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Fisiologia animal –

Respiração
Aula 21 e 22
Respiração celular × respiração sistêmica

Respiração celular:
– ocorre no interior das células;
– utiliza matéria orgânica (glicose) e oxigênio;
– gera energia (ATP) para a célula.

Respiração sistêmica:
– trocas gasosas realizadas entre o corpo e o ambiente,
fornecendo gás oxigênio (O2) às células.
Tipos de respiração
• Difusão simples:
A difusão simples ocorre nos organismos unicelulares, como os
protozoários, que sofrem difusão de gases através da membrana
plasmática de suas células. Animais como poríferos, cnidários,
platelmintos e nematódeos também trocam gases com o ambiente por
difusão simples. Embora sejam pluricelulares, não possuem um sistema
responsável por captar e distribuir os gases pelas células do corpo. Isso só
é possível devido ao tamanho reduzido e à forma do corpo desses
animais, pois suas células se encontram próximo da superfície
corporal, na qual as trocas gasosas acontecem.
Tipos de respiração
• Traqueal
A respiração traqueal é típica de insetos, mas ocorre também em outros artrópodes
terrestres, como centopeias e algumas aranhas.
Ocorre por meio de um sistema de tubos, as traqueias, que penetram por todas as
partes do corpo do animal, ramificando-se muitas vezes em tubos tão finos que os
gases são trocados diretamente com as membranas plasmáticas das células.
Nesses animais, as trocas gasosas independem da circulação, isto é, os gases não
passam pelo sangue. As trocas gasosas ocorrem diretamente entre o meio externo e
as células do animal
Tipos de respiração
• Respiração Cutânea
Tipo de respiração que ocorre através da pele (superfície do corpo). Diferencia-se
da difusão simples porque, na respiração cutânea, os gases são trocados com o
sangue, isto é, o oxigênio do meio externo atravessa a epiderme e chega ao
sangue, que o conduz até as células do corpo. O gás carbônico produzido por
essas células faz o caminho oposto. É a respiração típica de anelídeos (minhoca)
e de anfíbios em todas as suas fases de vida.
Tipos de respiração
• Branquial
Brânquias são estruturas respiratórias muito
eficientes na realização de trocas gasosas
em meio aquático, no qual há
aproximadamente 20 vezes menos oxigênio
dissolvido do que no ar.
Esse tipo de respiração é encontrado em
anelídeos (poliquetos), moluscos aquáticos,
crustáceos, equinodermos e vertebrados
aquáticos, como os peixes e os anfíbios em
estágio larval.
Nos anelídeos, o sangue é vermelho, pois
apresenta hemoglobina, como no sangue dos
vertebrados. Já os crustáceos apresentam
sangue azulado, pois o pigmento
respiratório presente é a hemocianina. Esses
pigmentos respiratórios se ligam ao
oxigênio transportando-o para os tecidos do
corpo.
Tipos de respiração
• Pulmonar
O ar que entra nos pulmões deve sair pelo mesmo caminho a cada ciclo
respiratório, o que diminui sua eficiência, já que a absorção do oxigênio se dá
apenas na inspiração (entrada de ar nos pulmões). Além disso, as trocas gasosas
nos pulmões dos mamíferos ocorrem apenas no final de suas ramificações, nos
alvéolos. Para se ter uma ideia, a cada inspiração normal de uma pessoa em
repouso, somente cerca de 16% do ar é renovado, podendo chegar a valores de
20% a 35% em inspirações forçadas (quando pegamos o máximo de ar que
conseguimos para mergulhar, por exemplo). A maior parte do ar que continua no
interior dos pulmões não se renova.
Sistema respiratório humano
Fossas nasais
Durante a inspiração, o ar entra
pelas narinas e segue para as fossas
nasais, ou cavidade nasal. Nesse
percurso, ele é filtrado por pelos
presentes nas narinas, que retêm
partículas em suspensão. Ao passar
pelas fossas nasais o ar é aquecido e
umedecido. Nessa região também
está localizado o epitélio olfativo,
responsável pelo olfato.
Sistema respiratório humano
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v=yalLXl8kE2U&t=4s&ab_channel=ProvozAssocia%C3%A7%C3%A3oArt
Faringe e laringe %C3%ADsticaCult.ProfissionaisVoz

