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Microcontroladores e

Microprocessadores

Microcontroladores e
Microprocessadores
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS

Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
DANYELLE GARCIA GUEDES
ALAN DE OLIVEIRA SANTANA
AUTORIA
Danyelle Garcia Guedes
Sou mestranda, pela Universidade Federal de Campina Grande, em
Ciência e Engenharia de Materiais, especialista, pela Faculdade Campos
Elíseos, em Docência do Ensino Superior e Bacharel pela Universidade
Federal de Campina Grande em Ciência e Engenharia de Materiais. Atuo
como membro e pesquisadora no Laboratório de Desenvolvimento de
Biomateriais do Nordeste (Certbio), na pesquisa e desenvolvimento de
dispositivos biossensores e biomateriais e no Laboratório de Tecnologia
de Materiais da UFCG, no desenvolvimento de materiais cerâmicos
e nanofibras. Atualmente, sou membro do Laboratório de Materiais
Cerâmicos e Avançados. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Por isso fui convidada, pela Editora Telesapiens, a integrar seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você, nesta
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Alan de Oliveira Santana


Sou mestre em Sistemas da Computação, pela Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (2017). Sou graduado em Ciência da Computação,
pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Natal, 2016). Tenho
experiência na área de Ciência da Computação, atuando, principalmente,
nos seguintes temas: tutores virtuais, chatbots e jogos educativos.

Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência


de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui
convidado, pela Editora Telesapiens, a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você, nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Fundamentos de Microcomputadores................................................ 10
Introdução Teórica...........................................................................................................................10

Estrutura Fundamental de um Computador.............................................10

CPU...................................................................................................................... 12

Unidade de Memória ............................................................................. 15

Unidade de Entrada e Saída (E/S)................................................ 16

Conceitos Fundamentais Acerca de Sistemas Digitais..................... 16

Outras Definições Importantes............................................................................ 19

Evolução Histórica dos Microcontroladores e


Microprocessadores.................................................................................... 22
Evolução dos Processadores.................................................................................................. 22

A Lei de Moore Ainda é uma Realidade?.................................................... 31

Microcontroladores Versus Microprocessadores........................... 33


Microprocessadores e Microcontroladores: Entendendo as
Diferenças .............................................................................................................................................33

Microprocessadores...................................................................................................34

Microcontroladores......................................................................................................34

Estrutura Básica de um Sistema Embarcado........................35

Funcionamento de um Microcontrolador............................... 36

Microcontroladores Versus Microprocessadores..................................37

Arquitetura e Organização Estrutural de um


Microprocessador........................................................................................ 43
Microprocessadores.......................................................................................................................43

Arquitetura de Microprocessadores................................................................45

Funcionamento de um Microprocessador....................................................................52
Microcontroladores e Microprocessadores 7

01
UNIDADE
8 Microcontroladores e Microprocessadores

INTRODUÇÃO
Talvez você já tenha parado para observar que existe uma infinidade
de objetos presentes, no seu cotidiano, que desenvolve atividades típicas
de forma autônoma, facilitando diversas tarefas repetitivas do seu dia a
dia. Por exemplo, você já deve ter percebido que uma cafeteira é capaz
de, sozinha, misturar uma quantidade fixa de pó de café com água
quente, que a própria máquina aquece, e, após certo tempo, quando
a mistura do café já está pronta, depositar o líquido em um recipiente,
deixando prontinho para você consumir. Pois, bem. Essas e muitas outras
funcionalidades podem ser visualizadas por meio de equipamento
eletroeletrônicos, não é? Observe os outros equipamentos que você tem
ao seu redor e que fazem tarefas dessa mesma forma. Pensou? Você sabe
qual é o dispositivo que controla todas essas ações nesses dispositivos? Os
microcontroladores e os microprocessadores são elementos empregados
para esse tipo de finalidade. Mas cuidado! Eles são diferentes. E seus usos
também são distintos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai
mergulhar neste universo!
Microcontroladores e Microprocessadores 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Compreender os fundamentos dos microcomputadores.

2. Definir os conceitos de microcontroladores e microprocessadores,


entendendo sua evolução histórica.

3. Identificar as diferenças entre os microcontroladores e os


microprocessadores.

4. Entender a arquitetura e a organização estrutural do


microprocessador.
10 Microcontroladores e Microprocessadores

Fundamentos de Microcomputadores

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


diversos conceitos computacionais básicos que serão
fundamentais, ao longo do nosso estudo, sobre os
microcontroladores e os microprocessadores. Isto será
importante para o exercício de sua profissão. As pessoas que
tentaram avançar, nos estudos sem compreender esses
conceitos básicos, tiveram muita dificuldade para entender
tais dispositivos e todas as funções que desenvolvem. E
então? Motivado para aprimorar esta competência? Então,
vamos lá. Avante!.

Introdução Teórica
No início do estudo acerca de microcontroladores e
microprocessadores, se faz importante que, alguns conceitos
computacionais básicos, sejam introduzidos. Dessa forma, ao longo
deste capítulo, serão abordadas algumas definições fundamentais para
os demais conteúdos que serão apresentados, ao longo de todas as
unidades dessa disciplina.

Estrutura Fundamental de um Computador


Assim como ocorre no funcionamento do organismo humano, a
arquitetura do sistema dos computadores é composta por uma unidade
de memória, um ambiente que funciona como um cérebro para todo o
sistema, e dispositivos que atuam na interface, entre o meio digital e o
mundo externo.
Microcontroladores e Microprocessadores 11

Figura 1 - Computador

Fonte: Pixabay (2021).

Os computadores, em sua generalidade, são formados por um


conjunto composto por três blocos básicos: um constituído pela unidade
central de processamento (CPU), outro uma unidade de armazenamento
de dados e softwares, ou unidade de memória, e uma unidade de entrada
e saída, que é constituída pelos elementos que atuam na comunicação
entre o mundo externo e o meio digital.
Figura 2 - Blocos básicos de um microcomputador

Unidade de
processamento Unidade de entrada e
Unidade de memória
central (CPU) saída (E/S)
microprocessador

Unidade lógica e Memória de


aritmética (ULA) armazenamento de
programa (não volátil) Saída de informação
Registradores
Memória de Entrada de informação
Temporizadores e armazenamento de
controles dados (volátil)

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

De acordo com Gimenez (2002), os blocos básicos de um


computador para o outro, em geral, se diferenciam por suas características
12 Microcontroladores e Microprocessadores

como fornecedor do microprocessador e microcontrolador, na velocidade


de capacidade de processamento (10MHz, 500 MHz etc.), na capacidade
de armazenamento da memória (8Kbytes, 32 Mbytes etc.), na quantidade
de dispositivos de entrada e saída conectados, se são entradas analógicas
ou digitais, entre outros.

CPU
A unidade central de processamento, popularmente conhecida
como CPU, é o componente, definido como microprocessador do
equipamento computacional. Funciona como se fosse o cérebro do
equipamento, ou seja, é unidade em que todas as atividades inteligentes
são desenvolvidas na máquina, isso porque é formado pelo conjunto de
dispositivos que são construídos para atuarem em processos lógicos, de
tomada de decisão e desenvolver ações, de acordo com as necessidades,
visualizadas durante sua execução. É importante ressaltar que essas
unidades não têm completa independência na tomada decisão, elas
desenvolvem suas tarefas por meio da execução de programas que
instruem adequadamente, de acordo com o que foi projetado pelo
programador.

SAIBA MAIS:

O programador é o profissional que atua na escrita de


softwares computacionais, ou seja, ele projeta, desenvolve
e testa esses programas, insere todas as orientações de
como a informação deve ser trabalhada, de acordo com
os objetivos gerais desse software e com o contexto de
trabalho.
Microcontroladores e Microprocessadores 13

As CPUs executam os softwares e analisam todas as informações


que chegam do mundo externo por dispositivos de entrada, realizam
o processamento dessas informações, interpretando, manipulando,
ordenando, modificando, desenvolvendo operações lógicas, aritméticas
e outras atividades que serão definidas, conforme a finalidade de cada
contexto de atividade. Em seguida, ainda na CPU, a partir da informação
e da atividade desempenhada, a resposta do sistema é formulada pela
unidade central de processamento e pelos dispositivos de saída nos quais
são produzidas as respostas necessárias, que vão desde transmissão de
informações para outro equipamento computacional até acionamento de
outros componentes, como relés, bips, entre outras diversas ações.

Para ilustrar o desenrolar do trabalho descrito anteriormente, pode-


se pensar no funcionamento de um caixa eletrônico bancário. O usuário
deseja sacar, determinada quantia em dinheiro da sua conta bancária,
para tanto ele se dirige ao caixa eletrônico, insere o seu cartão magnético,
nos dispositivo de entrada de cartões, o sistema realiza a leitura das
informações armazenadas no cartão, a senha do usuário é solicitada, o
sistema decodifica a senha inserida por meio do uso do teclado, ao usuário
é exibida a tela de opções na qual ele escolhe a ação que deseja executar
(saque da conta corrente, por exemplo), opções para detalhamento da
quantia desejada também são disponibilizadas em tela, então o software
calcula o valor solicitado, subtrai este do valor total do saldo do usuário e
fornece a quantia em dinheiro físico para o solicitante.

