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Cálculo Integral
INTEGRAL INTEGRAL
Daniel de Freitas Barros Neto Daniel de Freitas Barros Neto
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Sintetizando............................................................................................................................ 44
Referências bibliográficas.................................................................................................. 45
Sintetizando............................................................................................................................ 76
Referências bibliográficas.................................................................................................. 77
CÁLCULO INTEGRAL 5
Sintetizando.......................................................................................................................... 106
Referências bibliográficas................................................................................................ 107
CÁLCULO INTEGRAL 6
Sintetizando.......................................................................................................................... 135
Referências bibliográficas................................................................................................ 136
CÁLCULO INTEGRAL 7
CÁLCULO INTEGRAL 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0390781136043856
CÁLCULO INTEGRAL 10
1 FUNÇÕES ALGÉBRICAS
E NÃO ALGÉBRICAS:
DEFINIÇÕES E
APLICAÇÕES
Tópicos de estudo
Funções explícitas, implícitas e Limite fundamental exponen-
transcendentes cial e sistema neperiano: defini-
Funções explícitas e implícitas: ções e aplicações
definição e reescrita Limite fundamental exponen-
Funções transcendentes cial e sistema neperiano
Aplicações
7ª operação em matemática: a
logaritmação Derivada da função exponen-
Logaritmação cial, logarítmica e geral
Aplicações Derivadas explícitas e implícitas
Derivada da função logarítmica
e exponencial
CÁLCULO INTEGRAL 12
CÁLCULO INTEGRAL 13
EXPLICANDO
Apesar serem chamadas de funções implícitas, elas não são necessa-
riamente funções, uma vez que algumas não passam pelo teste da reta
vertical. Entende-se por funções implícitas as representações algébricas
que não apresentam a variável de forma explícita. Entende-se que existe
nessas representações uma função não evidente, ou seja, implícita.
CÁLCULO INTEGRAL 14
y y y
x x x
x2 + y2 = 1 y = 1 - x2 y = - 1 - x2
Figura 1. Representação gráfica das funções explícitas e implícita. Fonte: ANTON, 1998, p. 246. (Adaptado).
CÁLCULO INTEGRAL 15
DICA
Quando a função a ser representada dificilmente pode ser escrita na for-
ma explícita, há uma dificuldade inerente para sua representação gráfica.
Para esses casos, é interessante o uso de softwares que realizem a plota-
gem do gráfico a partir da forma implícita.
Funções transcendentes
Um grupo de funções importantes a ser estudado é o grupo das fun-
ções transcendentes. As funções recebem esse nome por não serem
constituídas de funções algébricas, ou seja, são funções que não podem
ser construídas meramente pelo uso das operações algébricas usuais, tais
como adição, subtração, multiplicação e divisão. Apresenta-se, a seguir,
exemplos de funções algébricas:
a) x + 3y = 2
x+1
b) f(x) =
x-1
c) x2 y 2 - x2 - 1 = 0
CÁLCULO INTEGRAL 16
M 1
y’
sen(x) 3π
x 2
A
0 x’ x π 2π x
-1
Figura 2. Gráfico da função seno. Fonte: GOUVEIA, 2017. Acesso em: 05/09/2019. (Adaptado).
CÁLCULO INTEGRAL 17
1
sen-1(x) ≠ ,
sen(x)
Quando, na verdade:
1
sen(x) -1 ≠
sen(x)
A posição do -1 pode indicar coisas diferentes, fique atento(a)!
Em um aspecto geral, vale notar que o fato de uma função ser transcenden-
te não exclui a possibilidade dela ser explícita ou implícita. A explicitude de uma
função não está no fato de o objeto matemático ser ou não algébrico, mas sim
CÁLCULO INTEGRAL 18
Logaritmação
Prosseguindo no estudo de funções, retoma-se a função logarítmica. Tal
função é categorizada como uma função transcendente, ou seja, uma função
que não pode ser construída pelo uso de operações algébricas usuais, como
adição, subtração, multiplicação e divisão.
CÁLCULO INTEGRAL 19
CÁLCULO INTEGRAL 20
y
4 log2 (x)
x=0
3
In (x)
2
log (x)
1
0 x
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
-1
-1
-1
-1
CÁLCULO INTEGRAL 21
NOMES DA
IGUALDADES RESTRIÇÕES
PROPRIEDADE
1 1
Logaritmo de uma raiz loga(n√b) = loga b n = loga b 1 ≠ a > 0, b > 0 e 1 < n ∈ ℕ
n
Logaritmo de uma
logabc = c · loga b 1 ≠ a > 0, b > 0 e c ∈ ℝ
potência
Logaritmo de um b
loga( ) = loga b - loga c 1 ≠ a > 0 e b,, c > 0
quociente c
CÁLCULO INTEGRAL 22
1 log 10
=
11 10
1
= (1)
11
1
=
11
Para o logaritmo de uma potência, tem-se:
Expressão: log3(272) = ?
Resolução: log3(272) = 2 · log3(27)
= 2 · log3(33)
= 2 · 3 · log3(3)
=6 · log3( 3)
=6 · (1)
=6
Por fim, para a aplicação da propriedade logarítmica do quociente, consi-
dera-se:
Expressão: log5(25
5
)=?
=3 - 1
=2
Observou-se como essas propriedades auxiliam para o cálculo de expres-
sões logarítmicas. Ainda assim, existem situações nas quais outros tipos de
manipulações devem ser realizados. Uma manipulação muito utilizada é a mu-
dança de base logarítmica.
CÁLCULO INTEGRAL 23
Aplicações
Apesar do caráter eminentemente algébrico explorado até agora, os loga-
ritmos possuem diversas aplicações práticas, seja no cotidiano de um cidadão
comum ou no cotidiano de um profissional de exatas, tal como o engenheiro.
Uma aplicação muito conhecida dos logaritmos refere-se à Escala Richter. A
Escala Richter é uma escala utilizada para mensurar a magnitude de terremotos,
associando essa magnitude a níveis de destruição e efeitos causados por eles.
Essa escala utiliza logaritmos na base 10 para efetuar esse tipo de medição.
Tendo isso em mente, será desenvolvida uma situação utilizando os logarit-
mos em uma aplicação prática. Considere a seguinte problemática:
Um profissional responsável pela engenharia produtiva de sua companhia
deve aplicar um novo plano de ação toda vez que a demanda por seus produtos
dobrar. Ele observou, ao longo do tempo, que a demanda por seus produtos
tem aumentado 30% ao ano. Ele quer estipular quando ele deve aplicar
o novo plano de ação na companhia com base nessas estimativas,
e o problema acaba se traduzindo na seguinte pergun-
ta: quantos anos ele demorará para que a demanda
por seus produtos dobre?
Para responder a essa questão, é importante
considerar uma linha cronológica de acontecimen-
tos estabelecida pelo Quadro 2.
