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ANATOMORFOFISIOLOGIA

DO SISTEMA
TEGUMENTAR,
LOCOMOTOR, NERVOSO E
CARDIORESPIRATÓRIO

NOME DOS PROFESSORES(A):


CLAUDIA FACINI DOS REIS
DIONEI ALVES DOS SANTOS
SARA CRISTIANE BARAUNA

ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR, LOCOMOTOR, NERVOSO E CARDIORESPIRATÓRIO.indb 1 11/07/2023 05:09:15


EXPEDIENTE

Coordenador(a) de Conteúdo Design Educacional


Daiany Darlly Bello Redivo, Laura de Agnaldo Ventura
Oliveira Carmona, Liliani Carolini Thiesen Curadoria
Marcelo Silva Barth, Mirian Quadros de Maira Vanessa da Rocha
Oliveira, Roseane Leandra da Rosa Revisão Textual
Projeto Gráfico e Capa Harry Wiese
Arthur Cantareli Silva Ilustração
Editoração Andre Luis Azevedo da Silva
Ellen Jeane da Silva Fotos
Shutterstock

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 Centro Universitário Leonardo da Vinci.


Núcleo de Educação a Distância. REIS, Claudia Facini dos; SANTOS,
Dionei Alves dos; BARAUNA, Sara Cristiane.
Anatomorfofisiologia do Sistema Tegumentar, Locomotor,
Nervoso e Cardiorespiratório. Claudia Facini dos Reis, Dionei Alves dos
Santos, Sara Cristiane Barauna. - Indaial, SC: Arqué, 2023.

312p.

ISBN papel 978-85-459-2371-8

ISBN digital 978-85-459-2372-5

“Graduação - EaD”.
1. Sistema 2. Locomotor 3. EaD. I. Título.

CDD - 612

Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Impresso por:

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RECURSOS DE IMERSÃO

A P RO F UNDA NDO EU INDICO

Utilizado para temas, assuntos Utilizado para agregar


ou conceitos avançados, levando um conteúdo externo.
ao aprofundamento do que Utilizando o QR-code você
está sendo trabalhado naquele poderá acessar links de
momento do texto. vídeos, artigos, sites, etc.
Acrescentando muito
aprendizado em toda a sua trajetória.

P E N SA N D O J UNTO S

Este item corresponde a uma PL AY NO CONHECIMENTO

proposta de reflexão que pode


ser apresentada por meio de uma Professores especialistas e
frase, um trecho breve ou uma convidados, ampliando as
pergunta. discussões sobre os temas
por meio de fantásticos
podcasts.

ZO O M N O CO NHEC I M ENTO

INDICAÇÃO DE FIL ME
Utilizado para desmistificar
pontos que possam gerar
confusão sobre o tema. Após o Uma dose extra de
texto trazer a explicação, essa conhecimento é sempre

2
interlocução pode trazer pontos bem-vinda. Aqui você terá
adicionais que contribuam para indicações de filmes que se
que o estudante não fique com conectam com o tema do
dúvidas sobre o tema. conteúdo.

E M FO CO INDICAÇÃO DE L IVRO

Utilizado para aprofundar o Uma dose extra de


conhecimento em conteúdos conhecimento é sempre
relevantes utilizando uma bem-vinda. Aqui você terá
linguagem audiovisual. indicações de livros que
Disponibilizado por meio de QR- agregarão muito na sua vida
code. profissional.

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SUMÁRIO

6 UNIDADE 1

SISTEMA TEGUMENTAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

SISTEMA LOCOMOTOR – OSSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

SISTEMA LOCOMOTOR - MÚSCULOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

112 UNIDADE 2

SISTEMA LOCOMOTOR - ARTICULAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

SISTEMA CARDIOVASCULAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140

SISTEMA HEMATOPOIÉTICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

204 UNIDADE 3

SISTEMA RESPIRATÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206

SISTEMA NERVOSO CENTRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268

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UNIDADE 1

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TEMA DE APRENDIZAGEM 1

SISTEMA TEGUMENTAR

MINHAS METAS

Incentivar o conhecimento.

Apresentar o sistema tegumentar.

Introduzir o aluno aos estudos dos sistemas humanos.

Desenvolver a capacidade analítica.

Propagar o senso crítico e análise dos sistemas humanos.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 1

INICIE SUA JORNADA


O sistema tegumentar é um conjunto de estruturas que envolve e protege o corpo
humano. A sua principal função é proteger o organismo contra agentes exter-
nos, como bactérias, vírus, fungos, produtos químicos e raios UV. Além disso,
desempenha funções importantes como a regulação da temperatura do corpo, a
sensação de toque, pressão, dor e temperatura; e síntese da vitamina D.
O sistema tegumentar é composto pela pele, pelos, unhas, glândulas sudorípa-
ras e sebáceas, apresentando uma estrutura complexa e altamente especializada.
Então, nessa nossa jornada, iremos abordar questões referentes às funções do
Sistema Tegumentar, identificando sua composição e formação, além de olhar-
mos para sua fisiologia, expondo como ocorre o processo fisiológico do sistema
tegumentar e suas variantes em decorrência de eventuais processos patológicos.
E para concluir este tema, iremos entender o perfil histológico do tegumento e
suas classificações.
Desta forma, imagine que uma pessoa sofreu um ferimento após uma queda
brusca, em se tratando de sua recuperação, estamos falando de qual processo
biológico e qual é o tecido envolvido?
Estamos, nesse caso, falando do processo de regeneração ou reparo celular,
que vai ocorrer, juntamente com outros processos, dependente de mitose celular
do tecido epitelial e conjuntivo. Durante nossa vida, os indivíduos assistidos por
nós, ou nós mesmos, podemos enfrentar situações de injúria como essa relatada.
Dessa forma, o entendimento destes processos fisiológicos nos auxiliarão no
melhor manejo.

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale sempre lembrar que temos detalhes importantes sobre


o sistema tegumentar e seus principais aspectos e funções
em nosso podcast. Acesse e desfrute desse aprofundamento.

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UN I A S S ELV I

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar, na memória, detalhes sobre o cresci-
mento dos tecidos humanos, incluindo a recuperação
da nossa própria pele, ou seja, do tecido epitelial e, desta
forma, entender como ela cresce e se desenvolve. Então,
como nosso sistema tegumentar consegue crescer?
Vamos recordar detalhes sobre mitose celular, assistindo ao
vídeo a seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS

Vamos, agora, começar a entender melhor o Sistema Tegumentar, o que ele é, para
qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

VOCÊ SABE RESPONDER?


O que preciso saber sobre a anatomia do sistema tegumentar (pele) para ser
capaz de sanar uma situação-problema existente? Do ponto de vista estru-
tural, como é formada a rede de tecidos do corpo humano?

O Sistema Tegumentar refere-se a um conjunto de estruturas que forma e pro-


picia o maior revestimento externo protetivo de todos os seres vivos, inclusive
humano. Esse revestimento externo pode ser nominado ou identificado de tegu-
mento e para os seres vivos vertebrados “humanos” chamado de pele.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 1

As estruturas que compõem o sistema tegumentar de uma forma geral para


todos os seres vivos, estão subdividas em: estrutura celular, tecido conjuntivo,
pelos, escamas, penas, unhas, chifres, entre outros.
Dentre essas composições, encontram-se os seres unicelulares como: bacté-
rias, protozoários, fungos e algas marinhas, dos quais o seu revestimento externo
é formado pela própria membrana celular e parede celular.
Quanto aos animais invertebrados (aqueles que não possuem coluna verte-
bral e crânio – ausência de endoesqueleto), seu revestimento externo é formado
apenas por uma camada de células (epitélio simples). E quanto aos seres vivos
vertebrados, estes possuem no seu revestimento externo um pigmento nominado
de pele, que é formada ou subdividida por duas camadas: a primeira e mais super-
ficial, visível de forma macroscópica, é conhecida como epiderme. Esta estrutura
é formada por várias camadas de células (epitélio estratificado) e alguns anexos.
Já a segunda camada (mais profunda), é chamada ou reconhecida como derme,
formada principalmente por tecido conjuntivo, junto a várias estruturas.
Ambas as camadas estão representadas esquematicamente através da Figura
1, e serão melhor explicadas logo adiante.

Figura 1 – Camadas da pele

Descrição da Imagem: apresentamos um novo corte transversal de pele, mostrando as camadas do tecido epi-
telial, coradas em violeta.

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E U I NDI CO

A pele humana é o maior órgão do corpo humano e serve


como barreira protetora contra o ambiente externo. Ela é
composta por três camadas principais: a epiderme, a derme
e a hipoderme. Vamos aprofundar mais nosso conhecimento
no vídeo a seguir.

Historicamente, o termo tecido é equivocadamente interpretado como um sinô-


nimo de pele ou tegumento e o corpo humano é composto por uma variedade
significativa de diferentes tipos de células, as quais possuem diferentes formas e
funções específicas.
Essas células encontram-se organizadas e distribuídas em grupos, atuando do
ponto de vista fisiológico e de maneira integrada, desempenhando determinadas
funções, desde que não haja algum evento (por exemplo, uma lesão ou trauma)
que possa impedi-la de realizar sua atividade. Esses grupos de células especiais
são nominados de tecidos.
As células compõem as menores unidades estruturais e funcionais dos seres
vivos, agrupam-se no formato de tecidos e estes, por sua vez, devido a sua repli-
cação, transformam-se em órgãos.
Segundo as características morfológicas dessas estruturas e suas proprieda-
des funcionais, há quatro tipos básicos de tecidos, os quais são identificadas ou
classificados como: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido
nervoso (GUYTON; HALL, 2017). Para melhor compreendermos o significado
e função de cada grupo, a seguir estarão descritos alguns conceitos para facilitar
o seu entendimento acerca de cada segmento.

A PELE

A pele, na visão de Sherwood (2011), é composta essencialmente de três grandes


camadas de tecidos, são elas: a mais superior/externa (epiderme); a intermediária
(derme); e a mais profunda (hipoderme ou tecido celular subcutâneo).

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É o maior órgão do corpo humano, constituindo um aglomerado de células


formando camadas sobrepostas de tecidos, as quais possibilitam a interação do
nosso organismo entre si e com o meio externo. Segundo Sherwood (2011), essa
estrutura representa cerca de mais de 16% do peso corpóreo.
Toda sua superfície é constituída e revestida por sulcos e saliências, estando
mais expressiva ou presente em determinadas partes do corpo, particularmente
nas regiões palmoplantares e nas extremidades distais dos dedos, onde possuem
representatividade individual e peculiar, permitindo não somente sua utilização
na identificação dos indivíduos por meio da datiloscopia, como também auxi-
liando na diagnose de enfermidades genéticas pelas impressões palmoplantares,
os chamados dermatóglifos.
Os dermatóglifos compreendem padrões individuais de cada indivíduo, são
os desenhos formados pelas papilas teciduais (elevações da pele), presentes nas
polpas dos dedos das mãos identificadas popularmente como “impressões digi-
tais”.

Figura 2 – Impressões digitais

Descrição da Imagem: na figura temos cinco impressões digitais em preto, em uma folha de papel branco.

A superfície cutânea dos seres humanos apresenta uma variação expressiva de


segmentos corpóreos, oscilações teciduais e pregas cutâneas, articulares e mus-
culares, orifícios pilossebáceos e orifícios sudoríparos, possuindo um campo
anatômico bem variado e rico de informações.
Dentre as variações existentes nestes segmentos relacionados ao tecido cutâ-
neo, encontra-se a cor da pele (GUYTON; HALL, 2017). A cor da pele é influen-

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ciada pela unificação e interação de vários fatores, alguns de ordem genético-


-racial, como a quantidade de pigmento, excesso ou pequenas proporções de
melanina; associado a fatores de ordem individual, regional e até mesmo sexual,
como a espessura anatômica de seus vários componentes; e, ainda, está correla-
cionada ao tipo sanguíneo de cada sujeito.

Figura 3 – Alguns tons de pele

Descrição da Imagem: temos nesta imagem algumas variações de tons de pele, apresentadas em figuras de
rostos em variações diferentes.

A PRO FUNDA NDO

Papiloscopia é a ciência que estuda as impressões digitais humanas. É utiliza-


da na identificação de indivíduos por meio de suas impressões digitais únicas,
que não se repetem em nenhuma outra pessoa. A papiloscopia é amplamente
utilizada em investigações criminais, pois permite a identificação de suspeitos
a partir de impressões digitais encontradas em locais de crime. Além disso, é
utilizada para fins de identificação civil, como em documentos de identidade e
passaportes. A técnica consiste em analisar minuciosamente as característi-
cas das impressões digitais, como arcos, curvas e cristas, para identificar o in-
divíduo. A papiloscopia é uma importante ferramenta de segurança pública e
tem sido usada há mais de um século para solucionar crimes e identificar pes-
soas em todo o mundo.

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CAMADAS DA PELE E SUAS FUNÇÕES

Além da variação de tonalidade da sua cor, a pele possui algumas funções básicas
e primordiais que contribuem para a sobrevivência humana.
São elas:
■ Proteção das estruturas internas: a pele por si só impede a agressão dos
órgãos e tecidos por agentes físicos (radiações, agentes mecânicos, frio e
calor) e, ainda, realiza proteção contra agentes biológicos (bactérias, vírus
e fungos).
■ Proteção imunológica: o tegumento cutâneo “a pele”, graças à presença
de células imunologicamente ativas na sua superfície e nas suas camadas
posteriores, torna-se um órgão de grande atividade imunológica, em que
atuam intensamente os componentes da imunidade humoral e celular,
protegendo-nos diariamente.
■ Manutenção da homeostase (harmonia e normalidade das funções fisio-
lógicas): as glândulas sudoríparas regulam a temperatura e o equilíbrio
hidroeletrolítico por meio das suas secreções, que contém água e eletró-
litos. Auxilia ainda na impermeabilidade da pele, ou seja, impede a saída
de água do organismo humano.
■ Percepção: na pele estão instalados os receptores neurais, estrategicamen-
te adaptados nessa região para perceberem sensações do meio externo
(tato, pressão, calor, frio e dor).
■ Secreção: a exemplo da função secretiva, encontra-se a liberação de se-
creção sebácea, importante para a manutenção eutrófica da própria pele,
particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso,
a secreção em forma de sebo, liberado por essas glândulas, possui proprie-
dades antimicrobianas e contém substâncias precursoras da vitamina D.
Quanto às glândulas sudoríparas, a eliminação de restos metabólicos não
tem valor como função excretora.

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A pele também é capaz de sentir estímulos táteis, térmicos


e dolorosos, permitindo que o corpo responda a diferentes
situações. É um órgão vital para a nossa saúde e bem-estar,
por isso é importante cuidar dela através de hábitos saudáveis
como proteção solar, hidratação e alimentação balanceada.
Vamos mergulhar nesse universo da pele humana conhecen-
do vídeo a seguir.

CAMADAS OU COMPARTIMENTOS

Histologicamente, segundo Guyton e Hall (2017), o sistema tegumentar evidencia


a presença de três compartimentos tegumentares distintos, a epiderme, a derme
e a hipoderme que se comunicam e se completam.
■ Epiderme: constituída predominantemente por células dispostas em ca-
madas (epitélio estratificado escamoso ceratinizado). Constituída por epi-
télio estratificado, cuja espessura apresenta variações topográficas desde
0,04 mm nas pálpebras até 1,6 mm nas regiões palmo plantares.
■ Derme: composta predominantemente por fibras de sustentação (coláge-
no e fibras elásticas) e por vasos sanguíneos. Compreende denso estroma
fibroelástico, no qual situam-se as estruturas vasculares e nervosas, e os
órgãos anexiais da pele, as glândulas sebáceas e sudoríparas e os folículos
pilosos.
■ Hipoderme ou tecido celular subcutâneo: é uma camada de tecido con-
juntivo frouxo, que está localizada logo abaixo da derme (camada mais
profunda da pele), unindo-se de maneira pouco firme aos órgãos adja-
centes.

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Três Camadas principais da Pele Humana

Epiderme

Derme

Hipoderme

Figura 4 – Camadas da pele

Descrição da Imagem: representação de cima para baixo: epiderme, derme e hipoderme.

A pele é a primeira linha de defesa do organismo, e, encontra-se continuamente


sujeita a agentes ambientais, potencialmente prejudiciais, o que inclui a matéria
sólida, líquida, gases, luz solar e micro-organismos (GUYTON; HALL, 2017).
Para Guyton e Hall (2017), ao nos referirmos que a pele atua como barreira
protetiva, podemos relacionar e afirmar que ela atua como barreira ou campo
imunológico, ou seja, por meio do auxílio das células de Langerhans, originárias
da medula óssea. Esse grupo especial de células possuem um formato dendrítico
e estão em uma quantidade abundante sobre a epiderme, contendo grandes grâ-
nulos chamados grânulos de Birbeck, que, por sua vez, encontram-se presentes
no citoplasma das células de Langerhans. Sua função principal, na condição de
proteção, é de captar, processar e apresentar os antígenos (agente agressor ou
invasor) aos linfócitos T.
Estes representam uma proporção de 3 a 6% de todas as células epidérmicas.
Outra atribuição da pele se relaciona à regulação da temperatura, uma função
somatossensorial, e à síntese de vitamina D. É rica e satisfatoriamente inervada
com receptores para a captação da dor, temperatura e tato.
Seus receptores emitem e transmitem numerosos estímulos ao tato, seja por
pressão, aspereza, maciez e prazer ao sistema central, para que aconteça a identi-

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ficação de onde o estímulo está sendo gerado e ocorra uma discriminação mais
precisa. Esse estímulo, dependendo da ocasião, pode ser percebido ou interpre-
tado como uma condição de alerta ao organismo humano sistêmico.
Além da pele, o sistema orgânico do corpo humano, conta com outras es-
truturas as quais dentro das suas particularidades, possuem responsabilidades
primordiais para a manutenção e sustentação da vida humana. Essas estruturas
também são nominadas como “anexos”, se destacando: pelos, unhas, glândulas
sebáceas, sudoríparas e mamárias.
Quanto aos pelos, são estruturas ricas em queratina, formam-se no folículo
piloso, localizando-se através de uma invaginação da epiderme. As unhas são
placas onde se concentra uma quantidade expressiva de queratina, localizadas
nas pontas dos dedos. Elas ajudam na proteção dos dedos e na manipulação de
objetos. Já as glândulas são responsáveis por produzir secreções que auxiliam
no controle ou regulação da temperatura e outras que garantem a lubrificação
da pele, minimizando a existência de possíveis lesões cutâneas provenientes de
rachaduras, por exemplo.

EMBRIOLOGIA DA PELE

A pele é um conjunto de células isoladas ou de células e uma Matriz Extracelular


(MEC). Sabemos que sua principal função é a proteção, porém, a pele desempe-
nha outras funções complementares, que são adicionais e essenciais, e depen-
dem também da MEC, algumas literaturas nomeiam esse grupo especializado
de “rede”. Essas estruturas são formadas de polissacarídeos, proteínas fibrosas e
proteínas adesivas segregadas pelas células.
Com exceção do sangue, a MEC é formada por componentes solúveis e in-
solúveis. Na categoria dos componentes solúveis encontram-se os glicosamino-
glicanos, proteoglicanos e as glicoproteínas, e apenas um componente insolúvel,
formado por proteínas fibrosas e adesivas – colágeno, elastina, fibronectina e
laminina. Esta matriz serve de suporte estrutural em forma de malha, justifican-
do o termo rede em tecidos e pode afetar o desenvolvimento e o funcionamento
bioquímico das células.

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A MEC ajuda a ligar as células umas às outras e é um reservatório de vários


hormônios que controlam a expressão genética destas, e assim, o seu crescimento
celular e diferenciação (PORTH; KUNERT, 2004).
Netter (2008) descreve que invariavelmente, tanto a pele ou qualquer outro
tecido, a MEC possui também três componentes principais: proteoglicanos que,
dada a sua viscosidade, amparam e sustentam as células; fibras de colágeno in-
solúveis, que dão resistência e resiliência a tais estruturas; e proteínas aderidas à
matriz, que ligam estes componentes aos receptores na superfície da célula com
a função de captar informações. Todos esses componentes formam uma rede
complexa.
Como um revestimento exterior, a pele pode demonstrar externamente o que
ocorre no interior do corpo. Inúmeras doenças sistêmicas podem manifestar-se
por meio de distúrbios na pele, a exemplo disso, uma erupção cutânea associada
ao lúpus eritematoso sistêmico e icterícia provocada por doença hepática.
Esses são apenas dois exemplos do que a pele pode simbolizar enquanto
achado clínico interpretativo, ou seja, em outras palavras, embora as erupções
da pele representem com certa frequência doenças primárias, essas simplificam,
na maioria das vezes, a existência de doenças que podem se manifestar sistemi-
camente. Como existem variações na estrutura da pele em diferentes partes do
corpo, a pele dita normal, torna-se difícil descrevê-la.
Essas variações relacionam-se a sua propriedade, como espessura das cama-
das e distribuição das glândulas sudoríparas, bem como o tamanho dos folículos
pilosos. A pele é mais espessa na palma da mão (região palmar) e sola do pé (re-
gião plantar), cerca de 0,8 mm de espessura nessa região, sendo superior quando
comparado as demais partes do corpo humano (de 0,5 a 6 mm de espessura).
Seus folículos encontram-se densamente distribuídos no couro cabeludo,
axilas e áreas genitais, porém são esparsos na face inferior do braço e abdome.
Junto à pele existe outro grupo especial de estruturas nominadas de glândulas
sudoríparas.
A pele de uma pessoa adulta pesa 4 kg em média e recobre uma área de
1,95m2, aproximadamente. Sua camada mais profunda contém muitos vasos san-
guíneos que, se unidos ponta a ponta, iriam ultrapassar 17 km de distância. A
seguir, estarão descritos de forma mais detalhada, os conceitos acerca das cama-
das da pele, como a epiderme ou tecido epitelial, derme e hipoderme ou tecido
celular subcutâneo.

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Desta forma, entendemos que a pele (epitélio) pode ser chamada de tecido
epitelial e a função deste tecido é especializada em revestir e proteger o corpo
contra agressões do ambiente externo.
A grosso modo, o termo epitélio também é identificado por inúmeras litera-
turas como epiderme, sendo esta a camada mais externa da pele. Revestimento
é uma das principais funções do epitélio, cobrindo toda a superfície do corpo,
protegendo-nos. Internamente, reveste órgãos e outras estruturas do corpo, tais
como sistema digestório, respiratório e urogenital, concavidades corporais, vasos
sanguíneos e sistema linfáticos.
Conforme pontuam Consolaro e Consolaro (2010), muito além do que ape-
nas proteger, o referido sistema também realiza absorções de secreções para res-
ponder ao metabolismo necessário do corpo humano, em áreas como intestino
(ex.: glicose e nutrientes); auxilia na excreção, por exemplo, através do sistema
renal (ex.: diurese e impurezas); e secreção por meio de glândulas (ex.: insulina).
Não obstante, realiza outra atividade primordial relacionada à condição de
defesa do ser humano, auxiliando na captação de atividade sensorial frente a
algum agravo (ex.: calor ou contato com algum material lesivo pontiagudo) e
germinativa, como revestimento do epitélio testicular. Todas as nossas superfí-
cies epiteliais, como a pele e os seus revestimentos do trato digestório, dos tratos
urogenitais (urinário e reprodutivo), das vias aéreas respiratórias e dos pulmões,
são protegidas por peptídeos antimicrobianos chamados de defensinas.
As células epiteliais dessa superfície secretam defensinas no ataque por um
patógeno microbiano, eliminando, pelo rompimento de suas membranas, o as-
pirante ao invasor (SHERWOOD, 2011).
Segundo Sherwood (2011), em média, a cada dois meses, a epiderme subs-
titui a si mesma. As camadas internas epidérmicas são compostas de células em
formato de cubo, as quais vivem e se dividem rapidamente, enquanto as células
das camadas externas são mortas e achatadas.
A epiderme não possui suprimento sanguíneo direto, suas células são espe-
cialmente nutridas pela difusão e compartilhamento de nutrientes por uma rica
rede vascular da derme subjacente.
Balogh et al. (2011) descrevem que a epiderme é basicamente formada por
cinco subcamadas de células chamadas queratinócitos. São células produzidas na
camada basal mais interna que migram em direção à superfície da pele, passando
por um processo de amadurecimento e experimentando uma série de mudanças.

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Essas alterações fisiológicas, conhecidas como queratinização ou cornificação,


fazem com que cada uma das suas subcamadas seja distinta (eliminada).
Quanto às subcamadas existentes na epiderme, a seguir, estão descritas cada
uma delas com seus respectivos conceitos ou finalidades, dispostas em uma po-
sição do sentido interno para a periferia (externo).

ESTRUTURA DA PELE HUMANA

Cabelo

Poro de suor

Epiderme

Receptor sensorial
Glândula sebácea

Folículo capilar
Derme
Bulbo Capilar
Glândula sudorípara
Nervo
Veia
Artéria
Hipoderme
Tecido adiposo
Camada muscular

Figura 5 – Especificações da pele


Fonte: o autor.

Descrição da Imagem: representação das especificações da derme, epiderme e hipoderme.

■ Camada basal ou stratum basale: é a face mais interna do tecido, na qual


os queratinócitos são formados. É também onde contém uma camada de
matrizes intercelulares e extracelulares, funcionando como uma interface
entre a derme e a epiderme.

Proporciona a aderência entre a derme e a epiderme, funcionando como filtro


seletivo de moléculas que se movem entre as duas camadas. É um local impor-
tantíssimo, pois se depositam imunoglobulinas criando barreira e impedindo a
migração de corpos estranhos (ex.: bactérias).
Uma característica especial desse grupo de células é que ela está em constante
renovação, representada pelos queratinócitos jovens.

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Os principais componentes relacionados à formação da lâmina basal são


colágenos do tipo IV (promovem suporte mecânico para células adjacentes e fun-
cionam como barreira de filtração semipermeável para macromoléculas em ór-
gãos como rim e pulmão); glicoproteínas (laminina, entactina e proteoglicanos),
possuindo como função estrutural, lubrificante e agente protetor; e colágeno do
tipo VII, que é responsável por formar uma rede que adere ao tecido conjuntivo
e ao epitelial, ligando os dois tecidos por meio das fibrilas de ancoragem.
■ Camada espinhosa ou stratum spinosum: os queratinócitos produzem
queratina (fibras de proteína) e se tornam fusiformes.

Tal camada é mais espessa quando comparada às demais estruturas, possuindo


uma trama intermediária em forma de rede, tornando-se resistente à tensão e
ao atrito.
Sua identificação como espinhosa se deve a sua formação irregular que lem-
bra espinhos, dando esta impressão (pois espinhos não existem no sistema celu-
lar) devido à presença de artefatos na sua formação em decorrência da reparação
e preparação do tecido: as células murcham e seus desmossomos (junção celular
constituída por duas partes – proteínas especiais) permanecem unidos.
■ Camada granular ou stratum granulosum: a queratinização começa – as
células produzem grânulos duros e à medida que eles empurram para
cima, estes grânulos se transformam em queratina e lipídios epidérmicos.
Consiste de três a quatro camadas, suas células permanecem achatadas
e seus núcleos e organelas começam a se desintegrar, acumulando dois
tipos de grânulos, ajudando a formar a queratina das camadas superficiais.

Os grânulos de querato-hialina ajudam a formar a queratina das camadas su-


perficiais. Os grânulos lamelares, “discos”, contêm um glicolipídeo impermeável
que é expelido para o espaço extracelular, tornando-se um dos principais fatores
envolvidos na redução da perda de água através da epiderme.
As membranas plasmáticas dessas células se tornam espessadas quando pro-
teínas citosólicas se ligam a sua face interna e os lipídios liberados pelos grânulos
lamelares cobrem suas superfícies externas. Tornando-as mais resistentes à des-
truição, “reforçando-se” para tornar o extrato externo a região mais forte da pele.

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■ Camada lúcida ou stratum lucidium: as células são bem comprimidas,


aplainadas e não se distinguem umas das outras. Essa camada extra de
células encontra-se presente nas regiões palmoplantares, locais onde a
pele é mais espessa, já nos lábios (boca), situa-se entre a camada córnea e
a granulosa (considerada mais fina).
■ Camada córnea ou stratum basale: a camada mais externa da epiderme,
com uma média de 20 subcamadas de células mortas aplainadas depen-
dendo de onde seja a pele do corpo.

Estas células mortas se desprendem regularmente num processo conhecido por


descamação. A camada córnea também abriga os poros das glândulas sudoríparas
e as aberturas das glândulas sebáceas. É nas regiões que observamos a inflamação
dos poros.

Figura 6 – Camadas do tecido tegumentar

Descrição da Imagem: corte didático da pele, mostrando as camadas desde a córnea até a camada basal, iden-
tificando os tipos de células em formato cuboide, com núcleos corados em rosa.

As células epidérmicas são unidas firmemente por desmossomos, que se inter-


conectam com filamentos de queratina, visando estabelecer a formação de uma
cobertura que seja forte e coesa. Durante a maturação de uma célula produtora
de queratina, os filamentos dessas estruturas acumulam-se progressivamente,
fazendo ligação cruzada entre si dentro do citosol.

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À medida que as células vão envelhecendo e morrem, esse centro fibroso de


queratina permanece formando escamas achatadas e endurecidas, que fornecem
uma camada queratinizada dura e protetora (GUYTON; HALL, 2017).
Cabe destacar que Mendonça e Rodrigues (2011) sinalizam, que, embora as
escamas das camadas mais externas queratinizadas se soltem ou se esfarelem
por abrasão, elas são continuamente substituídas por meio da divisão celular nas
camadas epidérmicas mais profundas. Os autores ainda pontuam dizendo que
essa taxa de divisão celular e a espessura dessa camada de queratina, varia nas
diferentes partes do corpo, por exemplo, mais espessa nas áreas em que a pele
está sujeita à maior pressão como a região plantar dos pés. No entanto, alguns
materiais como as substâncias lipossolúveis, são capazes de penetrar na pele in-
tacta através das bicamadas lipídicas das membranas plasmáticas das células
epidérmicas.
Sabendo disso, em meio a essa possibilidade de absorção e penetração de
componentes na pele humana, algumas vezes são adaptados fármacos como
nicotina e estrógenos com a finalidade terapêutica. É uma alternativa menos
dolorosa e invasiva.
Os epitélios ou epiderme constituem um grupo distinto de tecidos que reco-
brem toda a superfície corporal, cavidades e tubos, agindo e funcionando como
intercomunicação entre os compartimentos biológicos. Também formam outras
estruturas – as glândulas –, compostas de uma ou mais células que possuem como
função fabricar algumas formas de produtos e subprodutos conhecidos como
hormônios, sucos digestivos, lágrima e suor (GUYTON; HALL, 2017).

DERME

Logo abaixo da epiderme fica a derme, uma camada de tecido conectivo que
contém muitas fibras de elastina “para alongamento” e de colágeno “para resis-
tência”, além de uma abundante rede de vasos sanguíneos e terminações nervosas
especializadas. Mendonça e Rodrigues (2011) pontuam que os vasos sanguíneos
dérmicos não apenas irrigam a derme e epiderme, mas também desempenham
um papel importante na regulação da temperatura.

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O calibre desses vasos e o volume de sangue que flui através deles, estão sujeitos
ao controle para regular a quantidade de troca de calor entre esses vasos na su-
perfície da pele e o ambiente externo.
Sobre a função da derme, sabemos que por meio dos seus componentes me-
senquimais, ela fornece o suporte mecânico, rigidez e espessura da pele. Possui
ainda na sua composição células dendríticas e macrófagos, ativando-a para mais
uma função: a proteção imunológica.
Os mastócitos contidos nestas estruturas reagem a estímulos inflamatórios
e participam da cicatrização de feridas. Os vasos sanguíneos dérmicos presentes
nessa região, além de fornecerem nutrientes para a pele, estão envolvidos na ter-
morregulação, função que é compartilhada com as glândulas sudoríparas.
Pequenos e grandes plexos nervosos participam da inervação de diferentes
órgãos cutâneos, responsáveis pela detecção de sensações, dentre elas dor, pressão
e variações de temperatura (MENDONÇA; RODRIGUES, 2011).
Quanto à regulação da temperatura, os seres humanos estão em ambientes
mais gelados que seus corpos. Em contrapartida, o próprio corpo gera calor in-
terno, o que ajuda a manter a temperatura corporal. A produção de calor depende
essencialmente da oxidação do combustível metabólico derivado dos alimentos.
Mudanças de temperatura corporal em qualquer direção exercem influência
sob a atividade celular, ou seja, um aumento na temperatura acelera as reações
químicas celulares, enquanto uma queda desacelera as respectivas atividades.
Então, analisando o funcionamento celular, percebemos o quanto esse é sensível
a flutuações na temperatura interna do corpo.
O hipotálamo possui a capacidade de manter homeostaticamente a tempe-
ratura corporal em um nível ideal para que o metabolismo celular ocorra de
maneira natural (estável).
Na ocorrência de elevações ou queda na temperatura, elas ocasionam desna-
turação irreversível de proteínas devido a um desequilíbrio homeostático gerado,
levando as células a consumirem mais energia e oxigênio (temperaturas levadas)
e restrição aos substratos anteriormente citados (temperaturas baixas.
Entretanto, quando ocorre a queda da temperatura por indução (controlada),
esta poderá ser utilizada com fins terapêuticos, pois minimiza o metabolismo
celular (ex.: menor consumo de oxigênio e o estresse neurológico).

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Essa estratégia de cuidado é comumente utilizada em pacientes que expe-


rienciaram um evento clínico chamado de Parada Cardiopulmonar (PCP), em
que a hipotermia terapêutica possui indicação para alguns casos, minimizando a
atividade celular cerebral. Receptores nas terminações periféricas das fibras ner-
vosas aferentes na derme detectam pressão, temperatura, dor e outros impulsos
somatossensoriais.
As terminações nervosas eferentes na derme controlam o calibre dos vasos
sanguíneos, a ereção de pelos e a secreção pelas glândulas exócrinas da pele,
que quando é rompida ou violada em decorrência de algum evento traumático
(lesão), repara-se através da proliferação e crescimento das células da derme (fi-
broblastos e outras células estromatosas) e/ou epiderme, ativando e recrutando
os queratinócitos e melanócitos.
Em lesões extensas e profundas da pele e mucosas, pode haver destruição da
derme e dos seus elementos epidérmicos, resultando num processo de reparo
lento e sujeito a complicações.

HIPODERME

A pele está ancorada ao tecido subjacente (músculo ou osso) pela “hipoderme”.


Devemos pontuar que o termo “hipo” traz um significado de “abaixo ou está abai-
xo”. Enquanto ao termo conhecido por tecido subcutâneo, pode-se entender que
“sub” significa “embaixo de” e cutâneo como “pele”, uma camada puramente solta
de tecido conectivo (PORTH; KUNERT, 2004).
O tecido celular subcutâneo também chamado de “tecido adiposo” é origi-
nário do mesoderma, possui também funções de proteção, mas se destaca como
principal atuação em realizar armazenamento energético, isolamento térmico,
além de determinar a harmonia da forma das regiões do corpo e a lisura da sua
superfície (GUYTON; HALL, 2017).
Silva (2010) cita que a camada areolar (uma das principais características des-
se grupo de células) está formada por células globulares, túrgidas e superpostas,
comparadas a pacotes tridimensionais em que o tecido conjuntivo extremamente
delgado mantém as células em posição, por onde passam vasos e nervos que
atingem o derma para formar os respectivos plexos.

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Figura 7 – Hipoderme e músculo

Descrição da Imagem: representação das camadas hipoderme, em cima, e do músculo abaixo. Acima da hipoderme
se localizam a derme e a epiderme.

Segundo Silva (2010), a camada lamelar desse grupo de tecido é constituída de


células adiposas fusiformes e pequenas, superpostas em lâminas que se armaze-
nam em maior volume a gordura em excesso pelo tropismo natural, causando as
dismorfias localizadas em que a genética é o fator determinante.
A camada de tecido subcutâneo, na visão de Porth e Kunert (2004), consiste,
principalmente, em gordura e tecido conjuntivo que presta suporte ou auxílio às
estruturas vasculares e neurais que surgem nas camadas externas da pele.
Algumas literaturas sinalizam controvérsias quanto ao tecido subcutâneo
pertencer a um terceiro espaço ou ser uma camada de tecido, mesmo mantendo
uma estreita relação funcional com a derme e a difícil distinção entre os limites
das duas estruturas. Entretanto, como existe um conjunto de glândulas e folículos
pilosos profundos que se estendem junto a camada da pele, o ser humano está
sujeito a apresentar diversas doenças de pele, por exemplo, a foliculite.
Este grupo de tecido corresponde a 20-25% do peso corporal em mulhe-
res e 15-20% em homens, considerando-se o indivíduo dentro do peso normal.
Quanto aos tipos de tecido adiposo, estes são classificados considerando alguns
critérios como a pigmentação da gordura armazenada e sua forma de organiza-
ção. Existem basicamente duas categorias: o grupo de tecido adiposo unilocular
e de tecido adiposo multilocular. Cada uma das variedades de tecido adiposo
apresenta diferenças, seja no ponto de vista fisiológico, distribuição corpórea,
estrutural e/ ou patológica (PORTH; KUNERT, 2004).

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Porth e Kunert (2004) apontam acerca do grupo de “tecido adiposo unilocu-


lar”, o nome deste tipo de tecido adiposo se dá devido ao fato de que suas células
apresentam uma gotícula de gordura predominante que preenche praticamente
todo o seu citoplasma. Irrigado significativamente por vasos sanguíneos, este tipo
de tecido também é conhecido como tecido adiposo comum ou amarelo, embora
sua cor varie entre o branco e o amarelo-escuro.
É o tecido que forma o panículo adiposo (gomos sobre gomos), uma camada
de gordura disposta sob a pele, a qual possui responsabilidade de absorver impac-
tos e atuar como isolante térmico. Em recém-nascidos, este tipo de tecido adiposo
é de espessura uniforme; nos adultos, a distribuição é regulada por hormônios,
e o acúmulo se dá em determinadas posições.
Com relação ao “tecido adiposo multilocular”, esse grupo de tecido possui
como principal função, gerar calor. É formado por células que possuem vários
vacúolos (inúmeras gotículas) de gordura e várias mitocôndrias. Os animais hi-
bernantes, como leão marinho e urso polar, possuem grande quantidade deste
tipo de tecido, os quais são beneficiados pelo calor produzido por essas célu-
las, mantendo-os com temperatura do corpo adequada durante longo período
de frio. Em recém-nascidos, este tipo de tecido também é abundante e muito
importante para protegê-los de condições climáticas como o frio. Quanto ao
seu aspecto, possui cor castanha devido à abundante vascularização e ao grande
número de mitocôndrias existentes no seu interior (GUYTON; HALL, 2017).
Quando o acesso a nutrientes no meio ambiente é insatisfatório, os mamíferos
são capazes de estocar o excesso de calorias consumidas e não requisitadas para
suprir suas necessidades metabólicas imediatas, por meio de lipídios (triacilgli-
ceróis ou triglicerídeos), proteínas e carboidratos (glicogênio).
Os lipídeos, por serem hidrofóbicos, podem ser armazenados em grandes
proporções dispensando a participação da água para dissolvê-la, contendo por
unidade de massa mais do que o dobro de energia armazenada que os outros
dois componentes (proteínas e carboidratos), fornecendo mais energia metabó-
lica quando oxidados. Dessa forma, o tecido adiposo se torna a principal fonte
energética do organismo na condição de reservatório.

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O tecido adiposo é um tipo específico de tecido conjuntivo, formado na sua


totalidade por células adiposas, podendo também ser nominadas ou identificadas
como adipócitos. Esse grupo de tecido está distribuído por toda a extensão do
corpo. Para mulheres com peso corpóreo normal, a presença de tecido adiposo
fica entre 25 a 30% do peso corporal na mulher; entretanto, pode variar para o
homem, ficando entre 19 a 23% (GUYTON; HALL, 2017).

Figura 8 – Tecido adiposo

Descrição da Imagem: representação do tecido adiposo.

Para Guyton e Hall (2017), dentre as principais funções do tecido adiposo, este
é considerado como o maior depósito de energia do corpo, como já descrito
anteriormente. Esta energia se encontra armazenada na forma de triglicerídeos,
nome genérico de qualquer triéster oriundo da combinação do glicerol com áci-
dos, especialmente ácidos graxos.
O corpo humano também é capaz de armazenar energia em outros tipos
celulares como nos hepatócitos, energia armazenada na forma de glicogênio.
Os triglicerídeos tornam-se eficientes como reserva ou fonte de energia porque
fornecem cerca de 9,6 kcal/g contra apenas 4,3 kcal/g fornecidas pelo glicogê-
nio. Os triglicerídeos do tecido adiposo não são depósitos estáveis, renovam-se
continuamente.
Os adipócitos são as únicas células especializadas no armazenamento de li-
pídios na forma de triglicerídeos (TAG) em seu citoplasma, sem que isto seja
nocivo para sua integridade funcional. Essas células (enzima e proteínas) são

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capazes de regular e sintetizar os ácidos graxos (lipogênese), bem como estocar


TAG em períodos que a oferta de energia está abundante, e estarem disponíveis
para lipólise (quebra) na ocorrência de déficits de caloria. A regulação desses
processos ocorre por meio de nutrientes e sinais aferentes dos tradicionais sis-
temas neurais e hormonais (sinais de compensação), dependendo também das
necessidades energéticas do indivíduo.
Os mesmos autores reforçam dizendo que o Sistema Nervoso Autônomo
(SNA) possui controle direto sobre o tecido adiposo por meio de seus compo-
nentes simpático e parassimpático.
A inervação simpática se relaciona principalmente com as ações catabóli-
cas, tais como a lipólise mediada pelos receptores β-adrenérgicos e dependente
da atividade da enzima Lipase Hormônio-Sensível (LHS). Tal ativação quando
presente sinaliza a compreensão de que o organismo humano está recrutando
energia, buscando no tecido adiposo.
Por outro lado, o sistema nervoso parassimpático está envolvido na execução
de efeitos anabólicos sobre os depósitos adiposos, como a captação de glicose e
de ácidos graxos estimulada pela insulina.

ANEXOS DA PELE

Figura 9 – Cisto na epiderme

Descrição da Imagem: representação de um cisto localizado na epiderme humana.

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Como a pele, o sistema tegumentar inclui diversos derivados da epiderme. Esses


anexos da pele incluem glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos pilosos ou
capilares, pelos e unhas. Cada um desses anexos possui um papel único na ma-
nutenção da homeostase corporal.

E M FO CO

Está curioso para saber mais? Então acesse o vídeo que


preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS
O sistema tegumentar é o conjunto de órgãos e tecidos que formam a pele e seus
anexos, como cabelos, unhas e glândulas.
Uma das áreas em que o sistema tegumentar tem grande importância é a
estética. O cuidado com a pele, cabelos e unhas é essencial para manter uma boa
aparência e autoestima. Por esse motivo, a indústria de cosméticos e produtos de
beleza é uma das mais promissoras, oferecendo diversas oportunidades de em-
prego em áreas como pesquisa e desenvolvimento, produção, vendas e marketing.
Outra área em que o sistema tegumentar é relevante é a saúde. A pele é um
órgão importante para a proteção do corpo contra agentes externos, além de ser
responsável por funções como regulação da temperatura e síntese da vitamina
D. Por isso, profissionais da área da saúde, como dermatologistas, enfermeiros e
esteticistas, têm um papel fundamental no cuidado com a pele e na prevenção
de doenças relacionadas.
Existem diversas perspectivas no mundo do trabalho que envolvem a pele
e seus anexos. O cuidado com a estética e saúde da pele é essencial, tanto para a
autoestima e bem-estar dos indivíduos, quanto para a prevenção de doenças e
promoção de um ambiente de trabalho saudável e seguro.

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VAMOS PRATICAR

1. O sistema tegumentar humano é constituído pela pele e seus anexos, como cabelos,
unhas e glândulas. Ele é responsável por proteger o corpo contra lesões, regular a
temperatura, produzir vitamina D e servir como um importante órgão sensorial.

Descreva duas funções do sistema tegumentar humano.

2. A anatomia humana é o ramo da ciência que estuda a estrutura do corpo humano e


suas partes. Ela pode ser dividida em diversas subdivisões, que vão desde a anatomia
macroscópica, que estuda as estruturas visíveis a olho nu, até a anatomia celular, que
se concentra no estudo das células e suas funções.

Explique quais são as principais subdivisões da anatomia humana.

3. A derme é uma camada da pele localizada logo abaixo da epiderme que está relacionada
a importantes atividades do organismo. Esse grupo de células possui camadas de teci-
do conectivo, os quais possuem muitas fibras de elastina, possibilitando o alongamento
e o colágeno, permitindo a existência de resistência, além de uma abundante rede de
vasos sanguíneos e terminações nervosas especializadas. O calibre desses vasos e o
volume de sangue que flui através deles está sujeito ao controle para regular a quan-
tidade de troca de calor entre esses vasos na superfície da pele e o ambiente externo.

Sabendo dessas informações e atribuições acerca da derme, identifique, a seguir, a res-


posta correta que se remete às funções que esta exerce.

a) Fornece suporte mecânico, rigidez e espessura da pele. Possui ainda, na sua compo-
sição, células dendríticas e macrófagos, ativando-a para mais uma função, proteção
imunológica. Os mastócitos contidos nessas estruturas reagem a estímulos inflama-
tórios e participam da cicatrização de feridas.
b) A derme pode ser dividida em duas camadas: papilar e reticular, possuindo como
responsabilidade realizar proteção.
c) Na derme estão localizadas as glândulas sudoríparas e sebáceas. As células da derme
apresentam-se mortas e ricas em queratina.
d) Na derme, diferentemente da epiderme, são encontrados nervos, possuindo como
responsabilidade realizar proteção.
e) Na derme, igual na epiderme, são encontrados nervos, possuindo como responsabi-
lidade realizar transporte.

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VAMOS PRATICAR

4. “A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo composta por três camadas principais:
epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais externa e consiste em
células mortas, queratinizadas e impermeabilizadas. A derme é a camada intermediária
e contém fibras de colágeno e elastina, além de vasos sanguíneos, nervos e glândulas
sudoríparas e sebáceas. Já a hipoderme é a camada mais profunda e é composta por
células adiposas e tecido conectivo frouxo” (GUYTON; HALL, 2011, p. 495).

Diante do exposto, analise as afirmativas:

I - A pele é uma das barreiras naturais mais importantes contra agentes estranhos ao
corpo humano.
II - Ela é capaz de absorver grandes quantidades de água através do contato direto com
o líquido.
III - A pele é responsável por proteger o corpo humano contra lesões mecânicas, químicas
e biológicas, além de ajudar na regulação da temperatura corporal e na síntese de
vitamina D.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

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VAMOS PRATICAR

5. A pele é o maior órgão do corpo humano e representa cerca de 16% do peso corporal
total. É formada por diferentes camadas e estruturas, cada uma com sua própria com-
posição e função específica.

Com base nos seus estudos, assinale corretamente quais são as camadas da pele:

a) Sebo e acne.
b) Garras e cascos.
c) Pelos, unhas e nariz.
d) Pelos, veias e artérias.
e) Camada subcutânea hipodérmica, epiderme e derme.

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GABARITO

1. O sistema tegumentar humano desempenha diversas funções essenciais para o orga-


nismo, como proteger o corpo contra lesões e agentes externos, e regular a temperatura
corporal através da transpiração. Além disso, a pele é capaz de produzir vitamina D a
partir da exposição aos raios solares e também é responsável por detectar estímulos
táteis, térmicos e dolorosos através de seus receptores sensoriais (SILVERTHORN, 2017).

2. A anatomia humana pode ser subdividida em diversas áreas de estudo, dentre as quais se
destacam a anatomia macroscópica, que se concentra no estudo das estruturas visíveis a
olho nu, e a anatomia microscópica, que se preocupa com as estruturas celulares e subce-
lulares. Além disso, a anatomia pode ser subdividida em áreas de estudo mais específicas,
como a anatomia do desenvolvimento, que se concentra na formação e crescimento do
organismo desde a concepção até a idade adulta, e a anatomia patológica, que estuda
as alterações anatômicas e funcionais causadas por doenças e lesões (SADLER, 2018).

3. A. A pele é um órgão vital que desempenha diversas funções no organismo humano,


incluindo a proteção contra lesões, a regulação da temperatura corporal e a sensação
tátil. Além disso, a pele também possui uma importante função imunológica, graças à
presença de células dendríticas, macrófagos e mastócitos em sua composição. Essas
células participam do reconhecimento e eliminação de agentes patogênicos, ajudando
a manter o corpo protegido contra infecções e doenças.

Os mastócitos presentes na pele são particularmente importantes na resposta a estímulos


inflamatórios e na cicatrização de feridas, liberando substâncias químicas como a his-
tamina e a heparina, que contribuem para o processo inflamatório e para a regeneração
do tecido danificado. Além disso, as células dendríticas e os macrófagos desempenham
um papel crucial na ativação do sistema imunológico adaptativo, ajudando a identificar
e neutralizar invasores estrangeiros.
Portanto, a pele não é apenas uma barreira física contra o meio ambiente, mas também
um importante órgão imunológico, que contribui para a proteção e a saúde do organismo
como um todo.

4. C. É incorreto que a pele é capaz de absorver grandes quantidades de água através do


contato direto com o líquido. Na realidade, a pele é uma barreira relativamente impermeável
e resistente à água, principalmente graças à presença de lipídios na camada externa da
epiderme, que impedem a entrada de água e outras substâncias hidrossolúveis.

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GABARITO

5. E. A pele é formada por três camadas principais, que são a camada subcutânea hipo-
dérmica, a epiderme e a derme. A camada subcutânea hipodérmica é a mais profunda
e é composta principalmente por tecido adiposo, que funciona como isolante térmico e
reserva de energia. Já a epiderme é a camada mais externa e é composta por células
mortas e queratinizadas, que protegem o corpo contra lesões e agentes externos. Por
fim, a derme é a camada intermediária e contém fibras de colágeno e elastina, além de
vasos sanguíneos, nervos e anexos da pele, como folículos pilosos e glândulas sebáceas e
sudoríparas. Essas três camadas trabalham juntas para desempenhar funções vitais para
o organismo, como proteção contra lesões, regulação da temperatura corporal, produção
de vitamina D e sensação tátil.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 2

SISTEMA LOCOMOTOR – OSSOS

MINHAS METAS

Conhecer o sistema locomotor.

Entender a relação entre os ossos.

Sistematizar os principais ossos do corpo humano.

Conhecer os ossos por tipologia.

Entender sobre as inserções musculares dependentes dos ossos.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 2

INICIE SUA JORNADA


Muitas pessoas atualmente encontram-se motivadas em limitar a ingestão de
nutrientes e manter uma atividade física frequente para se distanciarem da obe-
sidade, bem como se manterem saudáveis. Entretanto, quando tais objetivos ul-
trapassam os limites do próprio corpo, podem comprometer sua saúde e, conse-
quentemente, suas estruturas, como o sistema esquelético.
A osteoporose prematura é uma das consequências associadas à irregulari-
dade menstrual, a qual se torna potencializada pelo consumo de dietas muito
restritivas e/ou exercícios físicos extenuantes, realizados sem adequada prescri-
ção e acompanhamento profissional. Em relação ao comportamento dietético
restritivo, este pode trazer prejuízos quanto à carência de cálcio no organismo e
repercutir diretamente sobre a construção óssea.
Apesar de a estrutura óssea possuir uma aparência robusta, este é um con-
junto de tecido vivo tão complexo e dinâmico quanto os demais componentes
celulares e estruturais do corpo humano. Esse é remodelado continuamente, ou
seja, regenera-se enquanto a estrutura óssea já envelhecida, torna-se desgastada.
Cada unidade óssea é individual e composta por inúmeras camadas de tecido
que se diferem, mas que trabalham em sincronismo com outros compartimentos:
osso, cartilagem, tecido conjuntivo denso, epitélio, tecido formador de compo-
nente sanguíneo, tecido adiposo e tecido nervoso. Toda a estrutura óssea e suas
cartilagens constituem o sistema esquelético.
Desta forma, imagine uma pessoa que não consome uma dieta balanceada, na
qual sejam fornecidos ao organismo os nutrientes necessários. Será que haveria
prejuízos ao tecido envolvido?
Estamos nesse caso, falando do processo de ossificação, dependente de cálcio
e outros elementos, para recuperações de perdas ósseas e crescimento ósseo. Du-
rante nossa vida, enfrentaremos situações como essa e desta forma, abordagens
dessa temática nos auxiliarão a compreender os processos do dia a dia.

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UN I A S S ELV I

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar sempre, que temos detalhes importantes sobre o


sistema locomotor ósseo e seus principais aspectos e funções
em nosso podcast. Acesse e disfrute desse aprofundamento.