Observe por meio desse exemplo que nenhuma interferência


humana no ato de aplicação do sistema de caixa eletrônico é desenvolvida,
ou seja, o computador desse equipamento interpreta qual cliente está
operando o caixa, qual a sua correspondente conta bancária, qual o valor
do seu saque, quanto ele precisa, quanto restará na conta, faz a contagem
do dinheiro físico e ainda disponibiliza para que o usuário faça o saque,
ou seja, uma série de ações e tomadas de decisões são executadas pelo
computador, que foi claro, previamente, programado para desenvolver
tais tarefas.
14 Microcontroladores e Microprocessadores

Algumas funções básicas das CPUs podem ser então identificadas:

•• Busca e interpretação de toda a sequência de instruções de


software, alocado na unidade de armazenamento.

Quando um programa é executado, a CPU, inicialmente, faz a sua


leitura e busca, já que fica disposta de forma especifica na memória
do computador. Assim, as instruções do software são rastreadas,
pontualmente, na memória. Esse processo ocorre por meio da leitura
de um byte na memória, a qual equivale a uma instrução específica e,
posteriormente, é feita a interpretação ou decodificação de tal instrução
lida, tendo em vista que há um valor limite de capacidade de quantidades
de instruções com as quais o microprocessador é capaz de atuar. Após
esse processo, a unidade de processamento já é capaz de executar as
ações lidas.

•• Execução do software.

Após a leitura de todas as instruções do programa em questão, a


unidade de processamento inicia a sua execução, ou seja, processa cada
uma das instruções do software. Esse processo consiste, basicamente, na
transferência de dados dos registradores internos da CPU para a memória
ou para dispositivos E/S, por exemplo, ou ainda não desenvolvimento de
operações lógicas e aritméticas com as informações e outras atividades.

O processo de busca, leitura, interpretação e execução de


instruções, por parte da unidade de processamento, ocorre por meio de
operações contínuas nessa unidade.
A Unidade de Processamento Central (ou CPU) é a parte
do computador que é construída para ser obcecada com
a pergunta “E agora?”. Se seu computador é avaliado em
3.0 Gigahertz, significa que ele irá perguntar “E agora?” três
bilhões de vezes por segundo. (SEVERANCE, 2009, p.3)
Microcontroladores e Microprocessadores 15

Unidade de Memória
A unidade de memória de um computador é, em geral, dividida
em duas porções: a de memória para armazenagem de softwares e a
memória para armazenagem de informações como dados, bits, bytes etc.

Na memória para armazenagem de softwares são guardados esses


programas e suas respectivas instruções que orientarão o funcionamento
do computador. Assim, uma vez que o sistema é ligado, ou seja, energia é
fornecida ao equipamento, o programa armazenado, nessa memória, será
buscado e sua execução será iniciada pela unidade de processamento.
Em geral, esse programa não pode ser omitido de forma alguma, nem
quando há retirada da energização do sistema, pois nele está contido
toda a funcionalidade do computador. Essa memória é, dessa forma,
caracterizada como sendo não volátil.

IMPORTANTE:
A memória volátil é o tipo de memória de computador
que demanda energia para manter as informações
armazenadas. Já a memória não volátil é o tipo de memória
que não demanda energia para reter as informações
armazenadas, mesmo quando não está ligada (ROM,
PROM/OTP, EPROM, EEPROM).

A memória para armazenagem de informações é a porção da


memória destinada à escrita e à leitura de dados e informações. São
memórias do tipo voláteis.
Memória Principal é utilizada para armazenar informações
que a CPU precisa com urgência. Sendo a memória quase
tão rápida quanto a CPU. Mas, a informação armazenada
nessa memória desaparece quando o computador é
desligado. A Memória Secundária também é utilizada
para armazenar informação, mas é muito mais lenta que
a memória principal. A vantagem é que os dados podem
ser guardados até quando o computador está desligado.
Exemplos de memória secundária são os discos rígidos
ou as memórias flash (tipicamente encontrados em
dispositivos USB e em reprodutores de música portáteis.
(SEVERANCE, 2009, p.3)
16 Microcontroladores e Microprocessadores

Unidade de Entrada e Saída (E/S)


As unidades de entrada e saída de informações e dados,
também, podem ser identificados como unidades de input/output (I/O).
Consistem em unidades em que é possível estabelecer a interface
entre as informações fornecidas, a partir do mundo externo, e o sistema
computacional.

A interface, em geral, pode ser conceituada como um sistema que


possibilita a interação entre duas entidades, na qual há o interesse em
executar alguma ação, desenvolvendo assim a interação.
A interação é, então, o conjunto formado por usuário e
sistema, em que o usuário executa ações sobre o sistema,
que os interpreta e os comunica em linguagem de máquina
às aplicações disponíveis. (NASCIMENTO, 2017, p.16)
Figura 3 - Processo de interação entre homem e computador

Sistema
Ação

Usuário
Interface Aplicação
Interpretação

Fonte: Elaborado pelos autores com base em NASCIMENTO (2017).

Conceitos Fundamentais Acerca de Sistemas


Digitais
Os computadores são dispositivos lógicos que desenvolvem tarefas
sequenciais com a informação, que é transmitida para os circuitos internos
dos computadores por meio de seus dispositivos de entrada.

A informação, em sistemas digitais computacionais, é trabalhada


sob a forma de sinais digitais. Esses nada mais são que elementos de
tempo discreto, ou seja, aqueles compostos por sequências de valores
inteiros, finitos e precisos, definidos em instantes periódicos de tempo.
Microcontroladores e Microprocessadores 17

Os sinais digitais apresentam a característica de se apresentarem


em dois estados lógicos apenas, por isso são identificados por meio de
dígitos binários (0 e 1 como conjunto fundamental do sistema numérico
binário).

A partir dessas informações, um conceito, fundamental para o meio


computacional, pode ser então identificado: o bit.

Os bits ou binarydigit, em português, dígito binário, compreendem,


justamente, os estados lógicos dos sistemas digitais. Dessa forma, as
informações, em sistemas digitais computacionais, são trabalhadas sob a
forma de dígitos binários ou bits. Nesse contexto, tem-se uma série de 0
e 1 que é o meio de descrição de um dado que é organizado, estratégica
e sistematicamente, para representar de forma eficiente um sinal digital.

De acordo com Gimenez (2002), pode-se identificar o zero lógico


como um estado que, equivale a zero volt (V) de tensão, disponibilizado
no circuito lógico e que pode ser atribuído à presença de tensão, podendo
ser de 5 ou 3 volts (V), por exemplo.

O entendimento do que é um bit, e qual o seu papel em um sistema


computacional, precede a definição dos bytes, outro fundamental conceito.

Os sistemas computacionais armazenam as informações, em


unidades de medidas fundamentais, conhecidas como bytes. Um byte
pode ser também definido como uma grandeza lógica que equivale a
oitos dígitos binários, ou seja, em um byte há oito bits, assim um único
byte pode ser usado para representar 28 ou 256 valores diferentes
(maiúsculas e minúsculas, números e símbolos nos idiomas ocidentais).
Outras grandezas podem ser definidas a partir dos bits e bytes, como
mostrado na tabela a seguir.

Figura 4 - Relação entre bit, byte, nibble e Word

0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1
Nibble Nibble Nibble Nibble Nibble Nibble Nibble Nibble
Byte Byte Byte Byte
Word
Fonte: Elaborado pelos autores adaptado de IDOETA (1993).
18 Microcontroladores e Microprocessadores

IMPORTANTE:

Os bytes são empregados na caracterização das instruções


que um microcontrolador é capaz de executar.

Os dispositivos elétricos, por meio dos quais os sinais são


transmitidos em uns dispositivos eletrônicos como os computadores, são
denominados circuitos integrados. Entre os variados tipos de circuitos
integrados existentes, tem-se os circuitos integrados digitais. Esses
elementos podem ser encontrados, na forma de circuitos lógicos, chips
de memória, circuitos de interface, circuitos de gerenciamento de energia
e dispositivos programáveis.

Os circuitos lógicos, por sua vez, atuam por meio de operações


lógicas e orientam o funcionamento do circuito como um todo (entre os
circuitos lógicos, podem-se destacar, exatamente, os microprocessadores
e os microcontroladores).

Os circuitos lógicos operam em dois estados de energia, os bits


0 e 1, tratando as informações, de acordo com a finalidade para a qual
foram desenvolvidos. Esses dispositivos são elaborados por meio da
estruturação de circuitos eletrônicos, definidos como portas lógicas.