CÁLCULO INTEGRAL 24
Situação inicial D0
1 ano D1 = D0 · (1,3)
3 anos D2 = D0 · (1,3)3
X anos Dx = D0 · (1,3)x
CÁLCULO INTEGRAL 25
1
X (1 + x )x
1 ≈2
10 ≈ 2,5937
100 ≈ 2,7048
1.000 ≈ 2,7169
100.000 ≈ 2,7182
1.000.000 ≈ 2,7182
1.000.000.000 ≈ 2,7182
CÁLCULO INTEGRAL 26
Calcule: lim 1 3x
x→+∞ (1 + x ) = ?
= [lim 1 x 3
x→+∞ (1 + x ) ] = , aplicando o limite fundamental = [e]
3
= e3
Nesse exemplo, foi utilizada uma técnica muito comum para a resolução de
alguns limites exponenciais. O expoente que acompanhava a expressão algé-
brica, na qual seria aplicado o limite, foi exteriorizado dessa expressão passo a
passo. Isso é possível porque esse expoente é uma constante; portanto, pode
ser colocado fora do limite.
Analisa-se, agora, mais um exemplo:
Calcule: lim 7 x
x→+∞ (1 + x ) = ?
Resolução: lim 7 x 7 1
x→+∞ (1 + x ) = realiza-se a substituição x = u , tem-se que 7u = x
= redefine-se o limite, se x→+∞ então u→+∞, assim
lim 1 7u
= u→+ ∞ (1 + u )
lim 1
= u→+∞ [(1 + u )u]7
[lim 1
= u→+∞ (1 + u )u]7, e a aplicando o limite fundamental
= [e]7
= e7
CÁLCULO INTEGRAL 27
Calcule: lim 7 x
x→+∞ (1 + 2x ) = ?
Resolução: lim 7 x 1 1 u
x→+∞ (1 + 2x ) = realiza-se a substituição 2x = u , tem-se que 2 = x
= redefine-se o limite, se x→-∞ então u→-∞, assim
u
lim 1
= u→+∞ (1 + u ) 2
1
lim 1 2
= u→+∞ [(1 + u )u]
1
[lim 1 2
= u→+∞ (1 + u )u] , e a aplicando o limite fundamental
1
= [e] 2
1
=e2
É possível, também, encontrar outro limite que define o valor de e a partir
do limite fundamental exponencial. Para isso, utiliza-se tal limite como ponto
de partida:
lim 1 x
x→∞ (1 + x ) = e
Aplicando uma substituição simples em que:
1
x =h
Tem-se também: 1
h =x
1
Como = x, uma vez que x → ∞ , tem-se que h → 0. A partir disso, reescreve-
h
-se o limite anterior:
1
lim h
h→0 (1 + h) = e
CÁLCULO INTEGRAL 28
I. lim d ax
x→∞ (1 + x ) = e
da
a
II. lim
h→0 (1 + dh) = e
h da
EXPLICANDO
A igualdade semântica entre o logaritmo natural e o logaritmo nepe-
riano não é consensual entre os matemáticos. Ao avaliar a história dos
logaritmos, sabe-se que John Napier definiu o logaritmo neperiano
como sendo aquele logaritmo de base 1e , e não e. Todavia, essa distin-
ção semântica não está usualmente presente nos livros didáticos tanto
de nível médio quanto de nível superior, e os termos acabaram obtendo
o mesmo significado. Portanto, optou-se pela equivalência semântica
dos termos, ou seja, ambos irão se referir ao mesmo objeto matemáti-
co: o logaritmo na base e.
CÁLCULO INTEGRAL 29
EXPRESSÃO: ln (x + 3) = 2
x + 3 = e2
x = e2 - 3
x = (2,71)2 - 3
x = 7,34 - 3
x = 4,34
EXPRESSÃO: ln (3x + 1) = 1
RESOLUÇÃO: ln (3x + 1) = 1
(elevando e nos dois lados da igualdade)
eln (3x + 1) = e1
(aplicando a definição eIn (a) = a)
3x + 1 = e 1
3x = e1 - 1
3x = 2,71 - 1
3x = 1,71
x = 1,71
3
x = 0,57
CÁLCULO INTEGRAL 30
2x - 2 = e2
2x = e2 + 2
2x = (2,71)2 + 2
2x = 7,34 + 2
2x = 9,34
x = 9,34
2
x = 4,67
1
n 1
Logaritmo de uma raiz ln(n b) = ln b = ln b b>0e1<n
Э
n
b
Logaritmo de um quociente ln ( ) = ln b - ln c b, c > 0
c
CÁLCULO INTEGRAL 31
In a = 2,3 · log10 a
Aplicações
Podemos perceber que há semelhanças nas propriedades de um logaritmo
natural com um logaritmo de base 10 e outros logaritmos. Além disso, é possí-
vel estabelecer uma relação entre esses logaritmos, ou seja, em certo sentido,
CÁLCULO INTEGRAL 32
CÁLCULO INTEGRAL 33
Px = P0 · (1,02)x
30 = 5 · (1,02)x
30
= (1,02)x
5
In (6) = In (1,02)x
In (2,3) = x · In (1,02)x (propriedade do produto de ln)
In (2) + In (3) = x · 0,02
0,70 + 1,10 = x · 0,02
x = 90
Por fim, uma aplicação muito usual de logaritmos naturais é na relação com
juros compostos. A fórmula que define essa relação é a seguinte:
A = Pekt
A variável A refere-se ao total de dinheiro que o indivíduo terá no final
do processo, a variável P refere-se ao montante inicial que será submetido
aos juros compostos, a variável t refere-se ao tempo gasto no processo em
questão e a variável k refere-se aos juros aplicados durante aquele deter-
minado tempo.
Com essas informações em mente, analisa-se a seguinte problemática:
CÁLCULO INTEGRAL 34
A = Pekt
500000 = 100000(e) 0,1t (aplicando ln)
500000
= (e) 0,1t
100000
5 = (e) 0,1t
ln (5) = ln (e) 0,1t
1,61 = 0,1t · ln e
1,61
t = 0,6
t ≈ 16 anos
Portanto, a criança ainda não teria atingido a maioridade, uma vez que teria
17 anos no momento da compra da casa.
