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FÍSICA E

CÁLCULO
APLICADOS À
AGRONOMIA

NOME DO PROFESSOR(A)
ALEXANDRA YATSUDA
LUIS RICARDO ARRUDA DE ANDRADE
ORGANIZADORES
EDSON RIBEIRO DE BRITTO DE ALMEIDA JUNIOR
RAFAEL TRAUTWEIN SANTIAGO
EXPEDIENTE

Coordenador(a) de Conteúdo Cristina Maria Costa Wecker;Elias Jose


Maquiel Duarte Vidal Lascoski e Graziele Bento Porto
Projeto Gráfico e Capa Ilustração
Arthur Cantareli Silva Andre Luis A.da Silva; Wellington Vainer;
Editoração Geison Ferreira da Silva e Bruno Cesar
Nivaldo Vilela de Oliveira Junior Pardinho Figueiredo
Design Educacional Fotos
Ivana Cunha Martins Shutterstock
Revisão Textual
Carlos Augusto Brito Oliveira; Carolina
Guimaraes Branco ;

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 Centro Universitário Leonardo da Vinci.


Núcleo de Educação a Distância. YATSUDA, Alexandra; ANDRADE, Luis
Ricardo Arruda
FÍSICA E CÁLCULO APLICADOS À AGRONOMIA / Alexandra Yatsuda
Luis Ricardo Arruda de Andrade; organizador: Edson Ribeiro de Britto de
Almeida Junior , Rafael Trautwein Santiago - Indaial, SC: Arqué, 2023.

300 p.

ISBN papel 978-85-459-2384-8


ISBN digital 978-85-459-2385-5

“Graduação - EaD”.
1. Cálculo 2. Agronomia 3. EaD. I. Título.

CDD - 517

Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Impresso por:
0124771254
RECURSOS DE IMERSÃO

A P RO F UN DANDO E U INDICO

Utilizado para temas, assuntos Utilizado para agregar


ou conceitos avançados, levando um conteúdo externo.
ao aprofundamento do que Utilizando o QR-code você
está sendo trabalhado naquele poderá acessar links de
momento do texto. vídeos, artigos, sites, etc.
Acrescentando muito
aprendizado em toda a sua trajetória.

P E N SA N D O JU NTO S

Este item corresponde a uma PL AY NO CONHECIMENTO

proposta de reflexão que pode


ser apresentada por meio de uma Professores especialistas e
frase, um trecho breve ou uma convidados, ampliando as
pergunta. discussões sobre os temas
por meio de fantásticos
podcasts.

ZO O M N O CO N HEC I M ENTO

I N DICAÇÃO DE FIL ME
Utilizado para desmistificar
pontos que possam gerar
confusão sobre o tema. Após o Uma dose extra de
texto trazer a explicação, essa conhecimento é sempre
interlocução pode trazer pontos bem-vinda. Aqui você terá
adicionais que contribuam para indicações de filmes que se
que o estudante não fique com conectam com o tema do
dúvidas sobre o tema. conteúdo.

E M FO CO I N DICAÇÃO DE L IVRO

Utilizado para aprofundar o Uma dose extra de


conhecimento em conteúdos conhecimento é sempre
relevantes utilizando uma bem-vinda. Aqui você terá
linguagem audiovisual. indicações de livros que
Disponibilizado por meio de QR- agregarão muito na sua vida
code. profissional.

4
SUMÁRIO

7
UNIDADE 1

MOVIMENTOS IMPORTANTES
DA FÍSICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

FORÇAS E O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

PARA O MOVIMENTO RETILÍNEO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE ENERGIA . 80

115
UNIDADE 2

APLICAÇÕES DA TEORIA DE TRABALHO E ENERGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116

ESTÁTICA E HIDROSTÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

FUNÇÕES E LIMITES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188

223
UNIDADE 3

DERIVADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224

INTEGRAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248

APLICAÇÕES DA DERIVADA E DA INTEGRAL DEFINIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272

5
UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1

MOVIMENTOS IMPORTANTES
DA FÍSICA

MINHAS METAS

Reconhecer a importância das unidades de medida para a caracterização


de medidas físicas.

Identificar as unidades padrões de medida do Sistema Internacional de


Unidade.

Compreender as características físicas do Movimento Retilíneo Uniforme.

Analisar graficamente movimentos uniformes.

Compreender as características físicas do Movimento Retilíneo Uniforme-


mente Variado.

Analisar graficamente movimentos acelerados.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


A Mostra Brasileira de Foguetes, também conhecida como Mobfog, é uma com-
petição científica realizada no Brasil que tem como objetivo incentivar o interesse
dos estudantes pela área da Astronáutica e Astronomia. Nessa mostra, os partici-
pantes constroem e lançam foguetes de garrafa pet, utilizando princípios físicos
e matemáticos para calcular a altura atingida pelo foguete. Além disso, a Mobfog
promove a troca de conhecimentos entre os estudantes e estimula a criatividade,
a investigação científica e o trabalho em equipe.
A Mobfog é um evento que desperta o espírito investigativo e o interesse
pela ciência e tecnologia, proporcionando aos jovens uma experiência prática e
divertida no campo da engenharia aeroespacial. No entanto, para obter sucesso,
é necessário entender e aplicar corretamente as unidades de medidas na Física.

VOCÊ SABE RESPONDER?


Como converter uma medida de metros para quilômetros? Qual é a unidade de
medida adequada para medir a velocidade do foguete?

Essas dúvidas evidenciam a importância de compreendermos as unidades de


medidas e sua relevância no contexto da Física. A resolução dessas problemáticas
é essencial para o sucesso nas atividades práticas e na compreensão dos fenô-
menos físicos. Ao compreender e aplicar corretamente as unidades de medidas,
é possível realizar cálculos precisos, comparar resultados, estabelecer relações
causais e prever comportamentos de objetos e sistemas.
Além disso, a falta de conhecimento sobre as unidades de medidas pode le-
var a erros graves, comprometendo a segurança e a eficiência em experimentos
científicos e aplicações tecnológicas.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Hoje vamos explorar um tema fundamental no estudo da


Física: as unidades de medida. Você já parou para pensar na
importância dessas unidades em nossa compreensão dos
fenômenos físicos? Neste podcast que gravei especialmente
para você, vamos mergulhar nesse assunto e descobrir por que
as unidades de medida são tão cruciais para a Física. Vamos lá!

Para exemplificar a importância das unidades de


medidas na Física, podemos imaginar uma situação
prática: você está medindo a velocidade de um car-
ro em uma rodovia. Para isso, utiliza um cronôme-
tro para marcar o tempo que o carro leva para per-
correr uma determinada distância. Porém, se você
não utilizar a unidade de medida adequada para a
distância, como quilômetros, e o tempo, como se-
gundos, o cálculo da velocidade estará incorreto.
Portanto, a experimentação e a identificação corre-
ta das unidades de medidas são fundamentais para
obter resultados confiáveis e corretos.
A compreensão das unidades de medidas na Físi-
ca nos permite estabelecer uma linguagem universal
para descrever e quantificar os fenômenos ao nosso
redor. Através da reflexão sobre o tema, podemos
perceber a importância de utilizar as unidades de
medidas corretas, fazer conversões quando neces-
sário e interpretar os resultados de forma adequada.
Além disso, é fundamental reconhecer que as unida-
des de medidas não são apenas números, mas pos-
suem significados físicos e representam propriedades
fundamentais da natureza. Dessa forma, aprofundar
nosso conhecimento sobre as unidades de medidas
contribui para uma compreensão mais completa e
precisa do mundo físico.

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1
UN I AS S ELV I

VAMOS RECORDAR?
Caro estudante, quero convidá-lo a assistir a um vídeo
educativo intitulado “Unidades de Medida e Con-
versão”. Nesse material, é explorada de forma clara e
didática o universo das unidades de medida e como
realizar conversões entre elas. Com o vídeo, você
terá a oportunidade de resgatar seus conhecimentos
nesse assunto, consolidando conceitos e construindo
novas habilidades práticas. Não perca essa chance de
aprender de forma divertida e interativa.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

AS MEDIDAS NA FÍSICA

A Física, assim como a Química e a Biologia, é uma ciência natural, ou seja, es-
tuda a natureza e distingue-se das outras duas pelo objeto do estudo: a Física se
concentra nas grandezas físicas.
Grandeza Física é tudo que pode ser medido por um instrumento ou por um
processo. Comprimento, massa, tempo e velocidade são grandezas físicas, pois
podem ser medidos com réguas, balanças, relógios e velocímetros.
Medir é comparar com a unidade. Portanto, tanto para transações comerciais
como para os trabalhos científicos, as unidades têm de seguir um padrão, e exa-
tamente com esse propósito foi criado o Sistema Internacional de Unidades (SI).
O Sistema Internacional de Unidades (SI) baseia-se em sete unidades funda-
mentais, conforme ilustra o Quadro 1.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

UNIDADES DE BASE

GRANDEZA NOME SÍMBOLO

MASSA kg
quilograma

COMPRIMENTO m
metro

TEMPO s
segundo

TEMPERATURA K
kelvin

CORRENTE
A
ELÉTRICA
ampere

INTENSIDADE
(cd)
LUMINOSA
candela

QUANTIDADE
mol
DE MATÉRIA
Mol

Quadro 1 - Representação das unidades de base do Sistema Internacional de Unidades


Fonte: adaptado de Halliday, Resnick e Walker (2016).

Descrição da Imagem: Foto desenhada de uma possível imagem de Aristóteles, um senhor de meia idade com
barba e roupas gregas.

Todas as demais unidades são derivadas das fundamentais. Por exemplo, a uni-
dade de área é o metro quadrado (m²), de velocidade é m/s, e assim por diante.
Embora o Sistema Internacional de Unidades (SI) seja o sistema métrico padrão
usado para estudar fenômenos físicos, em nossas rotinas diárias, tendemos a
medir grandezas físicas usando diferentes unidades.
Frequentemente, são empregados múltiplos e submúltiplos das unidades,
identificados por prefixos. Por exemplo, o quilômetro (km), que vale 1.000 me-
tros. Para evitar enganos e facilitar as operações aritméticas, é comum, na Física,
o emprego das potências de dez. Em vez de dizer que um giga vale 1.000 milhões,
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ou escrever 1 G = 1 000 000 000, prefere-se 1 G = 10 m.

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UN I AS S ELV I

Para converter unidades de comprimento e massa, podemos utilizar o siste-


ma métrico decimal, que permite o uso de múltiplos e submúltiplos da unidade
padrão. Para compreender essas relações, é fundamental conhecer os prefixos
que são usados ​​no sistema internacional de medidas (Quadro 2).

MÚLTIPLOS DO SI SUBMÚLTIPLOS DO SI

Fator Nome Símbolo Fator Nome Símbolo

101 deca da 10−1 deci d

102 hecto h 10−2 centi c

103 kilo k 10−3 mili m

106 mega M 10−6 micro …

109 giga G 10−9 nano n

1012 tera T 10−12 pico p

Quadro 2 - Prefixos notáveis em unidades de medida Fonte: adaptado de Halliday, Resnick e Walker (2016).

CONCEITOS BÁSICOS DE CINEMÁTICA ESCALAR

A Física estuda os vários fenômenos naturais, e muitos deles estão relacionados a


algum tipo de movimento. A temperatura de um corpo está relacionada ao movi-
mento dos átomos que o constituem; a corrente elétrica é o movimento organizado
das cargas elétricas em um condutor; o som e a luz são ondas que se propagam.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

A Mecânica é a parte da Física que estuda o movimento e as condições de


equilíbrio dos corpos. Nela, vamos estudar importantes conceitos, como velo-
cidade, força, massa, peso, energia, pressão e muitos outros que serão úteis em
diferentes capítulos da Física.
Muitas vezes, ao estudarmos um movimento de um corpo, sabemos previa-
mente a trajetória que ele vai percorrer. Por exemplo, um corpo em queda livre
percorre uma trajetória retilínea vertical; durante uma viagem, a trajetória do
carro é a estrada que ele percorre, e é exatamente pelo estudo do movimento
sobre uma trajetória conhecida que começamos o nosso estudo.

Posição

Na linguagem da Física, indicar a posição de um corpo é informar o lugar em que


ele se encontra. A posição é sempre em relação a um outro corpo tomado como
referencial. A posição de um veículo, de um acidente, de uma curva ou de uma
pessoa em uma estrada pode ser determinada pelo marco quilométrico, que é a
distância medida sobre a estrada até um ponto preestabelecido, chamado marco
zero. Observe, na Figura 1, que estar na posição 340 km não indica que o homem
percorreu 340 km. Assim, a posição de um corpo em uma estrada também pode
ser indicada por uma única medida expressa em quilômetros.

Figura 1 - O marco quilométrico de uma estrada é um indicador de posição / Fonte: Andrade (2019, p. 18).

Descrição da Imagem: a imagem ilustra uma representação de uma estrada vazia com vegetação verde ao longo
das bordas. No lado direito, há uma placa azul com a inscrição “km 340”, indicando a posição na estrada.

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UN I AS S ELV I

A escolha do modo de indicar a posição de um corpo deve ser adequada a cada


situação particular. O modo de localizar um ponto da estrada não é conveniente
para localizar um barco no mar. No entanto, em todos os casos, há algo em comum.

Trajetória

O que caracteriza um movimento é a mudança de posição, mas temos que um


corpo só pode ser localizado em relação a outro, denominado referencial.


Um corpo é considerado em movimento quando a sua posição varia
ao decorrer do tempo. Consequentemente, esse corpo estará em re-
pouso quando não houver mudança de sua posição no decorrer do
tempo em relação ao referencial adotado. Um referencial, de modo
simplificado, é todo ponto que adotamos como referência para ana-
lisar o movimento dos corpos, no qual podemos atribuir esse ponto
a um corpo ou um local do espaço (ALMEIDA, 2021, p. 21).

Portanto, só podemos determinar se há ou não movimento tomando um outro


corpo como referencial. A ideia de trajetória é a de percurso, o caminho que o
corpo percorre, o trajeto de um corpo. A estrada na qual o carro se movimenta
é a trajetória dele. A trajetória de um corpo caindo é uma reta vertical. Consi-
derando que a trajetória é a linha sobre a qual o corpo se movimenta, considere
que um avião militar que se move horizontalmente, com velocidade constante,
está realizando um treinamento de bombardeio e tem que acertar a bomba em
um alvo localizado no chão, conforme mostra a Figura 2.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

BUM
!

Figura 2 – Trajetória em perspectiva / Fonte: Almeida Junior (2021, p. 120).

Descrição da Imagem: A figura apresenta a trajetória de lançamento de uma bomba a partir de um avião. Nela,
são capturados cinco momentos distintos, revelando a posição do avião e, consequentemente, a posição da
bomba que foi lançada em direção a uma pessoa no solo. A trajetória da bomba é oblíqua, mas em cada uma
das posições retratadas, a bomba encontra-se abaixo do avião. Isso demonstra que, para o piloto, a trajetória da
bomba seria percebida como retilínea.

A visão do piloto, se desconsiderarmos a resistência do ar, é que a bomba sempre


estará na vertical em relação ao avião. Para um observador fixo na Terra, a traje-
tória descrita pela bomba será parabólica. Portanto, temos que, em um mesmo
movimento, quando analisamos por dois referenciais diferentes, encontramos
duas trajetórias também diferentes.

A posição de um corpo que percorre uma trajetória


conhecida

Tomando como base o exemplo do marco quilométrico, podemos concluir que


a posição de um corpo que percorre uma trajetória conhecida pode ser deter-
minada, em cada instante, por uma única medida, sendo, na Física, denominada
espaço ou abscissa (S), que é a distância, medida sobre a trajetória desde a origem
adotada (O) até posição do corpo (P) no instante considerado:

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UN I AS S ELV I

P
O

Figura 3 - Determinação da posição de um corpo que percorre uma trajetória conhecida


Fonte: Andrade (2019, p. 19).

Descrição da Imagem: a imagem exibe duas trajetórias, sendo a superior com uma orientação de cima para
baixo. Nessa trajetória, é identificado um ponto inicial 0 e um ponto final P. Na trajetória inferior, é mostrado o
deslocamento real S entre essas duas posições apresentadas.

Velocidade Escalar Média X Velocidade Escalar Instantânea

À medida que um certo móvel transita de uma posição inicial  S0  para outra
posição  S  , um deslocamento escalar  DS  pode ser atribuído a ele. Para deno-
tar a diferença entre os valores inicial e final, a letra grega  �  “delta maiúsculo”
é usada como símbolo para a variação de uma magnitude. Sendo assim, como a
posição de um móvel é representada por  S  , o termo  DS  significa variação
da posição. Essa relação é matematicamente expressa por:
DS  S  S0

Para designar posições e direções, valores numéricos podem ser atribuídos a eles.
Dependendo dos valores de  S0  e  S  , a variação de espaço de um corpo pode
ser positiva, negativa, ou nula dependendo da orientação escolhida. A variação
positiva significa um deslocamento no sentido positivo da trajetória. Conse-
quentemente, se a variação é negativa, o corpo, efetivamente, movimentou-se
em sentido oposto.
Assim, por exemplo, se uma partícula se move de S0 = 7m para S = 13m , o
deslocamento escalar será DS  S  S0  DS  13m  7m  DS  6m . O re-
sultado positivo indica que o movimento é no sentido positivo e, além disso, teve
uma intensidade de 6 m em relação ao ponto de origem do movimento. Se, em vez

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

disso, a partícula partisse da mesma posição S0 = 7 m para a posição S = 2m , o des-


locamento escalar realizado seria DS  S  S0  DS  2m  7m  DS  5m .
O resultado negativo indica que o movimento é no sentido contrário ao positivo da
trajetória, tendo a intensidade de 5 metros em relação ao ponto de origem. Como
você pode perceber, o deslocamento envolve apenas as posições inicial e final.
Assim, por exemplo, se a partícula partir da posição S0 = 7m e se deslocar até
a posição S = 50m e em seguida retornar para S = 7m , o deslocamento escalar
será nulo, pois, DS  S  S0  DS  7m  7m  DS  0m .
A variação do espaço em um objeto refere-se apenas à distância entre duas
posições ao longo de um caminho específico, medido em momentos específicos.
É importante observar que isso não deve ser confundido com a distância total
percorrida pelo objeto. Para calcular a distância percorrida pelo objeto em um
determinado período de tempo, pode-se adicionar o módulo de deslocamento da
posição inicial à posição final e, em seguida, adicionar o módulo de deslocamento
da posição final de volta à posição inicial. Em outras palavras: d  dida  dvolta .
Define-se a velocidade média  vm  por vm  DS  vm  S  S0 , onde: DS é o
Dt t  t0
deslocamento escalar realizado, dado pela diferença entre a posição  S  e a posi-
ção inicial  S0  ; e Dt é o intervalo de tempo gasto para realizar o deslocamento,
dado pela diferença entre o tempo  t  e o tempo inicial  t0  .
No SI, temos que a unidade de velocidade é m s . No entanto, em muitas
situações cotidianas como, por exemplo, em nossos automóveis, o velocímetro
informa a velocidade em km/h . Vejamos, a seguir, como ocorre o processo de
conversão de unidades.
1km 1000m

1h 3600s
1km 1000m1000
  Simplificando tudo por mil.
1h 3600s 1000
1
1 km h  ms
3, 6
3, 6 km h  1 m s

Generalizando, para transformar uma velocidade expressa em km/h para m/s,


basta dividir o valor por 3,6.
Velocidade média NÃO é média das velocidades.

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Acompanhe o exemplo a seguir:


Um corpo percorre a primeira metade de um percurso de 60 m, mantendo
velocidade constante de 3 m/s, e a segunda metade com velocidade de 15 m/s.
Qual será sua velocidade média no percurso total?
Muitos podem ficar tentados a achar que a velocidade média seria a média
das velocidades, ou seja,
(3  15)
9 m/s
2

Mas isso não é verdade. Vamos aplicar a definição de velocidade escalar média em
cada um dos trechos e determinar os tempos gastos em cada metade do percurso.
Sendo Dt1 = 10 s o tempo gasto para percorrer a primeira metade e Dt2 = 2 s
, então: a velocidade média (V) no percurso total será o quociente do percurso
total de 60 m, pelo tempo total, portanto:
60m 60
v  5 m/s
Dt1  Dt2 12

Concluindo: a não ser em casos particulares, velocidade média não é média


das velocidades.

Velocidade Escalar Instantânea

A velocidade escalar instantânea, ou, simplesmente, velocidade escalar, é a leitura


do velocímetro – ou outro instrumento de medida de velocidade – em cada ins-
tante. No caso de a velocidade escalar ser constante, o valor da velocidade escalar
média coincide com a velocidade escalar instantânea. No caso de ser variável, seu
valor oscila acima e abaixo do valor médio.

Gráfico da Velocidade

As variações de velocidade de um corpo em movimento podem ser representadas


em um gráfico, denominado gráfico da velocidade.
O gráfico da Figura 4 é apenas um exemplo. A velocidade inicial do corpo é 4
m/s, aumenta até atingir o valor 6 m/s, depois, permanece constante por 2 s, dimi-
nui até atingir o valor 2 m/s no instante 8 s e mantém constante esse valor por 3 s.

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Figura 4 - Exemplo de gráfico da velocidade em função do tempo / Fonte: Andrade (2019, p. 23).

Descrição da Imagem: na figura, é exibido um gráfico no qual o eixo y representa a velocidade, medida em metros
por segundo, e o eixo x representa o tempo, medido em segundos. No intervalo de 0 a 2 segundos, o gráfico
é crescente. Entre 2 e 4 segundos, o gráfico se mantém constante. De 4 a 8 segundos, o gráfico apresenta um
decréscimo linear. Por fim, entre 8 e 10 segundos, a velocidade se mantém constante.

Com um pouco de cálculo, podemos determinar o deslocamento do corpo no


intervalo 0 a 11 s e a velocidade média nesse intervalo de tempo. A área sob o
gráfico é o deslocamento do corpo no intervalo de tempo considerado.
O deslocamento total, ou seja, no intervalo 0 a 11s será:
DS  DS1  DS2  DS3  DS4
DS  10m  12m  16m  6m
DS  44 m

A velocidade média, que está representada na Figura 9, será:


DS 44
vm
= = = 4m / s
Dt 11

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Figura 5 - Velocidade média no intervalo 0 a 11 s / Fonte: Andrade (2019, p. 25).

Descrição da Imagem: na figura, é exibido um gráfico no qual o eixo y representa a velocidade, medida em metros
por segundo, e o eixo x representa o tempo, medido em segundos. No intervalo de 0 a 2 segundos, o gráfico
é crescente. Entre 2 e 4 segundos, o gráfico se mantém constante. De 4 a 8 segundos, o gráfico apresenta um
decréscimo linear. Por fim, entre 8 e 10 segundos, a velocidade se mantém constante. A velocidade média é de
4 m/s e se mantém constante durante todo o movimento.

Conceito de aceleração escalar

A aceleração escalar é a taxa de variação da velocidade escalar. Para movimentos


ao longo de uma trajetória retilínea, a aceleração média  am  em um intervalo
de tempo Dt é dada por:
Dv v  v0
am   am 
Dt t  t0

A unidade de velocidade é m/s. Logo, a unidade de aceleração será


m/s
= m / s²
s

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

Observe que v pode ser maior ou menor que v0 . No primeiro caso, ∆V será
positivo, e no segundo caso, será negativo. A conclusão é que se v > v0 , a ace-
leração será positiva. No caso de v menor que v0 , a aceleração será negativa.
Há inúmeras maneiras de um corpo se movimentar. Pense nas diferentes
trajetórias que ele pode percorrer. A trajetória de um corpo abandonado de uma
certa altura é uma reta, mas se lançado com uma certa velocidade pode ser uma
curva. As trajetórias dos planetas, que são denominadas órbitas, são elípticas, a
trajetória de um veículo é sua estrada, que pode ser retilínea ou cheia de curvas.
Agora, pense nas diferentes maneiras de um corpo percorrer uma trajetória. Pode
ser com velocidade constante, crescente, decrescente e assim por diante. Pense em
quantas diferentes maneiras uma bola se movimenta durante um jogo de futebol,
ou no movimento de um corpo oscilando preso a uma mola.
Contudo, tem de haver um começo, e começamos por dois tipos de movi-
mento: o uniforme, que tem velocidade constante, e o uniformemente variado,
que tem aceleração escalar constante.
Um corpo em MRU seguirá uma trajetória retilínea, movendo-se com ve-
locidade constante em relação a um ponto de referência específico, sem sofrer
aceleração. Além disso, como a velocidade média permanece constante, segue-se
que o móvel percorre distâncias iguais em medidas de tempo iguais.

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

Quando a velocidade escalar de um corpo é constante, seu movimento é


chamado uniforme. Um carro percorrendo uma estrada, mantendo a indicação
do seu velocímetro, está em movimento uniforme. Uma trajetória está orientada
quando se escolhe, arbitrariamente, um sentido positivo. Como consequência,
a velocidade do corpo que a percorre será positiva ou negativa, dependendo do
sentido do movimento ser a favor ou contra a orientação da trajetória.

Um móvel em MRU pode ter o seu movimento classificado como progressivo


ou retrógrado. Por convenção, um movimento será progressivo quando possuir
velocidade positiva  v  0  , o que indica que estará se deslocando no mesmo
sentido da orientação da trajetória. Por outro lado, um movimento de um móvel
será retrógrado quando sua velocidade for negativa  v  0  , caracterizando um
deslocamento em sentido oposto ao da orientação da trajetória.

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UN I AS S ELV I

Ainda em posse da Equação da Velocidade Média, é possível determinarmos


uma função horária que descreve a variação da posição de um móvel em MRU ao
longo do tempo. Empregamos a palavra função com o mesmo significado utiliza-
do pelos matemáticos. Dizemos que y é função de x quando a cada y correspon-
der um único x. Claro que, se um corpo percorre uma trajetória, o valor de cada
instante (t) só pode corresponder um único valor de S, ou seja, S é função de t.
Se um corpo percorre uma trajetória qualquer em movimento uniforme com
uma velocidade V e passa por um ponto de espaço inicial S0, no instante 0, e
passa por um ponto de S em um instante t qualquer, aplicando-se a definição de
velocidade escalar média no intervalo 0 a t vem, podemos escrever:
DS S  S0 S  S0 S  S0
vm  v v v  v  t  S  S0  S  S0  v  t
Dt t  t0 t 0 t

Assim, temos que essa função representa a variação da posição de um móvel


em MRU ao decorrer do tempo. Onde:  S  é a posição no tempo  t  ;  S0  é a
posição inicial;  v  é a velocidade do móvel;  t  é o instante de tempo após o
início do movimento.

Gráfico dos Espaços do Movimento Uniforme

Como a equação dos espaços do movimento uniforme é uma função do primeiro


grau, o gráfico de S em função de t é uma reta. Dependendo do sinal da veloci-
dade, ou seja, dependendo do sentido do movimento, a reta pode ser ascendente
ou descendente, como mostrado nas figuras que se seguem:

Figura 6 - Gráfico do espaço (S) em função do tempo para o caso do movimento uniforme.
Fonte: Andrade (2019, p. 44).

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

Descrição da Imagem: A figura exibe dois gráficos nos quais o eixo y representa a posição (s) em função do
tempo (t), representado no eixo x. No primeiro gráfico, são apresentadas duas curvas que representam a velo-
cidade positiva, ou seja, são retas crescentes. No segundo gráfico, são mostradas duas retas decrescentes para
representar a velocidade negativa.

Observe que a velocidade de um corpo em movimento uniforme pode ser obtida


a partir do gráfico do espaço de S em função de t. Escolhendo arbitrariamente
dois pontos da reta, e construindo o triângulo da figura, obtemos a velocidade
do movimento pela expressão V = ∆S/∆t;

Figura 7 - Obtendo a velocidade de um corpo em movimento uniforme a partir do gráfico dos espaços
Fonte: Andrade (2019, p. 45).

Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico no qual a posição (s) está no eixo y em função do tempo
(t) no eixo x. O gráfico é uma reta linear crescente. Em relação a um delta s e um delta t apresentados, é possível
observar uma área.

Movimento Uniformemente Variado

Se um carro A, partindo do repouso, gasta 10 s para atingir a velocidade de


100 km/h, enquanto um carro B gasta 12,5 s para apresentar a mesma variação
de velocidade, dizemos, em linguagem comum, que o carro A apresenta maior
arrancada que o B. Podemos testar vários carros, todos partindo do repouso,

2
2
UN I AS S ELV I

e medir o tempo que cada um leva para atingir determinada


velocidade (100 km/h, por exemplo). Quanto menor o tempo
gasto para atingir a velocidade escolhida, maior a arrancada.
O mesmo se pode dizer das freadas. Se dois carros, à mesma
velocidade, são freados, dizemos que aquele que para em menos
tempo apresenta freada mais brusca.
Podemos resumir o que foi explicado dizendo que dois fa-
tores são importantes para o estudo de arrancadas e freadas: a
variação da velocidade e o tempo. Daí a importância da ace-
leração. Como vimos, a aceleração é o quociente da variação
de velocidade pelo tempo gasto para haver essa variação. Logo,
quanto maior a aceleração em módulo, maior a arrancada ou
a freada.
Há um caso particular de movimento que tem especial impor-
tância. Trata-se do movimento em que a aceleração é constante.
Quando um movimento apresenta aceleração escalar
constante, é denominado movimento uniformemente variado
(MUV).
Um importante caso de movimento uniformemente variado
é a queda livre. Experimentalmente, verifica-se que um corpo
abandonado de determinada altura h, em tais condições que a
resistência do ar pode ser desprezada, adquire uma aceleração
constante, denominada aceleração da gravidade (g), que vale
aproximadamente 9,8 m / s ² .

Equação da Velocidade do MUV

Vamos determinar uma expressão, denominada equação da


velocidade, que permite determinar a velocidade de um corpo
em movimento uniformemente variado em função do tempo.
Chamando de v0 a velocidade escalar no instante t = 0 e de
V a velocidade no instante t, podemos escrever, lembrando a
definição de aceleração escalar:
Dv v  v0
am   am 
Dt t  t0

2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

Gráficos da Velocidade de um Movimento Uniformemente Variado


Como a equação da velocidade em função do tempo do movimento unifor-
memente variado é uma função do primeiro grau, o gráfico de V em função de
t é uma reta. Como exemplo, vamos determinar a equação da velocidade dos
movimentos correspondentes aos gráficos a seguir
Observe que a velocidade é crescente em um dos casos (Figura 8a) e decres-
cente no outro (Figura 8b).

Figura 8 - a) Gráfico da velocidade em função do tempo: movimento uniformemente variado acelerado. b)


Gráfico da velocidade em função do tempo: movimento uniformemente variado retardado.
Fonte: Andrade (2019, p. 50).

Descrição da Imagem: no lado A da figura, é mostrada uma reta crescente que representa um gráfico de velocida-
de em função do tempo. Entre os trechos de 2 a 4 segundos, a velocidade varia de 15 a 25, com uma velocidade
constante de 20. Nessa região, é possível calcular uma área. No lado B da figura, é exibido um gráfico decrescente
da velocidade em função do tempo. Por meio das intersecções dos tempos de 1 e 4 segundos, é determinado o
deslocamento e a velocidade, que variam de 4 a 16 metros por segundo.

Na Figura 8a, tomamos dois pontos quaisquer, em que:


Dv v  v0
a 
Dt t  t0
25  15
a  5m / s ²
42
v  5  5t (t em s e v em m / s )

2
2
UN I AS S ELV I

Na Figura 8b, tomamos novamente dois pontos quaisquer, neste caso:


Dv v  v0
a 
Dt t  t0
4  16
a  4 m / s ²
4 1
v  30  4t (t em s e v em m / s )
A questão é encontrar uma expressão matemática que permita determinar a
posição de um corpo que percorre uma trajetória qualquer em movimento uni-
formemente variado, com velocidade inicial V0 e aceleração escalar a. Lembre-se
de que a posição de um corpo que percorre uma trajetória qualquer é dada pelo
espaço, que é a distância, medida sobre a trajetória, desde a origem (O) até a
posição do corpo no instante considerado (P).
Vamos imaginar um corpo passando pelo ponto P0 no instante t = 0 com
velocidade V0 e percorre uma trajetória retilínea em movimento uniformemente
variado com aceleração a. O problema é obter a posição ocupada pelo corpo em
um instante t qualquer.

Figura 9 - Corpo percorre uma trajetória retilínea em movimento uniformemente variado com aceleração
a. / Fonte: Andrade (2019, p. 52).

Descrição da Imagem: a figura apresenta três linhas horizontais orientadas para a direita, indicando uma posi-
ção zero, um ponto P0 e um ponto P. A partir dessa posição inicial, o deslocamento Delta s é representado pela
equação horária do movimento uniformemente variado.

Supondo que a velocidade V0 e a aceleração do movimento sejam positivas, o


gráfico da velocidade em função do tempo desse movimento é o que se segue. A
velocidade no instante t é dada pela expressão V = V0 + at

2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

Figura 10 - Gráfico da velocidade em função do tempo do movimento descrito na Figura 7


Fonte: Andrade (2019, p. 52).

Descrição da Imagem: A figura exibe um gráfico da velocidade em função do tempo (t), onde a área sob a curva
representa o deslocamento (Δs).

A Figura supracitada apresenta o gráfico  v  t  dessa situação apresentada e a


área abaixo dessa curva nos mostra que:
N
DS  ` rea

 DS 
N  v  v0   t
2
Como v  v0  a  t
 v0  a  t   v0   t
 DS  
2

 DS 
 2  v0  a  t   t
2
2  v0  t a  t 2
 DS  
2 2
a  t2
 DS  v0  t 
2
Como DS  S  S0 , logo:
a  t2
S  S0  v0  t 
2
a  t2
 S  S0  v0  t 
2

2
2
UN I AS S ELV I

a  t2
Note que a equação S  S 0  v0  t  é uma função do 2º grau. Assim, o
2
gráfico ( S × t ) será uma parábola. Se  a  0  , a concavidade será voltada para
cima. Se  a  0  , a concavidade será voltada para baixo.
A equação da velocidade permite determinar a velocidade de um corpo em
função do tempo. Muitas vezes, interessa determinar a velocidade em uma determi-
nada posição. Essa é a finalidade da equação de Torricelli. Para isso, vamos retomar
o gráfico da velocidade em função do tempo, lembrando que, se V at 0 , então:
v  v0
t
a

Vamos retomar o gráfico da velocidade em função do tempo, levando em conta


a expressão anterior.

Figura 12 - Gráfico da velocidade em função do tempo do movimento descrito na Figura 7


Fonte: Andrade (2019, p. 53).

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico da velocidade em função do tempo (t), onde a área sob a curva
representa o deslocamento (Δs). A partir da área, é possível determinar que o tempo pode ser calculado pela
diferença entre a velocidade final e a velocidade inicial, dividida pela aceleração.

1
Portanto, lembrando que a área do trapézio é ( B + b).h , sendo B a base maior,
2
b a base menor e h a altura, teremos para o trapézio:

2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 1

1 v  v0
DS  (v0  v).
2 a
Realizando as devidas transformações algébricas, chegamos à expressão procurada:

v2  v02  2  a DS

Veja um exemplo de aplicação da equação de Torricelli: um veículo percorre


uma trajetória retilínea com velocidade 20 m/s, quando, diante de um perigo
iminente, os freios são acionados fazendo com que o veículo pare após percorrer
uma distância de 40 m. Nessas condições, a suposta aceleração do carro constante
será, de acordo com a equação de Torricelli:
v2  v02  2  a DS

Na expressão anterior:
v0 = 20m / s (dado); ∆S = 40 m (distância até parar) Velocidade no instante
em que o veículo para v = 0 :
0  400  2.a.40

Logo: , sendo que o sinal negativo indica que a velocidade é


decrescente durante a frenagem.

E M FO CO

Confira agora o Video sobre o tema de sua disciplina

NOVOS DESAFIOS
Os princípios do movimento retilíneo uniforme e do movimento uniforme-
mente variado encontram conexões significativas com a teoria e prática de um
futuro agrônomo, especialmente quando consideramos o mercado de traba-
lho e suas perspectivas. No campo agrícola, é essencial compreender e aplicar

3
3
UN I AS S ELV I

conceitos como velocidade média, aceleração e tempo para otimizar processos


e obter resultados eficientes. A teoria do movimento retilíneo uniforme, que
descreve um movimento com velocidade constante, pode ser comparada à
necessidade de monitorar e controlar fatores estáveis e constantes na produ-
ção agrícola. Um agrônomo precisa compreender os ciclos de crescimento das
plantas, a fim de planejar e implementar práticas agrícolas adequadas, manten-
do uma produtividade estável.
Por outro lado, a teoria do movimento uniformemente variado, que descreve
um movimento com aceleração constante, encontra paralelos na realidade do
agrônomo. Nesse caso, a aceleração pode ser relacionada às mudanças de cenário
e desafios enfrentados no setor agrícola, como a adoção de novas tecnologias,
demandas do mercado e questões ambientais. Assim como um corpo em movi-
mento uniformemente variado requer adaptação contínua, o agrônomo precisa
estar preparado para se adaptar às mudanças e desenvolver soluções inovadoras
que atendam às demandas do mercado agrícola.
O mercado de trabalho para os agrônomos apresenta perspectivas promisso-
ras, impulsionadas pelo crescimento da demanda global por alimentos, o desen-
volvimento sustentável e a busca por soluções eficientes na produção agrícola. A
compreensão dos princípios do movimento, tanto no retilíneo uniforme quanto
no uniformemente variado, permite ao agrônomo aplicar conceitos científicos e
técnicos na prática diária, contribuindo para a melhoria dos processos agrícolas
e a maximização da produção.
Além disso, a habilidade de analisar e interpretar dados obtidos por meio de
medições e experimentos, utilizando conceitos de unidades de medida e conver-
sões, é fundamental para o agrônomo. Essa capacidade permite o monitoramento
eficiente das variáveis ​​agronômicas, como umidade do solo, temperatura e pH,
garantindo uma gestão adequada dos recursos naturais e a tomada de decisões
embasadas em dados sólidos.
Portanto, a compreensão e aplicação dos princípios do movimento retilíneo
uniforme e uniformemente variado estão diretamente relacionadas ao sucesso e
às perspectivas do agrônomo no mercado de trabalho. Dominar esses conceitos,
aliados ao conhecimento específico da área agrícola, permitirá que os agrônomos
atendam às demandas do setor, promovendo a sustentabilidade, o aumento da
produtividade e o desenvolvimento agrícola de forma eficiente e inovadora.

3
3
VAMOS PRATICAR

1. A elaboração dos mapas mentais é algo pessoal e vai ser único para cada um, sendo
ferramentas muito utilizadas para sintetizar os conceitos e torná-los representativos
visualmente, exigindo um exercício do pensamento crítico.

Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar, 2019.

Elabore um mapa mental, utilizando uma plataforma digital ou folha de sulfite, a respeito
dos principais conceitos relacionados à Cinemática da Física.

2. Existem diversas variáveis que afetam o movimento de um corpo, como a posição


inicial, a velocidade inicial e o valor de sua aceleração. Uma partícula parte do repouso
e, após percorrer 500 metros, atinge a velocidade de 20 m/s, por descrever um movi-
mento uniformemente variado.

Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar, 2019.

Diante das características desse tipo de movimento, podemos afirmar que o gráfico que
melhor representa esse movimento é:

a)

b)

3
3
VAMOS PRATICAR

c)

d)

e)

3. Um móvel em MRU pode ter o seu movimento classificado como progressivo ou retró-
grado. Por convenção, um movimento será progressivo quando o móvel estiver se des-
locando no mesmo sentido da orientação da trajetória. Por outro lado, um movimento
de um móvel será retrógrado quando seu deslocamento ocorrer em sentido oposto ao
da orientação da trajetória.

Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar, 2019.

3
3
VAMOS PRATICAR

Um móvel descreve um movimento, segundo um referencial inercial, cuja equação ho-


rária da posição, com dados no SI, é x = –2 + 5.t. Com esse contexto, avalie as premissas
a seguir:

I - O Movimento é uniformemente acelerado.


II - O Movimento é uniforme e progressivo.
III - A velocidade desse movimento é de 5 m/s.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

4. Em uma experiência realizada em um laboratório de uma escola, um carrinho foi aban-


donado do repouso. Ele desce uma pista inclinada, a qual foi adaptada uma régua
graduada em cm, e a posição do carrinho é mostrada a cada 0,2 s.

Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar,


2019.

Com relação à velocidade média, calculadas para cada intervalo de 0,2 segundos, desse
carrinho, podemos afirmar que:

3
3
VAMOS PRATICAR

a) É constante.
b) É decrescente.
c) É crescente e, no intervalo de 0,4 s a 0,6 s, vale 20 m/s.
d) É crescente e, no intervalo de 0,4 s a 0,6 s, vale 2,0 m/s.
e) É crescente e, no intervalo de 0,4 s a 0,6 s, vale 12 cm/s.

5. No Brasil, o Sistema Internacional de Unidades foi instaurado pela Portaria nº 27, de


29 de agosto de 1962 e, a partir de 1995, foi segregado em duas classes: unidades de
base e unidades derivadas. As unidades de base do Sistema Internacional de Unida-
des são: comprimento, massa, tempo, intensidade da corrente elétrica, temperatura,
intensidade luminosa e quantidade de matéria.

As unidades dessas grandezas são, respectivamente:

a) Metro, grama, segundo, volt, graus celsius, watt e mol.


b) Quilômetro, grama, hora, volt, kelvin, candela e mol.
c) Metro, quilograma, hora, ampère, grau fahrenheit, candela e átomo.
d) Metro, quilograma, segundo, ampère, kelvin, candela e mol.
e) Quilômetro, quilograma, segundo, volt, kelvin, candela e mol.

