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Matemática
PROFESSOR
Dr. Ricardo Cardoso de Oliveira
FICHA CATALOGRÁFICA
http://lattes.cnpq.br/1827765984672389
LÓGICA MATEMÁTICA
Caro(a) aluno(a), você deve saber que a Matemática é uma ciência que pauta os co-
nhecimentos que denominamos de abstratos e concretos. Sabemos que a Matemática
busca situar, de modo estruturado e claro, conceitos e técnicas para a compreensão de
diversos fenômenos e situações. Por exemplo, entre os tópicos de estudo da Matemá-
tica, estão os números e operações, as estruturas algébricas, as formas geométricas,
a probabilidade, a análise de dados e outros. Apenas observe o seu redor e analise:
onde a Matemática está inserida? Agora, analise além e tente responder as perguntas:
o que fundamenta tudo isso? Como tudo isso faz sentido?
“Isso tudo” faz sentido e é fundamentado porque a Matemática é construída a partir
da lógica. A Lógica discute o uso do raciocínio em alguma atividade e ela é a disciplina
tida como normativa e do raciocínio válido, sendo denominada de lógica formal. Essa
lógica formal é baseada na validação de um argumento, com base em leis, e não pelo
seu conteúdo.
Prezados(as) alunos(as), vamos raciocinar um pouco. O que é um número primo?
Quando dois números são primos entre si? Por que a raiz quadrada de dois é um
número irracional? Aliás, o que é um número irracional? Por que o determinante de
uma matriz Perceba que, quando efetuamos questionamentos matemáticos, as res-
postas corretas a esses questionamentos precisam ser bem fundamentadas e que
quase sempre a resposta é fruto de uma argumentação. Agora, como proceder essa
argumentação? Ou ainda, como provar, a partir de proposições verdadeiras, que um
argumento é válido? Nesse sentido, a disciplina de Lógica Matemática possibilitará a
você, caro(a) aluno(a), criar bases e estruturas para tal. Você será apresentado(a) a um
arsenal de informações que fundamenta, por exemplo, todo o curso de Cálculo Dife-
rencial e Integral, todo o curso de Geometria Analítica e Álgebra Linear.
Ao longo deste curso, vamos começar pelo básico, definindo as estruturas lógicas
(lógica simbólica) e passando para a lógica formal, que é quando faremos uso da infe-
rência puramente formal e pautada em regras. Os conteúdos que abordaremos neste
material são de extrema importância à Matemática e, também, às demais áreas do
saber, como, por exemplo, programação e em tecnologia da informação.
Diante do exposto, você se sente preparado(a)? Quais são as dificuldades que você
considera menos familiares diante do seu histórico de conhecimento e interações pro-
fissionais? Você, enquanto aluno(a), qual resgate consegue fazer? Você já tinha pensado
no quanto essas questões apontadas e abordadas se relacionam e no quanto elas estão
presentes no seu futuro como professor de Matemática?
Por exemplo, como podemos provar que a hipotenusa de um triângulo retângulo
isósceles e com catetos unitários é um número irracional? Aliás, como provar que esse
número é irracional? A demonstração por contradição é a chave dessa demonstração.
Assim, espero encontrá-lo(a) disposto(a) a discutir problemas que, num primeiro mo-
mento, podem parecer sem sentido ou fora de contexto. Espero encontrá-lo(a) dispos-
to(a) a manter a objetividade em aprender. Espero, muito, encontrá-lo(a) disposto(a) a
promover a transformação no cenário em que você atua. E aí, bora?
RECURSOS DE
IMERSÃO
REALIDADE AUMENTADA PENSANDO JUNTOS
Sempre que encontrar esse ícone, Ao longo do livro, você será convida-
esteja conectado à internet e inicie do(a) a refletir, questionar e trans-
o aplicativo Unicesumar Experien- formar. Aproveite este momento.
ce. Aproxime seu dispositivo móvel
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex- EXPLORANDO IDEIAS
plore as ferramentas do App para
saber das possibilidades de intera- Com este elemento, você terá a
ção de cada objeto. oportunidade de explorar termos
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
RODA DE CONVERSA
1
9 2
45
CONECTIVOS EQUIVALÊNCIA
LÓGICOS E IMPLICAÇÕES
E TABELA LÓGICAS
VERDADE
3
91 4 133
MÉTODOS DE QUANTIFICADORES
INFERÊNCIA E LÓGICA DE
PREDICADOS
5
173
O PRINCÍPIO DE
INDUÇÃO FINITA
1
Conectivos
Lógicos e Tabela
Verdade
Dr. Ricardo Cardoso de Oliveira
Nas aulas de Matemática do ensino fundamental, é certo que você tenha estudado
sobre a tabuada. Ela é obtida por meio da multiplicação de um número inteiro
pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, ... A sequência de resultados ob-
tidos por meio dessa multiplicação é denominada de múltiplos de um número.
Por outro lado, em matemática, dizemos que um número inteiro, digamos x, é
múltiplo de um outro número inteiro, digamos y, sendo esse diferente de zero,
quando a divisão de x por y for exata. Nessa condição, podemos afirmar que o
número y é um divisor do número x. Daí, para verificar a divisibilidade de núme-
ros inteiros, basta efetuar a divisão e verificar se ela é ou não exata. Contudo, essa
etapa torna-se demasiadamente trabalhosa e, é natural, a pergunta: será que existe
algum critério ou padrão para verificar a divisibilidade de um número por outro?
Os critérios de divisibilidade dos números inteiros estão baseados no algorit-
mo euclidiano da divisão. Você deve se lembrar que um número é divisível por
outro, não-nulo, quando o resto da divisão é zero. Para não efetuarmos o processo
de divisão, existem alguns critérios de divisibilidade que permitem verificar rapi-
damente se um número inteiro é divisível por outro número inteiro, sem ter que
efetuar a divisão. Por exemplo, um número par é divisível por 2. Um número é
divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível
por 3. Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número
formado pelos dois últimos algarismos da direita é divisível por 4. Um número é
divisível por 5 quando o algarismo das unidades é 0 ou 5. Para ser divisível por 6,
o número precisa ser divisível por 2 e por 3. Quero que você coloque um pouco
de atenção na maneira que se dá o critério de divisibilidade por 4, 5 e 6. Você
percebe que o uso dos conectivos E e OU faz toda a diferença?
Esses critérios de divisibilidade estão relacionados entre si por meio de
padrões e/ou regularidades. Diante desse fato, quero que você me ajude a
criar outros critérios de divisibilidade.
Vamos iniciar com o critério de divisibilidade por 12. Note que o número 780
é divisível por 12, pois ele é divisível por 3 (confira!) e por 4 (confira, também!).
Por outro lado, o número 870 não o é. Embora, seja um número divisível por 3,
não é divisível por 4. Verifique se os números 1672 e 1200 são divisíveis por 12.
Será que existe algum padrão para o critério de divisibilidade por 12?
Agora, vamos analisar se conseguimos criar um critério de divisibilidade por
25. Observe que os números 400, 525, 850 e 1075 são todos divisíveis por 25,
ao passo que o número 615 não o é. Verifique a veracidade dessa última frase!
10
UNICESUMAR
Aproveite e verifique, também, que 1200 é um número divisível por 25 e que 1528
não o é. Será que existe algum padrão para o critério de divisibilidade por 25?
Você deve ter percebido que, para ser divisível por 12, um número inteiro pre-
cisa ser divisível por 3 e por 4. Note aqui que usei o conectivo E que é conhecido
como conjunção. Dessa forma, para ser divisível por 12 é necessário ser divisível
pelos números três e quatro. Já para a divisibilidade por 25, você deve ter notado
que o número inteiro deve ter os dois algarismos finais terminados em 00, 25, 50
OU 75. Observe que fiz uso de um conectivo conhecido como disjunção. Dessa
forma, basta o número ter os dois algarismos finais terminados em 00, 25, 50 ou
75 que teremos os resultados satisfazendo esse critério.
Use o seu Diário de Bordo para anotar as primeiras impressões sobre os
conectivos lógicos e sobre como a disciplina de lógica poderá te auxiliar ao
longo das disciplinas específicas do curso de matemática. Escreva livremente
o que você entendeu, tendo como base os exemplos apresentados e os aspec-
tos importantes para a sua solução.
11
UNIDADE 1
12
UNICESUMAR
NOVAS DESCOBERTAS
13
UNIDADE 1
CONECTIVOS LÓGICOS
P Q P∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F
A conjunção (∧) é lida como “e” e pode ser expressa em palavras como: mas,
todavia, contudo, no entanto, enquanto, embora, além disso, visto que.
Considere que P e Q sejam duas proposições, a disjunção das proposições
P e Q, denotada por P ∨ Q , é uma nova proposição que assume valor lógico
verdadeiro somente quando P ou Q forem verdadeiras simultaneamente, não
necessariamente simultâneas. A disjunção (∨ ) é lida como “ou” e a sua tabela
verdade é mostrada na Tabela 2.
P Q PQ
V V V
V F V
F V V
F F F
14
UNICESUMAR
P Q PQ
V V V
V F F
F V V
F F V
Alencar Filho (2002) afirma que uma condicional P → Q não afirma que o
consequente Q se deduz ou é consequência do antecedente P. Dessa maneira,
nas condicionais “Se 5 é um número ímpar, então Natal é uma cidade” e “Se
Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, então o dobro de três é oito” não
estão a afirmar, de modo nenhum, que o fato de “Natal ser uma cidade” se deduz
do fato de “5 ser um número ímpar” ou que a proposição “o dobro de três é oito”
é consequência da proposição “Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro”. De
acordo com Gerônimo e Franco (2006), o que uma condicional afirma é unica-
mente uma relação entre os valores lógicos do antecedente e do consequente de
acordo com sua tabela verdade.
Sejam P e Q duas proposições, a bicondicional das proposições P e Q, denotada
por P ↔ Q , é uma nova proposição que assume valor lógico verdadeiro somen-
te quando P e Q forem verdadeiras ou P e Q forem falsas. A condicional (↔) é
15
UNIDADE 1
lida como “se ... e somente se”, “P bicondiciona Q” e sua tabela verdade é apre-
sentada na Tabela 4.
P Q PQ
V V V
V F F
F V F
F F V
Tabela 4 – Tabela verdade do conectivo bicondicional \ Fonte: o autor.
P Q P Q
V V F
V F V
F V V
F F F
O latim tem duas palavras diferentes correspondentes aos dois sentidos distintos
da palavra “ou” na linguagem comum. A palavra latina “vel” exprime a disjunção
no seu sentido débil ou inclusivo, ao passo que a palavra “aut” exprime a dis-
junção no sentido forte ou exclusivo (ALENCAR FILHO, 2002).
Agora, considere que seja dada uma proposição P, podemos escrever outra pro-
posição ~ P (lê-se “não P”), denominada negação de P. O valor lógico de ~ P é o
oposto do valor lógico de P. A tabela verdade da negação é apresentada na Tabela 6.
16
UNICESUMAR
P ~P
V F
F V
O conectivo da negação não liga duas proposições, mas nega a afirmação da pro-
posição que o precede. Trata-se de um conectivo unitário, enquanto os demais
são binários, pois ligam duas proposições.
Dependendo do autor e/ou livro de lógica matemática que podemos fazer con-
sulta, é possível fazer uso de outros símbolos para os conectivos lógicos. Por exemplo,
é comum fazer uso do símbolo ¬ para a negação. Os símbolos • e & são emprega-
dos para a conjunção. E, ainda, o símbolo ⊃ pode ser empregado para a condicional.
17
UNIDADE 1
Caro(a) estudante, vamos analisar alguns exemplos para facilitar a sua compreen-
são sobre o uso dos conectivos lógicos.
Exemplo 2
Considere a proposição “João lê, mas não escreve bem”. Nessa proposição, o
conectivo lógico é
a) disjunção inclusiva.
b) disjunção exclusiva.
c) condicional.
d) bicondicional.
e) conjunção.
Solução: A proposição composta “João lê, mas não escreve bem” é formada pelas
seguintes proposições simples “João lê” e “não escreve bem” que, por sua vez, são
ligadas pelo operado conjunção (mas). Logo, alternativa E.
Exemplo 3
b) P Q R
c) P Q R
d) P
e) P ∧ Q
18
UNICESUMAR
Solução: Temos que a oração “uma matriz de ordem quadrada é a matriz em que
o número de linhas é igual ao número de colunas” é uma proposição simples.
Logo, sua representação não faz uso de conectivos lógicos e sua representação,
em termos lógicos, é P, pois denota apenas que é uma proposição e responde à
questão a alternativa D.
Exemplo 4
19
UNIDADE 1
Exemplo 5
b) P
c) P ∧ Q
d) P ∨ Q
e) P → Q
20
UNICESUMAR
Exemplo 6
b) Se 5 = 3 , então 6 3 2 .
c) Ou 3 2 1 ou 4 1 8 .
d) Se 7 3 4 , então 4 2 7 .
2 3
e) 4 = 16 se, e somente se, 8 =2 .
4
Solução: Segue que 2 = 16 assume valor lógico V e 2 3 5 assume valor-ló-
4
gico V e, dessa maneira, a proposição composta “ 2 = 16 e 2 3 5 ” assume
valor lógico V.
5 = 3 assume valor-lógico F e 6 3 2 assume valor-lógico V e, dessa ma-
neira, a proposição composta “Se 5 = 3 , então 6 3 2 ” assume valor-lógico
V.
3 2 1 assume valor-lógico V e a proposição 4 1 8 assume valor-lógico
F. Desse modo, a proposição “Ou 3 2 1 ou 4 1 8 ” assume valor-lógico V.
7 3 4 assume valor-lógico V e 4 2 7 assume valor-lógico F e, des-
sa maneira, a proposição composta “Se 7 3 4 , então 4 2 7 ” assume
valor-lógico F.
3
42 = 16 assume valor-lógico V e o mesmo ocorre com 8 = 2 . Dessa maneira,
a proposição composta “ 42 = 16 se, e somente se, 3 8 = 2 ” assume valor-lógico V.
Logo, apresenta valor-lógico falso a afirmação da alternativa D.
Exemplo 7
21
UNIDADE 1
Exemplo 8
36
d) log6 = 2 se, e somente se, log5 125 3.
125
e) log5 = 3 e log6 36 2.
