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Sinalização celular

Natália Guimarães turma 258

Referência: Alberts

➢ Introdução:
• Existem dois tipos de sinalização principais: a sinalização extracelular e a
sinalização intracelular. Isso irá depender da natureza da molécula sinalizadora
(quando ela é pequena e hidrofóbica é capaz de atravessar a membrana e
encontrar seu receptor no interior celular ou na membrana nuclear). Na
maioria das vezes quem reconhece os sinais são proteínas receptoras, que
podem ou não ser localizadas na superfície celular. O receptor quando ativado,
ativa uma ou mais vias de sinalização intracelular, que é comandada por
proteínas sinalizadoras intracelular. Por fim, haverá uma mudança no
comportamento da célula pela ação de proteínas efetoras.
• A propagação de sinais extracelulares pode atuar de diferentes formas, a
depender da distância.
✓ Sinalização dependente de contato. A célula sinalizadora entra em
contato com a célula alvo transmitindo o sinal.
✓ Sinalização parácrina: As células sinalizadoras secretam moléculas
sinalizadoras locais (mediadores locais) que são liberados no fluido
extracelular, propagando o sinal para células vizinhas. Geralmente,
nessa sinalização, as células sinalizadoras e as células-alvo são de tipos
celulares diferentes. Para que a sinalização parácrina atue apenas
localmente, elas são captadas pelas células vizinhas, destruídas por
enzimas ou imobilizadas pela matriz extracelular (meia-vida curta).
✓ Sinalização autócrina: a célula produz e secreta ligantes e eles se ligam
a receptores da própria célula que o produziu, ou ao mesmo tipo
celular.
✓ Sinalização sináptica: ocorre por meio dos sinais elétricos e
neurotransmissores. Tipo de sinalização parácrina.
✓ Sinalização endócrina: ocorre por meio dos hormônios que são
secretados, viajam pela corrente sanguínea e chegam à célula alvo.
• Tipos de moléculas sinalizadoras; proteínas, peptídeos pequenos,
aminoácidos, nucleotídeos, esteroides, retinol, nucleosídeos, gases (NO e CO).
As ligações entre a molécula sinalizadora e o receptor da célula alvo são
muito específicas e possuem alta afinidade. Em algumas situações, proteínas
de ancoragem adicionais podem promover essa interação de forma ainda
mais específica. Uma outra forma de regular essa atividade dos sinalizadores
são as concentrações de determinadas moléculas ou, o desencadeamento
do sinal somente quando é atingido um limiar de atividade das proteínas.
Uma molécula de sinalização tem diferentes efeitos em diferentes tipos de
célula alvo, apesar de os receptores serem os mesmos. Isso depende dos
genes que cada célula expressa.
• Existem 3 classes de proteínas receptoras na superfície celular:
✓ Os receptores aos quais as moléculas sinalizadoras se ligam
funcionam como transdutores de sinais, isto é converte um evento
extracelular em sinais intracelulares que culminarão na alteração de
comportamento da célula.
✓ Receptores acoplados a canais iônicos/canais iônicos controlados por
transmissor/ receptores ionotrópicos. São uma sinalização rápida.
✓ Receptores acoplados à proteína G: atuam na atividade de uma
proteína alvo ligada à membrana plasmática, seja ela uma enzima ou
um canal iônico. A interação entre a proteína alvo e o receptor,
ocorre por intermédio da proteína G (proteína trimérica ligada a GTP).
A ativação da proteína alvo altera a concentração de moléculas
sinalizadores intracelulares pequenas (Se ela for enzima) ou altera a
permeabilidade da membrana íons (se ela for um canal iônico).
✓ Receptores acoplados a enzimas: esses receptores quando ativados
funcionam como enzima ou ativam enzima associadas a eles.
Geralmente, são proteínas trnasmembran ad epassagem única nas
quais o sítio de ligação ao ligante está do lado de fora da célula e o
sitío catalítico ou de ligação a enzima esta dentro da célula. A grande
maioria desse tipo de receptor são cinases ou estão associados a
cinases, quando ativados fosforilam grupos específicos de proteínas
na célula alvo.
• Moléculas sinalizadoras intracelulares: são
chamadas de segundos mensageiros (os primeiros A sinalização contém etapas
são os receptores). Esses mensageiros são gerados inibidoras e ativadoras. No
em grade quantidade como resposta à ativação do entanto, vamos observar um
receptor e se espalham pela célula. Alguns, fenômeno chamado de dupla-
hidrossolúveis, se difundem pelo citosol e outros, negativa em que duas inibições
lipossolúveis, se difundem pela membrana. Eles sucessivas terão efeito de uma
transmitem o sinal se ligando a proteínas efetoras ativação.
ou proteínas de sinalização, com o objetivo de
Sistema biestável: pode existir em
alterar o comportamento da célula.
um estado inativado ou ativado e
• Comutadores celulares: proteínas que alteram
um estímulo transitório pode
entre o estado ativo e inativo para realizar a
alterá-lo de um estado para
transmissão de sinais na célula. A maior classe
outro. Alguns produtos de vias de
desses comutadores são proteínas ativadas ou
sinalização servem para ampliá-la
inativas por fosforilação. Normalmente quem as
ou inibi-la, mesmo depois da
fosforila são proteínas cinases e que defosforila
queda do sinal.
são proteínas fosfatases.
Proteínas cinases: dicionam fosfato ao grupo
hidroxila de aminoácidos (serinas, treoninas, tirosinas) específicos na
proteína-alvo. Vale ressaltar que várias cinases são controladas, também, por
fosforilação, por meio de outras cinases. Isso constitui uma cascata de
cinases.
• Proteínas de suporte: agrupam sinalizadores celulares em complexos.
Domínios de interações/domínios modulares: pequenas regiões nas proteínas
de sinalização celular, permitem com que elas se liguem a outras proteínas ou
lipídeo. Algumas proteínas de sinalização consistem somente em dois ou mais
domínios de interação e funcionam somente como adaptadores para reunir
duas ou mais proteínas em uma via.
Uma das maneiras pelas quais as células evitam intercomunicação entre as
diferentes vias de sinalização paralelas para garantir respostas específicas é
pelo uso de proteínas de suporte.
Existem 3 tipo de complexo de sinalização: as proteínas já estão ligadas ao
receptor inativo por um suporte; as proteínas só se ligam ao receptor depois
