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Construção Civil
Gabriela Maria Silva Maia Gabriela Maria Silva Maia
DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Infraestrutura......................................................................................................................... 13
Tipos de construções....................................................................................................... 13
Fases de uma obra........................................................................................................... 16
Locação de obras.................................................................................................................. 21
Contrapiso.......................................................................................................................... 23
Andaimes e transporte vertical...................................................................................... 24
Concretagem.......................................................................................................................... 27
Materiais para formas e escoramentos....................................................................... 27
Formas para elementos estruturais.............................................................................. 29
Execução, cura e desmontagem................................................................................... 34
Sintetizando............................................................................................................................ 37
Referências bibliográficas.................................................................................................. 38
Alvenarias............................................................................................................................... 42
Tipos e funções................................................................................................................. 42
Materiais empregados.................................................................................................... 46
Técnicas de execução.................................................................................................... 48
Revestimentos e pavimentação.......................................................................................... 52
Ferramentas utilizadas.................................................................................................... 55
Técnicas de execução.................................................................................................... 55
Impermeabilização............................................................................................................... 62
Tipos e materiais............................................................................................................... 63
Processos e ferramentas................................................................................................ 66
Sintetizando.................................................................................................... 67
Referências bibliográficas.................................................................................................. 69
CONSTRUÇÃO CIVIL 5
Esquadrias.............................................................................................................................. 72
Tipos e materiais empregados....................................................................................... 73
Ferramentas utilizadas.................................................................................................... 83
Processos de colocação................................................................................................. 84
Vidros....................................................................................................................................... 86
Ferramentas utilizadas.................................................................................................... 91
Processos de colocação................................................................................................. 92
Pinturas................................................................................................................................... 93
Tipos de pinturas.............................................................................................................. 94
Ferramentas utilizadas.................................................................................................... 97
Processos de aplicação.................................................................................................. 97
Sintetizando.......................................................................................................................... 100
Referências bibliográficas................................................................................................ 102
CONSTRUÇÃO CIVIL 6
Forros..................................................................................................................................... 122
Tipos de forros................................................................................................................ 123
Ferramentas utilizadas.................................................................................................. 128
Técnicas de execução.................................................................................................. 129
Sintetizando.......................................................................................................................... 132
Referências bibliográficas................................................................................................ 133
CONSTRUÇÃO CIVIL 7
CONSTRUÇÃO CIVIL 9
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3023463828510861
CONSTRUÇÃO CIVIL 10
1 SISTEMAS INICIAIS
Tópicos de estudo
Infraestrutura
Tipos de construções
Fases de uma obra
Locação de obras
Contrapiso
Andaimes e transporte vertical
Concretagem
Materiais para formas e esco-
ramentos
Formas para elementos
estruturais
Execução, cura e desmontagem
CONSTRUÇÃO CIVIL 12
Tipos de construções
A construção tradicional, que utiliza blocos cerâmicos, é a mais conhe-
cida e começou a ser aplicada há muito tempo, se mostrando satisfatória
até hoje. A prova disso é o fato de continuar sendo amplamente utilizada,
mesmo com a evolução dos sistemas construtivos. Hoje em dia, a indús-
tria é capaz de produzir inúmeros bens e serviços, a partir da aplicação de
tecnologias que permitem ir além do convencional, construindo de forma
inteligente e efi caz.
Quando se fala em construir um imóvel, uma ponte, um espaço de con-
vivência ou qualquer que seja o ambiente, logo se pensa na oportunidade
de projetar e construir esse espaço de forma que atenda às ne-
cessidades daqueles que o utilizarão. O que poucos param para
pensar é no tipo de construção adequada a ser implan-
tada. A seleção do sistema construtivo envolve a
análise de diversos aspectos, como o custo e a du-
ração da obra, o material empregado e até mesmo
a aparência da construção.
CONSTRUÇÃO CIVIL 13
Figura 1. Bloco de tijolo na construção civil residencial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/06/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 14
Figura 2. Construção utilizando perfis de aço. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/06/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 15
Figura 3. Estrutura de residência feita em wood framing. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/06/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 16
Figura 4. Vista aérea do grande canteiro de obras com várias máquinas de terraplenagem. Fonte: Shutterstock. Acesso
em: 29/06/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 17
CONSTRUÇÃO CIVIL 18
CURIOSIDADE
Os banheiros em um canteiro de obras devem ser posicionados de tal
forma que a distância entre eles e qualquer outro ambiente da obra não
ultrapasse 150 m, ou seja, a localização dos banheiros dentro de uma obra
deve ser estratégica. Além disso, não é permitida a existência de portas
que deem acesso direto ao refeitório, para que sejam mantidas as condi-
ções básicas sanitárias.
CONSTRUÇÃO CIVIL 19
NR DESCRIÇÃO
CONSTRUÇÃO CIVIL 20
CONSTRUÇÃO CIVIL 21
Figura 6. Face externa de uma tabeira travada por uma sequência de mãos francesas. Fonte: Shutterstock. Acesso em:
29/06/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 22
Contrapiso
Com a locação perfeitamente implementada, a construção da edifica-
ção pode iniciar. No entanto, não é indicado executar a obra diretamente
no terreno, sendo, portanto, necessário aplicar uma camada regulariza-
dora sobre o solo. Em construções civis, essa camada é conhecida como
contrapiso e é realizada para que a obra possa receber, na sequência, o
acabamento adequado.
O contrapiso compreende uma ou mais camadas postas diretamente
sobre o terreno ou sobre a laje, que, além de regularizar, tem também
como função conferir inclinação adequada à base, para o escoamento de
águas e o embutimento de tubulações para instalações hidrossanitárias e
elétricas, caso haja necessidade. Além disso, o contrapiso também apre-
senta elevada importância no que diz respeito à fixação de elementos de
fundação e elementos estruturais, uma vez que transmite as cargas advin-
das desses componentes diretamente ao solo.
