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1. Sinalização celular...................................................... 3
2. Tipos de sinalização................................................... 3
3. Velocidade da sinalização celular......................... 7
4. Natureza dos sinais celulares................................ 8
5. Vias de sinalização intracelular............................. 9
6. Interruptores moleculares......................................14
7. Receptores..................................................................15
8. Receptores associados a canais iônicos.........16
9. Receptores associados a proteína G................17
10. Via do AMP cíclico (CAMP)................................19
11. Via de fosfolipídeo de inositol...........................22
12. Receptores associados a enzimas..................25
13. A via de RAS............................................................26
14. Via JAK/STAT...........................................................28
15. Como regular a ação dos receptores.............30
Referências bibliográficas .........................................32
SINALIZAÇÃO CELULAR 3
delas ocorre nas sinapses, locais es- Por fim, a comunicação célula – célula
pecializados em que as células ner- pode ocorrer por interação direta, de
vosas (ou neurônios), por meio de forma mais íntima e de curto alcance,
seus numerosos prolongamentos, que não requer a liberação de uma mo-
estabelecem contato umas com as lécula secretada, isto é, a sinalização
outras, permitindo o envio de mensa- dependente de contato. Nesse esti-
gem a longas distâncias. Nesse pro- lo, as células fazem contato direto por
cesso a informação é transmitida por meio de moléculas-sinal localizadas na
vias específicas por meio da conver- membrana plasmática das células si-
são de sinais elétricos em uma forma nalizadoras e proteínas receptoras in-
química, os neurotransmissores. seridas na membrana das células-alvo.
Figura 1. As células animais sinalizam de várias maneiras uma para outra. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos
da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SINALIZAÇÃO CELULAR 5
TIPOS DE SINALIZAÇÃO
Proteína receptora
Membrana plasmática
da célula alvo
Citosol
Proteínas efetoras
Enzima Proteína de
regulação da Proteína de
metabólica citoesqueleto
transcrição
Figura 2. Via de sinalização intracelular simples, ativada por uma molécula de sinalização extracelular. Adaptado de:
ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
B SOBREVIVE
C
A
B
CRESCE E DIVIDE-SE
D E
A
B
DIFERENCIA-SE
F G
Célula apoptótica
MORRE
Figura 3. A célula animal depende de múltiplos sinais extracelulares. Adaptado de: ALBERTS, Bruce et al. Fundamen-
tos da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
3. VELOCIDADE DA
SINALIZAÇÃO CELULAR
SE LIGA! A maioria das células animais
está programada para cometer suicídio A velocidade de qualquer resposta si-
na ausência de sinal.
nalizadora depende da natureza das
moléculas de sinalização intracelu-
lar que executam a resposta da célu-
SE LIGA! A diferença entre a maqui- la – alvo. Quando a resposta envolve
naria intracelular atrelada aos tipos de somente mudanças em proteínas já
receptores que cada célula apresenta
pode ser elucidada pelo caso da acetil- existentes na célula, ela pode ocorrer
colina. Os receptores para esse neuro- muito rapidamente: por exemplo, uma
transmissor são diferentes no músculo mudança alostérica em um canal iônico
esquelético e no músculo cardíaco, bem
controlado por neurotransmissor pode
como seus efeitos, pois no esquelético
há o estímulo para contração, enquan- alterar o potencial elétrico da membra-
to no miocárdio diminui o ritmo e a força na plasmática em milissegundos e as
das contrações. Além disso, na glându- respostas que dependem da fosfori-
la salivar esse sinal estimula a secreção
de componentes da saliva, mesmo que
lação de proteínas podem ocorrer em
seus receptores sejam os mesmos da segundos. Contudo, quando a resposta
célula cardíaca. envolve mudanças na expressão gêni-
ca e na síntese proteica, normalmente
demora muitos minutos ou horas.
SINALIZAÇÃO CELULAR 8
Núcleo
Função DNA
proteica
RÁPIDA alterada LENTA
RNA
(< segundos a (minutos a
minutos) horas)
Figura 4. Respostas lentas e rápidas a um sinal extracelular. Adaptado de: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular
da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
SAIBA MAIS!
