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DADOS DO FORNECEDOR
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Pena l.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informa ção que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da
área de conhecimento trabalhada.
Unidade 1 - Introdução à psicologia fenomenológica existencial na clínica
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13
Sintetizando ........................................................................................................................... 30
Referências bibliográficas ................................................................................................. 31
Unidade 2 - Diagnóstico na perspectiva fenomenológica-existencial e intervenções
clínicas
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 34
Sintetizando ........................................................................................................................... 53
Referências bibliográficas ................................................................................................. 55
Unidade 3 - A psicologia fenomenológica-existencial na clínica
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 58
Sintetizando ........................................................................................................................... 74
Referências bibliográficas ................................................................................................. 75
Unidade 4 - O plantão psicológico sob a perspectiva fenomenológica-existencial
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 78
Sintetizando ........................................................................................................................... 99
Referências bibliográficas ............................................................................................... 100
A Fenomenologia Existencial na clínica é uma das abordagens dentro do
grande e amplo campo de atuação da psicologia, tratando-se de uma linha que,
como o próprio nome "existencial" aponta, se refere a uma atitude em relação
aos seres humanos que se apresentam como um conjunto de pressupostos
que definem sua existência como "ser".
Essa perspectiva começa a ser entendida dentro do âmbito da filosofia, in-
fluenciando diversas correntes sobre a existência humana e a origem de seus
comportamentos. Portanto, dentro de uma perspectiva teórica que aponta
como o homem vive e estabelece as relações consigo próprio e com seus pares,
é uma obrigação conhecer, analisar e ter uma visão ampla da disciplina, sem
contar que as principais questões apontadas servem de base para a prática
clínica dentro do contexto da Psicologia.
Compreender como a Fenomenologia auxilia na compreensão do conceito
de saúde e doença, além da atuação profissional dentro de uma visão huma-
nista do sofrimento humano, traz um entendimento prático referente ao lugar
de psicoterapeuta e cliente. Assim, a ideia de normal e patológico é tratada na
perspectiva de quebra dos estigmas e estereótipos que cercam o papel do psi-
cólogo na prática clínica. Tal abordagem contribui para a formulação de como
é possível que um ser se relacione com outro, entendendo a comunicação a
partir da concepção do aspecto consciente.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0014542991364943
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2101004737875827
educacional
Obietivos da unidade
Tópicos de estudo
Temas fundamentais da Feno- O conceito de saúde e doença e a
menologia e Existencialismo questão do normal versus patológico
A existência humana dentro da A relação entre a saúde e a
perspectiva fenomenológica doença na fenomenologia
O ser humano e o aspecto O sofrimento psicológico
transcendental
O ser humano dentro de uma
visão integradora
•
A existência humana dentro da perspectiva fenomenológica
Evangelista, em Psicologia fenomenológica existencial: a prática psicológica à
luz de Heidegger, de 2016, afirma que homem e mundo não se separam. Qual-
quer tentativa de separação faz com que se perca a possibilidade de conhecer
de fato o humano, uma vez que não é possível conhecer o outro sem
conhecer o seu mundo. Com base nesse entendimento, a
fenomenologia faz uso da projeção, um termo da psica-
nálise. O que o indivíduo projeta no mundo está ligado
ao significado que ele representa, externalizado a par-
tir de uma concepção interna.
Figura 2. O ser aprisionado por suas crenças. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 06/08/2021.
EXPLICANDO
A escolha existencial, vista como um dos pressupostos básicos da
Fenomenologia Existencial descrita por Jean-Paul Sartre, é aquela
na qual o homem se vê diante de um dos seus maiores dilemas pois,
mesmo com uma normatização imposta por crenças e valores, há a
consciência intencional que impulsiona escolhas e traz responsabilida-
de pelas consequências.
•
O ser humano e o aspecto transcendental
De acordo com o Dicionário de Filosofia de Abbagnano (1998), a transcen-
dência é um termo que se vincula à concepção de divindade, indo para além
do ser em sua existência e ultrapassando os limites da consciência. Essa com -
preensão parte do pressuposto de que o corpo é uma substância física e que
a transcendência está ligada à alma, à natureza inteligível, sendo um aspecto
incapaz de ser explicado pela ciência psicológica, que só pode observar acon -
tecimentos que não tem explicação e que fazem parte da existência humana.
Portanto, esse termo traz a ideia de que Deus está além de todas as deter-
minações concebíveis, até mesmo do ser, da possibilidade de existência, nunca
se resolvendo no possível e com o qual a única relação que o homem pode ter
consiste na impossibilidade de alcançá-lo. Nesse sentido, o tema transcendên-
cia do ego é entendido como a superação da identificação com uma defensiva
•
Aspectos conceituais sobre a Clínica Psicológica
May, em A Psicologia e o dilema humano (2009), afirma que a fenomenologia
existencialista se desenvolve na Europa, dentro da Psicologia e da Psiquiatria. Sob
diversas ênfases, o autor ressalta que, nesse movimento de desenvolvimento da
perspectiva fenomenológica, três pontos de vista se sobressaem.
