Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Referência: Alberts
➢ Introdução:
• Existem dois tipos de sinalização principais: a sinalização extracelular e a
sinalização intracelular. Isso irá depender da natureza da molécula sinalizadora
(quando ela é pequena e hidrofóbica é capaz de atravessar a membrana e
encontrar seu receptor no interior celular ou na membrana nuclear). Na
maioria das vezes quem reconhece os sinais são proteínas receptoras, que
podem ou não ser localizadas na superfície celular. O receptor quando ativado,
ativa uma ou mais vias de sinalização intracelular, que é comandada por
proteínas sinalizadoras intracelular. Por fim, haverá uma mudança no
comportamento da célula pela ação de proteínas efetoras.
• A propagação de sinais extracelulares pode atuar de diferentes formas, a
depender da distância.
✓ Sinalização dependente de contato. A célula sinalizadora entra em
contato com a célula alvo transmitindo o sinal.
✓ Sinalização parácrina: As células sinalizadoras secretam moléculas
sinalizadoras locais (mediadores locais) que são liberados no fluido
extracelular, propagando o sinal para células vizinhas. Geralmente,
nessa sinalização, as células sinalizadoras e as células-alvo são de tipos
celulares diferentes. Para que a sinalização parácrina atue apenas
localmente, elas são captadas pelas células vizinhas, destruídas por
enzimas ou imobilizadas pela matriz extracelular (meia-vida curta).
✓ Sinalização autócrina: a célula produz e secreta ligantes e eles se ligam
a receptores da própria célula que o produziu, ou ao mesmo tipo
celular.
✓ Sinalização sináptica: ocorre por meio dos sinais elétricos e
neurotransmissores. Tipo de sinalização parácrina.
✓ Sinalização endócrina: ocorre por meio dos hormônios que são
secretados, viajam pela corrente sanguínea e chegam à célula alvo.
• Tipos de moléculas sinalizadoras; proteínas, peptídeos pequenos,
aminoácidos, nucleotídeos, esteroides, retinol, nucleosídeos, gases (NO e CO).
As ligações entre a molécula sinalizadora e o receptor da célula alvo são
muito específicas e possuem alta afinidade. Em algumas situações, proteínas
de ancoragem adicionais podem promover essa interação de forma ainda
mais específica. Uma outra forma de regular essa atividade dos sinalizadores
são as concentrações de determinadas moléculas ou, o desencadeamento
do sinal somente quando é atingido um limiar de atividade das proteínas.
Uma molécula de sinalização tem diferentes efeitos em diferentes tipos de
célula alvo, apesar de os receptores serem os mesmos. Isso depende dos
genes que cada célula expressa.
• Existem 3 classes de proteínas receptoras na superfície celular:
✓ Os receptores aos quais as moléculas sinalizadoras se ligam
funcionam como transdutores de sinais, isto é converte um evento
extracelular em sinais intracelulares que culminarão na alteração de
comportamento da célula.
✓ Receptores acoplados a canais iônicos/canais iônicos controlados por
transmissor/ receptores ionotrópicos. São uma sinalização rápida.
✓ Receptores acoplados à proteína G: atuam na atividade de uma
proteína alvo ligada à membrana plasmática, seja ela uma enzima ou
um canal iônico. A interação entre a proteína alvo e o receptor,
ocorre por intermédio da proteína G (proteína trimérica ligada a GTP).
A ativação da proteína alvo altera a concentração de moléculas
sinalizadores intracelulares pequenas (Se ela for enzima) ou altera a
permeabilidade da membrana íons (se ela for um canal iônico).
✓ Receptores acoplados a enzimas: esses receptores quando ativados
funcionam como enzima ou ativam enzima associadas a eles.
Geralmente, são proteínas trnasmembran ad epassagem única nas
quais o sítio de ligação ao ligante está do lado de fora da célula e o
sitío catalítico ou de ligação a enzima esta dentro da célula. A grande
maioria desse tipo de receptor são cinases ou estão associados a
cinases, quando ativados fosforilam grupos específicos de proteínas
na célula alvo.
