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Imaginologia
Tallyson Sarmento Alvarenga Tallyson Sarmento Alvarenga
A área da Imaginologia tem sofrido grandes avanços tecnológicos e, assim, vem am-
pliando suas aplicações no decorrer da história.
O processo contínuo de desenvolvimento da radiografia convencional e o desenvol-
vimento de modalidades de aquisição de imagens com maior qualidade, como a to-
mografia computadorizada, mamografia e hemodinâmica, têm possibilitado que a
Imaginologia se torne um dos campos mais importantes e promissores da Medicina.
O vasto conhecimento dos princípios de formação das imagens radiográficas, a inte-
ração da radiação com a matéria e a produção da radiação são de suma importância,
pois permitem a tradução da informação de uma imagem adquirida de maneira que o
diagnóstico seja assertivo, o qual pode ser usado no tratamento do paciente.
O uso da Imaginologia na Medicina possibilita sua aplicação em todas as especialida-
des e subespecialidades. Assim, a utilização das imagens é necessária a todos. Tendo
isso em mente, essa disciplina mostrará ao aluno informações relevantes para com-
preender os tipos de radiação e a interação das radiações com a matéria, possibilitan-
do a familiarização com as normas de segurança do profissional e do paciente.
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Introdução à radiobiologia.................................................................................................. 25
Conceito e história da radiobiologia............................................................................. 25
Ciclo celular e os efeitos da radiação a nível celular................................................ 26
Os efeitos da radiação a nível celular.......................................................................... 29
Sintetizando............................................................................................................................ 35
Referências bibliográficas.................................................................................................. 36
Sintetizando............................................................................................................................ 58
Referências bibliográficas.................................................................................................. 59
Objetivos da unidade............................................................................................................ 61
Decaimento radioativo......................................................................................................... 66
Decaimento alfa................................................................................................................ 67
Decaimento beta.............................................................................................................. 68
Grandezas e unidades.......................................................................................................... 70
Grandezas físicas............................................................................................................. 71
Grandezas operacionais................................................................................................. 72
Grandezas de proteção................................................................................................... 73
Sintetizando............................................................................................................................ 80
Referências bibliográficas.................................................................................................. 81
Objetivos da unidade............................................................................................................ 84
Sintetizando.......................................................................................................................... 103
Referências bibliográficas................................................................................................ 104
IMAGINOLOGIA 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3685979634548713
IMAGINOLOGIA 10
1 CONCEITOS SOBRE
AS RADIAÇÕES
IONIZANTES
Tópicos de estudo
Histórico das radiações ionizantes Introdução à radiobiologia
Origem das radiações Conceito e história da radio-
biologia
Tipos de radiações ionizantes Ciclo celular e os efeitos da
Radiação gama radiação a nível celular
Raios X Os efeitos da radiação a nível
celular
Interação das radiações eletro-
magnéticas com a matéria
Efeito Compton
Efeito fotoelétrico
Produção de pares e aniquilação
IMAGINOLOGIA 12
CURIOSIDADE
Por seus trabalhos, Röentgen foi laureado com o Prêmio Nobel de Física
no ano de 1901.
IMAGINOLOGIA 13
IMAGINOLOGIA 14
Comprimento
103 10-2 10-5 0.5 x 10-4 10-8 10-50 10-12
da onda (m)
Escala de aproximação
do comprimento
da onda
Núcleo
Construções Humanos Abelha Agulha Protozoários Moléculas Átomos
atômico
Frequência (Hz)
Íon
Fóton
Ionização Elétron livre
Fóton
Fóton
Excitação
Figura 3. Ionização (acima) e excitação (abaixo). Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 78. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 15
IMAGINOLOGIA 16
Eα
Figura 4. Emissão de uma partícula (α) por um núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 24.
As partículas beta são elétrons (β-) ou pósitrons (β+) emitidos pelo núcleo
com o objetivo de adquirir estabilidade, possuindo pequeno poder de pene-
tração e depende diretamente da sua energia. Assim, ao interagir com o te-
cido humano, consegue atravessar alguns milímetros, podendo ser utilizada
principalmente no tratamento de câncer de pele.
Eβ
EI
Figura 5. Emissão de uma partícula beta por um núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 19.
IMAGINOLOGIA 17
Radiação gama
Os raios gama são ondas eletromagnéticas muito penetrantes, pois pos-
suem alta frequência e são emitidos pelos núcleos atômicos com excesso de
energia, ou seja, quando estão excitados. Esse tipo de radiação é bastante pe-
rigosa, uma vez que são ondas com altas energias, capazes de danificar ou até
destruir as moléculas que compõem as células, podendo resultar em mutações
genéticas ou até em morte. A radiação gama é bastante utilizada em radiotera-
pia e aplicações industriais.