O primeiro olha de outra maneira para realidade do paciente por meio do méto-
do fenomenológico em si, algo abordado por Edmund Husserl. A segunda questão
apontada é a de que a psicoterapia baseada na fenomenologia existencial se propõe
a compreender, dentro de uma visão holística, o homem em sua totalidade.
A terceira ênfase faz uma junção das duas primeiras e tem como definição como
um termo referente à Ontologia, mas ainda pouco conhecido dentro da Psicologia.
Segundo o aristotelismo, parte da filosofia tem por objeto o estudo das proprieda-
des mais gerais do ser, a partir da infinidade de determinações que, ao qualificá-lo
particularmente, ocultam sua natureza plena e integral.
•
A fenomenologia e a psicoterapia
A fenomenologia é descrita como a forma de olhar o ser humano no mundo
a partir de como ele próprio interpreta determinados fenômenos de sua exis-
tência. Dessa forma, fazer uma relação da fenomenologia dentro da atuação
psicoterápica é importante para criar um elo entre a prática e o indivíduo, possi-
bilitando que ele se beneficie do trabalho psicológico.
Conforme descrito por Holanda (2007), o campo fenomenológico está sem-
pre em encontro com outro campo, estabelecendo uma relação dualista, em
que há a partilha de experiências e sentimentos mútuos. Contudo, deve-se ficar
claro que não há a troca de lugar, mas, sim, uma projeção em campos diferentes.
Nesse sentido, entende-se que a psicopatologia necessita de uma análise
em sua totalidade e, diante dessa realidade, a abordagem fenomenológica se
mostra como uma revolução de paradigma. Isso porque, a partir da adoção des-
sa metodologia, a doença passa a ser entendida dentro de pres-
supostos inerentes à concepção humana, buscando-se a com-
preensão da doença mental de maneira geral, o que ressalta a
importância do terapeuta e do setting terapêutico.
CONTEXTUALIZANDO
A Lei Antimanicomial n. 10.216 IBRASIL, 2001) dispõe so-
bre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental, criando as bases legais para um cuidado
que respeite os direitos humanos e busque tratar em liber-
dade, com prioridade para a rede ambulatorial de serviços.
Com relação aos hospitais psiquiátricos antes permitidos,
Antonin Artaud, escreveu em 1925 uma carta relatando o
sofrimento dos pacientes. Para ler o conteúdo dela, acesse
o site da Rede Humaniza SUS.
•
O sofrimento psicológico
O sofrimento é uma questão que permeia a humanidade, sendo observado
de diversas maneiras, com várias terminologias e formas de ser compreendido.
Uma dessas formas baseia-se em explicar a existência humana diante da veri-
ficação de que o humano possui um vazio existencial que causa solidão. Esse
vazio pode ser caracterizado como uma marca de como as pessoas são e tem
sido frequentemente uma das principais queixas presentes nos consultórios,
aliada às crescentes dificuldades de estabelecer relacionamentos duradouros
e amorosos verdadeiros.
..
• •
Figura 5. Demonstração do sofrimento em diversos contextos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 06/08/2021.
Figura 6. Conceito de si mesmo, como a pessoa se vê e na relação com o outro. Fonte: Shutterstock. Acesso em:
06/08/2021.
educacional
Obietivos da unidade
Tópicos de estudo
O diagnóstico na perspectiva Intervenções clínicas
fenomenológica-existencial A psicoterapia e a prática fenome-
O que é o diagnóstico psicológico? nológica
Etapas do diagnóstico psicológico A relação entre psicoterapeuta
O olhar do psicólogo exis- e o cliente
tencialista na compreensão do Resultados da atuação fenome-
diagnóstico nológica-existencial
Figura 1. As percepções, em geral, se dão pelos sentidos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/09/2021.
DICA
No livro O paciente psiquiátrico - esboço de uma psicopatologia feno-
menológica, Jan Hendrik Van Den Berg, um importante teórico holandês,
aponta uma perspectiva que trata uma questão importante na compre-
ensão de um fenômeno como ele aparece, fazendo uma retomada da
filosofia e da contribuição dela para o entendimento de que mente e corpo
não se separam. Tal leitura possibilita uma compreensão do processo de
adoecimento de uma pessoa e como a percepção é responsável por esse
adoeci menta.
•
Oque é o diagnóstico psicológico?
