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ESPECIAIS,
PRODUTOS
CONTROLADOS,
ARMAS E
ADUANEIRO
DANILO ALBANAZ
FICHA CATALOGRÁFICA
208 p.
Impresso por:
166970
RECURSOS DE IMERSÃO
Este item corresponde a uma proposta Utilizado para temas, assuntos ou con-
de reflexão que pode ser apresentada por ceitos avançados, levando ao aprofun-
meio de uma frase, um trecho breve ou damento do que está sendo trabalhado
uma pergunta. naquele momento do texto.
ZOOM NO CONHECIMENTO
P L AY N O CO NH E C I M E NTO
INDICAÇÃO DE L IVRO
E M FO CO
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SUMÁRIO
7 UNIDADE 1
85 UNIDADE 2
GENERALIDADES DO ARMAMENTO –
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
145 UNIDADE 3
DESPACHO E
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
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UNIDADE 1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
MINHAS METAS
Analisar o que são instruções gerais num contexto de fiscalização com base em situa-
ções-problema que englobam produtos controlados.
Entender os conceitos dos termos e fundamentos inerentes à atuação da fiscalização de
forma geral.
Investigar situações passíveis de fiscalização de produtos controlados.
Refletir sobre a aplicação dos conceitos trazidos, criando uma correlação entre o teórico e a
prática.
Organizar os conceitos, as normas, ou instruções gerais, para a fiscalização de produtos
controlados com uma significação prática.
Conhecer a aplicabilidade da estrutura organizacional das instruções gerais sobre fiscali-
zação de produtos controlados.
Verificar a necessidade e validade do sistema de instruções gerais de fiscalização sobre
produtos controlados.
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Buscando trazer esse entendimento para mais próximo da nossa realidade, contudo,
você sabia que, além da fiscalização para venda de armas de fogo (produto
específico, com venda e uso restritos a determinadas pessoas), temos a fiscalização
para a venda de facas (um produto geral, de venda e uso irrestritos)?
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Com essa perspectiva em mente, no entanto, surge uma indagação: como pode-
mos ter certeza de que essas instruções gerais realmente funcionam dentro do
sistema de normas, de modo a permitir a fiscalização dos produtos controlados?
É nesse sentido que se afirma a importância de conhecer não só as instruções
gerais para a fiscalização de produtos controlados, mas a motivação para a exis-
tência dessas normas e a eficácia de sua aplicação, bem como o posicionamento
hierárquico dentro de um ordenamento normativo,
Motivação para a
pois, ainda que sejam instruções gerais, por tratarem
existência dessas
de uma fiscalização sobre produtos específicos (con-
normas e a eficácia
trolados), tais instruções se tornam específicas diante de sua aplicação
da fiscalização de produtos gerais.
VAMOS RECORDAR?
Para que você identifique ou recorde as situações que podem ocorrer a fiscalização
de produtos controlados, é interessante que assista aos vídeos sugeridos, tendo
sempre em mente que tais fiscalizações são possíveis porque as instruções gerais
norteiam a atuação fiscal.
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aprendizagem.
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IV) Por fim, normas infralegais (instruções normativas, portarias, soluções de consulta etc.).
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Para que você não perca o foco, especialmente, na futura atuação profissional, dei-
xo a indicação de dois vídeos que retratam o ambiente de fiscalização de produtos
controlados. A partir dessa visão prática, gostaria que refletisse, principalmente,
sobre o ponto de vista das normas que instruem esses procedimentos, com pers-
pectivas sobre a validade e eficácia, tanto das normas quanto dos procedimentos.
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Em função do que foi exposto anteriormente e para não fugirmos da lógica nor-
mativa hierárquica, identificaremos e analisaremos, primeiramente, com base
na Constituição Federal de 1988, algumas instruções gerais que sugerem a fis-
calização de produtos controlados de especial interesse do presente curso. Pois
bem. Em nossa Carta Magna, identificamos dois dispositivos que são literalmente
Instruções Gerais para a Fiscalização de Produtos Controlados, quais sejam:
“
Art. 21. Compete à União:
[...]
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
[...]
Art. 237. A fiscalização e controle do comércio exterior, essenciais
à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo
Ministério da Fazenda (BRASIL, 1988).
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A P RO F UNDA NDO
“
‘O conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se
no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos,
os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado’ (Hely Lopes Meirelles).
‘O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disci-
plina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a
exercem’ (Celso Antônio Bandeira de Mello).
‘O conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao inte-
resse público, regem as relações jurídicas entre pessoas e órgãos do
Estado e entre este e as coletividades a que devem servir’ (José dos
Santos Carvalho Filho) (MAZZA, 2022, p. 87).
Com o intuito de compilar e dar maior clareza aos conceitos apresentados por
esses doutrinadores, Mazza (2022, p. 89) traz o conceito de que:
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Dos conceitos supracitados, o que mais nos interessa são os princípios e as regras.
Primeiramente, os princípios, pois eles direcionarão, ou melhor, serão a base de
eventuais normas ou instruções gerais para a fiscalização pelo Estado. Entre os
diversos princípios que regem o Direito Administrativo atualmente, especial-
mente, do ponto de vista doutrinário, nós nos ateremos, ainda que brevemente,
aos princípios previstos na Constituição Federal de 1988, dispostos no Art. 37,
vejamos: a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princí-
pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (BRA-
SIL, 1988). Sendo tais princípios norteadores de diversas atividades do Estado,
incluindo a fiscalização de produtos controlados por agentes públicos, cumpre
trazer aqui algumas características inerentes a esses princípios (MAZZA, 2022):
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A melhor descrição desse princípio é trazida por Mazza (2022, p. 253) ao expor que “o
princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à
moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-fé,
decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito
de boa administração”.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Visa à transparência dos atos praticados pela Administração Pública para que os desti-
natários do ato e até o público geral tenham ciência do que está sendo realizado.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
A observância a tal princípio resume-se no sentido de que o ato praticado pela Admi-
nistração Pública, além de atender aos demais princípios, deve prezar pela qualidade,
produtividade, rapidez, redução de desperdícios, entre outros valores inerentes à
eficiência propriamente dita.
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Partindo dos princípios, que são normas gerais, podemos passar à análise das
regras, as quais são normas específicas para determinados atos, como seria o caso
de regras para a fiscalização de produtos controlados. Dessa forma, a regra, que é
específica, deve estar em conformidade com os prin-
cípios, caso contrário, poderia ter sua legitimidade e Normas específicas
para determinados
validade questionadas, principalmente, no momento
atos
de sua aplicação.
Para clarear a distinção e o objetivo prático entre princípios e regras, é válido apre-
sentar a diferenciação adotada por Mazza (2022), com base nos seguintes critérios:
QUANTO À ABRANGÊNCIA
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Os princípios jurídicos são revelados pela doutrina num processo denominado abstração
indutiva, pelo qual as regras específicas são tomadas como ponto de partida para identi-
ficação dos valores fundamentais inerentes ao sistema (princípios). Desse modo, o papel
desempenhado pelo legislador na criação de um princípio jurídico é indireto, pois, após
criar as diversas regras do sistema, cabe à doutrina identificar os princípios fundamentais ali
contidos; ao contrário das regras, que são criadas diretamente pelo legislador.
Os princípios têm conteúdo valorativo que, muitas vezes, não prescreve uma ordem es-
pecífica para regulação de comportamentos; enquanto o conteúdo das regras sempre se
expressa por meio de um dos três modais deônticos existentes: permitido, proibido e obriga-
tório. Toda regra jurídica permite, proíbe ou obriga determinada conduta humana.
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Descrição da Imagem: no centro, temos a mão de uma pessoa segurando um tablet, o qual apresenta imagens
de caixas e códigos de barras na tela. Ao redor, verifica-se um ambiente de galpão/depósito que contém caixas
e pacotes empilhados.
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“
[...] as regras a serem observadas no intercâmbio internacional abran-
gem múltiplos setores das relações humanas, veiculadas em copiosa
legislação. Assim é que as normas aduaneiras vão tratar de matérias de
Direito Internacional, Administrativo, Tributário, Comercial e Penal.
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Descrição da Imagem: a figura apresenta cão de guarda, aparentemente da raça pastor alemão, sendo controlado,
por meio de um guia, por um homem, em pé, ao lado de uma esteira de raio-X.
De início, a simples leitura do título deste tópico pode causar estranheza a você,
estudante, o qual pode interpretar como uma ação policial por não cumpri-
mento das Instruções Gerais para a Fiscalização de Produtos Controlados, ou,
como apresentamos até aqui, normas (princípios e regras) administrativas sobre
determinados atos.
O Poder de Polícia administrativo, contudo, representa uma “[...] atividade
estatal restritiva dos interesses privados, limitando a liberdade e a propriedade
individual em favor do interesse público” (MAZZA, 2022, p. 696).
Trazendo o posicionamento anterior para a ótica da Fiscalização de Produtos
Controlados, significa dizer que é necessário que o Estado limite a produção e
comercialização de determinados produtos em virtude do seu grau de risco para
a sociedade como um todo, ou seja, há uma restrição de uma atividade individual
e privada para a segurança do público em geral.
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Dessa forma, o poder de polícia administrativa objetiva a ordem pública, por meio
de normas que possibilitam atos praticados por agentes públicos, como os atos
de fiscalização. Assim, as normas relativas à ordem pública regulam questões de
segurança de bens e pessoas, salubridade, estabilidade econômica, cuidados
ambientais, estéticos, culturais, entre outros (BATISTA JÚNIOR, 2001).
Mais uma vez, é interessante trazer conceitos doutrinários acerca do que é o po-
der de polícia administrativo, para que possamos entrelaça-los com as instruções
gerais que regem os atos de fiscalização de produtos controlados. Para tanto,
Mazza (2022, p. 699-700) indica com precisão os seguintes:
“
‘[...] poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração
Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, ativi-
dades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do
próprio Estado’ (Hely Lopes Meirelles).
‘[...] a atividade da Administração Pública, expressa em atos norma-
tivos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supre-
macia geral e na forma da lei, a liberdade e propriedade dos indiví-
duos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva,
impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção a
fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais con-
sagrados no sistema normativo’ (Celso Antônio Bandeira de Mello).
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“
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra-
ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de po-
lícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da
lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio
de poder (BRASIL, 1966).
Até o momento, vimos que essas referências fazem total sentido no âmbito do direito
administrativo e na atuação do estado ao utilizar-se da figura do agente fiscalizador.
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IN D ICAÇÃO DE LI V RO
Diante disso, temos que o poder de polícia aduaneiro pode abranger situações em que
se busca restringir alguma atividade que possa ameaçar a segurança e ordem para a
sociedade como um todo, a exemplo, do comércio internacional de armas, merca-
dorias de origem vegetal, animal, ou que contenham elementos químicos nocivos.
Em uma visão prática, verificamos que esse poder de polícia aduaneiro abran-
ge a fiscalização de produtos controlados por diversos órgãos anuentes do comér-
cio exterior e, como exemplo, temos o Exército, que fiscaliza e controla produtos
armamentícios, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que fiscaliza e
controla produtos agrícola, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
que fiscaliza e controla produtos que possam afetar o sistema sanitário nacional.
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Na página eletrônica do Governo Federal, podemos ver uma lista de órgãos in-
tervenientes que são anuentes no licenciamento de importação, ou seja, podem
atuar na fiscalização de produtos controlados. Faz-se importante seu conhecimen-
to sobre quais seriam esses órgãos! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
Esse poder de polícia aduaneira, ou ato de fiscalização, pode se dar tanto na im-
portação, para garantir a segurança nacional, quanto na exportação, com vistas
a evitar ações restritivas por parte de outros países, ao não ter sido garantida a
segurança dos produtos que estão sendo destinados ao exterior.
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Portanto, em que pese o conteúdo abordado possa parecer denso, com visões
profundas dos sistemas normativos como um todo, até alcançarmos o objetivo,
que são as instruções gerais para fiscalização de produtos controlados, é funda-
mental essa linha de raciocínio, a fim de que você, como futuro profissional, não
só aplique, ou cumpra as diretrizes expressas nas instruções, mas compreenda a
motivação para a existência dessas instruções.
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NOVOS DESAFIOS
Diante dessa breve análise dos conceitos e das bases normativas, atrelados ao
universo do Direito e que fundamentam as Instruções Gerais para a Fiscalização
de Produtos Controlados, você, estudante, estará apto para identificar as regras
que autorizarão tal fiscalização.