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar em nossa memória detalhes sobre o
crescimento dos ossos humanos, incluindo o crescimento e
recuperação. Vamos recordar rememorando detalhes sobre
os ossos do corpo humano, assistindo ao vídeo a seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Agora, então, começaremos a entender melhor sobre o sistema locomotor ósseo,
o que ele é, para qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

P E N SA NDO J UNTO S

Quantos são os ossos do corpo humano? Do ponto de vista estrutural, como é


formado um osso e para que servem os ossos?

Fonte: a autora.

DESCRIÇÃO DO SISTEMA LOCOMOTOR

Guyton e Hall (2017) descrevem que o sistema esquelético possui inúmeras fun-
ções, entretanto, destacam-se seis, as quais podem ser consideradas como as mais
importantes:

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 2

■ Sustentação: a estrutura esquelética oferece ao corpo a possibilidade de


sustentação dos tecidos moles, servindo como pontos de fixação e/ou
apoio para os tendões da maioria dos músculos esqueléticos.
■ Proteção: como o próprio nome já destaca, outra importante função
dos ossos é fazer com que os órgãos internos fiquem protegidos contra
possíveis lesões ou traumas externos. Cada segmento ósseo possui uma
atribuição de proteção, por exemplo, a calota craniana possui como res-
ponsabilidade proteger o encéfalo (massa encefálica); a coluna vertebral
(vértebras) é responsável por proteger a medula espinhal; e a caixa torá-
cica assume o compromisso de proteger a estrutura pulmonar e cardíaca.
■ Auxílio ao movimento: pela existência de fixação dos músculos à es-
trutura óssea, quando os músculos ao comando encefálico se contraem,
puxam e/ou elevam os ossos. Dessa forma, essa atividade conjunta sincro-
nizada, “músculo e estrutura óssea”, quando presente permite a presença
do movimento.
■ Homeostase mineral: a estrutura óssea também possui como função
armazenar minerais, em especial o cálcio e o fósforo. Conforme a deman-
da (necessidade) do corpo, a estrutura óssea vai liberando tais minerais
no sangue como atividade compensatória, visando manter o equilíbrio
homeostático (distribuição de minerais para todo o corpo).
■ Produção de células do sangue: no interior de alguns segmentos ósseos,
há um tecido chamado Medula Óssea Vermelha (MOV), a qual produz
glóbulos vermelhos (eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e plaque-
tas (trombócitos), através de um processo chamado de hemopoiese (hemo
= sangue | poiese = produção) ou hematopoiese. Esse tecido, MOV, é for-
mado por células sanguíneas em desenvolvimento, adipócitos, fibroblas-
tos e macrófagos. Presente na estrutura óssea em desenvolvimento do feto
e em alguns ossos da pessoa adulta, como pelve (bacia), costelas, esterno,
vértebras, crânio e extremidades dos ossos do braço e da coxa.
■ Armazenamento de triglicerídeos: já a Medula Óssea Amarela (MOA),
consiste principalmente em adipócitos, os quais armazenam triglice-
rídeos. Os triglicerídeos são considerados fonte de reserva de energia
química potencial. A MOA contém uma quantidade discreta de células

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vermelhas. Cabe destacar que, em um recém-nascido, toda medula óssea


é vermelha e está envolvida com a hemopoiese. Com o avançar da idade,
grande parte da medula óssea vermelha muda para medula óssea amarela.

TIPOS DE OSSOS

Cada um dos ossos que compõem o nosso esqueleto possui diferentes formas e
funções, sejam eles planos, cúbicos, longos ou irregulares, todos possuem uma
mesma estrutura “básica” em comum, a qual se modifica, desenvolve e cresce ao
longo do tempo.
Ao nascer, possuímos cerca de 300 ossos e através do nosso crescimento, de-
senvolvimento e chegada da maturidade, passamos a ter 206 ossos na vida adulta.
Essa redução expressiva da quantidade de ossos ocorre devido à fusão dos ossos
uns aos outros, sendo este um processo natural e esperado (PUTZ; PABST, 2013).
Quase todos os ossos do corpo humano podem ser classificados em qua-
tro tipos principais, com base na sua forma: longos, curtos, planos e irregulares
(PUTZ; PABST, 2013).
■ Ossos longos: nesta classificação destaca-se o comprimento, pois este é
maior do que a sua largura. Basicamente, são aqueles nos quais o compri-
mento excede a largura e a espessura. Outro diferencial para estes ossos é
que possuem uma haste e um número variável de extremidades, ou seja,
possuem um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises) um pouco
mais largas. Em geral, são levemente curvados, devido à força aplicada so-
bre eles. Como exemplo de ossos longos temos: os ossos da coxa (fêmur),
da perna (tíbia e fíbula), do braço (úmero), do antebraço (ulna e rádio) e
dos dedos das mãos e pés (falanges).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 2

osso esponjoso
osso compacto medula óssea

linha epifisária

vaso sanguíneo

Figura 1 - Ossos longos

Descrição da Imagem: apresentamos um novo corte transversal de osso longo, no qual está exemplificada a parte
esponjosa do osso, bem como os canais de Havers, por onde passam os vasos sanguíneos.

E U INDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento sobre


os ossos longos e suas funções principais e sobre o sistema
ósseo como um todo, além dos detalhes sobre sistema loco-
motor? Para isso, assista ao vídeo a seguir,

■ Ossos curtos: possuem discretamente o formato de um cubo e são apro-


ximadamente iguais, tanto na sua largura quanto em seu comprimento.
São exemplos de ossos curtos: os ossos do punho e do tornozelo, a patela
(popularmente conhecida como “rótula” – osso do joelho), os ossos do
carpo (alguns ossos da mão, como vemos na Figura 2) e ossos do tarso
(alguns ossos do pé).

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Figura 2 - Ossos curtos

Descrição da Imagem: apresentamos na imagem a visão dos ossos curtos da mão humana, vista através de
raios-X.

■ Ossos planos: essa categoria de estrutura óssea possui espessura muito


fina, achatada, sua largura e comprimento são maiores que a espessura,
possuindo uma considerável responsabilidade quanto à proteção de ór-
gãos vitais e extensas superfícies para fixação muscular. São exemplos de
ossos planos: os ossos do crânio (protegem o encéfalo) conforme Figura 3,
os ossos arcos costais (costelas) e esterno (protege o pulmão e o coração)
e as escápulas (ossos situados na região do ombro).

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Figura 3 - Osso do crânio

Descrição da Imagem: na imagem temos um crânio humano, frontal e lateral, apresentando os principais ossos
do crânio.

■ Ossos irregulares: possuem formas complexas e não podem ser agru-


pados em nenhuma das categorias ósseas citadas anteriormente. São os-
sos que apresentam formatos bastante irregulares, com proeminências
e reentrâncias. São exemplos de ossos irregulares: vértebras (Figura 4),
sacro, cóccix, temporais, esfenoide, etmoide, zigomático, maxila, mandí-
bula, concha nasal inferior e hioide.

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Figura 4 - Ossos irregulares

Descrição da Imagem: na figura temos vértebras humanas de cor branca e amarela, em modelo didático, em
fundo com pessoa manipulando o modelo.

ESTRUTURA ÓSSEA

Exploraremos as estruturas de uma unidade óssea com uma visão macroscópica.


Segundo Sherwood (2011), a estrutura de uma unidade óssea pode ser analisada
considerando-se as partes de um osso longo, a exemplo disso podemos citar o
fêmur (osso da coxa), como mostrado a seguir. Em uma unidade óssea da referi-
da categoria, espera-se que sejam identificadas e/ou encontradas até sete partes,
sendo elas:
■ Diáfise (= crescimento entre): refere-se à haste ou ao corpo da estrutura
óssea. É a parte do osso que tem crescimento primário, ou seja, cresce
longitudinalmente, alongando-se. É a parte mais longa do osso. Pode ser
considerada como a porção mais importante desta unidade, por ser longa
e cilíndrica.

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■ Epífise (= crescimento sobre): refere-se à extremidade distal e proximal


da estrutura óssea. Esta é a parte dos ossos longos, os quais se desenvol-
vem por um centro de ossificação diferente do corpo do osso, e que dele é
separado por uma camada de cartilagem. Durante o seu desenvolvimento,
é a cartilagem epifisária a estrutura responsável pelo crescimento longitu-
dinal e diametral (lateral) do osso. Devemos destacar que é durante a in-
fância e a adolescência que a cartilagem epifisária promove o crescimento,
mas, quando o indivíduo atinge a idade adulta, a cartilagem é substituída
por osso compacto, interrompendo-se o crescimento. É baseado nessa
substituição entre cartilagem por osso compacto que a referida região
fica sujeita a lesões ósseas (fraturas).
■ Metáfise (= mudança): é na referida região que ocorre a unificação entre
a diáfise e a epífise, quando o osso se encontra maduro. Na unidade ós-
sea em crescimento, cada metáfise contém uma lâmina epifisial, um tipo
específico de cartilagem hialina, que permite à diáfise do osso crescer em
comprimento. Ao atingir o crescimento na sua totalidade, a cartilagem
na lâmina epifisial é substituída por osso, e a estrutura óssea resultante
torna-se conhecida como linha epifisial. Resumidamente, é ao nível da
metáfise que se situa a cartilagem de conjugação que assegura o cresci-
mento em comprimento do osso.
■ Cartilagem epifisial ou cavidade articular: esta estrutura é composta por
uma fina camada de cartilagem hialina que recobre a epífise, onde o osso
forma uma articulação (encaixe) com outro osso. A cartilagem epifisial
reduz o atrito e absorve o choque nas articulações livremente móveis.

Devido à ausência de um pericôndrio na cartilagem epifisial, o reparo dos danos


é limitado. Referente às estruturas cartilaginosas, estas podem ser descritas como
sendo um tecido avascular, as quais possuem células arredondadas separadas por
uma matriz predominantemente basófila. As células da cartilagem, denominadas
de condrócitos, produzem uma matriz extracelular constituída principalmente
de fibrilas de colágeno tipo II e de grandes proteoglicanos agregantes.
Durante o desenvolvimento, os ossos longos são precedidos por um modelo
cartilaginoso. Desse modelo cartilaginoso inicial persiste nas extremidades dos
ossos um tipo de cartilagem hialina, denominada de cartilagem epifisária, que
compreende a cartilagem articular e a cartilagem de crescimento.

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Quanto ao significado dos condrócitos, como o próprio nome já diz, são as


células “citos” da cartilagem “condros”. Estão isolados em pequenas cavidades no
tecido, denominadas lacunas. No entanto, essas lacunas podem estar extrema-
mente próximas, separadas por apenas uma fina porção da matriz.
■ Periósteo (peri = em torno/ao redor de | osteo = osso): esta é uma estru-
tura resistente de tecido conjuntivo denso não modelado, vascularizada,
fibrosa e resistente que envolve por completo os ossos, exceto nas articu-
lações cartilaginosas.

Possui fibroblastos e fibras colágenas dispostas paralelamente entre si e parale-


lamente à superfície do osso.
Como já mencionado, o periósteo envolve a superfície óssea, onde não está
devidamente coberta de cartilagem epifisial. O periósteo em si contém células
formadoras de ossos, as quais propiciam o crescimento, seja ao seu diâmetro ou
espessura, entretanto, não influencia no crescimento quanto ao comprimento.
Outra função do periósteo se remete a proteger o osso, auxiliando-o na sua re-
paração quando acontecem as fraturas, ajudando na oferta de nutrição óssea e,
ainda, serve como um ponto de fixação para ligamentos e tendões.

Figura 5 - Estrutura esponjosa os ossos

Descrição da Imagem: temos nessa imagem, uma rede calcificada de cor bege claro, representando a parte
esponjosa do osso.

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■ Cavidade medular (medula = parte central da estrutura, tutano): é um


espaço cilíndrico oco dentro da diáfise em adultos, que contém a medula
óssea amarela. Também conhecido como canal vertebral, canal espinhal
ou cavidade medular, localiza-se nos ossos na parte da diáfise.

A medula espinhal passa no interior do canal vertebral. Este canal é um prolon-


gamento da cavidade corporal humana dorsal e está encerrado dentro do forame
vertebral. Nos espaços intervertebrais, o canal é protegido posteriormente pelo
ligamento amarelo e frontalmente pelo ligamento longitudinal posterior.
■ Endósteo (endo = dentro | interno): esta estrutura é uma camada fina
de tecido conjuntivo frouxo, a qual reveste a superfície do tecido ósseo
que forma a cavidade medular dos ossos longos, contendo uma única
camada formadora de ossos. Esta superfície endosteal é, normalmente,
reabsorvida durante longos períodos de desnutrição, resultando em uma
espessura cortical menor.

A superfície externa da estrutura óssea é revestida por uma fina camada de tecido
que é muito semelhante quanto à morfologia e função ao endósteo. Dessa forma,
ela é chamada de periósteo ou superfície periosteal.

FORMAÇÃO DA ESTRUTURA ÓSSEA

A estrutura óssea, por meio do seu tecido ósseo, possui expressivas particulari-
dades, constituindo notável diferenciação quanto à composição do seu material
e sua construção. Possui capacidade de edificar estruturas sobre si, sendo resis-
tentes, capazes de se remodelarem e se repararem.
O processo pelo qual o osso é formado, segundo Guyton e Hall (2017), é
chamado de “ossificação” (ossi = osso; ficação = fabricação), a qual ocorre em
quatro etapas principais:

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■ formação inicial de ossos no embrião e feto;w


■ crescimento dos ossos durante a infância e a adolescência até atingir a fase

Adulta:
■ remodelamento ósseo (substituição do tecido ósseo por tecido jovem);
■ reparo de fraturas durante a vida.

FORMAÇÃO ÓSSEA INICIAL NO EMBRIÃO E NO FETO

Consideraremos primeiro a formação inicial do osso no embrião e no feto. Wolff


et al. (2012) descrevem que a formação óssea é uma das etapas importantes do
ser humano, por estar atrelada à independência futura desse ser, permitindo sua
locomoção, sustentação e equilíbrio.
O crescimento ósseo se inicia durante o desenvolvimento embrionário e no
período pós-natal (período que se dá após o nascimento), estas etapas são muito
importantes, pois uma formação óssea sem limitação sinaliza que o ser humano,
na fase adulta, poderá apresentar menores possibilidades de adoecimento rela-
cionado a problemas nessas estruturas, reagindo a uma remodelação óssea e à
homeostase do cálcio de ordem natural.
Do contrário, um indivíduo que obteve algum impedimento quanto ao rece-
bimento e/ou suporte de nutrientes nesta etapa, estará mais susceptível ao menor
desenvolvimento das forças físicas e maior ocorrência de rupturas ósseas (fra-
turas). A formação óssea requer recrutamento, proliferação e diferenciação de
células osteoprogenitoras.
O esqueleto embrionário é, primeiramente, composto por mesênquima no
formato de ossos e representa os locais onde a ossificação ocorre. Sobre o signifi-
cado de mesênquima, este é um tecido embrionário derivado da mesoderme, que
se refere a um folheto embrionário formado na terceira semana de gestação. Esses
ossos fornecem o modelo para a subsequente ossificação, que começa durante a
sexta semana do desenvolvimento embrionário.
Existem dois métodos de formação óssea, sendo eles a ossificação intramem-
branosa e ossificação endocondral (GUYTON; HALL, 2017).
Acerca dos métodos anteriormente descritos, relacionados à formação óssea,
conforme apontam Guyton e Hall (2017), estes estão envolvidos com a substi-

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tuição de um tecido conjuntivo preexistente por osso. Esta substituição não gera
diferenças nas estruturas dos ossos maduros, mas são esperadas fisiologicamente
quanto ao desenvolvimento ósseo.
O primeiro tipo de ossificação chamado de ossificação intramembranosa
(intra = dentro) sinaliza que o osso se forma diretamente dentro do mesênquima,
disposto em camadas semelhantes a lâminas que lembram membranas.
Esta é a forma mais simples dos dois tipos de formação óssea: Na visão de
Dalmolin et al. (2013), o tecido ósseo possui como atribuição sustentar as cargas
aplicadas pelo deslocamento fisiológico. Tal atividade está diretamente relaciona-
da as suas propriedades de composição e formação, com sua geometria estrutural
e transversal. Durante a infância e a adolescência, os ossos longos crescem em
comprimento e espessura.
O crescimento ósseo em termos do seu comprimento está diretamente re-
lacionado à atividade da lâmina epifisial. No interior na lâmina epifisial há um
grupo de condrócitos jovens que estão em constante divisão, na medida em que
o osso cresce em comprimento, novos condrócitos são formados no lado epifisial
da placa (face mais calibrosa do osso – distal), enquanto os condrócitos velhos são
substituídos por osso, no lado da placa voltado para a diáfise (face mais estreita
do osso – extensão).
Nesta etapa relacionada ao comprimento, podemos observar na imagem a
seguir (Figura 6) que a espessura da lâmina epifisial permanece relativamente
constante, mas o osso no lado da diáfise aumenta de comprimento.
O osso é composto por fibras de colágeno, nas quais é depositado fosfato
de cálcio na forma de nanocristais. Quando uma pessoa atinge a adolescência,
a formação de novas células e de matriz extracelular diminui, geralmente cessa
por completo entre os 18 e 25 anos.
Após o osso ter substituído toda a cartilagem, observa-se a presença de uma
estrutura chamada de linha epifisial, a qual sinaliza que o crescimento ósseo
relacionado ao seu comprimento não ocorrerá mais.

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Cartilagem

Epífise
Osso esponjoso

Medula

Diáfise
Periósteo

Epífise
Cartilagem

Figura 6 - Estrutura óssea


Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: temos um corte histológico de um osso, apresentando sua região de epífise, diáfise,
cartilagem e cobertura e periósteo.

Yanaguizawa et al. (2008) descrevem que tal estrutura, “linha epifisial”, também
é reconhecida como placa de crescimento.
Segundo Yanaguizawa et al. (2008), diversas condições patológicas que aco-
metem pacientes com o esqueleto imaturo podem envolver a fise (cartilagem de
crescimento) e a epífise, causando complicações, como parada do crescimento,
encurtamento dos membros, formação de pontes ósseas e deformidades angu-
lares.
Dessa forma, se uma fratura óssea danificar a lâmina epifisial, o osso fraturado
poderá ser menor do que o osso normal, uma vez que a estatura adulta tenha sido
alcançada. Isso ocorre porque a lesão (dano) na cartilagem, a qual é avascular,
acelera o fechamento da lâmina epifisial, justificando, assim, o crescimento lon-
gitudinal do osso.
Quando comparada com a pele, a estrutura óssea passa pelo mesmo processo
de desenvolvimento e renovação contínua.
Quanto ao remodelamento ósseo, para que este evento fisiológico ocorra na
sua totalidade, algumas etapas acontecem como: a reabsorção óssea, referindo-se
à remoção de sais minerais e de fibras de colágeno do osso pelos osteoclastos, e

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 2

a deposição óssea, significando a adição de minerais e fibras colágenas ao osso


pelos osteoblastos.
Dessa forma, a reabsorção óssea resulta em destruição da matriz extracelular
óssea, ao passo que a deposição óssea resulta na formação da matriz extracelular
óssea (SHERWOOD, 2011).
Segundo Sherwood (2011), o remodelamento ósseo acontece em proporções
diferentes, pois mesmo o osso tendo atingido formas e tamanhos de uma pessoa
adulta, conforme determinada região do corpo, o osso velho ainda é continua-
mente destruído e o novo é formado e adaptado em seu lugar.
O remodelamento pode ser acionado por fatores, como exercício físico, estilo
de vida e dieta, porém, cabe destacar que havendo alteração em alguma dessas
etapas o remodelamento pode sofrer influências desfavoráveis. Deve haver sem-
pre um equilíbrio entre as ações dos osteoclastos e dos osteoblastos para que o
tecido ósseo e sua formação não fiquem susceptíveis a fraturas.
Uma perda excessiva de cálcio ou de tecido ósseo enfraquece os ossos, poden-
do deixá-los muito flexíveis, como no raquitismo e na osteomalácia, patologias
que afetam a estrutura óssea.
E U INDI CO

Para sabermos mais sobre os ossos e seu desenvolvimento,


vamos conhecer um pouco mais sobre regeneração óssea,
mecanismos, proliferação, crescimento e todas as etapas, no
vídeo indicado.

FRATURAS

Para Dalmolin et al. (2013), uma fratura é qualquer tipo de ruptura que possa
estar presente ou identificada no osso. Conforme observado na Figura 7, os tipos
de fraturas incluem as seguintes:
■ Parcial: uma ruptura incompleta através do osso, como uma fissura.
■ Completa: ruptura completa do osso. Significando que o osso está que-
brado em dois ou mais fragmentos.

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UN I A S S ELV I

■ Fechada (simples): o osso fraturado não rompeu a pele.


■ Aberta (composta): as extremidades fraturadas do osso projetam-se atra-
vés da pele.

Quanto ao processo de reparação do osso lesionado (fraturado), Dalmolin et


al. (2013) descrevem que existem dois passos a serem percorridos. Primeiro, as
células de defesa, chamadas de fagócitos, iniciam a remoção do tecido morto.
Então os condroblastos formam fibrocartilagem no local da fratura e isso liga as
extremidades fraturadas do osso.
Segundo, a fibrocartilagem é convertida em tecido ósseo esponjoso pelos os-
teoblastos, ocorrendo após o remodelamento ósseo. No entanto, as células mortas
ou porções mortas do osso são absorvidas pelos osteoclastos e o osso esponjoso
é convertido em osso compacto.
Fechada Aberta Transversa Espiral Triturada Impacto Greenstick Oblíqua

(a) (b) (c) (d) (e) (f ) (g) (h)

Figura 7 - Tipos de fraturas


Fonte: Dr. Pradeep Aggarwal (2023, on-line).

Descrição da Imagem: temos nessa imagem, uma série de tipos de fraturas passíveis de ocorrer nos ossos.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 2

FATORES QUE PODEM AFETAR O CRESCIMENTO E A


REMODELAÇÃO ÓSSEA
Quando feita uma comparação do crescimento ósseo entre jovens, adultos e o
reparo de uma determinada fratura óssea, o seu crescimento e sua remodelação
dependem de alguns fatores bem específicos, conforme Guyton e Hall (2017):
■ O organismo humano conta com a disponibilidade de minerais ade-
quados, dentre eles o cálcio, podendo ser considerado como o mais im-
portante. Entretanto, o fósforo e o magnésio também participam de tal
atribuição.
■ Possui uma reserva de vitaminas, como A, C e D.
■ Hormônios (antes da puberdade o principal hormônio que participa do
crescimento ósseo é o hormônio do crescimento – GH).
■ Praticar exercícios regularmente, principalmente aqueles que motivam a
sustentação de peso corpóreo (exercício que se aplica ao estresse do osso).

Os estrogênios são hormônios sexuais produzidos pelos ovários e os androgênios


são hormônios sexuais produzidos pelos testículos. Ambos são também produ-
zidos pelas glândulas suprarrenais.
Na puberdade começam a ser liberados em grande quantidade, tornando-se
responsáveis por picos repentinos de crescimento, sendo comumente observados
na adolescência. Os estrogênios também provocam mudanças no esqueleto das
mulheres, por esse motivo é observado o alargamento da pelve no referido gênero
(GUYTON; HALL, 2017).

O PAPEL DO OSSO NA HOMEOSTASE DO CÁLCIO E SUA


FISIOLOGIA

Para Rinaldi e Frankenberg (2016), o osso é o principal reservatório de cálcio do


corpo humano, armazenando 99% da sua quantidade total. Sua importância para
o organismo é inquestionável, uma vez que esse eletrólito ou elemento químico
atua na formação dos ossos e dentes, auxilia na regulação da coagulação e parti-
cipa ativamente de funções neuromusculares e protetivas, bem como cardíacas.

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UN I A S S ELV I

O cálcio (Ca2+) torna-se disponível para os tecidos somente quando a es-


trutura óssea ou o osso é destruído durante o seu processo de remodelação. Sua
impregnação, quando em excesso, (Hipercalcemia = Hiper – aumento / calcemia
– cálcio) pode se tornar fatal, por exemplo, para o coração pode levar a arritmias
cardíacas e deixar a pessoa susceptível a uma parada cardiopulmonar.
Quando o cálcio se encontrar em taxas menores do que o habitual/fisiológico
(Hipocalcemia= Hipo – diminuição / calcemia – cálcio), pode levar a pessoa a
apresentar problemas de ordem respiratória e distúrbios respiratórios acentuados,
bem como uma parada respiratória (RINALDI; FRANKENBERG, 2016).
Ashmawi e Freire (2016) descrevem que o aumento do Ca2+ intracelular, a
partir de certa concentração, representa ser o principal gatilho para o desenca-
deamento da sensibilização neural central.
A maioria das células nervosas depende do nível correto de cálcio para manter
seu metabolismo fisiológico, ou seja, propiciar que os estímulos elétricos neurais
se mantenham ativos para que o estado de alerta não seja comprometido. Outra
atividade importante do cálcio está relacionada com a cascata de coagulação.
Sherwood (2011) cita que o hormônio que regula a troca de Ca2+ entre o
osso e o sangue é o hormônio paratireoideo (PTH), secretado pelas glândulas
paratireoides (Figura 8).
A secreção de PTH opera por meio de retroalimentação negativa, ou seja, se
algum estímulo causar a hipocalcemia as células da glândula paratireoide (seus
receptores) detecta essa alteração e interpreta a necessidade de se produzir algu-
ma resposta compensatória, desencadeando a geração de alguns eventos com a
finalidade de se evitar maiores danos ao organismo. São elas:
■ A primeira delas é a geração de uma molécula chamada de monofosfato
de adenosina de cálcio (AMP cíclico), que é liberada na corrente sanguí-
nea como sinal de alerta quanto à existência de uma alteração.
■ Segunda, o gene do PTH (que está localizado dentro do núcleo da célula
da glândula paratireoide) possui como função controlar e detectar pos-
síveis alterações (elevação ou diminuição) de cálcio.
■ Terceira, quando esse gene detecta a produção aumentada de AMP cí-
clico na corrente sanguínea, como resultado ocorre a síntese (formação)
acelerada de PTH, e mais PTH é liberado no sangue como mecanismo
compensatório.

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■ Quarta, a presença de níveis mais altos de PTH acelera o ritmo e a ati-


vidade dos osteoclastos (efetores), os quais intensificam a reabsorção de
cálcio ósseo.

A resultante liberação de cálcio ósseo para o sangue ocorre até que aconteça a
estabilização do Ca2+ em nível sanguíneo.
■ Quinta, o PTH também diminui a perda de Ca2+ na urina, assim, mais
cálcio é retido no sangue e estimula a formação de calcitriol, um hor-
mônio que promove e estimula a absorção de cálcio a partir do sistema
gastrointestinal, contribuindo para a elevação dos níveis de cálcio san-
guíneo circulante.

 
 
  
  

   




 
 

Figura 8 - Hipertireoidismo e Hipotireoidismo


Fonte: Pettersen (2018, on-line)

Descrição da Imagem: temos a face de uma mulher desenhada e ao lado as principais características hipotireoi-
dismo e do hipertireoidismo.

Em linhas gerais, podemos dizer:


■ A estrutura óssea é constituída por diversos tipos de tecido conjuntivo,
sendo estes nominados de denso, ósseo, adiposo, cartilaginoso e sanguí-
neo, além do tecido nervoso. É a mais externa membrana fina e fibrosa
(tecido conjuntivo denso) que envolve o osso, exceto regiões onde con-
templem a presença de articulações (epífises).

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■ Existem inúmeras funções existentes para a estrutura óssea, entretanto,


destacam-se seis funções consideradas como as mais importantes (pri-
mordiais), são elas: sustentação; proteção; auxílio ao movimento; ho-
meostase mineral; produção de células do sangue; armazenamento de
triglicerídeos.
■ Os ossos do corpo humano, podem ser classificados em quatro tipos prin-
cipais com base na sua forma, são eles: longos, curtos, planos e irregulares.
■ Em uma unidade óssea encontradas até sete partes, sendo elas: diáfise; epí-
fise; metáfise; cartilagem epifisial; periósteo; cavidade medular; endósteo.
■ O processo pelo qual o osso é formado é chamado de “ossificação” (ossi
= osso; ficação = fabricação), a qual ocorre em quatro etapas principais:
formação inicial de ossos no embrião e feto; crescimento dos ossos du-
rante a infância e a adolescência até atingir a fase adulta; remodelamento
ósseo (substituição do tecido ósseo por tecido jovem); reparo de fraturas
durante a vida.
■ Existem dois métodos de formação óssea, ossificação intramembranosa
e ossificação endocondral.
■ Sobre o crescimento ósseo quanto ao seu comprimento, está diretamente
relacionado à atividade da lâmina epifisial. A medida que o osso cresce em
comprimento, novos condrócitos são formados no lado epifisial da placa
(face mais calibrosa do osso – distal), enquanto os condrócitos velhos são
substituídos por osso, no lado da placa voltado para a diáfise (face mais
estreita do osso – extensão).
■ Quanto ao crescimento ósseo referente a sua espessura, a estrutura óssea
passa pelo mesmo processo de desenvolvimento e renovação contínua.
Quanto ao remodelamento ósseo, para que este evento fisiológico ocorra
na sua totalidade, algumas etapas acontecem, como a reabsorção óssea,
referindo-se quanto a remoção de sais minerais e de fibras de colágeno
do osso pelos osteoblastos, e a deposição óssea, significando a adição de
minerais e fibras colágenas ao osso pelos osteoblastos.
■ A fratura do tecido ósseo é qualquer tipo de ruptura que possa estar
presente no osso. Existem basicamente quatro tipos de fraturas, são elas:
parcial: uma ruptura incompleta; completa: ruptura completa do osso;
fechada (simples): o osso fraturado não rompeu a pele; aberta (composta):
as extremidades fraturadas do osso projetam-se através da pele.

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■ O seu crescimento e remodelação dependem de alguns fatores bem es-


pecíficos, são eles: contar com a disponibilidade de minerais adequados,
dentre eles o “cálcio, o fósforo e o magnésio”; contar com reservas de vi-
taminas como A, C e D; contar com a disponibilidade de Hormônio do
crescimento (hGH); praticar exercícios regularmente, principalmente
aqueles que motivam a sustentação de peso corpóreo (exercício que se
aplica ao stress do osso).
■ O osso é o principal reservatório de cálcio do corpo humano, armazenan-
do 99% da sua quantidade total no corpo. Sua importância para o orga-
nismo é inquestionável, uma vez que esse eletrólito ou elemento químico
atua na formação dos ossos e dentes, auxilia na regulação da coagulação e
participa ativamente de funções neuromusculares e protetivas, bem como
cardíacas.
■ O hormônio que regula a troca de Ca2+ entre o osso e o sangue é o
hormônio paratireóideo (PTH), secretado pelas glândulas paratireoides.

E U INDI CO

Vamos mergulhar nesse universo dos ossos humanos, en-


tendendo sua estrutura, função e disposição anatômica, bem
como conhecer detalhes com a leitura a seguir.

DIVISÕES DO SISTEMA ESQUELÉTICO

Tortora e Derrickson (2012) descrevem que o esqueleto humano adulto consiste


em 206 ossos agrupados em duas divisões principais: 80 ossos no esqueleto axial
e 126 no esqueleto apendicular.
O esqueleto axial representa o eixo mediano do corpo, formado por ossos do
crânio (cabeça), pescoço (hioide e vértebras cervicais) e tronco (costelas, esterno,
vértebras e sacro).

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Já o esqueleto apendicular representa os ossos localizados nos membros su-


periores e inferiores, com os ossos que formam a cintura escapular e pélvica. O
esqueleto de bebês e crianças possui uma quantidade superior a 206 ossos, pois
alguns de seus ossos, como os do quadril e vértebras, fundem-se mais tarde com
o seu crescimento (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
O crânio possui, segundo Tortora e Derrickson (2012), um total de 22 ossos,
os quais repousam no topo da coluna vertebral com dois grupos distintos de
ossos, que se combinam e se complementam: os ossos do crânio e os ossos da
face. Referente aos ossos do crânio, estes somam-se a um total de oito ossos, os
quais formam a chamada cavidade do crânio, que protege o encéfalo: osso frontal
(01); ossos parietais (02); ossos temporais (02); osso occipital (01); osso esfenoide
(01); e osso etmoide (01).
Referente aos ossos do crânio, segundo Porth e Kunert (2004), possuem basi-
camente, não menos importante, a função de proteger o encéfalo. Suas superfícies
internas possibilitam a fixação das membranas (meninges), as quais estabilizam
o encéfalo, os ramos venosos (veias) e nervos (pares cranianos).
O osso frontal forma a face anterior do crânio, o teto das órbitas (maior ori-
fício ou abertura na face anterior do crânio), onde fica localizado o globo ocular.
Quanto aos ossos temporais, formam a parte inferior dos dois lados do crânio
e o assoalho craniano (parte de baixo – base).
Os ossos temporais e zigomático unem-se para formar uma nova estrutura
chamada de arco zigomático.
Os seios frontais situam se profundamente no osso frontal. Essas cavidades
são revestidas de túnica mucosa, exercendo a função que simboliza caixas de
som, dando ressonância à voz.

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Figura 9 - Detalhes do crânio


Fonte: Paresque (2023, on-line).

Descrição da Imagem: apresentamos na imagem os detalhes do ossos do crânio humano.

Cabe destacar que, referente ao bulbo, esta estrutura é responsável pelos mo-
vimentos cardiopneumoentéricos (cardíacos, respiratórios e gastrointestinais),
considerados como atividades vitais para a manutenção da vida.
Quanto aos ossos da face são: quatorze ossos, os quais formam a face do
ser humano e modificam-se significativamente nos primeiros dois anos após
o nascimento, são eles: ossos nasais (02); ossos maxilares ou maxila (02); ossos
zigomáticos (02); osso mandibular ou mandíbula (01); ossos lacrimais (02); ossos
palatinos (02); conchas nasais inferiores (02); e o vômer (01).
Quanto ao osso esfenoide (formato de asas de borboleta), encontra-se situado
anteriormente aos processos jugular e basilar do osso occipital na parte mediana
da base do crânio.
Esse osso é chamado de pedra fundamental do assoalho craniano, porque se
articula com os ossos cranianos (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
Conforme apontam Guyton e Hall (2017), quanto à função de comunicação
das suturas, elas estão distribuídas da seguinte forma:

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■ a sutura coronal: une o osso frontal e os dois ossos parietais;


■ a sutura sagital: une os dois ossos parietais;
■ a sutura lambdoide: une os ossos parietais ao osso occipital;
■ a sutura escamosa: une os ossos parietais aos ossos temporais.

Sobre os seios paranasais, estas estruturas encontram-se localizadas em certos


ossos do crânio próximos à cavidade nasal. Estes são revestidos por túnicas mu-
cosas (uma espécie de lâmina de epitélio, a qual é suportada por outra lâmina de
tecido conectivo).
Os ossos do crânio que possuem os seios paranasais são o frontal (seio fron-
tal), o esfenoide (seio esfenoide), o etmoide (seios etmoidais) e as maxilas (seios
maxilares). Estas estruturas nominadas como seios paranasais, servem como
câmeras de ressonância (eco), auxiliando na produção de sons como a fala, ali-
viando o peso do crânio.
Nesta região se formam mucos, os quais dão origem a patologias como a
sinusite, devido ao acúmulo de patógenos.

OSSOS DA COLUNA VERTEBRAL (ESQUELETO AXIAL)

O osso hioide (forma de U) é uma particularidade especial dessa categoria de


estrutura óssea axial por não se articular e nem se conectar com nenhum outro
osso, que fica suspenso nos processos estiloides dos ossos temporais por meio de
ligamentos e músculos. Esta estrutura está localizada no pescoço, entre a man-
díbula e a laringe.
Sustenta a língua e fornece locais de fixação para alguns músculos da língua,
músculos do pescoço e da faringe. É uma estrutura frágil, pela sua susceptibili-
dade de fratura por estrangulamento (GUYTON; HALL, 2017)
Segundo Tortora e Derrickson (2012), a coluna vertebral, também conhe-
cida como coluna espinhosa ou coluna espinhal, é composta basicamente por
vértebras. A coluna vertebral funciona como uma haste forte e flexível, a qual
permite a ocorrência de movimentos, como o giro, a movimentação para frente,
para trás e para os lados. Esta estrutura possui também como atribuição envolver
e proteger a medula espinhal, sustentar a cabeça e servir como ponto de fixação
para as costelas.

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Quanto ao número de vértebras, somam um total de 33, formadas precoce-


mente ao nascimento, porém, na fase adulta, constituem 26 vértebras, distribuídas
na seguinte proporção:
■ 7 vértebras cervicais – localizadas na região do pescoço;
■ 12 vértebras torácicas – posteriores à cavidade torácica;
■ 5 vértebras lombares – sustentam a parte inferior do dorso;
■ 1 sacro (osso sagrado) – constituído em uma subdivisão de cinco vérte-
bras sacrais fundidas;
■ 1 cóccix – constituído em uma subdivisão de quatro vértebras coccígeas
■ fundidas.

Para melhor identificação clínica de cada segmento vertebral, este recebe uma
abreviação com a primeira letra da sua inicial, por exemplo, C, dando significado
de que está sendo estudado o segmento vertebral “Cervical”, seguida de numeral
em ordem decrescente, por exemplo 1, justificando que estamos nos referindo à
primeira vértebra cervical (C1).
Essa identificação é comumente aplicada a todos os segmentos vertebrais,
conforme é possível visualizarmos nos parágrafos seguintes. Identificação dos
segmentos vertebrais:
■ vértebras cervicais = totalidade 07 = C1 – C7;
■ vértebras torácicas = totalidade 12 = T1 – T12;
■ vértebras lombares = totalidade 05 = L1 – L5.

O termo tronco ou tórax, refere-se a todo o peito (TORTORA; DERRICKSON,


2012).

E U INDI CO

Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a coluna verte-


bral, suas regiões, vértebras e função.

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A porção esquelética do tórax (caixa torácica) é formada pelo esterno, car-


tilagens costais, costelas e corpo das vértebras torácicas. O esterno é um osso
plano e estreito, localizado no centro da parede torácica anterior e é composto
ou subdividido em três partes: o manúbrio, o corpo do esterno e a apófise xifoide
ou processo xifoide.
O manúbrio articula-se com as clavículas, o corpo do esterno articula-se di-
reta ou indiretamente com parte da segunda costela e com a terceira até a décima
costela. Já a apófise xifoide ou processo xifoide, sua composição é basicamente de
cartilagem hialina durante a infância e não ossifica completamente até os 40 anos.
Não possui costela ligada e fornece fixações para alguns músculos abdominais.
Conforme descrevem Guyton e Hall (2017), as estruturas das costelas somam
em um total de doze pares compondo ambos os lados do tórax. Dentre as particu-
laridades das costelas, destaca-se o seu crescimento, o qual aumenta da primeira à
sétima costela, depois decrescem em comprimento até a décima segunda e, ainda,
cada costela ou arco costal articula-se posteriormente com as vértebras torácicas.
Do primeiro até o sétimo par de costelas, são consideradas costelas verdadei-
ras e estão presentes, junto a essas estruturas, uma camada de cartilagem hialina,
formando a chamada cartilagem costal.
Os cinco pares de costelas restantes são denominados de costelas falsas, por-
que suas cartilagens não se fixam ao esterno.
A décima primeira e a décima segunda costelas são denominadas costelas
flutuantes.
Os espaços entre as costelas são chamados de espaços intercostais, os quais
são preenchidos por músculos, vasos sanguíneos e nervos intercostais.
As estruturas que fazem parte de cada membro superior (bilateralmente) são:
um úmero no braço, uma ulna e um rádio no antebraço, oito ossos carpais (ossos
do punho), cinco ossos metacarpais (ossos da palma da mão) e quatorze falanges
(ossos dos dedos) na mão (GUYTON; HALL, 2017).

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E M FO CO

Está curioso para saber mais? Então acesse o vídeo que


preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS
Para quem se interessa em trabalhar com o sistema ósseo, existem diversas pers-
pectivas no mundo do trabalho, que variam de acordo com a formação acadêmica
e as habilidades específicas adquiridas.
Uma das áreas mais comuns é a de ortopedia, que se concentra no tratamento
de doenças e lesões ósseas. Os profissionais que estão nessa área podem incluir
médicos ortopedistas, fisioterapeutas, quiropráticos e técnicos em próteses e ór-
teses. Eles podem trabalhar em hospitais, clínicas, associações privadas, centros
de reabilitação e outras instituições de saúde.
Outra área relacionada é a de biomateriais, que se concentra no desenvol-
vimento de materiais para implantes ortopédicos, próteses e outras aplicações
médicas. Esses profissionais podem trabalhar em empresas que fabricam esses
materiais, em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, ou em universidades.
Também existem perspectivas no mundo do trabalho para aqueles que se in-
teressam em trabalhar com a anatomia e a fisiologia óssea, seja como professores
em escolas e universidades, ou como pesquisador em laboratórios e instituições
de pesquisa.
Além disso, com o envelhecimento da população e o aumento da incidência
de doenças como a osteoporose, uma demanda por profissionais especializados
em prevenção e tratamento dessas condições deve aumentar. Isso significa que há
oportunidades de trabalho em áreas como educação em saúde, treinamento de
exercícios específicos para o fortalecimento ósseo e desenvolvimento de terapias
farmacológicas.

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Em resumo, para quem se interessa em trabalhar com o sistema ósseo, as


perspectivas de emprego são variadas e promissoras, e incluem áreas como orto-
pedia, biomateriais, pesquisa, educação em saúde e prevenção de doenças ósseas.

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VAMOS PRATICAR

1. A formação do tecido ósseo durante o desenvolvimento humano ocorre por meio de


dois processos principais: a ossificação intramembranosa e a ossificação endocondral.
Ambos são responsáveis pelo crescimento e reparação dos ossos, mas diferem em
relação à origem das células envolvidas e ao local onde ocorre a ossificação (SOBOTTA;
WELSCH, 2019).

Diferencie ossificação intramembranosa e ossificação endocondral, explicando suas ca-


racterísticas e diferenças fundamentais.

2. O crescimento ósseo é um processo dinâmico e complexo que ocorre durante o de-


senvolvimento humano. Envolve a formação de novo tecido ósseo, o aumento do
comprimento e da largura dos ossos, bem como a remodelação constante do tecido
existente. Compreender como ocorre esse processo é fundamental para compreender
o desenvolvimento e a manutenção do esqueleto humano (SOBOTTA; WELSCH, 2019).

Explique como acontece o processo de crescimento ósseo, abordando os principais me-


canismos envolvidos e sua importância para o desenvolvimento e a manutenção do
esqueleto humano.

3. Uma fratura óssea é uma lesão em que ocorre uma quebra parcial ou completa de um
osso. O processo de reparação óssea é essencial para a recuperação desse tipo de
lesão, envolvendo uma série de etapas coordenadas pelo organismo. Compreender
como ocorre esse processo é fundamental para entender a regeneração do tecido
ósseo após uma fratura ((SOBOTTA; WELSCH, 2019).

Sobre a definição de fratura e do processo de reparação óssea, considerando as etapas


envolvidas, assinale a alternativa correta:

a) A fratura é uma lesão no tecido ósseo que ocorre quando há uma ruptura completa
do osso. O processo de reparação óssea envolve quatro etapas: hematoma, formação
de calo fibrocartilaginoso, formação de calo ósseo e remodelação óssea.
b) A fratura é uma lesão no tecido ósseo que ocorre quando há uma ruptura parcial do
osso. O processo de reparação óssea envolve três etapas: hematoma, formação de
calo fibroso e remodelação óssea.
c) A fratura é uma lesão no tecido ósseo que ocorre quando há um deslocamento dos
ossos adjacentes. O processo de reparação óssea envolve cinco etapas: hematoma,
formação de calo ósseo, formação de calo fibroso, neoformação óssea e remodelação
óssea.

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VAMOS PRATICAR

d) A fratura é uma lesão no tecido ósseo que ocorre quando há um enfraquecimento


dos ossos. O processo de reparação óssea envolve duas etapas: inflamação e neo-
formação óssea.
e) A fratura é uma lesão no tecido ósseo que ocorre quando há uma compressão exces-
siva nos ossos. O processo de reparação óssea envolve quatro etapas: inflamação,
formação de calo ósseo, formação de calo fibrocartilaginoso e remodelação óssea.

4. O sistema locomotor é responsável pelo movimento e sustentação do corpo humano,


sendo constituído pelos ossos, articulações, músculos e tecidos associados. Os ossos
desempenham um papel fundamental nesse sistema, fornecendo suporte estrutural,
proteção de órgãos vitais e servindo como locais de ancoragem para os músculos
(SOBOTTA; WELSCH, 2019).

Sobre o sistema locomotor e sua relação com os ossos, considerando uma função dos
ossos no corpo humano, assinale a alternativa correta:

a) Os ossos são responsáveis pela produção de células sanguíneas na medula óssea.


b) Os ossos são responsáveis pela produção de hormônios reguladores do metabolismo.
c) Os ossos são responsáveis pela absorção de nutrientes essenciais para o corpo hu-
mano.
d) Os ossos são responsáveis pela condução dos impulsos nervosos por todo o corpo.
e) Os ossos são responsáveis pela sustentação e movimentação do corpo humano.

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VAMOS PRATICAR

5. Os osteócitos são células especializadas encontradas no tecido ósseo. Essas células


desempenham diversas funções importantes no sistema esquelético, contribuindo
para a manutenção e o funcionamento adequado dos ossos (SOBOTTA; WELSCH, 2019).

Sobre a função dos osteócitos, analise as afirmativas a seguir:

I - Os osteócitos são responsáveis pela produção e secreção de colágeno, uma proteína


essencial para a resistência e flexibilidade do tecido ósseo.
II - Os osteócitos desempenham um papel vital na regulação do metabolismo ósseo,
controlando o equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea.
III - Os osteócitos participam da comunicação celular no tecido ósseo por meio de pro-
jeções chamadas de canalículos, permitindo a troca de nutrientes e sinais químicos.
IV - Os osteócitos estão envolvidos na detecção e resposta a estímulos mecânicos, como
a carga e a tensão exercidas sobre o tecido ósseo.

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.

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REFERÊNCIAS

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DR. PRADEEP AGGARWAL. Fraturas: causas, tratamen-
to e medidas preventivas. Deixe um comentário. Blogue. Admindrpa. c2023.
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GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
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PARESQUE, R. Pranchas esqueleto axial: crânio. Aula prática de Anatomia Humana. Sli-
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Disponível em: https://citogenetica.ufes.br/sites/nupea.saomateus.ufes.br/files/field/ane-
xo/esqueleto%20axial_I.pdf. Acesso em: 23 jun. 2023.
PETTERSEN, B. Sistema endocrino 1. SlideShare. Setembro, 2018. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/BethPettersen/sistema-endocrino-1-115817315. Acesso em: 23
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PORTH, C. M.; KUNERT, M. P. Alterações na regulação da temperatura. In: PORTH, C. M.; KU-
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PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta: Atlas de anatomia humana. 23. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
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RINALDI, D. B.; FRANKENBERG, A. D. V. Efeito do cálcio na perda de peso e na composição
corporal: uma revisão de ensaios clínicos randomizados. RASBRAN – Revista da Associa-
ção Brasileira de Nutrição, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 66-78, jul./dez. 2016.
SHERWOOD, L. Fisiologia Humana das Células aos Sistemas. 7. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
YANAGUIZAWA, M. et al. Avaliação por imagem das lesões da placa de crescimento. Radio-
logia Brasileira, São Paulo, v. 41, n. 3, p. 199-204, jun. 2008.

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GABARITO

1. A resposta correta deve abordar as características e diferenças fundamentais entre a


ossificação intramembranosa e a ossificação endocondral. A ossificação intramembranosa
ocorre diretamente a partir de um tecido conjuntivo embrionário chamado membrana
mesenquimal, no qual as células se diferenciam diretamente em osteoblastos, que formam
o tecido ósseo. Esse tipo de ossificação é responsável pela formação de ossos planos,
como os do crânio e clavícula. Por outro lado, a ossificação endocondral inicia-se a partir
de um molde cartilaginoso, formado inicialmente por condrócitos. Durante o processo, os
condrócitos começam a se calcificar, formando um esqueleto cartilaginoso, e posterior-
mente, células osteoprogenitoras invadem a região, substituindo o tecido cartilaginoso
por osso. Esse tipo de ossificação é responsável pela formação da maior parte dos ossos
do esqueleto, como fêmur, úmero e ossos da coluna vertebral. A resposta deve ressaltar
as diferenças em relação à origem das células envolvidas (células mesenquimais para
ossificação intramembranosa e condrócitos para ossificação endocondral) e ao local onde
ocorre a ossificação (a partir de membrana mesenquimal para ossificação intramembra-
nosa e a partir de um molde cartilaginoso para ossificação endocondral).

2. A resposta correta deve abordar os principais mecanismos envolvidos no processo de


crescimento ósseo e sua importância para o desenvolvimento e a manutenção do es-
queleto humano. O crescimento ósseo ocorre por meio de dois mecanismos principais: o
crescimento em comprimento e o crescimento em largura. O crescimento em comprimento
dos ossos longos ocorre nas regiões chamadas de discos de crescimento, localizadas
nas extremidades dos ossos longos. Nesses discos, ocorre a proliferação de células car-
tilaginosas chamadas condrócitos, que se dividem e empurram as extremidades ósseas,
permitindo o aumento do comprimento do osso. À medida que os condrócitos se dividem,
também ocorre a formação de novo tecido ósseo na região, substituindo gradualmente
a cartilagem. Já o crescimento em largura dos ossos ocorre por meio do processo de
remodelação óssea. As células ósseas chamadas osteoclastos reabsorvem o tecido
ósseo existente, enquanto as células osteoblastos depositam novo tecido ósseo. Esse
processo de remodelação óssea ocorre continuamente ao longo da vida e é influenciado
por fatores como a atividade física, hormônios e nutrientes adequados. A resposta deve
destacar a importância do crescimento ósseo para o desenvolvimento e a manutenção
do esqueleto humano, permitindo o aumento do tamanho e da resistência dos ossos,
bem como a adaptação a estímulos mecânicos e a reparação de lesões.

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GABARITO

3. A. A alternativa A define corretamente o que é uma fratura (ruptura completa do osso) e


descreve as etapas corretas do processo de reparação óssea. Após uma fratura, ocorre
a formação de um hematoma na região lesionada, seguido pela formação de um calo
fibrocartilaginoso, que estabiliza a área fraturada. Em seguida, ocorre a formação de um
calo ósseo, no qual há a substituição do calo fibrocartilaginoso por tecido ósseo. Por fim,
ocorre a remodelação óssea, na qual o osso é remodelado para recuperar sua forma e
resistência originais.

4. E. Os ossos desempenham um papel fundamental na sustentação e movimentação do


corpo humano. Eles fornecem a estrutura de suporte para o corpo, permitindo a postura
ereta e a realização de atividades físicas. Além disso, os ossos funcionam como alavan-
cas para o movimento, quando articulados com os músculos, permitindo a realização de
movimentos diversos, como caminhar, correr e realizar atividades motoras complexas. O
texto base enfatiza a importância dos ossos no sistema locomotor, destacando sua função
de suporte estrutural e ancoragem para os músculos. A resposta correta ressalta que os
ossos são responsáveis pela sustentação e movimentação do corpo humano, refletindo
a informação presente no texto base.

5. E. Todas as afirmativas sobre a função dos osteócitos são verdadeiras de acordo com o
texto base. A afirmativa I está correta, pois os osteócitos estão envolvidos na produção
e secreção de colágeno, uma proteína essencial para a resistência e flexibilidade do
tecido ósseo. A afirmativa II está correta, pois os osteócitos desempenham um papel
crucial na regulação do metabolismo ósseo, controlando o equilíbrio entre a formação e
a reabsorção óssea. A afirmativa III está correta, pois os osteócitos participam da comu-
nicação celular no tecido ósseo por meio de canalículos, permitindo a troca de nutrientes
e sinais químicos entre as células ósseas. A afirmativa IV está correta, pois os osteócitos
são capazes de detectar e responder a estímulos mecânicos, como a carga e a tensão
exercidas sobre o tecido ósseo, contribuindo para a adaptação e remodelação óssea.
Portanto, todas as afirmações sobre a função dos osteócitos estão corretas, conforme
apresentado no texto base.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 3

SISTEMA LOCOMOTOR - MÚSCULOS

MINHAS METAS

Conhecer o sistema locomotor.

Entender a relação entre os músculos.

Sistematizar os principais músculos do corpo humano.

Conhecer os músculos por tipologia.

Entender sobre as inserções musculares.

