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E UROANÁLISE
ORGANIZADORA
FABIANE HORBACH RUBIN
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
324 p.
“Graduação - EaD”.
1. Citopatologia 2. Uroanálise 3. EaD. I. Título.
CDD - 616.075
Impresso por:
RECURSOS DE IMERSÃO
P E N SA N DO J UNTO S
ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
INDICAÇÃO DE L IVRO
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CAMINHOS DE APRENDIZAGEM
5UNIDADE 1
63UNIDADE 2
115
UNIDADE 3
191
UNIDADE 4
261 UNIDADE 5
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
PROCEDIMENTOS PRÉ-ANALÍTICOS
E ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
DA URINA
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
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UN I C ES UMA R
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
VAMOS RECORDAR?
Como ocorre a formação da urina e quais os aspectos
pré-analíticos para a sua análise?
Ouça no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem!
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1
FISIOLOGIA RENAL
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UN I C ES UMA R
Formação da Urina
Glomérulo Túbulo
contorcido
distal
Túbulo
contorcido
proximal
Ducto coletor
Alça de Henle
Descrição da Imagem: trata-se de uma ilustração colorida. Ao lado esquerdo, temos uma imagem de um rim na
cor vermelha em um corte longitudinal; ao centro, em tom vermelho vivo, encontra-se uma artéria e logo abaixo
dela, em azul, uma veia. Abaixo, em tons claros, está o ureter. No lado direito, a imagem apresenta um néfron,
que se inicia com uma estrutura arredondada, pequena, em cor clara, ao redor de outra estrutura vermelha no
centro, da qual saem canais com curso em curvas, em tons claros e finaliza com um canal vertical com ramificações.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 1
O sangue penetra pela cápsula de Bowman através das arteríolas aferentes para
os capilares do glomérulo, e a arteríola eferente drena o sangue. Dentro da cáp-
sula, há um espaço vazio, onde o líquido flui dos capilares glomerulares antes de
penetrar na primeira porção do túbulo. Essa estrutura (Figura 2) forma uma bar-
reira essencial para a filtração, similar a uma “peneira”, permitindo a transferência
de grandes volumes e impedindo a passagem de grandes proteínas plasmáticas,
como a albumina (EATON; POOLER, 2015).
A filtração glomerular é a etapa inicial para a formação da urina. O conteúdo
filtrado é muito semelhante ao plasma sanguíneo, contendo substâncias livre-
mente filtradas, como íons inorgânicos (sódio, potássio, cloreto, bicarbonato),
solutos orgânicos sem carga elétrica (glicose e ureia), hormônios peptídicos (insu-
lina, hormônio antidiurético) e aminoácidos de baixo peso molecular (EATON;
POOLER, 2015).
Cápsula de Bowman
Arteríola aferente
Túbulo Proximal
Arteríola eferente
Glomérulo renal
Descrição da Imagem: ilustração colorida de um glomérulo renal em corte longitudinal. À esquerda, há duas ar-
teríolas em vermelho, uma voltada para cima e outra, para baixo. No centro, há uma imagem esférica de tamanho
médio; no interior, há um emaranhado de vasos em vermelho e ao redor, um envolto em tons de lilás. À direita,
temos uma estrutura retangular com as pontas curvadas em tons de lilás.
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Os túbulos renais são formados logo após o glomérulo e são uma extensão da
cápsula de Bowman, dividindo-se basicamente em túbulo contorcido proximal,
alça de Henle, túbulo contorcido distal e ducto coletor. Essas estruturas são cons-
tituídas por células epiteliais conectadas por junções firmes, responsáveis por
manter as células unidas (EATON; POOLER, 2015).
O túbulo proximal é o primeiro, localizado logo após a cápsula de Bowman.
Dessa forma, ele drena o conteúdo filtrado por esse compartimento para a se-
quência de túbulos. Ele é responsável pelo primeiro processo de reabsorção tubu-
lar, no qual são absorvidos novamente para o organismo cerca de dois terços da
água filtrada, do sódio e do cloreto. Além disso, todas as moléculas orgânicas úteis,
como glicose e aminoácidos, precisam ser reabsorvidas para serem conservadas
no organismo. Compostos – como potássio, fosfato, cálcio e bicarbonato – são
reabsorvidos parcialmente. Apesar de ser essencial para reabsorção, esse com-
partimento é responsável pela secreção de algumas substâncias, como produtos
biotransformados (creatinina, ácido úrico) e fármacos (penicilina) (EATON;
POOLER, 2015).
Logo após, encontramos a alça de Henle, que é um segmento dividido em
ramo ascendente e descendente. De modo geral, é responsável por 20% da reab-
sorção do sódio e cloreto e 10% da água filtrada, líquido que se torna diluído em
relação ao plasma normal, devido à concentração de sal absorvida ser superior
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Capilar peritubular
Arteríola
aferente
S Túbulo
R contorcido
distal
F
Túbulo R S
peritubular
Arteríola Cápsula
eferente de Bowman
R
S
F Filtração R R
R Reabsorção
Duto
S Secreção Alça de coletor
Henle Veia
E Excreção renal
E
Urina
Descrição da Imagem: ilustração dos processos renais de filtração (indicado na seta em vermelho), reabsorção
(indicado na seta em verde), secreção (indicado na seta em lilás) e excreção (indicado na seta azul claro). No canto
superior esquerdo, em tons de lilás claro, há uma imagem esférica em tamanho médio, da qual saem duas linhas
grossas para a esquerda, uma para cima e outra para baixo; e para a direita dá continuidade através de um canal
mais grosso, o qual depois vai afinando e alterando sua configuração em estreito e largo. Este canal, juntamente
com a linha de cima segue um percurso para a direita, fazendo uma curva para a direita e voltando-se para baixo,
faz outra curva em formato de “U”, sobe novamente, curva-se para a direita e finaliza na esquerda.
E U IN D ICO
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Composição da Urina
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Figura 4 - Diferença na composição de sólidos na urina de acordo com a dieta / Fonte: os autores.
Descrição da Imagem: a figura ilustra uma comparação. À esquerda e acima, há uma imagem de alimentos
ricos em proteína, com uma seta vermelha à direita, sinalizando para baixo um corte longitudinal de um rim,
centralizado abaixo. Ainda na esquerda, porém abaixo, há uma seta fina em vermelho voltada para cima com
escritas ao lado direito. À direita da imagem, traz-se uma imagem de frutas e verduras, com uma seta vermelha à
esquerda, sinalizando para baixo (rim). Abaixo dessa imagem, há uma seta fina em vermelho voltada para baixo
com escritas ao lado direito.
INGESTÃO DE LÍQUIDOS
TAMANHO DO CORPO
Crianças produzem uma quantidade inferior de urina (50% a menos) do que adul-
tos. Quanto maior o tamanho do corpo, maior a produção de urina.
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A prática excessiva leva ao suor, que, por sua vez, afeta sua hidratação corpórea.
RAÇA
Mulheres negras têm volume urinário inferior (0,24L/dia) do que mulheres bran-
cas.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
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Os frascos não devem ser reutilizados, uma vez que a reutilização pode resultar
em contaminação da amostra de urina. De modo geral, os laboratórios fornecem
o frasco coletor ao paciente e solicitam que a amostra seja coletada em casa, a fim
de que a primeira urina da manhã seja obtida (RAVEL, 1997).
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Despreze o Feche o
restante da frasco. Leve
urina no vaso ao laboratório
sanitário. imediata-
mente.
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Despreze o Feche o
restante da frasco. Leve
urina no vaso ao laboratório
sanitário. imediata-
mente.
Assim como no adulto, é importante realizar uma higiene prévia no órgão genital
do bebê com o auxílio de água e sabão, ou, então, com lenço umedecido, sempre
de cima para baixo. Caso o bebê não urine por um período de 30 minutos a uma
hora, o saco coletor precisa ser trocado e inserido novamente (FLEMING, 2015).
Para colocar o saco coletor da maneira adequada, deve-se retirar o papel que
recobre a parte adesiva do saco coletor e dobrar o adesivo ao meio, deixando a
parte adesiva do saco coletor para fora, a qual será “fixada” na região do interglú-
teo. Entretanto, o saco coletor deve ficar para baixo e há algumas variações para
meninas e meninos (FLEMING, 2015).
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Parte
superior
Parte
inferior
A B
Proteção da
parte adesiva
Figura 5 - Saco coletor de urina infantil / Fonte: Laboratório Fleming ([2023], p. 8).
Descrição da Imagem: na figura, podem ser observadas três fotografias. Nas duas fotografias da esquerda, mar-
cadas com a letra “A”, tomadas em um ambiente claro por um observador humano, podem ser observados sacos
pequenos, transparentes, com escritas, formando um saco coletor com abertura oval acima, em tons de amarelo
e branco. Na fotografia da direita, marcada com a letra “B”, tomada em um ambiente claro por um observador
humano, pode ser observado o saco pequeno transparente dobrado ao meio.
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Por exemplo, se o paciente acordar às 8h, ele pode esvaziar a bexiga completa-
mente no vaso sanitário. Isso é necessário porque a urina armazenada na bexiga
foi produzida no período da noite, ou seja, se coletássemos essa urina, estaríamos
considerando um período maior do que 24 horas. Ao coletar somente após a
primeira micção e o horário marcado, teremos certeza de que a próxima urina
foi produzida no período adequado (REIS, 2020; PINHEIRO, 2022).
Em seguida, toda nova micção durante as próximas 24 horas devem ser arma-
zenadas no frasco coletor fornecido pelo laboratório, independentemente se for
um volume grande, ou uma simples gota de urina (Figura 6). Caso seja necessário,
mais um frasco deve ser solicitado ao laboratório, mas é importante enfatizar que
todo conteúdo de 24 horas deve ser coletado. No dia seguinte, a coleta deve ser
finalizada no mesmo horário em que iniciou.
Descrição da Imagem: a figura ilustra um frasco coletor de urina de tamanho médio, de cor marrom e tampa
amarela, com uma linha em azul em sua lateral direita.
Uma tolerância de dez minutos é permitida para mais e para menos (7h50min
ou 8h10min, por exemplo), mas, se o paciente tiver vontade de urinar mais cedo
do que o horário final, ele deve tentar ingerir líquidos para conseguir urinar nova-
mente no horário final (REIS, 2020; PINHEIRO, 2022).
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o exame não será confiável e o laboratório não terá ciência disso, fazendo com
que o desfecho clínico para o paciente seja incerto, já que o médico pode tomar
decisões incorretas de acordo com o resultado de uma amostra incompleta.
TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO
E IDENTIFICAÇÃO DE AMOSTRA DE URINA
As amostras de urina, sejam para parcial de urina, urocultura, ou urina de 24
horas, devem ser coletadas no recipiente fornecido pelo laboratório. Se o paciente
não realizar a coleta no laboratório, a amostra deve ser encaminhada para análise
em um período de uma a duas horas. É muito importante que a amostra seja man-
tida refrigerada nesse período. A amostra de urina de 24 horas pode permanecer
fechada por até 48 horas em temperatura ambiente, contudo, o mais indicado é
que seja refrigerada e entregue rapidamente ao laboratório (STRASINGER; DI
LORENZO, 2009).
Ao receber amostras de urina, devemos verificar os dados do paciente, como
nome completo, data da entrega e horário da coleta do material. Outro fator pré-
-analítico importante, é verificar se não há contaminação com fezes, menstruação
ou coleta em outros recipientes, pois isso pode prejudicar as análises posteriores
(STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
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Cor
Uma amostra de urina pode chegar ao laboratório com cores distintas do amarelo,
como verde, azul, marrom, vermelha, rosa ou laranja. Cada uma dessas colorações
é determinada por pigmentos endógenos ou exógenos, que modificam a colora-
ção da urina. A alteração da cor urinária pode indicar modulações fisiológicas,
que resultam na liberação de pigmentos endógenos, ou somente o resultado de
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Urina Urina
Amarelo Amarelo
Claro Escuro
Urina Urina
Laranja Roxa
Urina Urina
Verde Vermelha
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Urina verde/azul
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VOLUME
A avaliação do volume tem deixado de ser relevante na urinálise, uma vez que
usamos um valor padronizado para análise de 10 mL e não conseguimos pre-
dizer, com uma única amostra, se o volume excretado resulta de um aumento
do volume urinário. Contudo, a alteração no volume urinário pode ser descrita
pelo paciente durante a anamnese e traz indícios essenciais para complementar
a urinálise do paciente.
De modo geral, o volume da urina indica a quantidade de água excretada
pelos rins e determina o estado de hidratação do corpo, assim como a ingestão
de fluidos, perda de fluidos por fontes não renais, variação na secreção do hor-
mônio antidiurético ou, ainda, a necessidade de excretar grandes quantidade de
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solutos, como glicose e sais. Essa avaliação é mais bem observada na urina de 24
horas, em que o volume pode ser entre 800 e 1.500 mL/dia (STRASINGER; DI
LORENZO, 2009; XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
O Quadro 1 indica a denominação para as variações no volume urinário, bem
como as principais causas envolvidas.
ALTERAÇÃO DO VOLUME
DENOMINAÇÃO CAUSAS
URINÁRIO
Resultado da oligúria, ou
lesão renal grave, assim
Anúria Cessação do fluxo urinário
como redução do fluxo san-
guíneo para os rins.
DENSIDADE
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Descrição da Imagem: a figura ilustra um instrumento preto arredondado, longo e com uma das extremidades
quadrada e pontiaguda, apresentando um vidro em azul e uma tampa transparente.
Para a avaliação através da tira reagente, basta verificar o tom de cor da almofada
respectiva, a densidade e indicar a densidade da urina do paciente. O princípio
do teste é relativo à concentração iônica e se baseia na alteração aparente do pKa,
cuja coloração pode variar entre o verde azulado-escuro e o verde amarelado. É
preciso ter cautela durante a avaliação, pois, caso a glicose e proteína do paciente
estejam alterados, pode ocorrer uma variação na cor da densidade, conduzindo
à interpretação errônea de que o paciente está com a densidade aumentada. Ela
deve estar entre 1005 e 1035, ou seja:
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Aspecto
O aspecto da urina pode ser associado à avaliação da cor, uma vez que é um
parâmetro subjetivo, avaliado a olho nu. Sua avaliação deve ser realizada rapi-
damente, logo após a coleta de preferência, pois o armazenamento pode facilitar
a precipitação de cristais, principalmente se não for feito do modo correto ou
com tempo superior a duas horas (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al., 2009;
STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
Como o paciente realiza a coleta à domicílio na maioria das vezes, é possível
implementar a análise do aspecto logo que a urina chegar ao laboratório, para
evitar que esse parâmetro se altere devido ao prazo para análise.
Com a avaliação do aspecto, deve-se verificar a turbidez da urina, que pode ser
influenciada pela concentração da urina. Quanto mais concentrada uma urina,
mais turva ela será e, quanto menos concentrada, mais límpida. A sua descrição
segue exatamente esse princípio, sendo que a urina pode apresentar aspecto turvo,
levemente turvo ou límpido (Figura 8) (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al.,
2009; STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
A presença de fatores celulares, como leucócitos, hemácias, cristais, cilin-
dros, bactérias ou, ainda, muco, leveduras, material fecal e lipídeos, pode deixar
a amostra mais turva.
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Descrição da Imagem: a figura ilustra três tubos de urina. A imagem foi tomada em ambiente laboratorial, por um
observador humano, em um suporte branco, com fundo azul escuro. O primeiro tubo, da esquerda para a direita,
mostra a imagem de uma urina com aspecto límpido; o do meio, levemente turvo e o último, turvo.
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ODOR
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A urina recém-coletada possui aroma sui generis (único do seu gênero), mas
não é desagradável. No entanto, o odor pode mudar de acordo com a alimenta-
ção do paciente, como a ingestão de alho e aspargos, ou ainda pela presença de
infecções ou outras doenças. O odor fétido pode indicar a presença de infecções,
enquanto o odor frutal pode indicar paciente diabético, com aumento de cor-
pos cetônicos (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al., 2009; STRASINGER; DI
LORENZO, 2009).
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Descrição da Imagem: na figura, podem ser observadas quatro ilustrações. Na imagem da esquerda, marcada
pelo número “1”, traz-se um frasco redondo, inclinado para à direita e transparente, de tamanho médio, com tampa
em vermelho e uma fita com quadradinhos coloridos no seu interior. A imagem ao centro, marcada pelo número
“2”, mostra um rolo de papel branco de tamanho médio retangular, com o papel voltado para baixo e sobre ele
uma imagem de uma fita retangular com presença de quadrados pequenos coloridos. À esquerda, as últimas
duas figuras, marcadas pelo número “3”, são de uma fita retangular estreita, com quadrados pequenos coloridos
um abaixo do outro e ao lado um recipiente médio, com tampa todo em cor preta e com uma faixa retangular
arredondada branca com quadrados coloridos pequenos um abaixo do outro.
Figura 10 - Leitor automático de tira reagente / Fonte: Grupo Kovalent ([2023], on-line).
Descrição da Imagem: a figura ilustra um equipamento laboratorial. A foto tomada em ambiente claro, por ob-
servador humano, mostra um equipamento retangular médio achatado, em tons de branco, azul e preto. No canto
inferior esquerdo, há uma abertura em preto; atrás, toda a estrutura em branco; e no lado direito, uma faixa azul,
com um visor branco com quadrados pequenos coloridos na extremidade abaixo.
Para desvendar cada uma das leituras realizadas pela tira reagente, a seguir, serão apresentadas informações
muito importantes sobre cada parâmetro avaliado na análise química da urina.
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PH URINÁRIO
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Atraso no processamento
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Descrição da Imagem: na figura, são observadas quatro fotografias. Na imagem à direita, tomada em fundo
branco, em ambiente claro, por observador humano, pode ser observada uma fita retangular fina, com dois qua-
drados coloridos na extremidade superior. Na imagem ao centro e acima, tomada em fundo branco, em ambiente
claro, pode ser observado um quadrado médio, com quatorze quadrados pequenos, sendo sete um ao lado do
outro e os outros sete abaixo e um ao lado do outro, em tons de laranja, amarelo e verde, com números. Na
parte inferior da imagem dos quadrados, eles se repetem, porém em tons de amarelo, verde e azul. Na imagem
ao centro e abaixo, pode ser observado um frasco pequeno transparente, ovulado, com a ponta mais fina e com
tampa amarela. E à direita, podem ser observadas quatro tiras retangulares brancas, estreitas e com uma faixa
em azul na parte inferior.
GLICOSE
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por observador humano, com fundo preto, pode ser observado um
frasco médio, arredondado, com fundo branco, com quadrados pequenos coloridos em toda a sua extensão. À
esquerda, é possível observar uma fita branca retangular estreita com um quadrado pequeno em azul na sua
ponta, em cima do frasco.