que ele é ativado, o receptor tem múltiplos sítios fosforilados que servem de
ancoragem; o receptor estimula a fosforilação de fosfoionosídeos e faz com
que eles sirvam de ancoragem;
Outra classe de comutadores são proteínas ligadas a GTP. As proteínas de
ativação da GTPase (GAPs) convertem as proteínas a um estado “inativado”
pelo aumento da taxa de hidrólise do GTP. Ao contrário, os fatores de troca
de nucleotídeos de guanina (GEFs) ativam as proteínas de ligação a GTP por
estimular a liberação do GDP, o que
permite a ligação de um novo GTP.
No caso das proteínas G triméricas, o
receptor ativado atua como a GEF,
ativando a proteína G.
• As respostas das vias de sinalização
podem variar em: tempo de
resposta; sensibilidade que diz
respeito a concentração das
moléculas sinais(que pode ser
alterada pela quantidade de
receptores e a finidade deles pela
molécula alvo); variação dinâmica
(variação da resposta de acordo com
a quantidade de sinal); persistência;
processamento do sinal (pode
reverter um sinal simples em uma resposta complexa); integração
(combinação de múltiplos sinais para gerar uma resposta); coordenação de
respostas múltiplas;
A velocidade da resposta sinalizadora depende da resposta. Quando a
resposta necessita de proteínas já presentes na célula, é mais rápido. Quando
envolve mudança na expressão gênica e síntese de novas proteínas, é mais
demorado. Além disso, temos também o efeito do sinal na célula, que pode
ser transitório, duradouro ou permanente.
• As respostas podem ser graduais ou abruptas (sigmóide ou “tudo ou nada”).
As respostas também são mais abruptas quando uma molécula sinalizadora
intracelular ativa uma enzima, e também inibe outra que catalisa a reação
oposta.
Outra forma de controle das respostas é a retroalimentação: Na
retroalimentação positiva, o produto estimula sua própria produção; na
retroalimentação negativa, o produto inibe sua própria produção.
• Adaptação ou dessensibilização: a adaptação permite que as células
respondam a alterações na concentração da molécula de sinalização
extracelular (em vez de responderem a sua concentração absoluta). Por
exemplo, diante de uma exposição prolongada a um estímulo, a célula reduz a
resposta celular. A adaptação pode ocorrer por endocitose de receptor,
inativação de receptor, produção de uma proteína inibidora, sequestro de
receptor, alteração nas proteínas transdutoras de sinais.
• As vias se sinalização se intercruzam e são, na maioria das vezes,
interconectadas.
➢ Sinalização por meio de receptores acoplados à proteína G:
• Receptores acoplados a proteína G (GPCRs): medeiam a maioria das
respostas de sinais extracelulares, como hormônios, neurotransmissores e
mediadores locais. Consiste em uma cadeia polipeptídica que atravessa a
membrana 7 vezes, formando uma estrutura cilíndrica com o sítio de ligação
no centro. Todos usam a proteína G para transmitir o sinal para o meio
intracelular. São importantes nos humanos para a visão e olfato.
• Quando uma molécula de sinalização extracelular se liga a um GPCR, o
receptor sofre uma mudança conformacional que o permite ativar uma
proteína trimérica de ligação a GTP (proteína G), que acopla o receptor a
enzimas ou canais iônicos na membrana. Em alguns casos, a proteína G está
associada fisicamente ao receptor antes da ativação deste, enquanto em
outros ela se liga somente após a ativação do receptor.
• As proteínas G são formadas de 3 subunidades: alfa, beta e gama. A
subunidade alfa se liga a GDP ou GTP a depender de seu estado de atividade.
A troca de GDP por GTP é comandada pelo próprio receptor, que quando
ativo funciona como uma GEF. Quando ligada a GTP a unidade alfa da
proteína G sofre uma mudança conformacional que libera a proteína G de seu
receptor, além de promover uma dissociação entre a subunidade alfa e o
conjunto beta-gama. Tanto a subunidade alfa quanto o conjunto beta-gama
irão interagir com diferentes alvos, como enzima e canais iônicos da MP.
A subunidade alfa é uma GTPase que se inativa ao hidrolisar GTP em GDP. Ao
se ligar a uma segunda proteína (podendo ser uma proteína alvo ou um
regulador de sinalização da proteína G/RGS) a atividade da GTPase alfa tende
a aumentar, promovendo mais hidrólise de GTP, o que leva a subunidade a
ficar ligada a GDP, interrompendo a resposta mediada por essa proteína.
• Algumas proteínas G regulam a produção de AMP cíclico:
✓ O AMPc atua como segundo mensageiro em algumas vias de
sinalização. Seu aumento muito grande de concentração.
✓ O AMP cíclico é sintetizado a partir do ATP por uma enzima chamada
adenililciclase e é degradado por uma enzima chamada
fosfodiesterases de AMPc.
A adenililciclase é uma proteína transmembrana com seu domínio
catalítico do lado citosólico, a maioria é regulada por proteínas G e
cálcio. Diversos sinais extracelulares agem pelo aumento das
concentrações de cAMP no meio intracelular. -> Os sinais ligam-se a
receptores GPCRs, eles estão acoplados a proteína G estimuladora
(Gs) que tem sua subunidade alfa ativada que se liga à adenililciclase
ativando-a. Outros sinais extracelulares atuam reduzindo a
concentração de AMPc, ligam-se a GPCRs que estão acoplados a
proteínas G inibidoras (Gi).
✓ Proteína cinase dependente de cAMP: medeia a maioria dos efeitos
do cAMP. Ela fosforila serinas e treoninas em proteínas alvos, de
sinalização intracelular ou efetoras.
Em sua forma inativa as PKAs consistem em um complexo de duas
subunidades catalíticas e duas subunidades reguladoras. A ligação do
cAMP às subunidades reguladoras altera a conformação dessas
subunidades, provocando sua dissociação do complexo. As
subunidades catalíticas quando liberadas fosforilam substratos
específicos. A subunidade reguladora da PKA (cinase A) são
importantes para ancorar a enzima na membrana, em outras
proteínas ou no citoesqueleto (sua localização).
Muitas vezes as PKA estão associadas a fosfodiesteraes que
hidrolisam cAMP reduzindo a concentração desse nas células.
Existem 2 tipos de PKA: o tio I encontra-se livre no citosol e o tipo II
associada em alguma membrana.
A resposta a concentração de AMPc pode levar segundos ou exigir a
transcrição de genes, o que leva mais tempo.
Figura 1PRODUÇÃO DE SOMATOSTATINA CONTROLADA POR AMPc