Assim como afirma Floyd (2007), os três elementos lógicos básicos


dos circuitos lógicos, AND, OR e NOT, podem ser ajustados, de forma
que sejam obtidos circuitos lógicos mais complexos com capacidades
diversas, construindo sistemas digitais completos. Entre as mais comuns
das funções lógicas estão as de comparação, aritmética, conversão de
código, codificação, decodificação, seleção de dados, armazenamento e
contagem.

Em nosso estudo, as funções de armazenamento terão certa


relevância. Assim, sabe-se que essa função tem como base, principalmente,
a preservação das informações binárias, em certo período de tempo.
Alguns dos tipos mais comuns de dispositivos de armazenamento são:
flip-flop e registradores.
Microcontroladores e Microprocessadores 19

Os registradores, por sua vez, são compostos por um grupo de


flip-flop interconectados, paralelamente entre si. Esses componentes
armazenam dados com 8, 16, 32, 64 ou 128 bits, valores que variam,
conforme a quantidade de flip-flop ligados. Uma característica importante
a se ressaltar a respeito desse dispositivo é que, após ser retirada a energia
do sistema, a informação é perdida.

Outras Definições Importantes


Os microcomputadores são equipamentos compactados que
visam, por meio de um sistema eletrônico, desenvolver tarefas que
simulam o comportamento do sistema do corpo humano. Esses
equipamentos consistem em um dispositivo eletrônico, formando por um
microprocessador, a unidade central de processamento (CPU), que realiza
todas as operações lógicas e aritméticas, uma unidade de memória e
unidades de entradas e saídas de informações.

As tarefas que os microcomputadores desenvolvem são definidas


por meio de instruções. As instruções, fornecidas aos computadores,
consistem em ações que são indicadas ao sistema por meio dos
dispositivos de entrada e saída. Essas são implementadas com auxílio de
dispositivos como registradores, por exemplo.
Figura 5 - Ilustração da importância das instruções - orientação

Fonte: Pixabay (2021).

Em geral, equipamentos que são construídos com uso de


microcontroladores ou microprocessadores são considerados inteligentes,
exatamente, pelo fato de comportarem um sistema capaz de, por meio de
20 Microcontroladores e Microprocessadores

operações sistemáticas, executar ações lógicas para o desenvolvimento


de tarefas específicas.

O arranjo de um conjunto de instruções, estrategicamente


organizadas, define os softwares ou programas computacionais e
objetivam direcionar os microcomputadores, indicando todas as ações
que ele deve executar.

Existem diversos tipos de softwares, desenvolvidos para diversas


finalidades. Um tipo importante desse programa é o firmware. Ele apresenta
a capacidade de armazenar de maneira não volátil as informações,
ou seja, quando o sistema é desligado, a informação presente em um
firmware não é perdida. Exemplos de firmware são os softwares ROM,
PROM, EPROM E EEPROM.

Os firmwares programam o formato de operação dos hardwares e


definem os requisitos de operação.

Os hardwares, nesse contexto, são elementos físicos do


equipamento e consistem em elementos eletrônicos que fazem parte do
microcomputador.
Microcontroladores e Microprocessadores 21

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido alguns dos
conceitos mais básicos e importantes, relacionados
aos fundamentos dos computadores em geral. Foram
abordados, o sistema dos computadores que é composto
por uma unidade de memória, um ambiente que funciona
como um cérebro para todo o sistema e dispositivos que
atuam na interface entre o meio digital e o mundo externo,
formados por três blocos básicos: um constituído pela
unidade central de processamento (CPU), uma unidade
de armazenamento de dados e softwares, ou unidade de
memória, e uma unidade de entrada e saída. Além disso,
foram abordados conceitos mais específicos dos sistemas
digitais, como o que é um bit, um byte e as demais grandezas
digitais. Foi introduzido, também, o funcionamento dos
sistemas digitais, como operam por operações lógicas.
Definiram-se microcomputadores e alguns outros
elementos importantes desses equipamentos.
22 Microcontroladores e Microprocessadores

Evolução Histórica dos


Microcontroladores e
Microprocessadores

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender todo


o contexto histórico evolutivo dos microprocessadores e dos
microcontroladores. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão. Conhecer todo o repertório de uma
tecnologia auxilia para a construção dos conhecimentos
dos novos estudantes E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

Evolução dos Processadores


Foi com a criação do primeiro transistor que uma nova era da
tecnologia eletrônica foi iniciada.

DEFINIÇÃO:

Os transistores consistem em um componente, produzido


a partir de material semicondutor, que pode ser aplicado
tanto para uso em condução como para isolamento elétrico.
É um dispositivo que atua como chave e amplificador,
utilizado para o controle e a regulação de fluxos de sinais
eletrônicos, ao longo de um circuito.

Precedendo a descoberta e usos dos transistores, existiam as


válvulas termoiônicas que, também, exibiam a função de controlar o fluxo
de corrente elétrica em um circuito, no entanto, nesse caso o dispositivo
atuava no controle do fluxo, em alto vácuo entre eletrodos dispostos
em um recipiente selado. O princípio geral desse dispositivo consistia
Microcontroladores e Microprocessadores 23

na ideia de que um elemento, ao ser aquecido em um vácuo, é capaz


de emitir elétrons. Normalmente, tais elétrons permaneceriam ao redor
do elemento quente, devido à atração de carga, porém, na presença de
um segundo eletrodo, também no vácuo e um alto potencial positivo
colocado nele, os elétrons seriam atraídos do eletrodo quente para o de
alto potencial, gerando assim um fluxo de corrente.

As principais desvantagens desse componente em relação aos


transistores, que justificam até seu desuso, compreendem o fato de que
esses componentes ocupam muito espaço físico, consomem energia
e ainda produzem calor, o que não é visualizado com os transistores,
componentes utilizados até hoje.
Figura 6 - Exemplo de válvula termoiônica

Fonte: ALMEIDA (2009).

Os transistores, dessa forma, se comportaram como componentes


mais confiáveis, que demandavam menores níveis de energia para
trabalhar e que podiam ser fabricados em tamanhos microscópicos
(atualmente, os transistores medem cerca de 20 nanômetros).
24 Microcontroladores e Microprocessadores

Figura 7 - Exemplo de transistores

Fonte: Pixabay (2021).

Assim, pode-se identificar que os transistores consistem no


componente mais básico de um processador e que é justamente
devido a sua evolução em relação às tecnologias desenvolvidas para
sua fabricação, que se obteve a relevante e importante evolução dos
processadores.

Por volta do século XIX, diversos outros componentes eletrônicos


foram criados, por exemplo, relés, tudo isso na tentativa de desenvolver
um equipamento capaz de realizar operações matemáticas de forma ágil.
No caso dos relés, se tornou inviável, devido ao alto custo, associado a
sua produção, ao seu tamanho, pois tinha grandes dimensões, e a sua
baixa capacidade de processamento, consistia em um componente lento.
Tudo isso associado mostrou que não havia um bom balanço de custo e
benefício.
Microcontroladores e Microprocessadores 25

As válvulas termoiônicas surgiram já no século XX, e foi a partir


desse dispositivo que os primeiros computadores foram desenvolvidos. O
ENIAC (Electronic Numerica lIntegrator Analyserand Computer), o primeiro
computador digital eletrônico, foi um dos modelos de computador que
fizeram uso das válvulas termoiônicas. Sua estrutura era composta, entre
outras coisas, por dezoito mil válvulas termoiônicas, o que possibilitava
que o equipamento fosse capaz de processar cerca de 5.000 operações
de adição, 357 operações de multiplicação e 38 divisões a cada segundo.

ACESSE:

Para conhecer um pouco mais sobre o ENIAC acesse aqui.

Em 1947, o primeiro dispositivo transistor foi criado, por cientistas da


Bell Laboratory e as válvulas termoiônicas entraram em desuso.

Nesse período, os transistores eram desenvolvidos com uso do


semicondutor germânio, mas, na década de 1950, ele foi substituído pelo
silício.

A técnica de litografia ótica foi também imprescindível na evolução


dos processadores, tendo em vista que foi por meio desse método
que níveis mais avançados de miniaturização dos transistores foram
alcançados.

Isso, por sua vez, foi particularmente importante e decisivo para o


surgimento dos circuitos integrados.

Os circuitos integrados, compreendem um dispositivo elétrico,


constituído por um conjugado de circuitos eletrônicos, atrelados a uma
placa de circuito de material semicondutor. Fazem parte desse conjugado,
os transistores, os diodos, os resistores e os capacitores. A invenção do
circuito integrado se mantém historicamente como uma das inovações
mais importantes da humanidade. Quase todos os produtos modernos
utilizam essa tecnologia (ALMEIDA,2009, p.2).
26 Microcontroladores e Microprocessadores

DEFINIÇÃO:

A litografia ótica consiste em um método que se baseia


em fótons para projetar uma imagem em uma emulsão
fotossensível, revestida em um substrato, no caso a
pastilha de silício. Consiste na transferência do modelo
padrão, que é desenhado numa máscara, para um material
fotossensível por meio de raios ultravioletas. Os padrões
produzidos podem ser menores que 100 nm.