• Moléculas sinalizadoras intracelulares: são
chamadas de segundos mensageiros (os primeiros A sinalização contém etapas
são os receptores). Esses mensageiros são gerados inibidoras e ativadoras. No
em grade quantidade como resposta à ativação do entanto, vamos observar um
receptor e se espalham pela célula. Alguns, fenômeno chamado de dupla-
hidrossolúveis, se difundem pelo citosol e outros, negativa em que duas inibições
lipossolúveis, se difundem pela membrana. Eles sucessivas terão efeito de uma
transmitem o sinal se ligando a proteínas efetoras ativação.
ou proteínas de sinalização, com o objetivo de
Sistema biestável: pode existir em
alterar o comportamento da célula.
um estado inativado ou ativado e
• Comutadores celulares: proteínas que alteram
um estímulo transitório pode
entre o estado ativo e inativo para realizar a
alterá-lo de um estado para
transmissão de sinais na célula. A maior classe
outro. Alguns produtos de vias de
desses comutadores são proteínas ativadas ou
sinalização servem para ampliá-la
inativas por fosforilação. Normalmente quem as
ou inibi-la, mesmo depois da
fosforila são proteínas cinases e que defosforila
queda do sinal.
são proteínas fosfatases.
Proteínas cinases: dicionam fosfato ao grupo
hidroxila de aminoácidos (serinas, treoninas, tirosinas) específicos na
proteína-alvo. Vale ressaltar que várias cinases são controladas, também, por
fosforilação, por meio de outras cinases. Isso constitui uma cascata de
cinases.
• Proteínas de suporte: agrupam sinalizadores celulares em complexos.
Domínios de interações/domínios modulares: pequenas regiões nas proteínas
de sinalização celular, permitem com que elas se liguem a outras proteínas ou
lipídeo. Algumas proteínas de sinalização consistem somente em dois ou mais
domínios de interação e funcionam somente como adaptadores para reunir
duas ou mais proteínas em uma via.
Uma das maneiras pelas quais as células evitam intercomunicação entre as
diferentes vias de sinalização paralelas para garantir respostas específicas é
pelo uso de proteínas de suporte.
Existem 3 tipo de complexo de sinalização: as proteínas já estão ligadas ao
receptor inativo por um suporte; as proteínas só se ligam ao receptor depois
que ele é ativado, o receptor tem múltiplos sítios fosforilados que servem de
ancoragem; o receptor estimula a fosforilação de fosfoionosídeos e faz com
que eles sirvam de ancoragem;
Outra classe de comutadores são proteínas ligadas a GTP. As proteínas de
ativação da GTPase (GAPs) convertem as proteínas a um estado “inativado”
pelo aumento da taxa de hidrólise do GTP. Ao contrário, os fatores de troca
de nucleotídeos de guanina (GEFs) ativam as proteínas de ligação a GTP por
estimular a liberação do GDP, o que
permite a ligação de um novo GTP.
No caso das proteínas G triméricas, o
receptor ativado atua como a GEF,
ativando a proteína G.
• As respostas das vias de sinalização
podem variar em: tempo de
resposta; sensibilidade que diz
respeito a concentração das
moléculas sinais(que pode ser
alterada pela quantidade de
receptores e a finidade deles pela
molécula alvo); variação dinâmica
(variação da resposta de acordo com
a quantidade de sinal); persistência;
processamento do sinal (pode
reverter um sinal simples em uma resposta complexa); integração
(combinação de múltiplos sinais para gerar uma resposta); coordenação de
respostas múltiplas;
A velocidade da resposta sinalizadora depende da resposta. Quando a
resposta necessita de proteínas já presentes na célula, é mais rápido. Quando
envolve mudança na expressão gênica e síntese de novas proteínas, é mais
demorado. Além disso, temos também o efeito do sinal na célula, que pode
ser transitório, duradouro ou permanente.
• As respostas podem ser graduais ou abruptas (sigmóide ou “tudo ou nada”).
As respostas também são mais abruptas quando uma molécula sinalizadora
intracelular ativa uma enzima, e também inibe outra que catalisa a reação
oposta.
Outra forma de controle das respostas é a retroalimentação: Na
retroalimentação positiva, o produto estimula sua própria produção; na
retroalimentação negativa, o produto inibe sua própria produção.
• Adaptação ou dessensibilização: a adaptação permite que as células
respondam a alterações na concentração da molécula de sinalização
extracelular (em vez de responderem a sua concentração absoluta). Por
exemplo, diante de uma exposição prolongada a um estímulo, a célula reduz a
resposta celular. A adaptação pode ocorrer por endocitose de receptor,
inativação de receptor, produção de uma proteína inibidora, sequestro de
receptor, alteração nas proteínas transdutoras de sinais.
• As vias se sinalização se intercruzam e são, na maioria das vezes,
interconectadas.
➢ Sinalização por meio de receptores acoplados à proteína G:
• Receptores acoplados a proteína G (GPCRs): medeiam a maioria das
respostas de sinais extracelulares, como hormônios, neurotransmissores e
mediadores locais. Consiste em uma cadeia polipeptídica que atravessa a
membrana 7 vezes, formando uma estrutura cilíndrica com o sítio de ligação
no centro. Todos usam a proteína G para transmitir o sinal para o meio
intracelular. São importantes nos humanos para a visão e olfato.