O diagnóstico psicológico aborda uma questão presente no campo da psico-
logia, procurando, por meio de uma série de ferramentas, direcionar o melhor
caminho para uma questão, como uma doença que pode ter causa mental ou
emocional. Esse conceito de diagnóstico não representa algo novo
dentro do campo da psicologia, uma vez que ele provém de
outras áreas de conhecimento, como a medicina. Men-
surar questões que justificam determinados tipos de
comportamento é um desafio, pois exige a compreen-
são da etiologia em situações específicas.
Fatores de Sintomas
risco Oque é físicos
n ~
• • • •
él
Medo de
falhar
Timidez • .. Sem
~
concentração
Aumento da
frequência cardíaca
N"W" n n. .
m
• •
Tratamentos 0
Comunicação Psicoterapia Atividades físicas
O que o indivíduo traz como pressuposto está ligado ao que é construído por
ele até então, por isso, a fenomenologia tem como objetivo auxiliar na interpreta-
ção da imagem dessa construção por meio das atitudes que baseiam a realidade
vivenciada. Compreender um fenômeno e classificá-lo como uma psicopatologia é o
primeiro passo, na perspectiva da Psicologia, quando se pensa num diagnóstico que
revela questões da existência humana, que é recheada de momentos e escolhas
que podem gerar dúvidas e levar o indivíduo a sofrer por conta de uma exigência
interna e externa.
Durante muitos anos, os estudos de psicologia compreendiam que as reações
humanas eram instintivas e, com a presença de uma perspectiva de humanização,
novos elementos se tornavam parte do cotidiano, trazendo novas formas de inter-
pretação. Aqui não se pretende tirar a importância da percepção humana e de como
ela reage às situações instintivas, mas, sim, contribuir para a compreensão de rea-
ções que acontecem porque há uma ligação direta de como o ser interpreta o fato,
algo ligado à sua experiência.
Com isso, se chega à ideia de que o comportamento humano, numa situação
aqui descrita como fenômeno, é maior que uma mera reação motivada por um as-
pecto sensorial diante de determinados estímulos, o que aponta para a investigação
de uma situação, que só ocorre quando há a compreensão de quem é esta pessoa
que se apresenta e a forma como ela lida com situações ligadas à sua existência.
•
Etapas do diagnóstico psicológico
O diagnóstico psicológico, na perspectiva fenomenológica, exige a com-
preensão de que "ser doente" se está falando, além do sentido de sua existên-
cia. Dentro da Psicologia tradicional,
uma das primeiras etapas para chegar
ao diagnóstico de uma enfermidade
compreende até que ponto a enfer-
midade interfere na capacidade do
indivíduo de lidar com situações coti-
dianas, identificando os sintomas e a
evolução deles na vida do paciente.
Quando há a presença de uma si-
tuação que causa uma desorganização
de personalidade, o indivíduo pode
desenvolver um quadro de angústia
perante aquela situação, causando uma tensão que, além de questões emo-
cionais, leva a alterações físicas que submetem o restabelecimento do estado
de saúde do indivíduo a uma avaliação, o que requer um método investigativo
para garantir uma indicação segura e eficaz.
Ao procurar a psicoterapia, o paciente possui uma necessidade existencial
de compreensão, questão que aponta para uma conexão a ser esclarecida
numa realidade referente ao próprio paciente, dada a situação de sofrimen-
to observada. Na atualidade, o método fenomenológico é descrito como um
recurso que se aprimora diante das limitações das demais visões dentro da
Psicologia, no sentido de apresentar técnicas e procedimentos que aliviam as
causas das aflições humanas.
Vale lembrar que o diagnóstico vai além de um método avaliativo com apli-
cação de ferramentas e procedimentos, pois cada paciente é um ser único e,
por isso, deve ser olhado dentro de suas particularidades e peculiaridades. Ter
conhecimento das etapas de um diagnóstico é importante para assegurar, por
parte do profissional, uma efetividade na forma de levantamento de uma hipó-
tese, o que envolve um processo pelo qual o indivíduo é colocado numa con-
dição de avaliação que por si só causa uma fragilidade, posto que a avaliação
mexe com estruturas intactas ou emergentes.
•
O olhar do psicólogo existencialista na compreensão
do diagnóstico
A personalidade é o ponto central dos estudos da psicologia, seja qual a
linha de abordagem. Assim, entender seu funcionamento ajuda a determinar
os pontos interpretados e levados em consideração numa intervenção sobre
o que leva o indivíduo a adoecer. Ao profissional que atua numa perspectiva
fenomenológica, se faz necessário compreender que tipo de funcionamento
o paciente tem ao procurar um tratamento. O método fenomenológico é em-
pregado na tentativa de fazer com que o profissional compreenda o fenômeno
para além do entendimento do senso comum, que entende como fenômeno
qualquer coisa que aparece.