Além disso, como você pôde perceber ao longo desta etapa, há instruções gerais
para a fiscalização de produtos controlados de forma ampla, mas existe também a
especificação dos produtos controlados, em que cada um estará sobre o processo
de fiscalização específico, ou seja, para toda norma geral, espera-se que tenhamos
uma norma ou instrução específica.
Assim, ter uma base teórica estruturada e com um viés questionador é fun-
damental para que o profissional não apenas respeite e siga os ditames das ins-
truções de fiscalização, mas que seja capaz de avaliar o processo que originou a
norma, especialmente, quanto aos princípios norteadores das normas fundamen-
tais, pois, tendo esse raciocínio em mente, a atuação
profissional torna-se mais fluída e justa, tanto para Base teórica
quem aplica a instrução na forma de fiscalização estruturada e
quanto para quem cumpre a instrução na forma de com um viés
questionador
dar circulação ao produto controlado.
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AUTOATIVIDADE
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. As Instruções Gerais para a Fiscalização de Produtos Controlados são tidas, muitas vezes,
como regras dentro do direito administrativo, e tais regras se diferenciam dos princípios,
por alguns critérios especiais.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 10 out. 2023.
KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Mar-
tins Fontes, 2009.
MAZZA, A. Manual de Direito Administrativo. 12. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2022.
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GABARITO
1. Opção B. Atos normativos primários e/ou normas infralegais devido ao grau de especificação
inerente ao que seria uma Fiscalização de Produtos Controlados.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
Relembrar conceitos que nortearão a compreensão das normas reguladoras dos
processos de nacionalização de produtos controlados.
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E para estarem mais familiarizados com o assunto a ser desenvolvido dentro deste
tema de aprendizagem, deixamos, aqui, um convite especial para acessar nosso
podcast, no qual iremos relembrar, brevemente, alguns pontos que vão nortear a
compreensão da existência das Normas Reguladoras dos Processos de Naciona-
lização de Produtos Controlados, destacando a abordagem das normas de impor-
tação, em especial, de produtos controlados. Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
Seguindo essa linha de raciocínio, você irá entender por que há um controle
específico para a nacionalização de determinadas mercadorias e os requisitos
que devem ser seguidos para que ocorra o desembaraço da mercadoria, além
de identificar os órgãos anuentes responsáveis pela verificação do cumprimento
das normas.
Diante dessas informações essenciais, será possível apresentar situações
em que poderá haver a incidência de uma ou mais normas reguladoras sobre
o processo de nacionalização de um único produto. Com esse conhecimento,
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VAMOS RECORDAR?
No intuito de criarmos um elo entre as Instruções Gerais para a Fiscalização de
Produtos Controlados e as Normas Reguladoras dos Processos de Nacionalização
de Produtos Controlados, é interessante lembrar-se, essencialmente, do Poder de
Polícia administrativo.
Assim, gostaríamos de deixar indicado este vídeo, que retrata, na prática, a aplicação
do Poder de Polícia, em especial pela Receita Federal do Brasil de forma isolada
ou conjunta com outros órgãos anuentes ao processo de importação. Recursos
de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
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IMPORTAÇÃO
NACIONALIZAÇÃO
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Art. 1º A mercadoria que ingressar no País, importada a título
definitivo ou não, ficará sujeita ao despacho aduaneiro de impor-
tação, salvo as exceções previstas nesta Instrução Normativa ou em
normas específicas (grifo nosso).
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Pelo dispositivo supracitado, temos mais uma afirmativa de que nem toda impor-
tação resultará em uma nacionalização, visto que a nacionalização de um produto
exige o ato confirmativo de permanência definitiva no território nacional.
IN D ICAÇÃO DE LI V RO
“
[...] ocorre quando a mercadoria importada é nacionalizada, as
importações não definitivas, por seu turno, são aquelas em que,
contrariamente às importações definitivas, não ocorre a naciona-
lização. E a nacionalização é a sequência de atos que transfere a
mercadoria da economia estrangeira para a economia nacional [...]
(BIZZELI, 1994, p. 46-47, grifo nosso).
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Com essa aplicação conceitual em mente, partiremos para a análise dos pro-
cedimentos inerentes à importação, tomando por base, importações realizadas
por pessoas jurídicas, ou seja, empresas importadoras.
Assim, a primeira providência a ser adotada pela empresa importadora é bus-
car se habilitar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), seguindo
os procedimentos estabelecidos pela Instrução Normativa RFB nº 1.603/2015.
Feito esse procedimento, a empresa deverá observar todos os requisitos inerentes
ao despacho e desembaraço aduaneiro.
Nesse momento, é interessante que você fique familiarizado com as normas re-
guladoras dos processos de nacionalização. Dessa forma, não se preocupe em
memorizar os números das normas, muito menos o seu conteúdo, mas é funda-
mental identificar o tema que a norma dispõe, pois o processo de nacionalização
é complexo, possui normas gerais e específicas que variam de acordo com o
produto a ser nacionalizado.
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Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra-
ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos (BRASIL, 1966).
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Além disso, é possível que determinado produto a ser nacionalizado esteja enqua-
drado por normas reguladoras originadas de mais de um órgão anuente, destacando
para uma atenção redobrada sobre o processo a ser adotado pelo importador.
E para que esse processo de importação, consequentemente, nacionalização,
seja efetivado de acordo com as normas reguladoras dos órgãos anuentes, é neces-
sário que o importador obtenha a chamada Licença de Importação. Essa Licença
de Importação (LI) é um documento por meio do qual o Governo autoriza a
importação realizada por uma empresa ou pessoa física, mediante verificação
do cumprimento de normas legais e administrativas. Essa licença é necessária
quando a importação que se pretende realizar está sujeita à anuência de um ou
mais órgão anuentes (como DECEX, Anvisa, Mapa, Inmetro etc.).
Para que você, estudante, tenha melhor visão prática acerca das normas
reguladoras dos processos de nacionalização de produtos controlados, serão
apresentadas, na sequência, algumas normas de seus respectivos órgãos anuentes,
os quais nos delimitaremos de maior recorrência, quais sejam: Exército, Anvisa,
Mapa e Inmetro.
Exército
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Aprova Normas que para Importação de Armas de Porte de uso permitido para venda
ao comércio (BRASIL, 1993).
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Siste-
ma Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências (BRASIL, 2003).
Dispõe sobre a Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro
– TFPC e altera dispositivos do Decreto nº 24.602, de 6 de julho de 1934, que dispõe
sobre instalação e fiscalização de fábricas e comércio de armas, munições, explosivos,
produtos químicos agressivos e matérias correlatas (BRASIL, 2003b).
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Dispõe sobre a importação, pelas Forças Armadas, de armas de fogo, suas partes e
peças, munições e acessórios (BRASIL, 2011).
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ANVISA
Figura 2 - Anvisa
Fonte: https://seeklogo.com/vector-logo/9430/anvisa.
Acesso em: 23 out. 2023.
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MAPA
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As importações e exportações de animais, vegetais, seus produtos,
derivados e partes, subprodutos, resíduos de valor econômico e dos
insumos agropecuários devem atender aos critérios regulamentares
e procedimentos de fiscalização, inspeção, controle de qualidade e
análise de riscos fixados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) (BRASIL, 2023).
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INMETRO
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Por essas normas, você poderá ver que a função do Inmetro é constatar a con-
formidade metrológica e qualidade dos produtos. Assim, de forma a comple-
mentar o raciocínio trazido com a importação de armas de fogo, vemos que de
imediato poderíamos pensar apenas nas normas do Exército. Contudo, vimos
que é possível a aplicação de normas do Mapa, considerando a armazenagem do
produto. Por fim, ainda é possível a atuação do Inmetro para atestar a qualidade,
metrologia e autenticidade da arma de fogo, utilizando-se de padrões predefini-
dos em suas normas.
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NOVOS DESAFIOS
Diante do conteúdo apresentado e das discussões que tra-
çamos aqui, você, estudante, está apto a identificar alguns Importar
procedimentos que antecedem a nacionalização de um um produto
produto, controlado ou não, visto que Importar um pro- não significa
duto não significa que ele será nacionalizado. Tornando-se que ele será
nacional, vimos que há processos específicos analisados, nacionalizado
como é o caso da Licença de Importação.
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AUTOATIVIDADE
1. Como vimos em nossos estudos, há dois processos de importação – definitiva e não definiti-
va. Diante das definições apresentadas, qual dos regimes ou operações a seguir representa
uma importação não definitiva?
a) Nacionalização.
b) Importação com ex-tarifário.
c) Admissão temporária.
d) Importação por conta e ordem de terceiros.
e) Importação por encomenda.
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
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REFERÊNCIAS
BIZZELI, J. dos S. Noções básicas de importação. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras, 1994.
BRASIL. Órgãos anuentes na importação. Gov.br, [2022] Disponível em: Órgãos Anuentes – Em-
presas & Negócios. Disponível em: https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/invest-ex-
port-brasil/importar/consulte-normas-administrativas/orgaos-anuentes-1. Acesso em: 19 out.
2023.
BRASIL. Congresso Nacional. Decreto nº 24.602, de 6 de julho de 1934. Dispõe sobre instala-
ção e fiscalização de fábricas e comércio de armas, munições, explosivos, produtos químicos
agressivos e matérias correlatas. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/atos/
decretos/1934/d24602.html. Acesso em: 19 out. 2023.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível
em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10581742/artigo-78-da-lei-n-5172-de-25-de-outu-
bro-de-1966. Acesso em: 19 out. 2023.
BRASIL. Ministério da Defesa. Exército. Portaria nº 024 – DMB, de 25 de outubro de 2000. Apro-
va as Normas que Regulam as Atividades dos Colecionadores de Armas, Munição, Armamen-
to Pesado e Viaturas Militares. Disponível em: https://www.mariz.eti.br/portaria_24_DMB.htm.
Acesso em: 19 out. 2023.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro,
posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
Sinarm, define crimes e dá outras providências. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/
legin/fed/lei/2003/lei-10826-22-dezembro-2003-490580-publicacaooriginal-1-pl.html. Aces-
so em: 19 out. 2023.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 10.834, de 29 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a Taxa
de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC e altera dispositivos
do Decreto nº 24.602, de 6 de julho de 1934, que dispõe sobre instalação e fiscalização de fá-
bricas e comércio de armas, munições, explosivos, produtos químicos agressivos e matérias
correlatas. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2003/lei-10834-29-de-
zembro-2003-497046-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 19 out. 2023.
BRASIL. Ministério da Defesa. Exército. Portaria nº 16-D Log, de 28 de dezembro de 2004. Apro-
va a Norma Reguladora da Marcação de Embalagens e Cartuchos de Munição. Disponível em:
http://www.dfpc.eb.mil.br/images/Portaria_16-DLog_de_28Dez04.pdf. Acesso em: 19 out. 2023.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Defesa. Exército. Portaria 115 – MD, de 19 de janeiro de 2011. Dispõe sobre a
importação, pelas Forças Armadas, de armas de fogo suas partes e peças, munições e acessórios.
Disponível em: https://bdex.eb.mil.br/jspui/handle/1/734. Acesso em: 15 out. 2023.
BRASIL. MAPA. Instrução Normativa Mapa nº 51/2011 – Relação de Produtos e Insumos sob
Anuência do Mapa. Dispõe sobre os critérios regulamentares e os procedimentos de fiscaliza-
ção, inspeção, controle de qualidade e sistemas de análise de risco, fixados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para a importação de animais, vegetais, seus produtos,
derivados e partes, subprodutos, resíduos de valor econômico e dos insumos agropecuários
que específica. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=78904. Acesso em:
19 out. 2023.
BRASIL. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 228 de 23 de maio de 2018. Dis-
ponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_228_2018_.pdf/0ab-
77141-d04d-4e25-8d6b-25e313eeeb58. Acesso em: 19 out. 2023.
BRASIL. Presidência. Decreto nº 9.847, de 25 de junho de 2019. 2019a. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9847.htm. Acesso em: 19 out. 2023.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. INMETRO. Portaria Inmetro nº 159, de 9 de abril de 2021. Disponível em: https://www.
in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-inmetro-n-159-de-9-de-abril-de-2021-313211060. Acesso
em: 19 out. 2023.
BRASIL. INMETRO. Portaria Inmetro nº 137, de 24 de março de 2022. Disponível em: https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-137-de-24-de-marco-de-2022-388635768. Acesso
em: 15 out. 2023.
DINIZ, M. H. Dicionário jurídico universitário / Maria Helena Diniz. São Paulo: Saraiva, 2010.
