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Automação Industrial
INDUSTRIAL INDUSTRIAL
Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Introdução à automação...................................................................................................... 13
Panorama histórico da automação............................................................................... 13
Equipamentos......................................................................................................................... 23
Aplicações de automação.............................................................................................. 25
Inversores de frequência..................................................................................................... 26
Princípio de funcionamento............................................................................................ 28
Configuração..................................................................................................................... 31
Sintetizando............................................................................................................................ 36
Referências bibliográficas.................................................................................................. 37
Sensores industriais............................................................................................................. 60
Sensores resistivos . ....................................................................................................... 63
Sensores capacitivos...................................................................................................... 66
Sensores indutivos . ........................................................................................................ 67
Sensores ultrassônicos................................................................................................... 67
Sintetizando............................................................................................................................ 69
Referências bibliográficas.................................................................................................. 70
Ladder...................................................................................................................................... 78
Orientações gerais . ........................................................................................................ 78
Como desenvolver o programa...................................................................................... 83
Exemplos de aplicações.................................................................................................. 85
Sintetizando.......................................................................................................................... 102
Referências bibliográficas................................................................................................ 103
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 9
Currículo Lattes:
lattes.cnpq.br/2341871988950551
Além de dedicar este material aos meus maiores incentivadores, meus pais,
meu marido e cada um dos meus alunos, dedico este livro a você. Tenho
muito orgulho em poder contribuir com o seu conhecimento e espero poder
impactá-lo de alguma forma.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 10
1 INTRODUÇÃO À
AUTOMAÇÃO E OS
INVERSORES DE
FREQUÊNCIA
Tópicos de estudo
Introdução à automação
Panorama histórico da
automação
Equipamentos
Aplicações de automação
Inversores de frequência
Princípio de funcionamento
Configuração
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 12
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 13
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 14
Aplicações
Sistemas de apoio
potencialmente
à produção
computadorizadas
Instalações: Aplicações
fábrica e potencialmente
equipamentos automatizadas
Áreas da automação
Antes de analisarmos outras informações mais específicas, é importan-
te compreendermos que a automação industrial se subdivide em três áreas
principais, podendo ser rígida, flexível ou programável. Na automação rígida,
temos sistemas de sequência de operações de processamento ou montagem
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 15
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 16
Estratégias de automação
A invenção do computador permitiu a criação da manufatura integrada
por computador e o desenvolvimento de projetos auxiliados por compu-
tador (ROSÁRIO, 2004). Esse tipo de manufatura, também conhecido como
CIM (do inglês Computer Integrated Manufacture), implementa sistemas de
quatro funções básicas: de negócios; de projeto do produto; de planejamen-
to; e de controle da produção, formando um ciclo de eventos para acompa-
nhamento das atividades físicas da produção, sem contato com o produto.
Outra vertente importante é a manufatura aditiva, que sintetiza o advento
da impressão 3D, responsável então pela fabricação de sólidos a partir do
desenho de um modelo.
Assim, para entendermos a automatização de sistemas e/ou a implementa-
ção de novas estratégias de automação nas indústrias, devemos ter em mente
alguns motivos gerais, como:
• Aumentar a taxa de produção por hora de trabalho;
• Reduzir os custos do trabalho;
• Minimizar os efeitos decorrentes da ausência de trabalhadores;
• Reduzir, ou mesmo eliminar, as rotinas manuais e de tarefas administrativas;
• Aumentar a segurança do trabalhador;
• Melhorar a qualidade do produto;
• Diminuir o tempo de produção;
• Realizar novos processos, que não podiam ser executados manualmente; e
• Evitar os custos de não realização da manutenção.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 17
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 18
Elementos da automação
Podemos apontar como elementos básicos da automação os estados
digitais e, em casos em que não é possível descrever comportamentos bi-
nários, a combinação de parâmetros e representação analógica do equipa-
mento. Assim, faz-se necessário, em diversos tipos de sistemas automati-
zados, a conversão analógico-digital e vice-versa, desempenhada por um
conversor. Os dados, então, são convertidos a partir de premissas de reso-
lução dessa conversão, reproduzindo fi elmente a informação, utilizando-os
e armazenando-os corretamente no sistema.
As entradas (I) e as saídas (O) podem ser discretas ou analógicas. A maio-
ria dos sistemas de controle no chão de fábrica possuem I/O discretas,
como é o caso de interruptores, botões e vários tipos de sensores, como
os com sinais de 24 Vcc ou 120 V, em corrente alternada. Esses sistemas
são adotados pois buscam-se níveis baixos de tensão e corrente, para a
segurança dos equipamentos e das pessoas. No caso das entradas e saídas
analógicas, tem-se formas de variação da tensão e da corrente que seguem
o comportamento do sistema. Podemos citar o caso de que a maior parte
dos sistemas de medidas utiliza sinais analógicos e podem ser usados para
controlar a velocidade de um motor, por exemplo.