•
A psicoterapia e a prática fenomenológica
Ao abordar a psicoterapia e a prática fenomenológica, se faz necessário pen-
sar sobre pontos importantes, em especial no que diz respeito às eventuais di-
ferenças entre a psicoterapia em outras perspectivas e linhas de abordagem da
prática fenomenológica Tal questão é complexa, assim como a prática fenome-
nológica, no sentido de abordar um dos principais aspectos levantados pela psi-
cologia tradicional, visto que a neutralidade na relação com o outro deve existir
como principal característica de efetividade num trabalho psicológico. Na práti-
ca fenomenológica existencial não existe neutralidade, uma vez que o encontro
existencial de terapeuta e paciente se trata de um momento de troca e de víncu-
lo que se estabelece e, como na própria psicanálise, isso não consiste em atuar
na contratransferência, pois esse aspecto se relaciona à empatia.
CONTEXTUALIZANDO
A ontologia se refere ao processo de reflexão de uma forma abrangente
do ser, numa perspectiva em que ele pode ter outras existências, não sen-
do algo limitado e se opondo a uma questão física que limita a existência
humana. Um dos precursores desse termo dentro da filosofia foi o filósofo
alemão Martin Heidegger.
Conceitualização
Modelos
Ontologia
Figura 5. A ontologia surge da perspectiva de que não há uma explicação única. Fonte: ISOTANI; BITTENCOURT, 2015 .
•
A relação entre psicoterapeuta e o cliente
Um ponto importante a se pensar é que tal relação acontece numa pers-
pectiva interpessoal e que muitas intervenções só têm êxito de acordo com
a qualidade da relação. A primeira questão levantada na intervenção está
em compreender o que motiva a pessoa, descrita como paciente ou cliente,
na busca por um profissional que possa direcioná-lo para um caminho de
descobertas rumo à mudança esperada. A segunda questão diz respeito ao
conhecimento do método que o profissional tem como premissa, já que as ex-
pectativas da linha de abordagem são diferenciais, assim como o profissional,
que deve ter domínio da linha de atuação, a fim de que o paciente se dê conta
de que estar ali representa um encontro existencial entre terapeuta e cliente.
Com base nesses aspectos, o que se pretende abordar é que a
relação terapêutica tem um caráter fundamental para o resulta-
do de todo o processo psicoterápico. Em muitos ca-
sos, há uma negligência por parte do profissional
em não compreender o que o paciente traz como
sofrimento e tal atitude impacta na relação, que
é essencial para desfechos positivos dentro do
método fenomenológico.
Figura 6. O papel do terapeuta é interpretar e traduzir o que o paciente traz. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 10/09/2021.
ASSISTA
Ofilme Um homem sério, lançado em 2009 e dirigido por Joel e Ethan
Coen, traz questões que apontam para os conflitos existenciais. O filme
traz a história de um homem que enfrenta muitas angústias, vive em crise
por diversos fatores que acompanham a sua vida - como o relacionamen-
to com os filhos, a esposa e o trabalho - e, na busca da resolução de seu
conflito existencial, procura várias explicações.
•• • ••
educacional
Obietivos da unidade
Tópicos de estudo
A clínica e o cuidar O tempo e o espaço
O que é o cuidar dentro da prá- O contexto de desenvolvimento
tica fenomenológica-existencial A existência humana e o seu
Quais as principais caracterís- tempo
ticas da clínica fenomenológica-
-existencial O outro e a fala
A escuta sem julgamento
A situação existencial O dilema em ser o outro
O conflito existencial
A visão dimensional do ser
•
O que é o cuidar dentro da prática fenomenológica-
-existencial
O cuidar dentro da Psicologia é o pri nci pai aspecto dessa profissão, uma
vez que se busca apontar e encontrar um método de intervenção que ga -
ranta o olhar para essa questão. Nesse sentido, ter uma percepção de to-
talidade institui um aspecto básico dentro dessa abordagem, que é o de
compreender a existência humana e trazer uma concepção do que é acolher
o sofrimento humano.
Enfoque
fenomenológico-
existencial
DICA
"Ser-no-mundo" é uma das principais ideias presentes nas obras de
Martin Heidegger, que aponta para questões da existência humana ao
trazer várias concepções sobre quem é uma pessoa, analisando tais
concepções a partir da relação construída com outras pessoas.
ASSISTA
O filme Para sempre Alice traz a história de Alice, uma professora que,
aos 50 anos, é diagnosticada com a doença de Alzheimer de início pre-
coce. Ela vive um período muito importante da sua vida, que muda de
uma forma inesperada com o diagnóstico. Por isso, é necessário enten-
der que o acometimento por uma doença, seja ela qual for, representa
uma condição que se traduz num impacto para a pessoa e para quem a
cerca, como familiares, amigos ou colegas de trabalho.