CÁLCULO INTEGRAL 35
CÁLCULO INTEGRAL 36
d du dv
(u · v) = v ±u
dx dx dx
A ideia é que uma função u seja derivada mantendo a outra v como constan-
te e, depois, deriva-se v mantendo a outra função u como constante. Ao final,
somam-se as duas. Por fim, a derivada de um produto entre uma função e uma
constante é definida por:
CÁLCULO INTEGRAL 37
d df(x) dg(x)
(f(x) · g(x)) = g(x) + f(x) =
dx dx dx
(pela regra do tombo) 8x2 · (2) + (2x + 3) · 16x = 16x2 + 32x2 48x2 =
48x2 + 48x
A próxima regra de derivação a ser apresentada é a derivada da divisão de
duas funções. Para uma divisão entre duas funções, tem-se:
du dv
v -u
d u dx dx
=
dx v v2
A fim de auxiliar na aplicação dessa derivada, segue um exemplo de como
aplicá-la:
f(x)
Dadas as funções f(x) = x2 + 1 e g(x) = 2x, calcule a derivada de
g(x)
Resolução:
f(x) x2 + 1 d f(x) d x2 + 1
= =
g(x) 2x dx g(x) dx 2x
d(f(x)) d(g(x))
(aplicando a g(x) - f(x)
d f(x) dx dx (2x) · (2x) - (x2 + 1) · (2)
regra da = = =
divisão) dx g(x) g(x)2 4x2
CÁLCULO INTEGRAL 38
df df dy df d(y3) dy df dy
u=y = = = 3y2
dx dy dx dx dy dx dx dx
CÁLCULO INTEGRAL 39
regras de derivações
dy
2x + 2y =0
dx
dy
2y = -2x
dx
dy -2x
=
dx 2y
dy -x
=
dx y
Percebe-se, por esse exemplo, que em dado momento são utilizadas as re-
gras de derivações vistas para funções explícitas. Um exemplo disso é quando
d
se efetua o cálculo de [x2 + y 2], que é resolvido pela aplicação da derivada
dx
d
da soma de duas funções. Quando é aplicado em y 2, usa-se a notação de
dx
Leibniz para regra da cadeia, a fim de delimitar qual é essa derivada.
dy
Calcule da seguinte função implícita: x3 + 2y 2 = 0.
dx
Resolução: x3 + 2y 2 = 0 ⟹
aplica-se a derivada d em ambos os lados da igualdade
dx
d d
[x3 + 2y2 ] = [0]
dx dx
regras de derivações
dy
3x2 + 4y =0
dx
dy
4y = -3x2
dx
dy -3x2
=
dx 4y
CÁLCULO INTEGRAL 40
CÁLCULO INTEGRAL 41
1
f’(x) = 9 log10 e
x
Por fim, calcula-se a derivada de uma função logarítmica muito discutida
nessa seção: f(x) = ln (x). Seguem os cálculos a seguir:
Encontre a derivada de: f(x) = ln (x) = loge (x).
Resolução:
CÁLCULO INTEGRAL 42
CÁLCULO INTEGRAL 43
CÁLCULO INTEGRAL 44
CÁLCULO INTEGRAL 45
2 INTEGRAIS, LIMITE
E DERIVADAS
TRIGONOMÉTRICAS
Tópicos de estudo
Limite fundamental trigono-
métrico, derivadas e L’Hôpital
O limite fundamental trigono-
métrico
Derivada das funções circulares
diretas e inversas
Regra de L’Hôpital
CÁLCULO INTEGRAL 47
CÁLCULO INTEGRAL 48
x
sen (x)
B
0 cos (x) C D
CÁLCULO INTEGRAL 49
x
tg (x)
sen (x)
B
0 cos (x) C D
CÁLCULO INTEGRAL 50
B B
1 1
cos (x)
tg x sen x
=
1 cos x
sen x
tg x =
cos x
CÁLCULO INTEGRAL 51
0 0 1
π 1 √3
6 2 2
π √2 √2
4 3 2
π √3 1
3 2 2
π
1 0
2
π 0 -1
3π
-1 0
2
2π 0 1
√3
=
3
√3
tg (x) =
3
=0
tg (x) = 0
1
Multiplica-se por para fins algébricos, e obtém-se:
sen x
1 x
> > 1
cos x sen x
CÁLCULO INTEGRAL 53
x
Percebe-se que em sen x , conforme x diminui, sen x também diminui, le-
vando essa fração a uma indeterminação, ou seja, a um tipo de cálculo que não
pode ser executado, no caso a divisão de zero por zero. Para solucionar esse
problema, utiliza-se o conceito de limite.
Como o objetivo é entender o que acontece com essa relação quando x as-
sume valores cada vez menores, ou seja, quando x se aproxima de zero, aplica-
-se o limite em todos os membros da desigualdade, reescrevendo novamente
a expressão algébrica:
1 x
lim > lim > lim 1
x→0 cos x x→0 sen x x→0
x
1 > lim > 1
x→0 sen x
x
Com a aplicação do limite, percebe-se que função sen x está entre duas
funções que convergem para o mesmo valor. Algebricamente, a resolução des-
sa desigualdade resulta na determinação do limite fundamental trigonomé-
trico, onde:
x
lim = 1
x→0 sen x
sen x
lim = 1
x→0 x
DICA
Para resolver essa desigualdade, utiliza-se algumas outras regras
diferentes das que estão aqui. O Teorema do Confronto e a utilização
de limites laterais são umas dessas regras.
CÁLCULO INTEGRAL 54
= lim
x→0
sen x
cos x
. 1
x
= lim sen x . 1
cos x
x→0
x
= lim . 1
(Pelo limite fundamental trigonométrico)
x→0 cos x
1
= lim
x→0 cos x
1
=
cos 0
1
=
1
=1
tg x
lim =1
x→0 x
CÁLCULO INTEGRAL 55
x
= xlim
→0
sen2 x
x
. 2
= xlim
→0
sen2 x
2x
. 2
= xlim
→0
1 .2 (Pelo limite fundamental trigonométrico)
=2
sen2 x
lim = 2
x→0 x
sen x
Calcular: lim
x→0 2x
sen x 0
Substituindo x = 0: = ⟹ há, portanto uma indeterminação.
2x 0
Calculando o limite:
lim
x→0
sen x
2x
= xlim
→0
sen x
x
. 1
= xlim
→0
1 . 1
2
(Pelo limite fundamental trigonométrico)
1
=
2
sen x 1
lim =
x→0 2x 2
2sen x
Calcular: lim
x→0 x
2sen x 0
Substituindo x = 0: x
= 0 ⟹ há, portanto uma indeterminação.
x
= xlim
→0
sen x
x
. 2
= xlim
→0
1 . 2 (Pelo limite fundamental trigonométrico)
2sen x
lim = 2
x→0 x
2 π/3
Sen (x)
π/3
-π/3
-2 π/3
2 π/3
Cos (x)
π/3
-π/3
-2 π/3
Figura 4. Periodicidade de seno e cosseno.
CÁLCULO INTEGRAL 57
coisas diferentes.
A fim de exemplificar o que é uma função circular direta e sua inversa, to-
memos como exemplo a função y = sen x e sua função trigonométrica inversa,
dada por arc sen y = x. Elas buscam responder a diferentes questões, são dife-
rentes entradas e saídas em ambas as funções.