• Proteína G transmite sinais através de fosfolipídeos:


✓ Alguns GPCR atuam ativando a proteína G que ativa fosfolipases.
Essas fosfolipases C-beta atuam sobre um fosfolipídeo inositol
(fosfoionosídeo), chamado de fosfatidilinositol 4,5-bifosfato
(PI[4,5]P²), que está presente em pequenas quantidades na camada
interna da bicamada lipídica da membrana plasmática. A proteína G
que ativa a fosfolipase é chamada de Gq.
✓ Quando a fosfolipase atua sobre o PI(4,5)P², são gerados dois
produtos: inositol 1,4,5-trifosfato (IP³) e diacilglicerol. A partir daí, a
via de sinalização se bifurca.

✓ O IP3 é uma molécula hidrossolúvel, que sai da membrana e se


difunde rapidamente pelo citosol. Quando chega ao retículo
endoplasmático, se liga aos canais de cálcio controlados por IP3
(chamados de receptores IP3). Isso faz com que os receptores IP3 se
abram, liberando cálcio para o citosol. Esse aumento de cálcio no
citosol ajuda na propagação de sinais à proteínas sensíveis a esse íon.
✓ O diacilglicerol fica na membrana plasmática, e atua como segundo
mensageiro. Uma de suas funções é ativar a proteína cinase C (PKC). A
PKC é dependente de cálcio. Essa proteína fica livre no citosol, no
entanto, quando há o aumento de cálcio intracelular ela se desloca da
até a face interna da membrana plasmática. Na membrana interna ela
é ativada pelo diacilglicerol, bem como pelo cálcio e pela
fosfatidilserina (fofolipídeo carregado negativamente). Quando
ativada, a PKC fosforila
proteínas-alvo.
✓ O diacilglicerol pode
ser clivado e liberar
ácido aracdônico. O
ácido aracdônico pode
funcionar também
como um mensageiro
ou ser usado na síntese
de ecosanoides. Um
tipo de ecosanoide são
as prostaglandinas que
atuam na inflamação.

• Retroalimentação do cálcio:
quando o IP3 chega a
membrana do retículo e se liga
aos receptores de IP3 isso causa um efluxo de cálcio para o citosol. No
entanto, esse aumento local da concentração de cálcio estimula mais
receptores IP3 a se abrirem (mesmo que não estejam ligados ao IP3). Isso
aumenta mais ainda o efluxo de cálcio. Porém quando o cálcio atinge uma
concentração local muito alta, os receptores IP3 se fecham (retroalimentação
negativa), gerando uma onda de fechamento. Os receptores IP3 são
estimulados somente em concentrações de cálcio baixa a altas.
• Calmodulina: funciona como um receptor intracelular de cálcio, mediando
muitos processos regulados pelo cálcio. Quando ligada ao cálcio a
calmodulina, esse complexo (Ca++/calmodulina) passa a uma conformação
ativa, que não possui atividade enzimática, mas que pode se ligar a outras
proteínas ou a um complexo enzimático. A ação do complexo
cálcio/calmodulina é ainda mais importante para a família de proteínas
cinases dependentes de cálcio/calmodulina (CaM-cinaeses).
➢ Outras atividades da proteína G:

• As proteínas G podem ativar ou inativar diretamente canais iônicos de


membrana plasmática.
• A subunidade a da proteína Gi , uma vez ativada, inibe a adenililciclase,
enquanto as subunidades bg se ligam aos canais de K1 da membrana
plasmática das células musculares cardíacas, abrindo-os. A abertura desses
canais dificulta a despolarização da célula, o que contribui para o efeito
inibitório da acetilcolina no coração.
• Outras proteínas G regulam a atividade de canais iônicos de forma mais
indireta, pela produção ou degradação de nucleotídeos cíclicos. Os canais
iônicos controlados por nucleotídeos cíclicos têm um papel importante no
olfato e na visão.
✓ Os receptores olfatório presentes nos cílios das células nasais são do
tipo GPCRs. Quando estimulados pela ligação de um odorante eles
ativam uma proteína G específica do olfato, chamada de G olf. Essa G
ativa uma adenililciclase que produz e eleva os níveis de cAMP. Esse
aumento de cAMP abre os canais catiônicos controlados por cAMP,
que permite o infuxo de sódio. Isso desolariza a membrana do
neurônico e inicia o impulso nervoso.
Já os receptores de visão, quando estimulados pela luz, funcionam
promovendo o redução da concentração de cGMP, sintetizado pela
guanililciclase e degradado pela fosfodiesterase cGMP. O receptor
GPCR na visão não é ativado por uma molécula, mas sim por um fóton
de luz.
➢ Sinalização do óxido nítrico:
• Relaxamento da musculatura lisa da parede de vasos sanguíneos.
A acetilcolina estimula a síntese de NO pela ativação de um GPCR na
membrana das células endoteliais que revestem os vasos.
O receptor ativado desencadeia a síntese de IP3 e liberação de cálcio, o que
estimula a enzima que sintetiza NO. Como é um gás, ele se difunde pela
membrana das células musculares lisas adjacentes causando relaxamento e
dilatação dos vasos. – Existe um medicamento para angina que utiliza como
princípio uma substância que se transforma em NO.
O óxido nítrico é produzido pela desaminação do aminoácido arginina,
catalisada pelas enzimas NOS (NO sintetase). Essas enzimas são estimuladas
pela presença de cálcio.
Em algumas células alvo o NO se liga, de forma reversível, ao ferro presente no
sitio ativo da guanililciclase, o que estimula a síntese de GMP. Medicamentos
como o Viagra impedem a degradação de GMPc pela GMPc fosfodiesterase,
mantendo a dilatação e relaxamento dos vasos que mantém o pênis ereto.

➢ Cascatas de amplificação:
• Conforme enfatizado anteriormente, a resposta à estimulação será rápida
somente se os mecanismos de inativação também forem rápidos. Para isso, as
células são dotadas de mecanismos eficientes para degradar (e ressintetizar)
nucleotídeos cíclicos de forma rápida, para tamponar e remover o Ca21
citosólico e para desativar enzimas e canais iônicos que tenham sido ativados.
➢ Dessensibilização dos receptores associados a G:
• Quando as células são expostas por um longo período a um ligante
estimulador, elas se tornam dessensibilizadas ou adaptadas. No caso dos
GPCR existem 3 tipos de adaptação:
✓ Sequestro de receptor (eles ficam presos temporariamente dentro da
célula sem acesso ao ligante.
✓ Retrorregulação: os receptores são internalizados e destruídos por
lisossomos.
✓ Inativação do receptor: são alterados de modo a não interagir com a
proteína G.

A dessensibilização desses receptores depende de sua fosforilação por


proteínas cinases (PKA, PKC OU GRKs). As GRKs são GPCRs cinases que
fosforilam serinas e treoninas do receptor, no entanto isso só ocorre após
a ligação do sinal. O receptor fosforilado se liga
Cuidado: existem receptores
então a uma proteína arrestina que impede a
tirosina-cinases e receptores
ligação entre ele e a proteína G e ajuda na
associados a tirosinas cinases. É
endocitose desse receptor.
diferente.
➢ SINALIZAÇÃO POR RECEPTORES ACOPLADOS À ENZIMAS:
• Os receptores acoplados a enzimas são proteínas
transmembrana com o sítio de interação do lado externo da membrana. No
entanto, seu domínio citosólico associa-se diretamente a uma enzima ou
possui atividade enzimática. A classe mais comum desse receptor é o tirosina-
cinase; mas existem os receptores de treoninas-serinas cinases (os quais se
associam a Smads).
• Receptores tirosina-cinase (RTKs): Em todos os casos, a ligação da proteína de
sinalização ao domínio de interação com o ligante na face extracelular do
receptor ativa o domínio tirosina-cinase na face citosólica. Isso leva à
fosforilação das cadeias laterais da tirosina na parte citosólica do receptor,
criando sítios de ancoragem para várias proteínas de sinalização intracelular
que transmitem o sinal.

