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CITOESQUELETO E JUNÇÕES CELULARES:

Natália Cunha Fernandes Guimarães

➢ Introdução:
• Composição principal – todos se organizam em estruturas helicoidais:
Actina/microfilamentos: determinam forma; locomoção; conduzem a divisão
celular. Predominantes no córtex celular; sustentam as microvilosidades;
participam da ancoragem de células pelas junções celulares
Microtúbulos: posicionamento das organelas; transporte intracelular;
formação do fuso mitótico; formação dos cílios. Formados por tubulina.
Filamentos Intermediários: resistência mecânica; sustentação do envelope
nuclear. Para fornecer tanto força quanto estabilidade (estabilidade térmica)
os microtúbulos são constituídos por 13 protofilamentes, que se associam
umas às outras lateralmente, formando o cilindro oco.
• Proteínas acessórias: controlam a polimerização do citoesqueleto; movem os
filamentos ou organelas ao longo deles (proteínas motoras)
• O citoesqueleto é importante para manter a polaridade da célula, distribuindo
seus elementos internos assimetricamente.
• Os filamentos são polimerizados a partir de pequenas subunidades proteicas.
Isso facilita a dinamicidade e rapidez com que os filamentos se organizam.
Para isso, suas interações também são por ligação não covalentes fracas. Os
microtúbulos e os filamentos de actina são formados por subunidades
globulares, enquanto os filamentos intermediários são formados por
subunidades alongadas e fibrilares.
• As subunidades de actina e microtúbulos se organizam segundo uma
polaridade, elas também são capazes de hidrolisar fontes de energia para se
agrupar ou desagrupar.
• Proteínas acessórias: se ligam aos filamentos ou a suas subunidades para
determinar o local da polimerização de novos filamentos, para regular a
distribuição de proteínas poliméricas na forma de filamento ou subunidade,
para modificar a cinética da polimerização e da dissociação dos filamentos,
para acoplar energia para gerar força e para ligar filamentos uns aos outros ou
a estruturas celulares. Essas proteínas funcionam a partir de sinalização
celular.
➢ ACTINA:
• Composta por subunidades globulares chamadas de actina globular ou actina
G. Existem 3 tipos: alfa-actina é expressa apenas nas células musculares,
enquanto a beta e a gama-actina são encontradas, em conjunto, em quase
todas as células não musculares. Ao se unirem, as subunidades formam a
actina F (filamentosa). Dentro do filamento, as subunidades estão
posicionadas com sua fenda de ligação a nucleotídeos (energia) direcionada
para a extremidade menos, já a extremidade mais se une a outra subunidade.
• Como as subunidades de actina possuem polos, os filamentos são formados
em duas extremidades: uma extremidade menos/extremidade da ponta de
crescimento lento e uma extremidade mais/extremidade da pena de
crescimento mais rápido.
Concentração crítica: quando a *Assim como o crescimento da extremidade + é mais veloz, sua
taxa de adição se iguala a taxa de dissociação também é mais rápida. Isso se deve a conformação do
dissociação. monômero, veja:

Para efeito máximo, as proteínas


que se ligam lateralmente a
filamentos de actina revestem
completamente o filamento e,
portanto, devem estar presentes
em grande quantidade.