•
A visão dimensional do ser
A ontologia dimensional traz elementos fundamentais da antropologia
heideggeriana e de seu caráter de fundamento para a humanização das
ciências. Esse método proporciona uma perspectiva de apresentar a pessoa
em sua unidade-totalidade, fundada, integrada e garantida dentro de uma
análise existencial.
•
O tempo e o espaço
O tempo é uma questão muito complexa de ser definida, em especial se a
definição se relaciona à suposição de que a vida necessita de uma compreen-
são num espaço, ou seja, a existência humana é marcada pelo processo de
existência dentro de um tempo e um espaço. A acepção do que é o tempo está
presente dentro da Psicologia, dado o discurso voltado ao tempo que cada ser
possui. Assim, se faz necessário compreender o momento de cada pessoa ao
procurar um atendimento.
O tempo é deliberado pela temporalidade e pela transitoriedade, porém, há
uma necessidade de definição de valores para compreender o tema da transi-
toriedade e temporalidade como condições existenciais para a configuração de
sentido, relacionando as categorias de valores à realização de sentido nas prin-
cipais dimensões da experiência humana, além de refletir sobre a possibilidade
de constituir sentido nas situações limites da existência. Esse tempo reflete
muito do que o indivíduo vive, pois o momento atual tem uma representação
significativa dentro da existência, se interligando ao contexto histórico e aos
fatores que o compõem.
O espaço é outro aspecto que permeia o campo da psico-
logia, tendo uma representação muito importante dentro da
existência humana e sendo também interligado ao tempo,
pois é preciso analisar o lugar em que a pessoa se insere e cuja
influência é primordial na formação humana. O tempo
não para e, com isso, é fundamental ter uma noção de
como o ser humano acompanha tal mudança, tendo
em vista o que há de permanente nos seres huma-
nos, independente do ciclo vital. Em síntese, as trans-
formações causadas pelas mudanças no tempo e no es-
paço se tornam presentes nessa visão de mundo.
•
O contexto de desenvolvimento
O desenvolvimento humano é uma das áreas da psicologia mais importan-
tes pois, quando se pensa em desenvolvimento, é preciso compreender que
o indivíduo se forma por meio de diversas influências. Nesse sentido, para
interpretar a concepção de ser, se faz necessário compreender que, numa
perspectiva biopsicossocial, o ser humano evolui e tem influência direta na
própria existência.
A personalidade é moldada ao longo do desenvolvimento humano, haja
vista que uma das características da personalidade é o seu amadurecimento.
Sendo assim, o desenvolvimento humano é dinâmico e a personalidade tam-
bém requer esse dinamismo, assim como a compreensão, a partir da busca
de sentido, do processo de amadurecimento da personalidade.
Confiança X desconfiança
(até o primeiro ano de idade);
•
A existência humana e o seu tempo
Como não é uma tarefa fácil distinguir o contexto em que se dá o desen-
volvimento, tal distinção só é possível quando há uma definição do que se é
e como essa questão interfere na forma como uma pessoa pensa e como sua
existência se dá por meio da compreensão do tempo em que ela acontece.
Tempo e contexto são questões interligadas, logo, olhar para a concepção
humana equivale a se dar conta de muitas situações que fogem da explicação
da psicologia.
Compreender o aspecto transcendental, nesse momento, ajuda a traçar ob-
jetivos que contribuam para a existência humana. Essa questão não é fácil de
ser respondida, embora exija compreensão, uma vez que o profissional que se
propõe a atuar nessa linha precisa se dar conta de qual é o seu papel na atua-
ção com o outro, que é descrita como um encontro existencial que se concebe
numa relação intersubjetiva, de realidades diferentes, mas de vivências muito
próximas, cujo encontro possibilita o exercício da empatia, que também não é
fácil de ser exercida.
A atuação fenomenológica existencial pressupõe um contato com a realida-
de do outro, denominada consciência, mas que, como já exposto, pressupõe,
dentro do método fenomenológico, uma substituição pela palavra percepção,
uma vez que a interpretação de um fenômeno parte da sua percepção. Essa
realidade tem uma ligação direta com o contexto e o tempo de inserção da
pessoa, por meio da qual é possível promover uma reflexão no indivíduo, em
uma perspectiva que alcance resultados positivos, fazendo com que o indiví-
duo olhe de forma mais aprofundada para certas situações.
Ao falar sobre as impressões, está se aludindo à maneira como cada pessoa
enxerga sua existência da sua forma, conhecimento construído de forma ime-
diata por meio da realidade, que está ligada à experiência atual, mas que tem
relação com o que é construído por meio dos sentidos.