γ
Eγ
Figura 6. Emissão da radiação gama pelo núcleo. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 24.
ASSISTA
O acidente radiológico de Goiânia foi o mais grave epi-
sódio de contaminação por isótopo Césio-137 (emissor de
radiação gama) ocorrido no Brasil e o maior acidente do
mundo, não levando em consideração os que ocorreram
nas usinas nucleares. No vídeo Césio 137: maior acidente
radioativo do Brasil completa 32 anos, é possível saber
mais sobre o assunto.
IMAGINOLOGIA 18
Elétrons
projetados
e-
Raios X de
freamento de
energia baixa
Raios X de
freamento de
energia alta
e-
IMAGINOLOGIA 19
Elétron
Elétron projetado
ionizado da
camada K Raios X
característicos
IMAGINOLOGIA 20
Efeito Compton
O efeito Compton é caracterizado quando um fóton interage com um elé-
tron fracamente ligado ao átomo (livre) com o objetivo de promover o deslo-
camento desse elétron, situado nas camadas mais externas da eletrosfera. A
energia não transferida deixa o átomo na forma de um fóton, que possui uma
energia menor do que o fóton incidente. Dessa forma, o fóton continua a se
propagar após a interação com a matéria, seguindo uma direção totalmente
diferente da inicial.
Dois fatores são responsáveis por determinar a quantidade de energia que
permanece no fóton emergente: energia inicial do fóton incidente, e o ângulo
de desvio.
E’γ
Eγ Efeito Compton
Ee
IMAGINOLOGIA 21
Eγ Ec
Efeito fotoelétrico
IMAGINOLOGIA 22
Ec
e-
Ey
Formação de pares
e+
Ec
Figura 11. Produção de pares. Fonte: TAUHATA et al., 2003, p. 84.
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IMAGINOLOGIA 24
Introdução à radiobiologia
Ao falarmos em radiação, pensamos imediatamente em acidentes nuclea-
res, bombas atômicas e efeitos deletérios provocados no organismo. Nesse
sentido, é importante responder às seguintes perguntas: o que a radiação pro-
voca no organismo humano? Por que ela pode ser deletéria?
Para responder a tais questionamentos, estudaremos os princípios da ra-
diobiologia e as principais teorias de interação, efeito e consequências para os
organismos.
IMAGINOLOGIA 25
60,0% Hidrogênio
25,7% Oxigênio
10,7% Carbono
2,4% Nitrogênio
0,2% Cálcio
0,1% Fósforo
0,1% Enxofre
0,8% Outros
IMAGINOLOGIA 26
DNA Nucleotídeos
Cromatina
Aminoácidos
Proteína
Membrana
plasmática Celulose
Açúcares
Parede celular
Célula Organelas Macromoléculas Unidades
monoméricas
Nível 4 Nível 3 Nível 2 Nível 1
Figura 12. Hierarquia de estruturas celulares de monómeros até a célula. Fonte: NELSON; COX, 2014, p. 11.
IMAGINOLOGIA 27
DNA DNA
PROTEÍNA
Transcrição
Replicação Tradução
Transcrição
reversa
Figura 13. DNA é transcrito em RNA e traduzido em proteína. As proteínas expressas em uma célula determinam a sua
função e regulação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 11/09/2020.
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IMAGINOLOGIA 29
IMAGINOLOGIA 30
Íon radical
Efeitos biológicos
DICA
Quando os efeitos da radiação se manifestam no próprio indivíduo, são
chamados de efeitos somáticos. Quando se manifestam em sua descen-
dência, são chamados de efeitos genéticos.
IMAGINOLOGIA 31
IMAGINOLOGIA 32
Linfócitos
Espermatogônia
Alta
Eritroblastos
Células endoteliais
Osteoblastos
Intermediária
Espermatídeos
Fibroblastos
Células musculares
Baixa
Células neurais
Gônadas Atrofia
Pele Eritema
Córnea Catarata
Intermediária (1000 –
Osso em crescimento Interrupção do crescimento
5000 rad)
Rins Nefrosclerose
Fígado Ascite
Tireoide Atrofia
Músculos Fibrose
IMAGINOLOGIA 33
População Efeito
IMAGINOLOGIA 34
IMAGINOLOGIA 35
IMAGINOLOGIA 36
2 OS EFEITOS DAS
RADIAÇÕES
NO DNA E NOS
CROMOSSOMOS
Tópicos de estudo
Transferência Linear de Energia
(LET)
IMAGINOLOGIA 38
IMAGINOLOGIA 39
IMAGINOLOGIA 40
NH2 O
C C
N N
N C N C
C H C H
C C C C
N N H2N N N
H
H H
ADENINA GUANINA
H CH3 H
H C H C O H C O
C C NH2 C C C C
N N N N N N
H C H H C H H C H
O O O
IMAGINOLOGIA 41
Esqueleto
de fosfato-
desoxirribose
3º terminal Citosina
Guanina 5º terminal
Figura 3. Pareamento de bases do DNA. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 05/10/2020.