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GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
PROCEDIMENTOS DE FISCALIZAÇÃO
DE PRODUTOS CONTROLADOS,
CONTROLE DE FRONTEIRAS E
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL
MINHAS METAS
Identificar as normas de procedimentos de fiscalização de produtos controlados mais
recorrentes.
Entender a forma e motivação dos procedimentos de fiscalização, com base nas normas
identificadas.
Compreender os conceitos de fronteira para fins de fiscalização geral e de produtos
controlados.
Verificar os principais procedimentos de fiscalização e controle realizados nas fronteiras,
com base no poder de polícia administrativo aduaneiro.
Conhecer as principais características da Responsabilidade Civil.
Analisar a aplicabilidade da Responsabilidade Penal.
Relacionar os efeitos da Responsabilidade Civil e/ou Penal em face dos procedimentos
de fiscalização de produtos controlados.
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U N I AS S E LVI
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
VAMOS RECORDAR?
Antes de darmos início ao desenvolvimento do tema proposto, é interessante
que você relembre alguns pontos conceituais relativos às Normas Reguladoras
dos Processos de Nacionalização de Produtos Controlados – acessando a breve
apresentação que preparamos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
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U N I AS S E LVI
Exército
“
Art. 2º A importação de produtos controlados para venda no comér-
cio só será autorizada se o país fabricante permitir a venda de pro-
dutos brasileiros similares em seu mercado interno (BRASIL, 2019).
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
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■ Da licença de importação:
O pedido de licença de importação (LI) deverá ser registrado no
SISCOMEX pelo importador ou por seu representante legal devi-
damente habilitados pela Secretaria Especial da Receita Federal do
Brasil (RFB) operar no SISCOMEX.
■ Da efetivação do licenciamento:
A efetivação do licenciamento ocorrerá em duas fases distintas: I -
autorização de embarque; e II - deferimento.
■ Da autorização de embarque
■ Do controle em recintos alfandegados
■ Do PCE importado por pessoas físicas e jurídicas sediadas no país
■ Do PCE trazido como bagagem acompanhada:
Os viajantes brasileiros ou estrangeiros que chegarem ao país tra-
zendo armas e munições, inclusive armas de porte e armas de pres-
são e outros produtos controlados, são obrigados a apresentá-las às
autoridades alfandegárias (BRASIL, 2019).
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
Descrição da Imagem: trata-se de uma fotografia, em primeiro plano há três mulheres com máscaras no rosto,
segurando e conferindo papéis e celular, jaleco com o símbolo da Anvisa escrito Vigilância. Ao fundo se observa
uma grande fila de pessoas com malas de viagem. Todas com máscaras na face.
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trolados a serem importados, vamos tomar como caso prático uma pessoa física
que deseja importar um medicamento específico. Nessa situação, é necessária a
reunião de todos os documentos que vão instruir o pedido de licença que vai
amparar a anuência desse órgão, por exemplo, documentos que indiquem a fina-
lidade da importação, se será para uso pessoal, para algum tratamento específico,
e se o medicamento for derivado de Cannabis, ainda será necessário apresentar
prescrição médica, com laudo de consulta, cadastrar o paciente que fará uso do
medicamento, entre outros procedimentos.
Essa vasta quantidade de requisitos pode parecer extremamente burocrática e
dificultosa num olhar superficial, mas o objetivo da Anvisa é garantir a saúde da
sociedade brasileira, bem como o bom uso do produto controlado a ser importado.
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No âmbito do Mapa, você verá uma atuação fiscalizatória sobre produtos controla-
dos de origem animal e vegetal, atestando a qualidade dos produtos, especialmente
quanto à contaminação por pragas e agentes nocivos à saúde, fauna e flora nacional.
Uma situação para exemplificar o contexto de atuação fiscalizatória do Mapa
é a importação de animais vivos, ou não, pois eles necessitam de certificações
e licenças que atestem a qualidade e segurança para a saúde do ambiente na-
cional. Esse controle será efetivado em conformidade com os artigos citados
anteriormente, ou seja, análise documental, inspeção de produtos e vistoria dos
compartimentos em que foi realizado o transporte do animal, ou até mesmo nas
instalações que o receberam.
Friso que tal procedimento de fiscalização é aplicável a qualquer tipo de im-
portação/nacionalização, seja realizado por pessoa física ou jurídica, grandes ou
pequenos volumes.
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CONTROLE DE FRONTEIRAS
Descrição da Imagem: representação do controle de fronteira realizado por um carros da autoridade policial,
fiscalizando um ponto de fronteira representado pela estrutura de uma cerca que divide dois países. Observa-se
que pelas características do veículo, bem como a cerca delimitando a fronteira, pode-se dizer que se trata da
fronteira dos EUA com o México.
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A P RO F UNDA NDO
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Responsabilidade Civil
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“
Consiste na aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano
moral e/ou patrimonial causado a terceiro em razão de ato do próprio im-
putado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal
sob sua guarda, ou, ainda, de simples imposição legal. A responsabilidade
civil requer prejuízo a terceiro, particular ou Estado, de modo que a vítima
poderá pedir reparação do dano, traduzida na recomposição do statu quo
ante ou de uma importância em dinheiro (DINIZ, 2010, p. 509).
A análise da responsabilidade civil deve ser feita com base em três pressupos-
tos, ou elementos, quais sejam: conduta (positiva ou negativa); dano; e nexo de
causalidade.
AP RO F U N DA NDO
Para que haja uma avaliação acerca da responsabilidade civil, um agente (pessoa)
deve realizar uma conduta (ex.: importar um componente eletrônico) que cause
danos (ex.: que não corresponde às qualificações originais, capazes de lesar o con-
sumidor final) com o nexo de causalidade entre esses elementos (ex.: o consumi-
dor adquiriu o componente eletrônico importado, mas que não correspondia às
especificações originais, acarretando danos ao sistema elétrico de sua residência).
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O dano é resultado de um ato doloso ou culposo, causado por um agente, que terá o
dever jurídico de reparar. Assim é trazido pelo Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, vio-
lar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Nesse contexto de responsabilidade civil subjetiva, podemos exemplificar com a impor-
tação de brinquedos contrafacionados, ou seja, que simulam um original. O importador
que realiza tal operação omissa à informação de que os brinquedos não são originais,
mas devido ao controle de fronteira, é identificada ação ilícita, acarretando o dever jurídi-
co de reparar eventuais danos sofridos por terceiros, destinatários dos brinquedos.
Na prática jurídica adotada pelo Brasil, temos por base a responsabilidade civil
subjetiva, pois, além da conduta, dano e nexo de causalidade, é avaliada a culpa
ou dolo do agente.
Responsabilidade Penal
Mais uma vez buscando trazer um conceito mais direto, apresentamos o signi-
ficado de responsabilidade penal com base no Dicionário Jurídico, o qual nos
informa que a responsabilidade penal:
“
pressupõe lesão aos deveres de cidadãos para com a sociedade , acar-
retando um dano social determinado pela violação de norma penal,
exigindo, para restabelecer o equilíbrio, a aplicação de uma pena ao
lesante. É a que decorre da prática de contravenção penal ou de crime
comissivo ou omissivo pelo agente imputável que for chamado a res-
ponder por ela penalmente, arcando com as consequências jurídicas
de seu ato, incorrendo nas sanções previstas na lei penal. O lesante
suporta a respectiva repressão (DINIZ, 2010, p. 510).
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Contudo, a responsabilidade penal não será aplicada apenas pelo fato do agente
ter descumprido uma norma emanada do Estado, devendo ser avaliado, também,
“a ‘imputabilidade penal’, em que é questionado se o sujeito, no momento da
conduta, tinha capacidade intelecto-volitiva (de entender e querer)” (DAMÁSIO,
2011, p. 323).
A P RO F UNDA NDO
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E U IN D ICO
Com foco no assunto trazido até aqui, indico para você vídeos que demonstram
um pouco sobre a fiscalização e controle de fronteiras brasileiras, acarretando a
responsabilidade penal das pessoas que são alvo da fiscalização.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de
aprendizagem.
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Gostou do que vimos até aqui? Então, acesse o vídeo e veja o que preparamos
para você em relação ao Direito Internacional, para nos aprofundarmos ainda mais
nesse assunto. Venha comigo! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digi-
tal do ambiente virtual de aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 3
NOVOS DESAFIOS
O objetivo deste tema de aprendizagem foi levar uma síntese e direcionamento
do que o profissional encontrará de mais prático em uma atividade de despacho
especial, pois, além de resgatar as normas de regulação para nacionalização de
produtos controlados, verificamos os procedimentos estabelecidos por tais nor-
mas, merecendo destaque os procedimentos elencados por órgãos anuentes na
importação.
A análise acerca do Controle de Fronteiras também se faz fundamental para
o profissional, pois é nas fronteiras que os agentes do Estado realizam boa parte
dos procedimentos de fiscalização, os quais podem ocorrer durante ou antes dos
processos de despacho e desembaraço aduaneiro.
O conhecimento acerca da responsabilidade civil e penal é a parte mais sen-
sível para o profissional, visto que ao não observar uma norma ou procedimento
de fiscalização, estará sujeito a penas e multas. E no âmbito aduaneiro, principal-
mente, nos procedimentos de nacionalização de produtos, controlados, ou não,
temos estabelecido no Decreto nº 6.759/2009, uma parte dedicada às infrações e
penalidades decorrentes de ações ou omissões que cominem em responsabilida-
de civil e penal. Ainda que tal decreto não apresente penas de caráter puramente
penal (criminal), a conduta de uma pessoa que descumpre as normas, pode ter
reflexo na esfera criminal, portanto, com base no que foi exposto, você já pôde
perceber que o principal desafio a ser enfrentado pelo profissional é se antecipar
à ação fiscalizatória, tomando por norte as normas que instruem a fiscalização de
produtos controlados, e que são controlados nas fronteiras do Brasil, de maneira
a estarem livres de qualquer imputação de responsabilidade civil ou penal.
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AUTOATIVIDADE
I - Exército.
II - Marinha.
III - Polícia Federal.
IV - Receita Federal do Brasil.
V - Guarda Nacional.
a) I e IV, apenas.
b) II e V, apenas.
c) I, II, III e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. [1988]. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 out. 2023.
BRASIL. RDC nº 81/2008. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Bens e Produtos Impor-
tados para fins de Vigilância Sanitária. Disponível em: https://antigo.anvisa.gov.br/docu-
ments/10181/2718376/RDC_81_2008_COMP_.pdf/d031f6d6-3664-4d66-ae0b-d1d0ad106178.
Acesso em: 20 out. 2023.
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REFERÊNCIAS
DAMÁSIO, A. R. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Cia. das Letras, 2011.
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GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
GENERALIDADES DO ARMAMENTO
– HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS
ARMAS DE FOGO
MINHAS METAS
Contextualizar, historicamente, a criação e a evolução das armas de fogo até os dias atuais.
Saber que existe um universo imenso de armas, orientado de acordo com cada grupo
específico, e conhecer os conceitos básicos sobre armas e suas definições..
Verificar aspectos práticos, de forma que possam ser aplicados de modo funcional, os
fundamentos e os conceitos no cotidiano profissional do estudante.
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Convido você, estudante, para dar o play em nosso podcast Generalidades do Ar-
mamento: Evolução Histórica das Armas de Fogo, no qual vamos introduzir e es-
clarecer a abordagem deste tema de aprendizagem.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
VAMOS RECORDAR?
Vale recordarmos sobre os Procedimentos de Fiscalização de Produtos
Controlados, Controle nas Fronteiras e Responsabilidade Civil e Penal, e, para isso,
deixo a indicação de dois vídeos. Eles detalham procedimentos e operações de
produtos controlados trazidos por pessoas em viagens para o exterior do Brasil.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de
aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
GENERALIDADES DO ARMAMENTO
Descrição da Imagem: a figura representa um conjunto diversificado de armas de fogo, desde armas de pequeno
calibre até armas de calibre mais longo e maior poder de fogo.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Ainda, de acordo com o Glossário das Forças Armadas, temos as seguintes de-
finições de armas:
ARMA CONVENCIONAL
Aquela que, quando utilizada, atende a usos e costumes da guerra e, por isso, não
é motivo de contestações. Atualmente, não se incluem nesta categoria as armas
nucleares, radiológicas, biológicas e químicas, exceto as que produzem fumaça, que
são incendiárias e utilizadas contra o controle de distúrbios.
Arma que, empregada de forma adequada, visa evitar dano permanente ou fatal
em pessoas.