• Nucleação do filamento de actina: quando um filamento de actina vai ser


formado as subunidades formam um agregado inicial chamado de núcleo, o
qual será estabilizado pelo contato com outras subunidades, com essa
estabilização pode sofrer crescimento. Essa fase de nucleação é importante
para a célula definir onde novos filamentos de actina deverão ser formados.
Nucleação ou fase de retardo -> Alongamento ou fase de crescimento (as
associações ocorrem mais rapidamente que dissociações) -> Fase estacionária
ou de equilíbrio (a taxa de associação e dissociação é semelhante).
A associação entre os glóbulos de actina ocorre na forma de trímeros.
A nucleação é uma barreira cinética para a polimerização da actina
Proteínas de nucleação: aproximam várias subunidades de actina para formar
ponto de nucleação. Essa nucleação, normalmente, é catalisada pelo complexo
Arp 2 e Arp3 ou pelas forminas.
✓ Arp (proteína relacionada a actina): esse complexo provoca a
nucleação do
crescimento na
extremidade menos.
Esse complexo pode,
também, se ligar
lateralmente a um
outro filamento de
actina, ainda
permanecendo ligado à
extremidade menos do
filamento que
inicialmente nucleou,
dessa forma dando
origem a filamentos
individuais organizados
em uma rede
ramificada.
**O complexo Arp
também pode realizar
uma espécie de
capeamento na
extremidade menos,
quando permanece
ligado a essas
extremidades.
✓ A formina
promove o crescimento
linear do filamento de
actina, ligando-se à
extremidade + e
adicionando dois monômeros a essa extremidade recém nucleada.

• Energia: existem 2 tipos de filamentos: sob a “forma T” referente ao


nucleotídeo ligado (ATP) e outro sob a “forma D” também referente ao
nucleotídeo ligado (ADP). Em determinadas concentrações de subunidades
livres, os polímeros de forma D sofrerão encurtamento, enquanto os
polímeros de forma T estarão em crescimento. Quando o nucleotídeo é
hidrolisado isso promove uma redução de afinidade que favorece sua
dissociação.
• Rolamento ou movimento estacionário: quando a taxa de associação e
dissociação em ambos os lados do polímero é a mesma.
• As funções dos filamentos de actina são inibidas tanto por estabilizadores
quanto por desestabilizadores.
• Proteínas de ligação ao filamento (pode ser lateralmente ou na extremidade):
✓ Timosina: substância da célula usada para bloquear a polimerização
dos monômeros de actina. Somente permitindo esse processo quando
necessário.
✓ Profilina: favorece a polimerização da actina, bloqueando a
extremidade – dos monômeros e expondo a extremidade +.
✓ Tropomiosina: se liga lateralmente ao filamento, e promove a
estabilização e enrijecimento do filamento. Pode impedir que a actina
interaja com outras proteínas.
✓ Proteínas de capeamento: se ligam a extremidade mais, tornando-o
inativo a fim de reduzir as taxas de crescimento ou despolimerização.
✓ Tropomodulina: estabiliza e capeia os filamentos de actina de “vida
longa”. No entanto, também tem a capacidade de capear
transitoriamente.
✓ Gelsoina: proteínas que clivam os filamentos de actina em muitos
menores. Isso pode acelerar a despolimerização ou, ainda, formar
partes menores que irão se nuclear e formar novos filamentos. Essas
proteínas são ativadas por níveis elevados de cálcio.
✓ Fator de despolimerização da actina ou cofilina: realizam a torção dos
filamentos de actina, desestabilizando-o. Essa proteína se liga
preferencialmente à actina ligada a ADP, isso é as subunidades mais
“antigas”.
Os filamentos de actina podem ser protegidos da ação da cofilina por
ligação à tropomiosina. Assim, a dinâmica da actina em diferentes
regiões subcelulares depende do equilíbrio entre as proteínas
acessórias de estabilização e de desestabilização.
✓ Proteínas de enfeixamento: se associam aos filamentos de actina em
um arranjo paralelo.
✓ Proteínas formadoras de gel: mantem dois filamentos de actina
associados em um grande ângulo em relação ao outro, formando uma
malha mais solta.
✓ Miosina II: proteína motora que permite a contração das fibras de
tração e de outros arranjos contráteis.
✓ Fimbrina: realiza o empacotamento dos filamentos de actina, além
disso impede a ligação com a miosina II evitando a contratilidade dos
filamentos.
✓ Alfa-actinina: promove a interação de feixes de actina com polaridade
oposta. Permite a ligação da miosina II e a contratibilidade dos feixes.
✓ Filamina: realiza a formação de uma rede frouxa e extremamente
viscosa pela união de dois filamentos de actina em ângulos
praticamente retos. Essa proteína é importante na formação dos
lamelipódios. Podem também funcionar como estruturas de
sinalização ao conectar outras proteínas com os filamentos de actina.
Importante na migração neuronal. Sua mutação pode causar
heterotropia periventricular.
Espectrina: presente nos eritrócitos abaixo da membrana plasmática.
Forma uma teia bidimensional que se conecta com a membrana
plasmática. A rede resultante cria um córtex celular forte, porém
flexível, que fornece suporte mecânico para a membrana plasmática,
permitindo que os eritrócitos retornem à sua forma original após
espremerem-se através de um capilar.
✓ Ezrina, radixina e moesina: proteínas que organizam o córtex celular
ligando-se simultaneamente a proteínas transmembrana e a proteínas
do citoesqueleto. Também atuam nas vias de transdução de sinais. A
moesina também aumenta a rigidez cortical para promover o
arredondamento da célula durante a mitose.
✓ Nebulina: é uma proteína molde que determina o comprimento dos
filamentos de actina nos sarcômeros.