O que se espera quando se utiliza uma função
trigonométrica y = sen x, é que para cada valor de
um arco x seja associado a um valor de seno. Entre-
tanto, na função trigonométrica inversa arc
sen y = x, o que se espera é o contrário.
Para cada valor de um seno de y, as-
socia-se um arco. Então, uma possível
leitura para arc sen y = x seria: qual o
valor de um arco x dado um seno y?
CÁLCULO INTEGRAL 58
f(x) = cossec x
.
f’ (x) = -cossec x cotg x
CÁLCULO INTEGRAL 59
CÁLCULO INTEGRAL 60
-u’
f(x) = cos-1 u f’(x) =
1-
√ 1-u²
u’
f(x) = sen-1 u f’(x) =
√ 1-u²
CÁLCULO INTEGRAL 61
-u’
f(x) = cotg-1 u f’(x) =
√ 1+u²
1+
u’
f(x) = sec-1 u f’(x) =
|u|√u
u|√u2-1
-u’
f(x) = cossec-1 u f’(x) =
| |√ 2-1
|u|√u
(2x)’
=
√ 1 - (2x)²
2
=
√ 1 - 4x ²
2
f’(x) =
√ 1 - 4x ²
CÁLCULO INTEGRAL 62
-u ’
=
1 + u²
- (3x)’
=
1 + (3x)²
- 3x
=
1 + 9x ²
-3x
f’(x) =
1 + 9x ²
Regra de L’Hôpital
Observou-se, até aqui, a importância do limite na delimitação de alguns
valores, a princípio indeterminados, para certos funções, como foi o caso de
1 0
f(x) = sen (x) . Nessa função, constatou-se uma indeterminação do tipo
0
ao se estudar o que aconteceria quando x valesse 0. A noção de limite, aliada
com uma abordagem algébrica e geométrica, auxiliou na atribuição de um
valor para essa função quando x fosse 0.
Apesar disso, outras funções, mesmo com a noção de limite, ainda apre-
sentam inúmeros tipos de indeterminações, o que torna extremamente difícil
sua manipulação e entendimento. A Regra de L’Hôpital contribui para solu-
CÁLCULO INTEGRAL 63
Então, tem-se:
f(x) f ’(x)
lim = xlim
x→a →a
g(x) g ’(x)
(cos x)’
= lim
x→0
1
cos 0
=
1
CÁLCULO INTEGRAL 64
sen x
lim = 1
x→0
x
Verificando se há indeterminação:
ex ex ∞
lim
x→∞
= =
2x
3
2x 3
∞
Aplicando L’Hôpital:
ex (ex)’
lim
x→∞
= x→∞
lim
2x3 (2x3)’
ex
= lim
x→∞
6x2
= ∞
∞
ex
= lim
x→∞
12x
∞
=
∞
CÁLCULO INTEGRAL 65
ex
= lim
x→∞
12x
∞
12
= ∞
ex
lim
x→∞
= ∞
2x3
1
Por fim, analisa-se um último caso: 2
ex
Calcular o limite da seguinte função: f(x)=
x
Calculando o limite:
1
-
2
ex
lim f (x) =
x→0
lim
x→0
x
Verificando se há indeterminação:
1
-
2 1
e
. 1 ∞
x -
2
lim
x→0
= e x
=
x x ∞
CÁLCULO INTEGRAL 66
1 1
- -
2 2
e x
(e )’
x
lim
x→0
= lim
x→0
x 3
(x)’
1
-
2
2 ex
= lim
x→0
x3
∞
=
∞
1
-
2
4e x
= lim
x→0
3x5
∞
=
∞
(...)
CÁLCULO INTEGRAL 67
B
f(x0+ h)
f(x0+ h) - f(x0)
A α
f(x0)
h
h
x0 x0+ h
CÁLCULO INTEGRAL 68
f’(x0) = dy
dx
dy = f’(x0)dx
CÁLCULO INTEGRAL 69
f(xk) f(x)
a xk b x a x b x
∆x
dx
Integral indefinida
O estudo das derivadas permitiu a compreensão de como se dá a inclinação
de uma reta tangente a uma curva em um determinado ponto e qual a taxa de
variação instantânea referente a ele. Somado a isso, em algumas situações é
preferível que ao se saber a derivada de uma função desconhecida, realize-se a
operação inversa a ela, para se descobrir a função que a gerou, chamada fun-
ção primitiva ou antiderivada.
Define-se F(x) como antiderivada de uma função f no intervalo I, caso
F’(x) = f (x) para todo x.
A fim de exemplificar a definição supracitada, analisa-se a função polino-
1 5
mial F (x) = 5 x com relação a função f (x) = x4. Por se tratar de uma função
polinomial, deriva-se a função F(x) pela regra do tombo:
CÁLCULO INTEGRAL 70
F’(x) = x 4
F’(x) = ( ) x2
2
‘
2x
F’(x) =
2
F’(x) = x
x2
G(x) = + 10
2
G’(x) = ( )x2
2
+ 10
‘
G’(x) = ( ) x2
2
‘
+ 10
2x
G’(x) = +0
2
G’(x) = x
CÁLCULO INTEGRAL 71
EXPLICANDO
Caso uma função F (x) seja uma antiderivada de f (x ) em um dado intervalo
I, a representação geral da antiderivada de f é dada na forma F (x ) + C,
onde C é uma constante qualquer.
F(x) = cos x
F'(x) = (cos x)'
F'(x) = -sen x
F'(x) = -sen x + C
CÁLCULO INTEGRAL 72
5
geral da antiderivada.
Calculando:
F(x) = 2 x5
5
( 2 x
) ‘
5
F’(x) =
5
F’(x) = 2x 4
F’(x) = 2x 4 + C
∫f(x) • dx = F(x) + C
A integral indefinida leva esse nome por não tratar de funções específicas,
mas apenas famílias delas. A constante C, nesse novo contexto, passa a ser
chamada de constante de integração.
Retomando ao exemplo da Figura 6, f(x)dx representa um cálculo de uma
área embaixo da curva, onde a somatória de todos os ‘retângulos’ se dá de
forma contínua (∫) em detrimento de uma forma discreta (∑).
É possível ver algumas propriedades e exercícios referentes a manipulação
algébrica dos elementos da integral no Quadro 4.