O controlador PID (proporcional, integral e derivativo) é outro elemen-
to importante na automação, implementado por contro-
ladores físicos ou algoritmos, geralmente em malha fe-
chada. Ele é implementado por um diagrama de blocos
realimentado pela saída (Diagrama 2) e estabelece o
controle do sistema a partir da combinação de três
ações de controle, que podem ter uma função pro-
porcional, integral ou derivativa.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 19
P Proporcional
+
Ponto de ajuste ∑ Erro I Integral ∑ Processo Saída
D Derivativa
Protocolo Resumo
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 20
EXEMPLIFICANDO
A USB (Universal Serial Bus), porta universal de comunicação, usada lar-
gamente na comunicação periférica com o computador, está sendo adota-
da cada vez mais na automação industrial, para a comunicação de dados.
Instrumentos e
dispositivos
Gráficos em tela
de computador
Funções de
computador
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 21
Temperatura, indicador e
AI Analisador, indicador. TIT
transmissor.
Analisador, indicador e
AIT XV Válvula atuada.
transmissor.
Válvula de Válvula de
Dreno aberto
porta retenção
Atuador
Válvula
de ação Silenciador
borboleta
simples
Atuador de Medidor de
Válvula globo
ação dupla vazão
M
Válvula de Filtro em Válvula
controle linha motorizada
5
Válvula
solenoide
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 22
Equipamentos
Os computadores são alguns dos principais exemplos de equipamentos
na automação. Eles são usados como ferramenta para o desenvolvimento dos
programas dos sistemas de controle, além de também servirem como o pró-
prio controlador, para diversos tipos de máquinas. O computador também po-
derá fornecer a interface homem-máquina (IHM), uma importante relação não
só de interação, mas também da execução de comandos.
Os controladores lógico-programáveis, ou CLPs (Figura 2), são computa-
dores digitais utilizados para o controle de processos eletromecânicos, no chão
de fábrica. Eles são equipamentos desenvolvidos com várias entradas e saídas;
uma melhor suportabilidade, a uma ampla faixa de temperatura; imunidade
a ruídos elétricos; e uma resistência a vibrações e impactos. Os programas
utilizados para controlar as operações de uma máquina, a partir do CLP, são
armazenados em memórias não voláteis, alimentadas por bateria. Esses são
sistemas em tempo real, devido à resposta ser dada com relação à entrada.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 23
EXEMPLIFICANDO
Os motores de indução trifásico mais utilizados são os de modelo rotor
gaiola de esquilo, também por conta da simplicidade construtiva destes
modelos.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 24
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 25
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 26
DICA
Para se entender como funciona o motor de indução trifásico, o principal ponto
a ser considerado é entender como o campo magnético girante se estabelece.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 27
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 28
(REDE)
R
S
T
1o 2o
3o
I
Interface
serial
RS485 H
M ~ -
4o
C
0 - 10 Vcc A P
analógico D U
IGBTs
- ~
I/O
DIN
digital
W U V
M
3~
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 29
L1
L1
L2 C1
Controle
L3
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 30
Configuração
A partir da noção de que o controle é um dos principais blocos dentro
de um inversor de frequência, é importante entender o funcionamento do
controle de chaveamento, para entendermos como configurar o inver-
sor. Desta forma, a Figura 6 apresenta um exemplo prático de um inversor
de frequência, implementado eletronicamente, com o retificador, o link CC
e o inversor conectado ao motor.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 31
T1 T3
R
N M
T2 T4
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 32
T1, T2, T3 0 +V -V 1°
T2, T3, T4 -V +V 0 2°
T3, T4, T5 -V 0 +V 3°
T4, T5, T6 0 -V +V 4°
T5, T6, T1 +V -V 0 5°
T6, T1, T2 +V 0 -V 6°
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 33
Figura 7. Relações entre as formas de onda na modulação PWM. Fonte: FRANCHI, 2009, p. 66.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 34
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 35
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 36
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 37
2 CONTROLADORES
LÓGICOS
PROGRAMÁVEIS
E SENSORES
INDUSTRIAIS
Tópicos de estudo
Controladores lógicos progra-
máveis
Aplicações
Princípio de funcionamento
Arquitetura básica
Sensores industriais
Sensores resistivos
Sensores capacitivos
Sensores indutivos
Sensores ultrassônicos
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 39
Visão geral
Como já brevemente mencionado, o CLP é um computador industrial que
surgiu na década de 60 para substituir os relés eletromecânicos que até então
eram utilizados no controle de processos industriais, a partir do desempenho
de lógicas sequenciais e combinacionais.
