Você está na página 1de 10

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Saúde

Curso de licenciatura em Nutrição

Tema: Anatomia do Trato Respiratório do Homem

Chimoio, Março 2022

1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Saúde

Curso de Licenciatura em Nutrição

Tema: Anatomia do Trato Respiratório do Homem

Trabalho de campo de Módulo de Anatomia


Humana a ser submetido na coordenação do curso
de licenciatura em nutrição do ISCED.

TUTOUR: Afonso Nacoto

Josefa Domingos Luís


Código: 51210475

Chimoio, Março 2022

2
Introdução
O presente trabalho, que visa relatar sobre a Anatomia do Trato Respiratório do Homem, observa-
se que o sistema respiratório é o sistema do corpo humano responsável pela captação de oxigênio
atmosférico e a liberação do gás carbônico para fora do nosso corpo. Esse sistema é constituído
pela porção condutora e pela porção respiratória. A porção condutora é constituída por fossas
nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos, enquanto a porção respiratória é
constituída pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. É nos alvéolos que as
trocas gasosas são realizadas. Para realização deste trabalho, usou-se como metodologia a consulta
bibliográfica.

3
Objetivos
Geral:

• Explicar sobre Anatomia do Trato Respiratório do Homem.

Especificas:

• Descrever o sistema respiratório.


• Identificar os componentes do sistema respiratório.

4
Anatomia do Trato Respiratório do Homem
A respiração é o conjunto de eventos envolvidos no transporte de oxigênio (O2) desde o ambiente
até a célula e de dióxido de carbono (CO2) em sentido contrário. A finalidade da respiração é
proporcionar o aporte de quantidades adequadas de O2 à célula e remover quantidades adequadas
de CO2 desta, a fim de manter a homeostase do meio (González, 2004; Tortora, 2004).

Divisão do Processo Respiratório


Assim, a respiração pode ser dividida em quatro processos principais:

a) ventilação pulmonar, processo no qual o O2 contido no ar inspirado é transportado para o


interior do pulmão, enquanto o CO2 é eliminado com o ar expirado (mecanismo de convecção);
b) difusão alveolocapilar, no qual as moléculas de O2 são transportadas em sentido oposto ao das
moléculas de CO2 (mecanismo de difusão), através das membranas que separam o ar alveolar do
sangue capilar; c) transporte de O2 e de CO2 pelo sangue, no qual, via hemoglobina, o O2 é
transportado para os tecidos, enquanto o CO2 difunde-se das células para o sangue até os pulmões;
d) difusão no tecido, em que o consumo contínuo de O2 e a produção contínua de CO2 pelas
células geram gradientes de pressão parcial entre o sangue capilar e o líquido intracelular, fazendo
com que o O2 se difunda para a célula, e o CO2, para o sangue capilar (González, 2004). Os
processos envolvidos no transporte de O2 e de CO2 entre o ambiente e a célula estão inter-
relacionados; por conseguinte, qualquer eventual alteração em um deles pode modificar a eficácia
dos mecanismos de transporte subsequentes.

O sistema e o aparelho respiratórios diferem entre si quanto às suas estruturas anatômicas. O


sistema respiratório é constituído por áreas cerebrais, nervos que conectam as áreas cerebrais com
os músculos respiratórios, caixa torácica e pulmões. Já o aparelho respiratório corresponde ao
conjunto das seguintes estruturas: fossas nasais, cavidade nasal, boca, naso-orofaringe, laringo-
faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos (González, 2004).

As estruturas das vias aéreas superiores até a traquéia são responsáveis pela condução, filtração,
aquecimento e umidificação do ar. A faringe é constituída por um tubo muscular, a laringe e a
traquéia possuem uma estrutura cartilaginosa, e os brônquios são constituídos de tecido conjuntivo
elástico. A faringe possui três áreas: a nasofaringe, localizada seguindo a cavidade nasal; a
orofaringe, que é comum aos sistemas respiratório e digestivo; e a laringo-faringe, posicionada
acima da laringe (Tortora, 2004).