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ARMAS COMBINADAS
SPRAYS DE PIMENTA
Esses sprays contêm uma substância química irritante que, quando pulverizada
no rosto de um agressor, causa dor intensa nos olhos, nariz e garganta. São
frequentemente usados por forças de segurança e cidadãos para autodefesa.
TASERS
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BALAS DE BORRACHA
Estas são munições não letais projetadas para causar dor e incapacidade temporária,
mas com baixa probabilidade de causar ferimentos graves. São usadas por forças
policiais em situações de controle de multidões.
Dispositivos que dispersam gás lacrimogêneo em uma área, causando irritação nos olhos
e na pele. São usados para controlar distúrbios civis e como medida de autodefesa.
Além dos tasers, existem outras armas que emitem choques elétricos, como bastões
elétricos. Elas são projetadas para incapacitar temporariamente alvos sem causar
ferimentos graves.
REDES DE CAPTURA
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“
São peças construídas de um ou dois canos, abertos numa das ex-
tremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde se
coloca o projétil, o qual é lançado à distância através da força ex-
pansiva dos gases pela combustão de determinada quantidade de
pólvora. Produzido o tiro, escapam pela boca da arma o projétil ou
projéteis, gases superaquecidos, chama, fumaça, grânulos de pól-
vora incobusta e, em alguns casos, a bucha (FRANÇA, 2008, p. 93).
“
Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de arremesso
complexas que utilizam para expelir seus projéteis, as força expan-
siva dos gases resultantes da combustão da pólvora. Seu funciona-
mento, em princípio, não depende do vigor da força do homem.
As armas de fogo são, na realidade, máquinas térmicas, fundadas
nos princípios da termoquímica e da termodinâmica. É por este
motivo que a maioria delas são projetadas e construídas por en-
genheiros mecânicos e metalúrgicos (TOCCHETTO, 2005, p. 2).
“
Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos
gases gerados pela combustão de um propelente confinado em
uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem
a função de propiciar continuidade à combustão do propelente,
além de direção e estabilidade ao projétil
Agora que temos uma base conceitual bem sólida do que pode ser entendido
como arma — e, mais precisamente, armas de fogo —, passaremos à análise de
outras generalidades das armas de fogo. Buscamos apresentar uma classificação
mais completa o possível das características que diferenciam um determinado
tipo de arma de fogo para outro:
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
2) QUANTO AO TAMANHO
a) Armas curtas: são identificadas como aquelas que podemos operar utilizando
apenas uma mão ou as duas, sem a necessidade de apoio nos ombros (por
exemplo, pistolas).
b) Armas longas: possuem dimensões maiores, podendo ser portáteis ou não (por
exemplo, rifles, espingardas, metralhadoras).
a) Repetição: arma que, ao realizar um disparo, necessita empregar sua força física
sobre um componente do mecanismo para concretizar as operações prévias e
necessárias ao disparo seguinte.
b) Semiautomático: arma que realiza todas as operações de funcionamento
automaticamente, com exceção do disparo. As operações de extração, ejeção e
realimentação se darão pelo reaproveitamento dos gases oriundos de cada disparo.
c) Automático: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de
funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado.
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a) Ação simples: o disparo ocorre com apenas uma operação acionando o gatilho.
b) Ação dupla: duas ações são necessárias; A primeira é armar o conjunto de disparo,
e a segunda é realizar o disparo propriamente dito.
c) Dupla ação: a execução do disparo pode ser realizada pelas duas
ações anteriores.
6) QUANTO À PORTABILIDADE
a) De porte: arma de fogo de dimensões e peso reduzidos. Pode ser portada por um
indivíduo em um coldre e disparada, comodamente, com somente uma das mãos
pelo atirador.
b) Portátil: arma cujo peso e cujas dimensões permitem ser transportada por um
único homem, mas não pode ser conduzida em um coldre, exigindo, em situações
normais, ambas as mãos para a realização eficiente do disparo.
c) Não portátil: arma que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, não pode ser
transportada por um único homem.
7) QUANTO AO USO
8) QUANTO AO CALIBRE
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Descrição da Imagem: a figura representa a evolução das armas de fogo, destacando modelos rudimentares.
Estudos indicam que as primeiras armas de fogo teriam surgido na China, logo
após a invenção da pólvora, por volta do século IX. O mecanismo utilizado con-
sistia em tubos de bambu, uma mistura de salitre, enxofre e carvão vegetal, que
explode em contato com o fogo. A arma era usada para atirar pedras.
Registros históricos apontam que, posteriormente, por volta do século XIII,
os árabes aperfeiçoaram o mecanismo desenvolvido pelos chineses, criando uma
espécie de canhão, com uma estrutura feita de madeira e reforçada por cintas
de ferro. Logo no século seguinte, o canhão foi aperfeiçoado, sendo fabricado
em uma estrutura de bronze, dando maior segurança e potência ao armamento.
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produzindo faíscas que inflamavam a escorva. Esse invento possibilitava que o efe-
tuasse um disparo em qualquer momento, sem necessidade de manter a mecha acesa.
A P RO F UNDA NDO
Data do século XVI. O fecho de sílex era composto por duas peças principais: o cão e o
fuzil, peça inteiramente nova que deu o nome às armas que adotaram esse sistema. O cão
retinha entre os dentes e a pederneira envolvida num pedaço de chumbo ou couro para
poder ser melhor apertada pelo parafuso. Pressionando o gatilho, o armador se libertava
do entalhe da noz que, por ação, da mola, rodava e, com ele, rodava o cão. Este feria o fuzil,
ocorrendo faísca ao mesmo tempo que a caçoleta era aberta pelo levantamento do fuzil.
FECHO DE PERCUSSÃO
BAIONETA
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 4
Sistemas de obturação:
■ Obturação por justaposição: consiste na justaposição de duas super-
fícies, uma na entrada da câmara e outra na culatra, cujo ajustamento
provocava a obturação. Essas superfícies eram tronco-cônicas para que
os gases, quando ocorria a explosão, obrigassem que elas apertassem uma
de encontro à outra. Era um sistema imperfeito por nunca ser possível
um contato íntimo entre as superfícies.
■ Obturação por dilatação-compressão: consistia no emprego de uma
peça (obturador) ligada à cabeça da culatra, a qual, quando se fechava,
ficava comprimida entre ela e a câmara. Ao dar o tiro, a pressão dos gases
aumentava a compressão dessa peça que, dilatando-se, produzia a ob-
turação. Na espingarda Chassepôt, os gases atuavam diretamente sobre
um compressor metálico com forma de calote esférica, que apertava o
obturador de cauchu de encontro à cabeça da culatra fixa, dilatando-se
e, por isso, provocando a obturação.
■ Obturação por dilatação-expansão: é o processo mais perfeito, pois per-
mite uma obturação completa, e hoje é universalmente adotado. Consiste
no emprego do cartucho completo, que, quando o tiro é dado, se expande
em todos os sentidos e se ajusta à superfície da câmara, retomando depois a
sua forma inicial, devido à elasticidade do metal, facilitando a sua extração.
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Em 1884, a metralhadora Maxim foi a primeira arma a resolver o
problema balístico do automatismo. Foi nessas duas últimas datas
que ocorreu a grande revolução do aproveitamento dos gases para o
recuo de partes móveis. Aparece, em 1887, a espingarda de repetição
Winchester. A partir de 1900, começa o grande desenvolvimento
das armas automáticas e semiautomáticas, que se estendeu até os
nossos dias.
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Como dito no início deste tema de aprendizagem, os conceitos e as informa-
ções históricas apresentadas vão instruir o profissional na identificação dos
mais diversos tipos de armas. Essas informações são imprescindíveis para a
correta classificação e verificação de documentos por parte de um despachante
aduaneiro especializado em produtos controlados, que, no presente caso, serão
armas de fogo.
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AUTOATIVIDADE
1. Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de arremesso complexas que utilizam
para expelir seus projéteis, as força expansiva dos gases resultantes da combustão da
pólvora. Seu funcionamento, em princípio, não depende do vigor da força do homem.
Com base no trecho apresentado, qual das armas a seguir depende do uso da força humana
para causar algum dano à vítima?
a) Espingarda.
b) Pistola.
c) Arcabuz.
d) Pequenas bombardas.
e) Punhal.
I - Mapa.
II - Anvisa.
III - Exército Brasileiro.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Defesa. Glossário das Forças Armadas. 5. ed. Brasília: Ministério da Defe-
sa, 2016.
SERVIÇO DE ARMAMENTO E TIRO. Cartilha de armamento e tiro. [s.l.], 2017. Disponível em: ht-
tps://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/armas/cartilha-de-armamento-e-tiro.pdf. Acesso em: 20
set. 2023.
FRANÇA, G.V. Medicina Legal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008
GENERALIDADE. In: PROJETO Vade Mecum Brasil, c2019-2023. Disponível em: https://vademe-
cumbrasil.com.br/palavra/generalidade. Acesso em: 20 set. 2023.
REDAÇÃO MUNDO ESTRANHO. Qual é a origem das armas de fogo? História Mundo Estranho,
Revista Superinteressante, 18 abr. 2011. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estra-
nho/qual-e-a-origem-das-armas-de-fogo. Acesso em: 20 set. 2023.
TOCCHETTO, D. Balística forense: aspectos técnicos e jurídicos. 4. ed. Campinas, SP: Millen-
nium, 2005.
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GABARITO
1. Opção E. O punhal é a única arma das listadas que necessita de força humana para causar
dano a vítima.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
DAS ARMAS DE FOGO E TIPOS DE
ARMAMENTO
MINHAS METAS
Conhecer a classificação geral das armas de fogo, conforme alguns critérios, como di-
mensão, funcionamento, modo de carregar, sistema de percussão, tipo de cano e calibre.
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
VAMOS RECORDAR?
Para recordar sobre a evolução histórica das armas de fogo, que embasam a
compreensão das discussões que faremos aqui, recomendo que você assista ao
breve documentário a seguir, sobre armas inovadoras do século XIX.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de
aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
Conceito
O objetivo, nesse momento, será apresentar conceitos gerais sobre armas de fogo,
para que você tenha um entendimento completo do que são esses produtos,
específicos de sua rotina profissional. Dessa forma, buscando ser objetivo nas
indicações, trago, primeiramente, o conceito apresentado pelo Dicionário Jurí-
dico sobre armas de fogo:
Arma de Fogo: 1. Medicina legal. Aquela que pela deflagração da pólvora, arremessa
projéteis, como a pistola e a espingarda, provocando perfuração e contusão na
vítima. 2. Direito administrativo. a) Arma de pequeno poder ofensivo utilizável por
cidadão idôneo para sua defesa pessoal ou patrimonial, desde que autorizado por
autoridade competente e obtenha o Certificado de Registro de Arma de Fogo; b)
arma de maior poder ofensivo cuja utilização requer habilitação especial. 3. Direito
militar. Arma que dispara projéteis, empregando a força expansiva dos gases gerados
pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente,
está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão
do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil (DINIZ, 2010, s. p).
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“
Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de arremesso
complexas que utilizam, para expelir seus projetis, a força expansiva
dos gases resultantes da combustão da pólvora. Seu funcionamen-
to, em princípio, não depende do vigor, da força física do homem.
As armas de fogo são, na realidade, máquinas térmicas, fundadas
nos princípios da termoquímica e da termodinâmica. É por este
motivo que a maioria delas são projetadas e construídas por enge-
nheiros mecânicos e metalúrgicos (TOCHETTO, 2005, p. 2).
“
São peças construídas de um ou dois canos, abertos numa das ex-
tremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde se
coloca o projétil, o qual é lançado à distância através da força ex-
pansiva dos gases pela combustão de determinada quantidade de
pólvora. Produzido o tiro, escapam pela boca da arma o projétil ou
projéteis, gases superaquecidos, chama, fumaça, grânulos de pólvo-
ra incombusta e, em alguns casos, a bucha (FRANÇA, 2008, p. 93).
Por fim, trazendo um conceito com base legal, temos o antigo Decreto nº
3.665/2000 (atualmente revogado), o qual apresentava diretrizes para a Fisca-
lização de Produtos Controlados e para armas de fogo, dispondo do seguinte
conceito:
“
Art. 3º Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicação,
são adotadas as seguintes definições:
[...]
XIII - arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força
expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confi-
nado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que
tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente,
além de direção e estabilidade ao projétil; [...] (BRASIL, 2000).
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
“
Muitas armas de fogo com características sensivelmente semelhan-
tes, possuem organização mecânica e propriedades sensivelmente
diferentes, sendo essas diferenças, em não poucos casos, decisivas, já
para positivar a distinção entre uma arma original e uma imitação,
já para estabelecer, com segurança, a categoria a qual pertence, já
para determinar o seu padrão de qualidade e segurança e induzir
da possibilidade ou não de, com ela, ocorrer um tiro eficaz em de-
terminadas circunstâncias (RABELO, 1967, p. 10).