➢ MIOSINA E ACTINA:
• Miosina II (referente a duas cabeças): formada por duas cadeias pesadas e
duas cadeias leves. As cadeias pesadas se enroscam formando uma estrutura
torcida. Cada cadeia pesada possui um domínio globular (cabeça), geradoras
de força. Já as caudas se associam com outras caudas de miosina formando
um filamento espesso. Cada cabeça da miosina se liga ao ATP e é capaz de
hidrolisá-lo, usando a energia dessa hidrólise para se deslocar a extremidade +
do filamento de actina.
As cabeça possuem uma orientação oposta nesse filamento espesso, isso
facilita o deslizamento pelos filamentos de actina em direções opostas,
contraindo o músculo.
As cabeças de miosina possuem um “braço de alavanca” que promover
alterações conformacionais que se ligam a um ponto da actina, as puxam, se
soltam, se ligam a outro ponto. Promovendo um ciclo, como puxar de uma
corda.
**A miosina sempre se move para a extremidade + da actina.
• Miofibrilas: são os elementos contráteis básicos da
célula muscular. Ela consiste em uma cadeia de
sarcômeros.
Filamentos delgados: compostos de actina e
proteínas associadas. Se ligam por sua extremidade
+ ao disco Z.
Filamentos espessos: são bipolares e formados por
miosina II.
O encurtamento do sarcômero se dá pelo
deslizamento dos filamentos de miosina sobre os
filamentos de actina, sem que ocorra modificação
nos tamanhos desses filamentos.
• Contração muscular: quando a membrana
plasmática recebe o sinal da célula nervosa, isso
provoca uma despolarização que é levada para toda
a célula através de túbulos transversais chamados de túbulos T. Esses túbulos
T se estendem para o interiror da membrana plasmática em torno de cada
miofibrila. O sinal é então transmitido para o retículo sarcoplasmático, um REL
modificado em forma de teia que envolve a miofibrila. Esse retículo
sarcoplasmático libera cálcio para o citosol o que promove a contração
muscular, através do seguinte esquema:

Depois de liberado no citosol, o cálcio retorna rapidamente para o interior do


retículo sarcoplasmático através de uma bomba de cálcio controlada por ATP.
Sem a presença do cálcio, a miosina volta para sua posição inicial. Ou seja, a
contração muscular gasta muito ATP. Tanto na modificação da miosina,
quanto no bombeamento de cálcio.
✓ Tropomiosina: proteína alongada que se liga aos sulcos das alfa hélice
de actina.
✓ Troponina: possui 3 poipeptídeos–troponina de ligação ao cálcio (C),
troponina de inibição (I) e sítio de ligação a tropomiosina (T). A
troponina I se liga tanto a troponina T quanto actina. O complexo I-T
impede a ligação da cabeça da miosina com a actina. Quando o nível
de cálcio é elevado, a troponina C faz a troponina I se desconectar da
actina, isso faz com que a tropomiosina volte a posição normal,
liberando o sítio de ligação entre a miosina e a actina.