5
O processo respiratório e ventilatório é automático, geralmente rítmico e controlado por
mecanismos centrais. O pulmão direito tem três lobos, e o esquerdo, apenas dois, cujos brônquios,
vasos pulmonares e linfáticos estão posicionados no hilo, situado na face medial de cada pulmão.
A traquéia bifurca-se em dois brônquios primários, que entram nos lobos pulmonares e, em
seguida, subdividem-se em seguimentos progressivamente menores (bronquíolos, ductos e sacos
alveolares) (Hansen; Koeppen, 2003).

As principais vias aéreas condutoras


As principais vias aéreas condutoras para os pulmões incluem a traquéia cartilaginosa, os
brônquios principais (direito e esquerdo) e os brônquios intrapulmonares. A cada ramificação
subseqüente, o diâmetro das vias aéreas condutoras diminui, perdendo, eventualmente, suas placas
cartilaginosas. À medida que o ar entra na traquéia, este passa por 10 a 23 gerações (ou
ramificações) em seu percurso até os alvéolos. Os brônquios iniciais constituem a zona condutora
e são incapazes de realizar trocas gasosas. Os bronquíolos representam a zona de transição com
alguns alvéolos, e os bronquíolos terminais são dotados de dúctulos e sáculos alveolares,
representando a zona respiratória (Hansen; Koeppen, 2003).

A mecânica da ventilação acontece em dois momentos distintos: a inspiração e a expiração. No


processo respiratório, a inspiração, causada por influências neurais coordenadas, situadas no
tronco cerebral, é a fase ativa da ventilação. Nessa fase, o diafragma e os músculos intercostais
externos se contraem, fazendo com que a caixa torácica se expanda, o que diminui a pressão no
espaço pleural que circunda cada pulmão. Com a redução da pressão no espaço pleural, os
pulmões, que são distensíveis, expandem-se passivamente, diminuindo a pressão nos espaços
aéreos terminais (ductos alveolares e alvéolos). À medida que essa pressão diminui, o ar ambiente
flui pela árvore brônquica, em direção aos espaços aéreos terminais, até que as pressões se igualem,
o que assinala o término da inspiração. Durante a expiração (fase predominantemente passiva) o
processo se inverte; as pressões pleurais e alveolar aumentam e o gás flui para fora dos pulmões.
(Fig. 1.1) A concentração sérica de CO2 determinará o tempo de inspiração e de expiração (Staub,
1996).

A existência de um fator tensoativo, a substância surfactante produzida pelos pneumócitos tipo II,
cumpre uma função primordial no processo respiratório. Suas funções específicas concentram-se
em: 1) reduzir a tensão superficial na interface ar-líquido do alvéolo, o que aumenta a

6
distensibilidade pulmonar; 2) manter a estabilidade alveolar, evitando o colapso pulmonar; 3)
manter o equilíbrio de fluidos através da membrana capilar, o que impede o extravasamento de
fluidos ao espaço intersticial e eventualmente aos alvéolos (González, 2004).

FIGURA 1.1 Mecânica ventilatória salientando a inspiração (processo ativo) e a expiração (processo passivo).

Com relação às diferenças observadas nas diferentes faixas etárias, as seguintes


considerações devem ser destacadas (Salazar, 1999):

a) Até o quarto ou sexto mês de vida da criança, a respiração é predo-minantemente nasal,


devido ao fato de a língua ser discretamente grande em relação à cavidade bucal, e a mandíbula,
relativamente pequena, reduzindo o espaço da orofaringe e impossibilitando a respiração bucal, de
modo que a obstrução nasal nessa faixa etária poderá tornar-se um evento crítico;

b) Na laringe, destaca-se a cartilagem epiglote, responsável pelo con-trole da entrada de ar


nas vias aéreas, cuja função é impedir a aspiração de corpos estranhos. No lactente, a epiglote é
mais larga e rígida, formando um ângulo de 45o em relação à parede anterior da faringe,
provocando seu estreitamento, podendo dificultar a entubação e apresentar maior resistência ao
fluxo de ar;

