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Os pulmões localizam-se na caixa torácica, a qual é constituída pelas costelas, esterno, tecido
conectivo e músculos intercostais.
São órgãos constituídos por duas partes, o pulmão direito e o pulmão esquerdo.
São órgãos especializados nas trocas gasosas entre o corpo e a atmosfera. Cada pulmão divide-
se em secções designados lobos, sendo que o pulmão direito está dividido em três lobos e o
pulmão esquerdo está dividido em dois lobos, para melhor alojar o coração na cavidade
torácica.
Entre a pleura parietal e a pleura visceral existe uma cavidade designada cavidade pleural.
As membranas da pleura produzem um líquido, designado fluido pleural, que lubrifica a sua
superfície, diminuindo a fricção entre si, o que impede que sofram lesões durante os
movimentos respiratórios.
Também apresenta características adesivas, o que auxilia a manter a posição dos pulmões
contra a superfície da parede torácica. Esta característica adesiva faz com que os pulmões
aumentem de tamanho, ao acompanharem o movimento da caixa torácica durante a
inspiração.
Na cavidade torácica, sob os pulmões, localiza-se um músculo designado diafragma, cuja ação
combinada com os músculos intercostais causa os movimentos respiratórios.
As vias respiratórias incluem as narinas, cavidade nasal (ou fossas nasais), faringe, laringe,
traqueia, brônquios e bronquíolos.
A cavidade nasal é um espaço revestido por uma mucosa que se situa após as narinas e
termina na faringe. A sua função é filtrar, humedecer e aquecer o ar inspirado.
A faringe é um órgão formado por músculos esqueléticos revestidos por uma membrana
mucosa.
Faz a ligação entre as cavidades nasal e oral, o esófago e a laringe e, por essa razão, considera-
se que faz parte do sistema respiratório e do sistema digestivo.
É na laringe que se situam as cordas vocais, um órgão que se reveste de especial importância
para os docentes porque utilizam principalmente a voz na dinamização das atividades letivas.
A traqueia é um tubo constituído por cartilagens e tecido fibroelástico (tecido formado por
músculo e tecido conectivo).
A árvore bronquial é constituída por brônquios secundários que resultam da ramificação dos
brônquios primários, e por brônquios terciários, que resultam da ramificação dos brônquios
secundários. Por sua vez, os brônquios terciários ramificam-se em tubos cada vez menores,
designados bronquíolos.
Um alvéolo pulmonar é um saco constituído por uma parede elástica fina que facilita as trocas
gasosas e possibilita o aumento de tamanho quando o alvéolo recebe o ar inspirado.
Os alvéolos comunicam entre si através de poros alveolares, o que auxilia a manter a pressão
de ar constante entre os diferentes alvéolos.
Os alvéolos são muito vascularizados por capilares sanguíneos, o que facilita as trocas gasosas.
A respiração externa, por sua vez, consiste na troca de gases com o ambiente externo ao corpo
e ocorre ao nível dos alvéolos pulmonares.
Esses movimentos alteram a pressão do ar que se localiza no interior dos pulmões. Essa
pressão é medida através de uma unidade denominada milímetros de mercúrio (mmHg).
Salienta-se que, apesar de, por conveniência, cada um dos movimentos respiratórios ser
descrito como uma sequência de ações, as mesmas ocorrem em simultâneo.
Não se deve confundir o processo de ventilação pulmonar com o de respiração. Enquanto a
ventilação pulmonar visa renovar o ar alveolar e das vias respiratórias, a respiração
propriamente dita é um processo bioquímico, que ocorre a nível celular, nas mitocôndrias,
onde se produz energia necessária ao metabolismo celular, utilizando glicose e oxigénio. Este
processo gera resíduos, como o dióxido de carbono.
A hematose consiste em trocas gasosas. Essas trocas gasosas ocorrem dos locais onde
determinado gás está a maior pressão parcial para os locais onde esse gás se encontra a menor
pressão parcial.
A pressão parcial corresponde à pressão exercida por esse gás numa mistura de gases. O
processo físico que possibilita o movimento dos gases dos locais onde a sua pressão parcial é
mais elevada para os locais onde a pressão parcial é mais reduzida baixa denomina-se difusão.
No corpo humano a difusão dos gases ocorre através das membranas celulares.
A hematose alveolar consiste nas trocas gasosas que ocorrem entre os capilares e os alvéolos
pulmonares.