•
O dilema em ser o outro
Uma das questões mais estudadas pela fenomenologia existencial se refere
ao dilema humano que é marcado por uma concepção diferente do que se é
e de onde se pretende chegar. Para a maioria dos teóricos, a psicologia, como
ciência humana que se propõe a enxergar a realidade dessas pessoas, deve
pensar sobre isso, lembrando que uma pessoa que se vê diante de um dilema
é um ser em sofrimento por conta de algum tipo de sensação desagradável. O
dilema está associado à existência humana e, nesse contexto, May (2000, p. 23)
conceitua que:
O dilema humano é aqui lo que se origina da capacidade de um ho-
mem para senti r a si mesmo simu lta neamente como sujeito e como
objeto. Ambas as ca pacidades são necessárias, para a ciência, para
a psicologia e pa ra a vida.
Portanto, toda ação revela uma intenção e, por isso, um ato, mesmo que
acidental, é sucedido por uma consequência. Ser livre é uma das possibilidades
que o ser tem, mas tal liberdade, por vezes, causa uma ambiguidade de pensa -
mento que se transforma em dilema, o que significa que a liberdade humana é
cercada por dilemas que interferem nas escolhas. Tal ideia remete à concepção
de que o dilema é algo presente no desenvolvimento.
educacional
Obietivos da unidade
Tópicos de estudo
Noções básicas sobre o acon-
selhamento psicológico em insti-
tuições
Aconselhamento na saúde
Aconselhamento psicológico
durante a pandemia de Covid-19
Figura 1. Matemático e filósofo alemão Edmund Husserl. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em: 13/10/2021.
Espaço clínico
-.l.,
Tempo limitado
ASSISTA
No aconselhamento psicológico, a abordagem centrada
na pessoa foi desenvolvida por Carl Rogers, tendo como
foco o indivíduo. Para saber mais, assista ao vídeo Carl
Rogers Aconselhamento Psicológico, no qual o autor
debate junto a outros autores a temática.
•
Aconselhamento na saúde
Diante da literatura, pode-se encontrar diferentes definições do aconselha-
mento psicológico, inicialmente como um campo delimitado por suas origens
educacionais e organizacionais, com forte influência da teoria das característi-
cas e fatores, e que tem sido aplicado em diversos contextos, inclusive na saú-
de pública. Entre as várias definições, encontram-se expressões como relacio-
namento de ajuda, tecnologia de atendimento, relacionamento interpessoal,
relacionamento com o cliente e profissional.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aconselhamento se baseia
na criação de relações e condições favoráveis para que as pessoas possam ava-
liar seus problemas e tomar decisões. Para o Ministério da Saúde, é uma escu-
ta ativa, individualizada e centrada no cliente, que pressupõe a capacidade de
construir relações de confiança entre interlocutores, cujo objetivo é poupar os
recursos internos do cliente para que ele próprio tenha a oportunidade de se
reconhecer como sujeito da sua própria saúde e transformação.
Portanto, o aconselhamento em saúde implica esclarecer certos aspectos
do estado de saúde do cliente, para que possa tomar decisões sobre sua saú-
de e tratamento, estando ciente de seus limites e potencialidades, a fim de
lutar por maior autonomia e crescimento pessoal diante dos problemas aos
quais está exposto. Depende do especialista que desenvolve o aconselhamen-
to, que nem sempre é exclusivamente o psicólogo; pode ser, por exemplo, o
enfermeiro e os agentes comunitários de saúde que acompanham o cliente
nesse processo, oferecem suporte emocional e querem apoiá-lo no dia a dia,
nas dificuldades relacionadas à doença.
2º 3º
Passo Passo
•
Aconselhamento psicológico durante a pandemia da
Covid-19
O aconselhamento faz parte do acompanhamento regular de psicólogos du-
rante esta pandemia de Covid-19, uma vez que as pessoas temiam o estresse e a
ansiedade durante a quarentena nessas circunstâncias. Diante disso, é responsa-
bilidade dos profissionais experimentar dicas eficazes para controlar a fobia do
vírus. Nessa pandemia, as pessoas pensaram que durante uma gripe normal ou
tosse e resfriado poderiam estar com algo mais grave, podendo acarretar morte.
Conforme apontado por Pratima Murthy, professora do NIMHANS, a pandemia
influenciou parcial ou imparcialmente a opinião de todos, uma vez que existem
muitas informações sobre a situação de disseminação e eclosão do vírus.
1. É uma situação normal se você seguir as medidas preventivas. Não há motivo para pânico.
Assuma o controle da pressão e da depressão por meio de ioga, meditação e melhore seu
bem-estar e saúde mental.