• A ligação do receptor tirosina-cinase com o ligante promove a dimerização dos


receptores, unindo dois domínios citoplasmáticos cinases, promovendo sua
ativação.
• A dimerização estimula a atividade da cinase por uma variedade de
mecanismos. Em muitos casos, como no do receptor da insulina, a
dimerização simplesmente aproxima os domínios cinase em uma
orientação que permite que fosforilem um ao outro em tirosinas
específicas nos sítios ativos da cinase, promovendo, desse modo,
mudanças conformacionais que ativam ambos os domínios cinase. Em
outros casos, como no do receptor do fator de crescimento epidérmico
(EGF), a cinase não é ativada por fosforilação, mas por mudanças
conformacionais resultantes de interações entre os dois domínios cinase
fora dos seus sítios ativos.

• Proteínas de sinalização intracelular que se ligam a fosfotirosinas


normalmente possuem domínios de ligação a elas que podem ser:
Domínios SH2 (região de homologia com tirosina-cinase Src) ou Domínios PTB.
Nem todas as proteínas que se ligam aos RTKs ativados via domínios SH2
auxiliam na transmissão de sinais. Algumas agem inibindo o processo,
promovendo uma retroalimentação negativa.
Um exemplo é a proteína c-Cbl, que pode se ligar a alguns receptores ativados
e catalisar sua ubiquitinação. Isso promove a endocitose e a degradação dos
receptores nos lisossomos. As mutações que inativam a degradação dos RTKs,
dependente de c-Cbl, prolongam a sinalização dos receptores e promovem,
dessa forma, o desenvolvimento de câncer.
➢ GTPase Ras monomérica medeia a sinalização da maior parte dos RTKs.
• Um único membro da família Ras ou Rho pode propagar coordenadamente o
sinal ao longo de várias vias de sinalização diferentes, pois interage com
diferentes proteínas de sinalização intracelular, atuando, assim, como um
centro de sinalização.
✓ As proteínas Ras possuem um ou mais grupos lipídicos, que auxiliam
na ancoragem da proteína à face citoplasmática da membrana, de
onde a proteína transmite sinais para outras partes da célula. A Ras
participa na transmissão de sinais de RTKs para o núcleo a fim de
promover diferenciação ou proliferação celular.
30% dos tumores em humanos expressam formas mutantes
hiperativas de Ras, o que contribui para a proliferação descontrolada
das células cancerosas. As formas de Ras mutantes hiperativas são
resistentes à estimulação da GTPase mediada por GAP - as GAPs
induzem a Ras ativada a se autoinativar pela hidrólise do GTP ligado
que é convertido em GDP - e são permanentemente mantidas no
estado ativo ligado a GTP, o que explica porque promovem o
desenvolvimento de câncer.
✓ As Ras alternam entre um estado ativo e inativo, controladas porr GEF
e GAP. Os fatores de troca de nucleotídeos de guanina-Ras (Ras-GEFs)
promovem a permuta dos nucleotídeos pela estimulação da
dissociação do GDP e da ligação do GTP do citosol, ativando, desse
modo, a Ras. As proteínas de ativação de Ras-GTPase (Ras-GAPs)
aumentam a taxa de hidrólise do GTP pela Ras, inativando, dessa
forma, Ras.

✓ De que forma os RTKs ativam Ras? Em princípio, eles podem ativar


Ras- -GEF ou inibir Ras-GAP.

➢ Via de sinalização MAP-cinase:


• A atuação dos RTK via Ras e via fosforilação de suas caudas citosólicas são de
curta duração. Para estimular a proliferação ou diferenciação celular esse sinal
precisa ser convertido em longa duração. Um dos mecanismos usado para
promover essa longa duração são as proteínas MAP (módulo proteína-cinase
ativado por mitógenos ou módulo MAP-cinase). O módulo de MAP converte
eventos de curta duração em
eventos de longa duração.
✓ Esse módulo é
composto por 3
componentes, todos
cinases.
✓ A última da série é
chamada
simplesmente de
MAP-cinase (MAPK). A
penúltima é a MAP-
cinase-cinase
(MAPKK), ela fosforila
a MAP-cinase e, dessa
forma, a ativa. A
seguinte é a MAP-
cinase-cinase-cinase
(MAPKKK), que recebe um sinal de ativação diretamente da Ras. Ela
fosforila e ativa a MAPKK. Na via de sinalização da Ras-MAP-cinase,
nos mamíferos, estas três cinases são conhecidas por nomes mais
curtos: Raf (5 MAPKKK), Mek (5 MAPKK) e Erk (5 MAPK).
✓ A Erk adentra o núcleo e estimula a transcrição de genes precoces
imediatos (transcrição rápida). No entanto, esses genes podem
codificar reguladores de transcrição de outros genes em um processo
que exige mais tempo. A via de sinalização MAP transporta sinais da
superfície celular ao núcleo, alterando padrão da expressão gênica.
Esse mecanismo está envolvido na proliferação celular.
**Na via Ras-MAP-cinase mostradana figura acima, a Erk também
fosforila e ativa a Raf, provendo outro ciclo de retroalimentação
negativa que atua na inativação do módulo da MAP-cinase. Em outros
casos a Erk promove a transcrição de enzimas fosfatases que retiram o
fosfato de Mek e Erk.
✓ Como as vias de sinalização por MAP requer a atividade de muitas
proteínas, são usados sistemas de suportes para evitar a
intercomunicação. Embora a estratégia de suporte confira precisão e
evite erros de sinalização entre as vias, ela reduz as possibilidades de
amplificação e de disseminação do sinal para diferentes partes da
célula que exigem que, pelo menos, alguns dos componentes sejam
difusíveis.
➢ Sinalização por Rho:
• As GTPases monoméricas da família Rho regulam o citoesqueleto de actina e
microtúbulos. Os GEFs ativam e as GAPs inativam as GTPases da família Rho.
As GTPases da família Rho inativas estão ligadas a inibidores de dissociação de
nucleotídeos de guanina (GDIs) no citosol, que impedem a interação das
GTPases com suas Rho-GEFs na membrana plasmática.
✓ As efrinas se ligam a RTKs membros da família Eph, ativando-os;
✓ A ativação do receptor pelo ligante recruta uma Rho GEF chamada
efexina. A efexina se liga ao receptor RTK e o estimula a a recrutar e
ativar uma tirosina cinase citoplasmática. Essa TK citoplasmática
foforila a tirosina da efexina. A efecina fosforilada atua ativando uma
RhoA, trocando seu GDP por GTP. A RhoA-GTP controlam a contração
do citoesqueleto de actina.
➢ Sítios de ancoragem de PI3 cinases:
• As fosfoionosídeo 3 cinases (PI3 cinase) se ligam à cauda intracelular das
moléculas RTKs. Ela pode ser ativada tanto por GPCRs quanto por RTKs e
promove a fosforilação de fosfolipídeos inositol. Quando o inositol é
fosforilado produz múltiplos produtos como o PI (3,4,5)P3, esse pode servir de
sítio de ancoragem na face citosólica para várias proteínas de sinalização
celular. O PI (3,4,5)P3 não é clivado e permanece na membrana plasmática até
se desfosforilado por fosfatase de fosfoionosídeo específicas. Uma desas é a
fosfatase PTEN, que desfosforila a posição 3 do anel inositol. As mutações na
PTEN são encontradas em muitos tipos de cânceres: elas promovem
crescimento celular descontrolado, porque prolongam a sinalização pela PI 3-
cinase.
O PI3-cinase tem uma participação importante na manutenção da
sobrevivência celular e no crescimento.
As proteínas de sinalização intracelular se ancoram ao PI(3,4,5)P3 por meio de
domínios, como o domínio PH. Uma proteína especialmente importante que
contém domínio PH é a serina/ treonina-cinase Akt. A via de sinalização PI 3-
cinase-Akt é a principal via ativada pelo hormônio insulina.
• A PI3 cinase Atk tem uma participação importante na sobrevivência e
crescimento de células animais:
✓ As proteínas sinais de sobrevivência (como os fatores de crescimento
semelhantes à insulina -IGF) se ligam ao RTKs, os quais ativam am PI3
cinases. As PI3 cinases produzem PI (3,4,5)P3 a partir do PI (4,5)P2. O
PI(3,4,5)P3 recruta duas proteínas cinases da membrana plasmática: a Akt
(proteína cinase B) e PDK1 (proteínas cinase 1 dependente de
fofoinosídeo). A ligação de PI (3,4,5)P3 a Akt, a ativa. Quando ativada a Akt
fosforila uma série de proteínas alvo na MP, núcleo e citosol.
✓ O controle do crescimento celular pela PI3 cinase – Akt depende também
de uma proteína cinase TOR (mTOR em mamíferos).
➢ Vias comuns:
➢ Receptores que interagem (associados) com tirosinas cinases citoplasmáticas: esses
receptores se associam a tirosinas-cinases as quais fosforilam proteínas alvo. A maior
família das proteínas tirosina cinases citoplasmática são as Scr, as quais possuem
domínios SH2 e SH3 e estão localizadas no lado citoplasmático da membrana
plasmática, onde são parcialmente fixadas por interação com proteínas receptoras
transmembrana e parcialmente por cadeias lipídicas.
• Existem algumas proteínas G (Gs e Gi ) que ativam Src, sendo este um dos
caminhos pelos quais a ativação dos GPCRs pode levar à fosforilação de
tirosinas de proteínas de sinalização intracelular e de proteínas efetoras.
• Algumas tirosina-cinases citoplasmáticas atuam nos locais de adesão focal
junto a integrinas (na junção célula-matriz extracelular). Essas cinases são
chamadas de FAK (cinase de adesão focal) e servem para sinalizar à célula que
ela está aderida a um substrato adequado onde pode sobreviver, crescer,
dividir-se, migrar e assim por diante.
➢ Receptores de citocinas:
• A maior e a mais diversificada classe de receptores que utilizam tirosinas-
cinase citoplasmáticas para transmitir sinais para o interior das células é a dos
receptores de citocinas. A família dos receptores de citocinas inclui receptores
de citocinas, hormônio do crescimento e prolactina, por exemplo.
• Esses receptores de citocinas associados a tirosina-cinases citoplasmáticas
estão, na maioria dos casos, associados a tirosina-cinases citoplasmáticas do
tipo JAK (janus-cinase). Essas JAKs ativam reguladores de transcrição
chamados STAT (transdutoras de sinal e ativadoras de transcrição). Essas
proteínas ficam no citosol e migram para o núcleo para regular a transcrição
gênica somente após serem ativas, então são denominadas reguladores de
transcrição latentes.
• Os receptores de citocinas são dímeros ou trímeros e estão associados a uma
ou duas das quatro JAKs conhecidas. A ligação da citocina promove uma
mudança de conformação que aproxima duas JAKs, se transfosforilam,
aumentando a atividade de seus domínios tirosina-cinase. As JAKs, então,
fosforilam a tiroina da cauda dos receptores de citocina. Essas tirosinas da
cauda fosforiladas permitem a ancoragem de STARs por domínho SH2. As JAKs
então fosforilam as STATs que se dissociam do receptor. Após a dissociação, o
domínio SH2 das duas STATs de unem formando um dímero. O dímero de
STAT se trnasloca para o núcleo onde estimula a transcrição de gene, junto a
proteínas reguladoras de transcrição.
As respostas mediadas pelas STATs são reguladas por retroalimentação
negativa. Os dímeros de STAT também ativam genes que codificam proteínas
inibidoras que atuam na inibição da resposta. Algumas dessas proteínas se
ligam às JAKs fosforiladas, inativando-as, bem como os seus receptores
associados; ou então as proteínas se ligam aos dímeros de STAT impedindo-os
de ligarem-se ao DNA alvo. Contudo, a inativação da via só se dá mediante a
desfosforilação das tirosinas de JAKs e STATs, feita por proteínas tirosinas-
fosfatases de membrana ou citoplasmáticas.
APOPTOSE E MORTE CELULAR