• Contração no músculo liso: as células musculares lisas não expressam


troponina. Então, os níveis elevados de cálcio intracelular regulam a contração
por um mecanismo dependente de calmodulina. A calmodulina se liga ao
cálcio e ativa uma cinase presente na cadeia leve da miosina (MLCK). Isso leva
a fosforilação de uma das duas cadeias leves. Quando a cadeia leve é
fosforilada, a cabeça da miosina pode interagir com filamentos de actina e
provocar a contração; quando ela é desfosforilada, as cabeças de miosina
tendem a dissociar da actina, ficando em um formato inativo (enovelado).
• Algumas células não musculares também realizam contração por um sistema
de fosforilação da miosina. Esses feixes de contração podem fornecer suporte
mecânico para a célula, formando fibras de tração que resultam nas junções
celulares: adesões focais, cinturões circunferenciais, junções aderentes. A
contração também é importante para a citocinese da divisão celular e para o
movimento de migração de células.
• Miosina I: envolvida na sustentação das microvilosidades, bem como em
alguns processos de endocitose.
Miosina V: envolvida no transporte de organelas ao longo dos filamentos de
actina, pois possui uma estrutura de duas cabeças que permitem um
movimento como de “passos” ao longo dos filamentos de actina.

➢ Microtúbulos: são polímeros de tubulina. As tubulinas são heterodímeros de tubulina,


formada por duas proteínas globulares: tubulina alfa e tubulina beta. Cada monômero
tem um sítio de ligação com GTP. O monômero de tubulina alfa encontra-se ligado de
modo que nunca é hidrolisado ou substituído, fazendo praticamente parte do dímero.
• Instabilidade dinâmica: interconversão
entre estado de crescimento e estado
de encurtamento. A mudança do
crescimento para o encurtamento é
chamada de catástrofe e o inverso é
chamado de resgate.
A hidrólise de GTP na beta tubulina
ocorre lentamente quando elas estão
livres, e mais rapidamente quando
estão incorporadas aos microtúbulos.
Existem duas formas de tubulina beta:
a forma T (ligada a GTP) e a forma D
(ligada a GDP). Sob condições
fisiológicas a tubulina GTP tende a
polimerizar e a tubulina GDP tende a
despolimerizar.
• Um microtúbulo é uma estrutura
cilíndrica oca construída a partir de 13
protofilamentos paralelos, cada um
composto de heterodímeros de alfa e
beta tubulina empilhados cabeça à
cauda.
Esses contatos múltiplos entre
subunidades fazem os microtúbulos
serem rígidos e difíceis de serem
flexionados.
Devido a organização dos dímeros, a rede de microtúbulos tem uma
polaridade, as alfa tubulinas são expostas na extremidade menos e as beta
tubulinas são expostas na extremidade mais. Assim como nas actinas, as
extremidades + dos mircrotúbulos crescem e se encolhem mais rapidamente.
• Medicamentos que induzem a despolimerização dos microtúbulos ou
estabilizam a polimerização são usados para o tratamento de alguns cânceres,
posto que esses microtúbulos são fundamentais na formação do fuso mitótico
em células que estão em divisão celular.
• Nucleação dos microtúbulos: normalmente os microtúbulos são nucleados por
uma região da célula chamada centro organizador dos microtúbulos (MTOC),
onde a gama tubulina é encontrada em grande concentração. A nucleção
depende em muitos dos casos do complexo do anel da gama tubulina (gama-
TuRC). Proteínas acessórias ligam-se à gama tubulina e ajudam a criar um anel
espiral de moléculas que serve como molde para gerar um microtúbulo com
13 protofilamentos. As células animais normalmente têm um único e definido
centro organizador de microtúbulos, chamado de centrossomo. O
centrossomo se localiza próximo ao núcleo (centro da célula) e é o local onde
os microtúbulos são nucleados a partir da extremidade menos, partindo para a
extremidade mais. No entanto, pode ocorrer nucleação em outros locais da
célula.
O centrossomo possui duas estruturas de centríolos (arranjo cilíndrico de
microtúbulos curtos e modificados, dispostos em forma da barril) organizados
perpendicularmente.
***Nem os fungos nem as células vegetais possuem centríolos.
• A polimerização e a atividade dos microtúbulos são reguladas por proteínas de
associação a microtúbulos (MAP’s). As MAP’s também irão definir o grau de
empacotamentos dos microtúbulos. A tau os aproxima, MAP2 os afasta.