Com o passar dos anos, os CLPs possibilitaram não só a substituição dos
relés como também a implementação de sistemas de controle mais com-
plexos, por motivos que serão explorados posteriormente. Como possíveis
vantagens e novas possibilidades no cenário do controle e da automação in-
dustrial, é possível apontar a redução do uso de fios
com relação às instalações a relés, além do fato de
que os CLPs caracterizam-se por facilidade de pro-
gramação e instalação, realização e implementa-
ção de um sistema de controle que responde
em alta velocidade, maior compatibilidade de
rede e vantagens relacionadas à testagem
do sistema e verificação de defeitos neste. A
Figura 1 apresenta um exemplo de CLP comer-
cial desenvolvido pela Rockwell.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 40
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 41
Fonte de alimentação
Dispositivo de
programação
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 42
DICA
É possível ainda que o programa seja concebido por um dispositivo compacto
de programação, um tipo de equipamento desenvolvido para uso direto no chão
de fábrica, com IHM (interface homem-máquina) contando com tela e teclado.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 43
Módulo do Módulo de
processador combinação de E/S
Fonte de
alimentação
Módulo de Módulo de
entrada saída Módulo
deslizante
do rack
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 44
Aplicações
Como visto, sucintamente entende-se que os CLPs são utilizados no con-
trole e automação dos mais diversos tipos de sistemas e processos industriais.
Um primeiro exemplo básico é o controle individual de processos, no qual o
CLP normalmente irá controlar uma máquina simples e não precisará se comu-
nicar com outros controladores. Isso pode ser visto na prática em um processo
como a operação de corte no sentido do comprimento da peça, por exemplo.
Neste caso, o operador insere o valor de comprimento desejado e o número
de lote através da IHM e dá início ao processo, podendo
reiniciá-lo caso deseje.
Uma outra possibilidade é o controle centralizado,
no qual há várias máquinas e/ou processos controlados
por um mesmo CLP, normalmente de maior porte,
como é o caso dos CLP modulares. Usualmente, este
tipo de sistema prático é visto no controle de diversos
processos de fabricação e operações, em que cada pas-
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 45
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 46
Distúrbios
Amplificador de erro
Sensores de
entrada
Sinal da variável de processo Caminho de
realimentação
Figura 4. Diagrama de blocos de um sistema de controle em malha fechada, implementado por um CLP. Fonte:
PETRUZELLA, 2014, p. 294.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 47
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 48
Deformação
Controle de processo PID
Velocidade
Computador
Impressora
Tabelas
e gráficos
Cópias em
Planilha disco rígido
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 49
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 50
l/2 Botão de
comando manual
l/3
l/3
Figura 6. Programa desenvolvido em ladder para o sistema de controle do exemplo. Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 9.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 51
L1
Pressão
PB
L2
Temperatura
L1 L2 l1 l2 l3
Entradas
l1 l2 Q1
l3
Programa
Saídas
Q1 Q2 Q3 Q4
M Partida
Figura 7. Instalação típica, necessária para o controle do processo de exemplo, a partir de um CLP fixo utilizando o
modelo Pico Allen-Bradley. Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 10. (Adaptado).
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 52
DICA
Considerando ainda o exemplo do CLP supracitado, pode-se afirmar que a pro-
gramação Pico também está disponível para uso em computadores pessoais,
tanto para testes quanto para a própria criação do programa para o CLP.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 53
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 54
EXPLICANDO
Uma palavra no arquivo da tabela de imagem da entrada e sua correspon-
dente neste arquivo são denominadas como grupo E/S. Por exemplo: um
rack pode conter no máximo 8 grupos de E/S, geralmente numerados de 0
a 7, com até 128 E/S de sinais discretos.
O 0 : 0 1 / 00
Número
Tipo de
Número Grupo (0 a 7 do
arquivo Delimitador Número Delimitador
do geralmente) terminal
(O - saída e de arquivo do rack de bit
arquivo no rack (endereço
I - entrada)
do bit)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 55
Vermelho E/S CA
Azul E/S CC
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 56
Mínimo para os
Valor súbito que
dispositivos discretos
Corrente nominal um circuito de saída
de entrada acionarem Corrente de surto
por entrada pode ter, para certas
o funcionamento do
cargas
circuito
Relaciona-se a
Taxa de variação Conduzida mesmo
boas condições de
da temperatura Corrente de fuga após o circuito de
funcionamento do
ambiente saída desligado
CLP
Quantidade que o
Corrente de dreno
Tempo de resposta Atraso de liga/desliga módulo requer da
na placa-mãe
placa-mãe
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 57
Faixa de tensão/corrente de
Baseando-se em valores vistos nos sensores analógicos
entrada
Capacitância e impedância
Coincidentes com o dispositivo externo conectado ao módulo
de entrada
Módulo processador
Fonte de
alimentação CPU Memória
interface de
comunicação
Módulos de E/S
Dispositivos de Dispositivos de
E/S de sinais E/S de sinais
discretos analógicos
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 58
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 59
Sensores industriais
Visão geral
Para entender qual o papel dos sensores na automação industrial, é neces-
sário retomar um sistema automatizado e seus principais elementos e áreas
envolvidas. Desta forma, antes de entender quais as principais grandezas físi-
cas não elétricas medidas na maioria dos vários processos industriais, deve-se
lembrar que boa parte dos sistemas mecânicos usuais, pertencentes a vários
processos industriais e às mais variadas aplicações, possuem dois elementos
principais: os atuadores e os sensores.