Hidrogênio
Oxigênio
Sulco menor
Nitrogênio
Carbono
Fósforo
T A
Sulco maior
C G
Pirimidina Purina
Figura 4. Dupla hélice helicoidal de DNA com representação de átomos. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 01/10/2020.
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IMAGINOLOGIA 43
C T T C T
G A A A G
G A A G A
C T T T C
C T T C T
G A A A G
G A G A
C T T T C
C T T C T
G A A G
G A G A
C T T T C
T
T A
C A A T
A G G
G A
G T T A
C
C
Figura 5. A. Representação bidimensional da hélice de DNA. B. Quebra de DNA em fita única (SSBs). C. Quebra de dupla fita em
diferentes posições. D. Quebra em dupla fita em posições diretamente opostas (DSBs). Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 13.
IMAGINOLOGIA 44
2 nm
OH’ eaq
OH’ eaq OH’ e
OH’ aq
e
aq OH’ eaq OH’ eaq
SPUR BLOB
4 nm de diâmetro e
aq OH’ OH’ eaq OH’ e 7 nm de diâmetro
aq
3 pares de íons OH’ eaq OH’ e 12 pares de íons
OH’
e
aq aq
OH’ eaq OH’ eaq
OH’ eaq
Figura 6. Ilustração de teoria de “sítios de danos locais múltiplos” provocado por efeitos indiretos da radiação. Fonte: HALL;
GIACCIA, 2012, p. 14. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 45
IMAGINOLOGIA 46
IMAGINOLOGIA 47
Tempo
Figura 8. Etapas da síndrome água da radiação em função do tempo versus exposição à radiação. Fonte: HALL; GIACCIA,
2012, p. 115. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 48
IMAGINOLOGIA 49
ASSISTA
O acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido entre 25 e
26 de abril de 1986 ao norte da atual Ucrânia, é con-
siderado o pior desastre nuclear da história, tendo
atingido o patamar mais elevado na Escala Internacio-
nal de Acidentes Nucleares. Para entender mais sobre
os efeitos da radiação no corpo humano e como esse
acidente mudou os rumos do estudo da energia nucle-
ar no mundo, assista à série Chernobyl (2019).
Concentração relativa
Massa corporal LD50 Dose de resgate
Espécies de células tronco
(Kg) (Gy) por Kg x 10-8
hematopoiéticas
Camundongo 0,025 7 2 10
Rato 0,2 6,75 3 6,7
Macaco Rhesus 2,8 5,25 7,5 7,3
Cachorro 12 3,7 17,5 1,1
Humano 70 4 20 1
Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 121. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 50
Grau de síndrome aguda da radiação e dose aproximada de exposição aguda te todo o corpo (Gy)
Altamente
Leve Moderado Severo Letal
severo
(1 – 2 Gy) (2 – 4 Gy) (4 – 6 Gy) (> 8 Gy)
(6 – Gy)
Linfócitos (G/L)
0,8 – 1,5 0,5 – 0,8 0,3 – 0,5 0,1 – 0,3 0,0 – 0,1
3 – 6 dias
Granulócitos
> 2,0 1,5 – 2,0 1,0 – 1,5 ≤ 0,5 ≤ 0,1
(G/L)
Aparece nos
Aparece nos
Diarreia Não Não Raramente dias
dias 6– 9
4–5
Moderado, Moderado ou
Completo e Completo e
começando no completo a
Depilação Não antecipado a antecipado a
dia 15 ou mais partir dos dias
partir do dia 11 partir do dia 10
tardiamente 11 – 21
Período de
21 – 35 18 – 28 8 – 18 7 ou menos Não
latência (dias)
Grau de síndrome aguda da radiação e dose aproximada de exposição em todo o corpo (Gy)
Altamente
Moderado Letal
Leve (1 – 2 Gy) Severo (4 – 6 Gy) severo
(2 – 4 Gy) (> 8Gy)
(6 – 8 Gy)
Início dos
> 30 dias 18 – 28 dias 8 – 18 dias < 7 dias < 3 dias
sintomas
Linfócitos (G/L) 0,8 – 1,5 0,5 – 0,8 0,3 – 0,5 0,1 – 0,3 0,0 – 0,1
60 – 100 30 – 60 25 – 35 15 – 25 < 20
Plaquetas (G/L)
10% – 25% 25% – 40% 40% – 80% 60% – 80% 80% – 100%a
Febre alta,
Febre, infecção, Febre alta,
diarreia, vômito, Febre alta,
Manifestações sangramento, infecção,
Fadiga, fraqueza tontura e diarreia,
clínicas fraqueza, sangramento,
desorientação, inconsciência
depilação depilação
hipertensão
0 – 50 iniciando 20 – 70 50 – 100
100 em 1 – 2
Letalidade (%) 0 em 6 – 8 iniciando em iniciando em
semanas
semanas 4 – 8 semanas 1 – 2 semanas
Tratamento Tratamento
profiláctico profiláctico Tratamento
Resposta especial nos especial nos especial no Apenas
Profiláctica
médica dias 14 – 20; dias 7 – 10; dia 1; isolação sintomático
isolação nos isolação desde desde o início
dias 10 – 20 o início
(a) Em casos muito severos, com uma dose de 50 Gy, a morte ocorre por citopenia. Fonte: HALL; GIACCIA, 2012, p. 123. (Adaptado).