Nezha ou patronina: se
liga a extremidade
menos dos efeitos dos
fatores de atástrofe.
• Proteínas motoras que se movem sobre os microtúbulos: cinesínas e
dineínas.
✓ Cinesína I: possui duas cabeças pesadas e duas cadeias leves. A cauda
retorcida, semelhante a miosina II. Essas proteínas possuem um
domínio motor, responsável pelo movimento e transporte de
organelas e moléculas pelos microtúbulos.
A maioria das cinesínas se movem em direção à extremidade mais do
microtúbulo. Muitos dos membros da superfamília das cinesinas
desempenham funções específicas na formação do fuso mitótico e na
segregação dos cromossomos durante a divisão celular. A
movimentação das cinesinas se dá mediante a hidrólise de
nucleotídeos, na forma de “passos”.
✓ Dineínas: se movem em direção à extremidade menos do
microtúbulo. As dineínas são as maiores proteínas motoras
moleculares conhecidas. Funcionam a partir da hidrólise de
nucleotídeo, que promove alterações conformacionais geradoras de
forças. A família das dineínas possuem duas ramificações:
Dineínas citoplasmáticas são usadas para transporte de organelas e
de mRNA, para o posicionamento do núcleo e do centrossomo
durante a migração celular, para a construção do fuso de microtúbulos
na mitose e na meiose e transporte intraflagelar (IFT).
Dineínas axonemais (ou dineínas ciliares): Elas são altamente
especializadas para o rápido e eficiente movimento de deslizamento
dos microtúbulos que direciona o batimento de cílios e flagelos
(discutido mais adiante).
✓ A função primordial das proteínas motoras em células em interfase é
o transporte e posicionamento de organelas delimitadas por
membrana.
A cinesina foi identificada como a proteína responsável pelo
transporte axonal anterógrado - pelo rápido movimento de
mitocôndrias, de precursores de vesículas secretoras e diversos
componentes sinápticos ao longo do grande caminho de microtúbulos
do axônio em direção às distantes terminações nervosas. Faz o
movimento centrífugo.
A dineina foi identificada como responsável pelo transporte axonal
retrógrado. Faz o movimento centrípeto. Elas são responsáveis pelo
posicionamento do complexo golgi próximo ao núcleo da célula.
Várias proteínas são importantes para regular a ligação da dineína à
carga transportada.
*A atividade dessas proteínas motoras também é regulada pelos níveis
de sinalizadores celulares, como o AMPcílcio.
✓ a polimerização do fuso mitótico depende da reorganização do arranjo
dos microtúbulos interfásicos para formar um novo arranjo bipolar de
microtúbulos, com suas extremidades menos concentradas nos polos
e suas extremidades mais sobrepostas no centro da célula ou
conectadas aos cromossomos. A organização do fuso depende das
ações coordenadas de várias proteínas motoras e de outros fatores
que modulam a dinâmica da polimerização.
• Cílios e flagelos: compostos por microtúbulos e dineínas. A porção central tanto
de cílios quando de flagelos é o que gera o movimento e é denominada de
axonema. O axonema é formado pro nove pares especiais de microtúlos (um
microtúbulo completo e um microtúbulo parcial, fissionados de modo que
compartilham uma parede tubular entre si) que se encontram organizados no
formato de anel ao redor de um par de microtúbulos simples. Em intervalos
regulares, ao longo do comprimento dos microtúbulos, as proteínas acessórias
interligam os microtúbulos.
✓ Cílios: movimento de chicote ou batimento:
✓ Flagelos: realizam movimentos ondulatórios