Em relação à conexão destes sistemas mecânicos com o controle, esta é feita
pela etapa de condicionamento e interface dos sinais de entrada através de ele-
mentos como circuitos discretos, amplificadores, filtros e conversores analógi-
cos/digitais ou mesmo de níveis de sinal. Assim, tem-se a arquitetura do controle
digital, mais comum devido aos avanços tecnológicos atuais, em que encontra-
-se os próprios CLPs, além de circuitos lógicos, sequenciamento e temporização,
microcontroladores e controle e comunicação implementada na prática.
Posteriormente, há outra etapa de condicionamento e interface, agora
para os sinais de saída, e aqui incluem-se amplificadores de potência e cir-
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 60
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 61
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 62
KG = dR / R
(1)
dLR / LR
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 63
Condutor
Diafragma
Piezoresistores
Cavidade
Piezoresistor
Silício
Vidro
Figura 9. Esquema do diafragma com os sensores piezo resistivos e o instrumento final de medição. Fonte: BALBI-
NOT; BRUSAMARELLO, 2007b, p. 350.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 64
R = R0 [1 + α(T-T0)]
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 65
C = εA (2)
d
Cd = Caε d + C a (3)
r
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 66
Sensores ultrassônicos
Da mesma forma que os sensores já apresentados, os sensores ultrassôni-
cos também podem ser utilizados na medição de nível, e para entender como
isto ocorre é importante relembrar que este caso baseia-se na relação de pro-
ximidade. Assim, neste contexto, o ultrassom é utilizado na medição contínua
de nível ou ainda na medição de nível em um único ponto, tanto para líquidos
quanto para sólidos.
O princípio de funcionamento básico destes tipos de medição de nível se
baseia no fato de que as ondas ultrassônicas, provenientes do transmissor, são
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 67
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 68
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 69
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 70
3 REVISÃO GERAL
SOBRE LINGUAGENS
DE PROGRAMAÇÃO
Tópicos de estudo
Programação básica de um CLP FDB, IL, ST e SFC
Organização da memória do FDB (Functions Block Diagram)
processador IL (Instruction List)
Processo de varredura do ST (Structured Text)
programa SFC (Sequencial Function Charts)
Principais linguagens de pro-
gramação do CLP
Ladder
Orientações gerais
Como desenvolver o programa
Exemplos de aplicações
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 72
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 73
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 74
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 75
0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0
Passo 1
Ler o módulo
Partida de entrada
Passo 2
Executar o
programa ladder
Passo 3
Fim Transferir para
o módulo de
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 saída
Figura 1. Processo de varredura para um programa de mais de um degrau. Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 75.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 76
DICA
É importante se atentar que, para qualquer tipo de varredura, um erro na for-
ma com a qual o CLP varre o programa pode levar a erros na programação.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 77
Orientações gerais
O Quadro 1 apresenta, de forma sucinta, as três principais simbologias para
o desenvolvimento da lógica nesse tipo de linguagem:
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 78
Nome Símbolo
Verificador de fechado
(XIC)
PROFIBUS Energização
da saída (OTE)
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 79
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 80
Módulo de Módulo de
entrada entrada
A Bit de A Bit de
estado estado
0 1
Falso Verdadeiro
A Saída A Saída
Desligado Ligado
A
Ligado Desligado
Verdadeiro Falso
Figura 2. Comparação entre a ação de um dispositivo de campo com o estabelecimento do bit do CLP. Fonte: PETRUZELLA,
2014, p. 81.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 81
Degrau 0 F V V F
Degrau 1 V V
Degrau 1 F V V V
V
V
Figura 3. Exemplo de como se estabelece a continuidade lógica para energização das saídas no diagrama ladder. Fonte:
PETRUZELLA, 2014, p. 81.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 82
CURIOSIDADE
Outro ponto importante dos RSLogix é que eles permitem a importação em
DOS, tornando possível importar projetos que foram desenvolvidos neste
ambiente, ou exportar os programas desenvolvidos no RSLogix para o
ambiente DOS.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 83
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 84
Exemplos de aplicações
Normalmente, se sugere o uso de implementações em ladder para aplicações
de controle discreto. Por outro lado, para analisarmos o exemplo de uma situação
prática, suponha que se deseja implementar, em uma fábrica, o acionamento da
partida e da parada de um motor de indução trifásico (um importante tipo de motor
elétrico largamente usado), a partir de um sistema automatizado via CLP e por meio
de um diagrama ladder. Para isso, utiliza-se botoeiras. Uma possibilidade de realizar
o exemplo é implementando o diagrama ladder visto na Figura 5:
Entradas Saída
Programa em lógica ladder
L1 L2
Parada I1 I2 Q1
Entrada I1
(Fechado) OL
(Verdadeira) (Falsa)
Partida Saída Q1 M
I3 Desenergizada
Entrada I2 (off)
(Aberto)
(Falsa)
M1 Continuidade lógica
Entrada I3
(Aberto)
Figura 5. Circuito representando a partida e a parada programada de um motor, por meio de um diagrama ladder.