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IMAGINOLOGIA 52
CURIOSIDADE
Algumas populações vivem em regiões de alta radiação de fundo, e muitos
desses lugares se encontram no Brasil. O Morro do Ferro (MG) e Guara-
pari (ES) são exemplos que podem ser citados. No caso de Minas Gerais,
existe uma jazida de tório; já no Espírito Santo, há areias monazíticas que
apresentam significativa atividade radioativa.
19,26 g e massa total (CsCl mais aglutinante) foi deixada no interior de uma má-
quina de radiotarerapia de um hospital abandonado (antigo Instituto Goiano
IMAGINOLOGIA 53
Figura 9. O material radiativo do ferro-velho foi transportado para o posto de saúde em uma simples sacola. Fonte: PAPPON, 2018.
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IMAGINOLOGIA 55
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Em 1996, três pessoas relacionadas à antiga clínica onde havia sido abando-
nada a cápsula de radioterapia foram condenadas a cumprir três anos e meio
por homicídio culposo. Contudo, a pena foi reduzida a serviços comunitários.
O governo federal passou a pagar pensões vitalícias a 250 vítimas diretas do
acidente e a 2000 pessoas consideradas vítimas indiretas, como bombeiros,
policiais, profissionais da saúde e técnicos que trabalharam no caso.
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3 FUNDAMENTOS
BÁSICOS DE
RADIOATIVIDADE
Tópicos de estudo
Fundamentos básicos da Os princípios básicos em
radioatividade proteção radiológica
A natureza das emissões O princípio de justificação
radioativas O princípio da otimização
O princípio da aplicação do
Decaimento radioativo limite de dose individual
Decaimento alfa
Decaimento beta Cuidados em proteção radiológica
Tempo
Grandezas e unidades Distância
Grandezas físicas Blindagem
Grandezas operacionais
Grandezas de proteção
IMAGINOLOGIA 61
Figura 1. Radiografia com os contornos dos dois cristais de urânio. Fonte: OKUNO; YOSHIMURA, 2010.
Marie Curie e Pierre Curie, dois anos mais tarde, descobriram que a ra-
dioatividade não era propriedade exclusiva do urânio, visto que o tório tam-
bém emitia raios. Seus estudos também descobriram outro elemento, ainda
mais radioativo, chamado de polônio. Em 1902, o casal Curie conseguiu re-
mover do minério de urânio um sal, chamado de rádio, que é dois milhões de
vezes mais radioativo que o tório.
IMAGINOLOGIA 62
Figura 2. Paciente submetido ao tratamento de radioterapia. Fonte: LIMA; LOPRETO; LIMA JUNIOR, 2014.
IMAGINOLOGIA 63
IMAGINOLOGIA 64
A radiação beta, ou partículas beta (β), são elétrons emitidos pelo núcleo de
um átomo que está instável, que possui a mesma massa do elétron e que pode ter
cargas negativas (β−) ou cargas positivas (β+) (prótons). O Quadro 2 apresenta, de
forma resumida, as principais característica da radiação beta.
Tipo de Poder de
Características Velocidade
radiação penetração
É muito pene-
Radiações ele-
trante, pois
tromagnéticas Possui uma
possui compri-
Radiação gama que não pos- velocidade
mento de onda
suem massa e igual à da luz.
pequeno e alta
carga elétrica.
frequência.
Fonte: TAUHATA et al., 2013. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 65
Arsênico 17,5 d
Bismuto 5d
Carbono–14 5730 a
Césio 2,3 a
Cobalto 5,2 a
Gálio 14,3 h
IMAGINOLOGIA 66
Iodo-125 59,9 d
Iodo-131 8,04 d
Ouro 2,69 d
Potássio 12,5 h
Rádio 1620 a
Tecnécio-99 6h
Fonte: GARCIA, 2015. (Adaptado).
