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BCM

Filamentos de actina:

Actinas (proteína)

• Cada subunidade de actina é designada por (G-actina) que está firmemente


ligado a uma molécula de ATP ou ADP
• interage com um número diversificado de proteínas que vão modelar a dinâmica
dos filamentos
• constitui uma rede complexa de interações que podem desempenhar inúmeras
funções. Ex: miosinas (proteínas motoras), podem estar envolvidas na
polaridade e divisão celular, na secreção, síntese de lípidos e na dinâmica dos
filamentos de actina
Formação Filamentos de Actina

Os filamentos de actina são polímeros do monómero de actina – proteína globular e tem


uma molécula de ATP ligada. Os filamentos de actina são polares e possuem
extremidades estruturalmente diferentes: uma extremidade menos de crescimento lento
e uma extremidade mais de crescimento mais rápido. Dentro do filamento, as
subunidades estão posicionadas com a sua fenda de ligação direcionada para a
extremidade menos.

Os filamentos de actina têm uma estrutura helicoidal. Há uma repetição de 13 moléculas


de actina em cerca de 6 voltas das hélices enroladas para a esquerda.
Para existir polimerização, a actina tem de estar na forma ATP.
O gráfico descreve o modo como a actina polimeriza:

Fase inicial – fase lenta; os monómeros têm de se encontrar – designada fase de


nucleação. Nesta fase vão se formando pequenos polímeros – designados oligómeros,
e, a partir desse momento há mais probabilidade destes crescerem.
Fase de crescimento – Ganho de subunidades de actina tanto pela extremidade (+)
como pela extremidade (-)
Fase de equilíbrio – Ganho e perda de subunidades por ambas as extremidades. Com
efeito, o filamento depende essencialmente da diferença de velocidade de adição ou de
perda de subunidades. A concentração de monómeros existente quando se atinge a
fase de equilíbrio corresponde à concentração crítica.

O presente gráfico difere do anterior, uma vez que o anterior ilustrava a polimerização
da actina desde a fase de nucleação e este ilustra a polimerização da actina desde a
presença de oligómeros.
Assim sendo, o processo é mais rápido – atingindo mais depressa o estado de
crescimento – porém, a concentração crítica atinge-se no mesmo ponto.
Como tal, assim que existe uma ligação de 3 monómeros de actina a polimerização é
muito mais rápida.

Dinâmica dos filamentos de actina

O treadmilling explica a dinâmica dos filamentos de actina – adição e perda de


subunidades.
Para polimerizar a actina tem de estar na forma ATP, porém, quando os monómeros de
actina começam a interagir no filamento rapidamente ocorre a hidrólise de ATP em ADP-
nesta última as subunidades abandonam o filamento.
A concentração crítica da extremidade menos é maior do que na extremidade mais, o
que resulta numa maior facilidade de adição de monómeros na extremidade (+) face à
extremidade (-).
A actina tem proteínas associadas – a célula vai utilizá-las para modificar a dinâmica e
a estrutura dos filamentos de actina:
• Monomer Binding – ligam-se aos monómeros, regulando a sua possibilidade de
polimerizarem – facilitando ou dificultando a mesma
• Capping and Severing- capping corresponde em formar os “chapéus” e associá-
los à ponta do filamento levando, ou não, à sua estabilidade. Severing– cortar
os filamentos
• Slide-blinding- Proteínas que fazem ligações laterais
• Filament blinding- fazem a ramificação da actina
• Molecular motors- (família das miosinas)

Exemplos de proteínas que modificam o crescimento dos filamentos de actina ao


ligarem-se às subunidades livres:
• Profilina- ao ligar-se impede que o monómero de actina possa entrar pela
extremidade -, facilitando a entrada do monómero pela extremidade mais. Assim,
está a favorecer o crescimento da actina pela extremidade + (estimula a adição)
• Timosina- impede a ligação dos monómeros à extremidade + (inibe a adição)

(o que regula o crescimento depende da concentração de cada uma na


célula)
• Formina- (formam dímeros) envolvida no crescimento dos filamentos de actina,
podendo nuclear a formação de um novo filamento de actina, que vai crescendo
pela extremidade +.

Para a actina não existem centros organizadores. No entanto, a polimerização de actina


depende de fatores proteicos, que ajudam na sua nucleação – estes fatores aceleram a
sua polimerização, mas também podem gerar ou filamentos direitos ou filamentos
ramificados

Um dos principais complexos envolvidos na promoção da nucleação dos filamentos de


actina é o complexo ARP2/3. Este pode existir em duas formas:
• Forma inativa
• Forma ativa – depende da presença de um fator ativador
Assim, o complexo vai ligar-se à extremidade (-) e promover a sua nucleação. No
entanto, é mais eficaz no processo de nucleação se, ao invés de partir de monómeros
de actina livres, iniciar o processo de nucleação a partir de um filamento de actina pré-
existente, gerando, desta forma, ramificações a este filamento.

Na presente imagem, está ilustrado um fibroblasto – célula que se encontra na matriz


extracelular. Existem várias organizações dos filamentos de actina em diferentes locais
da célular
• Stress Fiber – Feixes contrácteis, que permitem exercer tensão
• Cortéx celular – está por baixo da membrana celular e é uma rede de actina
• Lamellipodium – protrusões da membrana e que tem uma rede dendrítica
• Filopodium – projeções que aparentemente permitem à célula explorar o seu
ambiente

Proteínas que permitem fazer cruzamento nos filamentos de actina


• Filamina (dímero)
• Alfa- actínina ( dímero)
• Fimbrina – monómero
• Espetrina – tetrâmero

A figura ilustra como é que a filamina permite ligações cruzadas entre filamentos de
actina, formando uma rede bastante forte que é importante para a emigração neuronal.
Vermelho – filamentos de actina
Verde – Dímero filamiina
O esquema apresenta o papel da fimbrina e da actina, que vão gerar dois tipos distintos
de feixes. Como tal:
• Fimbrina – Faz ligações entre filamentos paralelos de actina e promove o
aparecimento de um feixe extremamente compacto e por isso não é possível a
proteína miosina entrar nesta estrutura e por este motivo este feixe não é
contráctil.
• Alfa- actinina – a alfa actinina forma também um feixe e os filamentos de actina
também estão dispostos paralelamente. Este feixe é mais espaçoso e por este
motivo a proteína miosina pode entrar no feixe e torna-lo contrátil.
Esta imagem apresenta as microvilosidades que são importantes para aumentarem a
superfície de membrana nas células epiteliais.
• Fimbrina e Vilina – mantém o feixe de actina através de ligações cruzadas
• Miosina e Calmodolina

Ativação das plaquetas:

Diferentes organizações e estruturas montadas pelos filamentos de actina induzem


diferentes funções. Assim sendo, temos que:
1. Presença de filamentos de actina e uma proteína ligada a fazer o capping do
filamento
Vai haver sinalização e por consequente:
2. Mudança das proteínas capping (aparecimento das Gel- sulina) —ativação das
Gel-Sulina, e sucessiva quebra dos filamentos (severing dos filamentos de
actina)
3. filamentos crescem
4. ocorre a formação de feixes e de ligações cruzadas (fimbrina, alfa actinina e
filamina têm um papel neste processo – plaqueta ativada (usada num coaglo,
tendo capacidade contrátil, ligando-se aos vasos sanguíneos

As plaquetas possuem:
• 1 preculsor- mega-cariócito
• ... (observar na imagem)
Transição dos mega-cariócitos:

Os microtúbulos desempenham, neste processo de maturação, um papel


fundamental na formação destas estruturas e na extrusão.
A actina está relacionada com a contração muscular.

A imagem apresenta células altamente especializadas que derivam de células


percursoras chamadas mioblastos – como tal, a fibra muscular resulta da fusão de
mioblastos: o núcleo da célula, por sua vez, migra para a periferia e o citoplasma é
ocupado por miofibrilas.

Na figura podemos observar que as miofibrilas são compostas por miofilamentos de


actina e miosina. Entre estes miofilamentos existem mitocôndrias.
O retículo sarcoplasmático, por sua vez, envolve as miofibrilas
O sarcómero é a unidade que vai permitir a contração muscular.

A imagem C apresenta a versão distendida do músculo- sarcómero distendido


A imagem D apresenta a versão contraída do músculo – sarcómero contraído

Quando ocorre a contração do músculo – como podemos observar na imagem D –


observamos a aproximação dos filamentos de actina à linha média (M line, na figura),
resultante da aproximação dos discos Z.
O esquema também apresenta um sarcómero – constituído por filamentos de actina
(finos) e de miosina (mais grossos).

A figura ilustra a estrutura da proteína motora – miosina.


A miosina é um composto oligomérico e é composta por diferentes proteínas – 2 cadeias
pesadas (representadas a verde) – que se enrolam formando uma espécie de “cauda”
- e 4 cadeias leves (representadas a azul) - que se organizam na cabeça da miosina.

Este esquema ilustra a forma como se podem formar os filamentos bipolares de miosina.
A miosina pode existir em duas conformações:
• Estado inativo – a cauda da miosina está parcialmente enrolada
• Estado ativo – a cauda está esticada devido à fosforilação das cadeias leves da
miosina por uma enzima chamada MLCK – que é uma cinase.