• Quando uma molécula de sinalização extracelular se liga a um GPCR, o
receptor sofre uma mudança conformacional que o permite ativar uma
proteína trimérica de ligação a GTP (proteína G), que acopla o receptor a
enzimas ou canais iônicos na membrana. Em alguns casos, a proteína G está
associada fisicamente ao receptor antes da ativação deste, enquanto em
outros ela se liga somente após a ativação do receptor.
• As proteínas G são formadas de 3 subunidades: alfa, beta e gama. A
subunidade alfa se liga a GDP ou GTP a depender de seu estado de atividade.
A troca de GDP por GTP é comandada pelo próprio receptor, que quando
ativo funciona como uma GEF. Quando ligada a GTP a unidade alfa da
proteína G sofre uma mudança conformacional que libera a proteína G de seu
receptor, além de promover uma dissociação entre a subunidade alfa e o
conjunto beta-gama. Tanto a subunidade alfa quanto o conjunto beta-gama
irão interagir com diferentes alvos, como enzima e canais iônicos da MP.
A subunidade alfa é uma GTPase que se inativa ao hidrolisar GTP em GDP. Ao
se ligar a uma segunda proteína (podendo ser uma proteína alvo ou um
regulador de sinalização da proteína G/RGS) a atividade da GTPase alfa tende
a aumentar, promovendo mais hidrólise de GTP, o que leva a subunidade a
ficar ligada a GDP, interrompendo a resposta mediada por essa proteína.
• Algumas proteínas G regulam a produção de AMP cíclico:
✓ O AMPc atua como segundo mensageiro em algumas vias de
sinalização. Seu aumento muito grande de concentração.
✓ O AMP cíclico é sintetizado a partir do ATP por uma enzima chamada
adenililciclase e é degradado por uma enzima chamada
fosfodiesterases de AMPc.
A adenililciclase é uma proteína transmembrana com seu domínio
catalítico do lado citosólico, a maioria é regulada por proteínas G e
cálcio. Diversos sinais extracelulares agem pelo aumento das
concentrações de cAMP no meio intracelular. -> Os sinais ligam-se a
receptores GPCRs, eles estão acoplados a proteína G estimuladora
(Gs) que tem sua subunidade alfa ativada que se liga à adenililciclase
ativando-a. Outros sinais extracelulares atuam reduzindo a
concentração de AMPc, ligam-se a GPCRs que estão acoplados a
proteínas G inibidoras (Gi).
✓ Proteína cinase dependente de cAMP: medeia a maioria dos efeitos
do cAMP. Ela fosforila serinas e treoninas em proteínas alvos, de
sinalização intracelular ou efetoras.
Em sua forma inativa as PKAs consistem em um complexo de duas
subunidades catalíticas e duas subunidades reguladoras. A ligação do
cAMP às subunidades reguladoras altera a conformação dessas
subunidades, provocando sua dissociação do complexo. As
subunidades catalíticas quando liberadas fosforilam substratos
específicos. A subunidade reguladora da PKA (cinase A) são
importantes para ancorar a enzima na membrana, em outras
proteínas ou no citoesqueleto (sua localização).
Muitas vezes as PKA estão associadas a fosfodiesteraes que
hidrolisam cAMP reduzindo a concentração desse nas células.
Existem 2 tipos de PKA: o tio I encontra-se livre no citosol e o tipo II
associada em alguma membrana.
A resposta a concentração de AMPc pode levar segundos ou exigir a
transcrição de genes, o que leva mais tempo.
Figura 1PRODUÇÃO DE SOMATOSTATINA CONTROLADA POR AMPc
• Retroalimentação do cálcio:
quando o IP3 chega a
membrana do retículo e se liga
aos receptores de IP3 isso causa um efluxo de cálcio para o citosol. No
entanto, esse aumento local da concentração de cálcio estimula mais
receptores IP3 a se abrirem (mesmo que não estejam ligados ao IP3). Isso
aumenta mais ainda o efluxo de cálcio. Porém quando o cálcio atinge uma
concentração local muito alta, os receptores IP3 se fecham (retroalimentação
negativa), gerando uma onda de fechamento. Os receptores IP3 são
estimulados somente em concentrações de cálcio baixa a altas.