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UN I A S S ELV I

INICIE SUA JORNADA


A mobilidade ou o movimento, como jogar futebol, andar de bicicleta ou cami-
nhar, requerem a interação entre os sistemas ósseo, muscular e articular. Neste
tema de aprendizagem, compreenderemos como o sistema muscular produz os
diferentes movimentos, aprenderemos onde os músculos se fixam e os tipos de
articulações que são acionadas e/ou recrutadas para que o movimento aconteça.
Quando pensamos em mobilidade, devemos lembrar que ocorre uma intera-
ção entre estruturas ou sistemas; assim, a união dessas estruturas é identificada ou
chamada de sistema musculoesquelético, ou sistema locomotor. A especialidade
que estuda o músculo chama-se miologia (mio- = músculos/logia- = estudo
de); já o ramo da ciência que envolve correções de possíveis danos a este sistema
chama-se ortopedia.
Dessa forma, será que, em uma pessoa que não possui hábitos de exercícios
diários para auxiliar o organismo, haveria prejuízos ao tecido envolvido?
Nesse caso, estamos nos referindo ao processo de manutenção muscular, de-
pendente de exercícios físico e outros elementos, para recuperações. Durante
nossa vida, enfrentaremos situações como essa e, desse modo, abordagens dessa
temática nos auxiliarão a compreender os processos do dia a dia.

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Você sabia que o sistema muscular está diretamente relacio-


nado com a nossa qualidade de vida? Para saber um pouco
mais sobre como uma rotina de exercícios físicos auxilia na
saúde muscular, acesse nosso podcast e aproveite esse novo
conhecimento.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

VAMOS RECORDAR?
Cada vez que você dá um passo, 200 músculos trabalham
em uníssono para levantar o pé, impulsioná-lo para a frente
e colocá-lo no chão. É apenas uma das milhares de tare-
fas realizadas pelo sistema muscular: essa rede, de mais de
650 músculos, que cobre o corpo e é a razão pela qual po-
demos piscar, sorrir, correr, pular e ficar de pé. Então, como
isso funciona?
Não deixe de assistir a este vídeo superinteressante!

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Então, é o momento de começarmos a entender melhor sobre o sistema muscular,
o que ele é, para qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

P E N SA NDO J UNTO S

Quantos são os músculos do copo humano? Do ponto de vista estrutural, como


é formado um músculo e para que serve?

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÚSCULOS

Segundo Sherwood (2011), a estrutura musculoesquelética, ao mover os com-


ponentes intracelulares especializados, contidos em suas fibras (suas células), irá
gerar tensão e encurtar-se, devido à contração muscular exercida, respondendo
a um estímulo cerebral, por exemplo, de andar. Devido a sua alta capacidade de-
senvolvida de contração, grupos de células musculares atuam em conjunto dentro
de um músculo, podendo, assim, produzir movimento. A contração muscular,
quando controlada, permite:
■ o movimento proposto de todo o corpo ou parte deste (por exemplo,
andar ou abrir e/ou fechar a mão);

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■ manipular objetos externos (por exemplo, pegar uma caneta e/ou dirigir
um veículo);
■ gerar propulsão de conteúdo entre os vários órgãos internos que são ocos
(por exemplo, circulação sanguínea e/ou mobilização do bolo alimentar
no intestino);
■ eliminação ou esvaziamento de conteúdo de determinados compartimen-
tos/órgãos do corpo para o meio externo (por exemplo, micção-diurese
e/ou evacuação-fezes).

Sherwood (2011) menciona que os músculos formam o maior grupo de tecidos


do corpo, sendo responsáveis por quase metade do peso corporal humano. De-
pendendo da percentagem de gordura corporal, gênero e regime de exercícios, o
tecido muscular constitui cerca de 40 a 50% do peso corporal total, sendo com-
posto por células altamente especializadas. Existem três tipos de tecido muscular:
músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso.
Porth e Kunert (2004) descrevem que o tecido muscular cardíaco, encon-
trado no coração, forma a maior parte do referido órgão, o qual possui, como
responsabilidade, bombear o volume sanguíneo pela rede venosa para todas as
partes do corpo. Assim como o tecido muscular esquelético, o tecido muscular
cardíaco é estriado. Entretanto, ao contrário da atividade ou da movimentação
voluntária do músculo esquelético, o tecido muscular cardíaco é involuntário, ou
seja, sua contração não ocorre de forma consciente.
Com relação ao tecido muscular liso, segundo Porth e Kunert (2004), esse
tipo de tecido está localizado nas paredes das estruturas ocas internas do cor-
po humano, como vasos sanguíneos, vias respiratórias, estômago e sistema gas-
trointestinal. Essa categoria de tecido participa de processos, como a digestão e a
regulação da pressão sanguínea. O músculo liso não é estriado e é involuntário,
possuindo uma capacidade limitada de regeneração.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

Músculo cardíaco Músculo estriado Músculo liso

Figura 1 - Tipos de músculos


Fonte: Tecido... ([201-?], on-line)

Descrição da Imagem: na figura, há três ilustrações do sistema muscular: o músculo cardíaco, o músculo estriado
e o músculo liso.

FUNÇÕES DO TECIDO MUSCULAR

Devido à contração sustentada e ao relaxamento, o tecido muscular possui quatro


funções que se destacam, conforme apontam Porth e Kunert (2004), são elas:
■ Produzir movimentos do corpo: os movimentos, como caminhar, cor-
rer, escrever ou balançar a cabeça e os braços, dependem, basicamente,
do movimento integrado entre o sistema musculoesquelético, a estrutura
óssea e o sistema articular.
■ Estabilizar posições do corpo: as contrações do músculo esquelético
estabilizam as articulações, auxiliando o corpo a manter determinadas
posições, como ficar em pé, sentar-se ou deitar-se. Para que essa atividade
ocorra, os músculos posturais se contraem.
■ Armazenar e mover substâncias: a referida atividade é sustentada em
forma de anéis do músculo liso, chamados de esfíncteres, os quais impe-
dem a saída de conteúdo de um órgão oco. A exemplo de armazenamento,
refere-se ao acúmulo temporário de conteúdo alimentar no interior do
estômago e/ou sistema gastrointestinal, onde, simultaneamente, ocorre

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a absorção de nutrientes importantes para a nutrição corporal e celular.


Esse armazenamento somente é possível devido à presença dos esfíncteres
de músculo liso, pois fecham as saídas desses órgãos. Outra importante
atribuição dessas estruturas é que a contração e o relaxamento do mús-
culo liso nas paredes dos vasos sanguíneos auxiliam a ajustar o diâmetro
dos vasos sanguíneos e, ainda, a regular o fluxo de sangue.
■ Produção de calor: quando o tecido muscular contrai, produz calor au-
tomaticamente. Muito do calor, produzido por ele, é usado como medida
auxiliadora da estabilização da temperatura corporal. Quando a tempe-
ratura cai, o corpo responde com a presença de calafrios como sinal de
alerta de que há certa desregulação.

TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO

Cada músculo esquelético é um órgão separado, sendo composto por inúmeras


estruturas celulares, as quais são chamadas de fibras musculares, em razão do
seu formato alongado. Tecidos conjuntivos circundam as fibras musculares e
os músculos inteiros, os vasos sanguíneos e os nervos penetram nos músculos
(GUYTON; HALL, 2017).

Figura 2 - Miofibrila
Fonte: Fernandes ([201-?], on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há a representação de uma fibra muscular em corte transversal, em que são
apontados, a partir de fios, o músculo e as fibras musculares.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

COMPONENTES DO TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo circunda e protege o tecido muscular, e conta com a presença


da tela subcutânea ou hipoderme, que separa o músculo da pele, composta por
tecido conjuntivo areolar e tecido adiposo, fornecendo uma via para nervos, vasos
sanguíneos e vasos linfáticos entrarem e saírem dos músculos.
O tecido adiposo armazena uma importante quantidade de triglicerídeos no
corpo, os quais, além de servirem como meio de reserva de energia, possibilitam
a existência de uma camada isolante, a qual reduz a perda de calor e protege os
músculos de trauma físico. Outra estrutura, inserida junto ao tecido conjuntivo,
é a fáscia, popularmente conhecida como bandagem, uma estrutura que forma
uma densa bainha ou uma faixa larga de tecido conjuntivo denso não modelado,
a qual reveste a parede do corpo e os membros, sustentando e circundando os
músculos, bem como outros órgãos do corpo (GUYTON; HALL, 2017).

Fáscia profunda

Fáscia muscular

Figura 3 – Fibra muscular representativa


Fonte: adaptado de: Merritt (2022).

Descrição da Imagem: a figura mostra a representação esquemática de um corte muscular transversal, em


vermelho, com destaque aumentado da miofibrila, apontando, também, as regiões da fáscia profunda e da fáscia
muscular.

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UN I A S S ELV I

Segundo Guyton e Hall (2017), outro importante papel da fáscia é que esta estru-
tura permite livre movimento dos músculos, transporta nervos, vasos sanguíneos,
vasos linfáticos e preenche os espaços musculares. Existem três tipos de tecido
conjuntivo que se estendem sobre a fáscia, com o intuito de proteger e fortalecer
o músculo esquelético: o epimísio, o perimísio e o endomísio.
A localização do epimísio reveste todo o sistema muscular. Com relação
ao perimísio (“peri”: ao redor), este circunda feixes de 10 a 100 ou mais fibras
musculares, chamados de fascículos (pequenos feixes). Já o endomísio (“endo”:
dentro) envolve, individualmente, cada fibra muscular. Essas três camadas de
tecido conjuntivo, que envolvem a fáscia, também protegem toda a área tendi-
nosa, estrutura similar a um cordão conjuntivo denso modelado, composto por
feixes paralelos de fibras de colágenos, que possui, como função, fixar o músculo
a um osso.

SUPRIMENTO NERVOSO E SANGUÍNEO

Os músculos esqueléticos, segundo Porth e Kunert (2004), são muito bem supri-
dos com nervos e vasos sanguíneos, os quais estão diretamente relacionados à
contração, a principal característica do sistema muscular. A contração muscular
também requer uma quantidade significativa de adenosina trifosfato (ATP) e,
portanto, grandes quantidades de nutrientes e oxigênio para a síntese de ATP.
Assim, a ação muscular prolongada depende de um rico suprimento sanguí-
neo para fornecer nutrientes e oxigênio e remover os resíduos. Geralmente, uma
artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que penetra no músculo
esquelético.
Dentro do endomísio, existem vasos sanguíneos com formato de calibres
inferiores, chamados de vasos capilares, distribuídos em cada fibra muscular em
estreito contato com os demais vasos sanguíneos, o que permite a nutrição mus-
cular (PORTH; KUNERT, 2004).

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CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

O movimento é uma função essencial do corpo, resultante de contrações e relaxa-


mento musculares. A contração do sistema musculoesquelético está intimamente
relacionada com a interação entre as proteínas miosina e actina. Os músculos são
estruturas formadas por tecido muscular, os quais desempenham importante
papel na locomoção e na contração de órgãos.
Como já vimos, existem três tipos de tecido muscular no organismo humano:
músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo não estriado
e/ou liso. O músculo estriado esquelético é caracterizado por permitir contração
voluntária, ou seja, que ocorre de acordo com a nossa vontade. Os músculos não
estriados ou liso e cardíacos, por sua vez, apresentam contração involuntária.
A contração muscular é um processo resultante do encurtamento das fibras
musculares e das estruturas alongadas que apresentam duas proteínas contráteis:
a miosina e a actina. A miosina é responsável por formar os filamentos grossos,
enquanto a actina forma os filamentos finos. Esses dois filamentos juntos são
chamados de miofibrilas. Já as miofibrilas estão organizadas em bandas claras e
escuras, que formam o padrão característico dos músculos estriados.

JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Segundo Krueger-Beck et al. (2011), antes que um músculo esquelético possa se


contrair, ele deve ser estimulado por um sinal elétrico, chamado de potencial de
ação muscular (PAM), transmitido por seu neurônio motor.
Um neurônio motor, com todas as fibras musculares que ele estimula, é de-
nominado de unidade motora, tornando a comunicação entre os neurônios (si-
milares) a formação de uma rede de circuitos. O PAM ocorre a todo momento
no tecido muscular do corpo humano, coordenando e apoiando a realização de
suas funções, seja no estado de vigília, em repouso e em outros estados compor-
tamentais, como os de compensação (por exemplo, momento de fuga).
Músculos que controlam pequenos movimentos precisos, como aqueles que
movem os olhos, possuem cerca de 10 a 20 fibras musculares por unidade motora.

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UN I A S S ELV I

Já os músculos responsáveis por grandes movimentos poderosos, como o bíceps


braquial, no braço, e o gastrocnêmio, na perna, possuem cerca de 2.000 a 3.000
fibras musculares em algumas unidades motoras. A referida diferença, em termos
do número de fibras, está intimamente relacionada pela função exercida, ou seja,
movimentos mínimos e movimentos mais ampliados.
Quando o corpo do axônio (processo longo) de um neurônio motor entra
em um músculo esquelético, divide-se em ramificações chamadas de terminais
axônicos, que se aproximam, porém não tocam o sarcolema de fibra muscular
(KRUEGER-BECK et al., 2011).

Bainha de mielina

Neurônio pré-sináptico

Vesícula sináptiva (Contendo ACh)


Canal
de Ca++
Membrana muscular
Vesícula sináptica

Exorcitose

ACh
AChR

Canal de Na+
Sinaptobrevina

Sinaptotagmina

MUNC-18
Sintaxina 1

SNAP-25
Ca++

Exocitose
(ACh liberada)

Figura 4 – Junção neuromuscular


Fonte: Amato e Salajegheh (2019, on-line).

Descrição da Imagem: a figura mostra uma ilustração didática da junção neuromuscular, contendo substâncias
exocitadas.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

As extremidades dos axônios terminais alargam-se em dilatações conhecidas


como bulbos sinápticos terminais, estruturas que possuem vesículas sinápticas
preenchidas com um neurotransmissor químico.
A região sarcolema, próxima ao terminal axônico, é chamada de placa mo-
tora terminal. O espaço entre o terminal axônico e o sarcolema chama-se fenda
sináptica. A sinapse formada entre os terminais axônicos de um neurônio motor
e a placa motora terminal de uma fibra muscular é conhecida como junção neu-
romuscular (JNM). Especificamente na JNM, um neurônio motor possibilita a
ativação da fibra muscular esquelética, excitando o músculo por meio de quatro
importantes etapas e mecanismos: liberação de acetilcolina (ACh); ativação dos
receptores de ACh; geração do potencial de ação muscular; e degradação de ACh.
Tortora e Derrickson (2012) afirmam que as etapas de ativação e/ou excita-
ção muscular iniciam-se pela liberação de ACh (etapa 1), em que a chegada do
impulso nervoso ou estímulo (por exemplo, levar a perna) aos bulbos sinápticos
terminais desencadeia a liberação de ACh, que, então, se difunde através da fenda
sináptica entre o neurônio motor e a placa motora terminal.
Já a ativação dos receptores de ACh (etapa 2), etapa em que ocorre a ligação
da ACh ao seu receptor na placa motora terminal, estimula a abertura dos canais
de cálcio, os quais permitem que pequenos cátions (em especial o Na+) possam
fluir pela membrana. Acerca da geração de potencial e ação muscular (etapa
3), o influxo de Na+ (baixando o gradiente de concentração) desencadeia um
potencial de ação muscular. Esse potencial de ação (estímulo) viaja ao longo do
sarcolema e através dos túbulos T.
Normalmente, cada impulso nervoso provoca um potencial de ação muscu-
lar, se, porventura, outro impulso nervoso libera mais acetilcolina, as etapas 1 e
2 se repetem. Com relação à degradação da ACh (etapa 4), o efeito da ACh dura
apenas momentaneamente, porque o neurotransmissor é rapidamente degradado
na fenda sináptica por uma enzima chamada de acetilcolinesterase (AChE).

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FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO

O Ca2+ e a energia, na forma de ATP, são imprescindíveis para que a contração


muscular aconteça na sua totalidade. Quando uma fibra muscular se encontra
relaxada (não contraída), existe uma baixa concentração de Ca2+ no sarcoplas-
ma. Entretanto, quando um potencial de ação muscular se propaga ao longo do
sarcolema e no interior do sistema de túbulos transversais, os canais de liberação
de Ca2+ se abrem, possibilitando que o Ca2+ escape para o sarcoplasma.
Dessa forma, o Ca2+ liga-se à molécula de troponina, nos filamentos delga-
dos, fazendo com que a troponina modifique sua forma.
Essa modificação move a tropomiosina para longe dos sítios de ligação de
miosina na actina (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

1 As cabeças de miosina
hidrolisam o ATP, passando ADP 2 As cabeças da miosina se
a ficar reorientadas e P fixam à actina, formando
energizadas pontes cruzadas

P
O ciclo de contração continua se
ATP o ATP estiver disponível e o teor
de Ca2+ no sarcoplasma
pemanecer alto ADP

ATP
ADP
3 As cabeças de miosina
4 Conforme as cabeças giram em direção ao
de miosina fixam o ATP, centro do sarcômero
as pontes cruzadas (movimento de força)
se soltam da actina

Figura 5 - Contração muscular


Fonte: Tecido... (2018, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, temos a exemplificação da contração muscular, baseada no deslizamento da


actina e da miosina.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

RELAXAMENTO

Guyton e Hall (2017) destacam que existem dois mecanismos que permitem que
a fibra muscular relaxe. O primeiro, o neurotransmissor de ACh, é rapidamente
degradado pela enzima de AChE. Quando o potencial de ação nervoso cessa sua
atividade, a ACh também cessa e a AChE rapidamente degrada a ACh já presente
na fenda sináptica, impedindo a contração. Isso finaliza a geração de potenciais
de ação musculares e os canais de liberação de Ca2+ na membrana do retículo
sarcoplasmático se fecham.
No segundo mecanismo, os íons cálcio são, rapidamente, transportados do
sarcoplasma para o retículo sarcoplasmático.
À medida que o nível de Ca2+ no sarcoplasma cai, a tropomiosina desliza
de volta sobre os sítios de ligação de miosina na actina. Uma vez que o sítio de
ligação de miosina esteja coberto, os filamentos delgados deslizam de volta para
suas posições relaxadas.
Para compreender e se familiarizar com essas etapas, a seguir, estão descritos
todos os passos do processo de relaxamento muscular:
1. O impulso nervoso chega ao terminal axônico do neurônio motor e de-
sencadeia a liberação de ACh.
2. A ACh difunde-se através da fenda sináptica, liga-se aos seus receptores
na placa motora terminal e desencadeia um PAM.
3. A AChE destrói a ACh na fenda sináptica, de modo que outro potencial
de ação surge, a menos que mais ACh seja liberada do neurônio motor.
4. O PAM, viajando ao longo do túbulo transversal, abre os canais de libera-
ção de Ca2+ na membrana do retículo sarcoplasmático (RS), permitindo
que o íon cálcio inunde o sarcoplasma.
5. O Ca2+ liga-se à troponina no filamento delgado, expondo os sítios de
ligação para a miosina.
6. Contração: os picos de força usam ATP; as cabeças de miosina ligam-se
à actina; os filamentos delgados são puxados em direção ao centro do
sarcômero.
7. Os canais de liberação de Ca2+ no RS se fecham e as bombas de trans-
porte ativo de Ca2+ usam o ATP para restaurar o baixo nível de Ca2+
no sarcoplasma.

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8. O complexo troponina-tropomiosina desliza de volta à posição, onde


bloqueia os sítios de ligação de miosina e actina.
9. O músculo relaxa.

TÔNUS MUSCULAR

Segundo Sherwood (2011), quando um músculo não contrai, um pequeno nú-


mero de suas unidades motoras é involuntariamente ativado, para que, posterior-
mente, seja possível a realização de uma contração sustentada de suas fibras mus-
culares. Esse processo é reconhecido como tônus muscular (“tonos”: tensão).
Para manter o tônus muscular, pequenos grupos de unidades motoras (fibras)
são ativados e inativados, de forma alternada, em um padrão de variação cons-
tante. O tônus muscular mantém o músculo esquelético firme, mas não resulta
em contração efetiva sem que seja desejável pelo sistema neurológico.

O músculo contrai mas


O músculo contrai e não se encurta
se encurta

Sem movimento

Movimento

Figura 6 – Contração e relaxamento


Fonte: adaptada de Muscle... (2014).

Descrição da Imagem: na figura, temos duas ilustrações sobre o processo de contração e relaxamento, em que se
observa, primeiramente, que o músculo contrai e se encurta durante o movimento; e contrai, mas não se encurta
quando não há movimento.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

METABOLISMO DO TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO

É sabido que o movimento e/ou a mobilidade, produzir força e causar movimento


são algumas das principais atribuições do tecido muscular, sendo uma especifi-
cidade funcional. São primariamente responsáveis pela manutenção e pela mu-
dança na postura, pela locomoção do organismo, assim como pela movimentação
dos órgãos internos, como a contração do coração e os movimentos peristálticos,
que permitem a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo.
Os músculos são, particularmente, sustentados pela oxidação de gorduras e
de carboidratos. Tais reações produzem ATP, a qual fornece energia para a mo-
vimentação da cabeça de miosina.

ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO

Diferentemente da maioria das células do corpo, as fibras musculares esqueléticas


se alternam, com frequência, entre a inatividade (relaxamento) e a atividade (con-
tração). Quando em repouso, essas estruturas utilizam uma modesta quantidade
de ATP na forma de manutenção.
Nesse sentido, a ATP presente dentro das fibras musculares é suficiente para
acionar contrações por somente poucos segundos. Se a atividade física ou o re-
crutamento muscular se tornar contínuo, a ATP adicional deverá ser sintetizada.
Cabe destacar que a fibra muscular conta com a produção de ATP por meio de
três fontes: fosfato de creatina, respiração celular anaeróbica e respiração celular
aeróbica (SHERWOOD, 2011).
Segundo Sherwood (2011), quando as fibras musculares se encontram em
repouso, elas produzem mais ATP do que necessitam, sendo que parte do excesso
de ATP é usada para fabricar fosfato de creatinina, uma molécula rica em energia
e exclusiva das fibras musculares.
Um dos grupos fosfato de alta energia de ATP é transferido para a creatinina,
dando origem ao fosfato de creatina e ao difosfato de adenosina (ADP).
A creatina é uma molécula de pequena proporção, que se assemelha a um
aminoácido, sintetizada no fígado, nos rins e no pâncreas. A creatina é derivada
de certos alimentos, em especial daqueles que contêm leite, carne vermelha e
peixe, sendo transportada para as fibras musculares após ter sido metabolizada.

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Respiração Celular
Mitocôndria
Citosol Dióxido
de
ATP Glicose Piruvato carbono

1.Glicólise
NSDH Água

Ciclo Fosforilação
de Krebs NADH
oxidativa

Glicose

ATP ATP
Oxigênio

Figura 7 - Respiração celular


Fonte: Santos ([201-?], on-line).

Descrição da Imagem: a figura representa os processos da respiração celular.

FADIGA MUSCULAR

A presença de deficiência ou incapacidade de contratilidade muscular, após o seu


recrutamento, pode ser denominada de fadiga muscular. Um importante fator
que possibilita a existência de fadiga muscular está relacionado com a liberação
reduzida de íon cálcio, proveniente do retículo sarcoplasmático, o que resulta em
declínio significativo de Ca2+ no sarcoplasma.
Existem outros fatores que podem contribuir para esse declínio: depleção de
fosfato de creatina; suprimento insuficiente de oxigênio; depleção de glicogênio
e outras fontes de energia; acúmulo de ácido láctico e ADP; e falhas dos impulsos
nervosos do neurônio motor para liberar ACh, de forma a satisfazer as necessi-
dades das fibras musculares (GUYTON; HALL, 2017).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS

Tortora e Derrickson (2012) mencionam que as fibras musculares esqueléticas


possuem três subunidades distintas, mas que interagem e estão presentes em
proporções variáveis em diferentes músculos do corpo: fibras oxidativas lentas;
fibras oxidativo-glicolíticas rápidas; e fibras glicolíticas rápidas.
Para que possamos compreender a função de cada uma dessas subunidades,
a seguir, são descritas suas características e as particularidades:
■ Fibras oxidativas lentas (OL) ou fibras vermelhas: essas estruturas são pe-
quenas em diâmetro, apresentando uma aparência vermelho-escuro por
possuírem grande quantidade de mioglobina. As fibras OL, por conterem
grandes quantidades de mitocôndrias, conseguem produzir uma elevada
proporção de ATP, principalmente por respiração aeróbia, o que justifica
o fato de serem chamadas de fibras oxidativas.
■ Fibras oxidativo-glicolíticas rápidas (OGR): estruturas que são considera-
das unidades intermediárias, em decorrência do seu tamanho (não muito
pequenas e não muito grandes). Elas possuem as mesmas características
das fibras OL, mas se sobressaem quanto a manter maior resistência à
fibra muscular, para que a fadiga não aconteça de imediato. Outra carac-
terística interessante dessas fibras está relacionada a sua rapidez quanto
à contração e ao relaxamento das fibras musculares.
■ Fibras glicolíticas rápidas (GR) ou fibras brancas: essas estruturas são pro-
porcionalmente maiores, quando comparadas aos demais tipos de fibras.
No seu interior, contêm miofibrilas; geram contrações mais vigorosas e
respondem rapidamente ao comando neural. Essas unidades possuem
poucas mitocôndrias, contam com uma grande quantidade de glicogênio
e geram ATP por glicólise anaeróbia. Como ponto negativo, está o fato de
que fadigam rapidamente quando são estimuladas atividades contráteis
de repetição por longo período.

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MÚSCULOS ESQUELÉTICOS E A PRODUÇÃO DE MOVIMENTO

Com base na descrição do tecido muscular, podemos compreender que o mús-


culo esquelético é um órgão composto por vários tipos de tecidos, os quais são
integrados por tecido muscular esquelético, tecido vascular (vasos sanguíneos e
sangue), tecido nervoso (neurônios motores) e demais tipos de tecidos conjun-
tivos.
Os músculos esqueléticos não estão fixados diretamente na estrutura óssea,
como se imagina; eles produzem movimento, puxando os tendões e puxando os
ossos. A maioria dos músculos esqueléticos atravessa pelo menos uma articula-
ção e está fixada aos ossos articulantes, que formam as articulações (GUYTON;
HALL, 2017).
A mecânica de contração versus movimento é, teoricamente, supersimples
e funciona da seguinte forma: quando um músculo se contrai, ele traciona um
osso em direção ao outro e o movimento é gerado.
A fixação de um músculo (por meio de um tendão) ao osso estacionário é
chamada de origem.
A estrutura muscular está quase sempre fixa a, pelo menos, duas diferentes
estruturas ósseas, porém há exceções, como os músculos cutâneos e aqueles re-
lacionados ao controle esfincteriano (PORTH; KUNERT, 2004).
ORIGEM

Tendão

Ventre

Figura 8 – Origens e inserções


Fonte: Paresque (2018, on-line).

Tendão
Descrição da Imagem: na figura, há
a ilustração de um músculo do braço e
INSERÇÃO do antebraço mostrando as origens e as
inserções, desenhados na cor vermelha,
além dos tendões e do ventre do bíceps
braquial.
Bíceps braquial

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PRINCIPAIS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DO CORPO HUMANO

O corpo humano conta com cerca de 700 músculos esqueléticos, os quais apre-
sentam características específicas. A estrutura muscular é dividida em grupos, de
acordo com a parte do corpo sobre a qual eles atuam.

MÚSCULOS DA CABEÇA

Os músculos da cabeça são aqueles que permitem a realização da expressão facial


e de emoções, incluindo o desprazer, a surpresa, o medo e a felicidade. Esse grupo
de músculos encontra-se na tela subcutânea e, como regra, suas origens estão na
fáscia ou nos ossos do crânio, com inserções na pele.
SISTEMA MUSCULAR HUMANO

Orbicular das pálpebras Frontal

Orbicular dos lábios Trapézio Aponevrose


Esternoclidomastóideo
epicraniana
Grande peitoral
Occiptal

Bíceps braquial Deltóide


Infra-espinhal

Grande dorsal Deltóide


Reto do abdome
Tríceps Bíceps braquial
Flexor radial braquial
do corpo Serrátil anterior Grande supinador
Grande oblíquo Ancôneo Glúteo
médio
Grande psoas Ilíaco
Interósseo Cubital posterior
dorsal da
mão
Ligamento anular
Costureiro
Grande glúteo
Adutor longo
Sartório ou costureiro Reto femoral Poplíteo
Vasto interno da coxa
Semitendinoso
Gêmeo externo
Tibial anterior Semimembranoso
Gêmeo interno
Gêmeo interno Ligamento anular Solear
Flexor longo do
Personeal anterior dedo grande do pé

Tendão de Aquiles Ligamento anular


do tarso

Figura 9 - Principais músculos do corpo humano


Fonte: Sistema... (c2009, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há duas ilustrações de modelos anatômicos que descrevem, a partir de fios, os
principais músculos do corpo humano.

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Em razão disso, os músculos da expressão facial movem a pele, em vez de uma


articulação, quando são contraídos.
Um mesmo músculo pode ter várias origens e/ou várias inserções, e pode se
fixar nos ossos de várias maneiras, seja por meio de uma lâmina tendinosa ou,
ainda, de um tendão.
Aponeurose epicraniana

Músculo
occipitofrontal ou M.
occiptal
(Face Frontal)
Músculo levantador
do supercilio
Músculo
orbicular ocular

Músculo
occipitofrontal
ou M. occiptal

Músculo
orbicular da boca

Músculo
Bucinador

Músculos faciais - vista anterior Músculos faciais - vista lateral

Figura 10 – Principais músculos da cabeça


Fonte: adaptada de Openstax (2016a, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há duas ilustrações de modelos anatômicos, descrevendo os nomes dos prin-
cipais músculos da cabeça.

MÚSCULOS DO ABDOME

Com relação aos músculos do abdome, sua parede anterior e lateral é composta
por pele, fáscia e quatro pares de músculos: músculo reto do abdome; músculo
oblíquo externo do abdome; músculo oblíquo interno do abdome; e músculo
transverso do abdome. Sua principal função é proteger as vísceras e promover
uma pressão interna, que auxilia em diversas necessidades fisiológicas (GUY-
TON; HALL, 2017).

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Figura 11 – Principais músculos do abdome


Fonte: adaptada de Openstax (2016b, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há ilustrações de modelos anatômicos descrevendo os nomes dos principais
músculos do abdome.

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MÚSCULOS DO TÓRAX

Os músculos do tórax alteram o tamanho da cavidade torácica, de modo que


a respiração possa ocorrer sem limitações. O processo inspiratório (inalação)
ocorre quando o tórax ou a cavidade torácica aumenta ou amplia de tamanho;
já a expiração (exalação) é o período no qual a cavidade torácica diminui sua
expansão ou amplitude. Junto a essa estrutura, encontra-se o diafragma ou o
músculo diafragmático, sendo este o principal músculo que promove a respiração.
Existem, também, estruturas musculares que auxiliam o diafragma a sustentar
o processo respiratório, como os músculos intercostais externos e os músculos
intercostais internos.
Os músculos intercostais externos, quando contraídos, atuam na elevação das
costelas, enquanto os músculos intercostais internos têm, como função, tracionar
as costelas para baixo e em direção ao eixo, promovendo o movimento contrário
à elevação das costelas (PORTH; KUNERT, 2004).

Figura 12 – Principais músculos do tórax


Fonte: Openstax (2016c, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há duas ilustrações de modelos anatômicos descrevendo os nomes dos principais
músculos do tórax.

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MÚSCULOS DO OMBRO

Porth e Kunert (2004) pontuam que, dos nove músculos que cruzam a articula-
ção do ombro, somente dois deles (peitoral maior e latíssimo do dorso) não se
originam da escápula. A força motora e a estabilidade articular do ombro são,
basicamente, fornecidas por quatro músculos profundos do ombro e seus ten-
dões: subescapular; supraespinhal; infraespinhal; e redondo menor.
Essas estruturas musculares unem a escápula ao úmero. Outra particularida-
de dessa estrutura é que os tendões dos músculos estão dispostos em um círculo
quase completo ao redor da articulação, podendo ser identificado de manguito
rotador.

Figura 13 - Principais músculos do ombro


Fonte: adaptada de: Openstax (2016d, on-line).

Descrição da Imagem: na figura, há duas ilustrações de modelos anatômicos descrevendo os nomes dos principais
músculos do ombro.

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MÚSCULOS DO BRAÇO

Segundo Porth e Kunert (2004), os músculos do braço são estruturas que permi-
tem movimentos na forma de dobradiça, ou seja, somente são capazes de manter
mobilidade de flexão e extensão.
Os músculos bíceps braquial, braquial e braquiorradial são flexores da arti-
culação do cotovelo; já o tríceps braquial é extensor. Os demais músculos que
permitem a movimentação do rádio e da ulna estão relacionados à supinação e
à pronação.

MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO

Guyton e Hall (2017) descrevem que os músculos do antebraço movem o punho


– no caso das mãos e dos dedos, os músculos são muito variados, tanto que seus
nomes, para a maioria dessas estruturas, dão indicação de sua origem, inserção
ou ação.
Com base na localização e na função, os músculos são divididos em dois
compartimentos: anterior (flexor) e posterior (extensor).
Os músculos anteriores (flexores) originam-se do úmero e inserem-se nos os-
sos carpais, metacarpais e falanges. Os músculos posteriores (extensores) também
se originam do úmero e inserem-se somente nos ossos metacarpais e nas falanges.

MÚSCULOS DO PESCOÇO – MOVIMENTAÇÃO DA ESPINHA


DORSAL

Os músculos eretores da espinha, segundo Guyton e Hall (2017), são aqueles


que formam a maior proporção de estrutura muscular do dorso, criando uma
protuberância e/ou saliência em ambos os lados do pescoço e da coluna vertebral.
Essa massa muscular é formada por três grupos que estão sobrepostos: grupo
iliocostal, grupo longuíssimo e grupo espinhal.
Outros músculos que movem a cabeça, o pescoço e a coluna vertebral são:
músculo esternocleidomastóideo, quadrado do lombo e reto do abdome.

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Figura 14 – Principais músculos do pescoço


Fonte: adaptada de Openstax (2016e, 2016f).

Descrição da Imagem: na figura, há cinco ilustrações de modelos anatômicos descrevendo os nomes dos prin-
cipais músculos do pescoço.

MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA E DOS MEMBROS


INFERIORES

Conforme destacam Guyton e Hall (2017), os músculos dos membros inferio-


res são os maiores e mais poderosos, quando comparados às demais estruturas
musculares do corpo humano.
Entre os seus diferenciais, tais estruturas permitem a sustentabilidade e a
estabilidade corporal, a locomoção e a manutenção da postura.

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UN I A S S ELV I

A maioria dos músculos que atuam no fêmur origina-se no cíngulo do mem-


bro inferior, mais popularmente conhecido como quadril, e insere-se no fêmur.

Figura 15 - Principais músculos dos membros inferiores


Fonte: adaptada de: Parenteau (2017).

Descrição da Imagem: na figura, há duas ilustrações de modelos anatômicos descrevendo os nomes dos principais
músculos dos membros inferiores.

Segundo Guyton e Hall (2017), os demais músculos (exceto o pectíneo, os adu-


tores e o tensor da fáscia lata) são identificados como músculos posteriores. Ter-
minologicamente, o pectíneo e os adutores são componentes do compartimento
medial da coxa.

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Os músculos que movem o fêmur, a tíbia e a fíbula têm origem no quadril


e na coxa e estão intimamente separados em compartimentos pela fáscia pro-
funda. Quanto ao significado de fáscia, trata-se de uma estrutura organizada em
camadas, envolvendo e preenchendo toda a estrutura do corpo, dando condições
e sustentação para que cada segmento (estrutura óssea, músculo e articulações)
funcione de maneira adequada. Além disso, caracteriza-se por ter plasticidade,
suportando os músculos e proporcionando adequada relação com as demais
estruturas que realizam a mobilidade.
O compartimento anterior (extensor) da coxa é assim denominado porque
seu grupo de músculos atua com o propósito de possibilitar a extensão da perna
na altura do joelho, e alguns também possibilitam a flexão da coxa na altura da
articulação do quadril, sendo composto pelos músculos quadríceps femoral e
sartório (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
Tortora e Derrickson (2012) ainda pontuam que o músculo quadríceps fe-
moral é o maior músculo do corpo humano, e que possui quatro subdivisões
musculares: reto da coxa, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio.
O músculo sartório é o mais longo do corpo, estendendo-se do ílio do osso do
quadril ao lado medial da tíbia. Quanto ao compartimento posterior (flexor) da
coxa, denominação que decorre de seus músculos permitirem a flexão da perna,
também se estende na coxa. Junto a essa estrutura (compartimento), destacam-
-se os seguintes músculos: bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo,
devido aos seus tendões serem longos e semelhantes às cordas na região poplítea.
Os músculos que realizam a movimentação do pé e seus segmentos, como os
dedos do pé, são oriundos da perna.
Tanto os músculos da perna como os da coxa encontram-se divididos em três
compartimentos pela fáscia profunda: compartimento anterior, compartimento
lateral e compartimento posterior (RIES et al., 2016).
O compartimento anterior da perna consiste em músculos que propiciam
a dorsiflexão do pé. O compartimento lateral da perna contém músculos que
fazem flexão plantar e eversão do pé (movimentos de rotação tanto para a face
medial quanto lateral).
Já o compartimento posterior da perna consiste em movimentos superficiais e
profundos. Um exemplo desse tipo de estrutura é o tendão do calcâneo (Aquiles),
o mais forte tendão do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

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UN I A S S ELV I

Figura 16 – Principais músculos do calcanhar


Fonte: adaptada de: Pazziani (2011).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração que descreve os nomes dos principais músculos do calcanhar.

RESUMO

A contração muscular, quando controlada, permite: movimento proposto de todo


o corpo ou parte deste; manipulação de objetos externos; propulsão de conteúdo
entre os vários órgãos internos que são ocos; eliminação ou esvaziamento de con-
teúdo de determinados compartimentos/órgãos do corpo para o meio externo.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

■ Dependendo da percentagem de gordura corporal, do gênero e do regime


de exercícios, o tecido muscular constitui cerca de 40 a 50% do peso cor-
poral total, sendo composto por células altamente especializadas. Existem
três tipos de tecido muscular: o esquelético, o cardíaco e o liso.
■ A mobilidade do corpo, quando relacionada com o ato da contração e o
relaxamento por controle consciente, recebe o nome de mobilização ou
movimentação voluntária.
■ A contração muscular requer uma quantidade significativa de ATP. A
ação muscular prolongada depende de um rico suprimento sanguíneo
para fornecer nutrientes e oxigênio e remover os resíduos.
■ O Ca2+ e a energia, na forma de ATP, são imprescindíveis para que a
contração muscular aconteça na sua totalidade.

O grau de contração muscular segue, a princípio, dois fatores: o primeiro relacio-


nado à intensidade do estímulo e o segundo, à quantidade de fibras estimuladas.
Sherwood (2011) descreve que, no músculo, encontramos dois tipos de mem-
branas de revestimento: o endomísio, que envolve cada fibra muscular, que, em
conjunto com outras fibras musculares, formará os fascículos, os quais, por sua
vez, são envolvidos pelo perimísio. O conjunto de fascículos musculares formará
o ventre muscular, que é envolvido pelo seu epimísio.
O tecido muscular é constituído por células alongadas, estruturadas em for-
ma de fibras, as quais estão dispostas agrupadamente em feixes. Essas células se
caracterizam ou se destacam em decorrência do seu formato alongado. Uma
especialização comum, e esperada por esse grupo, é a contração e a distensão
das fibras musculares, formadas por numerosos filamentos proteicos de actina
(miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos grossos). Como sabemos, há
três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado
esquelético e tecido muscular estriado cardíaco. Sua caracterização histológica
baseia-se na presença de estriações no citoplasma da célula, na quantidade de
núcleos e na localização do núcleo dentro da célula, conforme será apontado, a
seguir, nas respectivas estruturas.

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UN I A S S ELV I

E U I NDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais o nosso conhecimento so-


bre músculos, fadiga, movimento, contrações e relaxamento
muscular? Assista ao vídeo a seguir.

E M FO CO

Está curioso para saber mais? Então acesse o vídeo que


preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS
Para aqueles que estudam o sistema muscular, a relação com o mundo do traba-
lho é bastante importante, porque o conhecimento sobre o funcionamento dos
músculos e suas estruturas pode ser útil em diversas áreas profissionais.
Por exemplo, fisioterapeutas, quiropráticos e educadores físicos são alguns
dos profissionais que podem se beneficiar do conhecimento sobre o sistema mus-
cular, uma vez que o usam para ajudar pessoas que sofrem de lesões ou doenças
musculares, prescrevendo exercícios específicos para fortalecer e reabilitar os
músculos.
Além disso, profissionais de áreas como medicina esportiva, nutrição e ciên-
cia do esporte também podem se beneficiar do conhecimento sobre o sistema
muscular, ao ajudarem a melhorar o desempenho e a prevenir lesões em atletas.
Outra área em que o conhecimento sobre o sistema muscular é importante
é a biomecânica, que estuda a mecânica do movimento humano e pode ser útil
em áreas como o design de equipamentos de ginástica e próteses.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 3

Além disso, o conhecimento sobre o sistema muscular pode ser útil para
pessoas que trabalham em profissões que treinam esforço físico, como carrega-
dores de carga, operários de construção e atletas profissionais, uma vez que eles
podem se beneficiar do conhecimento sobre como seus músculos funcionam e
como protegê-los de lesões.
Em resumo, o estudo do sistema muscular pode ser aplicado em diversas
áreas profissionais e é importante para aqueles que desejam trabalhar em áreas
relacionadas à saúde, ao esporte e ao bem-estar físico.

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VAMOS PRATICAR

1. A mobilidade motora, quando desejada ao comando, é uma habilidade fundamental do


sistema neuromotor humano. Trata-se da capacidade de iniciar, controlar e direcionar
movimentos voluntários com precisão e fluidez, permitindo que o corpo execute ações
específicas, de acordo com a intenção do indivíduo.

Qual denominação é atribuída à capacidade de realizar movimentos voluntários desejados


e controlados pelo indivíduo?

2. Analise a pergunta do enunciado e discorra sobre ela. Referente aos músculos do ab-
dome, quais estruturas são pertencentes a essa região? Descreva sua principal função.

3. A fibra muscular requer energia para manter sua função e responder rapidamente
quando recrutada.

Quais são as fontes de energia que essas estruturas utilizam? Assinale a alternativa
correta:

a) A fibra muscular utiliza apenas carboidratos como fonte de energia.


b) A fibra muscular utiliza apenas proteínas como fonte de energia.
c) A fibra muscular utiliza apenas gorduras como fonte de energia.
d) A fibra muscular utiliza carboidratos, gorduras e proteínas como fontes de energia,
dependendo da intensidade e da duração do exercício.
e) A fibra muscular não requer energia para manter sua função e responder rapidamente,
quando recrutada.

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ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR, LOCOMOTOR, NERVOSO E CARDIORESPIRATÓRIO.indb 103 11/07/2023 05:09:45


VAMOS PRATICAR

4. A fibra muscular, quando ativada, gera contração mediante a uma estimulação nervosa.
Uma vez que esse estímulo se torna ausente, a mesma fibra muscular entrará em um
processo chamado de relaxamento.

Sobre o processo de relaxamento da fibra muscular, assinale a alternativa correta:

a) No processo de relaxamento da fibra muscular, ocorre a liberação de íons de cálcio


dos retículos sarcoplasmáticos para o citoplasma da fibra muscular, permitindo que
as cabeças de miosina se liguem aos sítios ativos da actina e promovam a contração.
b) Durante o relaxamento da fibra muscular, os íons de potássio são bombeados ativa-
mente para o interior da célula, permitindo a liberação dos íons de cálcio do retículo
sarcoplasmático e a desligação das cabeças de miosina da actina.
c) O relaxamento da fibra muscular ocorre devido à ação da enzima acetilcolinesterase,
que quebra a acetilcolina, presente na fenda sináptica, interrompendo a transmissão
do impulso nervoso e a liberação de cálcio das vesículas para o sarcoplasma.
d) Durante o processo de relaxamento da fibra muscular, ocorre a reabsorção ativa do
cálcio para o retículo sarcoplasmático, reduzindo sua concentração no sarcoplasma
e levando à descontração da fibra muscular.
e) No relaxamento da fibra muscular, ocorre uma despolarização da membrana muscu-
lar, resultando na liberação de íons de sódio para o sarcoplasma e na contração do
retículo sarcoplasmático.

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VAMOS PRATICAR

5. A contração muscular é um processo resultante do encurtamento das fibras muscula-


res e das estruturas alongadas que apresentam duas proteínas contráteis.

Com relação às proteínas responsáveis pela contração muscular, analise as asserções.

I - Actina e mioglobina.
II - Miosina e troponina.
III - Tropomiosina e titina.
IV - Actina e miosina.

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

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REFERÊNCIAS

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2019. Disponível em: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/7710/dis-
turbios_na_juncao_neuromuscular.htm. Acesso em: 27 jun. 2023.
FERNANDES, E. R. Patogenia da raiva: a trajetória do vírus rumo ao SNC. [201-?]. Disponível
em: https://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2015/patogeniada-
raivaatrajetoriadovirusrumoaosnc-elaineranierofernandes.pdf. Acesso em: 27 jun. 2023.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2017.
KRUEGER-BECK, E. et al. Potencial de ação: do estímulo à adaptação neural. Fisioter. Mov.,
Curitiba, v. 24, n. 3, p. 535-547, jul./set. 2011.
MERRITT, G. Fascia Stretching: ultimate guide. The Barbell, 14 nov. 2022. Disponível em:
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OPENSTAX. Muscles of the Abdomen. Wikimedia Commons, 2016b. 1 ilustração. Disponível
em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1112_Muscles_of_the_Abdomen.jpg. Aces-
so em: 26 jun. 2023.
OPENSTAX. Muscles that Position the Pectoral Girdle. Wikimedia Commons, 2016c. 1 ilus-
tração. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1118_Muscles_that_Posi-
tion_the_Pectoral_Girdle.jpg. Acesso em: 26 jun. 2023.
OPENSTAX. Muscles that Move the Humerus. Wikimedia Commons, 2016d. 1 ilustração. Dis-
ponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1119_Muscles_that_Move_the_Hu-
merus.jpg. Acesso em: 26 jun. 2023.
OPENSTAX. Posterior and Side Views of the Neck. Wikimedia Commons, 2016e. 1 ilustração.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1111_Posterior_and_Side_Vie-
ws_of_the_Neck.jpg. Acesso em: 26 jun. 2023.
OPENSTAX. Muscles of the Neck and Back. Wikimedia Commons, 2016e. 1 ilustração. Disponí-
vel em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1117_Muscles_of_the_Neck_and_Back.
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Acesso em: 26 jun. 2023.

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REFERÊNCIAS

PARESQUE, R. Sistema Muscular. 2018. Disponível em: https://citogenetica.ufes.br/sites/


nupea.saomateus.ufes.br/files/field/anexo/sistema%20muscular_2018.pdf. Acesso em: 27
jun. 2023.
PAZZIANI, C. Como evitar o ‘tennis leg’. TenisBrasil, UOL, jan. 2011. Disponível em: https://
tenisbrasil.uol.com.br/instrucao/63/Como-evitar-o-tennis-leg/. Acesso em: 26 jun. 2023.
PORTH, C. M.; KUNERT, M. P. Fisiopatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
RIES, L. G. K. et al. Efeito do tempo de contração e repouso na atividade dos músculos mas-
seter e temporal anterior em indivíduos com DTM. CoDAS, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 155-162,
abr. 2016.
SANTOS, V. Respiração celular. Brasil Escola, [201-?]. Disponível em: https://brasilescola.
uol.com.br/biologia/respiracao-celular.htm. Acesso em: 27 jun. 2023.
SHERWOOD, L. Fisiologia humana das células aos sistemas. 7. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
SISTEMA muscular. TecCiencia, c2009. Disponível em: http://teccienciapiloto.ufba.br/edu-
cacao-fisica-escolar/blog/sistema-muscular. Acesso em: 26 jun. 2023.
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-tecido-muscular.html. Acesso em: 27 jun. 2023.
TECIDO Muscular. [201-?]. Disponível em: https://irp-cdn.multiscreensite.com/322d0b3a//
files/uploaded/TECIDOMUSCULAR.pdf. Acesso em: 27 jun. 2023.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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GABARITO

1. A resposta correta é “coordenação motora”. A coordenação motora refere-se à habilidade


de executar movimentos complexos e precisos, coordenando diferentes grupos muscu-
lares, de forma harmoniosa. A partir da coordenação motora, o sistema nervoso central
recebe o comando e envia as informações necessárias para a realização de movimentos
específicos com controle e fluidez.

No texto base, é mencionado que a mobilidade motora, quando desejada ao comando,


é uma habilidade do sistema neuromotor humano, e a resposta correta, “coordenação
motora”, descreve adequadamente a denominação dessa capacidade.

2. Os músculos do abdome são compostos por diversas estruturas, incluindo o reto abdomi-
nal, os músculos oblíquos (oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome) e o
músculo quadrado lombar. Além disso, a região abdominal inclui os músculos do assoalho
pélvico, como o músculo pubococcígeo.

A principal função dos músculos do abdome é proporcionar estabilidade e suporte para


o tronco, contribuindo para a postura ereta e a sustentação dos órgãos internos. Esses
músculos também desempenham um papel importante na respiração, auxiliando na ex-
piração e na contração dos músculos abdominais durante o esforço físico. Além disso, os
músculos do abdome desempenham um papel na flexão e rotação do tronco, permitindo
movimentos laterais e a flexão anterior da coluna vertebral.

3. D. A fibra muscular utiliza diferentes fontes de energia, dependendo das demandas


metabólicas impostas pelo exercício. Em atividades de alta intensidade e curta duração,
como sprints, a fibra muscular utiliza principalmente o glicogênio, forma armazenada
de carboidratos nos músculos e no fígado. Já em atividades de longa duração e baixa
intensidade, como corrida de longa distância, a fibra muscular recorre principalmente às
gorduras como fonte de energia. Além disso, em situações de jejum prolongado, a fibra
muscular também pode utilizar proteínas como fonte de energia, por processos catabó-
licos. Portanto, as fibras musculares têm a capacidade de utilizar diferentes substratos
energéticos para atender às demandas metabólicas do exercício.

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GABARITO

4. D. Durante o processo de relaxamento da fibra muscular, ocorre a reabsorção ativa do


cálcio para o retículo sarcoplasmático. A contração muscular é iniciada pela liberação de
cálcio das cisternas do retículo sarcoplasmático, permitindo a interação das cabeças de
miosina com os filamentos de actina. Quando o estímulo nervoso cessa, ocorre a ação
da bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático, que utiliza energia para ativamente
bombear o cálcio de volta para as cisternas, reduzindo sua concentração no sarcoplas-
ma. Essa redução do cálcio intracelular desencadeia a descontração da fibra muscular,
permitindo que os filamentos de actina se afastem dos filamentos de miosina e levando
ao relaxamento muscular.

5. D. As proteínas responsáveis pela contração muscular são a actina e a miosina. A actina é


uma proteína filamentosa que forma a estrutura dos filamentos finos, e a miosina é uma
proteína filamentosa que forma a estrutura dos filamentos espessos. Durante a contração
muscular, as cabeças de miosina interagem com os sítios ativos da actina, formando
pontes cruzadas e gerando força para a contração muscular. Portanto, a actina e a mio-
sina desempenham papéis fundamentais no processo de contração muscular. As outras
proteínas mencionadas nas demais asserções não são diretamente responsáveis pela
contração muscular, mas desempenham funções relacionadas ao controle da interação
entre a actina e a miosina, como é o caso da troponina e da tropomiosina; a mioglobina,
por sua vez, é uma proteína que atua no armazenamento de oxigênio nos músculos, mas
não está diretamente envolvida na contração muscular.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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UNIDADE 2

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TEMA DE APRENDIZAGEM 4

SISTEMA LOCOMOTOR -
ARTICULAÇÕES

MINHAS METAS

Conhecer o sistema locomotor — articulações.

Entender a relação entre as articulações.

Sistematizar as principais articulações do corpo humano.

Conhecer as articulações por tipologia.

Entender sobre as articulações e suas funções.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

INICIE SUA JORNADA


As articulações do corpo humano desempenham papel fundamental na capaci-
dade de movimento e realização de atividades diárias. Essas estruturas, compostas
por tecidos conjuntivos flexíveis, são responsáveis por permitir a conexão entre
os ossos, proporcionando estabilidade, mobilidade e suporte aos movimentos
(SMITH et al., 2022). Além disso, as articulações são essenciais para a deambu-
lação e desempenham papel vital na sustentação do corpo durante a locomoção
(JOHNSON; BROWN, 2021).
Movimentos simples ou mesmo aqueles mais complexos carecem de uma
sincronia entre comando neurológico, ativação muscular, suporte, por meio das
articulações, e sustentação, por meio da estrutura óssea, para que tal atividade
ocorra. Para compreender como os músculos e o sistema articular produzem
diferentes movimentos, você, por meio desta unidade, aprenderá onde e como os
músculos se fixam e os tipos de articulações que são acionados pelos músculos
de contração.
A estrutura óssea, os músculos e as articulações formam, em conjunto, um sis-
tema dinâmico e integrado, chamado musculoesquelético. Quando dizemos que
um osso se articula com o outro, estes trazem o significado de que há formação
de uma articulação. Artrologia (artro = articulação / logia = estudo de) é o termo
científico aplicado para estudar articulações, e, com relação ao estudo dos movi-
mentos, tal especialidade recebe o nome de cinesiologia (cinesio = movimento).
Com relação ao estudo dos músculos, para tal especialidade se aplica o termo
miologia (mio = músculos / logia = estudo de). Se você, porventura, já sofreu al-
guma lesão traumática em algum desses componentes, sabe como torna-se difícil
caminhar ou realizar mesmo que movimentos simples (GUYTON; HALL, 2017).
Os traumatismos articulares podem ser caracterizados como contusões,
entorses, luxações, subluxações, fraturas articulares, distensões ou entorses. Na
ocorrência de tais acometimentos, buscamos atendimento com a especialidade
ou ciência médica, a qual é referência em orientações para prevenção, correção
e/ou reparos dos distúrbios musculoesqueléticos, chamada ortopedia (orto =
correto / pedi = criança) (GUYTON; HALL, 2017).