CÁLCULO INTEGRAL 73
IV ∫ dx = x + C
xn + 1
V ∫ xndx = +C
n+1
x5 x 4
= - (I e V)
5 4
4x 5 - 5x 4
=
20
4x 5 - 5x 4
∫ x 4 - x 3 dx = +C
20
x3 x2
= 2 3 + 2 (I e V)
4x 3 + 3x 2
=
6
4x 3 + 3x 2
∫ 2x 2 + x dx = +C
6
CÁLCULO INTEGRAL 74
1 2
∫ √x 3 - dx = ∫ x 2 dx - ∫ x -2 dx (II)
x 2
5
= x 2 + x -1 (V)
1 5
∫ √x 3 - dx = x 2 + x -1 + C
x2
CÁLCULO INTEGRAL 75
CÁLCULO INTEGRAL 76
CÁLCULO INTEGRAL 77
3 INTEGRAIS
INDEFINIDAS E
DEFINIDAS
Tópicos de estudo
A integral da função logarítmi-
ca e da função exponencial
Função logarítmica
Função exponencial
CÁLCULO INTEGRAL 79
Função logarítmica
O grupo das funções transcendentes, aquelas chamadas de não algébri-
cas, é de grande importância para o estudo do cálculo. Essas funções pos-
suem particularidades nas definições de suas derivadas e integrais, e até
mesmo nas suas manipulações.
Vamos tratar da relação entre a integral e uma função transcendente es-
pecífica: a função logarítmica. A definição desse tipo de função está pautada
na potenciação e exponenciação e, como as outras funções transcendentes,
não pode ser constituída meramente pelas operações algébricas usuais, tais
como a adição, subtração, multiplicação e divisão.
O logaritmo l de um número pode ser definido a partir de uma base a,
sendo ela:
a>0ea≠1
CÁLCULO INTEGRAL 80
loga b = l
f(x) = loga x
ln x = loge x
f(x) • dx = F(x) + C
CÁLCULO INTEGRAL 81
IV dx = x + C
Calculando: 2 1
dx = 2 • dx (I)
x x
= (Aplicando a definição V)
= 2 • (ln|x|+ C1 )
= 2 • ln|x|+ C
2
dx = 2 ln|x|+ C
x
CÁLCULO INTEGRAL 82
DICA
Nesse exemplo, utilizou-se C1 para representar a constante de integração,
mas isso foi feito antes da resolução. No decorrer, precisou-se realizar uma
multiplicação (• 2) com a constante, porém, o produto dessa multiplicação foi
substituído por C.
Isso é válido, pois se C1 é uma constante, 2 • C1também é uma constante que,
nesse caso, foi chamada de C. Portanto, o passo que está omitido nessa
resolução é que 2 • C1 = C. Esse tipo de resolução é muito usual, portanto, o
leitor deve estar atento a isso quando consultar outros materiais didáticos.
Exemplo B:
Calcule a integral indefinida: (x2 + x + 2)
x dx
(x2 + x + 2)
Calculando: dx = [ 1 + x + 2 dx
[
x x x x
X2 X 2
dx + dx + dx (II)
x x x
x dx + 1dx + 2 1
dx (I)
x
= (Aplicando a definição V)
X2
= 2 + x + 2(ln|x|) + C
(x2 + x + 2) X2
= + x + 2(ln|x|) + C
x 2
CÁLCULO INTEGRAL 83
= (Aplicando a definição V)
1
3 • ln |x|+ • ln|x|+ C
2
7
= 2 ln|x| + C
3 1 7
+ dx = ln|x| + C
x 2x 2
xndx = x
n+1
+C
n+1
x -3+1
Calculando as integrais: f(x)dx = X-3dx f(x)dx = +C g(x) = x-2
-3+1
x -2+1
g(x)dx = x-2dx g(x)dx = +C h(x) = x-1
-2+1
x -1+1 x0
h(x)dx = x-1dx h(x)dx = +C =Ø
-1+1 0
CÁLCULO INTEGRAL 84
Função exponencial
Outra função transcendente de extrema relevância para o estudo de cál-
culo é a função exponencial, cujo expoente é escrito em termos de uma in-
cógnita x, por exemplo:
f(x) = aX, onde a
Observa-se que uma função exponencial tem sua integral relacionada a ela
mesma e a um logaritmo natural de si. Para a aplicação da definição VII, basta
que se saiba delimitar qual o valor de a. Para isso, observe os exemplos a seguir:
Exemplo E:
Calcule a integral indefinida: 3Xdx
3Xdx = 3X
+C
ln|3|
Exemplo F:
Calcule a integral indefinida: 5Xdx
= 5X
+C
ln|5|
CÁLCULO INTEGRAL 85
adxdx = adX
+ C (VIII)
dln|a|
1
11 2 xdx
=2 +C
ln|11|
CÁLCULO INTEGRAL 86
edxdx = edX
+C
dln|e|
edxdx = e + C
dX
(IX)
d
e2xdx = (sendo d = 2)
Calculando:
= (Aplicando a definição IX)
e2X
= +C
2
e2xdx = e + C
2X
Exemplo J: = (sendo d = 5)
Calcule a integral indefinida: 2e5xdx
e2xdx = e + C
2X
CÁLCULO INTEGRAL 87
Funções trigonométricas
Na seção anterior, comentamos um pouco sobre funções transcendentes e
sua importância para o estudo do cálculo. Falamos, também, sobre as particu-
laridades dessas funções, no que diz respeito à definição de suas derivadas e
integrais, bem como em suas manipulações.