➢ Morte celular:
• Apootose ou morte celular programada: as células que sofrem apoptose se
encolhem e condensam, o citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear se
desfaz, e a cromatina nuclear se condensa e se quebra em fragmentos. A
superfície da célula frequentemente abaula para o exterior e, se a célula for
grande, rompe-se em fragmentos fechados por uma membrana, chamados
corpos apoptóticos. A superfície da célula ou dos corpos apoptóticos torna-se
quimicamente alterada, sendo rapidamente engolfada por uma célula vizinha
ou um macrófago, antes que ela possa liberar seus conteúdos. Dessa maneira,
a célula morre de forma ordenada e é rapidamente eliminada, sem causar uma
resposta inflamatória prejudicial.
• Necrose: quando as células morrem devido a um dano como trauma ou falta
de suprimento sanguíneo. As células necrosadas se expandem e explodem,
liberando seus conteúdos sobre as células adjacentes e provocando uma
resposta inflamatória.
• Necroptose: é uma forma de morte celular programada disparada por um sinal
regulador específico de outras células.
➢ Cascata proteolítica mediada por caspases:
• Caspases: proteases intracelulares que clivam sequências de proteínas dentro
da célula que levam a morte celular. Elas possuem cisteínas em seus sítios
ativos e clivam suas proteínas alvos em ácidos aspárticos. Elas são produzidas
de forma inativa e ativadas durante a apoptose.
✓ Caspases iniciadoras: existem como monômeros solúveis e inativos no
citosol e são responsáveis por iniciar a apoptose. Um sinal apoptótico
dispara a montagem de várias caspases iniciadoras, formando um
complexo. Nesse complexo, as caspases se associam em dímeros, o
que as torna ativadas. Cada caspase cliva seu parceiro do dímero,
expondo o domínio protease.
A principal função das caspases iniciadoras é ativas as caspases
executoras.
✓ Caspases executoras: dímeros inativos. São clivadas por caspases
iniciadoras no sítio de protease passando para uma conformação
ativa. Essa então irão catalisar clivagens de proteínas alvos que matam
a célula.
✓ Um complexo de caspases iniciadoras pode ativam várias caspases
executoras, proporcionando amplificação.
• Via extrínseca: a ligação de proteínas de sinalização extracelular a receptores
de morte (proteínas transmembrana com um domínio para o ligante
extracelular e com um domínio morte na parte citosólica, requerido pelos
receptores para ativar a cascata apoptótica) na superfície celular dispara a via
extrínseca da apoptose.
✓ Exemplo de ativação pela via extrínseca no linfócito matador
(citotóxico):
Quando ativados pela ligação do ligante Fas, domínios de morte na
cauda citosólica dos receptores de morte Fas ligam-se a proteínas
adaptadoras intracelulares, que ligam-se a caspases inciadoras
(sobretudo a caspase 8), formando um complexo de sinalização
indutor de morte (DISC). Uma vez dimerizada e ativada em DISC, as
caspases iniciadoras clivam seus parceiros e então ativam caspases
executoras a jusante (downstream) para induzir apoptose. Em algumas
células a via extrínseca recruta a via apoptótica intrínseca para
amplificar a cascata da caspase e matar a célula (a proteína BH3-
apenas Bid é a conexão entre as duas vias).