2. Proteja a si mesmo e a comunidade com aspectos positivos da vida, como uma agenda de traba-
lho lotada, aproveite para passar o tempo com sua família. Ajude as pessoas que realmente são.
3. Em alguns casos, assistir às notícias sobre a Covid-19 o tempo todo pode ser perigoso. Por-
tanto, essa prática deve ser minimizada em relação ao surto, visto que se trata de informações
deprimentes que geram mal-entendidos entre as pessoas.
5. Participe de um estilo de vida saudável, como cuidar do jardim, ler livros, assistir filmes e ou-
tras atividades que desejar.
•
Definição do plantão psicológico
O plantão psicológico surge como uma modalidade de atendimento, desen-
volvido pelo Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP), do Instituto de Psi-
cologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), em 1969. O serviço foi elaborado
para clientes que buscavam atendimento, sendo representado como uma alter-
nativa às longas filas de espera. O SAP foi introduzido em um momento de luta
pelo reconhecimento da profissão da psicologia no Brasil e com o advento da
psicologia humanística no país, proposta pelo psicólogo americano Carl Rogers.
Também conhecido como a "terceira força", o serviço surge para abordar ten-
dências psicológicas atuais sobre como combater a psicanálise e o behaviorismo.
Esse fato serviu de ímpeto para cientistas e profissionais em busca de al-
ternativas às teorias e práticas tradicionais, o que nos levou a adotar um novo
modelo clínico de psicologia para acreditar. O plantão psicológico é baseado
no modelo de aconselhamento psicológico proposto por Carl Rogers, o qual
estava inicialmente relacionado ao exame da personalidade por meio de testes
psicológicos. No entanto, Rogers começou a questionar esse modelo de acon-
selhamento a partir de sua prática, e sugeriu uma mudança de perspectiva
passando a dar importância ao cliente e não ao problema, à relação e não ao
instrumento de avaliação, ao processo e não ao resultado.
Rogers não se concentrou apenas na técnica e se voltou para as possibilida-
des da relação de ajuda, diante disso, mudou-se para não se limitar apenas à
prática clínica tradicional (psicoterapia), e seguiu o caminho do aconselhamen-
to psicológico. Ele não se limitou à prática clínica. Ouvindo as questões sociais e
reformulando esse campo a partir das questões, foi possível retornar a outros
contextos que também demandavam ajuda: escolas/educação, grupos, confli-
tos sociais, empresas.
•
Objetivos e desenvolvimento da prática no plantão
psicológico
No plantão psicológico, o objetivo principal é o atendimento emergencial à
questão. Há uma proposta muito semelhante ao do aconselhamento psicológi-
co, embora essa prática tenha sido desenvolvida a partir de um contexto. Nem
sempre entendida como uma atividade clínica, essa prática se inspira na pro-
posta de atendimento clínico de curta duração, fora do quadro consultivo, pro-
posta por Morato (1999), possibilitando um tipo de atendimento emergencial
que funcione sem necessidade de programação, voltado para as pessoas que
eles usam de forma espontânea, buscando ajuda para problemas emocionais.
A entrevista do plantão visa facilitar ao cliente o esclarecimento da natureza
de seu sofrimento e de seu pedido de ajuda; o tipo de elaboração e o nível de
elaboração alcançado, nesta primeira entrevista, são os critérios norteadores
das possíveis consequências deste primeiro encontro.
O atendimento psicológico na oferta de plantão pressupõe a necessida-
de de disponibilizar o profissional de psicologia (ou plantonista ou estagiário
sob supervisão de um profissional) a determinada comunidade ou instituição
por períodos determinados ou ininterruptos. Esse atendimento pode ser em
uma única reunião ou distribuído a outras pessoas, dependendo da neces-
sidade de quem busca ajuda. O que define a mudança é a não delimitação
ou sistematização dessa oferta de ajuda, de forma que o profissional esteja
disponível para "atender o outro em uma emergência", oferecendo suporte
emocional, espaço para expressão de sentimentos, bem como a possibilidade
de reorganização psíquica. O Quadro 3 apresenta a diferença entre o plantão
e a psicoterapia tradicional.
Psicoterapia Plantão
O processo terapêutico que visa ampliar o O plantão pressupõe que quem busca ajuda pode
campo perceptivo do paciente, ajudando-o compreender melhor seu problema e sua situação
a adquirir uma visão mais ampla do imediata, e o profissional de psicologia deve estar
mundo, tendo como foco principal os disponível para explorar possibilidades de solução
problemas ou transtornos do indivíduo. do problema, sempre com atitude de interesse no
A partir dessa visão, uma mudança na problema, em relação a ouvir abertamente, com
percepção é fundamentada, fazendo respeito positivo uns pelos outros e pelo que é
com que o sujeito tenha capacidade em relatado. A assistência prestada no plantão pode
perceber e compreender o que aconteceu assumir a forma de acolhimento, compreensão
ao seu redor. A psicoterapia, portanto, da queixa, prestação de informações, mas
auxilia as pessoas a encontrar maneiras também como espaço de escuta e reinterpretação
de se relacionar consigo e com tudo que de atitudes. Posteriormente, essa pessoa
envolve o seu meio, de maneira mais pode ser encaminhada para outros serviços e
positiva e saudável. especialidades.