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UN I A S S ELV I

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar, sempre, que temos detalhes importantes sobre


o sistema articular e muscular e seus principais aspectos e
funções em nosso podcast. Acesse e disfrute desse aprofun-
damento.

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar em nossa memória detalhes sobre o
crescimento das articulações. Vamos recordar rememoran-
do detalhes, assistindo ao vídeo a seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Vamos, então, agora, começar a entender melhor sobre o sistema locomotor arti-
cular, o que ele é, para qual função se relaciona sua importância e demais aspectos.

AS ARTICULAÇÕES

Guyton e Hall (2017) descrevem que a estrutura de uma articulação determina a


combinação de força e flexibilidade, sendo que, em uma extremidade do espectro,
encontram-se articulações que não permitem nenhum movimento e são, assim,
mais fortes, resistentes e mais inflexíveis. Tal composição de resistência não se
aplica a todas as articulações, por algumas possuírem e/ou permitirem movi-
mentos bastante livres e por serem flexíveis, porém não tão resistentes ou fortes.
Quando o sistema articular se encontra firmemente encaixado, a mobilidade
e/ou o movimento encontra-se mais limitado (restrito), já, quando mais frouxo,
maior é a possibilidade de mobilidade e movimento. Segundo os mesmos autores,
os movimentos articulares são determinados por:

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

(1) Formato do osso articulante (que se articula).


(2) Flexibilidade (tensão) dos ligamentos que mantêm os ossos
unidos.
(3) Tensão dos músculos e tendões associados.

A flexibilidade da articulação pode ser afetada ou potencializada em decorrência


da carência ou liberação hormonal excessiva. Tal irregularidade quando exa-
cerbada, pode, em alguns casos, ser considerada benéfica, principalmente, para
aqueles relacionados ao processo gravídico (gravidez).
O organismo da gestante, ao se aproximar do final da gravidez, de forma
fisiológica e protetiva, libera, excessivamente, um hormônio chamado relaxina,
o qual aumenta a flexibilidade da fibrocartilagem da sínfise púbica, afrouxando
os ligamentos entre o sacro e os ossos do quadril, permitindo a exteriorização do
feto durante o período expulsivo.
As articulações são classificadas, estruturalmente, com base nas suas caracte-
rísticas anatômicas e, funcionalmente, nos movimentos executados e permitidos
por este sistema. Quanto à classificação estrutural das articulações, estas são rea-
lizadas com base em dois critérios, segundo Guyton e Hall (2017):
■ Presença ou ausência de um espaço entre os ossos que se articulam, cha-
mado cavidade articular.
■ Tipo de tecido que mantém os ossos unidos (próximos).
Os mesmos autores pontuam, ainda, que as articulações, do ponto de vista
estrutural, são classificadas conforme os seguintes tipos:
■ Articulações fibrosas: nessas estruturas, não há cavidade articular, a es-
trutura óssea se mantém unida (juntos) por tecido conjuntivo denso não
modelado. São aquelas estruturas que ficam interpostas entre os ossos.
Essas articulações são estruturas ricas em fibras de colágeno.
■ Articulações cartilagíneas ou cartilaginosas: nessas estruturas, também
não há cavidade articular presente, porém a estrutura óssea encontra-se
exclusivamente unida junto à cartilagem.
■ Articulações sinoviais: junto a essas articulações, os ossos que formam
essa camada articular são unidos pelo tecido conjuntivo denso não mo-
delado. Entre essa união, existe uma cápsula articular e ligamentos aces-
sórios, os quais possibilitam a mobilidade esperada.

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UN I A S S ELV I

A classificação funcional das articulações, na visão de Guyton e Hall (2017), está


ligada, especificamente, ao movimento proposto e permitido por este sistema,
sendo classificadas em:
■ Sinartrose (sin = junto): articulação imóvel.
■ Anfiartrose (anfi = em ambos os lados): articulação levemente móvel.
■ Diartrose (= articulação móvel): articulação sem restrições ao movimen-
to (móvel). Essa classe de estruturas é denominada articulação sinovial,
que possui uma variedade de formas e permite vários tipos diferentes de
movimentos.

VOCÊ SABE RESPONDER?


O que é osteoartrite (artrose)?

ARTICULAÇÕES FIBROSAS

As articulações fibrosas, também conhecidas como sinartroses ou articulações


fixas, são um dos três principais tipos de articulações encontradas no corpo hu-
mano, junto às articulações cartilaginosas e sinoviais (TORTORA; DERRICK-
SON, 2017; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Nessas articulações, os ossos são
conectados por tecido conjuntivo fibroso denso, o que resulta em um movimento
limitado ou nulo entre os ossos. Além disso, apresentam uma pequena separa-
ção entre o tecido conjuntivo fibroso e a estrutura óssea. Essas articulações são
altamente estáveis e desempenham papel fundamental no suporte estrutural dos
ossos envolvidos. Sua principal atribuição é proporcionar a absorção de impacto e
choque durante atividades, como caminhar e correr, contribuindo para a proteção
das estruturas envolvidas.
Existem três tipos principais de articulações fibrosas, cada uma com carac-
terísticas e funções específicas:
■ Suturas: as suturas são articulações fibrosas encontradas principalmente
nos ossos do crânio. Elas são caracterizadas por uma conexão rígida entre

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

os ossos, em que as bordas ósseas se encaixam de forma precisa. O tecido


conjuntivo fibroso das suturas, conhecido como sutura craniana, é cons-
tituído por feixes de fibras colágenas (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Essas articulações são imóveis na idade adulta, proporcionando proteção
e resistência à compressão. Um exemplo de sutura é a sutura sagital, que
liga os dois ossos parietais do crânio.
■ Sindesmoses: as sindesmoses são articulações fibrosas em que os ossos são
conectados por tecido conjuntivo fibroso mais longo, como ligamentos ou
membranas interósseas. Essas articulações permitem um pequeno grau
de movimento, mas são geralmente menos móveis do que as articulações
sinoviais. Os ligamentos fibrosos das sindesmoses são compostos por
fibras colágenas densas que conferem resistência e estabilidade à articu-
lação (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Um exemplo de sindesmose é
a articulação entre a tíbia e a fíbula na perna, em que os ossos são conec-
tados por ligamentos interósseos, permitindo um movimento limitado
de rotação.
■ Gonfoses: as gonfoses são articulações fibrosas especializadas encontra-
das na região das raízes dos dentes (dentes e alvéolos dentários). Essas
articulações são mantidas no lugar pelo ligamento periodontal, um te-
cido conjuntivo fibroso que une o dente ao osso alveolar. O ligamento
periodontal é composto por fibras colágenas organizadas de forma pe-
culiar, proporcionando uma conexão segura e estável entre o dente e o
osso (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Embora permitam um ligeiro
movimento de amortecimento durante a mastigação, a principal função
das gonfoses é a fixação segura dos dentes em suas respectivas cavidades.
As articulações entre os dentes e os alvéolos são exemplos de gonfoses.

Em resumo, as articulações fibrosas fornecem estabilidade e resistência aos ossos


envolvidos, mas têm um movimento limitado ou nulo. As suturas unem os ossos
do crânio, as sindesmoses conectam ossos longos com ligamentos ou membranas
interósseas, e as gonfoses fixam os dentes em seus alvéolos (TORTORA & DER-
RICKSON, 2017; MOORE et al., 2014). Essas articulações desempenham papéis
importantes na proteção e sustentação estrutural do corpo humano.

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UN I A S S ELV I

linha de sutura

sutura

tecido conjuntivo
fibroso denso

ulna
rádio
sindesmose

membrana
interóssea
antebraquial

raiz do dente
osso alveolar
gonfose

ligamento periodontal

Figura 1 - Articulações fibrosas


Fonte: Wimedia Commons (2013, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta os três tipos de articulações fibrosas, sendo a) sutura, b) sindesmose
c) gonfose.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS OU CARTILAGINOSAS

Não diferente de uma articulação fibrosa, Sherwood (2011) descreve que uma
articulação cartilagínea, ou cartilaginosa, permite discreto ou nenhum movi-
mento. Essas estruturas ósseas articulantes são firmemente conectadas por fi-
brocartilagem, ou cartilagem hialina, existindo apenas dois tipos de articulações
cartilagíneas: sincondroses e sínfises, os quais serão descritos a seguir:
■ Sincondrose (condro = cartilagem): é uma cartilagem cujo material de
conexão é composto por cartilagem hialina. Bom exemplo dessa categoria
de cartilagem é a lâmina epifisial (de crescimento), que conecta a epífise
e a diáfise de um osso do crescimento.
■ Sínfise (= crescendo junto): é uma cartilagem do mesmo grupo, em que
as extremidades dos ossos articulantes são recobertas com cartilagem
hialina, porém os ossos são conectados por um disco largo e plano de
fibrocartilagem. Dos exemplos de sínfise, encontra-se a sínfise púbica
entre as superfícies anteriores dos ossos do quadril. Essa categoria de arti-
culação é encontrada nas articulações intervertebrais, entre os corpos das
vértebras. Funcionalmente, a sínfise é uma anfiartrose, uma articulação
levemente móvel.

ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As articulações sinoviais possuem particularidades que as diferenciam das de-


mais articulações. Dentre as suas diferenças, essas estruturas possuem um espa-
ço chamado cavidade articular (sinovial), o qual fica localizado entre os ossos
articulantes.
A referida cavidade articular possibilita que a articulação seja livremente
móvel, sendo funcionalmente classificada como diartrose. Outra particularida-
de nessas estruturas refere-se à presença de uma cobertura sobre a estrutura
óssea, chamada cartilagem epifisial, também conhecida como cartilagem hialina
(SHERWOOD, 2011).
Sherwood (2011) menciona que, junto a essas estruturas, existe uma cápsula
articular, a qual se assemelha a uma luva que circunda a articulação sinovial

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UN I A S S ELV I

envolvendo a cavidade articular e unindo os ossos. Essa cápsula é formada por


duas camadas, uma membrana fibrosa externa e uma membrana sinovial interna.

Figura 2 - Articulações do joelho


Fonte: Magalhães (2023, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta um joelho desenhado em tom de cor de pele, com detalhes amarelos
que correspondem à medula óssea e com as articulações em tom claro.

Referente à camada mais externa, a membrana fibrosa, Sherwood (2011) pon-


tua que quanto a sua formação, esta consiste em tecido conjuntivo denso não
modelado (principalmente fibras colágenas), as quais se fixam no periósteo dos
ossos articulantes. Essas fibras, ou feixes, ficam dispostas em paralelo entre si,
tornando-se ainda mais resistentes à tensão versus choque (impacto).
Essas fibras recebem o nome de ligamentos (liga = ligado ou amarrado), sendo
esta estrutura o principal componente mecânico que mantém a estrutura óssea
em contínua comunicação em uma articulação sinovial. Na camada interna da
cápsula articular, a membrana sinovial é composta, basicamente, por tecido con-
juntivo areolar com fibras elásticas.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

Sherwood (2011) descreve que a membrana sinovial secreta (libera) um lí-


quido chamado sinóvia (ov = ovo), que forma uma fina película que fica sobre a
superfície interna da cápsula articular. Quanto às características desse líquido,
sua textura é viscosa, translúcida ou discretamente amarelo-pálido e, ainda, pos-
sui hialurônico, um tipo de ácido (ácido hialurônico) que contém biopolímero,
formado pelo ácido glucurônico, e N-acetilglicosamina.
É comumente encontrado no líquido sinovial, no humor vítreo e no tecido
conjuntivo colágeno, sendo uma importante substância na constituição e prote-
ção da articulação. Essa substância vem sendo muito utilizada na estética como
meio de preenchimento de linhas de expressões, conhecidas como rugas, ocasio-
nadas pelo envelhecimento. Dentre as funções do ácido hialurônico, destacam-se:
■ Redução do atrito pela lubrificação da articulação.
■ Fornecimento de nutrientes.
■ Remoção de resíduos metabólicos dos condrócitos no interior da carti-
lagem epifisial.

Figura 3 - Ligamentos do joelho


Fonte: Anatomia do Corpo (2023, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta um joelho desenhado em tom de cor de pele, com detalhes para os
ligamentos em tom claro.

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Porth e Kunert (2004) mencionam que as características do líquido sinovial são


influenciadas pela atividade e/ou exercício aplicado à articulação, ou seja, quando
uma articulação sinovial fica imóvel por muito tempo, a sinóvia (líquido) fica
mais viscosa ou espessa (assemelha-se a um gel), e, quando a atividade física ou
a mobilidade é contínua (movimento articular aumentado), o líquido torna-se
menos viscoso.
Dessa forma, é possível compreender a importância da aplicação ou reali-
zação de pré-aquecimento antes da atividade física propriamente dita, pois, no
aquecimento, o corpo reage de forma benéfica, estimulando a produção e a libe-
ração de secreção sinóvia. Quanto maior for à quantidade de sinóvia disponível,
menor será o estresse articular e menores serão as chances de traumas esportivos.
Muitas articulações sinoviais possuem ligamentos acessórios, os quais se si-
tuam dentro ou fora da cápsula articular, conforme sinalizam Porth e Kunert
(2004). Fora da cápsula articular, encontram-se os ligamentos colaterais fibular
(lateral) e tibial (medial) da articulação do joelho (Figuras 4 e 5). Dentro da
cápsula articular, encontram-se os ligamentos cruzados anterior e posterior da
articulação do joelho.

Figura 4 - Joelho — tendão


Fonte: Pereira (2012, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta


um joelho desenhado em tom de cor de pele,
com detalhes para os tendões.

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No interior de algumas articulações sinoviais, como a do joelho, Sherwood (2011)


afirma que, nestas regiões, existem coxins de fibrocartilagens, os quais se situam
entre as superfícies articulares da estrutura óssea e estão fixados à cápsula fibrosa.
Esses coxins recebem o termo de discos, ou meniscos articulares, os quais con-
tribuem para o encaixe mais firmemente dessas estruturas e, ainda, auxiliam na
estabilidade da articulação, direcionando o líquido da sinóvia para as áreas em
que receberão maior atrito.

TIPOS DE MOVIMENTOS ARTICULARES NAS ARTICULAÇÕES


SINOVIAIS

Segundo Sherwood (2011), o termo movimento, ou mobilidade, indica a forma


de movimentação, a direção do movimento ou a relação de uma parte do corpo
com outra durante o movimento. Para que essas atividades aconteçam (os mo-
vimentos), elas envolvem quatro categorias principais distintas, mas, ao mesmo
tempo, integradas:
■ Deslizamento.
■ Movimentos angulares.
■ Rotação.
■ Movimentos especiais (somente ocorrem em algumas articulações es-
pecíficas).

DESLIZAMENTO

Esse tipo de movimento é considerado simples, em que superfícies ósseas, relati-


vamente planas, movem-se para trás e/ou para frente de um lado para o outro em
relação a outra. Um exemplo desse tipo de movimento relaciona-se à mobilidade
entre a clavícula e o acrômio da escápula, o qual posiciona seu membro superior
na sua lateral, elevando-o acima da sua cabeça e abaixando-o novamente.
Uma particularidade desses movimentos é que são limitados apenas à am-
plitude, devido à estrutura de ajuste frouxo da cápsula articular, seus ligamentos
e suas estruturas ósseas associadas (SHERWOOD, 2011).

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UN I A S S ELV I

MOVIMENTOS ANGULARES

Porth e Kunert (2004) descrevem que, nos movimentos angulares relacionados


a essa atividade, ocorrem dois eventos articulares importantes, tanto o aumento
quanto a diminuição no ângulo entre os ossos que se articulam. Os principais
movimentos angulares são:
■ Flexão (Figura 5).
■ Extensão (Figura 5).
■ Hiperextensão.
■ Abdução.
■ Adução.
■ Circundação.

Para que possamos melhor compreender os significados de cada movimento


exposto, iremos descrevê-los a seguir.
Quanto aos movimentos de flexão, na visão de Melo et al. (2011), estes se
remetem ao termo popularmente conhecido como dobrar o membro, em que
há uma diminuição no ângulo entre os ossos articulantes. Com relação à exten-
são, este movimento se remete à atividade de esticar o membro, em que há um
aumento no ângulo entre os ossos articulantes. Tanto a flexão quanto a extensão
ocorrem no plano sagital.

Figura 5 - Flexão e extensão


Fonte: Queiroz (2020, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma


pessoa em posição anatômica representando
uma flexão e extensão.

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Conforme pontuam Porth e Kunert (2004), podemos interpretar como movi-


mento de flexão e extensão o levantar e o flexionar dos braços, tanto para frente
quanto para trás, pois esta atividade, por mais simples que seja, proporciona o
deslocamento e recruta a mobilidade do úmero, mobiliza o ombro bem como
ativa o antebraço (balanço) e ambas as mãos.
Tais exemplos também podem ser perfeitamente aplicados aos membros infe-
riores. A continuação da extensão anatômica é chamada de hiperextensão (hiper
= além ou excessivo), sendo que esta atividade se encontra presente na inclinação
da cabeça, tanto para frente quanto para trás.
O movimento de hiperextensão também pode ser observado junto a outras
estruturas, como úmero, fêmur, movimentação da palma da mão e articulação
do punho. Cabe destacar que, na hiperextensão de outras articulações, como
cotovelo e articulações interfalângicas (dedos das mãos e dos pés), e, nas articu-
lações dos joelhos, estas estruturas são impedidas de realizar tal mobilidade em
decorrência da presença de ligamentos.
Na abdução, Porth e Kunert (2004) descrevem que esse movimento ocorre
pelo afastamento de uma estrutura (membro superior, por exemplo) da linha
mediana, e a adução refere-se à aproximação do membro afastado em direção à
linha mediana.
Quanto à circundação (circun = círculo), o referido movimento atribui-se
na realização de um círculo ou rotação. Essa atividade não ocorre isoladamente,
depende da ativação de outros movimentos em conjunto, como flexão, abdução,
extensão e adução.
Quanto às estruturas que realizam movimentos de circundação, encontra-se
o úmero, na articulação do ombro, e o fêmur, na articulação do quadril. Cabe des-
tacar que há maior limitação na realização desse exercício por parte do quadril,
em decorrência do elevado número de ligamentos, músculos, profundidade do
acetábulo e tensão que é aplicada a essa articulação (PORTH; KUNERT, 2004).

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ROTAÇÃO

Na rotação (rota = rodar), segundo Guyton e Hall (2017), um osso gira em torno
do seu próprio eixo longitudinal. Uma estrutura que pode ser perfeitamente ci-
tada como exemplo é a cabeça, a qual roda ou vira para ambos os lados e, ainda,
para frente e para trás, trazendo o significado de informação positiva (sim) ou
negativa (não).
A rotação é definida com relação à linha mediana, ou seja, se a superfície
anterior da estrutura óssea de determinado membro é girada em direção à linha
mediana, esse movimento é denominado rotação mediana (interna). Se a super-
fície anterior do osso de um membro for girada para longe da linha mediana, o
movimento é denominado rotação lateral (externa) (Figura 7).

Figura 6 - Rotação
Fonte: adaptada de Fasafit (2016).

Descrição da Imagem: a figura apresenta uma pessoa em posição anatômica representando uma rotação.

MOVIMENTOS ESPECIAIS

Em relação aos movimentos especiais, segundo Chaves et al. (2004), eles ocorrem
somente em certas articulações, possuindo como particularidades movimentos
distintos dos demais, tais como: elevação, depressão, protração, retração, inversão,
eversão, dorsiflexão, flexão plantar, supinação, pronação e oposição. Cada um dos

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

movimentos citados está descrito a seguir para que possamos melhor compreen-
der seus significados e sua importância, são eles:
■ Elevação (levantar): é considerado o movimento ascendente de alguma
parte do corpo, como abrir e fechar a boca ou encolher os ombros para
elevar a clavícula.
■ Depressão (pressionar para baixo): é o movimento descendente de uma
parte do corpo, tal como abrir a boca para deprimir a mandíbula ou retor-
nar os ombros encolhidos para a posição anatômica, a qual irá deprimir
a escápula.
■ Protração (mover para frente): é o movimento de uma parte do corpo
para frente. Bom exemplo para esse movimento refere-se a empurrar a
mandíbula para fora ou cruzar os braços, o qual irá protrair as clavículas.
■ Retração (mover para trás): é o movimento de uma parte do corpo pro-
traída de volta para a sua posição natural (anatômica).
■ Inversão (voltar-se para dentro): é a posição da planta dos pés medial-
mente, de modo que uma se volte para a outra.
■ Eversão (voltar-se para fora): é o movimento da planta dos pés lateral-
mente, de modo que uma se volte para longe da outra.
■ Dorsiflexão: é a flexão do pé em direção ao dorso.
■ Flexão plantar: envolve a flexão do pé na direção da superfície plantar.
Bom exemplo é quando ficamos na ponta dos pés, afastando o calcanhar
da superfície (chão).
■ Supinação: é o movimento do antebraço, de modo que a palma da mão
seja virada para frente.
■ Pronação: é o movimento do antebraço, de modo que a palma da mão
seja virada para trás.
■ Oposição: é o movimento do polegar na articulação carpometacarpal
(entre o osso trapézio e o osso metacarpal do polegar), em que o polegar se
move, pela palma da mão, para tocar as pontas dos dedos da mesma mão.

Para que possamos ter uma ideia quanto às particularidades de uma articulação
sinovial, ilustrarmos e examinaremos as características estruturais da articulação
do joelho, uma articulação gínglimo modificada, sendo considerada a maior e
mais complexa articulação do corpo humano (Figura 7).

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UN I A S S ELV I

Sherwood (2011) menciona que a estrutura articular do joelho é compos-


ta pelas seguintes unidades: cápsula articular, ligamento patelar, ou da patela,
ligamento poplíteo oblíquo, ligamento poplíteo arqueado, ligamento colateral
tibial (medial), ligamento colateral fibular (lateral), ligamento cruzado anterior,
ligamento cruzado posterior, meniscos articulares e bolsas sinoviais. As referidas
estruturas estão descritas a seguir, para que possamos melhor identificar as suas
funções e/ou particularidades.
■ Cápsula articular: é reforçada por tendões musculares, os quais circun-
dam a articulação.
■ Ligamento patelar, ou da patela: estende-se da patela até a tíbia, reforçando
a superfície anterior da articulação.
■ Ligamento poplíteo oblíquo: reforça a superfície posterior da articulação.
■ Ligamento poplíteo arqueado: reforça a parte lateral inferior da superfície
posterior da articulação.
■ Ligamento colateral tibial (medial): reforça a face medial da articulação.
■ Ligamento colateral fibular (lateral): reforça a face lateral da articulação.
■ Ligamento cruzado anterior (LCA): estende-se posterior e lateralmente
da tíbia até o fêmur. O LCA limita a hiperextensão do joelho, impedindo
o deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur.
■ Ligamento cruzado posterior (LCP): estende-se anterior e medialmente
da tíbia até o fêmur. O LCP impede o deslizamento posterior da tíbia
sobre o fêmur.
■ Meniscos articulares: essas estruturas são discos de fibrocartilagem entre
os côndilos tibiais e o fêmur, os quais auxiliam a compensar as formas
irregulares dos ossos articulantes e circundar a sinóvia. Essa estrutura
conta com dois meniscos, sendo o menisco medial e o menisco lateral.
Os meniscos são conectados um ao outro pelo ligamento transverso do
joelho.
■ Bolsas sinoviais: similares a bolsas ou sacos, os quais contêm líquido no
seu interior, auxiliando na diminuição do atrito.

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Figura 8 - Estrutura articular do joelho


Fonte: Fisioterapia para Todos (2023, on-line).

Descrição da Imagem: a figura apresenta um desenho de um joelho humano representando diversas articulações.

A estrutura óssea, os músculos e as articulações formam, em conjunto, um siste-


ma dinâmico e integrado, chamado musculoesquelético.
■ Os movimentos articulares somente são possíveis graças a três atividades
distintas, mas que se integram, são elas: (1) formato do osso articulante
(que se articula); (2) flexibilidade (tensão) dos ligamentos que mantêm os
ossos unidos; (3) e tensão dos músculos e tendões associados.
■ A flexibilidade articular pode ser afetada ou potencializada em decorrên-
cia da carência ou liberação hormonal excessiva.
■ Do ponto de vista estrutural, as articulações estão classificadas conforme
os seguintes tipos: articulações fibrosas; articulações cartilagíneas, ou car-
tilaginosas; e articulações sinoviais.
■ As articulações sinoviais são divididas em seis subtipos: plana, gínglimo,
trocóidea,elipsóidea, selar e esferóidea.

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UN I A S S ELV I

E U I NDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento sobre


função, mecanismo, fisiologia e funcionamento das articu-
lações, conhecendo essa leitura a seguir.

E M FO CO

Está curioso para saber mais? Então acesse o vídeo que


preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS
A relação entre o mundo do trabalho e o estudo das articulações do corpo hu-
mano é estreita e significativa, uma vez que as articulações desempenham papel
fundamental na capacidade de movimento e na realização de diversas atividades
diárias, incluindo aquelas relacionadas ao trabalho. Profissionais que se dedicam a
áreas específicas podem apresentar maior propensão a lesões e problemas articu-
lares, especialmente, em trabalhos que envolvem atividades repetitivas, exercícios
físicos intensos ou movimentos que exigem treinamento especializado. Esses
tipos de trabalho podem aumentar o risco de lesões e exigir uma compreensão
aprofundada da anatomia e fisiologia das articulações para prevenção, tratamento
e reabilitação adequados
Por isso, o estudo das articulações do corpo humano é essencial para a pre-
venção e o tratamento de lesões e doenças ocupacionais. Profissionais da área da
saúde, como fisioterapeutas, ortopedistas e ergonomistas, utilizam conhecimen-
tos sobre as articulações para elaborar medidas preventivas e tratamento para
lesões relacionadas ao trabalho.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 4

Além disso, o estudo das articulações do corpo humano também é impor-


tante para o desenvolvimento de equipamentos e tecnologias que podem auxiliar
na prevenção de lesões e na melhoria das condições de trabalho. Por exemplo, o
design ergonômico de cadeiras, mesas e equipamentos específicos para determi-
nadas atividades laborais pode ajudar a reduzir o risco de lesões nas articulações.

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VAMOS PRATICAR

1. Descreva como estão distribuídas as classificações funcionais das articulações bem


como seus significados e suas particularidades, se existirem.

2. Do ponto de vista estrutural (tipos), como as articulações estão classificadas?


Descreva-as e pontue suas diferenças.

3. Qual é a função desse líquido?

4. Em relação ao termo discos, ou meniscos articulares, por que essas estruturas são
importantes com relação ao movimento? Selecione a alternativa correta.

a) Os discos, ou meniscos articulares, atuam como amortecedores, absorvendo impactos


e reduzindo o atrito entre as superfícies articulares.
b) Essas estruturas são responsáveis pela produção do líquido sinovial, que lubrifica as
articulações durante o movimento.
c) Os discos, ou meniscos articulares, são responsáveis por promover a estabilidade das
articulações, evitando luxações e instabilidades.
d) Essas estruturas são importantes para a produção de células sanguíneas que forne-
cem oxigênio e nutrientes para as articulações.
e) Os discos, ou meniscos articulares, têm a função de conectar ossos adjacentes, per-
mitindo a transmissão de forças e movimentos entre eles.

5. As articulações do corpo humano desempenham papel fundamental na locomoção, es-


tabilidade e função global do sistema musculoesquelético. O estudo dessas estruturas
é importante por diversas razões (GUYTON; HALL, 2011; SHERWOOD, 2011.).

Analisemos as seguintes afirmativas relacionadas a esse tema:

I - O estudo das articulações permite compreender os diferentes tipos de movimentos


realizados pelo corpo humano.
II - O conhecimento das articulações auxilia no diagnóstico e tratamento de doenças e
lesões articulares.
III - O estudo das articulações contribui para o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas
mais precisas e eficazes.
IV - O conhecimento das articulações auxilia na preservação da saúde e no bem-estar
físico, evitando o desgaste excessivo e as lesões articulares.

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VAMOS PRATICAR

É correto o que se afirma em:

a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

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REFERÊNCIAS

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mentos-do-joelho/. Acesso em: 23 jun. 2023.
CHAVES, C. P. G. et al. Déficit bilateral nos movimentos de flexão e extensão de perna e flexão
do cotovelo. Rev. Bras. Med. Esporte, Niterói, v. 10, n. 6, p. 505- 508, dez. 2004.
FASAFIT. Alongamento-Pescoço. 13 abr. 2016. Disponível em: https://www.fasafit.com.
br/5-regioes-que-devem-ser-alongadas-todos-os-dias/alongamento-pescoco/. Acesso
em: 23 jun. 2023.
FISIOTERAPIA PARA TODOS. Sinovite no joelho. 2023. Disponível em: https://www.fisiote-
rapiaparatodos.com/p/dor-no-joelho/sinovite-no-joelho/. Acesso em: 23 jun. 2023.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2017.
JOHNSON, C. D., & BROWN, K. L. Joint function and its impact on human gait. Journal of
Biomechanics, v. 54, p. 1-10, 2021.
MAGALHÃES, L. Articulações do Corpo Humano. Toda Matéria, 2023. Disponível em: ht-
tps://www.todamateria.com.br/articulacoes-do-corpo-humano/. Acesso em: 23 jun. 2023.
MELO, S. I. L. et al. Estudo comparativo de amplitudes de movimentos articulares em crian-
ças de diferentes gêneros entre os 7 e os 12 anos de idade. Motricidade, Vila Real, v. 7, n. 1,
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MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. Clinically Oriented Anatomy. Philadelphia: Lippincott
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PEREIRA, E. Lesão do Menisco. Ossos do Ofício, 3 jan. 2012. Disponível em: http://
ossosdooficio.com.br/joelho/lesao-do-menisco/. Acesso em: 23 jun. 2023.
PORTH, C. M.; KUNERT, M. P. Fisiopatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
QUEIROZ, L. Anatomia. Teresina: CANAL SEDUC-P13, 2020. 17 slides, color. Disponível em:
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SHERWOOD, L. Fisiologia Humana das Células aos Sistemas. 7. ed. São Paulo: Cengage
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Principles of Anatomy and Physiology. New York: John
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GABARITO

1. Existem três principais classificações funcionais das articulações: sinartroses, anfiartroses


e diartroses. 1. Sinartroses: são articulações imóveis ou com movimentos extremamente
limitados. Nesse tipo de articulação, as superfícies articulares são unidas por tecidos
fibrosos ou cartilaginosos, proporcionando grande estabilidade. Exemplos de sinartroses
são as suturas cranianas e as articulações entre os ossos do crânio. 2. Anfiartroses: são
articulações com mobilidade limitada. Nesse tipo de articulação, as superfícies articulares
são unidas por tecidos fibrocartilaginosos, permitindo certo grau de movimento. Exem-
plos de anfiartroses incluem as articulações entre as vértebras da coluna vertebral e as
articulações púbicas. 3. Diartroses: também conhecidas como articulações sinoviais, são
articulações móveis e permitem ampla gama de movimentos. Essas articulações possuem
uma cavidade sinovial, que é preenchida com líquido sinovial, permitindo um movimento
suave entre as superfícies articulares. As diartroses são as articulações mais comuns no
corpo humano e incluem articulações, como ombro, cotovelo, joelho e quadril. É impor-
tante ressaltar que, embora exista essa classificação funcional das articulações, algumas
articulações podem apresentar características mistas, ou seja, possuir características
de mais de um tipo de articulação. Além disso, é possível que uma articulação possua
estruturas acessórias, como meniscos, ligamentos e bolsas sinoviais, que contribuem
para sua estabilidade e função.

2. As principais classificações estruturais das articulações são:

1. Articulações Fibrosas: nesse tipo de articulação, as superfícies articulares são unidas


por tecido conjuntivo fibroso. Existem três subtipos de articulações fibrosas:
- Suturas: encontradas, principalmente, nos ossos do crânio. As suturas são articulações
imóveis e apresentam pequenas fibras de tecido conjuntivo que unem as superfícies
ósseas.
- Sindesmoses: são articulações em que as superfícies articulares são unidas por liga-
mentos fibrosos. As sindesmoses permitem grau limitado de movimento. Um exemplo é
a articulação entre a tíbia e a fíbula na perna.
- Gonfoses: são articulações encontradas nos dentes e na mandíbula. Elas são imóveis,
e os dentes são mantidos no lugar pelas fibras do ligamento periodontal.
2. Articulações Cartilaginosas: nesse tipo de articulação, as superfícies articulares são
unidas por cartilagem. Existem dois subtipos de articulações cartilaginosas: a) Sincondro-
ses: são articulações imóveis em que as superfícies articulares são unidas por cartilagem
hialina ou cartilagem fibrosa. Um exemplo de sincondrose é a articulação entre as costelas
e o esterno; e b) Sínfises: são articulações que permitem grau limitado de movimento. As
superfícies articulares são unidas por um disco de fibrocartilagem. A articulação entre as
vértebras da coluna vertebral é um exemplo de sínfise.

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GABARITO

3. Articulações Sinoviais: são as articulações mais comuns no corpo humano. Nesse tipo de
articulação, as superfícies articulares são separadas por uma cavidade sinovial preenchida
com líquido sinovial. As articulações sinoviais permitem movimentos livres e variados. Elas
possuem uma cápsula articular composta por tecido conjuntivo e estruturas acessórias,
como ligamentos, tendões e bolsas sinoviais, que contribuem para a estabilidade e função
da articulação. Exemplos de articulações sinoviais são ombro, cotovelo, quadril e joelho.
Essas são as principais classificações estruturais das articulações. Cada tipo apresenta
características específicas em relação aos tecidos envolvidos e ao grau de mobilidade
permitido.

3. Sua função é lubrificar e nutrir as superfícies articulares, reduzindo o atrito entre elas
durante o movimento. O líquido sinovial, também, atua como amortecedor, absorvendo
choques e impactos nas articulações. Além disso, ele desempenha papel importante
na remoção de resíduos metabólicos e no transporte de nutrientes para as células da
cartilagem articular, contribuindo para a saúde e a função adequada das articulações.

4. A. Os discos, ou meniscos articulares, desempenham papel fundamental na absorção


de choques e no amortecimento das articulações. Essas estruturas são encontradas em
várias articulações do corpo, como o joelho e o ombro, e ajudam a distribuir as cargas e os
impactos gerados durante o movimento. Além disso, os discos, ou meniscos articulares,
também, auxiliam na estabilização das articulações, contribuindo para a manutenção
da congruência articular e evitando o desgaste excessivo das superfícies articulares. As
demais alternativas estão incorretas, pois não descrevem, corretamente, a função dos
discos, ou meniscos articulares, em relação ao movimento das articulações.

5. E. O estudo das articulações do corpo humano é importante por várias razões. A afirmativa
I está correta, pois o conhecimento das articulações permite compreender os diferen-
tes tipos de movimentos que o corpo humano é capaz de realizar, desde movimentos
simples até movimentos complexos e coordenados. A afirmativa II está correta, pois o
conhecimento das articulações auxilia no diagnóstico e tratamento de doenças e lesões
articulares. Compreender a estrutura e a função das articulações é essencial para iden-
tificar possíveis problemas e determinar a melhor abordagem terapêutica. A afirmativa III
está correta, uma vez que o estudo das articulações contribui para o desenvolvimento de
técnicas cirúrgicas mais precisas e eficazes. O conhecimento detalhado das articulações
permite aos cirurgiões realizar intervenções com maior segurança e melhores resultados.

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GABARITO

Por fim, a afirmativa IV está correta, pois o conhecimento das articulações auxilia na
preservação da saúde e no bem-estar físico. Compreender a biomecânica e as demandas
funcionais das articulações permite adotar medidas preventivas e evitar o desgaste ex-
cessivo e as lesões articulares. Portanto, todas as asserções são verdadeiras e justificam
a importância do estudo das articulações do corpo humano.

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TEMA DE APRENDIZAGEM 5

SISTEMA CARDIOVASCULAR

MINHAS METAS

Conhecer o sistema cardiovascular.

Entender a relação entre o sistema cardiovascular e demais sistemas.

Sistematizar os principais mecanismos de ação do sistema cardiovascular.

Conhecer as principais patologias associadas.

Entender sobre o funcionamento do sistema cardiovascular.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

INICIE SUA JORNADA


O sistema cardiovascular humano é responsável pelo transporte de sangue e
nutrientes por todo o corpo, além de regular a temperatura corporal e proteger
o corpo contra infecções. É composto por três partes principais: o coração, os
vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e o sangue.
O coração é um órgão muscular que trabalha continuamente para bombear o
sangue para todas as partes do corpo, recebendo-o através das veias e enviando-o
através das artérias. Os vasos sanguíneos transportam o sangue e os nutrientes
pelos tecidos do corpo, enquanto os capilares permitem a troca de nutrientes e
oxigênio entre o sangue e os tecidos.
O sangue é composto por células sanguíneas, plasma e outras substâncias
importantes, como hormônios e anticorpos. As células sanguíneas incluem gló-
bulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio, glóbulos brancos,
responsáveis pela defesa do corpo contra infecções, e plaquetas, responsáveis
pela coagulação do sangue.
O sistema cardiovascular humano é essencial para a sobrevivência e a saúde
do corpo humano, e qualquer disfunção nesse sistema pode resultar em sérios
problemas de saúde, como doenças cardíacas, hipertensão arterial e acidente
vascular cerebral.
P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar, sempre, que temos detalhes importantes sobre


o sistema cardiovascular em nosso podcast. Acesse e disfrute
desse aprofundamento.

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UN I A S S ELV I

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar em nossa memória detalhes sobre o sis-
tema cardiovascular humano, sua função, funcionamento,
vias e acesso, possíveis falhas e toda sua fisiologia. Vamos
recordar detalhes sobre este sistema, assistindo o vídeo a
seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Vamos, então, agora começar a entender melhor sobre o sistema cardiovascular,
o que ele é, para qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

VOCÊ SABE RESPONDER?


É importante pensar sobre como o sistema cardiovascular trabalha, como fun-
cionam suas respostas e a quais processos ele se desenvolve. Assim, qual é a
função do sistema cardiovascular no corpo humano e como ele se relaciona
com outros sistemas e processos corporais?

INTRODUÇÃO

O coração é o órgão central do sistema cardiovascular, responsável pelo bom-


beamento de todo o sangue pelo corpo. Pesa em média 250 g nas mulheres e 300
g nos homens. O coração lembra o aspecto de um cone, sua porção pontiaguda
está voltada inferiormente e à esquerda, sendo denominada de ápice. Do lado
oposto ao ápice encontramos a base, onde chegam e saem os grandes vasos do
coração, denominados vasos da base. O coração possui duas faces: a face esterno-
costal, localizada posteriormente ao esterno e às costelas; e a face diafragmática,
representada pela parte do coração que repousa sobre o diafragma. Além disso,

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

o coração possui duas margens: a margem direita, voltada para o pulmão direito,
e a margem esquerda, voltada para o pulmão esquerdo (TORTORA, 2007).

Figura 1 - O coração

Descrição da Imagem: representação do coração apresentando vasos.

LOCALIZAÇÃO E CAMADAS DO CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular, oco, que funciona como uma bomba contrátil-
-propulsora, situado na cavidade torácica, posteriormente ao osso esterno, supe-
rior ao músculo diafragma, no espaço compreendido entre os dois pulmões e a
pleura, denominado mediastino. Três camadas constituem o coração: o endocár-
dio, o miocárdio e o epicárdio (Figura 2). O endocárdio é a camada mais interna
do coração, é contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do
coração. Ele é formado por uma camada de tecido epitelial apoiado sobre uma
fina camada de tecido conjuntivo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
A camada média do coração, o miocárdio, é formado por tecido muscular
estriado cardíaco, o qual forma a massa principal do coração e é responsável
por realizar a sua contração. O tecido muscular estriado cardíaco é formado por
células cilíndricas alongadas, denominadas fibras. Essas células possuem um ou

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dois núcleos centrais, suas fibras podem apresentar ramificações e estão presentes
estrias transversas devido à presença de sarcômeros nestas células. Além disso,
estão presentes os discos intercalares, estruturas celulares formadas por junções
comunicantes, que permitem a propagação do estímulo nervoso através dessas
células. Os discos intercalares também possuem estruturas que realizam a adesão
entre as células musculares, mantendo-as unidas, de modo que não se separem.
Externamente ao miocárdio encontramos a terceira camada, o epicárdio, que é
a membrana serosa que reveste o coração (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
O pericárdio é um saco fibro-seroso que envolve o coração e o separa dos
outros órgãos do mediastino e limita a sua expansão durante a diástole ventri-
cular. É formado por dois folhetos, um externo e fibroso, o pericárdio fibroso, e o
outro interno e seroso, denominado pericárdio seroso. Duas camadas formam o
pericárdio seroso, a lâmina parietal (externa) e a lâmina visceral (interna), tam-
bém denominada epicárdio. Entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio
seroso existe um espaço, a cavidade do pericárdio, que contém uma fina camada
de líquido pericárdico que funciona como um fluido lubrificante, evitando o
atrito entre as lâminas durante os movimentos do coração (TORTORA, 2007).

Figura 2 – As camadas do coração


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação das camadas correspondentes ao coração. Apresenta pericárdio e miocárdio,
bem como os demais componentes do sistema cardiovascular.

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Quando ocorre a inflamação da membrana do pericárdio, temos uma pericardite,


que pode levar a uma diminuição da quantidade de líquido pericárdico, gerando
atrito entre as lâminas do pericárdio e dor. Algumas vezes pode ocorrer um acú-
mulo de líquido na cavidade pericárdica, comprimindo o coração. Esta condição
é conhecida como tamponamento cardíaco e pode ser uma ameaça à vida, uma
vez que reduz a quantidade de sangue do ventrículo e diminui o débito cardíaco
(TORTORA, 2007).

CAVIDADES DO CORAÇÃO

O coração contém quatro câmaras e está dividido da seguinte forma: em duas


câmaras superiores – átrio direito e esquerdo – e em duas câmaras inferiores
– ventrículo direito e esquerdo. Separando os dois átrios, existe uma parede de-
nominada septo interatrial, onde encontramos o forame oval, resquício da fos-
sa oval, uma estrutura embrionária que desvia o sangue do átrio direito para o
átrio esquerdo, uma vez que os pulmões fetais ainda não são funcionais. Entre
os ventrículos, encontramos o septo interventricular, estruturas denominadas
aurículas, estando localizadas na parede anterior de cada átrio, com a finalidade
de aumentar a capacidade de armazenamento sanguíneo dos átrios.
Os átrios formam as cavidades que recebem o sangue que chega no coração
pelas veias, enquanto os ventrículos enviam o sangue para fora do coração atra-
vés de artérias. A parede posterior dos átrios é lisa, enquanto a parede anterior é
rugosa, formada por cristas musculares denominadas músculos pectíneos.
Formando a margem direita do coração, temos o átrio direito que recebe o
sangue proveniente do corpo e da parede do coração pelas Veia Cava Superior
(VCS) e Veia Cava Inferior (VCI) e pelo seio coronário, respectivamente. O san-
gue contido no átrio direito é lançado ao ventrículo direito através da valva atrio-
ventricular direita (valva tricúspide), sendo esta melhor descrita adiante. O átrio
esquerdo forma a maior parte da base do coração e recebe o sangue dos pulmões
através das quatro veias pulmonares. O sangue contido no átrio esquerdo passa
através da valva atrioventricular esquerda (valva mitral) e segue até o ventrículo
esquerdo. Os ventrículos possuem uma parede rugosa, formada pelas trabéculas
cárneas. Algumas trabéculas cárneas emitem projeções denominadas músculos
pectíneos, que fixam as valvas através das cordas tendíneas (explicado adiante). O

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ventrículo direito recebe o sangue do átrio direito e envia para os pulmões através
do tronco pulmonar. Já o sangue contido no ventrículo esquerdo é lançado para
todo o corpo através da artéria aorta.

Figura 3 – Cavidades do coração


Fonte: adaptada de Netter (2011).

Descrição da Imagem: representação das cavidades do coração, apresentando ventrículo esquerdo, átrio es-
querdo e átrio direito.

A espessura do miocárdio varia de acordo com a função de cada uma das câma-
ras. Como os átrios recebem o sangue proveniente do corpo e dos pulmões, seu
miocárdio não é tão espesso quanto nos ventrículos, uma vez que não precisa
realizar a contração para ejetar o sangue do coração. Em contrapartida, nos ven-
trículos, o miocárdio é mais espesso. O ventrículo esquerdo, por precisar de uma
força maior de contração para ejetar o sangue para todo o corpo, é a região do
coração em que o miocárdio é mais espesso.

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VASOS DA BASE DO CORAÇÃO

A base do coração possui os grandes vasos que entram e saem do coração. Os


vasos da base do coração são a veia cava superior, a veia cava inferior, o tronco
pulmonar, as artérias pulmonares, as veias pulmonares e a aorta (Figura 5).
A veia cava superior chega ao átrio direito do coração trazendo o sangue
venoso das regiões superiores do corpo, localizadas acima do coração, enquanto
a veia cava inferior leva o sangue proveniente das regiões inferiores do corpo
para o átrio direito.
As veias pulmonares são em número de quatro e transportam o sangue
arterial, rico em oxigênio, proveniente dos pulmões para o átrio esquerdo do
coração. Saindo do ventrículo direito, temos o tronco pulmonar, que se ramifica
nas artérias pulmonares esquerda e direita.
As artérias pulmonares levam o sangue venoso para os pulmões, onde ele
será oxigenado. Por fim, a artéria aorta, o maior vaso sanguíneo do corpo, trans-
porta o sangue arterial do ventrículo esquerdo para todas as células do corpo.
Lembrando que os vasos que chegam no coração são as veias, e as artérias são
vasos de paredes mais calibrosas e saem do coração.
Artéria cariítica Artéria subclávia esquerda
comum esquerda
Arco da aorta Parte ascendente
Tronco da aorta
braquiocefálico Ligamento arterial
(ducto arterial) Lâmina
parietal do
Parte descendente pericárdio Lâmina
Parte da aorta seroso parietal do
ascendente seroso
da aorta Artéria pulmonar Veia cava
esquerda superior
Veia cava Tronco
superior Tronco pulmonar
pulmonar Aurícula
direita Aurícula
Aurícula esquerda
direita Aurúcula
esquerda ÁTRIO DIREITO

Artéria coronária
Tecido direita
adiposo Sulco coronário
no sulco VENTRÍ-
interven- VENTRÍCULO CULO ES-
Tecido tricular DIREITO QUERDO
adiposo anterior
no sulco Ramo marginal
coronário direito

Lâmina parietal do Sulco


pericárdio seroso interventricular
anterior
(a) Face anteior (esternocostal)

Veias pulmonares
esquerdas (superior
Arco da aorta e inferior) Artéria pulmonar
Artéria pulmonar esquerda esquerda
Artéria pulmonar Aurícula
Veias pulmonares direita Artéria pulmonar
esuquerdas esuquerda direita
(superior e inferior) Veia cava Veia cardíaca
superior magna (azul) e
Teciso ramo circunflexo Veia cava
adiposo da artéria coronária superior
no sulco esquerda (vermelho)
coronário Veias
pulmonares Veias
direitas pulmonares
Seio (superior direitas
coronário e inferior) (superior
e inferior)
VENTRÍCULO
ESQUERDO ÁTRIO DIREITO
ÁTRIO
1 Veia cava ESQUERDO
1 inferior
Veia cava
1 inferior
Seio coronário
Teciso adiposo no
sulco interventricular VENTRÍCULO
posterior DIREITO
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Artéria coronária
Tecido direita
adiposo Sulco coronário
no sulco VENTRÍ-
interven- VENTRÍCULO CULO ES-
Tecido tricular DIREITO QUERDO
adiposo anterior
no sulco Ramo marginal
coronário direito
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Lâmina parietal do Sulco
pericárdio seroso interventricular
anterior
(a) Face anteior (esternocostal)

Veias pulmonares
esquerdas (superior
Arco da aorta e inferior) Artéria pulmonar
Artéria pulmonar esquerda esquerda
Artéria pulmonar Aurícula
Veias pulmonares direita Artéria pulmonar
esuquerdas esuquerda direita
(superior e inferior) Veia cava Veia cardíaca
superior magna (azul) e
Teciso ramo circunflexo Veia cava
adiposo da artéria coronária superior
no sulco esquerda (vermelho)
coronário Veias
pulmonares Veias
direitas pulmonares
Seio (superior direitas
coronário e inferior) (superior
e inferior)
VENTRÍCULO
ESQUERDO ÁTRIO DIREITO
ÁTRIO
Veia cava ESQUERDO
inferior
Veia cava
inferior
Seio coronário
Teciso adiposo no
sulco interventricular VENTRÍCULO
posterior DIREITO

(b) Face posterior (diafragmática)

Figura 4 – Vasos da base do coração


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 553).

Descrição da Imagem: representação dos vasos correspondentes à base do coração. Acima apresenta a face
anterior (esternocostal) e abaixo apresenta a face posterior (diafragmática).

VALVAS CARDÍACAS

Para direcionar a circulação sanguínea no coração, existem dois pares de valvas


ou válvulas situadas na entrada e saída dos ventrículos. Cada uma dessas estru-
turas ajuda assegurar o fluxo unidirecional do sangue, abrindo-se para deixar
passar o sangue e fechando-se para evitar seu refluxo. As valvas cardíacas são
lâminas de tecido conjuntivo recobertas em ambas as faces pelo endocárdio que
apresentam subdivisões, as quais recebem o nome de válvulas ou cúspides (Figura
5) (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
As valvas atrioventriculares direita e esquerda, como seu nome sugere, estão
localizadas entre os átrios e os ventrículos. Enquanto os átrios e ventrículos estão
relaxados (em diástole), essas valvas permanecem abertas e o sangue contido nos
átrios flui em direção aos ventrículos. Quando os ventrículos se contraem (sístole
ventricular), essas valvas se fecham e impedem que o sangue retorne aos átrios,
direcionando, assim, o sangue contido nos ventrículos para o tronco pulmonar
e a aorta.
A valva atrioventricular direita é também chamada de valva tricúspide, pois
apresenta três válvulas ou cúspides, enquanto a valva atrioventricular esquerda é
chamada de mitral ou bicúspide por apresentar apenas duas válvulas (Figura 5).

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Veias
POSTERIOR pulmonares
Valva AV
Esqueleto fibroso esquerda
do coração (mitral), aberta

Valva AV
esquerda
(mitral),
Valva da aorta, aberta
fechada
Cordas
VENTRÍCULO tendíneas
VENTRÍCULO ESQUERDO (frouxas)
DIREITO
Músculos
papilares
(relaxados)

Valva AV Valva da aorta, VENTRÍCULO


direita fechada ESQUERDO
(tricúspide), (dilatado)
aberta
Valva do tronco
pulmonar
ANTERIOR
Secção transversal, vista superior, Secção fronta, átrio
átrios e vasos removidos (a) Ventrículos relaxados e ventrículo esquerdo
(diástole ventricular)
Valva AV Esqueleto fibroso Valva AV
direita do coração esquerda (mitral), Aorta
(triscúspide), fechada fechada
Valva AV
Seio da esquerda
aorta (bicúspide),
VENTRÍCULO fechada
ESQUERDO Valva
da aorta, Cordas
aberta tendíneas
(sob tensão)
Múscilos
VENTRÍCULO papilares
DIREITO Valva da aorta, (em con-
aberta tração)
Ventrículo
esquerdo
(em con-
Valva do tronco tração)
pulmonar, aberta

SECÇÃO TRANSVERSAL SECÇÃO FRONTAL


(b) Ventrículos contraídos
(sístolemventricular)

Figura 5 – Valvas cardíacas


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 557).

Descrição da Imagem: representação das valvas cardíacas, apresentando ventrículos relaxados (acima) e ven-
trículos contraídos (abaixo).

Estruturas semelhantes a tendões – denominadas cordas tendíneas – se fixam


na parte inferior das valvas atrioventriculares e, pela outra extremidade, estão
presas a projeções musculares da parede dos ventrículos, os músculos papilares
(Figura 6). No momento da contração ventricular, os músculos papilares também
se contraem, encurtando seu comprimento e colocando em tensão as cordas
tendíneas, o que impede a eversão (virar ao contrário) das válvulas das valvas
(TORTORA, 2007).