• A dineína ciliar ou axonemal é responsável pelo movimento de flexão dos


microtúbulos que geram a movimentação de cílios e flagelos. Um defeito
hereditário na dineína ciliar causa uma condição chamada de Síndome de
Kartagner. Nessa doença há uma inversão dos órgãos internos devido a
interrupção da migração de fluidos no embrião.
**Bactérias também possuem estruturas chamadas de flagelos, no entanto não
são formados por microtúbulos, mas por anéis de uma proteína denominada
flagelina. Os flagelos bacterianos fazem um
movimento rotacional.
• Cílios primários: estruturas semelhantes a
cílios e flagelos, porém curtos e sem
mobilidade que ajudam na sinalização celular.
Esses cílios percebem e responde ao ambiente
externo, funções mais bem compreendidas no
contexto olfato e visão. Ambos os cílios
móveis e aqueles sem motilidade são gerados
durante a interfase em estruturas associadas à
membrana plasmática chamadas de corpos
basais, que os enraizam firmemente na
superfície da célula. No núcleo de cada corpo
basal existe um centríolo, a mesma estrutura
encontrada nos centrossomos animais, com
nove grupos de trios de microtúbulos
fusionados com organização circular. Os
centríolos são multifuncionais, eles
contribuem para a polimerização do fuso mitótico em células em divisão, mas
migram para a membrana plasmática de células em interfase para induzir a
nucleação do axonema.
➢ FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS:
• Nem todas as células eucarióticas possuem filamentos intermediários (já
actina e microtúbulos estão em todas). Os filamentos são proteínas alongadas
com um domínio central de alfa hélices, que se associam com outro filamento
de forma paralela formando um dímero. Posteriormente, 2 dímeros irão se
associar de forma anti-paralela formando um tetrâmero. Os tetrâmeros são
empacotados lateralmente, via ligações não-covalentes, em número de 8
formando um filamento intermediário.
Diferente dos monômeros de tubulina e actina, não se ligam a nucleotídeos e
não formam estruturas polarizadas. No entanto, a fosforilação proteica regula
sua dissociação provavelmente da mesma forma que o processo de fosforilação
regula a dissociação das laminas nucleares na mitose.
• Os filamentos intermediários estão presentes no citoplasma de células sujeitas
a estresse mecânico. Os filamentos intermediários formam também as lâminas
nucleares que reveste a membrana interna do envelope nuclear.
Os filamentos intermediários evoluíram de proteínas chamada laminas, do tipo
A, B e C.

• Famílias de filamentos intermediários (são proteínas heterogêneas):


1. vimetina (encontrados nos fibroblastos e possuem mais dinamicidade);
Associam-se a integrinas em adesões focais.
2. queratina (conferem resistência mecânica às células epiteliais
ancorando-as à outras células por meio de desmossomos e ancorando-
as à lâmina basal por meio de hemidesmossomos);
3. Neurofilamentos: fornecem resistência e estabilidade aos longos
processos celulares dos neurônios. Controlam, também, o diâmetro do
axônio que influencia em sua velocidade de propagação. A doença ELA
(esclerose lateral amiotrófica) está associada ao acúmulo e montagem
anormal de neurofilamentos no corpo celular e axônio de neurônios
motores.
4. Desmina: estrutura que dá suporte ao disco Z do sarcômero.
• Epidermólise boulhosa simples: ocorre quando queratinas defeituosas se
expressam em células da
camada basal da
epiderme. Essa doença
se caracteriza pela
formação de bolhas na
pele mesmo em resposta
a estreses mecânicos
muito leves, que
rompem as células
basais. A ruptura das
células é decorrente do
estresse mecânico bem como da desorganização ou acúmulo dos
citoesqueletos de filamentos de queratina.
*A maioria das laminopatias está associada a mutações na lamina A, pois no
núcleo elas são capazes de controlar processos de transcrição, organização da
cromatina e transdução de sinais.
• Plaquinas: proteínas que conectam os filamentos intermediários ao restante do
citoesqueleto. A plectina liga os filamentos intermediários aos microtúbulos,
actina e miosina II, além de ligá-los a estruturas adesivas da membrana
plasmática. As plaquinas também promovem a conexão do envelope nuclear
com o citoesqueleto citoplasmático.