• Calmodulina: funciona como um receptor intracelular de cálcio, mediando
muitos processos regulados pelo cálcio. Quando ligada ao cálcio a
calmodulina, esse complexo (Ca++/calmodulina) passa a uma conformação
ativa, que não possui atividade enzimática, mas que pode se ligar a outras
proteínas ou a um complexo enzimático. A ação do complexo
cálcio/calmodulina é ainda mais importante para a família de proteínas
cinases dependentes de cálcio/calmodulina (CaM-cinaeses).
➢ Outras atividades da proteína G:
➢ Cascatas de amplificação:
• Conforme enfatizado anteriormente, a resposta à estimulação será rápida
somente se os mecanismos de inativação também forem rápidos. Para isso, as
células são dotadas de mecanismos eficientes para degradar (e ressintetizar)
nucleotídeos cíclicos de forma rápida, para tamponar e remover o Ca21
citosólico e para desativar enzimas e canais iônicos que tenham sido ativados.
➢ Dessensibilização dos receptores associados a G:
• Quando as células são expostas por um longo período a um ligante
estimulador, elas se tornam dessensibilizadas ou adaptadas. No caso dos
GPCR existem 3 tipos de adaptação:
✓ Sequestro de receptor (eles ficam presos temporariamente dentro da
célula sem acesso ao ligante.
✓ Retrorregulação: os receptores são internalizados e destruídos por
lisossomos.
✓ Inativação do receptor: são alterados de modo a não interagir com a
proteína G.
➢ Morte celular:
• Apootose ou morte celular programada: as células que sofrem apoptose se
encolhem e condensam, o citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear se
desfaz, e a cromatina nuclear se condensa e se quebra em fragmentos. A
superfície da célula frequentemente abaula para o exterior e, se a célula for
grande, rompe-se em fragmentos fechados por uma membrana, chamados
corpos apoptóticos. A superfície da célula ou dos corpos apoptóticos torna-se
quimicamente alterada, sendo rapidamente engolfada por uma célula vizinha
ou um macrófago, antes que ela possa liberar seus conteúdos. Dessa maneira,
a célula morre de forma ordenada e é rapidamente eliminada, sem causar uma
resposta inflamatória prejudicial.
• Necrose: quando as células morrem devido a um dano como trauma ou falta
de suprimento sanguíneo. As células necrosadas se expandem e explodem,
liberando seus conteúdos sobre as células adjacentes e provocando uma
resposta inflamatória.
• Necroptose: é uma forma de morte celular programada disparada por um sinal
regulador específico de outras células.
➢ Cascata proteolítica mediada por caspases:
• Caspases: proteases intracelulares que clivam sequências de proteínas dentro
da célula que levam a morte celular. Elas possuem cisteínas em seus sítios
ativos e clivam suas proteínas alvos em ácidos aspárticos. Elas são produzidas
de forma inativa e ativadas durante a apoptose.
✓ Caspases iniciadoras: existem como monômeros solúveis e inativos no
citosol e são responsáveis por iniciar a apoptose. Um sinal apoptótico
dispara a montagem de várias caspases iniciadoras, formando um
complexo. Nesse complexo, as caspases se associam em dímeros, o
que as torna ativadas. Cada caspase cliva seu parceiro do dímero,
expondo o domínio protease.
A principal função das caspases iniciadoras é ativas as caspases
executoras.
✓ Caspases executoras: dímeros inativos. São clivadas por caspases
iniciadoras no sítio de protease passando para uma conformação
ativa. Essa então irão catalisar clivagens de proteínas alvos que matam
a célula.
✓ Um complexo de caspases iniciadoras pode ativam várias caspases
executoras, proporcionando amplificação.
• Via extrínseca: a ligação de proteínas de sinalização extracelular a receptores
de morte (proteínas transmembrana com um domínio para o ligante
extracelular e com um domínio morte na parte citosólica, requerido pelos
receptores para ativar a cascata apoptótica) na superfície celular dispara a via
extrínseca da apoptose.
✓ Exemplo de ativação pela via extrínseca no linfócito matador
(citotóxico):
Quando ativados pela ligação do ligante Fas, domínios de morte na
cauda citosólica dos receptores de morte Fas ligam-se a proteínas
adaptadoras intracelulares, que ligam-se a caspases inciadoras
(sobretudo a caspase 8), formando um complexo de sinalização
indutor de morte (DISC). Uma vez dimerizada e ativada em DISC, as
caspases iniciadoras clivam seus parceiros e então ativam caspases
executoras a jusante (downstream) para induzir apoptose. Em algumas
células a via extrínseca recruta a via apoptótica intrínseca para
amplificar a cascata da caspase e matar a célula (a proteína BH3-
apenas Bid é a conexão entre as duas vias).