Nos alvéolos pulmonares o ar está constantemente a ser renovado, pelo que a PO2 = 104
mmHg (Ortiz-Prado, 2019) e a PCO2 = 40 mmHg. Por conveniência, a explicação do movimento
de hematose pulmonar organiza-se nos momentos A, B e C.
Momento A
Momentos B e C
A hematose celular consiste em trocas gasosas que ocorrem entre os capilares e as células.
Momento A
Quando o sangue contacta com as células ao nível dos capilares, ocorrem trocas gasosas. Como
a pressão do O2 é maior no sangue (104 mmHg) do que a que se encontra no interior das
células (40 mmHg), o O2 difunde-se do sangue para as células.
Pelo contrário, como a pressão do CO2 é maior nas células (45 mmHg) do que a que se
encontra no interior do sangue (40 mmHg), o CO2 difunde-se das células para o sangue. Essas
trocas ocorrem continuamente até a pressão do O2 e a pressão do CO2 ser idêntica no sangue e
nas células.
No momento C, o sangue é enviado em direção ao coração e depois aos pulmões com uma
maior concentração de dióxido de carbono, pelo que a PCO2 = 45 mmHg.
O transporte do CO2 é mais complexo do que o do O2. Uma parte do CO2 dissolve-se no plasma
(10%). A maior parte do CO2 é transportado até os alvéolos pulmonares devido à ação dos
eritrócitos. O CO2 interage com os eritrócitos principalmente de três formas:
A Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI) consiste na morte súbita e inesperada de um bebé
com menos de um ano de idade, aparentemente saudável, habitualmente durante o sono.
Nessas condições, os brônquios ficam obstruídos, o que causa dificuldade em respirar, tosse
persistente e uma sensação de aperto no peito.
A bronquite é uma doença comum nas crianças e pode ser aguda ou crónica.
As partículas infeciosas nos aerossóis podem ser enviadas para o exterior através da respiração
ou fala de indivíduos infetados pela doença, mesmo no caso dos assintomáticos. Sobre esse
assunto, observe uma simulação realizada por um supercomputador sobre o modo como os
aerossóis se dispersam através da fala ou tosse.
Um fumador ativo inala diretamente o fumo do tabaco que consome, enquanto um fumador
passivo inala o fumo do tabaco produzido por outro indivíduo e que se dispersa no espaço em
que este se encontra.
Esse fumo ambiental do tabaco é constituído pelo fumo expirado pelos fumadores e o fumo
resultante da queima do tabaco.
O consumo regular do tabaco causa dependência física e psíquica provocada por uma droga
psicoativa, a nicotina, presente na folha do tabaco e introduzida no organismo através da
inalação do fumo do tabaco ou da mastigação da folha do tabaco.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso organiza-se em sistema nervoso central (SNC) e no sistema nervoso
periférico (SNP).
A parte superior do encéfalo constitui o cérebro que se encontra dividido em dois hemisférios
cerebrais, o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo.
Cada hemisfério, por sua vez, organiza-se em quatro secções: lobo frontal, lobo parietal, lobo
occipital e lobo temporal.
Os dois hemisférios estão ligados entre si por uma estrutura muito ramificada designada corpo
caloso.
Julga-se que apenas 25% do córtex tem funções definidas, designadas áreas primárias,
relacionadas essencialmente com a interpretação da informação. Por exemplo, a área de Broca
está relacionada com a expressão da linguagem, ou seja, a planificação da fala, enquanto a
área de Wernicke processa os sons escutados e associa-os à linguagem, isto é, garante que
compreendemos o que é dito.
Os restantes 75% constituem as áreas de associação, nas quais se encontram neurónios que
processam a informação antes de decidir a ação a tomar. As áreas de associação têm um papel
fundamental nas funções mentais complexas, como raciocínio e a criatividade.
O cerebelo é, entre outras funções, responsável pela manutenção do equilíbrio e coordenação
da ação de determinados músculos que realizam movimentos voluntários.
O tronco cerebral faz a ligação entre a medula espinal e o encéfalo. É constituído pelo
mesencéfalo, ponte e bolbo raquidiano (ou medula oblonga).
A ponte faz a ligação com o cerebelo e, em conjunto com o bolbo raquidiano, intervém na
regulação de atividades vitais involuntárias, como os movimentos cardíacos e os respiratórios.
A hipófise é uma glândula que se divide em duas estruturas, a hipófise posterior e a hipófise
anterior. Possui um tamanho aproximado de uma ervilha e está protegida por uma estrutura
óssea do crânio, o esfenoide. A hipófise controla a função da maioria das outras glândulas
endócrinas do organismo. A hipófise também atua diretamente sobre determinados órgãos.