6. Há inúmeras maneiras de um corpo se movimentar. Pense nas diferentes trajetórias


que ele pode percorrer. A trajetória de um corpo abandonado de uma certa altura é
uma reta, mas se lançado com uma certa velocidade pode ser uma curva. As trajetórias
dos planetas, que são denominadas órbitas, são elípticas, a trajetória de um veículo
é sua estrada, que pode ser retilínea ou cheia de curvas. Agora, pense nas diferentes
maneiras de um corpo percorrer uma trajetória. Pode ser com velocidade constante,
crescente, decrescente e assim por diante.

No contexto do Movimento Retilíneo Uniforme, avalie as premissas a seguir:

I - A velocidade é constante e a aceleração é nula.


II - A velocidade é variável e a aceleração é constante.
III - A velocidade e a aceleração são constantes.
IV - A velocidade e a aceleração são constantes.

É correto o que se afirma em:

3
3
VAMOS PRATICAR

a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

7. A Física é dividida em duas grandes vertentes, a clássica e a moderna. A Física clássica


compreende a agregação de conhecimentos sistematizados até o final do século XIX.
Ela é o foco desta disciplina e subdivide-se em: mecânica clássica, termologia, óptica,
ondulatória e eletromagnetismo. Já a Física moderna abrange as teorias idealizadas a
partir do início do século XX, como a relatividade e a mecânica quântica.

A Cinemática é uma subárea da Mecânica Clássica. A respeito de suas características,


avalie as premissas a seguir:

I - A cinemática estuda o movimento dos corpos sem se preocupar com as causas que
o geram.
II - A cinemática está relacionada apenas ao estudo do movimento em linha reta.
III - IA cinemática envolve o estudo das grandezas físicas como posição, velocidade e
aceleração.
IV - A cinemática é uma área da física que se concentra exclusivamente no estudo das
forças.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) I e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

8. A ideia de trajetória é a de percurso, o caminho que o corpo percorre, o trajeto de um


corpo. A estrada na qual o carro se movimenta é a trajetória dele, e um outro exemplo
é que a trajetória de um corpo caindo será uma reta vertical.

Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação pro-
posta entre elas:

I - A trajetória de um objeto em movimento sempre será uma linha reta.

3
3
VAMOS PRATICAR

PORQUE

II - A trajetória é a linha descrita por um objeto em movimento no espaço.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.

9. Um móvel em MRU pode ter o seu movimento classificado como progressivo ou retró-
grado. Por convenção, um movimento será progressivo quando possuir velocidade po-
 
sitiva v  0 , o que indica que estará se deslocando no mesmo sentido da orientação
da trajetória. Por outro lado, um movimento de um móvel será retrógrado quando sua
 
velocidade for negativa v  0 , caracterizando um deslocamento em sentido oposto
ao da orientação da trajetória.

A respeito do Movimento Progressivo e do Movimento Retrógrado, avalie as premissas


a seguir:

I - No Movimento Progressivo, o objeto se desloca na mesma direção do eixo de refe-


rência.
II - No Movimento Progressivo, o objeto se desloca na direção oposta ao eixo de refe-
rência.
III - No Movimento Retrógrado, o objeto se desloca na mesma direção do eixo de refe-
rência.
IV - No Movimento Retrógrado, o objeto se desloca na direção oposta ao eixo de referência.

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

10. Uma equação de suma importância para o estudo do Movimento Retilíneo Uniforme-
mente Variado (MRUV), foi idealizada pelo renomado matemático italiano Evangelista

3
3
VAMOS PRATICAR

Torricelli, que conseguiu eliminar a grandeza tempo que aparecia em todas as equações
do MRUV. Isso é possível quando se relacionam as equações horárias da velocidade e
do deslocamento.

A respeito dessa equação, avalie as premissas a seguir:


A Equação de Torricelli relaciona a velocidade final de um objeto em movimento com sua
aceleração e deslocamento.
A Equação de Torricelli relaciona a velocidade média de um objeto em movimento com sua
aceleração e tempo.
A Equação de Torricelli relaciona a velocidade final de um objeto em movimento com sua
aceleração e tempo.
A Equação de Torricelli relaciona a velocidade média de um objeto em movimento com sua
aceleração e deslocamento.
É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) I e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

3
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA JUNIOR, E. R. B. Física aplicada à Biologia. 1. ed. Maringá: Editora Unicesumar,


2021.
ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar, 2019.
ARCHANJO, E. M. J. et al. Livro de Teoria e Atividades: Matemática, Ciências da Natureza e
suas Tecnologias (Ensino Médio). Ribeirão Preto: Pearson Education do Brasil, 2015.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica.
São Paulo: Cengage Larning, 2012.
TIPLER, P. A. Física Conceitual. Bookman; Porto Alegre: LTC, 2016.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e
Ondas, Termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.

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GABARITO

GABARITO

1. Exemplo de Mapa Mental

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/745556913302233953/. Acesso em: 15 jun. 2023.

2. D.

A alternativa A está incorreta, pois:


A alternativa B e C estão incorretas, pois, no MUV, o gráfico é uma parábola e, como a
aceleração é positiva, a concavidade deve ser voltada para cima.
A alternativa D está correta, pois:
A alternativa E é incorreta, pois a aceleração é positiva, portanto, o gráfico é crescente.

3. D.

O movimento é retilíneo e uniforme, por ter sua função horária descrita por:
Ao comparar essa equação com a dada pelo exercício, temos que velocidade é de 5 m/s,
caracterizando um movimento progressivo por ter v>0.

4. D. A velocidade é crescente por ter a mesma direção que o sentido positivo da régua. No
instante 0,4s, o carrinho está na posição 32 cm e, no instante 0,6 s, está na posição 72

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GABARITO

cm. Com isso, nesse intervalo, a distância é de 40 cm que, ao dividir por 100, equivale à
0,4 m. Como a velocidade média é a divisão da distância pelo intervalo de tempo gasto
para percorrê-la, temos que a velocidade média será 0,4 dividido por 0,2, o que resulta
em 2 m/s.

5. D. No Brasil, o Sistema Internacional de Unidades foi instaurado pela Portaria nº 27, de


29 de agosto de 1962 e, a partir de 1995, foi segregado em duas classes: unidades de
base e unidades derivadas. As grandezas de base do SI e suas respectivas unidades são:
comprimento (metro – m), massa (quilograma – kg), tempo (segundo – s), intensidade da
corrente elétrica (ampère – A), temperatura (kelvin – K), intensidade luminosa (candela
– cd) e quantidade de matéria (mol – mol).

6. A. A premissa I é verdadeira, pois, no Movimento Retilíneo Uniforme (MRU), a velocidade é


constante ao longo do tempo, o que significa que a magnitude e a direção da velocidade
não mudam. Já a aceleração, que é a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo,
é nula. Isso indica que não há mudança na velocidade ao longo do movimento, ou seja,
não há aceleração. As demais opções estão incorretas:

II. A velocidade é variável e a aceleração é constante: essa afirmação não é válida para o
MRU, pois a velocidade é constante e não varia. Além disso, a aceleração é nula no MRU,
e não constante.

III. A velocidade e a aceleração são constantes: essa afirmação também é incorreta, pois
a velocidade é constante, mas a aceleração é nula. No MRU, a velocidade não muda, mas
a aceleração é zero.

IV. A velocidade e a aceleração são variáveis: essa opção também é incorreta, pois no
MRU a velocidade é constante e a aceleração é nula. Não há variação nem na velocidade
nem na aceleração nesse tipo de movimento.

7. B. As premissas corretas são I e III, pois a cinemática é um ramo da física que se dedica
ao estudo do movimento dos corpos, sem levar em consideração as causas que o geram,
como forças e interações. A posição é a localização do corpo no espaço, a velocidade é
a taxa de variação da posição com o tempo e a aceleração é a taxa de variação da velo-
cidade com o tempo. Portanto, a premissa III também está correta.

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GABARITO

Por outro lado, as premissas II e IV estão incorretas. A cinemática não se limita ao estudo
do movimento em linha reta, abrangendo também o movimento em curvas e em diferentes
direções. Além disso, a cinemática não se concentra no estudo das forças, mas sim nas
grandezas físicas relacionadas ao movimento.

8. D. A premissa II afirma que a trajetória é a linha descrita por um objeto em movimento


no espaço. Essa afirmação está correta, pois a trajetória é o caminho percorrido por um
objeto em movimento. Ela descreve a posição do objeto em diferentes momentos ao
longo do tempo. No entanto, a premissa I afirma que a trajetória de um objeto em mo-
vimento sempre será uma linha reta. Essa afirmação está incorreta. A trajetória de um
objeto em movimento pode ser uma linha reta em alguns casos, mas também pode ser
curva, circular, elíptica ou até mesmo aleatória, dependendo das forças atuantes sobre
o objeto e das condições do movimento.

9. A. As premissas corretas são I e IV. No Movimento Progressivo, o objeto se desloca na


mesma direção do eixo de referência. Isso significa que o objeto se move na direção em
que o eixo de referência está apontando. Por outro lado, no Movimento Retrógrado, o
objeto se desloca na direção oposta ao eixo de referência. Nesse caso, o objeto se move
em sentido contrário à direção em que o eixo de referência está apontando. As premissas
II e III estão incorretas, pois trocam as características do Movimento Progressivo e do
Movimento Retrógrado.

10. B. As premissas corretas são a I e III. A Equação de Torricelli é uma fórmula utilizada para
relacionar a velocidade final de um objeto em movimento com sua aceleração, desloca-
mento (espaço percorrido) e tempo. Além disso, a equação também pode ser utilizada
para relacionar a velocidade final do objeto com sua aceleração e tempo. Isso significa
que é possível determinar a velocidade final de um objeto em movimento conhecendo
a aceleração que atua sobre ele e o tempo que ele leva para percorrer determinada dis-
tância. As premissas II e IV estão incorretas, pois a Equação de Torricelli não relaciona a
velocidade média, mas sim a velocidade final do objeto em movimento.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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4
TEMA DE APRENDIZAGEM 2

FORÇAS E O PRINCÍPIO
FUNDAMENTAL DA DINÂMICA
PARA O MOVIMENTO RETILÍNEO

MINHAS METAS

Compreender as grandezas escalares, as vetoriais e suas notações.

Conceituar força e seus processos de medida.

Diferenciar peso e massa e discutir seus processos de medida.

Operacionalizar o conceito e o método de obtenção da resultante das


forças que agem em um corpo.

Discutir o Princípio da Inércia.

Refletir o Princípio Fundamental da Dinâmica para o movimento retilíneo.

4
4
UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Imagine que um grupo de estudantes realiza um projeto de física em que devem
construir um carrinho de rolimã. No entanto, eles enfrentam um desafio: o car-
rinho não alcança a velocidade desejada para vencer uma rampa inclinada. Eles
precisam compreender quais forças estão atuando no carrinho e como aplicar o
Princípio Fundamental da Dinâmica para solucionar esse problema.
A resolução dessa problemática é de extrema importância, pois permite aos
estudantes compreenderem como as forças influenciam no movimento dos corpos
e como o Princípio Fundamental da Dinâmica pode ser aplicado na prática. Essa
compreensão é fundamental para a construção de um conhecimento sólido em
física e para a capacidade de resolver problemas reais relacionados ao movimento.
Para ajudar os estudantes a identificarem caminhos para resolver o proble-
ma do carrinho de rolimã, é possível propor situações práticas. Por exemplo,
eles podem realizar experimentos variando a inclinação da rampa, a massa do
carrinho e a força aplicada para impulsioná-lo. Ao observarem as mudanças no
movimento do carrinho, poderão identificar as forças atuantes e como ajustar as
variáveis para alcançar a velocidade desejada.
Ao explorarem as situações práticas e experimentarem diferentes abordagens
para resolver o problema do carrinho de rolimã, os estudantes podem refletir
sobre a importância do Princípio Fundamental da Dinâmica. Eles podem ques-
tionar como a força resultante varia de acordo com as diferentes condições e
como a massa do objeto afeta seu movimento. Além disso, podem refletir sobre
a aplicação desses conceitos em outras situações do cotidiano, percebendo a re-
levância da física no entendimento do mundo ao seu redor.
A resolução da problemática do carrinho de rolimã proporciona aos estudan-
tes uma compreensão mais profunda sobre as forças e o Princípio Fundamental
da Dinâmica no movimento retilíneo. Através da experimentação e da reflexão,
eles são capazes de identificar os fatores que influenciam no desempenho do
carrinho e encontrar soluções para otimizar seu movimento. Essa vivência prá-
tica e reflexiva contribui para o desenvolvimento de habilidades de resolução de
problemas e consolidação dos conceitos físicos estudados.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Você já se perguntou como as forças atuam em nosso cotidi-


ano? E o que sabemos sobre a vida e as contribuições de Isaac
Newton, um dos maiores cientistas da história? Descubra tudo
isso e muito mais no nosso novo podcast! Acompanhe-nos
e mergulhe na fascinante vida de Newton, explorando como
suas descobertas revolucionaram a Física e nos ajudam a
compreender as forças presentes em nosso mundo. Pre-
pare-se para se surpreender com o poder das forças no seu
dia a dia. Não perca tempo, ouça agora mesmo o podcast so-
bre a vida de Isaac Newton e as forças no cotidiano. Vai ser
uma verdadeira viagem pelo universo da ciência!

VAMOS RECORDAR?
Gostaríamos de convidá-lo a assistir a um vídeo fascinante sobre o movimento
retilíneo uniforme (MRU). Nesse conteúdo, você terá a oportunidade de apro-
fundar seus conhecimentos sobre esse tipo de
movimento, que é fundamental para entender
as bases da física e suas aplicações no mundo
real. Durante o vídeo, serão abordados concei-
tos como velocidade constante, trajetória reta
e ausência de aceleração. Além disso, serão
apresentados exemplos práticos e situações do
cotidiano em que o MRU está presente, para que
você possa relacionar o conteúdo com o seu dia
a dia. Não perca essa chance de ampliar seu entendimento sobre o movimento
retilíneo uniforme e suas características. Assista ao vídeo e venha explorar esse
fascinante campo da física conosco!

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

CONCEITO E MEDIDA DE FORÇAS

O movimento de um corpo é influenciado pelos corpos à sua volta. Por exemplo,


o movimento de um carro freando é influenciado pelas condições da pista. A
trajetória da bola de bilhar se altera quando ela se choca com a borda da mesa.
A influência de um corpo sobre outro tanto pode ser tanto no sentido de ajudar
o movimento como de opor-se a ele ou, até mesmo, de impedi-lo. Em qualquer
um desses casos, dizemos que um corpo age sobre o outro ou, na linguagem da
Física, um corpo aplica uma força sobre o outro.
Entretanto, ao descrever uma força, ou seja, a ação de um corpo sobre outro,
não basta dizer o quanto, temos de dizer para onde. A ação de um corpo sobre ou-
tro pode ser, por exemplo, empurrá-lo horizontalmente ou levantá-lo. Portanto,
para descrever a força e inúmeras outras grandezas da Física, foi necessária a cria-
ção de uma outra classe de grandezas físicas, denominadas grandezas vetoriais.

Grandezas Escalares e Vetoriais

Há grandezas, denominadas escalares, que ficam determinadas quando se conhece


a sua intensidade, que é um número acompanhado de uma unidade. Informal-
mente, podemos dizer que uma grandeza escalar fica determinada quando se sabe
quanto ela vale. Tempo e volume são exemplos de grandezas escalares. Outras
grandezas, denominadas vetoriais, exigem para sua determinação, além do quanto,
uma orientação espacial, que é dada pela direção e pelo sentido. Um exemplo de
grandeza vetorial é o deslocamento. Sabendo-se que um corpo está na posição A e
se desloca 10 m, não temos dados suficientes para determinar a posição final. Para
isso, precisaríamos saber, além do quanto, para onde o corpo se desloca.

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Figura 1 - Deslocamento é uma grandeza vetorial / Fonte: Andrade (2019, p. 67).

Descrição da Imagem: a figura exibe um trapézio rosa que representa o plano do chão. No canto inferior do
lado esquerdo, há um personagem A, situado a uma distância de 10 unidades horizontalmente. À direita de A,
há um personagem B, localizado a uma distância de 10 unidades diagonalmente para cima e para a direita. Essas
distâncias são representadas por setas vermelhas, e acima delas, encontra-se o número 10.

Uma reta define uma direção. Qualquer reta paralela a ela possui a mesma di-
reção. Logo, um feixe de retas paralelas apresenta uma única direção. A cada
direção correspondem dois possíveis sentidos. Por exemplo, podemos percorrer
uma reta vertical em dois sentidos: para cima ou para baixo:

Figura 2 - Direção e sentido. (A) Um feixe de retas paralelas apresenta uma mesma direção. (B) A cada
direção correspondem dois sentidos / Fonte: Andrade (2019, p. 67).

Descrição da Imagem: na parte A da figura, são exibidas seis retas paralelas sem orientação específica, com
direção diagonal para a direita e para cima. Já na parte B, são mostradas duas semirretas que também seguem
uma direção diagonal, sendo uma com sentido para a direita e para cima, e a outra com sentido para a esquerda
e para baixo.

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Uma grandeza vetorial fica determinada pela intensidade, que é um número po-
sitivo, acompanhado de uma unidade, e por uma orientação espacial, que é dada
pela direção e pelo sentido. Por exemplo, se dissermos que um corpo que está em
um ponto A se desloca 10 m para o Norte, seu deslocamento está determinado.

Figura 3 - Deslocamento é uma grandeza vetorial / Fonte: Andrade (2019, p. 68).

Descrição da Imagem: a figura exibe a Rosa dos Ventos, com todas as suas orientações geográficas. À esquerda,
há uma semirreta que parte de um ponto A, com direção vertical e sentido ascendente, até um ponto B, cuja
distância é de 10 unidades.

Notação de Grandezas Vetoriais

Podemos representar grandezas escalares por letras arbitrariamente escolhidas.


Em qualquer um desses casos, a letra representa um número acompanhado de
unidade. Para distinguir as grandezas vetoriais das escalares, foi proposto que
grandezas vetoriais fossem representadas por uma letra qualquer, grega ou latina,
maiúscula ou minúscula, sobre a qual se coloca uma seta. Quando queremos nos
referir apenas à intensidade da grandeza, utilizamos a mesma letra sem a seta. 
Se um corpo vai de A para B, seu deslocamento, que vamos chamar de D1 ,
apresenta intensidade 3 m, direção vertical e sentido para cima. Se um outro corpo

se desloca de X para Y, dizemos que seu deslocamento, que vamos chamar de D2

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, foi 3 m horizontal para a direita. Se um terceiro corpo se desloca 3 mna


 direção
horizontal para a esquerda, seu deslocamento, que vamos chamar de D3 , foi 3 m
horizontal para aesquerda.
 Os três deslocamentos
 têm amesma
 intensidade,
 mas

não são iguais. D1 tem direção diferente de D2 e de D3 . Quanto a D2 e D3
apresentam a mesma intensidade, a mesma direção, mas sentidos contrários.

D
=1 D
=2 D3

Mas
  
D1 ≠ D2 ≠ D3

Figura 4 - Exemplos de deslocamentos / Fonte: Andrade (2019, p. 69).

Descrição da Imagem: a figura exibe um plano cartesiano quadriculado com três vetores representados. O vetor
“d1” vai do ponto A até o ponto B, tem direção vertical apontando para cima e possui um comprimento de três
quadradinhos de unidades. O vetor “d2” tem um módulo de dois, com um comprimento de três bloquinhos. Ele
parte do ponto X até o ponto Y, possui direção horizontal e sentido para a direita. O vetor “d3” também possui
um módulo de três, com um comprimento de três bloquinhos. Ele parte do ponto M em direção a N e tem sentido
para a esquerda. Cada bloquinho possui uma aresta de 1 metro.

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Conceito de Força

Uma vez estabelecido o conceito e a notação de grandezas


vetoriais, podemos apresentar o conceito de força.
Força é uma grandeza vetorial que caracteriza a ação de
um corpo sobre outro e que tem como efeito a deformação do
corpo e/ou a alteração da velocidade do corpo sobre o qual
ela está sendo aplicada.
Empregamos, para forças, a notação usual para grandezas
vetoriais:
 uma letra
 sobre a qual se coloca uma seta. Exem-
plos: F , f , T e P . Para indicar a intensidade da força, em-
pregamos a mesma letra sem a seta. Exemplos: F , f , T e P .
Observando as ações que ocorrem na natureza, verifica-
mos que só existe força quando há dois corpos: um que aplica
a força, e outro que sofre a ação. Não podemos falar em força
do corpo, mas em força aplicada ou recebida pelo corpo. A
força não é propriedade do corpo, mas de um par de corpos.

Dinamômetro

No século XVII, Robert Hooke estabeleceu a lei da elasticida-


de, também conhecida como Lei de Hooke, segundo a qual
as deformações sofridas pelos corpos são proporcionais às
forças que são aplicadas sobre eles. Com base nela, foi possí-
vel criar o aparelho denominado dinamômetro, destinado à
medida de forças. O dinamômetro, às vezes chamado erra-
damente de balança de molas, é constituído por uma mola
associada a uma escala. Pela deformação da mola, determi-
namos a intensidade da força.

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Figura 5 - Dinamômetro / Fonte: Andrade (2019, p. 70).

Descrição da Imagem: a figura exibe um dinamômetro


segurando um peso de ferro à esquerda e uma mola de
cobre à direita.

A unidade de força é denominada Newton,


que será definida nesta unidade.

Tipos de Força

Vamos descrever apenas as forças aplica-


das ou recebidas por corpos que estão no
estado sólido. Essas forças se dividem em
dois tipos: de contato e de campo. As forças
de contato só existem enquanto há contato
entre os corpos; portanto, em dado corpo,
o número de forças de contato não pode
superar o número de contatos. Essas forças
estão presentes quando se empurra ou se puxa um corpo.
As forças de campo existem mesmo que não haja contato entre os corpos. São
exemplos de força de campo: a força elétrica (aplicada por corpos eletrizados),
a força magnética (aplicada por ímãs) e a força peso ou força de atração gravita-
cional ou força da gravidade (aplicada por um planeta ou estrela sobre os outros
corpos). No momento, entre as forças de campo, só nos interessa a força peso.

As Principais Forças da Mecânica

Em 1687, Isaac Newton formulou a hipótese de que todos os corpos se atraem mu-
tuamente. A existência dessa atração, denominada gravitacional, é muito difícil de
ser observada experimentalmente enquanto se opera com objetos comuns – duas
pessoas, por exemplo – pois, nessas condições, ela é desprezível. No entanto, quan-
do um dos objetos é um planeta, essa atração passa a ter intensidade considerável.
Nessas condições, um corpo na superfície ou nas proximidades da Terra – ou
de qualquer outro planeta – está submetido a uma força de atração gravitacional,

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também chamada força peso, exercida pelo nosso planeta sobre o corpo, e é a
existência dessa força que explica, por exemplo, a queda dos corpos. A força peso
é dirigida para o centro da Terra.
Quando um corpo A puxa um corpo B, dizemos que A exerce sobre B uma
força de tração. Muitas vezes, a força de tração é transmitida por uma corda, por
um cabo de aço ou por uma linha de costura. Esses elementos transmissores de
força de tração são denominados fios. Para que exista força de tração, tem de
haver um fio e tendência de separação.
Quando um corpo está apoiado em uma superfície plana, recebe desta
uma força, denominada força normal, ou simplesmente normal, que impede
a penetração do corpo no apoio.
Quando tentamos arrastar um corpo sobre uma superfície, aparece uma for-
ça, denominada força de atrito, que impede ou dificulta o escorregamento do
corpo em relação à superfície. Essa força apresenta direção paralela à superfície de
contato e sentido contrário ao escorregamento ou tendência de escorregamento.

Um Exemplo Fundamental

Considere o exemplo de um trator puxando uma pedra que está apoiada em


uma superfície horizontal. Vamos assinalar as forças que agem na pedra e des-
crever cada uma delas.

Figura 6 - Forças que agem em uma pedra sendo puxada por um trator / Fonte: Andrade (2019, p. 71).

Descrição da Imagem: A figura ilustra uma pedra sendo puxada por um trator. Na pedra, são indicados três dos
quatro vetores de força presentes: força de atrito, força normal, peso e tensão.

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P : é o peso da pedra, ou seja, a força com que a Terra a atrai.

T : é a força de tração transmitida pelo fio do trator até a pedra. Tem a direção
do fio e sentido de puxar.


N : é a força normal aplicada pelo solo na pedra. Tem a direção perpendicular à
superfície e sentido de empurrar.

Fat : é a força de atrito aplicada pelo solo na pedra. Tem a direção tangente à
superfície e sentido contrário ao deslizamento, ou tendência.

Peso e Massa

Na Tabela 1, vemos as cotações de preços de diferentes produtos, nas quais se


lê o preço de um saco de 60 kg de milho, o preço de um saco de 50 kg de arroz
e o preço da arroba (@) de cacau. Na linguagem habitual, dizemos que o peso
do saco de milho é 60 kg, de arroz é 50 kg e assim por diante. Porém, na Física,
peso é uma força, a força com que a Terra atrai o corpo. No caso, o interesse não
é por essa força, é pela quantidade de milho ou de arroz que se está negociando.

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PRODUTO UNIDADE VALOR

Milho Saca de 60 kg 26,41

Arroz Saca de 50 kg 45,00

Cacau Arroba (@) 98,00

Tabela 1 - Cotações de preços / Fonte: Andrade (2019, p. 73).

Genericamente, o que importa é associar o preço à quantidade de matéria que


está sendo negociada. Analogamente, no caso do medicamento, o que interessa
é a quantidade de medicamento que está sendo ingerido, e não o seu peso. Nas
reações químicas, o que importa é o quanto de reagente participou da reação,
daí Lavoisier, no enunciado de sua Lei, citar as massas dos reagentes, e não o seu
peso. Enfim, precisamos estabelecer uma grandeza física que meça a quantidade
de matéria de um corpo. Essa grandeza física é a massa. Entretanto, ainda temos
de resolver dois problemas: um processo de medida de massa e uma unidade.

Massa e sua Medida – Balança

O primeiro problema é resolvido com uma balança de dois pratos com braços
iguais. Esse tipo de balança só permanece em equilíbrio se nos dois pratos forem
colocados corpos de mesma massa. Em princípio, a utilização de uma balança de
dois pratos é bastante simples. Em um dos pratos, coloca-se o corpo cuja massa
se quer determinar. No outro prato, colocam-se massas aferidas, até que se atinja
o equilíbrio. Massas aferidas são corpos cuja massa é unitária, ou um múltiplo
ou, ainda, um submúltiplo da unidade de massa.

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Figura 7 - Balança de dois pratos egípcia / Fonte: Andrade (2019, p. 73).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação de uma arte egípcia antiga que retrata uma balança de
dois pratos entre dois deuses com corpos humanos e cabeças de animais.

O segundo problema é caracterizar o corpo que será empregado como unidade


de massa, especificando o material de que é feito e suas dimensões. Assim como
no caso da unidade de comprimento, houve inúmeras propostas para se utilizar
objetos como unidade de massa – grãos de cereais, peças de bronze e muitas
outras. Até que, em 1791, a Academia de Ciências de Paris definiu o quilograma
(símbolo: kg, obrigatoriamente grafado em letras minúsculas), como sendo a
massa de 1 dm3 de água a 4 °C.
Atualmente, o quilograma é definido como sendo igual à massa do protótipo
internacional do quilograma, que é um cilindro de uma liga de platina e irídio
com 39 milímetros de diâmetro e 39 milímetros de altura, depositado no Bureau
International de Poids et Mesures, em Sèvres, perto de Paris.

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Os principais múltiplos e submúltiplos do quilograma são apresentados na


tabela a seguir.

NOME DA UNIDADE SÍMBOLO RELAÇÃO COM O KG

Tonelada T (ou ton) 1T = 10�kg

Grama g 1g  103 kg

Miligrama mg 1  106 kg

Tabela 2 - Múltiplos e submúltiplos do quilograma / Fonte: Andrade (2019, p. 74).

O Peso e a Relação entre Peso e Massa

Como foi explicado, o peso de um corpo ( P) é a força com que a Terra ou outro
astro atrai o corpo. Tratando-se de uma força, sua medida é dada em Newton,
por meio de um dinamômetro. A massa (m) de um corpo, que é a quantidade de
matéria do corpo, e sua medida, é obtida em uma balança. Vamos imaginar que
sejam levados diferentes corpos, arbitrariamente escolhidos, para dado local da
Terra. Com auxílio de uma balança, são determinadas as massas desses corpos
e, com um dinamômetro, são determinados os seus pesos. Os resultados obtidos
para a massa, em kg, e o peso, em N, estão na tabela a seguir e permitem concluir
que o quociente da intensidade do peso pela massa é uma constante que não
depende nem de m nem de P.

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OBJETOS MASSA (KG) PESO (N) P/M [N/KG]

Abajur 0,40 3,92 9,8

Miniatura de avião 0,25 2,45 9,8

Canivete suíço 0,19 1,862 9,8

Dicionário 1,25 12,25 9,8

Mamão 1,61 15,778 9,8

Saco de ração 2,30 22,54 9,8

Tabela 3 - Massas de diferentes objetos / Fonte: Andrade (2019, p. 75).

Se esse experimento fosse repetido em outros pontos do Universo, observaría-


mos que o quociente do peso pela massa continuaria sendo uma constante, que
depende apenas do ponto escolhido. Essa constante é denominada intensidade
do campo gravitacional do ponto considerado e é representada pela letra g.
Para um ponto x qualquer, temos:
P = mg Sendo que:
■ P é o peso do corpo que depende do corpo e do local. É medido com
dinamômetro.
■ m é a massa do corpo que depende do corpo. É medido com balança.
■ g é a intensidade do campo gravitacional que depende do local. O valor
de g é aproximadamente 9,8 N/kg para qualquer local da Terra.

Resultante de um Sistema de Forças

Como foi explicado, o movimento de um corpo é influenciado pelas ações dos


corpos vizinhos. Essas ações podem favorecer um movimento ou se opor a ele.
A ação de cada um desses corpos vizinhos sobre aquele corpo cujo movimento
está sendo estudado é uma força. O conjunto de forças que agem num corpo é
denominado sistema de forças. Muitas vezes, ao estudarmos o movimento de

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um corpo, temos mais interesse no efeito total que o sistema de forças causa no
movimento do que no efeito de cada força separadamente. Nesses casos, aplica-
mos o conceito de resultante do sistema.

Conceito de Resultante

Um sistema de forças age sobre um corpo. Pode ser, por exemplo, um veículo
percorrendo uma estrada, um corpo em queda livre, uma nave espacial ou uma
pedra sendo puxada por um trator. Esse corpo está sujeito a várias forças, como
peso, tração e assim por diante.
A resultante de um sistema de forças é uma força que substitui o sistema,
produzindo o mesmo efeito.

Considerações Experimentais

O primeiro a ter a ideia de obter uma força equivalente a um sistema de forças foi
Simon Stevin, engenheiro, físico e matemático flamengo, nascido em Bruges. Na
Figura 8, a seguir, é mostrada uma versão moderna da mesa de forças utilizada
por Stevin para estudar o problema. Pesos conhecidos são pendurados e os fios
que os sustentam são presos a um anel. Na Figura 8, está ilustrada uma situação
com três pesos, mas podemos utilizar quantos pesos quisermos. Um transferidor
permite determinar os ângulos entre as forças. O anel é mantido em equilíbrio
por um outro fio, no qual se intercala um dinamômetro preso a um ponto fixo.
A leitura do dinamômetro indica a intensidade da força equivalente ao sistema.

Figura 8: a) Mesa de forças, b) Sistema de forças aplicadas ao anel / Fonte: Andrade (2019, p. 77).

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Descrição da Imagem: na parte A da figura, é mostrado um suporte de ferro com uma superfície plana circular
abaixo dele. Nessa superfície, várias polias estão associadas, formando um sistema. O sistema possui um peso
em equilíbrio. Na parte B da figura, é exibido um dinamômetro indicando a intensidade da força equivalente do
sistema. Além disso, são representadas três forças: K, G e F, atuando no sistema.

Experimentando com diferentes sistemas de forças e por um processo de ten-


tativa e erro, Stevin descobriu que a força equivalente poderia ser determinada
graficamente pelo método da linha poligonal explicado a seguir.

O método da linha poligonal

O método da linha poligonal consiste em representar cada força que age no cor-
po com a origem na extremidade de uma anterior. A resultante tem a origem na
origem da primeira e extremidade coincidindo com a extremidade da última.
Observe que a soma vetorial é comutativa.

Figura 9 - Método da linha poligonal / Fonte: Andrade (2019, p. 78).

Descrição da Imagem: a figura apresenta um sistema de forças com três vetores: K, F e G. Nesse sistema, é
possível traçar uma linha diagonal ou uma linha poligonal conectando a extremidade de cada vetor ao início do
seguinte, e então conectando a extremidade do último vetor à origem do primeiro. Ao fazer isso, encontraremos
a resultante do sistema.

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Considerações sobre o Método da Linha Poligonal


  
1. Como acabamos
 de ver, se K , G e F são forças agindo em um corpo, a
resultante R , ou seja, a força
 equivalente
  ao sistema, é obtida pela linha poligonal.

Contudo suponha que , e K G F sejam deslocamentos. Nesse caso, R seria o
deslocamento equivalente aos três. Pode parecer estranho que o método de obter
o deslocamento vetorial e o de obter a resultante seja o mesmo. Não estranhe! O
método da linha poligonal se aplica a qualquer grandeza vetorial.

2. A aplicação do método da linha poligonal fica muito facilitado se as grandezas ve-


toriais forem representadas sobre um fundo quadriculado, no qual o lado do quadra-
dinho representa uma unidade da grandeza em estudo. Veja o exemplo na Figura 10.

Figura 10 - Aplicação do método da linha poligonal sobre um fundo quadriculado


Fonte: Andrade (2019, p. 78).

Descrição da Imagem: a figura ilustra a aplicação do método da linha poligonal em um fundo quadriculado. A
extremidade do vetor A foi posicionada na origem do vetor B, e a extremidade do vetor B foi posicionada na
origem do vetor C. Ao criar um terceiro vetor a partir da origem até a extremidade do vetor C, encontramos o vetor
soma, que possui um valor de 14 unidades de medida.

Componentes Ortogonais de uma Força

Em alguns casos, pode ser mais conveniente uma operação inversa: determinar
um sistema, em geral, com duas forças, que seja equivalente a uma dada força.
Essas forças são chamadas componentes da força dada. Merece atenção especial

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o caso em que as componentes têm direções perpendiculares entre si, sendo, por
isso, chamadas componentes ortogonais.

Figura 11 - Componentes de uma Força / Fonte: Andrade (2019, p. 79).

Descrição da Imagem: a figura apresenta duas forças ortogonais: uma vertical para cima, representada por Fy, e
outra horizontal para a direita, representada por Fx. A partir dessas forças, foi traçado um paralelogramo, conec-
tando a origem comum de Fy e Fx até o ponto de intersecção das linhas traçadas. Nesse ponto de intersecção,
temos o vetor resultante F.

Vamos aplicar o método da decomposição de forças obtendo a resultante do sis-


tema anteriormente apresentado. As componentes de cada uma dessas grandezas
são (acompanhe a descrição a seguir com a Figura 10):

A : Ax = 4 unidades para a direita; Ay = 5 unidades para cima.

B : Bx = 6 unidades para a direita; B y = 1 unidades para baixo.

C : C x = 4 unidades para a direita; C y = 4 unidades para baixo.

S : S x  4  6  4  14 unidades para a direita; S y  5  1  4  0 .

Observe que uma força que tenha as componentes S x = 14 unidades para a di-
reita e S y = 0 coincide com a soma vetorial obtida pela linha poligonal.

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Quando estamos aplicando o método da linha poligonal ou o da decom-


posição, estamos realizando a operação denominada soma vetorial. Portanto, a
resultante de um sistema de forças que agem em um
 corpo é a soma vetorial das
forças que agem no corpo. Em símbolos, sendo R a resultante das forças que
agem no corpo:
 
R  F

Cuidado! A soma vetorial não é a soma das intensidades. A soma vetorial é obtida
pelo método da linha poligonal ou da decomposição.

Princípio da Inércia ou Primeira Lei de


Newton

O propósito da dinâmica é relacionar o movimento de


um corpo com as forças que agem sobre ele. Para come-
çar o tema, vamos tentar descobrir como esse corpo se
comportaria caso nenhuma força agisse; ou, o que é equi-
valente, tentaremos definir qual é o movimento do corpo
quando a resultante das forças que agem sobre ele é nula.
Para Aristóteles, o estado natural do corpo era o repou-
so. Em consequência, um corpo só se manteria em movi-
mento se uma força o obrigasse a isso. O movimento ces-
saria tão logo a força deixasse de agir. A experiência mostra
que um corpo inicialmente em repouso tende a perma-
necer nesse estado, enquanto um corpo em movimento
em uma mesa diminui sua velocidade até parar. Por isso,
à primeira vista, a hipótese aristotélica parece satisfatória.
Coube a Galileu mostrar a falha dessa hipótese. Na
verdade, a razão pela qual o corpo diminui sua velocida-
de até parar é o atrito com o corpo em que se apoia. Não
se trata, portanto, de uma tendência natural do corpo,
mas do resultado da ação de outro corpo (a mesa). O cor-
po não para por uma tendência natural, ele é obrigado a
parar por conta de forças que se opõem ao movimento.

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O problema do Referencial

Um cuidado que se deve ter ao aplicar o Princípio da Inércia é a escolha do refe-


rencial. Só podemos dizer se um corpo está em movimento ou em repouso depois
de estabelecer o referencial adotado. Para o estudo da Dinâmica, pelo menos por
enquanto, o referencial que adotaremos é a Terra.

Enunciado do Princípio da Inércia e Algumas Conclusões

Se um corpo está em repouso em relação à Terra, ele tende a permanecer em


repouso em relação à Terra. Se um corpo está em movimento a uma determinada
velocidade em relação à Terra, ele tende a permanecer em movimento retilíneo
uniforme com a mesma velocidade em relação à Terra.
A tendência de se manter em repouso ou em movimento retilíneo uniforme
é chamada de inércia. Por isso, quando um corpo está a certa velocidade, pode-se
dizer que sua tendência é continuar com ela, por inércia.

Algumas consequências do Princípio da Inércia

1. Para que um corpo em repouso inicie o movimento, é preciso aplicar a


ele uma ou mais forças, de modo que a resultante do sistema seja não
nula, pois a tendência do corpo em repouso é permanecer nesse estado.
2. Para que um corpo em movimento diminua ou aumente a velocidade,
é preciso aplicar a ele uma ou mais forças, de modo que a resultante do
sistema seja não nula, pois a tendência do corpo em movimento é per-
manecer em MRU.
3. Para que um corpo em movimento faça uma curva, é preciso aplicar a ele
uma ou mais forças, de modo que a resultante do sistema seja não nula,
pois a tendência do corpo em movimento é permanecer em MRU.

Exemplos de aplicação do princípio da inércia

1. Por que se recomenda o uso do cinto de segurança? Por que alguns carros vêm
equipados com o sistema denominado airbag? Por que a maioria dos veículos
atuais tem, sobre o encosto do banco, um apoio para a cabeça?

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Suponha que um veículo esteja se movimentando e que sua velocidade sofra


redução rápida, causada por uma freada ou por uma colisão. Constitui grave
erro de Física dizer que, nessas condições, o passageiro é lançado para a frente. A
explicação correta é que, de acordo com o Princípio da Inércia, o passageiro do
veículo tende a continuar em movimento e, em consequência, tende a chocar-se
contra algum obstáculo rígido à sua frente. Tanto o cinto de segurança como o
air-bag impedem que esse choque aconteça.
Suponha, agora, que um veículo, inicialmente em repouso, sofra uma colisão
traseira. Se o carro é empurrado para frente, o passageiro é empurrado para a
frente pelo encosto do banco. Caso não houvesse o apoio para a cabeça, ela ten-
deria, por inércia, a permanecer em repouso enquanto o corpo se movimenta,
poderia causar uma lesão no pescoço.

2. Em certas máquinas de lavar roupa, a secagem é feita por “centrifugação”. No


que consiste a centrifugação? A roupa molhada é colocada no interior de um
cilindro com pequenos furos laterais. O cilindro é colocado para girar. Constitui
grave erro de Física dizer que, nessas condições, a água é lançada para fora do
cilindro. Para que isso acontecesse, deveria existir uma força para fora do cilin-
dro, que muitos insistem em chamar de força centrífuga. Se essa força existisse,
teríamos de identificar o corpo que a aplica. Como esse corpo não existe, essa
explicação não é correta. O correto seria dizer que a roupa seca por inércia. Tanto
a roupa quanto a água tendem, por inércia, a se manter em movimento retilíneo
uniforme, mas a água consegue passar pelo furo, e a roupa, não.