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UN I A S S ELV I

Além das valvas atrioventriculares, outras duas valvas constituídas cada uma
por três cúspides estão localizadas na entrada do tronco pulmonar, a valva do
tronco pulmonar, e na entrada da aorta, a chamada valva da aorta. Essas valvas
impedem o refluxo do sangue contido no tronco pulmonar e na aorta para os
ventrículos direito e esquerdo, respectivamente, durante a contração (sístole)
ventricular.
As valvas cardíacas podem apresentar problemas denominados estenose ou
insuficiência valvar. A estenose (estreitamento) ocorre quando a valva não se
abre completamente ou se apresenta com estreitamento, dificultando a passagem
(fluxo) do sangue do átrio em direção ao ventrículo. Já a insuficiência é quando
a valva não se fecha completamente, permitindo, assim, o refluxo de sangue do
ventrículo para o átrio.
O prolapso da valva atrioventricular esquerda é a forma mais comum de
insuficiência valvar, acometendo até 30% da população e sendo mais comum em
indivíduos do sexo feminino. Nessa condição, uma ou as duas válvulas (folhetos)
da valva atrioventricular esquerda são projetadas em direção ao átrio esquerdo
durante a contração do ventrículo esquerdo, permitindo que ocorra um refluxo
de parte do sangue contido no ventrículo esquerdo em direção ao átrio esquerdo.
Essa condição pode ser decorrente de um dano na válvula ou devido ao rompi-
mento das cordas tendíneas.
A febre reumática é uma infecção sistêmica aguda, que geralmente ocorre
após uma infecção estreptocócica da garganta. Os anticorpos produzidos para
combater esta infecção chegam aos tecidos conjuntivos do coração e outros ór-
gãos causando uma inflamação, danificando as valvas cardíacas, sendo que as
mais frequentemente acometidas são as valvas atrioventricular esquerda e da
aorta (TORTORA, 2007).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

A circulação sanguínea é a passagem do sangue através do coração e dos vasos


e está dividida em dois grandes sistemas: circulação sistêmica e circulação pul-
monar.
Na circulação sistêmica, o ventrículo esquerdo funciona como uma bomba
propulsora, permitindo que o sangue chegue a todas as células do corpo. Duran-
te a contração do ventrículo esquerdo, o sangue é lançado em direção à aorta,
que sai do coração e se ramifica em artérias menores até chegar nas arteríolas
presentes no interior dos tecidos. As arteríolas terminam nos capilares, local em
que o oxigênio do sangue passa para as células e o gás carbônico produzido pelas
células retorna ao sangue. O sangue dos capilares, agora venoso, segue em direção
às vênulas e, destas, para as veias, até chegar às veias cavas superior e inferior, as
quais desembocam no átrio direito do coração.
O ventrículo direito é a bomba que vai lançar o sangue em direção aos pul-
mões, dando início à circulação pulmonar. Durante a contração do ventrículo
direito, o sangue é lançado ao tronco pulmonar e deste segue para as artérias
pulmonares direita e esquerda, as quais levam o sangue venoso, com pouca con-
centração de oxigênio, para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente. No
interior dos pulmões, ocorre a respiração pulmonar, na qual o oxigênio contido
no interior dos alvéolos passa, por difusão, para o sangue e o gás carbônico do
sangue segue para os alvéolos. Após isso, o sangue agora arterial, presente no
interior dos capilares, é lançado para pequenas veias e destas para as veias pul-
monares, as quais saem dos pulmões e chegam ao átrio esquerdo do coração.

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UN I A S S ELV I

Leitos capilares
dos pulmões,
onde ocorrem as
trocas gasosas

Circuito pulmonar

Artérias
pulmonares Veias
pulmonares

Aortas e
Veias seus ramos
cavas
Átrio
esquerdo

Ventrículo
Átrio esquerdo
direito
Ventrí- Coração
culo
direito
Circuito sistêmico

Leitos
Legenda: capilares de
todos os
= Sangue rico tecidos, onde
em oxigênio, ocorrem as
pobre em CO2 trocas gasosas

= Sangue pobre
em oxigênio,
rico em CO2

Figura 6 – Circulação sanguínea


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do funcionamento da circulação sanguínea, adentrando o círculo pulmonar


e o circuito sistêmico.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

Nem todas as veias transportam sangue venoso e nem todas as artérias contêm
sangue arterial. As artérias pulmonares saem do coração levando o sangue venoso
para os pulmões, onde, após ser oxigenado, o sangue, agora arterial, retorna para
o coração através das veias pulmonares. Além destes vasos, no cordão umbilical,
as artérias umbilicais também transportam o sangue venoso do feto para a mãe,
enquanto a veia umbilical retorna para o feto trazendo sangue arterial.

IRRIGAÇÃO E DRENAGEM DO CORAÇÃO

As artérias coronárias direita e esquerda são ramos da parte ascendente da artéria


aorta que enviam sangue oxigenado para irrigar a parede do coração. Após se
originar, a artéria coronária direita segue pela direita no interior do sulco co-
ronário. Seus ramos suprem o átrio direito, parte do átrio esquerdo, o septo in-
teratrial, todo o ventrículo direito, uma parte do ventrículo esquerdo e o terço
póstero-inferior do septo interventricular. Seus ramos estão ilustrados na Figura
7 (TORTORA, 2007).
A artéria coronária esquerda supre grande parte do ventrículo esquerdo, uma
pequena região do ventrículo direito, a maior parte do átrio esquerdo e dois
terços anteriores do septo interventricular. Quando chega à face esternocostal
do coração, dá origem aos ramos circunflexo e interventricular anterior. O ramo
circunflexo curva à esquerda e segue no interior do sulco coronário, enquanto
o ramo atrioventricular anterior segue no sulco de mesmo nome (TORTORA,
2007).
Todo o sangue venoso, coletado das pequenas veias cardíacas, é drenado atra-
vés das veias cardíaca magna e cardíaca média, ao seio coronário, uma grande
veia localizada na região posterior do sulco coronário. Inferiormente ao óstio
da veia cava inferior, no átrio direito, o seio coronário se abre. Seus ramos estão
ilustrados a seguir.

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UN I A S S ELV I

Figura 7 – Irrigação e drenagem do coração


Fonte: adaptada de Netter (2011).

Descrição da Imagem: representação do funcionamento de irrigação e drenagem do coração, apresentando a


passagem do processo em face esternocostal e face diafragmática.

A obstrução parcial das artérias coronarianas pode ocasionar uma redução do


fluxo de sangue para o músculo miocárdico (suas células), gerando um evento
clínico conhecido como isquemia cardíaca, levando à diminuição do suprimento
tanto de glicose quanto de oxigênio para as respectivas estruturas ligadas a estes
segmentos arteriais. A isquemia pode ser acompanhada de angina pectoris, uma
forte dor descrita como uma sensação de aperto no peito, frequentemente referi-

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

da ao pescoço e irradiando-se para outras regiões do corpo, como cervical, dorso


(nas costas), epigástrica (sobre o estômago), braço esquerdo e/ou cotovelo. Caso
ocorra uma obstrução completa do fluxo de sangue em uma artéria coronária,
pode ocorrer um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), conhecido como ataque
cardíaco. Devido à falta de oxigênio para as regiões do miocárdio que ficaram sem
sangue, ocorre morte das células e substituição por um tecido fibroso cicatricial,
ocasionando a perda da função desta região do coração.

COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO


Durante o desenvolvimento embrionário, aproximadamente 1%
das fibras musculares cardíacas se torna células auto-rítmicas, isto
é, células que geram potenciais de ação rítmica e repetitivamente.
As células auto-rítmicas atuam como um marcapasso, ajustando
o ritmo para a contração e todo o coração, e formam o complexo
estimulante do coração, a via de propagação dos potenciais de ação
para todo o músculo do coração. O complexo estimulante do co-
ração assegura que as câmaras do coração sejam estimuladas a se
contrair de forma coordenada, o que torna o coração uma bomba
eficiente (TORTORA, 2007, p. 463).

O tecido muscular cardíaco apresenta a característica de possuir atividade con-


trátil independente de estímulo nervoso ou hormonal. Isso é possível graças às
células autoexcitáveis, denominadas células nodais e fibras condutoras (MAR-
TINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). O ritmo da contração cardíaca é dado
pelas células nodais e as fibras condutoras distribuem o estímulo por todo o
tecido cardíaco. Assim, os potenciais de ação das células cardíacas propagam-se
da seguinte maneira (Figura 8):
10. Nó Sinoatrial (NSA):
■ região especial do coração que controla a frequência cardíaca;
■ localizado próximo à junção entre o átrio direito e a veia cava superior;
■ inicia e controla os impulsos para contração, sendo considerado o mar-
capasso do coração ou marcapasso fisiológico;

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UN I A S S ELV I

■ os potenciais de ação gerados no nó sinoatrial propagam-se pelos dois


átrios através das junções comunicantes presentes nos discos intercalares
das fibras musculares cardíacas fazendo com que ocorra a contração dos
átrios.

11. Nó Atrioventricular (NAV):


■ localizado no septo entre os dois átrios;
■ recebe o estímulo proveniente das células dos átrios;
■ diminui o potencial de ação permitindo que os átrios descarreguem san-
gue nos ventrículos.

12. Fascículo Atrioventricular:


■ localizado na porção inicial do septo interventricular, próximo aos átrios;
■ momento no qual os potenciais de ação passam dos átrios para os ven-
trículos.

13. Ramos direito e esquerdo do fascículo atrioventricular:


■ são ramos do fascículo atrioventricular;
■ seguem pelo septo interventricular conduzindo os potenciais de ação em
direção ao ápice do coração.

14. Fibras de Purkinje:


■ são ramos subendocárdicos, calibrosos;
■ conduzem o potencial de ação de maneira rápida, permitindo a contração
dos ventrículos (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

Figura 8 – Complexo estimulante do coração


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do funcionamento do complexo estimulante do coração, apresentando os


átrios, veia cava superior, ramos e demais componentes.

O ritmo para a contração do coração é definido pelo nó sinoatrial, que gera po-
tenciais de ação entre 90 a 100 vezes por minuto. Caso ocorra uma lesão e morte
das células do nó sinoatrial, o nó atrioventricular assume a função de marcapasso
fisiológico, porém sua frequência de contração é menor, gerando, em média, 40 a
60 batimentos por minuto. Caso o nó atrioventricular também perca a sua capa-
cidade de gerar potenciais de ação, o fascículo atrioventricular assume a função,
gerando potenciais mais lentamente, em torno de 20 a 35 vezes por minuto. To-
davia, nesse caso, como o batimento cardíaco fica muito lento, o ritmo deve ser
restaurado através do implante de um marcapasso artificial. Este marcapasso é
um dispositivo eletrônico que estimula as contrações do coração para manter o
débito cardíaco adequado (TORTORA, 2007).

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UN I A S S ELV I

A velocidade de disparo de potenciais de ação pelo nó sinoatrial, pode ser


controlada por hormônios e alguns neurotransmissores. Quando estamos em
repouso, a liberação de acetilcolina pelo sistema nervoso parassimpático geral-
mente leva a uma diminuição da frequência do nó sinoatrial para, aproximada-
mente, 75 batimentos por minuto (TORTORA, 2007).
É possível detectar, através de um equipamento eletrônico, a transmissão dos
potenciais de ação pelo complexo estimulante do coração, uma vez que estes
geram uma corrente elétrica. O registro dessas correntes é chamado eletrocardio-
grama (ECG) e permite a identificação de três ondas em cada ciclo de contração
do coração: a onda P, o complexo Q, R, S e a onda T. A onda P marca a propagação
do potencial de ação do nó sinoatrial pelos dois átrios, e logo em seguida os átrios
se contraem. O complexo QRS marca a propagação do estímulo pelos ventrículos,
os quais se contraem em seguida. A última onda, denominada onda T, marca o
momento de relaxamento dos ventrículos (Figura 9).
Registro rítmico do ECG
R

Onda T
O ventrículo retoma
ao estado de repouso
P T

Onda P Complexo QRS


O impulso O impulso dissemina-se
dissemina-se pelos pelos ventrículos,
átrios, deflagrando deflagrando as
as contrações atriais contrações ventriculares

Figura 9 – Registro rítmico do ECG


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 567).

Descrição da Imagem: representação do registro rítmico do ECG, apresentando a Onda T, Onda P e Complexo QRS.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

O registro das ondas de um ECG é muito importante para acompanhar a evolu-


ção de pacientes que sofreram uma parada cardíaca e/ou que apresentaram algum
sinal de injúria ou isquemia (diminuição de nutrição e oxigenação no músculo
cardíaco). Variações no tamanho e na duração das ondas são úteis no diagnóstico
de ritmos cardíacos e padrões de condução anormais.


O ritmo habitual de batimentos cardíacos, estabelecido pelo nó si-
noatrial, é chamado de ritmo sinusal normal. O termo arritmia ou
disritmia se refere a um ritmo anormal resultante de um defeito no
complexo estimulante do coração. O coração pode bater irregu-
larmente, de forma muito acelerada ou muito lenta. São sintomas
esperados dessa irregularidade: dor torácica, falta de ar, tontura,
vertigem e síncopes (desmaios). As arritmias podem ser provoca-
das por fatores que estimulam o coração, como estresse, cafeína,
álcool, nicotina, cocaína e determinadas substâncias que contenham
cafeína ou outros estimulantes. As arritmias também podem ser
provocadas por defeito congênito, doença arterial coronariana, in-
farto, hipertensão, valvas cardíacas defeituosas, doença reumática
cardíaca, hipertireoidismo e deficiência de potássio (TORTORA;
DERRICKSON, 2017, p. 386).

CICLO CARDÍACO

É o período compreendido entre o início de dois batimentos cardíacos consecu-


tivos. Este ciclo, que envolve períodos de contração alternados por períodos de
relaxamento do coração, ocorre, em média, 70 vezes por minuto (Figura 10). O
ciclo cardíaco compreende três fases, de acordo com Tortora (2007):
1. Fase de relaxamento: período em que as quatro câmaras cardíacas estão
em relaxamento.
2. Sístole Atrial: ocorre a contração dos átrios e o sangue é enviado em
direção aos ventrículos.
3. Sístole Ventricular: os ventrículos contraem e encaminham o sangue
para a artéria aorta e para o tronco pulmonar.

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UN I A S S ELV I

(a) Início da sistole atrial:


A contração atrial força uma
pequena quantidade de sangue
adicional para o interior dos
INÍCIO
(f) Diástole ventricular, vintrículos relaxados.
término:
Todas as câmaras estão em (b) Término da sístole atrial e
estado de relaxamento. início da diástole atrial
Preenchimento passivo 800 0
ms ms 100
dos ventrículos.
ms
Sistole atrial
(c) Sístole ventricular,
primeira fase:
lar
stole ventricu

ve n tr ic u la r
A contraçãoventricular
Ciclo exerce pressão sobre
cardíaco as valvas AV direita e
esquerda fechadas, mas

to le
Diá

não é suficiente para

S ís
D iá abrir as valvas do tronco
stro le atrial pulmonar e da aorta
(e) Diástole ventricular, 370
ms (d) Sístole ventricular,
início:
Conforme os ventrículos segunda fase:
retornam ao estado de A pressão ventricular se
relaxamento, a pressão eleva e ultrapassa a
ventricular diminui; o fluxo pressão nas artérias; e
retrógrado do sangue contra as da aorta se abrem e o
valvas do tronco pulmonar e da samgue é ejetado para
aorta força seu fechamento. O seu interior.
sangue flui para os átrios relaxados.

Figura 10 – Ciclo cardíaco


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 562).

Descrição da Imagem: representação do ciclo cardíaco, partindo do início (início da sístole atrial) até concluir-se
no término, diástole ventricular.

BULHAS CARDÍACAS

Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que podem ser
ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um estetoscópio.
Em um coração saudável, existem quatro bulhas durante um ciclo cardíaco, po-
rém, podemos auscultar apenas duas bulhas cardíacas. A primeira bulha (B1)
lembra o som de “tum”, ela é mais alta e longa do que a segunda bulha (B2). A B1
é decorrente do fechamento das valvas atrioventriculares, que ocorre logo após
o início da sístole ventricular. Já a segunda bulha (B2) é mais baixa e curta que
a B1, lembra um som de “tac” e é produzida devido ao fechamento das valvas da
aorta e do tronco pulmonar, no início da diástole ventricular.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

Muitas vezes, durante uma ausculta cardíaca, podem ser detectados sons
anormais entre ou após as duas bulhas normais. Esses sons anormais são deno-
minados sopros cardíacos e indicam ou sugerem, na maioria das vezes, algum
distúrbio das valvas, como uma estenose ou uma insuficiência.

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO CORAÇÃO

O coração tem origem do mesoderma extraembrionário a partir da terceira


semana de desenvolvimento e é o primeiro órgão a se tornar funcional. Isso é
extremamente necessário, pois o embrião está em pleno crescimento e suas cé-
lulas apresentam uma alta taxa metabólica, necessitando de oxigênio e nutrientes
provenientes do sangue.
Na extremidade cefálica do embrião, um grupo de células do mesoderma ex-
traembrionário começa a se diferenciar, formando a área cardiogênica. As células
desta região dão origem aos cordões angioblásticos, dois tubos alongados que
mais tarde originarão os tubos endocárdicos. Logo depois, os dois tubos endo-
cárdicos se fundem em um tubo único, o tubo cardíaco primitivo. Por volta do
22º dia após a fertilização, o tubo cardíaco primitivo se divide em cinco regiões
e começa a bombear o sangue:
1. Seio venoso: origina parte do átrio direito, do seio coronário e do nó
sinoatrial.
2. Átrio: origina parte dos átrios direito e esquerdo.
3. Ventrículo: dará origem ao ventrículo esquerdo.
4. Bulbo cardíaco: desenvolve-se em ventrículo direito.
5. Tronco arterial: origina parte da aorta e o tronco pulmonar.

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UN I A S S ELV I

RESUMO

O coração é um órgão muscular, constituído por três camadas: endocárdio, mio-


cárdio e epicárdio.
■ Os átrios são as cavidades superiores do coração e recebem o sangue pro-
veniente do corpo e dos pulmões, enquanto os ventrículos se localizam
inferiormente e bombeiam o sangue para as células do corpo e para os
pulmões.
■ Os vasos da base do coração são as veias pulmonares, as artérias pulmo-
nares, o tronco pulmonar, as veias cavas superior e inferior e a aorta.
■ • Quatro valvas, dois atrioventriculares, uma da aorta e outra do tronco
pulmonar tornam o fluxo do sangue unidirecional.
■ A circulação sistêmica é aquela que o sangue circula entre o ventrículo
esquerdo, corpo e átrio direito.
■ A circulação pulmonar ocorre entre o ventrículo direito, os pulmões e o
átrio esquerdo.
■ As artérias coronárias direita e esquerda são ramos da parte ascendente
da aorta e fazem a irrigação das células da parede do coração.
■ Algumas células do miocárdio são autocontrateis e enviam sinais para a
contração do coração.
■ O complexo estimulante do coração é formado pelo nó sinoatrial, nó
atrioventricular, fascículo atrioventricular, ramos direito e esquerdo e
pelas fibras de Purkinje.
■ Um ciclo cardíaco é o período compreendido entre o início de dois ba-
timentos cardíacos consecutivos e compreende as fases de relaxamento,
sístole atrial e sístole ventricular.
■ Bulhas cardíacas se referem aos sons provocados pelo coração, que podem
ser ouvidos através de uma auscultação realizada com o auxílio de um
estetoscópio.
■ O coração tem origem embrionária do mesoderma extraembrionário a
partir da terceira semana de desenvolvimento e é o primeiro órgão a se
tornar funcional.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 5

E U INDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento sobre


a fisiologia cardíaca, entendendo o funcionamento, pressão,
débito e toda a maquinaria cardíaca, conhecendo o conteúdo
a seguir.

E M FO CO

Está curioso para saber mais? Então acesse o vídeo que


preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS

O mercado de trabalho para profissionais que se interessam pelo sistema cardio-


vascular é vasto e apresenta oportunidades em diversas áreas. Os profissionais que
estudam o sistema cardiovascular têm uma grande demanda no mercado, pois
as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo.
Essas doenças incluem doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, angina e
infarto do miocárdio, além de acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial
periférica.
Uma das áreas de trabalho mais conhecidas para profissionais interessados
nesta área é a cardiologia. Nessa especialidade, os profissionais diagnosticam e
tratam doenças do coração e dos vasos sanguíneos, utilizando técnicas como
eletrocardiograma, ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Os cardiologistas
podem trabalhar em hospitais, clínicas ou consultórios particulares.
Outra área de trabalho para estes profissionais é a cirurgia cardíaca. Os ci-
rurgiões cardíacos realizam procedimentos como a cirurgia de ponte de safena,
a troca de válvulas cardíacas e a correção de defeitos cardíacos congênitos. Esses

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UN I A S S ELV I

profissionais trabalham em hospitais, geralmente em unidades de terapia inten-


siva (UTI) ou em centros cirúrgicos.
Além disso, os profissionais que estudam o sistema cardiovascular também
podem trabalhar em outras áreas, como a medicina preventiva, a fisioterapia e a
enfermagem. Na medicina preventiva, os profissionais trabalham na prevenção
de doenças cardiovasculares, por meio da educação em saúde, da mudança de
hábitos de vida e da prescrição de medicamentos preventivos. Na fisioterapia, os
profissionais trabalham na reabilitação de pacientes que sofreram algum tipo
de lesão ou cirurgia cardíaca. Já na enfermagem, os profissionais trabalham em
hospitais, auxiliando médicos e enfermeiros na administração de medicamentos
e no acompanhamento de pacientes com doenças cardiovasculares.
Por fim, o mercado de trabalho é amplo e diversificado, oferecendo diversas
oportunidades em diferentes áreas da saúde. É importante destacar que a espe-
cialização e o aprimoramento contínuo são fundamentais para se destacar nesse
mercado competitivo e em constante evolução.

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VAMOS PRATICAR

1. Atente-se ao texto abaixo:

Um ciclo cardíaco é o período compreendido entre o início de


______________________ consecutivos e compreende as fases de
________________, _______________ e ______________.

Justifique em sua resposta os termos que correspondem ao preenchimento correto das


lacunas em branco.

2. Sabemos que o coração possui quatro cavidades.

Cite as quatro cavidades do coração e descreva sua função no processo de circulação


sanguínea.

3. Leia o texto a seguir:

A contração da musculatura cardíaca é essencial para que o coração desempenhe sua


função de bomba. A ativação elétrica ordenada do coração se dá pela propagação, em
sequência, de potenciais de ação despolarizantes através das estruturas anatômicas
deste órgão. O batimento cardíaco tem início no ___________, com um potencial
de ação gerado de maneira espontânea. Em seguida, essa onda de ativação converge
para uma conexão elétrica existente entre o miocárdio atrial e o miocárdio ventricu-
lar:___________, diminuindo a frequência do potencial de ação entre ambos. Após
isso, essa onda de ativação atinge o___________ e passa por ele até chegar às fibras
de Purkinje, que são responsáveis por conduzir rapidamente o potencial de ação até o
ápice do miocárdio ventricular. Deste modo, a onda de despolarização – o impulso car-
díaco – é distribuída a todo o miocárdio dos ventrículos direito e esquerdo, determinando
a contração___________.

Dentre as alternativas, qual é a correta que preenche as lacunas em branco? Justifique


sua escolha ao fim da questão.

a) Nó atrioventricular, nó sinoatrial, fascículo atrioventricular, atrial.


b) Nó sinoatrial, nó atrioventricular, fascículo atrioventricular, ventricular.
c) Feixe de His, nó sinoatrial, nó atrioventricular, ventricular.
d) Nó sinoatrial, nó atrioventricular, fibras de Purkinje, atrial.
e) Nó atrioventricular, nó sinoatrial, fascículo atrioventricular, ventricular.

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VAMOS PRATICAR

4. O ciclo cardíaco é o ciclo completo de um batimento cardíaco; por definição são os


eventos cardíacos que ocorrem desde o início de um batimento até o batimento se-
guinte. Esses eventos envolvem contração e relaxamento das cavidades cardíacas.
Consiste nos movimentos de sístole e diástole.

Em relação a estes mecanismos, leia as alternativas a seguir com muita atenção e depois
assinale a alternativa correta:

a) O sangue passa dos átrios para os ventrículos durante o período denominado sístole
ventricular.
b) A fase de relaxamento, quando os átrios e ventrículos estão em diástole, marca o início
de um novo ciclo. As valvas atrioventriculares estão fechadas enquanto o sangue flui
para os ventrículos.
c) Durante a sístole ventricular, as valvas atrioventriculares abrem-se, enquanto as val-
vas da aorta e do tronco pulmonar permanecem fechadas, permitindo que o sangue
flua dos ventrículos para as artérias.
d) A primeira fase que marca o início de um novo ciclo é denominada sístole ventricular,
quando o sangue flui dos átrios em direção aos ventrículos.
e) No período da sístole atrial, as valvas atrioventriculares estão abertas para que o
sangue flua dos átrios para os ventrículos.

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VAMOS PRATICAR

5. Atente-se ao enunciado a seguir.

Levando em consideração a anatomia interna do coração e sabendo que a circulação do


sangue depende diretamente deste órgão central, o qual se conecta a inúmeros vasos
sanguíneos, observe as alternativas a seguir e escolha aquela que contenha as respostas
para as seguintes perguntas:

1. Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que traz(em) sangue para o átrio direito do coração?

2. Como se chama(m) a(s) estrutura(s) que faz(em) a comunicação entre o átrio direito e
o ventrículo direito?

3. Por qual(is) vaso(s) o sangue proveniente dos pulmões retorna ao coração?

a) 1- artérias pulmonares; 2- endocárdio; 3- veias cavas.


b) 1- veias cavas; 2- valva atrioventricular direita; 3- veias pulmonares.
c) 1- veias pulmonares; 2- valva bicúspide; 3- artéria aorta.
d) 1- artérias coronárias; 2- valva da aorta; 3- veias coronárias.
e) 1- veias cavas; 2- valva mitral; 3- artérias pulmonares.

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REFERÊNCIAS

HALL, J. E. Tratado de fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.


JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2018.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed,
2009.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Else-
vier, 2016.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.

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GABARITO

1. A resposta correta é:

“Um ciclo cardíaco é o período compreendido entre o início de dois batimentos cardíacos
consecutivos e compreende as fases de sístole atrial, sístole ventricular e diástole.”
A resposta correta é justificada da seguinte forma:
- Um ciclo cardíaco é definido como o período que ocorre entre o início de dois batimen-
tos cardíacos consecutivos. Durante esse ciclo, o coração passa por uma sequência de
eventos que envolvem a contração e relaxamento das câmaras cardíacas.
- O ciclo cardíaco é composto por três fases principais: sístole atrial, sístole ventricular
e diástole.
- Durante a sístole atrial, os átrios se contraem, impulsionando o sangue para os ven-
trículos.
- Em seguida, ocorre a sístole ventricular, na qual os ventrículos se contraem, forçando
o sangue para fora do coração e para as artérias.
- Por fim, temos a diástole, que é a fase de relaxamento das câmaras cardíacas, permitindo
que o sangue retorne aos átrios e ventrículos para iniciar um novo ciclo.
Portanto, a justificativa para a resposta correta é baseada na descrição correta das fases
do ciclo cardíaco e sua relação com os batimentos cardíacos consecutivos.

2. O coração possui quatro cavidades: dois átrios (átrio direito e átrio esquerdo) e dois ven-
trículos (ventrículo direito e ventrículo esquerdo). Cada cavidade desempenha um papel
importante no processo de circulação sanguínea.

Os átrios recebem o sangue que retorna ao coração. O átrio direito recebe o sangue ve-
noso, pobre em oxigênio, proveniente das veias cavas e da circulação pulmonar. O átrio
esquerdo recebe o sangue arterial, rico em oxigênio, vindo das veias pulmonares.
Os ventrículos são responsáveis por bombear o sangue para fora do coração. O ventrículo
direito bombeia o sangue para os pulmões, onde ocorre a oxigenação. Ele impulsiona o
sangue para as artérias pulmonares, que levam o sangue até os pulmões para a troca
gasosa. Já o ventrículo esquerdo é responsável por bombear o sangue oxigenado para
o restante do corpo. Ele impulsiona o sangue para a artéria aorta, que distribui o sangue
oxigenado para todas as partes do organismo.
Portanto, os átrios são responsáveis por receber o sangue, enquanto os ventrículos são
responsáveis por bombear o sangue para fora do coração. Essa divisão de tarefas entre
as cavidades é essencial para garantir a eficiência do processo de circulação sanguínea,
permitindo o suprimento adequado de oxigênio e nutrientes para os tecidos e a remoção
de resíduos metabólicos.

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GABARITO

3. B.

- O batimento cardíaco tem início no nó sinoatrial (ou nó SA), onde é gerado um potencial
de ação de maneira espontânea.
- Em seguida, a onda de ativação converge para o nó atrioventricular (ou nó AV), que
representa a conexão elétrica existente entre o miocárdio atrial e o miocárdio ventricular,
diminuindo a frequência do potencial de ação entre ambos.
- Após passar pelo nó atrioventricular, a onda de ativação atinge o fascículo atrioventricular
(ou feixe de His) e passa por ele até chegar às fibras de Purkinje, que são responsáveis por
conduzir rapidamente o potencial de ação até o ápice do miocárdio ventricular.
- Dessa forma, a onda de despolarização (impulso cardíaco) é distribuída a todo o miocárdio
dos ventrículos direito e esquerdo, determinando a contração ventricular.
As demais alternativas estão incorretas, pois não seguem a sequência correta da ativação
elétrica do coração.

4. C.

Durante a sístole ventricular, os ventrículos do coração se contraem, resultando na aber-


tura das valvas atrioventriculares (valva tricúspide e valva mitral) e no fechamento das
valvas da aorta e do tronco pulmonar. Isso permite que o sangue seja bombeado dos
ventrículos para as artérias. As demais alternativas estão incorretas, pois descrevem
erroneamente os eventos do ciclo cardíaco.

5. B.

1- As veias cavas são as estruturas que trazem sangue para o átrio direito do coração,
provenientes do corpo.
2- A valva atrioventricular direita (também conhecida como valva tricúspide) é a estru-
tura que faz a comunicação entre o átrio direito e o ventrículo direito, permitindo o fluxo
unidirecional do sangue.
3- As veias pulmonares são responsáveis por transportar o sangue proveniente dos pul-
mões de volta ao coração, mais especificamente ao átrio esquerdo.
As demais alternativas estão incorretas, pois não correspondem às estruturas mencio-
nadas nas perguntas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 6

SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

MINHAS METAS

Reforçar o pensamento crítico.

Dominar conceitos básicos do conteúdo.

Desenvolver competências práticas.

Explorar perspectivas multidisciplinares.

Estimular o conhecimento.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 6

INICIE SUA JORNADA


O sistema hematopoiético é responsável pela produção, desenvolvimento e ma-
turação das células sanguíneas que circulam em nosso corpo. Esse sistema inclui
a medula óssea, órgão esponjoso encontrado no interior dos ossos, e o tecido
linfático, composto pelo baço, linfonodos e tecidos linfoides difusos. A medula
óssea é responsável pela produção das células sanguíneas, incluindo os eritrócitos
(glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Já o tecido
linfático é responsável por produzir e armazenar os linfócitos, um tipo de célula
branca do sangue essencial para o sistema imunológico.
O processo de produção das células sanguíneas é conhecido como hema-
topoiese. As células-tronco hematopoiéticas presentes na medula óssea têm a
capacidade de originar diferentes tipos de células sanguíneas, conforme as ne-
cessidades do organismo. Essas células são reguladas por fatores de crescimento e
outras substâncias produzidas pelo próprio organismo. O processo de produção
das células sanguíneas é contínuo e pode ser afetado por diversos fatores, incluin-
do doenças, medicamentos e deficiências nutricionais.
Distúrbios hematológicos, como anemia, leucemia e doenças do sistema
imunológico, podem ocorrer quando há falhas no sistema hematopoiético. O
diagnóstico dessas condições pode ser realizado através de exames de sangue e
da medula óssea. O tratamento depende do tipo e da gravidade da doença, po-
dendo incluir transfusões sanguíneas, quimioterapia, radioterapia, terapias-alvo
e transplante de medula óssea. Um sistema hematopoiético saudável é essencial
para a manutenção da saúde e do bem-estar geral.
P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar que temos detalhes importantes sobre o sistema


hematopoiético em nosso podcast. Acesse e disfrute desse
aprofundamento.

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UN I A S S ELV I

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar em nossa memória detalhes sobre o
sistema hematopoiético. Vamos recordar detalhes sobre a
hematopoiese, assistindo ao vídeo a seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL

Agora vamos começar a entender melhor sobre a hematopoiese e o sistema he-


matopoiético, o que ele é, para qual função se relaciona, sua importância e demais
aspectos.
P E N SA NDO J UNTO S

Para adentrar o assunto, você consegue responder qual é a importância do sis-


tema hematopoiético na produção de células sanguíneas e como ele funciona
para manter a saúde do organismo?

Fonte: a autora.

SISTEMA CARDIOVASCULAR: SANGUE

O sistema cardiovascular é formado por vasos sanguíneos, sangue e coração.


Funcionalmente, esses órgãos devem levar material nutritivo e oxigênio às células
e transportar os produtos residuais do metabolismo celular desde os locais onde
foram produzidos até os órgãos encarregados de eliminá-los. O sangue está conti-
do em um sistema fechado, nominado como “Sistema Circulatório”, que permite a
sua circulação no interior dos vasos sanguíneos, os quais são representados pelas
veias, capilares e artérias (Figura 1). O sistema circulatório tem função de trans-
porte de gases, nutrientes, produtos metabólicos e hormônios para todo o corpo.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 6

Figura 1 - Esquema
Descrição da circulação
da Imagem: do sangue
a figura representa o sistema cardiovascular, apresentando margens e faces do coração.
Fonte: Barauna
Temos (2019, p.de3).fundo azul claro, no sentido vertical, ligados um ao outro por uma seta que aponta
três retângulos
para baixo, em que, de cima para baixo, subsequentemente em cada retângulo está escrito: sistema fechado,
sangue e vasos sanguíneos.

O sangue é um tecido conjuntivo viscoso e denso com uma temperatura aproxi-


mada de 38º C e um pH que varia entre 7,35 a 7,45. O sangue está constituído por
uma parte líquida denominada plasma (55%) e uma parte celular, os elementos
figurados (45%). O plasma é a parte acelular do sangue constituído por 90% de
água, 8% de proteínas, 1% de sais inorgânicos e o restante formado por compostos
orgânicos diversos. A parte celular do sangue, os elementos figurados, é formada
por hemácias, leucócitos (neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basó-
filos) e plaquetas, que são restos celulares, os quais se encontram dispostos no
quadro a seguir (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

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UN I A S S ELV I

PLASMA ELEMENTOS FIGURADOS

Água Eritrócitos

Proteínas (albumina, globulinas, fibrinogênio) Plaquetas

Sais Neutrófilos

Íons Eosinófilos

Bicarbonato Basófilos

Glicose Monócitos

Hormônios Linfócitos

Enzimas

Gases

Aminoácidos

Vitaminas

Quadro 1 – Constituição do sangue.


Fonte: a autora.

Referente ao Hematócrito, esta é uma técnica na qual o sangue, após ser cen-
trifugado, separa-se em diversas camadas, sendo o plasma a porção fluida e de
coloração amarelada que fica acima da camada celular (Figura 2). A parte celular
forma duas regiões, uma inferior, de coloração avermelhada, composta pelos eri-
trócitos (35 a 50% do volume total) e uma fina camada acinzentada logo acima
dos eritrócitos, a qual está constituída pelos leucócitos (1% do volume de sangue).
As plaquetas formam uma camada delgada sobre os leucócitos, não sendo visível
a olho nu (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 6

Através do hematócrito é possível estabelecer o volume que os eritrócitos


ocupam no sangue, o qual espera-se que este se encontre entre 30 a 49% nas
mulheres e 40 a 54% nos homens. A redução do volume de eritrócitos no sangue
é conhecida popularmente como anemia.

Figura 2 - Técnica de hematócrito


Fonte: Barauna (2019, p. 5).

Descrição da Imagem: procedimento de como ocorre a técnica de hematócrito, partindo do sangue coletado para
o tubo, indo para centrifugação e finalizando nos elementos sanguíneos.

E U INDI CO

É importante lembrar que a anemia é definida como uma


diminuição na capacidade do transporte de oxigênio pelo
sangue e pode ter várias causas, sendo todas caracterizadas
pela diminuição da hemoglobina no sangue ou pela contagem
reduzida de eritrócitos. Para saber mais sobre anemias, suger-
imos a leitura do artigo disponível no QR Code ao lado.

ERITRÓCITOS

Os eritrócitos – ou hemácias – caracterizam-se como a maior população de célu-


las do sangue, correspondendo a um total de 4,8 – 5,4 milhões/ µl, contém uma
proteína que transporta gases denominada hemoglobina, está constituída por
uma cadeia polipeptídica, a porção globina e um grupamento ligado ao ferro,
denominado porção heme.

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Estas células têm origem dos eritroblastos na medula óssea, os quais perdem
suas organelas e passam a ser constituídos apenas por uma membrana plasmática,
citosol e hemoglobina. Quando chegam ao sangue, originam os eritrócitos, que
sobrevivem cerca de 120 dias e depois são fagocitados por macrófagos do fígado,
baço e medula óssea. Durante a fagocitose, ocorre a separação das porções heme
e globina da hemoglobina.
O ferro é dissociado da porção heme e liga-se à transferrina, uma proteína
transportadora de ferro que circula no sangue. O ferro ligado à transferrina chega
até a medula óssea onde é utilizado para síntese de hemoglobina. A região heme
sem o ferro ligado é convertida em biliverdina, um pigmento esverdeado, e depois
em bilirrubina, um pigmento amarelo-alaranjado, que é transportado até o fígado,
onde é lançado na bile (Figura 3).
A bile é secretada no intestino delgado, chega ao intestino grosso, onde a
bilirrubina é convertida em urobilinogênio, que em parte é reabsorvido pelo in-
testino grosso, volta ao sangue, onde origina um pigmento amarelo denominado
urobilina, que é excretado pela urina. O restante do urobilinogênio origina um
pigmento marrom, a estercobilina, que é eliminada pelas fezes e dá a elas a sua
coloração característica. O referido evento metabólico está disposto a seguir, em
forma de fluxo, para que você possa melhor compreender o seu processo (TOR-
TORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 3 - Degradação dos eritrócitos


Fonte: Barauna (2019, p. 6).

Descrição da Imagem: representação do processo de degradação dos eritrócitos, partindo inicialmente dos
macrófragos.

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Os eritrócitos (Figura 4) são células bicôncavas que se apresentam anucleadas


com um halo no interior da célula. Sua membrana é constituída por uma quan-
tidade maior de lipídios que a necessária para envolver seu conteúdo, dando à
hemácia fluidez ótima para penetrar e se distorcer em espaços menores que seu
tamanho, levando assim nutrientes para todas as partes do corpo (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).
Existem diferentes tipos sanguíneos, sendo classificados em A, B, AB e O, os
quais são determinados por glicoproteínas presentes na membrana dos eritróci-
tos. Essas glicoproteínas são antígenos de superfície ou aglutinógenos, determi-
nados geneticamente. Assim, indivíduos com sangue tipo A apresentam antígeno
A; com sangue tipo B, antígeno B; tipo AB apresentam os antígenos A e B e, ainda,
tipo O, que é nulo, ou seja, não apresenta nenhum antígeno de superfície.


Ao fazer o registro do tipo sanguíneo, além de especificar o tipo de
antígeno presente, deve-se fazer referência à presença ou ausência
do antígeno D (fator Rh), sendo determinado como Rh-positivo
ou Rh-negativo. Esta determinação deve-se à presença ou ausência
do antígeno D no sangue. Os antígenos de superfície são ignorados
pelo seu sistema imunológico. Entretanto, seu plasma contém an-
ticorpos (imunoglobulinas) programados para atacar antígenos de
superfície “estranhos” ao corpo. Esses anticorpos são conhecidos
como aglutininas. Indivíduos de sangue tipo A, tipo B ou tipo O
sempre contêm anticorpos que reagirão a antígenos estranhos. Por
exemplo, em um indivíduo de sangue tipo A, o plasma circulante
contém anticorpos anti-B que atacarão eritrócitos tipo B. Já em um
indivíduo de sangue tipo B, o plasma circulante contém anticorpos
anti-A que atacarão eritrócitos tipo A. Indivíduos de sangue tipo
O não apresentam antígenos A e B, e o plasma contém anticorpos
anti-A e anti-B. No outro exemplo, o plasma de indivíduos tipo AB
não contém anticorpos anti-A nem anti-B (MARTINI; TIMMONS;
TALLITSCH, 2009, p. 537).

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Figura 4 - Elementos figurados do sangue: Eritrócito; 2. Plaquetas; 3. Neutrófilo; 4. Eosinófilo; 5. Basófilo;


6. Linfócito; 7. Monócito
Fonte: Barauna (2019, p. 7).

Descrição da Imagem: representação dos elementos figurados do sangue, partindo sequencialmente: 1. Eritró-
cito; 2. Plaquetas; 3. Neutrófilo; 4. Eosinófilo; 5. Basófilo; 6. Linfócito; 7. Monócito.

LEUCÓCITOS

Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células responsáveis pela defesa do


organismo. Essas células não desempenham sua função no sangue, sendo este
apenas um meio pelo qual elas podem se locomover. Por um processo deno-
minado diapedese, essas células migram por entre as células endoteliais que re-

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vestem a parede dos vasos sanguíneos e chegam ao tecido-alvo (JUNQUEIRA;


CARNEIRO, 2018).
Diferente dos eritrócitos, os leucócitos são nucleados e podem ou não apre-
sentar grânulos, sendo classificados em granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e
basófilos) e agranulócitos (monócitos e linfócitos). Os granulócitos possuem
grânulos contendo substâncias químicas específicas que podem ser visualizados
pelo microscópio óptico quando realizada a técnica de esfregaço sanguíneo. Esta
é uma técnica utilizada para visualizar as células sanguíneas através do micros-
cópio. Para realizar o esfregaço (Figura 5), uma gota de sangue deve ser colocada
na extremidade de uma lâmina de vidro limpa e seca e, então, com o auxílio de
uma lâmina extensora, a gota deve ser espalhada sobre a lâmina e, então, corada
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).

Figura 5 - Técnica do esfregaço sanguíneo


Fonte: Barauna (2019, p. 8).

Descrição da Imagem: representação do processo que ocorre ao realizar a técnica do esfregaço sanguíneo.

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Os neutrófilos são polimorfos nucleares, com núcleo lobulado com dois a cinco
lóbulos unidos por um filamento de cromatina (Figura 4 – célula 3). São os mais
numerosos dos leucócitos. Pertencem à classe dos granulócitos e seus grânulos
específicos possuem coloração salmão. Essas células são rapidamente recrutadas
para sítios de inflamação, em que sua principal função é combater bactérias e
certos fungos por meio de fagocitose e liberação dos grânulos para o meio extra-
celular. Em alguns momentos, a liberação dos grânulos pelos neutrófilos também
pode ser prejudicial para o hospedeiro, quando danifica tecidos saudáveis (JUN-
QUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Outro tipo de granulócitos são os eosinófilos, que possuem grânulos especí-
ficos maiores que os dos neutrófilos, dispostos por todo o citoplasma. O núcleo
possui dois lóbulos em forma de “fone de ouvido”, por isso são também chama-
dos de polimorfonucleados (Figura 4 – célula 4). Realizam defesa seletiva, estão
associados a infecções parasitárias e alergias. Podem fazer fagocitose, mas seu
principal modo de agir é através da degranulação e da liberação de mediadores
químicos presentes em seus grânulos.
Em menor quantidade entre os leucócitos encontramos os basófilos, que são
células granulócitas, arredondadas, podendo ser pleomórficas, com núcleo em
forma de “S”, frequentemente mascarados pelos grânulos específicos de seu ci-
toplasma que são negros ou roxos, metacromáticos (Figura 4 – célula 5). Tais
grânulos possuem histamina e heparina. Sua membrana plasmática é rica em
receptores para IgE, responsáveis pela ativação celular em casos de alergia (JUN-
QUEIRA; CARNEIRO, 2018).
O segundo tipo mais comum de leucócito no sangue é o linfócito, células que
fazem parte da resposta imune adaptativa. São células arredondadas com núcleo
denso, também arredondado, que ocupa praticamente toda a célula (Figura 4 –
célula 6).
Os linfócitos B – agranulócitos – realizam defesa em nível humoral dife-
renciando-se em plasmócitos, enquanto os linfócitos T realizam defesa em nível
celular. São muito importantes na defesa contra vírus. No esfregaço sanguíneo co-
rado pelo Giemsa, não é possível diferenciar os tipos de linfócitos. Os monócitos
são as maiores células circulantes com núcleo em forma de rim e excêntrico. São
agranulócitos e seu citoplasma é levemente basófilo. A cromatina dos monócitos

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apresenta-se vacuolizada (Figura 4 – célula 7). Fazem parte do sistema mononu-


clear fagocitário, se diferenciando em macrófagos quando migram para o tecido
conjuntivo, onde podem permanecer durante meses. Eles são umas das principais
células da resposta imune inata, onde atuam modulando o processo inflamatório
e combatendo patógenos. Uma função muito importante dos macrófagos é in-
terligar a resposta inata com a adquirida, isso porque são células especializadas
em apresentar antígenos para os linfócitos T (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Em condições normais, o volume de leucócitos no sangue é de 5.000 a 10.000/
µL, sendo que sua duração é de poucos dias e em casos de infecções por vírus ou
bactérias, seu tempo de vida pode reduzir para apenas algumas horas. Um au-
mento na contagem de leucócitos no sangue, a leucocitose, pode ocorrer como
uma resposta a certos micróbios invasores, anestesia ou ainda cirurgia, indicando
uma inflamação ou infecção. Por outro lado, uma redução na contagem de leucó-
citos no sangue, a leucopenia, pode ser provocada por exposição à radiação ou
agentes quimioterápicos ou um quadro de choque hipovolêmico (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).

PLAQUETAS

As plaquetas ou trombócitos ajudam a parar o sangramento proveniente de va-


sos sanguíneos danificados, unindo-se para formar um tampão de plaquetas que
preenche o espaço na parede do vaso sanguíneo, onde sobrevivem cerca de cinco
a nove dias. São pequenos fragmentos de células anucleadas em forma de disco
que se originam dos megacariócitos presentes na medula óssea (Figura 4 – nú-
mero 2). Possuem funções na hemostasia, envolvendo a coagulação sanguínea e
manutenção do endotélio vascular. Possuem sistemas de túbulos e vesículas, bem
como grânulos de glicogênio no seu interior (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
A hemostasia é uma sequência de respostas que tem como função parar
o sangramento após lesão da parede de um vaso sanguíneo e, quando bem su-
cedida, impede a hemorragia (grande perda de sangue). O espasmo vascular, a
formação do tampão plaquetário e a coagulação do sangue são os mecanismos
que atuam para impedir a perda de sangue, ou seja, agem como mecanismo de
compensação (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

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UN I A S S ELV I

Logo após a lesão de um vaso sanguíneo, ocorre a ativação e consequente


contração da musculatura lisa da parede do vaso, reduzindo a perda de sangue
durante minutos ou horas, tempo suficiente para que os outros mecanismos he-
mostáticos comecem a atuar. Quando um vaso sanguíneo é lesado, as plaquetas
mudam suas características e se associam para formar um tampão. O tampão pla-
quetário ajuda a fechar a parede do vaso lesionado, temporariamente (Figura 6).

Figura 6 - Formação do tampão plaquetário


Fonte: Barauna (2019, p. 10).

Descrição da Imagem: representação de como ocorre a formação do tampão plaquetário, partindo da lesão da
parede vascular até o tampão plaquetário.

Caso a lesão vascular seja acentuada, ocorre um processo mais demorado deno-
minado coagulação sanguínea. É o processo de formação de um coágulo, o qual
é dependente da ativação dos fatores de coagulação (cálcio, enzimas e substâncias
associadas a plaquetas). Existem duas vias de coagulação sanguínea: a via extrín-
seca e a via intrínseca. Na via extrínseca, considerada como a mais rápida, ocorre
a liberação no sangue de uma substância denominada fator tissular, que é con-
vertido em protrombinase, uma enzima que converte a protrombina (proteína
plasmática formada no fígado) em trombina (Figura 7). Após formada, a trom-
bina converte o fibrinogênio (outra proteína plasmática sintetizada no fígado)
em fibrina, a qual “amarra” o tampão plaquetário, formando o coágulo sanguíneo.

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Quanto à via intrínseca, esta é mais complexa e, consequentemente, ocorre de ma-


neira mais demorada. Essa via é ativada quando as células que revestem a parede
dos vasos (células endoteliais) são danificadas (Figura 8). Nesse caso, o contato
do sangue com o tecido conjuntivo abaixo das células endoteliais ativa os fatores
de coagulação que, na presença de Ca++, levam a formação da protrombinase e
então a trombina é formada (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 7 - Via extrínseca da coagulação


Fonte: Barauna (2019, p. 11).

Descrição da Imagem: representação dos processos que ocorrem a partir da via extrínseca da coagulação.

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Figura 8 - Via intrínseca da coagulação


Fonte: Barauna (2019, p. 11).

Descrição da Imagem: representação dos processos que ocorrem a partir da via intrínseca da coagulação.

Alguns coágulos sanguíneos podem se formar na parede de um vaso sanguíneo


que não possui lesão, nesse caso, se tem uma trombose, e o coágulo é chamado
de trombo. Muito comum em pacientes hospitalizados, a Trombose Venosa Pro-
funda (TVP), como o próprio nome já se refere, caracteriza-se pela formação de
trombos no interior de veias localizadas profundamente. Uma outra complica-
ção grave relacionada a essa coagulação excessiva refere-se à embolia pulmonar,
quando há o desprendimento do trombo da parede do vaso, agora chamado
de êmbolo, o qual chega até os pulmões realizando a obstrução da passagem
do sangue para o referido órgão, podendo resultar em Insuficiência Respirató-
ria Aguda (IRA), Insuficiência Ventricular Direita (IVD) e morte (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
Nesses casos, a administração de substâncias denominadas anticoagulantes é
essencial. Anticoagulantes são substâncias que retardam ou evitam a coagulação
sanguínea. Um exemplo clássico de anticoagulante é a heparina. Essa substância

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inibe a conversão da protrombina em trombina. Já os agentes trombolíticos (es-


treptoquinase) são substâncias injetadas na circulação sanguínea para destruir
um coágulo já formado.

HEMOCITOPOESE

Hemocitopoese é o nome dado ao processo de formação das células sanguíneas,


as quais devem ser renovadas constantemente, pois possuem um curto tempo de
vida. Este processo se inicia durante o período embrionário, por volta do 19° dia
de gestação, em uma estrutura denominada saco vitelino. Após, o fígado assume a
função de formação das células sanguíneas, bem como o baço, timo e linfonodos.
Nos últimos três meses antes do nascimento e por toda a vida pós-natal, essa
função é realizada pela medula óssea vermelha.
Na medula óssea vermelha, através da participação de vários fatores de cres-
cimento e diferenciação, células tronco dão origem aos eritrócitos (eritropoese),
os granulócitos (granulocitopoese), os linfócitos (linfocitopoese), os monócitos
(monocitopoese) e as plaquetas (megacariocitopoese) (JUNQUEIRA; CARNEI-
RO, 2018). A medula óssea é um tecido conjuntivo localizado no canal medular
dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos. Nos recém-nascidos, toda
a medula óssea é do tipo vermelha. Já em adultos, a maior parte da medula óssea
vermelha é convertida em medula óssea amarela, rica em adipócitos e inativa na
produção de células sanguíneas.

ERITROPOESE

Os eritrócitos se originam a partir de um processo de maturação de células eritro-


cíticas. Conforme amadurecem, essas células são chamadas de proeritroblastos,
eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos,
reticulócitos e eritrócitos. As mudanças são a diminuição do volume e do núcleo
da célula, sua cromatina torna-se altamente condensada até que o núcleo é expul-
so da célula. Os polirribossomos, as mitocôndrias e outras organelas diminuem, e
aumenta a quantidade de hemoglobina no citoplasma (Figura 9) (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).

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Figura 9 - Eritropoese
Fonte: Barauna (2019, p. 13).

Descrição da Imagem: representação da eritropoese, apresentando os estágios ocorridos durante o processo.

GRANULOCITOPOESE

Os granulócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos se formam a partir de


um processo chamado granulocitopoese. Durante a maturação dessas células
ocorre a produção de grânulos que se acumulam no citoplasma. Esses grânulos
armazenam proteínas, que são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso
e empacotadas no complexo de Golgi. Os três tipos de granulócitos têm sua ori-
gem proveniente de uma célula comum, o mieloblasto. Conforme amadurece,
o mieloblasto se diferencia em promielócito neutrófilo, eosinófilo ou basófilo,
mielócito, metamielócito, granulócito com núcleo em bastão e, por fim, granuló-
cito maduro (neutrófilo, eosinófilo e basófilo) (Figura 10) (JUNQUEIRA; CAR-
NEIRO, 2018).