Trataremos, agora, das definições das integrais de um tipo específico de
função transcendente: a função trigonométrica, que também pode receber o
nome de função circular direta. As funções trigonométricas mais conhecidas
para quem trabalha no cálculo são as funções seno, cosseno e tangente. Essas
e outras funções trigonométricas podem ser concebidas pelo círculo trigono-
métrico de raio unitário:
CÁLCULO INTEGRAL 88
Cossecante cossec(x)dx
cossec (x)dx = ln|cossec(x)
ln|cossec(x) - cotg(x)|
ln|cossec cotg(x)| + C
CÁLCULO INTEGRAL 89
2 cos(x)dx = 2 cos(x)dx
Calculando:
= (Aplicando o Quadro 2)
= 2[sen(x)] + C
2 cos(x)dx = 2[sen(x)] + C
Exemplo B:
Calcule a integral indefinida: 3tg(x)dx
3tg(x)dx = 3 tg(x)dx
Calculando:
= (Aplicando o Quadro 2)
= 3ln|sec(x)| + C
3tg(x)dx = 3ln|sec(x)| + C
Exemplo C:
Calcule a integral indefinida: cos(x) - sen(x)dx
CÁLCULO INTEGRAL 90
Função
Propriedade
trigonométrica
n-1
Seno senn(x)dx = - 1 senn-1(x) cos(x)
cos(x) + senn-2(x)dx
n n
Cosseno cos(x) + n - 1
cosn(x)dx = - 1 cosn-1(x) cos(x) cosn-2(x)dx
n n
Cotangente tgn(x)dx = - 1 co
cotg
co cotg cotg
tgn-1(x) co tgn-2(x)dx
n-1
n-2
Secante secn(x)dx = - 1 secn-1(x) sec(x)
sec(x) + secn-2(x)dx
n-1 n-1
n - 2 cosecn-2(x)dx
Cossecante cosecn(x)dx = - 1 cosecn-1(x) cosec(x)
cosec(x) +
n-1 n-1
CÁLCULO INTEGRAL 91
= - 1 sen2(x) cos(x) + 2
sen1 (x)dx
3 3
= - 1 sen2(x) cos(x) - 2
cos(x) + C
3 3
1 cos(x) 2
= cos3(x) - - cos(x) + C
3 3 3
1
= cos3(x) - cos(x) + C
3
cos3(x)
= - cos(x) + C
3
cos3(x)
sen3 (x)dx = - cos(x) + C
3
CÁLCULO INTEGRAL 92
4 4 4
u’
Arco seno f’ (x) =
1 - u²
-u’
Arco cosseno f’ (x) =
1 - u²
u’
Arco tangente f’ (x) =
1 + u²
-u’
Arco cotangente f’ (x) =
1 + u²
u’
Arco tangente f’ (x) =
|u| u² - 1
-u’
Arco cotangente f’ (x) =
|u| u² - 1
CÁLCULO INTEGRAL 93
Relação Derivadas
II cos-1(u)
(u)du
du = u cos-1(u) + (1 - u²) + C
ln (1 + u2)
III tan-1(u)du
(u) = u tan-1(u) - +C
2
ln (1 + u2)
IV cot-1(u)
(u)du
du = u cot-1(u) - +C
2
V sec-1(u)
(u)du
du = u sec-1(u) - ln|u + (u2 - 1)|+ C
VI csc-1(u)du
(u)du = u csc-1(u) - ln|u + (u2 - 1)|+ C
Exemplo B:
Calcule a integral indefinida: cos-1(x) - sen(x)dx
CÁLCULO INTEGRAL 94
Exemplo C:
Calcule a integral indefinida: tan-1(x) + cos(x)dx
Exemplo D:
Calcule a integral indefinida: cot-1(x) + 2dx
Exemplo E:
Calcule a integral indefinida: sec-1(x) + x dx
CÁLCULO INTEGRAL 95
CÁLCULO INTEGRAL 96
f(x)
f(xk)
xk
a x b x
Para isso, imagina-se uma situação onde se queira mensurar a área embai-
xo de uma determinada curva, delimitada em um intervalo qualquer [a; b]. Uma
maneira de fazer isso é utilizando retângulos, de modo a preencher a maior
parte da área dessa curva, assim como demonstrado no Gráfico 1.
Existem várias maneiras de se aproximar da área de uma figura usando re-
tângulos. Algumas foram separadas e mostradas no Gráfico 2. A aproximação
escolhida do ponto médio (última da direita), por exemplo, considera somente
os triângulos que estão tangendo a curva pelo ponto médio. Esse meio costu-
ma ser o mais eficaz.
y y y
9 9 9
x x x
0 3 0 3 0 3
Fonte: ANTON, 1998, p. 407. (Adaptado).
CÁLCULO INTEGRAL 97
CÁLCULO INTEGRAL 98
Definição Integral
b
I f(x)dx
f(x )dx = 0
a
b b
II f(x)dx
f(x )dx = - f(X)dx
f(X
a a
Propriedades Integral
b b
I cf(x)dx
cf(x )dx = c f(x)dx
f(x)dx
a a
b a a
II [f(x) + g(x)]dx =
[f(x) f(x)dx +
f(x)dx g(x)dx
a b b
a a a
III [f(x) - g(x)]dx =
[f(x) f(x)dx -
f(x)dx g(x)dx
b b b
a c b
IV f(x)dx
f(x )dx = f(x)dx
f(x )dx + f(x)dx
f(x )dx
b a c
CÁLCULO INTEGRAL 99
Exemplo B:
1
Utilize alguma propriedade para simplificar: 3x2 + 2x + 1dx
0
1
3x2 + 2x + 1dx = (Utilizando a propriedade II)
Resolução: 0
1 1 1
= 3x2dx + 2xdx + 1dx
0 0 0
1 1 1
= x2dx + 2 xdx + 1dx
0 0 0
1 1 1 1
3x2 + 2x + 1dx = x2dx + 2 xdx + 1dx
0 0 0 0
Exemplo C: 1 7 25
25
f(x)dx
Determine: 7
25
f(x)dx = (Utilizando a propriedade IV)
Calculando: 0
1 7 25
f(x)dx + f(x)dx + f(x)dx
0 1 7
25
=2+8+ f(x)dx
7
25
20 = f(x)dx
7
25
f(x)dx = 20
7
DICA
No cálculo diferencial e integral é extremamente comum o trabalho com
integrais. Devido a isso, algumas escritas notacionais são menos utiliza-
das, por mais que sejam teoricamente explicativas. F(b) - F(a) é o exemplo
disso, pois é comumente escrito na forma F(x) ab. Portanto, caso o leitor
encontre essa forma em outros materiais, saiba que as duas representa-
ções apontam para o mesmo objeto matemático.
Uma vez explicado o cálculo das integrais definidas, resta-nos revisitar al-
guns tópicos já estudados, podendo, agora, efetuar os cálculos que envolvam
esse conceito.
Para as funções polinomiais, avaliam-se as seguintes integrais definidas:
Exemplo D:
3
Calcule: x + 2dx
0
-1 0 1 2 3 4 5 6
-1
3
Calculando: x + 2dx
0
3 3
= x+ 2dx
0 0
X2
=
2
| 30 + 2x | 0
3
32
= + 2(3)
2
= 10,5
3
x + 2dx = 10,5
0
1
GRÁFICO 4. DA FUNÇÃO 2x3 + 2xdx
0
3,5
2,5
1,5
0,5
0
0,5 1
1
Calculando: 2x3 + 2xdx = (Utilizando a propriedade II)
0
1 1
2x3 + 2xdx
0 0
14
= + 12
2
= 1,5
1
2x3 + 2xdx = 1,5
0
2,5
1,5
0,5
0
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
-0,5
= cos(x) | 0
= -(-1) - (-1)
=2
0
sen(x)dx = 2
Exemplo G:
Calculando: 0
cos(x)dx
1,5
0,5
0
0,5 1 1,5 2 2,5 3
-0,5
-1
= sen(x)| 0
=0-0
=0
0
cos(x)dx = 0
4 INTEGRAÇÃO:
MÉTODOS E
APLICAÇÕES
Tópicos de estudo
Técnicas de integração
Integração por partes
Integração por substituições
trigonométricas
Integração por frações parciais
Integração por substituições: u
du em diferentes casos
d
dx [ f(x) g(x)] = f(x) g’(x) + g(x) f’(x)
Partindo dessa igualdade, que é definida como a regra do produto, pode-se
pensar em integrar ambos os lados da igualdade. Desse modo, reescrevendo a
regra do produto das derivadas da seguinte forma:
O lado esquerdo da igualdade pode ser reescrito de outra forma, uma vez
que a integral da derivada é a própria função. Desse modo, reescreve-se o lado
esquerdo da igualdade:
u = f(x)
v = g(x)
du = f’(x) dx
dv = g’(x) dx
∫ u dv = u v – ∫ v du
Essa fórmula nos diz que uma dada integral (lado esquerdo da igualdade)
pode ser reescrita em duas partes, sendo que uma delas é um produto de ter-
mos, e a outra é uma nova integral. Porém, para que isso ocorra, a integral dada
deve estar na forma ∫ u dv, conforme o Exemplo A:
Exemplo A:
Calcule: ∫ x cos(x) dx
Para efetuar a aplicação da técnica de integração por partes, deve-se rees-
crever a integral na forma ∫ u dv.
