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Dobramentos do embrião
Aula 11:
Dobramentos do embrião
Síntese:
Dobramentos longitudinal e transversal: transformação do embrião
da forma plana para cilíndrica
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Embriologia Animal
Dobramentos do embrião
Sumário
1- Objetivos
1.1- Objetivo geral
A definir e compreender os processos envolvidos nos dobramentos do embrião.
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1.2- Objetivos específicos
1.2.1- Identificar as estruturas presentes no embrião plano.
1.2.2- Definir e caracterizar os dobramentos do embrião.
1.2.3- Caracterizar o dobramento longitudinal e suas consequências.
1.2.4- Caracterizar o dobramento transversal e suas consequências.
1.2.5- Identificar as estruturas presentes no embrião cilíndrico.
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É o período em que o embrião se modifica totalmente adquirindo sua forma geral passando pela transformação de estrutura plana para
cilíndrica, com isso suas estruturas e/ou esboços dos órgãos já presentes no disco germinativo plano passam a ocupar os locais
anatomicamente definitivos do organismo adulto. É o momento também em que ocorre a formação do intestino primitivo, do tubo cardíaco
ímpar e mediano e do fechamento do celoma intraembrionário originando as cavidades internas.
A compreensão destes eventos é de fundamental importância para apontar e reconhecer eventuais problemas de malformações e de
certa forma poder intervir de maneira eficiente quando possível, promovendo desta forma, uma gestação sem comprometimentos ou riscos.
abertura na região troncocaudal. Na região cefálica forma-se uma curvatura em “U” invertido que são os primórdios pleurais da futura
cavidade pericárdica. O mesoblasto esplâncnico é a área cardiogênica e o mesoblasto lateral não delaminado separa o celoma
intraembrionário do extraembrionário e corresponde ao septo transverso que entrará na composição do diafragma. Os dois braços do “U”
correspondem aos primórdios das futuras cavidades pleurais.
Como o celoma intraembrionário é uma cavidade contínua, todos os primórdios das cavidades internas se comunicam, observar na
Figura 2.
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Figura 1: Esquema do embrião plano com comunicação entre os celomas intra e extraembrionário.
Em corte longitudinal, a membrana bucofaríngea é anterior ao Sistema Nervoso Central cefálico. A cavidade pericárdica é anterior a
esta membrana e o septo transverso, anterior a ela. Na região caudal, a membrana cloacal é posterior ao Sistema Nervoso Central caudal. No
adulto todas estas estruturas são ventrais ao Sistema Nervoso Central e em sequência invertida, na seguinte ordem:
sistema nervoso central > boca > coração > diafragma > ânus > sistema nervoso central.
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Figura 2: Vista dorsal da esturtura plana do embrião mostrando o septo transveso, o primordio
Das cavidades pleurais (pericáridio), a membrana buco faríngea e o tubo neural, em azul.
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Há também deslocamento do alantoide para a posição ventral, indo para a posição mediana que irá atuar na formação do folículo
umbilical ou cordão umbilical.
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Com as flexuras cefálica e caudal, parte do endoderma intraembrionário é incorporado no embrião formando o intestino primitivo
anterior, fechado cefalicamente pela membrana bucofaríngea e o intestino primitivo posterior fechado em sua porção terminal pela
membrana cloacal.
A Figura 4 mostra a formação da flexura cefálica (prega cefálica) disposição do septo transverso, cavidade pericárdica, e membrana
bucofaríngea (aqui indicada orofaríngea) e o crescimento dorsal e anterior do encéfalo em formação forçando juntamente com o líquido
amniótico o deslocamento das estruturas para a posição ventral (ver as setas).
Figura 4: Secções longitudinais da região craniana de embriões humanos com cerca de 22 dias em B mostrando a flexura cefálica na posição do coração.
Em C, com 26 dias, observa-se o posicionamento definitivo do septo transverso, coração e membrana bucofaríngea e a formação do intestino anterior
Incorporando parte da vesícula vitelina. (MOOQRE, 2010)
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Estas pregas neurais começam a se desenvolver no final da terceira semana, para forma o encéfalo e se projetam dorsalmente para a
cavidade amniótica. Mais tarde o prosencéfalo desenvolve-se cranialmente para além da membrana bucofaríngea e se projeta sobre o coração
primitivo. Ao mesmo tempo o septo transverso (mesoderma cranial ao celoma pericárdico), o coração primitivo, o celoma pericárdico e a
membrana bucofaríngea deslocam-se inferiormente para a superfície ventral.