De acordo com Almeida (2009), foi em abril do ano de 1965, que


o fundador da empresa Intel, o empresário Gordon Moore, publicou um
artigo, relatando o alcance de uma maior capacidade de processamento
para os computadores, por meio do uso de transistores nos dispositivos
de processamento. Por meio de sua declaração, Moore afirmou que
a quantidade de transistores em seus microchips seria dobrada e que,
além disso, em um prazo de dezoito meses dobraria essa capacidade
de processamento, já conseguida e que essa proposta se tornaria uma
regra a ser seguida de forma constante e contínua, ou seja, a cada dezoito
meses uma nova evolução seria produzida, obtendo-se sempre pelo
menos o dobro de transistores por dispositivo.

Mesmo que pareça apenas uma observação para o seu processo


de planejamento específico, essa ideia, disseminada por Moore, se tornou
bastante conhecida e se mantém fundamental, até a atualidade como a
Lei de Moore.

Em geral, a Lei de Moore afirma que, em um crescimento


exponencial, a velocidade e a capacidade dos computadores deveriam
aumentar a cada dois anos e que o custo associado a isso para o
consumidor seria reduzido.

Moore fez essa declaração, com base na observação de tendências


da Intel. Eventualmente, o insight de Moore tornou-se uma previsão, que,
por sua vez, se tornou a regra de ouro conhecida como Lei de Moore.
Microcontroladores e Microprocessadores 27

A Lei de Moore orientou então a indústria de semicondutores no


que diz respeito ao planejamento de longo prazo e às metas de pesquisa
e desenvolvimento e foi, assim, uma força motriz da evolução e mudança
tecnológica e social, da produtividade e do crescimento econômico do
final do século XX e início do século XXI.

Em 1971, a Intel, disponibilizou no mercado, o primeiro modelo de


microchip, com cerca de 2.000 transistores, o Intel 4004. Esse dispositivo
consistia em um processador de 4 bits, com 2.300 transistores, e foi
desenvolvido para uso em calculadoras portáteis. Esse processador
foi criado para englobar, em um único chip, as funções de controle de
teclado, display, impressão e outros.

O microchip Intel 4004 tinha poder de processamento similar ao


ENIAC
Figura 8 - Processador Intel 4004

Fonte: Almeida (2009).

Em 1973, Moore e sua empresa lançaram, então, o seu novo


processador, o Intel 8008. O novo modelo de processador tinha uma
unidade lógica de processamento de 8 bits e cerca de 3.500 transistores,
acoplados ao circuito integrado.
28 Microcontroladores e Microprocessadores

Em 1974, a empresa disponibiliza no mercado o primeiro processador


destinado a computadores pessoais. O novo dispositivo era uma evolução
de Intel 8008, assim, também tinha 8 bits e se chamava Intel 8080, porém
comportava 4.800 transistores e era capaz de desenvolver 290.000
operações por segundo.

Em 1978, surge a empresa Advanced Micro Devices (AMD), também, se


inserindo no mercado de microprocessadores e dividindo espaço com a Intel.

No ano de 1979, a Intel lança o processador Intel 8086 e o Intel


8088, esse segundo uma versão do 8086 com barramento de 8 bits.

Com a nova empresa concorrente no segmento, a Intel buscou


desenvolver uma campanha para padronizar seu recente lançamento
como a arquitetura padrão a ser utilizada na indústria de computadores.
A IBM (International Business Machines Corporation), que atualmente
desenvolve, fabrica e comercializa hardwares e softwares, sistemas
de inteligência artificial, deeplearning e supercomputadores, adotou o
processador Intel 8088 como dispositivo e componente da arquitetura
padrão do seu primeiro computador de uso pessoal.

A ideia da IBM era, com base no modelo fornecido pela Intel,


desenvolver um padrão aberto de sistema em que fosse possível facilitar
a transição entre os microprocessadores da próxima geração, de forma
que os programas fossem compatíveis nas diferentes gerações de
processadores. Isso, por sua vez, foi um passo importante para a Intel, que
acabou, por consolidar o microprocessador 8086/8088, como padrão
mundial de 16 bits.

Em 1982, foi então lançado o Intel 80286 ou 286, um processador de


16 bits da família do 8086 com 134.000 transistores e uma frequência de
12 MHz, mas que apresentava compatibilidade com programas, criados
para as versões antigas.

Também, em 1982, a AMD lança um processador com base no Intel


286, o Am286, com 134.000 transistores e frequência máxima de 16 MHz.
Mesmo sendo produzido com base na tecnologia da concorrência, o
Am286 apresentava alguns recursos inéditos como ter um emulador ESM
e poder sair do modo de proteção.
Microcontroladores e Microprocessadores 29

No ano de 1985, a Intel lançou o Intel 386 com 32 bits de processador,


275.000 transistores e velocidade de 5 milhões de instruções por segundo
(MIPS), além de uma frequência de 33MHz. A AMD lançou então o Am386,
com 275.000 transistores, 32 bits de processador e 40MHz.

Em 1988, a Intel lançou o 386 Lite, um processador apropriado para


uso pessoal, com 2,5 MIPS e 32 bits. Um ano depois, a Intel disponibiliza
uma nova família de processadores no mercado. O Intel 486 é produzido
com 1.200.000 transistores, um coprocessador matemático integrado e
com capacidade de trabalho em frequência de 50MHz. A AMD lança um
produto similar, porém com frequência de barramento interno de 40MHz,
mais veloz que o da Intel, e se popularizando.

A Intel lança, em 1993, o Intel Pentium com 3.100.000 transistores,


com frequência de 66MHz e 112 MIPS. Em 1995, surge o Pentium PRO com
frequência de 200MHz e 5,5 milhões de transistores. E em 1997, a Intel
lança o Pentium II com 7,5 milhões de transistores com 0,25 micrômetros
de tamanho. Surge, em 1988, o Pentium II Xeon para aplicações de médio
e grande desempenho em servidores de trabalho. Observe a seguir o que
o que se afirma sobre o Pentium Xeon:
O Xeon possui características inovadoras e técnicas
especificamente concebidas para estações de trabalho e
servidores que utilizam aplicações profissionais exigentes,
tais como serviços de Internet, armazenamento de dados
corporativos, criação de conteúdos digitais e automação
eletrônica e mecânica. Sistemas computacionais baseados
nesse processador podem ser configurados para utilizar
quatro, oito, ou mais processadores. (ALMEIDA, 2009, p 4.)

Ainda em 1988, a AMD lança o AMD-K6-2, fornecendo neste um


suporte de dados múltiplos de instrução única (SIMD), com barramento
externo de 100 MHz. Em seguida, surgiu o AMD-K6-2 400, que agora tinha
a capacidade de operar de 400 MHz a 500 MHz e estava incorporado a um
conjunto de instruções para processamento 3D, permitindo tratamento de
ponto flutuante e outras aplicações de multimídia.
30 Microcontroladores e Microprocessadores

Em 1999, a AMD lançou então o AMDK7 (AMD Athlon) com


frequência de 1 GHz, deixando a Intel para trás. Esse processador foi,
especificamente, projetado para operar com sistemas Windows. Esses
novos processadores tinham até 37 milhões de transistores, mas como
a tecnologia utilizada para a produção destes ainda era a mesma, esses
dispositivos geravam muito calor e superaqueciam rapidamente.

O problema térmico tornou-se então uma barreira à continuação


do uso da Lei de Moore, tendo em vista que até este momento não havia
surgido um método de produção de transistores que, ao mesmo tempo,
permitisse a redução de seu tamanho com a redução paralela da suas
temperaturas. Isso é tido como um problema, devido ao fato de que para
o resfriamento dos transistores há um maior consumo energia, quando
em comparação à quantidade de energia que passa pelos transistores
em si.

A Intel lançou então o Pentium III, com 9.7 milhões de transistores


e frequência de operação de 500MHz. Esse processador fora dotado
com 70 inéditas instruções, as quais atuaram no desempenho gráfico,
tridimensional, de áudio, vídeo e de reconhecimento de voz.

No ano 2000, a Intel lança o Pentium 4, com 42 milhões de


transistores e frequência de operação de 1,5 GHz. Nesse período, os
transistores apresentavam tamanho de 0,18 micrômetros.

Entre 2001 e 2006, os transistores utilizados, passaram a apresentar


tamanho em torno de 0,13 micrômetros e, tendo em vista esses valores
muito baixos de dimensão, a evolução dos transistores se tornou, cada
vez mais, uma limitação complexa. Ainda associado a isso tinha a questão
da dissipação térmica, pois esses pequenos dispositivos geravam muito
calor, reduzindo a sua capacidade de processamento.