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Princípio Fundamental da Dinâmica para o Movimento


Retilíneo

O propósito desta unidade é estudar a dinâmica do movimento retilíneo. Já vimos


que a tendência do corpo que está a uma certa velocidade é manter-se em MRU
nessa velocidade. Em consequência, para que um corpo em movimento diminua
ou aumente a velocidade, é preciso aplicar a ele uma ou mais forças, de modo que
a resultante do sistema não seja nula.
Em outras palavras, se um corpo está em movimento retilíneo acelerado ou
retardado, a resultante das forças que agem sobre ele não é nula. O propósito
deste capítulo é estudar a relação entre a resultante das forças que agem sobre o
corpo e a aceleração que ele adquire no caso particular do movimento retilíneo.
Essa relação é conhecida como o Princípio Fundamental da Dinâmica para o
Movimento Retilíneo, ou Segunda Lei de Newton, para o caso particular do
movimento retilíneo.
Aumentando a Velocidade de um Corpo
Suponha que se deseje movimentar um corpo inicialmente em repouso em
um plano horizontal.
 Sabemos, por experiência própria, que isso exige a aplicação
de uma força F , que, por simplicidade, vamos imaginá-la horizontal. Sabemos,
também, pela nossa experiência do dia a dia, que empurrar um guarda roupa é
mais
 difícil do que empurrar uma cadeira, e que isso se deve ao atrito com o chão
( f at ) . Sabemos, ainda, que nossatarefa é facilitada se contarmos com
a ajuda de
um amigo que aplica uma força H na mesma direção e sentido de F .
A conclusão é que, para  o aumento da velocidade de um corpo em movimen-
to retilíneo, a resultante ( R ) das forças que agem no corpo tem de ter a direção
e o sentido do movimento.

Figura 12 - Aumentando a velocidade de um corpo / Fonte: Andrade (2019, p. 84).

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Descrição da Imagem: a figura exibe duas pessoas empurrando um bloco de madeira. À direita, estão represen-
tadas cinco forças: força de atrito, força F, força H, força peso e força normal. A partir dessas forças, é gerada uma
força resultante na direção horizontal e sentido para a direita.

Conclusão 1: para aumentar a velocidade de um corpo, precisamos aplicar nele um


sistema de forças cuja resultante seja no sentido do movimento. Também podemos
imaginar que, quanto maior a aceleração desejada, maior a resultante necessária.

Diminuindo a Velocidade de um Corpo

Vamos, agora, estudar um movimento retilíneo retardado. Como exemplo, vamos


imaginar um carro se movimentando para a direita e freando. A causa da diminui-
ção e velocidade do carro é a combinação das forças de atrito e de resistência do ar.

Figura 13 - Diminuindo a velocidade de um corpo / Fonte: Andrade (2019, p. 84).

Descrição da Imagem: a figura apresenta as forças que atuam em um carro para que ocorra o seu movimento.
São mostradas duas ilustrações do mesmo carro com os vetores envolvidos na situação. São representadas a
força de atrito, a força de resistência do ar, a força peso e a força normal.

A conclusão é que, para a diminuição


 da velocidade de um corpo em movi-
R
mento retilíneo, a resultante ( ) das forças que agem nele tem de ter a mesma
direção, mas o sentido contrário ao do movimento. Também podemos imaginar
que, quanto maior a aceleração desejada, maior a resultante necessária. Freadas
bruscas exigem forças de maior intensidade.

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O Efeito da Massa

É claro que frear um caminhão é mais difícil do que frear um carro. Entenda-se
por mais difícil o que exige uma força de maior intensidade. Isso se deve à massa
do veículo. Portanto, a massa, que foi apresentada como uma medida da quanti-
dade de matéria, tem um outro significado: é uma medida da dificuldade que o
corpo oferece para ser acelerado. Daí se dizer que a massa é a medida da inércia,
ou seja, é a medida da tendência do corpo em se manter em repouso ou MRU.

Princípio Fundamental da Dinâmica do Movimento Retilíneo

Toda essa discussão a respeito das forças que agem sobre o corpo e o movimento
que ele realiza pode ser resumida do seguinte modo:
A resultante das forças que agem sobre um corpo em movimento retilíneo
apresenta as seguintes características:
Intensidade: R = m a

Direção: a mesma da trajetória


Sentido: o mesmo do movimento, no caso deste ser acelerado.
Contrário ao movimento, no caso deste ser retardado.
Definição da Unidade de Força no Sistema Internacional
A partir da expressão R = m a , podemos definir a unidade de força do SI:
o newton ( N ) é a força necessária para acelerar um corpo de massa 1 kg com
uma aceleração de 1m / s ² . Em símbolos:

1N = 1kg .m / s ²

Um corpo de massa 3,0 kg, apoiado, inicialmente, em repouso em uma su- 


perfície plana horizontal, recebe, a partir do instante t = 0, a ação de força F
horizontal para a direita de intensidade 6,0 N. Sabendo-se que o atrito entre
o corpo e o apoio tem intensidade f = 2,4 N, determinar o instante em que a
velocidade do corpo é 3 m/s.

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Figura 14 – Forças atuando em um corpo. / Fonte: Andrade (2019, p. 85).

Descrição da Imagem: a ilustração apresenta as forças que atuam em um bloco para que ocorra o seu movimento.
São representadas a força de atrito com 2,4 N de intensidade, direção horizontal e sentido para esquerda, a força
Normal e Peso que se anulam, e uma força F horizontal e sentido direita com 6 N de intensidade.

Aplicando-se o Princípio Fundamental da Dinâmica para o movimento retilí-


neo, obtemos:
R  ma  F  f  ma
6, 0  2, 4  3a  a  1, 2m / s ²

Como a aceleração é constante, o movimento é uniformemente variado, a velo-


cidade em cada instante pode ser determinada pela expressão:
v  v0  at  3, 0  0  1, 2t
t  2, 5s

A finalidade dessa unidade pode ser resumida em uma linha: em um movimento


retilíneo: R = m a . No entanto, para entender essa expressão e saber utilizá-las
nas diferentes situações, precisamos percorrer um longo caminho que começa
pelo conceito e medida de forças.
Força é uma grandeza vetorial que caracteriza a ação e um corpo sobre o
outro. De um modo informal, porém correto, podemos dizer que a ação de um
corpo sobre outro pode ser um puxão, empurrão, esfregação, atração ou repulsão.
Foi dado um destaque especial ao conceito de força peso, ou simplesmente peso:
é a força com que a Terra, ou um astro qualquer, atrai o corpo.

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Lembre-se de que, normalmente, um corpo está sob ação de diversas forças,


e para estudar o efeito de um sistema de forças, foram apresentados o conceito e
o método de obtenção da resultante que é a força equivalente ao sistema: método
da linha poligonal e o método da decomposição das forças.
Foi apresentado o conceito de massa, que é uma característica do corpo, não
do local, que mede a quantidade de matéria do corpo. A unidade no Sistema
Internacional é o kg.
Até aqui, apareceram duas ideias. Uma relacionada ao corpo, que é a sua
massa, e a outra relacionada às ações sobre o corpo, que é a resultante das forças
que agem sobre ele.
A expressão R = m a estabelece a relação entre as causas do movimento e a
aceleração que o corpo adquire no caso particular do movimento retilíneo.

E M FO CO

Confira agora o Video sobre o tema de sua disciplina

NOVOS DESAFIOS
Agrônomos desempenham um papel essencial na agricultura, buscando otimizar
a produção de alimentos e preservar os recursos naturais. Embora possa parecer
distante do campo da física, o conhecimento sobre forças e dinâmica tem cone-
xões relevantes para o ambiente profissional de um agrônomo. Vamos explorar
algumas dessas conexões.
Primeiramente, o entendimento das forças e sua relação com o movimento
é fundamental na seleção e utilização de equipamentos agrícolas. Saber calcular
a força necessária para operar máquinas como tratores, colheitadeiras e imple-
mentos agrícolas permite ao agrônomo tomar decisões adequadas para otimizar
o trabalho no campo.

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UN I AS S ELV I

Além disso, compreender a dinâmica dos fluidos é crucial na irrigação e no


manejo dos recursos hídricos. O conhecimento das forças que agem no fluxo de
água, como pressão e vazão, permite ao agrônomo projetar sistemas eficientes de
irrigação, minimizando o desperdício de água e maximizando a produtividade
das culturas.
A aplicação de defensivos agrícolas também requer conhecimento sobre for-
ças. Ao entender as forças envolvidas no momento da aplicação, como a tensão
superficial e a adesão, o agrônomo pode garantir uma distribuição uniforme dos
defensivos, evitando perdas e maximizando a eficácia da proteção das plantas.
Além disso, o estudo das forças e dinâmica auxilia no manejo de solos e na
prevenção de erosão. Compreender como as forças atuam no solo, como a gravi-
dade e a coesão, permite ao agrônomo adotar práticas adequadas de conservação
de solo, como o terraceamento e o plantio direto, evitando a perda de nutrientes
e garantindo a sustentabilidade das áreas agrícolas.
Por fim, o conhecimento das forças e dinâmica contribui para a segurança
no ambiente de trabalho. Saber avaliar as forças presentes em estruturas como
armazéns, silos e máquinas agrícolas é essencial para garantir a integridade física
dos profissionais envolvidos na atividade agrícola.
Portanto, mesmo que indiretamente, o conhecimento sobre forças e dinâmica
tem conexões importantes com o ambiente profissional de um agrônomo. Essa
base de conhecimento permite tomar decisões mais informadas, otimizar pro-
cessos e contribuir para a sustentabilidade e eficiência da agricultura.

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VAMOS PRATICAR

1. O conjunto de forças que agem num corpo é denominado sistema de forças. Muitas
vezes, ao estudarmos o movimento de um corpo, temos mais interesse no efeito total
que o sistema de forças causa no movimento do que no efeito de cada força separa-
damente. Nesses casos, aplicamos o conceito de resultante do sistema. Considere um

dirigível se movimentando em trajetória retilínea com velocidade constante 
V a uma
 o balão,atuam
altura constante. Sobre  as seguintes forças: o peso P , o empuxo E ,
a resistência do ar R e a força M , que é devida à propulsão dos motores. Determine
o diagrama de forças que atuam sobre esse dirigível.

2. Um cubo de massa 4,0 kg está inicialmente em repouso sobre um plano horizontal sem
atrito. Durante 3 s, aplica-se sobre o cubo uma força constante F horizontal, fazendo
com que ele sofra um deslocamento retilíneo de 9 m, conforme o desenho a seguir:

Nesse
intervalo de tempo, conforme representado no desenho, qual a intensidade da
força F aplicada no corpo ?

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VAMOS PRATICAR

3. São comuns as situações nas quais o corpo está sob ação de várias forças e, em tais
casos, é conveniente substituir o sistema de força por uma única que seja equivalente
ao sistema, ou seja, que cause o mesmo efeito.

  
Sobre a resultante de um sistema de forças ( F1 , F2 , F3 ), seguem as afirmações:
 
  
I - Pode ser obtida pela soma vetorial R  F1  F2  F3 .
II - É equivalente ao sistema de forças.
III - É a soma das intensidades das forças que constituem o sistema.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

4. Certas palavras de uso corrente ganham significados específicos no âmbito da Física,


e um exemplo desse processo de especialização de significado é o que acontece com
força. Na linguagem habitual, são aceitáveis as expressões “fazer força”, tanto com
sentido real de puxar ou empurrar um objeto como no sentido figurado, com o significa-
do de esforçar-se. A palavra força também é empregada como sendo uma propriedade
do corpo: o acidente foi grave porque o carro veio com muita força.

Para a Física, força é:

a) Uma grandeza escalar.


b) Medida em quilograma.
c) A causa da velocidade.
d) A grandeza que caracteriza a ação de um corpo sobre outro.
e) A grandeza física que indica sempre o sentido do movimento do corpo.

5. Muitas pessoas confundem massa com peso, embora sejam grandezas distintas na
física. Tal distinção é fundamental para a compreensão correta dos fenômenos físicos.

No caso de um corpo ser transportado para um planeta X, de características muito dife-


rentes da Terra, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:

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VAMOS PRATICAR

I - O peso do corpo continua o mesmo.

PORQUE

II - A massa é uma propriedade do corpo e não do local.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.


GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica.
São Paulo: Cengage Larning, 2012.
TIPLER, P. A. Física Conceitual. Bookman; Porto Alegre: LTC, 2016.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume I - Mecânica e
Ondas, Termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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GABARITO

1. Se o dirigível está se movimentando em trajetória retilínea com velocidade constante V,


de acordo com o

Princípio da Inércia, a resultante é nula.

2. O corpo está sob a ação das 3 forças indicadas na figura.

O deslocamento do corpo é horizontal. Em consequência, as forças e se equilibram.


Portanto, a resultante das forças que agem no corpo é .

Como essa força é constante, a aceleração também será e, portanto, o movimento do


corpo é uniformemente variado. Podemos, então, escrever que:

Como o corpo está inicialmente em repouso,


Como se desloca 9 m em 3 s:

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GABARITO

Aplicando o Princípio Fundamental para o movimento retilíneo, vem:

3. C. A resultante das forças que agem em um corpo é uma força equivalente ao sistema
e, matematicamente, é obtida pela soma vetorial das forças que agem sobre o corpo.

4. D. De acordo com a teoria apresentada, força é uma grandeza vetorial que caracteriza a
ação de um corpo sobre outro e que tem como efeito a deformação do corpo ou a alte-
ração da velocidade do corpo sobre o qual ela está sendo aplicada.

5. D. A massa de um corpo é uma propriedade do corpo relacionada à quantidade de matéria


do corpo. O peso é uma característica do corpo e do local.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 3

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E
DESCRIÇÃO DOS DIFERENTES
TIPOS DE ENERGIA

MINHAS METAS

Compreender o conceito e unidade de energia e os principais tipos de


energia da natureza.

Conhecer a possibilidade de transformação da energia de uma modalidade


em outra e estabelecer o Princípio da Conservação da Energia.

Diferenciar o trabalho de uma força constante, a unidade de trabalho, tra-


balho de uma força variável na direção do deslocamento e trabalho da força
elástica;

Conhecer o conceito de força conservativa e definição de energia potencial


elástica.

Compreender e definir energias potenciais gravitacional e elástica e a ener-

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Imagine que um estudante do ensino médio participando de um projeto de
construção de um parque de diversões. Um dos desafios é projetar brinquedos
emocionantes e seguros, levando em consideração a energia mecânica envolvida.
Surgem então algumas questões: quais são os diferentes tipos de energia mecânica
presentes nos brinquedos? Como garantir a segurança dos usuários, evitando
acidentes relacionados à energia mecânica? Essas dúvidas evidenciam a impor-
tância de compreendermos os diferentes tipos de energia mecânica na Física.
A resolução dessas problemáticas é essencial para garantir a segurança dos
usuários dos brinquedos e proporcionar experiências divertidas e emocionan-
tes. Ao compreender os diferentes tipos de energia mecânica, podemos projetar
mecanismos que transformem e aproveitem essa energia de maneira segura e
eficiente nos brinquedos. Além disso, o conhecimento sobre a energia mecânica
nos permite avaliar riscos potenciais e implementar medidas de segurança ade-
quadas, garantindo a integridade dos usuários.
Para exemplificar a importância dos diferentes tipos de energia mecânica na
prática, podemos considerar a situação de um estudante que está projetando uma
montanha-russa. Ele experimenta com diferentes configurações de trilhos e altu-
ras, avalia as energias cinética e potencial envolvidas em cada parte do percurso
e busca garantir que a energia mecânica seja adequadamente transformada ao
longo do trajeto. Além disso, o estudante pode experimentar com outros brinque-
dos que envolvam energia mecânica, como carrosséis ou pêndulos, e identificar
como a energia é transferida e transformada em cada caso.
Ao refletir sobre os diferentes tipos de energia mecânica na Física, somos
levados a considerar não apenas a diversão e a emoção dos brinquedos, mas
também a importância da segurança e do projeto adequado. Devemos refletir
sobre a necessidade de compreender os princípios físicos envolvidos e aplicá-
-los de forma responsável. Além disso, a reflexão nos leva a considerar a relação
entre a ciência e a indústria do entretenimento, destacando a importância da
colaboração entre diferentes áreas do conhecimento para garantir a qualidade e
a segurança dos brinquedos mecânicos.
Se você ficou interessado em conhecer mais sobre os diferentes tipos de
energia mecânica na Física e sua aplicação em diferentes contextos, convida-
mos você a explorar o material completo sobre esse tema. Nele, você encontrará

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 3

informações detalhadas sobre a energia cinética, energia potencial, energia de


deformação e outras formas de energia mecânica, além de exemplos práticos e
exercícios para aprofundar seus conhecimentos. Vamos começar nossa aventura!

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Gostaríamos de convidá-lo a participar de uma jornada fas-


cinante no mundo da física. Em nosso podcast, discutiremos
a difícil missão de conceituar energia, explorando diferentes
perspectivas e desafios encontrados nesse processo. Além
disso, vamos mergulhar nos diferentes tipos de energia da
física e como eles se manifestam em situações cotidianas,
trazendo exemplos práticos que você poderá relacionar ao
seu dia a dia. Não perca essa oportunidade de expandir seus
conhecimentos e compreender a importância da energia em
nosso mundo. Junte-se a nós no podcast e embarque nessa
incrível jornada!

VAMOS RECORDAR?
Está na hora de relembrar um assunto crucial para o
material que estamos prestes a explorar. Convidamos
você a acessar nossa vídeo aula sobre energia e suas
transformações. Nessa aula, vamos revisar os con-
ceitos fundamentais, os diferentes tipos de energia e
como elas se transformam. Não deixe de assistir para
fortalecer sua base e estar preparado para o conteúdo
que virá. Acesse agora e vamos juntos nessa jornada
de conhecimento!

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS


TIPOS DE ENERGIA

A palavra energia já está inserida em nosso cotidiano das mais variadas maneiras:
energia atômica, energia luminosa, energia elétrica, energia mecânica, energia
solar, energia de ligação, energia eólica, energia potencial, energia cinética entre
outros, e o conceito de energia vai ficando claro a medida em que, diante de um
acontecimento natural, nos preocupamos em descobrir de onde veio a energia
para que ele acontecesse. Às vezes, é uma longa cadeia de eventos.
Quando utilizamos um computador, uma máquina de lavar roupa ou acen-
demos uma lâmpada, estamos utilizando energia elétrica que veio de uma con-
cessionária de energia. Uma possibilidade é que a concessionária tenha obtido
a energia de uma hidrelétrica. Nesse caso, energia vem da água armazenada em
uma repesa que está a uma certa altura. A água da represa, por sua vez, veio da
chuva. E de onde vem a chuva? Das nuvens. E de onde veio a energia para o vapor
de água atingir àquela altura para formar as nuvens? Do Sol. E de onde vem a
energia do Sol? De fusões nucleares.
Neste momento, buscamos trazer o conceito de energia a você, além de
apresentar uma classificação das diferentes modalidades de energia, estudar as
transformações de energia e, enfim, apresentar um outro método de resolução
de problemas de Dinâmica.

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No esquema a seguir, p representa o núcleo de hidrogênio, que é constituído


por um próton. A estrela representa esquematicamente energia liberada. A fusão
nuclear que ocorre no Sol acontece quando núcleos de átomos de Hidrogênio (p)
se fundem, formando um isótopo do Hidrogênio denominado Deutério (D), libe-
rando uma enorme quantidade de energia. A seguir, há a fusão do Deutério com
outro núcleo de átomo de Hidrogênio, ocorrendo uma nova liberação de energia e
formando um átomo de Hélio. Sem essa fonte de energia, não haveria vida na Terra.

Figura 1 – Representação esquemática e foto de uma fusão nuclear / Fonte: Andrade (2019, p. 133).

Descrição da Imagem: a representação esquemática ilustra o processo de formação de uma função nuclear a
partir de duas partículas de p, simbolizadas por bolinhas, que se movem aleatoriamente em direção a uma estrela
vermelha, representando a energia. Esse processo resulta na formação do deutério, quando essas partículas se
unem. Em seguida, o deutério se combina novamente com um átomo de hidrogênio, representado pela letra P,
resultando na liberação de uma nova energia e na formação de um átomo de Hélio.

Conceito de energia

Como já foi explicado, definir uma grandeza física é relacioná-la com outras já
conhecidas. Daí se conclui que não se pode definir tudo. Não definimos massa
e tempo por exemplo. Também já foi explicado que, na ausência de uma defini-
ção, temos de estabelecer um conceito, o que implica descrever as condições de
existência da grandeza e um ou mais processos de medida.
Um corpo (ou um conjunto de corpos) tem energia quando está em movi-
mento ou quando está numa situação da qual se pode obter movimento.
Em resumo, não se define energia, mas podemos apresentar um conceito a
partir do qual se pode identificar se um corpo ou conjunto de corpos têm energia.
Acompanhe os exemplos a seguir.

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Energia cinética
O conceito anteriormente apresentado permite concluir que um corpo em
movimento tem energia. A energia associada ao movimento é denominada ener-
gia cinética que vem do grego kinetikós, que significa movimento.
Como será oportunamente justificado, se o corpo tem massa m e, num dado
instante, tem velocidade escalar v , sua energia cinética ( Ec ) é dada pela expres-
são:
1
Ec = m.v ²
2

Figura 2 – Uma bola de massa m se movimenta com um uma velocidade V possui energia cinética que vale
1
Ec = m.v ² / Fonte: Andrade (2019, p. 134).
2

Descrição da Imagem: a figura exibe a equação da energia cinética, utilizando a massa “M” e o quadrado da
velocidade “V” de uma bola de vôlei. Um vetor horizontal, apontando para a direita, representa a velocidade “v”.

Energia potencial

Um corpo também tem energia quando está numa si-


tuação a partir da qual o corpo pode adquirir movimen-
to. Nos dois casos a seguir, representados nas Figuras 3a
e 3b, há um corpo em condições de adquirir movimento
– dizendo de outra forma, em situações potenciais de
movimento. Portanto, a cada um desses casos, pode-
mos associar algum tipo de energia. No primeiro caso,
a energia existe devido à ação gravitacional da Terra e é
denominada energia potencial gravitacional. No segun-
do, a energia deve-se à deformação do arco e é denomi-
nada energia potencial elástica. Observe, na Figura 3,
que a energia potencial está associada à posição do tijolo
em relação ao solo e que, no segundo, ela está associada
à posição da flecha em relação ao arco. No caso (a), é a
energia potencial gravitacional, pois é devida à ação da
Terra sobre o corpo. No caso (b), é a energia potencial
elástica, pois é devida à elasticidade do arco.

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Figura 3 – Exemplos de energia potencial: (a) energia potencial gravitacional; (b) energia potencial elástica
Fonte: Andrade (2019, p. 134).

Descrição da Imagem: a figura representa uma cena em que se expressa o amor mútuo. Na parte A da figura, há
uma linha plana horizontal que simboliza o chão, e uma seta vertical apontando para cima representa a altura “h”
até um pequeno quadrado laranja. Na parte B da figura, é exibida a silhueta de uma pessoa, que está puxando
um arco e segurando uma flecha.

A soma da energia cinética com a energia potencial é denominada energia mecânica.

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Outras Formas de Energia

Um recipiente hermeticamente fechado e aquecido, uma panela de pressão, por


exemplo, apresenta um tipo de energia denominada energia interna ou energia
térmica, que é a soma das energias cinéticas das moléculas do gás contido no seu
interior, e podemos percebê-la quando há uma explosão, por exemplo.
O funcionamento de motores de combustão interna, utilizados em veículos
(Figura 4b), é baseado na transformação de energia térmica em energia mecânica.
A energia térmica é obtida da energia química do combustível.
A energia química é associada às ligações entre átomos que constituem as
moléculas de um corpo. Em uma queima, a energia química do combustível é
transformada em energia térmica. Em um circuito elétrico, a energia química
da pilha é transformada em energia elétrica que, por sua vez, é transformada
em outras formas de energia. Em energia luminosa, por exemplo, a energia é
associada à emissão de luz (Figura 4a).

Figura 4 – Exemplos de transformações


de energia química em outras formas de
energia: (a) energia química em energia
luminosa; (b) energia química em energia
mecânica / Fonte: Andrade (2019, p. 135).

Descrição da Imagem: na parte A da fi-


gura, é apresentado um circuito simples
composto por dois cabos de luz azul, co-
nectados de uma pilha a uma lâmpada
que está iluminada. Na parte B da figura,
é exibido um motor

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OBTENÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Basicamente, nossa sociedade é dependente de dois


tipos de energia: uma, que está na forma de energia
química, armazenada no petróleo; a outra é energia
elétrica, que não está disponível diretamente na na-
tureza de maneira economicamente viável e precisa
ser obtida a partir de outras formas de energia.
A descrição, propriedades e característica da
energia elétrica serão apresentadas em capítulo
posterior. Por enquanto, basta saber que é a for-
ma de energia associada ao movimento de cargas
elétricas, em geral.

Usinas Hidrelétricas

No Brasil, grande parte da energia elétrica provém


de hidrelétricas conforme mostra a Figura 5. Uma
certa massa de água, cujo nível está a determina-
da altura, é acumulada em grandes reservatórios
(represas), armazenando energia potencial gravi-
tacional. Na queda da água, a energia potencial é
transformada em energia cinética (movimento).
Na parte de baixo do reservatório, encontra-se uma
turbina, cujas pás são movimentadas pela água. A
turbina aciona o gerador elétrico, que transforma a
energia de movimento em energia elétrica.

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Figura 5 – Esquema de uma hidrelétrica / Fonte: Andrade (2019, p. 136).

Descrição da Imagem: a figura ilustra o esquema de uma hidrelétrica, iniciando pelo reservatório onde a entrada
de água através da comporta de entrada resulta no movimento da turbina na casa de força, que por sua vez está
conectada a um transformador gerador. O fluxo de água continua seu curso pelo escoamento do rio, enquanto
a energia gerada é direcionada para as linhas de transmissão através do sistema na barragem. Esse processo
permite a transmissão da energia até as residências, onde ela é utilizada para iluminar as casas.

Outras Formas de Transformação de Energia

Há outras formas alternativas de transformar energia que, atualmente, se tor-


naram cada vez mais comuns. São as chamadas transformações limpas, pois
praticamente não agridem o ambiente. Um exemplo interessante é a obtenção de
energia elétrica pela ação do vento (ver Figura 6a). Nesse caso, o gerador elétrico
é movimentado pelos próprios ventos que sopram na região.
Outra forma de obter energia de forma limpa é captar a energia radiante
proveniente do Sol (Figura 6b). O desenvolvimento tecnológico constante vem
tornando economicamente viável a transformação da energia solar em elétrica.
Os painéis solares são cada vez mais comuns, tanto em residências como em
instalações comerciais e industriais.

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Figura 6 – Energia eólica (A) e Energia Solar (B) / Fonte: Andrade (2019, p. 137).

Descrição da Imagem: a parte A da figura representa uma usina eólica, mostrando turbinas eólicas dispostas
em uma área aberta, aproveitando a força dos ventos para gerar energia elétrica. Na parte B da figura, temos
uma usina solar, com várias placas solares instaladas em uma área exposta ao sol, capturando a energia solar e
convertendo-a em energia elétrica.

Trabalho de uma força constante em um deslocamento


retilíneo

Observou-se que, em toda transformação ou transferência de energia mecânica,


há uma força agindo em um corpo ao longo de um deslocamento.

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Imagine, por exemplo, um corpo em queda livre a partir do repouso. Sua energia
cinética inicial é nula, pois ele está em repouso, mas ele tem uma energia poten-
cial gravitacional. Durante a queda, a energia potencial vai se transformando em
cinética. Uma força (peso) age ao longo desse deslocamento. Durante o lança-
mento vertical, ocorre a transformação de energia cinética em potencial gravita-
cional. Mais uma vez há uma força (peso) agindo ao longo de um deslocamento.

Figura 7 – Transformação de energia em sentidos diferentes / Fonte: Andrade (2019, p. 139).

Descrição da Imagem: a figura ilustra o processo de transformação de energia que ocorre quando uma bola
cai. Inicialmente, a bola possui energia potencial gravitacional devido à sua posição elevada. Conforme a bola
cai e atinge o chão, ocorre a transformação dessa energia potencial gravitacional em energia cinética, já que a
bola adquire velocidade devido à queda. Quando a bola começa a quicar e retornar para cima, ocorre uma nova
transformação de energia, onde a energia cinética é convertida em energia potencial gravitacional à medida que
a bola alcança alturas maiores durante o movimento de retorno.

Na queda, há transformação de energia potencial gravitacional em cinética. No


lançamento vertical, ocorre a transformação contrária.
Essa constatação levou à criação de uma nova grandeza, denominada traba-
lho de uma força, que leva em conta tanto a intensidade da força como o deslo-
camento do corpo no qual está aplicado.

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Considerações Físicas

Informais Imagine um carro sendo rebocado (ver Figura 8) em uma rua retilínea,
e que a força ρ F exercida pelo guincho sobre o carro seja constante, horizontal
para a direita. Se o operador do guincho quiser calcular o custo
 de sua operação,
ele deve levar em conta não apenas a intensidade da força F , mas também o
deslocamento realizado. Quanto maior for o seu percurso, mais combustível ele
vai gastar. De uma maneira informal, o custo estaria relacionado com o produto
F .d da intensidade da força pelo deslocamento.


Figura 8 – Uma força ( F ) horizontal causa o movimento do carro / Fonte: Andrade (2019, p. 139).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática em que um caminhão está puxando
um carro através de uma corda, aplicando uma força horizontal “F”.

Imagine,agora, que o carro esteja sendo guinchado em uma rua retilínea e que
a força F , exercida pelo guincho sobre o carro, seja constante, inclinada de um
ângulo q , como indicado na Figura 9.


Figura 9 – O guincho aplica uma força ( F ) inclinada / Fonte: Andrade (2019, p. 139).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática na qual um caminhão está puxando
um carro por meio de uma corda, aplicando uma força “F” diagonal que forma um ângulo “theta” com a linha
horizontal de deslocamento.

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Para analisar esse caso, podemossubstituir
 F por suas componentes F t e Fn .
(Ver Figura 10). A componente Fn mantém as rodas  dianteiras suspensas para

facilitar o deslocamento, enquanto a componente Ft causa o movimento. Por-
tanto, ao calcular a energia gasta no transporte,
 devemos levar em conta apenas

a componente na direção do deslocamento  ( Ft ). Agora, o custo estaria relacio-

nado com o produto da componente Ft pelo deslocamento.


Figura 10 – Decompondo a força F / Fonte: Andrade (2019, p. 140).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática que ilustra a decomposição da força “F”
diagonal em suas componentes “Fx” e “Fy”.

Definição de Trabalho de uma Força Constante em um


Deslocamento Retilíneo

Analisando-se exemplos análogos aos apresentados, julgou-se conveniente defi-


nir uma grandeza, denominada trabalho de uma força, que é representado pela
letra grega t (tau), que leva em conta o deslocamento e a componente Ft da
força. Para isso, consideraremosum corpo sofrendo um deslocamento d , sujeito
à ação de uma força constante F , que forma, com o deslocamento, um ângulo
q , como mostrado na Figura 11.

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Figura 11 – Definição de trabalho de uma força constante F em um deslocamento retilíneo d
Fonte: Andrade (2019, p. 140).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática do trabalho realizado em uma partícula
ao mover-se de uma posição inicial até uma posição final, percorrendo uma distância “d”, devido à aplicação de
uma força diagonal “F”. Essa força possui uma componente “Fn” na direção perpendicular ao deslocamento e uma
componente “Ft” na direção paralela ao deslocamento.

De acordo com o exposto, trabalho é a grandeza escalar que pode ser calculado
por meio da expressão:
t f = Ft .d
Ft
No triângulo da figura: cos q =
F
Realizando as devidas substituições, vem a definição do trabalho de uma força
constante num deslocamento retilíneo ( d ).

τ 
F
= F .d .cos θ

Observações Relativas ao Trabalho de uma Força

■ Na Física, trabalho está associado à força e ao deslocamento do seu ponto


de aplicação, não tendo, necessariamente, relação com o sentido usual da
palavra trabalho. 
■ O trabalho de uma força constante

 F também pode  ser calculado pela
expressão Ft    F .d F
t , sendo t a componente

 de F na direção do des-
locamento. O sinal será positivo se Ft tiver o sentido do deslocamento
e negativo se tiver o sentido contrário.

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■ A definição apresentada ( τ  F
= F .d .cos θ ) é válida para qualquer situa-
ção física, desde que a força seja constante.
■ O trabalho é uma grandeza escalar, podendo assumir valores positivos,
negativos ou nulos, de acordo com o cosseno do ângulo formado pela
direção da força e a direção do deslocamento. Quando o trabalho de uma
força é positivo, ele é denominado trabalho motor; quando é negativo, é
chamado de resistente.
■ O trabalho está sempre associado a uma força, não tendo sentido ex-
pressões do tipo: “trabalho de um corpo”, “trabalho de um sistema” ou
“trabalho de um gás”. Podemos falar em trabalho da força exercida sobre
um corpo, trabalho da força exercida por um gás sobre um êmbolo e
assim por diante.
■ A unidade de trabalho no Sistema Internacional (SI) é produto da unida-
de de força (newton) pela unidade de distância (metro), e é denominada
joule (J). Em símbolos: 1 J (joule) = 1 N (newton) ⋅ 1 m
■ Como trabalho de uma força constante pode ser calculado pela expressão
τ 
F
= F .d .cos θ (ver Figura 12), concluímos que ele não depende da traje-
tória, mas apenas das posições inicial e final. Cuidado! A propriedade vale
para força constante em intensidade, direção e sentido. Voltaremos ao tema.


Figura 12 – O trabalho de uma força constante F não depende da trajetória
Fonte: Andrade (2019, p. 141).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática que ilustra que o trabalho realizado pela
força resultante não depende da trajetória, apenas dos pontos inicial e final. Para demonstrar esse conceito,
é mostrada uma trajetória ondulada, mas o deslocamento horizontal é considerado, levando em consideração
apenas os pontos inicial e final

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Trabalho de uma Força Variável

Agindo na Direção do Deslocamento Vamos tratar, inicialmente,  do caso par-


ticular do corpo que desliza em uma mesa sob ação de uma força F constante
na direção e sentido do movimento. A posição do corpo em cada instante é
determinada pela abscissa x.
Considerando que a força é constante, se construirmos o gráfico de sua in-
tensidade (F) em função da posição (x), vamos obteruma reta paralela ao eixo
x, como mostrado na Figura 13. O trabalho da força F em um trecho qualquer

AB vale:

t AF B  F . AB

que pode ser representada pelo retângulo assinalado.


 sobre a mesa sob ação de uma força constante F . Em um trecho qualquer
Figura 13 – O corpo desliza
AB, o trabalho da força F vale F . AB / Fonte: Andrade (2019, p. 142).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de um corpo deslizando sobre uma mesa
devido à aplicação de uma força constante “F”. Nesse trecho de deslocamento, o trabalho realizado pela força é
representado pela área abaixo da curva.

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Vamos, agora, considerar a situação em que a intensidade da força depende de


x. Isto ocorre, por exemplo, quando estamos calculando o trabalho da força
elástica, cuja intensidade depende da deformação. Assim, como no caso ante-
rior, o trabalho em um dado trecho pode ser determinado pela área indicada
na Figura 14. Entre dois pontos quaisquer de abscissas x1 e x2, o trabalho pode
ser calculado pela área do trapézio:

Figura 14 – Representação esquemática do cálculo do trabalho /Fonte: Andrade (2019, p. 143).


Descrição da Imagem: o corpo desliza sobre a mesa sob ação de uma força variável F . Em um trecho qualquer
AB, o trabalho da força F pode ser calculado pela área indicada

Trabalho de uma Força Conservativa e a Energia Potencial

Sabemos que o peso de um corpo se opõe ao movimento na subida, mas ajuda na


descida. Analogamente, quando esticamos uma mola, a força elástica se opõe ao
movimento, mas, quando retornamos da posição deformada para posição normal,
a força elástica ajuda o movimento. Sabemos que cargas elétricas de mesmo sinal
se repelem. Portanto, se tentarmos aproximá-las, a força elétrica se opõe ao movi-
mento, porém, quando afastamos uma da outra, a força elétrica ajuda no processo.

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De uma maneira informal, podemos dizer que, quando


levantamos um corpo, fornecemos ao sistema uma energia
que fica armazenada nele. Essa energia é denominada energia
potencial gravitacional. Na descida, ele nos devolve. Analoga-
mente, a energia gasta por um arqueiro para deformar o arco
fica armazenada na forma de energia potencial elástica. Ao
soltá-lo, a energia potencial armazenada é transferida para a
flecha que adquire energia cinética.
Será que essa regra vale para qualquer força? Ou seja, se
um corpo vai de um ponto A para um ponto B e uma deter-
minada força atrapalha o movimento, ela vai ajudar a movi-
mentarmos de B para A?
A resposta é não. Por exemplo, quando arrastamos um cor-
po que está em um piso horizontal de um ponto A para um
ponto B, o atrito se opõe ao movimento; se movimentarmos
de B para A, o atrito continua atrapalhando.
Isto levou os físicos a classificar as forças em duas classes.
As forças conservativas são aquelas cujo trabalho só de-
pende das posições inicial e final, não dependendo do cami-
nho escolhido. São exemplos de forças conservativa o peso,
a força elástica e a força elétrica. Todas as outras forças são
denominadas não conservativas.
Portanto, os trabalhos das forças conservativas estão as-
sociados a variações de energia potencial. O trabalho da força
gravitacional (peso) está associado à variação da energia po-
tencial gravitacional. O trabalho da força elástica está associa-
do à variação da energia potencial elástica. O trabalho da força
elétrica está associado à variação da energia potencial elétrica.
Energia Potencial Gravitacional Vamos calcular o trabalho
da força peso que age em um corpo de massa m, que se desloca
do ponto A, que está a uma altura hA , ao ponto B, que está a
uma altura hB , como mostrado na Figura 15. Como o peso é
uma força conservativa, ou seja, seu trabalho não depende da
trajetória, podemos escolher a mais conveniente. A trajetória
ACB, por exemplo.

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Figura 15 – Representação esquemática do trabalho realizado em um corpo / Fonte: Andrade (2019, p. 145).

Descrição da Imagem: o corpo é transportado de A até B. Foi escolhido arbitrariamente o caminho ACB.

O trabalho da força peso, quando o corpo se desloca de A até B pelo caminho esco-
lhido, é a soma

do trabalho

no

deslocamento de A até C, com o trabalho de C até B.
t AP B  t APC  tCP B

O trabalho no trecho AC é nulo, pois a força está sempre perpendicular ao


deslocamento.

t APC  0

O trabalho no trecho CB pode ser obtido pela definição de trabalho de uma


força constante:

tCP B  (intensidade da for�a).(deslocmento)  mg (h A  hB )

Logo: 
t AP B  mg(h A  hB )

Definimos energia potencial gravitacional pela expressão


( E p ) grav = m.g .h

Portanto

t AP B  ( Ep ) A  ( Ep ) B

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Energia Potencial Elástica

Vamos calcular o trabalho da força elástica que age em um corpo de massa m, preso
a uma mola de constante elástica k, que se desloca do ponto A, no qual a mola apre-
senta uma deformação x, ao ponto O, no qual a mola não apresenta deformação.

Figura 16 – O corpo preso à mola se desloca de A até O / Fonte: Andrade (2019, p. 147).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de um corpo conectado a uma mola. Na
posição inicial, a mola apresenta uma deformação “x”, o que resulta em uma força elástica proporcional a essa
deformação, sendo representada por “Kx”, onde “K” é a constante elástica da mola. Em contraste, quando o corpo
está em um ponto zero, ou seja, na posição final, a mola não possui deformação e a força elástica associada a
ela é igual a zero.

O corpo preso à mola é abandonado da posição A,


na qual a força vale kx . À medida que o corpo se
desloca para a esquerda, a intensidade dessa força vai
diminuindo, sempre seguindo a expressão F = kx
, até passar pelo ponto O, no qual a deformação é
nula e, em consequência, a força é nula. A área sob o
gráfico é o trabalho da força elástica.

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Figura 17 – Gráfico da intensidade da força elástica em função da deformação da mola


Fonte: Andrade (2019, p. 147).

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico linear que representa a relação entre a intensidade da força
elástica e a deformação da mola.

O gráfico que representa a força que atua na mola passa pelos pontos x, portanto:

1 1
t AFela
O  .k .x.x  .k .x ²
2 2

Trabalho da Resultante e Variação da Energia Cinética

Já sabemos que a resultante das forças que agem em um corpo causa aceleração.
Portanto, um sistema de forças, agindo em um corpo ao longo de um desloca-
mento, causa variação de velocidade. A ideia deste tópico é mostrar como rela-
cionar o trabalho da resultante causa variação de energia cinética.
Considerações Físicas Vamos analisar um caso de um corpo em movimento
retilíneo. Uma caixa apoiada em um plano horizontal, sendo puxada e deslocan-
do-se de A até B.

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Figura 18 – Um corpo sob ação de várias forças se desloca de A até B / Fonte: Andrade (2019, p. 148).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de um corpo, no formato de um bloco,
sujeito à ação de várias forças enquanto se desloca de A até B. Essas forças incluem a força normal, a força peso,
a força de atrito e a força de tensão. A força de tensão é resultado de um personagem que aplica uma força
horizontalmente para a direita.

De modo geral, sobre o corpo atuam forças que favorecem seu movimento, en-
quanto outras se opõem a ele, havendo, ainda, aquelas que nem favorecem
 nem
se opõem.  No exemplo, a forçaque 
ajuda
 o movimento é a força T , enquanto o
atrito ( f a ) se opõe. As forças P e N não ajudam nem atrapalham.
Quando queremos obter a variação de velocidade do corpo, utilizamos a re-
sultante, que representa o saldo das forças. As forças que favorecem o movimento
realizam trabalhos positivos; as que se opõem a ele, trabalhos negativos; as que
nem favorecem nem se opõem não realizam trabalho.
Portanto, o saldo desses trabalhos causa a variação de velocidade, ou seja,
variação da energia cinética. Como o saldo desses trabalhos é o trabalho da re-
sultante, podemos concluir que a variação da velocidade e, portanto, a variação
da energia
 cinética pode ser obtida pelo trabalho da resultante. Em resumo:
R
t A→ B causa variação de energia cinética.

Figura 19 – Um corpo sob ação de várias forças se desloca de A até B / Fonte: Andrade (2019, p. 149).