Na região cefálica, o intestino primitivo anterior se localiza entre o sistema nervoso central e a cavidade pericárdica. Com os
dobramentos a vesícula amniótica e o âmnio seguem o movimento da flexura e inicia o envolvimento do embrião que se totalizará dentro
desta vesícula.
Durante o dobramento, parte da vesícula vitelina é incorporada ao interior do embrião como o intestino anterior; ele situa-se entre o
encéfalo e o coração termina em fundo cego na membrana bucofaríngea como mostra na Figura 3.
Como resultados deste dobramento longitudinal a membrana cloacal, a cavidade pericárdica, o septo transverso e a membrana cloacal
passam para a posição mediana ventral na sequência anteroposterior. Formam-se os intestinos anterior e posterior fechados sem comunicação
com a vesícula amniótica e o alantoide é levado para a posição ventral do embrião.
Depois do dobramento da extremidade craniana, ocorre o encurvamento da extremidade caudal do embrião. A flexura caudal resulta
principalmente do desenvolvimento dorsal e caudal do tubo neural. À medida que o embrião se desenvolve, a região caudal se projeta sobre a
membrana cloacal; finalmente, esta membrana situa-se ventralmente, como pode ser visto nas Figura 3 e 5.
Parte da vesícula vitelina é incorporada ao interior do embrião como o intestino posterior, á medida que o embrião se desenvolve. A
parte terminal do intestino posterior mais tarde dilata-se levemente para formar a cloaca; ela é separada da cavidade amniótica pela
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membrana cloacal. Antes do dobramento a linha primitiva situa-se cranialmente a esta membrana. O pedículo de fixação liga-se a superfície
ventral do embrião, e o alantoide é parcialmente incorporado ao interior do embrião.
Figura 5: Secções longitudinais da região caudal de embriões humanos com 24 a 25 dias, mostrado em B, no desenho ao lado com 26 dias,
notar a flexura cloacal e a posição da membrana cloacal. (MOORE, 2010)
Da mesma maneira que na região anterior aqui também o intestino incorpora parte da vesícula vitelina para formar o intestino
primitivo posterior.
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do ectoderma também seguem os seus movimentos. O embrião passa de plano a cilíndrico ocorrendo modificações e/ou aparecem novas
estruturas. O intestino primitivo é formado a partir da incorporação do endoblasto do teto da vesícula vitelina, porém o seu fechamento não se
completa na região abdominal, sendo mantida uma pequena comunicação entre o intestino médio e a vesícula vitelina. Neste período ocorre a
incorporação dos celomas intraembrionário esquerdo e direito, porém mantendo comunicação com a porção extraembrionária. Os dois
celomas são revestidos pelos mesodermas somatoplêurico e esplâncnico esquerdo e direito que se juntam na região mediana formando os
ligamentos do mesentério dorsal e ventral.
O mesentério ventral se degenera fazendo com que as porções esquerda e direita se comuniquem enquanto que o dorsal permanece
em répteis e em mamíferos. Sua função é sustentar o tubo digestivo e através dele passam inervações e vasos sanguíneos para o sistema
digestório. Em anfíbios e aves apresentam perfurações ou desaparece totalmente.
Na região cefálica os dois celomas intraembrionário que já eram fechados e portanto sem comunicação com o extraembrionário são
incorporados ao embrião permanecendo separados uma à esquerda e outro à direita. A fusão entre eles é bloqueada devido à presença da
cavidade pericárdica e o septo transverso posicionados na região mediana.
Durante o fechamento transversal o âmnio segue os movimentos e passa a envolver todo o embrião dentro da cavidade amniótica.
No dobramento transversal cada parece lateral do corpo, ou somatopleura, dobra-se em direção á linha mediana, deslocando as bordas
do disco embrionário ventralmente e formando um embrião aproximadamente cilíndrico. À medida que as paredes lateral e ventral do corpo
se formam, parte do saco vitelino é incorporada ao embrião constituindo o intestino médio.
Concomitantemente, a comunicação do intestino médio com o saco vitelino é reduzida a um estreito pedículo vitelino. Depois do
dobramento, a região de aderência do âmnio com o embrião é reduzida a uma região relativamente estreita na superfície ventral, o funículo
umbilical ou cordão umbilical.
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À medida que o intestino médio se separa da vesícula vitelina, ele permanece aderido à parede abdominal por um espesso mesentério
dorsal. Conforme se forma o cordão umbilical, a fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação que persiste até cerca da
décima semana. Conforme a cavidade amniótica se expande e oblitera o celoma extraembrionário, o âmnio forma o revestimento epitelial para
o cordão umbilical.