Por fim, sendo uma de suas aplicabilidades mais conhecidas, o contra-
piso é essencial para o adequado assentamento de revestimentos. Assim,
existem três tipos de contrapisos (Quadro 2), cuja classificação
está relacionada à espessura da camada aplicada e
ao tipo de aderência em relação à base do terreno
(British Standard, 2011). Além disso, os contrapi-
sos são feitos à base de argamassas, que po-
dem ser caracterizadas em três tipos (TONUS;
MINOZZI, 2013), sendo eles:
CONSTRUÇÃO CIVIL 23
TIPO CARACTERÍSTICAS
CONSTRUÇÃO CIVIL 24
CONSTRUÇÃO CIVIL 25
EXEMPLIFICANDO
Os equipamentos de guindar são todos aqueles que içam materiais e os
deslocam de um ponto a outro, como guindastes, empilhadeiras, gruas,
pontes rolantes, guinchos, talhas e outros.
CONSTRUÇÃO CIVIL 26
CONSTRUÇÃO CIVIL 27
Figura 7. Formas de pilares em madeira e barra de reforço no canteiro de obras. Fonte: Shutterstock. Acesso em
01/07/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 28
CONSTRUÇÃO CIVIL 29
CONSTRUÇÃO CIVIL 30
Molde
Painéis
Painéis não estruturados
estruturados Sarrafo
Pontalete Travamento
Travamento
Barras de Mão-francesa
ancoragem
Barras de
ancoragem
Porca da barra
de ancoragem Sarrafo
Vigas de
travamento Acessório
Porca da barra Tensor
de ancoragem Vigas de
travamento
Gastalho “Perereca” Gastalho maluco
Gastalho
Travamento
Figura 9. Forma para pilar composta por painéis com travamento. Fonte: FREIRE; SOUZA, 2001. (Adaptado).
CONSTRUÇÃO CIVIL 31
Sarrafo de
pressão
Barra de
C ancoragem
Vigamento Travamento
Escoramento
Painéis não Sarrafo de
estruturados pressão
Molde
Figura 10. Diferentes tipos de montagem de formas e escoramentos para vigas. Fonte: FREIRE; SOUZA, 2001. (Adaptado).
Molde
Painel não
estruturado em chapa
de compensado
Viga- Pontaletes
Vigamento com cruzeta
mento
inferior superior
Escoramento
Vigamento
Figura 11. Elementos de forma e escoramento para lajes. Fonte: FREIRE; SOUZA, 2001. (Adaptado).
CONSTRUÇÃO CIVIL 32
CONSTRUÇÃO CIVIL 33
EXPLICANDO
O slump test é um procedimento utilizado para verificar a consistência do
concreto em seu estado fresco e, a partir dos resultados, atestar sua qua-
lidade. O teste é feito a partir do abatimento do tronco de cone. Para rea-
lizá-lo, pega-se uma amostra do concreto que chega à obra, colocando-a
em uma forma com formato de tronco de cone, em três camadas iguais.
A cada camada inserida, deve-se adensar o concreto com 25 golpes.
Ao final da terceira camada, retira-se a forma e verifica-se a diferença
de altura entre o topo da forma e o concreto. Essa diferença consiste no
abatimento do concreto.
CONSTRUÇÃO CIVIL 34
CONSTRUÇÃO CIVIL 35
CONSTRUÇÃO CIVIL 36
CONSTRUÇÃO CIVIL 37
CONSTRUÇÃO CIVIL 38
CONSTRUÇÃO CIVIL 39
2 SISTEMAS
INTERMEDIÁRIOS
Tópicos de estudo
Alvenarias
Tipos e funções
Materiais empregados
Técnicas de execução
Revestimentos e pavimentação
Ferramentas utilizadas
Técnicas de execução
Impermeabilização
Tipos e materiais
Processos e ferramentas
CONSTRUÇÃO CIVIL 41
Tipos e funções
As alvenarias podem receber mais de uma denominação e variam conforme
sua função dentro de uma edificação. Elas podem ou não ser estruturais, ha-
vendo a possibilidade de serem atravessadas pelas tubulações que compõem
os sistemas de instalação elétrica, hidráulica, sanitária, lógica, entre outros:
a) Alvenaria de embasamento: como o próprio nome sugere, é utilizada
na base das edificações e realiza o nivelamento de modo a receber a alvenaria
de elevação da construção. Tais elementos são usados em superfícies irre-
gulares, como terrenos íngremes. Por ser uma alvenaria que fica em contato
constante com o solo, é necessário utilizar blocos adequados, que auxiliem
no processo de retenção da água presente no solo e que pode percolar, isto
é, infiltrar, para as alvenarias de elevação. A Figura 1 mostra uma alvenaria
de embasamento, representada por tijolos, sobre a qual foi construída a al-
CONSTRUÇÃO CIVIL 42
CONSTRUÇÃO CIVIL 43
CONSTRUÇÃO CIVIL 44
CONSTRUÇÃO CIVIL 45
Materiais empregados
Os materiais utilizados na execução das alvenarias estão ligados ao seu
tipo. Nas cidades interioranas, as construções mais antigas eram feitas à
base de pau a pique, taipa ou tijolos de barro secos ao sol. As construções
de pau a pique são caracterizadas por um conjunto de grades de madeira,
que forma o esqueleto da edificação, preenchido com barro. Já a taipa é
obtida a partir do apiloamento de terra – em geral, barro – em formas de
madeira. Após a secagem do material, a união das peças constitui a edi-
ficação. Os tijolos de barro, também conhecidos como adobe, são blocos
de argila, moldados manualmente em pequenas formas e deixados para
secar ao sol.