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CORPOS CETÔNICOS
Proteínas
As proteínas não são secretadas na urina, uma vez que não são filtradas pelo
glomérulo. Caso ela esteja presente, pode ser decorrente de problemas renais ou,
ainda, de quadros independentes da função renal. Ao considerarmos mecanismos
independentes dos rins, identificamos que quadros de desidratação, febre, convul-
sões, exercício muscular intenso, frio ou calor intenso podem resultar no aumento
de proteínas no sangue e no aumento de pequenas proteínas que serão filtradas
pelos rins. Esse aumento ainda pode ser um resultado de processos inflamatórios
e infecciosos do trato urinário inferior, que resultam na liberação de proteínas na
urina. Quando pensamos em um quadro decorrente de problemas renais, nor-
malmente, está ligada a processos inflamatórios ou infecciosos nos glomérulos
e/ou túbulos renais, resultando em falhas nos mecanismos de transporte tubular.
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Mas esse resultado precisa ser associado à densidade urinária, já que está
relacionado com a concentração da urina (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et
al., 2009; STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
A determinação desse parâmetro urinário se dá através da avaliação da tira
reagente, que detecta a albumina, liberando resultados semiquantitativos. A rea-
ção para detecção de proteínas se baseia na mudança de cor do indicador azul
de tetrabromofenol que reage com as proteínas, variando do amarelo ao verde
(BIOTÉCNICA, 2019).
Urobilinogênio/Bilirrubina
O urobilinogênio é um produto da degradação da bilirrubina pelas bactérias
intestinais. A bilirrubina, por sua vez, é formada graças à degradação da hemo-
globina. Uma vez formado no intestino, o urobilinogênio chega ao sangue, sendo
que uma pequena quantidade pode ser excretada na urina. Contudo, qualquer
aumento da bilirrubina plasmática leva ao aumento de urobilinogênio urinário,
podendo ser detectado antes que ocorra icterícia, por exemplo. De modo geral, a
bilirrubina direta, ou não conjugada, não é excretada nos rins, já que está ligada à
albumina. No entanto, caso haja uma lesão glomerular, ela pode aparecer na uri-
na. Portanto, o aumento de urobilinogênio está ligado diretamente a problemas
hepáticos ou hemolíticos, assim como em quadros de obstrução das vias biliares,
como nas colestases (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al., 2009; STRASINGER;
DI LORENZO, 2009).
O teste para detecção de bilirrubina se baseia na ligação da bilirrubina com a
diacloroanilna diazotizada em meio ácido, que resulta na variação de cor, direta-
-mente proporcional à concentração na urina. Já para detectar o urobilinogênio,
utiliza-se a reação modificada de Erlich entre os compostos p-dietilaminoben-
zaldeído e ácido urobilinogênico, que, em meio fortemente ácido, resulta na co-
loração rosa (BIOTÉCNICA, 2019).
Hemoglobina e Mioglobina
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Para detectar o sangue, as tiras reagentes utilizam a porção heme, presente na he-
moglobina e na mioglobina, ou seja, a identificação de hemoglobina e mioglobina
ocorre em conjunto nas tiras reativas, mas corresponde a quadros patológicos
diferentes. Sua distinção deve ser observada com cautela e avaliada com outros
dados clínicos e biológicos do paciente (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al.,
2009; STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
O aumento de hemoglobina (hemoglobinúria) está associado à presença de
hemácias íntegras que são lisadas no meio urinário diluído, ou quando há elevado
nível de hemoglobina no sangue, devido a quadros de hemólise na circulação
sanguínea. Já o aumento de mioglobina (mioglobinúria) ocorre em quadros de
rabdomiólise, sendo resultado de injúria isquêmica, traumática, tóxica ou ainda
necrose tecidual (GRAFF, 1983; RABINOVITCH et al., 2009; STRASINGER;
DI LORENZO, 2009).
O princípio do teste tem como base a atividade da pseudoperoxidase da he-
moglobina, responsável por catalisar a reação de di-hidroperóxido de isopropil-
benzeno e 3-3’,5,5’-tetrametilbenzidina, resultando em um espectro de cor que vai
do amarelo ao azul. Caso apareçam pontos verdes-azulados ou manchas, tem-se
forte indicativo de eritrócitos íntegros (BIOTÉCNICA, 2019).
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NITRITOS
LEUCÓCITOS
ÁCIDO ASCÓRBICO
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A leitura de uma variação de cores pode ser complexa. Como podemos perceber,
a leitura da tira reagente leva a todos os resultados esperados pela análise quí-
mica da urina. Por esse motivo, não poderíamos deixar de ilustrar, em detalhes,
o espectro de cores das almofadas, indicando a cor respectiva a determinado
resultado. Na Figura 13, podemos observar as alterações de cores que ocorrem
para leucócitos (LEU), nitrito (NIT), urobilinogênio (URO), proteína (PRO), pH,
sangue (BLO), densidade (SG), cetonas (KET), bilirrubinas (BIL) e glicose (GLU)
(BIOTÉCNICA, 2019). Apesar disso, ressalta-se que cada leitura é realizada de
acordo com o kit utilizado e que pequenas alterações no espectro de cores podem
ser encontradas.
Descrição da Imagem: a figura
ilustra um exemplo de teste de
urina em fita reagente. Tomada
em ambiente claro, com fundo
branco, a imagem é represen-
tada por quadrados pequenos
coloridos de cima a baixo, em
tons que vão de branco, lilás,
roxo, azul claro, rosa, verde, la-
ranja e marrom. À esquerda da
imagem, são observadas siglas
uma embaixo da outra durante
toda a extensão da imagem. Ao
lado, observa-se um retângulo
vertical com linhas pretas, en-
globando alguns dos quadrados
pequenos coloridos.
Figura 13 - Escala de cores para leitura da tira reagente / Fonte: I.pinimg.com ([2023], on-line).
URINA DE 24 HORAS
O exame de urina de 24 horas possibilita quantificar substâncias específicas ex-
cretadas na urina e que podem predizer o funcionamento dos rins. Essa avaliação
precisa ser realizada dentro do período de 24 horas, pois a excreção de uma subs-
tância pode variar ao longo dia, o que dificulta a padronização do teste com uma
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CLEARANCE DE CREATININA
A creatinina não possui função biológica, sendo excretada pelos rins; é o pro-
duto da degradação da creatina muscular, utilizada como reserva energética dos
músculos. Dessa forma, é correto afirmar que a produção de creatinina varia de
acordo com a massa muscular do paciente (GALANTE; ARAÚJO, 2012).
Atualmente, ela é um importante marcador da função renal, uma vez que é
produzida de modo constante e sofre uma pequena influência da dieta do pacien-
te, mantendo os níveis plasmáticos e urinários praticamente inalterados. Quando
ocorre um aumento da creatinina no plasma do paciente, há um forte indício
de problemas na excreção renal. No entanto, pode decorrer também de quadros
de necrose muscular, atrofias e distrofias musculares, hipertrofia da próstata ou,
ainda, obstrução dos ureteres e da uretra (GALANTE; ARAÚJO, 2012).
Sua determinação pode ser feita por metodologias de cinética enzimática
ou com o uso de ligantes, como no método do picrato alcalino de Jaffé. Para a
realização do teste, uma pequena alíquota da urina do paciente deve ser diluída
em 1:5 ou 1:25, dependendo do teste realizado. O método de Jaffé tem como base
a reação da creatinina presente na amostra com o picrato alcalino e acidificante,
sendo que a reação é monitorada a 510 nm em espectrofotômetro, podendo ser
realizada uma leitura pontual (método de ponto final) ou, ainda, uma leitura
seriada (método cinética), de acordo com as preferências do laboratório (GOLD
ANALISA, 2018a). Já o método cinético, proposto pela bula da Labtest, promove
uma série de conversões enzimáticas a partir da creatinina até formar quinonei-
mina, detectada a 526 nm (LABTEST, 2012).
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E U IN D ICO
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PROTEINÚRIA
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SÓDIO URINÁRIO
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CÁLCIO URINÁRIO
ÁCIDO ÚRICO
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O ácido úrico é determinado por meio da reação de Trinder, a qual tem es-
pecificidade da enzima uricase. A reação ocorre pela oxidação do ácido úrico
pela uricase, formando alantoína e peróxido de hidrogênio, que, por sua vez,
reagem com DHBS e 4-aminoantipirina. Para a urina, uma alíquota de 10 mL é
separada, e o pH é ajustado para 7,0-9,0 com NaOH 5%. Em seguida, a urina
é aquecida por 10 minutos a 56 °C, a fim de que os cristais de urato e ácido
úrico sejam dissolvidos. Posteriormente, é necessário diluir a urina em 1:10
(LABTEST, 2014b). É importante mencionar que cada laboratório terá a sua
metodologia, sendo que, para muitos casos, essas dosagens são totalmente
automatizadas.
Os valores de referência para o ácido úrico na urina são de 250 a 750 mg/dL.
POTÁSSIO
Alterações nos níveis de potássio podem ser fatais, uma vez que são
essenciais para a manutenção do funcionamento do coração.
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O potássio pode ser utilizado na investigação de doenças nos túbulos renais, uma
vez que, na insuficiência renal, ocorre uma diminuição da excreção de potássio.
Além disso, alguns fármacos podem interferir na sua excreção, como os inibido-
res da enzima conversora de angiotensina, os anti-inflamatórios não esteroides, a
ciclosporina, o cetoconazol, entre outros (GALANTE; ARAÚJO, 2012).
UROPORFIRINAS
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NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao final deste conteúdo e esperamos que o tenha aproveitado ao má-
ximo, visando o que comentamos no início, pois saber o básico é essencial, por
isso, faremos um breve resumo do que foi visto:
• O sistema urinário é formado pelos rins, ureter e bexiga. Os rins são
órgãos vascularizados e que recebem inervação do sistema nervoso
central. Já os ureteres, direcionam a urina até a bexiga, enquanto
esta realiza o seu armazenamento, uma vez que será excretada pela
uretra.
• Os rins são indispensáveis para a sobrevivência do ser humano. En-
tre as suas principais funções, estão: a gliconeogênese, a produção
de vitamina D, a manutenção do equilíbrio ácido-básico, o controle
da resistência vascular, a produção de eritropoetina para controle
na produção de eritrócitos, a regulação da osmolalidade plasmáti-
ca, o controle do volume do líquido extracelular, a manutenção do
equilíbrio hídrico e eletrolítico e, de modo especial, o processo de
excreção de substâncias que não são úteis para o organismo.
• Os néfrons renais são formados por um glomérulo e túbulos renais,
que se encontram no ducto coletor. O processo de filtração ocorre
no glomérulo, por meio do qual os sólidos de baixo peso molecular e
a água ultrapassam para os túbulos renais. Em seguida, uma série de
processos de reabsorção e secreção é efetuada por túbulo contorcido
proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal e ducto coletor.
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VAMOS PRATICAR
1. Para realizar a coleta, o paciente deve escolher o horário mais confortável para a sua
realização. De modo geral, indica-se que a primeira urina seja desprezada, devendo-
-se anotar o horário em que isso ocorreu. Por exemplo, se o paciente acordar às 8
horas, ele pode esvaziar a bexiga completamente no vaso sanitário. Isso é necessário
porque a urina armazenada na bexiga foi produzida no período da noite, ou seja, se
coletássemos essa urina, estaríamos considerando um período maior do que 24 horas.
Ao coletar somente após a primeira micção e o horário marcado, teremos certeza de
que a próxima urina foi produzida no período adequado (REIS, 2020; PINHEIRO, 2022).
Em seguida, toda nova micção durante as próximas 24 horas devem ser armazenadas
no frasco coletor fornecido pelo laboratório, independente se for um volume grande, ou
uma simples gota de urina. Caso seja necessário mais de um frasco, este deve ser solici-
tado ao laboratório, mas é importante enfatizar que todo conteúdo de 24 horas deve ser
coletado. No dia seguinte, a coleta deve ser finalizada no mesmo horário em que iniciou.
Uma tolerância de 10 minutos é permitida para mais e para menos (7h50min ou 8h10min,
por exemplo), mas, se o paciente tiver vontade de urinar mais cedo do que o horário final,
ele deve tentar ingerir líquidos para conseguir urinar novamente no horário final (REIS,
2020; PINHEIRO, 2022).
Fonte: PINHEIRO, P. MD Saúde, 2022. Urina de 24 horas – como colher e para que serve.
Disponível em: https://www.mdsaude.com/exames-complementares/urina-24-horas/.
Acesso em: 8 fev. 2023.
REIS, M. Tua Saúde, 2020. Urina de 24 horas: para que serve, como fazer e resultados.
Disponível em: https://www.tuasaude.com/exame-de-urina-de-24-horas/. Acesso em:
8 fev. 2023.
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VAMOS PRATICAR
No entanto, o laboratório pode e deve buscar minimizar esses erros, pelo treinamento
adequado dos profissionais responsáveis pelas tarefas. Quando existe uma gestão da
qualidade da fase pré-analítica, os erros podem ser facilmente identificados e corrigidos,
antes que prejudiquem a qualidade dos serviços prestados pelo laboratório, evitando,
assim, outros problemas. Por esse motivo, uma padronização dos processos deve ser
adotada, aumentando a segurança e confiança do paciente.
Fonte: XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. Laboratório na Prática Clínica. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2016.
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VAMOS PRATICAR
3. Cada néfron é formado por um glomérulo e túbulos renais, que se encontram no duc-
to coletor. O glomérulo é formado por vasos sanguíneos e “coberto” pela cápsula de
Bowman (corpúsculo renal). O sangue penetra pela cápsula de Bowman através das
arteríolas aferentes para os capilares do glomérulo, e a arteríola eferente drena o
sangue. Dentro da cápsula, há um espaço vazio, no qual o líquido flui dos capilares
glomerulares antes de penetrar na primeira porção do túbulo. Essa estrutura forma
uma barreira essencial para a filtração, similar a uma “peneira”, permitindo que passe
grandes volumes e impedindo a passagem de grandes proteínas plasmáticas, como
albumina (EATON; POOLER, 2015).
A filtração glomerular é a etapa inicial para a formação da urina. O conteúdo filtrado é muito
semelhante ao plasma sanguíneo, contendo substâncias livremente filtradas, como íons
inorgânicos (sódio, potássio, cloreto, bicarbonato), solutos orgânicos sem carga elétrica
(glicose e ureia), hormônios peptídicos (insulina, hormônio antidiurético) e aminoácidos
de baixo peso molecular (EATON; POOLER, 2015).
O túbulo proximal é o primeiro, localizado logo após a cápsula de Bowman. Dessa forma,
ele drena o conteúdo filtrado por esse compartimento para a sequência de túbulos. Ele
é responsável pelo primeiro processo de reabsorção tubular, no qual são absorvidos
novamente para o organismo cerca de dois terços da água filtrada, do sódio e do cloreto.
Além disso, todas as moléculas orgânicas úteis, como glicose e aminoácidos, precisam
ser reabsorvidas para serem conservadas no organismo. Compostos como potássio, fos-
fato, cálcio e bicarbonato são reabsorvidos parcialmente. Apesar de ser essencial para
reabsorção, esse compartimento é responsável pela secreção de algumas substâncias,
como produtos biotransformados (creatinina, ácido úrico) e fármacos (penicilina) (EATON;
POOLER, 2015).
Fonte: EATON, D.; POOLER, D. Fisiologia Renal de Vander. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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VAMOS PRATICAR
a) A filtração ocorre no glomérulo, que funciona como uma espécie de peneira, permi-
tindo a passagem de constituintes sólidos de baixo peso molecular e água.
b) A etapa de reabsorção ocorre no túbulo contorcido proximal, no qual são reabsorvidas
grandes quantidades de proteínas.
c) A reabsorção permite que substâncias sólidas, que não conseguiram atravessar pelo
glomérulo, sejam excretadas nos túbulos renais.
d) Os processos de excreção favorecem a retirada de substâncias dos túbulos renais
para a corrente sanguínea, permitindo que as substâncias sejam armazenadas no
organismo.
e) A filtração ocorre no glomérulo, que funciona como uma espécie de passagem livre,
permitindo a passagem de constituintes sólidos de alto peso molecular e água.
Fonte: EATON, D.; POOLER, D. Fisiologia Renal de Vander. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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VAMOS PRATICAR
a) ( ) V - V - F.
b) ) ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
e) ( ) F - V - V.
Em seguida, toda nova micção durante as próximas 24 horas deve ser armazenada no
frasco coletor fornecido pelo laboratório, independente se for um volume grande, ou uma
simples gota de urina. No dia seguinte, a coleta deve ser finalizada no mesmo horário em
que iniciou. Uma tolerância de 10 minutos é permitida para mais e para menos (7h50min
ou 8h10min, por exemplo), mas, se o paciente tiver vontade de urinar mais cedo do que o
horário final, ele deve tentar ingerir líquidos para conseguir urinar novamente no horário
final (REIS, 2020; PINHEIRO, 2022).
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VAMOS PRATICAR
A coleta de amostra urinária é relativamente simples, mas precisa ser seguida à risca, caso
contrário pode ocorrer contaminações/falhas importantes, que exigem a necessidade de
uma nova coleta. Com base nas regras para coleta de uma boa amostra de urina, analise
as afirmativas a seguir:
I - A coleta da primeira urina do dia é essencial para o parcial de urina, mas, caso o pa-
ciente não possa esperar e já tenha urinado, ele pode coletar após o período de 2 a
4 horas sem urinar.
II - A urina de 24 horas é requerida em situações específicas de substratos excretados
pela urina em diferentes períodos do dia, tornando-se necessário que o paciente
colete toda a urina dentro de um período de 24 horas.
III - A urina de 24 horas exige que o paciente colete a primeira urina da manhã e anote
o horário, coletando toda a urina dentro do período de 24 horas, sem exceção. Após
coletar a primeira urina da manhã do próximo dia, o paciente encerra a coleta e en-
caminha a amostra ao laboratório.
a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. De modo geral, indica-se que a primeira urina seja desprezada, devendo-se anotar o
horário em que isso ocorreu. Em seguida, toda nova micção durante as próximas 24
horas deve ser armazenada no frasco coletor, fornecido pelo laboratório, independente
se for um volume grande, ou uma simples gota de urina. Caso seja necessário mais de
um frasco, este deve ser solicitado ao laboratório, mas é importante enfatizar que todo
conteúdo de 24 horas deve ser coletado. No dia seguinte, a coleta deve ser finalizada
no mesmo horário em que iniciou. Uma tolerância de 10 minutos é permitida para mais
e para menos (7h50min ou 8h10min, por exemplo), mas, se o paciente tiver vontade de
urinar mais cedo do que o horário final, ele deve tentar ingerir líquidos para conseguir
urinar novamente no horário final (REIS, 2020; PINHEIRO, 2022).
4. A segunda alternativa está incorreta, pois entre as funções renais, está o processo de
excreção de substâncias que não são úteis para o organismo.
5. A afirmativa III está incorreta, pois diz que a urina de 24 horas exige que o paciente colete
a primeira urina da manhã e anote o horário, coletando toda a urina dentro do período
de 24 horas, sem exceção. Contudo, ao contrário disso, a primeira urina, neste caso, deve
ser desprezada.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
GOLD ANALISA. Cálcio Arsenazo. Belo Horizonte: Gold Analisa, 2018b. (Bula laboratorial).