CURIOSIDADE
Rutherford constatou que o tempo de meia-vida que os radionuclídeos
apresentam é inversamente proporcional à energia da radiação alfa emitida.
Decaimento alfa
O decaimento radioativo por emissão das partículas alfa ocorre, principalmente,
com os elementos que possuem um número atômico (z) maior que 83, ou seja, que
são pesados. Existem aproximadamente 400 radionuclídeos emissores espontâ-
neos de partículas alfa, podendo ser artificiais e naturais. Devido a sua grande capa-
cidade de ionização da matéria, há um grande interesse médico no estudo de suas
propriedades. A equação que demostra o decaimento alfa pode ser escrita como:
A A-2 4
ZX → Z - 2Y + 2 He (1)
Ra Rn
226 222 4
Ra Rn + α
88 86 2
Figura 4. O decaimento do elemento 226Ra para 222Rn. Fonte: BUSHONG, 2010. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 67
Decaimento beta
O decaimento radioativo das partículas beta pode ocorrer por meio da
emissão de um elétron (β−) ou pósitron (β+). Esse decaimento ocorre com uma
maior frequência quando comparado aos demais decaimentos, porque prati-
camente todos os radionuclídeos decaem emitindo radiação beta.
A principal característica do decaimento β− é a emissão de uma radiação
que é constituída por partículas similares aos elétrons (elétron positivo). Embo-
ra o processo resulte na emissão de elétrons com uma variedade de energia,
esse é um processo nuclear e não está relacionado aos elétrons orbitais. A
emissão β− é representada por:
n → p + e ̅ + ve (2)
A A
ZX → Z + 1Y + β− + ve (3)
IMAGINOLOGIA 68
I Xe
131 131 0
I Xe + β-
53 54 -1
(n ρ + β)
-
Figura 5. O decaimento do elemento 131I para 131Xe. Fonte: BUSHONG, 2010. (Adaptado).
A A
ZX → Z-1Y + β+ + ve (4)
Para ser considerado um decaimento β+, a massa do átomo pai necessita ser supe-
rior à soma do átomo filho em ao menos duas vezes a massa de repouso do elétron.
EXPLICANDO
O traçador mais comumente utilizado na medicina nuclear é o
Flúor-18, que é um dos principais emissores de pósitrons utiliza-
dos para marcar uma molécula similar à da glicose, utilizada
para se obter imagens internas do corpo como a tomografia
por emissão de pósitrons (PET). A imagem é
obtida por meio da detecção dos dois fótons
produzidos simultaneamente.
IMAGINOLOGIA 69
Grandezas físicas
Grandezas de proteção
Grandezas operacionais
Dose absorvida no órgão, DT;
Equivalente de dose ambiental, H*(10); Comparados por
Dose equivalente no órgão, HT;
Equivalente de dose direcional, H’(10,α); medidas e cálculos
Dose efetiva, E.
Equivalente de dose pessoal, Hp(10). (utilizando WR,
WT e fantomas
antropomórficos)
Grandezas monitoradas;
Respostas do instrumento
Fonte: OKUNO; YOSHIMURA, 2010. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 70
dQ
X= dm
(5)
IMAGINOLOGIA 71
Grandezas operacionais
Esse tipo de grandeza, criada pela ICRU e ICRP, tem por objetivo principal
fornecer uma estimativa das grandezas utilizadas na radioproteção nas situa-
ções de trabalho, medindo a exposição à radiação externa diretamente no
indivíduo. As duas principais grandezas introduzidas são equivalentes à dose
ambiente [H*(d)] e equivalentes à dose pessoal [Hp(d)].
A grandeza equivalente de dose pessoal [Hp(d)] é utilizada para realização da mo-
nitoração individual externa, ou seja, a radiação que incide diretamente em um indiví-
duo de fora para dentro, que é obtida por meio do produto da dose absorvida em um
ponto do corpo humano a determinada profundidade, e levando em consideração o
fator de qualidade (Q) da radiação nesse ponto. A unidade que expressa a grandeza
equivalente de dose pessoal [Hp(d)] no Sistema Internacional (S.I.) é o sievert (Sv).
A grandeza equivalente de dose ambiente [H*(d)] é definida como a dose que é
produzida em um determinado ponto situado a uma profundidade (d) no interior
da esfera de referência ICRU (esfera que reproduz as características do corpo ou
parte do corpo humano). Para as radiações fortemente penetrantes, utiliza-se uma
profundidade de 10 cm; e para radiações fracamente penetrantes, adota-se a pro-
fundidade de 0,07 mm. A Figura 6 apresenta o procedimento de obtenção de H*(d):
P Raio
Figura 6. Geometria de irradiação da esfera ICRU, em uma determinada distância (d) em um ponto (P).
