dos condenados, conferir a documentação referente e a
coleta do material biológico.
Figura 30: Fluxo de trabalho da coleta de material biológico com subdivisões da equipe de
trabalho
Fonte: Acervo da conteudista
83
1.3 Codificação de Amostras de Referência oriundas da
coleta obrigatória
Exemplo 1
Nome: Fulano da Silva
Ordem da coleta: 01
Exemplo 2
Ordem da coleta: 03
84
O emprego deste sistema, facilita a organização e o cadastro dos dados
obtidos pela equipe responsável pelo de banco de dados de perfil genético das
unidades de perícia criminal, bem como a identificação inequívoca da amostra,
a fim de garantir a cadeia de custódia do processo.
Dicas importantes!
Por exemplo, antes de se dirigir à unidade prisional onde será feita a coleta,
todos os dados referentes aos indivíduos que serão submetidos ao processo,
devem estar devidamente organizados. Para facilitar o trabalho, uma sugestão
85
é imprimir todos os formulários de coleta de material biológico com os
respectivos nomes das pessoas e codificação preenchidos, distribuídos em
ordem alfabética e inseridos em pastas, em que poderão ser armazenados os
outros documentos exigidos para a inserção do perfil genético correspondente
no banco de dados.
Por fim, outra dica também, é elaborar um checklist dos itens que serão
utilizados no momento da coleta, tais como canetas esferográficas, carimbos,
equipamentos de proteção individual, dentre outros, que devem ser conferidos
antes da equipe se dirigir à unidade penal.
Assista o vídeo:
Para ajudar melhor a elaborar um planejamento das ações,
assista ao vídeo “Como criar Planos de Ação?”.
Disponível em: https://youtu.be/2vD_LcoUA_c
86
Aula 2 - Introdução à Biossegurança e Equipamentos de
Proteção Individual
Assista o vídeo:
“Treinamento Básico de Biossegurança”. Disponível
em: https://youtu.be/btfJSrncCqQ
Módulo
87
Processo
Porque trata-se de uma ação educativa e que pode ser entendida como
um método de aquisição de conteúdos e habilidades, com o objetivo de
preservação da saúde do homem, das plantas, dos animais e do meio ambiente.
Conduta
Quando é analisada sob a ótica de um somatório de conhecimentos,
hábitos e comportamentos que devem ser incorporados ao homem, para que
esse desenvolva, de forma segura, sua atividade.
CURIOSIDADE!
88
Figura 31: Fotografia do primeiro laboratório de segurança biológica, o “Black
Maria”, nas instalações do Forte Detrick, nos EUA
Fonte:
http://rmct.ime.eb.br/arquivos/RMCT_2_quad_2008/defesa_contra_agentes_bio.pd
f e http://alunosbiotec.blogspot.com/2014/05/historico-da-biosseguranca-os-
registros.html.
89
Figura 32: Conferência de Asilomar (1975). Na foto, encontra-se os quatro principais
participantes da Conferência – da esquerda para a direita: Maxine Singer, Norton Zinder,
Sydney Brenner e Paul Berg
Fonte: https://www.tectonia.com.br/biotecnologia/conferencia-de-asilomar/
Veja a matéria a seguir, que relata como uma negligência nas regras de
segurança laboratorial ocasionou em um acidente fatal:
Estudo de Caso
90
de 40 anos. Mas como a doença, que se pensava ter sido erradicada,
chegou à segunda maior cidade da Inglaterra?
Era sexta-feira, 11 de agosto, quando Janet Parker começou a
se sentir mal. Em poucos dias, Janet, que trabalhava no departamento
de anatomia da Escola de Medicina de Birmingham, desenvolveu
manchas vermelhas nas costas, nos membros e no rosto.
Quando um médico local foi chamado para analisar sua
situação, ela foi informada de que estava com catapora, mas a mãe
de Janet, Hilda Witcomb, estava cética. Hilda, que havia cuidado da
filha quando esta contraiu catapora na infância, observou que as
grandes pústulas que agora apareciam no corpo de Janet eram muito
diferentes.
Sem sinais de melhora, uma consulta hospitalar foi marcada e
Janet acabou tendo que ser internada no Hospital de Isolamento
Catherine-de-Barnes em Solihull. Após exames médicos, foi
confirmado que a doença adquirida pela paciente era, de fato, a
varíola, mesmo após a implementação do programa global de
vacinação, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na
década de 70.
