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Os seres humanos tem o potencial de sobreviver sem água por dias e sem alimento por
semanas. Esse tempo, porém, diminui para minutos quando falamos em sobreviver sem
oxigênio. As células do organismo exigem um contínuo suprimento de oxigênio (O2) para
produzir a energia da qual precisam para desempenhar suas funções vitais. Além disso, as
células geram dióxido de carbono (CO2), um subproduto do metabolismo celular que deve ser
eliminado do corpo. Para suprir o corpo com O2 e descartar CO2, precisam ocorrer os
seguintes processos que constituem a respiração:
Ventilação pulmonar
É o movimento do ar para os pulmões, que pode ser de entrada ou de saída. O objetivo é
substituir os gases nos alvéolos pulmonares de modo contínuo.
Respiração externa
É a troca gasosa realizada nos alvéolos, com o O2 nos alvéolos difundido no sangue e com o
CO2 no sangue difundido para os alvéolos. Esse processo também é denominado hematose.
Respiração interna
É a troca gasosa realizada nos capilares sistêmicos, com o O2 no sangue difundido nas células
e com o CO2 nas células difundido para o sangue.
A nasofaringe (porção nasal da faringe) atua somente como passagem para o ar, pois se
localiza acima da entrada de alimentos do corpo (a boca). Sua posição é posterior à cavidade
nasal e acima do palato mole, constituindo, portanto, a parte superior da faringe. A úvula
palatina se situa na borda posterior, no meio do palato mole;
A orofaringe (parte oral da faringe) é a porção seguinte à nasofaringe, situada entre o
palato mole e o osso hioide. Passam por essa região o ar inalado da respiração, assim como
os alimentos e líquidos deglutidos. A base da língua forma a parede anterior da orofaringe;
A laringofaringe (parte laríngea da faringe) se estende inferiormente ao osso hioide até a
laringe. É na parte inferior da faringe, em que ocorre a separação dos sistemas respiratório e
digestório: o ar inalado é conduzido anteriormente na laringe, enquanto os alimentos e líquidos
deglutidos são dirigidos ao esôfago.
Vale destacar que a parede lateral da nasofaringe apresenta uma abertura que se liga
na tuba auditiva, permitindo a comunicação da nasofaringe com a cavidade timpânica da
orelha média. Essa comunicação atua igualando as pressões do ar na cavidade timpânica
com a pressão externa e, consequentemente, permitindo a livre movimentação da membrana
timpânica. Entretanto, também permite que infecções da faringe se propaguem para a orelha
média.
// Laringe
A laringe, ou “caixa” de voz, é um órgão situado na linha mediana anterior do pescoço,
entre a quarta e sexta vértebra cervical, e que conecta a laringofaringe à traqueia. A principal
função da laringe é permitir a passagem do ar durante a respiração, além de bloquear a
entrada de alimentos ou líquidos na traqueia durante a deglutição. Uma de suas funções
secundárias reside em produzir sons.
A laringe tem o formato de uma caixa triangular e é constituída de três grandes cartilagens
ímpares e seis pequenas cartilagens pares. A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens
ímpares e destaca-se por sua proeminência anterior, chamada popularmente de “pomo de
adão”. Essa cartilagem é maior e mais proeminente nos homens devido ao efeito dos
hormônios sexuais masculinos durante a puberdade.
Com fixação no osso hioide e na cartilagem tireóidea, observa-se a epiglote, uma estrutura
em forma de colher e com um arcabouço chamado cartilagem epiglótica. A epiglote está
posicionada atrás da raiz da língua e regula a abertura da laringe durante a deglutição.
Inferiormente, a laringe é composta pela cartilagem cricóidea, uma cartilagem anelar que
se liga à cartilagem tireóidea e à traqueia. O par de cartilagens aritenóideas, situadas acima
da cricóidea e abaixo da tireóidea, atuam como pontos de fixação posterior para as pregas
vocais. Por fim, as cartilagens cuneiforme e corniculada são pequenas cartilagens
acessórias que estão associadas às cartilagens aritenóideas.
// Traqueia
A traqueia é um órgão tubular que se localiza anteriormente ao esôfago e inferiormente à
laringe. É formada por aproximadamente 16 a 20 cartilagens hialinas em forma de C,
garantindo que a via aérea permaneça sempre aberta.
A mucosa, superfície que reveste a traqueia, contém numerosas células secretoras de
muco, proporcionando uma proteção contra partículas similares às encontradas no
revestimento da cavidade nasal e da laringe. Na estrutura presente na linha mediana, a
traqueia se ramifica para originar os brônquios principais, esquerdo e direito.
Uma crista cartilaginosa em forma de quilha, a carina, reforça a estrutura da bifurcação.
// Árvore bronquial
// Bronquíolos e alvéolos
A partir dos bronquíolos respiratórios são encontrados ductos alveolares, com paredes
formadas quase inteiramente por alvéolos. Os ductos alveolares terminam nos
sacos alveolares. Vale ressaltar que alvéolos e sacos alveolares são estruturas diferentes:
de modo comparativo, o saco alveolar é equivalente a um cacho de uvas, em que cada “uva”
é um alvéolo.