Considerando as construções vistas hoje, é possível perceber como os pro-
cessos construtivos e os materiais neles empregados evoluíram. O avanço da
tecnologia atrelado à descoberta e ao desenvolvimento de novos materiais
proporcionaram ao campo da construção opções que tornam as obras viáveis
e otimizam os processos. Dentre os materiais utilizados na elaboração de alve-
narias, Yazigi, no livro A técnica de edificar, de 2017, cita:
a) Tijolo laminado: também conhecido como tijolo à vista, apresenta ca-
racterísticas estéticas e práticas. Comum em paredes aparentes, áreas de
lazer e churrasqueiras;
CONSTRUÇÃO CIVIL 46
CONSTRUÇÃO CIVIL 47
Técnicas de execução
As paredes devem ser feitas seguindo o projeto executivo e respeitando
todo o detalhamento de posicionamento e espessura das alvenarias. Para alve-
narias com tijolos maciços, laminados e refratários, a execução segue o sistema
de assentamento de acordo com as juntas. Nesse sentido, a NBR 8545/1984
cita dois sistemas de assentamento:
• Juntas de amarração: sistema de assentamento em que as juntas verti-
cais não ficam alinhadas umas às outras;
• Juntas a prumo: sistema de assentamento em que as juntas verticais são
alinhadas, ou seja, são contínuas.
A Figura 5 é uma representação de ambos os tipos de juntas citados. Na
ilustração à esquerda, é possível identificar o sistema de assentamento com
juntas de amarração, enquanto, à direita, é possível identificar o sistema de
assentamento com juntas a prumo.
CONSTRUÇÃO CIVIL 48
O assentamento dos blocos deve ser feito com juntas de amarração, consi-
derando que as juntas verticais devem ter 1,0 cm de espessura e as horizontais,
1,5 cm de espessura. Para a execução das juntas a prumo, a NBR 8545/1984
determina que é necessário utilizar armaduras longitudinais, 60 cm distantes
entre si, localizadas na argamassa de assentamento (ABNT, 1984).
Para que a alvenaria possa de fato começar a ser executada, é indispensável
realizar a impermeabilização da viga baldrame para prevenir o surgimento de
possíveis patologias. Posteriormente, há que se garantir a aderência de todos os
elementos com faces ligadas à alvenaria, como vigas, pilares e lajes. Essa aderên-
cia é garantida por meio da aplicação de uma camada de chapisco na superfície
que terá ligação com a alvenaria. Feito isso, a alvenaria começa a ser produzida.
EXPLICANDO
Viga baldrame é uma fundação rasa sobre a qual são elevadas as alve-
narias de uma edificação, sejam estruturais ou de vedação. Sua função
é transmitir ao solo as cargas advindas da estrutura. Para construções
pequenas, ela é usada como fundação. Em edificações de maior porte, a
viga baldrame é utilizada como elemento de fundação que liga blocos ou
sapatas. Pode ser executada a partir de tijolos ou concreto.
CONSTRUÇÃO CIVIL 49
Argamassa aplicada no
tijolo com a colher
Argamassa rebatida
com a colher
Argamassa
abundante
1° método 2° método
CONSTRUÇÃO CIVIL 50
Coxim
CONSTRUÇÃO CIVIL 51
Revestimentos e pavimentação
A NBR 13529/2013 define revestimento como o processo responsável pelo
acabamento de uma superfície, constituído por um conjunto de argamassas e
acabamentos decorativos que visam a regularização da base de acordo com as
condições determinadas em projeto (ABNT, 2013).
Tipos
Os revestimentos são classificados de acordo a superfície em que são apli-
cados. São chamados de revestimentos aqueles que são aplicados em paredes
internas e externas. Já o revestimento aplicado no piso é chamado de pavimen-
tação. Em ambos os tipos, há variadas opções e formas de executar o revesti-
mento da superfície. Para o revestimento aplicado em paredes, existem dois
grupos: os argamassados e os não argamassados. Os revestimentos argamas-
sados se subdividem em:
a) Chapisco: consiste em um tipo de argamassa mais simples, cuja fun-
ção é preparar a base, regularizando-a e promovendo a aderência entre a
alvenaria e a argamassa de regularização. Essa camada de argamassa fina
torna a superfície áspera, o que lhe confere maior aderência. O chapisco é
produzido a partir da mistura entre cimento, areia grossa e água, apresen-
CONSTRUÇÃO CIVIL 52
CONSTRUÇÃO CIVIL 53
CONSTRUÇÃO CIVIL 54
Técnicas de execução
Azeredo, em livro de 2006, comenta que é necessário fazer algumas verifi-
cações antes de iniciar qualquer procedimento de execução de revestimentos,
seja em parede ou piso. A principal delas é instalar e testar toda a tubulação
hidrossanitária após a execução da alvenaria. Em seguida, realiza-se a limpe-
za da superfície. Durante o processo construtivo, é natural que as superfícies
construídas fiquem cobertas de pó, proveniente do próprio processo.
Antes de iniciar o revestimento, a remoção desses resíduos finos é impor-
tante e, em algumas situações, para facilitar o processo de remoção, a super-
CONSTRUÇÃO CIVIL 55
Figura 8. Aplicação de chapisco em parede. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 56
EXPLICANDO
Desempenar uma superfície revestida significa imprimir a ela acabamen-
to liso. O procedimento é feito com o auxílio de uma ferramenta chamada
desempenadeira, feita de madeira em formato retangular. Sobre a super-
fície sarrafeada, borrifa-se água e, com movimentos circulares, desem-
pena-se o revestimento.
CONSTRUÇÃO CIVIL 57
Reboco
O reboco confere à superfície da parede acabamento uniforme e plano,
permitindo a aplicação do revestimento decorativo, como pintura, ou consti-
tuindo-se como o próprio acabamento. Seu acabamento é feito com auxílio de
desempenadeira, realizando movimentos circulares. É executado com material
industrializado feito com cal hidratada, mas que, em alguns casos, pode ser
substituído pela massa corrida. Os procedimentos para a sua execução são:
• Molhar bem a superfície;
• Aplicar a argamassa com desempenadeira em camadas de 3 mm a 5 mm;
• Desempenar a superfície;
• Corrigir as imperfeições e desempenar novamente;
• Com auxílio de uma esponja, conferir acabamento liso à superfície.