A medula espinal localiza-se no interior das vértebras da coluna vertebral. É responsável por
conduzir informações provenientes de diversas partes do corpo para o encéfalo, de
encaminhar a informação processada pelo encéfalo para as diferentes regiões do corpo e
intervém, ainda, nos atos reflexos.
A parte central da medula espinal é constituída por uma substância cinzenta, rodeada por uma
substância branca, cuja cor resulta de serem constituídas por diferentes partes dos neurónios.
A substância cinzenta é uma estrutura com forma de H, constituída por uma grande
quantidade de corpos celulares dos neurónios, enquanto a substância branca é formada pelos
prolongamentos dos neurónios (axónios). Na medula espinal entram fibras – fibras nervosas da
raiz dorsal – e partem fibras – fibras nervosas da raiz ventral.
O encéfalo e a medula espinal são revestidos por meninges. As meninges são membranas que
recobrem e protegem o encéfalo e a espinal medula. Existem três meninges que se sobrepõe
sucessivamente, a mais externa designa-se dura-máter, a do meio aracnoide e a mais interna
pia-máter.
A meningite é uma inflamação das meninges que pode ser de origem viral ou bacteriana. Os
sintomas dependem da idade do paciente, mas geralmente caracteriza-se por provocar
vómitos em jato, rigidez na parte de trás da cabeça e febre alta.
Entre as meninges e entre estas e o encéfalo existe o líquido cérebroespinal que, entre outras
funções, elimina os resíduos gerados pelo metabolismo dos neurónios e protege o cérebro de
impactos externos, amortecendo-os.
O prolongamento maior designa-se axónio. O axónio está revestido por células de Schwann
que segregam uma substância que se designa por mielina. A mielina é uma substância lipídica
e isolante que se organiza em membranas em espiral, formando uma bainha de mielina. Possui
uma cor branca o que dá aos nervos a sua cor branca característica. Na parte final do axónio
existem prolongamentos, designados telodendros, que terminam em extremidades pré-
sinápticas.
A rodear os neurónios existem as células da glia. Pensa-se que estão envolvidas na nutrição
dos neurónios, mas algumas investigações mostram que possuem funções cognitivas e de
memória.
De forma geral, o impulso nervoso transmite-se, num primeiro momento, com uma natureza
elétrica e da seguinte forma:
Essas concentrações obtêm-se através da ação das bombas de sódio e de potássio, que
transportam, em cada movimento:
A seguir o impulso nervoso transmite-se com uma natureza elétrica ou química através das
sinapses. Uma sinapse é uma região de contacto muito próxima entre a extremidade terminal
de um neurónio e a superfície de outras células (neurónios, células musculares, sensoriais ou
glandulares).
As sinapses podem ser elétricas ou químicas. Quando são de natureza elétrica, o impulso
nervoso continua a transmitir-se uma forma análoga à explicada anteriormente. No caso das
sinapses químicas, quando o impulso nervoso atinge as extremidades pré-sinápticas do axónio,
as vesículas sinápticas libertam para a fenda sináptica substâncias químicas, os
neurotransmissores. Estas substâncias ligam-se a recetores de membrana da célula seguinte,
designada célula pós-sináptica, desencadeando o impulso nervoso (entrada de Na+ ), que
continua a sua propagação.
Para além das sinapses ocorrerem entre neurónios, também podem ocorrer entre neurónios e
outras células do organismo, como as musculares. Nesse caso, as sinapses designam-se
neuromusculares.
Os nervos podem ser de dois tipos quanto ao modo como se ramificam a partir do sistema
nervoso central:
• os nervos raquidianos partem da medula espinal e ramificam-se pelo corpo. O nervo ciático
é o nervo raquidiano mais longo do organismo.
Acerca do modo como se processa a informação os nervos podem classificarse como nervos
sensitivos, quando recolhem a informação sensorial e a enviam ao sistema nervoso central, e
nervos motores, quando encaminham a resposta do sistema nervoso central aos órgãos
respetivos.
O sistema nervoso autónomo é uma parte do sistema nervoso que regula as condições
internas do organismo, como por exemplo, o ritmo cardíaco, a digestão, a circulação do
sangue, o controlo da temperatura ou os movimentos respiratórios.
Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são uma das principais causas de morte e podem ser
do tipo isquémico ou hemorrágico. Num AVC isquémico, habitualmente ocorre quando uma
artéria no cérebro é obstruída, por causas como um coágulo sanguíneo ou aterosclerose, e o
sangue deixa de fluir para o tecido nervoso, o qual morre. O AVC hemorrágico é causado pelo
rompimento de uma artéria cerebral, libertando sangue para o tecido nervoso e danificando-o.
Alzheimer
A doença de Alzheimer causa a morte progressiva das células nervosas e a perda de tecido em
todo o cérebro. Há medida que a doença vai avançando, o cérebro perde cada vez mais tecido
nervoso, o que afeta as suas funções, nomeadamente a memória.
Parkinson
Sistema Hormonal
O sistema hormonal ou endócrino é constituído por diversas glândulas endócrinas, como a
hipófise, os ovários, o pâncreas, as suprarrenais, os testículos, o timo e a tiroide.
As hormonas são substâncias químicas libertadas pelas células do sistema endócrino e que se
difundem localmente pelo fluído extracelular e são distribuídas até atingirem as células alvo
através da circulação sanguínea.
A secreção, difusão e circulação de hormonas, apesar ser bastante mais lenta do que a
transmissão de impulsos nervosos, é importante para coordenar processos de longo-termo,
como algumas respostas fisiológicas.
As hormonas causam ações nas células-alvo que são células que têm recetores específicos para
diferentes hormonas.
A maioria das vezes os recetores específicos para as hormonas das células-alvo localizam-se na
membrana plasmática e são constituídos por proteínas. Contudo, os recetores específicos
também podem estar presentes no citoplasma e neste caso a hormona tem de entrar na célula
para exercer a sua função.
Quando a hormona se liga ao recetor, desencadeiam-se uma série de reações que conduzem a
uma determinada resposta. Estas interações são reguladas por mecanismos de retroação
(feedback) negativa ou positiva. Isto é, o processo desencadeado por um estímulo que causa
uma alteração e gera uma resposta que cancela ou amplifica, respetivamente, a ação desse
estímulo.
As glândulas suprarrenais localizam-se na zona superior dos rins. Estas glândulas produzem
muitas hormonas, como a adrenalina, cuja produção é estimulada pela atividade do sistema
nervoso simpático.
O timo localiza-se aproximadamente entre os pulmões, na sua zona superior. É uma glândula
envolvida na maturação dos linfócitos. Produz, entre outras hormonas, timulina, que está
envolvida na diferenciação de linfócitos como as células T ou células NK (Natural Killer Cell).
A tiroide produz tiroxina, uma hormona responsável pelo crescimento. Na parte posterior, a
tiroide possui quatro glândulas paratiroides que produzem a hormona paratiroideia (PTH), a
principal hormona responsável pela regulação da concentração de cálcio no sangue. A tiroide
retira iodo do sangue para a partir desta substância sintetizar hormonas.
Quando a tiroide possui um volume excessivo e liberta um excesso de hormonas para a
corrente sanguíneo, está-se perante um caso de hipertiroidismo. Pelo contrário, o
hipotiroidismo caracteriza-se por uma diminuição do volume da tiroide e da sua produção
hormonal.
A diabetes insulinodependente (Tipo 1), também designada por diabetes juvenil ou diabetes
mellitus insulinodependente (DMID), é uma doença crónica que é tratada com injeções diárias
de insulina. Esta doença desenvolve-se quando uma reação de autoimunidade origina a
produção de anticorpos contra as células ß do pâncreas que produzem insulina, destruindoas
(Consulte a Figura 33). Em consequência, o pâncreas perde a capacidade de produzir esta
hormona. Como deixa de haver insulina libertada no sangue, as células do organismo não
introduzem açúcar e outros nutrientes no seu interior, prejudicando gravemente o seu
metabolismo.
As pessoas com diabetes tipo I têm de controlar a quantidade de açúcar no sangue através de
um dispositivo designado medidor de glicemia. Esse dispositivo avalia a quantidade de açúcar
no sangue recolhido através de uma picada realizada por uma lanceta, habitualmente na
extremidade de um dedo. O sangue recolhido através da lanceta é coloca numa tira de teste de
glicemia que é introduzida no medidor.
A diabetes não insulinodependente (Tipo 2), também designada por diabetes do adulto ou
diabetes mellitus não insulinodependente (DMNID) caracterizase por um determinado
indivíduo ter uma capacidade reduzida em produzir insulina ou por uma capacidade diminuída
das células do organismo em reagir à presença da insulina. Neste último caso diz-se que o
indivíduo possui resistência à insulina.