Para isso, efetua-se as seguintes substituições:
u=x
dv = cos(x) dx
du
=1 du = 1dx
dx
v = sen(x)
∫ u dv = u v – ∫ v du
∫ x cos(x) dx = x sen(x) – ∫ sen(x) 1dx
Por fim, resolvemos a integral obtida pela técnica de integração por partes:
LETRA FUNÇÕES
L Logarítmicas
I Inversas trigonométricas
A Aritméticas
T Trigonométricas
E Exponenciais
Portanto, uma vez tendo a ordem de prioridade das funções que devem
ser substituídas por u, deve-se identificar os tipos a que cada uma se refere.
Observe um exemplo delas no Quadro 2:
FUNÇÕES EXEMPLOS
Logarítmicas (x)
(x
x) = ln(x)
f(x)
f(x ln x)
x
Aritméticas x2
Exponenciais ex
du
dx = 1 du = 1dx
v = ex
∫ u dv = u v – ∫ v du
∫ x exdx = x ex – ∫ ex 1dx
∫ x exdx = x ex – ∫ ex 1dx
∫ x exdx = x ex – ex + c
∫ x exdx = ex (x – 1) + c
4º Determinação de du e v
6º Resolução da integral
7º Aplicar novamente
Seguindo os seis primeiros passos, é possível resolver boa parte das inte-
grais de produtos de funções. Porém, existem casos em que essa lista deve ser
aplicada novamente, e, para isso, existe o sétimo passo.
a2 – x2 , a2 + x2 , x2 + a2
E
A
sen (x)
x
B
0 cos (x) C D
sen²(x) + cos²(x) = 1
Existem inúmeras outras relações que podem ser necessárias para o desen-
volvimento dessa técnica de integração. Seguem, no Quadro 4, algumas delas:
cos(2u)
1 + cos(2u
cos(
cos2(u)
u)) =
2
sen(2u)) = 2sen(u)
sen(
sen(2u sen( ) cos(u)
sen(u cos(
sen(u)
sen( sen(y)
u) = yy,, caso u = arc sen(
sen(y
cos(2u)
1 - cos(2u
cos(
sen2(u)) =
2
1 + tg2((u)) = sec2(u
(u)
cot2((u)) = csc2(u) -1
VALORES ASSUMIDOS
RADICAL TERMOS A SEREM SUBSTITUÍDOS
PELA NOVA VARIÁVEL
-π π
a2 - x 2 x = a sen(θ) ≤θ≤
2 2
-π
π π
a2 + x2 x = a tg(θ) ≤θ≤
2 2
π
se x ≥ α então 0 ≤ θ <
2
x -a
2 2
x = a sec(θ) π
se x ≤ --α então <θ≤π
2
Calcule: ∫ 4 - x2 dx
x²
Pelo Quadro 5, conseguimos saber qual radical deve ser substituído, bem
como sua respectiva substituição, de modo que a = 2:
x = asen(θ)
x = 2sen(θ)
Substituindo, temos:
∫ 4 - x2 dx =
x²
∫ 2² - 2²sen²(θ) dx =
22sen²(θ)
∫ 2²(1 - sen²(θ)) dx
22sen²(θ)
∫ 2²cos²(θ) dx =
22sen²(θ)
2cos²(θ)
∫ dx
22 sen²(θ)
Para se realizar o cálculo dessa integral, deve-se realizar a substituição do
diferencial dx por um outro termo em relação ao diferencial dθ. Para isso, cal-
cula-se a derivada de x em função de θ:
x = 2sen(θ)
dx
dθ = 2sen(θ)
dx = 2cos(θ)dθ
2cos(θ)
∫ dx =
22sen²(θ)
2cos(θ)
∫ 2 2cos(θ)dθ =
2 sen²(θ)
2²cos²(θ)
∫ 2 dθ =
2 sen²(θ)
cos²(θ)
∫ dθ =
sen²(θ)
∫ cot²(θ)dθ
Aplicando a relação trigonométrica da cotangente apresentada no Quadro
4, tem-se:
∫ [csc²(θ) - 1]dθ =
-cot(θ) - θ + c
2 x
0
4-x2
Figura 2. Triângulo no primeiro quadrante.
x = 2sen(θ)
x
sen(θ) = 2
Cateto oposto
Recorda-se que a razão que define o seno é escrita em termos de Hipotenusa .
Portanto, comparando-se as duas frações, atribui-se o valor do cateto oposto
como sendo x, e a hipotenusa = 2. Pelo teorema de Pitágoras, obtém-se o valor
do outro cateto.
A partir desse triângulo, pode-se definir a cotangente em função de x, uma
vez que ela é dada por Cateto adjacente.
Cateto oposto
Daí, tem-se que:
Cateto adjacente 4 - x²
cot(θ) = =
Cateto oposto x
- cot(θ) - θ + c =
- 4 - x² - arc sen x + c
x 2
Calcule: ∫ x-1
dx
x³ - x² - 2x
x³ - x² - 2x = x(x - 2)(x + 1)
x-1
∫ dx
x(x - 2)(x + 1)
x-1
= A B C
x + x-2 + x+1
x(x - 2)(x + 1)
x-1
= A B C
x + x-2 + x+1
x(x - 2)(x + 1)
x-1
= A(x - 2)(x + x(x
1) + Bx(x + 1) + Cx(x - 2)
- 2)(x + 1)
x(x - 2)(x + 1)
Comparando-se os dois lados da igualdade, termo a termo, tem-se que, para x2:
x = -Ax + Bx = 2Cx
-1 = -2A
A= 1
2
1
B= 6
C = -2
3
Uma vez encontrados tais valores, resta apenas substituí-los na integral ini-
cial e manipulá-la para ser resolvida:
x-1
∫ dx =
x(x - 2)(x + 1)
∫ Ax + x B- 2 + x +
C dx =
1
∫ Ax dx + ∫ x B- 2 dx + ∫ x +
C dx =
1
1 1 -2
∫ 2 dx + ∫ 6 dx + ∫ 3 dx
x x-2 x+1
Até agora, fizemos com que a integral inicial, na forma de uma função racio-
nal, fosse transformada em três outras que, com os métodos convencionais,
podem ser integradas. Seguem os cálculos referentes às três derivadas encon-
tradas no desenvolvimento acima:
1
1
I) ∫ 2 dx = 2 ln|x| + c
x
1
1
II) ∫ 6
dx = 6 ln|x - 2| + c
x-2
-2
-2
III) ∫ 3 dx = 3 ln|x + 1| + c
x+1
x-1 1 1 2
∫ dx = ln|x| + ln|x - 2| - ln|x + 1| + c
x³ - x² - 2x 2 6 3
u = x² + 2
Ao se cogitar esse tipo de substituição, concebe-se sua derivada e seu dife-
rencial du da seguinte forma:
∫ (x² + 2)³² 2x dx
Efetuando a substituição:
∫ (u)³² du
∫ (u)³² du =
u³³
+C
33
Uma vez integrada com a nova variável, resta-nos escrevê-la em função da
variável x, novamente:
u³³
+C=
33
(x² + 2)³³
+C
33
cos (x)
Calcule: ∫ sen (x) dx
Para resolvermos esse caso, pode-se pensar na utilização de duas substitui-
ções: u = cos(x) ou u = sen(x). Porém, qual seria a mais viável? Vamos descobrir!