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U N I AS S E LVI
Para que você tenha noção de como será a classificação abordada, tomarei como
norte alguns critérios, como dimensão, funcionamento, modo de carregar, siste-
ma de percussão, tipo de cano e calibre. Já antecipando, de forma esquemática,
a classificação geral das armas de fogo, temos o seguinte:
1.1. Lisa
1.2. Raiadas
1.2.1. Número de raias par
1.2.2. Número de raias ímpar
1.2.2.1. Dextrogiras (giram em sentido horário)
1.2.2.2. Sinistrogiras (giram em sentido anti-horário)
2.1. De antecarga
2.2. De retrocarga
2.2.1. Propriamente dita
2.2.2. Com culatra de antecarga
4. QUANTO AO FUNCIONAMENTO
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5.1. Fixas
5.2. Móveis
5.2.1. Tração extrínseca
5.2.2. Automotrizes
5.3. Semi-portáteis
5.4. Portáteis
5.4.1. Longas
5.4.1.1. Coletivas
5.4.1.2. Individuais
5.4.2. Curtas
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É aquela que, devido às suas di- É aquela que, para ser utilizada e
mensões ou ao seu peso, não pode para ter o efeito esperado de sua
ser transportada ou acionada por utilização eficiente, destina-se ao
um único homem. proveito da ação de um grupo.
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U N I AS S E LVI
TIPOS DE ARMAMENTO
É certo que, a cada ano que passa, a indústria bélica busca sempre evoluir os
armamentos produzidos, seja com armas de maior potencial bélico destrutivo,
ou com maior praticidade para o operador da arma no porte, o manuseio e
no disparo.
No entanto, buscando ser objetivo, apresentarei os tipos de armamentos mais
comuns, especialmente para o mercado civil. Assim, analisarei o revólver, a pis-
tola e algumas armas longas.
Revólver
O revólver pode ser definido como uma arma curta, de repetição, não automá-
tica, composta por quatro partes fundamentais: armação, tambor, cano e meca-
nismo. O comprimento do cano, o número de raias, a direção do raiamento, o
tamanho da armação, a capacidade do tambor e o tipo de mecanismo variam de
arma para arma e são particularidades que servem para a identificação genérica
dos revólveres.
A característica básica do revólver é apresentar um único cano para várias
câmaras de combustão. Seu disparo ocorre quando o cão, liberado pela pressão
na tecla do gatilho, é impulsionado por uma mola, denominada mola real, e faz
com que o percussor atinja a base do cartucho de munição.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
rotacionar o tambor para fazer alinhar o cano com outra câmara de combustão
(com um novo cartucho) e, ao mesmo tempo, afastar o cão para um novo tiro.
Nas pistolas semiautomáticas, toda vez que ocorre um disparo, os gases decorrentes
da explosão da pólvora destacam o projétil de seu encaixe no estojo e o impulsionam
com grande potência através do cano. Da mesma maneira, esses gases empurram
para trás o estojo, que é ejetado. Esse retorno é feito com tal violência, que as
irregularidades da cultura ficam impressas no estojo e poderão servir para eventual
identificação da arma. No revólver, essa força é perdida, uma vez que a culatra é fixa
e serve apenas para impedir que o estojo saia pela parte de trás, atingindo o atirador.
Espingarda e escopeta
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Quanto ao sistema de alimentação, ele pode ser ou não de repetição (pump action
ou semiautomáticas). O termo escopeta é usado para designar as armas de alma
lisa de cano curto e grosso calibre, reservando-se a denominação espingarda para
as armas de cano longo e calibres menores.
Carabina
Rifle
Os rifles são armas de fogo longas, portáteis, de carregamento manual (não auto-
máticos) ou de repetição, cano longo e alma raiada. Sua diferença em relação às ca-
rabinas reside exatamente no comprimento maior do cano, que atinge 24” (61 cm).
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 5
Fuzil
É uma arma de fogo longa, portátil, automática, com alma raiada, calibre potente
e, normalmente, de uso militar, podendo ser utilizada para caça de grande porte.
O fuzil é uma arma automática, que apresenta uma cadência de tiro entre 650
e 750 disparos por minuto.
E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Finalizado mais um tema de aprendizagem, demos mais um passo nesse pro-
cesso de especialização com assuntos bem técnicos, mas que são extremamente
necessários para uma atuação profissional qualificada.
Retomando o pensamento proposto no início, percebe-se que os desafios a
serem superados são inerentes ao conhecimento acerca de assuntos especializa-
dos, além da conexão entre esses conteúdos. É certo que o objetivo deste livro
didático é dar esse direcionamento, mas uma análise pura e simples dos tópicos,
relacionados ao armamento, pode gerar muitas dúvidas aos profissionais comuns.
Portanto, nosso objetivo é trazer conhecimentos cada vez mais específicos,
que possuam sentido teórico e organizacional, para que você tenha uma qualifi-
cação acima da média em um ambiente profissional voltado para procedimentos
de importação de produtos controlados, como as armas de fogo.
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AUTOATIVIDADE
1. Apresente, com suas próprias palavras, um conceito para armas de fogo (mínimo de três
linhas).
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
FRANÇA, G. V. de. Medicina Legal. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RABELO, E. Introdução à balística forense. 2 vol. Rio Grande do Sul: Imprensa Oficial Editora,
1967.
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GABARITO
1. O estudante deve apresentar seu entendimento conceitual sobre o tema. Pode-se dizer que,
em suma, e de maneira simplificada, as armas de fogo são objetos utilizados para arremessar
um projétil sem a aplicação de esforço físico humano, devido à força expansiva de gases
pelo efeito da combustão da pólvora, culminando na impulsão do projétil pelo cano da arma..
3. Opção C. O item III está incorreto, pois armas de fogo não são formadas por lâminas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
DIVISÃO DA ARMA –
NOMENCLATURA DAS PEÇAS
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Neste tema de aprendizagem, vamos nos aprofundar ainda mais no universo das ar-
mas de fogo, trazendo especificações quanto à divisão da arma e à nomenclatura das
peças. No intuito de apresentar melhor esse novo conteúdo, convido você a acessar
nosso podcast, para que possa ser apresentado ao material de forma interativa.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 6
VAMOS RECORDAR?
Como parte essencial de nossos materiais, trazemos um assunto relevante para
que o estudante relembre alguns conceitos tratados no tema de aprendizagem
anterior. Buscando ser objetivos e dinâmicos, indicamos um breve documentário,
denominado Entenda a classificação das armas de fogo!, o qual traz informações
quanto à classificação das armas de fogo.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
Considerando que haja uma certa compreensão sobre temas como generalidades
do armamento, o histórico e a evolução das armas de fogo, o conceito e a clas-
sificação das armas de fogo e tipos de armamento. Nesse momento, voltaremos
nosso olhar para a divisão da arma e nomenclatura das peças, ou seja, nos dedi-
caremos a conhecer cada estrutura que compõe uma arma de fogo.
Para deixar o entendimento desse conteúdo mais didático e de mais fácil
compreensão, traremos, de forma simultânea, aspectos inerentes à divisão da
arma e à nomenclatura das peças que a compõem. De acordo com material dis-
ponibilizado pelas Nações Unidas sobre Armas de Fogo, são partes consideradas
como essenciais para operação de uma arma de fogo:
“
[...] qualquer elemento ou componente de substituição projetado
especificamente para uma arma de fogo e essencial para a sua ope-
ração, incluindo um cano, armação ou receptáculo, tambor ou cilin-
dro, trava ou gatilho e qualquer dispositivo projetado ou adaptado
para diminuir o som causado pelo disparo de uma arma de fogo
(NAÇÕES UNIDAS, 2022, on-line).
Nesse material das Nações Unidas, é informado que, quanto a armas pequenas e
armamento leve, suas munições e outros materiais relacionados, a Convenção da
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“
[...] todos os componentes, partes ou peças de reserva para armas
pequenas ou leves ou munições necessárias para o seu funciona-
mento; ou qualquer substância química que sirva como mate-
rial ativo usado como agente propulsor ou explosivo (NAÇÕES
UNIDAS, 2022, on-line).
Você verá que uma arma de fogo é composta por centenas de partes e com-
ponentes. Entretanto, numa primeira análise, podemos identificar partes mais
comuns e que são de fácil visualização, quais sejam: o cano, o carregador, o cabo
e o gatilho. Considerando essas partes, uma que merece destaque é o cano da
arma de fogo, pois é pelo cano que o projétil percorre após ser propulsionado
por uma ação explosiva.
O cano está ligado a um receptáculo que abriga as partes operáveis da arma
de fogo, incluindo um carregador, que contém a munição. Por exemplo: a troca
de um cano de arma de fogo impossibilita a identificação de uma bala disparada
com a mesma arma, uma vez que as marcações do novo cano são diferentes das
marcações do cano original. Além disso, o novo cano pode ter um número de
série diferente do original ou, até mesmo, não ter número de série, criando difi-
culdades na identificação física da arma de fogo.
A seguir, traremos uma apresentação geral das principais partes e componen-
tes de um arma de fogo, acompanhada de sua respectiva descrição:
FERROLHO
CANO
O cano é formado por um cilindro de metal oco, por onde o projétil percorre após ser
disparado. A parte interior do cano é chamada de alma, a qual pode ser lisa ou raiada.
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CULATRA
OBTURAÇÃO
CÂMARA
CLIP
CILINDRO OU TAMBOR
É uma parte cilíndrica e rotativa de um revólver que contém várias câmaras para inserir
cartuchos.
CARREGADOR
SLIDE
GATILHO
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U N I AS S E LVI
Após você conhecer os componentes básicos que fazem parte da divisão de uma
arma de fogo e a nomenclatura das principais peças, partiremos para uma análise
mais específica acerca desse tema. Para tanto, utilizaremos variamos modelos de
armamentos.
Dessa forma, num olhar imediato, você poderá identificar os componentes
básicos de uma arma de fogo, assim como também poderá distinguir peças es-
pecíficas de tipos de armamentos diversos. Assim, tomaremos como base tipos
de armamentos que se classificam como revólveres, espingardas, pistolas e fuzis.
Buscando trazer um material mais didático e informativo o possível,
utilizaremos os manuais e os exemplos disponibilizados pela fabricante de
armamentos Taurus.
Revólver
Descrição da Imagem: representação ilustrada de um revólver preto com fundo branco, onde temos descritas
todas as peças importantes da arma.
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Descrição da Imagem: ilustração de um revólver desmontado, mostrando detalhadamente cada uma das peças.
Como podem ver, além das peças indicadas como básicas das armas de fogo, esse
revólver é composto por outras dezenas de peças.
A seguir, vejamos a nomenclatura de cada peça desse revólver:
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Espingarda
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Descrição da Imagem: ilustração de uma espingarda com o cano na cor preta e base na cor madeira. Está descrita
cada peça do armamento.
Descrição da Imagem: ilustração de uma espingarda desmontada, mostrando detalhadamente cada uma das peças.
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Pistola
Como é possível visualizar a seguir, esse modelo de pistola contém menos peças
que os armamentos anteriores, mas não deixa de ser um dispositivo complexo:
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Descrição da Imagem: Ilustração de uma pistola Taurus desmontada, mostrando detalhadamente cada uma
das peças.
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Fuzil
Por fim, apresentamos a divisão e a nomenclatura das peças que fazem parte de
um fuzil fabricado pela Taurus, mais especificamente, o modelo T4 Series:
Descrição da Imagem: na figura, temos ilustrado um fuzil, com a descrição de suas peças.
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Descrição da Imagem: ilustração de um fuzil desmontado, mostrando detalhadamente cada uma das peças.
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Descrição da Imagem: ilustração de um fuzil desmontado mostrando detalhadamente cada uma das peças.
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E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Finalizando este tema de aprendizagem, podemos dizer que fechamos um ciclo
de conhecimento sobre um produto controlado e apto a receber fiscalização
especial em procedimentos de despachos de nacionalização; nesse caso, as ar-
mas de fogo. Como dito no início, é fundamental que você, futuro profissional
especializado, conheça desde os mais amplos conceitos sobre armas de fogo
até detalhes mais específicos, como os que foram tratados aqui. Isso porque é
possível que o profissional se depare com um procedimento que visa entender
a necessidade de determinada peça no conjunto da arma. Tendo conhecimen-
to desses fundamentos, você será capaz de aplicar conhecimento teórico ao
mundo prático.