22
UNICESUMAR
a) P: 3 3 6 que tem valor lógico V e Q: log5 125 2 que tem valor lógico
Assim, como na afirmação temos a disjunção, segue que a proposição tem valor
lógico é V.
d) P: log6 36 2 que tem valor lógico V e Q: log5 125 3que tem valor lógico
V. Assim, como na afirmação temos a bicondicional, segue que o valor lógico da
proposição é V.
e) P:log5 125 3que tem valor lógico V e Q: log6 36 2 que tem valor lógico V.
Assim, como na afirmação temos a conjunção, segue que a proposição tem valor
lógico é V.
Portanto, responde à questão a alternativa A.
Exemplo 9
Escreva em notação simbólica a seguinte proposição: “Se o consumo per capita au-
menta e a produção industrial diminui, então há risco de racionamento de energia”.
Solução: Considere as seguintes proposições C: “o consumo de energia au-
menta”; P: “a produção de energia diminui” e R: “há risco de racionamento de
energia”. Note que na afirmação usa-se os termos “se, ... então” e “e” que corres-
pondem aos conectivos lógicos condicional e conjunção, respectivamente. Assim,
em notação lógica a proposição ficará escrita como (C P ) R .
Exemplo 10
23
UNIDADE 1
b) ~ ( A) → B
c) ~ A B
d) ~ ( A)∨ ~ ( B)
e) ~ ( A∨ ~ ( B ))
24
UNICESUMAR
Exemplo 11
Há um provérbio chinês que diz que “Se o seu problema não tem solução, então
não é preciso se preocupar com ele, pois nada que você fizer o resolverá”.
Qual o número de linhas da tabela verdade correspondente a essa proposição?
a) 4.
b) 8.
c) 16.
d) 18.
e) 20.
25
UNIDADE 1
Exemplo 12
P Q
V V
V F
F V
F F
Etapa II: À direita das colunas das proposições P e Q, traça-se uma coluna para
cada uma dessas proposições e para cara um dos conectivos.
P Q P ~ P ~ P Q
V V
V F
F V
F F
26
UNICESUMAR
Etapa III: Completar as colunas da tabela, escrevendo em cada uma das colunas
os valores lógicos convenientes para as proposições presentes. Nesse caso, são
as proposições P e Q.
P Q P ~ P ~ P Q
V V V V V V
V F V V V F
F V F F F V
F F F F F F
1 1 1 1
P Q P ~ P ~ P Q
V V V F V F V V
V F V F V F V F
F V F V F V F V
F F F V F V F F
1 2 1 2 1 1
Etapa V: Agora, vamos calcular os valores lógicos que estão dentro dos parênteses.
P Q P ~ P ~ P Q
V V V V F V F V F V
V F V V F V F V F F
F V F V V F V F V V
F F F V V F V F F F
1 3 2 1 2 1 3 1
27
UNIDADE 1
Etapa VI: Por fim, a tabela verdade completa ao calcular o valor verdade com
o conectivo condicional.
P Q P ~ P ~ P Q
V V V V F V F F V F V
V F V V F V F F V F F
F V F V V F V V F V V
F F F V V F F V F F F
1 3 2 1 4 2 1 3 1
Exemplo 13
P Q R P ∧ Q ∨ ~ R
V V V V V V F V
V V F V V V V F
V F V V F F F V
V F F V F F V F
F V V F F V F V
F V F F F V V F
F F V F F F F V
F F F F F F V F
1 2 1 2 1
28
UNICESUMAR
Para finalizar, vamos calcular o valor lógico dos resultados entre parênteses, ago-
ra, submetido ao conectivo disjunção. Dessa forma, a tabela verdade é:
P Q R P ∧ Q ∨ ~ R
V V V V V V V F V
V V F V V V V V F
V F V V F F F F V
V F F V F F V V F
F V V F F V F F V
F V F F F V V V F
F F V F F F F F V
F F F F F F V V F
1 2 1 3 2 1
Exemplo 14
P R ~ P → P → R
V V F V V V V V
V F F V V V F F
F V V F V F V V
F F V F V F V F
2 1 3 1 2 1
29
UNIDADE 1
Exemplo 15
P Q P ∨ ~ Q ↔ ~ P ∧ Q
V V V V F V F F V F V
V F V V V F F F V F F
F V F F F V F V F V V
F F F V V F F V F F F
1 3 2 1 4 2 1 3 1
Exemplo 16
30
UNICESUMAR
P Q R P → R ∨ Q → R ↔ P ∧ Q → R
V V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V F F F V F F V V V V F F
V F V V V V V F V V V V F F V V
V F F V F F V F V F V V F F V F
F V V F V V V V V V V F F V V V
F V F F V F V V F F V F F V V F
F F V F V V V F V V V F F F V V
F F F F V F V F V F V F F F V F
1 2 1 3 1 2 1 5 1 2 1 4 1
Exemplo 17
P Q R P Q ∧ R ↔ ~ P ∨ ~ Q ∨ ~ R
V V V V V∧ V V V F F V F F V F F V
V V F V V V F F F F V V F V V V F
V F V V F F F V F F V V V F V F V
V F F V F F F F F F V V V F V V F
F V V F F V F V F V F V F V F F V
F V F F F V F F F V F V F V V V F
F F V F F F F V F V F V V F V F V
31
UNIDADE 1
F F F F F F F F F V F V V F V V F
1 2 1 3 1 5 2 1 4 2 1 3 2 1
sua tabela verdade contém apenas valor-verdade V. Por outro lado, deno-
mina-se contradição toda proposição composta cuja última coluna da sua
tabela verdade contenha apenas valor-verdade F. E, por fim, denomina-se de
contingência toda proposição composta cuja última coluna da sua tabela
verdade contenha V e F como valor-verdade.
As tautologias também são denominadas de proposições logicamente verda-
deiras, as contradições também são denominadas de proposições logicamente
falsas e as contingências também são denominadas proposições indeterminadas.
As proposições compostas dos exemplos 15 e 17 são tautologias, enquanto as
proposições compostas dos exemplos 16 e 18 são contradições. Já as proposições
compostas dos exemplos 13 e 14 são contingências.
32
UNICESUMAR
Exemplo 18
P Q P ⊗ Q
V V F
V F F
F V V
F F F
P Q P Q P Q (~ P)
é tautológica.
P Q P ∧ Q ⊗ P ↔ Q → P ⊗ Q ∨ ~ P
V V V V V F V V V V V F V F F V
V F V F F F V F F V V F F F F V
F V F F V F F F V V F V V F V F
F F F F F F F V F V F F F V V F
1 2 1 3 1 2 1 4 1 2 1 3 2 1
33
UNIDADE 1
Exemplo 19
P Q P Q
V V F
V F F
F V F
F F V
Exemplo 20
V V V F V V V V F V V V
V F V F F V V F F V V F
F V F F V V F V F F V V
F F F V F F F F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
34
UNICESUMAR
Dizemos que uma proposição composta é uma contradição quando sua tabe-
la verdade encerra, na última coluna de sua construção, com valores lógicos
falsos. Vamos substituir, primeiro o conectivo bicondicional e nesse caso a
tabela verdade fica:
P Q P Q P ↔ Q P ∨ Q
V V V F V V V F V F V V V
V F V F F V V F F F V V F
F V F F
V V F F V F F V V
F F F V F F F F F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
O que mostra que, com o operador bicondicional, temos uma contradição. Va-
mos substituir, agora, o conectivo condicional e, nesse caso, a tabela verdade fica:
P Q P Q → P → Q P ∨ Q
V V V F V V V F V F V V V
V F V F F V V F F F V V F
F V F F V V F F V F F V V
F F F V F F F V F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
35
UNIDADE 1
P Q P Q → P ∨ Q P ∨ Q
V V V F V V V V V F V V V
V F V F F V V V F F V V F
F V F F V V F V V F F V V
F F F V F F F V F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
Observe, agora, que no caso do conectivo disjunção temos uma tautologia. Va-
mos substituir, agora, conectivo conjunção e, nesse caso, a tabela verdade fica:
P Q P Q → P ∧ Q P ∨ Q
V V V F V V V F V F V V V
V F V F F V V F F F V V F
F V F F V V F F V F F V V
F F F V F F F F F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
P Q P Q → P ∨ Q P ∨ Q
V V V F V V V V V F V V V
V F V F F V V V F F V V F
F V F F V V F V V F F V V
F F F V F F F V F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
Observe, então, que no caso do conectivo disjunção inclusiva temos uma tauto-
logia. Vamos substituir, agora, conectivo negação conjunta e, nesse caso, a tabela
verdade fica:
36
UNICESUMAR
P Q P Q → P Q P ∨ Q
V V V F V V V F V F V V V
V F V F F V V F F F V V F
F V F F V V F F V F F V V
F F F V F F F F F V F F F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1
Observe, agora, que no caso do conectivo negação conjunta temos uma contra-
dição. Portanto, os conectivos que podem substituir D em
[( P Q) P ]D[Q ( P Q)] e de forma que a proposição seja uma contra-
dição são: bicondicional, conjunção e a negação conjunta.
Uma área que faz uso dos conectivos lógicos é a engenharia elétrica, em
particular as construções de circuitos elétricos. Vamos explorar esses circuitos
elétricos que fazem uso dos conectivos lógicos que estudamos ao longo dessa
unidade. Considere os circuitos elétricos ilustrados na Figura 1.
Na associação dos interruptores em série, a corrente elétrica passará através do
circuito quando os dois interruptores estiverem ligados. Já no circuito em para-
lelo a corrente elétrica passará através do circuito quando pelo menos um dos
interruptores estiver ligado.
Esse procedimento é rotineiro pelos engenheiros eletricistas e por trás dele
há análise lógica, que foi desenvolvida por George Boole, por volta de 1850. O
procedimento é conhecido hoje como álgebra do Boole e expressa a operação
de um circuito elétrico como uma operação algébrica. Na álgebra booleana as
variáveis e as constante podem assumir apenas dois níveis ou valores: 0 e 1. Dessa
maneira, quando a variável tem nível lógico 0, é traduzido como falso, desliga-
do, baixo e chave aberta. Por outro lado, quando a variável tem nível lógico 1, é
traduzido como verdadeiro, ligado, alto e chave fechada.
Não sei se vocês notaram, mas estamos diante de uma situação que envolve
os famosos conectivos lógicos e é sobre isso que discutimos nessa unidade. Você
pode consultar Hegenberg (2012), Villar (2012) e Rocha (2012) para outros exer-
cícios e aplicações.
37
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: na figura há dois circuitos elétricos. O circuito à esquerda é constituído de duas
baterias, seguidas por dois interruptores ligados em série e uma lâmpada. O circuito à direita é consti-
tuído de duas baterias e dois interruptores ligados em paralelo e uma lâmpada. Nos dois circuitos, os
interruptores estão desligados.
38
UNICESUMAR
P Q R P ∧ Q → R
V V V V V V V V
V V F V V V F F
V F V V F F V V
V F F V F F V F
F V V F F V V V
F V F F F V V F
F F V F F F V V
F F F F F F V F
1 2 1 3 1
o que é numero?
39
UNIDADE 1
Na condicional: “se um número inteiro é divisível por 3 e por 4, então ele é divi-
sível por 12” não está a afirmar, de modo nenhum, que o fato de “x ser divisível
por 12” se deduz do fato de “x ser divisível por 3 e x ser divisível por 4” ou que a
proposição “x é divisível por 12” é consequência da proposição “x ser divisível
por 3 e x ser divisível por 4”. O que uma condicional afirma é unicamente uma
relação entre os valores lógicos do antecedente e do consequente de acordo com
sua tabela verdade. Tome a situação em que P e Q assumem valor lógico V, e R
assume valor lógico F, temos que a condicional assume valor lógico F (olhe para
a segunda linha da tabela verdade). Nesse caso, o resto da divisão do número
inteiro x por 12 não é zero e o algoritmo da divisão de Euclides não é verificado.
Análise análoga pode ser feita no critério de divisibilidade por 25, em que po-
de-se construir a tabela verdade da proposição: “se um número é divisível por
25, então os dois algarismos finais são 00, 25, 50 ou 75.” Essa situação deixarei a
cargo de você aluno(a). Você pode consultar Silveira e Silveira (2008) para mais
critérios de divisibilidade.
40
1. Considere as seguintes sentenças:
a) 1, 4 e 5.
b) 2, 4 e 5.
c) 2, 3 e 5.
d) 3 e 5.
e) 2 e 4.
2. Considere a proposição composta “Ricardo faz regime, mas come bolo”. Nessa pro-
posição, o conectivo lógico é:
a) Disjunção inclusiva.
b) Disjunção exclusiva.
c) Condicional.
d) Bicondicional.
e) Conjunção.
41
4. Resolva os itens a seguir:
a) 2.
b) 4.
c) 8.
d) 16.
e) 32.
A B C
V V V
F V V
V F V
F F V
V V F
F V F
V F F
F F F
42
Assinale a alternativa que corresponde à última coluna da tabela verdade, de cima
para baixo, da proposição composta C A B
a) V / F / V / F / F / V / V / V.
b) V / F / V / F / F / V / F / V.
c) V / F / V / F / F / F / V / V.
d) V / F / F / F / F / V / V / V.
e) V / V / F / F / F / V / V / V.
P Q R
V V V
F V V
V F V
F F V
V V F
F V F
V F F
F F F
Assinale a alternativa que corresponda à última coluna, de cima para baixo, da tabe-
la verdade da proposição composta P Q P R .
a) V / V / V / V / V / V / F / V.
b) V / F / F / F / V / V / V / V.
c) V / V / V / V / V / V / V / F.
d) F / V / V / F / V / V / F / V.
e) V / V / V / F / F / V / V / V.
43
2
Equivalência
e Implicações
Lógicas
Dr. Ricardo Cardoso de Oliveira
Em 2006, o prêmio Nobel de Química foi para Roger Kornberg. Ele descreveu
como a informação é retirada dos genes e convertida em moléculas chamadas
RNA mensageiro e como estas moléculas transportam a informação às fábricas
de proteínas dentro das células. Bem conversado, em 2006, o prêmio Nobel de
Química foi dado ao processamento de informação.