Fonte: TAUHATA et al., 2013. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 72
HT = WR DT · R (8)
> 20 MeV 5
IMAGINOLOGIA 73
E = ΣT WT HT (9)
Tecido ou órgão WT
Gônadas 0,20
Cólon 0,12
Estômago 0,12
Pulmão 0,12
Mama 0,05
Fígado 0,05
Esôfago 0,05
Tireoide 0,05
Pele 0,01
IMAGINOLOGIA 74
IMAGINOLOGIA 75
O princípio da otimização
O princípio da otimização determina que as práticas e as instalações devem
ser previamente planejadas, executadas e implantadas de modo que a magnitu-
de das doses individuais siga o princípio ALARA (as low as reasonably achievable),
ou seja, elas devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente exequíveis.
O princípio ALARA determina que é necessário aumentar o nível de pro-
teção de tal modo que aperfeiçoamentos posteriores irão produzir reduções
menos significantes do que os esforços necessários. Segundo TAUHATA et al.
(2013, p. 238), os esforços que serão aplicados na proteção radiológica podem
ser considerados em termos de custos. Assim, a realização de uma otimização
em termos quantitativos pode ser realizada com base na análise custo-bene-
fício. A Figura 7 apresenta a descrição esquemática do método de análise de
custo-benefício aplicado para otimização da proteção radiológica:
Ativo
Aplicação
Custo (unidade arbitrária)
justificada
Benefício líquido total
V = (P + X + Y)
Dose coletiva
Custo de produção básica (P)
Passivo
Custo total (P + X + Y)
Figura 7. Esquema do método de análise de custo-benefício aplicado na otimização. Fonte: TAUHATA et al., 2013. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 76
Indivíduo Aprendiz
Visitante
ocupacio- Indivíduo ou estu-
ou acom-
Grandeza nalmente do público dante (16
panhante
exposto (mSv) a 18 anos)
(mSv)
(mSv) (mSv)
Cristalino 150 15 50
Dose
equivalente
Extremidades (mãos
500e 50e 150e
e pés); pele
a
Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar temporariamente uma mudança na limitação de
dose, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano, o período temporário de mudança não ultrapasse
5 anos consecutivos, e que a dose efetiva média nesse período temporário não exceda 20 mSv por ano.
b
Mulheres grávidas (IOE) não podem exceder a 1 mSv por ano.
c
Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em um
ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos não exceda a 1 mSv por ano.
d
Por período (diagnóstico + tratamento).
e
Valor médio em uma área de 1 cm2 da parte mais irradiada.
IMAGINOLOGIA 77
Tempo
A dose acumulada por um indivíduo ocupacionalmente exposto à radiação
ionizante está diretamente relacionada ao tempo de exposição. Assim, a restri-
ção do tempo de permanência nas áreas que contenham fontes de radiação ou
materiais radiativos deve ser reduzida, por meio do treinamento do operador,
fazendo com que o trabalho seja realizado seguindo os critérios de segurança
estabelecidos pela radioproteção.
IMAGINOLOGIA 78
Blindagem
Outro método utilizado para se proteger dos efeitos das radiações ioni-
zantes é a blindagem, que requer um investimento financeiro maior, pois exi-
ge que se leve em consideração a localização dos geradores de radiação, a
direção dos feixes, o material utilizado para construção da blindagem, o tipo
de radiação e a taxa de dose.
A blindagem será posicionada entre a fonte de radiação ioni-
zante e o indivíduo ocupacionalmente exposto, com
o intuito de reduzir o nível de exposição à radiação.
O principal material empregado na fabricação
das blindagens utilizadas na medicina é o chumbo,
por possui alta densidade e alto número atômico.
IMAGINOLOGIA 79
IMAGINOLOGIA 80
IMAGINOLOGIA 81
IMAGINOLOGIA 82
4 MEDICINA
NUCLEAR
Tópicos de estudo
Medicina nuclear Indicações e protocolos para
Radiofármacos procedimentos em medicina
Gerador de tecnécio nuclear
Cintilografia óssea
Equipamentos de medicina Perfusão miocárdica
nuclear Cintilografia pulmonar de
Técnica PET ventilação e de perfusão
Equipamento SPECT
Equipamento PET
IMAGINOLOGIA 84
IMAGINOLOGIA 85
Radiofármacos
Os radiofármacos são preparações farmacêuticas (medicamentos) sem
ação farmacológica. São utilizados em medicina nuclear para fins terapêuticos
ou de diagnóstico. O radiofármaco é composto por um elemento que não emi-
te radiação (hemácias, leucócitos ou anticorpos) ligados a um elemento radioa-
tivo (radionuclídeo):
• Fármaco (traçador ou carregador): elemento não radioativo capaz de
direcionar um determinado composto ao órgão estudado;
• Radionuclídeo: elemento que emite radiação ionizante e que, ao ser carre-
gado pelo fármaco, possui a capacidade de evidenciar o órgão de interesse.