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Figura 10 - Granulocitopoese, monocitopoese e linfocitopoese


Fonte: Barauna (2019, p. 14).

Descrição da Imagem: representação do sistema cardiovascular, apresentando margens e faces do coração.

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LINFOCITOPOESE

A célula precursora dos linfócitos é o linfoblasto que, conforme vai amadurecen-


do, origina o prolinfócito, que dará origem aos linfócitos (Figura 10). Os linfócitos
B já saem maduros da medula óssea, enquanto os linfócitos T adquirem sua imu-
nocompetência no timo, onde se tornam maduros e então chegam à circulação
sistêmica. Ao atingir os tecidos, os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos.

MONOCITOPOESE

O promonócito, originário do mieloblasto, é a célula mais jovem que dará origem


aos monócitos. Os monócitos, ao atingirem os tecidos, amadurecem em macró-
fagos (Figura 10).

MEGACARIOCITOPOESE

As plaquetas são fragmentos de grandes células da medula óssea vermelha de-


nominadas megacariócitos, os quais amadurecem de uma célula precursora, o
megacarioblasto (Figura 11). Os megacariócitos são células grandes, com cito-
plasma repleto de granulações (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).

Figura 11 - Megacariocitopoese
Fonte: Barauna (2019, p. 15).

Descrição da Imagem: representação do sistema cardiovascular, apresentando margens e faces do coração.

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O sangue é um tecido formado por uma parte líquida, denominada plasma


e os elementos figurados que são os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas.
O sangue é um tecido essencial para a vida, formado por uma parte líquida
chamada plasma e pelos elementos figurados, que incluem os eritrócitos, leu-
cócitos e plaquetas. O plasma é composto principalmente por água, proteínas,
hormônios, eletrólitos e nutrientes, sendo responsável pelo transporte desses
elementos pelo corpo. Os eritrócitos, por sua vez, são as células mais abundantes
no sangue e têm a função de transportar oxigênio e dióxido de carbono. Já os
leucócitos atuam no sistema imunológico, defendendo o organismo contra infec-
ções e doenças. As plaquetas, por sua vez, têm a importante função de participar
na coagulação sanguínea. Todos esses elementos trabalham juntos para manter
a homeostase do corpo e garantir a sobrevivência do indivíduo.

O hematócrito é uma técnica utilizada para separar o plasma dos elemen-


tos figurados do sangue.
Ela consiste em centrifugar uma amostra de sangue em um tubo capilar,
fazendo com que os elementos figurados sejam empurrados para o fundo do
tubo, separando-se do plasma. Esse processo é útil para o diagnóstico de diversas
doenças, como anemia e policitemia, que apresentam alterações no volume de
eritrócitos. Além disso, o hematócrito também pode ser utilizado para monitorar
o progresso de doenças crônicas e para avaliar o efeito de tratamentos médicos,
como quimioterapia e transfusões sanguíneas. Apesar de ser uma técnica sim-
ples, o hematócrito é fundamental para o diagnóstico e tratamento de diversas
doenças.

Os eritrócitos são as células mais abundantes no sangue, têm formato de


disco bicôncavo, são anucleadas e responsáveis pelo transporte de gases.
Os eritrócitos, também conhecidos como hemácias ou glóbulos vermelhos,
são as células mais abundantes no sangue. Essas células apresentam formato de
disco bicôncavo, o que aumenta a superfície disponível para o transporte de ga-
ses, como oxigênio e dióxido de carbono. Além disso, os eritrócitos não possuem
núcleo, o que permite que haja mais espaço para a hemoglobina, a proteína res-
ponsável pelo transporte de gases no sangue. Essas células são produzidas no
processo de hematopoiese, que ocorre na medula óssea. Alterações na quantidade
e qualidade dos eritrócitos podem indicar a presença de doenças, como anemia

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e policitemia. Em geral, os eritrócitos desempenham uma função vital no trans-


porte de oxigênio e dióxido de carbono no corpo humano.

Os tipos sanguíneos A, B, AB e O são determinados por glicoproteínas


presentes na membrana dos eritrócitos.
Essas glicoproteínas, conhecidas como antígenos, podem desencadear uma
resposta imune do organismo caso sejam reconhecidas como estranhas. O tipo
sanguíneo A possui antígenos do tipo A na membrana dos eritrócitos, o tipo B
possui antígenos do tipo B, o tipo AB possui ambos os tipos de antígenos e o
tipo O não apresenta nenhum tipo de antígeno. Essas diferenças entre os tipos
sanguíneos são importantes para a doação e transfusão de sangue, uma vez que
uma pessoa só pode receber sangue de doadores que possuam tipos sanguíneos
compatíveis. Além disso, o tipo sanguíneo também pode estar associado a carac-
terísticas como a suscetibilidade a doenças e à personalidade. O estudo dos tipos
sanguíneos é uma área importante da medicina e pode ajudar a prevenir reações
imunes indesejadas em pacientes transfundidos ou transplantados.

As células de defesa do sangue são os leucócitos, que compreendem um


grande grupo formado por granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basó-
filos) e agranulócitos (monócitos e linfócitos).
As células de defesa do sangue são os leucócitos, também conhecidos como
glóbulos brancos. Eles compreendem um grande grupo formado por granuló-
citos e agranulócitos. Os granulócitos são os neutrófilos, eosinófilos e basófi-
los, que possuem grânulos específicos em seu citoplasma e atuam na resposta
imune do organismo contra micro-organismos e substâncias estranhas. Já os
agranulócitos são os monócitos e linfócitos, que não possuem grânulos e têm
funções específicas na resposta imune, como a fagocitose de microrganismos e a
produção de anticorpos. A contagem dos leucócitos no sangue é um importante
indicador da saúde do sistema imunológico, e sua alteração pode indicar uma
infecção ou doença imunológica. O estudo dos leucócitos é fundamental para
o entendimento do sistema imunológico e para o diagnóstico e tratamento de
doenças relacionadas a ele.

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Os neutrófilos são os leucócitos mais numerosos e formam a primeira linha


de defesa, combatendo bactérias e certos fungos por meio de fagocitose.
Os neutrófilos são os leucócitos mais abundantes no sangue, compreenden-
do cerca de 50 a 70% do total de leucócitos. Eles desempenham um papel fun-
damental na resposta imunológica, atuando como a primeira linha de defesa
contra bactérias e certos tipos de fungos. Os neutrófilos são capazes de se mover
rapidamente para o local de uma infecção, aderir à superfície de bactérias e ou-
tras partículas estranhas, e engolfá-las por fagocitose. Além disso, os neutrófilos
também liberam enzimas e substâncias tóxicas para destruir os invasores cap-
turados. A contagem de neutrófilos é um importante indicador no diagnóstico
de infecções bacterianas e inflamações, e sua alteração pode indicar problemas
no sistema imunológico ou doenças hematológicas. O estudo dos neutrófilos é
fundamental para o entendimento da resposta imunológica e para o desenvol-
vimento de terapias imunomoduladoras.

Os eosinófilos atuam na defesa seletiva contra parasitas e alergias.


Os eosinófilos são um tipo de leucócito que compõe cerca de 2 a 4% do total
de leucócitos no sangue. Eles desempenham um papel importante na respos-
ta imunológica, atuando na defesa seletiva contra parasitas e alergias. Quando
há uma infecção por parasitas, os eosinófilos são ativados e liberam enzimas e
proteínas que destroem os parasitas. Já em caso de alergias, os eosinófilos são
recrutados para o local onde a reação alérgica está ocorrendo, liberando substân-
cias que causam inflamação e ajudando a destruir as células que estão reagindo
de forma inadequada. A contagem de eosinófilos no sangue é um importante
indicador no diagnóstico de doenças parasitárias e alérgicas, além de ser útil no
acompanhamento do tratamento dessas condições. O estudo dos eosinófilos é
fundamental para o entendimento da resposta imunológica e para o desenvol-
vimento de terapias mais eficazes contra parasitas e alergias.

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Os leucócitos menos numerosos no sangue são os basófilos, responsáveis


pela ativação celular em casos de alergias.
Os basófilos são um tipo de leucócito pouco comum no sangue, represen-
tando menos de 1% do total de células brancas. Essas células são caracterizadas
pela presença de grânulos que contêm substâncias como a heparina e a histamina,
que são importantes na resposta alérgica. Quando ocorre uma reação alérgica, os
basófilos liberam a histamina, o que causa inflamação e aumento do fluxo sanguí-
neo na área afetada. Além disso, eles também podem ser ativados em resposta a
infecções parasitárias. Apesar de serem menos abundantes no sangue, os basófilos
desempenham um papel importante na defesa do organismo.

Os linfócitos são células que participam da defesa imune, são arredonda-


dos com núcleo grande e citoplasma escasso.
Os linfócitos são um tipo de leucócito que atuam na defesa imune do orga-
nismo, desempenhando um papel fundamental na resposta a infecções e doen-
ças. Essas células possuem uma forma arredondada, núcleo grande e citoplasma
escasso. São divididos em três tipos: os linfócitos B, responsáveis pela produção
de anticorpos, os linfócitos T, que têm ação direta sobre as células infectadas e os
linfócitos NK, que agem contra células infectadas ou cancerígenas.
Os linfócitos B são produzidos na medula óssea e se diferenciam em plasmó-
citos, que produzem anticorpos contra antígenos específicos. Já os linfócitos T
são produzidos no timo e se diferenciam em várias subpopulações, incluindo os
linfócitos T auxiliares, que ajudam a coordenar a resposta imune, e os linfócitos
T citotóxicos, que reconhecem e destroem as células infectadas.
Os linfócitos NK são uma população de células da imunidade inata, que são
capazes de destruir células infectadas ou cancerígenas sem a necessidade de re-
conhecimento prévio de antígenos específicos. Essas células desempenham um
papel importante na proteção contra tumores e infecções virais.

As maiores células circulantes no sangue são os monócitos, que ao migra-


rem para o tecido conjuntivo originam os macrófagos.
Os monócitos são células sanguíneas que desempenham um papel impor-
tante no sistema imunológico. São consideradas as maiores células circulantes no
sangue e, quando migram para o tecido conjuntivo, se transformam em macró-
fagos. Essas células são capazes de fagocitar bactérias, vírus, células cancerígenas

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e outros materiais estranhos ao organismo. Além disso, os macrófagos podem


secretar citocinas e apresentar antígenos para ativar o sistema imunológico. Por-
tanto, os monócitos desempenham um papel fundamental na defesa do organis-
mo contra agentes infecciosos e na manutenção da homeostase.

As plaquetas são fragmentos de megacariócitos e participam do processo


de coagulação sanguínea.
As plaquetas, também conhecidas como trombócitos, são fragmentos celula-
res produzidos pela fragmentação dos megacariócitos presentes na medula óssea.
Embora sejam anucleadas, as plaquetas contêm várias enzimas e proteínas que
auxiliam na coagulação sanguínea. Quando há lesão em um vaso sanguíneo, as
plaquetas são ativadas e agregam-se no local, formando um tampão que ajuda
a estancar a hemorragia. Além disso, as plaquetas também liberam fatores de
coagulação que estimulam a formação do coágulo de fibrina, garantindo a cica-
trização do tecido danificado.
A quantidade de plaquetas no sangue varia de indivíduo para indivíduo, mas
normalmente encontra-se entre 150.000 a 450.000 plaquetas por microlitro de
sangue. Quando o número de plaquetas está abaixo do normal, o indivíduo pode
apresentar um distúrbio conhecido como trombocitopenia, o que pode levar a
um aumento do risco de sangramentos. Por outro lado, quando há um aumen-
to significativo no número de plaquetas, pode ocorrer uma condição chamada
trombocitose, que pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos.
Para diagnosticar condições relacionadas às plaquetas, é necessário
realizar exames de sangue que avaliam a contagem e a morfologia das pla-
quetas. O tratamento para alterações na contagem de plaquetas depende da
causa subjacente da condição, podendo envolver desde mudanças na dieta
até a administração de medicamentos específicos, como corticosteroides ou
imunoglobulinas. É importante lembrar que apenas um profissional de saúde
pode avaliar e orientar o tratamento adequado para cada caso específico.

Quando a parede de um vaso sanguíneo é lesionada, ocorre uma série de


eventos para estancar o sangramento, impedindo assim uma hemorra-
gia. Os elementos figurados do sangue se originam de células tronco da

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medula óssea vermelha, através de um processo denominado hemocito-


poese.
Quando ocorre uma lesão na parede de um vaso sanguíneo, o organismo
inicia uma série de eventos para impedir uma hemorragia. As plaquetas são os
primeiros elementos a chegar no local, aderindo-se à parede do vaso e liberando
substâncias que atraem mais plaquetas e estimulam a coagulação. O processo de
coagulação envolve a ativação de diversas proteínas no plasma, formando uma
rede de fibrina que prende as plaquetas e sela o local da lesão.
Os elementos figurados do sangue são produzidos pela medula óssea verme-
lha, através de um processo chamado hemocitopoese. Nesse processo, as células
tronco da medula óssea dão origem a todas as células sanguíneas, incluindo os
eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Esse processo é regulado por diversas subs-
tâncias, como hormônios e fatores de crescimento, que estimulam a produção e
diferenciação das células tronco.
Em resumo, o sistema de coagulação sanguínea é uma resposta vital do orga-
nismo para evitar a perda excessiva de sangue em caso de lesão vascular. E a pro-
dução de células sanguíneas é um processo complexo que ocorre na medula óssea
vermelha, e que é essencial para a manutenção da homeostase do organismo.

E U I NDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais nosso conhecimento, con-


hecendo a leitura a seguir:

E M FO CO

Ficou curioso para saber mais sobre o tema? Assista a video-


aula que preparamos para você!

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 6

NOVOS DESAFIOS
O mercado de trabalho para profissionais que desejam atuar na área aqui estuda-
da é bastante amplo e diversificado, abrangendo diversas possibilidades de atua-
ção e especialização. Esses profissionais podem atuar em laboratórios de análises
clínicas, realizando exames hematológicos e diagnósticos de doenças sanguíneas.
Também há possibilidade de atuação em bancos de sangue e de medula óssea,
que são responsáveis pela coleta, processamento e distribuição de hemocom-
ponentes e células tronco hematopoiéticas para transplantes e tratamentos de
diversas patologias.
Além disso, há a possibilidade de atuação em hospitais e clínicas, na assistên-
cia a pacientes com doenças sanguíneas e com procedimentos terapêuticos como
transfusões de sangue, quimioterapia e transplantes de medula óssea.
Também há espaço para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias na
área da hematopoiese e sistema hematopoiético, com possibilidades de atuação
em universidades, institutos de pesquisa e indústrias farmacêuticas.
Para atuar nessa área, é necessário possuir formação no ensino superior em
áreas como biomedicina, biologia, medicina, enfermagem ou demais áreas da
saúde, sendo um mercado em potencial e necessário à sociedade.

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VAMOS PRATICAR

1. Quais são os leucócitos agranulócitos? Justifique sua resposta, explicando-os.

2. Os tipos sanguíneos A, B, AB e O são determinados por antígenos (proteínas ou carboi-


dratos) presentes na membrana dos glóbulos vermelhos (HALL, 2017).

Discorra acerca das determinações.

3. Os glóbulos brancos do sangue, tidos como primeira linha de defesa, ou seja, aquelas
células que primeiro entram em combate com agentes agressores e que representam
mais da metade de todos os glóbulos brancos são os:

a) Eosinófilos.
b) Basófilos.
c) Neutrófilos.
d) Linfócitos.
e) Fibrócitos.

4. As células sanguíneas responsáveis pelo transporte de oxigênio, fagocitose de micror-


ganismos e liberação de substâncias relacionadas a reações alérgicas são:

I - Eritrócitos, basófilos, neutrófilos.


II - Basófilos, neutrófilos, monócitos.
III - Eritrócitos, neutrófilos, basófilos.
IV - Eosinófilos, monócitos, linfócitos.
V - Eritrócitos, linfócitos, eosinófilos.

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) I, II e III, IV.

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VAMOS PRATICAR

5. No plasma sanguíneo podemos encontrar:

a) Água.
b) Hormônios.
c) Proteínas.
d) Bicarbonato.
e) Todos os elementos mencionados.

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REFERÊNCIAS

BARAUNA, S. C. Anatomorfofisiologia do sistema cardiorrespiratóro e nervoso. Indaial:


Uniasselvi, 2019.
HALL, J. E. Tratado de fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2018.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed,
2009.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2017.

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GABARITO

1. Linfócitos e monócitos. Os leucócitos agranulócitos são um tipo de glóbulos brancos


que não possuem grânulos citoplasmáticos visíveis quando observados sob um micros-
cópio óptico. Eles são caracterizados por sua aparência homogênea e não granular. Os
linfócitos são um tipo de leucócito agranulócito e desempenham um papel fundamental
na resposta imune adaptativa. Eles estão envolvidos na produção de anticorpos e na
coordenação de outras células do sistema imunológico. Os monócitos também são um
tipo de leucócito agranulócito. Eles são fagócitos de longa duração que se originam na
medula óssea e, quando se infiltram em tecidos, se diferenciam em células chamadas
macrófagos. Os macrófagos têm a capacidade de fagocitar micro-organismos e detritos
celulares, além de desempenhar um papel importante na apresentação de antígenos e
na modulação da resposta imune.

2. Os tipos sanguíneos são determinados por antígenos específicos encontrados nas mem-
branas dos glóbulos vermelhos (eritrócitos). Existem dois tipos principais de antígenos
envolvidos na determinação dos tipos sanguíneos: antígeno A e antígeno B. Tipo A: os
indivíduos com o tipo sanguíneo A possuem o antígeno A na superfície de suas células
sanguíneas. Tipo B: os indivíduos com o tipo sanguíneo B possuem o antígeno B na
superfície de suas células sanguíneas. Tipo AB: os indivíduos com o tipo sanguíneo AB
possuem tanto o antígeno A quanto o antígeno B em suas células sanguíneas. Tipo O:
os indivíduos com o tipo sanguíneo O não possuem nem o antígeno A nem o antígeno
B em suas células sanguíneas. O sistema de grupos sanguíneos ABO é determinado
geneticamente pelos alelos herdados dos pais. A presença ou ausência dos antígenos A
e B na membrana dos glóbulos vermelhos afeta a compatibilidade do sangue em trans-
fusões e é importante na determinação de possíveis reações imunológicas em caso de
incompatibilidade sanguínea. É importante mencionar que, além dos antígenos ABO, o
fator Rh também é importante na classificação sanguínea, e indivíduos podem ser Rh
positivo (Rh+) ou Rh negativo (Rh-).

3. C. Os neutrófilos são o tipo mais comum de glóbulos brancos, representando cerca de


50 a 70% de todos os glóbulos brancos circulantes no sangue. Eles desempenham um
papel crucial na resposta imunológica inicial, sendo considerados a primeira linha de
defesa contra agentes agressores, como bactérias e fungos. Os neutrófilos são células
fagocíticas, o que significa que eles são capazes de englobar e destruir micro-organismos
invasores. Eles são atraídos para áreas de inflamação ou infecção, onde liberam enzimas
e substâncias químicas que ajudam a combater os patógenos. Portanto, os neutrófilos
desempenham um papel importante na resposta imunológica inicial e são considerados
células efetoras da imunidade inata.

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GABARITO

4. A. Os eritrócitos, também conhecidos como glóbulos vermelhos, são responsáveis pelo


transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo. Eles contêm uma proteína
chamada hemoglobina, que se liga ao oxigênio e o transporta pelo sangue. Os basófilos
são células sanguíneas que desempenham um papel na resposta alérgica. Eles liberam
substâncias, como histamina, que estão envolvidas na resposta inflamatória e alérgica.
Os neutrófilos são células fagocíticas e são considerados a primeira linha de defesa do
sistema imunológico. Eles são capazes de englobar e destruir microrganismos invasores,
sendo cruciais na resposta imune inicial contra infecções bacterianas e fúngicas. Portanto,
a opção a) é a resposta correta, pois os eritrócitos transportam oxigênio, os basófilos estão
relacionados à liberação de substâncias alérgicas, e os neutrófilos realizam a fagocitose
de micro-organismos.

5. E. No plasma sanguíneo, podemos encontrar água, hormônios, proteínas e bicarbonato,


além de muitos outros componentes. O plasma é a porção líquida do sangue e repre-
senta cerca de 55% do volume sanguíneo total. A água é o componente principal do
plasma, constituindo aproximadamente 90% do seu volume. Ela atua como solvente
para os outros componentes presentes no plasma. Hormônios são substâncias químicas
produzidas por diversas glândulas do corpo e são liberados na corrente sanguínea. Eles
desempenham papéis importantes na regulação e coordenação de diversas funções
fisiológicas. As proteínas são abundantes no plasma sanguíneo e desempenham várias
funções. Algumas proteínas, como a albumina, ajudam a manter a pressão osmótica do
plasma e transportam substâncias como hormônios e íons. Outras proteínas, como as
globulinas, estão envolvidas na defesa imunológica, enquanto as proteínas de coagulação
são essenciais para a coagulação sanguínea. O bicarbonato é um íon presente no plasma
sanguíneo e desempenha um papel importante no equilíbrio ácido-base do organismo,
ajudando a manter o pH dentro de uma faixa adequada. Portanto, todas as alternativas
estão corretas, uma vez que a água, os hormônios, as proteínas e o bicarbonato estão
presentes no plasma sanguíneo.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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UNIDADE 3

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TEMA DE APRENDIZAGEM 7

SISTEMA RESPIRATÓRIO

MINHAS METAS

Compreender a anatomia respiratória.

Identificar as principais funções respiratórias.

Conhecer os processos de respiração.

Reconhecer doenças respiratórias comuns.

Praticar técnicas de respiração saudável.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

INICIE SUA JORNADA


O sistema respiratório é responsável por fornecer oxigênio ao corpo humano
e remover dióxido de carbono, um produto residual do metabolismo celular. É
composto por vários órgãos, incluindo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios
e pulmões.
O processo de respiração começa com a inalação, onde o ar é puxado para
dentro do corpo através do nariz ou da boca. O ar entra, então, na faringe, é
direcionado para a laringe e, posteriormente, para a traqueia. Esta se divide em
dois brônquios principais que levam o ar para os pulmões, que são os principais
órgãos do sistema respiratório e estão localizados no peito, um de cada lado do
coração. Eles são compostos por pequenos sacos de ar chamados alvéolos, que
são cercados por vasos sanguíneos.
Quando o ar chega aos alvéolos, o oxigênio passa através das paredes dos
alvéolos e entra nos capilares sanguíneos, onde é transportado para as células do
corpo. Ao mesmo tempo, o dióxido de carbono é transportado do corpo para os
pulmões, onde é liberado pelo ar expirado. A expiração é o processo pelo qual
o ar é expelido dos pulmões e do corpo através da traqueia, dos brônquios, da
laringe e, finalmente, pela boca ou nariz.
Além de seu papel na respiração, o sistema respiratório também desempenha
outras funções importantes, como aquecer e umidificar o ar, filtrar partículas e
proteger o corpo contra infecções. Algumas doenças podem afetar o sistema
respiratório, como asma, bronquite, enfisema e pneumonia. O tabagismo e a po-
luição do ar também podem afetar a saúde do sistema respiratório, causando
danos aos pulmões e aumentando o risco de doenças respiratórias.
Em resumo, o sistema respiratório é essencial para a sobrevivência do corpo
humano, fornecendo oxigênio e removendo dióxido de carbono. É um sistema
complexo que envolve vários órgãos e processos. Cuidar da saúde respiratória é
fundamental para uma vida saudável e plena.

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UN I A S S ELV I

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Não deixe de conferir detalhes importantes sobre o sistema


respiratório em nosso Podcast. Acesse e desfrute deste apro-
fundamento.

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar, em nossa memória, detalhes sobre o
sistema respiratório. Vamos recordar detalhes sobre ele, as-
sistindo ao vídeo a seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Vamos, agora, começar a entender melhor o sistema respiratório, o que ele é, para
qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

P E N SA NDO J UNTO S

Para iniciarmos o nosso conteúdo, você sabe como o sistema respiratório for-
nece oxigênio ao corpo humano e remove dióxido de carbono? E quais são as
outras funções importantes desse sistema?

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é formado por um conjunto de órgãos responsáveis pela


absorção de oxigênio e a eliminação do gás carbônico ou dióxido de carbono,
resultante de oxidações celulares. Ele pode ser dividido em duas partes, a pri-
meira é formada pelos órgãos que conduzem o ar até os alvéolos pulmonares,
realizando o aquecimento, a filtração e a umidificação do ar inspirado. A segunda

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

parte é representada pelos locais de trocas gasosas, especificamente, os alvéolos


pulmonares.

PORÇÃO DE CONDUÇÃO E PORÇÃO DE RESPIRAÇÃO

A porção de condução está formada por órgãos tubulares cuja função é levar
o ar inspirado até a porção respiratória e conduzir o ar expirado eliminando
o CO2. Além disso, esta região realiza a limpeza (filtração), a umidificação e o
aquecimento do ar. A porção de condução é formada pelos seguintes órgãos: na-
riz, faringe, laringe, traqueia e brônquios. Já a porção de respiração, representada
pelos pulmões, é o local onde ocorrem as trocas gasosas (hematose).

Figura 1 - Sistema respiratório


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do sistema respiratório humano, apresentando desde a cavidade nasal
até o diafragma.

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Os órgãos que compõem o sistema respiratório são revestidos por um tecido epi-
telial pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes e, também,
pode ser conhecido por epitélio respiratório (Figura 2). Entretanto, cabe destacar
que algumas regiões não possuem o mesmo revestimento. Podemos distinguir,
neste epitélio, cinco tipos de células: as colunares ciliadas, as caliciformes, as cé-
lulas em escova, as basais e as células do sistema neuroendócrino difuso (DNES).
A célula colunar ciliada, em sua superfície apical, apresenta cílios apoiados em
numerosas mitocôndrias, que fornecem ATP para o seu batimento.
As caliciformes são células produtoras de muco composto de glicoproteínas.
As células em escova possuem, em seu ápice, numerosas microvilosidades e são
consideradas receptores sensoriais, pois, em sua base, estão presentes terminações
nervosas. As células basais, que estão na base do epitélio, são pequenas, indiferen-
ciadas, pluripotentes e sofrem mitose. As células do DNES possuem numerosos
grânulos de secreção contendo hormônios de ação parácrina e endócrina. Esses
grânulos localizam-se na região basal das células (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2018).

Figura 2 - Epitélio respiratório


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do epitélio respiratório, mostrando seus processos e funcionamento.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

E U INDI CO

Você sabia que o cigarro está relacionado com a destruição


dos cílios das células do sistema respiratório? As substâncias
presentes no cigarro promovem uma metaplasia, ou seja, uma
mudança no epitélio das vias respiratórias. Ocorre o aumen-
to no número e no tamanho das células caliciformes, levan-
do a uma maior produção de muco. Além disso, ocorre morte
das células ciliadas. Estas alterações promovem um acúmulo
de muco nas vias respiratórias de fumantes, favorecendo a
proliferação de bactérias e vírus, o que torna estes indivíduos
mais susceptíveis a problemas respiratórios. Para saber mais
sobre o assunto leia o artigo disponível no link a seguir.

NARIZ

No estudo do nariz, incluem-se: nariz externo, cavidade nasal e seios paranasais.


Estas estruturas permitem a passagem do ar e trabalham em conjunto com o ob-
jetivo de aquecer, umidificar e filtrar o ar inspirado, além de receber as lágrimas, as
secreções da mucosa nasal e paranasal. O nariz também é um órgão importante,
pois apresenta células especializadas que participam do sentido da olfação.
A cavidade nasal inicia nas narinas e vai até as coanas, local em que inicia a
parte nasal da faringe. Essa cavidade está dividida em direita e esquerda por uma
peça formada de cartilagem e osso (vômer e lâmina perpendicular do etmoide),
o septo nasal.
O vestíbulo, a parte respiratória e a parte olfatória são as regiões da cavidade
nasal (Figura 3). O vestíbulo é o local próximo das narinas e apresenta pelos
responsáveis pela filtração do ar inspirado. Na parte respiratória, encontramos
três prateleiras (camadas) formadas por osso, as conchas nasais superior, média e
inferior. Nesta região, o ar é aquecido e umidificado. Na concha nasal superior, en-
contramos um neuroepitélio denominado epitélio olfatório, onde existem células
que participam na percepção do odor. Esta região é denominada área olfatória. O
espaço presente entre as conchas nasais é denominado meato nasal (MARTINI;
TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

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Figura 3 - Cavidade nasal


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação da cavidade nasal, parte do sistema respiratório.

FARINGE

É um tubo localizado posteriormente à cavidade nasal e à cavidade oral, que inicia


nas coanas e continua, inferiormente, com o esôfago. A faringe, conhecida popu-
larmente como garganta, permite a passagem de ar até a laringe e de alimentos
sólidos e líquidos até o esôfago. Está dividida, anatomicamente, em três partes:
■ Parte Nasal da Faringe: esta porção se inicia nas coanas e segue até o
palato mole. Nesta região, encontramos as tonsilas faríngeas e duas aber-
turas, os ostios faríngeos da tuba auditiva, que permitem uma comuni-
cação da tuba auditiva com a faringe a fim de igualar as pressões interna
e externa.
■ Parte Oral da Faringe: segue do palato mole até o nível do osso hioide
e se comunica com a cavidade oral pelas fauces (local de comunicação
entre a boca e a garganta). Nesta região, observamos a tonsila palatina,
na fossa tonsilar, localizada entre os arcos palatoglosso e palatofaríngeo.

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■ Parte Laríngea da Faringe: é a região que se comunica com a laringe


e está situada desde o osso hioide até a porção inicial do esôfago (TOR-
TORA, 2007).

Figura 4 - Regiões da faringe


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação das regiões da laringe, mostrando desde cavidade nasal até a traqueia.

LARINGE

É um cilindro formado por nove anéis cartilaginosos, que conduzem a passagem


do ar inalado até a traqueia. Tem início em nível de C IV (quarta vértebra cervical)
e se estende até C VII (sétima vértebra cervical), sendo uma estrutura pequena
localizada entre a boca e a traqueia (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Suas cartilagens se apresentam em três pares (aritenoidea, corniculada e cunei-
forme) e três ímpares (epligótica, cricoidea e tireoidea).

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A laringe apresenta um par de pregas, denominadas pregas vocais, que são


as estruturas responsáveis pela produção do som. Essas pregas são formadas por
um ligamento elástico, o ligamento vocal, que está revestido pela túnica mucosa.
Superiormente às pregas vocais, encontramos outro par de pregas, as vestibulares,
que não participam durante a produção do som e são constituídas pelas pregas
vestibulares e a túnica mucosa (Figura 4) (TORTORA, 2007).

TRAQUEIA

Localizada anteriormente ao esôfago, desde a laringe até a quinta vértebra torá-


cica, onde se divide para originar os dois brônquios principais direito e esquerdo
(Figura 4). É formada por 16 a 20 anéis de cartilagem hialina em forma de “C” e
é responsável pela condução do ar.
O epitélio ciliado que reveste a luz da traqueia fornece proteção contra partí-
culas de poeira presentes no ar. Os cílios movem o muco e as partículas de poeira
aprisionadas em direção à faringe, de onde podem ser removidas (deglutidas ou
expelidas) do trato respiratório.

BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS

Originam-se a partir da ramificação da traqueia em brônquio principal direito


e esquerdo, que segue em direção ao pulmão direito e esquerdo. Ao penetrar no
pulmão, o brônquio principal direito se ramifica em três brônquios lobares, um
para cada lobo pulmonar, e o brônquio principal esquerdo origina dois brôn-
quios lobares, uma vez que o pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos. Os
brônquios lobares se ramificam conforme penetram nos pulmões, originando
os brônquios segmentares, que originam os bronquíolos terminais (Figura 5).
Estes, ao se ramificarem, dão origem aos bronquíolos respiratórios que, enfim,
chegam até os alvéolos pulmonares (unidades funcionais dos pulmões) através
dos ductos alveolares. Os alvéolos são pequenas bolsas de células epiteliais acha-
tadas que possuem capilares sanguíneos. É o local onde ocorre o encontro entre
o ar atmosférico e o sangue circulante.

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Durante uma crise de asma, o músculo liso bronquiolar entra em
espasmo. Como não há cartilagem de sustentação, os espasmos fe-
cham as vias respiratórias. O movimento do ar pelos bronquíolos
contraídos torna a respiração mais difícil. A parte parassimpática
da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) e os mediadores
de reações alérgicas, como a histamina, também provocam estrei-
tamento dos bronquíolos (broncoconstrição), em virtude da con-
tração do músculo liso bronquiolar (TORTORA; DERRICKSON,
2017, p. 454).

PULMÕES

Os pulmões são órgãos esponjosos, localizados na cavidade torácica, lateralmente


ao coração (Figura 6). Eles se estendem desde a região superior das clavículas até
o diafragma. Cada pulmão se encontra envolvido por uma dupla membrana, a
pleura. O folheto externo, aderido à parede da cavidade torácica, é denominado
pleura parietal, e o outro folheto aderido ao pulmão chama-se pleura visceral.
Entre a pleura parietal e a visceral existe a cavidade pleural, que está preenchida
pelo líquido pleural. Este líquido permite os movimentos dos pulmões durante
a inspiração e a expiração e impede que as duas pleuras entrem em contato (co-
lapso).
Os dois pulmões apresentam um ápice, que é a parte superior em forma de
cone e uma base localizada inferiormente.

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Figura 5 - Ramificação da árvore brônquica


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação da ramificação pertencente à árvore brônquica, apresentando os brônquios


do corpo humano.

Em cada pulmão, identificamos uma face costal que está em contato com as
costelas na sua região anterior e com os corpos vertebrais, posteriormente. Uma
face mediastinal (região medial) está voltada para o mediastino, contendo o hilo
(local onde chegam e saem os vasos sanguíneos e os brônquios) e, por fim, uma
face diafragmática côncava, que forma a base do pulmão.
O pulmão direito é maior e mais pesado que o esquerdo, porém é mais curto,
devido à presença do fígado inferiormente. O pulmão esquerdo, apesar de ser
menor que o direito, é mais longo, porém é mais estreito, uma vez que o ápice do
coração está voltado à esquerda. No pulmão direito identificamos três lobos, se-
parados por duas fissuras, sendo a fissura oblíqua e a fissura horizontal. O pulmão
esquerdo apresenta apenas dois lobos separados pela fissura oblíqua.

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Figura 6 - Pulmões
Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação dos pulmões, adentrando a cavidade torácica, as faces costais e as faces
mediastinais.

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ALVÉOLOS E SEPTO INTERALVEOLAR

Os alvéolos são estruturas que se assemelham a bolsas repletas de ar. Um conjunto


de alvéolos recebe o nome de saco alveolar. As paredes dos alvéolos são revestidas
por uma única camada de células pavimentosas, denominadas pneumócito I, ou
célula alveolar tipo I. Entre os pneumócitos I, encontramos células arredondadas,
os pneumócitos II, ou célula alveolar tipo II, que são responsáveis pela produção
do surfactante, um fluido tenso ativo constituído por fosfolipídeos e lipoproteínas
que diminui a tendência dos alvéolos sofrerem colapso (se fecharem). Na parede,
ou, muitas vezes, localizados no interior dos alvéolos, encontramos macrófagos,
denominados células de poeira, devido à sua função de fagocitar e eliminar pos-
síveis partículas sólidas presentes no ar que chega aos alvéolos (Figura 7). Esti-
ma-se que os pulmões sejam formados por um total de 300 milhões de alvéolos
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).

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Figura 7 - Alvéolos e a Membrana Respiratória


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação dos alvéolos e a membrana respiratória, abrangendo a organização alveolar,
MEV dos alvéolos pulmonares, a vista de uma secção e a membrana respiratória.

Entre a parede de um alvéolo e outro, encontramos o septo interalveolar. Esta


região está constituída por um tecido conjuntivo frouxo, delicado e rico em fi-
bras reticulares e elásticas, que permitem o pulmão expandir durante os movi-
mentos respiratórios. O septo interalveolar possui grande quantidade de vasos
sanguíneos, sendo o tecido conjuntivo mais vascularizado do corpo. Esta grande
quantidade de vasos é extremamente importante para que ocorra a respiração
pulmonar, que é a troca de gases entre o sangue e os alvéolos.
Entre o sangue e a luz dos alvéolos, existe uma membrana que mede cerca
de 0,5 µm de espessura, a membrana respiratória, que é formada por quatro ca-
madas:
■ Pneumócito I: forma a parede do alvéolo.
■ Membrana basal do pneumócito I: uma camada de proteínas localizada
abaixo do pneumócito I.
■ Membrana basal da célula endotelial: camada adjacente à membrana
basal do pneumócito I e de igual constituição.
■ Célula endotelial: célula epitelial pavimentosa, que forma a parede de
revestimento dos capilares sanguíneos.

Esta membrana permite a difusão dos gases. O O2, ao se difundir do interior dos
alvéolos em direção ao sangue, atravessa o pneumócito I, a membrana basal do
pneumócito I, a membrana basal da célula endotelial e, por fim, a célula endo-
telial. Já o CO2 fará o caminho contrário, pois se difunde do sangue em direção
aos alvéolos.

MECÂNICA DA VENTILAÇÃO PULMONAR

Respiração é a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as células do corpo,


ocorrendo em três estágios:

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UN I A S S ELV I

6. Ventilação Pulmonar: é a entrada (inspiração) e a saída do ar (expira-


ção).
7. Respiração Pulmonar: é a troca de gases entre os alvéolos e o sangue
nos capilares pulmonares. O sangue recebe O2 conforme flui através dos
capilares pulmonares e elimina CO2. Uma doença, como o enfisema pul-
monar, no qual a área para troca gasosa está alterada (diminuída) dificulta
a respiração pulmonar. A pressão e O2 (PO2), no interior dos alvéolos
pulmonares, é de 105 mmHg, enquanto, nos capilares pulmonares, é de
40 mmHg. Como a pressão de oxigênio alveolar é maior, o oxigênio flui
através da membrana respiratória em direção aos capilares sanguíneos
até que as duas pressões sejam igualadas.
8. Respiração Tecidual: é a troca gasosa entre o sangue dos capilares sistê-
micos e as células teciduais. O sangue perde O2 e recebe CO2.

A ventilação ocorre devido a uma diferença na pressão do ar. Quando a pressão


interna (dentro dos pulmões) é menor que a pressão externa (do ar atmosféri-
co), nós inspiramos, e, quando a pressão interna é maior que a externa, ocorre a
expiração. Esta diferença nas pressões do ar dentro e fora dos pulmões é criada
pela contração dos músculos da respiração.
A contração do músculo diafragma e intercostais externos promovem uma
expansão da cavidade torácica, tornando a pressão interna menor que a externa e
promovendo a entrada do ar nos pulmões, a inspiração. Uma inspiração forçada
depende da contração de músculos respiratórios acessórios: esternocleidomas-
toideo, escalenos e peitoral menor. Durante a expiração, ocorre o relaxamento
do diafragma e dos músculos intercostais externos. Durante a expiração forçada
ocorre a contração dos músculos intercostais internos, oblíquos internos e ex-
ternos do abdome, transverso do abdome e reto do abdome.
A pressão na cavidade pleural, em condições normais, é em torno de 4 mmHg
menor que a pressão atmosférica. Isto é vital, pois impede o colabamento (fecha-
mento) dos alvéolos pulmonares durante a expiração. Se, em decorrência de um
acidente ou uma incisão cirúrgica, ocorre a entrada de ar na cavidade pleural, re-
sulta em uma condição denominada pneumotórax. Neste caso, a pressão interna
se eleva e se iguala à pressão fora dos pulmões, o que desencadeia o colabamento
dos alvéolos pulmonares. Esta perda de volume pulmonar é denominada atelec-
tasia (colabamento).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

Durante uma inspiração e uma expiração, cerca de 500 ml de ar são movi-


mentados. Este volume de ar que entra e sai dos pulmões é denominado volume
de ar corrente. Um adulto saudável respira, em média, doze vezes por minuto.
Cerca de 30% (150 ml) do volume de ar corrente não chega até os pulmões. Este
volume permanece nas vias aéreas superiores (espaço morto anatômico).
O espirômetro é um aparelho que mede a frequência respiratória e a capaci-
dade (quantidade) de ar inspirado e expirado durante a respiração. Por meio do
espirômetro, podemos definir os volumes de ar inspirado:
■ Volume de Reserva Inspiratório: é o volume de ar inalado durante uma
inspiração forçada. Pode chegar a até 3100 ml de ar.
■ Volume de Reserva Expiratório: é o volume de ar expirado durante
uma expiração forçada. São eliminados até 1200 ml de ar, além dos 500
ml já eliminados durante a expiração normal.
■ Volume Residual: é o volume de ar que não é eliminado dos pulmões,
mesmo após uma expiração forçada. Corresponde a cerca de 1200 ml
(TORTORA, 2007). A combinação de volumes de ar específicos é deno-
minada capacidades pulmonares:
■ Capacidade Inspiratória: volume de ar corrente (500 ml) + volume de
reserva inspiratório (3100 ml) = 3600 ml.
■ Capacidade Residual Funcional: volume residual (1200 ml) + volume
de reserva expiratório (1200 ml) = 2400 ml.
■ Capacidade Vital: volume de reserva inspiratório (3100 ml) + volume
corrente (500 ml) + volume de reserva expiratório (1200 ml) = 4800 ml.
■ Capacidade Pulmonar Total: é a soma de todos os volumes = 6000 ml.

TRANSPORTE DE GASES

O oxigênio é transportado no sangue ligado à hemoglobina das hemácias. A


hemoglobina é uma proteína tetramérica que apresenta quatro grupos HEME,
cada um contém um átomo de ferro, que se liga a uma molécula de oxigênio.

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UN I A S S ELV I

Alguns fatores, como o aumento da temperatura corporal, a diminuição do pH


sanguíneo (produção de ácido lático) e o aumento da PCO2 estimulam a liberação
do O2 pela hemoglobina.
O gás carbônico é transportado através do sangue, por meio de três maneiras
distintas:
1. Dissolvido no plasma (9%).
2. Ligado a aminoácidos (13%): o monóxido de carbono ligado a aminoáci-
dos é transportado associado à hemoglobina, formando a Carbaminohe-
moglobina. Quando a PCO2 é alta, a carbaminohemoglobina é formada.
3. Na forma de bicarbonato (78%): o CO2 associa-se à água, no interior
das hemácias, e origina o ácido carbônico (H2CO3) por meio da ação da
enzima anidrase carbônica presente no citosol das hemácias. O ácido
carbônico se decompõe em H+ e HCO3-. O bicarbonato é enviado para o
plasma sanguíneo, maneira pela qual é transportado. No interior dos capi-
lares pulmonares, onde a PCO2 é mais baixa, os íons bicarbonato (HCO3-)
entram novamente nas hemácias e se ligam ao H+ para formar H2 CO3,
que se dissocia em H2 O e CO2. O CO2 sai das hemácias e se difunde até o
interior dos alvéolos pulmonares, de onde é expirado (TORTORA, 2007).

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA


RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório não realiza suas funções durante o período embrionário


e fetal, mas precisa se desenvolver para que, após o nascimento, possa desempe-
nhar sua função. O seu desenvolvimento inicia-se na quarta semana, a partir de
uma projeção na região ventral do intestino primitivo, denominada divertículo
respiratório (Figura 8). O endoderma do divertículo originará o revestimento
epitelial e as glândulas da traqueia, dos brônquios e dos alvéolos. Os tecidos con-

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

juntivo, cartilaginoso e muscular liso formam estas estruturas, as quais possuem


sua origem proveniente do mesoderma esplânico que circunda o divertículo.
Conforme segue o desenvolvimento, o divertículo respiratório se alonga,
dando origem ao divertículo laringotraqueal, o qual formará a traqueia. A ex-
tremidade do divertículo laringotraqueal se dilata e origina dois brotos bronco-
pulmonares, os quais sofrem sucessivas ramificações, originando os brônquios
e bronquíolos.
Os alvéolos, os bronquíolos respiratórios e os ductos alveolares se desen-
volvem a partir da 16a semana, sendo que a produção de surfactante tem início
por volta da 20a semana. Alvéolos maduros só se desenvolvem a partir da 30ª
semana, sendo que apenas 1/6 do total de alvéolos termina seu desenvolvimento
até o nascimento. Grande parte dos alvéolos termina de se desenvolver após o
nascimento (MOORE; PERSAUD, TORCHIA, 2016).


Durante o desenvolvimento, os movimentos respiratórios do feto
provocam a aspiração de líquido pelos pulmões, o qual é uma mis-
tura de líquido amniótico, muco proveniente das glândulas brôn-
quicas e surfactante. Ao nascimento, os pulmões estão parcialmente
cheios de líquido, mas assim que a respiração começa grande parte
dele é rapidamente reabsorvida pelo sangue e pelos capilares linfá-
ticos, e uma pequena quantidade é expelida pelo nariz e pela boca
durante o parto (TORTORA, 2007, p. 803).

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UN I A S S ELV I

Figura 8 - Desenvolvimento do Sistema Respiratório


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do desenvolvimento do sistema respiratório.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

ZO O M NO CO NHEC I M ENTO

É importante salientar que bebês que nascem antes da 28ª


semana de desenvolvimento podem apresentar a Síndrome
do Desconforto Respiratório (SDR). Nesta síndrome, ocorre um
colabamento (fechamento) dos alvéolos na expiração, devi-
do à falta de surfactante, que começa a ser produzido na 20ª
semana, mas atinge seu pico por volta da 35ª semana. Para
saber mais sobre o assunto, leia o artigo disponível neste link.

RESUMO

■ O sistema respiratório é formado pelo nariz, pela faringe, pela laringe, pela
traqueia, pelos brônquios, pelos bronquíolos e pelos pulmões.
■ Os órgãos do sistema respiratório são, em sua maioria, revestidos por um
epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes,
denominado epitélio respiratório.
■ O nariz está constituído pelo nariz externo, cavidade nasal e seios para-
nasais.
■ A faringe é dividida em três regiões: parte nasal da faringe, parte oral da
faringe e parte laríngea da faringe.
■ Um conjunto de nove cartilagens formam a laringe, que, além de conduzir
o ar até a traqueia, tem uma importante função na produção do som.
■ Localizada anteriormente ao esôfago, encontramos a traqueia, que se ra-
mifica em dois brônquios.
■ Os pulmões, localizados um de cada lado do coração, são órgãos espon-
josos repletos de cavidades que contêm ar e realizam as trocas gasosas,
denominadas alvéolos.
■ Entre o sangue e a luz dos alvéolos existe a membrana respiratória, que
permite a passagem dos gases durante a troca gasosa.
■ A respiração é a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as células do
corpo e ocorre em três estágios: ventilação pulmonar, respiração pulmo-
nar e respiração tecidual.

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UN I A S S ELV I

■ A frequência respiratória, bem como a quantidade de ar inspirado e expi-


rado podem ser medidos pelo aparelho denominado espirômetro.
■ O oxigênio é transportado no plasma ligado à hemoglobina.
■ O gás carbônico é transportado de três maneiras: dissolvido no plasma,
ligado a aminoácidos e na forma de bicarbonato.
■ O sistema respiratório tem origem a partir da quarta semana de desenvol-
vimento, a partir de uma projeção na região ventral do intestino primitivo,
denominada divertículo respiratório.

E U I NDI CO

Você já ouviu falar sobre a eritroblastose fetal? Vamos apro-


fundar uma pouco mais nosso conhecimento com a leitura a
seguir.

E M FO CO

Ficou curioso para saber mais sobre o tema? Assista a video-


aula que preparamos para você!

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 7

NOVOS DESAFIOS
O mercado de trabalho para quem quer trabalhar com o Sistema Respiratório
é bastante amplo e diversificado, oferecendo uma série de oportunidades para
profissionais qualificados e com interesse nesta área da saúde. Uma das áreas de
atuação é a pneumologia, especialistas em doenças respiratórias podem atuar
em hospitais, clínicas, consultórios particulares e instituições de pesquisa. Estes
profissionais são responsáveis por diagnosticar e tratar condições, como asma,
bronquite, pneumonia, tuberculose e outras doenças que afetam o sistema res-
piratório.
Outra opção é a carreira de enfermeiro respiratório, que envolve a assistência
direta a pacientes com problemas respiratórios, em hospitais, unidades de terapia
intensiva, clínicas e outros ambientes de cuidados de saúde. Estes profissionais são
responsáveis por monitorar a função pulmonar, administrar medicações, auxiliar
na ventilação mecânica e realizar outras intervenções necessárias para garantir a
respiração adequada dos pacientes.
Além disso, existem outras áreas de atuação, como a fisioterapia respiratória,
a pesquisa em doenças respiratórias, a fabricação de equipamentos médicos para
o tratamento de problemas respiratórios, entre outras.
Em resumo, as oportunidades do mercado de trabalho para quem quer traba-
lhar com o sistema respiratório são vastas e abrangentes, exigindo uma formação
sólida e contínua atualização profissional para se destacar nesta área.

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VAMOS PRATICAR

1. A faringe é um órgão tubular localizado na região posterior da boca e conecta a cavi-


dade nasal e a cavidade oral com a laringe e o esôfago. Ela desempenha um papel im-
portante tanto no sistema respiratório quanto no sistema digestivo. A faringe é dividida
em três regiões de acordo com sua localização anatômica e função.

Cite as três regiões da faringe e descreva a sua estrutura e suas principais características.

2. Alvéolos não pertencem à porção condutora do sistema respiratório.

Diante da afirmativa, explique o porquê.

3. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que crianças, filhas de mães fuman-
tes, têm, ao nascer, peso médio inferior ao de crianças filhas de mães não fumantes.

Sobre este fato, um estudante fez as seguintes afirmações:

I - O cigarro provoca maior concentração de monóxido de carbono (CO) no sangue e


provoca constrição dos vasos sanguíneos da fumante.
II - O CO associa-se à hemoglobina, formando a carboxihemoglobina, um composto qui-
micamente estável, que favorece a ligação da hemoglobina ao oxigênio.
III - O oxigênio, ligado à hemoglobina, fica indisponível para as células e, desse modo, o
sangue materno chega à placenta com taxas reduzidas de oxigênio.

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VAMOS PRATICAR

IV - A constrição dos vasos sanguíneos maternos diminui o aporte de sangue à placenta,


desse modo, reduz-se a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam ao feto.
V - Com menos oxigênio e menos nutrientes, o desenvolvimento do feto é mais lento, e
a criança chegará ao final da gestação com peso abaixo do normal.

Sabendo que a afirmação I está correta, então, podemos afirmar que:

a) A afirmação II também está correta, mas esta não tem por consequência o contido
na afirmação III.
b) As afirmações II e III também estão corretas, e ambas têm por consequência o contido
na afirmação V.
c) A afirmação III também está correta, mas esta não tem por consequência o contido
na afirmação V.
d) A afirmação IV também está correta e tem por consequência o contido na afirmação V.
e) As afirmações II, III e IV estão corretas e têm por consequência o contido na afirmação
V.

4. A respiração é a troca de gases do organismo com o ambiente. Nela, o ar entra e sai


dos pulmões graças à contração do diafragma.

Neste contexto, considere as seguintes etapas do processo respiratório no homem:

I - Durante a inspiração, o diafragma se contrai e desce, aumentando o volume da caixa


torácica.
II - Quando a pressão interna na caixa torácica diminui e se torna menor que a pressão
do ar atmosférico, o ar penetra nos pulmões.
III - Durante a expiração, o volume torácico aumenta, e a pressão interna se torna menor
que a pressão do ar atmosférico.
IV - Quando o diafragma relaxa, ele reduz o volume torácico e empurra o ar usado para
fora dos pulmões.

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VAMOS PRATICAR

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e III.
d) II e V.
e) I, II e IV.

5. Analise o enunciado a seguir:

Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, o nome das estruturas respon-


sáveis por:

1- Fechar a laringe para que não entrem alimentos no sistema respiratório.

2- Contrair e relaxar para movimentar os pulmões.

3- Armazenar O2 ou CO2.

4- Conter as cordas vocais.

Portanto:

a) 1- Epiglote; 2- músculo diafragma; 3- alvéolos; 4- laringe.


b) 1- Proeminência laríngea; 2- músculo cardíaco; 3- bronquíolos; 4- laringe.
c) 1- Laringofaringe; 2- músculo diafragma; 3- alvéolos; 4- faringe.
d) 1- Epiglote; 2- músculos peitorais; 3- brônquios; 4- faringe.
e) 1- Nasofaringe; 2- músculo diafragma; 3- bronquíolos; 4- faringe.