Em suma:
• A miosina encontra-se no estado inativo – a cauda está enrolada – e
posteriormente, ocorre uma fosforilação mediada por uma cinase que
transfere um grupo fosfato do ATP para as cadeias leves da miosina, esticando-
a.
• Este processo ativa a cabeça da miosina, que a torna capaz de se ligar à actina.
• A estrutura mais esticada da miosina confere-lhe a capacidade de se associar
com outras moléculas de miosina, formando filamentos bipolares – bipolares
porque a cabeça da miosina pode ter duas orientações.

O esquema ilustra um ciclo de alterações da miosina e das consequências


resultantes da interação dos filamentos de actina num sarcómero que está
diretamente ligado com a contração e distinção muscular.

1. A cabeça da miosina em contacto com o filamento de actina – não está ligada a


nenhuma molécula de ATP – esta conformação designa-se por “rigor mortis”
uma vez que o corpo se encontra rijo.
2. Quando uma molécula de ATP se liga à miosina, ocorre uma alteração
conformacional da molécula e esta vai desligar-se do filamento de actina.
3. Posteriormente ocorre a hidrólise do ATP em ADP + P inorgânico, que promove
uma alteração conformacional da cabeça da miosina. Nesta forma, a miosina
estabelece uma interação muito fraca com o filamento de actina, o que
promove a saída do fosfato inorgânico.

4. Quando o fosfato inorgânico sai, dá-se uma ligação forte da cabeça da miosina
com o filamento de actina - isto promove a perda do ADP.
5. Com a perda do ADP ocorre novamente uma alteração de conformação, sendo
gerada uma grande força sobre o filamento de actina, que induz à contração.
Está apresentada outra estrutura das células musculares que permitem a chegada
do sinal para a contração muscular:
• A vermelho a membrana plasmática que tem uns túbulos – túbulos
transversais - que invaginam para o interior da célula e estão em contacto
com o retículo sarcoplasmático – que envolve as miofibrilhas
• Existem canais de cálcio que vão ser determinantes na sinalização da
contração muscular

O papel do cálcio como ião sinalizador para a contração muscular


• A membrana dos túbulos T possuem canais de cálcio que são regulados por
voltagem – por exemplo quando há diferença de potencial na membrana
• Estes canais interagem também com os canais de cálcio existentes na
membrana do retículo sarcoplasmático que acumula no seu lúmen cálcio

1. Quando há um potencial de ação os canais dos túbulos T abrem, o cálcio


entra e aumenta a sua concentração no citoplasma. De alguma forma, a
abertura deste canal promove também a abertura do canal presente no
retículo sarcoplasmático que deixará o cálcio sair.
2. Aumento da quantidade de cálcio no citoplasma da célula

Isto induzirá a:
O filamento de actina está associado a proteínas reguladoras: tropomiosina, troponina
(complexo proteico)
Assim, a interação da tropomiosina com a actina vai ser afetada pela concentração de
cálcio – isto terá consequências na interação da miosina com a actina.

A tropomiosina está associada ao cálcio e quando aumenta a concentração deste, a


tropomiosina desassocia-se da actina deixando-a livre para se ligar à miosina.
A imagem ilustra o processo de contração nas células do músculo liso:
1. Existe um recetor na membrana da célula muscular
2. Chega um sinal que é transmitido para o interior da célula
3. Este sinal promove a saída de iões cálcio do reticulo sarcoplasmático
4. Os iões cálcio vão ligar-se à calmodulina
5. A calmodulina vai interagir com a cinase que fosforila as cadeias leves
de miosina – que promove o esticar da mesma.

É importante referir que a associação entre a miosina e a actina adquire extrema


importância também em células não musculares. Assim sendo:

Nas células existe uma família de miosinas – vários tipos de miosina – que possuem
diferentes características.
Uma característica comum a todas é terem um domínio motor – capacidade de gerar
movimento-, e terem a capacidade de interagirem com a actina.
Quase todas têm dois domínios motores com exceção da I, da III e da XIV.
A miosina VI tem uma alteração no domínio motor que faz com que esta se desloque
da extremidade (+) para a extremidade (-) da actina.
Todavia, importa notar que todas as outras se deslocam da extremidade (-) para a
extremidade (+).

Esta imagem apresenta dois corações: um coração normal e um coração com


malformações.
O coração com malformações provém de uma mutação num gene que codifica uma
miosina cardíaca, provocando a alteração do resíduo de aminoácido 403 da miosina
que é substituído por uma glutamina.
O presente esquema ilustra mais um papel das miosinas – transportar cargos através
dos filamentos de actina através de alterações conformacionais (que permitem o
movimento desta ao longo do filamento de (-) para (+)).

Outro papel importante da associação da actina com a miosina é desempenhado


durante a divisão celular.
No final da divisão celular é necessário separar os citoplasmas. Assim, no caso das
células animais forma-se uma estrutura contráctil entre a actina e a miosina que vai
apertando a célula na zona equatorial até ser possível separar as duas células-filhas –
processo designado por citocinese.

A imagem A apresenta a estrutura que se forma – filamentos de actina contrácteis.


Acerca da polarização e da migração das células, temos que:

Por debaixo da membrana existe o córtex e as células aderem ao substrato –ou seja,
estabelecem ligações através de proteínas transmembranares que se ligam tanto ao
que está fora como aos filamentos de actina.

1. A actina vai despolimerizar na parte de trás


2. Os monómeros de actina despolarizados são transportados para a frente e é
neste sítio que a actina vai começar a polimerizar nas extremidades (+) fazendo
uma protrusão, ou seja, faz crescer o lamellipodium e cria a frente de migração
que se associará posteriormente ao substrato através de integrinas (proteínas
transmembranares)
3. Por outro lado, a despolimerização de actina na parte de trás da célula vai fazer
com que esta contraia – assim, a célula adquire movimento.
O esquema representa a dinâmica de polimerização e despolimerização dos filamentos
de actina numa célula em movimento.
A seta indica a direção do movimento.
• Da parte de trás da célula ocorre a despolimerização da actina
• Estes são transportados para a frente através de difusão
• Os filamentos mais clarinhos correspondem aos novos filamentos –
polimerização – criando o lamellipodium.

A imagem representa esquematicamente como é que a célula em movimento


pode inverter a sua marcha.
• Ocorre uma despolimerização global dos filamentos de actina – aumenta as
subunidades livres
• Posteriormente polimerizam estes monómeros – criando um novo filamento
na direção que se pretende.
FILAMENTOS INTERMÉDIOS

Ao contrário do que vimos para os filamentos de actina e para os microtúbulos – ambos


eram polímeros de uma única proteína – os filamentos intermédios são compostos por
diferentes proteínas que criarão uma rede que podem ser especificas para cada célula.
São os filamentos intermédios os únicos que vão originar um núcleo-esqueleto –
constituído por laminas.
São exemplos destas proteínas:
• Vimentinas
• Queratina – em células epiteliais
• Proteínas dos neurofilamentos – neurónios
• Desminas- células musculares
Estrutura de um filamento intermédio:
• Os monómeros e os polímeros são proteínas fibrosas
• Existem diferentes monómeros – proveniente da diversidade de proteínas, mas
com estruturas semelhantes (alfa hélice, N terminal e C terminal)
• Vão polimerizar enrolando-se em outro monómero – originando um dímero
• Dois dímeros associam-se, porém com orientações diferentes – N terminal à C
terminal e o outro C terminal à N terminal - originando um tetrâmero
• Posteriormente, vão associar-se dois tetrâmeros – e, quando tivermos 8 destas
estruturas elas vão se enrolar originando um filamento intermédio.

Este esquema mostra os principais constituintes do citoesqueleto numa célula neuronal:


• Os microtúbulos e actina existem no corpo da célula e nas dendrites – porém a
actina se acumula preferencialmente na região distal do axónio (região que irá
comunicar com outras células, originando sinapses)
• O citoesqueleto do axónio depende essencialmente dos microtúbulos e dos
filamentos intermédios
• Se afetarem os microtúbulos também afetam os filamentos intermédios
Está presente uma célula epitelial:
• A azul os filamentos intermédios de queratina
• Não existem filamentos de queratina no núcleo
• Os filamentos parecem que continuam entre uma célula e outra – isto é
importante para a manutenção da estrutura do tecido epitelial
Mutações encontradas no gene que codifica a queratina e que revela a importância que
estas têm na manutenção da epiderme.
• A imagem A apresenta a epiderme – constituída por células mortas, várias
camadas celulares, epitélio e tecido conjuntivo
• Quando ocorre uma mutação para um gene que codifica uma queratina
verifica-se que as células se soltam da camada basal do epitélio – isto é, a célula
apresenta uma lamina basal que é uma estrutura especializada de matriz
extracelular onde as células da epiderme estão ancoradas e com esta mutação
denota-se um rasgar destas células devido à deficiência dos filamentos de
queratina
• Como foi visto anteriormente, é importante que os filamentos intermédios de
actina mantenham ligação uns com os outros e isso não acontece na presente
situação.
As consequências da mutação a nível da queratina – epidermólise bolhosa – formação
de bolhas que rebentam e formam feridas.
Na segunda imagens as bolhas estão nos nós dos dedos derivado do stress mecânico
– abrir e fechar a mão. Dá-se, desta forma, relevância às queratinas no que concerne à
capacidade que as nossas células têm em resistir à ação mecânica a que estão sujeitos
pelo normal funcionamento.
Filamentos Intermediários Neuronais

Alterações nos genes que codificam os neurofilamentos estão diretamente associados


com doenças neuro degenerativas.
Uma doença neuro degenerativa associada a problemas nos neurofilamentos é a
esclerose lateral amiotrófica – afeta os neurónios motores no córtex motor o que provoca
dificuldades físicas extremas.