• Septinas: presente nos eucariotos exceto em plantas terrestres. São proteínas


de ligação à GTP. Recrutam a maquinaria de proteínas para a citocinese na
divisão celular; recrutam e organizam filamentos do citoesqueleto; formam
estruturas semelhantes a gaiolas, que atuam na compartimentalização das
membranas em domínios distintos; nas células animais, as septinas atuam na
divisão celular, na migração e no transporte das vesículas.

➢ POLARIZAÇÃO E MIGRAÇÃO CELULAR:


• Migração celular: muitas células se movem arrastando-se sobre as superfícies
em vez de utilizar cílios ou flagelos para nadar. Três atividades distintas estão
envolvidas no processo de migração celular: protrusão (a membrana plasmática
é empurrada para frente na face anterior da célula); ligação (o citoesqueleto de
actina liga-se através da membrana ao substrato); tração (o citoplasma é
puxado e impulsionado para frente);
• Protrusão: gerada pela polimerização da actina. Existem alguns tipos de
protrusões:
✓ Filopódios: formados em neurônios e fibroblastos. São unidirecionais:
contém filamentos de actina em feixes, semelhantes aos das
microvilosidades, porém mais longos, finos e dinâmicos.
✓ Lamelipódios: formados por células epiteliais, fibroblastos e
neurônios. São bidimensionais, estruturas semelhantes a camadas.
Formam uma rede de filamentos intermediários interligados formando
uma rede paralela ao plano do substrato sólido. Os filamentos de
actina presentes nessa rede, normalmente, se encontram com a
extremidade + para frente. As extremidades menos encontram-se
ligadas Às laterais de outros filamentos de actina por complexos Arp2/3
auxiliando a formar uma rede bidimensional. A movimentação dessas
projeções ocorre por um sistema de rolamento das actinas.
✓ Invadopódios (podossomos): São tridimensionais. Importantes para
as células atravessarem as barreiras teciduais. Ele também é capaz de
degradas a matriz extracelular para sua movimentação, o que necessita
de vesículas com proteases de degradação da matriz.
✓ Formação de bolhas: quando as células são cultivadas em um substrato
de matriz extracelular flexível. As bolhas formam-se quando a
membrana plasmática se destaca localmente do córtex de actina
subjacente, permitindo, assim, um fluxo citoplasmático que empurra a
membrana para o
exterior.
• Para que a borda anterior de uma célula em migração avance, a protrusão da
membrana deve ser seguida pela adesão ao substrato a sua frente. Para que o
corpo da célula proceda, a contração deve ser acoplada à liberação da parte
posterior da célula.
**A quimiotaxia pode definir a direção da migração celular: A quimiotaxia é o
movimento de uma célula para perto ou para longe de uma fonte de algum
composto químico difusível. Os sinais quimiotáticos são percebidos por
receptores de membrana e um sinal externo atua na família de proteínas
Rho que definem a polaridade celular e, portanto, a direção do movimento.
A migração celular é muito comum nos neutrófilos, no desenvolvimento
embrionário, na cicatrização de lesões e na manutenção tecidual.
• As células também usam os microtúbulos para ajudar a organizar um
movimento persistente em uma direção específica. Em várias células em
locomoção, a posição do centrossomo é influenciada pela localização da
polimerização protrusiva de actina. Os microtúbulos influenciam os rearranjos
da actina e a adesão celular. Os centrossomos nucleiam um grande número de
microtúbulos dinâmicos, e o seu reposicionamento significa que as
extremidades mais de muitos desses microtúbulos se estendem rumo à região
de protrusão da célula. Os microtúbulos também transportam cargas de e para
as adesões focais, afetando, dessa forma, sua sinalização e dissociação.
• Polarização: na migração celular, por exemplo, para que todo mecanismo
aconteça é importante que a constituição celular da região anterior seja
diferente da constituição celular da região posterior.
O estabelecimento de muitos tipos de polaridade celular depende da
regulação local do citoesqueleto de actina por sinais externos. Muitos desses
sinais parecem no interior da célula para um grupo de GTPases monoméricas
relacionadas, membros da família de proteínas Rho.