Dessa forma, uma coisa é certa: à medida que entendemos mais o universo
ao nosso redor, boa parte dele pode ser modelada, e quase toda a modelagem
que nós fazemos do universo de informação ao nosso redor é computacional.
Agora, por falar em linguagem computacional, algo tão comum nos dias de hoje,
vamos admitir que você seja incumbido de avaliar dois programas computacio-
nais de matemática para executar uma mesma tarefa.
Em português, a sequência de comandos dos códigos são:
CÓDIGO 1 - Etapa 1: você entra com um número real qualquer, x; Etapa 2:
subtrair uma unidade do número real x e armazenar a resposta como y; Etapa 3:
adicionar uma unidade ao número real x e armazenar a resposta em z; Etapa 4:
calcular o produto y e z e informar a resposta.
CÓDIGO 2 - Etapa 1: você entra com um número real qualquer, x; Etapa
2: calcular a potência de x ao quadrado e armazenar a resposta em y; Etapa 3:
subtrair uma unidade de y, armazenar em z e informar a resposta.
46
UNICESUMAR
47
UNIDADE 2
48
UNICESUMAR
Vamos ver, a seguir, alguns exemplos que nos auxiliarão a compreender a equi-
valência lógica.
Exemplo 1
Assim, a dupla negação é uma equivalência lógica. Para verificar esse fato, vamos
comparar a tabela verdade da proposição ~ (~ P ) que é
49
UNIDADE 2
P ~ ~ P
V V F V
F F V F
3 2 1
Exemplo 2
Um estudante de Lógica afirmou: “eu não entendi nada”. Embora a dupla nega-
ção seja empregada em língua portuguesa com a ideia de reforço à negação, em
lógica matemática é equivalente a uma afirmação. Dessa forma, o estudante que
afirmou “eu não entendi nada” está na verdade dizendo “eu entendi tudo”.
Exemplo 3
50
UNICESUMAR
“
E foste um difícil
começo
Afasta o que não
conheço
E quem vem de outro
sonho feliz de cidade
Aprende depressa a
chamar-te de realidade
Porque és o avesso do
avesso do avesso do
avesso
51
UNIDADE 2
Solução: Note que o avesso do avesso indica uma dupla negação e o avesso,
do avesso, do avesso, do avesso indica uma dupla, dupla negação. Logo, o
trecho da música de Caetano Veloso afirma que São Paulo é uma cidade boa
e responde à questão a alternativa E.
Exemplo 4
( P Q) ~ P Q
Assim, a condicional é uma equivalência lógica. Para verificar esse fato, compa-
rar a tabela verdade da proposição P → Q que é
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
1 1 2
com a tabela verdade da proposição ~ P∨Q que é
P Q ~ P ∨ Q
V V F V V V
V F F V F F
F V V F V V
F F V F V F
2 1 3 1
52
UNICESUMAR
Exemplo 5
Considere a proposição: “Se tenho dinheiro, então sou feliz”. Uma proposição
logicamente equivalente à proposição dada é:
a) Tenho dinheiro e sou feliz.
b) Não tenho dinheiro ou sou feliz.
c) Se não tenho dinheiro, então não sou feliz.
d) Se sou dinheiro, então tenho saúde.
e) Tenho dinheiro e não sou feliz.
53
UNIDADE 2
Exemplo 6
Assim, a contrapositiva é uma equivalência lógica. Para verificar esse fato, vamos
comparar a tabela verdade da proposição P → Q , que é
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
1
1 2
P Q ~ Q → ~ P
V V F V V F V
V F V F F F V
F V F V V V F
F F V F V V F
1 3 2 1
54
UNICESUMAR
∧
Observe que a terceira coluna da primeira tabela verdade é idêntica à quin-
ta coluna da segunda tabela verdade. Portanto, temos que
( P Q) (~ Q ~ P) é uma equivalência lógica.
Exemplo 7
Exemplo 8
ii) ~ ( P Q) (~ P ) (~ Q)
Assim, as Leis de De Morgan é uma equivalência lógica. Para verificar esse fato,
vejamos as tabelas verdade, começando com ~ ( P Q) (~ P ) (~ Q) , que é
conhecido como negação da conjunção.
Assim, vamos comparar a tabela verdade da proposição composta
~ ( P ∧ Q) que é
55
UNIDADE 2
P Q ~ P ∧ Q
V V F V V V
V F V V F F
F V V F F V
F V F F F
1 1 3 1 2 1
P Q ~ P ∨ ~ Q
V V F V F F V
V F F V V V F
F V V F V F V
F F V F V V F
2 1 3 2 1
56
UNICESUMAR
P Q ~ P ∨ Q
V V F V V V
V F F V V F
F V F F V V
F F V F F F
1 1 3 1 2 1
P Q ~ P ∧ ~ Q
V V F V F F V
V F F V F V F
F V V F F F V
F F V F V V F
2 1 3 2 1
Exemplo 9
57
UNIDADE 2
Exemplo 10
Exemplo 11
58
UNICESUMAR
Exemplo 12
59
UNIDADE 2
Exemplo 13
i) PQ Q P
ii) PQ Q P
Assim, a comutatividade é uma equivalência lógica. Para verificar esse fato, ve-
jamos as tabelas verdade, começando com P Q Q P , que é conhecido
como comutatividade da conjunção.
Assim, vamos comparar a tabela verdade da proposição composta
P∧Q que é
P Q P Q
V V V V V
V F V F F
F V F F V
F F F F F
1 1 1 2 1
P Q Q ∧ P
V V V V V
V F F F V
F V V F F
F F F F F
1 1 1 2 1
60
UNICESUMAR
P Q P ∨ Q
V V V V V
V F V V F
F V F V V
F F F F F
1 1 1 2 1
P Q Q ∨ P
V V V V V
V F F V V
F V V V F
F F F F F
1 1 1 2 1
61
UNIDADE 2
Exemplo 14
Ricardo não gosta de feijoada ou Carlos gosta de pão e gosta de bolo. Uma afir-
mação que corresponda à negação lógica dessa é:
a) Carlos não gosta de bolo ou não gosta de pão e Ricardo gosta de feijoada.
b) Ricardo gosta de feijoada e Carlos não gosta de pão e não gosta de bolo.
c) Se Ricardo não gosta de feijoada, então Carlos gosta de pão e bolo.
d) Se Carlos não gosta de pão e bolo, então Ricardo gosta de feijoada.
e) Ricardo gosta de bolo e Carlos gosta de feijoada.
62
UNICESUMAR
Exemplo 15
Considere a proposição composta: “Se uma pessoa não estuda lógica matemática,
então ela não é licenciada em matemática”. Assinale a alternativa que corresponda
à proposição logicamente equivalente à proposição composta dada.
a) É falso que uma pessoa não é licenciada em matemática ou estuda lógica
matemática.
b) Não é verdade que uma pessoa não é licenciada em matemática e não
estuda lógica matemática.
c) Se uma pessoa não é licenciada em matemática, então ela não estudou
lógica matemática.
d) Uma pessoa é licenciada em matemática ou não estuda lógica matemática.
e) Uma pessoa não é licenciada em matemática ou estuda lógica matemática.
Observe que na passagem marcada por (1) foi usada equivalência lógica de con-
dicional. Na etapa marcada por (2), foi usada equivalência lógica de comutati-
vidade do operador disjunção. E, por fim, na etapa marcada por (3), foi usada
equivalência da dupla negação. Assim, a proposição composta pode ser escrita
como: “Uma pessoa não é licenciada em matemática ou estuda lógica matemá-
tica”. Portanto, alternativa E.
As principais regras de equivalência lógica são resumidas no Quadro 1.
As proposições estão denotadas por letras maiúsculas e podem ser proposi-
ções simples ou compostas.
63
equivalência lógica nome sigla
UNIDADE 2
1 P ( P P) idempotência de ∨ IDN
2 P ( P P) idempotência de ∧ IDN
3 ( P Q) (Q P ) comutatividade de ∨ COM
4 ( P Q) (Q P ) COM
comutatividade de ∧
5 ( P Q) R P (Q R) associatividade de ∨ ASS
64
6 ( P Q) R P (Q R) ∧ ASS
associatividade de
7 ~ ( P Q) (~ P ) (~ Q) lei de De Morgan DM
8 ~ ( P Q) (~ P ) (~ Q) lei de De Morgan DM
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PARA VISUALIZAR
12 ( P Q) (~ P Q) definição de condicional DC
13 ( P Q) ( P Q) (Q P) definição de equivalência DE
14 ( P Q) R P (Q R) exportação EX
( P Q) P ~ Q c
15 redução ao absurdo R
c: contradição
16 ( P Q) (~ Q ~ P) contrapositiva CP
65
Pc P
Pc c
P ~ ( P) P
17 contradição C
~ct
c: contradição e t: tautologia
Pt t
Pt P
P ~ ( P) P
18 ~tc
tautologia T
c: contradição e t: tautologia
UNICESUMAR
Vamos explorar as ideias apresentadas até aqui e fazer uma analogia com as ope-
rações de adição e multiplicação dentro do conjunto dos números reais que es-
tudamos no ensino fundamental, em particular quando estudamos técnicas de
fatoração e de associação entre essas operações.
Vimos a equivalência lógica P (Q R ) ( P Q) ( P R) denominada
de distributiva do operador conjunção sobre operador disjunção. Dessa forma,
temos que a (b c) a b a c , em que a, b e c são números reais, e essa é a
propriedade distributiva da operação de multiplicação sobre a operação de adição.
Vimos a equivalência lógica ( P Q) R P (Q R) denominada de
associativa do operador conjunção. Dessa forma, temos que na operação de
adição de números reais →temos que ↔ →
a (b c) (a b) c , em que a, b e c
são números reais, e essa é a propriedade associativa da operação de adição;
analogamente para a operação de multiplicação de números reais, onde te-
mos a (b c) (a b) c .
66
UNICESUMAR
Teorema 1
é uma tautologia.
Para a demonstração desse teorema, consulte Alencar Filho (2002). Agora,
vamos aplicar esse teorema.
Exemplo 16
67
P Q P Q ~ Q ~ P
UNIDADE 2
→ ↔ →
V V V V V V F V V F V
V F V F F V V F F F V
68
F V F V V V F V V V F
F F F V F V V F V V F
1 2 1 4 2 1 3 2 1
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UNICESUMAR
Exemplo 17
ii)
~ ( P Q) (~ P) (~ Q)
ou seja, as leis de De Morgan são uma equivalência lógica. Assim, segundo o teo-
rema 1, a forma sentencial ~ ( P Q) (~ P) (~ Q) é uma tautologia. De fato,
69
P Q ~ P Q ↔ ~ P ~ Q
∧
UNIDADE 2
∨
V V F V V V V F V F F V
V F V V F F V F V V V F
F V V F F V V V F V F V
70
F F V F F F V V F V V F
3 1 2 1 4 2 1 3 2 1
P Q ~ P ∨ Q ↔ ~ P
∧ ~ Q
V V F V V V V F V F F V
V F F V V F V F V F V F
F V F F V V V V F F F V
F F V F F F V V F V V F
3 1 2 1 4 2 1 3 2 1
Observe que as duas tabelas verdades são tautológicas, como queríamos demonstrar.
Esse procedimento que acabamos de efetuar nos exemplos 16 e 17 pode ser feito para
todas as equivalências lógicas do Quadro 1. Você como futuro(a) matemático(a) precisa
saber fazer e aplicar essas relações. Agora, vamos aprender sobre as implicações lógicas.
Sejam P e Q duas proposições. Dizemos que P implica logicamente Q, se
Q assumir o valor-lógico V sempre que P for V. Assim, dizemos que temos uma
implicação lógica ou inferência e denotamos por P ⇒ Q .
71
UNIDADE 2
Exemplo 18
Assim, Modus Ponens é uma inferência. Para verificar esse fato, vejamos com-
parar a tabela verdade da proposição ( P Q) P , que é
P Q P → Q ∧ P
V V V V V V V
V F V F F F V
F V F V V F F
F F F V F F F
1 2 1 3 1
72
UNICESUMAR
Exemplo 19
Assim, Modus Tollens é uma inferência. Para verificar esse fato, vejamos compa-
rar a tabela verdade da proposição ( P Q) ~ Q que é
P Q P → Q ∧ ~ Q
V V V V V F F V
V F V F F F V F
F V F V V F F V
F F F V F V V F
1 2 1 3 2 1
~P
73
UNIDADE 2
sequência é falsa. Além disso, pode-se afirmar que que o processo matemático
de demonstração por inferência é uma aplicação do modus ponens, enquanto
o processo por trás da demonstração por redução ao absurdo é uma aplicação
do modus tollens (GERÔNIMO; FRANCO, 2006)
Exemplo 20
Assim, Silogismo Hipotético é uma inferência. Para verificar esse fato, veja-
mos comparar a tabela verdade da proposição ( P Q) (Q R) que é
P Q R P → Q ∧ Q → R
V V V V V V V V V V
V V F V V V F V F F
V F V V F F F F V V
V F F V F F F F V F
F V V F V V V V V V
F V F F V V F V F F
F F V F V F V F V V
F F F F V F V F V F
1 2 1 3 1 2 1
74
UNICESUMAR
P R P→R
V V V
V F F
F V V
F F V
1 1 2
75
UNIDADE 2
1 P ( P Q) adição AD
( P Q) P simplifica-
2 SIM
ção
( P Q) Q
modus
3 ( P Q) P Q ponens
MP
4 ( P Q) ~ Q ~ P modus
tollens
MT
silogismo
5 ~ P ( P Q) Q disjuntivo
SD
silogismo
hipotético
6 ( P Q) (Q R) P R (lei transi-
SH
tiva)
dilema
7 ( P Q) ( R S ) ( P R ) (Q S ) construtivo
DC
dilema
8 ( P Q) ( R S ) (~ Q ~ S ) (~ P ~ R ) DD
destrutivo
contra-
9
c⇒P dição e CeT
P⇒t tautologia
inferência
10 ( P Q) ( R Q) ( P R) R por casos
IC
inferência
11 [ P (Q R)] ~ R P Q por elimi- IE
nação
76
UNICESUMAR
Teorema 2
é uma tautologia.
Para a demonstração desse teorema, consulte Alencar Filho (2002) e Hegen-
berg (2012). Agora, vamos aplicar esse teorema.