Figura 10. Aplicação de reboco em parede. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 58
CONSTRUÇÃO CIVIL 59
Figura 11. Parede revestida com perfis de madeira. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 60
CONSTRUÇÃO CIVIL 61
Impermeabilização
De acordo com a NBR 9575/2010, a impermeabilização é um conjunto de
procedimentos que visa impedir o deslocamento de fluidos e vapores nos ma-
teriais e estruturas da construção civil, protegendo-os contra ação danosa e
infiltrações de água. Enquanto operação construtiva integrante do projeto de
uma edificação, sua importância está na proteção e preservação da estrutura
para evitar o surgimento de possíveis patologias que comprometam a vida útil
da estrutura. Assim, problemas muito comuns decorrentes da falta de imper-
meabilização são:
• Infiltração em paredes;
• Degradação do concreto;
• Eflorescência;
• Corrosão das armaduras;
• Empolamento em pinturas.
CONSTRUÇÃO CIVIL 62
Figura 12. Exemplo de problema com impermeabilização. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
Esse processo faz parte do conjunto de projetos da obra, que deve conter
em planta a localização de cada impermeabilização, detalhando o sistema a ser
empregado. Além disso, deve dispor de memorial descritivo listando todos os
materiais a serem empregados, bem como o passo a passo do processo execu-
tivo e os cuidados com a segurança dos profissionais envolvidos na execução.
Tipos e materiais
No Brasil, há diversos tipos e produtos de impermeabilização com diferen-
tes características. Os impermeabilizantes dividem-se em rígidos e flexíveis. Os
rígidos incluem os cimentos e as argamassas, enquanto os flexíveis englobam
as mantas e as membranas. Segundo a NBR 9575/2010, com base no material
constituinte, os tipos de impermeabilizantes classificam-se em:
CONSTRUÇÃO CIVIL 63
CONSTRUÇÃO CIVIL 64
Figura 13. Impermeabilização com manta asfáltica. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
CURIOSIDADE
O primer é aplicado sobre a superfície aproximadamente 6 horas antes de
receber a impermeabilização. É um processo indispensável, pois ele que
garante a aderência do material impermeabilizante à superfície, contudo,
o primer não pode ser aplicado sobre superfícies molhadas ou sobre
camadas já existentes, como pinturas.
Figura 14. Impermeabilização com argamassa polimérica. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 07/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 65
CONSTRUÇÃO CIVIL 66
CONSTRUÇÃO CIVIL 67
CONSTRUÇÃO CIVIL 68
CONSTRUÇÃO CIVIL 69
3 SISTEMAS FINAIS:
ACABAMENTOS
Tópicos de estudo
Esquadrias
Tipos e materiais empregados
Ferramentas utilizadas
Processos de colocação
Vidros
Ferramentas utilizadas
Processos de colocação
Pinturas
Tipos de pinturas
Ferramentas utilizadas
Ferramentas utilizadas
CONSTRUÇÃO CIVIL 71
CONSTRUÇÃO CIVIL 72
CONSTRUÇÃO CIVIL 73
CONSTRUÇÃO CIVIL 74
CONSTRUÇÃO CIVIL 75
Porta sanfonada
CONSTRUÇÃO CIVIL 76
CONSTRUÇÃO CIVIL 77
CONSTRUÇÃO CIVIL 78
CONSTRUÇÃO CIVIL 79
DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO
CONSTRUÇÃO CIVIL 80
Janela basculante
Janela de correr
Janela projetante
Janela de tombar
Janela guilhotina
Janela sanfona
CONSTRUÇÃO CIVIL 81
Janela integrada
Veneziana
Janela
projetante-deslizante
Vista interna
Janela de girar
e de tombar
Lado interno
Vista interna
Janela de correr
com giro
Lado interno
CONSTRUÇÃO CIVIL 82
Ferramentas utilizadas
Para a execução das esquadrias na edificação – sejam elas de madeira, vi-
dro, alumínio, aço, PVC ou compostos por mais de um material –, são neces-
sárias ferramentas específicas adequadas para realizar a tarefa. Yazigi (2017)
menciona a necessidade de utilização de algumas ferramentas obrigatórias em
um canteiro de obras, tanto as de uso comum quanto as específicas à instala-
ção de esquadrias. Entre elas, podemos citar:
• EPIs e EPCs;
• Argamassa de assentamento;
• Colher de pedreiro;
• Prumo, linha de náilon, mangueira de nível, nível bolha;
• Trenas;
• Régua metálica;
• Talhadeira;
• Desempenadeira;
• Lápis de carpinteiro;
• Martelo;
• Marreta;
• Serrote;
• Jogo de chaves de fenda;
• Furadeira;
• Batentes;
• Guarnição;
CONSTRUÇÃO CIVIL 83
Processos de colocação
Para que as esquadrias possam ser instaladas, as alvenarias devem estar
concluídas, com vergas e contravergas adequadamente executadas para rece-
ber portas e janelas. As faces dos vãos devem estar niveladas com espessura
variando entre 10 mm e 15 mm em cada lado para o encaixe do batente. A
execução das esquadrias segue um processo de colocação que varia de acordo
com o material específico de cada uma. Explanaremos o processo de colocação
das esquadrias mais usuais na construção civil.
Esquadrias de madeira
Após verificar se a obra está em condições de receber a instalação das es-
quadrias, ou seja, se as alvenarias foram finalizadas, os vãos de portas e jane-
las devem ser medidos para garantir que as dimensões estão de acordo com
as determinações de projeto. Em seguida, deve-se verificar se a abertura está
adequada – com o auxílio do nível, do prumo e do esquadro –, para que o vão
possa ser adequadamente limpo para receber a instalação provisória da es-
quadria, que deve ser posicionada no local adequado e fixada com o auxílio de
cunhas removíveis. O marco da esquadria deve então ser fixado permanente-
mente com argamassa, espuma PU ou parafusos. Após o período de cura do
fixador, as cunhas provisórias inseridas entre o vão e a esquadria devem ser
removidas e a folha da esquadria deve ser conferida. Esta conferência é essen-
cial, pois determinará se será preciso fazer ajustes nas ferragens ou até mesmo
na própria esquadria.