Os seus fatores de risco são a obesidade e o sedentarismo. Esta doença pode ser corrigida
através de perda de peso, implementação de uma dieta saudável ou, nos casos mais graves,
através de medicação oral que estimula o pâncreas a produzir maior quantidade de insulina ou
a aumentar a sensibilidade das células à insulina. Algumas pessoas com este tipo de diabetes
podem ter necessidade de aplicar insulina durante um determinado intervalo de tempo.
Sistema reprodutor
O sistema reprodutor inclui um conjunto diversificado de órgãos que visam auxiliar o processo
de reprodução, que se organizam em glândulas anexas, vias genitais e gónadas.
As vias genitais são órgãos ou estruturas que transportam os gâmetas até o local mais
adequado para ocorrer fecundação.
A regulação hormonal dos diferentes processos dos sistemas reprodutor masculino e feminino
é controlada em conjunto por órgãos desses sistemas e também do sistema nervoso. No
sistema nervoso, cabe ao hipotálamo e à hipófise o papel principal na regulação hormonal dos
sistemas reprodutores. O conjunto dos órgãos hipotálamo e hipófise designa-se complexo
hipotálamo-hipófise, tendo em conta que trabalham colaborativamente para essa regulação. A
regulação da produção de espermatozoides, óocitos II e do desenvolvimento das paredes
uterinas é influenciada pela produção, pelo complexo hipotálamo-hipófise, das hormonas que
se designam, no seu conjunto, gonadotropinas:
Gonadotropinas
Abreviatura Designação em português Designação em Inglês
GnRH Hormonas libertadoras de Gonadotropin-Releasing
gonadotropinas Hormones
FSH Hormonas folículo- Follicle-Stimulating
estimulante Hormones
LH Hormonas luteinizantes Luteinizing Hormones
O mecanismo por feedback negativo origina uma resposta de estimulação que aumenta a
produção de determinadas hormonas quando a sua concentração no sangue é reduzida e
origina uma resposta de inibição da produção dessas hormonas, quando a sua concentração
no sangue é elevada. O mecanismo por feedback positivo origina uma resposta de estimulação
que aumenta a produção de determinadas hormonas quando a sua concentração no sangue é
elevada, aumentando ainda mais essa concentração, ou uma resposta de inibição da produção
de determinadas hormonas, quando a sua concentração no sangue é reduzida, diminuindo
ainda mais essa concentração.
Processo de espermatogénese
O processo de formação de espermatozoides designa-se espermatogénese e ocorre nos
testículos, a partir da puberdade. Para esse processo ocorrer é necessária uma temperatura
corporal cerca de 2º C inferior à temperatura normal do corpo, condições que existe no interior
do escroto que se localiza no exterior do corpo. Nos testículos, a espermatogénese ocorre no
interior dos tubos seminíferos, nos quais é possível distinguir os seguintes tipos de células.
Os espermatozoides são libertados no lúmen (espaço interior) dos tubos seminíferos. Nesse
momento ainda não estão totalmente formados. Depois dos espermatozoides serem
produzidos sofrem a maturação final e são armazenados no epidídimo.
A ereção do pénis
A partir de um estado flácido do pénis, o mecanismo de ereção atua através do envio de
sangue aos corpos cavernosos. O envio contínuo do sangue para os corpos cavernosos
aumenta o volume destes, causando a ereção do pénis. O volume sanguíneo acrescido nos
corpos cavernosos causa a constrição das veias e das vénulas do pénis, impedindo o refluxo de
sangue. Por essa razão, o pénis consegue manter-se em ereção durante um determinado
período.
O tecido esponjoso que envolve a uretra mantém aproximadamente a sua estrutura impedindo
que este canal seja comprimido. Desse modo, a uretra mantém-se desobstruída permitindo o
envio do esperma até ao exterior.
• Quando existe uma alta concentração no sangue (1) de testosterona, produzida pelas células
intersticiais, e de inibina, produzida pelas células de Sertoli, esse sinal induz no hipotálamo um
processo de inibição (2) que conduz à redução da produção de GnRH pelo hipotálamo;
• Ao mesmo tempo, a concentração elevada de LH e FSH (3) induz, por sua vez, uma resposta
inibitória (2) no hipotálamo que reforça a diminuição da produção de GnRH;
• Por sua vez, a diminuição de GnRH devido aos processos anteriores inibe a hipófise anterior,
que deixa de produzir LH e FSH.