Exemplo 21
77
UNIDADE 2
P Q P
→ Q ∧ P
→ Q
V V V V V V V V V
V F V F F F V V F
F V F V V F F V V
F F F V F F F V F
1 2 1 3 1 4 1
78
UNICESUMAR
EXPLORANDO IDEIAS
Sá de Miranda foi o responsável por introduzir o soneto em Portugal e Camões foi o res-
ponsável por seu triunfo, fazendo com que esse gênero poético se consolidasse em terras
lusitanas. Amor é fogo que arde sem se ver é um soneto de Camões que foi publicado na
segunda edição da obra Rimas, lançada em 1598. Vejamos:
De acordo com Rebeca Fuks, Doutora em Estudos da Cultura, Camões desenvolve seu
poema de amor por meio da apresentação de ideias opostas e usa o recurso de aproxi-
mação de coisas que parecem distantes para explicar um conceito tão complexo como o
amor. Um ponto importante é que o soneto é baseado num raciocínio lógico que leva a
uma conclusão. Essa argumentação fundamentada na apresentação de afirmações que
levam a uma consequência lógica é chamada silogismo.
Fonte: adaptado de Fuks ([2022]).
79
UNIDADE 2
Exemplo 22
a) Y → (~ X )
b) (~ X ) → Y
c) Y→X
d) X ∨ (~ Y )
e) X ∨Y
80
UNICESUMAR
(1) (2 ) ( 3)
( X Y ) (~ X ) (~ Y ) (~ X ) (~ Y ) X (~ Y )
Exemplo 23
Considere que a proposição: “Se x = 11, então x é primo” tenha valor lógico ver-
dadeiro. Pode-se concluir que:
a) se x ≠ 11 , então x é primo.
b) se x é primo, então x = 11.
c) se x ≠ 11 , então x não é primo.
d) se x não é primo, então x = 11.
e) se x não é primo, então x ≠ 11 .
Portanto, alternativa E.
81
UNIDADE 2
Exemplo 24
Exemplo 25
82
UNICESUMAR
P∧ ~ Q
Assim, a proposição pode ser rescrita como: “Ludmila não é asiática ou é loira”.
Portanto, alternativa D.
Exemplo 26
83
UNIDADE 2
(1)
~ ( P Q) (~ P ) (~ Q)
Exemplo 27
Logo, a proposição pode ser reescrita como “Não há vacina e há doença”. Por-
tanto, alternativa B.
84
UNICESUMAR
85
1. Mostrar que [( A B) ( A 17)] ( A 17) ( A B)
a) p→q
b) p →~ q
c) q →~ p
d) ~q→ p
e) ~ q →~ p
3. Considere verdadeira a seguinte afirmativa “Raul é argentino ou lê Borges”. Com base
na afirmativa, é correto concluir que:
4. Em uma roda de amigos, Maria disse: Sábado vou ao show ou domingo vou ao chur-
rasco. Assumindo que a fala de Maria tenha valor lógico verdadeiro, conclui-se que
ela mente caso:
86
a) for ao show no sábado e não for ao churrasco no domingo.
b) for ao churrasco no sábado e for ao show no domingo.
c) for ao show no sábado e no domingo.
d) não for ao show no sábado e não for ao churrasco no domingo.
e) não for ao churrasco no sábado e nem for ao churrasco no domingo.
5. Um famoso cientista político afirmou que “O poder executivo e as leis vigentes são
incapazes de administrar os conflitos existentes entre os donos dos meios de pro-
dução e a classe de operários, ou de impedir o aumento do espaço político dessas
forças”. Assinale a alternativa que corresponda à negação lógica da afirmação desse
cientista político.
87
6. Considere a seguinte proposição: “ao final da disciplina, o universitário Rodolfo será
aprovado ou não será aprovado”. Do ponto de vista lógico, a afirmação da proposição
caracteriza:
a) uma negação.
b) uma tautologia.
c) uma equivalência.
d) uma contingência.
e) uma contradição.
PORQUE
II - Independentemente do valor lógico de cada uma das proposições simples que
compõem a proposição composta, ela é sempre falsa.
88
O número um...
Números individuais
têm seus próprios
traços característicos
e conduzem a uma
variedade de áreas da
matemática. Sabemos que o número inteiro e po-
sitivo é 1. Ele é a unidade indivisível da aritmética:
o único número positivo que não pode ser obtido
pela soma de dois números positivos menores.
Nesse podcast, vamos discutir algumas particula-
ridades interessantes desse número. Preparados?
89
3
Métodos de
Inferência
Dr. Ricardo Cardoso de Oliveira
92
UNICESUMAR
tângulo anterior. Dessa forma, vemos os novos triângulos retângulos com cateto
menor igual a 1 e cateto maior igual à hipotenusa do triângulo anterior.
Vamos fazer juntos: primeiro tome um triângulo retângulo isósceles com
catetos medindo 1 e nesse caso a hipotenusa mede 2 . Agora, para o segundo
triângulo retângulo, tome a medida de um dos catetos igual a 1 e a medida do
outro cateto igual a 2 e observe, nesse caso, que o valor da medida da hipote-
nusa é igual a 3 que, por sua vez, é um número irracional.
Use essa ideia para encontrar outros números irracionais. Use o seu Diário
de Bordo para anotar as primeiras impressões sobre esses números irracionais
obtidos a partir do teorema de Pitágoras. Escreva livremente o que você entendeu,
tendo como base o exemplo apresentado e os aspectos importantes para a sua
solução. Aproveite e construa esses triângulos retângulos em uma mesma figura
para a construção de uma espiral de Teodoro. Uma pergunta que surge: como
demonstrar que esses números não são racionais?
93
UNIDADE 3
94
UNICESUMAR
Teorema
Exemplo 1
H1 P→Q
H2 Q→R
H3 ~R
T ~P
Solução: Note que temos três hipóteses e queremos provar, a partir das operações
de inferência e equivalência, a validade da tese. Assim, segue que:
1 P→Q H1
2 Q→R H2
3 ~R H3
5 ~P 4, 3 Modus Tollens
95
UNIDADE 3
Exemplo 2
H1 P→Q
H2 P∨ R
H3 ~Q
H4 R (S T )
T S
Solução: De fato,
1 P→Q H1
2 P∨ R H2
3 ~Q H3
4 R (S T ) H4
5 ~P 1, 3 Modus Tollens
6 R 2, 5 Silogismo disjuntivo
7 S ∧T 4, 6 Modus Ponens
8 S 7, Simplificação
96
UNICESUMAR
Exemplo 3
H1 P→Q
H2 P∨Q
H3 ~P
T C
1 P→Q H1
2 P∨Q H2
3 ~P H3
4 ~Q 1, 3 Modus Tollens
5 P 2, 4 Silogismo disjuntivo
6 P ∧ (~ P) 3, 5 Conjunção
7 C 6 Contradição
Exemplo 4
H1 P→Q
H2 R→S
H3 (Q S ) ~ M
97
UNIDADE 3
H4 M
T ~ P∧ ~ R
Solução: De fato,
1 P→Q H1
2 R→S H2
3 (Q S ) ~ M H3
4 M H4
5 ~ (Q ∨ S ) 3, 4 Modus Tollens
6 ~ Q∧ ~ S 5, Lei de De Morgan
7 ~Q 6, Simplificação
8 ~S 6, Simplificação
9 ~P 1, 7 Modus Tollens
10 ~R 2, 8 Modus Tollens
11 ~ P∧ ~ R 9, 10 Conjunção
Exemplo 5
Verificar a validade do seguinte argumento:
H1 P→Q
H2 R→S
H3 ~Q∧R
H4 (~ P S ) X
T X
98
UNICESUMAR
Solução: De fato,
1 P→Q H1
2 R→S H2
3 ~Q∧R H3
4 (~ P S ) X H4
5 Q 3, Simplificação
6 R 3, Simplificação
7 P 1, 5 Modus Tollens
8 S 2, 6 Modus Ponens
10 X 4, 10 Modus Ponens
Em lógica formal,
para a verificação
da validade de um
argumento pode ser
usado três tipos dis-
tintos de demons-
tração: o método
direto, o método
indireto e o método
direto condicional.
Nos exemplos de 1
a 5, foi usado o mé-
todo direto de de-
monstração.
99
UNIDADE 3
Exemplo 6
H1 ~ ( P ∧ Q)
H2 ~ R→Q
H3 ~P→R
T R
100
UNICESUMAR
H1 ~ ( P ∧ Q)
H2 ~ R→Q
H3 ~P→R
H4 R
T c
1 ~ ( P ∧ Q) H1
2 ~ R→Q H2
3 ~P→R H3
4 R H4
5 ~ Q →~ (~ R) 2, Contrapositiva
8 ~ ( P Q) R 7, Lei de De Morgan
9 R 8, 1 Modus Ponens
10 R∧ ~ R 4, 9 conjunção
11 c 10 Contradição
101
UNIDADE 3
Exemplo 7
H1 (~ P Q) R
H2 ( R S ) ~ U
H3 U
T Q
H1 (~ P Q) R
H2 ( R S ) ~ U
H3 U
H4 Q
T c
1 (~ P Q) R H1
2 ( R S ) ~ U H2
3 U H3
4 Q H4
5 ~ (R ∨ S ) 2, 3 Modus Tollens
102
UNICESUMAR
6 ~ R∧ ~ S 5 Lei de De Morgan
7 R 6 Simplificação
8 ~ (~ P ∨ Q) 1, 7 Modus Tollens
9 ~ (~ P) ∧ (~ Q) 8 Lei de De Morgan
10 Q 9 Simplificação
11 c 4, 10 Contradição
Exemplo 8
H1 P
H2 Q∨ ~ R
H3 S→R
H4 P (~ Q U )
T S
H1 P
H2 Q∨ ~ R
H3 S→R
H4 P (~ Q U )
H5 S
T c
103
UNIDADE 3
1 P H1
2 Q∨ ~ R H2
3 S→R H3
4 P (~ Q U ) H4
5 S H5
6 R 3, 5 Modus Ponens
7 Q 2, 6 Silogismo Disjuntivo
8 ~ Q ∧U 1, 4 Modus Ponens
9 Q 8, Simplificação
10 Q∧ ~ Q 7, 9 conjunção
11 c 10 Contradição
Exemplo 9
H1 (~ P Q) R
H2 ( R S ) ~ U
H3 U
T Q
104
UNICESUMAR
H1 (~ P Q) R
H2 ( R S ) ~ U
H3 U
H4 Q
T c
1 (~ P Q) R H1
2 ( R S ) ~ U H2
3 U H3
4 Q H4
5 ~ (R ∨ S ) 2, 3 Modus Tollens
6 ~ R∧ ~ S 5 Lei de De Morgan
7 ~R 6 Simplificação
8 ~ (~ P ∨ Q) 1, 7 Modus Tollens
9 ~ (~ P) ∧ (~ Q) 8 Leis de De Morgan
10 Q 9 Simplificação
11 Q∧ ~ Q 4, 10 conjunção
12 c 11 Contradição
105
UNIDADE 3
106
UNICESUMAR
Exemplo 10
H1 R →U
H2 ~R→S
H3 S ( P Q)
T ~U →Q
H1 R →U
H2 ~R→S
H3 S ( P Q)
H4 ~U
T Q
1 R →U H1
2 ~R→S H2
3 S ( P Q) H3
4 ~U H4
5 ~ U →~ R 1 Contrapositiva
107
UNIDADE 3
7 S 2, 6 Modus Ponens
9 Q 8 Simplificação
Exemplo 11
H1 ( P ~ Q) S
H2 ~ (S ∨ U )
H3 Q→R
T P (Q R )
H1 ( P ~ Q) S
H2 ~ (S ∨ U )
H3 Q→R
H4 P
T Q∧R
108
UNICESUMAR
1 ( P ~ Q) S H1
2 ~ (S ∨ U ) H2
3 Q→R H3
4 P H4
5 (~ S ) ∧ (~ U ) 2 Lei de De Morgan
6 ~S 5 Simplificação
7 ~ ( P ∧ ~ Q) 1, 6 Modus Tolens
9 P 8 Simplificação
10 Q 8 Simplificação
11 Q 10 Dupla negação
12 C 4, 9 Contradição
15 (Q ∧ R) ∧ C 14 Lei Comutativa
16 (Q ∧ R) 15 Simplificação
109
UNIDADE 3
Exemplo 12
H1 (A J) G
H2 J →~ G
H3 J∨B
T A→ B
H1 (A J) G
H2 J →~ G
H3 J∨B
H4 A
T B
H1 (A J) G
H2 J →~ G
H3 J∨B
H4 A
H5 B
T C
110
UNICESUMAR
1 (A J) G H1
2 J →~ G H2
3 J∨B H3
4 A H4
5 B H5
6 J 3, 5 Silogismo Disjuntivo
7 G 2, 6 Modus Ponens
9 (~ A) ∧ (~ J ) 8 Lei de De Morgan
10 A 9 Simplificação
11 A∧ ~ ( A) 4, 10 conjunção
12 c 11 Contradição
111
UNIDADE 3
Dado um argumento qualquer, não há uma regra para determinar qual tipo de
técnica de demonstração a ser empregado. É claro que resolver exercícios nos
fornece a intuição necessária para decidirmos o melhor caminho. Vejamos al-
gumas situações.
112
UNICESUMAR
Exemplo 13
1 P ( P Q) H1
2 ( P P) ( P Q) 1 Lei Distributiva
3 P ( P Q) 2 Lei de Idempotência
4 ( P c) ( P Q) 3 Contradição
5 P (c Q ) 4 Lei Distributiva
6 P (Q c) 5 Lei Comutativa
7 P∨c 6 Contradição
8 P 7 Contradição
Logo, o argumento anterior é uma tautologia. Observe que foram usadas apenas
regras de equivalência lógicas. Desse modo, a recíproca P P ( P Q) tam-
bém é válida.
113
UNIDADE 3
Exemplo 14
1 ( P Q) ( P P) H1
2 ~ [ P ∧ (~ Q)]∧ ~ [ P ∧ ~ P] 1 Condicional
4 ~ [ P ∧ (~ Q)] ∧ T 3 Tautologia
5 ~ [ P ∧ (~ Q)] 4 Tautologia
6 ~ [(~ Q) ∧ P] 5 Comutatividade
Logo, o argumento anterior é uma tautologia. Observe que foram usadas apenas
regras de equivalência lógicas. Desse modo, a recíproca
~ (~ Q P) ( P Q) ( P P) também é válida.