Disponível em: https://www.goldanalisa.com.br/images/upload/5f55de7fbcfa9dfda71c-
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GRAFF, L. A Handbook of Routine Urinalysis. Philadelphia: Lippincott, Williams and Wilkins,
1983.
HENRY, J. B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20. ed. Ba-
rueri: Manole, 2008.
I.PINIMG.COM. [Sem título]. [2023]. 1 ilustração. Disponível em: https://i.pinimg.
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C3%A3o-do-m%C3%A9dico-gm972600234-264741764. Acesso em: 12 abr. 2023.
LABORATÓRIO FLEMING. Notas rápidas: recomendações para coleta de exames. Fraiburgo:
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LABTEST. Cálcio Liquiform. Lagoa Santa: Labtest, 2014a. (Bula laboratorial). Disponível em:
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LABTEST. Creatinina enzimática. Lagoa Santa: Labtest, 2012. (Bula laboratorial). Disponí-
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Re170216_Port.pdf. Acesso em: 12 abr. 2023.
LOPES, M. S. C. et al. Hematúria microscópica: abordagem no âmbito dos cuidados de saúde
primários. Revista Portuguesa de Medicina Geral da Família, Lisboa, v. 35, n. 5, p. 327-333,
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MAYO. Blood in urine (hematuria). Mayo Clinic, Rochester, [2023]. Disponível em: ht-
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NETO, R. A. B. Exame de Urianálise. Medicina Net, [s. l.], 13 out. 2017. Disponível em: https://
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ORIENTAÇÕES sobre sumário de urina e cultura de urina. Blog do Laboratório Bioanálise,
Teresina, [2023]. Disponível em: https://www.bioanalise.com.br/blog/orientacoes-sobre-
-sumario-de-urina-e-cultura-de-urina/. Acesso em: 12 abr. 2023.
PINHEIRO, P. Urina de 24 horas: como colher e para que serve. MD Saúde, [s. l.], 3 maio 2022.
Disponível em: https://www.mdsaude.com/exames-complementares/urina-24-horas/.
Acesso em: 12 abr. 2023.
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REFERÊNCIAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 2
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
ANÁLISE SEDIMENTOSCÓPICA
DA URINA
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
Aprender como preparar uma lâmina com o sedimento urinário para leitura
em microscópio.
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UN I C ES UMA R
P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2
Câmara superior
C
A
Câmara inferior
B D
Figura 1 (a) - Câmara de Neubauer; (b) - e sua grade de contagem; (c) - Lâmina K-Cell; (d) - e amostras
observadas em microscopia óptica / Fonte: Figura (a) - Câmara (2015, on-line); Figura (b) - Câmara (2015,
on-line); Figura (c) - Centerlab ([2023], on-line); (d) - Centerlab ([2023], on-line).
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Descrição da Imagem: a figura ilustra quatro imagens distintas de materiais e exemplos de imagem utilizados
na microscopia. Na imagem representada pela letra “A”, pode-se observar um retângulo transparente com dois
quadrados um abaixo e um acima no centro, em tons de cinza. Na imagem à esquerda e abaixo, representada
pela letra “B”, tomada por imagem de microscópio óptico, pode-se observar um quadrado com fundo branco, com
diversos quadrados menores no seu interior, representados pelos números “1” e “2” e quadrados ainda menores,
ao centro da imagem, representados pelo número “3”. Na imagem representada pela letra “C”, tomada de forma
ilustrativa, pode-se observar um retângulo médio, com fundo branco e no seu interior pequenos quadrados com
bordas curvadas; abaixo, um quadrado menor, com seta apontada para a direita, com círculo oval em vermelho
com esferas azuladas em pequeno tamanho, precedido de seta para a direita e um quadrado menor com uma
esfera azulada ao centro. Na última imagem à direita e abaixo, representada pela letra “D”, tomada por imagem de
microscópio óptico, pode-se observar a presença de nove círculos com pontilhados mais escuros em toda a imagem.
CÉLULAS
A análise do sedimento urinário possibilita identificar os constituintes celulares
da urina, como as células epiteliais, hemácias e leucócitos, e, ao quantificá-los,
podemos indicar se ocorrem processos inflamatórios ou infecciosos no trato
urinário.
CÉLULAS EPITELIAIS
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LEUCÓCITOS NA URINA
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar círculos transparentes com
bordas mais escuras e com grânulos em seu interior.
HEMÁCIAS NA URINA
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Além de indicar lesão renal, sua presença também está relacionada com
infecção urinária, processos inflamatórios no trato geniturinário, uso de medic-
amentos, como anticoagulantes, presença de cálculo renal ou ainda câncer nos
rins (GREENBERG, 2014; LOPES et al., 2018; MAYO, [2023]). O valor de referência
no laudo é de até três hemácias por campo.
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar círculos transparentes com
bordas mais escuras, um quadrado ao centro, e um círculo com bordas reluzentes e fundo transparente, destacado
por uma seta pequena, azul, com contornos em preto, no canto superior esquerdo.
CRISTAIS
Os cristais na urina estão associados à precipitação de substâncias presentes no
organismo, que é resultado de alteração no pH da urina, infecções urinárias, alte-
ração brusca na temperatura do organismo ou, ainda, uma elevada concentração
desses componentes, que pode ocorrer pela dieta ou por uso de medicamentos.
Os mais comuns são as substâncias orgânicas como cálcio, magnésio e fosfato,
sendo que sua presença em quantidades baixas na urina não indica quadro pa-
tológico. No entanto, a grande concentração desses cristais pode indicar doenças
como gota, cálculo renal ou infecções urinárias (GREENBERG, 2014; KASVI,
2019; STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
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Descrição da Imagem: o com bastante pontos mais escuros, e, mais ao centro, na parte inferior, um retângulo
transparente, com bordas em verde, evidenciando um retângulo com bordas escuras e uma linha branca reluzente
ao centro.
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disso, eles também estão presentes em doenças como gota e nefrites crônicas
(GREENBERG, 2014; KASVI,2019; STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
Descrição da Imagem: na figura, podem ser observadas quatro imagens tomadas por microscópio óptico, todas
de fundo limpo, mais acinzentado, com estruturas em formatos hexagonal, cúbico e tetragonal.
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar, em fundo acinzentado,
pequenos quadrados com bordas mais escuras e centro claros e reluzentes, representando o formato em “X”.
URATO AMORFO
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar em fundo acinzentado,
com pequenas estruturas mais escuras e com aspecto de borradas.
OUTROS CRISTAIS
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CARACTERÍSTICAS
TIPO DE CRISTAL RELEVÂNCIA CLÍNICA
MICROSCÓPICAS
Cristais de
Podem estar presentes
carbonato de
em urinas alcalinas.
cálcio
Presentes em cistinose,
cistinúria congênita,
Cristais de
insuficiente reabsorção
cistina
renal ou hepatopatias
tóxicas.
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Presente na tirosinemia
Cristais de e associadas aos cristais
tirosina de leucina em doenças
hepáticas graves
Quadro 1 - Outros cristais encontrados em amostras de urina / Fonte: Câmara (2017, [s. p.]); Flickr ([2023],
on-line) e Câmara (2019, on-line).
CILINDROS
A presença de uma grande quantidade de cilindros em uma amostra de urina é
indicativa de que alguma lesão renal esteja ocorrendo, isso porque dificilmente
encontramos cilindros em amostras normais de urina. Eles são formados pela
união de várias proteínas Tamm-Horsfall, excretadas nos túbulos contorcidos
distais e ducto coletor. Ao se unirem, forma-se uma estrutura sólida, com o for-
mato de um cilindro. Esse processo costuma ser mais intenso após atividade física,
estresse ou doenças renais e pode estar associado a outros componentes presentes
durante a formação de um cilindro, como bactérias, células epiteliais, hemácias,
leucócitos, células gordurosas, entre outras (GREENBERG, 2014; KASVI, 2019;
STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
CILINDRO HIALINO
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exercício físico intenso, estresse ou, ainda, calor excessivo. Contudo, quando ul-
trapassa esse valor, pode indicar quadros de lesão renal, como glomerulonefrite,
pielonefrite ou doença renal crônica (GREENBERG, 2014; KASVI, 2019; STRA-
SINGER; DI LORENZO, 2009).
Descrição da Imagem: na figura, podem ser observadas duas fotografias. Na primeira, à direita, tomada por
microscópio óptico, pode-se observar uma imagem de fundo cinza claro, com pontos pretos e uma estrutura re-
tangular, bordas arredondadas e mais escuras e transparentes, um pouco inclinada para cima. À direita, pode-se
observar as mesmas características, sobretudo a estrutura está voltada para baixo.
CILINDRO HEMÁTICO
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CILINDRO LEUCOCITÁRIO
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar uma imagem com fundo
azul claro, acima e ao centro um círculo enegrecido com alguns pontos transparentes, ao centro, evidenciado por
setas em verde, um aglomerado de estruturas circulares com bordas mais escuras e o centro granular; mais abaixo,
voltado para a direita, um quadrado com bordas escuras e o interior mesclado com transparência.
CILINDRO EPITELIAL
Os cilindros epiteliais (Figura 11) estão presentes em quadros de lesão dos tú-
bulos renais crônica, sendo associado à toxicidade medicamentosa, a infecções
virais ou, ainda, à exposição a metais pesados (GREENBERG, 2014; KASVI, 2019;
STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar uma imagem de fundo
cinza claro, trazendo estruturas mais claras, retangulares, não tão nítidas, quase transparentes ao centro, com
alguns círculos granulosos e enegrecidos em algumas extremidades.
OUTROS CILINDROS
Indica
síndrome
Cilindro Célula de gor-
nefrótica
gorduroso dura
ou diabetes
melito.
Pode estar
presente logo
Cilindro Grânulo de pro- após o exer-
granular teínas séricas cício físico ou
em doenças
renais.
Formando pela
proteína Tamm-
-Horsfall, com
Indica doen-
camada mais
ça paren-
fina e frágil,
quimatosa
Cilindro podendo apre-
crônica ou
céreo sentar cortes ao
fase terminal
longo das bor-
de necrose
das e índice de
tubular.
refração maior
do que os cilin-
dros hialinos.
Quadro 2 - Outros cilindros encontrados em amostra de urina / Fonte: I.ibb.co ([2023d], on-line); I.ibb.co
([2023e], on-line) e I.ibb.co ([2023f], on-line).
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar um fundo cinza claro, com
diversos pontos, filamentos, esferas mais escuras, em evidência mais ao centro da imagem, pequenos círculos
em verde, transparente com pequenas linhas escuras em seu interior.
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar fundo cinza escuro com
linhas não tão finas com ramificações, com interno transparente e transluzente e bordas escuras, algumas estru-
turas ovaladas são verificadas em alguns pontos da extensão das linhas.
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 2
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar fundo cinza claro, com
várias estruturas arredondadas e uma seta no centro, voltada para cima, enfatizando uma estrutura oval, média
translúcida, com um círculo na parte inferior.
MUCO
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar um fundo cinza claro, com
pontos escuros, várias estruturas em linhas finas, mais claras e outras mais escuras.
ESPERMATOZOIDE
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar um fundo amarelado,
com algumas estruturas pouco nítidas, circulares, pontos, linhas, em destaque ao centro para uma estrutura em
formato de “risco”, transparente com a ponta mais ovalada e com bordas mais escuras.
E U IN D ICO
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NOVOS DESAFIOS
A partir do conhecimento abordado neste tema, foi possível compreender um
pouco mais sobre como ocorre a prática laboratorial da análise de urina, como a
urina deve ser manuseada para se obter uma excelente amostra, quais os cuidados
necessários para não ocorrer contaminação, qual o passo a passo de cada setor e
como analisar e compreender os achados no microscópio.
É importante lembrar que se deve, sempre, fazer a correlação dos achados com
o quadro clínico do paciente, assim como com os demais exames solicitados pelo
médico, pois assim terá um diagnóstico preciso e correto.
Atrás de uma amostra de urina, existe um profissional, aguardando os re-
sultados para diagnóstico, seja ele para indicar normalidade ou até uma doença,
assim como para direcionar a sua conduta clínica e medicamentosa. Por isso, é
importante olhar com todo o cuidado, atenção e estar em constante atualização,
para entregar ao seu cliente o resultado mais fidedigno.
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VAMOS PRATICAR
Paciente, sexo feminino, 30 anos de idade, chegou ao pronto atendimento com quadro
de tontura, cansaço, náusea e dor abdominal. Durante avaliação, o médico sente um forte
odor cetônico, relacionando o quadro com cetoacidose diabética.
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VAMOS PRATICAR
Fonte: o autor.
Disserte sobre o provável diagnóstico da paciente, com base no resultado do seu exame.
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VAMOS PRATICAR
a) O paciente apresenta um clássico quadro de diabetes melito, devido aos cristais en-
contrados.
b) As informações coletadas são condizentes com um quadro de doença hepática.
c) Os achados podem ser relacionados com um quadro normal, devido ao excesso de
atividade física.
d) Os cristais encontrados são relacionados ao pH alcalino da urina, não indicando qua-
dros patológicos específicos.
e) As informações coletadas são condizentes com um quadro de doença reumática.
II. A presença de cristais de fosfato triplo, oxalato de cálcio e urato amorfo indica quadro
de infecção por bactérias, responsáveis por acidificar o pH urinário. Isso é comprovado
com o achado de T. vaginalis.
III. Os cristais encontrados não indicam quadro clínico significativo, uma vez que a análise
física e química está normal. No entanto, a paciente está com tricomoníase, devido à
presença do T. vaginalis.
a) II e III, apenas.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.
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VAMOS PRATICAR
O cilindro hialino é muito comum, sendo formado somente pela proteína Tamm-Horsfall.
Por ser o mais comum, é possível encontrar até dois cilindros hialinos por campo na urina
analisada, que pode ser resultado de um exercício físico intenso, estresse ou, ainda, calor
excessivo.
( ) O paciente possuirá uma urina ácida, podendo apresentar cristais como uratos
amorfos e oxalato de cálcio.
a) V - F - F.
b) V - F - V.
c) F - V - F.
d) F - V - V.
e) F - F - V.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. Nos pacientes com suspeita de cetoacidose diabética, deve-se testar na urina a pre-
sença de cetonas. Os testes com fitas reagentes na urina podem subestimar o grau
da cetose. O resultado é expresso em cruzes, indicando quantos corpos cetônicos
estão presentes na amostra, podendo ser negativo ou positivos (+, ++, +++ e ++++).
Além disso, podem ser encontrados cristais de oxalato de cálcio e até mesmo cilindros
gordurosos.
2. Diante da correlação das análises dos exames físico, químico e microscópico, é provável
ser um caso de infecção urinária.
3. A letra A está incorreta, pois em casos de diabetes melito, são encontrados cristais de
oxalato de cálcio e não os que estão no enunciado. A letra B está incorreta devido a
não se tratar de um quadro normal, mas de doença hepática. A letra D está incorreta
por mencionar que não se trata de um quadro patológico.
5. A primeira afirmativa é falsa, pois neste caso os cristais mais propensos seriam os
cristais de ácido úrico. A terceira alternativa está incorreta, pois informa ser em urina
alcalina.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
MINHAS METAS
Identificar qual a seção laboratorial que irá realizar as análises dos difer-
entes líquidos corporais.
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O líquido extracelular, por sua vez, é subdividido em: líquido intersticial, lí-
quidos transcelulares, encontrados em várias cavidades corporais, e plasma.
O plasma troca continuamente substâncias com o líquido intersticial através dos
poros das membranas capilares com permeabilidade a quase todos os solutos do
líquido extracelular, com exceção das proteínas que possuem alta concentração
no plasma. O líquido transcelular é o que está presente nas cavidades corporais,
nas vísceras ocas e demais locais. Esse compartimento inclui o líquido dos espaços
sinoviais, peritoneais, pericárdicos, intraoculares e o líquido cefalorraquidiano
(GUYTON; HALL, 2011).
Rins
Pulmões
Eliminação Fezes Ingestão
Suor
Pele
Plasma
3,0 L
Líquido extracelular
Linfáticos
Membrana do capilar
(14,00 L)
Líquido intersticial
11,0 L
Membrana da célula
Líquido intracelular
28,0 L
Descrição da Imagem: a figura representa uma imagem do livro Guyton. Imagem em formato retangular, separada
por cores e posições distintas: na extremidade superior, em tons de lilás, demarcada por um retângulo médio e
dois cilindros pequenos, um voltado para à esquerda e outro para à direita, está representado o “Plasma”; logo
abaixo, um retângulo menor, em tom de azul claro, representa a “Membrana do capilar”. Abaixo, um retângulo
de tamanho intermediário, em tom de rosa envelhecido, representa o “Líquido intersticial”. Abaixo deste, outro
retângulo, porém pequeno, em tom de marrom, representa a “ Membrana da célula” e por último, na parte inferior
da imagem, um quadrado em tom de amarelo claro, representa o “Líquido intracelular”.
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A composição dos fluidos pode ser alterada dependendo das condições locais de
diversas membranas e tecidos adjacentes. A realização de exames bioquímicos
em conjunto com exames citológicos auxilia no diagnóstico e monitoramento
das condições do paciente (MUNDT; SHANAHAN, 2012).
Como já vimos, existem diversos fluidos corporais, os quais desempenham
funções importantes para a manutenção do nosso corpo. Portanto, sua função
principal é lubrificar e nutrir os espaços intra e extracelulares de todo o corpo. As
membranas que envolvem o sistema nervoso central, por exemplo, são lubrifica-
das pelo líquor, substância composta basicamente por água que fornece proteção
mecânica a esse sistema. Os fluidos das articulações também possuem água e
protegem os ossos do atrito. Além disso, o líquido amniótico protege o feto de
impactos durante o seu desenvolvimento. A deficiência ou excesso desses fluidos
podem provocar várias patologias, como por exemplo, edema e efusões serosas.
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Tabela 2 - Fluidos analisados e procedimento de coleta / Fonte: adaptado de Mundt e Shanahan (2012,
p. 223).
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Figura 2 - Hemocitômetro de Neubauer / Fonte: Programa Nacional de Controle de Qualidade (2018, p. 31).
Descrição da Imagem: na figura, podem ser observadas três fotografias. Na primeira fotografia à esquerda, mar-
cada com números de “1” a “9”, tomada durante o dia, com fundo branco, pode ser observado um quadrado maior
em preto com a presença de linhas médias verticais e horizontais, nas quais estão representados os números
“1”, “3”, “7” e “9”; ao centro, sobre essas linhas médias, estão linhas mais finas e próximas, cruzando-se entre si,
formando um aspecto de cruz. Nelas, estão representados os números “2”, ”4”, ”5”, ”6” e “8”. A segunda imagem
encontra-se ao centro. Nela, observa-se um quadrado maior com bordas mais espessas em preto; dentro dele, 25
quadrados pequenos e em cada um destes quadrados, mais 16 quadrados pequenos. E na terceira figura, está
representada uma imagem tomada em microscópico óptico, quadrada de fundo cinza claro com linhas brancas e
finas, formando 16 quadrados menores, com três linhas brancas finas em cada lado do quadrado.