Fonte: PETRUZELLA, 2013, p. 340.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 85
001
M2.0
Auto_Mode
002
M2.1
Manl_Mode
M2.0 M3.0
Auto_Mode Fault TMR 4
003
Set: 300
ACC: 197
T4.1 M2.2
TMR 4/DN Cyc_Enbl
004
Y3.0
Cyc_OK_PL
Figura 6. Exemplo de desenvolvimento de lógica ladder para um CLP industrial. Fonte: LAMB,
2015, p. 252.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 86
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 87
Ladder FDB
A B AND_BOOL
A
OR_BOOL
A
B
B
A B AND_BOOL
A
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 88
BAND_01
BAND
0
Saída PL 1
0
Sensor 1 Entrada 1
0
Sensor 2 Entrada 2
Figura 7. Lógica para acender o sinaleiro em FDB. Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 78.
Assim, perceba que com a FDB é possível inserir instruções em uma es-
tratégia de comunicação em alto nível por meio dos blocos operacionais, que
podem possuir uma ou mais entradas e, também, uma ou mais saídas. Dentro
desses blocos, certos tipos de operações acontecem com as entradas para que
as saídas assumam a forma desejada.
Esses blocos de função podem incluir operações de tempo (com temporiza-
dores e contadores), cálculos de controle via equações, manipulações de da-
dos e transferências de dados para outros sistemas, conforme afirma Groover,
em seu livro Automação industrial e sistemas de manufatura de 2011.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 89
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 90
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 91
X2.2 M2.0
Au to_PB >=1 Auto_Mode
(OR) M2.2
& = TMR 4
Cyc_Enbl
(AND) (OUT)
TMR
X2.3 & =
SET
NOT Manl_PB (AND) (OUT)
300
M3.0
NOT Fault
Y3.0
X2.3 M2.0 Cyc_OK_PL
Manl_PB >=1 Manl_Mode
(OR) =
& = (OUT)
(AND) (OUT)
X2.2
NOT Auto_PB
Figura 8. Exemplo prático de lógica desenvolvida em FDB, semelhante ao exemplo da Figura 6, em ladder. Fonte:
LAMB, 2015, p. 253.
IL (Instruction List)
Esta trata-se de uma linguagem de programação de baixo nível, dada a for-
ma com a qual a comunicação é estabelecida entre programação e CLP. Além
disso, essa linguagem é capaz de fornecer um outro modo de inserção do dia-
grama ladder na memória do CLP.
Nesse contexto, o programador pode construir um diagrama ladder por
meio da entrada de declarações que especificam os componentes usados e
através das relações que devem ser estabelecidas para cada um dos degraus
do diagrama ladder, conforme afirma Groover em seu livro Automação indus-
trial e sistemas de manufatura, de 2011.
Orientações gerais
Sabe-se que esse tipo de linguagem, geralmente, oferece vantagens em re-
lação às demais linguagens para a programação de CLP, como a correspondên-
cia entre os comandos da própria linguagem e as instruções feitas em assem-
bly, o que pode potencializar a agilidade de execução do programa.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 92
Faz a operação lógica AND usual junto com o elemento que foi informado an-
AND teriormente no diagrama. Com isto, também pode ser interpretada como um
circuito em série, relativo a esse elemento.
Faz a operação lógica OR usual junto com o elemento que foi informado an-
OR teriormente no diagrama. Com isso também pode ser interpretada como um
circuito em paralelo, relativo a esse elemento.
Faz a operação lógica NOT usual, ou então a inversão do elemento que for
NOT
informado na entrada.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 93
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 94
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 95
ST (Structured Text)
A programação por meio de uma estrutura de texto, denominada na prática
como texto estruturado, é uma forma de linguagem que estabelece a comuni-
cação com o CLP em alto nível, de forma semelhante à comunicação feita com
computadores. É previsto que essa forma de programação pode se tornar ainda
mais comum, não só na programação de CLPs, mas também na de PCs (compu-
tadores pessoais) quando nos referimos a aplicações de controle e automação.
Orientações gerais
Esse tipo de linguagem baseia-se em Pascal, uma outra linguagem de alto
nível, sendo que na ST, tanto as variáveis quanto as invocações das funções
são definidas conforme o que foi regulamentado pela IEC 61131-3 (s. d.). Sabe-
-se, também, que Pascal e ST compartilham elementos com outras linguagens.
Além disso, devido à adesão à norma, a própria lógica ladder pode, em es-
truturas como sub-rotinas, apresentar uma sub-rotina em texto estruturado,
conforme afirma Lamb em seu livro Automação industrial na prática, de 2015.