É importante também abordar a velocidade com qual a célula responde ao processo de saída
da molécula – sinal. Na maioria dos casos de tecidos adultos a resposta desaparece quando o
sinal cessa. O efeito é transitório porque o sinal exerce seu efeito pela alteração de um grupo de
moléculas de vida curta (instáveis), que sofrem reposição contínua. Assim, quando o sinal extra-
celular é removido, a degradação das moléculas velhas rapidamente elimina todos os vestígios
de sua ação. O resultado é que a velocidade com a qual a célula responde à remoção do sinal
depende da velocidade de degradação ou de reposição das moléculas afetadas por ele.
apenas passam o sinal adiante, mas o • Distribuir o sinal para mais de uma
processam de várias maneiras. Cada via intracelular ou proteína efetora,
sistema de sinalização desenvolveu podendo criar ramificações no dia-
comportamentos especializados que grama do fluxo de informações e
produzem uma resposta apropriada evocar uma resposta complexa.
para a função celular controlada por
esse sistema.
Muitas etapas em uma via de sinaliza-
Os componentes dessas vias de si- ção intracelular estão sujeitas à mo-
nalização intracelular executam uma dulação por outros fatores, incluindo
ou várias funções cruciais: fatores extra e intracelulares. Assim,
• Transmitir o sinal adiante e auxi- os efeitos do sinal podem ser adap-
liar na sua propagação por toda a tados às condições predominantes
célula dentro ou fora da célula.
• Amplificar o sinal recebido, tornan-
do – o mais forte, de modo que pou-
cas moléculas – sinal extracelulares
são suficientes para evocar uma
resposta intracelular intensa
• Integrar sinais oriundos
de diferentes vias
SINALIZAÇÃO CELULAR 11
Proteína receptora
Membrana plasmática
Transdução inicial
Citosol
Transmissão
Transdução e
amplificação
Pequenas moléculas de
mensageiros intracelulares Integração
Distribuição
Figura 6. Proteínas de sinalização intracelular transmitem, amplificam, integram e distribuem o sinal que chega.
Adaptado de: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
Figura 8. Alguns efeitos da retroalimentação simples. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
SINALIZAÇÃO CELULAR 14
Figura 9. Muitas proteínas sinalizadoras intracelulares funcionam como interruptores moleculares. Fonte: ALBERTS,
Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SAIBA MAIS!
O grande número de receptores de superfície diferentes que o corpo necessita para os pro-
pósitos de sinalização são também alvos para muitas substâncias estranhas que interferem
na nossa fisiologia e em nossas sensações, desde a heroína e a nicotina, até tranquilizantes e
pimentas. Essas substâncias mimetizam o ligante natural de um determinado receptor, ocu-
pando os sítios de ligação do ligante natural, ou se ligam a outro sítio do receptor, causando
bloqueio ou superestimulação. Muitas drogas e venenos atuam dessa forma e uma grande
parte da indústria farmacêutica se dedica à procura de substâncias que exerçam um efeito
definido pela ligação a um tipo específico de receptor.
Íons
Molécula sinal
Membrana
plasmática
Citosol
Figura 10. Receptores associados a canais iônicos. Adaptado de: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia
Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SINALIZAÇÃO CELULAR 17
Figuras 11 e 12. Receptores associados a proteína G. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular.
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
O AMP cíclico exerce vários efeitos forma de polímero). Isso é feito pela
o interagir com proteínas da célula, ativação da PKA que leva à ativação
principalmente pela ativação da en- de uma enzima que promove a de-
zima proteína – cinase dependente gradação do glicogênio e à inibição
de AMP cíclico (PKA). Normalmente, de uma que aciona a síntese dele.
ela é mantida inativa na forma de um Assim, o aumento do AMP cíclico au-
complexo com outra proteína. A liga- menta ao máximo a quantidade de
ção do cAMP estimula uma mudan- glicose disponível como combustível
ça conformacional que libera a cinase para acelerar a atividade muscular.
ativa. A PKA ativada cata-
lisa a fosforilação de ami-
noácidos de alguns grupos
proteicos, sobretudo seri-
na e treoninas específicas
em determinadas proteí-
nas intracelulares, alteran-
do, assim, suas atividades.