O professor Henry Bedson chefiava o laboratório de varíola na
Escola de Medicina de Birmingham - onde Janet trabalhava - um dos
poucos comissionados pela OMS para pesquisar a doença. Ao
examinar as amostras coletadas da fotógrafa médica, ele confirmou
que o vírus causador da doença de Janet era, de fato, o vírus da
varíola.
A doença evoluiu rapidamente e, no dia, 11 de setembro, Janet
faleceu.
No entanto, uma dúvida ainda permanecia: como Janet foi
infectada?
Uma investigação conduzida posteriormente à morte de Janet
na Universidade de Birmingham para averiguar as causas da
contaminação de Janet pelo vírus da varíola revelou que a
transmissão do vírus deve ter ocorrido provavelmente três vias- por
91
corrente de ar, por contato pessoal próximo ou por contato com
equipamentos ou aparelhos contaminados.
92
Figura 33: Símbolo do CNTBio, órgão brasileiro responsável pelas atividades de pesquisa,
produção e comercialização de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
Fonte: http://ctnbio.mctic.gov.br/documents
93
Figura 34: Símbolo do risco biológico. Os quatro círculos contidos no símbolo representam
uma cadeia de infecção: o agente, o hospedeiro, a fonte da infecção e a transmissão de uma
doença.
Fonte: https://ecobear.co/knowledge-center/origin-biohazard-symbol/
94
Figura 35: Fatores analisados para a classificação dos riscos biológicos
Fonte: Acervo do conteudista
CLASSE DE RISCO I
O risco individual e o risco para comunidade são baixos. São agentes biológicos
que têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em
animais sadios e de risco potencial mínimo para o profissional e para o ambiente.
CLASSE DE RISCO II
95
CLASSE DE RISCO III
O risco individual é alto e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes
biológicos que provocam infecções, graves ou letais, no homem e nos animais e
representam um sério risco a quem os manipulam. Representam risco se
disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de
indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de tratamento e prevenção.
CLASSE DE RISCO IV
96
Os procedimentos de manipulação de amostras biológicas produzem
partículas que podem entrar pelas vias aéreas ou via cutânea, e causam
infecções, além de causar contaminação em roupas, bancadas e equipamentos.
Para a realização das coletas nas unidades penais, os EPIs que devem
estar disponíveis, obrigatoriamente, para todos os membros da equipe que irão
realizar as coletas são: jalecos, luvas, máscaras, óculos, touca e/ou protetores
faciais.
97
Figura 37: Equipamentos de proteção individual obrigatórios para a coleta de materiais
biológicos.
Fonte: Acervo do conteudista.
98
Os óculos de proteção devem ser feitos de material rígido e leve e cobrir
completamente a área dos olhos. É importante lembrar que os óculos de grau
não substituem os óculos de proteção.
Outra opção para proteger o rosto é o protetor facial. Ele deve ser feito do
mesmo material que os óculos de proteção, ser ajustável, de forma a cobrir todo
o rosto. Os óculos e os protetores faciais são equipamentos reutilizáveis e devem
ser desinfectados após o uso.
Assista o vídeo:
“Treinamento em local de crime envolvendo materiais
biológicos”. Disponível em:
https://youtu.be/olWRBEbW1dc
99
• Manter as unhas cortadas e limpas;
• Não usar acessórios e adornos durante as atividades;
• Lavar as mãos com água e sabão, por meio de técnica adequada
(descritos na figura a seguir) para a remoção mecânica de sujidades
e a microbiota transitória da pele.
NOTAS:
100
Figura 38: Esquema de higienização das mãos
Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_simplesmao.pdf
101
Aula 3 - Técnicas de coleta de Amostras de Referência
102
Para a realização das coletas de células da mucosa oral, podem ser
utilizados dois tipos de materiais: suabes estéreis e cartões do tipo FTA®.
Figura 39: Tipos de suabes estéreis: (A) suabes com hastes de madeira, (B) suabes com
hastes plásticas e (C) suabes estéreis com tubo
Fonte: www.ictsl.net/productos/instrumental/hisoposdemaderaconalgodonest2deltalab.html.
103
desnaturação das proteínas. Por este fato, os ácidos nucléicos existentes são
fisicamente retidos nos cartões, permanecendo estáveis em temperatura
ambiente.