Após o ano de 2006, as fabricantes adotaram a tecnologia multicore,


por meio da qual vários núcleos eram acoplados em um único chip. A AMD
investe no Athlon 64, com 64 bits de processamento e a Intel com a Core i,
com transistores menores que 45 nanômetros de tamanho. Atualmente, a
linha Core i tem os processadores i3, i5 e i7, de diversas gerações.
Microcontroladores e Microprocessadores 31

Em 2012, com seu processador de 22 nanômetros, a Intel conseguiu


assumir a liderança no mercado com os menores e mais avançados
transistores do mundo em um produto, produzido em massa. Em 2014,
a Intel lançou um chip de 14 nanômetros ainda menor e mais poderoso.
Na atualidade, a busca se baseia no lançamento de um chip com 10
nanômetros.

A Lei de Moore Ainda é uma Realidade?


No contexto atual, é válido frisar que, a Lei de Moore, em sua
definição integral, não está mais acontecendo, tendo em vista que, sob a
perspectiva da ideia de que dobrar a densidade de um chip atual, em uma
faixa média de dois anos, se tornou um grande desafio. No entanto, sob a
perspectiva de evolução constante e contínua, após cerca de 50 anos, o
impacto e os benefícios da Lei de Moore, ainda, podem ser visualizados
de forma muito presente.

Esse avanço, em tamanho de transistores e capacidade de


processamento que estudamos anteriormente, se reflete na constante
evolução tecnológica que visualizamos, atualmente, nos notebooks,
smatphones e computadores em geral que são disponibilizados no
mercado e todos os anos diversos dispositivos novos e melhores são
lançados.

Diversos problemas em relação aos limites físicos foram visualizados,


a cada nova evolução dos transistores, mas o fato interessante é que,
de acordo com Floyer (2021), o resultado histórico da Lei de Moore está
relacionado ao fato de que a Lei está se acelerando ainda mais. De
acordo com o autor, a melhoria constante e histórica do desempenho
das unidades de processamento central está relativamente reduzindo,
porém, a combinação de CPUs, empacotadas com processadores
alternativos, está melhorando a uma taxa de mais de 100% ao ano. Ainda
de acordo com o autor, pode-se concluir que tais avanços massivos e
sem precedentes no poder de processamento, em associação a dados
e à inteligência artificial, mudarão, completamente, a maneira como
pensamos ao projetar hardware, escrever software e aplicar tecnologia
às empresas.
32 Microcontroladores e Microprocessadores

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que, inicialmente, eram utilizadas válvulas termoiônicas
para controlar o fluxo de corrente elétrica em um circuito,
no entanto, esse dispositivo ocupava muito espaço físico,
consumia energia e ainda produzia muito calor, além de
ser lento. Em substituição a eles, surgiram os transistores,
componentes produzidos, a partir de material semicondutor
que pode ser aplicado, tanto para uso em condução, como
de isolamento elétrico. Os transistores, dessa forma, se
comportaram como componentes mais confiáveis, que
demandavam menores níveis de energia para trabalhar e
que podiam ser fabricados em tamanhos microscópicos.
Estes foram então integrados em uma placa de circuito
impresso com diodos e capacitores e originaram os circuitos
integrados. O uso desses circuitos em processadores
avançou, ao longo dos anos, principalmente impulsionados
pela Lei de Moore, e com isso permitiram a evolução
tecnológica computacional que conhecemos. Atualmente,
diversos processadores foram lançados com, cada vez
mais, agilidade e maior quantidade de transistores.
Microcontroladores e Microprocessadores 33

Microcontroladores Versus
Microprocessadores

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


quais as principais diferenças entre os dispositivos
microcontroladores e microprocessadores. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!.

Microprocessadores e Microcontroladores:
Entendendo as Diferenças
Talvez você se pergunte: por que devo estudar as diferenças
entre os dispositivos microprocessadores e microcontroladores? Qual a
relevância que essa abordagem terá sobre o meu trabalho? Por que essa
informação pode impactar meus conhecimentos?

Bom, as respostas a essas perguntas podem parecer um pouco


óbvias. Porém, é importante perceber que, durante o cotidiano de
uma pessoa que desenvolve trabalhos e projetos com dispositivos
tecnológicos, conceitos e informações que são consideradas básicas, e
caso não estejam bem fundamentadas, na mente do profissional, podem
vir a ocasionar um grande problema no desenvolvimento de seu projeto
ou pode induzi-lo por caminhos que demandam mais tempo, custos e
outros inconvenientes que tornam o projeto inviável.

Como forma de auxiliar você na aquisição desse conhecimento,


evitando, assim, que confusões comprometam alguma etapa dos seus
futuros projetos, serão introduzidas as diferenças fundamentais entre
esses dois dispositivos.
34 Microcontroladores e Microprocessadores

Os microprocessadores e os microcontroladores são muitas vezes


confundidos, existem até pessoas que, erroneamente, acreditam que
ambos são a mesma coisa, desempenham as mesmas tarefas e têm as
mesmas aplicações. Mas agora você verá que isso não é verdade.

Microprocessadores
Como estudado ao longo anteriormente, os microprocessadores
consistem, basicamente, como a unidade de processamento lógico de
um dispositivo computacional.

Um microprocessador é identificado como, em analogia ao corpo


humano, o coração de um computador, é o dispositivo central da unidade
de controle de um sistema computacional.

Os microprocessadores são circuitos integrados que fazem cálculos,


operações aritméticas e lógicas, controlam o sistema, armazenam os
dados, entre bits, ou seja, esses componentes operam, especificamente,
com números binários. Como mencionado, o primeiro microprocessador
comercial foi lançado, pela Intel, em 1971, e era de 4 bits.

O processador opera em associação a equipamentos periféricos,


uma memória permanente, na qual os programas são alocados, e memória
temporária. O microprocessador comanda todos esses componentes.
Para executar suas atividades, ele necessita de memórias, interfaces
de comunicação e outros componentes, ou seja, é uma unidade que
depende de outras unidades de hardware, como memória, temporizador,
interrupções do controlador e assim por diante.

Microcontroladores
Um microcontrolador (MCU), ou unidade de microcontrolador, no
qual o prefixo “micro” declara, exatamente, a magnitude reduzida desse
componente e o termo controlador implica a capacidade aperfeiçoada
que esse dispositivo apresenta na execução de funções de controle.

O MCU é definido como uma unidade de processamento de um


sistema embarcado, em outras palavras, compreende um tipo de circuito
Microcontroladores e Microprocessadores 35

integrado que é projetado para orientar e controlar operações específicas


nesses sistemas embarcados.

Os microcontroladores, fundamentalmente, compreendem uma


composição em miniatura de um computador pessoal simples que é
projetado, de forma direcionada, para o controle de pequenos recursos
em um conjunto maior, sem a necessidade de uso de um sistema
operacional front-end complexo.

Dessa forma, tem-se que um microcontrolador compreende um


dispositivo de circuito integrado, aplicado no controle de porções de
um sistema eletrônico. São instrumentos aperfeiçoados para aplicativos
integrados que demandam eficiente funcionalidade de processamento,
interação responsiva com outros componentes digitais, analógicos ou
eletromecânicos.

Qualquer tipo de aparelho elétrico que armazena, mede, calcula


ou exibe informações é composto por chip MCU em seu sistema interno.

Um sistema embarcado (embedded system) nada mais é do que


um sistema embutido, ou seja, compreende um sistema de hardware
e software fundamentado no uso de microcontroladores, os quais são,
especificadamente, projetados para a execução de operações, tarefas e
funções aplicadas em um sistema mecânico ou elétrico mais abrangente.

Um sistema embarcado baseia-se em um sistema de hardware


computacional que consiste em um microprocessador, com programação
projetada, de forma específica, para executar uma função.

Estrutura Básica de um Sistema Embarcado


Um sistema embarcado é composto por uma estrutura básica que
inclui componentes como:

•• Sensores

Dispositivos que mensuram e executam o processo de conversão


de sinais elétricos que se apresentam em quantidades físicas de forma que
eles podem ser interpretados por engenheiros de sistemas embarcados
ou instrumentos eletrônicos. Esses dispositivos armazenam tal quantidade
que foi detectada e mensurada em uma memória.
36 Microcontroladores e Microprocessadores

•• Conversor AD

Os sinais do mundo real se apresentam sob a forma de sinais


analógicos. Os sinais, em sistemas computacionais em geral, aparecem
como sinais digitais. Para que um sinal do mundo real seja introduzido em
um sistema computacional, é necessário que uma conversão de formato
seja, adequadamente implementada. Assim, um sinal analógico precisa
ser transformado em um sinal digital equivalente para ser executado em
um sistema computacional. Os conversores AD atuam, exatamente, nesse
processo de converter o sinal analógico para digital com aqueles sinais
que são enviados pelos sensores em um sinal digital.

•• Processador e ASICs

Os processadores, como já mencionados, são dispositivos que


atuam no processamento das informações, provenientes dos sinais
digitais. É a unidade destinada à interpretação, leitura e desenvolvimento
de operações lógicas, com os sinais de entrada. Nesse caso, o
processamento tende a ocorrer de forma especificada previamente.