A faringe constitui uma passagem tanto para o


ar respirado como para o alimento ingerido. É
conhecida popularmente como garganta. A
parte inferior desse órgão se conecta ao
esôfago (para onde seguem os alimentos) e à
laringe (para onde segue o ar).
A epiglote é uma peça de cartilagem flexível
em forma de folha, responsável por desviar o
alimento para o esôfago para que ele não caia
na traqueia. Durante a deglutição, a faringe e
a laringe se elevam, fazendo a epiglote se
mover para baixo e tampando a entrada da
laringe, direcionando a saliva, os líquidos e os
alimentos deglutidos para o esôfago.
Sistema respiratório
humano
Traqueia, brônquios e
bronquíolos
A traqueia é um tubo localizado
ventralmente ao esôfago. Sua parte
inferior se divide em dois brônquios.
Um segue para o pulmão direito e
outro para o pulmão esquerdo. Tanto a
traqueia quanto os brônquios possuem
anéis de cartilagem, que os mantêm
abertos durante a passagem de ar. Os
brônquios se ramificam em
bronquíolos, que, por sua vez,
ramificam-se em bronquíolos
terminais, ao final dos quais se
encontram os alvéolos.
Sistema respiratório humano
A traqueia e os brônquios são
revestidos internamente por um
epitélio ciliado e possuem células
produtoras de muco (células
caliciformes ou células de Goblet).
As partículas em suspensão no ar que
eventualmente tenham passado pelos
filtros do nariz são retidas nesse muco,
que é constantemente “varrido” pelos
cílios em direção à faringe, onde é
deglutido com a saliva. Esse processo
protege as vias aéreas mais profundas
de eventuais infecções causadas por
microrganismos patogênicos presentes
no ar inspirado.
Sistema respiratório humano
A hematose nos alvéolos
As trocas gasosas ocorrem apenas nos alvéolos. Cada alvéolo consiste em um
pequeno saco com paredes finíssimas revestidas por muitos capilares sanguíneos
com os quais realizam as trocas gasosas. Toda troca gasosa ocorre por difusão e,
nesse caso, ela ocorre entre o sangue dos capilares e o ar alveolar. Esse fenômeno é
conhecido por hematose, em que o gás oxigênio (O 2 ar alveolar se difunde para as
hemácias dos capilares, enquanto o gás carbônico (CO 2) presente no sangue se
difunde para o ar alveolar.
Movimentos respiratórios

A inspiração e a expiração dependem de


movimentos realizados pelos músculos
intercostais e pelo diafragma.
Na inspiração, os músculos intercostais se
contraem e elevam as costelas, ao mesmo
tempo que o diafragma contrai e desce.
Esses dois movimentos aumentam o volume
da caixa torácica, diminuindo a pressão
sobre os pulmões, de forma que ela fique
menor que a pressão atmosférica (do
ambiente), provocando a entrada de ar.
Na expiração, os movimentos se invertem.
Os músculos intercostais relaxam e abaixam
as costelas, enquanto o diafragma relaxa e
sobe. Isso leva à diminuição do volume da
caixa torácica e ao aumento da pressão sobre
os pulmões, que fica maior que a pressão
atmosférica, fazendo o ar sair.
Controle nervoso da respiração
Se a atividade muscular aumentar durante uma atividade física, por
exemplo, os músculos liberarão maior volume de gás carbônico no sangue
e a reação representada anteriormente se deslocará para a direita,
aumentando a formação de íons H+ e reduzindo o pH sanguíneo. A
diminuição do pH estimula o bulbo a aumentar o ritmo respiratório,
eliminando o excesso de gás carbônico e aumentando a absorção de
oxigênio.
Quando a atividade física é encerrada, aos poucos o gás carbônico é
eliminado, deslocando a reação para a esquerda, diminuindo a
concentração de íons H+ . Isso leva ao aumento do pH sanguíneo, o que
indica ao bulbo que o ritmo respiratório pode voltar ao normal.
Doenças respiratórias

A asma é causada por inflamação


crônica e obstrução das vias aéreas.
Essa obstrução pode ocorrer pela
contração da musculatura dos
bronquíolos, ou pelo aumento da
secreção de muco que dificulta a
passagem de ar, entre outros fatores.
Os agentes que desencadeiam as crises
de asma podem ser: pólen, ácaros
presentes na poeira, alimentos, mofo,
fumaça, exercícios físicos,
conservantes de alimentos e/ou
bebidas, etc. O principal sintoma é a
dificuldade de respirar, seguida de
chiados, e fadiga.
Doenças respiratórias
Bronquite
A bronquite se caracteriza pela produção de muco
em excesso nas vias aéreas do indivíduo,
principalmente nos brônquios. A inalação de
substâncias que causam irritação aumenta a
formação das células produtoras de muco e a
espessura da parede dos brônquios, elevando a
quantidade de secreção no interior das vias aéreas,
que obstruem a passagem do ar, dificultando a
respiração.
Existem dois tipos de bronquite: aguda e crônica.
A aguda aparece pontualmente, por conta de
infecções virais ou bacterianas, por exemplo, mas
é tratada e curada com certa facilidade na maioria
dos casos. A bronquite crônica está normalmente
associada à exposição constante ao agente irritante,
como o cigarro, por exemplo. Geralmente pode ser
tratada e aliviada, mas, em geral, não tem cura.
Doenças respiratórias

Enfisema
Enfisema é a destruição das paredes dos
alvéolos, formando espaços nos quais o ar fica
preso durante a expiração. Isso prejudica a
renovação do ar e, consequentemente, as trocas
gasosas, levando as pessoas com essa
enfermidade a se cansarem com atividades
físicas de pouco esforço. Com o tempo, mais
paredes alveolares se rompem, aumentando os
espaços pulmonares que retêm ar nos pulmões.
Outro problema é a perda da elasticidade das
paredes dos alvéolos. Após a expansão durante
a inspiração, os alvéolos têm dificuldade em
voltar ao tamanho normal, dificultando a
expulsão de ar e, consequentemente, a
respiração. O principal fator desencadeador de
enfisema é o cigarro. Essa doença comumente
precede casos de câncer de pulmão.

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