Exemplo 15
114
UNICESUMAR
4 ~ P ∨ [Q ∨ R] 3 Lei da Idempotência
5 P (Q R ) 4 Condicional
Logo, o argumento anterior é uma tautologia. Observe que foram usadas apenas
regras de equivalência lógicas. Desse modo, a recíproca,
P (Q R ) ( P Q) ( P R) também é válida.
Exemplo 17
H1 ~ P →~ Q
H2 R →~ S
H3 (~ Q ~ S ) U
T ~ U ( P ~ R)
115
UNIDADE 3
H1 ~ P →~ Q
H2 R →~ S
H3 (~ Q ~ S ) U
H4 U
T P∧ ~ R
1 ~ P →~ Q H1
2 R →~ S H2
3 (~ Q ~ S ) U H3
4 U H4
5 ~ (~ Q∨ ~ S ) 3, 4 Modus Tollens
7 Q 6, Simplificação
8 S 6, Simplificação
10 P 9, Dupla negação
12 P∧ ~ R 10, 11 conjunção
116
UNICESUMAR
Exemplo 18
Sobre o time do coração dos amigos Aldo, Baldo e Caldo, sabe-se que:
I - Se Caldo é atleticano, então Aldo não é tricolor.
II - Se Baldo não é gremista, então Aldo é tricolor.
III - Se Baldo é gremista, então Caldo não é atleticano.
Logo, deduz-se que:
a) Aldo é tricolor.
b) Aldo não é tricolor.
c) Caldo é atleticano.
d) Caldo não é atleticano.
e) Baldo é vascaíno.
H1 P →~ Q
H2 ~ R→Q
H3 R →~ P
1 P →~ Q H1
2 ~ R→Q H2
3 R →~ P H3
4 ~ Q →~ (~ R) 2 Contrapositiva
117
UNIDADE 3
6 ~ Q →~ P 5, 3 Lei Transitiva
7 P →~ P 1, 6 Lei Transitiva
8 (~ P) ∨ (~ P) 7 Condicional
9 ~P 8 Idempotência
Exemplo 19
H1 P∧ ~ Q
H2 ~ R→Q
118
UNICESUMAR
2 ~ R→Q H2
3 P 1 Simplificação
4 Q 1 Simplificação
5 R 2, 3 Modus Tollens
6 R 5 Dupla Negação
7 P∧R 3, 6 conjunção
Exemplo 20
H1 P→Q
H2 ~P→R
H3 R →~ S
H4 Q →~ T
119
UNIDADE 3
1 P→Q H1
2 ~P→R H2
3 R →~ S H3
4 Q →~ T H4
6 ~ P →~ S 2, 3 Lei Transitiva
7 ~ (~ T ) →~ P 5 Contrapositiva
8 T →~ P 7 Dupla Negação
9 T →~ S 8, 6 Lei Transitiva
Exemplo 22
Se ontem tivesse nevado e tivesse sido um dia muito frio, Kate teria cancelado
a massagem de hoje. Como Kate não cancelou a massagem, então, com certeza,
ontem:
a) Fez calor e não nevou.
b) Foi um dia de céu azul.
c) Não nevou e não fez muito frio.
d) Não nevou ou não fez muito frio.
e) Não nevou e fez pouco frio.
120
UNICESUMAR
H1 ( P Q) R
H2 R
1 ( P Q) R H1
2 R H2
3 ~ ( P ∧ Q) 1, 2 Modus Tollens
4 (~ P) ∨ (~ Q) 3 Lei de Demorgam
Exemplo 23
H1 P (Q R )
H2 (Q R ) S
H3 S →~ T
H4 ~ T →~ U
H5 U
?
121
UNIDADE 3
1 P (Q R ) H1
2 (Q R ) S H2
3 S →~ T H3
4 ~ T →~ U H4
5 U H5
6 ~(~T) 4, 5 Modus Tollens
7 T 6 Dupla negação
8 S 3, 7 Modus Tollens
9 ~ (Q ∨ R) 2, 8 Modus Tollens
10 P 1, 9 Modus Tollens
Exemplo 24
Com base nas definições apresentadas no texto, assinale a opção em que a pro-
posição apresentada, junto com essas premissas, forma um argumento correto.
122
UNICESUMAR
H1 P∧Q
H2 ~ P∨ R
H3 S →T
1 P∧Q H1
2 ~ P∨ R H2
3 S →T H3
4 P 1 Simplificação
5 R 2, 4 Silogismo Disjuntivo
6 R (S T ) 5, 3 conjunção
7 R 6 Simplificação
123
UNIDADE 3
Exemplo 25
H1 ( P ~ Q) R
H2 (~ S R) T
H3 T
H4 P
1 ( P ~ Q) R H1
2 (~ S R) T H2
3 T H3
4 P H4
5 ~ (~ S ∨ R ) 2, 3 Modus Tollens
6 ~ (~ S ) ∧ (~ R) 5 Lei de De Morgan
7 S ∧ (~ R) 6 Dupla Negação
8 S 7 Simplificação
9 R 7 Simplificação
124
UNICESUMAR
10 ~ ( P ∧ ~ Q) 1, 9 Modus Tollens
12 (~ P) ∨ Q 11 Dupla Negação
14 S ∧Q 8, 13 conjunção
125
UNIDADE 3
126
UNICESUMAR
127
1. O argumento
H1 ~ ( P ∧ Q)
H2 ~ R→Q
H3 ~P→R
T R
foi demonstrado por contradição, como pode ser observado na tabela a seguir.
Observe, no desenvolvimento da demonstração, que as justificativas das regras de
inferência ou de equivalências lógicas foram substituídas pelas letras A, B, C, D e E.
1 ~ ( P ∧ Q) H1
2 ~ R→Q H2
3 ~P→R H3
4 R H4
5 ~ Q →~ (~ R) 2, A
8 ~ ( P Q) R 7, C
9 R 8,1 D
10 R ∧ ~ ( R) 4,9 E
11 c 10 Contradição
128
Acerca dessa demonstração, assinale a alternativa CORRETA.
H1 R →U
H2 ~R→S
H3 S ( P Q)
T ~U →T
H1 R →U
H2 ~R→S
H3 S ( P Q)
H4 ~U
T Q
Nessa condição, qual foi a técnica de inferência adotada pelo estudante?
a) Demonstração indireta.
b) Demonstração por contradição.
c) Demonstração direta.
d) Demonstração direta condicional.
e) Demonstração indireta condicional.
129
3. A seguir, é apresentado o quadro de demonstração de um argumento realizado por
um estudante de matemática, na disciplina de Lógica.
1 R →U H1
2 ~R→S H2
3 S ( P Q) H3
4 ~U H4
5 ~ U →~ R 1A
6 ~R 4,5 B
7 S 2, 6 C
8 P∧Q 3,7 D
9 Q 8E
130
4. Para verificar a validade do seguinte argumento
H1 P→Q
H2 P∨ R
H3 ~Q
H4 R (S T )
T S
1 P→Q H1
2 P∨ R H2
3 ~Q H3
4 R (S T ) H4
5 ~P 1, 3 Modus Tollens
6 ? 2, 5 Silogismo disjuntivo
7 ? 4, 6 Modus Ponens
8 ? 7, Simplificação
131
Nessas condições, analise as afirmações que seguem.
a) 0.
b) 1.
c) 2.
d) 3.
e) 4.
132
4Quantificadores
e Lógica de
Predicados
Dr.Ricardo Cardoso de Oliveira
134
UNICESUMAR
135
UNIDADE 4
Exemplo 1
Note, nesse caso, que TODO elemento de U faz da proposição aberta P(x) uma
proposição verdadeira.
136
UNICESUMAR
Exemplo 2
sição verdadeira.
■ Q(0) assume valor lógico F, pois (0) (0) 6 0 é uma proposição falsa.
2
verdadeira.
Observe, nesse caso, que EXISTE algum elemento de U faz da proposição aberta
Q(x) uma proposição verdadeira e ALGUM elemento a faz falsa.
137
UNIDADE 4
NOVAS DESCOBERTAS
Exemplo 3
138
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
Cumpre notar que, sendo P(x) uma proposição aberta, necessita de valor lógico V ou F. No
entanto, e são proposições e, portanto, tem valor lógico, que pode ser V ou F. Acrescen-
ta-se, ainda, que tudo o que fora discutido anteriormente sobre os operadores lógicos,
tabela verdade e métodos de inferência continuam válidos.
Exemplo 4
139
UNIDADE 4
discurso o conjunto {0, 1, 2, 3}. Observe que P(2) assume valor lógico V
e, nesse caso, escrevemos ∃xP ( x) ter valor lógico V.
Exemplo 5
ATENÇÃO: Sempre que ∀xP ( x) assumir valor lógico falso, devemos apresen-
tar um contraexemplo, ou seja, uma exceção à regra ou lei geral proposta. O
contraexemplo é um exemplo que refuta uma declaração universal. Por outro
lado, quando ∃xP ( x) tem valor lógico V, devemos mostrar um exemplo que
satisfaz a regra.
Exemplo 6
n
a) A proposição (n N )(2 n ) tem valor lógico falso. Tome como con-
2
2 2
traexemplo n = 2 e observe que 2 = 2 . Nesse caso, os números 3 e 4
também são contraexemplos, pois 2 < 3 e 2 = 4 . Observe que para
3 2 4 2
2
n igual a 1 e quando n é maior ou igual a 5 tem-se que 2 > n .
n
140
UNICESUMAR
Exemplo 7
Assim,
■ Quando x for par, temos que “x é par” tem valor lógico V, “x é ímpar” tem
valor lógico F e “x é par ou x é ímpar” tem valor lógico V.
■ Quando x for ímpar, temos que “x é par” tem valor lógico F, “x é ímpar”
tem valor lógico V e “x é par ou x é ímpar” tem valor lógico V.
Exemplo 8
a) xP ( x) Q( x)
b) xP( x) Q( x)
141
UNIDADE 4
traexemplo. De fato, P(4) tem valor lógico V e Q(4) tem valor lógico F e a con-
dicional R(4) P(4) Q(4) tem valor lógico F. Agora, ∃xR ( x) tem valor ló-
gico V. Basta tomar como exemplo x = 2. De fato, P(2) tem valor lógico V e Q(2)
tem valor lógico V e a condicional R(2) P(2) Q(2) tem valor lógico V.
Exemplo 9
R( x) :" x 2 3 x 2 0 "
e determine o valor lógico das proposições a seguir.
a) ∀xP ( x) assume valor lógico F. Tome como contraexemplo x = 1, que é ímpar.
b) ∃xP ( x) assume valor lógico V. Tome como exemplo x = 2 , que é par.
c) ∃xQ( x) assume valor lógico V. Tome como exemplo x = 9 , que é múltiplo de 3.
d) ∀xR ( x) assume valor lógico F. Tome como contraexemplo x = 0, e temos
02 3 0 2 0
e) ∃xR ( x) assume valor lógico V. Tome como exemplo x = 1 e temos que
12 3.1 2 0 . Poderíamos ter citado, como exemplo, x = 2.
f) xP ( x) Q( x) assume valor lógico V. Tome como exemplo x = 6, que é
par e múltiplo de 3.
g) xQ( x) R( x) assume valor lógico F. Tome como contraexemplo x = 4
e Q(4) assume valor lógico F e R(4), também, assume valor lógico F.
h) h) xQ( x) R( x) assume valor lógico V. De fato, nesse caso, fica mais
fácil definir um predicado auxiliar, digamos S ( x) Q( x) R( x) e estu-
dar o predicado o valor verdade de ∃xS ( x) . Assim, tomo como exemplo
x = 3 e S (3) Q(3) R (3) assume valor lógico V, pois Q(3) assume valor
lógico V e R(3) assume valor lógico F.
i) xR ( x) P ( x) assume valor lógico F. De fato, note que para qualquer
valor de x tal que x ≠ 1 e x ≠ 2 R(x) assume valor lógico F e a condicional
R( x) → P( x) , independentemente do valor lógico de P(x), assume valor
lógico V. Agora, quando x = 1 temos que R(1) assume valor lógico V e P(1)
142
UNICESUMAR
Exemplo 10
x 1
M
1 x
Seja M a matriz de ordem 2 tal que em que x pode assumir qual-
quer valor real. Nessa condição, determine o valor lógico da proposição “Para
algum número real x, a matriz M não será invertível”.
Solução: sabemos que uma matriz é invertível se o valor do seu determinante
for diferente de zero. Assim, para a matriz M temos que o determinante de M é
x 1
x2 1
1 x
Nessa situação, M será invertível se x 1 0 . Dentro do conjunto dos números
2
ax b cx d 1 0
a bx c dx 0 1
143
UNIDADE 4
x 1
2
x 1
2
x 1
M 1
1 x
x 2 1 x 2 1
Note, na matriz inversa, que ela existe para todo valor de x no conjunto dos nú-
1
meros reais e o valor de seu determinante é .
x +1
2
144
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
Muitas vezes usamos outro quantificador universal cujo símbolo é para denotar que
“existe único”. Note que e a recíproca não é verdadeira. No universo do conjunto dos nú-
meros naturais, considere o predicado P(x): “x é par” e Q(x): “x é primo” podemos escrever
. De fato, o número 2 é o único número par e primo.
Exemplo 11
P(x): “ x 5 x 6 0 ”
2
2
Q(x): “ x ≥ x ”
■ quando x > -2, temos que R(x) tem valor lógico V, pois P(x) tem sempre
valor lógico F, Q(x) valor lógico V e R( x) P( x) Q( x) valor lógico V.
145
UNIDADE 4
EXPLORANDO IDEIAS
“A matemática é [...] a ciência mais ciência. Colocada no topo da classificação das ciências,
é a primeira classe das ciências da descorberta, a ciência heurística mais abstrada e a
mais geral, a que faz descobertas de natureza mais suprema. Por ser a mais abstrata das
ciências, podemos dizer que é a mais básica, aquela da qual todas as ciências emprestam
princípios, e que não tira seus princípios de nenhuma outra: a matemática fornece a si
mesma seus princípios; ela é uma ciência que se autofundamenta. [...] A matemática não
se preocupa com a natureza da realidade. Por isso, a matemática, ‘nunca pode ser ciência
positiva, isto é, ciência do real’. [...] A matemática não se preocupa com a verdade de fato
porque suas conclusões são puramente hipotéticas, dependentes única e exclusivamente
dos diagramas e construções formais usados nas provas e cálculos”.