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AUTOATIVIDADE
1. Observando uma arma de fogo, de maneira geral, podemos dizer que as partes operáveis são:
I - Cano.
II - Carregador.
III - Munição.
IV - Massa de Mira.
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
a) Ferrolho.
b) Gatilho.
c) Cano.
d) Carregador.
e) Massa de mira.
I - Cabo.
II - Cano.
III - Gatilho.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
AMAZONAS. Manual de armamento e manuseio seguro das armas de fogo. Manaus: Tribunal
de Justiça do Estado do Amazonas, 2012. Disponível em: https://www.tjam.jus.br/phocadown-
loadpap/manuseio_seguro_arma_fogo-mar_2012.pdf. Acesso em: 22 set. 2023.
MANUAIS. Taurus armas: compromisso com a excelência. [s.l.], 2023. Disponível em: https://
www.taurusarmas.com.br/manuais. Acesso em: 22 set. 2023.
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GABARITO
1. Opção D, considerando apenas o que foi trazido no conteúdo deste tema de aprendizagem,
embora haja outras peças essenciais para que uma arma seja operável.
2. Opção C. Cano, por ser a peça responsável por direcionar o projétil no momento do disparo.
3. Opção E. O cano é essencial para qualquer arma; para o revólver, podemos incluir o cabo e
o tambor, conforme ilustrado no texto deste tema de aprendizagem.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 7
ESTATUTO DO DESARMAMENTO,
SISTEMA DE GERENCIAMENTO
MILITAR DE ARMAS E SISTEMA
NACIONAL DE ARMAS
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
VAMOS RECORDAR?
Para você retomar a ideia que envolve o assunto, especialmente no que tange ao
Estatuto do Desarmamento, gostaria que acessasse o vídeo, o qual discute pontos
relevantes sobre esse assunto tão controverso em nossa sociedade. Recursos de
mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 7
AP RO F U N DA NDO
Os melhores materiais que você poderia ter para aprofundar os estudos são os própri-
os instrumentos normativos, uma vez que, neste material, nosso foco será apresentar
os principais pontos inerentes ao Estatuto do Desarmamento, ao Sistema de Gerenci-
amento Militar de Armas (SIGMA) e ao Sistema Nacional de Armas (Sinarm).
■ Lei n.º 10.826, de 22 de dezembro de 2003: dispõe sobre registro, posse e com-
ercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas
– Sinarm, define crimes e dá outras providências.
■ Decreto n.º 10.030, 30 de setembro de 2019: aprova o Regulamento de Produ-
tos Controlados.
■ Decreto nº 9.847, 25 de junho de 2019: regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte
e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacion-
al de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas.
■ Portaria nº 136, de 8 de novembro de 2019: dispõe sobre o registro, o cadastro
e a transferência de armas de fogo do SIGMA e sobre aquisição de armas de
fogo, munições e demais Produtos Controlados de competência do Comando
do Exército.
■ Portaria nº 1.541, de 21 de junho de 2021: estabelece os procedimentos para a
tramitação e aprovação de Planejamento Estratégico para Aquisição de Produ-
tos Controlados pelo Exército (PCE) de uso restrito pelos órgãos, instituições e
corporações elencados no art. 34, incisos de I a XIII do Decreto nº 9.847, de 25
de junho de 2019.
■ Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023: regulamenta a Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003, para estabelecer regras e procedimentos relativos à
aquisição, ao registro, à posse, ao porte, ao cadastro e à comercialização na-
cional de armas de fogo, munições e acessórios, disciplinar as atividades de
caça excepcional, de caça de subsistência, de tiro desportivo e de coleciona-
mento de armas de fogo, munições e acessórios, disciplinar o funcionamento
das entidades de tiro desportivo e dispor sobre a estruturação do Sistema Na-
cional de Armas — Sinarm.
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Texto
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“
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do
caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de
Segurança Pública (FNSP);
• Art. 144, da Constituição Federal, incisos: I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros
militares.
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados
e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com
mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos
mil) habitantes, quando em serviço;
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência
e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segu-
rança Institucional da Presidência da República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no
art. 52, XIII, da Constituição Federal;
• Art. 51, IV, da Constituição Federal: Polícia da Câmara dos
Deputados;
• Art. 52, XIII, da Constituição Federal: Polícia do Senado Federal.
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Ainda quanto às pessoas que podem ter o porte de arma de fogo, é interessante
destacar que os integrantes das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Polícia
Rodoviária Federal, da Polícia Ferroviária Federal, das Polícias Civis, das Polí-
cias Militares, dos Corpos de Bombeiros Militares, os agentes operacionais da
Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, das Polícias
da Câmara de Deputados Federal e das Polícias do Senado Federal terão direito
de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição mesmo quando fora de serviço.
Esse direito é estendido aos integrantes do quadro efetivo de agentes e guar-
das prisionais, desde que estejam submetidos a regime de dedicação exclusiva,
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“
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões
negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal,
Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquéri-
to policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos;
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita
e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica
para o manuseio de arma de fogo.
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AP RO F U N DA NDO
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Caça excepcional
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I - documento comprobatório da necessidade de abate de fauna
invasora, expedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, que indique:
a) a espécie exógena;
b) o perímetro abrangido;
c) a autorização dos proprietários dos imóveis localizados no pe-
rímetro a que se refere a alínea “b”;
d) as pessoas físicas interessadas em executar a caça excepcional; e
e) o prazo certo para o encerramento da atividade;
II - Certificado de Registro apostilado para a atividade de caça ex-
cepcional, autorizada nos termos do disposto no inciso I; e
III - especificação da arma de fogo apropriada para o abate da es-
pécie invasora e do quantitativo de munição necessário à execução
do manejo, observados os seguintes limites:
a) até seis armas de fogo, das quais duas poderão ser de uso restrito,
sendo estas autorizadas pelo Comando do Exército; e
b) até quinhentas munições por ano, por arma (BRASIL, 2023).
Caça de subsistência
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 7
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I - documento de identificação pessoal;
II - comprovante de residência em área rural; e
III - atestado de bons antecedentes.
• O caçador para subsistência que der uso diferente do autorizado
à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por
disparo de arma de fogo de uso permitido (BRASIL, 2023).
Do tiro desportivo
O Decreto nº 11.615/2023 nos traz que, nos termos do disposto na Lei nº 9.615,
de 24 de março de 1998, e na Lei nº 14.597, de 14 de junho de 2023, a prática de
tiro desportivo com emprego de arma de fogo como modalidade de desporto de
rendimento ou de desporto de formação ocorrerá exclusivamente em entidades
de tiro desportivo e será permitida aos maiores de 18 anos de idade, por meio da
concessão do Certificado de Registro, em conformidade com o referido decreto
e as normas expedidas pelo Comando do Exército.
No decorrer dos Arts. 34 a 38 do Decreto nº 11.615/2023, verificamos diver-
sos procedimentos a serem observados por aqueles que almejam realizar a prática
de tiro esportivo, com destaque para: Concessão de Certificado de Registro de
Pessoa Física a atirador desportivo; Limites para aquisição de armas de fogo e
munições; e Concessão de Certificado de Registro de Pessoa Jurídica a entidades
de tiro desportivo.
“
I - automáticas de qualquer calibre ou longas semiautomáticas de
calibre de uso restrito cujo primeiro lote de fabricação tenha menos
de setenta anos;
II - de mesmo tipo, marca, modelo e calibre em uso nas Forças Armadas;
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Em suma, temos que o porte de arma de fogo de uso permitido, vinculado à pré-
via expedição de Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) e ao cadastro
nas plataformas de gerenciamento de armas do Sinarm, será expedido pela Polí-
cia Federal, no território nacional, em caráter excepcional, desde que atendidos
os requisitos previstos no § 1º do Art. 10 da Lei nº 10.826/2003.
Deve ser destacado que o porte de arma de fogo é um documento obrigatório
que conterá as seguintes informações:
“
I - abrangência territorial;
II - eficácia temporal;
III - características da arma;
IV - número do cadastro da arma no Sinarm;
V - identificação do proprietário da arma; e
VI - assinatura, cargo e função da autoridade concedente.
Além disso, é importante dizer que o porte de arma de fogo é pessoal, intransfe-
rível e revogável a qualquer tempo e será válido apenas em relação à arma nele
especificada, mediante apresentação do documento de identificação do portador.
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“
I - institucionais, constantes de registros próprios:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos
Estados e do Distrito Federal;
c) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
II - dos integrantes:
a) das Forças Armadas;
b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos
Estados e do Distrito Federal;
c) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
III - obsoletas;
IV - das representações diplomáticas; e
V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir
como instrumento para a realização de testes e avaliações técnicas.
• O disposto no § 2º aplica-se às armas de fogo de uso permitido.
• Serão, ainda, cadastradas no Sigma as informações relativas às im-
portações e às exportações de armas de fogo, munições e demais
produtos controlados.
• Os processos de autorização para aquisição, registro e cadastro de ar-
mas de fogo no Sigma tramitarão de maneira descentralizada, na forma
estabelecida em ato do Comandante do Exército (BRASIL, 2023).
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“
I - manter cadastro geral, integrado e permanente:
a) das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País,
com a identificação de suas características, de suas propriedades e de
modificações que alterem as suas características ou o seu f uncionamento;
b) das autorizações de porte de arma de fogo e das renovações ex-
pedidas pela Polícia Federal;
c) das transferências de propriedade, dos extravios, dos furtos, dos
roubos e de outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados ca-
dastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de
segurança privada e de transporte de valores;
d) das apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a pro-
cedimentos policiais e judiciais;
e) dos armeiros em atividade no País e das respectivas licenças para
o exercício da atividade profissional;
f) dos produtores, dos atacadistas, dos varejistas, dos exportadores e dos
importadores registrados no Comando do Exército e por este autoriza-
dos a produzir ou comercializar armas de fogo, munições e acessórios; e
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“
I - definir, padronizar, sistematizar, normatizar e fiscalizar os se-
guintes procedimentos e as seguintes atividades:
a) registro de armas de fogo e cadastro de munições e acessórios, exceto as
armas, as munições e os acessórios das Forças Armadas, das polícias mili-
tares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito Federal
e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
b) concessão de porte de arma de fogo pessoal e de suas renovações;
c) transferência de propriedade, registro de perda, de furto, de rou-
bo, de extravio e de outras ocorrências relativas às armas de fogo, às
munições e aos acessórios suscetíveis de alterar os dados cadastrais,
inclusive as decorrentes do encerramento das atividades de empre-
sas de segurança privada e de transporte de valores;
d) atividade de armeiro e seu vínculo com as entidades de tiro;
e) instrução em armamento e tiro e comprovação de capacidade
técnica e aptidão psicológica; e
f) concessão e emissão da guia de tráfego;
II - assegurar a publicação periódica das informações sobre armas de
fogo, munições e acessórios registrados e comercializados no País;
III - estabelecer as quantidades de armas de fogo, de munições, de
insumos e de acessórios passíveis de aquisição pelas pessoas físicas
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Por fim, o Decreto nº 11.615/2023 nos traz uma vasta lista de pessoas e procedi-
mentos que devem ser cadastrados no Sinarm, dos quais destacamos os seguintes:
“
I - os armeiros em atividade no País e as suas licenças para o exer-
cício da atividade profissional;
II - os produtores, os atacadistas, os varejistas, os exportadores e os
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
III - os instrutores de armamento e tiro credenciados para a aplica-
ção de teste de capacidade técnica, ainda que digam respeito a arma
de fogo de uso restrito;
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E M FO CO
NOVOS DESAFIOS
Finalizando mais um tema de aprendizagem, podemos concluir que o novo de-
safio que você precisa superar para atuar profissionalmente é estar sempre atento
às leis e às regulamentações aplicáveis às questões que dizem respeito ao uso, ao
porte, à posse e à comercialização de armas de fogo. Isso porque ser um profis-
sional qualificado e atualizado é fundamental para o melhor direcionamento
ao cidadão que busca adquirir uma arma de fogo, considerando que existem
diversas situações a serem analisadas.
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AUTOATIVIDADE
a) Espingarda.
b) Tiro simples.
c) Dois canos.
d) Calibre inferior a dezesseis.
e) Alma de cano raiada.
2. Das pessoas citadas na sequência, indique para qual delas o porte de arma de fogo
é negado.
I - Ser brasileiro.
II - Apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa.
III - Comprovar capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e comerciali-
zação de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes
e dá outras providências. Brasília: Ministério da defesa, 2003.