A característica físico-química dos radiofármacos define a sua farmacociné-
tica, ou seja, a ligação do composto com o órgão-alvo e a sua metabolização. As
características físicas determinam a forma como o composto será aplicado no
paciente, tanto para terapia quanto para diagnóstico.
O radiofármaco possui um prazo de validade curto, pois há a possibili-
dade de ocorrer a sua decomposição por radiólise e por conta da presença
do componente radioativo em sua composição, que o torna menos estável
e com uma maior probabilidade de sofrer, com o passar do tempo, alte-
rações que comprometam a sua qualidade. Portanto, é muito importante
se atentar às exigências rigorosas do seu processo de produção devido ao
decaimento radioativo.
No Brasil, os radiofármacos são divididos em duas categorias: os que apre-
sentam meia-vida igual ou inferior a duas horas, e que podem ser produzidos
por empresas privadas que fiquem próximas ao local da realização do exame; e
os que possuem meia-vida superior a duas horas, cuja produção é feita, exclu-
sivamente, pela União. Esses últimos são fornecidos pelos institutos vinculados
à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), sendo que seu principal pro-
dutor é o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que, atualmen-
te, produz cerca de 38 diferentes radiofármacos.
IMAGINOLOGIA 86
CURIOSIDADE
Os procedimentos realizados em medicina nuclear não possuem restrições
relacionadas à idade, mas, quando realizados em crianças, deve-se ter
atenção especial à dose de radiação aplicada, que deve ser menor em
todos os casos.
123
I 121Sb(α,2n)
121Sb( ,2n)123I
67
Ga 68
Zn(p,2n)67Ga
111
In 111
Cd(p,n)111ln
201
Tl 203
Tl(p,3n)201Pb → 201Tl
11
C 14
N(p, 11C
N(p,α)
Acelerador/cíclotron 13
N 16
O(p, 13N / 13C(p,n)13N
O(p,α)
15
O 14
N(d,n)15O / 15N(p,n)15O
18
F 18
O(p,n)18F
124
I 124
Te(d,2n)124l
211
At 207
Bi(α,2n)
Bi( ,2n)211At
64
Cu 64
Ni(p,n)64Cu
IMAGINOLOGIA 87
I
123
13 h
IMAGINOLOGIA 88
Ga
67
78 h
Ga
68
67,7 min
18
F 110 min
Fonte: OLIVEIRA et al., 2006, p. 155. (Adaptado).
IMAGINOLOGIA 89
131
I 8
32
P 14,3
67
Cu 2,6
177
Lu 6,7
89
Sr 50,5
186
Re 3,8
153
Sm 1,9
90
Y 2,7
188
Re 0,71
117m
Sn 13,6
212
Bi 1h
211
At 0,30 dias
223
Ra 11,4 dias
IMAGINOLOGIA 90
Radiofármaco Aplicações
P-ortofosfato de sódio
32
89
Sr-cloreto (Metastron®)
Tratamento paliativo da dor nas metástases
153
Sm-EDTMP (Quadramet®)
ósseas
186
Re-HEDP a)
117m
Sn-DTPA a)
131
I-MIBG
Tratamento de tumores neuroendócrinos
90
Y-DOTA-Tyr3-octreotideo a) como o neuroblastoma ou feocromocitoma
90
Y-DOTA-lanreotideo a)
131
I-anticorpo anti-B1 (BEXAR®) a)
Tratamento do linfoma não-Hodgkin
Y-MX-DTPA-anticorpo anti-B1 (IDEC-Y2B8®)
90
a)
ainda em ensaios clínicos
Fonte: OLIVEIRA et al., 2006, p. 159. (Adaptado).
Gerador de tecnécio
O elemento 99
Mo é obtido por meio do bombardeamento do molibdênio
com os núcleos de deutério de 8 MeV a uma distância aproximada de 93 cm do
alvo do acelerador de partículas. O 99Mo possui uma meia-vida de 66 horas, que
decai por emissão β-, produzindo um isótopo de meia-vida curta, cujas proprie-
dades químicas são diferentes do molibdênio, sendo identificado inicialmente
como elemento 43.
A descoberta do elemento 43 ocorreu no ano de 1937, por Emilio Segrè e
Carlos Pierre, no Berkeley Radiation Laboratory. Só após 10 anos da sua desco-
berta, o elemento 43 passou a ser denominado como tecnécio, que pertence
ao grupo VIIB da tabela periódica.