Neuro degeneração tanto a nível do sistema nervoso central como do sistema nervoso
periférico. Tem grande variedade fenotípica, nomeadamente a fraqueza dos membros,
problemas motores, fragilidade muscular, etc. Esta mutação é provocada num gene
chamado “GAN”.
Doenças neuro degenerativas podem também estar associadas a filamentos
intermédios e outras células nervosas, nomeadamente células da glia. Neste caso,
também existe uma proteína especifica para formação filamentos intermédios: se
houver problemas nestes filamentos pode desenvolver-se doenças graves no sistema
nervoso central – doença de Alexandre.
Há vários tipos de fase em que a doença se pode manifestar, no entanto quando se
manifesta entre o nascimento e os 2 anos a doença torna-se fatal.
Sintomas:
• Convulsões
• Problemas cognitivos
Quando os genes que codificam para as laminas também podem ter mutações e as
suas consequências.

O esquema apresenta uma pequena secção do invólucro nuclear que é no fundo uma
membrana nuclear que é interrompida por poros – controlam as trocas entre o
citoplasma e o núcleo. Este invólucro apresenta:
• Laminas estão por debaixo do invólucro nuclear – dentro do núcleo
• Proteínas transmembranares que ligam o núcleo ao citoesqueleto do
citoplasma – alterações na dinâmica dos filamentos do citoesqueleto vão ser
transmitas às laminas dentro do núcleo
• A cromatina está intimamente em contacto com as laminas – o que significa
qualquer mutação proveniente do citoesqueleto pode ter impacto na maneira
como os nossos genes são expressos.
• Quando a célula se divide esta célula é desmontado – isto é acompanhado pela
despolimerização dos filamentos das laminas que sofrem processo de
fosforilação e de fosforilação.

Laminas:
• Tipo A
• Tipo B

Funções laminas:
• Estabilidade Nuclear
• Reparação DNA
• Organização da Cromatina e silenciamento dos genes
• Ligar citoesqueleto do citoplasma com o nucleoesquleto
• Transcrição
Mutações nas laminas – laminopatias

Síndrome de progeria.
A progeria é uma doença em que a idade solar não corresponde à idade do individuo –
envelhecimento biológico que não corresponde à idade do individuo.
Consequências:
• Organização da cromatina afetiva
• Relação da expressão genética
Núcleo

Quem confere características estruturais e funcionais aos diferentes organelos?


• Proteínas

Todas as células têm os mesmos organelos?


• A maioria das células tem todos os organelos. O que varia é a quantidade destes

Como ocorre o transporte de moléculas entre os diferentes organelos?


• As proteínas são produzidas no ribossoma e depois são transportadas para sítios
precisos através da região N terminal dos aminoácidos.

Estrutura a distribuição do RE e do CG dependem de quem?


• Microtúbulos. Quando estes despolimerizam o RE e CG desorganizam-se.
• Tamanho, forma, composição e localização – Muito importante para a função
dos organelos

Evolução dos diferentes compartimentos


• Através de invaginações da membrana

Archeo Bacterias são mais próximas de nós tendo em conta a síntese proteica
Azul – transporte transmembranar
Verde – vesiculas
Vermelho – canais

Transporte de proteínas sinalizadas


• Canais – entre compartimentos topologicamente equivalentes
• Translocação – entre compartimentos topologicamente não equivalentes
• Vesiculas- entre compartimentos topologicamente equivalentes

O esquema apresenta distintos compartimentos da célula – região delimitada por uma


membrana. Existe comunicação entre os diferentes compartimentos e entre o
citoplasma e os compartimentos.

• A comunicação ocorre do citosol para o núcleo e do núcleo para o citosol –


torna-se assim necessário mediar essa comunicação
• Ocorre transporte de elevada massa molecular

A imagem mostra como é delimitado o núcleo.


O involucro nuclear é uma membrana dupla e a parte exterior da membrana está
em continuidade com o retículo endoplasmático: a membrana externa e interna são
continuas e não têm a mesma composição – a membrana externa dá origem ao
reticulo
A estrutura é interrompida por poros nucleares – desempenham um papel
fundamental no processo de comunicação e transporte de materiais entre o núcleo
e o citoplasma.
A imagem apresenta também o núcleo esqueleto – laminas a verde – associada com
a membrana interna nuclear e é importante para manter a estrutura do núcleo.

Qual a direção do transporte nos poros nucleares? Quais as moléculas


transportadas?
• A direção é para os dois lados – fora para dentro e dentro para fora
• Moléculas que saem do núcleo – mRNA processado, tRNA, extremidade
pequena do ribossoma e a extremidade grande do ribossoma
• Moléculas que entram – DNA polimerase, RNA polimerase, laminas,
proteínas ribossomais

O tamanho das moléculas é entre o citoplasma e o núcleo é extremamente


importante.
• Moléculas pequenas entram por difusão
• Macromoléculas entram por transporte ativo
Se ocorrer mutação no aminoacido do nucleo este já não é encaminhado ficando, desta
forma, no citopasma.

P53 – supressora de tumores


• Fator de transcrição – se ocorrer danos ou mutações no DNA ela vai para dentro
do núcleo e vai ativar a transcrição de genes que fazem parar o ciclo
• Se houver reparação a célula volta ao ciclo
• Se não houver ocorre a morte celular – apoptose

Tem que existir recetores na própria estrutura do poro nuclear que façam
reconhecimento de identidades que possam entrar ou sair do núcleo.
O esquema representa o modo de como será feito o reconhecimento dos sinais de
importação presentes nas proteínas nucleares e por quem é feito este reconhecimento.
Os recetores são importinas.
As importinas são especificas para cada sinal – há um reconhecimento especifico e a
proteína é importada para dentro do núcleo.
Em alguns casos existe uma proteína adaptadora que funciona como leitor do sinal de
importação (também esta proteína adaptadora tem um leitor do sinal que é lido pela
importina).

O transporte de macromoléculas através dos complexos do poro requer o


reconhecimento de uma importina. No entanto não é só isso que é necessário:
• Proteina Ran que se liga ao GTP capaz de o hidrolisar e que vai impor
direccionalidade no transporte através dos poros nucleares
• Esta proteína é importante para a exportação como para a importação
• O “jogo” de importar e exportar tem a ver com o estado GTP / GDP e dos
gradientes que se criam de GDP em relação a GTP
Proteina Ran:
• Ran GDP - citoplasma
• Ran GTP – núcleo
• Ran GAP – Citoplasma - GTPASE – hidrolisa Ran GTP em ran GDP
• Ran GEF – promove a troca de GDP por GTP dentro do núcleo

A Ran GTP liga-se aos recetores de importação


Na forma GDP não se pode ligar à importina. Então, como no citoplasma existe RAN-
GAP que hidrolisa o GTP em GDP, a proteína reconhecida liga-se à importina e a
estrutura do poro promove o transporte para dentro do núcleo; a proteína terá de se
dissociar da importina – para que esta fique dentro do núcleo, recuperando o recetor:
no núcleo existe a RAN GTP que é capaz de se ligar ao recetor e, quando esta se liga,
a conformação do recetor muda, baixando a afinidade que este tem com a proteína e
descarrega-a para dentro do núcleo.

Exportação nuclear

Existe uma exportina que reconhece os sinais de exportação quando está ligado ao
RAN GTP. Posteriormente, sai e no citoplasma o Ran GTP passa a GDP desassociando
a proteína da exportina.
Exemplo do controlo de importação de uma determinada proteína.
O caso presente é da ativação das células T – linfócitos T – em resposta a um dado
antigénio.
1. A célula está em repouso
2. O antigénio é exposto e esta vai ser ativada
Está presente NF-AT encontra-se no citoplasma nas células T não ativas na forma
fosforilada
3. Quando a célula é ativada há um aumento de concentração de cálcio que vai
promover a ligação da calcineurin a NF-AT, desfosforilando a última.
4. Ocorre uma alteração conformacional de NF-AT que irá expor uma sequencia
de importação nuclear
5. Vai ser importado para dentro do núcleo, onde vai ligar-se a regiões
reguladoras de genes de resposta à ativação das células T e produzir
determinadas proteínas
6. Quando as concentrações de cálcio diminuem, a calcineurina desliga-se e altera
a conformação de NF-AT, as cinases vão fosforizá-lo, ele expõe o sinal de
exportação e sai para o citoplasma.

• Phospotase – desfosforila
• Cinase – Fosforila

A estrutura do núcleo muda ao longo do ciclo celular, como é demonstrado no esquema.


1. Esquema do núcleo na forma interfase – involucro em continuação com o RE,
cromatina, cromossomas não individualizados, laminas e os complexos dos
poros
2. Quando a célula entra em divisão (células animais) ocorre a fosforilação das
laminas, promovendo a dissociação da estrutura do núcleo, a desorganização
da malha e a estrutura do complexo do poro
3. Há medida que se prossegue na mitose – no início da telófase – começa o
processo de reconstituição do núcleo: tanto do seu núcleo esqueleto, como do
seu involucro e na montagem dos complexos do poro, assistindo-se também à
descondensação da cromatina (das duas células filhas)
4. No fim da telófase já ocorre a reconstituição da estrutura nuclear
5. No fim da telófase e após a citocinese – separação dos citoplasmas – dá-se uma
associação dos cromossomas com as laminas e com a estrutura cromatina.