Fonte: Rodrigues (2007, p. 38).
~ x ~ P( x) x ~ P( x)
xP ( x) ~ x ~ P ( x)
xP( x) ~ x ~ P ( x)
146
UNICESUMAR
Exemplo 12
1
R( x) : x x x 2 1
2
Vamos negar a expressão apresentada:
1
~ R ( x) :~ x x x 2 1
2
Aplicando a parte i) do teorema apresentado, na expressão anterior, temos:
1
~ R( x) : x ~ x x 2 1
2
Aplicando a definição de condicional, na expressão anterior, temos:
1
~ R( x) : x ~ ~ x x 2 1
2
Aplicando a lei De Morgan, na expressão anterior, temos:
147
UNIDADE 4
1
~ R( x) : x ~~ x ~ x 2 1
2
Daí, resulta em
1
~ R ( x) : x x x 2 1
2
3 3 1
Tome como exemplo x = . Nessa condição, temos que ≥ tem valor lógico
4 4 2
< 1 tem valor lógico V e, portanto, x x x 2 1 tem valor lógico V.
9 1
V,
16 2
Exemplo 13
Solução: seja a proposição aberta P(x): “homem é responsável pelo amor que não
pratica” e ~P: “o homem não é responsável pelo amor que não pratica”. Em termos
simbólicos temos ∀xP( x) . Daí, sua negação da proposição é
~ xP ( x) x ~ P ( x)
que, por sua vez, é redigida como “Algum homem não é responsável pelo
amor que não pratica”. Portanto, responde à questão a alternativa B.
148
UNICESUMAR
Exemplo 14
~ xP( x) ~ x ~ P( x)
Exemplo 15
149
UNIDADE 4
que é redigida como “pelo menos um não adoeceu ou alguém não retornou
do hospital no sábado” e, portanto, responde à questão a alternativa C.
Exemplo 16
150
UNICESUMAR
Exemplo 17
Se não é verdade que “alguma atriz de novela não faz atuações interessantes”,
então é verdade que:
a) Todas as atrizes de novela fazem atuações interessantes.
b) Nenhuma atriz de novela faz atuação interessante.
c) Nenhuma atuação interessante é feita por alguma atriz de novela.
d) Nem todas as atrizes de novela fazem atuação interessante.
e) Todas as atuações não interessantes são feitas por atrizes de novela.
Solução: o enunciado dos exercícios diz que “alguma atriz de novela não faz
atuações interessantes” tem valor lógico falso. Dessa forma, sua negação tem
valor lógico verdadeiro. Sabemos que a negação do quantificador alguma é toda.
Assim, a negação de “alguma atriz de novela não faz atuações interessantes” é
escrita como “todas as atrizes de novela fazem atuações interessantes” e, portanto,
responde à questão a alternativa A.
151
UNIDADE 4
Exemplo 18
152
UNICESUMAR
P (c )
∃xP( x)
153
UNIDADE 4
Exemplo 19
Hipótese 2: ~ E ( z )
Conclusão: ~ L( z )
154
UNICESUMAR
De fato,
2 ~ E( z) Hipótese 2
3 L( z ) → E ( z ) 1, EU
Exemplo 20
155
UNIDADE 4
De fato,
2 C ( z) Hipótese 2
3 C ( z ) → D( z ) 1, EU
Exemplo 21
156
UNICESUMAR
Hipótese 3: P(a)
Conclusão: ?
Daí,
Ordem Proposição Justificativa
3 P(a) Hipótese 3
4 P(a) → Q(a) 1, EU
5 P(a) → U (a) 2, EU
9 x[Q( x) U ( x)] 8, GE
Exemplo 22
157
UNIDADE 4
3 ∃x ~ R( x) Hipótese 3
4 ~R(c) 3, EE
5 P (c ) → Q (c ) 1, EU
6 ~ R (c ) → ~ Q (c ) 2, EU
8 Q (c ) → R (c ) 7, Dupla Negação
11 ∃x ~ P( x) 10, GE
Exemplo 23
x[ X ( x) Y ( x)]
X (c )
x X ( x) Z ( x)
?
158
UNICESUMAR
2 x X ( x) Z ( x) Hipótese 3
3 X(c) Hipótese 2
4 X (c ) → Y (c ) 1, EU
5 X (c ) → Z (c ) 2, EE
8 Y (c ) ∧ Z (c ) 6,7 Conjunção
9 x Y ( x) Z ( x) 8, GE
Exemplo 24
159
UNIDADE 4
2 x Z ( x) P( x) Hipótese 3
3 Z(c) Hipótese 1
4 x ~ [ P( x) Q( x)] 1, negação
5 Z (c ) → P (c ) 2, EE
6 ~ [ P(c) → Q(c)] 4, EE
9 P (c ) ∧ ~ Q (c ) 8, dupla negação
10 ~ Q (c ) 9, simplificação
11 ∃x ~ Q( x) 10, GE
Uma forma simples que se pode usar para provar a validade ou não de um argu-
mento é fazendo uso do diagrama de Venn (diagrama de conjuntos). Essa é uma
maneira informal de demonstração, então fique atento.
Esse procedimento consiste na representação das premissas por diagramas
e, em seguida, a verificação da verdade da conclusão. Analise a situação a seguir:
Hipótese 1: Todos os homens são mortais.
Hipótese 2: Renato é homem.
Conclusão: Renato é mortal.
160
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: nessa figura, há a representação de dois conjuntos por dois círculos, sendo um
maior, o qual recebe o nome de Mortais, e o outro, menor, que recebe o nome de Homens. O círculo cujo
nome é Homens está totalmente contido no interior do conjunto cujo nome é Mortais.
161
UNIDADE 4
NOVAS DESCOBERTAS
Zero é um número?
O zero surgiu pela primeira vez em sistemas de anotar números. Era
um recurso notacional. Só mais tarde foi reconhecido como um nú-
mero propriamente dito, com a permissão de assumir seu lugar como
característica fundamental de sistemas numéricos matemáticos. Nes-
se podcast, vamos discutir sobre o tal número zero. Acesse o QR Code.
Exemplo 25
162
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: nessa figura, há a representação de dois conjuntos por dois círculos, um conjunto
foi chamado de A e o outro de B. Os dois conjuntos apresentam uma região hachurada em cinza, que
corresponde à interseção dos dois conjuntos.
Exemplo 26
163
UNIDADE 4
Solução: Vamos considerar N o conjunto de todos aqueles que têm noção de Ma-
temática, E o conjunto de todos os engenheiros e F o conjunto dos funcionários
da Unicesumar são engenheiro. A representação em diagrama de Venn fica como
apresentado na Figura 3. Note que é possível inferir que alguns funcionários da
Unicesumar podem não ter noções de Matemática e, dessa maneira, responde à
questão a alternativa E.
Descrição da Imagem: nessa figura, há a representação de três conjuntos por círculos, um conjunto foi
chamado de N, outro de E e outro de F. O conjunto E está contido no conjunto N. O conjunto F intersecciona
os conjuntos E e F. A parte do conjunto F que não está contida nos conjuntos E e N está hachurada, em cinza.
164
UNICESUMAR
Exemplo 27
165
UNIDADE 4
Exemplo 28
Descrição da Imagem: nessa figura, há a representação de dois conjuntos por círculos e estes conjuntos
são distintos. À esquerda há o conjunto A que está contido no conjunto R e dentro do conjunto A há um
desenho de um homem representando José. À direita está um conjunto P que está contido no conjunto T.
166
UNICESUMAR
Exemplo 29
Os quadriláteros são polígonos de quatro lados e que possuem quatro vértices. Al-
guns quadriláteros têm nomes especiais como é o caso do trapézio, do paralelogra-
mo, do retângulo, do losango e do quadrado. Os trapézios têm dois lados paralelos
e são classificados em trapézio retângulo, trapézio isósceles e trapézio escaleno.
Os paralelogramos têm dois pares de lados paralelos e de mesma medida. Estes
paralelogramos recebem nomes específicos de acordo com as suas características:
quadrado, retângulo e losango. Retângulos são paralelogramos que têm todos os
ângulos internos retos e os losangos são paralelogramos em que todos os lados
Descrição da Imagem: nessa figura há a representação dos conjuntos de todos os tipos de quadriláteros.
Esses conjuntos foram representados por retângulos para facilitar a compreensão. Começamos de fora
para dentro: dentro de um conjunto denominado de quadriláteros há outros conjuntos de nomes trapézios,
paralelogramos, losangos, quadrados e retângulos. O conjunto trapézio está contido no conjunto quadri-
látero. O conjunto dos paralelogramos está contido dentro do conjunto dos trapézios. Os conjuntos dos
retângulos e dos losangos estão contidos no conjunto dos paralelogramos. A interseção entre os conjuntos
dos retângulos e losangos resulta em um conjunto denominado quadrado.
167
UNIDADE 4
têm a mesma medida e que suas diagonais se encontram em seus pontos médios
formando um ângulo reto. Já os quadrados são paralelogramos em que a medida
dos lados tem valores iguais e todos os ângulos são retos. Acerca das definições
apresentadas, construa um diagrama ilustrando essa classe de polígonos.
Solução: analisando as definições dos quadriláteros, é possível construir o
diagrama de Venn da Figura 6.
168
existencial e universal. Dessa forma, para encerrar, e retornando ao Exemplo
29, podemos afirmar que:
■ Todo quadrado é um retângulo.
■ Todo quadrado é um losango.
■ Alguns retângulos são quadrados.
■ Alguns losangos são retângulos.
■ Todo quadrado é um paralelogramo.
Ao final dessa unidade, espero que você tenha percebido que o uso dos quantifica-
dores é de grande importância para a construção de proposições em Matemática
e que toda esta construção está fundamentada nas ideias de lógicas, nas leis de
equivalência, nas leis de inferências e nas regras de demonstração. Disciplinas como
Cálculo, Álgebra, Geometria e outras fazem uso dessas técnicas para validar seus
teoremas, lemas, proposições etc. Agora, é sua vez de pôr a mão na massa e resolver
os exercícios propostos.
169
3. Qual a negação da proposição “Todos os elementos do conjunto dos naturais são
números positivos”?
Afirmação 1: todo X é Y.
Afirmação 2: se existe algum X que também é Z.
170
6. Um analista de meio ambiente afirmou que
7. Afirmar que é verdade que “para todo t, se t é um sapo e se t é preto, então t está
saltando” é logicamente equivalente a dizer que não é verdade que:
NOVAS DESCOBERTAS
171
5
O Princípio de
Indução Finita
Dr. Ricardo Cardoso de Oliveira
Durante seus estudos no Ensino Médio é certo que você tenha se deparado com o
estudo de sequências numéricas. Você se lembra das progressões aritméticas e das
progressões geométricas? No geral, quando estamos cursando o Ensino Médio,
nossos professores não estão interessados em demonstrar teoremas e equações
matemáticas. Alguns simplesmente os colocam ali e aplicam em exercícios.
É bem provável que seu professor de matemática, quando explicou a
soma dos termos de uma progressão aritmética, tenha contato uma estória de
que Gauss, um jovem alemão e que mais tarde se tornaria um grande matemático,
era um jovem travesso e que durante uma aula de matemática sua professora fez
sua turma somar todos os números inteiros compreendidos entre 1 e 100. Ele,
em tempo recorde, foi o primeiro a terminar e o único a acertar o resultado
do valor da soma, 5050. Detalhe: sem calculadora.
É claro, que hoje sabemos que os termos dessa soma é uma progressão aritmé-
tica e que a soma é uma série. Temos até equação pronta que nos permite escrever
os termos dessa sequência e outra equação que permite somar os termos dessa
sequência. Vamos analisar a operação:
1+ 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + ... + 91+ 92 + 93 + 94 + 95 + 96 + 97 + 98 + 99 + 100
O questionamento que surge é: o que observou Gauss, na soma acima, para re-
solvê-la de forma rápida e corretamente?
A grande sacada de Gauss foi ter percebido que a soma do primeiro nú-
mero com o último tem como resultado 101 e que o mesmo acontecia para o
segundo e penúltimo, terceiro e antepenúltimo e assim por diante. Não pas-
sou muito tempo para ele calcular que, ao final, teria 50 resultados iguais a
101 e que a soma exigida pelo professor era igual ao produto 50 por 101. O
pensamento de Gauss norteia a ideia central empregada para demonstrar a
equação da soma dos n primeiros termos de uma PA. Anote essas operações
matemáticas e verifique sua validade, no espaço a seguir.
174
UNICESUMAR
175
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: há seis peças de dominós na cor branca e com pontinhos pretos. As duas primeiras
peças do dominó estão caindo e encostadas na terceira, mostrando o efeito dominó.
176
UNICESUMAR
PENSANDO JUNTOS
Gerônimo e Franco (2006) afirmam que o nome Princípio de Indução Finita não é um
nome apropriado, porque, como se pode observar, esse método é baseado no método
dedutivo e trata-se de uma propriedade relacionada com o conjunto dos números natu-
rais que é um conjunto infinito. Pense a respeito!
177
UNIDADE 5
Vamos ilustrar o método com algumas aplicações nos exemplos que seguem.
Exemplo 1
k (k 1)
P(k ) : " 1 2 3 4 ... k " Eq(3)
2
Precisamos provar que P(k + 1) é verdadeiro, ou seja,
(k 1)(k 2)
P(k 1) : " 1 2 3 4 ... k (k 1) " Eq(4)
2
A pergunta que surge é: como sair da Eq.(1) e chegar na Eq.(2)? Para usar o PIF,
o ponto crucial está em responder essa questão. Uma análise entre os primeiros
membros das equações (1) e (2) já nos dá a dica: a diferença entre os membros é
o fator aditivo (k + 1) . Adicionando (k + 1) em ambos os membros de Eq.(1) e
efetuando as manipulações algébricas necessárias, tem-se que
178
UNICESUMAR
k (k 1)
1 2 3 4 ... k (k 1) (k 1)
2
k (k 1) 2(k 1)
1 2 3 4 ... k (k 1)
2
(k 1)(k 2)
1 2 3 4 ... k (k 1)
2
Dessa forma, o resultado de
n(n 1)
1 2 3 4 ... n
2
Exemplo 2
179
UNIDADE 5
k 1 k 1
Agora, note que 2 10 10 10 . Daí, por transitividade segue que
Exemplo 3
n
1 1 1 n
Prove, usando o PIF, que, para todo número natural positivo .
n 0 1 0 1
1 1 1 n
Solução: defina o predicado P(n) : " ". A afirmação P(1)
0 1
1 0 1
1 1 1 1
equivale à proposição lógica P(1) : " " que é claramente válida,
1 0 1 0 1
1 1 1 1
pois . Assim, o passo 1 está verificado. Só para fixar a notação,
0 1 0 1 2
1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 2
note que P(2) : " " .