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NOVOS DESAFIOS
Com este conhecimento abordado, foi possível compreender que existem vários
tipos de fluidos biológicos, os principais: o líquido cerebrospinal, sêmen, sino-
vial, suor, líquidos serosos ou cavitários (pleural, peritoneal e pericárdico), urina,
secreções respiratórias, como o lavado broncoalveolar e líquido amniótico. E
esses líquidos variam quanto à composição, mas possuem alguns elementos em
comum, mostrando-nos a importância de saber diferenciá-los.
Os fluidos corporais são classificados em intracelular e extracelular, e isso
é de extrema importância para profissional, pois saber sua origem permite que
muitos resultados façam ou não sentido.
É preciso ficar atento, pois os volumes dos fluidos variam bastante, assim
como seus aspectos, cores, densidades etc.
Este tema abordado, aqui, será de extrema importância na prática laboratorial,
principalmente hospitalar.
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VAMOS PRATICAR
Os principais líquidos biológicos são o líquido cerebrospinal, seminal, sinovial, suor, líqui-
dos serosos ou cavitários (pleural, peritoneal e pericárdico), secreções respiratórias como
aquelas derivadas do lavado broncoalveolar, líquido amniótico, dentre outros fluidos e
secreções.
2. As análises citológicas dos fluidos corporais têm objetivo de realizar a avaliação das
células de diversos tipos de fluido, sendo capaz de identificar a presença de doenças
infecciosas, sangramentos, inflamatória, ou de células neoplásicas por meio da obser-
vação da amostra no microscópio. O exame citológico compreende a contagem global
de células e contagem diferencial de leucócitos.
A maioria das contagens de células ainda é realizada de forma manual pelos laborató-
rios, utilizando-se o hemocitômetro (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Cabe ressaltar que a
diferenciação celular deve ser sempre realizada em microscopia óptica manual. Existem
diferentes tipos de hemocitômetro, também conhecido como câmara de contagem, sen-
do o mais conhecido o hemocitômetro de Neubauer e Fuchs Rosenthal. Sendo o primeiro
o mais utilizado pelos laboratórios.
Na câmara de Neubauer geralmente são contadas todas as células presentes nos nove
milímetros quadrados. Contudo, quando a concentração de células é elevada, os labora-
tórios podem realizar alguns ajustes no procedimento de contagem. Segundo Mundt e
Shanahan (2012), quando muitas hemácias estão presentes na amostra, apenas a con-
tagem do quadrante central pode ser necessária, oferecendo um resultado preciso assim
como a contagem de todos os nove quadrantes. Caso a presença de células nucleadas
seja elevada, as contagens dessas células nos quatro quadrados do canto geralmente
são suficientes.
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VAMOS PRATICAR
Após a preparação da lâmina, ela é corada com corantes hematológicos, como Leishmann
e Giemsa, e observada em microscopia para detecção dos tipos leucócitos predomi-
nantes, como neutrófilos, eosinófilos, linfocitos, macrófagos, basófilos, além de células
teciduais. Esses tipos de células se elevam de acordo com a patologia presente.
Atualmente tem se aprimorado cada vez mais a análise automatizada de fluidos corpo-
rais, principalmente devido às limitações da contagem manual de células, ocasionadas
principalmente pela falta de experiência profissional ou por falta de padronização do
processo da análise em si, mas a maioria das contagens de células ainda são realizadas
de forma manual pelos laboratórios. Com base nessas informações, explique sobre a
importância do exame citológico em fluidos corporais e as técnicas manuais empregadas
nesta análise.
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VAMOS PRATICAR
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VAMOS PRATICAR
4. Com uma sensibilidade de 98%, estes critérios se utilizam de dois parâmetros princi-
pais: nível proteico e nível da desidrogenase lática (LDH).
A classificação dos fluidos biológicos serosos entre transudato ou exsudato deve ser um
dos primeiros passos para o diagnóstico laboratorial correto.
A combinação de testes que permite obter resultados mais sensíveis e acurados com
relação à diferenciação do líquido pleural entre essas duas classificações é:
5.
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VAMOS PRATICAR
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, III e IV, apenas.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
4. As letras A, B e D estão incorretas, pois as duas classificações corretas são nível proteico
e nível da desidrogenase lática (LDH).
5. A afirmativa II está incorreta, pois a obtenção do fluido cerebroespinhal pode ser por
punção lombar, suboccipital e cervical lateral.
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REFERÊNCIAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 3
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
E FLUIDO SINOVIAL
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
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Todas essas estruturas estão envoltas por três meninges, conhecidas como dura-
-máter, aracnoide e pia-máter (Figura 1). A dura-máter é a membrana externa que
reveste o crânio e a coluna vertebral. A aracnoide é a membrana intermediária e
a pia-máter é a membrana mais interna (STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
Osso
Dura Máter
Aracnóide Máter
Pia Máter
Encéfalo
Vasos Sanguíneos
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Descrição da Imagem: a figura ilustrativa de uma parte do Sistema Nervoso Central apresenta uma imagem
em camadas: a primeira, de cima para baixo, representada pela descrição “Osso”, apresenta cor clara; no centro à
esquerda da imagem, em sequência, há uma camada mais fina em azul, representada pela descrição “Dura Má-
ter”; depois, há uma camada ainda mais fina, em tons de rosa claro, representada por “Aracnoide Máter”; e outra
camada, em azul claro com alguns riscos em rosa e duas estruturas arredondadas à esquerda, em vermelho e azul,
representadas por “Vasos Sanguíneos”; em seguida, uma linha fina em tons de roxo representa a “Pia Máter”; e
finalizando, duas camadas em tons de rosa claro estão identificadas como “Encéfalo”.
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Granulação aracnóide/vilos
Pia-Máter
Plexo coroide do Aracnoide
terceiro ventrículo
Dura-Máter
Cerebelo
Plexo coroide do
quarto ventrículo
Medula espinal
Descrição da Imagem: figura ilustrativa de um corte longitudinal do Sistema Nervoso Central. Tomada de forma
ilustrativa, a imagem traz, no ápice, uma estrutura em formato de meia-lua grande, com contornos claros. Logo
abaixo da borda, uma outra meia-lua em azul; abaixo dela, uma estrutura com viscosidades em tom de rosa claro.
Ainda nesta meia-lua, porém no canto inferior direito, há uma estrutura de forma oval com alguns vincos, em tons
de marrom escuro. Ao lado, voltado para o centro da imagem, consta um círculo mais alongado em tons de bege,
o qual vai ao encontro da parte inferior da imagem.
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E U IN D ICO
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ANÁLISE MACROSCÓPICA
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ZO O M N O CO NHEC I M ENTO
Nesse caso, deve ser realizado o diagnóstico diferencial entre punção traumática
e a hemorragia. Além da prova de três tubos, também podem ser realizadas as
provas de centrifugação e sedimentação (BARCELOS; AQUINO, 2018). No caso
de confirmação de acidente de punção, é feita a correção de células e proteínas
totais do líquido, usando uma fórmula específica.
Normalmente o fluido cerebrospinal não apresenta retículo, uma vez que não
contém trombina e nem fibrinogênio, o qual pode estar presente em algumas
doenças, como meningite, abscessos encefálicos e poliomielite. A formação de
coágulos pode ocorrer em caso de punção traumática, nas meningites bacterianas
agudas e tuberculosas e neurossífilis.
ANÁLISE CITOLÓGICA
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ANÁLISE BIOQUÍMICA
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ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
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TESTES IMUNOLÓGICOS
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LÍQUIDO SINOVIAL
O líquido sinovial é ultrafiltrado plasmático viscoso encontrado nas cavidades
das articulações móveis ou diartroses, conferindo a conexão entre uma extremi-
dade óssea e outra, permitindo-lhe movimento, e são compostos de cartilagem
que revestem as extremidades ósseas, ligamentos, líquido sinovial e cápsula arti-
cular, conforme ilustrado na Figura 3.
Praticamente todas as articulações do corpo humano são revestidas por uma
membrana sinovial, que produzem o líquido sinovial contendo mucina e ácido
hialurônico. A estrutura química do ácido hialurônico contribui para a viscosi-
dade do líquido com função primordial de lubrificação, nutrição, auxiliando no
suporte mecânico e na absorção de impacto da cavidade articular.
Cartilagem articular
Cápsula articular (reforçada por ligamento)
Descrição da Imagem: figura ilustrativa de uma parte articular do corpo humano. Tomada de forma ilustrativa, a
imagem traz de cima para baixo, uma estrutura alongada, estreita, com bordas arredondadas em amarelo, represen-
tada por “Medula óssea amarela”. Englobando essa medula, há estrutura em formato em “U” em tons de amarelo
mais escuro com grânulos pretos, que representa o “Osso esponjoso”. Envolvendo esse osso, há uma camada
branca, representada por “Osso compacto”, e ao redor do osso, há uma linha vertical em azul, que representa o
“Periósteo”. Ao centro da imagem, há uma estrutura em tons de vinho, a qual representa a “Cavidade articular”;
mais abaixo dela, há uma estrutura em formato de dente, esbranquiçada, que representa a “Cartilagem articular”;
e abaixo dela, voltam novamente as estruturas já mencionadas acima, e englobando tudo, com o envolto branco
com bordas escuras, está representado o “Ligamento”.
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O exame do líquido sinovial está entre os mais importantes exames para com-
plementar a avaliação de pacientes com patologias na cavidade articular, forne-
cendo um diagnóstico específico e orientando o tratamento adequado. A análise
laboratorial do líquido sinovial permite determinar a presença de artrite, bem
como classificar os distúrbios articulares em cinco grupos, numerados de I a IV,
conforme mostrado no Quadro 2.
GRUPO ARTROPATIAS
Osteoartrite
Grupo I - Não inflamatório Artrite traumática
Acromegalia
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GRUPO ARTROPATIAS
Artrite reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Febre reumática
Grupo II - Inflamatório
Artrite psoríase
Síndrome Reiter
Colite ulcerativa
Artrite traumática
Grupo V - Hemorrágico Distúrbios de coagulação (hemofilia)
Hemangioma
Quadro 2 - Classificação dos grupos de artropatias / Fonte: Barcelos e Aquino (2018, p. 214).
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ANÁLISES BIOQUÍMICAS
Os testes mais solicitados nas análises de LS são glicose, proteínas, ácido úrico e
lactato. As determinações bioquímicas no LS têm pouca importância no diagnós-
tico da maioria das artropatias, pois não fornecem informações além das obtidas
em outros exames realizados.
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GLICOSE
PROTEÍNAS
As grandes moléculas de proteínas não são filtradas pela membrana sinovial, que
incluem fibrinogênio, beta 2 macroglobulinas e alfa 2 macroglobulinas. A con-
centração normal é entre 1 e 3 g/dL, valores aumentados são encontrados em
processos inflamatórios, como espondilite anquilosante, artrite, gota, psoríase,
síndrome de Reiter, e doença de Crohn (BARCELOS; AQUINO, 2018).
ÁCIDO ÚRICO
Vários cristais podem ser encontrados no líquido sinovial, sendo os mais comuns
o urato monossódico (UMS) e pirofosfato de cálcio (PFC). Podem ser encontra-
dos intracelularmente (dentro dos neutrófilos) ou livres no líquido articular. Os
cristais de urato de monossódico são encontrados em caso de artrite de gota, já
os pirofosfatos de cálcio são encontrados principalmente dentro de leucócitos e
macrófagos na pseudogota.
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CONTAGEM CELULAR
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ANÁLISE MICROBIOLÓGICA
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NOVOS DESAFIOS
Com estas informações, foi possível compreender o quão valioso, perecível, de-
licado e processual são as amostras dos líquidos cefalorraquidiano e sinovial.
Também, o quanto elas estão correlacionadas com outros setores laboratoriais e
a complexidade de seus resultados.
Esses conhecimentos são de extrema necessidade e importância no ambiente
laboratorial. Dessa forma, você deve sempre estar atento(a) aos detalhes, correla-
ções entre exames, entre outros aspectos abordados no contexto.
Se o ambiente hospitalar é uma das áreas de sua pretensão de trabalho, apro-
veite e revise todas as informações que constam neste material.
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VAMOS PRATICAR
Criança com 8 anos de idade é levada à emergência do hospital, mãe relata que a criança
iniciou febre há 15 dias de 39 ºC, apresentava ainda cefaleia, perda de apetite e náuseas.
O médico solicitou punção lombar e 10 mL de líquor turvo foi coletado. Foram solicitadas
a bacterioscopia e cultura, dosagens de proteínas totais, cloreto, glicose e contagem de
células.
Descreva como o líquido seria rotineiramente coletado e quais os achados para um diag-
nóstico de meningite bacteriana.
2. Para análise microbiológica são colocadas alíquotas em tubo estéril heparinizado; para
o setor de citologia um tubo heparinizado ou com ácido etilenodiamino-tetracético
(EDTA), para evitar a formação de coágulos e preservar as estruturas morfológicas das
células; já os tubos destinados aos setores de bioquímico e imunológico não requerem
tubos com anticoagulantes (BARCELOS; AQUINO, 2018).
Vários cristais podem ser encontrados no líquido sinovial sendo, os mais comuns o urato
monossódico (UMS) e o pirofosfato de cálcio (PFC).
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VAMOS PRATICAR
A gota é causada pela hiperuricemia, assim como ingestão dietética de purinas, álcool e
frutose, além de tratamento quimioterápico de leucemias e diminuição na excreção renal
de ácido úrico (PINHEIRO, 2008). A pseudogota está associada à artrite degenerativa,
resultando na calcificação da cartilagem e distúrbios, causando o aumento dos níveis
séricos de cálcio.
Uma mulher de 45 anos de idade procura a emergência do hospital com dor e inchaço
no joelho esquerdo. O médico realiza a artrocentese, e 20 mL de líquido sinovial leitoso
é coletado. São solicitados bacterioscópicos, cultura, pesquisa de cristal e dosagem de
ácido úrico.
Com base nas informações fornecidas, descreva os tubos que o líquido seria rotinei-
ramente colocado, se o nível de uricemia do paciente será elevado e quais os tipos de
cristais e distúrbios prováveis.
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VAMOS PRATICAR
4. O exame do líquido sinovial está entre os mais importantes exames para complementar
a avaliação de pacientes com patologias na cavidade articular, fornecendo um diagnós-
tico específico e orientando o tratamento adequado. A análise laboratorial do líquido
sinovial permite determinar a presença de artrite, bem como classificar os distúrbios
articulares em cinco grupos, numerados de I a IV, conforme mostra a tabela a seguir:
Grupo Artropatias
Osteoartrite
Grupo I - Não inflamatório Artrite traumática
Acromegalia
Artrite reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Grupo II - Inflamatório Febre reumática
Artrite psoríase
Síndrome Reiter
Colite ulcerativa
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VAMOS PRATICAR
Artrite traumática
Grupo V - Hemorrágico Distúrbios de coagulação (hemofilia)
Hemangioma
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VAMOS PRATICAR
a) V - F - V.
b) F - V - F.
c) V - V - F.
d) F - F - V.
e) V - V - V.
A coleta dos líquidos cerebrospinal e sinovial é realizada inserindo uma agulha específi-
ca em suas cavidades e aspirando o líquido com uma seringa. Depois da coleta podem
ser realizados diversos exames, incluindo avaliação macroscópica, testes bioquímicos,
contagem global e diferencial de células e exames para doenças infecciosas, ajudando
no diagnóstico e tratamento do paciente. Com base nessas informações, analise as afir-
mativas a seguir:
II. Na análise bioquímica do fluido cerebrospinal os níveis de glicose são importantes para
diferenciar a meningite bacteriana e viral.
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VAMOS PRATICAR
a) I e II, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) II e III, apenas.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
2. Para análise microbiológica deve ser colocadas alíquotas em tubo estéril heparinizado e
amostras destinadas ao setor de bioquímica, tubos sem anticoagulantes. O líquido leitoso
pode ser observado quando cristais estão presentes no líquido, sendo os mais comuns
o urato monossódico encontrados nos casos de gota, e os de pirofosfato de cálcio nos
casos de pseudogota. A gota é causada pela hiperuricemia, bem como pela ingestão
dietética de purinas, álcool e frutose. A pseudogota está associada à artrite degenerativa
resultando na calcificação da cartilagem e distúrbios, causando o aumento dos níveis
séricos de cálcio.
3. A letra A está incorreta, pois além da contagem de hemácias e leucócitos é feita a conta-
gem diferencial de leucócitos. A letra B está está incorreta, pois as análises bioquímicas
e microbiológicas sempre são realizadas.
A letra D está incorreta, pois o líquor estará límpido e incolor em condições normais.
4. As duas primeiras afirmativas são falsas, pois este quadro é característico de processo
infeccioso ou séptico.
5. A afirmativa III está incorreta, pois está ao contrário: os cristais de urato de monossódico
são encontrados em caso de artrite de gota, já os pirofosfatos de cálcio são encontrados
principalmente dentro de leucócitos e macrófagos na pseudogota.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
MINHAS METAS
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LÍQUIDO SEMINAL
A análise do líquido seminal é o primeiro teste a ser solicitado para avaliar a saúde
da próstata e qualidade dos espermatozoides, e para auxiliar na investigação da
infertilidade masculina.
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Vesícula
seminal Bexiga
Ducto
deferente
Uretra
Epidídimo
Pênis
Testículo
Figura 1 - Órgãos internos do sistema reprodutor masculino / Fonte: Mundo Educação ([2023a], on-line).
Descrição da Imagem: na figura ilustrativa, de forma frontal, pode-se observar órgãos internos do sistema re-
produtor masculino. Na parte superior e ao centro da imagem, é possível observar uma estrutura em “meia-taça”
avermelhada, representada pela “bexiga”. Ao final dessa estrutura, ilustra-se pequenos círculos maciços em con-
junto, em tom de amarelo escuro, os quais representam a “vesícula seminal”. Da metade da “bexiga”, descem duas
linhas amarelo escuro, uma para a esquerda e outra para a direita, representando os “ductos deferentes”, os quais
vão descer até estruturas delgadas, caracterizadas como “epidídimos”, que estão na lateral de estruturas ovais
avermelhadas, caracterizadas pelos “testículos”, um fica ao lado esquerdo e outro ao direito de uma estrutura em
formato de “u”, caracterizado pelo “pênis”. No interno do “pênis“, há um canal mais escuro, que caracteriza a “uretra”.
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Os espermatozoides são formados por três partes básicas: cabeça, peça interme-
diária e cauda. A cabeça possui a estrutura em formato oval, a qual contém o
núcleo e em sua extremidade, o acrossoma – estrutura em formato de capuz, que
contém enzimas, que auxiliam na penetração do ovócito no momento da fecun-
dação. Na peça intermediária, são encontradas mitocôndrias responsáveis pela
produção de energia necessária para a motilidade da cauda com movimentos
espiralados e rotacionais (STRASINGER; DI LORENZO, 2009).