Cromatina

A associação do DNA com proteínas (histonas) designa-se por cromatina.


As histonas têm um papel fundamental na estabilização da molécula do DNA.
Capacidade dinâmica da cromatina condensar e descondensar: o DNA quando esta em
interfase está disperso ao longo do núcleo. Quando a célula entra em divisão
conseguimos visualizar os cromossomas – porque o DNA fica mais compactado.

• Célula em interfase – não se consegue distinguir as diferentes moléculas de


DNA que compõem os cromossomas
• Quando a célula começa divisão observa-se a individualização das moléculas de
DNA na célula – condensação da cromatina (a célula está a começar a mitose)
• Profase - individualização das moléculas de DNA na célula
Os cromossomas mitóticos são compostos por duas moléculas de DNA que são a cópia
uma da outra e que resultam da replicação do DNA – dois cromatídeos irmãos e um
centrómero

• Eucromatina (regiões mais ativas. Parte menos condensada)


• Heterocromatina (parte mais escura. Corresponde à parte mais condensada)
• A Heterocromatina pode ser constitutiva ou facultativa
• Heterocromatina constitutiva – permanente nas células, está relacionada com
um DNA que não contem genes; é encontrada na região centromérica e
telomérica
• Heterocromatina facultativa – está associada a regiões do DNA que contém
genes – estes podem estar inativos e que podem ser posteriormente ativos –
enquanto inativo estes estão num estado bastante condensado
(heterocromatina facultativa)

Em suma:
A heterocromatina esta associada a genes com ausência de expressão porque esta
é tao compacta que não permite o acesso a proteínas reguladoras e associadas à
RNA polimerase.
Pelo contrário, onde podemos encontrar regiões de DNA ativamente expressos a
condensação é menor – eucromatina.
• Cadeia esticada: 46 cromossomas – 23 cromossomas da mãe e 23 do pai.
• DNA enrolado à volta de histonas (amarelo) – 1º unidade básica de compactação
(nucleossoma) – 11 nm
• Os nucleossomas vão encaixar uns nos outros através da histona H1 – 2º
unidade de compactação - 30 nm
• O 3º grau de compactação resulta num cromossoma.

• A – 2º grau
• B – 1º grau
A cromatina é constituída por histonas e outras proteínas que não são histonas

Unidade estrutural da cromatina – nucleossoma (primeiro grau de empacotamento). O


nucleossoma é uma pequena porção de DNA (a amarelo) enrolado em histonas.
Este conjunto de proteínas é composto por:
• 2 H2A
• 2 H2B
• 2 H3
• 2 H4
O nucleossoma é um octâmetro de histonas – possui 8 histonas e 147 pares de
nucleótidos de DNA.

A imagem compara as estruturas das diferentes histonas.


• Na região N e C terminal as histonas são variáveis
• A região N terminal é extremamente dinâmica, pelo que apresenta um papel
fundamental na expressão de genes

• As histonas têm uma parte mais saída – região N terminal


• Fibra de 30nm – os nucleossomas encaixam uns nos outros.

• A região que contacta com as histonas são Adeninas e Timinas (AA, TT, AT)
• A região que não contacta com as histonas são Guaninas e Citosinas (regiões
mais transcritas de forma a estarem mais fácil do contacto com enzimas).
• A condensação da cromatina dá-se através da histona H1 – esta associa-se
com dois nucleossomas, obrigando-os a aproximarem-se num arranjo
helicoidal.

• O estado de condensação promovido pela histona H1


• A histona H1 promove um enrolamento formando uma fibra de diâmetro de 30
nm.

A imagem presente mostra como é que a fibra de 30 nm atinge a condensação


máxima – ou seja, o cromossoma.
• A fibra de 30 nm está na base do empacotamento
• Posteriormente esta fibra forma loops cada vez mais pequenos até se
atingir a compactação máxima correspondente ao cromossoma.
• Os loops são formados por fibras de 30 nm
• Os loops estão ligados à matriz nuclear através de segmentos de DNA ricos
em AT – MARS ou SARs
• A matriz nuclear é constituída por laminas

• DNA compactado – vai ter de descompactar para que as enzimas consigam


contactar com este, de forma a ocorrer transcrição.
• Se o gene tiver inativo, está numa região compactada. Se o gene ficar ativo, o
cromossoma vai ter de descompactar (afastamento da região condensada) para
o gene ser transcrito
As histonas têm partes saídas para fora e é nesta região que ocorrem modificações pós-
traducionais:
• Acetilação
• Metilação
• Fosforilação

É importante notar que as modificações não ocorrem em qualquer resíduo de


aminoácido da proteína, mas em resíduos específicos
• Lisinas – sofrem acetilação e metilação
• Serinas – sofrem fosforilação
A imagem mostra todas as modificações que podem ocorrer e onde podem
ocorrer, porém não quer dizer que todas tenham ocorrido.
Assim, passará a existir diferentes zonas com diferentes graus de modificação e
em diferentes zonas
Exemplo:
• Na histona H2A só existiam duas acetilações
• Noutra histona H2A existiam 3 acetilações sem fosfato

Isto formaria histonas H2A diferentes – isoformas.

• Se ocorrer metilação no início, seguido de acetilação, o gene é expresso.


• Acetilação – ativação dos genes - descompactação
• Metilações sozinhas – silenciamento dos genes – compactação
Replicação: https://www.youtube.com/watch?v=zVaPUThUdWw

A imagem ilustra a natureza semiconservadora da replicação do DNA: em


torno da replicação, cada uma das duas fitas de DNA é usada como um molde
para a formação da fita complementar – os fios originais, por este motivo,
permanecem intactos por muitas gerações de células.

Muito daquilo que se sabe acerca do DNA provém dos procariotas, pois estes
possuem apenas um cromossoma circular de pequenas dimensões, facilitando
o estudo.
A imagem representa um cromossoma bacteriano em replicação: ele replica
em dois sentidos – primeiro forma-se uma bolha (DNA desemparelham) e
posteriormente uma forquilha de replicação (esta prolonga-se até se encontrar
uma determinada região).

O DNA do procarionte apresenta apenas uma origem de replicação. Por outro


lado, o DNA do eucarionte apresenta várias origens de replicação.
• Nos seres eucariontes ocorre o aparecimento de várias forquilhas –
esta prossegue bidireccionalmente
• O facto de existir varias forquilhas nos cromossomas lineares prende-se
com o facto de existir mais do que uma origem de replicação

Este esquema representa como é que uma nova cadeia de DNA é sintetizada por DNA
polimerase
• Esta síntese dá-se por uma complementaridade de uma cadeia molde
• A DNA polimerase irá colocar a complementaridade nos novos nucleótidos
• A relação é feita entre o fosfato do novo nucleótido com o grupo 3’ OH do
nucleótido pre-existente

No entanto, o DNA polimerase não consegue colocar o primeiro nucleótido

Outro problema do mecanismo de replicação prende-se com o facto de o DNA


polimerase catalisarem o fosfato ao grupo 3’ OH o que significa que a síntese da
nova cadeia prossegue de 5’ à 3’.
• Numa molécula de DNA temos uma cadeia de 5’ à 3’ e outra de 3’ à 5’
• Isto cria um problema na replicação, uma vez que numa das cadeias está
com uma orientação certa e outra não – assim a que está na orientação
certa é sintetizada de forma continua e a outra na forma descontinua
(formação de pequenos fragmentos)

Assim passam a existir dois problemas: como é que o primeiro nucleótido se forma e
como é que a cadeira com orientação errada é sintetizada:
• Existe uma proteína chamada primase que sintetiza nas origens de replicação,
sintetiza um pimer de RNA que disponibiliza à DNA polimerase um grupo 3´OH.
• Existe um primer para a cadeia continua – orientação certa
• Existe vários primer´s para a cadeia descontinua – orientação errada
• A cadeia descontinua será replicada na orientação 5’ à 3’, porém no sentido
oposto
• Neste sentido, para existir replicação é necessário um primer, uma vez que
é sempre preciso ter disponível um grupo 3’ OH – assim, o DNA polimerase
vai fazer uma leitura da cadeira molde e por complementaridade vai colocar
um nucleótido estabelecendo uma ligação fosfodiester com o grupo 3’ OH
fornecido pelo primer.
• A imagem B ilustra o DNA polimerase – esta muda de conformação durante
o processo de síntese enquanto catalisa a adição dos novos nucleótidos.
• Os primers não ficam no DNA, pelo que deverá existir um mecanismo no final
que os substitua por ribonucleotidos do primer por desoxinucleotídeos.

Existem vários tipos de DNA polimerase:

E. coli
1. DNA polimerase I – remove os primers e reconstitui a cadeia
2. DNA polimerase II – reparação
3. DNA polimerase III – replicação

Eucariotas
1. a – responsável pela replicação descontinua (uma das 4 subunidades é a primase)
2. d – responsável pela replicação continua
3. e – parece substituir a d na reparação
4. b – reparação do DNA
5. g – replicação do DNA mitocondrial
Comparação das características das DNA polimerases das procariotas com as
eucariotas.