Ademais, é importante ressaltar que, assim como em outras linguagens de
alto nível, esse tipo de linguagem tem a capacidade de executar o processa-
mento de dados e cálculos acerca de valores que não sejam binários. Ladder ou
até mesmo outros exemplos de linguagem que são estabelecidas em baixo ní-
vel com o controlador costumam ter capacidade limitada a operações de sinais,
caso estes não estejam limitados à lógica binária ON/OFF (ligado/desligado).
Um programa ST é composto por declarações separadas por ponto e vír-
gula, sendo que o programa começa com a declaração de definição das variá-
veis. Em seguida, utiliza-se essas declarações no desenvolvimento do progra-
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 96
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 97
Figura 9. Exemplo de programação, já apresentado em ladder, agora em ST. Fonte: LAMB, 2015, p. 256.
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 98
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 99
Passo inicial
Ação
1
Condutor
de Transição
realimentação
Condutor
Passo 2 Ação
Transição
Passo 3 Ação
Transição
Parada
Figura 10. Estrutura básica para desenvolvimento de um programa em SFC. Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 78.
M2.0 M2.1
Auto_Mode Manl_Mode
NOT M3.0
Fault
TMR 4
TMR 4.ACC
GEQ 300
M2.2
Cyc_Enbl
Y 3.0
Cyc_OK_PL
Figura 11. Programação via SFC, seguindo a ideia do exemplo apresentado anteriormente para as demais linguagens.
Fonte: LAMB, 2015, p. 254.
4 PROGRAMAÇÃO EM
LADDER
Tópicos de estudo
Fundamentos da lógica ladder Conceitos básicos da programa-
para CLP ção em ladder e visão geral das
Controle a relé eletromagnético instruções
Contatores O papel da instrução END
Chaves de partida direta para o Entendendo a implementação
motor elétrico da lógica de controle
Chaves manuais Tipos de dados
Chaves mecânicas Instruções booleanas
Dispositivos de controle de Instruções de movimentação de
saída dados
Circuitos com selo Instruções matemáticas
Relés com trava Temporizadores programáveis
Conversão de esquemas a relé Exemplo prático: TON
em diagramas ladder Contadores programáveis
Exemplo: controle de nível em Exemplo prático: CTU
um reservatório Exemplo prático: CTU/CTD
Exemplo: controle sequencial Variáveis analógicas
Funções Símbolos
Chaves limitadoras
1 LS 2 LS
Chaves de pressão
1 PS 2 PS
Chaves de temperatura 1 TS 2 TS
de chave magnética, e normalmente tem uma bobina única e vários outros con-
tatos, caso sejam necessários (PETRUZELLA, 2013; 2014; LAMB, 2015). A Figura 1
indica o funcionamento básico do dispositivo por meio de um circuito.
Contatores
O contator consiste em um tipo especial de relé, projetado para o funcio-
namento em sistemas com carga de potência mais elevada, como é o caso
de lâmpadas, aquecedores, transformadores e os motores elétricos, sendo
os últimos responsáveis pelos sistemas de proteção contra sobrecargas em
alguns motores. Um ponto de diferença com relação aos relés eletromecâni-
cos em geral é que estes são projetados para o desligamento e a ligação de
circuitos de potência sem que o processo envolva danificação. Um CLP, geral-
mente, detém capacidade de saída suficiente para operar a própria bobina
do contator, e, por isso, o dispositivo se faz necessário, tendo em vista que
o CLP não consegue operar uma carga elevada diretamente (PETRUZELLA,
2013; 2014; LAMB, 2015).
A Figura 2 mostra um exemplo de contator magnético, que é tripolar por
conta da quantidade de contatos, evidenciando as principais partes deste dis-
positivo e seu circuito equivalente.
Chaves manuais
As chaves manuais caracterizam-se por serem dispositivos operados ma-
nualmente, como as chaves de botões de comando, que são uma das formas
mais comuns de controle manual de sistemas, funcionando pela abertura ou
fechamento de contatos ao serem pressionadas. Elas podem ser feitas a par-
tir de contatos NA ou NF, ou ainda por conjugações NA e NF.
Chaves mecânicas
Esses dispositivos são controlados automaticamente, de forma mecânica,
devido a grandezas como pressão, posição ou mesmo temperatura, em certos
casos. A chave de fim de curso (ou chave-limite) é um tipo de chave mecâni-
ca bastante comum em aplicações industriais, projetada para operar apenas
quando um dado limite é atingido, acionada pelo contato com um objeto, exer-
cendo a função de um operador humano de certa forma. São alguns exemplos
de atividades que podem ser exercidas por este tipo de dispositivo: partida,
parada, inversão de um motor, entre outros (PETRUZELLA, 2014).