CONSTRUÇÃO CIVIL 84
CONSTRUÇÃO CIVIL 85
Esquadrias de PVC
A instalação deste tipo de esquadria é realizada em situações onde os vãos
estão com o acabamento em finalização. O marco da esquadria deve ser fixado
na alvenaria com buchas plásticas e parafusos. Seu uso é indicado principalmen-
te quando o emboço da alvenaria já estiver finalizado, podendo ser uma constru-
ção nova, uma reforma ou a troca de esquadrias. Assim como ocorre com todos
os tipos de esquadrias, após a verificação das dimensões do vão, da esquadria
recebida e da limpeza do local de instalação, a porta ou janela deve ser fixada
provisoriamente com cunhas de madeira removíveis. Ajusta-se o nível, o prumo
da esquadria e é feita a verificação da folha para atestar o seu adequado funcio-
namento. Estando o marco fixado com parafusos, deve ser aplicada
espuma de poliuretano (PU) em todo seu entorno. Passadas apro-
ximadamente duas horas, as cunhas devem ser removi-
das e os espaços que sobrarem devem ser novamente
preenchidos com a espuma. A vedação das faces da
esquadria, bem como os perfis de arremate devem
ser instalados com silicone. Por fim, o acabamento
da janela deve ser feito e verificado.
Vidros
O vidro está presente em praticamente tudo o que vemos e utilizamos no
nosso dia-a-dia. Nos deparamos com ele na janela do quarto, em utensílios
domésticos, em carros, em smartphones, em itens decorativos e em muitos
outros objetos e ferramentas que manuseamos com frequência. O avanço no
estudo de materiais evidenciou as diversas funcionalidades e aplicabilidades
CONSTRUÇÃO CIVIL 86
CONSTRUÇÃO CIVIL 87
CONSTRUÇÃO CIVIL 88
Vidro float
Este vidro é conhecido como comum, fabricado de modo a permitir a visua-
lização através dele sem distorções. É totalmente transparente, permitindo a
perfeita propagação de luz. Pode ser usado simplesmente como é produzido
ou como matéria prima para a fabricação de outros vidros, como o laminado, o
temperado, o insulado, entre outros.
Vidro impresso
São produzidos com vários tipos de desenho que, além de atribuir beleza
ao material, propiciam a propagação dos raios solares, permitindo que o am-
biente receba iluminação natural adequada sem que haja perda de privacidade.
Apresentam uma grande variedade de cores e texturas conferindo-lhes elevado
caráter decorativo. Assim como o vidro float, este tipo de vidro também pode ser
utilizado como matéria-prima para a fabricação de outros vidros.
CONSTRUÇÃO CIVIL 89
Figura 5. Vitral com vidro impresso. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/10/2020.
Vidro insulado
Composto por duas chapas de vidro que lhe atribuem características de pro-
teção térmica e acústica, tornando o ambiente confortável, este tipo de vidro
é comumente empregado onde existem grandes ruídos e grandes variações
de temperatura. O vidro insulado possui características fortemente estéticas,
sendo um sistema que pode ser desenvolvido a partir de vários tipos de vidro.
Isso significa que é perfeitamente possível combinar vidros com características
específicas, como resistência e beleza, em um único sistema. A Abravidro (2018)
cita como aplicação deste tipo de vidro os telhados com vidro insulado, onde a
peça de vidro interna deve ser de vidro laminado ou aramado.
CONSTRUÇÃO CIVIL 90
CURIOSIDADE
Os vidros blindados, de acordo com a NBR 16218/2013, devem ser cons-
tituídos por dois tipos diferentes de vidro combinados, sendo um macio
e o outro duro. É a partir das propriedades do componente macio que o
vidro blindado adquire a elasticidade necessária para esticar ao invés de
quebrar ao sofrer impactos. Além disso, a característica de blindagem do
vidro é adquirida a partir do seu processo de cozimento, que deve ser feito
em temperaturas e pressões altamente controladas.
Ferramentas utilizadas
Para a execução dos elementos de vidro na construção civil, são necessá-
rias ferramentas adequadas. Azeredo (1987) menciona a necessidade de uso
de algumas ferramentas específicas para a colocação dos vidros, além das
ferramentas básicas que devem existir em um canteiro de obras. Entre elas,
podemos citar:
• EPIs e EPCs;
• Prumo, linha de náilon, mangueira de nível, nível bolha;
• Trenas;
• Colher de pedreiro;
• Desempenadeira;
• Régua metálica;
• Martelo;
• Marreta;
• Jogo de chaves de fenda;
• Furadeira;
• Ferragens em geral;
CONSTRUÇÃO CIVIL 91
Processos de colocação
De modo geral, a aplicação de vidros na construção civil deve seguir as dire-
trizes da norma NBR 7199/2016. A quantidade de chapa de vidro a ser utilizada
e suas respectivas dimensões deverá ser especificada em projeto e adequa-
damente verificadas na edificação após a execução das alvenarias. Em cada
aplicação, o tipo do vidro deve ser especificado, especialmente quando o tra-
balho for executado com vidros de segurança, uma vez que, em determinadas
situações, não é possível lidar com o vidro comum. Para cada tipo de aplicação,
a instalação de vidros deve seguir requisitos básicos:
Vidros em fachadas
Nestes ambientes, os vidros devem ser instalados abaixo da cota de
1,10 m em relação ao piso. Dependendo do tipo de vidro utilizado, ele pode
ser fixado em estrutura de alumínio previamente ancorada na edificação a
partir de ferragens nas extremidades, que garantem sua fixação por meio
de peças que utilizam meio furo no centro da chapa de vidro ou a partir de
massas e/ou colas especiais.
Vidros em portas, vitrines e divisórias
Para aplicações abaixo da cota de 1,10 m, somente poderão ser utilizados
os vidros de segurança (laminado, temperado e aramado) e o vidro insulado
– quando produzido a partir de vidros de segurança. Quando autoportantes,
podem ser instalados a partir de ferragens especiais tais como fechaduras,
dobradiças, trincos, puxadores, sistemas corrediços etc. Quando em caixi-
lhos, podem ser instalados a partir de argamassa selante ou plástica, seja em
esquadrias de madeira, alumínio, ferro ou plástico. Já a instalação em cotas
acima de 1,10 m pode ser feita com vidros de segurança ou com vidros do tipo
CONSTRUÇÃO CIVIL 92
Pinturas
Compondo o sistema de acabamento de uma edificação, a pintura é uma
das etapas mais importantes e uma das mais esperadas pelos proprietários,
isso porque agrega beleza aos ambientes. O que normalmente não se sabe é
que, além de aspectos estéticos, a pintura tem a finalidade de proteger o subs-
trato da ação de agentes externos, combatendo uma série de patologias como
mofo, empolamento, corrosão, deterioração etc.