O gerador de tecnécio é o dispositivo responsável por produzir o radioisóto-
po tecnécio-99m, que provém do decaimento molibdênio-99. Esse dispositivo
gerou um grande impacto no campo da medicina nuclear, pois é o mais utiliza-
do em sua rotina clínica.
O dispositivo foi desenvolvido no Brookhaven National Laboratory (BNL),
no ano de 1957, por Margaret Greene e Walter Tucker, como parte do pro-
IMAGINOLOGIA 91
IMAGINOLOGIA 92
Coluna de vidro
Mo adsorvido
99
+
Coluna de Al2O3
Crescimento da atividade
do 99mTc
Blindagem de chumbo
Filtro
IMAGINOLOGIA 93
Técnica PET
PET, além do nome do aparelho, é uma técnica de diagnóstico por ima-
gem que permite visualizar a atividade metabólica em nível molecular.
Quando combinada com a ressonância magnética ou tomografia compu-
tadorizada aplicada na modalidade diagnóstica, é possível realizar:
• Planejamento do tratamento, como cirurgias, radioterapia e quimioterapia;
• Localizar as melhores regiões para se realizar as biópsias;
• Investigação de tamanho, distribuição e posição de tumores;
• Diferenciar os tumores benignos dos malignos.
Essa técnica utiliza radionuclídeos emissores de pósitrons (partículas
β+), tais como o 68
Ga, 11
C, 13
N, 15
O, 18
F, 124
I, 64
Cu, que são administrados no
paciente na forma de um fármaco radiomarcado, que se liga, especifica-
mente, ao conjunto de células de um determinado órgão ou tecido que
está sendo estudado.
Os emissores de pósitrons possuem a capacidade de produzir dois fó-
tons gama por aniquilação, com energia de 511 keV e na mesma
direção, mas em sentidos opostos (180° + 0,3º), conforme
reagem, instantaneamente, com elétrons dos átomos
do meio. Assim, a detecção desses dois fótons gama
em direções opostas é o princípio da formação da
imagem no PET (Figura 3).
IMAGINOLOGIA 94
EXPLICANDO
Quando o traçador flúor-18 é aplicado no paciente, ele se espalha no
corpo em questão de minutos, mas é excretado do corpo de forma total em
um período que varia de três a 24 horas, exceto no tecido cardíaco, onde
fica por mais de 96 horas.
A PET é considerada uma técnica híbrida, que permite atingir melhor efi-
ciência na obtenção de diagnósticos de várias patologias, tornando a sua utili-
zação muito atrativa para as clínicas de diagnóstico. Essa técnica permite rea-
lizar uma pesquisa do corpo inteiro em torno de 30 minutos, possibilitando a
reconstrução das imagens adquiridas em campos de visão axiais, chamadas
de macas (Figura 4).
IMAGINOLOGIA 95
Unidade de processamento
de coincidência
Sinograma modo
lista
Anéis de detectores
IMAGINOLOGIA 96
IMAGINOLOGIA 97
IMAGINOLOGIA 98
Figura 6. Cintilografia óssea do corpo inteiro. Fonte: ZIESSMAN, 2015, [s. p.].
Radiofármaco • 99mTc.
IMAGINOLOGIA 99
Perfusão miocárdica
A cardiologia é uma das áreas que é mais beneficiada pelas informações ob-
tidas por meio da medicina nuclear, pois a maioria da população é acometida de
doenças cardíacas. Assim, torna-se muito importante realizar o diagnóstico preci-
so das doenças.
Esse tipo de estudo é um dos mais utilizados na rotina clínica em medicina nu-
clear. O teste de perfusão é realizado com o paciente em repouso e em esforço, pois
isso permite observar se há alguma alteração do funcionamento do coração.
Após o radiofármaco ser administrado, onde rapidamente clareia o sangue
e, em seguida, ocorre a captação pelo miocárdio, onde permanece fixo. Assim,
é possível adquirir imagens em cerca de 45 a 60 minutos após a administração
do traçador (Figura 7).
Figura 7. Imagens cardíacas obtidas pelo SPECT. Fonte: ZIESSMAN, 2015, [s. p.].
IMAGINOLOGIA 100
Radiofármaco • 201TI.
A
Ant Lat d Opd
IMAGINOLOGIA 101
B
Ant Lat d Opd
Figura 8. O estudo de cintilografia pulmonar de ventilação (A) e da perfusão (B). Fonte: ZIESSMAN, 2015, [s. p.].
• Decúbito dorsal;
Posicionamento
• Detectores centrados posteriores ao tórax.
Radiofármaco • 99mTc.
IMAGINOLOGIA 102
IMAGINOLOGIA 103
IMAGINOLOGIA 104
IMAGINOLOGIA 105