• Quando existe uma baixa concentração de testosterona no sangue (5), produzida pelas
células intersticiais, e de inibina, produzida pelas células de Sertoli, esse sinal induz no
hipotálamo um processo de estimulação (6) que conduz ao aumento da produção de GnRH
pelo hipotálamo;
• Ao mesmo tempo, a concentração anteriormente reduzida de LH e FSH (7) induz, por sua
vez, uma resposta de estimulação (8) no hipotálamo que reforça a produção de GnRH.
• Por sua vez, o aumento de GnRH devido aos processos anteriores estimula a hipófise
anterior, que passa a produzir LH e FSH.
O útero é um órgão musculoso e bastante elástico que modifica a sua forma para acomodar o
crescimento do feto. A parte inferior designa-se colo do útero e contacta com a vagina,
enquanto a parte superior designa-se corpo do útero. O útero possui uma camada interna, o
endométrio, altamente vascularizada, que é responsável por permitir a fixação do embrião e o
desenvolvimento da placenta.
O útero prolonga-se lateralmente pelas trompas de Falópio que terminam numa abertura, o
pavilhão da trompa. O pavilhão da trompa envolve o ovário no momento da ovulação para
receber o oócito II.
O Ciclo Sexual
O ciclo sexual ou ciclo menstrual ou ciclo éstrico é constituído por um conjunto de processos
que provocam modificações nos ovários e no útero.
As alterações do ciclo sexual que ocorrem nos ovários designam-se ciclo ovárico e incluem as
seguintes fases:
1. Fase folicular;
2. Ovulação;
2. Fase proliferativa;
3. Fase secretora.
Processo de Oogénese
O processo de oogénese conduz à formação do gâmeta feminino, o oócito II. Os ovários
produzem habitualmente apenas um oócito por ciclo sexual. Tal como no processo de
espermatogénese, a oogénese também pode ser sintetizada em quatro fases.
4. A fase de maturação ocorre desde a puberdade até à menopausa. Nesta fase e no início de
cada ciclo sexual alguns folículos primordiais começam a desenvolver-se periodicamente
dentro dos ovários, originando folículos primários. A maioria destes degenera, restando
apenas um folículo primário. No interior do folículo primário, o oócito I aumenta de volume.
Nesta etapa. As células foliculares vão dividir-se, originando uma camada espessa, designada
camada granulosa (6), que protege o oócito I. No interior da camada granulosa começam a
desenvolver-se cavidades cheias de fluido folicular (7). Entre o oócito I e a camada granulosa
forma-se ainda uma camada constituída apenas por substâncias orgânicas, designada zona
pelúcida (8). Posteriormente forma-se outra camada de células a rodear a zona mais externa
do folículo, designada teca (9). Neste momento, o folículo primário passa a designar-se folículo
secundário (10).
Esses folículos, à medida que vão crescendo, vão competindo por espaço e nutrientes. Devido
a essa competição, a maioria dos folículos morre, restando, habitualmente, apenas um folículo
que segue o seu percurso de desenvolvimento. Esse folículo aumenta o seu tamanho e
transforma-se num folículo primário (8) e depois num folículo secundário (9). À medida que se
desenvolve, o folículo vai libertando estrogénio para o sangue (10). Por essa razão, a partir do
5.º dia do ciclo sexual, a concentração do estrogénio aumenta. O estrogénio vai estimular o
útero a entrar na fase proliferativa (11).
A determinada altura, perto do 14.º dia do ciclo sexual, a contínua produção de LH pela
hipófise anterior faz com que esta hormona atinja o pico da sua concentração no sangue (16).
Quando este fenómeno acontece, o folículo maduro, que devido ao seu desenvolvimento
passou a possuir recetores para a hormona LH, é estimulado a proceder à ovulação (17),
rompendo-se e largando o oócito II (18) para a trompa de Falópio.
Portanto, o feedback negativo acontece durante todo o ciclo sexual, exceto na ovulação, fase
na qual se verifica um feedback positivo, caracterizado pela estimulação da libertação de LH
devido ao aumento de estrogénios no sangue.
A concentração hormonal
A contraceção hormonal é promovida por medicamentos vulgarmente designados por pílula. O
objetivo da contraceção hormonal é impedir a libertação de um oócito II durante o ciclo sexual,
ou seja, inibir a ovulação.
O mecanismo principal que conduz a esse efeito é a introdução por via oral, injeção, implantes
ou intradérmica, de uma combinação de compostos sintéticos (estrogénios e progestagénios)
que simulam a ação das hormonas estrogénio ou progesterona (pílulas combinadas) ou apenas
da hormona progesterona (pílulas sem estrogénio).