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Peça
Cauda intermediária Cabeça
Núcleo
Microtúbulos
Acrossomo
Descrição da Imagem: figura ilustrativa de um espermatozoide. Tomada de forma frontal, pode-se observar, da
esquerda para a direita, uma linha sinuosa arredondada rosa claro, que vai ficando mais espessa até o centro da
imagem, representada pela nomenclatura “cauda”. A partir dessa estrutura, há a presença de várias esferas em
tons de amarelo claro, dispostas ao redor de uma estrutura, representada pela nomenclatura “peça intermediária”.
A partir dela, encontra-se uma estrutura oval e achatada, com interior em tons de roxo, azul, verde e vermelho,
caracterizada pela nomenclatura “cabeça”.
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• Antes da coleta, o paciente deve lavar bem as mãos e o pênis com água e
sabão, e enxugar com toalha descartável.
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A P RO F UNDA NDO
ANÁLISE MACROSCÓPICA
VOLUME
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LIQUEFAÇÃO
VISCOSIDADE
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ANÁLISE MICROSCÓPICA
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Neubauer, onde o sêmen é diluído em 1:2, 1:5, 1:10, 1:20 ou até 1:50 com água
destilada para imobilizar os espermatozoides para contagem.
Deve-se utilizar uma tabela disponibilizada no manual da OMS de correção
para obter o resultado final. São contados apenas os espermatozoides intactos, ou
seja, aqueles que possuem cabeça e cauda. Caso o número de espermatozoides por
campo visual varie consideravelmente, a amostra deve ser novamente misturada
até obter uma amostra homogênea e preparada uma nova lâmina.
Associada a altera-
ções cromossômicas,
varicocele, problemas
endócrinos e fato-
Oligozoospermia <15X106/ml
res externos, como
exposição aos raios
X, medicamentos e
produtos químicos.
Associada a altera-
ções cromossômicas,
Polizospermia >200x106/ml baixa concentração
de ATP e função
acrossomal alterada.
Esparsos espermatozoides
Criptozoospermia Falha testicular.
no ejaculado
Tabela 1 - Concentração espermática. Valores de Referência (WHO, 2010) / Fonte: Rocha (2014, p. 337).
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As dosagens bioquímicas devem ser realizadas com uma gota de sêmen liquefeita
e centrifugada. Para dosagem da frutose, geralmente, são utilizados os métodos
espectrofotométricos de Roe ou resorcinol (BARCELOS; AQUINO, 2018). Au-
sência de frutose no líquido seminal, baixo volume seminal e a falha do sêmen em
coagular indicam a ausência congênita dos canais deferentes e vesículas seminais
ou a obstrução dos ductos ejaculadores.
Quanto à análise microbiológica do sêmen, avalia-se a presença de leucócitos,
o que pode ser sinal de infecção.
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TESTES IMUNOLÓGICOS
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LÍQUIDO AMNIÓTICO
O líquido amniótico é um fluido biológico que envolve o feto e preenche a bolsa
amniótica, formada por duas membranas chamadas de córion e âmnion, que
envolve o feto durante os seus nove meses de gestação e com várias funções
importantes para crescimento e desenvolvimento do feto.
Saco
Placenta
amniótico
Saco Cordão
amniótico umbilical
Descrição da Imagem: tomada de forma lateral, pode-se observar, na figura ilustrativa, em tom de rosa claro,
uma estrutura superior à esquerda, ovalada, fina, semelhante a um balão, denominado “saco amniótico”. Dentro,
há uma estrutura em azul claro, caracterizando um líquido, denominado “líquido amniótico”. Na parte superior
à direita, há uma estrutura pequena, em tons de marrom escuro, caracterizando a “placenta” e logo abaixo, em
cima da estrutura em azul claro, há uma espécie de cordão, arredondado e enrolado em tons de rosa mais escuro,
caracterizando o “cordão umbilical”.
A bolsa amniótica e o líquido começam a ser produzidos por volta do 12° dia
após a concepção, e contêm diversos componentes vitais, como citocinas que
protegem o feto contra infecções, hormônios, enzimas e outras substâncias.
Porém a maior parte do líquido amniótico, em torno de 99%, é urina fetal.
O estudo do líquido amniótico, frequentemente, está relacionado a estudos
citogenéticos, mas podem ser realizados diversos testes laboratoriais, que forne-
cem informações significativas sobre os processos metabólicos durante a matu-
ração fetal, bem como sua progressão. Quando complicações ocorrem e afetam
negativamente o feto, deve ser avaliada a sua capacidade de sobreviver ao parto
prematuro. A análise do líquido amniótico pode ser solicitada para o diagnóstico
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A P RO F UNDA NDO
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Descrição da Imagem: são apresentados dois 2 gráficos. No gráfico da esquerda, é possível observar no eixo “x”
representado por Espectrometria normal (nm), valores de 365 até 550 e no eixo “y” representado por Absorbância,
valores de 0 a 0,6. Além disso, no centro, entre os eixos, é possível observar uma reta descendente que sai do
valor entre 0,6 e 0,5 e vai até 550, abaixo da reta está escrito verificação normal. Acima da reta existe uma linha
curva, ascendente, formando um vale e dividindo a figura em duas partes coloridas, uma em tons de vermelho que
representa pico de oxihemoglobina em 410 e a outra em amarelo que representa pico de bilirrubina em 450. No
gráfico da direita, é possível observar no eixo “x” representado por Idade Gestacional em Semanas, valores que
vão de 20 a 40, com intervalo de 2 e no eixo “y”, representado por Variação da densidade óptica, valores que vão
de 0,01 a 1,0. Ele está dividido por três zonas. De cima para baixo, na altura de 0,20, sai uma linha retilínea com
uma leve descendência que fica entre 0,1 e 0,2. Dessa reta para cima, na altura de 0,20 até 1,0, é representada
a “Zona III” em tons de amarelo escuro, onde se lê: “Feto severamente afetado, o que exige intervenção”. Abaixo
dessa reta, na altura de 0,1 sai outra linha descendente que vai até 40. Aqui está representada a “Zona II”, em
tons de amarelo, onde se lê: “Feto moderadamente afetado, o que requer monitoramento”. E abaixo desta, entre
0,1 e 0,01 está a “Zona I” em tons de amarelo claro, onde se lê: “Feto não afetado ou feto discretamente afetado”.
Tradução de termos: normal scan (verificação normal); gestational age in weeks (idade gestacional em semanas).
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A amostra para teste de bilirrubina deve ser protegida da luz, desde o momen-
to da coleta até a análise laboratorial. Em caso de exposição à luz, pode ocorrer a
diminuição acentuada dos valores de bilirrubina. Assim, algumas medidas devem
ser tomadas, como colocar o líquido em tubos de cor âmbar ou a utilização de
saco preto para cobrir a amostra.
Em caso de sofrimento fetal, suspeito de infecções, pode ser realizado no
líquido amniótico a coloração por Gram, cultura e testes moleculares para de-
tectar agentes infecciosos. O sofrimento fetal, como vimos no início, pode ser
associado à síndrome da angústia respiratória do recém-nascido (SAR), doença
comum associada à prematuridade. Alterações na quantidade ou na qualidade
dos surfactantes pulmonares resultam no colabamento alveolar, provocando a
SAR também chamada de doença pulmonar das membranas hialinas com con-
sequente atelectasia progressiva, edema, alteração da relação ventilação/perfusão,
levando à hipóxia tecidual.
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NOVOS DESAFIOS
Através do conteúdo abordado neste tema, foi possível compreender o quão im-
portante é saber analisar amostras de sêmen e líquido amniótico.
Esses materiais requerem uma atenção redobrada, pois além de terem prazo
para que sua amostra seja processada, sua análise é bastante minuciosa, o que
reforça a importância de o profissional estar capacitado para desenvolver esse
resultado.
Amostras como essas estarão presentes em ambiente laboratorial, e no caso
do líquido amniótico em ambiente laboratorial hospitalar.
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VAMOS PRATICAR
A redução do líquido pode estar relacionada a diversos fatores, como a ruptura prema-
tura das membranas (RPM), insuficiência placentária, anomalias congênitas, aumento
da deglutição fetal, deformidades do trato urinário e compressão do cordão umbilical,
resultando na desaceleração da frequência cardíaca e na morte fetal.
O líquido amniótico desempenha várias funções, como a proteção do feto contra trauma-
tismos e infecções, permitir a evolução pulmonar e evitar fenômenos compressivos do
cordão umbilical. O volume do líquido amniótico aumenta regularmente com o transcorrer
da gestação atingindo até 1500 ml no final da gestação, porém algumas doenças podem
alterar o volume desse líquido. Disserte sobre os principais problemas relacionados ao
volume do líquido amniótico.
Segundo os critérios da OMS (2010), uma amostra seminal deve apresentar pelo menos
32% de espermatozoides que se movem de forma rápida ou lenta (progressivamente
móveis), e ainda 40% de espermatozoides móveis totais.
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VAMOS PRATICAR
( ) O período da gestação mais adequado para coleta do líquido amniótico para análise
de maturidade pulmonar fetal é antes das 14 semanas.
( ) A amniocentese deve ser precedida por ultrassonografia, que avalie a vitalidade fetal,
o número de fetos e a localização da placenta.
a) F - V - F.
b) V - F - V.
c) V - V - F.
d) V - V - V.
e) F - F - V.
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VAMOS PRATICAR
4. Para realizar a análise do sêmen, os procedimentos de coleta devem ser bem esclareci-
dos ao paciente, a fim de manter o controle de qualidade laboratorial. Os procedimentos
de coleta e manipulação devem ser realizados seguindo as instruções da Organização
Mundial da Saúde (WHO, 2010) os quais são descritos a seguir:
– As amostras devem ser obtidas por masturbação, assegurando a coleta total do eja-
culado.
– Antes da coleta o paciente deve lavar bem as mãos e o pênis com água e sabão, e
enxugar com toalha descartável.
– A amostra deve ser coletada em frasco estéril aquecido ou recipiente plástico não es-
permicida, fornecido pelo laboratório.
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VAMOS PRATICAR
II. A amostra deve ser coletada em frasco estéril aquecido ou recipiente plástico não
espermicida, fornecido pelo laboratório
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas
d) III, apenas.
e) I, apenas.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
3. Alternativa correta: B.
4. A afirmativa I está incorreta, pois a coleta domiciliar só deve ser permitida em caso de
impedimento físico ou emocional.
5. Alternativa correta: B.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
SALVADOR, Z. Formación de líquido amniótico. Reproducción Asistida ORG, [s. l.], 19 jan.
2018. Disponível em: https://www.reproduccionasistida.org/liquido-amniotico/formacion-
-de-liquido-amniotico/. Acesso em: 17 abr. 2023.
SISTEMA reprodutor masculino. Mundo Educação, [s. l.], [2023a]. Disponível em: https://
mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sistema-genital-masculino.htm. Acesso em: 17 abr.
2023.
STRASINGER, S. K.; DI LORENZO, M. S. Urinálise e fluidos corporais. 5. ed. São Paulo: Li-
vraria Médica Paulista, 2009.
WHO. WHO laboratory manual for the examination and processing of human semen.
5. ed. World Health Organization, 2010. Disponível em: https://apps.who.int/iris/hand-
le/10665/44261. Acesso em: 17 abr. 2023.
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UNIDADE 4
TEMA DE APRENDIZAGEM 6
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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Outro fato que deve ser considerado é que nem sempre é possível
obter amostras clínicas de qualidade para as análises e contra-
análises (quando necessárias), por diversos fatores.
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O primeiro relato na literatura sobre a utilização das técnicas citológicas para fins
de diagnóstico é datado de 1843, por Sir Julius Vogel, que realizou a identificação
de células portadoras de malignidade em secreções drenadas de fístulas de um
tumor mandibular. Após ele, foi a vez de Henri Lebert, em 1845, registrar seus
achados morfológicos de células tumorais obtidas por aspirados tumorais.
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E U IN D ICO
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Temos que ter sempre em mente que os principais objetivos dos exames citopa-
tológicos são:
Devemos ter consciência de que as amostras citológicas podem ter variadas ori-
gens. Didaticamente, costuma-se separar as amostras em: citopatológicas não
ginecológicas e amostras ginecológicas. Além dos vários sítios de coleta, temos
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Colpocitologia
Raspagem swab ou
Olhos
espátula (Ayres)
Lavado brônquico
Lesões cutâneas
Distensão celu-
Imprint ou decalque Biópsias
lar (esfregaço)
Peças cirúrgicas
Sangue
Líquor espinhal
Escarro
Expectoração
Amostras
Abscessos
pastosas
Punção ou drenagem
Massas necróticas
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Escovação ou lavado
Líquido peritoneal ou ascítico
Líquido pleural
Lavado vesical
Líquido estomacal
Lavado brônquico
Líquido sinovial
Quadro 1 - Classificação das amostras e métodos de coleta em citopatologia / Fonte: Caputo, Mota e
Gitirana (2010, p. 190).
Escovados e raspados
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a, 2012b, 2012c), os escovados e
raspados são materiais obtidos através da esfoliação das superfícies de interesse
clínico, por intermédio de instrumentos específicos para essa finalidade. São em-
pregadas atualmente “escovinhas” (Figura 1) e espátulas de Ayres (Figura 2).
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Descrição da Imagem:na fotografia tomada durante o dia e na altura de um observador humano, pode-se
observar uma parte de um corpo humano, à direita da imagem, com um objeto sobre o pescoço. Na mão
direita, há outro objeto, caracterizado por “escova” e na mão esquerda um frasco médio, redondo, transpa-
rente e sem tampa. As mãos estão cobertas por luvas de proteção em tom de azul.
Descrição da Imagem: na fotografia tomada durante o dia e na altura de um observador humano, pode-se
observar uma parte de um corpo humano ao centro da imagem, vestindo uma roupa branca, segurando
na mão direita um objeto, caracterizado por “espátula”. As mãos estão cobertas por luvas de proteção em
tom de azul.
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Descrição da Imagem:na fotografia tomada durante o dia e na altura de um observador humano, pode-se
observar uma parte de um corpo humano ao centro da imagem, vestindo uma roupa branca, segurando na
mão direita, que está coberta por luva de proteção em tom de azul, um objeto, caracterizado por “espéculo
ou bico de pato”.
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a, 2012b, 2012c), bem como para Mo-
linaro, Caputo e Amendoeira (2010), os raspados podem ser obtidos de vários
sítios – pele, boca, cavidades etc. A recomendação é de não realizar a higiene
do local de coleta nem fazer a utilização de medicações tópicas, pois essas prá-
ticas prejudicam a coleta das amostras, podendo comprometer sua análise e,
consequentemente, o diagnóstico. A depender das dimensões da área de coleta,
realiza-se, geralmente, até três raspagens – coleta tríplice –, da maneira mais de-
licada possível para evitar microlesões e prováveis sangramentos, o que poderia,
também, comprometer a amostra.
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada durante o dia e na altura média de um observador humano, po-
de-se observar uma parte de um corpo humano ao centro da imagem, vestindo uma roupa branca, segurando
na mão esquerda um objeto de vidro, retangular, transparente, caracterizado por “lâmina”, e à esquerda da
imagem se observa um objeto pequeno, fino, pontiagudo, com haste em tom de azul e ponta com cerdas
brancas, caracterizado por “escovinha”. A mão esquerda está coberta por luva de proteção em tom de azul.
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Após essa etapa, é realizada a fixação, na qual pode ser utilizado álcool a 95% ou
ainda um spray fixador. Esse procedimento deve ser rápido para evitar a desse-
cação do material e comprometer a amostra. Em seguida, é realizada a coloração.
Uma observação importante no momento da fixação, é o cuidado para não criar
artefatos de coleta ou artefatos técnicos – contaminações da amostra com fios
de algodão ou gaze, ou ainda, pelo talco das luvas de procedimento (BRASIL,
2012a, 2012b).
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dessa forma, possíveis vazamentos ou mesmo danos às lâminas, mas como des-
vantagem apresentam maior custo.
Devemos nos lembrar de que o principal objetivo de todos os tipos de fixado-
res é sempre a preservação da arquitetura celular e de sua composição química,
presentes no momento da coleta da amostra.
Lavados
Vale lembrar que, após a coleta, os líquidos resultantes são levados à centrífuga,
obtendo-se o sobrenadante que é descartado e o precipitado utilizado para con-
fecção do esfregaço ou cell block. Os fixadores ficam a critério do laboratório
mediante a disponibilidade, mas geralmente emprega-se etanol 95% ou Carbo-
wax. O LBA é uma metodologia bastante empregada no diagnóstico de infecções
oportunistas em pacientes com baixa imunidade, com o de Pneumocysti carinii.
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O fixador geralmente mais empregado nesses casos é o etanol a 50% para o pri-
meiro e etanol 95% para o segundo.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), os lavados perito-
neais requerem maior nível de atenção, pois deve-se adicionar à amostra três
unidades de heparina para cada mililitro de volume de amostra e refrigeradas a
4°C até o momento da concentração e realização do esfregaço. Caso a demora seja
um pouco mais prolongada, é necessário o acréscimo de etanol 50% em partes
iguais. Em lavados que apresentam indícios de hemorragia, deve-se adicionar
anticoagulante – o mais utilizado é citrato de sódio a 3,8% na proporção de 1:5
ou ainda heparina, na proporção de 5-10 unidades para cada 10 ml de amostra.
Líquidos Cavitários
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Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a) e o INCA (2019), foi nos Esta-
dos Unidos, em 1926, que a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) foi apresen-
tada, por Martin e Ellis, e somente na década de 1950 que passou a ter uso mais
recorrente, quando agulhas de menores calibres passaram a ser utilizadas. Nos
dias atuais, tem sido uma prática comum na clínica, principalmente na obtenção
de amostras celulares em órgãos mais profundos e de difícil acesso às técnicas
citopatológicas.
As punções são metodologias simples, executadas de maneira ágil e apresen-
tam excelente precisão de diagnóstico. Elas podem ser realizadas ambulatorial-
mente e complicações decorrentes do processo são consideradas raras. Existem
apenas algumas contraindicações para grupos específicos de pacientes: portado-
res de distúrbios de coagulação e em uso de anticoagulantes, pacientes com tosse
e tumor carotídeo, aos demais deve-se avaliar o risco-benefício (BRASIL, 2012a).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), a assepsia do local a ser
puncionado geralmente é feita com álcool iodado. Existe a recomendação, por
alguns autores, do uso de pistola porta-seringa – instrumentação utilizada para
dar suporte à agulha e seringa. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a) recomen-
da, ao realizar a PAAF, deve-se colocar o paciente na posição mais privilegiada
para a coleta, de preferência com certo conforto ao paciente. Deve-se previamente
realizar a escolha do local, por palpação ou com auxílio de exames de imagem,
fazer a assepsia do local, segurar o sítio da punção entre os dedos indicador e
médio, e posteriormente, efetuar a punção.