•• Conversor DA

Assim como o equipamento recebe um sinal de entrada, que


é convertido de analógico para digital, para que o sinal que é obtido a
partir das operações internas executadas no sistema embarcado sejam
disponibilizadas de volta para o mundo real, é necessário que seja
implementado o processo de conversão de sinal digital para o formato
de sinal analógico.

•• Atuador

Um sistema embarcado é composto também por um componente


atuador, o qual é destinado a processos de comparação entre a entrada
que foi fornecida pelo conversor DA, com a real saída armazenada e, com
isso, armazena também a saída aprovada.

Funcionamento de um Microcontrolador
Os microcontroladores são embutidos no interior dos sistemas para
exercer a função de controle de apenas uma única função, desempenhada
pelo dispositivo.
Microcontroladores e Microprocessadores 37

Os dados chegam aos dispositivos por meio dos sinais, por intermédio
dos componentes periféricos de entrada e saída, usando seu processador
central. Todos os dados recebidos, pelo dispositivo microcontrolador, que
se caracterizam como temporários são armazenados em sua memória
de dados. Na memória, o processador acessa todas as informações e por
meio das instruções pré-estabelecidas implementa o processamento,
fazendo a leitura, interpretando e direcionando, adequadamente, todos
os dados recebidos. Posteriormente, por meio dos dispositivos periféricos
de entrada e saída, estabelece a comunicação e executa as atividades
adequadas.

Assim, os microcontroladores são dispostos, normalmente, em


conjunto com outros microcontroladores e eles funcionam cada um,
atuando com suas respectivas atividades, de acordo com as instruções
que são programadas correspondentemente.

Os microcontroladores são instrumentos utilizados em produtos e


dispositivos que são, automaticamente, controlados.

EXEMPLO

É possível exemplificar o funcionamento de um dispositivo


microcontrolador, imaginando a sua atuação em um automóvel. Os carros, por
exemplo, podem conter uma grande variedade de microcontroladores. Nesse
componente maior que o carro, um microcontrolador pode ser destinado
para atuar no controle de um sistema individual. Os freios antibloqueios
são um sistema individual, a injeção de combustível é outro exemplo. Os
microcontroladores estabelecem uma comunicação entre si para informar as
ações corretas e com o computador central mais complexo no carro.

Microcontroladores Versus Microprocessadores


De forma mais sistemática, pode-se perceber que os
microcontroladores são, diretamente, projetados para aplicações
embarcadas, em comparação, os microprocessadores são utilizados em
computadores pessoais e outras aplicações mais gerais por meio das quais
são associados a vários circuitos integrados de operações discretas, ou
chips discretos. Essa é uma comparação geral, mas já introduz os fatores
mais específicos que diferenciam esses dois instrumentos que apresentam,
grosso modo, as mesmas funções, de processamento de dados.
38 Microcontroladores e Microprocessadores

A diferenciação entre microcontroladores e microprocessadores foi,


gradativamente, tornando-se mais complexa e de difícil visualização na
proporção em que a densidade e a complexidade do circuito integrado foi
fabricado, com maior facilidade, com menor custo, e os MCU passaram a
reunir aplicabilidades semelhantes a de um “computador geral.”

Tanto os microprocessadores quanto os microcontroladores operam


sistemas de computador em menor tamanho altamente integrados,
porém estes normalmente servem a propósitos distintos.

Um processador é um tipo de instrumento que compreende uma


unidade de processamento central e, ocasionalmente, alguma memória
(há situações em que não há memória).

Um microprocessador é um dispositivo que implementa todas as


funções de um processador, mas em um único circuito integrado.

Os microcontroladores orientam-se aos módulos de hardware que


permitem que o dispositivo controle um sistema, em vez de somente
executar instruções e armazenar informações.

Essa sistemática relação de conceitos pode ser melhor visualizada


na Figura 10:
Figura 10 – Ilustração da relação processador, microcontrolador

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).


Microcontroladores e Microprocessadores 39

Os microcontroladores apresentam uma maior utilidade, atuando


por conta própria, ou seja, de forma individual, estabelecendo conexões
com sensores e atuadores, diretamente. Os microprocessadores, por
sua vez, potencializam a computação nos circuitos integrados, por meio
de barramentos internos, ou seja, os dispositivos de entrada e saída
não estabelecem conexão direta. Os barramentos internos, nesse caso,
fornecem suporte aos hardwares, com uso de portas seriais e memórias.

Observe que mesmo tendo ideias em geral semelhantes, o


microcontrolador é uma coisa e o microprocessador é outra. Eles têm
arquiteturas diferentes para propósitos diferentes. Pela imagem anterior, é
possível afirmar que um microcontrolador contém um microprocessador,
mas o inverso não é verdadeiro.
Figura 11– Ilustração de uso de microcontroladores e microprocessadores: as cafeteiras
usam microcontroladores, já os computadores desktop usam microprocessadores

Fonte: Elaborado pelos autores (2021).

É possível identificar como característica definidora de


um microcontrolador, o fato de este ser integrado a todos os demais
componentes necessários de computação em um único chip, ou seja, a
CPU, a memória, os controles de interrupção, a temporizador, as portas
seriais, o controles de barramento, as portas periféricas de entrada e saída
e quaisquer outros estão todos no mesmo chip, assim eles não precisam
de nenhum circuito externo.
40 Microcontroladores e Microprocessadores

Os microprocessadores, em comparação, são uma Unidade de


Processamento Central, CPU, mas que demandam vários chips de
suporte para fornecimento de memória, interface serial, entradas e saídas,
temporizadores e outros componentes.

IMPORTANTE:

É possível encontrar na literatura fontes que utilizam os


termos “microprocessador” e “CPU” como sendo sinônimos,
mas há também outras fontes que apresentam diagramas
arquitetônicos de microprocessador, descrevendo a CPU
como um componente do microprocessador. Em geral,
pode-se pensar num microprocessador como um único
chip de circuito integrado que contém uma CPU e que
pode se conectar a outros periféricos externos, como um
barramento de controle ou barramento de dados que
fornece entradas de dados binários e recebe saídas do
microprocessador.

Em termos gerais, tem-se que os microcontroladores são


independentes e todo periférico necessário está disposto internamente
ao chip, já os microprocessadores lidam com periféricos externos.
Como visto, os microprocessadores e os microcontroladores são
configurações de implementação de CPUs. Algumas diferenças principais
podem ser identificadas:
•• Custo
O valor associado aos microcontroladores tende ser mais baixo,
quando em comparação aos microprocessadores, tendo em vista que
estes últimos são fabricados para uso com dispositivos mais caros que
controlarão periféricos externos, para impulsionar o desempenho, que
desenvolvem uma variedade de atividades mais complexos. Os MCU só
executam, em geral, uma função pré-determinada.
•• Velocidade
A velocidade de processamento também é diferente entre esses
dois dispositivos. Como o uso de um microcontrolador é direcionado para
o processamento de tarefas especificas e repetitivas, a sua desenvoltura
se sobressai em simplicidade em relação aos microprocessadores.
Microcontroladores e Microprocessadores 41

Um microprocessador é desenvolvido para tarefas de computação


mais complexas, robustas e imprevisíveis, assim a velocidade de clock
pode sofrer interferências, de acordo com a quantidade de tarefas que
são desempenhadas, ao mesmo tempo, no sistema, o que não ocorre
com o microcontrolador no qual é designada um determinada quantidade
certa de velocidade e potência para o trabalho, nem mais nem menos.
Assim, enquanto os microprocessadores têm velocidades de até 4
GHz, e por vezes podem operar mais lentamente, devido à sua dependência
da comunicação com periféricos externos, os microcontroladores podem
operar com velocidades muito mais baixas de 200 MHz ou menos,
executando, mesmo assim, funções rapidamente.
•• Consumo de energia
Os microcontroladores apresentam baixo consumo de energia,
assim podem ser alimentados, por um longo tempo, por apenas uma
pequena bateria.
Já um processador, com capacidade computacional robusta,
demanda uma boa fonte de alimentação, pois ele consome muita energia,
necessitando, normalmente, ser conectado ou suportado por uma fonte
de alimentação externa.
O quadro 1 apresenta algumas bases de comparação entre
microcontroladores e microprocessadores
Quadro 1 – Comparação entre MCU e MPU

Base para
Microprocessador Microcontrolador
comparação
Composto por um único chip Consistem em microprocessador,
Básico de silício que compreende memória, porta I / O, unidade de
uma ULA, CU e registra. controle de interrupção etc.

Característica Unidade dependente Unidade independente

Não contém porta de E / S Portas de E / S incorporadas estão


Portas de E / S
incorporada presentes

Tipo de operação Uso geral em design e Orientado a aplicativos ou domínio


executada operação. específico.