Muitas respostas celulares
diferentes são mediadas
pelo AMP cíclico. Dentre
os principais exemplos de
resposta, podemos citar a
ação do hormônio adrena-
lina, liberado em situações
de estresse pela glându-
la adrenal e que se liga a
receptores associados à
proteína G presentes em
muitos tipos de células.
As consequências variam
de uma célula para outra.
No músculo esquelético,
por exemplo, a adrenalina
desencadeia um aumento
na concentração intracelu-
lar de cAMP, o que causa
a degradação do glicogê- Figura 14. A adrenalina estimula a degradação do glicogênio nas células da
musculatura esquelética. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Bio-
nio (estoque de glicose na logia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SINALIZAÇÃO CELULAR 21
Figura 15. Um aumento no AMP cíclico intracelular pode ativar a transcrição gênica. Fonte: ALBERTS, Bruce et al.
Fundamentos da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SINALIZAÇÃO CELULAR 22
SAIBA MAIS!
As alterações nas concentrações citosólicas de Ca2+ livre podem ser desencadeadas por
diversos tipos de estímulos, não somente por meio de receptores associados à proteína G.
Por exemplo, quando um espermatozoide fertiliza um óvulo, os canais de Ca2+ se abrem e o
aumento consequente na concentração desse íon desencadeia o início do desenvolvimento
embrionário. Já nas células musculares, o aumento do Ca2+ citosólico provocado por um es-
tímulo nervoso inicia a contração. Em muitas células secretoras, o Ca2+ desencadeia a secre-
ção. O Ca2+ desempenha todas essas funções a partir de ligações com proteínas sensíveis a
ele, influenciando suas atividades.
Figura 16. A fosfolipase C ativa duas vias de sinalização. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia
Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
Muitos dos efeitos de Ca2+ são me- capaz de se enrolar em uma ampla
diados pela proteína de ligação ao íon gama de proteínas – alvo na célula,
cálcio calmodulina que é ativada pela alterando suas atividades. Uma clas-
ligação ao Ca2+, quando sua con- se particularmente importante de
centração citosólica aumenta para alvos da calmodulina é a das proteí-
cerca de 0,5μM. O complexo Ca2+/ nas – cinases dependentes de Ca2+/
calmodulina liga – se então a uma va- calmodulina (CaM – cinases). Quando
riedade de proteínas – alvo, incluindo são ativadas, essas proteínas influen-
proteocinases. A ligação da calmodu- ciam outros processos na célula pela
lina ao íon induz uma mudança con- fosforilação de proteínas específicas.
formacional na proteína que a torna
SINALIZAÇÃO CELULAR 24
Subunidade α
Formado por sete α – Três subunidades: α
troca GDP por GTP
hélices paralelas (ligada ao GDP), β e y
e se separa
Subunidades
Proteínas G Ativação β e γ formam um
complexo
Interagem com
Hidrólise do GTP
canais iônicos ou
da subunidade α
com enzimas
Inativação
Ativação da
Associação da enzima proteína –
subunidade α ao cinase dependente
RECEPTORES complexo βγ de cAMP (PKA)
ASSOCIADOS A
PROTEÍNAS G
Estímulo a Síntese de cAMP a Liberado no citosol
Via do AMP cíclico
adenilato – ciclase partir de ATP
IP3
Abre os canais de
Ca2+ no retículo
Produção de endoplasmático
Via do Fosfolipídeo
Hidrólise da PIP2 diacilglicerol e
de Inositol (PIP2)
pela fosfolipase C IP3 (segundos
mensageiros) Permanece na
membrana
plasmática
Diacilglicerol
Ativa a proteína –
cinase c (PKc)
(depende de Ca2+)
SINALIZAÇÃO CELULAR 25
Proteína de
Membrana
sinalização
plasmática
Espaço extracelular
Domínio Citosol
da
tirosina Proteínas de
cinase sinalização
intracelular
RTKs inativos Transautofosfo-
rilação ativa os Transautofosforilação
domínio cinase gera sítios de ligação
para proteínas de Tirosinas fosforiladas
sinalização Proteínas de
sinalização
ativadas
transmitem o
sinal adiante
Figura 17. Ativação dos receptores tirosina – cinase por dimerização. Fonte: https://docplayer.com.br/10216990-Si-
nalizacao-celular-por-que-sinalizar.html
Após algum tempo, a própria Ras hi- Esse sistema de transmissão inclui
drolisa o GTP a GDP, tornando-se um módulo de três proteínas – cina-
inativa. ses chamado de módulo de sinaliza-
Em seu estado ativado, a Ras pro- ção da MAP – cinase, em homena-
move a ativação de uma cascata de gem à última cinase da cadeia que
fosforilação, na qual uma série de fosforila várias proteínas efetoras, in-
serina/treonina – cinases fosforilam cluindo determinados reguladores de
e ativam uma à outra em sequência. transcrição.