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A atuação do aconselhador no plantão psicológico
O plantão surgiu por meio do pressuposto de dever de ouvir as demandas so -
ciais e propor novos modelos, para atender demandas urgentes. A partir dessas
experiências, começou-se a repensar a origem das tensões, conflitos e crises de
pessoas e indivíduos nas várias situações das relações humanas. O atendimento
psicológico em uma abordagem fenomenológica humanística pode servir tanto
para aliviar a ansiedade quanto para servir como serviço de emergência.
Uma emergência pode variar desde o risco de autodestruição até um colapso
emocional, com alguém com fortes laços emocionais. Esse tipo de atendimento
pode ajudar a melhorar a saúde pública em termos de apoio psicológico. Esse
formato de cuidado pode ser entendido como clínico e investigativo, uma vez
que busca esclarecer a queixa com quem faz a reclamação, o que não só favore-
ce a aceitação de seu sofrimento psíquico/existencial, mas também o auxilia no
enfrentamento da situação e cria oportunidades de esclarecimento e confronto.
Chaves e Henriques (2008) defendem o plantão psicológico como uma for-
ma de intervenção psicológica que acolhe a pessoa no exato momento de sua
necessidade, ajudando -a a enfrentar a dificuldade, tomando consciência de
seus limites e descobrindo seus recursos, até então desconhecidos. Essa ação
psicológica é entendida como o atendimento psicológico: por meio do plantão
psicológico, a escuta se apresenta como uma abertura para compreender o
Figura 3. ProVida: banner do plantão psicológico online como suporte ao agravamento das demandas em saúde
mental no cenário da pandemia, proposto pela plataforma Plantão Coronavírus, pela Secretaria Executiva de Políticas
de Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará. Fonte: Ceará, 2021.
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Plantão psicológico no ambiente hospitalar
O plantão psicológico apresenta-se como uma alternativa às intervenções
clínicas tradicionais, decorrente de uma percepção da necessidade de amplia-
ção dos serviços disponíveis à população e, também como um questionamento
em relação aos modelos padronizados de atendimento psicológico em vigor
nas instituições de saúde.
A proposta de compreender a afetividade da modalidade aplicada ao con-
texto de uma policlínica, a partir da vivência dos clientes, que no caso eram os
próprios funcionários, conseguiu entender os elementos psicológicos presen-
tes na relação guarda-cliente e um breve olhar sobre a relação cliente-institui-
ção, que permite uma análise da abrangência do campo em questão.
O conceito de emergência emocional pressupõe uma reflexão em relação à
existência de elementos subjetivos em cada pessoa que busca ajuda psicológi-
ca. No serviço de psicologia, em particular, essas dimensões parecem se fundir
no tema da emergência emocional de cada pessoa, ou seja, para
alguns, a emergência pode ser uma briga com o namorado, en-
quanto, para outros, é uma tentativa iminente de
suicídio. Cabe ao cliente definir sua emergência
existencial, como cabe também ao profissional
acolher e compreender esse momento especial
em que o cliente deseja refletir com alguém so-
bre um aspecto pessoal.
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QUADRO 4. RELAÇOES INTERPESSOAIS
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Essa aceitação incondicional por parte do terapeuta faz com que o cliente perceba essa
disponibilidade e se sinta compreendido e respeitado como pessoa. Desta forma, emergem
sentimentos que não foram expressos anteriormente, permitindo ao cliente uma maior com-
preensão de suas dificuldades, problemas e mundo interno.
A empatia é um termo terapêutico essencia l e tornou-se a chave para mudar o processo te-
rapêutico. A natureza da terapia rogeriana seria baseada na empatia não diretiva expressa na
atitude do terapeuta. Por meio da compreensão empática, a visão incondicionalmente positiva
no contexto de congruência é transfer ida para o cliente.
Autenticidade é sinônimo de congruência, harmonia, coerência entre o que o indivíduo pen-
sa, o que sente e seu comportamento. Esse conceito refere-se ao estado de concordância que
existe entre a experiência e sua representação na consciência do indivíduo "normal", isto é,
funciona ndo corretamente.
Fonte: ROGERS, 1995, n. p. (Adaptado).