104
Figura 41: Exemplo de dispositivo de coleta de células de mucosa oral com cartão FTA®.
Fonte: Adaptado de https://www.sigmaaldrich.com/technical-
documents/articles/biology/instructions-for-easicollect.html
105
Figura 42: Capa do livro Procedimento Operacional Padrão, publicada pela SENASP.
Fonte: https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/analise-e-
pesquisa/download/pop/procedimento_operacional_padrao-pericia_criminal.pdf
106
3.1.1. Etapas da coleta de mucosa oral com suabes estéreis
107
3. Questione ao doador se fez consumo de alimentos, bebidas ou cigarros
por pelo menos uma hora antes do procedimento da coleta. Em caso
afirmativo, deve-se oferecer um copo de água para consumo e
consequente limpeza de restos de alimentos na cavidade oral. Verifique se
a cavidade oral está limpa para prosseguir com a coleta.
108
5. Segure o suabe pela haste.
109
7. Esfregue firmemente e rotacione o suabe na bochecha entre 5-10
segundos, assegurando que toda a ponta do suabe entrou em contato com
a mucosa.
110
9. Remova o suabe da boca do doador, com o cuidado para não tocar a
ponta nos dentes, nos lábios ou em qualquer outra superfície.
111
11. Descarte os resíduos gerados em recipientes adequados.
112
3.1.2. Etapas da coleta de mucosa oral com suabes estéreis
113
10. Remova a esponja da boca do doador.
114
IMPORTANTE!
SAIBA MAIS!
Se a transferência de amostra não foi o suficiente e uma área
branca não foi produzida, deve-se atentar para os seguintes fatos:
- Certifique-se de que a esponja esteja bem umedecida com
saliva antes de esfregá-la nas bochechas, pois a saliva ajuda na
transferência da amostra para o cartão FTA.
- Certifique-se de que o dispositivo seja mantido na posição de
transferência de amostra por 10 segundos completos. Verifique se a
esponja está localizada embaixo da aba de trava da esponja e se a
haste dobradiça está posicionada em sua trave na posição inferior,
quando a transferência da amostra para o cartão é realizada. Esse
fato garante uma aplicação de pressão uniforme da esponja na área
de deposição da amostra.
115
Figura 43: Ilustração de um Cartão FTA® quando a amostra de mucosa bucal é transferida
corretamente para superfície do cartão (lado esquerdo, coloração branca ao centro) e quando a
transferência é insuficiente (lado direito, coloração rosa ao centro).
Fonte: Adaptado de https://www.sigmaaldrich.com/technical-
documents/articles/biology/instructions-for-easicollect.html.
116
Aula 4 - Acondicionamento, Armazenamento e Transporte de
Amostras de Referência para as Unidades Periciais de
Processamento
117
4.1 Armazenamento e transporte de amostras de mucosa
oral coletadas com suabes estéreis
ATENÇÃO
Gelo reciclável é o material de escolha a ser utilizado no
armazenamento e transporte de amostras biológicas.
No entanto, caso este não esteja disponível, pode-se
utilizar cubos de gelo comum em dentro de um saco
plástico, de modo a evitar o vazamento da água
decorrente de um eventual descongelamento.
118
4.2 Armazenamento e transporte de amostras de mucosa
oral coletadas com cartões FTA®
SAIBA MAIS!
O cartão FTA® DEVE ser armazenado em temperatura
ambiente. Quando armazenadas corretamente, as amostras de
mucosa oral contidas nos cartões FTA estão em condições ótimas
para processamento até a data de validade do kit. Além disso, os
cartões devidamente secos podem ser armazenados por longos
períodos em embalagens do tipo multibarreira, juntamente com um
sachê contendo material dessecante (geralmente sílica).
119
Neste módulo, você aprendeu que:
120
Referências Bibliográficas
ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed,
2017;
121
________. Ministério da Saúde, Coordenação Nacional de DST e AIDS,
Coordenação de Sangue e Hemoderivados. Biossegurança em Unidades
Hemoterápicas e Laboratórios de Saúde Pública, 1999;74p
122
PENA, S.D.J. Segurança Pública: Determinação De Identidade Genética Pelo
DNA. Parcerias estratégicas 20: 447- 460p. Seminários temáticos para a 3ª
Conferência Nacional de C, T&I. Junho, 2005;
123