➢ FORMAÇÃO DO FUSO MITÓTICO:


➢ Progéria (síndrome de Hutchinson-Gilford): mutação no gene da proteína Lamina A.
➢ Junções celulares:
• Junções de ancoragem:
✓ Junções de sítios de ancoramento para actina: junções célula-célula
(junções aderentes); junções célula-matriz (adesão célula-matriz
ligadas por filamentos de actina);
▪ Junções aderentes: conectam filamentos de actina de uma
célula com filamentos de actina de outra célula.
As junções aderentes são fundamentaria para que os
filamentos de actina de células vizinhas funcionem de
maneiras coordenada. Em células epiteliais, por exemplo,
essas junções formam cintos de adesão (ou zonas de adesão),
abaixo da zona apical do epitélio.
✓ Junções de sítio de ancoragem para filamentos intermediários: junções
célula-célula (desmossomos); junções célula-matriz
(hemidesmossomos);
▪ Desmossomos: conecta os filamentos intermediários de uma
célula com filamentos de outra célula. Sua principal função é
proporcionar força mecânica. O tipo de filamento
intermediário relacionado ao desmossomo pode variar, em
células epiteliais são de queratina, já em células do miocárdio
são de desmina.
▪ Hemidesmossomos: na maioria das vezes são filamentos
intermediários de queratina ligados à laminina da matriz
extracelular (lâmina basal).
• Junções ocludentes: junções compactas. Sela o espaço entre as células. Atuam
na separação dos domínios apicais e basolaterais de uma célula. A análise
microscópica das junções ocludentes observa que elas formam fitas selantes
que circundam a célula.
Além disso, os domínios extracelulares dessas proteínas ligam se diretamente
uns aos outros para bloquear o espaço
intercelular.
✓ As claudinas são as proteínas responsáveis por formar essa fita
selante. Ainda tem as proteínas ocludinas e tricelulina (evita
vazamentos transepitelial no local de junção de 3 células).
• Junções comunicantes: junções do tipo fenda. Permite a passagem de
pequenas moléculas solúveis em água de uma célula para outra.
✓ Essas junções são formadas por dois tipos de proteínas: conexinas e
inexinas.
▪ Conexinas: proteínas com 4 porções transmembrana, que se
unem para formar um hemicanal ou conéxon. Quando
hemicanais de duas células se unem, eles formarão um canal
contínuo que conecta dois interiores celulares.
Há vários tipos de proteínas conexinas, e duas proteínas
diferentes podem se unir formando um canal heteromérico.

Em células eletricamente excitáveis, as junções do tipo fenda


possuem um papel fundamental. No músculos cardíacos são
chamadas de junções GAP e sincronizam a excitação, em
neurônios podem permitir a transmissão rápida do impulso.
• Proteínas transmembranas de junção: proteínas que fazem a interação do
citoesqueleto com a extremidade fora da célula.
✓ Caderinas: medeiam a ligação célula-célula. Formam as junções
aderente e desmossomos.
✓ Integrinas: medeiam a ligação célula-matriz. Formam o sítios de
ligação da actina célula-matriz e os hemidesmossomos.

As cinesinas são necessárias para


a estruturação e posicionamento
do Retículo endoplasmático e as
dineínas são necessárias para o
posicionamento do Complexo de
Golgi perto do centro da célula.

Normalmente, as proteínas de forma de rede da actina tem um formato de v ou y.

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