Direcionado para Mercado de ponta Mercado embutido

Consumo de Fornece menos opções de Inclui mais opções de economia


energia economia de energia de energia

Fonte: GADGET (2019).


42 Microcontroladores e Microprocessadores

Assim, pode-se perceber que, em termos gerais, um


microprocessador é um instrumento capaz de desenvolver operações de
propósitos gerais para várias tarefas diferentes e o microcontrolador pode
executar tarefas que são orientadas e definidas pelo usuário.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudo? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que, muitas vezes, os conceitos e diferenças entre os
microcontroladores e microprocessadores podem ser
confundidos ou até mesmo colocados em posição de
igualdade, como se os dois dispositivos fossem o mesmo
item. No entanto, no âmbito da computação, é de suma
importância saber diferenciá-los. Um microprocessador
é identificado como, em analogia ao corpo humano, o
coração de um computador, é o dispositivo central da
unidade de controle de um sistema computacional. O MCU
é definido como uma unidade de processamento de um
sistema embarcado, em outras palavras, compreende um
tipo de circuito integrado que é projetado para orientar
e controlar operações específicas nesses sistemas. Um
microprocessador é um instrumento capaz de desenvolver
operações de propósitos gerais para várias tarefas
diferentes e o microcontrolador pode executar tarefas que
são orientadas e definidas pelo usuário.
Microcontroladores e Microprocessadores 43

Arquitetura e Organização Estrutural


de um Microprocessador

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona a arquitetura e organização estrutural de um
microprocessador. Isto será fundamental para o exercício
de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!.

Microprocessadores
No capítulo anterior, falamos que um microprocessador é
considerado como o coração de um computador, mas, na verdade, é
mais adequado identificá-lo como uma unidade semelhante ao cérebro
humano, assim poderíamos identificá-lo como o cérebro do computador,
exatamente com base nas funções que ele desenvolve.
Figura 12 – O cérebro do computador

Fonte: Pixabay (2021).


44 Microcontroladores e Microprocessadores

A unidade central de processamento de um computador é uma


unidade em que toda a inteligência do equipamento é desenvolvida e
posta em prática, é a porção do dispositivo que foi elaborada para compor
processos de tomadas de decisão, orientação de tarefas, execução
de ações e outras atividades, consideradas inteligentes ao sistema
computacional.

É nas CPUs que os programas, desenvolvidos por profissionais da


programação, cientistas da computação e engenheiros de software, que
são guardados na memória do computador, são executados.

Durante a execução do software, o microprocessador obtém, faz a


leitura e a interpretação de todas as informações adquiridas, por meio dos
periféricos de entrada, como teclados, por exemplo, faz o processamento
e emite a resposta por meio de uma ação do sistema, de acordo com a
situação de controle para a qual esse dispositivo foi projetado.

Diferentemente do cérebro humano, as atividades desenvolvidas


no que diz respeito aos sinais de controle, por um microprocessador não
são formadas de maneira espontânea. Nesse caso, o dispositivo processa
as instruções que são carregadas na memória de maneira sequencial,
após transferir cada uma dessas instruções por vez, para a unidade de
controle e de operações.

Na unidade da CPU, as instruções são decodificadas por meio


de linguagem de operação, construindo acessos aos operandos. O
sequenciamento de sinais são, então, implementados na frequência do
sinal de coloca, ou de relógio.

É por meio de um jogo de instruções, que um microprocessador


se torna capaz de desenvolver a codificação, e a respeito disso é
importante perceber que na medida em há variação na arquitetura
do microprocessador, o jogo de instruções pode ser modificado,
principalmente, em relação ao seu tamanho e ao tempo de gasto na
execução de tais instruções.
Microcontroladores e Microprocessadores 45

As CPUs da atualidade apresentam registradores internos,


componentes que atuam no armazenamento de operandos e dos
resultados, provenientes da execução dos sinais de controle, isso acontece
devido ao fato de que há uma diferença entre a velocidade para se gerar
sinais de controle e a velocidade para a busca de operandos na memória.

É importante perceber desde já que distintas organizações


podem ser encontradas para um mesmo tipo de arquitetura de
microprocessadores, isso quer dizer que é possível encontrar diferentes
quantidades de registradores e interconexões com memória, que por sua
vez pode ser visualizado como um fator de impacto, principalmente, nos
diferentes tipos de modelos, propriedades de desempenho associado e
preços.

Arquitetura de Microprocessadores
A instruction set architecture(ISA), arquitetura do jogo de instruções,
ou arquitetura de um dispositivo processador computacional é composta
pelo jogo de instruções, pelo número de dígitos binários (bits), por
operandos e tipos de operando, por técnicas de endereçamento e pela
interface de entrada e saída de informações (OLIVEIRA et al. ,2019).

A arquitetura geral de um microprocessador tem como base uma


unidade central de processamento, formada pela unidade de controle,
pela unidade lógica e aritmética (ALU) e por registradores e conexões.
Os três blocos básicos, unidade de memória, de processamento e
periféricos de E/S, que compõem o microprocessador, estabelecem
entre si uma comunicação a qual é responsável por dar funcionalidade
aos microcomputadores. Observe na figura a seguir:
46 Microcontroladores e Microprocessadores

Figura 13 – Blocos básicos se comunicando

Fonte: NASCIMENTO (2017).

Observe que a comunicação, entre os blocos básicos, acontece


por meio dos barramentos, caminhos ou vias desenvolvidas com material
metálico, normalmente o cobre, por meio dos quais as informações fluem.

Dessa forma, pode-se definir que em geral, um microprocessador


apresenta em sua arquitetura interna quatro unidades funcionais básicas:
a unidade de interfaces de barramentos (UB), a unidade de decodificação
de instruções (UI), a de execução (UE) e a de endereçamento (UA).

Observe a distribuição proposta na figura 14. Nela são identificadas,


de forma mais detalhada, as unidades do microprocessador genérico.
Microcontroladores e Microprocessadores 47

Figura 14 – Arquitetura interna de um microprocessador genérico

Fonte: OLIVEIRA (2000).

Na unidade de interfaceamento de barramentos, segmento no


qual estão inseridos os barramentos e toda a estrutura de pinos por onde
transferem-se as informações, os sinais de controle, endereços e dados
são manipulados e, da forma que a unidade central de processamento
requer, a memória de entrada e saída é acessada.

A interface de computador compreende a transmissão de


informações digitais entre um computador e seus periféricos, de forma
compatível e sincronizada.
48 Microcontroladores e Microprocessadores

IMPORTANTE:

Existem inúmeros dispositivos de entrada e saída que


não são diretamente compatíveis com o computador por
causa das diferenças em características como velocidade
operacional, formato de dados (BCD, ASCII, binário),
modo de transmissão de dados (serial, paralelo) e nível
de sinal lógico. Nesses casos, tais dispositivos demandam
circuitos de interface especiais que permitem que eles se
comuniquem com as partes de controle, memória e ALU do
sistema de computador. Um exemplo comum é o terminal
de exibição de vídeo (VDT), que pode operar como um
dispositivo de entrada e saída. O VDT transmite e recebe
dados em série (um bit, por vez), enquanto a maioria dos
computadores trata os dados em paralelo. Assim, um VDT
requer circuitos de interface para enviar ou receber dados
de um computador.

Em geral, pode-se pensar que a unidade de barramento de um


microprocessador é um compartimento que está sempre, buscando
novas instruções na memória. À medida que um elemento é solicitado,
os barramentos iniciam sua busca e armazenam os últimos dados
temporariamente, por isso eles têm, geralmente, uma pequena memória
de bytes, em uma espécie de fila, denominada de fila pré-busca (prefetch).

Os barramentos podem ser identificados como de três tipos: de


controle, de endereço, de dados.

•• O barramento de endereços é utilizado pela unidade de


processamento para a definição de endereços para as localizações
de programas na memória, por meio dos quais o sistema vai
buscar todas as instruções que serão executadas. Além disso, esse
barramento é, também, utilizado para identificar a localização de
dados ou componentes de entrada e saída de informações para
assim poder transferi-los.