BRASIL. Lei nº 14.597, de 14 de junho de 2023. Institui a Lei Geral do Esporte. Brasília: Ministério
do Esporte, 2023.
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GABARITO
3. Opção D. A Lei nº 10.826/2003 não estabelece que se deve ser brasileiro para realizar o
registro de arma de fogo de uso permitido.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
DESPACHO E
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
MINHAS METAS
Conhecer os procedimentos e a legislação aplicável aos despachos em matéria aduaneira.
Idealizar situações práticas em que, com base na legislação aplicável, ocorreria o proce-
dimento de despacho aduaneiro.
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
Antes de, na sequência, demonstrar breves situações práticas advindas das leis e
normas que instituem os procedimentos aduaneiros, gostaria que você acessasse
nosso podcast, no qual vamos apresentar o assunto como um todo, bem como
suas implicações gerais e a importância de um ser um profissional atento às atua-
lizações normativas. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente
virtual de aprendizagem.
Na prática, pensamos que, em uma situação ideal, você vai instruir o despa-
cho com todos os documentos necessários para que o processo flua da forma
prevista na legislação. Contudo, haverá situações — especialmente envolvendo
despacho de importação — em que a autoridade competente vai precisar de es-
clarecimentos sobre o procedimento de despacho em curso, devido a um exame
de documentos e à conferência física da mercadoria importada. Nesses casos, é
interessante que você, já como profissional, busque, em um primeiro momento,
atender às exigências feitas pela autoridade; porém, em caso de divergência de
entendimentos quanto à atuação da autoridade, haverá a possibilidade de apre-
sentar sua defesa ou seus questionamentos no âmbito de processos administra-
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tivos. Dessa forma, você deverá estar preparado para lidar com diversos cenários
que envolvam o despacho.
VAMOS RECORDAR?
Por fim, no intuito de trazer à memória alguns aspectos ligados ao despacho
aduaneiro e à atuação do despachante aduaneiro, deixo a indicação de um vídeo
abaixo, no qual há uma apresentação introdutória, tanto sobre o tema em destaque
quanto sobre a profissão.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
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A P RO F UNDA NDO
DESPACHO ADUANEIRO
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Despacho de Importação
“
Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o
qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador
em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados
e à legislação específica.
Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a
título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto
de importação, deverá ser submetida a despacho de importação,
que será realizado com base em declaração apresentada à unidade
aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria (BRASIL, 2009).
“
Art. 4 - Toda mercadoria procedente do exterior por qualquer via,
destinada a consumo ou a outro regime, sujeita ou não ao pagamento
do imposto, deverá ser submetida a despacho aduaneiro, que será
processado com base em declaração apresentada à repartição adua-
neira no prazo e na forma prescritos em regulamento (BRASIL, 1966).
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Diante dessas leis e normas, é totalmente pertinente a ideia trazida por Ro-
drigo Mineiro ao dizer que:
“
[...] a interpretação da referida previsão legal deve ser efetuada de
forma sistemática, considerando as previsões regulamentares típicas
da matéria aduaneira. Esta, por ser uma atividade eminentemente
regulatória e administrativa, contém, diversas previsões e detalha-
mentos em seus atos infralegais (FERNANDES, 2018, p. 61).
“
I - despacho para consumo, inclusive da mercadoria:
a) ingressada no País com o benefício de drawback;
b) destinada à ZFM, à Amazônia Ocidental, a Área de Livre Co-
mércio (ALC) ou a Zona de Processamento de Exportação (ZPE);
c) contida em remessa postal internacional ou expressa ou, ain-
da, conduzida por viajante, se aplicado o regime de importação
comum; e
d) admitida em regime aduaneiro especial ou aplicado em áreas
especiais, na forma do disposto no inciso II, que venha a ser sub-
metida ao regime comum de importação; e
II - despacho para admissão em regime aduaneiro especial ou apli-
cado em áreas especiais, de mercadoria que ingresse no País nessa
condição (BRASIL, 2006).
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Então, quais seriam esses locais onde que ocorre o despacho? Conforme disposto
no Art. 544 do Decreto nº 6.759/2009, “o despacho de importação poderá ser
efetuado em zona primária ou em zona secundária” (BRASIL, 2009).
“
Art. 3º [...]
I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas
pela autoridade aduaneira local:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos por-
tos alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfan-
degados; e
II - a zona secundária, que compreende a parte restante do territó-
rio aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
(BRASIL, 2009).
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tos são os seguintes: as regras de origem; a maneira pela qual a origem será
comprovada; e os procedimentos de verificação e controle dessas regras.
■ Manifesto de Carga: nas unidades de fronteira terrestre abrangidas pelo
ATIT (Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre), o Manifesto
Internacional de Carga Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro
– MIC/DTA (transporte rodoviário) ou o Conhecimento-Carta de Porte
Internacional/Declaração de Trânsito Aduaneiro – TIF/DTA (transporte
ferroviário), deve ser apresentado à repartição aduaneira, juntamente
com o extrato da DI e demais documentos que a instruem.
■ Documentos Comprobatórios da Transação Comercial (BRASIL, 2014,
on-line).
“
verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático
da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação
da mercadoria;
amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sen-
do constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro,
dispensada a verificação da mercadoria;
vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada
após a realização do exame documental e da verificação da mer-
cadoria; e
cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação
da mercadoria e a apuração de elementos indiciários de fraude
(BRASIL, 2006).
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Despacho de Exportação
Passando para a outra forma de despacho prevista nas leis e nas normas vigentes,
temos o despacho de exportação, que tende a ser menos burocrático do que o
despacho de importação. Isso porque, além da análise documental, que é comum
em ambos os tipos de despacho, na importação, existe a questão de segurança
nacional das mercadorias que estão entrando em território brasileiro, bem como
os tributos a serem recolhidos.
Dessa forma, assim como foi apresentado no despacho de importação, para
tratar do despacho de exportação, partiremos de uma base legal e normativa, de
maneira a direcionar para uma visão geral do processo.
O despacho de exportação também possui sua base legal no Regulamento
Aduaneiro (Decreto nº 6.759/2009, Arts. 580 a 596) e seu fundamento normati-
vo na Instrução Normativa SRF nº 28/1994. Conceituando o processo de modo
sintético, podemos afirmar que
“
[...] o despacho de exportação é processado através do SISCOMEX
e é iniciado após o registro de exportação no sistema e tem por base
declaração formulada pelo exportador à unidade da SRF, através de
terminal computador conectado ao sistema, em qualquer ponto do
território nacional (CARLUCI, 2000, p. 425).
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“
Art. 580. Despacho de exportação é o procedimento mediante o
qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador
em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legis-
lação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua
saída para o exterior.
Art. 581. Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a ree-
xportada, está sujeita a despacho de exportação, com as exceções
estabelecidas na legislação específica (BRASIL, 2009).
“
Art.1º A mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exte-
rior, a título definitivo ou não, fica sujeita a despacho de exportação.
§ 1º Sujeita-se, ainda, a despacho de exportação a mercadoria que,
importada a título não definitivo, deva ser objeto de reexportação,
ou seja, de retorno ao exterior.
§ 2º Entende-se por despacho aduaneiro de exportação, o
procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço
aduaneiro de mercadoria destinada ao exterior, conforme disposto
nesta Instrução Normativa.
Art. 2º O despacho de exportação será processado através do Siste-
ma Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX.
§ 1º O despacho somente poderá ter início após o registro de
exportação – RE, no SISCOMEX, e dentro do prazo de validade
desse registro (BRASIL, 1994).
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Podemos dizer que a IN SRF nº 28/1994 foi um marco normativo que disciplinou
o despacho de exportação. Contudo, recentemente, e em virtude do modelo de
Declaração Única de Exportação (DU-E), tivemos a publicação da Instrução
Normativa RFB nº 1.702/2017. Quanto ao conceito de despacho de exportação,
o mesmo foi mantido.
Primeiramente, o que é interessante destacar nessa nova instrução normativa
são algumas definições que vão nortear o despacho de exportação, quais sejam:
“
I - declarante, a pessoa responsável por apresentar a DU-E e pro-
mover o despacho de exportação em nome próprio, se for o expor-
tador, ou em nome de terceiro, quando se tratar de pessoa jurídica
contratada para esse fim;
II - despacho domiciliar, aquele realizado em local solicitado pelo
exportador, situado fora de recinto aduaneiro e sob sua responsa-
bilidade;
III - exportador, qualquer pessoa que promova a saída de merca-
doria do território aduaneiro;
IV - exportação própria, aquela cujo declarante é o próprio expor-
tador; (BRASIL, 2017).
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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
“
1. Ato de legislar do poder competente; atividade legiferante, que é
considerada a fonte formal estatal. 2. Conjunto de leis de um país, de
um Estado-membro ou Município. 3. Complexo de leis sobre deter-
minado assunto de um ramo jurídico. 4. Ciência das leis. 5. Processo
pelo qual um ou vários órgãos estatais formulam normas jurídicas
de observância geral. 6. Conjunto de atos jurídicos brasileiros, in-
cluindo a Constituição, leis, decretos, códigos, regulamentos, por-
tarias, resoluções e instruções normativas (DINIZ, 2010, p. 362).
“
1. Alfândega ou local onde se pagam os impostos devidos pela en-
trada de mercadorias estrangeiras num país. 2. Órgão fiscal que
trata dos impostos sobre produtos em sua entrada ou saída do país,
velando para impedir importações ou exportações que estejam ve-
dadas legalmente. 3. Imposto ou direito pago, na repartição com-
petente, em razão de importação ou exportação de mercadorias.
É o tributo sobre o comércio internacional (DINIZ, 2010, p. 27).
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contém desde a Constituição Federal até portarias e atos normativos que vão
regular a entrada e a saída de mercadorias do país, bem como cobrar os tributos
devidos nessas operações (importação e exportação).
Assim, vou apresentar a legislação aduaneira vigente, tomando por funda-
mento a importância hierárquica e apontando os assuntos mais pertinentes de
cada texto legal.
Podemos dizer que esses são os principais estatutos jurídicos que norteiam a
legislação aduaneira brasileira, mas há uma infinidade de leis, instruções nor-
mativas e portarias que vão regular procedimentos específicos. Um exemplo
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Acesse e confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no con-
teúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
NOVOS DESAFIOS
Nesse momento, diante do conteúdo que foi passado aqui, espera-se que você
esteja preparado para enfrentar os desafios do ambiente profissional atrelados
ao despacho e à legislação aduaneira. Como seria a aplicação da teoria na prática
profissional? Vejamos que o assunto todo se conecta com a ideia de comércio
internacional; nesse sentido, você vai atuar em conformidade com as leis e as
normas pertinentes.
Vamos tomar alguns exemplos, sendo o primeiro relacionado à importação
de uma mercadoria. Com base no processo de despacho de importação, você vai
preparar toda a documentação necessária para instruir essa importação, ou seja,
você vai preencher a Declaração de Importação dessa mercadoria com todas as
informações necessárias à análise das autoridades fiscais competentes. Caso seja
necessário, no transcorrer desse processo, você vai complementar as informações
para que o despacho finalize seu fluxo com a liberação da mercadoria por meio
do desembaraço.
Ainda nesse cenário, pense na importação de uma arma de fogo. Você vai
instruir o despacho, registrando a Declaração de Importação com todas as in-
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AUTOATIVIDADE
1. Com base nos locais em que ocorrem os despachos de importação, podemos dizer que são
realizados em todos os locais listados, a seguir, menos um.
a) Aeroportos Internacionais.
b) Fronteiras terrestres alfandegadas.
c) Portos alfandegados.
d) Zonas primárias.
e) Aeroportos alfandegados.
I - Importação.
II - Exportação.
III - Reexportação.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Receita Federal. Instrução Normativa SRF nº 28/1994. Disciplina o despacho aduaneiro
de mercadorias destinadas à exportação. Diário Oficial da União. Brasília, 1994.
BRASIL. Receita Federal. Instrução Normativa SRF nº 680/2006. Disciplina o despacho aduanei-
ro de importação. Diário Oficial da União. Brasília, 2006.
BRASIL. Receita Federal. Documentos de Instrução do despacho. Gov.br, 28 nov. 2014. Dispo-
nível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/
manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/despacho-de-importacao/documentos-instru-
tivos-do-despacho. Acesso em: 1 nov. 2023.
BRASIL. Receita Federal. Instrução Normativa RFB nº 1.702/2017. Disciplina o despacho adua-
neiro de exportação processado por meio de Declaração Única de Exportação (DU-E). Diário
Oficial da União. Brasília, 2017.