Algumas DNA polimerases possuem atividade de exonuclease – capacidade de


remover nucleótidos a partir das extremidades dos ácidos nucleicos.
O esquema apresenta o que acontece quando ocorre determinado erro na
sequencia do DNA:
• A polimerase adiciona um nucleótido incorreto na nova fita de DNA
• A polimerase deteta que as bases estão danificadas
• A polimerase usa a atividade exonuclease 3’ à 5´para remover o
nucleótido incorreto

Primase

Enzima que sintetiza os ribonucleotidos que servem de base à iniciação da


replicação (primer): será apenas um para o caso da leading strand (síntese
continua) e vários para o caso da lagging strand (síntese descontinua).
• Esta enzima faz a síntese de 5´à 3
O esquema representa como é que o trabalho da primase pode estar
articulado com o da DNA polimerase e como é que, posteriormente, o primer
é removido.

1. No caso da lagging strand (cadeia descontinua) - existe vários


primers de RNA que estarão distanciados e a DNA polimerase vai
usar o grupo 3’OH de um primer e sintetiza-lo até ao próximo
primer.
2. Posteriormente, outra DNA polimerase, devido à sua atividade
exonuclease é capaz de remover o primer (5´3´)
3. Posteriormente, essas lacunas deixadas pelo primer serão
preenchidas pela DNA ligase – formação da cadeia contínua de
DNA

Em suma, existem dois tipos de atividade exonuclease:


• 3´5´: remove nucleótidos errados na sequencia de DNA
• 5’3’: remove primers dos fragmentos de Okasaki

O esquema representa a forma como as helicases promovem a separação das


cadeias das moléculas de DNA.
• A helicase é um complexo homoligomerico, uma vez que apresenta
6 extremidades iguais com ligação ao ATP. O desenrolamento da
cadeia de DNA é o resultado da hidrólise de forma ordenada destas
extremidades
• É necessário a hidrólise de ATP em ADP + fosfato inorgânico
Existe proteínas capazes de se ligar a cadeias simples de DNA – SSB -, estas são
desestabilizadoras da hélice de DNA e vão expor as cadeias de DNA para que as DNA
polimerase as possa ver e sintetizar outra cadeia por complementaridade.
Estas proteínas não abrem cadeias de DNA, mas ajudam as helicases a manter o DNA
desenrolado.
Assim, este esquema ilustra o papel destas proteínas.

O esquema representa os diversos mecanismos necessários ao processo de


transcrição:
• Clamp – ajuda o DNA polimerase a manter-se preso à cadeia
• Clamp Loader – ajuda o Clamp

Ao contrário do cromossoma bacteriano, os cromossomas dos eucariontes são lineares,


o que significa que têm extremidades. Essas extremidades representam um problema
para a replicação do DNA: ou seja, o DNA da extremidade do cromossoma não pode
ser totalmente copiado em cada ciclo de replicação, resultando num encurtamento lento
e gradual do cromossoma.
Isto é, no caso de existirem primers na extremidade do cromossoma, haverá um
problema na replicação desta extremidade, pois quando se remove este primer não há
um fragmento de Okasaki que a DNA polimerase possa sintetizar.
• Telómeros – sequências repetidas nas extremidades dos cromossomas: assim,
mesmo que haja encurtamento do telómero não seja encurtado a sequencia do
cromossoma. A adição dos telómeros é feita pela enzima telomerase (proteína
associada a um RNA)
https://www.youtube.com/watch?v=vf9tSkgDTpE
Está presente uma representação esquemática da telomerase e da extremidade de um
cromossoma que acaba de ser replicado. É importante notar que o RNA é parte
integrante desta enzima, pelo que é extremamente necessário a presença deste RNA
para que esta seja funcional.
É o RNA que contém a sequência do telómero que vai ser adicionado na extremidade
do cromossoma por complementaridade. Posteriormente, a telomerase vai ler esta
sequencia.

• Está presente a cadeia parental de DNA (parental stand) e a cadeia lagging


recentemente sintetizada e incompleta
• Temos a extensão da cadeia molde dada pela telomerase – que mete em
evidencia no seu centro ativo a sequencia do RNA
• Posteriormente, pode então completar-se a cadeia recém sintetizada, uma vez
que a DNA polimerase tem agora tamanho suficiente para completar o
cromossoma

Transcrição

A transcrição é o nome que se dá à formação de RNA a partir de uma fita de DNA,


havendo cópia das informações contidas no DNA para o RNA.

O esquema apresenta o processo pela qual um gene é transcrito.


• Está presente a dupla cadeia de DNA – uma destas cadeias vai servir de
molde para a síntese de uma molécula de RNA, que vai ser complementar
a essa cadeia. A cadeia de RNA, na sua sequencia de tripletos transporta
a informação para originar uma sequencia de resíduos de aminoácidos, ou
seja, uma proteína orientada da região N terminal para a região COOH.

No entanto, é importante notar que alguns genes não codificam moléculas de RNA,
sendo traduzidos em proteínas.

A cadeia do DNA que vai servir de molde é a cadeia 3´5´ para que a molécula de RNA
seja transcrita de 5´3´.
Está representado um esquema que ilustra a estrutura molecular de um gene eurcariota.
Um gene corresponde a uma região do DNA onde se encontra informação para codificar
a sequencia de aminoácidos de uma proteína – essa informação está confinada a uma
região designada região codificante (esta é definida por um codão de iniciação – ATG –
e no final o codão STOP).
A RNA Polimerase liga-se à região promotora (5’) antes do codão de iniciação. Esta
ligação é que decide se o gene é transcrito ou não. No “caminho” que a RNA Polimerase
percorre após a sua ligação, irá existir um sinal que manda iniciar a transcrição. Após o
codão STOP existe um sinal que manda a RNA Polimerase terminar a transcrição.
Forma-se pré-mRNA.

O pré mRNA possui:


5’ UTR – região antes do 1º exão, sendo por isso uma região não codificante
3’ UTR – região após o último exão, sendo por isso uma região não codificante
Enquanto existirem intrões não é possível traduzir este mRNA, pois os intrões têm
codões stop na mesma grelha de leitura aberta que o ATG (primeiro codão de iniciação
da região codificante). Desta forma, o mRNA vai ter de sofrer processamento:
• Splicing - remoção dos intrões e junção dos exões pela ordem que eles se
encontram na molécula de DNA
• Adição de CAP 5’ - Guanina modificada.
• Adição de uma Cauda Poly A – dá estabilidade ao RNA (quanto mais
longo, mais estável), quando é traduzido perde A e é degradada quando a
cauda fica pequena.

Somente após estes 3 passos do processamento é que o mRNA está pronto para ser
traduzido.

Está representada a estrutura do CAP adicionado no processo de maturação:


• Um nucleótido de guanosina é adicionado à primeira base do mRNA
• Para que esta estrutura seja adicionada são necessárias enzimas capping
A imagem ilustra a adição da cauda Poly A. São necessárias enzimas Poly A
polimerases
• Vai existir na região 3´não codificante um sinal que vai indiciar o local onde vai
ser adicionada esta cauda
• O RNA vai ser clivado e as polimerases vão adicionar a cauda

O esquema compara o processo de transcrição, processamento de RNA e


tradução que acontece nas células eucariotas com o sistema de transcrição que
ocorre numa célula procariota
Comparando os dois esquemas, temos que:
Célula Eucariota:
• Núcleo bem definido
• O RNA processado é competente para serem traduzidos, sendo por isto
transportado pelos poros nucleares para o citoplasma – onde ocorre a
tradução

Célula Procariota:
• A transcrição e a tradução quase ocorrem simultaneamente
• Assim, logo que há síntese de RNA inicia-se a tradução

Num gene interrompido a região codificante é interrompida por intrões, enquanto que
num gene não interrompido temos toda a informação para codificar uma proteína
continuamente (do codão de iniciação ao codão stop).
O esquema ilustra como o pré mRNA que tem a região codificante interrompida por
intrões vai sofrer a remoção desses intrões e a junção dos exões – splicing
• Envolve informação na sequencia do RNA
• Envolve um conjunto de proteínas e pequenos RNA´s que colaboram entre si
para remover os intrões e unir os exões pela ordem que eles aparecem
• No final, temos a região codificante organizada, de forma a poder ser traduzida

A remoção dos intrões nem sempre é simples.


Para ilustrar a maior complexidade da remoção dos intrões está presente a tropomiosina
- associada à contração muscular.
• O gene que codifica esta proteína é complexo – tem muitos intrões e exões
• Neste exemplo a poliadenilação – adição da cadeia Poli A - pode ocorrer em
diferentes locais
Assim, existe várias maneiras para remover os intrões, a modo que após a maturação
pode originar 5 transcritos, ocorrendo em células específicas, como está na imagem.
• O primeiro ocorre no musculo estriado
• O segundo no músculo liso
• O terceiro e quarto nos fibroblastos
• O quinto no cérebro
Mostra, desta forma, que o processo de splicing é complexo e tem a potencialidade de
criar vários transcritos a partir do mesmo gene.
IMPORTANTE:

Os exões ficam, pois contêm informação genética e os intrões saem.