7
c) A traquéia compõe-se de músculos lisos sustentados por 16 a 18 anéis cartilaginosos,
dispostos regularmente, mantendo aberta a passagem para o fluxo de ar. Na extremidade inferior
(carina), a traquéia se divide, formando os brônquios direito e esquerdo, que se ramificam em
bronquíolos, e estes, em ductos alveolares. Na criança, o brônquio direito possui uma assimetria
em relação ao brônquio esquerdo, localizando-se um pouco mais acima, o que predispõe à
entubação seletiva;

d) Os alvéolos são responsáveis pelas trocas gasosas e possuem formade saco ricamente
vascularizados. Quanto mais jovem for a criança, menor será o número de alvéolos. Assim, a
criança possui uma área de troca gasosa menor do que a do adulto, proporcional à área corporal.
Como o metabolismo da criança é maior, sua reserva pulmonar é muito limitada e há tendência ao
colapso dessas pequenas estruturas;

e) O diafragma é o músculo responsável por 75% dos movimentosrespiratórios. Os demais


esforços são realizados pelos músculos torácicos que deslocam as costelas. A pressão dentro da
cavidade torácica é negativa, o que favorece a entrada de ar do meio externo para as vias aéreas.
Na criança (em especial no recém-nascido e no lactente jovem), a resistência das vias aéreas é
maior em razão do aumento da pressão do abdome e da

direção de contração do diafragma, fatos que estão relacionados à maior permanência na posição
deitada e menor na posição ereta;

f) Na criança, a caixa torácica também é mais complacente, porque oesterno é mais flexível,
as costelas são mais horizontalizadas e os músculos intercostais estão pouco desenvolvidos. Esses
fatores, associados ao predomínio da respiração abdominal, podem produzir insuficiência
respiratória com mais facilidade em crianças com agressão respiratória ou problemas abdominais
(peritonite, ascite, distensão abdominal);

g) No recém-nascido prematuro, o tórax é muito deformável, e a produção da substância


surfactante pode ser insuficiente, aumentando, desse modo, o risco de colapso alveolar com
consequente extravasamento de fluidos para o interior do alvéolo.

8
Conclusão

No final do trabalho, conclui-se que o sistema respiratório é formado por um trato respiratório
superior e inferior. No superior encontramos a cavidade nasal, os seios paranasais, a nasofaringe e
a laringe que possuem a função de filtrar, umedecer e ajustar a temperatura do ar. E no trato inferior
podem ser observados a traquéia, e os pulmões, os quais contém entre outras estruturas brônquios,
bronquíolos e os alvéolos. salientar que as estruturas que compõem o aparelho respiratório são
diferenciadas no recém-nascido, no lactente, na criança e no adulto e, portanto, essas diferenças
alteram a mecânica ventilatória, considerando a faixa etária.

9
Referências Bibliográficas

1. GONZÁLEZ, N.C. Introdução à fisiologia respiratória: aspectos mecânicos da ventilação


pulmonar. In: CINGOLANI, H.E.; HOUSSAY, A.B. (Ed.). Fisiologia humana de Houssay.
7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.398-413.
2. HANSEN, J.T.; KOEPPEN, B.M. Fisiologia respiratória. In: HANSEN, J.T.; KOEPPEN,
B.M. (Ed.). Atlas de fisiologia humana de Netter. Porto Alegre: Artmed, 2003. Cap. 5,
p.106-110.
3. SALAZAR, M.B. Semiologia e semiótica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999.
4. STAUB, N.C. Estrutura e função do sistema respiratório. In: BERNE, R.M.; LEVY, M.N.
Fisiologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. p.511-526.
5. TORTORA, G.J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 4.ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004. p.596.

10

Você também pode gostar