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Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de um corpo em forma de bloco, moven-
do-se de A até B e sujeito à ação de diversas forças. Essas forças incluem a força normal, a força peso, a força
de atrito e a força de tensão. A força de tensão é gerada por um personagem que aplica uma força horizontal
para a direita. Nesse contexto, a figura também mostra que a força resultante é igual à diferença entre a força
de tensão e a força de atrito.

Dedução do Teorema da Energia Cinética

Vamos analisar um corpo em movimento retilíneo uniformemente variado. Se


um corpo está a uma velocidade v0 e pela ação de um sistema de forças adquire
uma aceleração a que se mantém constante ao longo de um deslocamento DS
, então, sendo v a velocidade ao fim desse deslocamento, podemos escrever,
aplicando a equação de Torricelli.

Figura 20 – A velocidade de um corpo que, sob ação de várias forças, desloca-se DS , e a velocidade
passa de v0 para v / Fonte: Andrade (2019, p. 149).

Descrição da Imagem: a figura exibe a equação de Torricelli. À direita, há uma representação esquemática de
uma partícula se deslocando horizontalmente para a direita, iniciando com uma velocidade inicial e atingindo
uma velocidade final, devido a uma aceleração horizontal também no sentido direito, o que resulta na variação
da posição Δs.

Aplicando-se a equação fundamental da dinâmica para o movimento retilíneo:


R = m.a

R
Obtemos a aceleração: a =
m
Substituindo-se essa última expressão na equação de Torricelli
R
v � v0 � 2   DS
m

Multiplicando-se a expressão por m e dividindo-se por 2, vem:

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1 1
m.v ²  m.v0 ²  R.DS
2 2
Lembrando-se que:
1
m.v ² é a energia cinética final no deslocamento considerado.
2
1
m.v0 ² é a energia cinética inicial no deslocamento considerado.
2
R.DS é o trabalho da resultante no deslocamento considerado.

Conclusão: Teorema da energia cinética: t R = DEc

Observações a Respeito do Teorema da Energia Cinética

1. Embora o teorema tenha sido deduzido para o caso particular de MRUV, as


conclusões são válidas para qualquer tipo de movimento (retilíneo ou curvilíneo)
e para resultantes constantes ou variáveis.

2. A unidade da energia cinética, no Sistema Internacional, é dada por:


2
m
 Ec   (kg ).  
s
m² 
 Ec   (kg ).  
 s² 
 m 
 Ec    kg.   m
  s² 
 Ec   N .m  Joule

Coerentemente, a unidade da energia cinética, bem como de qualquer outro tipo


de energia, é igual à unidade de trabalho.

3. O teorema da energia cinética é válido independentemente da natureza das


forças. Elas podem ser constantes, variáveis, conservativas e não conservativas.
A importância do conceito de energia dispensa explicações. Contudo, além
do conceito, temos de conhecer as diferentes formas de energia, a possibilidade da

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transformação de uma forma em outra, as alternativas economicamente viáveis


de aproveitamentos dos recursos energéticos.
Precisamos ter em mente que energia pode ser transformada de uma forma
em outra ou transferida de um corpo para outro.
A energia não pode ser criada nem destruída, mas isso não quer dizer que
não possa ser desperdiçada, por conta da dissipação e do risco do esgotamento
dos recursos naturais.

E M FO CO

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referente a este tema.

NOVOS DESAFIOS
A conexão entre o conceito de energia mecânica na física e o futuro ambiente
profissional de um agrônomo é de extrema importância. A energia mecânica
está relacionada ao movimento de objetos e pode ser dividida em duas formas:
energia cinética e energia potencial. Esses conceitos têm aplicação prática no
campo agrícola, permitindo que o agrônomo compreenda e manipule o fluxo
de energia em diversas situações.
No contexto agrícola, a energia cinética pode ser observada no movimento de
máquinas e equipamentos utilizados na lavoura. Um agrônomo precisa entender
como a energia cinética está relacionada ao desempenho e à eficiência desses
equipamentos, garantindo uma operação adequada e segura.
Por outro lado, a energia potencial também desempenha um papel significati-
vo no ambiente profissional do agrônomo. Ao compreender as diferentes formas
de energia potencial, como a energia potencial gravitacional e a energia potencial
elástica, o agrônomo pode utilizar esse conhecimento para otimizar a produção
e a colheita de culturas. Por exemplo, ao analisar a topografia de um terreno, o
agrônomo pode identificar áreas com maior energia potencial gravitacional, o
que pode ser explorado para sistemas de irrigação por gravidade.

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Além disso, a compreensão da energia mecânica pode auxiliar o agrônomo


a avaliar e selecionar sistemas de maquinário mais eficientes, que aproveitem
melhor a energia cinética para otimizar o trabalho no campo. Isso pode resultar
em redução de custos e maior produtividade agrícola.
Outra aplicação relevante da energia mecânica é a análise do movimento de
fluidos, como a água em sistemas de irrigação. O agrônomo pode utilizar concei-
tos de energia cinética para determinar a pressão necessária para o correto fun-
cionamento de sistemas de aspersão ou gotejamento, levando em consideração
a energia necessária para transportar a água em diferentes alturas e distâncias.
Por fim, a compreensão da energia mecânica na física permite que o agrôno-
mo analise o impacto ambiental de atividades agrícolas. Ao considerar a energia
envolvida em processos como o transporte de insumos e a colheita de culturas,
é possível tomar decisões sustentáveis, buscando reduzir o consumo de energia
e promover a eficiência energética em todas as etapas da produção.
Em resumo, o conceito de energia mecânica na física está intimamente ligado
ao futuro ambiente profissional de um agrônomo. Compreender a relação entre
energia cinética, energia potencial e seus diferentes aspectos práticos é funda-
mental para otimizar processos agrícolas, selecionar equipamentos adequados
e tomar decisões sustentáveis. Essa conexão entre a física e a agricultura pode
impulsionar o sucesso e a eficiência do trabalho do agrônomo no campo.

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VAMOS PRATICAR

1. Todo o corpo de massa “m”, em um dado instante, possui velocidade escalar v . A sua
energia cinética ( Ec ) é dada pela expressão:

1
Ec = m.v ²
2
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.

Considere dois veículos idênticos, A e B, que se movimentam com velocidade de 50 km/h


e 70 km/h, respectivamente. Sendo E A a energia cinética da carreta A e EB a energia
cinética da carreta B, qual será a razão E ?
A
EB

2. A energia é um dos conceitos fundamentais da física, no entanto, pode ser um desafio


defini-la de maneira precisa. Vamos explorar diferentes perspectivas e compreender
o significado dessa poderosa e misteriosa entidade que permeia o nosso universo. Em
sua essência, a energia pode ser compreendida como a capacidade de realizar trabalho
ou provocar mudanças. Ela está presente em todas as formas de movimento, seja o
deslocamento de um objeto, a vibração de partículas – ou até mesmo a propagação de
ondas. A energia está intrinsecamente ligada à ideia de transformação e transferência.
Descreva e explique os diferentes tipos de energia mecânica, fornecendo exemplos
de cada um deles.

3. Em um automóvel, a queima de algum combustível faz com que os gases resultan-


tes movimentem o motor do veículo. Devido a um sistema de eixos, correias, polias
e engrenagens, esse movimento é transmitido até as rodas, que são postas a girar,
movimentando o carro.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.

Nesse processo descrito, as transformações de energia que ocorrem são:

a) ( ) Energia solar em potencial, que se transforma em eólica.


b) ( ) Energia química em térmica, que se transforma em mecânica.
c) ( ) Energia mecânica em térmica, que se transforma em potencial.
d) ( ) Energia sonora em solar, que se transforma em química.
e) ( ) Energia mecânica em térmica, que se transforma em solar.

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VAMOS PRATICAR

4. O Brasil é um dos países de maior potencial hidráulico do mundo, superado apenas


pela China, pela Rússia e pelo Congo. Esse potencial traduz a quantidade de energia
aproveitável das águas dos rios.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar,
2019.

Considerando a sequência de transformação de energia em uma hidrelétrica, é correto


afirmar que:

a) ( ) Energia elétrica em energia química.


b) ( ) Energia potencial gravitacional em energia química, que é transformada em energia
elétrica
c) ( ) Energia cinética em energia potencial, que é transformada em energia elétrica.
d) ( ) Energia cinética em energia química, que é transformada em energia elétrica.
e) ( ) Energia potencial gravitacional da água em energia cinética de rotação da turbina,
que é transmitida para gerador onde é transformada em energia elétrica.

5. Na Física, a soma da energia cinética com a energia potencial é denominada energia


mecânica. Acerca disso, avalie as premissas a seguir em relação à energia mecânica
na física:

I - A energia cinética de um objeto depende apenas da sua velocidade.


II - A energia potencial gravitacional de um objeto é sempre positiva.
III - A energia cinética de um objeto em movimento depende da sua massa e velocidade.
IV - A energia potencial elástica está relacionada à posição do objeto em relação à gra-
vidade.

É correto o que se afirma em:

a) ( ) I e IV, apenas.
b) ( ) I e III, apenas.
c) ( ) III e IV, apenas.
d) ( ) I, II e III, apenas.
e) ( ) II, III e IV, apenas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá: Editora Unicesumar, 2019.


FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R.; SANDS, M. Lições de Física de Feynman. Porto Alegre: Art-
med, 2008. Volume 3.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Mecânica. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016. Volume 1.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física paraCientistas e Engenheiros. Mecânica. São Paulo:
Cengage Larning, 2012. Volume 1.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Mecânica e Ondas, Termo-
dinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Volume 1.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.

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GABARITO

1. A energia cinética de A é:

E A = 1 mv2A
2

A energia cinética de B é:
EB = 1 mvB2
2

Logo:
E A v2A 25
= =
EB vB2 49

2. A energia mecânica é uma forma de energia associada ao movimento e às forças aplica-


das a um objeto. Ela pode ser dividida em dois tipos principais: energia cinética e energia
potencial.

A energia cinética está relacionada ao movimento de um objeto. Ela depende da massa


do objeto e da sua velocidade. A fórmula para calcular a energia cinética (Ec) é Ec = 1/2
* m * v^2, onde m é a massa do objeto e v é a sua velocidade. Um exemplo de energia
cinética é um carro em movimento. Quanto maior a velocidade do carro e sua massa,
maior será a energia cinética envolvida.
A energia potencial, por outro lado, está relacionada à posição de um objeto em relação a
um ponto de referência. Ela pode ser dividida em energia potencial gravitacional e energia
potencial elástica.
A energia potencial gravitacional está associada à altura de um objeto em relação ao
solo. Quanto maior a altura, maior será a energia potencial gravitacional. Um exemplo é
uma bola em uma prateleira alta. À medida que a bola é levantada, sua energia potencial
gravitacional aumenta.
A energia potencial elástica está associada à deformação de um objeto elástico, como
uma mola ou um elástico. Quando um objeto elástico é esticado ou comprimido, arma-
zena energia potencial elástica. Essa energia é liberada quando o objeto retorna à sua
forma original. Um exemplo é uma mola sendo comprimida. A medida em que a mola é
comprimida, sua energia potencial elástica aumenta.

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GABARITO

Em resumo, a energia mecânica engloba a energia cinética, que está relacionada ao


movimento de um objeto, e a energia potencial, que está relacionada à posição de um
objeto em relação a um ponto de referência. A energia potencial pode ser dividida em
energia potencial gravitacional e energia potencial elástica, dependendo das caracterís-
ticas específicas do sistema em questão. É importante compreender esses diferentes
tipos de energia mecânica para analisar e compreender fenômenos físicos e aplicá-los
em situações práticas.

3. B. A energia química dos combustíveis é transformada em energia térmica dos gases


resultantes da combustão que é transformada em energia mecânica no interior dos
cilindros do motor.

4. E. Na turbina, a energia cinética da água é transformada em energia cinética de rotação.


A turbina causa rotação do gerador. No gerador, a energia cinética de rotação é transfor-
mada em energia elétrica.

5. B. Para resolver essa questão, vamos analisar cada alternativa separadamente:

A premissa I é correta, pois, a energia cinética de um objeto em movimento depende


tanto da sua massa quanto da sua velocidade. A premissa II é incorreta, pois, a energia
potencial gravitacional de um objeto pode ser positiva, nula ou negativa, dependendo da
escolha do sistema de referência e da posição do objeto em relação a esse sistema. A
premissa III é correta, pois, a energia cinética de um objeto em movimento depende da
sua massa e da sua velocidade. A premissa IV é incorreta, pois, a energia potencial elástica
está relacionada à deformação de um objeto elástico, como uma mola, e não à gravidade.
Quando uma mola é esticada ou comprimida, ela armazena energia potencial elástica.

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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 4

APLICAÇÕES DA TEORIA DE
TRABALHO E ENERGIA

MINHAS METAS

Compreender o Teorema da energia mecânica e mostrar diferentes apli-


cações do Teorema da energia mecânica.

Reconhecer potência de uma força, apresentar a unidade de potência, bem


como seus múltiplos e submúltiplos e definir potência e rendimento de uma
máquina.

Diferenciar um oscilador harmônico e as características de um oscilador


harmônico: período, frequência e pulsação; definir trabalho da força elástica.

Aprofundar o conceito de onda, comprimento de onda e velocidade de prop-


agação de uma onda.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Imagine que você seja um estudante do ensino médio e esteja estudando o concei-
to de trabalho e energia na disciplina de Física. Durante as aulas, você se depara
com uma situação-problema: em uma atividade física, como levantar um objeto
pesado do chão, quais são os fatores que influenciam o trabalho realizado e a ener-
gia envolvida nesse processo? Essa questão desperta a curiosidade e a necessidade
de compreender os conceitos de trabalho e energia de forma mais aprofundada.
A resolução dessa problemática é de extrema importância, pois o estudo do
trabalho e energia permite compreender os princípios fundamentais da Física e
suas aplicações em diferentes áreas. O conhecimento destes conceitos é essencial
para analisar e quantificar o trabalho realizado por forças, calcular a energia envol-
vida em diversos processos e entender a relação entre energia cinética e potencial.
Além disso, essa compreensão possibilita a identificação de formas mais eficientes
de utilizar a energia e o desenvolvimento de soluções tecnológicas sustentáveis.
Para exemplificar a aplicação prática dos conceitos de trabalho e energia, os
estudantes podem realizar atividades experimentais, como levantar diferentes ob-
jetos em alturas variadas, medindo o trabalho realizado e a energia envolvida em
cada caso. Além disso, é possível explorar situações do cotidiano, como o funcio-
namento de uma bicicleta, a queda de um objeto ou o lançamento de um projétil,
analisando como esses eventos envolvem trabalho e transformação de energia.
Ao refletir sobre o tema do trabalho e energia, é possível compreender a
importância da conservação da energia e da eficiência em diversos sistemas.
Além disso, essa reflexão nos leva a questionar sobre o impacto ambiental do
uso descontrolado de recursos energéticos não renováveis e a buscar soluções
mais sustentáveis em nosso dia a dia. O estudo desses conceitos nos convida a
refletir sobre a relação entre energia, trabalho e ações humanas, despertando a
consciência sobre o uso responsável dos recursos naturais e a busca por fontes
de energia limpa e renovável.
Para aprofundar seu conhecimento sobre o tema do trabalho e energia, con-
vidamos você a explorar o material completo sobre esse assunto. Nele, você en-
contrará explicações detalhadas, exemplos práticos e exercícios para aprimorar
sua compreensão. Acesse o material e embarque nessa jornada de descobertas e
aprendizado sobre o fascinante mundo da Física.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 4

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Você está pronto para desvendar os segredos da energia, ren-


dimento e unidades de potência? Então, não perca tempo e
ouça o podcast incrível que preparamos para você! Descubra
como esses conceitos se entrelaçam e influenciam nosso dia
a dia. Venha se encantar com a ciência por trás da eficiên-
cia energética. Aproveite essa oportunidade de aprendizado e
mergulhe nesse mundo fascinante!

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Você está em busca de conhecimento sobre energia
e suas transformações? Então, não perca a opor-
tunidade de acessar nossa videoaula exclusiva sobre
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esse processo e amplie sua compreensão científica.
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barque nessa jornada de aprendizado!

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

TEOREMA DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

O conceito de energia está presente no dia a dia de todos. Uma consulta rápida a
um jornal, vemos notícias associando consumo de gás e petróleo com produção
de energia, a importância de se criar novas fontes de energia e da produção de
veículos mais econômicos. Contudo, além disso, o conceito de energia é um
instrumento poderoso para resolução de determinados problemas de mecânica
e o teorema da energia mecânica que se segue tem essa finalidade.

Conceito de Energia Mecânica como Instrumento para


Resolução de Problemas de Mecânica

Vimos vários exemplos de transformação de energia potencial em cinética e vi-


ce-versa. A questão, agora, é descobrir se essa transformação é total ou não, por
exemplo, se numa queda livre a diminuição de energia potencial corresponde
– ou não – a um aumento de energia cinética. Uma primeira ideia é estudar a
soma desses dois tipos de energia e verificar se mantém uma constante ou não.
Começamos por definir energia mecânica.
Energia mecânica é definida como a soma da energia potencial com a energia
cinética. Em símbolos:
EM  EP  EC

O que pode acontecer com a Energia Mecânica?

Constata-se que o aumento, a diminuição ou a constância da energia mecânica de-


pende do trabalho das forças não conservativas. No caso do corpo em queda livre,
sem resistência do ar, só o peso (força conservativa) realiza trabalho, a energia poten-
cial diminui, a energia cinética aumenta e a energia mecânica se mantém constante.

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No caso do paraquedista, a resistência do ar (força não conservativa) impede


o aumento da energia cinética, mesmo com diminuição de potencial, causando
diminuição na energia mecânica. No caso de um corpo sendo empurrado, é o
trabalho da força aplicada (não conservativa) que causa aumento de energia
mecânica. Vamos tentar descobrir, agora, a relação entre variação de energia
mecânica e trabalho das forças não conservativas.

Teorema da Energia Mecânica

A resultante das forças que agem sobre um corpo é a soma vetorial das forças que
agem sobre ele. Em símbolos:
 
R  F

Dentre as forças que agem sobre um corpo, algumas são conservativas


 e outras
não conservativas.
 Logo, chamando as forças conservativas de F c e as não con-
servativas de Fnc , podemos escrever que:
  
R   Fc   Fnc

Portanto, o trabalho da resultante será a soma dos trabalhos das forças conser-
vativas com a soma dos trabalhos das não conservativas.
  
t ( R)   t ( FFC )   t ( FNFC )

A equação supracitada será, para fins didáticos, denominada de equação (1).


Contudo, pelo teorema da energia cinética:

t( R )  ( Ec ) final  ( Ec )inicial

Para fins didáticos, essa equação será denominada de equação (2).

E, pelo teorema da energia potencial (cuidado com a ordem):



t( FFC )  ( EP ) final  ( EP )inicial

Substituindo a equação (2) pela (1) e lembrando que, como definimos, a


soma da energia potencial com a cinética é a energia mecânica, chegamos ao
Teorema da energia mecânica.

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A soma dos trabalhos das forças não conservativas atuantes sobre um corpo
(ou sistema de corpos) é igual à variação da energia mecânica do corpo (ou do
sistema de corpos).

t( FNFC ) = DEM

Para não ficar muito abstrato, tomemos como exemplo um esquiador descendo
uma montanha. Para facilitar, suponhamos que a sua trajetória seja retilínea e
que a resistência doar seja desprezível.
 Durante omovimento,
  estão agindo no
esquiador o peso ( P ), a normal ( N ) e o atrito ( f at ).

Figura 1 - Forças que agem em um atleta deslizando por uma encosta em movimento retilíneo
Fonte: Andrade (2019, p. 172).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de uma pessoa praticando snowboard,
com destaque para as três forças que atuam sobre ela: a força normal, o peso e a força de atrito.

De acordo com o critério


 apresentado, o peso é uma força conservativa, enquanto a
normal ( N ) e o atrito ( f at ) são forças não conservativas. Vamos calcular o trabalho
de cada uma delas e a variação da energia mecânica. O trabalho da resultante pode
ser obtido tanto pela definição de trabalho de uma força constante como pela soma
algébrica dos trabalhos realizados por cada uma das forças que agem no corpo.

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t R  t P  t N  t f at

De acordo com o teorema da energia cinética:



t R = DEc

O trabalho da normal é nulo, pois se mantém perpendicular ao deslocamento:




tN = 0

O peso é uma força conservativa. Portanto, seu trabalho pode ser calculado pela
variação da energia potencial (cuidado com a ordem):

t P  ( EP )in  (E fin )  DEP

Substituindo as três últimas equações pela primeira e lembrando que a energia


mecânica é a soma da energia potencial com a cinética, temos:

DEc  DE p  0  t f at

t f at  DEc  DE p

t f at   EM  fin   DEM in

Enfim, o teorema mostra que a dissipação da energia, ou seja, a transformação


da energia mecânica em outras formas de energia é causada pelo trabalho das
forças não conservativas.

Potência e Rendimento de Máquinas

Desde que James Watt construiu, no final do século XVIII, uma máquina que trans-
formava controladamente a energia térmica em energia mecânica, dando início a
era da utilização racional e em larga escala dos recursos energéticos da natureza,
surgiu a necessidade de criar uma grandeza, a potência, para descrever as máquinas.

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James Watt percebeu que para descrever uma máquina não bastava especi-
ficar a energia necessária para realizar uma determinada operação. Se preten-
demos retirar a terra de uma montanha para construir uma barragem, tanto
podemos utilizar pessoas e uma frota de carrinhos de mão como um sofisticado
equipamento de terraplenagem. Se a obra em questão tem um prazo para ser
executada, temos de pensar no tempo de
execução. Temos de pensar na potência
dos equipamentos que serão utilizados,
grandeza que leva em conta não apenas
o trabalho a ser realizado, mas também o
tempo para a realização.
Figura 3 - James Watt (1736-1819). Engenheiro e me-
cânico escocês, desenvolveu a máquina a vapor
Fonte: Andrade (2019, p. 176).

Descrição da Imagem: Fa figura retrata James Watt


vestindo uma roupa típica da época, com cabelos lon-
gos nas laterais e um pouco calvo na parte superior
da cabeça.

Podemos generalizar a ideia de taxa de


fornecimento de energia para qualquer
situação em que haja transferência ou transformação de energia.
Dessa forma, podemos aplicar o conceito de potência para uma lâmpada,
um aparelho de som, um motor, uma pessoa ou um chuveiro, bem como para
qualquer sistema em que haja transferência ou transformação de energia. Cha-
mando de ε a energia e Pm a relação entre a energia e o intervalo de tempo Dt ,
portanto, podemos definir potência média por meio da equação:
e
Pm =
Dt

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Potência: Unidades

No Sistema Internacional (SI), e é medido em joules (J), e t em segundos (s).


Por isso, a potência é medida em joules por segundo (J/s). A unidade J/s foi cha-
mada de watt em homenagem ao causador de todo esse problema. O símbolo
do watt é W:

W = J/s

É muito comum usarmos, também, a unidade quilowatt (kW), equivalente a


mil watts.
1kW = 10³ W

Também é muito usado o megawatt:


1MW = 106 W

Só como exemplo, a usina hidrelétrica de Ibitinga, no médio Tietê, tem potência


de 114.600 kW ou 114,6 MW, significando a possibilidade de transformar energia
mecânica em 114.600.000 joules de energia elétrica a cada segundo de operação.

Uma Antiga Unidade de Potência

Ainda utilizada, quando a máquina a vapor foi


criada as comparações com seu ilustre antecessor,
o cavalo, eram inevitáveis. Qual a potência de um
cavalo? Experiências realizadas na França mos-
traram que um cavalo conseguia levantar 75 kg
a altura de 1 m em 1 s. Essa medida deu origem a
uma unidade de medida de potência, hoje qua-
se em total desuso, denominada cheval-vapeur
(CV), traduzida no Brasil por cavalo-vapor.

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Figura 4 - Simulação esquemática da experiência de James Watt / Fonte: Andrade (2019, p. 177).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de um cavalo que está puxando um bloco
verticalmente, movendo-o a um metro por segundo. Esse movimento é possível devido à ação de uma corda que
passa por uma roldana.

Na Inglaterra, dizem, mas não há confirmação, que o próprio Watt realizou a


mesma medida e chegou à conclusão de que o cavalo inglês conseguia levantar 76
kg a altura de 1 m em um segundo. Com esses dados, foi possível criar a unidade
de potência denominada horse-power (HP), utilizada, ainda hoje, em áreas mais
conservadoras da engenharia.

Relação entre W, CV e HP

Vamos determinar a potência de um cavalo que consegue deslocar verticalmen-


te 1 m em um intervalo de tempo de 1 s, um corpo de massa m nos seguintes
casos (adotar g = 9, 8m / s ² ):

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a) m = 75 kg.
b) m= 76 kg

Lembrando que:
e m.g .h
P=
m =
Dt Dt

Basta fazer as devidas substituições numéricas:

Para m=75 kg, temos:


e m.g .h 75.9, 8.1
Pm     735W
Dt Dt 1

Para m=76 kg, temos:


e m.g .h 76.9, 8.1
Pm     746W
Dt Dt 1

Potência de uma Força

Qualquer transferência ou transformação de energia está associada


 ao trabalho
de uma força. Sendo t o trabalho realizado poruma força F em um tempo,
podemos determinar a potência média da força F pela expressão:
t
Pm =
Dt

Vamos supor que um corpo percorra uma trajetória retilínea com velocidade
constante
 v , sob a ação de várias forças. A potência média de uma dessas forças
( F ) será:
F .DS
=Pm = F .vm
Dt

Podemos também definir a potência de uma força ( F ) em um dado instante t ,


no qual a velocidade vale v pela expressão:
Pm = F .v

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Rendimento

Quando temos em vista o desempenho de determinada tarefa, geralmente ne-


cessitamos empregar mais energia do que a exigida pela tarefa em si por causa
das perdas. A potência que corresponde à estrita realização da tarefa desejada
denomina-se potência útil ( PU ) . A potência não aproveitada denomina-se po-
tência passiva ou potência dissipada ( Pd ) . Para obtermos a realização da tarefa
proposta, é necessária então uma potência total ( Ptot ) , que corresponda à soma
das potências útil e dissipada.
Para qualquer dispositivo, chamamos de rendimento (h ) a relação entre a
potência útil ( PU ) e a potência total ( Ptot ) :
PU P
h= ou h = U .100%
Ptot Ptot

Oscilador Harmônico

Denomina-se onda a uma perturbação que se propaga em um meio elástico.


Exemplos disso não faltam: imagine que uma pessoa, segurando a extremidade
de uma corda, faça um gesto em uma direção perpendicular a ela. Essa perturba-
ção se propaga ao longo da corda até a outra extremidade. Atirando uma pedra
nas águas tranquilas de um lago, causamos uma perturbação que se propaga
formando círculos em torno dela.

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Figura 6 - Propagação de um pulso em meio elástico / Fonte: Andrade (2019, p. 180).

Descrição da Imagem: na parte superior da figura, há uma representação de uma mola transversal com uma per-
turbação vertical e uma propagação horizontal. Na parte inferior, temos a representação de uma onda transversal
com uma perturbação vertical e uma propagação horizontal.

Cabe a pergunta: mas é importante estudar o movimento causado por uma crian-
ça brincando com uma corda ou atirando pedra nas águas de um lago?
Claro que não. A finalidade da ondulatória é criar uma teoria que se aplique à pro-
dução e propagação de todos os tipos de ondas, tanto as mecânicas, que exigem um
meio para se propagar – por exemplo as ondas sonoras –, como as eletromagnéticas,
que é o caso da luz e das ondas de rádio, cujas importâncias dispensam comentários.
Sobre a condição para a formação de uma onda mecânica e nomenclatura
associada às ondas, entende-se que as ondas mecânicas ocorrem quando há
uma perturbação em um meio elástico, que é caracterizado pela tendência em
retornar ao estado inicial. Quando a água recebe a ação da pedra, sua tendên-
cia é restaurar o estado inicial. Quando puxamos uma mola, sua tendência é
retornar ao comprimento original.
Em resumo, a onda decorre de uma perturbação, que vamos denominar
pulso, em um meio elástico.

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Uma Característica Fundamental das Ondas

Quando ouvimos um som emitido por uma pessoa ou por um alto-falante, há


transmissão da energia, que denominamos energia sonora, mas não há transporte
de matéria. As moléculas de ar em contato com o alto-falante não chegam até o
ouvinte. Portanto, generalizando:
Uma onda transporta energia sem que haja transporte de matéria

Considerações Gerais de um Movimento Harmônico Simples

Para estudar o movimento de um corpo ligado a um meio elástico, vamos ima-


ginar um corpo de massa m preso a um ponto fixo por uma mola de constante
elástica k. Tirando o sistema da posição de equilíbrio, comprimindo a mola por
exemplo, ela aplica ao corpo uma força, denominada força elástica, que tende
a levar o corpo de volta para a posição de equilíbrio. É uma força restauradora,
sempre dirigida para a posição de equilíbrio, que tende a restaurar o estado ini-
cial. Contudo, isso causa a oscilação do corpo em torno da posição de equilíbrio.
Esse movimento é denominado movimento harmônico simples (MHS).
Acompanhe a descrição do movimento com as próximas figuras. A Figura 7a
mostra o corpo de massa m preso a um ponto fixo por uma mola de constante
elástica k. A Figura 7b mostra a mola sendo deformada por um agente externo.
A Figura 7c mostra a força restauradora.

Figura 7 - Representação esquemática da atuação da força elástica / Fonte: Andrade (2019, p. 182).

Descrição da Imagem: corpo preso a uma mola: a) corpo apoiado, em repouso, mola na posição natural; b) a mola
está sendo comprimida; c) a mola atinge a deformação máxima.

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Vamos à descrição do fenômeno. Aplicando-se uma força para a esquerda, tira-


mos o corpo da posição de equilíbrio até a mola apresentar uma deformação x,
como mostrado na Figura 7b. Nesse ponto, a mola aplica ao corpo uma força,
denominada força restauradora (ou força elástica), de intensidade kx, que tende
levá-lo de volta à posição de equilíbrio.
Se o sistema é abandonado da posição A1 , indicada na Figura 8, a mola ten-
ta restaurar a posição de equilíbrio e empurra o corpo para a direita até atingir
a posição O. Atingido esse ponto no corpo, a força elástica é nula. Entretanto,
como o corpo tem uma certa velocidade, ele tende, por inércia, a continuar seu
movimento para a direita, mas, agora, a força restauradora é para esquerda e,
em consequência, o movimento é retardado, sua velocidade diminui até parar
na posição A2 . Não havendo resistências passivas, o processo prossegue indefi-
nidamente com o corpo, oscilando entre as posições A1 e A2 .
A amplitude ( a ) do MHS é a distância entre a posição de equilíbrio e uma
posição extrema. Nas posições extremas ( A1 e A2 ), a velocidade é nula e a força
elástica é máxima.

Figura 8 - Aplicação da força elástica / Fonte: Andrade (2019, p. 183).

Descrição da Imagem: na figura A1 e A2 são as posições extremas O é a posição de equilíbrio.

Quando o corpo está na posição O, de compressão nula, a força elástica é nula


(Figura 9).

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Figura 9 – Ponto de equilíbrio da força elástica / Fonte: Andrade (2019, p. 183).

Descrição da Imagem: na figura, o ponto “O” é a posição de equilíbrio. A força elástica é nula.

Se adotarmos um eixo como o mostrado na Figura 9, convencionando que a força


é positiva quando seu sentido for o mesmo do eixo e negativa em caso contrário,
o gráfico da força elástica em função da deformação da mola é uma reta, pois,
como sabemos, a intensidade da força é diretamente proporcional à deformação.

Figura 10 - Gráfico da força em função da deformação / Fonte: Andrade (2019, p. 184).

Descrição da Imagem: a figura mostra que quando a mola está esticada, a força é contra o eixo adotado e foi
convencionado ser negativa

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Energia Cinética, Potencial e Mecânica no MHS

A energia potencial elástica, ou seja, a energia potencial armazenada em um sis-


1
tema massa-mola, vale E p = kx �, sendo x uma deformação. Nas posições ex-
2 1
tremas, ( x  a e x = a ), a energia potencial vale E p = ka � . A energia cinética
1 2
vale mv�, sendo nula nas posições extremas, nas quais a velocidade é nula. A
2
energia mecânica, que é a soma da energia potencial com a cinética, é constante,
pois o MHS sempre se constitui em um sistema conservativo.

Figura 11 - Gráfico das energias potencial, cinética e mecânica em função da deformação


Fonte: Andrade (2019, p. 184).

Descrição da Imagem: o gráfico da força em função da posição ilustra que a energia mecânica total do sistema é
constante. Nesse contexto, ocorre uma mudança diretamente proporcional entre a energia potencial elástica e a
energia cinética, ou seja, à medida que a energia potencial elástica aumenta, a energia cinética diminui e vice-versa.

Período e Frequência de um MHS

O período do movimento é o tempo para completar uma oscilação. Por exemplo,


se o corpo é abandonado da posição A1 , o período é o tempo para retornar ao
ponto A1 .

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Figura 12 - Um MHS / Fonte: Andrade (2019, p. 185).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de um movimento harmônico simples.
Nela, há uma superfície plana na qual uma mola está conectada a uma parede e a um corpo inicialmente na
posição A1. O corpo possui uma certa amplitude de compressão da mola em relação à posição de equilíbrio zero.

Vamos aceitar, sem demonstração, por enquanto, que o período do sistema mas-
sa-mola vale:
m
T = 2p
k

A frequência é o número de vezes que o fenômeno se repete na unidade de tem-


po. Por exemplo, é o número de vezes que o corpo passa pela posição A1 em um
segundo. Como a frequência é o inverso do período pode ser facilmente obtida
da expressão anterior.
1 k
f =
2p m

Vamos lembrar que a unidade de frequência é o Hz. Se um fenômeno se repete


100 vezes em um segundo, sua frequência é 100 Hz. No caso da mola, se o sistema
realiza 100 oscilações completas por segundo, a frequência da oscilação é 100 Hz.

Ondas

Onda, no sentido mecânico, é a propagação de um pulso que, por sua vez, é uma
perturbação em um meio elástico. Cuidado para não confundir a direção da per-
turbação com a direção da propagação. Nas ondas longitudinais, a propagação
do pulso se dá na mesma direção da perturbação. É o que acontece quando a
perturbação em uma mola helicoidal se dá na direção da mola.

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Figura 13 - Propagação de um pulso longitudinal em uma mola helicoidal / Fonte: Andrade (2019, p. 186).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de uma onda longitudinal, na qual a
direção da perturbação é horizontal e a propagação da onda também ocorre na direção horizontal

Um exemplo importante de ondas longitudinais são as ondas sonoras, que será


objeto de estudo.
Nas ondas transversais, a propagação do pulso se dá na direção perpendi-
cular à perturbação.

Figura 14 - Propagação de um pulso transversal em uma mola helicoidal / Fonte: Andrade (2019, p. 187).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de uma onda transversal, na qual a per-
turbação do pulso ocorre no sentido vertical e a propagação da onda ocorre na direção horizontal.

Propagação de um Pulso em uma Corda

Vamos imaginar um pulso em uma corda homogênea e flexível. Para que seja
homogênea, tem de ser de um mesmo material, um fio de aço, por exemplo, e de
seção constante. Satisfeitas essas condições, podemos definir a densidade linear
da corda, que é o quociente da massa pelo comprimento. Sendo m a massa da
corda e L seu comprimento, a densidade linear ( µ) vale:
µ= m / L

A densidade linear é uma medida da inércia da corda. Causar uma perturbação


em um fio de seda e em um cabo de aço exige forças diferentes.
Suponha que um pulso transversal se propague em uma corda de densidade

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linear ( µ). Para ser considerada uma corda, deve estar tracionada. Nessas con-
dições, seja T a intensidade da força de tração no fio.

Figura 15 - Propagação de um pulso transversal em uma corda / Fonte: Andrade (2019, p. 187).t

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de uma onda transversal em cordas,
em que a direção da perturbação é vertical e a propagação da onda ocorre na direção horizontal.

A velocidade de propagação do pulso é dada pela expressão:


T
v=
µ

Note que, nesse caso, o que propaga é a energia, tanto na modalidade cinética
quanto na modalidade potencial, pois, à medida que o pulso se movimenta,
há uma variação na velocidade na direção transversal à corda, mas há, também,
transmissão de energia potencial elástica associada à deformação e à restituição
da corda à medida que o pulso se propaga.

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Ondas Periódicas

Até aqui, estudamos a propagação de pulsos isolados. Vamos passar para uma
onda originada de uma fonte que envie uma sequência de pulsos idênticos, ori-
ginados de uma fonte.

Figura 16 - Ondas periódicas. Comprimento de ondas / Fonte: Andrade (2019, p. 188).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática de ondas periódicas transversais, com
uma amplitude de duas unidades. Além disso, há uma representação esquemática do comprimento de onda (λ),
que é determinado pela distância horizontal entre dois vales consecutivos.

Só como exemplo, considere a extremidade de uma corda perfeitamente flexível


presa a uma fonte que realiza um MHS na direção perpendicular à corda. Ao
longo do tempo, vamos verificar a formação de uma onda formada por cristas
e vales, com a forma de uma cossenóide que se propaga a uma velocidade v . Se
a fonte executa um MHS vertical, qualquer ponto da corda executa um MHS
vertical, de mesmo período, mesma frequência e mesma amplitude da fonte.
A distância entre duas cristas, ou dois vales adjacentes, é constante e deno-
minado comprimento de onda l (lambda). O tempo necessário para uma crista
percorrer a distância l é o período do movimento ( T ). Logo, a velocidade de
propagação da onda é:
l
v=
T

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Entretanto, como a frequência é o inverso do período ( f = 1 / T ) surge uma


expressão fundamental para o estudo das ondas periódicas:
v =lf

Onda Estacionária

Interferência é o fenômeno resultante da superposição de duas ou mais ondas.


O princípio da superposição das ondas estabelece que, durante a superposição, a
perturbação da onda resultante é a adição das perturbações que seriam causadas
por cada onda separadamente.
Vamos analisar o caso mostrado na Figura 17. Uma extremidade da corda
está fixa e a outra executa um MHS. Ocorrem ondas transversais que se refle-
tem na extremidade fixa. Essas ondas possuem a mesma frequência e a mesma
amplitude, mas se propagam em sentidos opostos. A superposição dessas ondas
resulta em uma onda estacionária.

Figura 17 - l é o comprimento de onda; N1 , N2 , N3 e N 4 são os nós; V1 , V2 , V3 e V4 são os ventres


Fonte: Andrade (2019, p. 189).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de ondas estacionárias, na qual são
mostrados quatro nós e quatro ventres.

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Cada ponto de uma onda estacionária realiza um MHS. Portanto, em cada ponto
há transformação de energia potencial elástica em cinética e vice-versa, mas não
há transmissão de energia. A amplitude do MHS em cada ponto é constante. Em
particular, nos pontos denominados nós ( N1 , N2 , N3 e N 4 ), a amplitude é nula.
Nos ventres ( V1 , V2 , V3 e V4 ), a amplitude é máxima.

Ondas Sonoras

As ondas sonoras são ondas mecânicas e, portanto, não se propagam no vácuo. São
ondas longitudinais que podem se propagar em meios gasosos, líquidos ou sólidos.
As frequências das ondas sonoras, ou seja, as que podem ser percebidas por
um ser humano, estão compreendidas entre 20 Hz e 20.000 Hz. Abaixo de 20 Hz,
são denominadas infrassônicas, e acima de 20.000 Hz, ultrassônicas.
Podemos criar ondas sonoras a partir de cordas de instrumentos musicais e
cordas vocais humanas, ou não. Podemos também criá-las a partir de membranas
vibrantes como instrumentos de percussão. Apesar das diferenças, todos esses
processos têm alguma coisa em comum: a alternância entre a compressão e a des-
compressão do ar, gerando ondas periódicas ou aproximadamente periódicas que
são transmitidas pela atmosfera até os ouvidos dos que estão próximos, causando
uma sensação agradável. As ondas não periódicas são atribuídas a barulhos.
Podemos criar uma onda sonora comprimindo e descomprimindo o ar no
interior de um tubo com auxílio de um êmbolo. As camadas próximas ao êm-
bolo sofrem um aumento de pressão. Por conta desse aumento de pressão, o ar
do interior do tubo se desloca para frente comprimindo as camadas que estão à
frente, assim, um pulso de pressão se propaga ao longo do tubo.

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Figura 18 - Formação de ondas sonoras em um tubo / Fonte: Andrade (2019, p. 190).

Descrição da Imagem: a figura exibe uma representação esquemática da formação de ondas sonoras em um
tubo. Ela ilustra tanto a configuração esquemática do tubo quanto a variação da pressão do ar em função da
distância ao longo do tubo.

Uma onda sonora é uma onda de pressão. Os tímpanos são sensíveis às variações
de pressão, produzindo a sensação sonora.
Diferentes fontes de som, como alto-falantes, instrumentos de cordas e dia-
pasões, conseguem, por meios diferentes, causar as alternativas entre alta e baixa
pressão que interpretamos como sons agradáveis ou ruídos.
A velocidade de propagação do som depende do meio e da temperatura. No
ar, a 15 °C é de 340 m/s, enquanto que na água é de 1.450 m/s.

Qualidades do Som

Os ouvidos humanos podem detectar três diferentes características do som, que


denominamos qualidades do som. São elas: altura, timbre e intensidade.
A altura está relacionada exclusivamente à frequência ( f ). Quanto maior a
altura, maior a frequência, mais agudo é o som.
O timbre é o que permite distinguir uma mesma nota (mesma frequência)
emitida por instrumentos diferentes.