No primeiro caso, a substituição seria:
u = cos(x)
u = cos(x)
du
= -sen(x)
dx
du = sen(x)dx
Nesse caso, porém, não haveria como efetuar uma substituição direta do
diferencial na integral, o que impossibilitaria resolver da integral. Testemos,
portanto, a segunda substituição:
u = sen(x)
u = sen(x)
du
= -cos(x)
dx
du = cos(x)dx
1
∫ u du =
ln|sen(x)| + c
1
∫ u du =
ln|sen(x)| + c
ln|u| + c
ln|sen(x)| + c
u = 2x - 1
u = 2x - 1
du
=2
dx
du = 2dx
Ao encontrar o diferencial du, notamos que não é possível fazer uma substi-
tuição direta, pois não há um termo 2dx no integrando. Para podermos substi-
tuir algo, é necessário que haja uma manipulação algébrica, de modo a satisfa-
zer a igualdade du = 2dx. Essa, que é realizada a partir da integral inicial:
∫ (2x - 1) dx
Como é necessário que apareça um 2 no integrando, vamos multiplicá-la e
dividi-la pelo número:
2
∫ (2x - 1) dx
2
EXPLICANDO
Esse é um recurso matemático muito utilizado em diversas situações. A
pergunta que se faz é: por que isso é válido?
Lembre-se que, ao multiplicar um número por 1, nada é alterado, pois ele
é chamado de elemento neutro da multiplicação. Sabendo disso, pode-se
escrever o número 1 de diversas formas; 11 é uma forma válida, assim
como outras frações equivalentes 22 , 33 , entre outras. Nada foi adicionado
sem que houvesse uma explicação aritmética para isso, totalmente valida-
da nas propriedades dos números reais.
1
∫ (2x - 1) 2dx
2
1
∫ (2x - 1) 2dx
2
1
∫ u du
2
1 1
∫ u 2 du
2
Portanto, a integral inicial, que não poderia ser resolvida por nenhum dos
métodos de integração que conhecíamos, tampouco pelas integrais, pode, ago-
ra, ser resolvida por uma simples integral de potência polinomial.
Em suma, esse método de integração não pressupõe uma regra de aplica-
ção pré-definida, e, muitas vezes, requer que o estudante tente algumas alter-
nativas para prosseguir na resolução das integrais. Vale sempre ressaltar que,
quanto mais exercícios e exemplos você resolver, mais fácil será a identificação
dos métodos de integração a serem utilizados para as integrais definidas.
Áreas
As integrais podem ser utilizadas para inúmeros fins, um deles é o possível
cálculo de áreas. Porém, mesmo seu uso pode ser extremamente diverso, por
isso, vamos dar foco em um tipo determinado de cálculo de áreas: as áreas
entre curvas.
Considere o exemplo abaixo, que será nosso objeto de estudo a partir de agora:
Exemplo A:
Encontre a área (A) sinalizada entre as curvas f(x) = x² + 1 e g(x) = 2
-1 0 1 2 3 4
-1 0 1 2 3
2
De modo análogo, para o cálculo da seguinte área, define-se a integral ∫1 f(x)dx:
0 1 2 3
2 2
A = ∫1 f(x)dx - ∫1 g(x)dx
2 2
A = ∫1 x² + 1dx - ∫1 2dx
A = x³
2 2
3 + x |1 - [2x] |1
A = 10
3 -2
A= 43
Volumes
Outra aplicação das integrais refere-se ao cálculo de volumes. Assim como
no cálculo de áreas, esta também é muito diversa. Trataremos, aqui, apenas do
cálculo de volume referente ao sólido de revolução construído a partir do eixo
x, que é dado pela seguinte fórmula:
b
V = ∫a π[f(x)]²dx
Essa integral é utilizada para o cálculo de um sólido criado a partir de uma cur-
va, rotacionada no eixo x. As constantes a e b definem o intervalo de integração, ou
seja, definem o segmento da curva que será rotacionada no eixo x. O f(x) refere-se
à curva que será rotacionada, podendo ser, por exemplo, uma parábola x², uma
reta na forma ax+ b. Qualquer função colocada nessa integral será rotacionada e
gerará um sólido, com um volume a ser calculado pela resolução da integral.
ASSISTA
As fórmulas matemáticas que utilizamos são fruto de um processo dedu-
tivo, ou seja, utilizamos de uma verdade matemática para chegarmos em
outras. As demonstrações funcionam como justificativa para validar uma
fórmula – é importante ter isso em mente.
1.5
0.5
Para efetuar o cálculo desse volume, basta aplicar a fórmula com relação
ao eixo x. Portanto, tem-se que o volume V do sólido formado pela rotação de
f(x) é dado por:
V = π x3 |0
³ 2
V = π x3 |0
³ 2
V = 83π
0 1 2 3
dL
dy
2
dx
0 1 2 3
Por menor que seja o tamanho destacado (dL) há uma correspondência en-
tre as variações de x e y. Em outras palavras, os infinitesimais dx e dy. A partir
disso, podemos construir um triângulo pitagórico:
dL
dy
dx
Figura 3. dL em função de dy e dx.
dL = 1 + dy dx
dx
dL= 1 + ( f’(x)) 2dx
DICA
Essa opção por colocar em evidência o dx² é apenas uma manipulação
matemática, de caráter criativo para que se consiga reescrever a fórmula
em um formato que seja possível o cálculo da integral. O que aconteceria
se não fosse feito isso? Caso fosse colocado em evidência dy², o que
aconteceria? Tente efetuar outras manipulações e veja o que aconteceria!
dL = 1 + ( f’(x)) 2dx
b b
∫a dL= ∫a 1 + ( f’(x)) 2dx
b
L = ∫a 1 + ( f’(x)) 2dx