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Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), bem como para Molinaro, Caputo
e Amendoeira (2010), quando o material resultante da PAAF é líquido, faz-se
necessário centrifugar a amostra, para sedimentar as células para realizar o es-
fregaço (e desprezar o sobrenadante). Nos casos em que a amostra é oriunda de
nódulos sólidos, deve-se apenas permitir a entrada de um pouco de ar, acoplar
nova agulha e fazer o depósito da amostra sobre a lâmina, cerca de 2 a 3 mm e
confeccionar o esfregaço. Em amostras semissólidas ou com traços hemorrágicos,
deve-se utilizar uma lâmina inclinada a 45° para estender o material de forma
delicada, rápida e de maneira uniforme.
Outro tipo de punção muito utilizada na clínica nos dias atuais, segundo o
Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), é a punção por capilaridade, a qual foi
utilizada pela primeira vez, em 1986, pelo médico francês Zajdela em uma coleta
oftalmológica. Nela, a obtenção do material ocorre através do deslocamento ce-
lular promovido pela ponta da agulha (bisel) no ato de sua introdução no tecido,
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COLORAÇÕES EM CITOPATOLOGIA
Entre eles, temos a qualidade das colorações, a preparação da amostra e sua fi-
xação. Devem ser evitados os artefatos advindos de colorações que podem em
situações extremas inviabilizar a análise do material citopatológico.
Muitos corantes com emprego tradicional em histologia são e devem ser
utilizados em citologia com algumas pequenas adaptações, seja no processa-
mento das amostras ou ainda em condições e situações especiais, como na imu-
nocitoquímica, porém, de maneira rotineira, na citopatologia, a metodologia de
coloração desenvolvida por Papanicolaou é a mais empregada e recomendada.
Outras colorações utilizadas são: hematoxilina-eosina (HE), May-Gruenwald
Giemsa (MMG), Shorr, entre outras (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA,
2010; BRASIL, 2012a, 2012b). Pela grande importância e pelo vasto uso, vamos
estudar mais detalhadamente algumas colorações.
Coloração de Papanicolaou
Molinaro, Caputo e Amendoeira (2010) afirmam que a coloração de Papani-
colaou é formada por um corante natural, a hematoxilina, e ainda por dois outros
corantes com afinidades citoplasmáticas o Orange G6 e o EA, que são formados
pela combinação de eosina, verde luz (também conhecido por verde brilhante)
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8 Diferenciar em álcool-ácido 3
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26 Xilol I 5-10
27 Xilol II 5-10
Coloração de May-Grünwald-Giemsa
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Esta coloração é utilizada nas preparações cell blocks e ainda nos esfregaços rea-
lizados a partir da PAAF.
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violeta álcool
cristal iodo (descoloração) safranina
Gram-positivo
Gram-negativo
Figura 5 - Coloração de Gram das bactérias / Fonte: Adobe Stock ([2023e], on-line).
Descrição da Imagem:a figura ilustra dois sequenciais de coloração em Gram que ocorre entre setas. O pri-
meiro inicia por Gram-positivo e o segundo por Gram-negativo. Após o início da rotina, os seguintes círculos
são ligados sequencialmente: violeta cristal, iodo, álcool (descoloração), safranina.
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Figura 6 - Amostra submetida à Coloração de Gram: bactéria Escherichia coli – bastonete Gram negativo /
Fonte: Adobe Stock ([2023f], on-line).
Descrição da Imagem: nas fotografias tomadas por microscópio óptico, pode-se observar fundo azul claro,
com diversas estruturas em variados formatos, ovais, retilíneas, curvadas, umas mais próximas e outras
mais afastadas umas das outras, todas em tons de roxo.
Figura 7 - Amostra submetida à Coloração de Gram: bactéria Gram positiva – Estreptococos / Fonte: Adobe
Stock ([2023g], on-line).
Descrição da Imagem: na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar fundo rosa claro, com
algumas estruturas circulares, umas em pares, outras em maior quantidade, em tons de rosa.
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Figura 8 - Principais agentes infecciosos em humanos e seus respectivos arranjos / Fonte: Adobe Stock
([2023h], on-line).
Descrição da Imagem: na figura, constam diversas imagens. De cima para baixo, na primeira linha da es-
querda para a direita, temos a primeira figura, na qual estão representados os Staphylococcus aureus, com
morfologia em formato de círculos aglomerados, densos, em tons de roxo, chamado de cocos. Ao centro,
estão representados os Streptococcus pyogenes, de morfologia circular densa, em tons de roxo, dispostos em
linha e por último, à direita, temos os Streptococcus pneumoniae, de morfologia circular em pares, também
em tons de roxo. Na segunda linha, à esquerda, estão representados os Bacillus cereus. Com morfologia em
formato de bastão, um ao lado do outro, formando uma linha, eles têm coloração de rosa claro. Na terceira
linha, da esquerda para a direita estão representados E. coli e Salmonella, com morfologia de vários flagelos
ligados a uma estrutura circular, em tons de rosa..
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Ao centro, está representado Vibrio cholerae, com morfologia de um único flagelo que sai de uma estrutura
oval achatada em tons de rosa claro. E por último, à direita, está representada a Klebsiella pneumoniae.
Com morfologia em formato de bastões encapsulados em diversos tamanhos, eles têm coloração em azul.
Na quarta linha, da esquerda para a direita, temos a imagem representada por Bordetella pertussis, com
morfologia também em bastões encapsulados, sozinhos ou em pares, em tons de rosa claro. Ao centro,
está representado Corunebacterium diphtheriae, com morfologia em formato de cotonete, em tons de roxo.
E por último, à direita, representado por Helicobacter pylori, com morfologia de bastonete em curva, do
qual saem de quatro a seis flagelos, em tons de rosa claro. Na quinta e última linha, da esquerda para a
direita, está representado a Clostridium botulinum, com morfologia em formato de bastonete em tons de
roxo com uma das extremidades com círculo pequeno em branco. Ao lado, está representado o Clostridium
tetani, com morfologia em formato de bacilos com uma extremidade mais circular, e tons de roxo e laranja.
A próxima imagem representa Neisseria gonorrhoeae, com morfologia de cocos em pares, em tons de rosa
claro. E por último, vê-se a representação do Treponema pallidum, com morfologia em forma de linha em
espiral, em tons de rosa escuro.
Essa análise é feita em menor aumento, objetiva de 4x. O fundo, área em que en-
contramos as células a serem analisadas – tipo celular –, a quantidade dessas célu-
las, como as células estão dispostas e o modo pelo qual se encontram dispostas no
esfregaço são os aspectos a serem considerados para se avaliar a adequabilidade
da amostra, segundo a Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condu-
tas Preconizadas proferidas pelo Ministério da Saúde, em 2006, que foi adaptado
do Sistema Bethesda de classificação citológica dos esfregaços cervicais de 2001.
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II- Satisfatória, mas limitada para avaliação por falta de informações clínicas:
esfregaços comprometidos entre 50%-75% de sua tonalidade por diversos fa-
tores. Exemplos: esfregaço hemorrágico, esmagamento celular por compressão
na confecção do esfregaço, demora da fixação. Outros fatores fisiológicos
também podem interferir, como a escassez celular por atrofias diversas comuns
na menopausa.
Figura 9 - Amostra satisfatória de esfregaço vaginal / Fonte: Adobe Stock ([2023i], on-line).
Descrição da Imagem: : na fotografia tomada por microscópio óptico, pode-se observar fundo claro, com
várias estruturas em tons de rosa e azul, caracterizadas por “células”, as quais estão distribuídas em toda
a imagem, são de diferentes formatos, retangulares, ovaladas, pavimentosas, maiores e menores e com
um círculo mais escuro no interior de cada uma delas.
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E U IN D ICO
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NOVOS DESAFIOS
Através de todo este conteúdo abordado, foi possível compreender o quão impor-
tante é uma lâmina ser de qualidade, sem sobreposição de células, bem corada,
pois isso é o que facilitará ao profissional a observação, análise e liberação de
resultados com segurança, pois a lâmina estará adequada para tal ação.
Esse tipo de material será rotina de laboratório de citologia, diferente do am-
biente laboratorial de exames em geral, mas de grande valia conforme vimos
durante o conteúdo.
Trata-se de um ramo que vem crescendo, necessitando cada vez de mais pro-
fissionais capacitados.
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VAMOS PRATICAR
Disserte sobre o modo como essa técnica é utilizada nos exames citopatológicos de
vários tipos de doenças.
a) I, II e IV, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II e III, apenas.
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VAMOS PRATICAR
4. Foi Johannes Müller o responsável pelo primeiro exame citológico em 1838. Nele, foi
descrita a imagem microscópica de células malignas que foram obtidas por raspado
superficial de tumores.
a) I, II e IV, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II e III, apenas.
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VAMOS PRATICAR
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
Preparação das amostras: as amostras são fixadas em uma solução que preserva as
células e impede a deterioração da amostra. Geralmente, é utilizada uma solução à base
de álcool ou formalina.
As células coletadas pelo LBA são enviadas para o laboratório, onde são preparadas e co-
radas para análise citopatológica. Através da análise citopatológica, é possível identificar
a presença de células anormais, como células cancerígenas, células inflamatórias, bacté-
rias, vírus e outros organismos infecciosos. Além disso, a análise citopatológica também
permite avaliar a inflamação presente nos espaços alveolares e auxiliar no diagnóstico
de doenças pulmonares específicas.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
3. Alternativa correta: D.
4. Alternativa correta: A.
5. Alternativa correta: A.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
CITOLOGIA DO TRATO
GENITAL FEMININO I
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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ANATOMOFISIOLOGIA E CITO-HISTOLOGIA
DO TGF
O TGF é constituído por dois ovários ou gônadas, duas tubas uterinas, o útero, a
vagina e a genitália externa ou vulva, além do clitóris, o bulbo do vestíbulo e as
glândulas anexas, vestibulares maiores e menores (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2018).
Os ovários são as gônadas femininas, e segundo Junqueira e Carneiro (2018),
possuem em média 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e aproximadamente
1 cm de espessura, porém, essas dimensões variam de acordo com cada indivíduo
(variações anatômicas) e a ainda dependem da fase do ciclo menstrual na qual
as características estão sendo avaliadas.
Outra informação importante é que são dois, um de cada lado do útero, es-
tando interligados pelas trompas.
Os ovários são revestidos por tecido epitelial cúbico simples, e, em algumas por-
ções, é possível encontrar tecido epitelial pavimentoso simples. Logo a seguir,
temos a túnica albugínea, em que o tecido conjuntivo denso e os vasos sanguíneos
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Descrição da Imagem:na ilustração, pode-se observar um fundo rosa; à esquerda, uma estrutura maior com
formato irregular, com ápice mais arredondado, do qual sai uma estrutura em formato de “cano”, no mesmo
tom, de espessura fina, circular, voltado para a direita, fazendo uma leve curva para trás, e finalizando com
estruturas dendríticas, às quais se “liga” uma outra estrutura ovalada, em tons de cinza mesclado, caracte-
rizada por “óvulo”, do qual sai um estrutura fina, circular, ligando-se à estrutura à esquerda.
Um fato que devemos estar atentos é que as mulheres já nascem com sua totali-
dade de folículos, cerca de 400 mil (BRASIL, 2012a; CONSOLARO; MARIA-E-
GLER, 2014). Em geral, cerca de 1.000 ovócitos são recrutados para o amadure-
cimento, porém, na imensa maioria, apenas um, por ciclo, é liberado. Esse ciclo
menstrual é em média de 28 dias, com ovulação em torno do 14° dia (período
fértil), e o folículo pós-período de ovulação transforma-se em corpo-lúteo, im-
pedindo uma nova ovulação. As tubas uterinas são as responsáveis por captar
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II - colo do útero – região mais estreita, por isso chamada popularmente de canal
cervical ou cérvice;
IV - fundo do útero – região que fica acima do eixo que faz a ligação do útero
com as tubas uterinas.
O colo uterino possui como limites o óstio interno, próximo com o istmo do úte-
ro e o óstio externo, ligado ao canal vaginal. A parede do colo do útero é formada
pela endocérvice e pela ectocérvice. A primeira é uma camada mucosa, revestida
por tecido epitelial colunar simples mucossecretor – produtor do muco cervical –,
e a segunda é formada por um epitélio escamoso estratificado não queratinizado,
semelhante ao da vagina.
A ligação entre essas duas camadas é chamada de junção escamocolunar
(JEC), e pode ter pequenas alterações devido ao estado hormonal, gestacional,
parto ou ainda devido a possíveis traumas.
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Figura 2 - Cito-histologia do útero: endocérvice – tecido epitelial colunar simples mucossecretor / Fonte:
Adobe Stock ([2023b], on-line).
Descrição da Imagem: na ilustração, vê-se, por um corte histológico, de fundo pouco visível, alta quantidade
de estruturas, em tons de rosa claro e roxo, caracterizadas por “células”, “tecidos” e “núcleos”. Ao centro,
é possível verificar uma estrutura com vilosidades, com interior de fundo claro e bordas rosa claro e roxo.
III - camada superficial: epitélio composto por células aplanadas com cito-
plasma abundante, eosinofílico, e núcleos picnóticos, células superficiais com
grânulos querato-hialinos;
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METAPLASIAS
Conforme aponta o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), ocorrem alterações
hormonais nos epitélios da região do colo uterino, principalmente devido à maior
exposição das células ao pH ácido vaginal após a puberdade e ainda durante o
processo gestacional.
Essa situação dá origem a uma eversão, ectopia do epitélio da região endo-
cervical, desencadeando o processo de metaplasia escamosa, que nada mais é que
um processo adaptativo do epitélio colunar, que deixa de existir, dando origem
ao epitélio escamoso estratificado não queratinizado.
Para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), tecnicamente, existem três está-
gios no processo de metaplasia escamosa. No primeiro, temos o aparecimento
de uma e posteriormente inúmeras células imaturas de células de reserva, pro-
cesso chamado de hiperplasia das células de reserva. No segundo, existem trans-
formações progressivas das células de reserva em células escamosas, processo
chamado de metaplasia escamosa imatura. Por fim, temos a perda definitiva do
epitélio colunar e o novo epitélio agora mais diferenciado, maduro. Por isso, pas-
sa a ser uma metaplasia escamosa madura, e torna-se praticamente igual a um
epitélio escamoso original.
A região em que ocorreu a alteração metaplásica é chamada de zona de
transformação (ZT), e é justamente nela que ocorrem as maiores incidências
de lesão pré-cancerosa e de carcinoma escamoso do colo do útero.
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Entre eles, tem maior destaque o papiloma vírus humano, popularmente conhe-
cido como HPV, sendo assim uma área de grande interesse clínico.
Ainda segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a), as células metaplá-
sicas imaturas são redondas a ovais, com pequeno aumento da relação núcleo/
citoplasma, com citoplasma delicado que pode apresentar vacúolos. Geralmente,
esse tipo celular se apresenta em agrupamentos frouxos, lembrando ‘calçamento
de pedra’. Já as células metaplásicas maduras apresentam citoplasma mais den-
so e são mais arredondadas, podendo se apresentar também em agrupamentos
frouxos. Esses dois tipos celulares podem apresentar-se, também, em formato
estrelado – prolongamentos citoplasmáticos (Figura 3).
Outra característica comum a elas é no quesito coloração: elas podem apre-
sentar coloração dupla – citoplasma mais denso (ectoplasma) na região periférica
e na região perto do núcleo mais clara, quase pálido. Note esta característica na
Figura 3, na região central da imagem.
Figura 3 - Células com prolongamentos citoplasmáticos / Fonte: Adobe Stock ([2023c], on-line).
Descrição da Imagem: na imagem tomada pela microscopia, pode-se observar um fundo lilás, com um aglo-
merado de células pequenas, bem ao centro, com formas mais alongadas e estreladas, com uma estrutura
menor e ovalada no centro das células, essas células são caracterizadas por “células metaplásicas maduras”.
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Figura 4 - Coloração de células epiteliais escamosas / Fonte: Adobe Stock ([2023d], on-line).
Descrição da Imagem: na figura, pode-se observar um fundo mais claro, em tons de azul, com algumas
células à esquerda, do meio para baixo, de formatos pavimentosos, em tons de azul e ao centro de cada
uma delas, uma estrutura oval em tons de rosa.
CITOLOGIA HORMONAL
É inegável que os hormônios produzem mudanças nos epitélios vaginais e uteri-
nos durante o ciclo menstrual. Estrogênio e progesterona produzem alterações
ativas nesses tecidos, e, dessa forma, provocam alterações morfológicas impor-
tantes no perfil celular das amostras cervicovaginais.
ovulação
FSH
LH
Estrógeno
Progesterona
Endométrio
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Descrição da Imagem: na figura, de cima para baixo, podemos observar, na primeira linha, que o ciclo está
dividido em 28 dias. Nos 14 primeiros dias, está a fase folicular e nos últimos 14 dias, a fase lútea. Ao
meio delas, no 14º dia, está representada a ovulação. Na linha abaixo, pode-se observar que na primeira
fase do ciclo está representada a forma do folículo que é pequeno, circular e vai aumentando com o passar
dos dias. No 14º dia, observa-se a liberação do ovo. Abaixo desta linha, temos uma representação gráfica
dos hormônios, na qual o eixo “x” representa os dias do ciclo e o eixo “y”, os hormônios. Pode-se observar
que o FSH tem o maior pico próximo do dia 14, assim como o LH e o estrogênio também. Já a progesterona
tem o pico maior próximo ao dia 20 do ciclo. Na parte inferior da imagem, está representada a forma do
endométrio. Do dia 1 até o 7, está representada a menstruação, período em que o endométrio está menor;
do 7º ao 14º dia, está representada a fase proliferativa, período em que o endométrio vai aumentando e
do 14º ao 28º dia, está representada a fase secretora, período em que o endométrio tem o maior aumento
e depois vai diminuindo novamente.
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Figura 6 - Células cervicais humanas normais: agrupamento de células superficiais e intermediárias (au-
mento de 600x) / Fonte: Adobe Stock ([2023f], on-line).
Descrição da Imagem: na figura, pode-se observar um fundo pouco nítido, com sobreposição de células de
tamanho médio, em tons de azul e rosa, com pequenas estruturas circulares e densas no interior de cada
célula.
Outras situações não fisiológicas, como a remoção dos ovários, terapias de rádio
e quimioterapia, também podem mimetizar a baixa produção de estrogênio.
Em todos esses casos, ocorre o predomínio de células escamosas parabasais
nos esfregaços cervicovaginais, chamados de atróficos, que podem se apresentar
isoladas ou ainda em arranjos que lembram sincícios (sobreposição nuclear e
limites citoplasmáticos indistintos).
Na gravidez, ocorre um grande predomínio celular de células intermediárias,
frequentemente com arquitetura navicular, principalmente a partir do segundo
mês de gestação. O citoplasma celular apresenta grande quantidade de glicogênio,
o que promove uma coloração acastanhada dessas células.
Essa característica não é exclusiva da gravidez, e pode ser observada também
na fase secretória do ciclo menstrual, devido aos altos índices de progesterona
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CITOLOGIA INFLAMATÓRIA
O TGF contém a vagina, que está com o meio externo, o que propicia o apare-
cimento de variadas infecções, as quais podem ser identificadas por sintomas
clássicos, como prurido, secreções fétidas ou não, dor e até mesmo sangramento
em casos mais crônicos.