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A intensidade ( I ) está relacionada ao som mais forte e


mais fraco. A intensidade é medida pela potência sonora
por metro quadrado. Portanto, a unidade de intensidade
sonora, no SI, medida é W / m² .

O problema é que o ouvido humano não responde


linearmente ao aumento da potência. Se a potência é
duplicada, não temos a sensação de que a intensidade
sonora dobrou.
Para que nosso ouvido tenha a sensação do dobro da
intensidade de um outro de mesma frequência, temos
de decuplicar a potência.
Daí a definição do bel ( B ) e do decibel ( dB ). Para
medir a intensidade auditiva na unidade bel, temos de
usar a seguinte expressão:
I
b = log
I0

sendo I a intensidade do som que se deseja conhecer e


I 0  1012 W / m² , que é a mínima intensidade sonora
audível pelo ser humano.
Por exemplo, se a intensidade sonora de um deter-
−10
minado som é 10 W / m² , a intensidade auditiva, re-
presentado pela letra grega beta ( b ) desse som, será:
1010
b  log  2bel
1012

Na prática, prefere-se o emprego da unidade decibel,


que um décimo do bel.
1dB = 0, 1B

Portanto, a intensidade auditiva do som correspondente


ao exemplo anterior será:
b = 20dB

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A intensidade sonora para quem está a cerca de 30 m de um avião a jato deco-


lando é cerca de 100W / m² . Neste caso, o nível sonoro é:
102
b  log  140bel
1012
Uma pessoa submetida continuamente a intensidades sonoras superiores a 80
dB poderá ter perda irrecuperável da audição. Em vista disso, os funcionários
dos aeroportos que trabalham na pista e, portanto, nas proximidades dos aviões,
têm de utilizar protetores para os ouvidos.
O nome bel foi dado em homenagem a Alexander Graham Bell que, suposta-
mente, teria sido o inventor do telefone. No entanto, em 2002, o italiano Antônio
Meucci foi reconhecido como o verdadeiro inventor do telefone.
Esta unidade pode ser dividida em duas partes aparentemente distintas, mas
que apresentam muitos pontos em comum.
A primeira foi uma continuação da teoria de trabalho e energia na qual apre-
sentamos a definição e as propriedades da energia mecânica, que é a soma da
energia potencial com a cinética. Demonstramos que se em um dado sistema o
trabalho das forças não conservativas é nulo, a energia mecânica é constante, ou,
o que vem a dar na mesma, a soma dos trabalhos das forças não conservativas é
igual à variação da energia mecânica do sistema.
Além disso, apresentamos dois conceitos importantíssimos para o estudo das
máquinas: os conceitos de potência e de rendimento. Daí passamos para o estudo das
ondas. Pode parecer que não há relação entre os dois assuntos, mas não é nada disso.
A onda é justamente o transporte de energia sem transporte de massa. As aplicações
da teoria ondulatória na era em que vivemos é impossível de ser ignorada.

E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 4

NOVOS DESAFIOS
A potência e o rendimento são conceitos fundamentais da física que podem ser
aplicados de forma relevante no ambiente profissional de um agrônomo. Vamos
explorar essas conexões de maneira didática:
A potência é a medida da rapidez com que um trabalho é realizado. No con-
texto agronômico, isso pode se relacionar, por exemplo, à utilização de máquinas
e equipamentos para atividades como preparo do solo, irrigação e colheita. Um
agrônomo precisa entender a potência desses equipamentos para garantir efi-
ciência e otimização do trabalho, pois máquinas mais potentes podem executar
tarefas em um tempo menor, aumentando a produtividade.
O rendimento está diretamente ligado à eficiência com que um processo é
realizado. No campo agronômico, o rendimento pode ser aplicado ao aprovei-
tamento dos recursos naturais, como solo, água e fertilizantes. Um agrônomo
precisa buscar técnicas e estratégias que maximizem o rendimento das cultu-
ras, utilizando adequadamente os recursos disponíveis e evitando desperdícios.
Dessa forma, é possível alcançar uma produção mais sustentável e econômica.
A tecnologia desempenha um papel crucial na potência e no rendimento no
ambiente agronômico. O agrônomo deve estar atualizado e familiarizado com as
inovações tecnológicas disponíveis, como sistemas de monitoramento, sensores
e automação, que podem aumentar a potência dos processos e otimizar o ren-
dimento das atividades agrícolas. Essas tecnologias podem auxiliar no controle
de irrigação, aplicação precisa de fertilizantes e identificação de problemas nas
plantações, contribuindo para uma gestão eficiente.
Ao considerar a potência e o rendimento, o agrônomo deve estar atento
à sustentabilidade ambiental. É importante buscar práticas que minimizem o
consumo excessivo de energia e a emissão de poluentes, além de garantir o uso
responsável dos recursos naturais. O agrônomo pode implementar sistemas de
energia renovável, como painéis solares ou turbinas eólicas, para reduzir a depen-
dência de fontes não renováveis e contribuir para um ambiente mais sustentável.
O conhecimento sobre potência e rendimento permite ao agrônomo realizar
análises econômicas e avaliar a viabilidade de projetos agrícolas. Ao considerar
a potência dos equipamentos e o rendimento das culturas, é possível calcular os

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UN I AS S ELV I

custos de produção, o retorno financeiro e tomar decisões estratégicas. Essa visão


mais abrangente possibilita ao agrônomo identificar oportunidades de melhorias
e implementar medidas que garantam uma agricultura mais eficiente e rentável.
Por fim, a compreensão da potência e do rendimento também é fundamental
para a gestão de equipes e liderança no ambiente profissional agronômico. Ao
conhecer os conceitos e aplicá-los de forma adequada, o agrônomo pode otimizar
o desempenho da equipe, garantindo que as atividades sejam realizadas de ma-
neira eficiente, segura e produtiva. O conhecimento e a aplicação dos conceitos de
potência e rendimento podem contribuir para uma gestão mais eficaz e alcançar
resultados melhores no ambiente de trabalho, além de contribuir para um futuro
agronômico mais eficiente e promissor.

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VAMOS PRATICAR

1. A figura a seguir representa o trecho de uma montanha-russa pelo qual se movimen-


ta um carrinho com massa de 400 kg. A aceleração gravitacional local é de 10m / s ² .

Fonte: adaptada de: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR:


Unicesumar, 2019.

Partindo do repouso (ponto A) para que o carrinho passe pelo ponto B com velocidade
de 10 m/s, desprezados todos os efeitos dissipativos durante o movimento, qual deve
ser a altura hA em metros?

2. Os ouvidos humanos podem detectar três diferentes características do som, que de-
nominamos qualidades do som. São elas: altura, timbre e intensidade.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.

Explique qual a qualidade do som que permite distinguir um som forte de um som fraco,
por meio da amplitude de vibração da fonte sonora.

3. Três corpos, A, B e C são lançados no espaço com a mesma velocidade escalar ( v0 ),


sendo que A é lançado verticalmente para cima, B é lançado em um plano inclinado
sem atrito e C é lançado obliquamente, sendo hA , hB e hC as alturas máximas atin-
gidas pelos três corpos.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.

Desprezando-se forças não conservativas, as energias mecânicas são constantes nas


três situações descritas. Logo, nos três casos:

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VAMOS PRATICAR

a) hA > hB > hC

b) h=
A h=
B hC

c) hA  hB  hC

d) hA  hB  hC

e) hA  hB  hC

4. Onda, no sentido mecânico, é a propagação de um pulso que, por sua vez, é uma per-
turbação em um meio elástico capaz de transportar energia sem transportar matéria.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física Geral e Experimental I. Maringá-PR: Unicesumar, 2019.

Analisando a figura do gráfico que representa três ondas sonoras produzidas pela mesma
fonte, assinale a alternativa correta para os três casos representados.

Fonte: o autor.

a) As frequências e as intensidades são iguais.


b) As frequências e as intensidades são diferentes.
c) As frequências são iguais, mas as intensidades são diferentes.
d) As frequências são diferentes, mas as intensidades são iguais.
e) A intensidades são iguais, mas nada se pode afirmar das frequências.

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VAMOS PRATICAR

5. A tabela a seguir apresenta a frequência f de três diapasões.

Diapasão f ( Hz )

d1 264

d2 353

d3 440

Fonte: o autor.

Analise as afirmativas a seguir:

I - A onda sonora que tem o maior período é a produzida pelo diapasão d1 .


II - As ondas produzidas pelos três diapasões, no ar, têm velocidades iguais.
III - O som mais grave é o produzido pelo diapasão d3 .

É correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, apenas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da Física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Volume 1 - Mecânica. 10.
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume 1 - Mecânica.
São Paulo: Cengage Larning, 2012.
TIPLER, P. A. Física Conceitual: Bookman Porto Alegre: LTC, 2016.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. Volume 1 - Mecânica e
Ondas, Termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.

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GABARITO

1. Lembrando o Teorema da energia mecânica:



t( F FNC ) = DEM 
Como, de acordo com o enunciado, t( F FNC )  0  EM é constante. Logo,
( E p  EC ) A  ( E p  EC ) B
mghA  mghB  1 mvB2
2
Da expressão anterior vem: hA = 7m .

2. A intensidade sonora está relacionada com a amplitude do som, permitindo a distinção


de sons fracos e sons fortes. Ondas sonoras de grande amplitude são ondas que trans-
portam grande energia.

3. D. Nos três casos, a Energia Mecânica é constante. Nos casos A e B, a velocidade no


ponto mais alto é nula. Logo, hA = hB . Entretanto, no caso do corpo C, a velocidade no
ponto mais alto não é nula. Portanto, hC < hB . Em resumo: hA  hB  hC .

4. C. As amplitudes são diferentes, os comprimentos de onda são os mesmos, a frequência


também é a mesma (são produzidas pela mesma fonte) e, por consequência, a velocidade
da onda também é a mesma.

5. A. I. Verdadeira. Como período e frequência são inversamente proporcionais, o maior


período terá a menor frequência.

II. Verdadeira. Se a temperatura do ar for constante, a velocidade do som também será


constante, portanto as velocidades das ondas produzidas pelos três diapasões serão iguais.
III. Falsa. Sons graves possuem frequências mais baixas, logo, o diapasão d1 é o mais
grave de todos.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 5

ESTÁTICA E HIDROSTÁTICA

MINHAS METAS

Compreender o momento como causa da rotação.

Estabelecer a condição necessária e suficiente para o equilíbrio de um cor-


po extenso e discutir as diferenças entre sólidos e líquidos.

Reconhecer a pressão e a variação da pressão com a profundidade.

Determinar a resultante das forças aplicadas por um líquido em um corpo


nele imerso.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Imagine que você está em uma sala de aula e deseja pendurar um quadro na parede.
No entanto, você não sabe qual a força necessária para mantê-lo no lugar sem que
caia. Como você pode determinar essa força e garantir a estabilidade do quadro?
Essa é uma situação que nos leva a questionar os princípios da Estática e Hidrostá-
tica, que são fundamentais para entender o equilíbrio de corpos sólidos e fluidos.
A resolução da problemática anterior é de extrema importância, pois nos
permite compreender como os objetos se comportam quando estão em equi-
líbrio ou em repouso. Ao entender os princípios da Estática e Hidrostática,
podemos aplicar esse conhecimento em diversas áreas, como na construção
de estruturas estáveis, no projeto de pontes e edifícios, na análise de forças em
máquinas e, até mesmo, na previsão de comportamento de fluidos em sistemas
hidráulicos. Esses conhecimentos têm impactos diretos na engenharia, arqui-
tetura e outras áreas relacionadas.
Ao explorar as situações práticas, os estudantes podem realizar experi-
mentos simples, como equilibrar objetos em diferentes superfícies, analisar as
forças que atuam em um objeto suspenso por um fio e mergulhar em atividades
que envolvam recipientes com líquidos e a análise de pressões Hidrostáticas.
Essas experiências permitirão aos estudantes identificar os conceitos teóricos
de Estática e Hidrostática na prática e entender como eles se relacionam com
o equilíbrio dos corpos e fluidos.
Ao refletir sobre o tema, percebemos que a Estática e Hidrostática são funda-
mentais para a compreensão dos princípios que regem o equilíbrio dos corpos e
fluidos. Esses conceitos nos permitem analisar e prever as forças que atuam em
diferentes situações, possibilitando o desenvolvimento de estruturas seguras e
eficientes. Além disso, ao compreender as propriedades dos fluidos em repouso,
somos capazes de entender fenômenos como a flutuação de objetos e a pressão
exercida por um líquido em um recipiente. A Estática e Hidrostática são es-
senciais não apenas para a física, mas também para áreas como a engenharia,
arquitetura e química, possibilitando avanços tecnológicos e aplicações práticas
que beneficiam a sociedade como um todo.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 5

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Gostaríamos de convidá-lo a participar do nosso podcast es-


pecial, no qual discutiremos de forma envolvente e acessível
os princípios da Estática e Hidrostática aplicados em situ-
ações cotidianas. Ao ouvir esse episódio, você terá a oportuni-
dade de compreender como esses conceitos da física estão
presentes no equilíbrio de estruturas, como pontes e prédios e
no funcionamento de sistemas hidráulicos, como os utilizados
na agricultura e na indústria. Junte-se a nós nessa fascinante
exploração da física no nosso dia a dia. Acesse o podcast e
expanda seus conhecimentos de forma leve e interessante.

VAMOS RECORDAR?
Convidamos você a assistir a uma videoaula sobre
o empuxo, um assunto crucial para o conteúdo que
será abordado nas próximas atividades. Nessa aula,
você terá a oportunidade de relembrar os conceitos
fundamentais do empuxo e como ele está relaciona-
do à flutuação de corpos em líquidos. Prepare-se para
consolidar seus conhecimentos e estar pronto para
avançar em nossos estudos. Acesse a videoaula e for-
taleça sua compreensão sobre o empuxo:

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

ESTÁTICA – EQUILÍBRIO DOS CORPOS NO ESTADO SÓLIDO

A Estática estuda as condições para que um corpo, no estado sólido, sob ação de
um sistema de forças, permaneça em equilíbrio. Equilíbrio significa repouso ou
movimento retilíneo uniforme. O repouso é denominado equilíbrio estático e o
movimento retilíneo uniforme, equilíbrio dinâmico.
A Estática estuda o equilíbrio de modo geral, mas nas principais situações
que vamos estudar, o corpo está em repouso.
Uma condição para o corpo permanecer em repouso é que a resultante das
forças que agem sobre ele seja nula, porém, a resultante nula é uma condição
necessária, mas não suficiente para garantir o equilíbrio, pois, dependendo o
ponto de aplicação de cada uma das forças, o corpo pode adquirir movimento
em rotação, mesmo com resultante nula.
Portanto, para garantir o equilíbrio, temos de ter certeza de que o corpo não
adquira rotação. Resta descobrir a condição para que isso aconteça.

Figura 1 - a) corpo permanece em equilíbrio; b) o corpo adquire movimento de rotação em torno de um


ponto / Fonte: Andrade (2019, p. 273)

Descrição da Imagem: a Figura a representa esquematicamente um objeto circular que está sujeito à ação si-
multânea de duas forças opostas aplicadas no centro de massa do corpo, resultando em um estado de equilíbrio.
No lado b, as forças são aplicadas em uma posição diferente do centro de massa, o que causa o movimento de
rotação em torno de um ponto específico.

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Abrindo e fechando portas

Vamos começar por uma operação que você certamente já executou milhares
de vezes: abrir ou fechar uma porta. Tente abri-la aplicando a força de diferentes
modos e em diferentes pontos, verifique o efeito em cada um dos casos.
Algumas possibilidades estão indicadas na Figura 2. Descubra em qual, ou
quais, a porta se abre e em que casos isso não acontece. Indique qual o modo mais
fácil de abrir a porta, ou seja, qual o modo que exige menor força.

Figura 2 - Diferentes modos de abrir uma porta / Fonte: Andrade (2019, p. 273).

Descrição da Imagem: a representação esquemática ilustra a abertura de uma porta, na qual está fixada ver-
ticalmente. Diversas forças são aplicadas, variando desde pontos próximos à dobradiça até pontos extremos
próximos à maçaneta.



Começamos
 pelas forças que não causam movimento de rotação da porta: F1 e
F5 . Se ficar em dúvida, basta tentar abrir uma porta aplicando
 forças na dobra-
diça ou aplicando uma força com as características de F5 .
As outras forças produzem rotação da porta. Entretanto, mesmo entre as
forças que produzem rotação, há diferenças. Você pode verificar que, quanto mais
perto da dobradiça se aplica a força, mais difícil é abrir a porta.

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UN I AS S ELV I

  


Vamos analisar as três forças F5 , F4 e F3 que agem na extremidade da
porta. As três estão a uma mesma  distância da dobradiça,
 mas
 as rotações por
elas produzidas
 são diferentes. F 5 , não causa rotação. 4 e F3 causam rotação,
F
mas F3 é mais eficiente, ou seja, é mais fácil abrir a porta aplicando uma força
perpendicular a ela do que em outra direção qualquer.
Para constatar essa afirmação, amarre um barbante na maçaneta e tente abrir
a porta puxando o barbante em diferentes direções. Você vai verificar que, se o
ângulo α vale zero ou 180°, a força não causa rotação, vai perceber, também, que
é mais fácil abrir se α for igual de 90°.
Em resumo, quando aplicamos uma força a um corpo com finalidade de
causar rotação em torno de um eixo, além da intensidade, da direção e do sen-
tido da força, temos de levar em consideração o ponto de aplicação dessa força.

Nomenclatura

A reta que passa pelo ponto de aplicação (P) e tem a direção da força é denomi-
nada linha de ação da força (LA). Quando se diz que um corpo está articulado
em um dado ponto (O), significa que por esse ponto passa um eixo em torno do
qual o corpo pode girar.

Figura 3 - Representação esquemática da abertura de uma porta / Fonte: Andrade (2019, p. 274).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma porta com o ponto de aplicação da força (P), a linha de ação da
força (LA) e a articulação (O).

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Causando rotação

Vamos realizar a experiência de aplicar forças sobre um corpo qualquer, inicial-


mente em repouso, e que pode girar livremente em torno de um eixo que passa
pelo ponto O. O corpo pode ser um ventilador, por exemplo:

Figura 4 - Decomposição da rotação em um ventilador / Fonte: Andrade (2019, p. 274)

Descrição da Imagem: a figura ilustra três hélices de um ventilador. Na primeira, são apresentadas várias forças
que surgem devido à decomposição vetorial da força aplicada. Na segunda, é representada a força gravitacional
do peso da hélice. Na terceira, apenas a força resultante é representada, responsável pelo movimento das hélices.

Vamos decompor as forças que agem sobre o ventilador em duas direções: uma
das componentes na direção OP e a outra na direção perpendicular a OP.
Decompondo as forças e analisando os efeitos das componentes, podemos
observar,
 na Figura 4, que uma direção é radial e a outra é transversal. A força
T só apresenta componente
 radial. 
A componente de F na direção radial, que vamos chamar de FR , não causa
rotação,
 pois sua linha de ação passa pela articulação. Pode-se
 dizer
 o mesmo de
GR . Portanto, a rotação fica por conta das componentes FR e GR , ambas per-
pendiculares à reta OP. A força T não causa rotação.

Se um corpo articulado em O sofre a ação de uma força F aplicada

 a um pon-
F
to P, apenas a componente da força perpendicular à reta OP ( t ) causa rotação.

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Desapertando parafuso

Você certamente já realizou algumas vezes a experiência de soltar um parafuso


muito apertado. Para isso, é necessário produzir um movimento de rotação no
sentido anti-horário, em torno de um eixo imaginário.
Suponha que, para realizar a tarefa de soltar o parafuso, estejam disponíveis
duas ferramentas do tipo chave de boca, sendo uma mais comprida do que a outra.

Figura 5 - Diferença do efeito da força em chave longa e chave curta / Fonte: Andrade (2019, p. 275).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de uma chave sendo usada para abrir
um parafuso, nela diferentes tamanhos de comprimento do braço são mostrados.

Verificamos que é mais fácil soltar o parafuso com a chave mais comprida, que
permite aplicar a força o mais longe possível do eixo de rotação. Nesse caso, mais
fácil significa aplicar uma força menor.

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Note que quanto maior a distância entre a linha de ação (LA) e o ponto O,
maior o efeito da força no que se refere à rotação.
Essas experiências demonstram a necessidade de criar uma grandeza física que
leve em conta a força aplicada e a distância entre o eixo de rotação e a linha de ação da
força. Essa grandeza é denominada momento de uma força em relação a um ponto.

Condições de equilíbrio de um corpo extenso

Sabemos que uma condição de equilíbrio de um corpo é que a resultante das


forças que agem sobre um corpo seja nula, porém, como foi explicado anterior-
mente, esta é uma condição necessária, mas não suficiente. A questão agora é
descobrir essa segunda condição.

Momento de uma força em relação a um ponto



Considere uma força F aplicada a um ponto P de um corpo e O um ponto
qualquer (pertencente ou não ao corpo), denominado polo. A distância (b) do
polo para a linha de ação
 da força é denominado braço do momento.
Momento da força F em relação ponto O, que se representa por  M F 0 , é
uma grandeza algébrica com as seguintes características:

Módulo do momento é  M F 0  F .b

Sinal do momento – é dado por uma convenção. Se a força F , agindo sozinha,
causa
 uma rotação no sentido anti-horário, o seu momento é positivo; se a força
F , agindo sozinha no corpo, causa uma rotação no sentido horário, o seu mo-
mento é negativo.

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Figura 6 - Momento de uma força em relação a um ponto / Fonte: Andrade (2019, p. 277).

Descrição da Imagem: a figura apresenta três representações esquemáticas de uma barra horizontal em relação
a um ponto de rotação, com um ponto P no qual uma força F é aplicada. Na primeira representação, a força F é
aplicada diagonalmente da esquerda para cima. Na segunda representação, é mostrada a consequência dessa
força, resultando em uma rotação no sentido anti-horário. Na terceira representação, é ilustrado o caso em que
o sentido da força F é alterado, provocando uma rotação no sentido horário.

Observações sobre a definição de momento

1 O critério de sinais estabelecidos é apenas uma convenção. Não é inconveniente


estabelecer convenção contrária, associando sentido anti-horário a momento
negativo e sentido horário a momento positivo. Por isso, em todas as situações,
deve-se indicar o critério de sinais escolhido.
2 A unidade de momento é uma unidade de força multiplicada por uma
unidade de distância. NNo SI o SI:
[M] = N.m

Braço do momento é nulo

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Figura 7 - Múltiplas representações da aplicação de uma força f e de uma força g a partir de um ponto P
Fonte: Andrade (2019, p. 278).

Descrição da Imagem: a figura ilustra que, quando a linha de ação da força passa pelo polo, o momento resultante
é nulo, o que significa que não há rotação em torno do eixo que passa pelo polo.

3 O momento de uma força não se altera se ela é deslocada ao longo de sua linha
de ação, pois nem a intensidade da força nem o braço do momento se alteram.


Figura 8 - Aplicação de F na mesma linha de ação / Fonte: Andrade (2019, p. 278).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de uma força F sendo aplicada para
realizar a translação de um ponto P até uma posição diferente.


Aplicando-se F em P ou em P’, o efeito é o mesmo, pois P e P’ estão na mesma
linha de ação LA.

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4 Há outra forma de obter omomento de uma força. Vamos considerar nova-



mente o caso de uma
 força F aplicada a
um ponto P de um corpo. Sendo FX
a componente de F na direção OP, e FY a componente perpendicular a OP, o
momento da força F em relação ao ponto O pode ser calculado de dois modos:
■ Módulo do momento:  M F 0  F .b

■ Módulo do momento:  M F 0  FY .(OP)

Figura 9 - Dois modos de se calcular o momento de uma força / Fonte: Andrade (2019, p. 279).

Descrição da Imagem: a figura apresenta um triângulo formado a partir de uma força F aplicada diagonalmente,
com seus componentes horizontais Fx e Fy em relação a um ponto de rotação. Essa aplicação de força resulta
em uma translação que pode proporcionar um deslocamento de uma certa distância b.

5 Se um sistema de forças age no corpo, o momento do sistema é a soma algébrica


dos momentos de cada uma das forças.

Rotação de um corpo que está sob a ação de várias forças

Se um corpo está, inicialmente, em repouso e um sistema de forças passa a agir


sobre ele, o sinal do momento do sistema (que é a soma dos momentos das forças
que agem sobre ele) indica o sentido de rotação que o corpo adquire. No caso, de
acordo com a convenção adotada, se o momento do sistema é positivo, o corpo
adquire rotação no sentido anti-horário; se o sinal do momento é negativo, o
corpo adquire rotação do sentido horário.

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Se o momento do sistema (que é a soma dos momentos das


forças que agem sobre ele) é nulo, o corpo não adquire movi-
mento de rotação.

Condição de equilíbrio de um corpo rígido

Vamos retomar a experiência do início da unidade. Se a resul-


tante das forças que agem sobre um corpo é nula, existe um
ponto desse corpo – denominado centro de massa – que perma-
nece em equilíbrio. Se o corpo está, inicialmente, em repouso e a
resultante das forças que agem sobre esse corpo é nula, podemos
garantir que o centro de massa permanece em repouso.
Contudo, como foi explicado, a resultante nula só garante o
equilíbrio do centro de massa, podendo acontecer de o corpo
apresentar rotação em torno desse ponto. Para garantir que não
haja rotação, a soma dos momentos das forças que agem sobre
o corpo, que é o momento do sistema, deve ser nula.
A condição necessária e suficiente para o equilíbrio de um
corpo extenso é que:

F  0 e M  0
Hidrostática: determinação da pressão em um
ponto de um líquido ou gás

A Hidrostática é a parte da Física que estuda os líquidos em


equilíbrio. Por conta da interação constante entre líquidos e ga-
ses, em particular com os gases da atmosfera, vamos entender
muitos dos conceitos aqui apresentados, em especial os de pres-
são e de densidade, aos gases.

Sólidos, líquidos e gases

Dizemos que um corpo está no estado sólido quando as partículas


que o constituem – átomos ou moléculas – estão rigidamente in-
terligadas, de modo a garantir forma e volume definidos. No outro

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extremo, está o estado gasoso; as interações entre as moléculas que constituem


uma substância no estado gasoso são muito fracas, muitas vezes desprezíveis; em
consequência, os gases assumem a forma e o volume do recipiente que os contêm.
Os líquidos estão em um estado intermediário; as forças de ligação são sufi-
cientes para que apresentem volume constante, mas não conseguem determinar
a forma; os líquidos têm a forma dos recipientes que os contêm.

Figura 10 - Sólidos, gases e líquidos / Fonte: Andrade (2019, p. 283).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática dos diferentes estados da matéria:
sólido, líquido e gasoso. No estado sólido, temos o gelo com as partículas próximas umas das outras. No estado
líquido, é mostrado um líquido azul dentro de um Becker, com as partículas um pouco mais espaçadas. Para re-
presentar o estado gasoso, temos o vapor de água, no qual as partículas estão mais distantes umas das outras.

Densidade e massa específica

A massa específica é uma característica da substância em uma dada tempera-


tura. Por exemplo, a 4, 00º C , a massa específica da água é 1, 00.10³kg / m³ , do
alumínio é 2, 6.10³kg / m³ , do Mercúrio é 13, 6.10³kg / m³ e assim por diante.
Quando indicamos a massa específica de um gás, temos de indicar a temperatura
e a pressão. Por exemplo, a densidade do ar à pressão 1 atm e à temperatura 0º C
é aproximadamente 1, 3kg / m³ .Veja que a massa específica da água é quase 1000
vezes a massa específica do ar.

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A massa específica de uma substância é definida pelo quociente da massa de


uma amostra dessa substância pelo volume que ela ocupa. Para se determinar a
massa específica de uma substância, tomamos uma amostra da substância, me-
dimos sua massa (m), seu volume (V) e determinamos sua massa específica ( r )
m
pelo quociente r = . No SI, a unidade de massa específica é kg / m³ .
V
A densidade é, também, o quociente da massa pelo volume. A diferença é que
a densidade é uma característica do corpo em uma dada temperatura. Se o corpo
é constituído de apenas uma substância, a densidade é igual à massa específica
da substância de que é feito, mas, se for constituído de diferentes materiais, de
diferentes massas específicas, a densidade deve ser calculada pela expressão:
p .V  p2 .V2  ...  pn .Vn
dcorpo  1 1
V1  V2  ...Vn

Líquidos em equilíbrio só transmitem forças normais

As diferenças entre sólidos e líquidos que vamos mencionar são tão óbvias que, à pri-
meira vista, não precisariam ser mencionadas; mas, às vezes, o óbvio tem de ser dito.
A Figura 11 a) mostra uma situação impossível: um líquido pendurado. É
impossível porque líquidos e gases não transmitem forças de tração. Na Figura
11 b), verificamos a impossibilidade de manter um líquido em equilíbrio em um
plano inclinado. Para que isso fosse possível, o líquido teria de transmitir força
de atrito. Quando nos referimos a transmitir a força de atrito, estamos nos refe-
rindo a transmitir internamente, de uma camada para outra do corpo. Líquidos
não transmitem força de atrito. A Figura 11 c) mostra uma tentativa de manter
o líquido em equilíbrio aplicando forças normais. A Figura 11 d) mostra como
é possível em função do recipiente.

Figura 11 - O líquido não exerce e não transmite força de tração nem de atrito / Fonte: Andrade (2019, p. 284).

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Descrição da Imagem: a figura mostra que no contexto líquido, é importante destacar que ele não exerce força
de tração ou de atrito, o que significa que não possui resistência à tração ou capacidade de transmitir forças
desse tipo. Essa propriedade é característica dos fluidos líquidos, que tendem a fluir e se adaptar ao ambiente
em que estão presentes.

Portanto, líquidos e gases só transmitem força normal.

Conceito de pressão

Considere o caso do corpo 1 empurrando



 o corpo 2. Nesse caso, dizemos que 1
exerce sobre 2 uma força normal N distribuída pela área de contato, que vamos
chamar de A.

Figura 12 - Distribuição de força / Fonte: Andrade (2019, p. 285).

Descrição da Imagem: a figura mostra que um corpo age sobre outro aplicando uma força distribuída em
uma superfície A.

Sendo N a intensidade da força normal, A a área da superfície de contato, defi-


ne-se pressão média ( PM ) pela expressão
N
PM =
A

A unidade de pressão no SI é N / m² , que é denominada pascal ( Pa ) em home-


nagem a Blaise Pascal, físico francês que viveu no século XVII.
No caso particular da distribuição de força na superfície de contato ser uniforme,
a pressão será constante em toda a área e não precisamos falar em pressão média.

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Pressão atmosférica

Vivemos imersos no ar. As diferentes moléculas


que constituem a atmosfera estão em contínuo mo-
vimento e os choques dessas moléculas entre si ou
com outro corpo imerso no ar resultam em forças
normais e, portanto, podemos definir pressão atmos-
férica como sendo o quociente da força exercida por
essas moléculas, chocando-se, nessa superfície, pela
área dessa superfície.

Teorema de Stevin

Sabemos, por experiência própria, que a pressão no


interior de um líquido em equilíbrio aumenta à medi-
da que aumenta a profundidade. Quanto mais fundo,
maior a pressão. Coube a Simon Stevin (1548-1620),
nascido em Flandres, cidade hoje pertencente à Bélgi-
ca, estabelecer a relação entre pressão e profundidade.

Pressão em diferentes pontos de um


líquido em equilíbrio

Considere os três pontos 1, 2 e 3 pertencentes a


um líquido em equilíbrio, sendo que 1 e 2 estão na
mesma horizontal e 1 e 3 na mesma vertical, como
mostra a figura. Vamos chamar de d a densidade
do líquido, h o desnível entre 1 e 3 e g a aceleração
da gravidade. A ideia é determinar a diferença de
pressão entre 1 e 2 e entre 1 e 3.

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Figura 13 - 1, 2 e 3 são diferentes pontos de um líquido em equilíbrio / Fonte: Andrade (2019, p. 287).

Descrição da Imagem: a figura ilustra um recipiente com um líquido azul, em que são marcados três pontos dis-
tintos. Os pontos 1 e 2 estão localizados na mesma altura em relação ao fundo do recipiente, enquanto o ponto
3 está localizado a uma distância h abaixo do nível dos pontos 1 e 2.

Para comparar as pressões nos pontos 1 e 2, vamos imaginar um cilindro de eixo


horizontal, como mostrado na figura que segue. O líquido exerce, nas bases do
cilindro, forças normais N1 e N2 .
Se o cilindro está em equilíbrio: N1 = N2 . Sendo A a área das bases do cilin-
dro, podemos escrever que:
N1 N2
=
A A

Portanto, as pressões dos pontos 1 e 2 são iguais:

P1 = P2

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Figura 14 - As pressões nos pontos 1 e 2 são iguais / Fonte: Andrade (2019, p. 287).

Descrição da Imagem: a figura ilustra um recipiente com um líquido azul, em que são marcados três pontos
distintos. Os pontos 1 e 2 estão localizados na mesma altura em relação ao fundo do recipiente, enquanto o
ponto 3 está localizado a uma distância h abaixo do nível dos pontos 1 e 2. Para ilustrar as diferentes pressões,
um cilindro de eixo horizontal é adicionado no sistema.

Pontos, na mesma horizontal, no mesmo líquido, em equilíbrio têm a mesma pressão.


Agora, vamos comparar as pressões nos pontos 1 e 3, sabendo que entre esses
pontos existe um desnível h . Vamos imaginar um cilindro de eixo vertical, como
mostrado na Figura 15, a seguir. O líquido exerce nas bases do cilindro forças
normais N1 e N3 . O peso do líquido contido do cilindro imaginário é:
P = mg

Sendo d, a densidade do líquido, a massa do líquido contido no cilindro é o


produto volume ( Vol ) do líquido pela densidade do líquido (d).

m = d (Vol )

Lembrando que o volume do cilindro é o produto da base (A) pela altura h:


Vol = A.h

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O peso do cilindro de líquido será:


P mg
= = d ( A.h) g

O líquido exerce, nas bases desse cilindro imaginário, forças normais N1 e


N2 . Se o cilindro está em equilíbrio:
N3  N1  P

Sendo A a área das bases do cilindro, podemos escrever que:


N3 N1 d ( A.h)
 
A A A

Portanto, as pressões dos pontos 1 e 3 estão relacionadas pela expressão:


P3  P1  dgh

A diferença de pressão entre dois pontos de um líquido em equilíbrio que


apresentam um desnível h vale dgh .

Figura 15 - A pressão no ponto mais fundo é maior / Fonte: Andrade (2019, p. 289).

Descrição da Imagem: a figura ilustra um recipiente com um líquido azul, em que são marcados três pontos
distintos. Os pontos 1 e 2 estão localizados na mesma altura em relação ao fundo do recipiente, enquanto o
ponto 3 está localizado a uma distância h abaixo do nível dos pontos 1 e 2. Para ilustrar as diferentes pressões,
um cilindro de eixo vertical é adicionado no sistema.

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Em particular, se o ponto 1 estiver na superfície livre do líquido, cuja pressão é


a atmosférica ( Pat ), podemos escrever que a pressão em um ponto de profun-
didade h vale:
P  Pat  dgh

Figura 16 - A pressão na superfície livre de um líquido em contato com a atmosfera é igual à pressão
atmosférica local / Fonte: Andrade (2019, p. 289).

Descrição da Imagem: a figura ilustra a representação esquemática de um recipiente contendo um líquido azul,
no qual a pressão atmosférica é representada por vários segmentos de reta na direção vertical, apontando para
baixo, aplicados uniformemente sobre a superfície do líquido. Uma distância h é indicada para representar uma
certa profundidade em relação à superfície do líquido.

Conceito de pressão e experiência de Torricelli

O processo de retirar água de poço por aspiração é conhecido há séculos. No


entanto, o processo da aspiração só foi devidamente explicado no século XVII.
Até então, vigorava a teoria do horror ao vácuo (horror vacui). Imagine-se to-
mando um refrigerante com um canudinho. Segundo a teoria do horror ao vácuo,
quando o ar do interior do canudinho é retirado, o líquido sobe para impedir a
formação do vácuo. Entretanto, construtores de bombas aspirantes perceberam

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que não era possível aspirar a uma altura maior que 10,3 m, ou seja, o horror ao
vácuo tinha um limite. O problema foi passado para um discípulo de Galileu
chamado Evangelista Torricelli, que imaginou a experiência que leva o seu nome.
Torricelli optou por utilizar mercúrio em lugar da água, o que traz duas vanta-
gens. A primeira é que, por ser mais denso do que a água, necessita menos altura
e, portanto, facilita os trabalhos. A segunda é que a evaporação do mercúrio
na temperatura ambiente é desprezível, o que também contribuiu para que ele
obtivesse bons resultados.
Para compreender a experiência, imagine um recipiente parcialmente cheio
de mercúrio e um tubo de aproximadamente 1 m, totalmente cheio de mercúrio.

Figura 17 - Para medir a pressão atmosférica, Torricelli precisou de um tubo com mercúrio e de um recipiente
com mercúrio / Fonte: Andrade (2019, p. 290).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de um cilindro com aproximadamente
1 metro de altura, contendo mercúrio, e um recipiente com o mesmo líquido.

Com o polegar, Torricelli fechou a boca do tubo de mercúrio e mergulhou-o no


recipiente contendo mercúrio. Observou que o mercúrio desce até que o desnível
entre as duas superfícies livres seja 760 mm.

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Figura 18 – Representação esquemática do experimento de Torricelli / Fonte: Andrade (2019, p. 290).

Descrição da Imagem: a figura mostra que, para realizar a experiência, o tubo foi imerso no mercúrio com a
boca para baixo

Agora é o momento de aplicar o Teorema de Stevin: dois pontos na mesma ho-


rizontal, no mesmo líquido e em equilíbrio têm a mesma pressão:

P1 = P2
Pat = dgh

3
Sendo: d = 13, 6.10 kg / m³ (densidade do mercúrio); h = 0, 76m ; g = 9, 8m / s ²
. Obtemos a pressão atmosférica ao nível do mar:

Pat = 1, 013.105 Pa

Princípio de Arquimedes

A finalidade desse tema é determinar a resultante das forças que um líquido


exerce sobre um corpo parcial ou totalmente nele imerso. A rigor, o Princípio
de Arquimedes é um teorema, pois pode ser demonstrado, mas a denominação
Princípio de Arquimedes ficou por tradição. O princípio de Arquimedes é válido

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mesmo que o corpo esteja sob ação de uma outra força como acontece quando o
corpo está pendurado ou ancorado. Vale também para corpos imersos em gases,
no ar, por exemplo.

Figura 19 - Corpos imersos em líquidos ou gases / Fonte: Andrade (2019, p. 294).

Descrição da Imagem: no lado esquerdo da figura, há a representação de um barco à vela, no centro, encontra-se
um submarino e, à direita, estão representados balões voando.

Há inúmeras histórias, a maioria delas inverifi-


cável, sobre as descobertas e inventos de Arqui-
medes. Uma delas trata da ação de um líquido
sobre um corpo nele imerso que, de acordo com
a tradição, teria acontecido enquanto tomava ba-
nho.
Contudo, partindo do conceito de pressão e
do Teorema Stevin, podemos deduzir a expres-
são encontrada por Arquimedes experimental-
mente.
Considere um corpo de massa M em equi-
líbrio parcial ou totalmente imerso em um lí-
quido de densidade d L . Esse corpo pode estar
flutuando ou totalmente imerso. Se totalmente
imerso, pode estar preso a um ponto fixo ou
ancorado no fundo do recipiente.

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Figura 20 - Segundo a tradição, Arquimedes teria descoberto a ação de um líquido sobre um corpo nele
imerso enquanto tomava banho / Fonte: Andrade (2019, p. 294).

Descrição da Imagem: a representação esquemática mostra o desenho de Arquimedes ao lado de uma banheira,
com espuma, enquanto ele grita “Eureka!” em um momento de descoberta.

Figura 21 - Diferentes situações de um corpo imerso em um líquido / Fonte: Andrade (2019, p. 294).

Descrição da Imagem: a figura apresenta dois recipientes com líquido azul dentro deles. À esquerda, há um bloco
suspenso por um fio fixo no teto. À direita, o bloco está imerso no líquido e conectado ao fio no fundo do recipiente.

Corpo totalmente imerso

O que pretendemos é determinar a resultante das ações do líquido sobre o corpo.


Vamos começar imaginando-o totalmente imerso. Para simplificar a geometria,
vamos imaginar que o corpo seja um paralelepípedo de base A e altura h. Na
figura, estão representadas as forças que atuam nas paredes e nas bases do corpo

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totalmente imerso. Lembre-se de que as forças exercidas por um líquido em um


corpo em equilíbrio são perpendiculares à superfície de contato.

Figura 22 - Ações do líquido sobre um corpo nele imerso / Fonte: Andrade (2019, p. 295).

Descrição da Imagem: a figura ilustra um bloco imerso em um recipiente com líquido azul, mostrando as pressões
que atuam sobre ele. À direita, há uma representação esquemática que mostra a força peso, com direção vertical
e sentido para baixo, a força F1 resultante da coluna de líquido acima dele, com direção vertical e sentido para
baixo, e abaixo do bloco uma força F2 proveniente do impulso do líquido, com direção vertical e sentido para cima.