0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 1
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior
ou igual a 1. Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que
P(k ) é verdadeiro, ou seja, vale a igualdade
k
1 1 1 k
P (k ) : " " Eq.(5)
0 1 0 1
Precisamos provar que P(k + 1) é verdadeiro, ou seja,
180
UNICESUMAR
k 1
1 1 1 k 1
P(k 1) : " " Eq.(6)
0 1 0 1
Uma análise das equações (5) e (6) já nos dá a dica: devemos multiplicar a equa-
ção (5) por 1 1 . Assim, tem-se que
0 1
k
1 1 1 k
0 1 0 1
k
1 1 1 1 1 k 1 1
0 1 0 1 0 1 0 1
Exemplo 4
181
UNIDADE 5
2 n 4 n1 1
Solução: defina o predicado P ( n) : " 1 4 4 ... 4 " . A afirma-
411 1 3
ção P(1) equivale à proposição lógica P(1) : " 1 4 " que é claramente
3
válida, pois 5 = 5 . Assim, o passo 1 está verificado.
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja
maior ou igual a 1. Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admiti-
4 k 1 1
P(k ) : " 1 4 4 2 ... 4 k "
3
Precisamos provar que P(k + 1) é verdadeiro, ou seja,
4 k 2 1
P(k 1) : " 1 4 4 2 ... 4 k 4 k 1 "
3
Uma análise entre os primeiros membros das equações (7) e (8) já nos dá a dica: a
k +1 k +1
diferença entre os membros é o fator aditivo 4 . Adicionando 4 em ambos os
membros de Eq.(7) e efetuando as manipulações algébricas necessárias, tem-se que
4 k 1 1
1 4 4 2 ... 4 k
3
4 k 1 1 k 1
1 4 4 2 ... 4 k 4 k 1 4
3
182
UNICESUMAR
4 n1 1
1 4 4 2 ... 4 n
3
Exemplo 4
3
Prove, usando o PIF, que para todo número natural positivo n + 2n é divisível
por 3.
3
Solução: defina o predicado P(n) : " n + 2n é divisível por 3 " . Aqui va-
3
mos usar a seguinte notação para o predicado P(n) : " 3 | n + 2n " (lê-se três
3
divide n + 2n ). A afirmação P(1) equivale à proposição lógica P(1) : " 3 | 3 "
P ( k ) : " 3 | k 3 + 2k " E
Precisamos provar que P(k + 1) é verdadeiro, ou seja,
183
UNIDADE 5
3|3(k 2 + k + 1)
184
UNICESUMAR
Exemplo 5
185
UNIDADE 5
a1 a2 a3 a4 ... ak
a
1
ak k
2
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
a1
ak k
ak 1
2
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
a1 ak k 2ak 1
2
a1k+akk 2ak 1
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
2
2a1k rk rk 2a1 2kr
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
2aa1(k 1) r (k 2 k )
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
2a1(k 1) rk (k 1)
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
(k 1)(2a1 rk )
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
(k 1)(a1 a1 rk )
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
Mas ak 1 a1 kr . Daí,
(k 1)(a1 ak 1)
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
2
186
UNICESUMAR
Sn
a
1
an n
2
segue pelo PIF. Logo, ∀nP(n) .
Exemplo 6
Dante e Viana (2019) afirmam que uma Progressão Geométrica (PG) é a se-
quência de números em que o quociente entre dois termos consecutivos é sem-
pre o mesmo e esse quociente constante é denominado de razão. Dessa forma, a
partir do segundo elemento da sequência, os números que surgem são resultan-
tes da multiplicação da constante com o valor do elemento anterior, isto é, se an
é o n-ésimo termo da PG, o termo seguinte, an+1 , é expresso como
an1 an q a1 q n em que q é a razão da PG. Use o PIF e prove que a soma
187
UNIDADE 5
a1 a2 a3 a4 ... ak
a1 q k 1
q 1
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
a1 q k 1 a
k 1
q 1
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
a1 q k 1 (q 1)ak 1
q 1
k
a1q a1 qak 1 ak 1
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
q 1
a1 a2 a3 a4 ... ak ak 1
a1 q k 1 1
q 1
188
UNICESUMAR
Sn
a1 q n 1
q 1
EXPLORANDO IDEIAS
Vimos que o PIF pode ser empregado para demonstração da equação dos termos de PA e
PG. Já que estamos falando em sequências, a sequência de Fibonacci é bastante famosa.
Nela, de acordo com Pickover (2009), com exceção dos dois primeiros termos, os demais
termos sucessivos são obtidos pela soma dos dois termos antecessores. Assim, a sequên-
cia é escrita como: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, ...
Esses números aparecem em diversos tópicos matemáticos e na natureza. Por exemplo,
no núcleo da flor do girassol, existem duas séries de curvas de sementes com comporta-
mento bastante interessantes. Cada uma dessas série vão para uma direção e o número
de curvas não é o mesmo nas duas séries. Uma dessas séries apresenta 21 curvas dire-
cionadas para a esquerda, e a outra terá 34 para a direita. Se a série tem 34 para um lado,
terá 55 para o outro. Se 55 curvas apontam para uma direção, 89 apontarão para a outra
e assim por diante.
O termo geral da sequência de Fibonacci, para todo número natural positivo, é expresso
como:
F1 1
F2 1
F F F
n 2 n n 1
NOVAS DESCOBERTAS
189
UNIDADE 5
Exemplo 7
190
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: há dois quadrados. O quadrado da esquerda foi dividido em nove quadrados
idênticos e o quadrado central está hachurado. O quadrado da direita foi obtido a partir do quadrado da
esquerda, em que cada um dos oito quadrados não hachurados foi dividido em outros nove quadrados
e o quadrado central está hachurado.
191
UNIDADE 5
2
1 1 8 1
3
3
2
2 1 8 8 82 1 8
8 2 4
32 3 3
2
3 1 82 8 83 1
2 82
8 3 6
33 3 3
Logo, a equação que permite o cálculo da soma das áreas dos quadrados remo-
vidos até a etapa n é 23n3 . Agora, vamos empregar o PIF para provar que
Sn 2 n
3
essa equação é válida. De fato, defina o predicado
23 n 3
P(n) : " Sn "
32 n
23 3 1
Note que P (1) : " S1
" tem valor lógico verdadeiro e o passo inicial é
32 9
satisfeito. Agora, vamos ao passo indutivo, em que fixamos k, k maior ou igual a
1, e assumimos que P(k ) tem valor lógico verdadeiro, isto é, assumimos que
Eq.(17) tem valor lógico verdadeiro.
23 k 3
P(k ) : " Sn
"
32 k
Precisamos provar que P(k + 1) é verdadeiro, ou seja, precisamos provar que
Eq.(18) tem valor lógico verdadeiro.
23 k
P(k 1) : " Sk 1 "
32 k 2
192
UNICESUMAR
Uma análise entre os primeiros membros das equações (17) e (18) já nos dá a
dica: a diferença entre os membros é o fator multiplicativo 23 . Assim, vamos
32
23
multiplicar o termo 2 em ambos os lados da Eq.(17). Daí, segue que
3
23 k 3
Sk
32 k
23 23 k 3 23
Sk . 2 2 k . 2
3 3 3
3k
2
Sk 1 2 k 2
3
Dessa forma, o resultado de
23 n 3
Sn
32 n
Exemplo 8
Prove, usando o PIF, que o número de maneiras diferentes nas quais podemos
ordenar um conjunto de n elementos é igual a
n ! n (n 1) (n 2) ... 3 2 1.
193
UNIDADE 5
Uma análise entre os primeiros membros das equações (19) e (20) já nos dá a
dica: a diferença entre os membros é o fator multiplicativo (k + 1) . Assim, vamos
somar o termo (k + 1) em ambos os lados da Eq.(19). Daí, segue que
Exemplo 9
194
UNICESUMAR
1 C C ⋅i C+C ⋅ i=C(1+i)
2 C C ⋅i C(1+i)+C.i=C(1+2i)
3 C C ⋅i C(1+2i)+C.i=C(1+3i)
Tabela 2 – Planilha de monitoramento de capital no regime de capitalização simples
Fonte: o autor.
Use o Princípio de Indução Finita e prove que para todo n ∈ o valor do mon-
tante pode ser determinado pela equação M(n)=C(1+in) .
Solução: inicialmente, defina o predicado
P(n) : " M(n)=C(1+in) "
Note que P(1) : " M(1)=C(1+i) " tem valor lógico verdadeiro e o passo inicial é
satisfeito. Agora, vamos ao passo indutivo, em que fixamos k, k maior ou igual a
1, e assumimos que P(k ) tem valor lógico verdadeiro, isto é, assumimos que
Eq.(21) tem valor lógico verdadeiro.
P(k ) : " M(k)=C(1+ik) "
Uma análise entre os primeiros membros das equações (21) e (22) já nos dá a
dica: a diferença entre os membros é o fator aditivo C.i . Assim, vamos somar o
termo C.i em ambos os lados da Eq.(21). Daí, segue que
M(k)=C(1+ik)
M(k)+Ci=C(1+ik)+Ci
M(k+1)=C+Cik+Ci
M(k+1)=C(1+i(k
k+1))
195
UNIDADE 5
Exemplo 10
n0 N , n n0 , 2n n2 .
196
UNICESUMAR
n 2n n2
1 2 1
2 4 4
3 8 9
4 16 16
5 32 25
6 64 36
7 128 49
197
UNIDADE 5
k 1 k
2 2
2 k 1 2k
2 2
2k 1 2 k 1 2k 2
2
ou ainda,
2k 1 2 k 1
2
198
UNICESUMAR
NOVAS DESCOBERTAS
No início desta unidade, começamos com um problema que fora proposto pela
professora de Gauss, que era determinar o valor da soma
1+ 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + ... + 91+ 92 + 93 + 94 + 95 + 96 + 97 + 98 + 99 + 100
Vimos no Exemplo 1 que a generalização para a soma de n números naturais, isto é,
1+ 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + ... + 91+ 92 + 93 + 94 + 95 + 96 + 97 + 98 + 99 + 100 + .... + n
n(n 1)
é expressa por 1 2 3 4 ... n
2
Dessa forma, queremos mostrar que a soma dos n primeiros termos de uma
progressão aritmética com primeiro termo igual a 1 e razão igual a 1 é
n(n 1) . Agora, vamos tomar um caso particular n =
1 2 3 4 ... n
2
100 (situação proposta pela professora de Gauss). Assim,
100(100 1)
1 2 3 4 ... 100 5050
2
que é o resultado obtido por Gauss.
199
1. Prove, usando o PIF, que para todo número natural positivo
3n(n 1) .
3 6 9 12 ... 3n
2
3. Prove, usando o PIF, que para todo número natural positivo n2 (2n 1) .
4. Prove, usando o PIF, que para todo número natural positivo (1 x )n 1 nx .
7. Prove, usando o PIF, que a partir de algum número natural positivo 2n < n ! .
200
UNIDADE 1
ROCHA, E. Raciocínio lógico para concursos: você consegue aprender. 4. ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2012.
SILVEIRA, E.; SILVEIRA, C. M. Matemática: compreensão e prática. São Paulo: Moderna, 2008.
VILAR, B. Raciocínio lógico: questões comentadas: FCC. 2. ed. Rio de Janeiro: Método, 2012.
UNIDADE 2
FUKS, R. Poema Amor é fogo que arde sem se ver (com Análise e Interpretação). Cultura Ge-
nial, [2022]. Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-amor-e-chama-que-arde-
-sem-se-ver-de-luis-vaz-de-camoes/. Acesso em: 8 ago. 2022.
VILLAR, B. Raciocínio lógico: questões comentadas: FCC. 2. ed. Rio de Janeiro: Método, 2012.
UNIDADE 3
VILLAR, B. Raciocínio lógico: questões comentadas: FCC. 2. ed. Rio de Janeiro: Método, 2012.
201
UNIDADE 4
LOYOLA, R. Raciocínio lógico para concursos: teoria e questões – mais de 600 questões resol-
vidas e propostas. 2. ed. Rio de Janeiro: Método, 2014.
SILVEIRA, E.; MARQUES, C. Matemática: compreensão e prática. São Paulo: Moderna, 2008.
UNIDADE 5
DANTE, L. R.; VIANA, F. Matemática - Volume único: Contexto & aplicações. 4. ed. São Paulo:
Atual, 2019.
DOMINGUES H. H.; IEZZI, G. Álgebra Moderna. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
IEZZI, G.; DOLCE, O.; DEGENSZAJN, D. Matemática: ensino médio. Volume único. 6. ed. São
Paulo: Atual, 2015.
202
UNIDADE 1
1. Solução: Sabe-se que uma proposição é qualquer sentença declarativa que exprime
um pensamento de sentido completo e assume um dos dois valores-verdade: Verda-
deiro e Falso. Assim, (1), (3) e (6) não são sentenças, pois não existem sujeitos e pode
assumir valor-verdade V ou F. (5) é uma sentença imperativa e, por isso, não é uma
sentença. Já (2) e (4) são sentenças, pois formam sentenças declarativas, ou seja, para
elas existem sujeito e predicado. Portanto, alternativa E.
2. Solução: A proposição composta “Ricardo faz dieta, mas come bolo” é formada pelas
seguintes proposições simples “Ricardo faz dieta” e “Ricardo come bolo” que, por sua
vez, são ligadas pelo operador conjunção (mas). Logo, alternativa E.