É um tipo de barramento identificado como unidirecional, porque a


informação flui sobre ele em apenas uma direção, da CPU para a memória
Microcontroladores e Microprocessadores 49

ou elementos de E/S. A CPU sozinha pode colocar níveis lógicos nas linhas
do barramento de endereços, gerando assim 216 = 65.536 endereços
diferentes possíveis. Cada um desses endereços corresponde a um local
de memória ou um elemento de E/S. Quando a CPU deseja se comunicar
(ler ou escrever) com um determinado local de memória ou dispositivo
de E/S, ela atribui o código de endereço de 16 bits apropriado em suas
saídas de pino de 16 endereços, A0 a A15, e no barramento de endereço.
Esses bits de endereço são então decodificados para selecionar o local
de memória ou dispositivo de E/S desejado.
Uma vez dada a posição, a informação armazenada
na memória passará à CPU por meio do barramento de
dados. Define a quantidade de posições de memória e/
ou de portas de entrada/saída que podem ser acessadas
pelo microprocessador (para n bits do barramento de
endereços, 2n bytes de memória podem ser endereçados,
ou seja, 2n endereços físicos podem ser acessados -
capacidade de endereçamento. (ORGCOMP, 2021, p.1)

•• O barramento de controle é aplicado pela unidade central para


o estabelecimento de sinais de controle e de temporização, de
forma que seja possível estabelecer o gerenciamento do tempo
e da direção de curso das informações, durante a execução de
leitura e escrita nos componentes de entrada e saída de dados.
É um tipo de barramento também bidirecional, porque os dados
podem fluir da ou para a CPU.
Formado por um número variável de linhas, através
das quais se controlam as unidades complementares
(habilitação e desabilitação das memórias para leitura e
escrita, permissão para periféricos ou coprocessadores
acessarem as vias de dados e endereços). Transfere,
para as diversas partes do sistema, sinais que definem e
orientam toda a sua operação. (ORGCOMP, 2021, p.1)

•• O barramento de dados é aplicado pela unidade de processamento


na recepção de informações que chegam da memória ou dos
dispositivos de E/S. É um barramento bidirecional, tendo em vista
que os dados podem fluir da ou para a CPU.
50 Microcontroladores e Microprocessadores

Os oito pinos de dados da CPU, D0 a D7, podem ser entradas ou


saídas, dependendo, se a CPU está realizando uma operação de leitura
ou gravação. Ao longo de uma operação de gravação, os pinos de dados
da CPU atuam como saídas e colocam dados no barramento de dados,
que são então enviados para a memória selecionada ou elemento de E/S.
Em todos os casos, as palavras de dados transmitidas têm largura de 8
bits porque a CPU lida com palavras de dados com esses 8 bits.
Utilizado para realizar o intercâmbio de dados e instruções
com o exterior. Uma das principais características de um
microprocessador é o número de bits que o barramento
de dados pode transferir, que determina se o processador
é de 8, 16, 32 ou 64 bits. Determina o número de bits da
palavra de dados que pode ser transferida de/para o
microprocessador e, também (quase sempre) o tamanho
da palavra de dados que pode ser operada pela ALU.
(ORGCOMP, 2021, p.1)

Na unidade em que as instruções são decodificadas, as instruções


dos programas são recebidas da fila de pré-busca. Estas instruções são
então decifradas, por meio do componente decodificador de instruções, e
uma listagem de instruções pré-decodificada é formada e disponibilizada
para a unidade de execução.

A unidade de execução é então responsável por executar as


instruções provenientes da UI e, caso necessário, seja para a unidade
de execução que a memória ou algum dispositivo de entrada e saída
seja acessado, todas as pré-buscas da lista da UI são suspendidas e a
instrução para o acesso solicitado pela UE é desenvolvido. Nessa fase a
UE tem acesso aos barramentos e desenvolve assim suas tarefas.

Em síntese, tem-se que para cada memória ou dispositivo de


entrada e saída de informações, há ao menos um endereço associado. O
microprocessador acessa os posicionamentos desses componentes por
meio dos barramentos.

Os eventos são executados, em uma sequência de operações de


leitura, de acordo com Nascimento (2017), da seguinte forma:

•• A CPU determina os endereços de memória ou do


componente de E/S no barramento de endereço por
Microcontroladores e Microprocessadores 51

um dado período, por meio da unidade de controle e


temporização, o hardware, então, que está associado ao
sistema, irá escolher o dispositivo e um local da memória
especifica.

•• Fazendo uso do bloco de controle, a CPU irá determinar o


sinal de controle de leitura, Read-RD, por um determinado
período.

•• A memória ou o componente E/S irá fornecer a informação


em forma de sinal digital, por um dado período de tempo,
aos barramentos de dados e a CPU poderá manuseá-los,
fazendo a leitura e o armazenamento em um registrador
interno, para posteriormente implementar o processamento
e a análise.

No caso de um processo de escrita, o microprocessador desenvolve


a seguinte sequência de ações:

•• Inicialmente a CPU determina um endereço de memória


ou do componente de E/S no barramento de endereços.

•• O hardware pode então escolher o dispositivo e o local


especifico da memória.

•• A CPU determina a informação no barramento de dados.

•• Com uso do bloco de controle, a CPU define o sinal de


controle, no caso Write-WR. Nesse barramento e a
informação é guardada na memória ou no dispositivo E/S.

Por meio da análise da arquitetura interna de um microprocessador,


é possível identificar quais são e como estão organizados os seus
registradores, qual o número de bits nos barramentos de dados, de
controle e de endereços, quais as características da ALU e quais as suas
lógicas de decodificação e de controle (OLIVEIRA, 2019).

Outra informação importante diz respeito ao fato de que o


conhecimento das funções dos pinos e o tempo de duração dos ciclos de
barramento possibilitam que o usuário defina, de maneira exata e precisa,
a relação entre pino e tarefa, identificando como e quando uma dada ação
52 Microcontroladores e Microprocessadores

do processador será desenvolvida ou, ainda, se determinado pedido de


serviço será possível de ser executado, e quando será, pelo processador.

Funcionamento de um Microprocessador
Como se sabe, os microcomputadores são dispositivos que seguem
as instruções, fornecidas pelos programas que estão em sua memória
para executar funcionalidades bem definidas.

Quando o aparelho é energizado, o sistema é inicializado por meio


de um sinal reset, isso acontece por meio de um sinal lógico, exemplo 1,
que fica ativo por certo tempo e depois estabiliza, assumindo o estado 0.
Esse sinal é gerado por meio de um circuito externo reset, ligado ao pino
reset no microprocessador.

Por meio do acionamento desse sinal, um registrador interno, o


contador de programa, é inicializado. Todos os tipos de microprocessadores
apresentam esse modelo de registrador e eles, em geral, sempre
apresentam o endereço da instrução seguinte, após o sinal reset.

Para o sistema operar de forma apropriada, o projeto do hardware


deve compor o mapeamento da memória não volátil e deve apresentar
um programa já, gravado previamente, para definir a funcionalidade do
computador.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudo? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que unidade
central de processamento é a porção do dispositivo que
foi desenvolvida para compor processos de tomadas
de decisão, orientação de tarefas, execução de ações e
outras atividades, consideradas inteligentes ao sistema
computacional.
Microcontroladores e Microprocessadores 53

A arquitetura geral de um microprocessador tem como base uma


unidade central de processamento, formada pela unidade de controle,
pela unidade lógica e aritmética (ALU) e por registradores e conexões. É
composta pelo jogo de instruções, pelo número de dígitos binários (bits),
por operandos e tipos de operando, por técnicas de endereçamento e
pela interface de entrada e saída de informações. Um microprocessador
apresenta em sua arquitetura interna quatro unidades funcionais básicas:
a unidade de interfaces de barramentos (UB), a unidade de decodificação
de instruções (UI), a de execução (UE) e a de endereçamento (UA). Por
meio da análise da arquitetura interna de um microprocessador, é possível
identificar quais são e como estão organizados os seus registradores, qual
o número de bits nos barramentos de dados, de controle e de endereços,
quais as características da ALU, e quais as suas lógicas de decodificação
e de controle.
54 Microcontroladores e Microprocessadores

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R. B. Evolução dos processadores: comparação das
famílias de processadores Intel e Amd. Campinas: Instituto de Computação
–Unicamp, 2009.

FLOYD, T. Sistemas digitais: fundamentos e aplicações. Porto


Alegre: Bookman Editora, 2007.

FLOYER, D.; VELLANTE, D. A new era of innovation: Moore’s Law is


not dead and AI is ready to explode. Breaking Analysis. 2021. Disponível
em: https://siliconangle.com/2021/04/10/new-era-innovation-moores-
law-not-dead-ai-ready-explode/. Acesso em: 1 out. 2021.

GADGET. G. 2019. Diferença entre microcontroladores e


microprocessadores. Disponível em: https://pt.gadget-info.com/
difference-between-microprocessor. Acesso em: 1 out. 2021.

IDOETA, I.V.; CAPUANO, F. G. Elementos de eletrônica digital. São


Paulo: Saraiva Educação SA, 1993.

NASCIMENTO. J.B. Usabilidade interface homem máquina. São


Paulo: Pearson, 2017.

ORGCOMP. Barramentos. Universidade Federal Fluminense. 2021.


Disponível em: http://orgcomp2.ic.uff.br/capitulo3/Barramentos.php.
Acesso em: 5 out. 2021.

SEVERANCE, C. Python para informática. Explorando informações,


v. 2, n. 0, 2009.

TARDI, C. Moore’s Law. Investopedia. 2021. Disponível em: https://


www.investopedia.com/terms/m/mooreslaw.asp. Acesso em: 1 out. 2021.

TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas Digitais: princípios


e aplicações. São Paulo: Editora Pearson, 2019.

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