As forças horizontais exercidas pelo líquido sobre o corpo se equilibram mutua-


mente. A resultante das forças verticais exercidas pelo líquido sobre o corpo, que
vamos chamar de empuxo ( E ), vale:
E  F2  F1

Sendo: F2 = P2 .A e F1 = P1.A

Das expressões anteriores, obtemos:


E  (P2  P1 ). A (1)

De acordo com o Teorema de Stevin:


P2  P1  d L .gh (2)

Substituindo-se (2) em (1), vem:


E = (d L gh). A

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O produto da altura pela área da base é o volume do corpo: VC = A.h

Logo, um corpo de volume VC imerso em um líquido de densidade d L


recebe a ação de uma força vertical para cima de intensidade:
E = (d L .VC ).g

Aplicando-se o Teorema de Arquimedes para o caso particular do corpo total-


mente imerso: um corpo totalmente imerso em um líquido recebe deste uma
força vertical, para cima, denominada empuxo de intensidade igual ao peso do
líquido ocupado pelo corpo, ou, como é comum se dizer, é igual ao peso do
líquido deslocado.

Uma discussão a respeito do corpo completamente imerso

Se um corpo de densidade dc está totalmente imerso em um líquido de densi-


dade d L , podem acontecer três casos:

Figura 23 - Corpos totalmente imersos em líquidos / Fonte: Andrade (2019, p. 296).

Descrição da Imagem: a figura apresenta três sistemas de recipientes com líquido. Na Figura a, temos a força de
empuxo para cima e a força peso para baixo. Na Figura b, além dessas forças de empuxo e peso, também temos
uma tensão para cima. Já na Figura c, onde o bloco está fixo na parte inferior do recipiente, temos a força de
empuxo para cima e a força de atenção (ou reação do suporte) para baixo, merecendo atenção especial.

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Caso (a):
P=E
dc .Vc .g = d L .VL .g
dc = d L

O corpo fica em equilíbrio sem a necessidade de mais uma força.

Caso (b):
P>E
dc .Vc .g > d L .VL .g
dc > d L

O corpo só fica em equilíbrio se receber uma força vertical para cima.

Caso (c):
P<E
dc .Vc .g < d L .VL .g
dc < d L

O corpo só fica em equilíbrio se receber uma força vertical para baixo.

Corpo flutuando

Procedendo de modo análogo ao anterior, vamos chegar à conclusão de que o empu-


xo que age em um corpo parcialmente imerso é igual ao peso do líquido deslocado.
A regra continua valendo. O empuxo continua sendo igual ao peso do líqui-
do deslocado. Só que, neste caso, o líquido deslocado é igual à porção do corpo
imersa ( Vi ).

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Figura 24 - Corpo flutuando / Fonte: Andrade (2019, p. 297).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma representação esquemática de um corpo flutuando, mostrando
que parte do volume do corpo está imersa na água, enquanto outra parte está fora desse líquido. Nesse contexto,
podemos observar o empuxo atuando para cima e o peso do corpo atuando para baixo.

Logo: E = d L .Vi .g

Duas conclusões:

1 O corpo só flutua se sua densidade for menor que a densidade do líquido.

2 Se está em equilíbrio:
E = Pc
d L .Vi .g = dc .Vc .g
Vi dc
=
Vc d L

De acordo com a expressão: a fração do corpo imersa no líquido é igual da


densidade do corpo dividida pela densidade do líquido. Como exemplo, se a
densidade do corpo é 0, 4.10³kg / m³ e a densidade do líquido é 1, 0.10³kg / m³ ,
a fração do corpo que ficará imersa é 40% da densidade do líquido.
Esta unidade foi dedicada a corpos em equilíbrio. Discutimos o equilíbrio tan-
to de corpos no estado sólido, no estado líquido e de corpos imersos em líquido.

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Para o equilíbrio de corpos no estado sólido, temos de observar as linhas


de ação das forças que agem sobre o corpo. Se passarem pelo mesmo ponto, a
condição de equilíbrio é que a resultante seja nula. Se não passarem, há duas
condições: resultante nula e soma algébrica dos momentos das forças que agem
no corpo nula.
No caso dos líquidos em equilíbrio, podemos calcular a pressão em qualquer
ponto no interior pelo Teorema de Stevin.
O teorema de Arquimedes estabelece que a resultante das forças que agem
em um corpo no interior de um líquido tem intensidade igual ao peso do líqui-
do deslocado. As forças que agem em um corpo são: peso e empuxo; a resultan-
te dessas forças deve ser zero (considerando o corpo estático): P  E  0 .

Portanto, a resultante não tem intensidade igual ao peso do líquido deslocado


PLD = d LD .VLD .g . O que podemos dizer é que as forças que o líquido exerce
sobre o corpo (empuxo) tem intensidade igual ao peso do líquido deslocado.

E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

NOVOS DESAFIOS
A Estática e a Hidrostática são dois ramos da Física que possuem conexões im-
portantes com o futuro ambiente profissional de um agrônomo. Vamos explorar
essas conexões de forma didática:
A Estática estuda as forças em repouso e sua relação com o equilíbrio de
objetos. No contexto agronômico, a compreensão da Estática é essencial para
projetar e avaliar a estabilidade de estruturas agrícolas, como estufas, galpões e
silos. Um agrônomo precisa considerar as forças externas, como vento e peso dos
materiais, para garantir a segurança e a durabilidade dessas estruturas.

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A Hidrostática aborda o comportamento dos fluidos em repouso e suas


aplicações. No ambiente agronômico, o conhecimento da Hidrostática é fun-
damental para entender o funcionamento de sistemas de irrigação, drenagem
e distribuição de água. Um agrônomo precisa compreender como as pressões
Hidrostáticas atuam em canais de irrigação, por exemplo, para garantir o fluxo
adequado da água e evitar desperdícios.
A Hidrostática também está relacionada à conservação de recursos hídricos,
algo de extrema importância na agricultura. Um agrônomo pode aplicar os prin-
cípios da Hidrostática para dimensionar e projetar sistemas de captação, armaze-
namento e distribuição de água, buscando eficiência no uso desse recurso vital.
A compreensão da pressão Hidrostática permite ao agrônomo tomar decisões
informadas sobre o melhor uso da água nas atividades agrícolas.
A Estática também desempenha um papel relevante no manejo de solos e es-
truturas agrícolas. Um agrônomo precisa considerar a distribuição de forças nos
solos, levando em conta sua estabilidade e resistência. Além disso, no projeto de
estruturas de suporte, como muros de contenção e barragens, é essencial entender
os princípios da Estática para garantir sua estabilidade e prevenir deslizamentos.
O conhecimento de Estática e Hidrostática também contribui para a segu-
rança no ambiente agronômico. Compreender as forças atuantes nas estruturas e
nos sistemas hidráulicos permite ao agrônomo identificar possíveis falhas e tomar
medidas preventivas para evitar acidentes. Essa conscientização é essencial para
proteger a equipe de trabalho e preservar o ambiente agrícola.
Por fim, a aplicação dos conceitos de Estática e Hidrostática no ambiente profis-
sional de um agrônomo também está relacionada à busca por eficiência e sustenta-
bilidade. Um agrônomo pode utilizar esses conhecimentos para otimizar o uso de
recursos, como água e materiais de construção, visando reduzir desperdícios e im-
pactos ambientais. A compreensão desses conceitos permite uma abordagem mais
consciente e responsável no desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis.
Em síntese, a Estática e a Hidrostática desempenham um papel fundamental
no ambiente profissional de um agrônomo, contribuindo para o planejamento
e a execução de atividades agrícolas de forma segura, eficiente e sustentável. O
conhecimento desses conceitos permite ao agrônomo tomar decisões embasadas
nas leis da Física, garantindo o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis
e o desenvolvimento de práticas agronômicas de qualidade.

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VAMOS PRATICAR

1. Considere três peças metálicas de mesmo material, de mesmo volume e de formas


diferentes, sendo uma esférica, a outra cúbica e a última um poliedro regular de 20
faces, o icosaedro. Os três objetos repousam, em equilíbrio estável, sobre uma mesa
plana horizontal próxima ao solo.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unicesumar, 2019.

Considerando a situação descrita, qual a relação de comparação da pressão (p) exercida


sobre a mesa por cada um dos sólidos?

2. Um peixe ósseo com bexiga natatória, órgão responsável por seu deslocamento ver-
tical, encontra-se a 20 m de profundidade no tanque de um oceanário. Para buscar
alimento, esse peixe se desloca em direção à superfície; ao atingi-la, sua bexiga nata-
tória encontra-se preenchida por 112 mL de oxigênio molecular.

Dados: g = 10m / s ² ; d água = 10³kg / cm³ ; 1atm = 105 N / m²

Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unicesumar, 2019.

Qual a variação de pressão sobre o peixe durante seu deslocamento até a superfície em
atmosferas?

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VAMOS PRATICAR

3. O relevo submarino de determinada região está representado pelas curvas de nível


mostradas na figura, na qual os valores em metros representam as alturas verticais
medidas em relação ao nível de referência mais profundo, mostrado pela linha mais
externa. Dois peixes, 1 e 2, estão inicialmente em repouso nas posições indicadas e
deslocam-se para o ponto P, onde param novamente.

Fonte: adaptada de: ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unice-


sumar, 2019.

4. Considere que toda a região mostrada na figura esteja submersa, que a água do
mar está em equilíbrio e que sua densidade seja 10³kg / m ³ . Se g = 10m / s ² e
1atm = 105 Pa , pode-se afirmar, considerando apenas os pontos de partida e de
chagada, que, durante o seu movimento, o peixe:

a) Dois sofreu uma redução de pressão de 3 atm.


b) Um sofreu um aumento de pressão de 4 atm.
c) Dois sofreu um aumento de pressão de 4 atm.
d) Dois sofreu uma redução de pressão de 6 atm.
e) Um sofreu uma redução de pressão de 3 atm.

5. Com o objetivo de encontrar grande quantidade de seres vivos nas profundezas do


mar, pesquisadores, utilizando um submarino, chegaram até a profundidade de 3.600
m no Platô de São Paulo. A pressão interna no submarino foi mantida igual a pressão
atmosférica ao nível do mar.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unicesumar, 2019.

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VAMOS PRATICAR

5
Considere que a pressão atmosférica ao nível do mar é de 1, 0.10 Pa , a aceleração da
gravidade é 10m / s ² e que a densidade da água seja constante e igual a 1, 0.10³kg / m ³
, a relação entre a pressão externa e a interna no submarino é:

a) 1,0.
b) 360.
c) 361.
d) 3600.
e) 3610.

6. Um cubo fica totalmente imerso e em equilíbrio em um recipiente que contém três lí-
quidos, que serão designados por 1, 2 e 3, de densidades (d) diferentes d1 < d2 < d3 .
As partes imersas do cubo correspondem exatamente a 1/3 de seu volume.
Fonte: ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unicesumar, 2019.

Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação pro-
posta entre elas:

I - A relação entre os empuxos será E1 < E2 < E3 .


PORQUE

II - As partes imersas do cubos são as mesmas e d1 < d2 < d3 .


A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.


b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, L. R. A. Física geral e experimental I. Maringá: Unicesumar, 2019.


FEYNMANN, R.; LEIGHTON, R.; SANDS, M. Lições de física de Feynman. Porto Alegre: Art-
med, 2008. (Volume 3).
GUIMARÃES, O.; PIQUEIRA, J. R. C.; CARRON, W. Física. São Paulo: Ática, 2014.
GUIMARÃES, O.; CARRON, W. As faces da física. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. - Mecânica. 10. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016. (Volume 1)
SERWAY, R. A.; JEWETT, J. W. Física para cientistas e engenheiros. São Paulo: Cengage
Larning, 2012. (Volume I).
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
(Volume I).

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GABARITO

1. Os três objetos têm a mesma massa e são feitos do mesmo material. Portanto, têm a
mesma massa e o mesmo peso. As diferenças de pressão estão nas áreas. Das três, a
esfera é a que terá a menor superfície de contato e o cubo é o que terá maior superfície
de contato. Menor área, maior pressão.

2. Uma informação que pode ser útil. A pressão hidrostática aproximada de uma coluna de
água de 10 m de altura é, aproximadamente, 1 atm. Confira:

5
P dgh
= = 10
= =
³.10.10 10 N / m² 1atm
Portanto, como a variação de profundidade foi de 20 m, a variação de pressão é de 2 atm.

3. D. A profundidade do peixe 1 reduz 30 m e, em decorrência, sofre uma redução de pres-


são de:

DP1 d=
= .h.Dh1 10³.10
= .105 3atm
.30 3=

A profundidade do peixe 2 aumenta 60 m e, em decorrência, sofre um aumento de


pressão de:

DP2 d=
= .h.Dh2 10³.10
= .105 6atm
.60 6=
4. C.

Pint  Pat  1, 0.105 Pa


Pext  Pat  dgh
Pext  1, 0.105  10³.10.3600  (1, 0  360).105
Pext  361.105
Pext  361.Pat
Pext
 361
Pat

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GABARITO

 3  .g
5. A.
E1  d1. V

E2  d . V  .g Como d
2 1 < d2 < d3 , logo E1 < E2 < E3
3
E3  d . V  .g
3 3

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TEMA DE APRENDIZAGEM 6

FUNÇÕES E LIMITES

MINHAS METAS

Compreender o conceito de função e reconhecer formas de representá-la


matematicamente, relacionando-as.

Identificar funções polinomiais e exponenciais e aplicar algumas de suas


propriedades básicas.

Compreender o conceito de limite.

Calcular limites usando suas propriedades.

Determinar a existência de assíntotas verticais e horizontais.

Compreender a noção de continuidade.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Olá, seja bem-vindo(a) ao nosso material de Cálculo Diferencial e Integral! Nesta
primeira unidade, exploraremos os fundamentos das funções e limites, que são
conceitos essenciais para o estudo do cálculo aplicado à agronomia.
Começaremos entendendo o conceito de função, que trata da correspon-
dência entre conjuntos e nos permite descrever como uma quantidade variável
depende de outra. Abordaremos as diferentes formas de representar funções,
incluindo gráficos utilizando o sistema de coordenadas cartesianas. Além disso,
estudaremos os principais tipos de funções, como as funções polinomiais e ex-
ponenciais. Exploraremos suas propriedades e gráficos, compreendendo melhor
seu comportamento.
Em seguida, daremos ênfase ao conceito de limite de uma função, que é fun-
damental para o cálculo diferencial e integral. O limite de uma função nos permite
investigar seu comportamento quando se aproxima de um valor específico. Dis-
cutiremos a noção de limite de forma intuitiva, utilizando tabelas e gráficos para
compreender melhor seu significado. Apresentaremos a definição formal de limite,
que será uma ferramenta precisa para os cálculos. Veremos propriedades, teoremas
e outros conceitos importantes relacionados aos limites, que nos ajudarão a calcular
limites com mais eficiência. Discutiremos também casos em que o limite não existe
e aprenderemos a identificar possíveis assíntotas verticais e horizontais.
Ao longo deste curso, você adquirirá conhecimentos sólidos sobre funções
e limites, que serão fundamentais para a compreensão dos conceitos de física e
cálculo aplicados. Vamos iniciar essa jornada de aprendizado!

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Você está pronto para descobrir como as funções podem aju-


dar a agronomia? No nosso podcast, exploraremos aplicações
práticas e inovadoras que ajudam a determinar a quanti-
dade ideal de fertilizantes, maximizar a produção de culturas
e otimizar recursos agrícolas. Prepare-se para mergulhar no
mundo da matemática e da agricultura de ponta. Não perca
nosso episódio sobre aplicações de funções na agronomia!

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

VAMOS RECORDAR?
Para ajudar a entender melhor alguns tópicos do nosso material, separei um
vídeo muito interessante sobre conjuntos numéricos.
Os conjuntos numéricos desempenham um papel fundamental na matemática
e em diversas áreas do conhecimento. Eles são es-
senciais para representar e descrever quantidades,
permitindo a realização de operações matemáticas
e o estabelecimento de relações entre números. Os
conjuntos numéricos fornecem uma base sólida para
a compreensão de conceitos mais avançados, como
funções, equações e cálculo, além de terem apli-
cações práticas em diversas áreas, como engenharia,
ciências naturais, economia e tecnologia. O estudo
dos conjuntos numéricos é fundamental para o desenvolvimento de habili-
dades matemáticas e para a solução de problemas do mundo real.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

FUNÇÕES E SEUS GRÁFICOS

Conceito de função

Estudamos no ensino básico muitas situações que relacionam números utilizan-


do alguma regra. Podemos citar os seguintes exemplos:

Título: Área de um círculo

A fórmula ou regra que relaciona a área e o raio de um círculo é:


A = pr �

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UN I AS S ELV I

Título: Distância de um corpo em queda livre

A distância percorrida, em metros, por um corpo em queda livre sob a ação da


gravidade, após ser solto do estado de repouso, na ausência de atrito com o ar, é
dada pela regra:
t2
dg
2

na qual representa a aceleração da gravidade (g = 9,8 m/s²) e representa o tempo


(em segundos).

Título: Força realizada por uma mola

O módulo da força, em Newton, realizada por uma mola de constante elástica


K, quando esta sofre uma determinação de x (metros) obedece à lei de Hooke:
F = K .x

Os exemplos anteriores têm em comum o fato de representarem uma relação de


dependência entre grandezas:
“área do círculo depende do raio”,
“distância percorrida depende do tempo”.
“o módulo da força depende da deformação da mola”.

Além disso,
“cada raio corresponde a uma única área”,
“cada instante corresponde a uma única distância percorrida”.
“Cada módulo de força depende de uma única deformação”.

Essas são características que definem uma função em termos matemáticos e


podem ser sintetizadas de várias formas, adotaremos a seguinte:

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

Definição (funções): sejam X e Y subconjuntos de  . Uma função real de


variável f real definida em X e com valores em Y é uma regra ou lei de cor-
respondência que associa a cada elemento x de um conjunto X um único
elemento y de um conjunto Y.

■ O conjunto X é o domínio de f e indicaremos por D( f ) .


■ O conjunto Y é chamado de contradomínio da função.
■ O único elemento y de Y associado ao elemento de é denotado por
f ( x) (leia: f de x ).

■ O conjunto de todos os valores de y = f ( x) , quando x percorre o domí-


nio da f , é denominado conjunto imagem de e indicado por Im( f ) .
■ Uma função f de domínio X e contradomínio Y é usualmente denotada
por:
f : X  Y ; y  f ( x)

O número x é chamado variável independente da função e y variável

dependente da função.

Exemplo (função): considere a função f :  →  definida pela regra


f ( x)  x ²  x  3 . Calcule: f (2) , f (5) e f (a ) .

Título: Resolução: f (2)

Para encontrar a f (2) , basta substituir o x , na função f ( x) , pelo número 2:

f ( x)  x ²  x  3
f (2)  2²  2  3
f (2) = 5

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Título: Resolução: f (5)

Para encontrar a f (5) , basta substituir o x , na função f ( x) , pelo número 5:

f (5)  5²  5  3

f ( x)  x ²  x  3
f (5) = 23

Título: Resolução: : f (a )

Para encontrar a f (a ) , basta substituir o x , na função f ( x) , por a :

f ( x)  x ²  x  3
f (a)  a ²  a  3

Como construir o plano cartesiano?

Considere duas retas reais perpendiculares, uma das quais normalmente é esco-
lhida como sendo horizontal. Tais retas se interceptam em um ponto, chamado
origem. A reta horizontal é chamada eixo x ou eixo das abscissas, e a reta ver-
tical é chamada eixo y , ou eixo das ordenadas. Os dois eixos dividem o plano
em quatro partes denominadas quadrantes. Uma escala numérica é colocada
ao longo do eixo x , com números positivos à direita da origem e os números
negativos à esquerda da origem. De maneira análoga, uma escala numérica é
colocada ao longo do eixo y , com os números positivos acima da origem e os
números negativos abaixo da origem.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

eixo y

2° quadrante 1° quadrante

Origem

eixo x

3° quadrante 4° quadrante

Figura 1 - Sistema de coordenadas cartesianas / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura ilustra um gráfico com dois eixos perpendiculares: o eixo x, na horizontal, e o eixo
y, na vertical. Esses eixos se interceptam em um ponto chamado de origem. Além disso, o gráfico é dividido em
quatro regiões. A região no lado superior direito é denominada 1º quadrante, a região no lado superior esquerdo
é chamada de 2º quadrante, a região no lado inferior esquerdo é conhecida como 3º quadrante e, por fim, a região
no canto inferior direito é denominada 4º quadrante.

Podemos associar a qualquer par ordenado de


números reais ( x, y ) um único ponto P do
plano, da seguinte maneira: marcamos no eixo
das abscissas o ponto associado ao número real
x e, por esse ponto, traçamos a reta paralela ao
eixo das ordenadas. Analogamente, marcamos
no eixo das ordenadas o ponto associado ao
número real y e, por esse ponto, traçamos a
reta paralela ao eixo das abscissas. O ponto de
intersecção das duas retas, assim traçadas, é o
ponto P associado ao par ordenado.

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UN I AS S ELV I

eixo y Figura 2 - Ponto P ( x, y ) / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura ilustra


um gráfico cartesiano com um ponto
P
y marcado no primeiro quadrante. Esse
ponto está relacionado a uma coordena-
da no eixo x e uma coordenada no eixo
y, conectadas por uma linha tracejada.

x
As funções de uma variável real
eixo x
podem ser representadas geo-
metricamente por seu gráfico no
plano cartesiano. De que forma
podemos fazer isso? Observe que, se é f uma função com domínio X ⊂  ,
então, para cada número real x em X , está associado um único número real
f ( x) , fato que pode ser expresso utilizando pares ordenados.

P (x,f(x))
f(x)

Figura 3 - Gráfico de f ( x) / Fonte: a autora.


Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico em um sistema cartesiano, em que podemos observar
uma curva com formato de “S” deitado. No 1º quadrante, há um ponto destacado com coordenada “x” no eixo das
abscissas e “f(x)” no eixo das ordenadas. A curva possui uma trajetória inicialmente descendente (2º quadrante),
atingindo um ponto de inflexão. Em seguida, a curva passa a subir (1º quadrante) até encontrar outro ponto de
inflexão, que é exatamente onde está localizado o ponto em questão. Após esse ponto, a curva volta a descer,
atravessando o eixo x.

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Definição (gráfico de função): seja f : X → Y . O gráfico de é o conjunto


de todos os pontos ( x, f ( x )) de um plano cartesiano, em que x pertence ao
domínio de f .

Para facilitar o esboço do gráfico de uma função, é recomendado que se utilize


uma tabela com as coordenadas de uma série de pontos pertencentes ao seu
gráfico, em seguida, marcamos esses pontos no plano cartesiano e traçamos uma
curva suave, como mostra o exemplo:

Exemplo (gráfico de função): esboce o gráfico da função f ( x)  x ² 1 .

Título: Estudo do domínio e da imagem da função

A expressão x 2 1 está definida para todos os números reais, ou seja, D( f ) =  .


x f ( x)

-2 3

-1 0

0 -1

1 0

2 3

Título: Montando a tabela com as coordenadas


Para isso, basta substituir os valores de x na função f ( x) :
f (2)  (2)²  1  3
f (1)  (1)²  1  0

f (0)  (0)2  1   1

f (2)  (2)2  1  3

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Dessa forma, podemos perceber que o menor valor possível para f ( x) é -1, logo,
o conjunto imagem de f é Im( f )  [1, [ .

Título: Esboçando o gráfico

Para obtermos o esboço do gráfico, marcamos alguns pontos e traçamos, por


eles, uma curva suave.
y
4

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 x

Figura 4 - Gráfico de f ( x)  x ² 1 / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico de uma parábola com a concavidade voltada para cima.
As raízes, ou seja, os pontos onde o gráfico intercepta o eixo x são -1 e 1. Além disso, o vértice da parábola está
localizado no ponto (0,-1).

CLASSES DE FUNÇÕES

Neste tema, estudaremos com mais detalhes algumas funções que serão classifica-
das em categorias, conforme suas especificidades. Veremos as seguintes classes de
funções: polinomiais (Função Afim e Função Quadrática) e exponenciais.

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Funções polinomiais

Uma função f : →  dada por,

P( x)  cn x n  cn1 x n1  ...  c1 x  c0

em que cn ≠ 0, c1, c2 ,..., cn são números reais fixos, chamados de coeficientes e


n , inteiro não negativo, denomina-se função polinomial de grau n .

Por exemplo:
2
P ( x)  x5  x3  x2  1
5

é uma função polinomial de grau 5.


Estudaremos com mais detalhes a função polinomial de grau 1, também
conhecida como Função Afim, e a função polinomial de grau 2, chamada de
Função Quadrática.

Função Afim

Uma função f :  →  definida por f ( x )  ax  b , em que a e b são


números reais constantes, denomina-se Função Afim ou Função Polinomial
do primeiro grau.

A constante a é o coeficiente angular dessa reta e a constante b é o coeficiente


linear. O gráfico da Função Afim é uma reta não vertical.
O valor a de determina a inclinação do gráfico de uma Função Afim, en-
quanto o valor de b determina em qual ponto o gráfico intercepta o eixo y.

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■ a=0
y

Figura 5 - Gráfico da função polinomial do primeiro grau com coeficiente angular igual a zero / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico de uma reta paralela ao eixo das abscissas.

■ a>0
y

Figura 6 - Gráfico da função polinomial do primeiro grau com coeficiente angular maior que zero
Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico de uma reta crescente.

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• a<0
y

Figura 7 - Gráfico da função polinomial do primeiro grau com coeficiente angular menor que zero.
Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa um gráfico de uma reta decrescente.

Função Quadrática

Uma função f :  →  definida por f ( x )  ax ²  bx  c , em que a , b e c


são números reais constantes, com a ≠ 0 , chama-se Função Quadrática ou
Função Polinomial do segundo grau.

O gráfico da Função Quadrática é uma parábola com eixo de simetria paralelo


ao eixo y .
Ao esboçar o gráfico de uma Função Quadrática f ( x)  ax ²  bx  c , é im-
portante saber verificar algumas características da parábola:

■ Se a > 0 , a parábola tem a concavidade voltada para cima.

■ Se a < 0 , a parábola tem a concavidade voltada para baixo.

■ A parábola intercepta o eixo y no ponto (0, c) .

■ A parábola pode interceptar o eixo x em um, dois ou nenhum ponto,


dependendo do valor de D  b � 4 ac (o D recebe o nome de discri-
minante) da equação correspondente:

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2
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f ( x)  0  ax ²  bx  c

■ A intersecção do eixo de simetria com a parábola é um ponto chamado


vértice e pode ser calculado da seguinte forma:
b D
xv   yv  
2a 4a

■ Chamamos de raízes os pontos de intersecções da parábola com o eixo


das abscissas (eixo x), para encontrarmos este ponto usamos a fórmula
de Bhaskara:

b  D
x com D  b � 4 ac
2a
A função pode apresentar duas raízes reais iguais, duas raízes reais diferentes ou
nenhuma raiz real. Podemos realizar um estudo sobre as raízes usando o valor
do discriminante ( D ):

■ Se D = 0 a função apresenta duas raízes reais iguais.


■ Se D > 0 a função apresenta duas raízes reais diferentes.
■ Se D < 0 a função não apresenta raiz real.

Podemos representar esse estudo no gráfico, como pode ser observado nos Slides
interativos a seguir:
■ D=0
α>0 α<0

y y

c x1 x2
x

c
x1 x2 x

Figura 8 - Gráfico da função polinomial do segundo grau com discriminante igual a zero / Fonte: a autora.

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2
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Descrição da Imagem: a figura representa dois gráficos de parábolas. No gráfico da esquerda, temos uma parábola
com concavidade voltada para cima, com seu vértice tocando um ponto do eixo x. No gráfico da direita, temos uma
parábola com concavidade voltada para baixo, com seu vértice tocando um ponto do eixo x.

■ D>0

y y
V
x1 x2
c
x

c
x1 x2 x
V

Figura 9 - Gráfico da função polinomial do segundo grau com discriminante maior que zero / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa dois gráficos de parábolas. No gráfico da esquerda, temos uma parábola
com concavidade voltada para cima, que cruza o eixo x em dois pontos distintos. No gráfico da direita, temos uma
parábola com concavidade voltada para baixo, que cruza o eixo x em dois pontos distintos.

■ D<0

y y

c V x

V c
x

Figura 10 - Gráfico da função polinomial do segundo grau com discriminante menor que zero / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa dois gráficos de parábolas. No gráfico da esquerda, temos uma pará-
bola com concavidade voltada para cima, que não cruza o eixo x. No gráfico da direita, temos uma parábola com
concavidade voltada para baixo, que não cruza o eixo x.

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2
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Funções exponenciais

Muitos fenômenos naturais e sociais, como o crescimento populacional, a meia-vida


de uma substância e o cálculo de juros compostos são exemplos de aplicações das
funções exponenciais. Consideremos a seguinte situação, apenas para fins didáticos:
A taxa anual de crescimento da população de um país em um dado pe-
ríodo é de 1,3%. Escreva uma fórmula algébrica para a população, em função
do tempo, sabendo que a população inicial era de 160 milhões de habitantes
(FLEMNING; GONÇALVES, 2006).
Vamos chamar a variável tempo t (em anos) e a população (em milhões) de
habitantes de P (t ) . Considere P(0) a população inicial, então:

P(0) = 160
P(1)  P(0)  0, 013 P(0)  P(0)(1, 013)  160(1, 013)
P(2)  P(1)  (0, 013) P(1)  P(1)(1, 013)  P(0)(1, 013)(1, 013)  160(1, 013)²
P(3)  P(2)  (0, 013) P(2)  P (2)(1, 013)  P(0)(1, 013)²(1, 013)  160(1, 013)³

Prosseguindo com o raciocínio anterior, percebemos um certo padrão que pode


ser generalizado com a seguinte fórmula algébrica:
P(t ) = 160(1, 013)t
t
Dizemos que P(t ) = 160(1, 013) é uma função exponencial de base 1, 013 .
Agora que você já entendeu esse exemplo, podemos definir uma função geral
para estudar este tipo de comportamento.

Definição (função exponencial): dado um número real a , tal que a > 0 e a≠0
, chamamos função exponencial de base a a função f definida em  dada por
x.
f ( x) = a

O domínio da função exponencial é D( f ) =  (todos os números reais) e o con-


junto imagem é Im( f )    (todos os números reais positivos exceto o zero).
*
x
O gráfico da função exponencial f ( x) = a tem o seguinte aspecto, confor-
me o valor de a .

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y y

α>1 0 <α < 1

1 1

x x

Figura 11 - Gráfico da função exponencial crescente (esquerda) e decrescente (direita) / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe dois gráficos dispostos lado a lado. No gráfico da esquerda, podemos obser-
var uma curva suavemente ascendente, que cruza o eixo y no ponto 1. Já no gráfico da direita, temos uma curva
descendente que também cruza o eixo y no mesmo ponto 1. Ambos os gráficos estão localizados acima do eixo x.

Ao analisar os gráficos, pode-se observar que o comportamento é crescente para


determinados valores de a e decrescente para outros. Especificamente, quando
assume valores maiores que 1, o gráfico apresenta um comportamento crescen-
te, enquanto para valores compreendidos no intervalo de zero a 1, o gráfico é
decrescente.
Para expressar essa informação de forma mais formal, podemos escrever:

Se a > 1 , x1  x2  a x1  a x2 para todo x ∈  , esse fato caracteriza uma


função crescente.

x1
Se 0 < a < 1 , x1  x2  a  a x2 para todo x∈, esse fato caracteriza
uma função decrescente.

x
Exemplo 20 (função exponencial): seja f ( x) = 2 .
1
a) Determine f (−1) , f (0) , f (1) , f ( ) e f (3) .
2
x
b) Esboce o gráfico da função f ( x) = 2 .

Título: Resposta: a) Determine f (−1)

2
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2
UN I AS S ELV I

Para encontrar o valor de f (−1) , basta substituir o valor de x por -1:

( x  1 )

f ( x) = 2 x
1
f (1)  21 
2
Título: Resposta: a) Determine f (0)

Para encontrar o valor de f (0) , basta substituir o valor de x por 0 ( x = 0 ):

f ( x) = 2 x

0
f (0=
) 2= 1 (qualquer número elevado a zero é igual a 1)

Título: Resposta: a) Determine f (1)

Para encontrar o valor de f (1) , basta substituir o valor de x por 1 ( x = 1 ):


f ( x) = 2 x

1
f (1=
) 2= 2

Título: Resposta: a) Determine f (1 2)

Para encontrar o valor de f (1 2) , basta substituir o valor de x por ½:


1
(x= )
2

f ( x) = 2 x
1
f (1 2=
) 2=
2 2

2
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Título: Resposta: a) Determine f (3)

Para encontrar o valor de f (3) , basta substituir o valor de x por 3:

(x=3 )

f ( x) = 2 x

f (3)  23  2  2  2  8

x
Título: Resposta: b) Esboce o gráfico da função f ( x) = 2 .

x
A função f ( x) = 2 é crescente e seu domínio é o conjunto de todos os números
reais. A intersecção da f com o eixo y é o ponto . Usando os pontos
calculados na alternativa a a ( f (−1) , f (0) e f (1) ), podemos esboçar o gráfico:
y

√2
1

1/2

-1 1/2 1 x

Figura 12 - Gráfico da função exponencial crescente (esquerda) e decrescente (direita) / Fonte: A autora.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico com uma curva suavemente ascendente que atravessa
o eixo y no ponto 1. O gráfico tem início no 2º quadrante, em que a curva começa a subir, passa pelo primeiro
quadrante e continua sua trajetória ascendente. Nessa curva, estão destacados três pontos: (−1, 1 / 2) ,
(1 / 2, 2 ) e (1, 2) . O primeiro ponto, (−1, 1 / 2) , está localizado no 2º quadrante, representando as
coordenadas x e y, respectivamente. O segundo ponto (1 / 2, 2 ) possui coordenada x igual a 1/2 e está
localizado em algum ponto acima do eixo x, enquanto a coordenada y pode ser encontrada próximo ao ponto 1,4
(1,4 é aproximadamente 2 ). Já o terceiro ponto, (1,2), encontra-se no primeiro quadrante, representando as
coordenadas x e y, respectivamente.

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UN I AS S ELV I

LIMITES E CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

Agora que revisamos os principais conceitos das funções, estamos preparados


para estudar o conceito de limite de uma função. Falando de maneira geral, o
processo de determinar o limite consiste em investigar o comportamento de uma
função f ( x) , quando se aproxima de um número a qualquer, que pode ou não
pertencer ao domínio de f . Inicialmente, discutiremos a noção de limite de
forma intuitiva, utilizando tabelas e gráficos.

O conceito de limite

Inicialmente, para desenvolveremos a ideia intuitiva de limite, vamos estudar o


comportamento de uma função bem simples nas proximidades de um ponto.
Por exemplo, seja:
f ( x)  x 1

Estudaremos a função nos valores de que ficam próximos de 1, mas sem atingir
1. Para isso, vamos construir tabelas de valores de aproximando-se de 1, pela
esquerda ( x < 1 ) e pela direita ( x > 1 ) e os correspondentes valores de f ( x) .

x <1 f ( x)

0 1

0,5 1,5

0,9 1,9

0,99 1,99

0,999 1,999

0,9999 1,9999

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

x >1 f ( x)

2 3

1,5 2,5

1,1 2,1

1,01 2,01

1,001 2,001

1,0001 2,0001

Observe nas tabelas que f ( x) se aproxima do número 2 quando x se aproxima


de 1, tanto à direita quanto à esquerda. Nessa situação, dizemos que o limite de
quando tende a 1 é 2 e escrevemos:

lim( x  1)  2
x1

Vale lembrar que esse limite só é igual a 2, pois ele se aproximou desse valor
pelos dois lados.
Dizemos, de maneira informal ou intuitiva, que a função f tem limite L
quando x tende para a , se podemos fazer o valor de f ( x) tão próximos do
número L quanto quisermos, tomando x suficientemente próximo (mas não
igual) a a e, simbolicamente, escrevemos:

lim f ( x)  L
x a

Exemplo (conceito de limite): usando a ideia intuitiva de limite, determine


lim x ²  2 x  1
x2

Título: Resposta: se aproximando pela esquerda ( x < 2 )

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UN I AS S ELV I

Primeiro vamos criar a tabela dos valores de f ( x) quando x se aproxima pela


esquerda:

x<2 f ( x)  x2  2 x  1

1 0

1,5 0,25

1,9 0,81

1,95 0,9025

1,99 0,9801

1,999 0,9980

Título: Resposta: se aproximando pela direita ( x > 2 )

Agora vamos criar a tabela dos valores de f ( x) quando x se aproxima pela direita:

x<2 f ( x)  x2  2 x  1

3 6

2,5 2,25

2,1 1,21

2,05 1,1025

2,01 1,0201

2,001 1,0020

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

Título: Resposta: Valor do Limite da função

Como pode ser observado nas tabelas, tanto x se aproximando de dois pela direita ou
pela esquerda, o valor da função se aproxima de 1. Dessa forma, podemos escrever:
lim x ²  2 x  1
x2

Título: Resposta: Gráfico da função f ( x)

Podemos verificar no gráfico que realmente o valor do limite da função é 1, pois,


se aproximar de 2 pela direita ou pela esquerda, o valor da imagem dessa função
se aproxima de 1.

f (x) = x2 - 2x + 1
1

2 x

Figura 13 - Gráfico da função f ( x)  x ²  2 x  1 / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico em forma de parábola com concavidade voltada para cima. O
gráfico intercepta o eixo y no ponto y=1 e ainda a figura destaca o ponto (1,2) pertencente ao gráfico.

Cálculo de limites usando suas propriedades

No tema anterior, usamos tabelas com valores e gráficos da função nas proximida-
des de x = a para nos ajudar, de forma intuitiva, a calcular o limite da função f ( x)
quando x se aproxima de a . Vimos também que usar a definição formal para obter

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UN I AS S ELV I

o limite de uma função nem sempre é tarefa fácil. Vamos apresentar propriedades
que tornarão mais simples os procedimentos para o cálculo de limites.
Inicialmente, vamos apresentar dois resultados básicos, que são óbvios ponto
de vista intuitivo (observe os gráficos a seguir):
Propriedades de Limite

a) lim c  c
x a

b) lim x  a
x a

Seja a um número real. Se lim g ( x)  M e lim f ( x)  L , então:


x a x a

O limite da soma (diferença) é a soma


lim  f ( x)  g ( x)   L  M (diferença) dos limites.
x a

O limite de um produto é o produto dos


lim  f ( x).g ( x)   L.M limites.
x a

O limite de um quociente é quociente


f ( x) L dos limites, desde que o limite do deno-
lim  , se M ≠0
x a g ( x ) M minador não seja zero.

lim n f ( x)  n L , L > 0 , se n O limite da raiz enésima é a raiz enésima


x a
do limite.
par

Exemplo (propriedades de limites): use as propriedades para calcular os se-


guintes limites:
4 x²  x
a) lim
x1 x  1

Título: Definindo a f ( x) e a g ( x)

Neste caso, limite trata-se de um quociente e, de acordo com a propriedade da


letra “e”, tratada anteriormente, temos:

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 6

f ( x) L
lim 
x a g ( x ) M , se M ≠ 0
Com isso, é fácil perceber que:
f ( x)  4 x ²  x e g ( x)  x 1

Título: Encontrando o lim 4 x ²  x


x1

Nesta etapa, usaremos a propriedade “b” e “c”


lim 4 x ²  x  lim 4 x ²  lim x  4  1  3
x1 x1 x1

Título: Encontrando o lim x  1


x1

Nesta etapa, usaremos a propriedade “a”, “b” e “c”


lim x  1  lim x  lim 1  1  1  2
x1 x1 x1

Título: Aplicando a propriedade do quociente

Aqui, usaremos a propriedade letra “e”


f ( x) L
lim  , se M ≠ 0
x a g ( x) M
4 x²  x 3
lim 
x1 x  1 2

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UN I AS S ELV I

E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

NOVOS DESAFIOS
O estudo de funções na agronomia desempenha um papel essencial no mercado
de trabalho atual. Os estudantes que possuem esse conhecimento destacam-se
por sua habilidade de analisar e otimizar o desempenho dos sistemas agrícolas,
levando em consideração fatores como crescimento das culturas, necessidades de
nutrientes e manejo do solo. Essa compreensão aprofundada das funções agro-
nômicas permite que os profissionais tomem decisões embasadas e eficientes,
resultando em melhorias na produtividade, qualidade dos cultivos e sustenta-
bilidade ambiental. A capacidade de aplicar conceitos de funções na agronomia
confere aos estudantes uma vantagem competitiva no mercado, tornando-os
profissionais altamente valorizados e procurados pelos empregadores.

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VAMOS PRATICAR

1. Considere o gráfico da função mostrado na figura a seguir:

Fonte: adaptada de: BRESCANSIN, A. Y. F. Cálculo Diferencial e Integral. Maringá:


UniCesumar, 2016.

a) Determinar o valor de f (−1) .

b) Determinar os valores de x para os quais:

I- f ( x) = 0

II - f ( x)  3

2. Sejam f e g as funções definidas por:

f ( x)  x2  x  2

g ( x)  x  2
Fonte: BRESCANSIN, A. Y. F. Cálculo Diferencial e Integral. Maringá: UniCesumar, 2016.

a) Determine o domínio e o conjunto imagem da f .

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2
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VAMOS PRATICAR

b) Determine o domínio e o conjunto imagem da g .

c) Esboce os gráficos de f e g .

3. Considere a Função Afim f ( x )  3 x  5 . Qual das seguintes afirmações é verda-


deira em relação a essa função?

a) A função possui um coeficiente angular negativo.


b) A função é decrescente em todo o seu domínio.
c) A função possui uma assíntota horizontal no eixo x.
d) O ponto (2, 1) pertence ao gráfico da função.
e) A função tem o ponto de interseção com o eixo y em (0, 5).