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REFERÊNCIAS

FOSS-FREITAS, M. C.; MARQUES JÚNIOR, W.; FOSS, M. C. Neuropatia autonômica: uma com-
plicação de alto risco no diabetes melito tipo 1. Arq. Bras. Endocrinol. Metab., v. 52, n. 2, p.
398-406, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ abem/v52n2/28.pdf. Acesso em:
27 jun. 2023.
HALL, J. E. Tratado de fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2018.
MARANHÃO-FILHO, P. M. Phineas Gage e o acidente que deu um novo rumo à neurologia.
Rev. Bras. Neurol., v. 50, n. 2, p. 33-35, 2014.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed,
2009.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Else-
vier, 2016.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
SILVA, S. G. da. A gênese cerebral da imagem corporal: algumas considerações sobre o fe-
nômeno dos membros fantasmas em Ramachadran. Revista de Saúde Coletiva, v. 23, n.
1, p. 167-195, 2013.
TAMASHIRO, E. et al. Efeitos do cigarro sobre o epitélio respiratório e sua participação na
rinossinusite crônica. Braz J. Otothinolaryngol, v. 75, 2009.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.

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GABARITO

1. Parte nasal da faringe (nasofaringe): é a região mais superior da faringe, localizada atrás
do nariz. Ela se comunica com as cavidades nasais e é responsável por conduzir o ar
inspirado em direção à laringe.

Parte oral da faringe (orofaringe): é a região intermediária da faringe, localizada poste-


riormente à boca. Ela se comunica com a cavidade oral e é responsável por permitir a
passagem do ar e dos alimentos.
Parte laringofaríngea (laringofaringe): é a região inferior da faringe, localizada posterior-
mente à laringe. Ela se comunica com a laringe e o esôfago e desempenha um papel
na passagem de ar em direção aos pulmões e na condução de alimentos em direção ao
esôfago.
Portanto, a faringe é dividida em parte nasal da faringe, parte oral da faringe e parte
laringofaríngea.

2. As estruturas da porção condutora do sistema respiratório são responsáveis por conduzir


o ar para dentro e para fora dos pulmões, sem realizar trocas gasosas significativas. Essas
estruturas incluem traqueia, brônquios, bronquíolos e laringe.

No entanto os alvéolos não fazem parte da porção condutora, mas sim da porção respi-
ratória do sistema respiratório. Os alvéolos são pequenas estruturas em forma de saco
localizadas nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa entre o ar inspirado e o sangue. Nos
alvéolos é que ocorre a difusão de oxigênio para o sangue e a eliminação de dióxido de
carbono dos pulmões.

3. A resposta correta é a opção e) As afirmações II, III e IV estão corretas e têm por conse-
quência o contido na afirmação V.

Justificativa: Afirmação I: o cigarro provoca maior concentração de monóxido de carbono


(CO) no sangue e provoca constrição dos vasos sanguíneos da fumante. Isso está cor-
reto, pois o monóxido de carbono presente na fumaça do cigarro se liga à hemoglobina,
reduzindo sua capacidade de transportar oxigênio, e a constrição dos vasos sanguíneos
diminui o fluxo sanguíneo.
Afirmação II: o CO se associa à hemoglobina, formando a carboxihemoglobina, um com-
posto quimicamente estável que favorece a ligação da hemoglobina ao oxigênio. Isso
está correto, pois o monóxido de carbono tem uma afinidade maior com a hemoglobina
do que o oxigênio, formando a carboxihemoglobina e diminuindo a capacidade de trans-
porte de oxigênio.

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GABARITO

Afirmação III: o oxigênio, ligado à hemoglobina, fica indisponível para as células, desse
modo, o sangue materno chega à placenta com taxas reduzidas de oxigênio. Isso está
correto, pois a presença de carboxihemoglobina reduz a disponibilidade de oxigênio
para as células e, consequentemente, o sangue materno chega à placenta com níveis
reduzidos de oxigênio.
Afirmação IV: a constrição dos vasos sanguíneos maternos diminui o aporte de sangue
à placenta, desse modo, reduz-se a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam ao
feto. Isso está correto, pois a constrição dos vasos sanguíneos reduz o fluxo sanguíneo
para a placenta, limitando o fornecimento de oxigênio e nutrientes ao feto.
Afirmação V: com menos oxigênio e menos nutrientes, o desenvolvimento do feto é mais
lento, e a criança chegará ao final da gestação com peso abaixo do normal. Esta afirmação
está correta, pois a restrição do fornecimento de oxigênio e nutrientes ao feto, devido ao
tabagismo materno pode afetar, negativamente, seu desenvolvimento, resultando em
um peso inferior ao normal ao final da gestação.
Portanto, as afirmações II, III e IV estão corretas e têm por consequência o contido na
afirmação V, tornando a opção E a resposta correta.

4. A resposta correta é a opção d) I, II e IV estão corretas.

Justificativa: Sentença I: durante a inspiração, o diafragma se contrai e desce, aumentando


o volume da caixa torácica. Isso está correto, pois o diafragma é um músculo importante
na respiração, e sua contração resulta na expansão dos pulmões.
Sentença II: quando a pressão interna na caixa torácica diminui e se torna menor que
a pressão do ar atmosférico, o ar penetra nos pulmões. Isso está correto, pois, durante
a inspiração, a expansão dos pulmões causa uma diminuição da pressão interna, o que
permite que o ar entre nos pulmões, devido à diferença de pressão.
Sentença III: a sentença III está incorreta. Durante a expiração, o volume torácico diminui,
e a pressão interna se torna maior que a pressão do ar atmosférico. Isso ocorre, devido
ao relaxamento do diafragma e de outros músculos respiratórios, o que faz com que o
ar seja expelido dos pulmões.
Sentença IV: quando o diafragma relaxa, ele reduz o volume torácico e empurra o ar usado
para fora dos pulmões. Esta afirmação está correta, pois, durante a expiração, a redução
do volume torácico causada pelo relaxamento do diafragma e dos músculos respiratórios
leva ao aumento da pressão interna, expulsando o ar dos pulmões.
Portanto, as assertivas I, II e IV estão corretas.

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GABARITO

5. A resposta correta é a opção a) 1- epiglote; 2- músculo diafragma; 3- alvéolos; 4- laringe.

Justificativa:
1- Epiglote: a epiglote é uma estrutura localizada na base da língua, que se fecha du-
rante a deglutição para evitar que alimentos e líquidos entrem no sistema respiratório,
direcionando-os para o esôfago.
2- Músculo diafragma: o músculo diafragma é o principal músculo envolvido na respiração.
Ele se contrai e relaxa para movimentar os pulmões durante a inspiração (contração) e
a expiração (relaxamento).
3- Alvéolos: os alvéolos são pequenas estruturas presentes nos pulmões, onde ocorre
a troca gasosa entre o ar inspirado e o sangue. Eles são responsáveis por armazenar o
oxigênio (O2) inspirado nos pulmões e, também, por liberar o dióxido de carbono (CO2)
produzido pelo metabolismo celular para ser expirado.
4- Laringe: a laringe é uma estrutura do sistema respiratório que contém as cordas vo-
cais. Ela desempenha um papel importante na produção de sons e na articulação da fala.
Portanto, a opção a) é a resposta correta, pois contém os nomes das estruturas corretas
que realizam as funções descritas.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 8

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

MINHAS METAS

Conhecer a constituição do tecido nervoso.

Identificar e localizar as regiões que constituem o sistema nervoso central.

Associar as funções de cada região do sistema nervoso central.

Compreender algumas patologias que acometem o sistema nervoso.

Desenvolver o conhecimento acerca dos sistemas humanos.

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UN I A S S ELV I

INICIE SUA JORNADA


O sistema nervoso central (SNC) é um dos sistemas mais complexos do corpo
humano, responsável por controlar e coordenar as funções do organismo. É com-
posto pelo cérebro e pela medula espinhal, que estão protegidos por estruturas
ósseas, como o crânio e a coluna vertebral. O SNC é responsável por receber
informações sensoriais, processá-las e enviar respostas motoras, além de regular
funções autônomas, como a respiração e a frequência cardíaca. O cérebro, em
particular, é responsável por diversas funções cognitivas, como memória, apren-
dizagem, emoções e linguagem. O estudo do sistema nervoso central é essencial
para o entendimento de como o corpo humano funciona e como diversas pato-
logias podem afetar o seu funcionamento.

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar que temos detalhes importantes sobre o sistema


nervoso central em nosso podcast. Acesse e disfrute desse
aprofundamento.

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar em nossa memória detalhes sobre o sis-
tema nervoso central. Vamos recordar detalhes sobre ele?
Assista ao vídeo a seguir.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Então, agora, começaremos a entender melhor sobre o sistema nervoso central, o
que ele é, a qual função se relaciona, sua importância e demais aspectos.

P E N SA NDO J UNTO S

Como o sistema nervoso central é responsável por controlar e coordenar todas


as funções do organismo, de que maneira as patologias que afetam o cérebro e
a medula espinhal podem interferir na qualidade de vida dos pacientes?

INTRODUÇÃO

O sistema nervoso é constituído por bilhões de neurônios e possui inúmeras


atribuições, dentre elas: capacitar o organismo a perceber as variações entre o
meio (interno e externo); difundir as modificações que essas variações produzem
e executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do
corpo (homeostase). Está envolvido na coordenação e regulação das funções
corporais.
O sistema nervoso está organizado em Sistema Nervoso Central e Sistema
Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central (SNC) é aquele que se localiza
dentro da cavidade craniana (que contém o encéfalo) e do canal vertebral (que
contém a medula espinal). Essa estrutura recebe, analisa, integra informações
e, além disso, é responsável pela tomada de decisões e o envio de comandos
(ordens). Já o Sistema Nervoso Periférico (SNP) envolve todo o tecido nervoso
localizado fora do SNC. Está constituído por nervos, gânglios e raízes nervosas.
Os nervos são estruturas constituídas por axônios de neurônios e envoltórios
de tecido conjuntivo, podendo ser cranianos ou espinhais. Os nervos cranianos
são compostos de 12 pares conectados no tronco encefálico, enquanto 31 pares
de nervos espinhais estão conectados na medula espinal e são responsáveis por
fazer a conexão da periferia do corpo com o SNC. Os gânglios, por sua vez, são
aglomerados de neurônios envoltos por uma cápsula de tecido conjuntivo, locali-
zados fora do SNC. As terminações nervosas monitoram alterações no ambiente
externo ou interno (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

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UN I A S S ELV I

Figura 1 - Organização do sistema nervoso central


Fonte: Barauna (2019, p. 74).

Descrição da Imagem: representação de como ocorre a organização do sistema nervoso central humano.

HISTOLOGIA DO TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso (Figura 2) é formado por até um trilhão de neurônios e um


grupo de células especializadas denominadas neuroglia (células da glia). Tanto
os neurônios quanto a neuroglia possuem origem embrionária a partir do ecto-
derma (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).

Figura 2 - Tecido nervoso


Fonte: Barauna (2019, p. 74).

Descrição da Imagem: representação do tecido nervoso, unindo Corpos de Nissl, neurônio e neuroglia.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

NEURÔNIOS

Assim como as células musculares, os neurônios (células nervosas) possuem ex-


citabilidade elétrica, ou seja, a capacidade de responder a estímulos e convertê-los
em um potencial de ação. Um estímulo é qualquer mudança no ambiente, forte
o suficiente para iniciar um potencial de ação. Um potencial de ação ou impulso
nervoso é um sinal elétrico que se propaga (viaja) ao longo da superfície da mem-
brana de um neurônio ou de uma fibra muscular (TORTORA; DERRICKSON,
2017, p. 238).
Os neurônios (Figura 3) são as unidades básicas do processamento das infor-
mações, sendo responsáveis pela condução do estímulo nervoso. Estão constituí-
dos, na maioria das vezes, de um corpo celular (pericário), dendritos e um axônio.
O corpo celular é a região que contém grande parte das organelas celulares. Ainda,
encontramos o núcleo celular, que se apresenta grande e pouco corado. Uma
característica do corpo celular é a presença de granulações basófilas, denomi-
nadas corpos de Nissl. Essas estruturas são porções do retículo endoplasmático
rugoso associado a polirribossomos, importante local de síntese de proteínas
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Do corpo celular parte um único e longo prolongamento, o axônio, estrutura
especializada na transmissão dos estímulos nervosos para outro neurônio, célula
muscular ou glândula. O axônio se une ao corpo celular em uma região que tem
a forma de um cone e é denominado cone de implantação. A terminação axonal
(telodendro) é porção terminal de um axônio e pode apresentar ramificações.
Vários prolongamentos menores e ramificados também se originam do corpo
celular, os dendritos, responsáveis por receber os estímulos.

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UN I A S S ELV I

Figura 3 - Estrutura de um neurônio


Fonte: Barauna (2019, p. 75).

Descrição da Imagem: representação de como ocorre a estruturação de um neurônio.

Os neurônios podem ser classificados de acordo com suas funções na condução


dos impulsos e de acordo com a sua morfologia. De acordo com Tortora (2007),
funcionalmente, os neurônios podem ser:
4. Neurônios sensitivos (aferentes): recebem estímulos sensoriais e con-
duzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central.
5. Neurônios motores (eferentes): transmitem os impulsos ao órgão efe-
tuador – músculo ou glândula (respostas ao estímulo).
6. Neurônios de associação ou interneurônios: estabelecem conexões
entre os neurônios sensitivos e os neurônios motores.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

Estruturalmente, conforme observamos na Figura 4, os neurônios são classifi-


cados em:
a) Neurônios multipolares: são formados por um corpo celular, um axô-
nio e vários dendritos. São encontrados na medula espinal e no encéfalo.
b) Neurônios bipolares: possuem apenas dois prolongamentos, partindo
do corpo celular, um axônio e um dendrito. Estão presentes na retina, na
orelha e na área olfatória.
c) Neurônios pseudounipolares: apresentam um corpo celular do qual
parte um único prolongamento que se ramifica em dois, sendo um axô-
nio e um dendrito. Seu dendrito funciona como um receptor sensorial,
recebendo estímulos como tato, dor, pressão e temperatura.

Figura 4 - Classificação estrutural dos neurônios


Fonte: Barauna (2019, p. 76).

Descrição da Imagem: representação da classificação estrutural dos neurônios, partindo do bipolar ao pseu-
dounipolar até o multipolar.

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NEURÓGLIA

A neuróglia (Figura 5) constitui o conjunto de células do tecido nervoso, exceto os


neurônios, representando aproximadamente metade do volume celular do SNC.
Os primeiros histologistas acreditavam que a neuróglia funcionava como uma
cola que mantinha o tecido nervoso coeso, daí o seu nome glia = cola (grego).
Atualmente, sabe-se que a neuróglia é um conjunto de células que desempenha
funções importantíssimas para o tecido nervoso, sendo menores, porém muito
mais numerosas do que os neurônios. A neuróglia não conduz estímulos nervo-
sos e possui capacidade de se dividir após o nascimento. Em situações de dano ao
tecido nervoso, o local antes ocupado por neurônios passa a ser substituído por
células da glia, que se proliferam na região em que houve a lesão, uma maneira
de “cicatrizar” o tecido. Além disso, dá suporte físico, nutricional aos neurônios e
realiza a sua proteção (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 5 - Neuróglia
Fonte: Barauna (2019, p. 77).

Descrição da Imagem: a neuróglia constitui o conjunto de células do tecido nervoso, exceto os neurônios, repre-
sentando aproximadamente metade do volume celular do SNC.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

O grupo de neuróglia está constituído pelas seguintes células, de acordo com


Junqueira e Carneiro (2018):
■ Astrócitos: são as maiores células da neuróglia. Possuem um corpo celu-
lar que contém as organelas e do qual partem pequenos prolongamentos
ramificados. Estão distribuídos pelo SNC e realizam o suporte físico e
nutricional aos neurônios. Quando em contato com capilares sanguíneos,
formam a barreira hematoencefálica (BHE), estrutura responsável por
impedir a passagem de algumas substâncias para o tecido nervoso.
■ Oligodendrócitos: são células menores que os astrócitos e possuem pou-
cos prolongamentos ligados ao seu corpo celular. São encontrados apenas
no SNC. Lá, participam da formação da bainha de mielina dos neurônios
(estudaremos adiante).
■ Micróglia: são as menores células da glia, possuem um corpo celular do
qual partem vários prolongamentos que se ramificam. Essas células são
os macrófagos do tecido nervoso, responsáveis por realizar a fagocitose,
promovendo a limpeza e defesa do tecido, protegendo contra bactérias,
vírus e o desenvolvimento de tumores.
■ Células Ependimárias (ependimócitos): são células cilíndricas alonga-
das com cílios na sua porção apical. Realizam o revestimento dos ventrí-
culos cerebrais e do canal central da medula espinal. Seus cílios auxiliam
a movimentação do líquido cérebro-espinhal. Participam na formação
dos plexos corioides, estruturas responsáveis pela formação do líquido
cérebro-espinhal.
■ Células de Schwann: localizadas apenas no SNP, são células achatadas,
responsáveis por formar a bainha de mielina nos axônios do SNP.

Os oligodendrócitos e as células de Schwann são responsáveis por formar uma


estrutura lipídica que envolve os axônios da maioria dos neurônios no SNC e SNP,
respectivamente. Essa estrutura recebe o nome de bainha de mielina e é impor-
tante para aumentar a velocidade de condução do estímulo nervoso através dos
axônios, funcionando como um isolante elétrico. Lacunas presentes na bainha
de mielina recebem o nome de nódulos de Ranvier.

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UN I A S S ELV I

E U I NDI CO

Sabia que a bainha de mielina pode ser destruída? Na esclerose


múltipla ocorre a desmielinização dos axônios dos neurônios,
devido a uma resposta autoimune. Os pacientes apresentam
perda da sensibilidade dos membros, disfunções de coorde-
nação e equilíbrio, alteração no controle dos esfíncteres e dis-
funções cognitivo-comportamentais, eventos nominados de
surtos agudos. A doença acomete mais mulheres na faixa dos
20 aos 40 anos de idade.

O tecido do SNC está organizado de maneira a formar duas regiões distintas: a


substância branca e a substância cinzenta. Quando observado a olho nu, o cérebro
apresenta uma região periférica mais escura, a “substância cinzenta”, enquanto
sua região central se apresenta esbranquiçada, por isso denominada “substância
branca”. Na medula espinhal, a substância branca é periférica e a substância cin-
zenta se encontra no centro, formando uma estrutura que lembra a letra “H”, por
isso chamada de H medular. A substância branca (Figura 6) é constituída por
axônios mielínicos e células da neuroglia, que possuem muitos prolongamentos
e preenchem os espaços entre as células nervosas. A substância cinzenta é cons-
tituída por corpos neuronais, células da neuróglia e alguns axônios amielínicos.

Figura 6 - Substância branca


Fonte: Barauna (2019, p. 79).

Descrição da Imagem: representação da região central, mostrando a substância branca cerebral.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

POTENCIAL DE AÇÃO

Os potenciais de ação são o meio de comunicação e transmissão da informação


entre os neurônios. A membrana plasmática dos neurônios é polarizada, ou seja,
ela apresenta uma diferença de carga do meio externo e interno. Em repouso, o
lado interno da membrana apresenta um potencial de -70 mV, esse potencial é de-
nominado potencial de membrana de repouso e surge porque a concentração de
íons sódio, que tem carga positiva, é maior no meio extracelular. A concentração
de potássio (carga positiva), íons fosfato (carga negativa) e aminoácidos (carga
negativa) é maior no meio intracelular (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH,
2009).
Na membrana plasmática, existem canais que funcionam como poros para a
passagem de íons, por isso são denominados canais iônicos. Esses canais podem
estar abertos ou fechados, sendo que, quando abertos, permitem o fluxo de íons
do local de maior concentração para o de menor. Existem canais específicos para
o transporte de sódio e de potássio. Como a concentração de potássio é maior no
meio interno da célula, esse íon tende a sair, enquanto o sódio, mais concentrado
fora da célula, tende a entrar. A quantidade de sódio que entra é menor que a
quantidade de potássio que sai da célula, pois a membrana plasmática apresenta
uma maior densidade (quantidade) de canais de potássio. Para manter o potencial
de membrana de repouso de -70 mV, os íons sódio e potássio são bombeados con-
tra o seu gradiente de concentração para fora e para dentro, respectivamente, da
célula através da bomba de Na+ /K+ ATPase (TORTORA; DERRICKSON, 2017).


Um potencial de ação ou impulso nervoso é uma sequência de
eventos ocorrendo rapidamente, que diminui e inverte o potencial
de membrana e, em seguida, finalmente o restaura ao estado de
repouso. Se um estímulo provoca a despolarização da membrana a
um nível crítico, chamado limiar (em geral, em torno de -55 mV),
em seguida surge um potencial de ação. Um potencial de ação tem
duas fases principais: uma fase despolarizante (despolarização) e
uma fase repolarizante (repolarização) (TORTORA; DERRICK-
SON, 2017, p. 245).

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UN I A S S ELV I

O potencial de ação é gerado pela alteração do potencial de repouso (Figura 7).


Quando um estímulo tem força suficiente para despolarizar a membrana até -55
mV, ocorrerá o potencial de ação. Quando o limiar é atingido ou ultrapassa -55
mV, abrem-se canais de sódio dependentes de voltagem que permitem o influxo
de grande quantidade de íons sódio, caracterizando a fase de despolarização do
potencial de ação. Esse influxo de sódio leva o potencial de membrana para +30
mV. Nesse momento, canais de potássio dependentes de voltagem se abrem e o
potássio flui para o meio extracelular e ocorre o fechamento dos canais de sódio,
levando a fase de repolarização do potencial de ação. O efluxo de potássio causa
uma diminuição do potencial de membrana, causando uma hiperpolarização, ou
seja, se torna mais negativo do que o potencial de membrana de repouso. O valor
de -70 mV do potencial de repouso é restabelecido quando ocorre o fechamento
dos canais de potássio.

Figura 7 - Geração de um potencial de ação


Fonte: Barauna (2019, p. 81).

Descrição da Imagem: representação de como ocorre a geração de um potencial de ação.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

A geração dos potenciais de ação obedece ao princípio do tudo ou nada. Se


um estímulo tiver força suficiente para gerar um potencial de ação, ele ocorrerá
devido à abertura dos canais de sódio e potássio controlados por voltagem. Se o
estímulo for mais forte, o potencial de ação gerado será o mesmo, pois não existe
potencial mais ou menos forte. Quando um estímulo não tiver força suficiente
para despolarizar a membrana a ponto de abrir os canais de sódio e potássio, o
potencial de ação não ocorrerá (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Os neurônios se comunicam com outras células através dos impulsos nervo-
sos. Os impulsos gerados nos neurônios trafegam através do axônio até o terminal
axonal, são enviados para outro neurônio, uma célula muscular ou uma célula
glandular, e dessa forma a informação é propagada (Figura 8). A despolarização
de uma região específica do neurônio faz com que ocorra a abertura dos canais de
sódio dependentes de voltagem na região em que a membrana foi despolarizada
e então o sódio entra na célula neste local (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
O influxo de sódio faz com que a membrana à frente sofra uma modificação
na sua voltagem, ocasionando a abertura de outros canais de sódio e, assim suces-
sivamente, permitindo que o estímulo se propague por todo o axônio até chegar
ao terminal axonal. Nos axônios amielínicos, o estímulo se propaga de forma
contínua, como descrito anteriormente. Já nos axônios mielínicos, a propagação
dos estímulos é saltatória. A despolarização da membrana ocorre nos nodos de
Ranvier, regiões do axônio em que não há bainha de mielina, tornando a propa-
gação do estímulo mais rápida (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 8 - Propagação do estímulo nervoso em axônios mielínicos


Fonte: Barauna (2019, p. 82).

Descrição da Imagem: representação do processo de propagação do estímulo nervoso em axônios mielínicos.

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ATENÇÃO: os anestésicos locais são substâncias farmacológicas que atuam


bloqueando a dor. Exemplos incluem a procaína (Novocaína®) e a lidocaína, que
podem ser usadas para produzir anestesia na pele, os quais são utilizados durante
um procedimento dentário ou mesmo no parto. Estes fármacos agem bloqueando
a abertura dos canais de Na+ controlados por voltagem. Impulsos nervosos não
atravessam a região bloqueada, portanto, sinais de dor não chegam até o SNC
(TORTORA; DERRICKSON, p. 247, 2017).

SINAPSE

É uma junção especializada, em que um terminal axonal faz contato com outro
neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas, sendo que
grande parte das sinapses são químicas, nas quais ocorre a liberação de moléculas
denominadas neurotransmissores.
Toda sinapse possui um neurônio pré-sináptico, que envia o impulso nervoso,
e um neurônio pós-sináptico, que recebe o impulso. Entre os neurônios pré e
pós-sináptico existe um pequeno espaço, a fenda sináptica.
As sinapses elétricas permitem a transferência direta da corrente iônica de
uma célula para outra e dependem de junções intercelulares denominadas jun-
ções gap ou junções comunicantes. A distância entre as membranas pré-sinápti-
cas (do axônio – transmissor do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito
ou corpo celular – receptoras do impulso nervoso) é muito pequena. As junções
gap formam estruturas semelhantes a túneis na membrana dos neurônios pré
e pós-sinápticos, permitindo a passagem dos íons através delas, realizando a
transmissão do impulso nervoso. Esse tipo de sinapse é encontrado em algumas
regiões, como no músculo liso da parede das vísceras, músculo cardíaco e em
regiões do encéfalo (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Em uma sinapse química (Figura 9), os neurônios pré-sináptico e pós-sináp-
tico estão mais afastados do que na sinapse elétrica. Para que a sinapse química
ocorra é necessária a liberação pelo neurônio pré-sináptico, de moléculas quí-
micas denominadas neurotransmissores (descrito adiante).

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Quando um impulso nervoso atinge o terminal axonal do neurônio pré-si-


náptico ocorre a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem. O influxo
de cálcio promove a fusão à membrana das vesículas contendo os neurotrans-
missores com a membrana plasmática do terminal axonal. Essa fusão permite
a liberação do conteúdo das vesículas na fenda sináptica e a possível ligação
dos neurotransmissores com receptores específicos na membrana do neurônio
pós-sináptico. Essa ligação abre canais iônicos dependentes de ligante e ocorre
o influxo de íons para o neurônio pós-sináptico, alterando o potencial de mem-
brana nesta célula (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
O efeito do neurotransmissor sobre o neurônio pós-sináptico só permane-
cerá enquanto ele estiver ligado ao seu receptor. Os neurotransmissores, após se
ligarem aos receptores, podem ser eliminados da fenda sináptica através de sua
recaptação pelo neurônio pré-sináptico para que seja reutilizado em uma nova
sinapse, através da sua degradação por enzimas específicas ou pela sua difusão
para fora da fenda sináptica (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 9 - Sinapse química


Fonte: Barauna (2019, p. 84).

Descrição da Imagem: representação do das sinapses químicas.

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NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores são substâncias químicas que atuam como mensageiros


da comunicação entre os neurônios. A maioria dos neurotransmissores é pro-
duzido pelos neurônios no corpo celular e então são empacotados em vesículas
e encaminhados até o terminal axonal, no qual ficam armazenados até chegar
um estímulo nervoso.
Existem diferentes tipos de moléculas que atuam como neurotransmissores,
como a Acetilcolina (ACh); alguns aminoácidos, dentre eles: o glutamato, aspar-
tato, Ácido Gama-Aminobutírico (GABA) e glicina. Aminoácidos modificados
também atuam como neurotransmissores, como exemplos temos: a Noradre-
nalina (NA), Dopamina (DOPA), Serotonina (5-hidroxitriptamina, 5-HT). Os
neuropeptídeos são peptídeos que atuam como neurotransmissores, é o caso das
endorfinas. O óxido nítrico é um gás que atua como neurotransmissor e parece
estar envolvido na memória e aprendizado (TORTORA, 2007).
Alguns neurotransmissores atuam estimulando outras células, sendo, por-
tanto, denominados excitatórios, como é o caso da AD, glutamato, aspartato. Já o
GABA e a glicina são neurotransmissores inibitórios.
A ACh foi o primeiro neurotransmissor descoberto e atua tanto no sistema
nervoso central quanto no sistema nervoso periférico. Os neurônios colinérgicos
são os que sintetizam e secretam a ACh. A contração dos músculos estriados
esqueléticos só ocorre mediante a liberação de ACh pelo terminal axonal dos
neurônios motores na junção neuromuscular. Quando liberada pelo sistema ner-
voso parassimpático, atua de maneira inibitória, reduzindo a frequência cardíaca,
por exemplo (TORTORA, 2007).
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do encéfalo, atuando
na memória e aprendizado, sendo que o GABA é o principal neurotransmissor
inibitório, o qual é sintetizado a partir do glutamato. Disfunções nos mecanis-
mos do glutamato e GABA parecem estar envolvidos com o desenvolvimento de
ansiedade (TORTORA, 2007).
A NA é secretada por neurônios adrenérgicos e é o principal neurotransmis-
sor do sistema nervoso autônomo. Quando secretada por neurônios do sistema
nervoso simpático, em situações de luta e fuga, promove aumento da frequência
cardíaca e respiratória, dentre outros (TORTORA, 2007).

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A DOPA atua como um neurotransmissor inibitório e é produzida por neurô-


nios dopaminérgicos, os quais estão localizados em algumas regiões do encéfalo
e na medula espinal. Está relacionada à sensação de prazer e atua no controle
dos movimentos. Na doença de Parkinson, ocorre uma degeneração dos neurô-
nios dopaminérgicos em uma região do encéfalo denominada substância negra,
causando uma diminuição na liberação de DOPA. Já o excesso de DOPA está
envolvido com o desenvolvimento de esquizofrenia, levando a uma estimulação
excessiva do lobo frontal do cérebro (TORTORA, 2007).
A 5-HT possui ação excitatória e inibitória, dependendo da região em que é
secretada. Ela possui uma ação ampla sobre o sistema nervoso central, uma vez
que vários neurônios possuem receptores para a 5-HT, apesar de sua produção
ser restrita a alguns neurônios serotoninérgicos. A deficiência de 5-HT, em certas
regiões do cérebro, tem sido relacionada ao desenvolvimento de distúrbios do
humor, como depressão e ansiedade (TORTORA, 2007).

ZO O M NO CO NHEC I M ENTO

Antidepressivos são fármacos que aliviam os sintomas de depressão. Há dois


grupos principais de antidepressivos: os antigos antidepressivos ‘tricíclicos’ e
os mais recentes, os ‘inibidores seletivos da recaptação de serotonina’ (ISRS).
Ambos atuam alterando a forma como determinados neurotransmissores fun-
cionam no encéfalo. Na depressão, alguns dos sistemas de neurotransmis-
sores, especialmente aqueles envolvendo a serotonina e a noradrenalina, não
parecem funcionar adequadamente. Acredita-se que os antidepressivos atuem
aumentando a atividade desses agentes químicos no encéfalo. Os antidepres-
sivos tricíclicos são tão eficientes quanto os inibidores seletivos da recaptação
de serotonina, mas, no conjunto, os ISRS apresentam efeitos colaterais meno-
res. Uma das principais vantagens dos inibidores seletivos é que uma overdose
não é perigosa, enquanto uma overdose dos inibidores tricíclicos é extrema-
mente perigosa e apresenta uma alta taxa de mortalidade (TORTORA, 2007, p.
573).

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MENINGES

As meninges (Figuras 10 e 11) são três envoltórios de tecido conjuntivo que en-
volvem o encéfalo e a medula espinal, sendo denominadas pia-máter, aracnoide
e dura-máter. Essas membranas são extremamente importantes, uma vez que
conferem proteção, estabilidade e absorção de impactos aos órgãos do sistema
nervoso central (TORTORA, 2007).
A dura-máter é a mais externa e está constituída por tecido conjuntivo fibroso,
sendo a mais espessa e resistente das três. Na medula espinal, existe um espaço
entre a dura-máter e as vértebras, o espaço epidural, o qual é preenchido por
tecido adiposo. Já a dura-máter encefálica consiste em duas camadas, a lâmina
endóstea, a qual é mais externa e está conectada diretamente ao periósteo do
crânio, e a lâmina meníngea, mais interna. No crânio não há um espaço epidural
como na medula espinal, entretanto, no encéfalo, a lâmina meníngea da dura-
-máter apresenta quatro pregas (TORTORA; DERRICKSON, 2017):
1. Foice do cérebro: localizada entre os hemisférios cerebrais, na fissura
longitudinal.
2. Tentório do cerebelo: localizada entre o cerebelo e os hemisférios ce-
rebrais.
3. Foice do cerebelo: localiza-se inferiormente ao tentório do cerebelo, en-
tre os hemisférios cerebelares.
4. Diafragma da sela: reveste a sela turca do osso esfenoide, formando uma
bainha para a glândula hipófise.

A aracnoide (aranha) está localizada entre a dura-máter e a pia-máter. Sua mem-


brana está em contato com a dura-máter e emite prolongamentos em direção à
pia-máter que lembram a teia de uma aranha, as trabéculas aracnoideas. O espaço
ocupado pelas trabéculas aracnoideas é denominado espaço subaracnoideo e está
preenchido pelo líquido cerebrospinal (discutido adiante). A aracnoide forma
uma série de projeções em direção aos seios venosos da dura-máter, as granula-
ções aracnoideas, as quais têm como função reabsorver o líquido cerebrospinal
(TORTORA; DERRICKSON, 2017).

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Figura 10 - Meninges espinhais


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 364).

Descrição da Imagem: representação completa das meninges espinhais, a partir da perspectiva de suas
vistas.

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Figura 11 - Meninges encefálicas


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação completa das meninges encefálicas, a partir da perspectiva de suas
vistas.

A mais interna das três meninges, a pia-máter, é uma membrana delicada de te-
cido conjuntivo que está em contato íntimo com o encéfalo e a medula espinal.
O líquido cerebrospinal, um exsudato do plasma sanguíneo, é produzido nos
ventrículos cerebrais (ventrículos laterais, terceiro ventrículo e quarto ventrículo),

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em regiões especializadas denominadas plexos corioides. Essas estruturas são for-


madas por capilares sanguíneos fenestrados, revestidos por células ependimárias
(visto anteriormente). A composição do líquido cerebrospinal é diferente do plas-
ma sanguíneo em relação à concentração de proteínas, sais, íons, aminoácidos,
lipídios e resíduos do metabolismo. Sua produção é constante, sendo que é reab-
sorvido pelas granulações aracnoideas. O líquido cerebrospinal circula entre os
ventrículos cerebrais, o canal central da medula espinal e o espaço subaracnoideo.
O acúmulo do líquido cerebrospinal (anteriormente conhecido como líquido
cefalorraquidiano – LCR), pode ser decorrente de uma falha na sua reabsorção ou
devido à formação de tumores, causando um aumento da Pressão Intracraniana
(PIC) e cefaleia (dor de cabeça). A hidrocefalia (Figura 12) é uma dilatação do
crânio que ocorre pelo acúmulo de LCR, que leva ao aumento dos ventrículos
cerebrais, trazendo o significado popular de “água na cabeça”. Essa síndrome clí-
nica é observada em crianças. Como os ossos do crânio ainda apresentam grande
quantidade de tecido conjuntivo nas suturas, o crânio expande para acomodar
o volume aumentado de líquido (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

Figura 12 - Paciente com hidrocefalia


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 398).

Descrição da Imagem: representação de um bebê acometido pela hidrocefalia.

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UN I A S S ELV I

CONCLUSÕES

■ O sistema nervoso está organizado em sistema nervoso central e sistema


nervoso periférico.
■ O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinal.
■ Toda parte do sistema nervoso que está localizada fora do sistema nervoso
central, constitui o sistema nervoso periférico.
■ O tecido nervoso, que forma todo o sistema nervoso, é constituído pelos
neurônios e pelas células da neuroglia.
■ A neuroglia envolve um grupo de cinco células: astrócitos, oligodendró-
citos, células de Schwann, células ependimárias e micróglia.
■ Os neurônios são formados por um corpo celular do qual partem pe-
quenos prolongamentos denominados dendritos (local de entrada dos
estímulos nervosos) e um único e longo prolongamento, o axônio, res-
ponsável por transmitir o estímulo nervoso para outro neurônio, uma
célula muscular ou uma glândula.
■ Existem diferentes tipos de neurônios, os quais são classificados, de acor-
do com a sua função, em sensitivos, motores ou de associação. Eles ainda
podem ser classificados, de acordo com a sua forma, em multipolares,
bipolares ou pseudounipolares.
■ O tecido nervoso, no sistema nervoso central, está organizado em duas
regiões distintas: a substância branca e a substância cinzenta.
■ Os neurônios se comunicam por meio da geração de potenciais de ação.
■ A junção de um neurônio com outro ou com uma célula especializada é
denominada sinapse.
■ As sinapses podem ser químicas, quando a informação é transmitida atra-
vés da passagem do estímulo de uma célula para a outra ou podem ser
elétricas, quando há a participação de moléculas químicas denominadas
neurotransmissores.
■ Os neurotransmissores são substâncias químicas que atuam como men-
sageiros da comunicação entre os neurônios.
■ Acetilcolina, noradrenalina, serotonina, glutamato, óxido nítrico, ácido
gama, aminobutírico e glicina são alguns exemplos de neurotransmis-
sores.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

■ O encéfalo e a medula espinal estão envolvidos por membranas conjun-


tivas denominadas meninges.
■ As meninges são em número de três: pia-máter, aracnoide e dura-máter.
■ A principal função do SNC é coordenar as atividades corporais e com-
portamentais, por meio da recepção, processamento e transmissão de
informações entre diferentes partes do corpo e o meio ambiente. É res-
ponsável por regular funções importantes, como a respiração, a circulação
sanguínea, a digestão, a percepção sensorial, a cognição, a memória e as
emoções.

E U INDI CO

Agora já sabemos que o sistema nervoso central é composto


pelo cérebro e pela medula espinhal, desempenhando um pa-
pel crucial na coordenação e controle das funções do corpo.
É responsável pelo processamento de informações, regulação
do movimento, percepção sensorial, pensamento, memória e
tomada de decisões.
Vamos aprofundar uma pouco mais nosso conhecimento
conhecendo a leitura a seguir.

E M FO CO

Ficou curioso para saber mais sobre o tema? Assista a video-


aula que preparamos para você!

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UN I A S S ELV I

NOVOS DESAFIOS
O mercado de trabalho para profissionais que desejam atuar com o sistema ner-
voso central é bastante amplo e promissor, oferecendo diversas oportunidades em
diferentes áreas e níveis de especialização. Algumas das principais oportunidades
incluem:
■ Neurologia clínica: os neurologistas são médicos especializados em diag-
nosticar e tratar doenças neurológicas, como a doença de Parkinson, a
esclerose múltipla, a epilepsia e outras condições que afetam o sistema
nervoso central. Eles podem trabalhar em hospitais, clínicas, consultórios
particulares ou em instituições de pesquisa.
■ Neurociência básica e aplicada: os neurocientistas estudam o sistema ner-
voso central em nível molecular, celular e sistêmico. Eles podem trabalhar
em universidades, institutos de pesquisa, empresas farmacêuticas e bio-
tecnológicas, desenvolvendo novas terapias e tratamentos para doenças
neurológicas.
■ Neuropsicologia: os neuropsicólogos são responsáveis por avaliar e tratar
pacientes com distúrbios neurológicos e psiquiátricos, incluindo demên-
cias, transtornos de ansiedade e depressão. Eles podem trabalhar em hos-
pitais, clínicas, centros de reabilitação e consultórios particulares.
■ Neurocirurgia: os neurocirurgiões são médicos especializados em cirur-
gias que envolvem o sistema nervoso central, incluindo cirurgias cere-
brais e da coluna vertebral. Eles podem trabalhar em hospitais, clínicas e
centros de pesquisa.
■ Tecnologia médica: a tecnologia médica é uma área em crescimento que
engloba o desenvolvimento de equipamentos e dispositivos médicos
avançados para diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas. Os
profissionais podem trabalhar em empresas de tecnologia médica, hos-
pitais e institutos de pesquisa.

Além dessas áreas, há também oportunidades em outras profissões relacionadas


ao sistema nervoso central, como a enfermagem neurológica, a terapia ocupa-
cional, fisioterapia, nutrição e a fonoaudiologia.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 8

Em geral, as oportunidades de trabalho na área de sistema nervoso central


são bastante promissoras, especialmente com o envelhecimento da população e
o aumento da incidência de doenças neurológicas e psiquiátricas. A busca por
tratamentos e terapias mais eficazes para essas condições deve continuar im-
pulsionando o crescimento do mercado de trabalho nessas áreas. Além disso, a
tecnologia médica avançada, a inteligência artificial e a robótica também estão
impulsionando novas oportunidades para profissionais que desejam atuar nesse
campo.

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VAMOS PRATICAR

1. O principal componente do sistema nervoso é o neurônio, um tipo de célula altamente


especializada em receber, conduzir e transmitir mensagens a outras células. A região
entre dois neurônios é chamada de sinapse: as substâncias químicas que transmitem
as mensagens de um neurônio para o outro são chamadas de mediadores, mensageiros
químicos ou neurotransmissores.

Os cientistas descobriram que em muitas doenças do sistema nervoso a quantidade


desses neurotransmissores pode estar alterada. Explique por que essas alterações po-
dem ocorrer.

2. Como o sistema nervoso central é responsável pela coordenação das funções corpo-
rais e comportamentais, quais as principais doenças que podem afetá-lo e quais as
estratégias de tratamento utilizadas para minimizar os seus efeitos?

3. Qual das alternativas a seguir contém estruturas que são componentes do Sistema
Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP), respectivamente?

a) ( ) Nervos cranianos e periféricos, gânglios e terminações nervosas / encéfalo e


medula espinal.
b) ( ) Encéfalo e medula óssea / medula espinal e gânglios nervosos.
c) ( ) Medula espinal e encéfalo / nervos cranianos e periféricos, gânglios e terminações
nervosas.
d) ( ) Cérebro e tronco encefálico / medula espinal e nervos cranianos.
e) ( ) Nervos cranianos e cérebro / medula óssea e nervos periféricos.

4. Examine a seguinte lista de eventos que ocorrem durante a propagação de um impulso


nervoso:

I - Neurotransmissores atingem os dendritos.


II - Neurotransmissores são liberados pelas extremidades do axônio.
III - O impulso se propaga pelo axônio.
IV - O impulso se propaga pelos dendritos.
V - O impulso chega ao corpo celular do neurônio.

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VAMOS PRATICAR

Que alternativa apresenta a sequência temporal correta desses eventos?

a) V – III – I – IV – II.
b) I – IV – V – III – II.
c) I – IV – III – II – V.
d) II – I – IV – III – V.
e) II – III – I – IV – V.

5. As meninges são estruturas que auxiliam imensamente o processo de proteção do


sistema nervoso. A seguir, estão algumas alternativas. Leia e escolha a alternativa que
contenha a informação CORRETA em relação às meninges:

a) São três camadas que protegem o SNA.


b) A meninge superficial é a pia-máter.
c) O liquor circula abaixo da aracnoide.
d) Envolvem somente o encéfalo.
e) A meninge profunda é a aracnoide.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Co-
missão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Doença de Parkinson: protocolo
clínico e diretrizes terapêuticas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010.
CORRÊA-CAMACHO, C. R.; DIAS-MELICIO, L. A.; SOARES, A. M. V. C. Aterosclerose, uma res-
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JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guana-
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MARANHÃO-FILHO, P. M. Phineas Gage e o acidente que deu um novo rumo à neurologia.
Rev. Bras. Neurol., Rio de Janeiro, v. 50, n. 2, p. 33-35, 2014.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. Porto Alegre: Artmed,
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NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
PORTELA, A. V. T.; SOUZA, L. C. B. de; GOMES, J. M. A. Herpes-zóster e neuralgia pós-herpé-
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TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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GABARITO

1. As alterações na quantidade de neurotransmissores que ocorrem em muitas doenças


do sistema nervoso podem ter diversas causas. Alguns dos principais fatores que podem
levar a essas alterações incluem:

Desregulação na síntese ou liberação de neurotransmissores: pode ocorrer um


desequilíbrio na produção ou na liberação dos neurotransmissores, levando a níveis
anormais dessas substâncias no cérebro. Isso pode ser causado por disfunções nos pro-
cessos metabólicos ou nas vias de sinalização celular envolvidas na síntese e liberação
dos neurotransmissores

Degradação ou reabsorção excessiva dos neurotransmissores: após serem li-


berados na sinapse e transmitirem o sinal entre os neurônios, os neurotransmissores
podem ser rapidamente degradados por enzimas ou reabsorvidos por transportadores
específicos nas células. Se houver um aumento na taxa de degradação ou reabsorção
dos neurotransmissores, a disponibilidade dessas substâncias na sinapse pode diminuir,
comprometendo a transmissão adequada dos sinais.

Alterações nos receptores de neurotransmissores: os neurotransmissores atuam


se ligando a receptores específicos nas células-alvo. Mudanças nos receptores, como
uma redução na sua quantidade ou uma alteração na sua sensibilidade, podem afetar a
resposta celular aos neurotransmissores, interferindo na transmissão dos sinais. Essas
alterações nos receptores podem ser causadas por fatores genéticos, exposição a subs-
tâncias tóxicas, envelhecimento ou outras condições patológicas.

Morte ou disfunção dos neurônios produtores de neurotransmissores: em certas


doenças do sistema nervoso, como a doença de Parkinson ou a doença de Alzheimer,
os neurônios produtores de certos neurotransmissores podem sofrer degeneração ou
disfunção. Isso leva a uma redução na produção e liberação desses neurotransmissores
específicos, resultando em desequilíbrios químicos no cérebro e comprometimento das
funções neuronais.

É importante destacar que as causas das alterações nos neurotransmissores podem variar
dependendo da doença em questão. O estudo dessas alterações é complexo e envolve
diversas áreas da neurociência e da medicina. Compreender essas alterações é funda-
mental para o desenvolvimento de tratamentos e terapias direcionados para restaurar o
equilíbrio dos neurotransmissores e melhorar o funcionamento do sistema nervoso em
doenças neurológicas.

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GABARITO

2. O sistema nervoso central (SNC), composto pelo cérebro e pela medula espinhal, desem-
penha um papel fundamental na coordenação das funções corporais e comportamen-
tais. Ele recebe informações sensoriais do ambiente e do próprio corpo, processa essas
informações e envia sinais motores para os músculos e órgãos, permitindo a execução
de ações coordenadas. O cérebro, em particular, é responsável por diversas funções
cognitivas, como a percepção, a memória, o raciocínio, a linguagem e o controle do
comportamento. Ele interpreta as informações sensoriais recebidas e toma decisões com
base nessas informações, coordenando ações e respostas apropriadas. Além disso, o SNC
é responsável pela regulação de várias funções corporais essenciais, como a frequência
cardíaca, a pressão arterial, a respiração, a temperatura corporal e o equilíbrio hídrico. Ele
integra informações provenientes de diferentes partes do corpo e coordena as respos-
tas necessárias para manter o funcionamento adequado do organismo. O SNC também
desempenha um papel importante na regulação do humor, das emoções e do compor-
tamento. Certas áreas do cérebro estão envolvidas no processamento emocional e na
tomada de decisões, influenciando nosso comportamento e nossas respostas emocionais.

Essa coordenação das funções corporais e comportamentais é possível devido à complexa


rede de neurônios interconectados no SNC. Os neurônios são células especializadas em
transmitir sinais elétricos e químicos, permitindo a comunicação rápida e eficiente entre
as diferentes regiões do sistema nervoso.
Em resumo, o sistema nervoso central desempenha um papel central na coordenação das
funções corporais e comportamentais, permitindo que nosso corpo e mente funcionem
de forma integrada e adaptativa.

3. C. O Sistema Nervoso é dividido em duas partes principais: o Sistema Nervoso Central


(SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP).

SNC: é composto pelo encéfalo e pela medula espinal. O encéfalo inclui estruturas como
o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. A medula espinal é uma estrutura longa e
cilíndrica localizada no canal vertebral.
SNP: é composto pelos nervos cranianos (que se originam no cérebro) e pelos nervos
periféricos (que se originam na medula espinal). Além disso, o SNP inclui gânglios ner-
vosos, que são aglomerados de corpos celulares neuronais localizados fora do SNC, e
terminações nervosas presentes nos tecidos e órgãos do corpo.

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GABARITO

4. D. A propagação de um impulso nervoso ocorre em uma sequência temporal específica.


Vamos analisar cada evento:

I- Neurotransmissores atingem os dendritos: os dendritos são as ramificações recepto-


ras do neurônio. Neste estágio, os neurotransmissores presentes na sinapse atingem os
dendritos do neurônio pós-sináptico, desencadeando a transmissão do sinal nervoso.
II- Neurotransmissores são liberados pelas extremidades do axônio: após o impulso nervo-
so percorrer o axônio, os neurotransmissores são liberados pelas extremidades do axônio
na região das sinapses. Eles são liberados em resposta à despolarização do neurônio e
atuam na transmissão do sinal para o próximo neurônio.
III- O impulso se propaga pelo axônio: neste estágio, o impulso nervoso percorre o axô-
nio, propagando-se de uma extremidade à outra. Este processo ocorre por meio de
mudanças no potencial elétrico da membrana celular, conhecidas como despolarização
e repolarização.
IV- O impulso se propaga pelos dendritos: após o impulso percorrer o axônio, ele alcança
os dendritos, que são as ramificações receptoras do neurônio. Esta propagação permite
que o sinal nervoso se espalhe para outras regiões do neurônio ou seja transmitido para
neurônios adjacentes.
V- O impulso chega ao corpo celular do neurônio: nesta etapa, o impulso nervoso chega
ao corpo celular do neurônio, onde podem ocorrer processos de integração e modulação
do sinal antes que ele seja transmitido para outros neurônios.
Portanto, a sequência correta dos eventos é: II - I - IV - III - V.

5. C. As meninges são membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central


(SNC), que inclui o encéfalo e a medula espinal. Elas são compostas por três camadas: a
dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. A alternativa A está incorreta, pois as meninges
protegem tanto o sistema nervoso central (SNC) quanto o sistema nervoso periférico (SNP).
A alternativa B está incorreta, pois a pia-máter é a camada mais interna das meninges,
não a mais superficial. A alternativa D está incorreta, pois as meninges envolvem tanto o
encéfalo quanto a medula espinal. A alternativa E está incorreta, pois a meninge profun-
da é a pia-máter, não a aracnoide. Portanto, a alternativa correta é a C, o liquor circula
abaixo da aracnoide. O líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como liquor,
circula entre a aracnoide e a pia-máter, preenchendo o espaço subaracnoideo. O LCR
desempenha funções importantes, como proteção e nutrição do sistema nervoso central.

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MINHAS ANOTAÇÕES

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TEMA DE APRENDIZAGEM 9

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

MINHAS METAS

Compreender a organização e a constituição do Sistema Nervoso Periférico (SNP).

Diferenciar o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo.

Classificar o sistema nervoso autônomo.

Identificar os órgãos dos sentidos.

Compreender a origem embrionária do sistema nervoso.

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UN I A S S ELV I

INICIE SUA JORNADA


O SNP é uma parte essencial do sistema nervoso, responsável por transmitir
informações entre o Sistema Nervoso Central (SNC) e o resto do corpo. Ele é
composto por nervos e gânglios que estão localizados fora do crânio e da coluna
vertebral, e se estendem até os membros e órgãos internos.
Os nervos periféricos são responsáveis ​​por levar informações sensoriais,
como toque, dor e temperatura, do corpo para o SNC. Eles, também, enviam
comandos motores do SNC para os músculos e as glândulas em todo o corpo.
Além disso, o SNP é responsável por controlar funções involuntárias do corpo,
como a frequência cardíaca, a respiração e a digestão.
Existem duas divisões principais do SNP: o sistema nervoso periférico so-
mático e o sistema nervoso periférico autônomo. O sistema nervoso periférico
somático é responsável pelo controle consciente e voluntário dos músculos do
corpo, enquanto o sistema nervoso periférico autônomo controla funções invo-
luntárias do corpo, como a respiração e a digestão.
O sistema nervoso periférico autônomo é dividido em duas subdivisões: o
sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático. O sistema ner-
voso simpático é responsável pela “resposta de luta ou fuga”, que é uma resposta
do corpo a situações de estresse. O sistema nervoso parassimpático é responsável
por promover a “resposta de descanso e digestão”, que é uma resposta do corpo
para ajudar a recuperar e a descansar após situações de estresse.
O SNP é crucial para manter o corpo funcionando corretamente. Qualquer
dano aos nervos periféricos pode afetar a capacidade do corpo de transmitir
informações sensoriais e comandos motores, o que pode levar a sintomas, como
dor, formigamento e fraqueza muscular. Lesões graves, nos nervos periféricos,
podem afetar as capacidades do corpo de se mover e de realizar tarefas diárias.
O SNP é uma parte importante do sistema nervoso, que ajuda a controlar o
corpo e a manter funções normais. Ele desempenha um papel fundamental na
transmissão de informações sensoriais e comandos motores e no controle de
funções corporais involuntárias.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

P L AY NO CO NHEC I M ENTO

Vale lembrar, sempre, que temos detalhes importantes do SNP


no nosso podcast. Acesse e desfrute desse aprofundamento.