Ambrozewicz (2012) menciona que o sistema de pinturas não se restringe so-
mente às tintas. As pinturas englobam todos os processos executados para que
se chegue ao acabamento desejado. Isso inclui o primer – muito conhecido no
âmbito construtivo como tinta de fundo –, as massas e as tintas. O primer sela a
CONSTRUÇÃO CIVIL 93
Tipos de pinturas
Estando a alvenaria executada, ela passa pelo processo de revestimento
onde o chapisco, o emboço e o reboco são realizados. São as paredes rebo-
cadas que recebem o sistema de pintura que é composto por três elementos:
• Primer ou tinta de fundo: é um elemento líquido produzido à base de sol-
ventes e resinas, aplicado inicialmente ao substrato com a finalidade de prepa-
rar a base para receber os elementos posteriores. O primer também melhora
a aderência do substrato, diminuindo o consumo de tinta aplicada. Nos metais,
age protegendo contra a corrosão;
• Massa: mais conhecida como massa corrida, é um elemento pastoso apli-
cado sobre a superfície já com primer. Sua função é nivelar o substrato tornan-
do-o mais liso e acabado para receber a tinta;
• Tinta: elemento líquido produzido à base de solventes e resinas. É aplicado
sobre a superfície emassada que, depois de seca, se torna uma camada sólida.
A escolha dos produtos adequados a cada tipo específico de substrato e sua
posterior aplicação deve seguir as diretrizes da norma regulamentadora NBR
13245/2011. Na esfera construtiva atual, existe uma gama de possibilidades de
pinturas que podem ser aplicadas em construções como um todo. Alguns dos
constituintes mais empregados são:
Pintura a látex (PVA)
Elementos compostos à base de PVA, acetato de polivinila, solventes e pig-
mentos. Apresenta como uma de suas principais características o alto rendi-
mento, podendo ser aplicados sobre superfícies com variadas inclinações e em
ambientes internos ou externos, mas não são indicadas para serem aplicadas
CONSTRUÇÃO CIVIL 94
CONSTRUÇÃO CIVIL 95
EXEMPLIFICANDO
Conhecida por ser uma das pinturas mais utilizadas na construção civil
desde épocas remotas, a caiação pode ser aplicada em ambientes sem
iluminação e ventilação natural como garagens, banheiros, porões e outros.
Figura 6. Aplicação de verniz em piso de madeira. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 96
Processos de aplicação
A execução de pinturas segue as diretrizes da NBR 13245/2011, que detalha
o passo a passo para a sua execução. De modo geral, as superfícies que rece-
berão a pintura devem ser verificadas e corrigidas antes de iniciar o processo.
Todas as superfícies que receberão pintura devem ser adequadamente limpas,
sendo removidas toda e qualquer impureza e só poderão receber a pintura
quando estiverem completamente secas.
Para cada tipo de superfície, a NBR 13245/2011 prevê requisitos específicos
para a execução da pintura. Sobre essas especificações, acompanhe:
Paredes rebocadas, peças de concreto e elementos cimentícios em geral
Para superfícies destes tipos, antes de iniciar a pintura, deve-se esperar a
cura e completa secagem das peças, processo que dura em torno de 28 dias.
Em seguida, a superfície deve ser verificada e lixada, para que se obtenha a
CONSTRUÇÃO CIVIL 97
EXPLICANDO
A lavagem de superfícies manchadas, como paredes, é feita com solução
de água e sabão, normalmente neutro. Quando necessário, utiliza-se
água sanitária para auxiliar no processo, principalmente em superfícies
que contenham mofo. Esfrega-se a superfície que apresente mofo e/ou
manchas e em seguida se faz o enxágue com bastante água. Feito isso,
espera-se a secagem para executar o processo de pintura.
Elementos metálicos
As superfícies metálicas devem ser lixadas. Em casos de metais em processo
corrosivo, deve ser feita a remoção da ferrugem, seja por processo químico ou
mecânico. Realizada a regularização da superfície, o primer anticorrosivo deve
ser aplicado. Na sequência, é aplicada a tinta escolhida na quantidade de de-
mãos adequada. A Figura 7 mostra a aplicação de tinta em uma parede de aço.
Figura 7. Aplicação de pintura contra corrosão em parede de aço. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/10/2020.
CONSTRUÇÃO CIVIL 98
CONSTRUÇÃO CIVIL 99
4 SISTEMAS FINAIS:
COBERTURA
Tópicos de estudo
Telhados e coberturas
Componentes da estrutura
Materiais de cobertura
Traçado de telhados
Técnicas de execução
Forros
Tipos de forros
Ferramentas utilizadas
Técnicas de execução
De acordo com a NBR 7190, peças como tesouras, que são constituídas pela
junção de vários elementos estruturais e trabalham como componentes de
sustentação, devem ser rígidas e, para tanto, precisam ser contraventadas. O
contraventamento dessas peças deve ser feito com as diagonais cruzadas ou
com mãos-francesas (ABNT, 1997).
ASSISTA
Determinados tipos de estruturas necessitam de uma maior
garantia da sua estabilidade global para que possam tornar-se
suficientemente seguras. Essa estabilidade é obtida por meio
do aumento da rigidez, que por sua vez é alcançada por meio
do sistema de contraventamento. Ele consiste em uma série
de procedimentos realizados para travar a estrutura. Em geral,
barras extras são posicionas de tal modo que impeçam quais-
quer tipos de deslocamentos das barras principais, travando a
estrutura vertical e horizontalmente.
Terças
São elementos que se comportam como vigas longitudinais apoiadas em
tesouras. Em geral, as terças que compõem um telhado se apoiam sobre duas
Terças de cobertura
Caibros
São elementos posicionados sobre as terças, no sentido perpendicular a elas.