• As mutações que ocorrem nos exões afetam a sequência de aminoácidos
de uma proteína, mas mutações nos intrões podem afetar o
processamento do mRNA e por consequência impedir a produção da
proteína.
• A célula eucariota sofre transcrição, processamento/maturação e
tradução. A célula procariota sofre transcrição e tradução.

Exemplos de padrões de splicing alternativo para um determinado gene:


• Exões – azul
• Intrões – amarelo

1. Na primeira situação, o exão é opcional: o exão a azul mais claro pode, ou não,
ser considerado como intrão e ser removido quando os intrões adjacentes
também são. Assim sendo, se este for removido origina uma proteína, porém,
se não for removido origina outra
2. Na segunda opção o intrão é opcional
3. Exões mutuamente exclusivos: ou está presente um ou está outro (azul claro)
4. Casos mais complexos em que um intrão às vezes é mais pequeno

Outros mecanismos que ocorrem no núcleo:


• Montagem de ribossomas – existe um local no núcleo que produz ribossomas
que estão envolvidos na tradução
• O local do núcleo onde se forma ribossomas é designado nucléolo – esta região
é um domínio funcional dentro do núcleo.
O esquema mostra que a existência de nucléolos e a sua organização varia ao longo
do ciclo celular:
• Na mitose o nucléolo é dissociado – pois ocorre a desorganização do núcleo
• Volta a reconstituir-se em G1

O rRNA + proteínas forma o ribossoma que vai formar proteínas.


O esquema ilustra o funcionamento do nucléolo
• Existe uma zona do DNA que tem genes que codificam para o rRNA – ocorre
transcrição e este é produzido
• As proteínas são traduzidas no citoplasma e trazidas posteriormente para
dentro do núcleo
• A subunidade menor e maior das estruturas dos ribossomas são transportadas
para o citoplasma, onde é montado como estrutura funcional.

• Está presente o RNA mensageiro e o recetor de exportação nuclear


• Há um reconhecimento do poro e o rna vai em forma de ribonucleoproteicas
para o citoplasma
• Dá-se a tradução

Tradução

O processo de tradução consiste na leitura dos tripletos que se encontram no mRNA e


que vão ser traduzidos em aminoácido pelo ribossoma em colaboração com o tRNA. O
tRNA, por um lado, liga-se a um aminoácido e do outro lado tem um anti-codão que é
complementar a um dos tripletos da sequencia do mRNA.

https://www.youtube.com/watch?v=lZStH_Be1mw&t=347s
A figura apresenta 3 possíveis grelhas de leitura aberta – cada grelha contem uma
informação distinta em termos de sequencia de aminoácidos
• Quem determina a grelha de leitura é o codão de iniciação AUG.

Para que haja tradução, para além de ser necessário mRNA e os ribossomas é preciso
também um tRNA.
• O tRNA tem a capacidade de se ligar a um aminoácido
• No outro lado tem a sequencia complementar ao codão da sequencia – anti-
codão
A imagem ilustra a interação do anti-codão com o codão
• A 3º posição do tripleto permite alguma variação no emparelhamento – ou
seja, a 1º e a 2º posição são convencionais (o A com o T e o C com o G), porém
no caso da 3º posição existe flexibilidade
• Nos eucariotas, quando há o “U” no codão, no anti codão pode estar A,G e I
(ionosina – resulta da desaminação da adenosina no tRNA)

A imagem ilustra como um aminoácido se liga ao tRNA


• A ligação é feita do grupo carboxilo do aminoácido com o grupo 3’ OH do tRNA
– ligação covalente específica – uma vez que o aminoácido que se liga tem de
corresponder ao anti codão
A ligação do aminoácido ao tRNA é catalisada por uma enzima – aminoacyl – tRNA
synthetase:
• Está presente o aminoácido e o tRNA
• A região verde é a enzima – esta tem de ser especifica ao tRNA e ao
aminoácido
• As ligações requerem o consumo de uma molécula de ATP que é hidrolisada
em AMP + 2P
• Por fim, o tRNA com o aminoácido ligado descodifica o mRNA
Para haver síntese proteica é preciso também os ribossomas: complexo
ribonucleoproteico, ou seja, associação de proteínas com rRNA que apresentam uma
subunidade maior e menor.
O esquema compara o ribossoma procariota com os eucariotas.
No caso dos procariotas, temos que:
• A subunidade maior é constituída por 34 proteínas distintas e rna 5s e 23s
• A subunidade menor é constituída por 21 proteínas e um rna 16s

No caso das eucariotas, temos que:


• A subunidade maior por cerca de 49 proteínas e rna 5s, 28s e 5,8s
• A subunidade menor por cerca de 33 proteinas e rna 18s

O slide ilustra a estrutura tridimensional dos ribossomas:


• Existe domínios funcionais dentro do ribossoma – para tal é preciso de as duas
subunidades estejam montadas
• Sítio A – sitio onde chegam os tRNA carregados com aminoácido. Este local
revela o tripleto
• Sítio P – sitio onde se liga o tRNA que está ligado a um péptido em crescimento
• Sítio E – sítio de saída
A imagem ilustra como o processo da tradução ocorre:
1. O step 1 ilustra um ribossoma já montado – no sítio A está presente o
aminocil tRNA carregado com o respetivo aminoácido e no sitio P o peptidil
tRNA
2. No step 2 o ribossoma vai catalisar a ligação peptídica entre o aminácido 3 e
4, formando-se a ligação peptídica.
3. Vai haver um movimento do mRNA que vai revelar um novo tripleto no sítio
A
4. Fica disponível um novo local para a chegada do novo aminocil tRNA
A imagem ilustra como se inicia o mecanismo da tradução:
1. A subunidade menor do ribossoma tem de ter o tRNA carregado com a
metionina
2. Para o inicio da tradução são precisas outras proteínas designadas
fatores de iniciação: eif2 – liga o GTP ao complexo

Só na iniciação é que o tRNA se liga ao sítio P

3. O mRNA também está ligado a proteínas – algumas ligadas à calda poli


A e outras como o eif4G e eif4E ligadas à estrutura cap do RNA
4. Assim, o complexo que contém a subunidade menor do ribossoma vai
entrar pelo lado 5´do mRNA e vai fazer um “scan” em busca do AUG
iniciador – isto envolve a hidrólise de ATP
5. Posteriormente, quando a subunidade menor encontra o AUG há o
emparelhamento codão – anticodão e ocorre a hidrolide so GTP a GDP,
desligando-se.
6. Após isto, inicia-se a montagem da subunidade maior.

Continuação da síntese proteica:


1. À medida que a proteína continua a ser sintetizada vai existir outros fatores
que vão intervir neste processo – fatores de alongamento – EF-Tu e EF-G na
bactéria e EF1 e EF2 nos eucariotas
2. Na primeira situação, no sítio P está presente o peptidil tRNA e no sítio A está
exposto ao próximo aminoácido (e associado a este - EF-Tu)
3. Depois dá-se o emparelhamento codão-anticodão e caso este emparelhamento
seja incorreto a interação é destabilizada – dá-se a hidrolise de GTP e os tRNA
mal emparelhados tendem a ser expulsos.
4. Posteriormente, o GDP desliga-se e testa novamente o emparelhamento
codão-anticodão
5. O fator EF-G vai-se ligar ao ribossoma e vai hidrolisar em GDP, promovendo um
rearranjo do ribossoma, permitindo q haja um movimento de 3 nucleotidos

Quando o tripleto correspondente ao codão stop é evidenciado no local A – o ribossoma


atingiu o ultimo tripleto – existe nas células eucariotas um conjunto proteínas
designados por fatores de libertação que reconhecem estes codões; este fator liga-se
promovendo a libertação da proteína sintetizada.
Um mRNA pode ser traduzido simultaneamente por vários ribossomas – formando uma
estrutura designada polirribossoma.

Sistema Endomembranar

• Vimos anteriormente que o involucro nuclear se encontrava em continuidade


com o retículo endoplasmático;
• O retículo possui ribossomas associados às suas membranas constituindo o
retículo endoplasmático rugoso;
• O retículo está em íntima associação funcional com o complexo de golgi, que
estão associado a um conjunto de vesículas e também com lisossomas,
peroxissomas, etc..
• Os sistemas delimitados com membrana são conhecidos como sistema
endomembranar

Em Suma:
• RE – síntese de lípidos/ processamento (REL)
• Síntese de proteínas (RER)
• Glicosilação de proteínas (começa no RE e acaba no CDG)
• Armazenamento de cálcio (REL)
A imagem mostra o transporte de materiais entre os diferentes compartimentos
delimitados por membranas: este transporte assenta na existência de vesículas que
circulam entre os diferentes compartimentos. Estas vesículas têm no seu interior
moléculas que poderão transportá-las até à membrana plasmática e mandá-las para
o exterior através da exocitose. Por outro lado, podem entrar materiais nas células
através da endocitose, que serão transportados aos compartimentos alvo através
da fusão da vesícula com a membrana desses compartimentos.
Este transporte é conhecido como transporte intracelular citoplasmático ou
transporte membranar.
Este esquema mete em evidencia a continuidade do involucro nuclear com o retículo
endoplasmático, chamando a atenção para a existência da associação da
membrana do retículo com ribossomas originando o ar rugoso do retículo.
O retículo é uma estrutura membranar que delimita um espaço designado por lúmen
do retículo.
Importa notar que quando um transcrito abandona o núcleo e chega ao citoplasma
este pode ser traduzido em ribossomas não associados ao retículo ou a ribossomas
associados ao retículo.