Geralmente, o exame citológico é utilizado como forma de prevenção ao
câncer de colo de útero, mas também é muito utilizado para identificação de
processos inflamatórios e ainda ajuda a determinar a sua intensidade, bem como
o agente etiológico. A coleta recomendada é a tríplice, por meio da qual obtêm-se
amostras da ectocérvice, endocérvice e ainda da vagina.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a, 2012b), identificar a presen-
ça de agentes infecciosos não é indicativo de infecção, pois alguns agentes são
residentes, principalmente na região vaginal, e não provocam sintomatologia.
Na região da vagina, podemos citar como residentes as bactérias anaeróbicas,
como os lactobacilos, o Staphylococcos epidermidis e o Streptococcos viridans,
que não causam obrigatoriamente processos infecciosos. A maior ou menor sus-
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BACTERIANA
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FÚNGICA
Este tipo de infecção é responsável pela maioria dos casos de vaginite nas regiões
tropicais, sendo que mais de 80% deles são causados pela Candida albicans. A
infecção acomete a vulva, vagina e, às vezes, o colo uterino.
Figura 7 - Infecção por Candida albicans / Fonte: Adobe Stock ([2023g], on-line).
Descrição da Imagem: na ilustração, pode-se observar uma parte anatômica do corpo humano. Ao centro,
observa-se uma estrutura em formato de “T” em tons de vermelho e rosa claro, caracterizado pelo “trato
genital feminino”. Enfatiza-se a imagem inferior e ao centro, de tamanho médio, de forma ovalada e acha-
tada, em tons de vermelho com alguns pontos circulares brancos, caracterizados por “Candida albicans”.
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Grande parte das mulheres são portadoras assintomáticas, mas quando nota-
dos, os sintomas podem ser: secreção vaginal espessa e esbranquiçada, podendo
ter relato de prurido e ardência. Nos esfregaços, são notadas hifas e esporos re-
dondos, que podem se corar de vermelho ou marrom.
Figura 8 - Visão microscópica da candidíase (Candida albicans) em citologia de Papanicolau / Fonte: Adobe
Stock ([2023h], on-line).
Descrição da Imagem: na figura, observa-se um fundo mais claro, pouco nítido, com sobreposição de células
de tamanho médio, intercaladas em tons de azul e rosa claro, com estruturas circulares maciças em tons
mais escuros no interior. Ao centro da imagem, é possível observar estruturas pequenas ovaladas, em tons
mais escuros, unidas entre si, configurando hifas, característico de “Candida albicans”.
PROTOZOÁRIA
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VIRAL
A infecção pelo herpes genital é causada pelo vírus da Herpes simplex tipo 1
(HSV-1) e tipo 2 (HSC-2). Seus sintomas mais comuns são: febre, mialgia, vesí-
culas na pele ou nas mucosas genitais e indisposição. Essas vesículas regridem
espontaneamente em até quatro semanas e são recorrentes, porém, esse meca-
nismo ainda não está totalmente elucidado.
Citologicamente, temos o acometimento das células parabasais, metaplásicas
e ainda as endocervicais, com a identificação de citomegalia e cariomegalia.
Podem ser identificados ainda degeneração da cromatina, dando origem a
núcleos foscos de forma homogênea e ainda uma membrana celular mais espessa.
Outro ponto comum nessa infecção viral é a multinucleação, além de seu
citoplasma também denso e opaco, devido à desnaturação proteica e sua conse-
quente coagulação (BRASIL, 2012a).
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processo de reparo, ocorre evolução, para uma fibrose que vai promover as con-
dições normais do estroma, similares àquelas anteriores à lesão.
Nos esfregaços, o fundo pode apresentar hemácias, ainda que raras, e ex-
sudado inflamatório, fatos que geralmente não são identificados nos casos de
cânceres. As células em regeneração apresentam boa coesão em monocamadas
e com a mesma orientação nuclear. O citoplasma é pálido e basofílico com bor-
das indistintas. Como a reparação geralmente ocorre de forma rápida, é possí-
vel identificarmos mitoses e multinucleação, além de cromatina mais grosseira
(BRASIL, 2012a).
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Repetir citologia
em seis meses
Figura 9 - Conduta proposta pelo Ministério da Saúde para diagnósticos de ASC-US / Fonte: Brasil (2012a,
p. 117).
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Descrição da Imagem:a figura mostra um fluxograma em que os passos estão dentro de retângulos. No
topo, vê-se “repetir citologia em seis meses”, e desse retângulo partem duas setas. Do lado esquerdo, lê-se
a palavra “negativa”, em sequência “repetir citologia em seis meses”, a partir deste texto, há duas setas
com as opções “negativa” e “positiva: sugestiva de lesão igual ou mais grave”. Em sequência, a partir de
“negativa”, uma seta indica o texto “rotina”. Voltando no topo, à direita, há a indicação do texto “positiva:
sugestão de lesão igual ou mais grave”; na sequência, o texto “colposcopia”, do qual partem duas setas:
uma delas, à direita, indica o texto “com lesão”, que é seguido por “biópsia” e, por último, “recomendação
específica”; a outra, à esquerda, indica o texto “sem lesão”, que é seguido por “repetir citologia em seis
meses”. Deste texto, partem duas setas: uma para cima, indicando o texto “positiva: sugestiva de lesão
igual ou mais grave”; outra para baixo, indicando “rotina após duas citologias consecutivas negativas”.
Colposcopia
Conduta de acordo
com o novo laudo
citológico
Repetir citologia e
colposcopia em seis meses
Citologia sugestiva de
Após duas citologias Citologia sugestiva de lesão
lesão de igual grau ou
consecutivas negativas de baixo grau ou menos grave
mais grave
Figura 10 - Conduta proposta pelo Ministério da Saúde para diagnósticos de ASC-H / Fonte: Brasil (2012a,
p. 118).
Descrição da Imagem: a figura apresenta um fluxograma, no qual os passos estão dentro de retângulos.
No topo, está a “Colposcopia”, da qual partem duas setas: uma à esquerda, indicando o texto “com lesão”,
que é seguido por “biópsia” e “recomendação específica”; outra à direita, indicando o texto “sem lesão”,
que é seguido por “possibilidade de revisão lâmina”. Deste, partem duas setas: uma à esquerda, indicando
o texto “possível e altera o laudo”, que é seguido por “conduta de acordo com novo laudo citológico”; outra
à direita, indicando o texto “possível, mas não altera o laudo ou impossível”, que é seguido por “repetir
citologia e colposcopia em seis meses”. Deste último, partem três setas: à esquerda, indicando o texto
“após duas citologias consecutivas negativas”; ao centro, indicando o texto “citologia sugestiva de lesão
de baixo grau ou menos grave” e a última, à direita, indicando o texto “citologia sugestiva de lesão de igual
grau ou mais grave”.
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vírus humano (HPV). Observe a Figura 11, em que podem ser visualizadas célu-
las escamosas obtidas através de Pap Test, com provável contaminação por HPV.
Figura 11 - Células epiteliais escamosas anormais – critérios de HPV – lâmina citológica com esfregaço de
Papanicolaou / Fonte: Adobe Stock ([2023i], on-line).
Descrição da Imagem:na figura, observa-se um fundo em tons de rosa claro, com a presença de células me-
dianas, em tons de azul claro, com estrutura circular, densa e menor no interior das células. Em destaque,
ao centro da imagem, é possível observar uma célula com uma estrutura circular no seu interior um pouco
maior que as demais, assim como uma outra estrutura em seu interior, semelhante a um vacúolo.
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Os casos raros de câncer em que não são encontrados traços de infecção por
HPV poderiam ser explicados por participações de outros tipos de HPV não
identificados pelos testes moleculares empregados rotineiramente.
Dentre as manifestações clínicas mais prevalentes do HPV, tem-se a pre-
sença de condiloma acuminado – verrugas – em 30% dos casos, tanto na vulva
quanto no períneo. A infecção assintomática, em 70% dos casos, geralmente é
identificada em colposcopias, citologias e ainda histologias onde é encontrado o
DNA do vírus através de biologia molecular.
As lesões, quando existentes, podem ser evidenciadas através de exames col-
poscópicos, mediante a utilização de ácido acético. Outros métodos de diag-
nóstico também podem ser empregados para a detecção do HPV, entre eles, os
testes moleculares que detectam o DNA ou o RNA viral: southern blot, dot blot,
hibridização in situ e o PCR, este último considerado como a técnica mais sen-
sível para identificação do HPV.
A aplicação das vacinas contra o HPV no Brasil tem sido foco de várias
discussões, principalmente após a incorporação da vacina quadrivalente (HPV
6, 11, 16 e 18) e/ou bivalente (HPV 16 e 18) nos esquemas vacinais de pessoas
com idade acima de 9 anos.
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Displasia acentuada/
NIC 3 Alto Grau
carcinoma in situ
Quadro 1 - Sistema de classificação das lesões pré-cancerosas do colo uterino / Fonte: Brasil (2012a, p.
129).
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NOVOS DESAFIOS
Através destes conteúdos, foi possível compreender a importância de saber as
informações básicas do trato genital femino, pois traz diferentes tipos celulares
conforme o ciclo em que a mulher se encontra. Foi possível observar as células
em sua forma dentro da normalidade e também quando ocorrem alterações.
Mesmo tendo uma maior prevalência de amostras dentro da normalidade, é de
extrema importância que o profissional esteja apto para visualizar uma alteração
quando ela existir. Esse tipo de material será analisado em ambiente laboratorial
específico de citologia, outro ramo das análises que vem crescendo e muito.
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VAMOS PRATICAR
1. A herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex vírus. O contato com o vírus
ocorre ainda nos primeiros anos de vida, mas não necessariamente apresenta sinto-
mas. A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais
como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre
ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica, mesmo que esses
mecanismos ainda não estejam totalmente elucidados. Algumas pessoas têm maior pos-
sibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus,
nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite.
Sobre esse assunto e de acordo com os seus conhecimentos sobre essa infecção, disser-
te sobre as principais alterações citológicas desencadeadas por esse agente infeccioso.
2. O câncer de colo de útero é uma lesão, geralmente, invasiva intrauterina que possui
relação estreita com a infecção causada pelo HPV, o papilomavírus humano. Quando
essa infecção apresenta sintomas, podem ser observadas verrugas na mucosa da
vagina, do pênis, do ânus ou, ainda, da laringe e do esôfago. O câncer de colo do útero
é uma doença de progressão lenta e, em alguns casos, leva mais de dez anos para
desenvolver algum tipo de sintomatologia.
3. Os ovários são duas glândulas localizadas uma em cada lado do útero, abaixo das
trompas. Eles produzem os óvulos e, também, os hormônios sexuais femininos.
Assinale a alternativa que indica corretamente quais são os hormônios produzidos pelos
ovários:
a) Estrogênio e progesterona.
b) Estrogênio e testosterona.
c) Progesterona e testosterona.
d) Testosterona e hormônio estimulador das células intersticiais.
e) Estrogênio e hormônio estimulador das células intersticiais.
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VAMOS PRATICAR
4. O câncer do colo do útero é um problema grave de saúde que atinge muitas mulheres
no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro
tumor mais frequente na população feminina.
a) Existem diferentes tipos de HPV, e todos eles podem causar câncer de colo do útero.
b) Em seu estágio inicial, geralmente, o câncer do colo do útero não provoca sintomas.
c) A vacina contra HPV é recomendada para meninos e meninas.
d) O exame preventivo papanicolau auxilia no diagnóstico de câncer do colo do útero.
e) O câncer do colo do útero apresenta diferentes estágios, sendo que, no estágio IV,
pode-se observar metástase.
Que tipo de câncer apresenta relação direta com a infecção pelo HPV?
a) Câncer de mama
b) Câncer do colo do útero.
c) Câncer de intestino.
d) Câncer de pele.
e) Câncer de estômago.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
1. O Herpes simplex vírus pode causar alterações citológicas que podem ser observadas
em amostras citopatológicas de lesões causadas pelo vírus. As alterações citológicas
mais comuns incluem:
1 - Alterações nucleares: As células infectadas pelo Herpes simplex vírus podem apresen-
tar alterações nucleares, como aumento de tamanho e presença de inclusões nucleares.
Além disso, a cromatina pode aparecer mais condensada e o nucléolo pode estar ausente.
É importante ressaltar que essas alterações citológicas são inespecíficas e podem ser
observadas em outras infecções virais. Por isso, é necessário correlacionar as alterações
citológicas com outros dados clínicos, como sintomas e histórico médico, para confirmar
o diagnóstico de infecção pelo Herpes simplex vírus.
Em resumo, a infecção pelo Herpes simplex vírus pode causar alterações citológicas
como alterações nucleares, citoplasma eosinofílico, corpos de inclusão intranucleares e
intracitoplasmáticos e células gigantes multinucleadas. O diagnóstico da infecção pelo
vírus é realizado por meio da correlação das alterações citológicas com dados clínicos e
histórico médico.
2. O câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte entre mulheres em todo
o mundo, principalmente em países em desenvolvimento. A infecção pelo HPV é um dos
principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença. O HPV é um vírus se-
xualmente transmissível que pode ser transmitido por meio do contato íntimo, incluindo
o sexo vaginal, oral e anal.
O câncer de colo de útero é uma doença de progressão lenta, que pode levar anos para se
desenvolver. Durante esse período, podem ocorrer alterações celulares no colo do útero
que são detectadas por meio de exames preventivos, como o Papanicolau e o teste de
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
HPV. Esses exames permitem detectar a presença de células anormais no colo do útero,
o que pode indicar um risco aumentado de desenvolver câncer.
Além dos exames preventivos, é importante adotar medidas de prevenção, como o uso
de preservativos durante as relações sexuais e a vacinação contra o HPV. A vacinação é
recomendada para meninas a partir dos 9 anos de idade e para meninos a partir dos 11
anos de idade. A vacinação é uma medida segura e eficaz para prevenir a infecção pelo
HPV e, consequentemente, o desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Em resumo, o câncer de colo do útero é uma doença grave que pode ser prevenida e
tratada com sucesso quando detectada precocemente. A realização de exames preventi-
vos é fundamental para a detecção de alterações celulares no colo do útero que possam
indicar um risco aumentado de desenvolver câncer. Além disso, medidas de prevenção,
como o uso de preservativos e a vacinação contra o HPV, são importantes para reduzir
o risco de infecção pelo vírus.
3. Alternativa correta: A.
4. Alternativa correta: A.
5. Alternativa correta: B.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 5
TEMA DE APRENDIZAGEM 8
CITOLOGIA DO TRATO
GENITAL FEMININO II
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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ESFREGAÇOS CERVICOVAGINAIS
Técnica e Objetivos
Descrição da Imagem: fotografia de George Papanicolaou em preto e branco. Senhor na faixa etária de
60 anos, com cabelo e bigode escuro, olhos em tons escuros, expressão séria e atenta. Está em ambiente
laboratorial, sentado em uma cadeira, de frente para um microscópio, vestindo camisa e jaleco branco,
gravata pequena e escura. Com sua mão esquerda, está segurando uma lâmina na altura dos seus olhos.
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E U IN D ICO
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E U IN D ICO
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E U IN D ICO
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PROCEDIMENTOS PRÉ-COLETA
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PROCEDIMENTOS DE COLETA
Figura 2 - Lâmina para esfregaços cervicovaginais / Fonte: Envato Elements ([2023a], on-line).
Descrição da Imagem: na fotografia tomada durante o dia e na altura de um observador humano, pode-se
ver uma mulher, ao centro da imagem, com óculos de proteção, segurando em ambas as mãos uma lâmina
transparente. As mãos estão cobertas por luvas de proteção em tom de azul. À esquerda, é possível observar
parte de um aparelho microscópio.
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada durante o dia e na altura de um observador humano, pode-se
observar uma mulher, à direita da imagem, em ambiente laboratorial, com máscara de proteção, cabelo
preso, segurando em ambas as mãos um objeto não possível de identificar. As mãos estão cobertas por
luvas de proteção em tom de azul. À esquerda, é possível observar potes de vidro com líquidos de diversas
cores sobre uma mesa.
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Figura 4 - Coleta de amostras para execução da técnica de Papanicolaou / Fonte: Vida Wellness and Beauty
Center ([2023], on-line).
Descrição da Imagem: na ilustração, pode-se observar uma parte do corpo humano à direita, com simulação
de um profissional na realização de um procedimento. No canto inferior esquerdo, é possível observar
uma estrutura círculo, média, de tom rosado com uma espécie de cotonete encostando no centro. No lado
inferior esquerdo, é possível observar um objeto em formato de cotonete com haste longa em azul claro e
ponta oval e achatada, em tons de rosa.
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PROCEDIMENTOS PÓS-COLETA
Como já dito, a lâmina com o esfregaço deve ser conservada em etanol 95%,
imersa nele ainda úmido, onde deverá permanecer até o momento do preparo –
coloração – e posterior análise. O tempo máximo que o esfregaço deverá perma-
necer na solução conservante, de acordo com a literatura, é de até duas semanas
(prazo máximo), conforme aponta o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a).
O método de coloração desenvolvido por Papanicolaou sofreu várias adapta-
ções e deve ser realizado conforme preconizado no laboratório de citopatologia,
no qual a amostra será analisada (KOSS; GOMPEL, 2014; BRASIL, 2012a, 2012b).
Após o processo de coloração, é necessário realizar a montagem dos esfre-
gaços citológicos e para tal, é aplicada uma resina, geralmente o xilol, para
conseguir a adesão da lamínula à lâmina.
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Mas o que deve ser feito antes da análise efetiva (leitura) da amostra? Vamos
ao passo a passo:
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• Identificação da paciente.
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A P RO F UNDA NDO
Você sabe o que são adenocarcinomas? Já ouviu falar nesse termo? Para o
Ministério da Saúde (BRASIL, 2012a, 2012c), os adenocarcinomas são, his-
tologicamente, tumores que mimetizam a aparência das células glandulares
endocervicais. Essas neoplasias infiltram-se no estroma do colo do útero
com forma glandular, que podem ter formas e tamanhos variados, e ainda,
podem apresentar projeções em formatos de papilas na superfície e dentro
de glândulas já existentes na região acometida.
Descrição da Imagem: na ilustração, podemos observar sete figuras de epitélios. Na primeira linha, da es-
querda para a direita uma figura mais plana com morfologia de células maiores, representando o epitélio
“Simples escamoso”. Ao centro, está representado o epitélio “Simples cúbito”, com morfologia de células
menores, em cubos com núcleo centralizado. E por último, à direita, está representado o epitélio “Simples
colunar”, com morfologia celular mais alongada e fina, com núcleos mais achatados. Na segunda linha, da
esquerda para a direita, está representado o epitélio “Estratificado escamoso”, com morfologia celular com
diversas camadas, em diferentes formatos. Ao lado, está representado o epitélio “Estratificado cúbico” com
morfologia de células cúbicas e núcleos centrais. Após, está representado o epitélio “Pseudoestratificado
colunar” com morfologia de células colunares e núcleos mais achatados. E por último, à direita, está re-
presentado o epitélio “Transitorial” com morfologia celular em camadas, com formatos cúbicos, circulares
e alongadas.