Recebem as cargas das ripas e sua inclinação define a forma como o telhado será
desenhado. Em geral, os caibros apresentam dimensões de 6,0 cm x 6,0 cm e são
fixados nas terças por pregos (YAZIGI, 2017). Os espaçamentos entre os caibros
dependerão do tipo de telha adotada, podendo variar de 40 cm a 60 cm.
Os caibros atuam no apoio ao suporte e transferência de cargas da estrutu-
ra, sendo também fundamentais ao escoamento de águas pluviais, uma vez que
são posicionados de forma longitudinal ao sentido de escoamento, sendo um dos
Figura 3. Caibros fixados em terças. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 10/11/2020.
Ripas
São dispostas no telhado sobre os caibros, no mesmo sentido de co-
locação das terças, longitudinalmente. São peças pequenas ajustadas pa-
ralelamente ao beiral, cuja fixação nos caibros é feita a partir de pregos.
Os pregos utilizados na fixação das ripas devem apresentar
tamanho suficiente para atingir pelo menos metade da sua
espessura. Em geral, as ripas apresentam
dimensões de 1,0 cm x 5,0 cm ou de 105
cm x 5,0 cm e são fixados nas terças por
pregos (YAZIGI, 2017). Os espaçamen-
tos entre as ripas dependerão do tipo
de telha adotada, sendo geralmente utili-
zado um espaçamento de 35 cm.
As ripas são fundamentais em um telhado, pois são elas que recebem
as telhas. Além disso, apresentam também como função a absorção das
cargas provenientes das telhas e a sua consequente transferência aos cai-
bros. Veja, na Figura 4, uma estrutura de telhado completa, pronta para
receber as telhas.
Materiais de cobertura
Há uma grande diversidade de materiais aplicáveis na execução de cober-
turas. Nos dias de hoje, grandes edificações residenciais, comerciais, esporti-
vas ou de lazer apresentam coberturas constituídas por materiais metálicos.
Os telhados podem ser executados em madeira ou a partir de perfis de aço,
em geral galvanizado.
Em edificações de pequeno porte, tais como residências unifamiliares, o
mais comum é a utilização de telhados em madeira. Em edificações de grande
porte, ginásios, pontos comerciais e até mesmo em hospitais, encontramos
telhados executados em aço. Estes materiais são os grandes aliados das co-
berturas brasileiras.
Além da estrutura do telhado, as telhas também são encontradas em
grande variedade de materiais no mercado. O aprofundamento na ciência
dos materiais permitiu que a produção destes elementos a partir de vários
materiais fosse possível.
Diferentes materiais foram estudados e testados a fim de combinar fato-
res estéticos, de conforto e de segurança em telhas que nunca haviam sido
imaginadas e hoje são amplamente empregadas na construção civil. Elas po-
dem ser produzidas a partir de um único material ou pela combinação de dois
ou mais materiais que agreguem diferentes características às telhas.
Apesar da grande variedade de telhas disponíveis, escolha deve ser basea-
da em características como estanqueidade, resistência, durabilidade, leveza e
qualidade no isolamento térmico e acústico dos ambientes.
Telhas de fibrocimento
Amplamente conhecidas nas construções brasileiras por serem uma opção
econômica, as telhas de fibrocimento são constituídas por cimento reforçado
com fibras sintéticas. Há uma polêmica em torno desse tipo de telha, uma vez
que eram produzidas com amianto, substância causadora de danos à saúde.
O uso do amianto foi proibido em construções e em materiais emprega-
dos em construções de forma geral. Atualmente, para a produção desse tipo
de telha, o amianto foi substituído por uma combinação de fibras sintéticas,
em geral celulose e PVA ou PP, não sendo, portanto, prejudicial à saúde como
as tradicionais.
Entre as vantagens deste tipo de telha, podem ser citadas sua fácil aqui-
sição e elevada resistência e leveza, o que contribui para a diminuição da
carga no telhado. Além disso, apresentam grandes comprimentos, o que im-
plica na diminuição do quantitativo de telhas necessárias. Dentre
suas desvantagens, a principal delas é sua capacidade
de absorção de calor, o que provoca desconforto
térmico ao ambiente. Na Figura 6 é possível verifi-
car o telhado de uma edificação que utiliza telhas
de fibrocimento.
Telhas de concreto
Esse tipo de telha, produzida a partir de cimento Portland, agregados e água vem
ganhando bastante espaço na construção civil brasileira. Durante o processo de pro-
dução, podem ser adicionados pigmentos a fim de obter telhas em cores variadas.
A moldagem é feita no período em que elas passam por estufa a vapor. Configu-
ram-se como elementos altamente resistentes e duráveis, apresentando baixa proba-
bilidade de fratura, o que as diferencia das telhas tradicionais de cerâmica.
Além disso, requerem um quantitativo menor de unidades por metro quadrado
e apresentam baixa absorção de água, o que lhes confere características de mais
leveza se comparadas com as cerâmicas. Dentre suas desvantagens, destaca-se sua
elevada capacidade de esquentar, gerando desconforto térmico aos usuários, não
sendo, portanto, indicadas para locais quentes. Além disso, são opções mais caras
que as telhas cerâmicas. A Figura 7 ilustra telas de concreto justapostas perfazendo
toda a área do telhado.
Figura 7. Telhado executado com telhas de concreto. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/11/2020.
Figura 9. Execução de telhado com telhas metálicas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/11/2020.
Traçado de telhados
Toda e qualquer cobertura é formada por superfícies planas dispostas a de-
terminada inclinação, de modo que possa garantir o adequado escoamento de
águas das chuvas (AZEREDO, 1997). A estas superfícies inclinadas atribuímos
a nomenclatura de águas ou plano de águas. Uma edificação pode apresentar
um ou mais planos inclinados, de acordo com determinações prévias proje-
tivas. Em casos em que a cobertura seja composta por mais de uma água, o
encontro entre elas é o que denominamos como cumeeira.