4. Qual das seguintes afirmações define corretamente o limite de uma função f ( x)


quando x se aproxima de um determinado valor a?

a) O valor que a função f ( x) assume em a.

b) O valor máximo que a função f ( x) pode alcançar.

c) O valor médio da função f ( x) em um intervalo próximo de a.

d) O valor que a função f ( x) se torna infinitamente grande.

e) O valor que a função f ( x) se aproxima à medida que x se aproxima de a.

 x2  1 se x  2
5. Seja f ( x)   . Analise as afirmativas a seguir:
7  2 x se x  2

I - Para x > 2 , o gráfico da função é uma parábola com a concavidade virada para
cima.
II - Para x ≥ 2 , o gráfico da função é uma reta crescente.

III - O lim f ( x) não existe.


x→2
IV - O lim f ( x)  3 .
x2

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VAMOS PRATICAR

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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REFERÊNCIAS

ANTON, H.; BIVENS, I; DAVIS, S. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2014. (Volume I).
FLEMNING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 2001. (Volume I).
NETO, J. D.; PEREIRA, C. G. Cálculo diferencial e integral I. Maringá: Centro Universitário de
Maringá; Núcleo de Educação a Distância, 2015.
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (Volume I).

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2
GABARITO

1. Para resolver esse exercício, basta observar os eixo das abcissas e ordenadas e encontrar
o par ordenado que se pede.

a) Na letra a, pede-se para encontrar o valor da f ( x ) = y quando x = -1, para isso,


vamos observar no gráfico qual a imagem do ponto x = -1, neste caso, vale 3.

f (1)  3

b) Nessa alternativa, vamos fazer o oposto, espera-se encontrar qual o valor de x que faz
com que a imagem seja 0 e 3, mais uma vez basta observar o gráfico.

I- x  2 x = 0 x = 2

II - x =1

2. a) Fica claro que D ( f ) =  , para encontrar a imagem, basta encontrar a coordenada


y do vértice da parábola:

D b2  4.a.c 12  4.(1).(2) 1  8 9
yv      
4a 4a 4.1 4 4

Logo Im( f )  [ 9 , [
4

b) Para a função g ( x)  x  2 , é fácil observar que D( f ) =  ea Im( f ) = 

c) O aluno pode usar qualquer método para esboçar o gráfico, desde a criação de tabelas
ou usando as técnicas ensinadas ao longo do material.

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GABARITO

Fonte: o autor.

3. D. A afirmação correta é que o ponto (2, 1) pertence ao gráfico da função. Para verificar
isso, podemos substituir o valor de x = 2 na função afim f ( x )  3 x  5 :

f (2)  3(2)  5
f (2)  6  5
f (2) = 1
Portanto, o ponto (2, 1) está no gráfico da função afim f ( x)  3 x  5 . Isso significa
que quando x é igual a 2, o valor de f ( x ) é igual a 1.

4. E. A afirmação correta é que o limite de uma função f ( x ) quando x se aproxima de


um valor a é o valor que a função f ( x ) se aproxima à medida que x se aproxima de
a . Em termos matemáticos, podemos escrever isso como:

lim f ( x)  L
x a

Isso significa que, à medida que x se aproxima de a, os valores de f ( x ) se aproximam


de L . Os limites são usados para descrever o comportamento de uma função em pontos
específicos ou em seu domínio. Eles fornecem informações importantes sobre a tendência
ou o comportamento da função próximo a um determinado valor.

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GABARITO

5. C. I- Incorreta, pois, para x>2, a função é uma afim que tem como gráfico retas e não
parábolas.

III - Para x ≥ 2 , o gráfico é uma reta decrescente, pois o valor do coeficiente angular é

negativo.
IV - O lim f ( x ) existe, pois, tanto para x>2 como para x ≤ 2 , o valor da função ten-
x→2
de a um mesmo valor quando os valores se aproximam do 2.
V- lim f ( x)  3 . Correto.
x2

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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7

DERIVADAS

MINHAS METAS

Compreender o conceito de derivada.

Conhecer as regras básicas de derivação e calcular derivadas de funções


de uma variável real.

Compreender e utilizar a regra da cadeia para calcular a derivada de


funções compostas.

Utilizar técnicas de derivação para calcular a derivada de funções exponen-


ciais e trigonométricas.

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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Olá, seja bem-vindo(a)! O cálculo consiste em duas partes essenciais: o cálculo-
diferencial e o cálculo integral. O cálculo diferencial baseia-se na derivada.
Nesta unidade, conheceremos as ideias e conceitos referentes à derivada de
funções reais de uma variável real. Para começar, podemos explorar a interpre-
tação geométrica da derivada, que nos permite abordar o conceito da tangente.
Além disso, é importante ressaltar que o conceito de derivada também está as-
sociado a outra interpretação significativa, que é a taxa na qual uma variável se
altera em relação a outra. Essa interpretação da derivada é importante em vários
ramos da Ciência, que a utilizam para resolver problemas sobre fenômenos que
envolvem variação. Podemos citar, por exemplo, a Biologia, em que a derivada se
aplica na pesquisa da taxa de crescimento de bactérias de uma cultura em relação
ao tempo; a Engenharia Elétrica, para descrever a variação da corrente em um
circuito elétrico; a Economia, para estudar a receita, o custo e o lucro marginais.
Após definirmos a derivada de uma função como um limite, vamos usá-lo no
desenvolvimento de técnicas e estratégias (regras) para calcular a derivada das
funções com maior agilidade e eficiência. Essas regras de derivação irão nos ca-
pacitar a calcular as derivadas de funções polinomiais, funções racionais, funções
exponenciais e logarítmicas, funções trigonométricas, entre outras.
Vale ressaltar que a definição moderna de derivada foi apresentada por Au-
gustin-Louis Cauchy (1789-1857), no início de século IX, embora Newton e
Leibniz, já no século XVII, tenham utilizado os fundamentos desse conceito
como método para relacionar problemas de quadraturas e tangentes.
P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Prepare-se para uma jornada emocionante no mundo das


derivadas! No podcast Explorando as aplicações das derivadas:
da física à economia”, vamos desvendar as diversas aplicações
práticas dessa poderosa ferramenta matemática. Descubra
como as derivadas são usadas na física para descrever mov-
imentos e fenômenos naturais, na engenharia, para projetar
estruturas seguras e, na economia, para tomar decisões es-
tratégicas. A matemática ganha vida neste episódio repleto de
exemplos fascinantes. Não perca, junte-se a nós nesta jor-
nada matemática!

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

VAMOS RECORDAR?
Para ajudar a entender melhor alguns temas do nosso material, separei um
vídeo muito interessante sobre conjuntos numéricos.
As retas tangentes desempenham um papel fundamental no estudo de gráfi-
cos e funções. Elas representam a inclinação de uma curva em um ponto es-
pecífico, oferecendo informações valiosas sobre o comportamento local da
função. Ao entender como as retas tangentes se relacionam com o gráfico de
uma função, os alunos podem obter insights sobre a taxa de variação e a di-
reção da curva em pontos específicos.
Convido você a assistir ao vídeo sobre retas tangen-
tes em gráficos para aprofundar seu conhecimento
sobre esse tema fundamental da matemática. Tenho
certeza de que essa experiência visual ajudará você
a compreender melhor a relação entre as retas tan-
gentes e as funções, permitindo que você utilize esse
conhecimento em problemas e desafios futuros.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Após o primeiro contato com assunto da unidade, chegou o momento de apro-
fundar os conceitos teóricos, promover discussões e utilizar exemplificações que
contribuam na clareza dos conteúdos de cada tema de aprendizagem. Para tornar
esta etapa mais dinâmica e criativa, você deve fazer uso de recursos de aprendi-
zagem para compor sua narrativa.

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UN I AS S ELV I

RETA TANGENTE E A DERIVADA

Reta tangente

Vamos iniciar nosso estudo das derivadas com um problema geométrico que
motivou muitas ideias básicas do cálculo. Ele é conhecido como o problema da
Reta Tangente e consiste em determinar a reta tangente em um ponto específico
de uma curva. A palavra tangente provém do latim – “que toca”. Se a curva é uma
circunferência, sabemos da Geometria Plana, que a tangente à circunferência é
a reta que a “toca” precisamente em um ponto.
Para resolver a questão, vamos supor que a curva seja o gráfico de uma certa
função f e P(a, f (a )) , o ponto onde desejamos traçar a reta tangente .

y
t

Figura 1 - Reta tangente ao gráfico de f no ponto P . / Fonte: a autora.


Descrição da Imagem: a figura apresenta dois gráficos representados em um sistema de coordenadas cartesianas
comum. O primeiro gráfico consiste em uma curva que tem início no 4º quadrante e aumenta gradualmente até
alcançar o primeiro quadrante. Além disso, nesse primeiro gráfico, podemos identificar uma reta tangente que
toca a curva no ponto P.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

O problema da reta tangente: dada uma função y = f ( x) e P(a, f (a )) , um


ponto em seu gráfico, queremos encontrar uma equação da reta tangente ao
gráfico em P .
Para determinar a equação da reta tangente t , precisamos conhecer sua in-
clinação (ou coeficiente angular) mt . O problema está no fato que, para calcular
sua inclinação mt , precisamos conhecer dois pontos sobre t e temos apenas o
ponto P . Para contornar esse problema, consideramos outro ponto Q( x, f ( x))
do gráfico, em que x ≠ a , e calculamos a inclinação da reta secante PQ .
f ( x)  f (a)
mPQ 
xa

Q(x, f(x))
f(x)

f(x) - f(a)
P(a,f(a)) a
f(a)
x-a

a x

Figura 2 - Inclinação da reta secante passando por P e Q / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura ilustra um gráfico com formato crescente, que possui dois pontos de inflexão em
que ocorre uma mudança na concavidade da curva. O primeiro ponto de inflexão exibe uma concavidade voltada
para baixo, enquanto o segundo ponto de inflexão apresenta uma concavidade voltada para cima. Além disso, no
gráfico, estão destacados dois pontos específicos, denominados P e Q . A figura também demonstra como
calcular a inclinação da reta secante que conecta esses dois pontos no gráfico.

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UN I AS S ELV I

Vamos imaginar que, enquanto o ponto P permanece fixo, o ponto Q aproxi-


masse de P , obrigando x tender a a . Diante disso, se mPQ tender a um número
finito, então, consideraremos esse valor limite como a inclinação da reta tangente
ao gráfico de f no ponto P .
y

Q
Q Q

P
f(a)

a x

Figura 3 - Inclinação da reta tangente como um limite de inclinações de retas secantes / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura representa o mesmo gráfico da Figura 2, porém, dessa vez, inclui várias retas
secantes ao gráfico. O propósito dessas retas é ilustrar como a inclinação das retas secantes varia à medida que
a coordenadax do ponto Q se aproxima de um valor específico, denotado por “a”, que corresponde à coorde-
nada x do ponto P . À medida que essa aproximação ocorre, uma reta especial chamada de reta tangente ao
ponto P é formada.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

Assim, definimos a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto


P(a, f (a )) por:
f ( x)  f (a)
mt (a )  lim mPQ  lim 
x a x a xa

Outra forma de expressar mt ' , às vezes mais fácil de ser usada, é fazendo h  x  a
. Assim, se x → a , temos que h → a . Logo, podemos reescrever a definição de
mt (inclinação da reta tangente):

f ( a  h)  f ( a )
mt  lim
ha h
Esse tipo de limite é tão importante que recebe nome e notação especial:

Derivada de f em a e indica-se por f '(a ) (leia: f linha de a ).

Definição (Derivada em um ponto): sejam f uma função e a um ponto de seu


domínio. A derivada de uma função f em a é dada por:

f ( a  h)  f ( a )
f '(a )  lim desde que o limite exista.
h x h

Se admite derivada em a , então, diremos que f é uma função derivável ou dif-


erenciável em a .

Exemplo 1 (Reta tangente): encontre a equação da reta tangente à curva


y  x2  4 no ponto P(3, 5) .

2
Resposta: neste exemplo a = 3 e f ( x)  x  4 , logo:
f ( x)  f (a)
mt  lim
x a xa
f ( x)  f (3) x2  4  5
mt (3)  lim  lim
x3 x 3 x3 x 3
x2  9 ( x  3).( x  3)
mt (3)  lim  lim
x3 x  3 x3 x 3

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UN I AS S ELV I

mt  lim ( x  3)  6
x3

2
Assim, a equação da reta tangente à curva f ( x)  x  4 no ponto P(3, 5) é:
y  y0  m( x  x0 )

y  5  6.( x  3)

y  6 x  13

O problema da velocidade

Comportamento de objetos em movimento foi um


dos motivos principais da invenção do cálculo. Vere-
mos que o conceito de velocidade está intimamente
relacionado ao conceito de limite. No dia a dia, fala-
mos em andar três quilômetros por hora ou dirigir a
110 quilômetros por hora. Muitas vezes, calculamos a
velocidade média (vm ) de uma distância percorrida.
Quando um atleta corre a prova dos 100 metros rasos
em um tempo de 9,58 segundos ou se uma pessoa
realiza um percurso de bicicleta de 30 quilômetros
em 75 minutos, podemos calcular (velocidade mé-
dia) usando a fórmula:
dis tan ciapercorrida
vm =
int ervalo det empo

Assim,
100 30
vm = 10, 44 m e v=
= = 0, 4 Km
9, 58 s m
75 min

Consideremos o problema de um objeto que


se mova em linha reta de acordo com a equação
s = f (t ) , que representa a distância percorrida pelo
objeto até o instante t .

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posição no tempo posição no tempo


t=a t=a+h

0 f(a) f(a + h) s
Figura 4 – Ilustrando o problema da velocidade instantânea / Fonte: A autora.

Descrição da Imagem: a figura apresenta duas bicicletas posicionadas em pontos distintos. Essa representação
visa demonstrar a posição futura f (a + h) , no instante a + h , de uma bicicleta que parte de uma posi-
ção inicial f (a ) no instante t = a . A figura ilustra a trajetória esperada da bicicleta à medida que o tempo
avança, mostrando a mudança de posição da bicicleta ao longo desse intervalo de tempo.

No intervalo de tempo entre t = a e t  a  h , a variação da posição (desloca-


mento da partícula) será de f (a  h)  f (a ) . Assim:
dis tan ciapercorrida f (a  h)  f (a )
vm  
int ervalo det empo h

Suponha, agora, que a velocidade média seja calculada em intervalos cada vez
menores [a, a + h] , ou seja, fazendo h → 0 . Definimos a velocidade instantâ-
nea no instante como sendo o limite dessas velocidades médias:
f ( a  h)  f ( a )
v(a )  lim
h0 h

Com isso, podemos definir a velocidade como sendo a derivada da posição


da partícula em relação ao tempo.

Exemplo 2 (velocidade): a posição de uma partícula que se move ao longo de


2
um eixo horizontal é dada por s  f (t )  6t  3t  2 , em que s está em metros
e t em segundos. Calcule a velocidade instantânea para t = 1 .

Resposta:
f (1  h)  f (1)
v(1)  lim
h0 h
6.(1  h)2  3(1  h)  2  11
v(1)  lim
x h

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6  12h  6h2  3  3h  9 6h2  15h


v(1)  lim  lim
h0 h h0 h
v(1)  lim (6h  15)  15
h0

Portanto, a velocidade instantânea depois de um segundo é de 15 m/s.

REGRAS DE DERIVAÇÃO

Neste tema, apresentaremos algumas regras gerais que facilitam o cálculo


de derivadas.

Regra 1 (Derivada de uma constante): se f é a função constante definida por


f ( x) = c , então f '( x) = 0 .

Regra 2 (Regra da potência): se f ( x) = x n , em que n é um número inteiro


n 1
positivo, então f '( x )  nx .

Regra 3 (Regra da soma): se f e g são deriváveis, então f +g é derivável


e: ( f  g ) '( x )  f '( x )  g '( x ) .

Regra 4 (Regra do produto): se f e g são deriváveis, então f .g é derivável


e: ( f .g ) '( x )  f '( x ) g ( x )  f ( x ) g '( x ) .

Regra 5 (derivada do produto de uma constante por uma função): seja f


derivável e k um número real constante. Então, k . f é derivável:

(k . f ( x)) ' = k . f '( x) .

Regra 6 (Regra do quociente): se f eg são deriváveis, então f /g é deriváv-


 f  f '( x) g ( x)  f ( x) g '( x)
el e:   '( x)  .
g  g ( x) ²
Desde que g ( x) ≠ 0

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

Outras notações: vimos que a notação y ' = f '( x) é usada para indicar a deri-
vada de y = f ( x) . Outra importante notação para derivada, devido ao Leibniz,
é: dy
f '( x) =
dx
(leia: derivada de y em relação a x ).
Exemplo 3 (Regras de Derivação): use as regras de derivação para calcular
a derivada das seguintes funções:

5
b) f ( x) = 3 x
2t ²  1
c) f (t ) 
t 1
Resposta:
a) Usando a regra da potência, temos:
f '( x)  15 x51  15 x 4

b) Usando a regra do quociente, temos:


(4t ).(t  1)  (2t ²  1)(1)
f '( x) 
(t  1)²
4t ²  4t  2t ²  1 2t ²  4t  1
f '( x)  
(t  1)² (t  1)²
5
Exemplo (Regras de derivação): seja y  3t  t �, calcule:
dy
a)
dt
Resposta:

Usando a regra da soma e da potência, chegamos na seguinte solução:


dy
 15t 4  2t
dt

2
2
2
UN I AS S ELV I

REGRA DA CADEIA

Neste tema, vamos introduzir mais uma regra de derivação, chamada de Regra
da Cadeia, utilizada para obter a derivada de funções compostas. Por exemplo, se
3
fôssemos calcular a derivada da função h( x)  ( x  x)² , poderíamos expandir
o binômio e usar as regras de derivação que já aprendemos, assim:
h( x)  ( x ³  x)²  x6  2 x 4  x2 .

h '( x)  6 x5  8 x3  2 x .

5 30
Se a função fosse h( x)  ( x  1) , no entanto, teríamos que expandir essa po-
tência binomial para obter um polinômio para, depois, calcular a derivada y '( x) .
Vemos então que, muitas vezes, podemos obter a derivada de funções com-
postas apenas reescrevendo-as, mas o esforço devido a manipulações algébricas
que serão necessárias justifica o desenvolvimento de um método mais direto.
Esse método conhecido como a Regra da Cadeia será apresentado a seguir e sua
demonstração pode ser encontrada no livro Um curso de cálculo. Volume 1, de
Hamilton Luiz Guidorizzi (2001).

A Regra da Cadeia: se f e g forem deriváveis com e


h( x) = f ( g ( x)) , então,

h é derivável e h' é dada pelo produto:


h '( x) = f '( g ( x)).g '( x) .

De forma equivalente, na notação de Leibniz, se


= ( x) f (u )
y h= e
u = g ( x)
forem deriváveis, então:
dy dy du
=
dx du dx Im( g ) ⊂ D( f )

Exemplo 3 (Regra da Cadeia): no início deste tema, calculamos a derivada da


função h( x)  ( x ³  x)² usando a expansão binomial. Agora, vamos calcular a
mesma derivada, mas desta vez utilizando a regra da cadeia.

5 3 3 5 3
Resposta: h '( x)  2( x ³  x)(3 x ²  1)  2(3 x  x  3 x  x)  6 x  8 x  2 x .

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

2 dy
Exemplo 4 (Regra da Cadeia): se y  x  3 , determine .
dx
Resposta:
u  x2  3
1
y
= u (u )
= 2

dy 1  1 du
 (u ) 2
dx 2 dx

Voltando ao valor de , temos:


2
dy 1  1 d ( x  3) 1
 ( x2  3) 2  1 ( x2  3) 2 (2 x)
dx 2 dx 2
dy x

dx x2  3

DERIVADA DAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS E


TRIGONOMÉTRICAS

Neste tema, vamos obter as regras de derivação para as funções trigonométricas


e para as funções exponenciais.

Derivada das funções seno e cosseno: são válidas as seguintes regras de


derivação:

a) Se f ( x) = sen( x) então f '( x) = cos( x) .

b) Se f ( x) = cos( x) então f '( x)   sen( x) .

Derivada das funções exponenciais: são válidas as seguintes regras de


derivação:

2
2
2
UN I AS S ELV I

a) Derivada da função exponencial de base: f ( x) = e x então f '( x) = e x .

b) Seja a>0 e a ≠ 1, um número real constante. Se f ( x) = a x , então,

f '( x) = a x ln(a ) .

Exemplo (Derivada funções trigonométricas): seja: f ( x)  sen( x)  2 cos( x)


, calcule:

a) f '( x)

p
b) f '  
2
Resposta:

a) f '( x)  cos( x)  2 sen( x)

p
b) f '    cos(p 2)  2 sen(p 2)  2
2
Exemplo 2 (Derivada Funções trigonométricas): use a regra da cadeia para-
calcular a derivada das seguintes funções:
a) y = cos( x2 )

b) y = sen(5 x)

Resposta:

2
a) u = x
dy dy du
=
dx du dx
dy du
  sen(u )
dx dx

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

2
Voltando u = x , temos:
dy d ( x2 )
  sen( x2 )  2.sen( x2 )
dx dx

a) u = 5 x
dy dy du
=
dx du dx
dy du
= cos(u )
dx dx

Voltando u = 5 x , temos:
dy d (5 x)
= cos( = 5 x) 5.cos(5 x)
dx dx

Exemplo 1 (Derivada da Função Exponencial): calcule a derivada das se-


guintes funções:
3x
a) y = e

x
b) y = x.e

Resposta:
a) Neste exercício, podemos fazer a seguinte substituição:
u = 3x
y = eu

Agora, aplicamos a derivada de uma função exponencial, além disso, aplicamos


a regra da cadeia:
du
y ' = eu
dx

2
2
2
UN I AS S ELV I

Voltando à variável u = 3 x , temos:


3 x d (3 x )
=y ' e= e 3 x .3
dx
y ' = 3e3 x

b) Neste exemplo, vamos usar a regra do produto:

x
Sendo f ( x) = x e g ( x) = e , então:

( f .g ) '  f '.g  f .g '

y '  1.e x  x.e x

Para uma resposta mais elegante, podemos colocar o em evidência:


y '  e x (1  x) .

DERIVAÇÃO IMPLÍCITA

Até o momento, nesta unidade, lidamos com funções deriváveis da forma


y = f ( x) , nas quais a variável está expressa explicitamente em termos da va-
riável independente , tais como:
2t 2  1
f ( x) = cos( x) y  x2  1 f (t ) 
t 1

Podemos, entretanto, nos deparar com equações do tipo: xy  y  x  1  0 .


Essa equação expressa implicitamente como uma função de . Nesse caso,
com argumentos algébricos, podemos explicitar em termos de :
xy  y  x  1  0

y ( x  1)  x  1

x 1
y  f ( x) 
x 1

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

Como podemos calcular a derivada de uma função definida


implicitamente?

Uma maneira de fazer isso é encontrar as possíveis funções definidas implicita-


mente, como no exemplo inicial, e, depois, derivá-las, mas esse método não é sem-
pre adequado, pois existem equações complicadas de expressar em termos de .
Há, todavia, um método para calcular a derivada, diretamente da equação
implícita que define a função. Esse método é denominado derivação implícita
e faz uso da regra da cadeia. Usaremos os próximos exemplos para demonstrar
as etapas da derivação implícita e, para isso, iremos supor que a equação dada
define funções implícitas deriváveis.
dy
Exemplo 1 (derivação implícita): use derivação implícita para obter , dada
2 dx
a equação y  x  1 .

Resposta:

Derivando ambos os lados da equação em relação a , obtemos:


d 2 d
( y  x)  (1)
dx dx
d 2 d d
( y )  ( x)  (1)
dx dx dx

Lembrando que y é uma função de x , ou seja, y = f ( x) , e usando a regra da


cadeia:
dy
2 y 1  0
dx
dy 1
=
dx 2 y
dy
A derivação implícita, normalmente, resulta em uma expressão para dx em ter-
mos de x e de y . Isso não é sempre uma desvantagem, observe o próximo exemplo.

2
2
2
UN I AS S ELV I

2 2
Exemplo 2 (derivação implícita): considere a equação x  y  9 .

dy
a) Determine dx por derivação implícita.

b) Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função y = f ( x) no



ponto P 1, 8 . 
Resposta:
a) Derivando ambos os lados da equação em relação a , obtemos:
d 2 d
( x  y 2 )  (9)
dx dx
d 2 d d
( x )  ( y 2 )  (9)
dx dx dx

Como y = f ( x) é uma função derivável, dada implicitamente pela equação


x � y �  9 , podemos usar a regra da cadeia. Assim:
dy
2x  2 y 0
dx

Ou seja,
dy x

dx y

b) Para determinar a equação da reta tangente, precisamos obter sua incli-


nação. A derivada de f em , ou seja:
dy 1

dx x1 8


é a inclinação da reta tangente ao gráfico de f no ponto P 1, 8 . 
Logo,
1
y 8  ( x  1)
8

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 7

Ou de forma equivalente,
8y  x 9  0

é a equação da reta tangente ao gráfico de f no ponto P 1, 8 .  


E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

NOVOS DESAFIOS
O mercado de trabalho na agronomia valoriza profissionais que possuem habi-
lidades em cálculo, especificamente em derivadas. Com o aumento da demanda
por práticas agrícolas sustentáveis e eficientes, há uma necessidade crescente de
agrônomos capazes de analisar dados, modelar sistemas agrícolas e tomar deci-
sões embasadas nas taxas de variação.
Profissionais com conhecimentos em derivadas têm a oportunidade de trabalhar
em empresas agrícolas, instituições de pesquisa, consultorias e órgãos governamen-
tais. Eles podem desempenhar papéis-chave na otimização da produção, no desen-
volvimento de estratégias de manejo sustentável e na implementação de práticas.

2
2
2
VAMOS PRATICAR

1. Determinar os pontos sobre a curva y  x3  x2  x  1 em que a reta tangente é


horizontal.

2. Calcule a derivada da seguinte função: y  x  3sen( x)

3. Qual é a derivada da função f ( x)  (3 x2  2 x  1) 4 em relação a x?

a) A função possui um coeficiente angular negativo.


b) A função é decrescente em todo o seu domínio.
c) A função possui uma assíntota horizontal no eixo x.
d) O ponto (2, 1) pertence ao gráfico da função.
e) A função tem o ponto de interseção com o eixo y em (0, 5).

4. Qual das seguintes afirmações é verdadeira sobre a derivada de uma função constante?

a) A derivada de uma função constante é sempre igual a um.


b) A derivada de uma função constante é sempre igual ao valor da função.
c) A derivada de uma função constante é sempre igual ao sen( x ) .
d) Não existe.
e) A derivada de uma função constante é sempre igual a zero.

5. Seja: f ( x)  2 sen( x)  cos2 ( x) . Analise as afirmativas a seguir:

I - A derivada primeira f '( x) é igual a f '( x)  2 cos( x)  2 cos( x) sen( x) .

II - A derivada segunda f ''( x ) (é o mesmo que calcular a derivada da derivada da fun-


2 2
ção) é igual a f ''( x )  2 sen( x )  2 sen ( x )  2 cos ( x ) .

III - A derivada dessa função não existe.


IV - Tanto a derivada primeira como a derivada segunda são nulas para qualquer ponto.

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

2
2
2
MINHAS ANOTAÇÕES

2
2
2
REFERÊNCIAS

FLEMNING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC,
2001. (Volume 1).
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. (Volume 1).
SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: Editora McGraw Hill, 1983.
(Volume 1).

2
2
2
GABARITO

1. Para resolver este exercício, precisamos derivar a função e depois igualar a derivada a zero.

dy
 3 x2  2 x  1
dx
dy
 3 x2  2 x  1  0
dx

Agora, precisamos encontrar os valores de x que satisfaz essa equação e, para isso, vamos
aplicar a fórmula de Bhaskara.

b  b2  4 ac
x
2a
2  16 2  4 6
x'    1
2.3 6 6

No ponto x=1, a reta tangente à função y ( x ) possui inclinação nula, ou seja, é paralela
ao eixo x. Se substituirmos esse valor de x na função y ( x ) , encontraremos:

y(1)  13  12  1  1  0

y(1) = 0
Logo, no ponto P(1, 0) , a inclinação da reta tangente é nula.
Agora, faremos o mesmo procedimento para x’’:

2  16 2  4 2 1
x ''    
2 .3 2.3 6 3

No ponto x   1 , a reta tangente à função y ( x ) possui inclinação nula, ou seja, é


3
paralela ao eixo x. Se substituirmos esse valor de x na função y ( x ) , encontraremos:
3
 1   1   1 2  1  32
y                1 
 3  3  3  3 27
 1 32 
Com isso, no ponto P   ,  , a inclinação da reta tangente é nula.
 3 27 

2
2
2
GABARITO

2. Para resolver este exemplo, vamos usar a regra da soma e a derivada do seno.

y '  1  3 cos( x)

3. D. Neste exemplo, vamos usar a regra da cadeia:

Podemos chamar u  3 x2  2 x  1
f (u ( x)) = u 4

du
f '(u ( x)) = 4u 3
dx
Agora, podemos voltar à variável u  3 x2  2 x  1

f '( x)  4(3 x2  2 x  1)3 (6 x  2)

Quem chegou até aqui acertou a questão, mas podemos representar de uma forma mais
simplificada da seguinte forma:

f '( x)  8(3 x  1).(3 x2  2 x  1)3

4. E. Pela regra de uma derivada constante, apresentada no material:

Regra 1 (Derivada de uma constante): se f é a função constante definida por


f ( x) = c , então, f '( x) = 0 .

5. I- Basta aplicar a derivada do seno no primeiro termo e usar a regra da cadeia para o
segundo termo para encontrar: f '( x )  2 cos( x )  2 cos( x ) sen( x ) .

II- Basta derivar a derivada da função, para o primeiro termo, basta resolver a deri-
vada do cosseno e para o segundo termo aplicar a regra do produto e com isso:
2 2
f ''( x)  2 sen( x)  2 sen ( x)  2 cos ( x)
III- Falso, já provamos que ela existe.
IV- Falso, existem pontos, tanto para a derivada primeira como para derivada segunda,
onde o seus valores são diferentes de zero.

2
2
2
TEMA DE APRENDIZAGEM 8

INTEGRAIS

MINHAS METAS

Compreender o conceito de integral indefinida.

Calcular integrais indefinidas utilizando integração por substituição

ou integração por partes.

Entender a noção de integral definida.

Enunciar, demonstrar e utilizar o Teorema Fundamental do Cálculo.

2
2
2
UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Olá, seja bem-vindo(a)! No Tema de Aprendizagem 7 estudamos o cálculo dife-
rencial cuja ideia central é a derivada de uma função. Neste tema, aprenderemos
as ideias e conceitos referentes ao cálculo integral. Inicialmente, estudaremos
o processo de encontrar primitivas de uma função, que nada mais é do que o
inverso do processo de derivação. Veremos que as primitivas de uma função f
diferem umas das outras por constantes, e definiremos como integral indefinida
a família das primitivas de f .
Assim como o conceito de derivada está intimamente ligado ao problema de
encontrar uma reta tangente a uma curva em um determinado ponto, o problema
básico do cálculo integral é o problema das áreas, ou seja, calcular a área sob o
gráfico de uma função y = f ( x) entre os pontos x = a e x = b . Usaremos esse
problema geométrico como motivação para definir o conceito básico do cálculo
integral: a integral definida.
Na sequência, discutiremos o Teorema Fundamental do Cálculo que esta-
belece uma conexão entre o cálculo diferencial e o cálculo integral, permitindo
calcular integrais definidas, utilizando primitivas.
Além de obter muitas fórmulas básicas de integração, abordaremos algumas
técnicas que podem ser usadas para calcular vários tipos de integrais, dentre elas,
o método de substituição e a integração por partes. Essas técnicas irão nos auxiliar
no cálculo de integrais que não são de resolução tão imediata. Finalmente, esten-
deremos o conceito de integral definida para limites de integração infinitos. Essas
integrais são denominadas integrais impróprias e têm aplicação na estatística.
Vale ressaltar que a definição da integral utilizada atualmente deve-se ao
matemático francês Augustin Louis Cauchy (1789-1857), e o símbolo da inte-
gral é proveniente do (s) de soma “esticado”, notação atribuída ao matemático
Wilhelm Leibniz (1646-1716).
P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Explore como o conceito de integração matemática desem-


penha um papel fundamental em diversas áreas, desde a Física
e a Engenharia até a Economia e as Ciências Sociais. Mergul-
he neste fascinante assunto e descubra como as integrais são
aplicadas em diferentes contextos ouvindo ao nosso podcast.

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

VAMOS RECORDAR?
Dominar derivadas é fundamental para compreender
a taxa de variação de uma função em relação a sua
variável independente. Essa habilidade é a base para
entender o conceito de integração, que nos permite
calcular áreas, volumes e resolver uma infinidade de
problemas em diversas áreas da matemática e da
física. Se você quer aprofundar seus conhecimentos
e desvendar os segredos das integrais, não deixe de
assistir a esse vídeo que explora algumas regras de
derivação essencial para sua jornada acadêmica. Não
perca tempo, acesse agora mesmo!

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

PRIMITIVAS E A INTEGRAL INDEFINIDA

Inicialmente, vamos retornar ao problema de encontrar a velocidade de uma


partícula no instante t , conhecendo a função posição s = f (t ) . Vimos que a
função velocidade em qualquer instante t é dada por f '(t ) . Pense, agora, no pro-
blema inverso, se conhecermos a velocidade da partícula em qualquer instante t
, podemos determinar sua função posição? Para resolver problemas como este,
precisamos da próxima definição.

Definição (primitiva ou antiderivada): seja f uma função definida em um in-


tervalo I . Uma função é uma primitiva (antiderivada) de uma função f em I se
F '( x) = f ( x) para todo x ∈ I .

Observação: mesmo que não seja mencionado, a primitiva de uma função


sempre será definida em um intervalo.

Para que você entenda a definição de primitiva, vamos propor alguns exemplos
bem simples:

2
2
2
UN I AS S ELV I

3 2
■ F ( x) = x é uma primitiva de f ( x) = 3 x , pois F '(= x2 f ( x) .
x) 3=

1 1
■ G ( x) = x é uma primitiva de g ( x) = , pois G=
'( x) = g ( x)
2 x 2 x
2
. F ( x) = x é uma primitiva de f ( x) = 2 x , pois F '( x= x f ( x) .
) 2=

O exemplo anterior nos motiva a pensar que, sendo F uma primitiva de f ,


mas também são primitivas de f as seguintes funções:
G ( x)  x2  1

F ( x)  x2  2

Então, para toda constante C , F ( x) + C é, também, primitiva de f , o que, de


fato, é verdade, pois:
( F ( x)  C ) '  F '( x)  (C ) '  f ( x)  0  f ( x)

O próximo teorema que apresentamos sem provas afirma que, se duas funções
tiverem derivadas iguais em um intervalo, como é o caso das primitivas, elas
diferem, nesse intervalo, por uma constante.

Teorema (primitiva): seja F uma primitiva de uma função f . Então, qualquer


primitiva G de f deve ser da forma G ( x )  F ( x )  C , em que C é uma
constante real.

Podemos perceber que, se conhecemos uma primitiva de uma função, conhece-


mos todas as outras, basta somar uma constante à primitiva conhecida.

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

F(x) = x3 + 2

F(x) = x3 + 1

F(x) = x3 - 1
F(x) = x3 - 2

Figura 1 – Gráfico de algumas primitivas de f ( x) = 3 x2 . / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe cinco gráficos distintos em um sistema de coordenadas cartesianas com-
partilhado. Cada gráfico representa uma função cúbica do tipo F ( x) = x3 , com a diferença sendo a inclusão
de uma constante aditiva (-2, -1, 0, 1 e 2). Essas constantes adicionadas resultam em deslocamentos verticais
das funções, alterando suas posições em relação ao eixo y.

Como vimos, as primitivas de uma função f em um intervalo I são da forma


F ( x) + C , com C constante. Diremos, então, que:
F ( x) + C

É a família das primitivas de f em I .

A notação ∫ f ( x)dx conhecida como integral indefinida de f , será usada para


representar a família das primitivas de f , ou seja,
 f ( x)dx  F ( x)  C
Nesta notação, a função f a ser integrada denomina-se integrando, e a constante C ,
constante de integração. O símbolo dx serve para identificar a variável de integração.

2
2
2
UN I AS S ELV I

Exemplo 1 (Integrais indefinidas):

c)  1dx  x  C
2
d)  2 xdx  x C

Pelo fato de integração e derivação serem operações inversas uma da outra, a


partir das regras de derivação, podemos estabelecer algumas regras para o cál-
culo de integrais elementares.

A integral indefinida de uma constante:

 kdx  kx  C
( k é uma constante real).

A regra da potência:

n x n1
 x dx  n 1
 C , n  1

A integral indefinida de um múltiplo constante de uma função:

 kf ( x)dx  k  f ( x)dx, k  cons tan te


A regra da soma:

 [ f ( x)  g ( x)]dx   f ( x)dx   g ( x)dx


Exemplo 2 (Integral indefinida): calcule a seguinte integral indefinida.
 1 
  3sen( x)  dx
x

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

Solução:
 1  1
  3sen( x)  dx  3 sen( x)dx  
x x
dx

1
 3 sen( x)dx   x 2 dx

1
 1
x 2
 3 cos( x)  C
1
 1
2

 3.cos( x)  2. x  C

Exemplo 3 (Integral indefinida): calcule a seguinte integral indefinida.


 x 1 
  2e  3 x dx
Solução:
 1 
2 x 1 1
  2e dx  2  e dx   dx
3x 

3 x
1
 2e x  ln x  C
3

INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO E INTEGRAÇÃO POR


PARTES

No subtema anterior, você estudou como encontrar a integral indefinida de várias


funções, mas, muitas vezes, iremos nos deparar com funções que não possuem
primitivas elementares. Discutiremos dois métodos de integração que irão nos
ajudar a determinar uma grande quantidade de integrais não imediatas.

Integração por substituição

A integração por substituição é um método para resolver integrais baseado na


Regra da Cadeia para derivadas. Considere o seguinte exemplo:

2
2
2
UN I AS S ELV I

2
 2 x( x  1)5 dx

Vejamos se é possível simplificar a integral fazendo uma mudança de variáveis. Faça:


u  x2  1 e du = 2 xdx

Substituindo essas expressões na integral, obtemos:


2
 2 x( x  1)5 dx   ( x2  1)5 (2 xdx)   u 5 du

A última integral envolve uma integral imediata e é facilmente calculada:


5 1 6
 u du  6 u  C
2
Usando esse resultado e substituindo u  x  1 , temos:
2 5 ( x2  1)6
 2 x( x  1) dx  6
C

2
Agora, observe no exemplo anterior que, se f ( x) = 2 x e g ( x)  x  1 , então,
g '( x) = 2 x e f ( g ( x))  ( x2  1)5 . Logo,
2
 2 x( x  1)5 dx   f ( g ( x)) g '( x)dx

De uma forma geral, esse método funciona sempre que temos uma integral que
possa ser escrita na forma ∫
f ( g ( x)) g '( x)dx e pode ser justificado como
segue:

Sejam f e g tais que Im( g ) ⊂ D ( f ) , com g derivável, suponhamos F que


seja uma primitiva de f , isto é, F ' = f . Pela regra da cadeia, temos que:

[ F ( g ( x))]' F=
= '( g ( x)) g '( x) f ( g ( x)) g '( x)

Fazendo u = g ( x) e du = g '( x)dx , temos

 f ( g ( x)) g '( x)   f (u )du  F (u )  C  F ( g ( x))  C

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

Assim, precisamos definir uma função u = g ( x ) conveniente, de


tal forma que a integral obtida, após a mudança de variável, seja mais simples.

Integração por partes

A integração por partes é uma técnica de integração baseada na regra do pro-


duto para derivada. Suponhamos f e g definidas e deriváveis em um mesmo
intervalo I . Usando a regra de derivação de um produto de duas funções, temos:
[ f ( x) g ( x)]'  f '( x) g ( x)  f ( x) g '( x)

Se integrarmos ambos os lados em relação a , obtemos:


f ( x) g ( x)   f '( x) g ( x)dx   f ( x) g '( x)dx

ou
 f ( x) g '( x)dx  f ( x) g ( x)   f '( x) g ( x)dx
Essa é a fórmula de integração por partes.

Fazendo u = f ( x) e v = g ( x) , teremos du = f '( x)dx e dv = g '( x)dx , o que


nos permite escrever a regra anterior na seguinte forma:
 udv  uv   vdu
Observações:

1. É necessário um certo cuidado na escolha de e. Ela deve ser feita de forma


conveniente.
2. Deixamos para introduzir uma única constante de integração ao final
dos cálculos.

Exemplo 4 (Integração por partes): calcule.


∫ x cos( x)dx
Solução:

2
2
2
UN I AS S ELV I

Escolhendo u = x e dv = cos( x)dx , temos:


u=x
du = dx
dv  cos( x)dx
v   cos( x)dx  sen( x)

Agora que temos todos os parâmetros, podemos aplicar na fórmula


 udv  uv   vdu
 x cos( x)dx  xsen( x)   sen( x)dx
 xsen( x)  cos( x)  c

Derivando a primitiva devemos obter a função original. Confira seus cálculos!

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

ÁREA E A INTEGRAL DEFINIDA

Com o objetivo de motivar o estudo deste subtema, vamos considerar inicial-


mente o problema de calcular a área de certa região do plano. É fácil calcular a
área de regiões planas conhecidas, tais como retângulos, triângulos ou compo-
sição destes. Já para calcular áreas de regiões mais complicadas, cujas fronteiras
envolvem gráficos de funções, é necessário introduzir um processo de limite e
utilizar os métodos do cálculo.
Vamos considerar o problema de definir a área da região A , delimitada pelo
gráfico de uma função f contínua em [a, b] e não negativa, ou seja, f ( x) ≥ 0
, pelo eixo dos x e por duas retas x = a e x = b .

y = f(x)

x=a x=b

a b x

Figura 2 – Área sob o gráfico de f no intervalo [a, b] . / Fonte: a autora.


Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico com um formato curvo interceptado por duas retas paralelas. A
intersecção ocorre no primeiro quadrante, delimitando uma região específica do gráfico que corresponde ao in-
tervalo de a até b, no eixo x [ a, b] .

Lembre-se que, no problema da reta tangente abordado no Tema 3, usamos as


inclinações de retas secantes para definir a inclinação da reta tangente ao gráfico
de uma função num ponto. Uma ideia similar será usada para resolver o proble-
ma da área descrito anteriormente, mas, agora, usaremos áreas de retângulos para
definir a área da região S . O próximo exemplo ilustra esse procedimento:

2
2
2
UN I AS S ELV I

2
Exemplo 5 (Área): considere a área da região S sob a parábola f ( x) = x no
intervalo [0, 1] .

y
1 f(x) = x2

1 x

Figura 3 – Área da região sob o gráfico de f ( x) = x2 no intervalo [0, 1] . / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico parabólico localizado no primeiro e no segundo quadrante.
A curva do gráfico forma uma parábola com concavidade voltada para cima. Abaixo da curva, no intervalo de zero
a um no eixo horizontal, há uma área preenchida pela cor cinza para indicar a região abaixo da curva. Essa área
representa os valores correspondentes às coordenadas no intervalo mencionado.

Para obter uma aproximação da área da região S , construímos quatro retângulos


da seguinte forma:

a) Divida o intervalo [0, 1] em quatro subintervalos iguais.

b) Construa quatro retângulos com esses subintervalos como bases e com


alturas dadas pelos valores da função no ponto médio de cada um dos
quatro subintervalos.
1 3 5 7
f  , f  , f  , f  
8 8 8 8

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

y
1 f(x) = x2

1 1 3 1 x
4 2 4
Figura 4 – Aproximação da área da região S pela soma da área de quatro retângulos./ Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico parabólico localizado no primeiro e no segundo quadrante.
A curva do gráfico forma uma parábola com concavidade voltada para cima. Abaixo da curva, no intervalo de zero
a um no eixo horizontal, há quatro retângulos preenchidos pela cor cinza para indicar a região abaixo da curva.

c) Some as áreas dos quatro retângulos e represente essa soma por S4 .


2 2 2 2
11 13 15 17 22
S4               0,3328125
48 48 48 48 64

Portanto S4 ≈ 0, 328125 é a área aproximada da região S .


Podemos obter melhores aproximações da área da região à medida que o nú-
mero de retângulos cresce. Observe as figuras a seguir com as respectivas somas:

y
1 f(x) = x2

0
1 x
Figura 5 – Aproximação da área da região S pela soma de oito retângulos. / Fonte: a autora.

2
2
2
UN I AS S ELV I

Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico parabólico localizado no primeiro e no segundo quadrante.
A curva do gráfico forma uma parábola com concavidade voltada para cima. Abaixo da curva, no intervalo de zero
a um no eixo horizontal, há oito retângulos preenchidos pela cor cinza para indicar a região abaixo da curva.

y
1 f(x) = x2

0
1 x
Figura 6 – Aproximação da área da região S pela soma de 16 retângulos. / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura apresenta um gráfico parabólico localizado no primeiro e no segundo quadrante.
A curva do gráfico forma uma parábola com concavidade voltada para cima. Abaixo da curva, no intervalo de zero
a um no eixo horizontal, há dezesseis retângulos preenchidos pela cor cinza para indicar a região abaixo da curva

f(x) = x2
1

0
1 x

Figura 7 – Aproximação da área da região S pela soma de 32 retângulos. / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: A figura apresenta um gráfico parabólico localizado no primeiro e no segundo quadrante. A
curva do gráfico forma uma parábola com concavidade voltada para cima. Abaixo da curva, no intervalo de zero a
um no eixo horizontal, há trinta e dois retângulos preenchidos pela cor cinza para indicar a região abaixo da curva.

Os gráficos das figuras sugerem que, à medida que (sendo o número de


retângulos) cresce, as somas das áreas dos retângulos se aproximam da área da

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

região. A Tabela 1 mostra como a soma das áreas dos retângulos muda com o
aumento dos retângulos.

8 0,332013

16 0,333008

32 0,333252

64 0,33331298

200 0,33333125

1000 0,33333325

Tabela 1 – Soma das áreas dos retângulos. / Fonte: a autora.

Observe mais alguns valores aproximados da área da região S e perceba que as


somas se aproximam do valor 0,3333333...
Podemos, então, conjecturar que a área da região S é 1 3 unidades de área.
Vamos aplicar a ideia do exemplo anterior para definir a área da região S sob
o gráfico de uma função arbitrária y = f ( x) contínua em [a, b] e não negativa,
que discutimos anteriormente na Figura 1.
Dividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais de comprimento
ba
Dx 
n

Dessa maneira, formamos n retângulos, todos com base Dx e alturas dadas por:
f (c1 ), f (c2 ), f (c3 )... f (cn )

2
2
2
UN I AS S ELV I

Em que c1, c2, c3 e cn são pontos quaisquer dentro de um intervalo Dx dos retângulos.

y = f(x)

ɑ Ci b x

Figura 8 – Área sob o gráfico de f no intervalo [a, b] ./ Fonte: A autora.


Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico com um formato curvo interceptado por duas retas paralelas. Na
imagem, há um conjunto de seis retângulos dispostos em um intervalo [a, b] . Esses retângulos foram utilizados
para ilustrar a estratégia de aproximação da soma das áreas do retângulo para a área de um gráfico que se deseja
calcular. Cada retângulo representa uma parte da área total, e ao somar as áreas de todos os retângulos, busca-se
obter uma estimativa próxima da área desejada. Essa técnica é uma forma de aproximação utilizada para facilitar
o cálculo de áreas em gráficos ou figuras complexas.

A soma das áreas dos retângulos, representada pelo número Sn ' , pode ser escrita,
com a notação de somatório, assim:
n
Sn  f (c1 )Dx  f (c2 )Dx  f (c3 )Dx  ... f (cn )Dx   f (ci )Dx
i 1

A Figura 8, juntamente com as considerações realizadas neste tema de aprendi-


zagem, sugere que as somas das áreas retangulares devem se aproximar de um
valor limite, à medida que cresce arbitrariamente. Definimos esse número como
sendo a área da figura delimitada no intervalo [a, b] .

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

Definição (Área): seja f uma função contínua e positiva em [a, b] . Então, a


área da região sob o gráfico de f é definida por:

n
A  lim  f (ci )Dx
n i 1

Em que c1 , c2 , c3 ,..., cn são pontos arbitrários pertencentes aos n subinterva-


los de [ a, b] .

A definição da área de uma determinada região de uma função contínua é exa-


n
tamente a definição de uma integral definida. A soma  f (c1 )Dx é chamada
Soma de Riemann. i 1

Definição (Integral definida): seja f uma função definida em umb intervalo


fechado [ a, b] . A integral definida de f de a até b , denotada por
a ∫
f ( x)dx

é dada pelo limite da soma de Riemann de f quando n  , ou seja,


b n
desde que o limite exista.
a f ( x)dx  lim  f (ci )Dx
n i 1

TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

O cálculo de integrais definidas pela definição é trabalhoso e, na maioria das ve-


zes, pouco prático. Neste tema, apresentaremos um teorema que permite calcular
uma integral definida sem utilizar limites de somas. Devido a sua importância em
estabelecer um elo entre diferenciação e integração, esse teorema é chamado Teo-
rema Fundamental do Cálculo e mostra como calcular a integral definida de uma
função contínua, desde que possamos determinar uma primitiva desta função.

2
2
2
UN I AS S ELV I

O Teorema Fundamental do Cálculo. Seja f uma função contínua em um in-


b
tervalo fechado [ a, b] , então, a f ( x)dx  F (b)  F (a ) , em que Fé uma
primitiva de f .

P E N SA N DO J UNTO S

A diferença F (b) − F ( a ) na expressão do Teorema Fundamental do Cálculo é


b
usualmente denotada por [ F ( x )]a . Podemos, então, escrever:
b
a f ( x)dx  [ F ( x)]ba  F (b)  F (a )

Exemplo 6 (Teorema fundamental do cálculo): calcule.


2
∫1 xdx

Solução:
2
2  x2   22   12  4 1 3
1 xdx   2    2    2   2  2  2
 1    
Exemplo 7 (Teorema fundamental do cálculo): calcule.
P
∫0 cos( x)dx

Solução:
P
0 cos( x)dx [ sen( x)]0P  sen(P)  sen(0)  0  0  0

2
2
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 8

E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

NOVOS DESAFIOS
O profissional de Agronomia possui diversas oportunidades de aplicar o cálcu-
lo integral e o teorema fundamental do cálculo em seu trabalho, com impacto
significativo no mercado. Essas ferramentas matemáticas são essenciais para a
compreensão e resolução de problemas relacionados ao desenvolvimento e oti-
mização de culturas agrícolas.
Por meio do cálculo integral, o agrônomo pode analisar e calcular áreas,
volumes e taxas de crescimento em plantações. Isso permite uma melhor
compreensão dos processos biológicos e auxilia na determinação de práticas
agrícolas eficientes, como a aplicação de fertilizantes, manejo de irrigação e
controle de pragas. Além disso, a integração de dados e modelagem matemática
permite prever tendências e tomar decisões mais informadas no planejamento
de plantações e colheitas.

2
2
2
VAMOS PRATICAR

1. Calcule a seguinte integral, em seguida, derive seus resultados para conferir as res-
postas:

1
∫ x 4 dx
2. Resolva a seguinte integral usando o método da substituição:

 2 x  5dx

3. Qual é a definição correta da integral definida de uma função?

a) A área entre o gráfico da função e o eixo x.


b) A derivada da função.
c) O ponto máximo da função.
d) A soma dos valores da função em um intervalo específico.
e) A média da função em um intervalo específico.

4. Uma empresa deseja calcular o lucro total obtido com a venda de um determinado
produto ao longo de um intervalo de tempo. Para isso, é necessário interpretar corre-
tamente a integral definida relacionada ao lucro. Suponha que o lucro dessa empresa,
em função do tempo, seja dado pela função:

L(t )  3t 2  5t  10

Em que L(t ) L(t) representa o lucro obtido no instante t.

Qual a função que determina o lucro total da em função do tempo?

2
2
2
VAMOS PRATICAR

a) Basta derivar a função e obter a seguinte função: L '(t ) = 6t .


2
b) A função do lucro total é a própria função do lucro de cada mês: L(t )  3t  5t  10
.
c) Para encontrar o lucro total basta integrar a função L(t) que obtemos:
3 5 2 .
 L(t )dt  t  t  10t  C
2
d) O lucro total é zero.
e) Para encontrar o lucro total basta integrar a função L(t) que obtemos:

2 5 .
 L(t )dt  t  10t   C
2

5. Com relação ao método de integração por partes, analise as afirmativas a seguir:

I - O método de integração por partes é baseado na regra do produto da diferenciação,


permitindo calcular a integral de um produto de duas funções.
II - Para aplicar o método de integração por partes basta encontrar uma função e realizar
a substituição por uma variável, por exemplo, u.

III - A fórmula básica do método de integração por partes é dada por udv  uv  vdu
IV - O método de integração por partes é útil para resolver integrais do tipo em
que u e v são funções diferenciáveis. ∫ (u.v)dx
É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) IV apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, III e IV, apenas.

2
2
2
MINHAS ANOTAÇÕES

2
2
2
REFERÊNCIAS

ANTON, H.; BIVENS, I; DAVIS, S. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2014. v. 1.


GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC, 2001. v. 1.
SIMMONS, G. F. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: Pearson Makron Books,
1987. v. 1.
STEWART, J. Cálculo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. v. 1.

2
2
2
GABARITO

1. Primeiro, passaremos o valor do denominador para o numerador, para isso basta mudar
o sinal do expoente:

4 x 4 1 x 3 x 3
 x dx  
4  1 3

3
C
Agora devemos derivar esse resultado para “tirar a prova real”

x 3
f ( x)   C
3
x 31 1
f '( x)  (3)  x 4  4
3 x

2. Para resolver essa integral usando substituição devemos encontrar o valor de u:

u  2x  5
u  2dx
1
1 1 3
u2 2
 u dx   u2 dx 
1
 u2  C
1 3
2
Voltando o valor de u:
3
2
 (2 x  5) 2  C
3

3. A.

4. C. Para encontrar o lucro total basta integrar a função:

2 5
 (3t  5t  10)dt  t 3  t 2  10t  C
2

5. E.

2
2
2
TEMA DE APRENDIZAGEM 9

APLICAÇÕES DA DERIVADA E DA
INTEGRAL DEFINIDA

MINHAS METAS

Utilizar testes da derivada primeira e da derivada segunda para estudos da


função;

Utilizar conceitos de derivadas para esboçar gráficos de funções;

Aplicar conceitos de derivadas em problemas de otimização;

Calcular área usando o conceito de integral definida.

2
2
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UN I AS S ELV I

INICIE SUA JORNADA


Neste capítulo, exploraremos diferentes ferramentas matemáticas que desempe-
nham um papel fundamental na análise de funções e no esboço de gráficos. Em
particular, discutiremos a importância dos testes da derivada primeira e segunda
para o estudo aprofundado de funções. Veremos como esses testes nos permitem
compreender o comportamento das funções, identificar pontos críticos e deter-
minar intervalos de crescimento e decrescimento.
Além disso, abordaremos a utilização dos conceitos de derivadas para o es-
boço de gráficos de funções. Através da análise das taxas de variação das funções,
seremos capazes de traçar representações visuais mais precisas, identificando
pontos de inflexão, assíntotas e extremos locais.
Exploraremos também a aplicação dos conceitos de derivadas em problemas
de otimização. Veremos como as derivadas nos fornecem informações valiosas
sobre as taxas de variação e nos permitem encontrar os valores máximos e míni-
mos das funções. Essa ferramenta matemática será especialmente útil na busca
por soluções ótimas em contextos agrários, como na determinação de doses
ideais de insumos agrícolas ou no planejamento da irrigação.
Por fim, abordaremos o cálculo de área utilizando o conceito de integral
definida. Veremos como essa ferramenta nos permite quantificar a área entre
uma função e o eixo x, fornecendo medidas precisas de áreas delimitadas por
curvas e auxiliando na análise de fenômenos relacionados à agricultura, como a
determinação de áreas de plantio ou o cálculo de necessidades hídricas.
Ao compreender e aplicar esses conceitos e técnicas, estaremos capacitados a rea-
lizar análises mais aprofundadas das funções, traçar gráficos mais precisos, otimizar
processos agrícolas e calcular áreas relevantes para a prática das ciências agrárias.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

P L AY N O CO NHEC I M ENTO

Descubra como as derivadas e integrais têm um papel es-


sencial na solução de problemas reais! Nosso podcast explora
aplicações práticas desses conceitos, desde o crescimento
das culturas até a análise de sistemas agrícolas. Aventure-se
na fascinante intersecção entre a matemática e as ciências
agrárias. Prepare-se para uma jornada de conhecimento em
apenas alguns minutos por episódio. Assista agora e desvende
os segredos das derivadas e integrais aplicadas!

VAMOS RECORDAR?
Para ajudar a entender melhor alguns tópicos do nos-
so material, separei um vídeo muito interessante so-
bre Regras de derivação.
Aprender sobre regras de derivação é essencial para
quem deseja compreender e aplicar os princípios fun-
damentais do cálculo diferencial. Essa temática desem-
penha um papel crucial na matemática, na física e em
diversas outras áreas que envolvem análise quantitativa.
Para explorar esse tema de forma mais aprofundada e
clara, gostaria de convidar você a assistir a um vídeo sobre regras de derivação.
Esse vídeo irá explicar de maneira didática as principais regras e fornecer ex-
emplos práticos de sua aplicação. Tenho certeza de que será uma excelente
oportunidade para consolidar seus conhecimentos e fortalecer suas habili-
dades em cálculo diferencial.
Vamos lá, assista ao vídeo e mergulhe nesse fascinante mundo da derivação!

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UN I AS S ELV I

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

ANALISANDO O COMPORTAMENTO DE UMA FUNÇÃO

O objetivo deste tópico é analisar o comportamento de uma função. Para isso,


iremos desenvolver definições e teoremas que envolvem derivadas.

Máximos e Mínimos Relativos

Observe na figura seguinte o gráfico de uma função y = f ( x) e os pontos de


abcissas c1 , c2 , c3 e c4 .

c1 c3 b x
α c2 c4

Figura 1 – Pontos extremos de uma função f / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico com um formato curvo que se estende do segundo quadrante e
vai até o primeiro quadrante. Esse gráfico se inicia no ponto x=a e vai até o ponto x=b.

Os valores f (c1 ), f (c3 ) são chamados de mínimos relativos e f (c2 ), f (c4 )


, são chamados máximos relativos. Os valores máximo e mínimo relativos de
uma função são também chamados de extremos relativos.
Geralmente, temos a seguinte definição:

2
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Definição (máximo relativo e mínimo relativo):

a) Uma função f tem um máximo relativo em x = c , se existe um intervalo


aberto ]a, b[ contendo c tal que f ( x ) ≤ f (c ) para todo x ∈]a, b[ .

b) Uma função f tem um mínimo relativo em x = c , se existe um intervalo ab-


erto ]a, b[ contendo c tal que f ( x ) ≥ f (c ) para todo x ∈]a, b[ .

Observe, na figura seguinte, que os extremos relativos de y = f ( x) ocorrem


em pontos nos quais o gráfico da função tem retas tangentes horizontais ou em
pontos onde a função não é derivável (c4).

c1 c3 x
c2 c4

Figura 2 – Extremos relativos de y = f ( x) / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe o mesmo gráfico da Figura 1, mas com retas tangentes nos pontos que
exibem um máximo ou um mínimo local.

O próximo teorema caracteriza os pontos extremos relativos nos quais a derivada existe.

Teorema (Máximo e mínimo relativo): seja f uma função definida no intervalo


aberto ]a, b[ , tal que a < c < b . Se tiver um máximo ou mínimo relativo em , e
f '(c) existe, então, f '(c) = 0 .

2
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UN I AS S ELV I

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

A recíproca desse teorema não é verdadeira! Não é garantido que um ponto


onde a derivada de uma função é igual a zero seja necessariamente um máximo
ou mínimo relativo.

O teorema anterior sugere que devemos começar procurando os pontos extre-


mos de uma função f nos números c onde f '(c) = 0 ou f '(c) não existe. Tais
números têm um nome especial, e definimos a seguir.

Definição (Ponto crítico): um ponto crítico de uma função f é qualquer ponto


x no domínio de f tal que f '( x) = 0 ou f '( x) não exista.

3
Exemplo 1 (Ponto crítico): encontre os pontos críticos de f ( x)  x  3 x  3 .

Solução:

para encontrar os pontos críticos de uma função, devemos derivá-la e igualar


seu valor a zero. Assim:
f '( x)  0  3 x2  3  0  x  1

Logo, x = 1 e x  1 são os pontos críticos de f .

VOCÊ SABE RESPONDER?


Como descobrir se um ponto crítico é um máximo ou mínimo relativo?

A resposta para essa pergunta está no teste da derivada primeira.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Teorema (teste da derivada primeira): seja uma função f contínua em um


intervalo fechado [ a, b] que possui derivada em todo o ponto do intervalo ]a, b[
, exceto possivelmente em um ponto c .

a) Se f '( x ) > 0 para todo x>c e f '( x) < 0 para todo x>c , então, f tem
um máximo relativo em c .

b) Se f '( x ) > 0 para todo x<c e f '( x) > 0 para todo x > c , então, tem
um mínimo relativo em .

Baseado no teste da derivada primeira, podemos apresentar um procedimento


para encontrar extremos relativos:

Procedimento para encontrar máximos e mínimos relativos usando o teste


da derivada primeira:

1. Determine f '( x) .

2. Determine os pontos críticos de f .

3. Identifique os intervalos de crescimento e decrescimento de f .

4. Aplique o teste da derivada primeira.

Exemplo 2 (teste da derivada primeira): encontre os máximos e mínimos


3 2
relativos da função f ( x)  x  2 x  x  2 .

Solução:
A derivada de f é:

f '( x)  3 x2  4 x  1
Para

2
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UN I AS S ELV I

1
f '( x) = 0 temos que x = 1 e x = , portanto esses são os pontos críticos da
3
função f . Lembrando que um ponto crítico é um candidato a ponto de máximo
e ponto de mínimo. Para descobrir, temos que realizar um estudo do sinal da
função entorno dos pontos críticos.
Para isso, basta substituir valores próximos pela direita e pela esquerda dos
pontos críticos e observar o sinal da função nessa região. Se fizermos isso para
esse exemplo, vamos perceber que:
f '( x)  0 em ] − , 1 3[ e em ]1, [
f '( x)  0 em ]1 3 , 1[

+ + + 0 - - 0 + + +
f’
1 1
3
Figura 3 – Variação de sinais de f ' / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura ilustra o estudo de sinais da derivada em relação a uma variável “x”. Podemos
observar que a derivada é positiva antes do ponto 1/3. No entanto, entre 1/3 e o ponto x = 1, a derivada se
torna negativa. Após x = 1, a derivada retoma seu sinal positivo. Essa análise dos sinais da derivada nos permite
compreender os pontos críticos da função, revelando informações importantes sobre seu comportamento.

O próximo teorema caracteriza os pontos extremos relativos nos quais a derivada existe.
Observando a variação do sinal e aplicando o teste da derivada primeira,
podemos examinar os dois pontos críticos para um extremo relativo:
1
■ O ponto crítico x = : verificamos que f ' muda de sinal de positivo
3
para negativo quando passamos por x = 1 da esquerda para direita, e
3 1
concluímos que um máximo relativo ocorre em x = .
3

■ O ponto crítico x = 1 : verificamos que f ' muda de sinal de negativo para


positivo quando passamos por x = 1 da esquerda para direita, e concluí-
mos que um mínimo relativo ocorre em x = 1 .

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Figura 4 – Gráfico de f ( x)  x3  2 x2  x  2.
y Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfi-


co que se estende do terceiro para o segundo
quadrante. Após interceptar o eixo y, o gráfico
alcança um ponto máximo local. Em seguida,
ocorre uma inversão de concavidade, resultan-
do em um mínimo local. Finalmente, o gráfico
cresce ao longo do eixo x.

Concavidade, pontos de inflexão e o


x teste da derivada segunda

1 1
O próximo teorema nos diz que, se
3 f tem derivada segunda, podemos
analisar o sinal da derivada f '' para
determinar os intervalos de concavi-
dade da função, fato este que auxilia no esboço do gráfico de f .

Teorema (concavidade): seja f uma função que admite derivada até a 2ª ordem
no intervalo ]a, b[ .

a) Se f ''( x) > 0 em ]a, b[ , então, f terá concavidade para cima em ]a, b[ .

b) Se f ''( x) < 0 em ]a, b[ , então, f terá concavidade para baixo em ]a, b[ .

Os pontos em que o gráfico da função muda de côncavo para cima para côncavo
para baixo, ou vice-versa, são chamados pontos de inflexão.

Teorema (teste da derivada segunda): seja f uma função que admite derivada de
2ª ordem contínua no intervalo aberto ]a, b[ e c ∈]a, b[ .

a) Se f '(c) = 0 e f ''(c) > 0 , então, c é ponto de mínimo local.

2
2
2
UN I AS S ELV I

b) Se f '(c) = 0 e f ''(c) < 0 , então, c é ponto de máximo local.

Baseados no teste da derivada segunda, podemos apresentar um procedimento


para encontrar extremos relativos:

Procedimento para encontrar máximos e mínimos relativos usando o teste


da derivada segunda:

1. Calcule f '( x) e f ''( x) .

2. Encontre todos os pontos críticos de f nos quais f '( x) = 0 .

3. Calcule f ''(c) para cada um dos pontos críticos c.

a. Se f ''(c) < 0 , então, c é um ponto de máximo relativo.

b. Se f ''(c) > 0 , então, c é um ponto de mínimo relativo.

c. Se f ''(c ) = 0 , então, o teste é inconclusivo, isto é, c pode ser um


ponto de máximo ou mínimo relativo ou nenhum dos dois

Exemplo 3 (teste da derivada segunda): encontre os extremos relativos de


f ( x)  4 x3  3 x2  6 aplicando o teste da derivada segunda.

Solução:
f '( x)  12 x2  6 x e f ''( x)  24 x  6

Resolvendo essa equação, obtemos os pontos críticos de que são 0 e 1/2.

Como f ''(0) = −6 < 0 , f tem um valor máximo relativo em 0.

Como f ''(1 2) = 6 > 0 , f tem um valor mínimo relativo em ½.

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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Esboço de Gráficos

As informações obtidas sobre pontos de máximo e mínimos relativos de uma


função, intervalos em que ela é crescente ou decrescente, intervalos de concavi-
dade, pontos de inflexão e assíntotas são informações importantes para esboçar
o gráfico de uma função. Vamos apresentar um procedimento geral para anali-
sar o comportamento de uma função a partir da sua representação algébrica e
construir seu gráfico à mão. Vale ressaltar que, atualmente, softwares matemá-
ticos produzem com precisão o gráfico de uma função, e o propósito de estudar
procedimentos para esboçar gráficos tem sua importância na avaliação crítica
de curvas apresentadas na tela do computador.

Procedimento para esboço de gráficos:

a) Determinar o domínio de f .

b) Encontrar o valores em que f intercepta os eixos de x e y (quando não


requer muitos cálculos).

c) Calcular o limite quando x   e x e determinar as assíntotas hori-


zontais de f , se existirem.

d) Identificar assíntotas verticais de f , caso existam.

e) Determinar os pontos críticos e os intervalos em que f é crescente e em que


f é decrescente.

f) Encontrar os máximos e mínimos relativos de f .

g) Determinar a concavidade e os pontos de inflexão de f .

h) Esboçar o gráfico de f .

2
2
2
UN I AS S ELV I

3 2
Exemplo 4 (esboço de gráficos): esboce o gráfico de f ( x)  x  x  x  1

Solução:

d) D( f ) = 
e) Fazendo x = 0 , temos que a intersecção com y o eixo é 1. Fazendo
y = 0 , obtemos as raízes -1 e 1.
f) Assíntotas horizontais:
1 1 1
lim x ³  x ²  x  1  lim x ³(1    )  .1  
x x x x² x³
1 1 1
lim x ³  x ²  x  1  lim x ³(1    )  (−).1   
x x x x² x³

Logo, não existem assíntotas horizontais.

g) Assíntotas verticais: a função é contínua em toda a reta real, pois é uma


função polinomial. Portanto não possui assíntotas verticais.
h) Pontos críticos e intervalos de crescimento e decrescimento. Temos:
f '( x)  3 x ²  2 x  1

Resolvendo f '( x)  3 x ²  2 x  1 , encontramos x1 = 1 e x2   1 3 , que são os


pontos críticos.

Fazendo um estudo da variação do sinal, temos:

Logo,

f é crescente nos intervalos ]  , − 1 [ e ]1, [ e


3

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

f’ + + + - - + + +
1 1
-
3
Figura 5 – Variação de sinais de f ' / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura ilustra o estudo de sinais da derivada em relação a uma variável “x”. Podemos
observar que a derivada é positiva antes do ponto -1/3. No entanto, entre -1/3 e o ponto x = 1, a derivada se
torna negativa. Após x = 1, a derivada retoma seu sinal positivo.

f é decrescente no intervalo ] −1 3, 1[ .
i) Observando a variação do sinal de f ' e aplicando o teste da derivada
primeira, temos que f tem valor máximo relativo em x  1 3 e tem
valor mínimo relativo em x = 1 .

j) Concavidades e Pontos de inflexão. Temos:

f ''( x)  6 x  2
Logo,
6x  2  0  x  1 3

Logo,

f tem a concavidade para baixo em ]  , 1 3 [ ,

f tem a concavidade para cima em ]1 3 , ∞[ .

Quando c = 1 3 , a concavidade de f muda de sentido. Portanto P(1 3, f (1 3))


é um ponto de inflexão.
h) Temos na figura a seguir o esboço do gráfico

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UN I AS S ELV I

0 x
-2 -1 0 1 2

-1

-2

Figura 6 – Gráfico de f ( x)  x3  x2  x  1 / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico de uma função cúbica que começa no terceiro quadrante e cresce
em direção ao segundo quadrante. Próximo à intersecção com o eixo y, mas ainda no segundo quadrante, ele
apresenta um máximo local. Após atravessar para o primeiro quadrante, o gráfico possui um ponto mínimo que toca
o eixo x, porém sem atravessá-lo. Posteriormente, o gráfico continua a crescer indefinidamente ao longo do eixo x.

Problemas de otimização

Algumas das aplicações mais importantes do cálculo diferencial são os problemas


que podem ser formulados em termos de encontrar o valor máximo absoluto ou
mínimo absoluto de uma função em um certo intervalo. Muitos desses problemas
podem ser equacionados e são conhecidos como problemas de otimização.
Vamos iniciar apresentando o conceito de valor máximo absoluto e mínimo
absoluto, e um procedimento para determiná-los, caso existam.

2
2
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Definição (máximo e mínimo absoluto):

Se f ( x ) ≤ f (c ) para todo no domínio de f , então, f (c) é chamado de valor

máximo absoluto de f .

Se f ( x ) ≥ f (c ) para todo no domínio de f , então, f (c ) é chamado de valor

mínimo absoluto de f .

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

Os valores de máximo absoluto e mínimo absoluto de uma função são também


chamados valores extremos absolutos ou, simplesmente, extremos da função.

Exemplo 5 (máximo e mínimo absoluto):

2
a) A função f ( x)  x  1 tem um mínimo absoluto em x = 0 , ou seja,
f (0)   1 é o mínimo absoluto da função f .

3
b) A função f ( x) = x não tem extremos absolutos.

Podemos perceber pelo exemplo anterior que nem toda função contínua tem um
máximo absoluto ou um mínimo absoluto. No entanto, existe um caso em que
podemos garantir a existência dos valores máximo absoluto e mínimo absoluto.
Veja o próximo teorema:

Teorema (máximo e mínimo absoluto): seja f uma função definida e contínua

em um intervalo fechado [a, b] . Então, f assume máximo e mínimo absoluto

em [ a, b] .

2
2
2
UN I AS S ELV I

Observação: os valores máximo e mínimo da função f podem ocorrer em


pontos internos ao intervalo [a, b] , ou nos extremos a e b . Caso ocorra um
extremo da função em c ∈ ]a, b[ , ele é um extremo relativo e, portanto, um
ponto crítico de f . Logo, uma forma para determinar os extremos absolutos de
f em um intervalo [a, b] é comparar os valores que f assume nas extremidades
de [a, b] com os assumidos nos pontos críticos que pertencem a ]a, b[ .

Exemplo 6 (problemas de otimização): seu Pedro, professor aposentado, mora,


atualmente, em uma pequena chácara. Com a ajuda de sua esposa, já plantou o
pomar e a horta. Agora, o casal pretende construir um galinheiro. Dada a área
disponível, seu Pedro pensou em construir um galinheiro retangular, aprovei-
tando parte de um dos muros laterais da chácara. Comprou, então, um rolo de
tela de arame com 20 metros de comprimento. Determinar a maior área possível
e os comprimentos dos lados que dão esta área.

Solução:

Sejam x e y as dimensões do galinheiro, e a sua área. Veja figura a seguir:

y
Figura 7 – Dimensões do galinheiro / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um retângulo que simboliza o galinheiro a ser construído. Na parte superior,
há uma linha mais grossa representando a parede do muro. As laterais têm um comprimento x, enquanto a base
tem um comprimento y. A parte superior não possui dimensões especificadas, pois será economizada, já que o
professor usará o muro para a construção.

2
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Então,
A = x. y

Para exprimir A em função de uma variável, devemos determinar uma relação


entre x e y . Para fazer isso, usamos a informação dada de que o comprimento
total do rolo de tela de arame é de 20 metros, logo:
2 x  y  20

Dessa equação, temos que y  20  2 x , resultando assim:

A  x(20  2 x)

Como os lados do retângulo devem ser não negativos, devemos ter 0 ≤ x ≤ 10 .


Logo, o problema é reduzido a encontrar o máximo absoluto de
A  A( x)  20 x  2 x2 no intervalo fechado [0, 10] .

Temos que:
A '( x)  20  4 x

Fazendo A '( x)  20  4 x  0 , obtemos o ponto crítico x = 5 . Em seguida, cal-


culamos os valores de A nas extremidades do intervalo [0, 10] e no ponto crítico
x =5.

A(0) = 0 , A(10) = 0 , A(5) = 50

Logo, A assume valor máximo absoluto em x = 5 , ou seja, a maior área possível


2
para cercar o galinheiro com 20m de tela é 50m . Para calcular o valor de y ,
basta voltarmos na equação y  20  2 x . Logo, um dos lados do galinheiro deve
medir 5m e o outro y = 10 .

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UN I AS S ELV I

Aplicações da integral definida

Cálculo de Áreas

O cálculo da área de uma região plana pode ser feito via integral definida. A
seguir, estudaremos as situações mais comuns.

Caso 1: seja f contínua em [ a, b] , com f ( x ) ≥ 0 . A área da região S do


plano limitada pelas retas x = a , x = b , pelo eixo x e pelo gráfico de y = f ( x)
é definida por:

b
A( S )   f ( x)dx
a

y = f(x)

α b x
Figura 8 – Região S / Fonte: a autora

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico localizado inteiramente no primeiro quadrante. O gráfico ini-
cialmente cresce até atingir um ponto de máximo local, seguido por uma mudança de concavidade e um mínimo
local. Em seguida, o gráfico continua a crescer indefinidamente ao longo do eixo x. Este gráfico é semelhante ao
da Figura 4, mas está completamente deslocado para o primeiro quadrante e não intercepta o eixo y em nenhum
momento. Além disso, existe uma região S entre os pontos a e b, a qual está preenchida com uma tonalidade de
cinza escuro, indicando a área a ser calculada.

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2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

Exemplo 7 (área): calcule a área do plano limitada pelas retas x = 0 , x = 1 , pelo


eixo dos x e pelo gráfico de f ( x)  x 1 .

Solução: o esboço da região é mostrado na figura a seguir:

y
2

1
S
0 x
-2 -1 0 1 2 3

-1
Figura 9 – Esboço da Região / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico que começa no segundo quadrante e se eleva até o primeiro
quadrante. No intervalo de 0 até 1, representado no eixo x, há uma região preenchida com um tom de cinza
escuro, indicando a área da região S.

Nele, podemos observar que f é não negativa no intervalo [0, 1] . Logo, a área
da região é dada pela integral definida:

3 1
1 2
A( S )   x  1 dx   ( x  1) 2 
0  3 
0

2 3  3
2
 (1  1)  (0  1) 
 2   2
 3   3 

2  2 
  ( 2 )3    ( 1 )3 
3  3 

4 2 2
 unidades de área
3

2
2
2
UN I AS S ELV I

2º caso: seja f contínua em a, b , com   f ( x) ≤ 0 em  a, b  . A área da


região S do plano limitada pelas retas x = a , x = b , pelo eixo x e pelo gráfico
de y = f ( x ) é definida por:

b
A( S )    f ( x) dx
a

ɑ b
x
S

y = f(x)

Figura 10 – Região S / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico que decresce do primeiro para o quarto quadrante, assemelhan-
do-se a um espelhamento do gráfico da figura 6 pelo eixo x. O gráfico apresenta um ponto de mínimo local, seguido
por uma mudança de concavidade e um máximo local. Posteriormente, ele continua a decrescer indefinidamente
ao longo do eixo x. Além disso, há uma região S entre os pontos a e b, preenchida com uma tonalidade de cinza
escuro, indicando a área a ser calculada.

Exemplo 8 (área): calcule a área da região S limitada pelo eixo dos x e pelo
2
gráfico de y  x  1 .

Solução: nesse exemplo, os intervalos de integração não são dados explicita-


mente, mas as intersecções com os eixos são os pontos: (1, 0) e (−1, 0). Observe
a figura seguinte.

2
2
2
T E MA D E APRE N D IZAGEM 9

0 x
-2 -1 0 1
S

-1

Figura 11 – Esboço da região / Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico em forma de parábola com raízes iguais a -1 e 1. A região negativa
da função está preenchida de cinza escuro indicando a área da região S.

Logo, a área da região é dada pela integral definida:

1 1
2  x3 
A( s )    ( x  1) dx     x 
1  3  1

 13   (1)3  4
= −   1     (1)   = unidadess de área
   3 
 3     3

E M FO CO

Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula


referente a este tema.

2
2
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UN I AS S ELV I

NOVOS DESAFIOS
A análise de funções e o esboço de gráficos usando derivadas e integrais são
essenciais para profissionais das agrárias. Essas ferramentas permitem compreen-
der e quantificar aspectos ambientais e recursos naturais, auxiliando na tomada
de decisões estratégicas e no planejamento eficiente das atividades agrícolas. Elas
proporcionam representações visuais, identificam padrões, calculam taxas de va-
riação, determinam áreas e volumes e são fundamentais para a gestão sustentável
dos recursos e o sucesso na produção agrícola.

2
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VAMOS PRATICAR

1. Faça uma análise do comportamento da função f ( x)  x3  3 x  1 e esboce seu


gráfico.

2. Encontre os extremos relativos da função f ( x)  2 x3  9 x2  12 x  3 .

3. Determine a área total do gráfico no intervalo de -1 até 1.

a) ()0
b) ( ) 1/3
c) ( ) -1/3
d) ( ) 3/4
e) ( ) Não existem dados suficientes para realizar os cálculos.

4. Qual das seguintes afirmações é verdadeira sobre o ponto de inflexão de uma função?

a) ( ) Um ponto de inflexão ocorre quando a derivada da função é igual a zero.


b) ( ) Um ponto de inflexão ocorre quando a função atinge seu valor máximo.
c) ( ) Um ponto de inflexão ocorre quando a segunda derivada da função é igual a zero.
d) ( ) Um ponto de inflexão ocorre quando a função atinge seu valor mínimo.
e) ( ) Um ponto de inflexão ocorre quando a derivada da função é positiva.

2
2
2
VAMOS PRATICAR

5. De acordo com conceitos fundamentais relacionados a máximos e mínimos, pontos


de inflexão, máximos e mínimos locais e propriedades desses pontos, analise as sen-
tenças a seguir:

I - Quando a derivada da função em um determinado ponto é igual a zero ou não existe,


dizemos que esse ponto é conhecido como ponto crítico.
II - Um ponto de inflexão ocorre quando a derivada da função é igual a zero.
III - Um máximo local ocorre quando a derivada da função é positiva.
IV - Um mínimo absoluto ocorre quando a derivada da função é negativa.

É correto o que se afirma em:

a) ( ) I e IV, apenas.
b) ( ) II e III, apenas.
c) ( ) I apenas.
d) ( ) I e II , apenas.
e) ( ) I, III e IV, apenas.

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2
REFERÊNCIAS

FLEMNING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. v. 1. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
STEWART, J. Cálculo. v. 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. v. 1. São Paulo: Editora McGraw Hill,
1983.

2
2
2
GABARITO

1. Primeiro, podemos encontrar os pontos de mínimo e de máximo da função, para isso


basta derivar e igualar a zero.

f '( x)  3 x ²  3  0
Isso indica que os pontos críticos são x= -1 e x = +1
O gráfico a seguir é o gráfico da derivada.

Estudando o sinal, podemos perceber que ela é positiva para valores menores que x=-1
e negativa para valores maiores que x=-1. Ou seja, x = -1 é um máximo relativo. Já para
o ponto x=1, percebemos que a derivada é negativa antes e positiva depois, logo, x=1 é
um ponto de mínimo.
Aplicando os testes de assíntotas, percebemos que a função não possui assíntotas.
E através da função, sabemos que o gráfico intercepta o eixo y em x=1.
Com isso, podemos esboçar o seguinte gráfico:

2
2
2
GABARITO

2. Para encontrar os máximos e mínimos relativos, basta derivar e igualar a zero.

f '( x)  6 x2  18 x  12

f '( x)  6 x2  18 x  12  0
Resolvendo as raízes, encontramos x’ = 1 e x’’ = 2 .

2
2
2
GABARITO

A derivada é positiva antes de x=1 e negativa depois, isso significa que x=1 é um máximo
relativo. Fazendo da mesma forma, antes de x=2, a derivada é negativa, e depois, ela se
torna positiva. Dessa forma, x=2 é um mínimo relativo.

3. A. Podemos resolver a integral por substituição simples:

1
1 x 1  x �dx

Fazendo:
u  1  x�
du  − 2 x dx
du
  x dx
2

2
2
2
GABARITO

Dessa forma:
 1 1 
1 1 1 u2  1
  u3 2
2 1
 u du    
2  1  1 3
2 
Voltando à variável, temos:
1
 1 3 2
   1  x� 
 3  1

Aplicando o teorema fundamental do cálculo, temos:

1
 1 32  1 3 2 
   1  (1²)     1  (1²)    = 0
 3  3   1
Logo, a área da parte sombreada é igual a zero.

4. C. O ponto onde a derivada segunda da função é igual a zero é conhecido como ponto
de inflexão

5. C.

I - VERDADEIRA. Realmente, quando a derivada da função em um determinado ponto


é igual a zero ou não existe dizemos esse ponto é conhecido como ponto crítico.
II - FALSO. um ponto de inflexão ocorre quando a derivada segunda da função é igual
a zero.
III - FALSO. Um ponto candidato a máximo local ocorre quando a derivada da função é
nula.
IV - FALSO. Um ponto candidato a mínimo absoluto ocorre quando a derivada da função
é nula.

3
3
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