**Algumas células produzem proteínas que mimetizam a caspase 8 ,


chamadas FLIP, que se ligam a caspases verdadeiras impedindo sua ativação já
que não haverá clivagem dos sítios. Esses mecanismos servem para impedir a
ativação inapropriada da via extrínseca.
• Via intrínseca ou mitocondrial: dependem da liberação de proteínas
mitocondriais no citosol. Algumas proteínas liberadas ativam a cascata
proteolítica de caspases no citoplasma, levando a apoptose.
✓ Exemplo: a proteína citocromo C (componente da cadeia
transportadora de elétrons da mitocôndria) quando liberada no citosol
(através do transportador BH123) liga-se a uma proteína adaptadora
chamada de Apaf1 (fator de ativação da protease apoptótica),
promovendo a oligomerização dessa proteína em um complexo
chamado apoptossomo. As proteínas Apaf1 no apoptossomo recrutam
caspases-9-iniciadoras que são ativadas com a proximidade desse
complexo. Então, ativadas, elas são capazes de ativar caspases
executoras para induzir a apoptose.
✓ A via intrínseca é regulada por proteínas da família Bcl2, controlando a
liberação de citocromo c e outras proteínas mitocondriais no citosol.
Algumas proteínas dessa família são pró-apoptóticas (promovem a
apoptose através do aumento de liberação das proteínas
mitocondriais) e antiapoptóticas (inibem a apoptose através do
bloqueio da liberação).
As proteínas antiapoptóticas da família Bcl2, incluindo a própria Bcl2
(membro fundador da família Bcl2) e BclXL, compartilham quatro
domínios (BH1-4) homólogos (BH) característicos de Bcl2 e estão
localizadas na membrana mitocondrial externa. As proteínas pró-
apoptóticas da família Bcl2 consistem em duas subfamílias – as
proteínas efetoras da família Bcl2 e as proteínas BH3-apenas. As
proteínas efetoras principais são Bax (está principalmente localizada
no citosol e se transloca para a mitocôndria apenas depois que um
sinal apoptótico a ativa) e Bak (ligada a membrana externa
mitocondrial mesmo sem sinal apoptótico), que são estruturalmente
similares a Bcl2 sem o domínio BH4. As proteínas BH3–apenas
compartilham homologia de sequência com Bcl2 somente no domínio
BH3.
✓ Quando um estímulo apoptótico dispara a via intrínseca, proteínas
efetoras da família Bcl2 pró-apoptóticas tornam-se ativadas e se
agregam para formar oligômeros na membrana externa da
mitocôndria, induzindo a liberação do citocromo c e outras proteínas
intermembranas.
As proteínas da família Bcl2 antiapoptóticas inibem a apoptose
principalmente pela ligação e inibição de proteínas da família Bcl2 pró-
apoptóticas – tanto na membrana mitocondrial como no citosol. As
proteínas da família Bcl2 antiapoptóticas inibem a apoptose
principalmente pela ligação e inibição de proteínas da família Bcl2 pró-
apoptóticas – tanto na membrana mitocondrial como no citosol.
Algumas proteínas antiapoptóticas devem ser inibidas para que a via
intrínseca induza a apoptose, quem faz essa inibição são as proteínas
BH3-apenas.
✓ Proteínas BH3-apenas: se ligam a proteínas antiapoptóticas inibindo-
as. Também pode se ligar a proteínas Bak e Bax e estimular suas
agregação. Alguns sinais de sobrevivência extracelulares, por exemplo,
impedem a apoptose pela inibição da síntese ou atividade de certas
proteínas BH3-apenas.
Uma classe conhecida de BH3-apenas pró-apoptóticas são as proteínas
Bad, que se ligam a Bcl2 antiapoptóticas.
➢ IAPs ajudam no controle das caspases:
• Como a cascata de caspases quando iniciada provoca morte certa da célula,
alguns mecanismos são usados para garantir que essas proteínas só serão
ativadas quando necessário. Um desses mecanismos de controle é pelas
proteínas IAPs (inibidores de apoptose).
• As IAPs ligam-se as caspases ativadas inibindo-as, assim as IAPs estabelecem
um limiar inibidor que as caspases devem cruzar para disparar a apoptose.
Além disso, as IAPs também são capazes de marcar as caspases por
poliubiquitinação para que sejam degradas nos proteassomos.
**Moscas e alguns mamíferos produzem anti-IAPs que são liberadas do EIM
mitocondrial quando a via intrínseca da apoptose é disparada, bloqueando
IAPs no citosol a fim de promover a apoptose. A principal anti-IAP nos
mamíferos é a Diablo.
➢ Inibição da apoptose por fatores de sobrevivência:
• Muitas células animais requerem sinalização contínua de outras células para
evitar a apoptose. Os fatores de sobrevivência geralmente se ligam a
receptores da superfície celular, que ativam vias de sinalização intracelulares
que suprimem o programa apoptótico.

➢ Fagocitose de células apoptóticas:


• A fagocitose de células que morreram por apoptose depende de modificações
químicas nas suas superfícies celulares. Uma delas é através dos fosfolipídeos
de fosfatidilserina carregados negativamente; eles normalmente estão na
camada citosólica da MP, no entanto em células apoptóticas, eles se viram
para a face externa de membrana, recrutando fagócitos. Além disso, as células
apoptóticas devem perder ou inativar o sinal de “não me coma” que bloqueia
a fagocitose.
➢ Apoptose excessiva ou insuficiente pode levar a doenças.

• As mutações em camundongos e humanos, por exemplo, que inativam genes


que codificam o receptor de morte Fas ou o ligante Fas, impedem a morte
normal de alguns linfócitos, causando o acúmulo excessivo dessas células no
baço e nas glândulas linfáticas. Em muitos casos, isso leva à doença
autoimune.
• No linfoma de célula B, são produzidas proteínas Bcl2 antiapoptóticas em
excesso, o que inibe a apoptose dos linfócitos causando o câncer.
• O gene que codifica a proteína supressora de tumor p53 é mutado em cerca
de 50% dos cânceres humanos, sendo que isso não promove mais a apoptose
ou a parada do ciclo celular em resposta ao dano no DNA.

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