Figura 18. Ras ativa um módulo de sinalização da MAP - cinase. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Bio-
logia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
SINALIZAÇÃO CELULAR 28
SAIBA MAIS!
Antes de ser descoberta em células normais, a proteína Ras foi encontrada em células cance-
rosas humanas; a mutação inativa a atividade GTPásica da Ras, de forma que a proteína não
pode se autoinativar, o que causa a proliferação celular descontrolada e o desenvolvimento
do câncer. Cerca de 30% dos cânceres humanos têm seus genes Ras com essas mutações
ativadoras e muitos cânceres que não produzem proteínas Ras mutantes têm mutações em
genes cujos produtos estão na mesma via de sinalização da Ras.
Receptores de
Citocina
citocina
Citosol
Proteína reguladora
do gene STAT
STAT ativada
migra em
direção ao
núcleo
Proteínas
reguladoras de gene
ativam genes-alvo
Transcrição
Figura 19. Via de sinalização JAK – STAT ativada por citocinas. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da
Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
SINALIZAÇÃO CELULAR 29
Atuam em baixas
Ativados por “fatores
concentrações
de crescimento”
Família mais
Geralmente, as numerosa
respostas são lentas
Formam – se várias
Atuam fosforilando rotas de sinalização
resíduos de tirosina simultaneamente
RECEPTORES Moléculas
Somente um
ASSOCIADOS segmento transmem- intracelulares se ligam
A ENZIMAS brana como α – hélice às fosfotirosinas
Processo de
Dimerização Autofosforilação
Receptores sinalização
tirosina – cinase
Transcrição dos
Ras → pequena proteína GTPases genes – alvo.
ligada à membrana monoméricas
Via de Ras
Promove a ativação de uma Translocação
Funciona como para o núcleo
cascata de fosforilação (módulo
interruptor molecular
de sinalização MAP – cinase)
Dimerização das
Rota direta
proteínas STAT
para o núcleo
Via JAK/STAT
Proteínas tirosina –
Citocinas estimulam Recrutamento das
cinases não receptores
os receptores proteínas STAT
fosforilam as STAT
SINALIZAÇÃO CELULAR 30
SINALIZAÇÃO CELULAR
Receptores Formas de
regulação da
atividade dos
Associados a Associados a receptores
proteínas G enzimas
Sequestro do
Via do AMP Via de receptor
Proteína G – Pode regular Fosfolipídeo Atuam em Geralmente, Destaque:
heterotrimérica canais iônicos Cíclico de Inositol resposta a fatores respostas lentas receptores
(subunidades ou enzimas de crescimento tirosina – cinases Retrorregulação
α,β e γ) Produção de do receptor
Síntese de dia-cilglicerol e
cAMP a partir Atuam
IP3 fosforilando Via de Ras Via JAK/STAT
de ATP Inativação do
resíduos de receptor
tirosina
Ras→ GTPase Via direta Inativação
monomérica para o núcleo de proteínas
sinalizadoras
Módulo de
sinalização Produção
MAP – cinase de proteínas
inibidoras
SINALIZAÇÃO CELULAR 32
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
COOPER, Geoffrey M.; HAUSMAN, Robert E.. A Célula: uma abordagem molecular. Uma
Abordagem Molecular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
SINALIZAÇÃO CELULAR 33