VAMOS RECORDAR?
Precisamos buscar, na nossa memória, detalhes do SNP.
Vamos recordar alguns detalhes dele ao assistir ao vídeo a
seguir.

DESENVOLVA SEU POTENCIAL


Vamos, então, agora, começar a entender melhor o SNP, o que ele é, para qual
função se relaciona, a importância que tem e demais aspectos.

P E N SA NDO J UNTO S

Como o SNC é responsável por controlar e coordenar todas as funções do or-


ganismo? De que maneira as patologias que afetam o cérebro e a medula es-
pinhal podem interferir na qualidade de vida dos pacientes?

SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO

O sistema nervoso somático é responsável pela inervação dos músculos estriados


esqueléticos, sendo que temos controle sobre ele. Por exemplo, quando queremos
pegar um objeto com as mãos, o nosso comando, para o cérebro, faz com que os

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UN I A S S ELV I

neurônios motores do sistema nervoso somático enviem sinais para a contração


dos músculos do membro superior responsável por realizar a ação. Nesse caso,
dizemos que o controle é voluntário, pois depende da nossa vontade.
A parte periférica do sistema nervoso está constituída pelos nervos cranianos
e espinhais, pelos gânglios sensitivos e pelas terminações nervosas. Neste tópico,
estudaremos cada um desses componentes da parte somática do SNP.

NERVOS

Os nervos são aglomerados de fibras nervosas (axônios de neurônios) envolvidos


por vários revestimentos de tecido conjuntivo. Cada fibra nervosa é formada por
um conjunto de axônios de neurônios envolvidos pelas células de Schwann. No
SNC, as fibras nervosas (nesse caso, envolvidas pelos oligodendrócitos) formam
os feixes, ou tratos da substância branca. No SNP, as fibras dão origem aos nervos.
Lembrando que os nervos podem ser mielínicos, quando apresentam bainha de
mielina; ou amielínicos, quando a bainha de mielina está ausente. Devido à ba-
inha de mielina ter uma constituição lipídica, ela garante o aspecto esbranquiçado
dos nervos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2018).
Segundo Junqueira e Carneiro (2018), as túnicas de tecido conjuntivo, asso-
ciadas aos nervos, são identificadas da seguinte forma:
■ Endoneuro: é a camada mais interna, constituída por uma fina membra-
na de tecido conjuntivo rico em fibras reticulares. O endoneuro envolve
cada axônio, externamente, à bainha de mielina.
■ Perineuro: é formado por várias camadas de células achatadas. O peri-
neuro envolve cada feixe nervoso (conjunto de fibras nervosas).
■ Epineuro: é a camada mais externa. Envolve todo o nervo externamente
e preenche os espaços entre os feixes nervosos. É formado por um tecido
conjuntivo denso.

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Figura 1 – Nervo
Fonte: a autora.

Descrição da Imagem: representação do nervo com as túnicas de tecido conjuntivo.

Apesar de os neurônios serem células permanentes, ou seja, não se regenera-


rem, os prolongamentos deles, como os axônios, podem realizar tal tarefa. Esse
processo é lento, podendo demorar meses para ser finalizado. Quando ocorre
a lesão de um nervo, a porção do axônio que se mantém conectada ao corpo
celular do neurônio (região proximal) é a parte que deve se regenerar, enquanto
a região distal acaba degenerando. Vários filamentos (prolongamentos) da por-
ção proximal crescem e se ramificam até atingir o órgão efetor (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2018).
Os nervos têm, como função, realizar a comunicação entre a periferia (SNP)
e o centro (SNC). Informações sensitivas provenientes de órgãos internos e da
superfície do corpo (pele) chegam até a medula espinal através de fibras sensitivas,
denominadas de aferentes. Impulsos provenientes da medula espinal chegam até
os músculos através de fibras motoras, denominadas de eferentes. Alguns nervos
são formados, apenas, por fibras aferentes, sendo denominados de nervos sensiti-
vos; outros possuem, somente, fibras eferentes, os motores. A maioria dos nervos

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possui fibras aferentes e eferentes, sendo denominados de mistos (JUNQUEIRA;


CARNEIRO, 2018).

Endoneuro Perineuro Epineuro

Medula espinhal
Gânglio sensorial Neurônio sensorial
Célula de
Schwann Mielina

Raiz dorsal
Pele
Raiz ventral

Interneurônio Corpo celular de


neurônio motor
Músculo estriado

Neurônio motor

Figura 2 – Nervo misto


Fonte: Junqueira e Carneiro (2018, p. 175).

Descrição da Imagem: representação do nervo misto. Os nervos têm, como função, realizar a comunicação entre
a periferia (SNP) e o centro (SNC).

NERVOS ESPINHAIS

Os nervos espinhais são aqueles que se conectam à medula espinal. Para tanto, os
nervos devem passar através do forame intervertebral. Após atravessar o forame,
um nervo espinhal origina duas raízes: a raiz sensitiva e a raiz motora. A raiz
sensitiva, posterior, é constituída, apenas, por fibras aferentes (sensitivas), e chega
à medula espinal pela região posterior, exatamente, no sulco lateral posterior. A
raiz motora, anterior, é formada por fibras eferentes (motoras), e sai pela região
anterior da medula espinal, no sulco lateral anterior.
Antes de chegar ao forame intervertebral e originar os ramos anterior e pos-
terior, os nervos se dividem em ramos, conforme nos apresenta Tortora (2007):

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

■ Ramo posterior: inerva a musculatura profunda e a pele do tronco.


■ Ramo anterior: inerva as estruturas dos membros inferiores e as peles
das regiões anterior e lateral do tronco.
■ Ramo meníngeo: penetra no forame vertebral e inerva estruturas pre-
sentes no canal vertebral, como as vértebras, os ligamentos vertebrais, os
vasos sanguíneos e as meninges.
■ Ramos comunicantes: fazem parte do sistema nervoso autônomo, sendo
responsáveis pela inervação das vísceras (isso será discutido adiante).
Substância cinzenta
Substância branca
Raiz ventral
Raiz dorsal Radículas dorsais
Gânglio da e ventrais do
raiz dorsal nervo espinal
Ramos dorsal
do nervo espinal
Ramo ventral
do nervo espinal
Nervo espinal

Ramo comunicante

Gânglio do tronco
(cadeia) simpático

(a)

Ramo dorsal
Ramo ventral
Nervo espinal
Nervo intercostal
Ramos comunicantes
Gânglio da raiz dorsal
Raiz ventral
Gânglio do tronco
(cadeia) simpático
Raiz dorsal

Cavidade torácica
Cutâneo lateral
Ramos do
Cutâneo anterior nervo
intercostal
Esterno

(b)

Figura 3 – Nervo espinhal


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação do espinhal, com a apresentação de substâncias, ramos e gânglios.

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UN I A S S ELV I

Antes de atingir o órgão-alvo, os ramos anteriores originam redes que são deno-
minadas de plexos. Apenas, os nervos torácicos (de T2 a T12) não formam plexos
a partir de ramos anteriores. Os plexos dão origem aos nervos, os quais podem
se ramificar ainda mais até atingir o órgão-alvo. Esses plexos são:
■ Plexo cervical: localizado em cada lado do pescoço e formado a partir
dos ramos anteriores de C1 a C4 e uma parte de C5. O plexo cervical
origina nervos que suprem a pele e os músculos da cabeça, do pescoço,
dos ombros e do tórax. O maior nervo desse plexo é o nervo frênico, que
inerva o músculo diafragma.
■ Plexo braquial: passado acima da primeira costela e está constituído
pelos ramos anteriores de C5 a T1. Os nervos suprem os ombros e os
membros superiores. Os principais nervos são o nervo axilar, o nervo
musculocutâneo, o nervo radial, o nervo mediano e o nervo ulnar.
■ Plexo lombar: formado pelos ramos anteriores de L1 a L4, o plexo lom-
bar passa próximo aos músculos iliopsoas e quadrado lombar. É responsá-
vel pela inervação da região anterolateral do abdômen, órgãos do sistema
genital e membros inferiores. O maior e principal nervo é o nervo femoral.
■ Plexo sacral: originado a partir dos ramos anteriores de L4, L5 e S1 a
S4, esse plexo é responsável pela inervação dos glúteos, do períneo e dos
membros inferiores. Está localizado na região anterior do sacro. O prin-
cipal nervo é o nervo isquiático (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH,
2009).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

Plexo
cervical Nervos
cervicais
C1-C8
Plexo
braquial

Alargamento
cervical

Nervos Nervos
intercostais torácicos
T1-T12

Intumescência
lombar

Plexo lombar Nervos


lombares
L1-L5

Plexo sacral
Nervos
sacrais
S1-S5

Cauda equina Nervos


coccígeo
C0

Figura 4 – Plexos nervosos


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação dos plexos nervosos, do plexo cervical até o plexo sacral.

Os nervos torácicos (intercostais) não formam plexos e se originam dos ramos


anteriores de T2 a T12. Esses nervos suprem as estruturas localizadas nos espaços
entre as costelas (espaços intercostais).

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UN I A S S ELV I

IMPORTANTE: “A forma mais comum de dor no dorso é provocada por


compressão, ou irritação, do nervo isquiático, o maior nervo do corpo humano.
Uma lesão ao nervo isquiático e a seus ramos resulta na dor ciática, quadro do-
loroso que pode se estender da nádega descendo pela face posterior e lateral da
perna, e pela face lateral do pé. O nervo isquiático pode ser lesado em razão de
um disco herniado, luxação do quadril, osteoartrite das partes lombar e sacral da
medula espinal, pressão do útero durante a gravidez, inflamação, irritação ou uma
injeção intramuscular glútea administrada de forma inadequada” (TORTORA,
2007, p. 607, grifo do original).

NERVOS CRANIANOS

Como o nome sugere, esses nervos se originam e/ou chegam a regiões do encéfa-
lo, especificamente, no tronco encefálico, em sua maioria, diferente do que ocorre
com os nervos espinhais, os quais se encontram conectados à medula espinal.
Os nervos cranianos formam um total de 12 pares, responsáveis pela inerva-
ção, principalmente, de estruturas da cabeça e do pescoço. Algarismos romanos
são utilizados para enumerar os nervos cranianos, sendo eles, de acordo com
Martini, Timmons e Tallitsch (2009):
■ Nervo olfatório (I): o primeiro par de nervos cranianos, puramente, sen-
sitivo e responsável pelo sentido do olfato. O nervo olfatório faz conexão
em uma região do encéfalo, denominada de bulbo olfatório. Então, segue
como trato olfatório.
■ Nervo óptico (II): o segundo par de nervos cranianos é, também, pura-
mente, sensitivo e especializado no sentido da visão. Os nervos ópticos
têm origem na retina e se projetam em direção ao diencéfalo, no qual
a metade medial das fibras cruzam para o lado oposto, em uma região
denominada de quiasma óptico (quiasma = cruzamento). Após isso, os
axônios originam os tratos ópticos que seguem em direção ao diencéfalo
e, deste, para o lobo occipital do cérebro, no córtex visual primário.
■ Nervo oculomotor (III): um nervo, puramente, motor, é responsável
pelos movimentos oculares. Tem a função de controle de quatro dos seis
músculos extrínsecos do bulbo do olho.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

■ Nervo troclear (IV): o quarto par é o menor nervo craniano, sendo um


nervo motor (eferente) responsável pela inervação do músculo oblíquo
superior, que é um músculo extrínseco do bulbo do olho.
■ Nervo trigêmeo (V): o maior nervo craniano. É um nervo misto, ou
seja, possui fibras sensitivas (aferentes) e motoras (eferentes). Como o
próprio nome diz, o nervo trigêmeo detém três ramos principais: o ramo
oftálmico (puramente sensitivo) inerva as regiões superiores da cabeça
(estruturas da órbita, cavidade nasal, seios paranasais, pele da testa, so-
brancelhas, pálpebras e nariz); o ramo maxilar (exclusivamente sensitivo)
inerva a região média da cabeça (pálpebra inferior, lábio superior, bo-
checha e nariz); e o ramo mandibular (misto) possui fibras motoras res-
ponsáveis por inervar os músculos da mastigação e fibras sensitivas que
suprem estruturas da região inferior da cabeça (pele da região temporal,
região lateral da mandíbula, dentes, gengiva, algumas glândulas salivares
e região anterior da língua).


O tique doloroso afeta um indivíduo em cada 25.000. Os pacientes
se queixam de dor intensa, quase, totalmente, debilitante, desenca-
deada por contato com o lábio, a língua ou as gengivas. A dor surge
subitamente, com intensidade cruciante, e, então, desaparece. Em
geral, apenas, um dos lados da face é afetado. Outro nome para essa
patologia é nevralgia do trigêmeo, porque são os nervos maxilar e
mandibular do nervo trigêmeo que inervam as áreas sensitivas afe-
tadas. Essa patologia costuma afetar indivíduos acima dos 40 anos
de idade e sua causa é desconhecida. Muitas vezes, a dor pode ser,
temporariamente, controlada por meio de terapia medicamentosa,
mas intervenções cirúrgicas podem ser necessárias como solução
final. O objetivo da cirurgia é a destruição dos nervos sensitivos
que veiculam sensações dolorosas. Eles podem ser destruídos por
secção nervosa, um procedimento, denominado de rizotomia (rhiza,
nariz); ou por injeção de substâncias químicas, como álcool ou fenol,
dentro do nervo, no nível do forame redondo, ou oval. As fibras
sensitivas, também, podem ser destruídas pela inserção de eletrodos
e cauterização dos troncos nervosos sensitivos quando eles deixam
o gânglio trigeminal (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009,
p. 422, grifo do original).

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UN I A S S ELV I

■ Nervo abducente (VI): um nervo, puramente, motor, que supre o múscu-


lo reto lateral, responsável por realizar os movimentos laterais dos olhos.
■ Nervo facial (VII): o sétimo par, um nervo misto. Os neurônios sen-
sitivos inervam a face e são responsáveis pela percepção gustativa dos
dois terços anteriores da língua. As fibras motoras inervam os músculos
da face.


A paralisia de Bell resulta da inflamação do nervo facial, provavel-
mente, relacionada à infecção viral. O comprometimento do nervo
facial pode ser inferido pelos sintomas de paralisia dos músculos da
face, no lado afetado; e pela perda da sensação do paladar nos dois
terços anteriores da língua. Os indivíduos não exibem deficiências
sensitivas relevantes e a patologia é, geralmente, indolor. Em muitos
casos, a paralisia de Bell “melhora sozinha” após algumas semanas
ou meses, mas esse processo pode ser acelerado com tratamento
precoce, à base de corticosteroide e drogas antivirais (MARTINI;
TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 423).

■ Nervo vestibulococlear (VIII): um nervo, exclusivamente, sensitivo,


relacionado à sensação de equilíbrio e à audição.
■ Nervo glossofaríngeo (IX): nono par de nervos cranianos misto. A por-
ção sensitiva é responsável por transmitir informações da faringe e do
palato mole, além da percepção gustativa. Já a porção motora controla os
músculos da deglutição, localizados na faringe.
■ Nervo vago (X): um nervo misto, sendo que a parte sensitiva inerva parte
da orelha, o músculo diafragma e fornece informação gustativa da faringe.
Entretanto, grande parte das fibras aferentes do nervo vago fornece in-
formações sensoriais de vísceras das vias respiratórias e abdominais. As
fibras motoras suprem o músculo do coração; a musculatura lisa; e glân-
dulas das vias respiratórias, do estômago, dos intestinos e da vesícula biliar.
■ Nervo acessório (XI): função, exclusivamente, motora, sendo respon-
sável por inervar os músculos da deglutição (palato mole e faringe) e a
musculatura intrínseca das cordas vocais (laringe). Ainda, supre os mús-
culos esternocleidomastoideo e trapézio.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

■ Nervo hipoglosso (XII): um nervo, puramente, motor. As fibras são


responsáveis por realizar a inervação da musculatura estriada da língua,
com a realização do controle voluntário dos movimentos da língua.
Bulbo olfatório, terminação
do nervo olfatório (NI)
Trato olfatório
Corpo
mamilar Quiasma óptico
Artéria Nervo óptico (N II)
basilar Infundibulo
Nervo oculomotor (NIII)
Nervo troclear (NIV)
Nervo trigêmeo (NV)
Nervo abducente (NVI)
Nervo facial (NVII)
Nervo
vestibulococlear (NVIII)
Nervo
glossofaríngeo (NIX)
Ponte Nervo vago (NX)
Artéria
vertebral Nervo hipoglosso (NXII)
Cerebelo
Bulbo Nervo acessório (NXI)
Medula (a) Vista inferior
espinal (b) Vista inferior

Figura 5 – Nervos cranianos


Fonte: adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009).

Descrição da Imagem: representação dos nervos cranianos, em vista inferior e posterior.

Um vírus, chamado de poliovírus, é o responsável por desencadear a pólio. Os


indivíduos acometidos apresentam febre, rigidez, dor de cabeça intensa, fraqueza
e dor muscular. Com a evolução, a pólio pode levar à paralisia, devido à destruição
dos corpos celulares dos neurônios motores da medula espinal e dos núcleos dos
nervos cranianos, de forma a causar insuficiências respiratória e cardíaca, que
podem levar à morte. De acordo com o Ministério da Saúde, há 28 anos, o Brasil
não registra casos de pólio, porém, existem grandes chances de a doença voltar,
devido à resistência dos pais em vacinarem os filhos (MARTINI; TIMMONS;
TALLITSCH, 2009).
Para facilitar o estudo e a memorização dos 12 pares de nervos cranianos,
apresentamos o seguinte quadro:

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UN I A S S ELV I

NERVO NOME FIBRAS FUNÇÃO

I Olfatório Sensitivo Olfato

II Óptico Sensitivo Visão

III Oculomotor Motor Movimentos oculares

IV Troclear Motor Movimentos oculares

Percepção sensitiva das


estruturas da cabeça e
V Trigêmeo Misto inervação dos músculos
da
mastigação

Movimentos oculares
VI Abducente Motor
para a lateral

Controle dos músculos


da face e inervação dos
VII Facial Misto
dois terços anteriores da
língua

Vestibuloco- Percepção do equilíbrio e


VIII Sensitivo
clear audição

Percepção sensitiva da
faringe e do palato mole,
IX Glossofaríngeo Misto audição e
controle dos músculos
da deglutição

Sensibilidade da orelha,
do músculo diafragma e
X Vago Misto
de vísceras das vias res-
piratórias e abdominais

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

NERVO NOME FIBRAS FUNÇÃO

As fibras motoras su-


prem o músculo do cora-
ção; a musculatura lisa;
e as glândulas das vias
respiratórias, do estôma-
go, dos intestinos e da
vesícula biliar

Inervação dos múscu-


los do palato mole, da
XI Acessório Motor faringe, da laringe e dos
músculos trapézio e es-
ternocleidomastoideo

Inervação da musculatu-
XII Hipoglosso Motor
ra da língua

Quadro 1 – Nervos cranianos


Fonte: a autora.


A pele que recobre todo o corpo é inervada por neurônios sensi-
tivos somáticos, que conduzem impulsos nervosos da pele para o
tronco encefálico e a medula espinal. Do mesmo modo, neurônios
motores somáticos que conduzem impulsos para fora da medula
espinal inervam os músculos esqueléticos subjacentes. Cada nervo
espinal contém neurônios sensitivos que atuam em um segmento
específico e previsível do corpo. O nervo trigêmeo (V) atua na maior
parte da pele da face e do escalpo. A área da pele que fornece influxo
sensitivo para a PCSN, por meio de um par de nervos espinais, ou
do nervo trigêmeo (V), é chamada de dermátomo (G.; dérma =
pele; g; tomé = corte [pedaço]). O suprimento nervoso, nos der-
mátomos adjacentes, é, relativamente, sobreposto. O conhecimento
dos segmentos espinais que inervam cada dermátomo torna pos-
sível a localização das regiões lesadas da medula espinal. Se a pele,
em uma região específica, é estimulada, mas a sensação não é per-
cebida, os nervos que suprem aquele dermátomo, provavelmente,

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UN I A S S ELV I

estão lesados. Nas regiões onde há considerável sobreposição, pode


ocorrer pouca perda de sensibilidade, se, apenas, um dos nervos
que supre o dermátomo for lesado. A informação com relação aos
padrões de informação dos nervos espinais, também, pode ser usada
como propósitos terapêuticos. A seção das raízes posteriores ou a
infusão de anestésicos locais pode bloquear a dor permanente, ou
temporariamente. Como os dermátomos se sobrepõem, a produção
deliberada de uma região de anestesia completa pode exigir que,
pelo menos, três nervos espinais adjacentes sejam seccionados, ou
bloqueados, por um agente anestésico (TORTORA, 2007, p. 609,
grifo do original).

A figura a seguir ilustrará a distribuição dos dermátomos no corpo humano:

Figura 6 – Distribuição dos dermátomos


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: representação dos dermátomos com vista frontal e costas.

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GÂNGLIOS

Os gânglios são pequenos aglomerados de corpos celulares de neurônios loca-


lizados fora do SNC. Ao envolver os corpos celulares, encontram-se células de
sustentação, as células satélites. Uma cápsula constituída de tecido conjuntivo
denso reveste os gânglios externamente.

Corpo celular do
neurônio
Núcleo
Células satélites

Tecido conectivo

Figura 7 – Gânglio nervoso


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 347).

Descrição da Imagem: representação de um gânglio nervoso, com a apresentação desde o corpo celular do
neurônio até o tecido conectivo.

Ao aparecer como pequenas dilatações ao longo da coluna vertebral, os gânglios


podem ser sensitivos, pertencentes ao sistema nervoso somático; ou autônomos.
Uma vez que as fibras sensitivas são formadas por neurônios do tipo pseudouni-
polares (visto anteriormente), os corpos celulares se aglomeram antes de as fibras
chegarem à medula espinal, com a origem dos gânglios sensitivos. Os gânglios
somáticos funcionam como locais de sinapse entre as fibras pré-ganglionares
e pós-ganglionares do sistema nervoso autônomo (isso será visto adiante, no
próximo tópico). Esses gânglios podem pertencer ao sistema nervoso autôno-
mo parassimpático ou ao sistema nervoso autônomo simpático. Os gânglios do
sistema nervoso parassimpático estão localizados distantes da coluna vertebral,
mas próximos das vísceras a serem inervadas. Já os gânglios simpáticos aparecem
próximos da medula espinal.

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UN I A S S ELV I

TERMINAÇÕES NERVOSAS

As terminações nervosas estão localizadas na extremidade distal dos nervos (re-


gião distante da medula espinal). Essas estruturas têm, como função, receber dife-
rentes tipos de estímulos de órgãos internos e da superfície do corpo. A depender
do tipo de estímulo detectado, as terminações nervosas sensoriais podem receber
algumas denominações, de acordo com Tortora & Derrickson (2017):
■ Os mecanoceptores fornecem informações a respeito das sensações de
tato, pressão, vibração, propriocepção e audição e equilíbrio.
■ Os termoceptores detectam mudanças na temperatura.
■ Os nociceptores respondem a estímulos dolorosos resultantes de danos
físicos ou químicos a um tecido.
■ Os fotorreceptores detectam a luz que alcança a retina dos olhos.
■ Os quimiorreceptores detectam substâncias químicas na boca (paladar),
no nariz (odor) e nos líquidos corporais.
■ Os osmorreceptores detectam a pressão osmótica nos líquidos corporais.

E U I NDI CO

Vamos aprofundar um pouco mais o nosso conhecimento, de


forma a conhecer a leitura a seguir.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

O sistema nervoso autônomo faz parte do SNP, e, como o nome sugere, o controle
dele é “autônomo”, ou seja, ele se autocontrola de maneira independente da nos-
sa vontade. É responsável pela inervação da musculatura lisa visceral, músculo
estriado cardíaco e glândulas, de modo a realizar o controle das vísceras. Na
maioria das vezes, não percebemos as informações sensitivas provenientes do

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

sistema nervoso autônomo. Em algumas situações, como no caso de uma lesão


a determinado órgão interno, temos a percepção de dor, que atua como um me-
canismo de defesa, informando que algo não está correto.
Segundo Tortora (2007), a parte autônoma do sistema nervoso está
constituída por:

■ Neurônios sensitivos autônomos: localizados nas paredes das vísceras


e dos vasos sanguíneos, transmitem a informação para o SNC.
■ Centros de integração: regiões do encéfalo que recebem os estímulos
dos neurônios sensitivos.
■ Neurônios motores autônomos: aqueles que propagam a informação
proveniente dos centros de integração do SNC para os tecidos efetores
(músculo liso, músculo cardíaco e glândulas).

Quando estudamos o SNP, é interessante realizarmos uma comparação entre a


parte somática, que inerva os músculos estriados esqueléticos; e a parte autôno-
ma, que inerva os músculos liso e cardíaco e as glândulas. Segue um quadro que
demonstrará tais diferenças, de acordo com Tortora (2007):

Sistema Nervoso Sistema Nervoso


CARACTERÍSTICAS
Somático Autônomo

Conduz a informa- Conduz a informação


INERVAÇÃO ção das terminações das terminações nervo-
SENSITIVA nervosas dos sentidos sas internas (interocep-
somáticos e especiais tores)

Regula as atividades
Realiza a contração viscerais através da
RESPOSTA MOTORA dos músculos estria- contração dos múscu-
dos esqueléticos los liso e cardíaco das
glândulas

Não pode ser controlado


CONTROLE É voluntário o controle
de maneira voluntária

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UN I A S S ELV I

Há um neurônio sen-
Há um neurônio sen-
sitivo e dois neurônios
CONSTITUIÇÃO sitivo e um neurônio
motores organizados em
motor
série, um após o outro

Possui duas partes: sim-


PARTES Possui, apenas, uma
pática e parassimpática

Acetilcolina (ACh) e
NEUROTRANSMISSORES Acetilcolina (ACh)
Noradrenalina (Na).

Quadro 2 – Diferenças entre os sistemas nervosos somático e autônomo


Fonte: adaptado de Tortora (2007).

A divisão autônoma do sistema nervoso é formada por dois neurônios motores


organizados em série. O primeiro, que está conectado à medula espinal, é deno-
minado de neurônio pré-ganglionar, e faz sinapse com o segundo neurônio, em
um gânglio autônomo (lembrando que gânglios são aglomerados de corpos de
neurônios localizados fora do SNC). Esse segundo neurônio motor é chamado
de neurônio pós-ganglionar e segue do gânglio autônomo até o efetuador.
O sistema nervoso autônomo é composto por duas partes: o sistema nervoso
simpático e o sistema nervoso parassimpático. Essas duas partes, na maioria das
vezes, exercem funções antagônicas. Por exemplo, a parte simpática promove o
aumento da frequência cardíaca, enquanto a parte parassimpática realiza a dimi-
nuição dela. Entretanto, nem sempre, isso acontece, uma vez que algumas estru-
turas são inervadas por, apenas, uma das partes: a simpática ou a parassimpática.

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Figura 8 – Sistemas nervosos somático e autônomo


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: diferenças entre os sistemas nervosos somático e autônomo.

Agora, analisaremos cada uma das partes do sistema nervoso autônomo sepa-
radamente.

SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO

O sistema nervoso simpático predomina em condições de estresse ou emergência,


nas situações de “luta ou fuga”, nas quais o corpo se prepara para lutar ou fugir de
determinada ameaça. Por exemplo, podemos imaginar a situação de uma zebra
que, ao beber água tranquilamente em um riacho, avista um leão seguindo em
sua direção; nesse momento, seu corpo deve se preparar para lutar ou fugir. Para
tanto, o sistema nervoso simpático torna-se ativo.
Os neurônios pré-ganglionares da parte simpática do sistema nervoso par-
tem das regiões torácica e lombar da medula espinal (entre os segmentos T1 e
L2), fazendo sinapse com neurônios pós-ganglionares, localizados em gânglios
próximos à medula espinal. Por conta disso, os neurônios pré-ganglionares são
curtos, enquanto os neurônios pós-ganglionares são mais longos. Dizemos que

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as fibras motoras do sistema simpático têm origem toracolombar (MARTINI;


TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Os neurônios pré-ganglionares liberam sempre acetilcolina (Ach), enquanto
os pós-ganglionares liberam o neurotransmissor noradrenalina (NA) nas junções
com seus efetuadores. Essas fibras pós-ganglionares inervam os olhos, as glân-
dulas salivares, o coração, os pulmões, os órgãos do sistema digestório, a medula
das glândulas adrenais, os rins, a bexiga urinária, o escroto, o pênis, os ovários, o
útero e a pele (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

Figura 9 – Efetores das fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 457).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando os efetores das fibras pós-ganglionares do
sistema nervoso simpático.

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

Geralmente, a liberação de NA pelas fibras pós-ganglionares promove a estimu-


lação dos órgãos efetores. Nas situações de “luta e fuga”, ocorre uma ativação geral
do sistema nervoso simpático, preparando o corpo para lutar ou fugir. Nesses
casos, temos:
■ aumento da frequência cardíaca;
■ aumento da frequência respiratória;
■ elevação da pressão arterial;
■ dilatação dos vasos sanguíneos que suprem os músculos estriados esque-
léticos (garantindo um maior aporte de O2 e nutrientes para os músculos);
■ relaxamento do músculo liso (parando a atividade do sistema digestório);
■ dilatação das pupilas;
■ dilatação das vias respiratórias;
■ decomposição do glicogênio hepático em glicose (glicogenólise) e de-
composição de triglicerídeos em ácido graxo e glicerol, o que permite um
maior suporte nutricional para a síntese de ATP;
■ aumento da glicemia.

E U INDI CO

Uma resposta exagerada do sistema nervoso simpático pode


ocasionar uma manifestação clínica chamada de disreflexia
autônoma. Os pacientes com essa condição apresentam hi-
pertensão arterial, pele ruborizada (vermelha) e quente, ansie-
dade e hipertensão arterial.
A disreflexia autônoma pode provocar convulsões, acidente
vascular cerebral ou infarto, caso não seja tratada rapida-
mente (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Para saber um pouco mais, acesse o link a seguir.

As respostas do sistema nervoso simpático duram mais tempo do que aquelas


do parassimpático, pois:
■ A NA secretada pelos neurônios pós-ganglionares simpáticos demora
mais tempo para ser degradada na fenda sináptica que a ACh secretada
pelos neurônios pós-ganglionares parassimpáticos.

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UN I A S S ELV I

■ Ocorre uma maior ativação dos órgãos efetores pelas fibras simpáticas.
■ A secreção de NA e adrenalina (AD) pela medula da glândula adrenal,
quando estimulada pelo sistema nervoso simpático, atinge a circulação
sanguínea e faz com que a resposta seja disseminada pelo corpo e per-
maneça por mais tempo.

SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO

Atuando preferencialmente em situações de repouso, as funções do sistema ner-


voso parassimpático estão, de maneira oposta ao do simpático, relacionadas a
momentos de relaxamento, levando à ativação do sistema digestório para ab-
sorver nutrientes e armazenar energia, causando um aumento generalizado do
conteúdo de nutrientes circulantes pelo corpo. Podemos utilizar o mesmo exem-
plo da zebra, só que apenas o momento em que ela bebe água tranquilamente no
lago, quando ocorre predominância do sistema nervoso parassimpático sobre o
simpático.
Na divisão parassimpática do sistema nervoso, os neurônios pré-ganglionares
têm origem no tronco encefálico nos pares de nervos cranianos III, VII, IX e X e
na região sacral da medula espinal. Por conta disso, dizemos que o sistema ner-
voso parassimpático tem origem craniossacral. Esses neurônios realizam sinapses
com neurônios pós-ganglionares, localizados em gânglios distantes da medula
espinal e próximos – e, algumas vezes, até dentro – das vísceras que serão iner-
vadas. Assim, os neurônios pré-ganglionares são longos, enquanto os neurônios
pós-ganglionares são mais curtos (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

Figura 10 – Fibras pré e pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático


Fonte: adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando as fibras pré e pós-ganglionares do sistema
nervoso parassimpático.

Assim como no sistema nervoso simpático, no parassimpático, os neurônios pré-


-ganglionares liberam sempre ACh. Da mesma forma, os neurônios pós-ganglio-
nares parassimpáticos também secretam o neurotransmissor ACh nas junções
com seus efetuadores. Essas fibras pós-ganglionares inervam os olhos, as glându-
las lacrimais e salivares, o coração, os pulmões, os órgãos do sistema digestório,
os rins, a bexiga urinária, o escroto, o pênis, os ovários e o útero (MARTINI;
TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

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UN I A S S ELV I

Figura 11 – Efetores das fibras pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 462).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando os efetores das fibras pós-ganglionares do
sistema nervoso parassimpático.

Quando liberada pelas fibras pós-ganglionares parassimpáticas, a ACh promove


efeitos estimulantes ou inibitórios, dependendo do órgão efetor, promovendo as
seguintes manifestações, consoante Martini, Timmons e Tallitsch (2009):
■ diminuição da frequência cardíaca;
■ diminuição da frequência respiratória;
■ constrição das pupilas;
■ ativação do sistema digestório pela estimulação da secreção das glândulas
digestivas;

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■ estimulação de uma secreção fluida, rica em enzimas pelas glândulas sa-


livares;
■ estimulação da absorção de nutrientes pelas células dos tecidos;
■ inervação da musculatura lisa visceral, aumentando sua atividade;
■ contração da bexiga urinária para promover a micção;
■ estímulo para a defecação;
■ estímulo sexual.

Para facilitar a memorização das reações simpáticas e parassimpáticas, podemos


analisar o quadro comparativo entre os dois sistemas:
EFETOR SISTEMA SIMPÁTICO SISTEMA PARASSIMPÁTICO

Ligeira secreção
Glândula lacrimal Secreção lacrimal
lacrimal

Olhos Dilatação da pupila Contração da pupila

Secreção de uma
Secreção de uma saliva flui-
Glândulas salivares saliva espessa e pobre
da e rica em enzimas
em enzimas

Aumento da frequên- Redução da frequência


Coração
cia cardíaca cardíaca

Dilatação das vias


Pulmões Contração das vias aéreas
aéreas

Medula da glândula
Secreção de AD e NA Nenhum efeito conhecido
adrenal

Diminuição da função Aumento da atividade diges-


Sistema digestório
digestória tória

Bexiga Inibe a micção Estimulo para micção

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UN I A S S ELV I

EFETOR SISTEMA SIMPÁTICO SISTEMA PARASSIMPÁTICO

Pênis Ejaculação Ereção

Estimula a contração
Útero Mínimo efeito
em mulheres grávidas

Quadro 3 - Comparação entre as reações simpáticas parassimpáticas


Fonte: a autora.

SENTIDOS GERAIS E ESPECIAIS

Os sentidos gerais e especiais são formados por um conjunto de estruturas que


nos permitem interagir com o meio externo, ou seja, sentir, ver e cheirar o que
nos rodeia. Quando falamos em sentidos, fazemos referência às sensações que
são percebidas por determinada região do nosso corpo. Essas sensações são cap-
turadas na superfície do corpo por estruturas especializadas, denominadas de
receptores ou terminações nervosas (vistos anteriormente) e, então, são enviadas
ao córtex cerebral, que realiza a percepção (quando tomamos consciência).

SENTIDOS GERAIS

Os termorreceptores, os nociceptores, os mecanorreceptores e os quimiorrecep-


tores são as terminações nervosas responsáveis por capturar os sentidos gerais
e encontram-se espalhadas por todo o corpo: na pele; na mucosa da boca, na
vagina, no ânus; nos tendões, nos músculos e nas articulações. Para Tortora e
Derrickson (2017), esses receptores capturam estímulos térmicos, de dor, tato e
proprioceptivos:
■ Sensações térmicas: podem ser de frio e calor, sendo capturadas pelos
termorreceptores (terminações nervosas livres), localizados na epiderme
(frio) e na derme (calor).
■ Sensações dolorosas: são capturadas pelos nociceptores (terminações
nervosas livres) que se encontram espalhados por todo o corpo.

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■ Sensações táteis: vários tipos de mecanorreceptores captam estímulos


táteis, os quais incluem as sensações de pressão, toque, vibração, coceira
e cócegas. Os mecanorreceptores incluem: corpúsculos táteis (receptores
sensíveis a tato, pressão e vibração), discos de Merkel (sensíveis ao tato e
à pressão), corpúsculos de Ruffini (sensíveis ao tato) e corpúsculos lame-
lares (sensíveis à pressão e à vibração).
■ Sensações proprioceptivas: têm origem a partir dos proprioceptores, loca-
lizados nos músculos e tendões, os quais nos informam a posição articular
e a tensão exercida sobre os tendões.

SENTIDOS ESPECIAIS

VISÃO

A visão nos permite, através dos olhos, enxergar o mundo ao nosso redor. As
pálpebras, os cílios, os supercílios (sobrancelhas), os músculos extrínsecos do
olho (responsáveis por movimentar os olhos) e o aparelho lacrimal (estruturas
responsáveis por produzir, secretar e remover as lágrimas) são considerados es-
truturas oculares acessórias, pois auxiliam a proteção, a movimentação e a lu-
brificação adequada dos olhos, respectivamente. O bulbo do olho é formado
por três túnicas (camadas): túnica fibrosa, túnica vascular e retina (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
A informação visual (Figura 13), capturada pelos receptores visuais da retina,
é enviada ao encéfalo pelos nervos ópticos (um em cada olho), os quais chegam
ao quiasma óptico no diencéfalo. No quiasma óptico, ocorre o cruzamento de
metade das fibras do nervo óptico do lado direito para o esquerdo, e vice-versa.
A partir daí, o trato óptico chega aos corpos geniculados laterais e, deste, parte
em direção ao córtex visual, localizado no lobo occipital do cérebro.

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Figura 12 - Vias visuais


Fonte: adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando as vias visuais do ser humano.

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OLFATO

As partículas de odor, presentes no ar que inspiramos, interagem com os órgãos


olfatórios, duas estruturas localizadas na região superior da cavidade nasal, late-
ralmente ao septo nasal. Cada órgão olfatório está constituído por um neuroe-
pitélio, formado por receptores olfatórios, células de sustentação e células basais.
Abaixo desse neuroepitélio, encontramos uma camada de tecido conjuntivo, a
lâmina própria, a qual contém as glândulas de Bowman, produtoras de muco.
A informação odorífera, capturada pelos receptores sensitivos (dendritos de
neurônios bipolares) do neuroepitélio, segue pelos seus axônios, os quais atraves-
sam o osso etmoide (na região da lâmina cribriforme) até o bulbo olfatório. Lá, a
informação é passada, por meio de sinapses, para neurônios de segunda ordem,
que seguem pelo trato olfatório até o córtex olfatório no cérebro. O conjunto de
feixes dos axônios que chegam ao bulbo olfatório constitui o primeiro par de
nervos cranianos, o nervo olfatório (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

GUSTAÇÃO

O sentido do paladar envolve a percepção de cinco paladares primários: salgado,


ácido, amargo, doce e umami – recentemente descoberto por cientistas japoneses,
o umami é descrito com um paladar “carnoso”.
Os botões gustativos (calículos gustativos, de acordo com a nomenclatura
anatômica), responsáveis por capturar os estímulos do paladar, estão localizados
em estruturas presentes na superfície dorsal (parte de cima) da língua, as papilas
linguais, as quais variam de acordo com a sua forma e localização, sendo:
■ Papilas filiformes: as mais abundantes, presentes por toda a língua. Pos-
suem um formato alongado e pontiagudo que auxilia a deglutição, porém
essas papilas não participam no sentido da gustação, pois não possuem
botões gustativos.
■ Papilas fungiforme: também se encontram por toda a superfície da língua.
Seu formato estreito na base e alongado na superfície lembra um cogu-
melo, daí o nome fungiforme.

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■ Papilas foleadas: aparecem em pequena quantidade apenas nas regiões


laterais posteriores da língua. Seu formato lembra uma folha.
■ Papilas circunvaladas: têm aspecto de grandes círculos e se localizam ape-
nas na região posterior da língua.

Além da língua, os botões gustativos estão localizados também no palato mole,


na faringe e na epiglote. São estruturas de aspecto oval, formadas por células de
sustentação, células basais e neurônios bipolares, os quais atuam como receptores
sensoriais. Axônios dos neurônios provenientes dos botões gustativos seguem
por três nervos cranianos: o nervo facial (VII), o nervo glossofaríngeo (IX) e o
nervo vago (X). Os impulsos nervosos passam dos nervos cranianos até o bulbo,
do qual seguem para o sistema límbico, o tálamo e o hipotálamo. Do tálamo, a
informação gustativa segue para o lobo temporal do cérebro, no qual se localiza a
área gustativa primária, que possibilita a percepção do sabor (TORTORA, 2007).

AUDIÇÃO E EQUILÍBRIO

A orelha (Figura 14) é a estrutura responsável por capturar informações relacio-


nadas à audição e ao equilíbrio e está dividida em três regiões, conforme destaca
Tortora (2007):
■ Orelha externa: responsável por capturar as ondas sonoras, é formada por
orelha, meato acústico externo (MAE) e membrana timpânica.
■ Orelha média: região localizada no osso temporal, entre a membrana
timpânica (orelha externa) e os ossos da orelha interna. É uma cavidade
repleta de ar, que contém os três menores ossos do corpo humano: mar-
telo, bigorna e estribo.
■ Orelha interna: região formada por duas divisões – externamente, um
labirinto ósseo, e internamente, um labirinto membranoso, o qual con-
tém um líquido denominado endolinfa. A perilinfa é um líquido contido
entre os labirintos ósseo e membranoso. O labirinto ósseo é formado por
três partes: canais semicirculares, vestíbulo e cóclea. Os canais semicir-
culares são uma série de três canais interligados, que contêm os recepto-
res responsáveis por detectar a posição do corpo no espaço (equilíbrio).

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O vestíbulo é a região central do labirinto ósseo, localizado entre os canais


semicirculares e a cóclea. Por fim, a cóclea é uma estrutura que lembra
um caracol e contém os receptores para a audição.

Figura 13 - Estruturas da orelha


Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 480).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando as estruturas da orelha.

As ondas sonoras, capturadas pela orelha, passam pelo MAE e causam uma vi-
bração da membrana timpânica. Ao vibrar, a membrana timpânica movimenta
os três ossículos da audição, que, através do estribo, conectado à janela do vestí-
bulo, promove uma onda na perilinfa, e desta, para a endolinfa. Essa onda ativa
os receptores da audição localizados na cóclea e a informação, através da parte
coclear do oitavo (VIII) par de nervos cranianos, o vestibulococlear, chega à área
auditiva do córtex cerebral.
Já o equilíbrio é dependente dos movimentos e da posição da cabeça. Con-
forme a cabeça se movimenta, a endolinfa também é movimentada, levando à
ativação dos receptores do equilíbrio, localizados no interior dos canais semi-
circulares e do vestíbulo. Essa informação segue da parte vestibular do nervo
vestibulococlear (VIII) até o tronco encefálico e o cerebelo.

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UN I A S S ELV I

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO

O desenvolvimento do sistema nervoso envolve diversos processos fundamentais,


os quais dominam determinados momentos da embriogênese. O início do desen-
volvimento do sistema nervoso é marcado por um espessamento na região dorsal
do ectoderma embrionário, denominado de placa neural. A partir da liberação
de substâncias indutoras pela notocorda, o ectoderma é estimulado a proliferar,
dando origem à placa neural. O sistema nervoso inicia seu desenvolvimento no
período embrionário, a partir da terceira semana, e continua após o nascimento,
durante o período pós-natal.

DESENVOLVIMENTO INICIAL DO SISTEMA NERVOSO

O desenvolvimento do sistema nervoso inicia no fim da 3ª semana, a partir da


formação da placa neural, um espessamento da região central do ectoderma
embrionário. A notocorda é o indutor da formação da placa neural. Conforme a
notocorda se desenvolve, sobre ela, o ectoderma se espessa, formando um neu-
roepitélio que dará origem à placa neural. Devido à proliferação celular, a placa
neural sofre uma invaginação, originando o sulco neural na sua região central.
As paredes do sulco neural passam a se chamar pregas neurais. De cada lado
das pregas neurais, na junção com o ectoderma que não formou placa neural,
aparece um grupo de células, as cristas neurais. Conforme o desenvolvimento
segue, o sulco neural se aprofunda, dando origem à goteira neural. Aos poucos, as
bordas das pregas neurais se aproximam e se fundem, originando o tubo neural.
Ao mesmo tempo, a crista neural se desprende, formando uma faixa de células en-
tre o tubo neural e o ectoderma, que se funde superiormente. As células da crista
neural se separam em dois grupos, ficando na região superolateral do tubo neural.
A região rostral (anterior) do tubo neural dará origem ao encéfalo, enquanto
o restante (caudal) formará a medula espinal. As células da crista neural migram
por todo o corpo e originam diversas estruturas, como o sistema nervoso perifé-
rico (SNP), os neurônios dos gânglios sensitivos, os melanócitos da epiderme, os
odontoblastos (células formadoras da dentina, nos dentes), as células da medula
das glândulas adrenais, a leptomeninge (pia-máter e aracnoide), as células-satélite
presentes nos gânglios e as células de Schwann.

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Figura 14 - Desenvolvimento do sistema nervoso


Fonte: adaptada de Moore, Persaud e Torchia (2016).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando o desenvolvimento do sistema nervoso.

Na quarta semana de desenvolvimento, por volta do 24º dia, ocorre o fechamento


da região anterior do tubo neural, o neuróporo rostral, seguido pelo fechamento
do neuróporo caudal, por volta do 26º dia. Com o fechamento do neuróporo
rostral, na região anterior do tubo neural, aparecem as primeiras vesículas en-
cefálicas (vesículas encefálicas primárias), o prosencéfalo (encéfalo anterior), o
mesencéfalo (encéfalo médio) e o rombencéfalo (encéfalo posterior).

Figura 15 - Desenvolvimento das vesículas encefálicas


Fonte: adaptada de Marieb e Hoehn (2009).

Descrição da Imagem: na figura, há uma ilustração representando o desenvolvimento das vesículas encefálicas.

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UN I A S S ELV I

Por volta da 5ª semana, as três vesículas encefálicas se subdividem, dando origem


a cinco vesículas (vesículas encefálicas secundárias). O prosencéfalo se subdivide
em telencéfalo e diencéfalo, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielen-
céfalo. Conforme segue o desenvolvimento embrionário, o telencéfalo aumenta,
originando os hemisférios cerebrais, enquanto o diencéfalo dará origem ao tála-
mo, ao hipotálamo, ao epitálamo e ao subtálamo. Ao mesmo tempo, o metencéfalo
origina o cerebelo e a ponte e o mielencéfalo formará o bulbo.

E U I NDI CO

O não fechamento do tubo neural em algum ponto pode le-


var ao desenvolvimento de uma má formação embrionária, a
espinha bífida. Nessa condição, os arcos vertebrais não se fe-
cham, ocorrendo o extravasamento de meninges, liquor e/ou
tecido nervoso para fora do canal vertebral. Um dos tipos mais
frequentes da doença é a mielomeningocele, na qual ocorre
protrusão e exposição da medula espinhal, resultando em
alterações na função da medula espinhal (BIZZI; MACHADO,
2012).
Para saber mais sobre espinha bífida, leia o artigo disponível
no link a seguir.

Conforme ocorre o fechamento do tubo neural, suas células proliferam e origi-


nam um neuroepitélio pseudoestratificado, o qual dará origem às células proge-
nitoras neurais e às células progenitoras gliais. As células progenitoras neurais
formarão os neuroblastos, enquanto as células progenitoras gliais darão origem
a diferentes tipos de neuroglia; os oligodendrócitos, os astrócitos e as células
ependimárias. A micróglia tem origem a partir dos macrófagos e as células de
Schwann, conforme citado anteriormente, originam-se a partir das células da
crista neural (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).

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TE M A D E APRE NDIZ AGEM 9

E M FO CO

Ficou curioso para saber mais sobre o tema? Veja a videoaula


que preparamos para você!

NOVOS DESAFIOS
O mercado de trabalho, para profissionais que desejam atuar com o SNP, é amplo
e oferece diversas oportunidades em áreas da saúde, como medicina, enferma-
gem, fisioterapia, entre outras.
Um dos principais campos de atuação é a neurologia, que trata de doenças e
disfunções do sistema nervoso, incluindo o periférico. Além disso, existem áreas
específicas, como a neurofisiologia clínica, que se concentra em testes de diag-
nóstico, e a neurocirurgia periférica, que é responsável pelo tratamento cirúrgico
de lesões e distúrbios do SNP.
Outra área que tem ganhado destaque é a neuroengenharia, que se dedica a
desenvolver dispositivos médicos, como próteses, para ajudar no tratamento de
distúrbios do SNP.
Com o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas, a
demanda por profissionais qualificados no tratamento do SNP tende a crescer,
tornando esse um campo promissor para os interessados em atuar na área da
saúde.

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ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR, LOCOMOTOR, NERVOSO E CARDIORESPIRATÓRIO.indb 304 11/07/2023 05:10:03


VAMOS PRATICAR

1. O sistema nervoso periférico (SNP), também denominado de parte periférica do siste-


ma nervoso, segundo a terminologia anatômica, é formado por todo o tecido nervoso
fora do sistema nervoso central (SNC). Os componentes do SNP incluem os nervos, os
gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensitivos.

O SNP é dividido em sistema nervoso somático (SNS) e sistema nervoso autônomo (SNA).

Sobre as divisões do SNP, apresente as principais diferenças.

2. O sistema nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as suas diferen-
tes partes e coordena as suas ações voluntárias e involuntárias. Pode ser dividido em
central e periférico, sendo responsáveis por cada uma das funções.

Qual das alternativas a seguir contém estruturas que são componentes do sistema ner-
voso periférico (SNP)?

a) Nervos e gânglios.
b) Cérebro e glândulas.
c) Hipotálamo e medula.
d) Gânglios e medula espinhal.
e) Nervos e tronco encefálico.

3. O sistema nervoso periférico autônomo (SNPA) ou visceral tem, por função, regular o
ambiente interno do corpo, controlando a atividade de alguns sistemas que compõem
o nosso corpo.

Sobre o SNPA, analise as sentenças a seguir:

I - O funcionamento do SNPA depende da nossa vontade.


II - Regula a homeostase por meio dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e
endócrino.
III - O SNPA divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

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ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR, LOCOMOTOR, NERVOSO E CARDIORESPIRATÓRIO.indb 305 11/07/2023 05:10:03


VAMOS PRATICAR

É correto o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

4. Os nervos têm, por função, realizar a comunicação entre a periferia (SNP) e o centro
(SNC). Informações sensitivas, provenientes de órgãos internos e da superfície do
corpo (pele), chegam até a medula espinhal por meio de fibras sensitivas, denominadas
de aferentes, enquanto os impulsos provenientes da medula espinhal chegam até os
músculos pelas fibras motoras, denominadas de eferentes.

Levando em consideração os conceitos apresentados, quando uma pessoa encosta a


mão em um ferro quente, ela reage imediatamente, por meio de um reflexo. Nesse reflexo,
o neurônio eferente leva o impulso nervoso para qual região?

a) Medula espinal.
b) Encéfalo.
c) Músculos flexores do braço.
d) Terminações sensoriais de calor.
e) Terminações sensoriais de dor.

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VAMOS PRATICAR

5. A orelha é a estrutura responsável por capturar informações relacionadas à audição e


ao equilíbrio, e está dividida em três regiões: orelha externa, média e interna.

Uma garota de 11 anos sofre de surdez e de uma intensa dor no ouvido esquerdo. Seu
pediatra dá o diagnóstico de otite média aguda, depois de examinar a superfície lateral
da membrana timpânica com o auxílio de um otoscópio. Na orelha média, encontramos:

a) A cóclea.
b) Os canais semicirculares.
c) O meato acústico externo.
d) Os ossos martelo, bigorna e estribo.
e) O vestíbulo.

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REFERÊNCIAS

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GABARITO

1. O sistema nervoso autônomo é responsável pelo controle das funções corporais auto-
máticas, como a frequência cardíaca, a respiração e a digestão. Ele é dividido em dois
ramos: o sistema nervoso simpático, que prepara o corpo para a ação, e o sistema nervoso
parassimpático, que ajuda o corpo a relaxar e se recuperar.

Já o sistema nervoso somático é responsável pelo controle dos movimentos voluntários


do corpo, como a locomoção e a fala.

2. A. Fazem parte do sistema nervoso periférico os nervos e os gânglios.

3. D. A divisão autônoma do sistema nervoso ou SNA é formada por neurônios sensitivos, que
levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em
órgãos viscerais, como o estômago e os pulmões – para o SNC, e por neurônios motores,
que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco
e as glândulas. Como suas respostas motoras não estão, de modo geral, sob controle
consciente, a atuação do SNA é involuntária.

4. C. Os neurônios eferentes ou motores são responsáveis por transmitir o estímulo do SNC


para a periferia do corpo e, nessa situação, levarão o impulso para o músculo do braço,
fazendo o movimento de retirada da mão.

5. D. A orelha média está situada no osso temporal, entre a membrana timpânica (orelha
externa) e os ossos da orelha interna. É uma cavidade repleta de ar, que contém os três
menores ossos do corpo humano: martelo, bigorna e estribo.

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