CARLUCI, J. L. Uma Introdução ao direito aduaneiro. 2.ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000.
ROCHA, P. C. A. Regulamento Aduaneiro: comentado com textos legais transcritos. 20. ed. São
Paulo: Aduaneiras, 2018.
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GABARITO
1. Opção A. Em que pese os aeroportos serem internacionais, eles devem ser alfandegados e
demarcados pela autoridade aduaneira para que seja efetuado o despacho de importação.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
MINHAS METAS
Entender em que situações os Regimes Aduaneiros Especiais podem ser utilizados.
Verificar a aplicação prática dos Regimes Aduaneiros Especiais em função das operações
comerciais realizadas por empresas negociantes no comércio internacional.
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mercado comercial internacional, visto que esses regimes podem ser considera-
dos mecanismos de alavancagem da economia da empresa e do país como um
todo. Pense o seguinte: se uma empresa cresce com suas vendas, ela precisará de
mais empregados para continuar sua expansão; por conseguinte, terá que recolher
outros tributos que incidem sobre a receita gerada. Assim, consequentemente,
cria-se uma engrenagem econômica que faz o país ter ganhos econômicos. Esse é
o raciocínio lógico que temos por trás dos regimes aduaneiros especiais, que ,em
uma visão superficial, só nos faria enxergar os benefícios imediatos para aqueles
que usam tais regimes.
VAMOS RECORDAR?
Para recordar esse tema de forma rápida, deixo a indicação de um vídeo que traz
considerações pontuais quanto aos Regimes Aduaneiros Especiais.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
A ideia por trás do que são os Regimes Aduaneiros Especiais já foi introduzida
no começo deste material. Todavia, com o objetivo de abrir caminho para o
desenvolvimento do tema e considerando sua importância conceitual, entendo
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a) o armazenamento, no País, de mercadorias estrangeiras, por
prazo determinado, permitindo ao importador manutenção de
estoques estratégicos e o pagamento de tributos por ocasião do
despacho para consumo;
b) realização de feiras e exposições comerciais; e
c) o transporte de mercadorias estrangeiras com suspensão de im-
postos, entre locais sob controle aduaneiro (BRASIL, 2022).
■ Trânsito aduaneiro
■ Admissão temporária
■ Drawback
■ Entreposto aduaneiro
■ Recof
■ Recom
■ Exportação temporária
■ Repetro
■ Repex
■ Reporto
■ Loja franca
■ Depósito especial
■ Depósito afiançado
■ Depósito alfandegado certificado
■ Depósito franco (BRASIL, Decreto nº 6.759/2009)
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T E MA DE A PRE ND IZAGEM 9
Desses regimes aduaneiros especiais, pretendo desenvolver aqueles que têm uma
aplicabilidade mais ampla, partindo de um viés econômico. Portanto, trarei para
vocês, de forma mais categórica, os seguintes regimes: drawback (e suas mo-
dalidades); Recof; e Trânsito Aduaneiro. Como fator principal dessa escolha,
considero uma maior movimentação econômica gerada pela utilização desses
Regimes Aduaneiros Especiais.
Drawback
Começando pelo drawback suspensão, podemos dizer que ele consiste na desone-
ração de certos tributos que incidem sobre os insumos utilizados na industrialização
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Art. 2º A aquisição no mercado interno ou a importação, de forma
combinada ou não, de mercadoria para emprego ou consumo na
industrialização de produto a ser exportado poderá ser realizada
com suspensão do Imposto de Importação – II, do Imposto sobre
Produtos Industrializados – IPI, da Contribuição para o Programa
de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financia-
mento da Seguridade Social (Cofins), da Contribuição para o PIS/
Pasep-Importação, da Cofins-Importação e do Adicional ao Frete
para a Renovação de Marinha Mercante – AFRMM (BRASIL, 2020).
Além desses tributos, o Convênio ICMS nº 27/90 prevê, em sua cláusula primei-
ra, que a empresa será isenta do ICMS nas operações de aquisição de insumos
amparadas pelo regime de drawback suspensão.
Ainda, pelo artigo citado anteriormente, você já identifica quais os tributos
estarão suspensos com a vigência do regime. Ademais, no decorrer da Portaria
SECEX nº 44/2020 (Arts. 2º a 47), você encontrará outras peculiaridades que
caracterizam o regime.
Na visão prática do regime, temos que, além de ele ser utilizado por empre-
sas que realizam a industrialização de produtos, também pode ser aplicado em
operações de reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser
exportado. Diante disso, podemos ver que é um regime que pode ser utilizado
por diversos setores produtivos da economia.
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Para fazer uso desse regime, a empresa deverá cumprir alguns requisitos for-
mais e documentais, solicitando o ato concessório à Subsecretaria de Operações
de Comércio Exterior (SUEXT). Com a concessão aprovada, o prazo de vigência
do regime será de um ano, com possibilidade de prorrogação para mais um.
Caso a empresa não cumpra esse compromisso — a exportação —, além de
recolher os tributos que estavam suspensos, poderá ser exigido juros e multa. Em
função desse risco de não cumprimento da obrigação de exportar, a modalidade
Suspensão pode não ser muito vantajosa para empresas que estão iniciando os
caminhos do comércio exterior.
Na Figura 1, temos um exemplo do fluxo a ser seguido no drawback suspensão:
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Art. 48. A aquisição no mercado interno ou a importação, de
forma combinada ou não, de mercadoria equivalente à empre-
gada ou consumida na industrialização de produto exportado
poderá ser realizada com isenção do II e com redução a zero do
IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, da Contri-
buição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação
(BRASIL, 2020).
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II - somente poderá ser utilizada declaração de importação ou nota fiscal
com data de registro ou emissão, conforme o caso, não anterior a 2 (dois)
anos da data de apresentação da respectiva solicitação de ato concessório
de drawback isenção ou não anterior a 5 (cinco) anos, da mesma data,
na hipótese de mercadorias empregadas ou consumidas na produção de
bens de capital de longo ciclo de fabricação (BRASIL, 2020).
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Recof
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I - Recof Sistema, quando o controle informatizado for efetuado
pela utilização de sistema informatizado de controle, integrado aos
sistemas corporativos da empresa; ou
II - Recof Sped, quando o controle informatizado for efetuado
com a utilização do Sistema Público de Escrituração Digital (BRA-
SIL,2022).
I- montagem;
II - transformação;
III - beneficiamento;
IV - acondicionamento ou reacondicionamento; e
V- renovação ou recondicionamento.
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I - exportação:
a) de produto no qual a mercadoria, nacional ou estrangeira, admi-
tida no regime tenha sido incorporada;
b) da mercadoria estrangeira no estado em que foi importada; ou
c) da mercadoria nacional no estado em que foi admitida;
II - reexportação da mercadoria estrangeira admitida no regime
sem cobertura cambial;
III - despacho para consumo, com o recolhimento dos tributos sus-
pensos:
a) das mercadorias estrangeiras admitidas no regime e incorporadas
a produto industrializado ao amparo do regime; ou
b) da mercadoria estrangeira no estado em que foi importada;
IV - destruição, sem o recolhimento dos tributos devidos, às expen-
sas do interessado e sob controle aduaneiro, na hipótese de merca-
doria importada sem cobertura cambial;
V - retorno ao mercado interno de mercadoria nacional, no estado
em que foi admitida no regime, ou após incorporação a produto
acabado, com o recolhimento, na qualidade de responsável tributá-
rio, dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos, obser-
vado o disposto na legislação específica; ou
VI - venda direta a empresas comerciais exportadoras com fim es-
pecífico de exportação para o exterior (BRASIL, 2022).
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Montagem Montagem
Transformação Transformação
Beneficiamento Beneficiamento
Acondicionamento e Acondicionamento e
reacondicionamento reacondicionamento
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Vejam que o drawback possui uma vantagem em relação ao Recof, motivo pelo
qual, além dos setores industriais, o drawback vem sendo utilizado pelo setor
do agronegócio.
Trânsito Aduaneiro
De início, ainda que bem familiar aos atuantes da área aduaneira, é importante
trazer os conceitos introdutórios inerentes ao regime de Trânsito Aduaneiro para
termos uma sequência lógica de raciocínio sobre o tema. A Receita Federal do
Brasil (BRASIL, 2022) traz a definição de Trânsito Aduaneiro como um regime
especial que permite o transporte de mercadoria sob controle aduaneiro de um
ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos,
com base no Art. 315, do Regulamento Aduaneiro.
Para o presente estudo, devemos entender as referidas repartições como trânsito entre
zona primária e zona secundária, mas, principalmente, trânsito entre zonas primárias.
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Com essas considerações, temos que esse regime pode ser utilizado em operações
de transporte de qualquer mercadoria originada no exterior ou destinada a ele.
Mas ela pode ser usada, principalmente, quando estão vindo do exterior, visto o
benefício de recolhimento de tributos apenas na zona aduaneira de destino final.
E M FO CO
Acesse e confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no con-
teúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
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U N I AS S E LVI
NOVOS DESAFIOS
Diante do que foi apresentado, o principal desafio que você vai enfrentar no âmbito
profissional será identificar as oportunidades de aplicação dos Regimes Aduaneiros
Especiais em função das operações realizadas por uma empresa.
Nesse sentido, tome como exemplo uma empresa do setor do agronegócio.
Qual(is) regime(s) seria(m) interessante(s) para essa empresa utilizar? Com base
no que você pode observar, de início, o regime Recof estaria fora dessa lista de
opções, visto que suas operações desse regime não abrangem criação, cultivo
ou atividade extrativista, que são atividades intrínsecas do agronegócio. Logo,
restaria a você, profissional, oferecer algumas das modalidades do Drawback
(Suspensão ou Isenção). Seria possível também utilizar o regime de Trânsito
Aduaneiro, na hipótese de essa empresa estar realizando a importação de insu-
mos ou equipamentos, os quais seria interessante fazer o despacho e o desem-
baraço aduaneiro em uma zona aduaneira secundária, ou seja, mais próximo ao
destino nacional final da mercadoria.
Como foi apresentado no início deste tema de aprendizagem, nossa legisla-
ção traz uma variedade de Regimes Aduaneiros Especiais. Conforme o exemplo
prático demonstrado anteriormente, você deverá adequar ao uso os regimes que
serão mais vantajosos do ponto de vista econômico e logístico.
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AUTOATIVIDADE
2. Entre os benefícios inerentes aos Regimes Aduaneiros Especiais, qual das alternativas não
apresenta um regime propriamente dito?
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-lei n.º 37, de 18 de novembro de 1966. Dispõe sobre o imposto de importação,
reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências. Presidência da República. Brasília,
1966. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0037compilado.
htm. Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. Decreto n.º 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das ativi-
dades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior.
Presidência da República. Brasília, 2009. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm. Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Regimes Aduaneiros Especiais. Brasília, s.d.
Disponível em: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exte-
rior/manuais/subportais-aduana-e-comercio-exterior/regimes-aduaneiros-especiais. Acesso
em: 22 set. 2023.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Convênio ICMS 27/1990. Brasília, 1990. Disponível em: https://
www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/1990/CV027_90. Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. SISCOMEX. Portaria SECEX nº 44/2020 (atualizada pelas Portarias SECEX nº 68, de
03/12/2020; nº 208, de 24/08/2022; e nº 216, de 30/09/2022). Ministério da Economia, 2020.
Disponível em: https://www.gov.br/siscomex/pt-br/legislacao/PortariaSECEXn.44_2020.pdf.
Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. Receita Federal. Instrução Normativa RFB nº 2126, de 29 de dezembro de 2022. Diário
Oficial da União. Brasília, 2022. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2con-
sulta/link.action?idAto=128149. Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. Receita Federal. Portaria Coana nº 114, de 30 de dezembro de 2022. Diário Oficial da
União. Brasília, 2022. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.
action?idAto=128149. Acesso em: 22 set. 2023.
BRASIL. Receita Federal. Conceitos e Definições. Gov.Br. Brasília, 2019. Disponível em: https://
www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/transito-a-
duaneiro/introducao. Acesso em: 22 set. 2022.
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GABARITO
2. Opção C. A certificação OEA diz respeito a outro tema aduaneiro não ligado a Regimes
Aduaneiros Especiais.
3. Recof não é utilizado no agronegócio porque não contempla operações de criação, cultivo e
atividade extrativista. No drawback suspensão, é exigida a destinação das mercadorias para
o exterior sob pena de juros e multa incidentes sobre tributos suspensos.
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS ANOTAÇÕES
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