Neste sentido, importa perceber quais são as principais funções do retículo:


• São membranas que delimitam espaços
• Existe dois tipos de retículos – retículo endoplasmático rugoso que contém
ribossomas associados e o retículo liso que é mais tubular, formando uma
estrutura tubular distribuída pelo citoplasma
O retículo endoplasmático liso está relacionado com a síntese de lípidos. É o local onde
a partir do colesterol são formadas as hormonas esteroides das glândulas endócrinas.
Na superfície destas membranas pode ser encontrado glicogénio para a obtenção de
glucose.
Outro papel importante destas membranas é o seu envolvimento na desintoxicação de
compostos orgânicos tóxicos.

Como tal, enquanto o retículo endoplasmático liso associado à síntese de lípidos, o


retículo endoplasmático rugoso está associado à síntese proteica;
No entanto, estas membranas são dinâmicas estando em contacto com outros
compartimentos.
A presente imagem mostra as relações do RE com outros compartimentos,
nomeadamente com o complexo de golgi, com os peroxissomas, com as mitocôndrias,
com os endossomas, etc...

Funções dos pontos de contacto entre as membranas do retículo e outros


compartimentos:
• O contacto do retículo com as mitocôndrias é importante para haver
transferência de cálcio.
• O contacto entre o retículo e os endossomas permitem sentir os níveis de
esteroides e regular o posicionamento dos endossomas; por outro lado, é
importante para transferir moléculas de colesterol.
• O contacto entre o retículo e o complexo de golgi é importante para a
transferência de ceramida – esta é importante para a síntese de
esfingomielina
• O contacto entre o reticulo e o peroxissoma que permite troca de
materiais

Importa notar que quando um transcrito abandona o núcleo e chega ao


citoplasma este pode ser traduzido em ribossomas não associados ao retículo ou a
ribossomas associados ao retículo. Como é que é descriminado se deve ser traduzido
em ribossomas simples ou associados a membranas do RE?
• A informação para que o mRNA seja traduzido em ribossomas livres ou
ancorados à membrana do retículo está presente na sequencia de aminoácidos
do mRNA;
• Como tal, o mRNA chega ao citoplasma e começa a ser traduzido em
ribossomas livres. No entanto, no caso deste mRNA codificar para uma
proteína que tem de ir para o retículo essa informação será dada nos primeiros
aminácidos da região N terminal. Assim sendo, o polipéptido começa a ganhar
dimensão suficiente para sair do ribossoma sendo reconhecido pela partícula
SRP, que se liga ao ribossoma fechando a entrada a novos tRNA´s, parando a
síntese proteica.

• Na membrana do retículo existe um recetor para a SRP e umas proteínas


translocadoras que vão, posteriormente, ajudar a arrancar a síntese proteica.
• Assim, o ribossoma com a SRP associado, ao chocar com a membrana do
retículo ancora o ribossoma da proteína translocadora. Posteriormente, ocorre
a saída da SRP que deixa novamente entrar tRNA e a síntese proteica continua
Está presente uma representação gráfica daquilo que acontece à proteína que está a
ser traduzida no ribossoma do retículo:
• A vermelho está presente o péptido sinal – sequencia de aminoácidos com
natureza hidrofóbica que é clivada através do sinal peptidase. Assim, a proteína
continua a ser empurrada através do translocador ficando no lúmen (onde vai
exercer a função que lhe é requerida).

Nem todas as proteínas associadas à membrana do retículo são proteínas solúveis no


lúmen.
Na imagem está presente uma proteína transmembranar:
• Esta proteína tem o péptido sinal – para poder ser sintetizada no ribossoma do
retículo –, mas tem também uma região de natureza hidrofóbica que tem
sinalização para parar a sua transferência
• Ou seja, a proteína vai sendo empurrada para dentro do retículo, porém
quando essa região é reconhecida pelo translocador o que acontece é o
impedimento da continuação da proteína para dentro do lúmen.

Há outras tipologias para as proteínas transmembranares, entre elas aquelas que


podem atravessar a membrana mais do que uma vez – neste caso o processo será
semelhante.
Importa notar que as proteínas transmembranares são diretamente produzidas na
membrana do RE e poderá chegar à membrana plasmática através de vesículas.
O esquema ilustra a diferença no transporte de uma proteína que é transportada para o
RE e outra que é transportada para compartimentos como: mitocôndria, núcleo,
peroxissomas, lisossomas, etc...
• Enquanto que o transporte da proteína para o RE é feito simultaneamente com
a sua síntese – translocação co-traducional
• Nos outros compartimentos é uma translocação pós-traducional – a proteína
so foi transportada depois da sua síntese. Ou seja, depois de sintetizada é
reconhecida por recetores e translocada para dentro do compartimento.

Uma das importantes funções do RE rugoso é a síntese de proteínas. No entanto, tem


outra função igualmente importante – a glicosilação de proteínas. Este processo
consiste na adição de oligossacáridos a uma determinada proteína num dado resíduo
de aminoácidos.
• Uma proteína está a ser sintetizada num ribossoma ancorado à membrana do
retículo. Na membrana do retículo está presente um lípido especializado
designado dolicol. Este lípido está ligado a um oligossacárido.
• Também na membrana do retículo está presente uma enzima designada como
oligossacaril transferase que reconhece a sequencia dos aminoácidos da
proteína e se encontrarem uma asparagina vão catalisar a transferência do
oligossacárido do dolicol para a proteína

Este esquema mostra alguns detalhes da sequencia de aminoácidos da proteína que


sofreu glicolisação.
• O aminoácido asparagina é ligado ao oligossacárido – este é constituído pela N-
acetilglicoseamina, manose e glucose
• As asparaginas que podem ser glicosiladas têm de estar num contexto da
sequencia de resíduos de aminoácidos – isto é, tem de existir a asparagina,
seguido de um aminoácido e depois uma serina ou trionina. Se não existir esta
sequencia as asparaginas não podem ser glicosiladas.
A imagem mostra como é uma proteína pode ser ancorada a um glicosilfosfatidilinositol
(GPI)
• A proteína é sintetizada na membrana do RE e depois dá-se a transferência
desta para o lípido. É removido um péptido na região C terminal e ela fica
ancorada ao lípido.
O retículo endoplasmático liso está associado à síntese de lípidos, nomeadamente os
fosfolípidos.
Este esquema representa essa síntese.
• As proteínas levam os ácidos gordos à bicamada lipídica da membrana do
retículo.
• Posteriormente, as aciltransferases vão ligar dois ácidos gordos ao glicerol,
formando o ácido fosfatídico – é insolúvel na água permanecendo, desta
forma, na membrana.
• Depois existem modificações para ligar a cabeça hidrofílica do lípido.

O esquema mostra que a bicamada lipídica da membrana do retículo tem uma


mistura nas duas monocamadas de diferentes fosfolípidos. No entanto, é na
monocamada voltada para o citoplasma que são sintetizados os fosfolípidos.
Como é que os fosfolípidos depois vão para a monocamada virada para o
lúmen?
• Existem umas enzimas designadas como scramblases que vão catalisar o
flipping dos fosfolípidos de uma camada para a outra criando uma
simetria entre as duas monocamadas.
• Por outro lado, na membrana plasmática há uma assimetria: há
fosfolípidos que são residentes na monocamada virada para dentro da
célula e outros que são residentes na monocamada virada para fora.
Para tal acontecer, as enzimas flippases mantém essa assimetria.

GOLGI

Muitos dos materiais produzidos no retículo terminam a sua maturação no complexo de


golgi. Pode afirmar-se que há uma relação funcional entre o retículo e o golgi: o reticulo
sintetiza um conjunto de moléculas que vão posteriormente para o golgi onde sofrem
maturação e tornam-se funcionais.

O esquema ilustra a relação funcional entre o retículo e o complexo de golgi.


Os materiais sintetizados a nível do reticulo são transportados para uma espécie de
“saquinhos” – designados dictiossomas. Posteriormente, ao chegarem ao golgi, eles vão
sofrer modificações.
• O transporte entre o reticulo e o golgi e mesmo entre os diferentes saquinhos é
feito através de vesiculas – ou seja, há vesiculas que se formam a partir do
reticulo e vão chegar à face de entrada de materiais do golgi. Depois os
materiais são alterados até chegar a uma zona que os vai distribuir para
diferentes zonas da célula também através de vesículas.
As cisternas delimitam o lúmen.
Os materiais que chegam por vesiculas vão ser transportado ao longo destas cisternas
que funcionam como uma espécie de linha de montagem.

Está presente uma construção tridimensional do complexo de golgi.


• A região de entrada de materiais é designada pela face cis.
• Os materiais atravessam sequencialmente as diferentes cisternas
• A zona de “distribuição” é designada por trans face
O esquema ilustra a polaridade do golgi – a imagem mostra o que acontece em cada
cisterna.
Uma das principais modificações ocorre a nível da glicosilação das proteínas:
• As proteínas glicosiladas chegam do retículo ao golgi pela face cis, sendo
alteradas ao nível das cisternas
• Quando se atinge a glicosilação correspondente ao estado maduro das
proteínas dá-se a distribuição pela membrana plasmática, lisossomas ou
vesiculas de secreção.