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ADENOCARCINOMAS CERVICAIS
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• Adenocarcinoma mucinoso (70% dos casos) – que pode ser de cinco tipos:
endocervical, intestinal, de células em ‘anel de sinete’, de desvio mínimo e
ainda viloglandular.
• Adenocarcinoma seroso.
• Adenocarcinoma mesonéfrico.
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ADENOCARCINOMAS ENDOMETRIAIS
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Figura 6 - Fases do período menstrual: acontecimentos nos ovários e útero de acordo com o ciclo hormonal
/ Fonte: Mundo Educação ([2023], on-line).
Descrição da Imagem: na ilustração, pode-se observar que o ciclo menstrual está dividido em fases. De cima
para baixo, à esquerda, está representada a fase folicular, que vai do primeiro ao 14º dia do ciclo, constituída
pela menstruação e fase proliferativa, na qual o folículo vai crescendo com o passar dos dias. No 14º dia,
está representada a ovulação, com liberação do ovo; à direita desta marca, está representada a fase lútea,
com presença de corpos que vão alterando de tamanho e forma. Esta fase, que vai do dia 14º ao 28º dia,
está constituída pela fase secretora. Na parte inferior da imagem, é possível observar, anatomicamente,
como se apresentam as fases do ciclo. Da esquerda para a direita, observa-se a presença de corpo albicans
na fase de menstruação. Ao lado, há a presença do folículo em crescimento, com endométrio íntegro; após,
observamos a ovulação e por último, corpo lúteo e ovócito.
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Agora que conhecemos a estrutura básica fisiológica das células glandulares en-
dometriais, passaremos às características consideradas “anormais”, pois elas
são consideradas por muitos estudiosos na área como características de difícil
identificação quando comparadas às alterações apresentadas pelas células cer-
vicais, tanto que existe uma classificação específica para os casos em que não se
consegue subclassificar: “sem outra especificação e provavelmente neoplásica”,
situação que não ocorre com as células cervicais.
Diante dessa situação, e conferindo a ela a importância que merece, as células
atípicas, ou suas coleções endometriais, apresentam, geralmente, as seguintes
características:
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Tecido saudável
Divisão celular
Célula
normal
Alterações
genéticas Tumor
maligno
Du na
pli ge Divisão da
caç erí
ã o d a célula ca n c célula cancerígena
Descrição da Imagem: a figura apresenta dois ciclos celulares. A imagem está dividida ao meio, de forma
horizontal. Do meio para cima, está representado o desenvolvimento celular normal, no qual há uma célula
circular, em tom de rosa e núcleo denso e mais escuro no interior, dela parte uma seta para cima, a qual indica
o texto “divisão celular”, com morfologia celular circular encapsulada em par. A partir desta parte outra seta,
indicando quatro células de mesma morfologia. A partir desta, parte outra seta em curva, indicando tecido
saudável, com morfologia com diversas células cúbicas, organizadas uma ao lado da outra e com núcleo
central. Do meio para baixo, está representado o crescimento anormal de células, do qual parte uma seta
em forma de curva, indicando o texto “alterações genéticas”, com morfologia celular circular, com borda
irregular, em tom de azul; desta parte outra seta, indicando o texto “duplicação da célula cancerígena”, em
que as células vão aumentando em quantidades, até a última seta, que indica texto “tumor maligno”, com
morfologia em arranjo, com sobreposição e não organizadas.
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INICIAÇÃO
os genes ficam sob influência dos agentes cancerígenos, que provocam as alter-
ações celulares, mas, neste momento, ainda não é possível identificar o tumor.
Podemos dizer que neste estágio as células estão iniciadas ou mesmo prepara-
das para o desenvolvimento tumoral.
PROMOÇÃO
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PROGRESSÃO
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mutação
quimioterapia
células-tronco de
câncer refratário
tumor primário tumor de recidiva
C
fuga de
células
tumorais
células-tronco de
câncer metastático Metastases
tumor primário
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Descrição da Imagem: representação dos estágios do câncer de ovário. Da esquerda para a direita, podemos
observar uma figura do trato genital feminino, representando o estágio I do câncer, indicando o texto “o
câncer está confinado aos ovários”, apresentando morfologia alterada nos ovários. Ao lado, está represen-
tado o estágio II, indicando o texto “o câncer está em um ou ambos os ovários e se espalhou para a região
pélvica”, trazendo uma alteração ainda maior na morfologia.
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Em sequência, está representado o estágio III, indicando o texto “o câncer está em um ou ambos os ovários,
e o câncer se espalhou para o revestimento do abdome ou para os gânglios linfáticos na parte posterior
do abdome”, trazendo uma morfologia com alterações que se espalham por outros tecidos. E por último,
o estágio IV, o qual indica o texto “o câncer metastatizou para locais distantes ou outros órgãos fora do
abdome e da região pélvica”, apresentando morfologia alterada em outros órgãos.
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Estudos recentes afirmam que a LBC (citologia realizada em meio líquido) apre-
senta um desempenho melhor que aquele apresentado pela CC (Técnica Ci-
tológica Convencional), apresentando sensibilidade maior na identificação
de lesões. Vários pesquisadores da área afirmam ainda a maior sensibilidade
para detecção de lesões nos casos de ASC (Alterações em Células Escamosas
de significado indeterminado) e melhor efetividade no diagnóstico de lesões de
alto grau e ainda naquelas glandulares.
A LBC pode ser realizada através de técnicas automatizadas e não automa-
tizadas, entre elas:
THINPREP
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LIQUI-PREP
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NOVOS DESAFIOS
A partir deste conteúdo, foi possível compreender a importância que a citologia
do trato genital feminino tem, tanto para análise e diagnósticos, como também
como prevenção, principalmente do câncer do colo do útero.
É sabido o tamanho da responsabilidade que um profissional tem ao analisar
uma lâmina, assim como também é de extrema importância contar com profis-
sionais capacitados para realizar a coleta e a confecção do esfregaço, pois uma
vez que a amostra não é satisfatória, ela trará prejuízos para esse diagnóstico.
Caro(a) aluno(a), esteja sempre em busca de atualizações, informe-se, e se
for de sua competência, explique aos profissionais responsáveis pela coleta, o
quanto isso fará a diferença, pois o trabalho em equipe facilita e favorece sempre
nos diagnósticos corretos.
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VAMOS PRATICAR
Fonte: https://www.abc.med.br/p/cancer/353604/adenocarcinoma+o+que+e+quais+-
sao+as+causas+e+os+sintomas+como+sao+feitos+o+diagnostico+e+o+tratamento.
htm. Acesso em: 2 maio 2023.
Após ler atentamente o texto, explique, com suas palavras e com a maior riqueza de
detalhes possível, o que são adenocarcinomas.
3. “Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas
que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos
adjacentes ou órgãos à distância.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando
começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas.
Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem,
são chamados sarcomas”.
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VAMOS PRATICAR
Como se chama o processo em que um câncer se espalha para além do local de surgi-
mento?
a) Reação tumoral.
b) Metástase.
c) Translocação
d) Neoplasia.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Um dos fatores de risco para o câncer de colo uterino é o histórico de infecções sexual-
mente transmissíveis, sendo comprovada essa relação por vários estudos epidemiológicos
realizados no Brasil. Dessa forma, tem crescido o interesse na utilização do exame pre-
ventivo do câncer de colo uterino para o reconhecimento de infecções cervicovaginais
como uma importante alternativa diagnóstica”.
Fonte: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2013/02_BIO-
MEDICINA.pdf. Acesso em: 2 maio. 2022.
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VAMOS PRATICAR
III. Logo após o nascimento, o esfregaço vaginal da lactante apresenta aspecto idêntico
ao observado no esfregaço materno, caracterizado pelo predomínio de células interme-
diárias e superficiais.
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I e III, apenas.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
A importância desse exame se dá pelo fato de que o câncer de colo do útero é uma doença
de progressão lenta, que pode levar anos para se desenvolver. Porém, quando detectado
em estágios iniciais, as chances de cura são altas e os tratamentos menos invasivos, o
que aumenta a qualidade de vida da paciente.
O exame de Papanicolau é indicado para mulheres a partir dos 25 anos e deve ser reali-
zado anualmente, exceto em casos específicos orientados pelo médico, como quando a
paciente apresenta resultados normais em exames anteriores. Além disso, é importante
que as mulheres realizem também a vacinação contra o HPV, pois este vírus está rela-
cionado a cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero.
3. Alternativa correta: B
4. Alternativa correta: C
5. Alternativa correta: C
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REFERÊNCIAS
ALÉM DAS AULAS. [Sem título]. [2023]. 1 ilustração. Disponível em: https://alemdasaulas.
files.wordpress.com/2014/10/cancro.jpg. Acesso em: 24 abr. 2023.
BBC. [Sem título]. 2019. 1 fotografia. Disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/800/
cpsprodpb/4D15/production/_106933791_gettyimages-515213134.jpg. Acesso em: 24 abr.
2023.
BRASIL. Inca. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca, 2019.
Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/esti-
mativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
BRASIL. Inca. Manual de gestão da qualidade para laboratório de citopatologia. Rio
de janeiro: Inca, 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/manuais/ma-
nual-de-gestao-da-qualidade-para-laboratorio-de-citopatologia. Acesso em: 25 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de referência 1: citopatologia ginecológica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2012a. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
tecnico_citopatologia_caderno_referencia_1.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de referência 2: citopatologia não ginecológica.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012b. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi-
cacoes/tecnico_citopatologia_caderno_referencia_2.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de referência 3: técnicas de histopatologia. Brasília:
Ministério da Saúde, 2012c. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
tecnico_citopatologia_caderno_referencia_3.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
CICLO menstrual. Mundo Educação, [s. l.], [2023]. Disponível em: https://mundoeducacao.
uol.com.br/sexualidade/ciclo-menstrual.htm. Acesso em: 24 abr. 2023.
CONSOLARO, M. E. L.; MARIA-ENGLER, S. S. Citologia clínica cervicovaginal: texto e atlas.
São Paulo: Roca, 2014.
ENVATO ELEMENTS. [Sem título]. [2023a]. 1 fotografia. Disponível em: https://elements.en-
vato.com/pt-br/female-scientist-examining-a-human-sample-on-a-mic-T5EQRZ2. Aces-
so em: 24 abr. 2023.
ENVATO ELEMENTS. [Sem título]. [2023b]. 1 fotografia. Disponível em: https://elements.en-
vato.com/pt-br/close-up-photo-of-medical-stuff-and-doctor-in-the--GPLUXUN. Acesso
em: 24 abr. 2023.
FERNANDES, M. G. Práticas de biologia celular. Dourados: Editora UFGD, 2017. (Coleção
Cadernos Acadêmicos). Disponível em: https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/pre-
fix/3103/1/praticas-de-biologia-celular.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
JUNQUEIRA, L. C. U; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
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REFERÊNCIAS
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MEU ESPAÇO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
GESTÃO DA QUALIDADE EM
LABORATÓRIO DE CITOLOGIA
CLÍNICA
FABIANE HORBACH RUBIN
MINHAS METAS
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P L AY N O CO NHEC I M ENTO
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SISTEMAS DE MONITORAMENTO
Devemos ter clara a ideia de que o rastreamento do câncer de colo de útero deve
ter seu curso baseado na progressão natural da doença, sendo imprescindí-
vel a sua identificação ainda no advento das lesões precursoras (HSIL – lesões
intraepiteliais escamosas de alto grau – e, de AIS – adenocarcinoma in
situ) que são passíveis de tratamento impedindo suas respectivas evoluções até
o estabelecimento do câncer propriamente dito.
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• Testes de proficiência.
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MONITORAMENTO INTERNO
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possam implementar ações corretivas com o objetivo de sanar tais não confor-
midades.
Outro ganho com MIQ é o melhoramento e aprimoramento do corpo
técnico e, por consequência, um atendimento de maior qualidade aos pacientes.
Podem ser citados entre os principais MIQs, além daqueles já citados no item de
monitoramento:
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desde o momento da recepção das amostras para análise até o arquivamento das
lâminas e laudos clínicos. No MQ, é possível encontrar descritos os requisitos de
MIQs, além daqueles de MEQs, adotados no âmbito laboratorial.
O MQ deve ser o ‘retrato da qualidade’ da organização, refletindo as
padronizações e requisitos necessários para se atingir os melhores padrões de
qualidade dentro da instituição analítica. Cada uma dessas ferramentas é criada
especificamente para aquela instituição, respeitando sempre suas nuances, tradi-
ções e particularidades, e após criadas, devem ser divulgadas aos colaboradores
acompanhadas sempre de treinamentos e atualizações. Além disso, todos
esses documentos/ferramentas devem sempre ficar ao alcance de todos os envol-
vidos, aptos a sanar quaisquer dúvidas que possam surgir durante a rotina laboral
(BRASIL, 2012a, 2012b, 2012c, 2016).
A Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Preco-
nizadas, republicada em 2012, fruto da parceria do Ministério da Saúde com
o Inca, tornou obrigatório termos, formulários e checlists em todo o território
nacional, contribuindo muito com a padronização das rotinas laboratoriais,
principalmente daqueles que atendem a rede SUS (BRASIL, 2019).
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T E MA D E APRE N D IZAGEM 9
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Descrição da Imagem: na fotografia tomada por observador humano, pode-se observar uma caixa entrea-
berta à esquerda, fina, quadrada em tons de marrom claro, contendo em seu interior objetivos retangulares,
transparentes, representando lâminas de vidro.
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• Análises interlaboratoriais.
MONITORAMENTO EXTERNO
Quando pensamos nos MEQs, temos que ter em mente a revisão dos esfregaços
realizados em uma instituição por outra, desde que devidamente certificada
para isso, ou seja, um primeiro laboratório citológico recebe, processa e analisa a
amostra (BRASIL, 2016). Um segundo refaz todos os procedimentos analíticos
fazendo a revisão do exame. É importante deixar claro que mesmo um laboratório
sendo certificado para reanálise nunca poderá reavaliar suas próprias amostras!
Sempre se faz necessária uma segunda instituição para proceder ao monitora-
mento externo. O laboratório que realiza a primeira análise é chamado de tipo I,
e o laboratório responsável pela reanálise ou monitoramento externo é chamado
de tipo II. Em municípios menores, caso não exista uma segunda instituição
tipo II, deverá proceder o encaminhamento das amostras para outro estado ou
município de referência para a conclusão do monitoramento.
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mesma base tecnológica de hoje, com execuções bem manuais, o processo de-
manda uma grande perícia, habilidade e competência técnica do analista citopa-
tológico em meio a tantas variabilidades fisiológicas e patológicas.
O sucesso das análises está estritamente relacionado ao conhecimento, com-
petência técnica e, sem dúvida, com uma boa formação profissional. Esses são
os pilares fundamentais da qualidade em qualquer instituição ou organização.
Nesse sentido, os programas de atualizações, educação continuada e treinamen-
tos são sempre muito bem-vindos quanto à melhoria técnica dos profissionais
envolvidos na prática analítica, principalmente.
Pode-se dizer que a certificação de qualidade das instituições analíticas é
uma terceira forma de se garantir a qualidade, ficando atrás somente dos MIQs
e MEQs. O processo de certificação é conduzido por profissionais qualificados e
habilitados para tal, após uma série de auditorias – verificações documentais e vi-
sitas na planta laboratorial, em suas diversas áreas institucionais, com o intuito de
se verificar a adequabilidade dos processos e condutas em relação aos preceitos e
requisitos exigidos pela BPLC (Boas Práticas em Laboratórios Clínicos). Quando
todos os requisitos são atendidos a contento, tem-se a provação dos processos e
padrões técnicos, conferindo ao laboratório um selo de qualidade e este torna-se
apto a desempenhar a prestação de serviços de saúde com qualidade.
Uma certificação bastante cobiçada e almejada pelas instituições, atualmente,
é a certificação ISO (International Organization for Standardization) – ou
Organização Internacional de Padronização. Trata-se da maior instituição
certificadora que avalia os requisitos e padrões técnicos baseados na família da
ISO 9000, 17000 e 15000. É uma instituição não governamental, fundada na dé-
cada de 1940, que possui como principal objetivo a promoção dos parâmetros
de qualidade no comércio internacional.
A normatização das atividades, e posterior certificação, facilita, e muito, o
comércio internacional de bens e serviços além de abrir portas de cooperação,
tecnológica, profissional, intelectual e econômica, no cenário mundial.
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NOVOS DESAFIOS
A partir deste tema de aprendizagem, foi possível compreender o quão impor-
tante é a gestão da qualidade dentro do ambiente laboratorial. Através dela, é
possível minorar os erros, agilizar processos e liberação de laudos, aumentar a
credibilidade por meio de acreditações específicas.
Também foi possível entender que não tem mágica, são processos que devem
ser seguidos, instruindo e capacitando os profissionais para desenvolverem as
orientações da melhor forma possível.
Isso é encontrado em qualquer ambiente laboratorial, principalmente, no
ramo da citopatologia.
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2. Vários tipos de controles devem ser adotados pela instituição com a finalidade de ga-
rantir um nível de excelência em qualidade.
Fonte: https://www.qconcursos.com/questoesde-concursos/questoes/c6ce9570-06.
Acesso em: 30 jun. 2022.
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detectar alterações que indicam a presença nas células do HPV (vírus do papiloma hu-
mano), o mais importante agente causador do câncer do colo uterino.
( ) O rastreamento do câncer de colo de útero deve ter seu curso baseado na progressão
natural da doença.
( ) Os laboratórios de citopatologia somente podem liberar os laudos citopatológicos
com, no mínimo, 30 dias.
( ) O exame de Papanicolaou é extremamente efetivo na prevenção de lesões intrae-
piteliais, de carcinomas e de adenocarcinoma, quando realizados em um período de
tempo menor que cinco anos.
a) V, F, F.
b) V, F, V.
c) F, V, F.
d) F, F, V.
e) V, V, F.
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7 - Melhoria contínua: a certificação ISO não é um fim em si mesma, mas sim um processo
contínuo de melhoria. Os laboratórios certificados tendem a continuar aprimorando seus
processos e serviços ao longo do tempo, o que pode levar a resultados ainda melhores.
1 - Controle interno: Esse tipo de monitoramento é realizado pela própria instituição, uti-
lizando seus próprios recursos e ferramentas. É uma forma de garantir a conformidade
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3 - Controle estatístico de processos (CEP): O CEP é uma ferramenta que utiliza técnicas
estatísticas para monitorar e controlar os processos de produção ou serviços. Ele permi-
te identificar variações nos processos, antecipar possíveis problemas e tomar medidas
preventivas. O CEP pode ajudar a instituição a melhorar a eficiência, a reduzir custos e a
aumentar a satisfação dos clientes.
3. Alternativa correta: C.
4. Alternativa correta: D
5. Alternativa correta: A
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REFERÊNCIAS
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