Na Figura 6, os desenhos de embriões humanos de quatro semanas ilustram dobramento nos planos longitudinal e transversal. A1 e A2,
vista dorsal de um embrião com cerca 22 dias de desenvolvimento. A continuidade do celoma intraembrionário, celoma extraembrionário e
está ilustrada no lado direito da remoção de uma porção do ectoderma e do mesoderma embrionário. B1, B2, C1 e C2, vistas laterais de
embriões entre 26 e 28 dias de desenvolvimento, respectivamente. B2 e C2, representam cortes longitudinais do plano mostrado na, secções
transversal aos níveis indicados e B1 e C1 .
Nos primórdios do período embrionário, as curvaturas longitudinal e transversal convertem o disco embrionário tridérmico em um
embrião cilíndrico em forma de “C”. A formação das flexuras ou pregas cefálicas, caudal e lateral é uma consequência contínua de eventos e
resulta em uma constrição entre o embrião e a vesícula vitelina. A porção dorsal desta vesícula é incorporada ao embrião durante o
dobramento e origina o intestino primitivo conforme afirmado anteriormente. O dobramento transversal resulta na formação das paredes
lateral e ventral do corpo. O intestino primitivo torna-se destacado do saco vitelino, mas permanece ligado a ele por um pedículo vitelínico. À
medida que o âmnio se expande, ele forma revestimento epitelial para o cordão umbilical. A flexura cefálica resulta num posicionamento
ventral do coração e o encéfalo torna-se a parte mais cefálica do embrião. A prega caudal forma o pedículo de fixação e o alantoide desloca-se
para a superfície ventral do embrião.
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Como resultados do dobramento transversal o embrião toma a forma cilíndrica com a formação do intestino primitivo médio com o
canal vitelino, incorporação e fechamento do celoma intraembrionário delimitando as cavidades internas; formação dos mesentérios dorsal e
ventral e formação do tubo cardíaco unitubular ventral e mediano.
3- Metodologia
Leitura atenta dos conteúdos da aula e redação das respostas. Nem sempre somente essa leitura será suficiente, portanto, para melhor
compreensão do assunto complemente a leitura com a bibliografia indicada e com os conteúdos adquiridos em outras disciplinas já estudadas.
O recurso fundamental para o seu estudo e para as respostas da atividade é este guia de aula, nele encontrarão a maior parte das
informações sobre os dobramentos do embrião. É importante ressaltar que para se adquirir conhecimentos mais aprofundados e críticos e
respostas mais completas das atividades propostas é necessário apoiar em outras informações contidas não somente na bibliografia indicada,
mas também de outras bibliografias de áreas complementares em particular de anatomia e histologia.
4- Atividade de aprendizagem
Responder as quatro questões propostas após o texto explicativo. Para responder as questões das atividades propostas é necessário
estar atento aos objetivos da aula, pois eles serão os guias e suportes correções de cada uma das respostas.
Como já afirmado anteriormente, para responder as atividades é necessário leitura complementar que está indicada na bibliografia da
aula ou da disciplina, além de conteúdos de outras disciplinas da área de Morfologia.
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Questões
4.1- Definir dobramento do embrião.
4.2- Explicar o dobramento longitudinal.
4.3- Explicar o dobramento transversal.
4.4- Enumerar as consequências dos dobramentos do embrião.
5- Avaliação da atividade
Esta atividade tem valor de 10 pontos sendo, cada resposta com valor máximo de 2,5 que deverá ser original, redigida em no mínimo
em 10 e máximo em 20 linhas e não serão aceitas cópias de textos, livros ou similares. Caso seja enquadrado nesta situação será atribuída
nota zero para a atividade além de poder haver punição por plágio.
6- Bibliografia
1- DAVID, G. e HAEGEL, P. Embryologie: organogenèse. système nerveux, organe des sens, intégration neuro-endocrinienne. 4. ed. Paris:
Masson, 1991. Fasicule 3, 154p.
2- DREWS, U. Atlasde poche d’embryologie. 1. ed. Paris: Flammarion Médicine-Sciences, 1998. 385p.
3- GARCIA, S. M. L., CASEMIRO, G. F. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2012. 668p.
4- GILBERT, S. F. Biologia do desenvolvimento. 2. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1995. 563p.
5- MOORE, K, L., PERSAUD, T.V.N. Embriologia básica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 462p.
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6- MOORE, K, L., PERSAUD, T.V.N. Embriologia clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 536p.
7- NODEN, D. M., LAHUNTA, A. Embriologia de los animales domesticos. Zaragoza: Acribia, 1990. 399p.
8- WOLPERT, L. Princípios de biologia do desenvolvimento. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2008, 576p.
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