CURIOSIDADE
É comum, em construções, as cumeeiras serem confundidas com os
espigões. Em muitas obras brasileiras, há a execução errada desses
elementos, causada por falhas na distinção entre os elementos que
compõem o telhado. Em um telhado de três águas, por exemplo, a terça
central que une as duas águas laterais é a cumeeira. Já as terças que
dividem os planos principais laterais, gerando um novo plano de água
(desta vez menor), é o que conhecemos por espigão. A principal diferen-
ça entre ambos está neste detalhe: enquanto a cumeeira une planos de
águas, o espigão divide-as.
DENOMINAÇÃO ILUSTRAÇÃO
Uma água
Duas águas
Três águas
Múltiplas águas
α
L
Técnicas de execução
Para a execução de coberturas na edificação, sejam elas de
madeira, metálicas ou compostos por mais de um material,
são necessárias ferramentas específicas e adequa-
das para a tarefa. Há algumas ferramentas que
são obrigatórias em um canteiro de obras (tanto
as de uso comum quanto as específicas à insta-
lação de esquadrias). Entre elas, podemos citar
(YAZIGI, 2017):
• EPIs e EPCs;
• Argamassa de assentamento;
• Colher de pedreiro;
• Prumo, linha de náilon, mangueira de nível e nível bolha;
• Trenas;
• Régua metálica;
• Lápis de carpinteiro;
• Martelo;
• Marreta;
• Serrote;
• Jogo de chaves de fenda;
• Furadeira;
• Pregos, parafusos de marceneiro e parafusos com buchas de náilon;
• Tesouras, terças, caibros, ripas, cumeeiras, vigas treliçadas, contraventa-
mentos e vigas laterais.
Forros
Os forros são elementos integrantes do sistema de cobertura e são
responsáveis por garantir o isolamento entre o piso e o telhado de
uma edificação. O forro pode compor a cobertura em conjunto com
o telhado, bem como pode ser um elemento único dela. Nes-
tes casos, se faz necessário o uso de mantas que garantam
a impermeabilidade da edificação. Assim, o forro pode se
configurar como uma cobertura.
Tipos de forros
É inegável o crescimento e a modernização das construções em nos-
so país. Atrelado a isso, teve-se uma expansão significativa na variedade
de materiais disponíveis para a aplicação na construção, e o consequente
aumento da exigência dos clientes na entrega de edificações perfeitas, es-
tética e estruturalmente.
Por este motivo, nota-se uma grande cautela ao selecionar os materiais
adequados para uma obra. Os projetos especificam cada material e cada
detalhe do processo executivo, para cada etapa de uma construção, sejam
para os sistemas iniciais, para os intermediários ou para os finais.
Quando se trata de forros, o cenário não é diferente. Há uma grande
variedade de forros disponíveis no mercado, tendo diferentes tipos de ma-
teriais como elementos principais, além de se apresentarem em diversos
formatos e texturas.
Considerado como elemento de acabamento interno da edificação, os
forros são classificados como revestimentos realizados em lajes. Existem
variados tipos de forros disponíveis para aplicação em construções, cada
qual com características próprias e aplicabilidades específicas.
A escolha do tipo de forro depende da soma de vários fatores. Um deles é
a localização da construção. Dependendo do clima da região onde está a edi-
ficação, o tipo de forro a ser empregado deve mudar, a fim de cumprir com a
Figura 12. Forro de gesso rebaixado. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 10/11/2020.
Figura 13. Forro de concreto aparente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/11/2020.
Forros de fibras
As fibras vêm ganhando espaço na construção civil devido à sua vasta aplicabili-
dade, e isso também se aplica aos forros. O avanço tecnológico permitiu a aplicação
de fibras em forros com a finalidade de melhorar o desempenho no isolamento tér-
mico e acústico. Além disso, elas agregam beleza, unindo aspecto estético e leveza.
Os forros de fibras não absorvem umidade e não são meios proliferadores de
fungos e bactérias. Em contrapartida, não são propícios a serem instalados em lo-
cais com fortes ventos, e apresentam limitações que dificultam a limpeza. De ma-
neira geral, as fibras usualmente encontradas para aplicação em forros são a fibra
mineral, a fibra de vidro, a fibra de madeira e a lã de rocha.
Forros de bambu
Utilizados como alternativa mais barata em relação à madeira, estes forros
carregam elevado toque estético rústico, sendo muito utilizados, atualmente, em
construções residenciais, comerciais e hoteleiras. Esse tipo de forro virou tendência,
principalmente por ser uma opção ecológica e sustentável.
Figura 14. Quarto com forro de bambu. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 10/11/2020.
Forros de EPS
Vistos como uma opção econômica, os forros de isopor são recicláveis e extrema-
mente leves, o que os configuram como excelente opção para instalação em ambien-
tes extensos. Apresentam características altamente isolantes, o que confere aos am-
bientes conforto termoacústico, além de serem facilmente instaláveis e resistentes à
proliferação de fungos e bactérias. Como desvantagem, estes forros não apresentam
resistência ao fogo, o que limita sua instalação a locais específicos. De maneira geral,
são aplicáveis em escritórios, pontos comerciais, residências e hotéis.
Ferramentas utilizadas
Para a execução dos forros de uma edificação, sejam eles de madeira, de
gesso, de PVC, metálicos, de concreto, de bambu, de fibras, de EPS ou com-
postos por mais de um material, são necessárias ferramentas específicas.
Técnicas de execução
Antes de iniciar qualquer procedimento de execução de forros, é necessá-
rio fazer algumas verificações. A principal delas é testar todas as instalações
elétricas e hidrossanitárias após a execução da alvenaria. Em seguida, é ne-
cessário realizar a limpeza da superfície onde o forro será aplicado para re-
EXPLICANDO
Por definição, os tarugos são peças produzidas a partir de materiais diver-
sos, como madeira, materiais metálicos e outros, e promovem a ligação
entre duas peças, evitando o deslocamento lateral delas. Desta forma, o
tarugamento constitui-se da união de vigas ou barras através de tarugos,
resultando em uma estrutura de suporte com finalidades diversas. No
caso de forros, é o elemento responsável pela fixação das placas.