3. Solução:
5. Solução: Note que a proposição é composta e formada por outras 3 proposições sim-
ples: P1: “o número é divisível por 2”; P2: “o número é divisível por 3” e P3: “o número
é divisível por 6”. Dessa forma, a tabela verdade terá 8 linhas.
203
A B C C ↔ A ∧ B
V V V V V V V V
F V V V F F F V
V F V V F V F F
F F V V F F F F
V V F F F V V V
F V F F V F F V
V F F F V V F F
F F F F V F F F
1 3 1 2 1
Logo, alternativa D.
P Q R P → Q ∨ P → R
V V V V V V V V V V
F V V F V V V F V V
V F V V F F V V V V
F F V F V F V F V V
V V F V V V V V F F
F V F F V V V F V F
V F F V F F F V F F
F F F F V F V F V F
1 2 1 3 1 2 1
204
Logo, alternativa A.
UNIDADE 2
P Q P ∨ Q ∧ ~ Q → P
V V V V V F F V V V
V F V V F V V F V V
F V F V V F F V V F
F F F F F F V F V F
Etapa 1 2 1 3 2 1 4 1
205
6. Solução: Considere a proposição P: “Rodolfo será aprovado na disciplina”. Assim, ~P:
“Rodolfo não será aprovado na disciplina”. Logo, (P ou ~P) é uma tautologia. Logo,
alternativa B.
UNIDADE 3
H1 ~ ( P ∧ Q)
H2 ~ R→Q
H3 ~P→R
H4 ~R
T c
em que c é a contradição. Desse modo, agora, procedemos como na demonstração direta. Assim,
1 ~ ( P ∧ Q) H1
2 ~ R→Q H2
3 ~P→R H3
4 R H4
5 ~ Q →~ (~ R ) 2, Contrapositiva
206
Ordem Proposição Justificativa
8 ~ ( P ∧ Q) → R 7, Lei de De Morgan
9 R 8, 1 Modus Ponens
10 R ∧ ~ ( R) 4, 9 conjunção
11 c 10 Contradição
1 R →U H1
2 ~R→S H2
3 S → ( P ∧ Q) H3
4 ~U H4
5 ~ U →~ R 1 Contrapositiva
7 S 2, 6 Modus Ponens
9 Q 8 Simplificação
207
Portanto, em B foi empregado Modus Ponens. Logo, responde à questão a alternativa B.
1 P→Q H1
2 P∨ R H2
3 ~Q H3
4 R → (S ∧ T ) H4
5 ~P 1, 3 Modus Tollens
6 R 2, 5 Silogismo disjuntivo
7 S ∧T 4, 6 Modus Ponens
8 S 7, Simplificação
UNIDADE 4
1. Solução: sejam as proposições abertas P(x): “professor de filosofia usa calças” e ~P:
“professor de filosofia não usa calças” e o universo de discurso constituído pelos
professores de filosofia. Em termos simbólicos, temos ∀xP ( x ) . Daí sua negação da
proposição é
~ ∀xP ( x) ≡ ∃x ~ P ( x)
Que, por sua vez, é redigida como “professor de filosofia usa calças”. Portanto, responde à
questão a alternativa E.
208
2. Solução: seja a proposição aberta P(x): “mulher bonita gosta de tratamento estético”.
Considerando o universo de discurso o conjunto de todas as mulheres bonitas, temos
em termos simbólicos a proposição “Todas as mulheres bonitas gostam de tratamento
estético” é escrita com ∀xP ( x ) . Usando exemplificação universal (EU), temos que seja
c = a esposa de Murilo. Segue que
∀xP( x)
P (c )
3. Solução: seja a proposição aberta P(x): “elementos do conjunto dos naturais são
números positivos” e, em termos simbólicos, a proposição “Todas elementos do
conjunto dos naturais são números positivos” é escrita como ∀xP ( x ) . A negação
dessa proposição é
~ ∀xP ( x) ≡ ∃x ~ P ( x)
Assim, escrevemos que “Pelo menos um dos elementos do conjunto dos naturais não é um
número positivo”. Logo, responde à questão a alternativa D.
∀x[ X ( x) → Y ( x)]
X (c )
∃x [ X ( x) → Z ( x) ]
?
Agora, vamos verificar o argumento para encontrar a conclusão. De fato,
209
Ordem Proposição Justificativa
2 ∃x [ X ( x) → Z ( x) ] Hipótese 3
3 X(c) Hipótese 2
4 X (c ) → Y (c ) 1, EU
5 X (c ) → Z (c ) 2, EE
8 Y (c ) ∧ Z (c ) 6,7 Conjunção
9 ∃x [Y ( x) ∧ Z ( x)] 8, GE
Assim, podemos concluir que existe algum Y que também é Z. Portanto, responde à questão
a alternativa B.
Z (c )
~ ∀x[ P( x) → Q( x)]
∃x [ Z ( x) → P( x) ]
?
210
Agora, vamos verificar o argumento para encontrar a conclusão. De fato,
2 ∃x [ Z ( x) → P( x)] Hipótese 3
3 Z(c) Hipótese 1
4 ∃x ~ [ P ( x) → Q ( x)] 1, negação
5 Z (c ) → P (c ) 2, EE
6 ~ [ P (c) → Q (c)] 4, EE
9 P (c ) ∧ ~ Q (c ) 8, dupla negação
10 ~ Q (c ) 9, simplificação
11 ∃x ~ Q ( x) 10, GE
Dessa forma, a conclusão nos permite escrever que “alguns atletas não vendem chocolates” e,
responde à questão a alternativa B.
211
6.
Marca X
Carros confortáveis
Descrição da Imagem: há dois retângulos. No retângulo superior, está escrito “carros com motor de baixa
potência”. No retângulo inferior, está escrito “carros confortáveis”. Há intersecção entre esses retângulos.
Há um círculo e metade desse círculo está na região de intersecção dos retângulos e a outra metade está
contida no retângulo superior.
212
A partir da construção do diagrama de Venn, apresentado nesta figura, para a situação apre-
sentada é possível concluir que “alguns carros confortáveis possuem motor com baixa potên-
cia” e responde à questão a alternativa C.
7. A proposição dada pode ser escrita como “todo sapo preto está saltando”, o que, de
acordo com o exercício, tem valor lógico verdadeiro. Dessa forma, sua negação tem
valor lógico falso e é escrito como “existe um sapo preto que não está saltando.” Assim,
responde à questão a alternativa D.
UNIDADE 5
1.
Solução: para aplicar o PIF, um passo importante é identificar o predicado. Nesse caso, defini-
mos o predicado
3n(n + 1)
P(n) :"3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3n = " 3(1 + 1)
2 P(1) :"3 = "
A afirmação P (1) equivale à proposição lógica 2 que é claramente vá-
lida.
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou
igual a 1. Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verda-
deiro, ou seja, vale a igualdade
3k (k + 1)
P (k ) :"3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k = "
2
Precisamos provar que P (k + 1) é verdadeiro, ou seja,
3(k + 1)(k + 2)
P(k + 1) :"3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3(k + 1) = "
2
A pergunta que surge é: como sair da Eq.(1) e chegar na Eq.(2)? Para usar o PIF, o ponto crucial
está em responder essa questão. Uma análise entre os primeiros membros das equações (1)
e (2) já nos dá a dica: a diferença entre os membros é o fator aditivo 3(k + 1) . Adicionando
3(k + 1) em ambos os membros de Eq.(1) e efetuando as manipulações algébricas neces
213
3k (k + 1)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k =
2
3k (k + 1)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k =
+ 1) + 3(k + 1)
2
3k (k + 1) + 6(k + 1)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k + 1) =
2
2
3k + 3k + 6k + 6
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k + 1) =
2
2
3k + 9k + 6
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k + 1) =
2
2
3(k + 3k + 2)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k + 1) =
2
3(k + 1)(k + 2)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3k + 3(k + 1) =
2
Dessa forma, o resultado de 3n(n + 1)
3 + 6 + 9 + 12 + ... + 3n =
2
segue pelo PIF. Logo, ∀n P(n) .
2.
Solução: para aplicar o PIF, um passo importante é identificar o predicado. Nesse caso, defini-
mos o predicado
n(4n − 2)
P(n) :"1 + 5 + 9 + 13 + ...(4n − 3) = "
2
1(4 − 2)
A afirmação (1) :"1 = 1" que é claramente
P (1) equivale à proposição lógica P=
válida. 2
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou
igual a 1. Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verda-
deiro, ou seja, vale a igualdade
k (4k − 2)
P(k ) :"1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) = "
Precisamos provar que
P (k + 1) é verdadeiro, ou seja, 2
214
(k + 1)(4k + 2)
P(k + 1) :"1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) + (4k + 1) = "
2
A pergunta que surge é: como sair da Eq.(1) e chegar na Eq.(2)? Para usar o PIF, o ponto crucial
está em responder essa questão. Uma análise entre os primeiros membros das equações (1)
e (2) já nos dá a dica: a diferença entre os membros é o fator aditivo (4k + 1) . Adicionando
(4k + 1) em ambos os membros de Eq.(1) e efetuando as manipulações algébricas necessá-
rias, tem-se que
k (4k − 2)
1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) =
2
k (4k − 2)
1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) + (4k=
+ 1) + (4k + 1)
2
k (4k − 2) + 2(4k + 1)
1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) + (4k + 1) =
2
2
4k + 6k + 2
1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) + (4k + 1) =
2
(k + 1)(4k + 2)
1 + 5 + 9 + 13 + ...(4k − 3) + (4k + 1) =
2
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou igual a 1.
215
Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verdadeiro, ou
seja, vale a igualdade
k 2 ≥ (2k − 1)
k 2 + 2k + 1 ≥ (2k − 1) + 2k + 1
(k + 1) 2 ≥ 4k
4k ≥ 2k + 1
ou ainda,
(k + 1) 2 ≥ 4k ≥ 2k + 1
Dessa forma, o resultado de
n 2 ≥ (2n − 1)
segue pelo PIF. Logo, ∀n P(n) .
4.
Solução: para aplicar o PIF, um passo importante é identificar o predicado. Nesse caso, defini-
mos o predicado
P(n) :"(1 + x) n ≥ 1 + nx "
A afirmação P (1) equivale à proposição lógica P (1) :"(1 + x) ≥ (1 + x)" que é clara-
mente válida.
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou igual a 1.
Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verdadeiro, ou
216
seja, vale a igualdade
A pergunta que surge é: como sair da Eq.(1) e chegar na Eq.(2)? Para usar o PIF, o ponto crucial
está em responder essa questão. Uma análise entre os primeiros membros das equações (1)
e (2) já nos dá a dica: a observação entre os membros é o fator multiplicativo (1 + x) . Multi-
plicando (1 + x) em ambos os membros de Eq.(1) e efetuando as manipulações algébricas
necessárias, tem-se que
(1 + x) k ≥ 1 + kx
(1 + x) k (1 + x) ≥ [1 + kx ] (1 + x)
(1 + x) k +1 ≥ (1 + x) + kx(1 + x)
(1 + x) k +1 ≥ 1 + x + kx + kx 2
Sabemos que 1 + x + kx + kx 2 ≥ 1 + x + kx
Dessa forma, o resultado de
(1 + x) k +1 ≥ 1 + x + kx
(1 + x) k +1 ≥ 1 + x(k + 1)
217
3k +1 − 1
P(k ) :"1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k = "
2
Precisamos provar que P (k + 1) é verdadeiro, ou seja,
1 2 3 k +1 3k + 2 − 1
P(k + 1) :"1 + 3 + 3 + 3 + ... + 3 = "
2
A pergunta que surge é: como sair da Eq.(1) e chegar na Eq.(2)? Para usar o PIF, o ponto crucial
está em responder essa questão. Uma análise entre os primeiros membros das equações (1) e
(2) já nos dá a dica: a diferença entre os membros é o fator aditivo 3k +1 . Adicionando 3k +1 em
ambos os membros de Eq.(1) e efetuando as manipulações algébricas necessárias, tem-se que
3k +1 − 1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k =
2
3k +1 − 1 k +1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k + 3=k +1
+3
2
3k +1 − 1 + 2.3k +1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k + 3k +1 =
2
k +1
3 (1 + 2) − 1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k + 3k +1 =
2
k +2
3 −1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3k + 3k +1 =
2
Dessa forma, o resultado de
3n +1 − 1
1 + 31 + 32 + 33 + ... + 3n =
2
segue pelo PIF. Logo, ∀n P(n) .
218
6.
a1
Solução: a equação para o termo geral de uma progressão aritmética de primeiro termo e
razão r é an = a1 + (n − 1)r . Assim, definimos o predicado
P(n) :" an = a1 + (n − 1)r "
P (1) equivale à proposição lógica
A afirmação P(1) :" a1 = a1 + (1 − 1)r = a1 " que é cla-
ramente válida.
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou igual a 1.
Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verdadeiro, ou
seja, vale a igualdade
ak = a1 + (k − 1)r
ak + r = a1 + (k − 1)r + r
ak +=
1 a1 + kr
Dessa forma, o resultado de
an = a1 + (n − 1)r
219
segue pelo PIF. Logo, ∀nP(n) .
7.
Solução: inicialmente faremos alguns testes para determinar o valor numérico de
n0 . Analise
a Tabela 3, apresentada a seguir:
n 2n n!
1 2 1
2 4 2
3 8 6
4 16 24
5 32 120
6 64 720
7 128 5.040
Vamos ao segundo passo. Seja k um número natural fixado, tal que k seja maior ou
igual a 1. Dessa forma, P(k ) comporta-se como proposição. Admitimos que P(k ) é verda-
deiro, ou seja, vale a igualdade
220
Uma análise entre os primeiros membros das equações (1) e (2) já nos dá a dica: a diferença
entre os membros é o fator multiplicativo 2. Multiplicando por 2 em ambos os membros de
Eq.(1) e efetuando as manipulações algébricas necessárias, tem-se que
2k < k !
Devemos lembrar que 2 ⋅ 2k < (2k )!
(2k )! =1× 2 × 3 × ... × k × (k + 1) × (k + 2) × ... × (2k )
(k + 1)! = 1× 2 × 3 × ... × k × (k + 1)
Note que
∃n0 ∈ N , n ≥ 4, ( 2n < n !)
segue pelo PIF. Logo, ∀n ≥ 4P(n) .
221