A chave de temperatura (termostato) é usada para a detecção de variações
de temperatura, sendo usualmente acionada por uma variação específica na
temperatura ambiente; a chave de pressão é utilizada para o controle sobre lí-
quidos e gases, para acionamento quando um determinado limiar de pressão é
alcançado. Por último, as chaves de nível servem para a detecção de nível de lí-
quidos em reservatórios e um exemplo deste tipo de dispositivo é a chave boia.
Bobina
desenergizada
L1 Circuito de controle L1
Bobina do
solenoide
Entrada Saída desenergizada
Operador do solenoide
Bobina
energizada
Válvula
L1 Circuito de controle L1
Bobina do
solenoide
Válvula com orifício fechado energizada
OTU/Destravamento da
saída L Bit em 0 quando o degrau torna-se
verdadeiro e retém este estado
15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
0:2/
Bit de estado
Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 112.
Motor G
4
Chave do sensor
de nível mínimo R
5
OL
PB1 B3:1/0
O:4/1 M
I:3/0
M
B3:1/0 O:4/1
L1 L2
PB1
Partida PB2 LS Relé de
Parada Chave-limite controle
CR
PL2
CR-1 Parada
R
CR-2
PL2
Em funcionamento
G
CR-3 Bobina de
partida do motor
M
CR-4 OL
Fonte: PETRUZELLA, 2014, p. 116.
EXPLICANDO
Caso não exista a instrução END ao final do programa desenvolvido em
ladder, é gerado um erro fatal, o que implica, na prática, na não permanên-
cia do modo de execução na CPU (RUN do CLP).
Tipos de dados
Neste tópico, veremos quais são os tipos de dados, indicando as naturezas
e características próprias e considerando as situações práticas mais comuns.
Começando pelas entradas, as discretas geralmente são identificadas por X e o
ponto endereçado em base octal; além disso, as entradas, usualmente se rela-
cionam com instruções booleanas de entrada, baseadas nos contatos NA e NF.
As saídas discretas, por sua vez, são identificadas pela letra Y e com o
ponto endereçado da mesma forma que as entradas discretas. No entanto,
embora estejam associadas às saídas booleanas, assim como as entradas, po-
dem ser utilizadas como instruções booleanas de entrada do sistema, pelos
contatos NA e NF, seguindo a necessidade de desenvolvimento da lógica do
sistema automatizado e comunicação com o controlador (FRANCHI; CAMAR-
GO, 2008; GEORGINI, 2018).
Os relés de controle, por exemplo, geralmente são tipos de dado C devido à
tag de identificação, o que também inclui seus auxiliares, com endereçamento a
Instruções booleanas
Usaremos como exemplo o estudo das instruções booleanas de entrada
do CLP. Para esse tipo de instrução, as resumimos a contatos NA e NF, embora
a localização dos contatos nos rungs define se são instruções total ou relativa-
mente distintas.
ASSISTA
Goerge Boole foi um importante matemático, considerado
gênio por muitos, que por meio de suas descobertas na área
revolucionou (e ainda revoluciona) muitas áreas, especial-
mente que envolvam tecnologia e suas aplicações. Para
saber mais, assista ao vídeo The Genius of George Boole.
X0 Y0
OUT
Ainda considerando a Figura 5, caso a entrada X0 esteja atuada (X0 = 1), isso
permite o fluxo da corrente lógica (rung = on) e, assim, a saída é acionada (Y0). Do
contrário, sendo a entrada X0 = 0, o rung está off e a saída permanece desligada.
Um outro fato importante relacionado à prática, é que como o ciclo de exe-
cução é estabelecido a partir do processo de leitura das entradas, execução
do programa, e assim por diante, não é recomendado o uso de múltiplas ins-
truções OUT, referenciadas ao mesmo operando. Isso não deve ser feito, es-
pecialmente considerando a hipótese de uma saída discreta no contexto, uma
vez que, na prática, atua somente uma última instrução na saída referenciada,
e as instruções anteriores atuam apenas sobre a tabela de imagens da saída,
o que implica em um não reflexo direto no ponto de saída (GEORGINI, 2018). O
Diagrama 5 mostra as considerações e suas implicações na prática.
X0 Y0
1 OROUT
X1 Y0
23 OROUT
X2 Y0
57 OROUT
75 END
Instruções matemáticas
As instruções de matemática, mais uma vez usando o exemplo SLC 500, em
associação ao RSLogix, podem ser acessadas no menu do software em Compu-
te/Math, como mostra o Quadro 4 que indica exemplos de instruções.
Instrução Descrição
Temporizadores programáveis
Além das bobinas e dos contatores, outro tipo de instrução largamente uti-
lizada na linguagem ladder para o desenvolvimento da programação pelos dia-
gramas dos sistemas de controle é o temporizador, conhecido ainda como timer.
Este tipo de instrução representa uma classe de funções programáveis capazes
de acompanhar o tempo e fornecer uma dada resposta, dependendo do tempo
decorrido, sendo possível comparar o funcionamento destes com outros dispo-
sitivos físicos, como os relés temporizados eletromecânicos (PETRUZELLA, 2013).