Como foi visto anteriormente, oligossacáridos eram transferidos resíduos de aspiraginas


originando N-linked oligossacáridos. No entanto, as proteínas maduram apresentam
outro tipo de oligossacáridos: oligossacáridos complexos e oligossacáridos ricos em
manose – isto ocorre no golgi, através de um processamento dos oligossacáridos N-
Linked.
• As proteínas podem ter mais de um tipo destes oligossacáridos, ou seja, podem
ter oligossacáridos ricos em manose ou complexos.
• O processo inicia-se no RE, indo posteriormente para o golgi onde são
processados através das cisternas.

• Figura A – Glicolisação que ocorre a nível do reticulo: acetilglicoseamina e


manose
• Figura B – Processamento ocorrente no golgi – no caso dos oligossacáridos
complexos adiciona-se outros oligossacáridos como a galactose ou o acido
siálico
• Figura C – oligossacáridos ricos em manose – adição de novos monossacáridos
de manose
Os proteoglicanos são proteínas glicosiladas que vão fazer parte da matriz extracelular
e são produzidas a nível do aparato de golgi. Este tipo de glicolisação é diferente, uma
vez que é feito nas trioninas e serinas (O-linked).
• Assim, temos proteínas inicialmente glicosiladas no retículo e que são
maturadas no golgi e outras em que ocorre um novo tipo de glicosilação.

Para além dos proteoglicanos, há outras proteínas que sofrem glicosilação O-linked
designadas por mucinas – estas são encontradas nos mucos/secreções que mantém a
hemóstase dos tecidos.

Como se sabe o destino de cada vesicula?

Foi mencionado anteriormente, que o transporte das proteínas glicosiladas para o golgi
e depois do golgi para diferentes compartimentos envolve vesículas. Como se sabe o
destino de cada vesícula?
Observamos que as vesiculas não são todas iguais – especialmente em termos de
revestimento, estando relacionadas com o tipo de transporte que estas realizam. Estas
proteínas de revestimento são fundamentais para ajudar a membrana a formar a
vesícula.
Há 3 tipos de revestimentos para as vesículas:
• COP I – Vesiculas que fazem transporte entre diferentes dictiossomas do golgi e
deste para o reticulo
• COP II – Ajudam as vesiculas a formar-se a nível do retículo e que vao para o
golgi
• Clatrina – Ajuda a formar as vesiculas na região TRANS do golgi e que vao para
os lisossomas ou endossomas. Por outro lado, são também encontradas na
membrana plasmática ajudando na endocitose
As vesículas podem utilizar os microtúbulos, usando proteínas motoras, para se
moverem para os diferentes destinos.

O esquema representa as diferentes etapas desde a formação da vesícula até ao


transporte desta ao compartimento alvo.
• Logo que a vesícula se forma o seu revestimento é removido
• A vesícula associa-se ao microtúbulo através da proteína motora – isto permite
que a vesicula se movimente no citoplasma
• A proteína tem Snares e rab’s que dão identidade à visicula
• Os compartimentos alvo têm outras snars e proteínas que reconhecem as rab’s
e que permitem o primeiro ancoramento à membrana do compartimento
• Dá-se a fusão da vesicula com o compartimento, ficando íntegra a este

Como é selecionado o destino face ao conteúdo?


Existem proteínas transmembranares na membrana do retículo que são recetores para
as proteínas transportadas para fora – assim, para que haja ligação da proteína ao
recetor tem de existir um sinal na sequencia de resíduos de aminoácidos da proteína.
• Como tal, no local onde se concentra as proteínas de revestimento da vesícula
há reconhecimento entre o COP II e os recetores; concentra-se também as
proteínas a transportar

Nem todas as proteínas sintetizadas no retículo têm de o abandonar e ir para o golgi.


Há um conjunto de proteínas que são requeridas para o retículo – proteínas residentes
(têm de ter informação na sua sequencia que são residentes do retículo).
No entanto, por vezes, algumas destas proteínas vão associadas erradamente a outras
proteínas que partem para o golgi.
• Observou-se que o que caracteriza a proteína residente do retículo é a
sequencia KDEL que está na região C da mesma. Assim, caso estas proteínas
apareçam no golgi existe uns recetores que reconhecem esta sequencia e que
vão concentrá-la em vesículas de revestimento COP I que caracteriza as
vesiculas de retorno ao reticulo.

Lisossomas

Os lisossomas são organitos delimitados por membranas que estão cheios de enzimas
solúveis hidrolíticas que são capazes de hidrolisar macromoléculas. Contém cerca de
40 tipos de enzimas hidrolíticas que podem ser:
• Proteases – degradam proteínas
• Nucleases – degradam ácidos nucleicos
• Glicosilases – atacam os glúcidos / polissacarídeos
• Lipases – atacam os lípidos
• Fosfolipases – atacam fosfolípidos
• Fosfatases – removem grupos fosfato
• Sulfatases – removem grupos fosfato

Estas enzimas são ácidas, pelo que precisam de estar num meio ácido para produzir as
clivagens.
O Ph no lúmen dos lisossomas é aproximadamente 5.
Este Ph é conseguido através do bombear de iões H+ do citosol para dentro do lúmen
do lisossoma. Isto é feito por uma bomba que transporta protões através da hidrolise de
ATP em ADP+P.

A heterogeneidade dos lisossomas pode surgir da maneira como estes se formam.


A imagem representa a maturação dos lisossomas:
• Os endossomas tardios recebem não só materiais da membrana plasmática
através da endocitose, mas também recebem hidrólases lisossomais recém
produzidas no golgi. Estes endossomas tardios vão-se fundindo em
endosossomas que se vão transformando em lisossomas.
• Os lisossomas podem também provir de lisossomas pré-existentes
Maturação endossomas:
• Na membrana há a formação de vesiculas endocíticas – estas vão-se fundir,
originar um endossoma inicial (tem projeções)
• Os endossomas iniciais vão possuir vesiculas que vão reciclar a membrana
plasmática
• As proteínas não recicladas vão ficar armazenadas no lúmen do endossoma e
vão-se transformar endossomas tardios (não vão reciclar a membrana)
• Endossomas tardios vao-se converter em lisossomas

O esquema ilustra a síntese das enzimas hidrolíticas – desde a síntese do RE, passando
pelo golgi até aos lisossomas.
• Uma das características das hidrólases é possuírem manose fosforilado ligado a
um resíduo de aminoácido – ligação N-Linked

O esquema ilustra a formação da manose 6 fosfato no golgi:


• A enzima já está glicosilada com um oligossacárido N-linked (com manose)
• A enzima tem uma sequencia nos seus resíduos de aminoácidos que fazem com
que ela seja reconhecida pela fosfotransferase – esta enzima vai transferir um
grupo fosfato para o oligossacárido.
• Isto forma a manose 6 fosfato e em seguida a fosfotransferase liberta a enzima
lisossomal hidrolítica na sua forma funcional
• Posteriormente, será transferida para os lisossomas
O esquema representa como é que as enzimas hidrolíticas saem da região trans do
golgi e são entregues aos lisossomas - a informação de que deverão ser entregues ao
lisossoma reside no oligossacárido manose 6 fosfato:
• A enzima hidrolítica é transportada através de vesículas ligadas a recetores.
Quando a vesícula chega ao lisossoma, o Ph ácido faz com que haja uma
alteração conformacional, fazendo desligar o recetor da manose 6 fosfato.

ENDOCITOSE
• A figura (A) representa a exocitose – a vesícula vai fundir-se com a membrana e o
seu conteúdo é lançado para o meio extracelular
• A figura (B) representa a endocitose – macromoléculas vão para dentro da célula
através da formação de uma vesícula

Os produtos que chegam ao lisossoma para serem hidrolisados podem ter diferentes
origens:
• Fagocitose – os macrófagos fagocitam bactérias – esta é incluída no fagossoma
que se fundirá com lisossomas
• Autofagia – destruição de estruturas da própria célula – ex: mitocôndrias não
funcionais. Assim, forma-se um autofagossoma que se fundirá com os
lisossomas

Transporte da glucose em resposta à insulina


Endossomas – provenientes da endocitose
• Recetor insulina
• Transportador glucose
• No citoplasma há endossomas que têm na sua membrana transportadores da
glucose – quando a insulina está presente liga-se ao recetor e estimula a célula
(que promove o transporte de vesiculas com transportadores de glicose que se
vao dirigir à membrana e fundir-se com ela); assim, aumenta o transporte de
glucose de fora para dentro
O transporte do colesterol requer a associação com um conjunto de lipoproteínas
• A quantidade de LDL em circulação é um fator de risco

Fagocitose

As células mamíferos têm células que realizam este processo:


• Macrofagos
• Neutrófilos
• Células denditricas

Este processo requer a dinâmica do citoesqueleto de actina – forma pseudopes

Exocitose

Existe dois tipos de vias secretoras:


• Constitutiva – resulta da produção continua de uma determinada proteína que
é transportada até à membrana plasmática e é expulsa
• Via Secretora Regulada – armazenam proteínas e permanecem no citoplasma;
so são expulsas na presença de um sinal
Nas células nervosas – sinapses- também há envolvimento de vesiculas:
• Proteinas sinápticas transportadas pelo axónio e entregues na membrana
sendo libertadas para a fenda sináptica

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