Cada pulmão acomoda aproximadamente 400 milhões de alvéolos, que atribuem ao
pulmão um aspecto esponjoso. Uma ampla rede de capilares está associada a cada alvéolo,
formando a membrana respiratória, onde é efetuada a hematose. O ar é mantido na face
alveolar da membrana, e o sangue flui na face capilar. Os gases passam facilmente através
dessa fina membrana: o oxigênio se difunde para o sangue, enquanto o dióxido de carbono
parte para os alvéolos cheios de ar.
Vale destacar que os vasos capilares são circundados por várias fibras elásticas. Esse
tecido elástico ajuda na manutenção das posições relativas dos bronquíolos respiratórios e
dos alvéolos. O retorno dessas fibras à posição original durante a expiração reduz o tamanho
dos alvéolos e auxilia no processo de expiração.
// Pulmões
Na cavidade torácica, estão localizados os pulmões direito e esquerdo, envolvidos
pelas cavidades pleurais direita e esquerda, respectivamente.
Cada pulmão apresenta uma extremidade superior arredondada,
chamada ápice do pulmão, que se prolonga à primeira costela, superiormente. A
extremidade inferior côncava, ou base do pulmão, apoia-se na face superior do diafragma.
Entre os pulmões, há um compartimento central chamado mediastino, que enclausura o
coração e seus grandes vasos; parte da traqueia e os brônquios principais; e o esôfago.
Delimitados por fissuras profundas, encontramos os lobos dos pulmões. O pulmão
direito é seccionado em três lobos: superior, médio e inferior. Os lobos superior e médio são
delimitados pela fissura horizontal, enquanto os lobos superior e inferior são segmentados
pela fissura oblíqua. No pulmão esquerdo, são observados apenas dois lobos, superior e
inferior, delimitados pela fissura oblíqua.
O pulmão direito apresenta maior dimensão que o esquerdo, pois a maior parte do coração
projeta-se em direção ao pulmão esquerdo. Entretanto, o pulmão esquerdo tem maior
extensão que direito, pois o diafragma eleva-se mais do lado direito.
Em volta de cada pulmão, há um saco achatado chamado pleura, cujas paredes são
compostas de uma membrana serosa. A camada externa dessa membrana é
a pleura parietal, que reveste a face superior do diafragma, faces laterais do mediastino e a
face interna da parede torácica. Diretamente sobre a superfície do pulmão, é observada a
camada interna, denominada pleura visceral. No trecho onde os vasos sanguíneos acessam
o pulmão, as pleuras parietal e visceral são contínuas.
Entre as pleuras, é observada a cavidade pleural, um espaço virtual preenchido com uma
fina película de fluido pleural. Esse fluido lubrificante é gerado pelas pleuras e propicia aos
pulmões deslizar sem atrito durante os movimentos respiratórios. As pleuras também
segmentam a cavidade torácica em três compartimentos: o mediastino e os dois
compartimentos pleurais, direito e esquerdo. Essa compartimentalização colabora para que
os pulmões em movimento ou o coração não interfiram um no outro, além de limitar o grau de
lesões traumáticas e a propagação de infecções localizadas.
VENTILAÇÃO PULMONAR
A ventilação pulmonar, ou simplesmente respiração, refere-se ao movimento físico do ar
de entrada e saída da árvore bronquial.
A função da ventilação pulmonar é a manutenção da ventilação alveolar adequada, isto é,
a movimentação em sentido duplo do ar nos alvéolos. A ventilação alveolar impede a retenção
de dióxido de carbono nos alvéolos e garante o suprimento contínuo de oxigênio, de acordo
com a velocidade de absorção apresentada pela corrente sanguínea. A ventilação pulmonar
determina que o tórax seja flexível, com o intuito de funcionar como uma “sanfona” durante o
ciclo de ventilação.
A respiração se distingue em duas fases: inspiração (inalando) e expiração (exalando),
realizadas através da alternância entre aumento e diminuição do volume
da cavidade torácica, devido à ocorrência de um gradiente de pressão entre o fluxo de ar
entre os pulmões e a atmosfera. Quando a pressão do ar dentro dos pulmões é mais baixa
que a pressão atmosférica, ocorre a inspiração; quando a pressão do ar dentro dos pulmões
é maior que a pressão atmosférica, ocorre a expiração.
Gradientes de pressão mudam quando o tamanho da cavidade torácica muda. O tórax
precisa não apenas ser flexível, mas também ser suficientemente rígido para proteger os
órgãos vitais que possui. Além disso, deve proporcionar extensas superfícies de fixação para
muitos músculos.
Estas exigências são atendidas pela estrutura e composição da caixa torácica, cuja
flexibilidade decorre da separação entre as costelas e da ligação da maioria das costelas (dez
dos 12 pares) ao esterno, através de cartilagens costais elásticas. A fixação vertebral permite,
igualmente, mobilidade considerável. A estrutura da caixa torácica e das cartilagens
associadas fornece tensão elástica contínua de forma que um tórax expandido retornará
passivamente à sua posição repousando quando relaxado.
// Inspiração