Embora cada fabricante possa fornecer instruções diferentes para seus
equipamentos, existem alguns tipos de instruções gerais, que são implementa-
das para a temporização na maior parte dos equipamentos comerciais e, como
regra geral, os temporizadores são instruções de saída do CLP, o que ficará
mais claro adiante. Os exemplos mais comuns são:
• TON (temporizador para ligação): usado para atrasar a partida de uma
máquina ou de um dado processo em um período de tempo predefinido;
• TOF (temporizador para desligar): de forma análoga ao anterior, mas
servindo para atrasar o desligamento;
• RTO (temporizador retentivo): para controle do tempo de operação de
uma máquina ou para o encerramento de um processo, após certo período de
falhas recorrentes, por exemplo.
EN
T4:0 Saída C
DN
Fonte: PETRUZELLA, 2013, p. 343.
DICA
A condição da linha horizontal pode ser estabelecida como falsa mesmo
se a temporização não atingir o tempo preestabelecido. Ou seja, na práti-
ca, ela independe da expiração da temporização.
Contadores programáveis
Os contadores são instruções já fornecidas pela maior parte dos fabrican-
tes de CLP e, assim como os temporizadores, existem algumas regras comuns e
derivações gerais destas instruções. Por definição, um contator programável é
capaz de contar, calcular ou manter um dado registro referente ao número de
ocorrências de um evento e existem dois tipos principais de contadores, para a
maior parte das marcas: os CTU (contadores crescentes) e os CTD (contadores
decrescentes) (PETRUZELLA, 2013).
Outra informação importante é que as instruções, a partir de contadores
crescentes, são usadas sempre isoladamente ou em conjunto com as de conta-
dores decrescentes, endereçados sob a mesma tag de endereço.
Um contador crescente é utilizado quando se faz necessária a contagem to-
tal, e o número armazenado no acumulador é incrementado a cada vez que a ló-
gica da linha horizontal do contador for de falso para verdadeiro, o
que permite usar a contagem de transições falso/verdadeiro. Isso
possibilita contar tais transições para uma dada instrução de
entrada e assim que é atingido um dado esperado, um evento
é disparado para ocorrer.
Em contrapartida, na prática, um contador decrescente con-
ta de forma decrescente ou decrementa em 1, a partir de um dado valor, toda
vez que um evento ocorrer. Assim, os CTDs são usados quando há um número
predefinido de itens e é preciso contar na medida que um desses for retirado,
ou ainda existe um dado número de eventos e são feitas contas a cada vez que
outro ocorre, decrescendo de um total esperado, por exemplo.
EXEMPLIFICANDO
De forma a ilustrar a aplicação de uma instrução CTD, é possível imple-
mentar um controle automático para mensurar quantos itens são retirados
de um almoxarifado em uma empresa.
Reinicializar C5:1
RES
Lembre-se, novamente, que esta é uma das possíveis lógicas para imple-
mentar um sistema de controle automático para o funcionamento de um es-
tacionamento. Assim, tendo em mente o exemplo dado, observamos que, na
medida em que os carros adentram no local, a instrução de saída do contador
crescente é acionada e é incrementado o valor 1 na contagem acumulada, em-
bora o contrário também ocorra na medida em que os carros saem, no CTD, a
partir do qual é decrementado em 1 o valor acumulado.
Variáveis analógicas
Geralmente, as variáveis analógicas são empregadas no contexto da progra-
mação em ladder, bem como do funcionamento do próprio CLP, retomando a to-
dos os conhecimentos vistos até o momento, mais especificamente com relação
aos dados analógicos. Assim, de forma a compreender o papel e a própria exis-
tência deste tipo de variável, é preciso lembrar que certos tipos de dispositivos
de entrada e de saída demandam o uso de sinais analógicos, e existem processos
que dependem de registros e dados nesse formato, como é o caso do controle
analógico de um dado processo industrial, por exemplo. Logo, há sinais analógi-
cos envolvidos para a transmissão e o recebimento de informações referentes
ao controle e à medição, no caso de variáveis físicas como pressão, temperatura,
vazão, nível, entre outras.
Lembre-se que o IEC (International Electromechanical Comission) recomenda
o padrão de transmissão eletrônico de 4 a 20 mA, CC e 24 V. Um sinal advindo de
um sensor de pressão, por exemplo, pode estar aplicado no módulo de entrada/
saída do CLP como uma entrada analógica, para que possa ser lido o valor do
dispositivo de campo. Existirão orientações específicas até mesmo no que diz
respeito à conexão na entrada do CLP, tendo em vista que existe no equipamen-
to uma parte dedicada à entrada(s) e saída(s) analógica(s).
Com relação às saídas analógicas, que também podem ser configuradas
como variáveis analógicas na programação do CLP em ladder, elas podem ser
usadas, por exemplo, no envio de sinais contínuos para atuadores, como é o
caso de válvulas proporcionais, inversores de frequência, conversores I/P, entre
outros.