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Autor:
Edimar Natali Monteiro, André
Rocha
31 de Julho de 2023
SUMÁRIO
FUNDAMENTOS DE HIGIENE OCUPACIONAL – AGENTES FÍSICOS................................................................. 3
1 AGENTES FÍSICOS................................................................................................................................................ 4
2 QUESTÕES .......................................................................................................................................................... 45
Nesse tipo de conteúdo, que é mais conceitual, é primordial que resolva todas as
questões no curso da aula, bem como as questões propostas, uma vez que muitos
conceitos serão apresentados nos comentários das questões, de modo a otimizar o
conteúdo da aula.
prof.edimarmonteiro
1 AGENTES FÍSICOS
A higiene ocupacional é um ramo da ciência que estuda a interação entre o homem e o ambiente, abordando
aspectos da influência das condições ambientais sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Para você ter uma ideia, em um curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, a higiene
ocupacional é a área de conhecimento com maior carga horária. Assim, o conteúdo é muito extenso.
Nessa parte da aula, vou abordar apenas os fundamentos explorados pelas bancas ao longo dos anos.
Ademais, uma abordagem mais aprofundada do assunto é dispensada no estudo das Normas de Higiene
Ocupacional da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentro.
As ondas sonoras são produzidas por deformações provocadas pela diferença de pressão em um meio
elástico: sólido, líquido ou gasoso, sendo imprescindível a existência deste meio para sua propagação. Assim,
frise-se que, por ser onda mecânica, o som não se propaga no vácuo.
Denomina-se movimento periódico aquele que se repete em intervalos regulares ou iguais de tempo. Esse
deslocamento periódico de um lado para o outro (relativamente a um ponto médio de equilíbrio) em uma
mesma trajetória, caracteriza o movimento oscilatório ou vibratório.
Oscilações de sistemas materiais que ocorrem no ar resultam em variações de pressão atmosférica. Quando
tais oscilações estimulam o aparelho auditivo são denominadas vibrações sonoras. Em resumo, o som é uma
sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma fonte de vibração. Trata-se de um
movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade, uma frequência e uma velocidade de
propagação.
Adicionalmente, o som é considerado uma onda mecânica longitudinal tridimensional provocada por uma
variação rápida da pressão, capaz de sensibilizar o aparelho auditivo. É uma onda mecânica pois está
relacionada às vibrações (ondas mecânicas) que se propagam em um meio material elástico1 (sólido, líquido
ou gasoso). Sempre que ouvimos um som, existe um corpo material que vibra, produzindo esse som!
É uma onda longitudinal porque se propaga em uma direção paralela à direção da vibração 2. Por exemplo,
para produzirmos a "fala", a passagem do ar faz com que as cordas vocais vibrem para frente e para trás,
produzindo regiões de compressão e refração do ar. Essas regiões deslocam-se na mesma direção da
vibração das condas vocais. Por fim, é uma onda tridimensional porque se propaga em todas as dimensões,
ou seja, consegue se propagar nas três direções do espaço, simultaneamente.
Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do som. Na higiene ocupacional
costuma-se denominar barulho ou ruído todo som que seja indesejável, errático. Para a OIT (Art. 3º da
Convenção n.º 148), o termo "ruído" compreende qualquer som que possa provocar uma perda de audição
ou ser nocivo à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo.
1
Ou deformável, ao contrário das ondas eletromagnéticas (radiações) que não necessitam de meio
material para se propagar, ou seja, podem se propagar no vácuo.
2
Ao contrário, a luz, por exemplo, é uma onda transversal, pois se propaga na direção perpendicular a
fonte, ou seja, os raios de luz se propagam em um ângulo de 90 em relação ao bulbo da lâmpada.
5
O som é uma sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma
fonte de vibração, sendo classificado como uma onda mecânica longitudinal
tridimensional. Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do
som.
O ruído é o agente físico que mais provoca problemas à saúde dos trabalhadores, uma vez que está presente,
e em elevada intensidade em praticamente todos os processos produtivos de todos os ramos de atividade
econômica.
A principal forma de acometimento à saúde dos trabalhadores se dá através da Perda Auditiva Induzida por
Ruído - PAIR3, entretanto, estudos veem mostrando evidências de que a exposição prolongada ao ruído
também está associada a hipertensão em algumas classes de trabalhadores. Inclusive, atualmente o ruído é
legalmente reconhecido como fator de risco (fator etiológico) para a hipertensão arterial, através do Decreto
n.° 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).
De forma resumida, a PAIR é caracterizada pela diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por
exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora (ruído), e tem como principal característica a
progressão gradual da redução da acuidade auditiva e a irreversibilidade do quadro clínico.
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
A PAIR não pode ser confundida com o trauma acústico, este último corresponde a perda auditiva súbita
decorrente da exposição a uma pressão sonora intensa como, por exemplo, uma explosão que culmina na
ruptura do tímpano.
Além da PAIR e do trauma acústico, que são alterações graves e irreversíveis no aparelho auditivo, o ruído
está associado a interferência na comunicação oral nas bandas de oitava 4 representadas pelas frequências
de 500, 1000 e 2000 Hz. Adicionalmente, destaque-se que são ainda reconhecidas como possíveis
consequências da exposição ocupacional ao ruído consequências:
3
Atualmente existem outras definições para esse grupo de doenças.
4
A banda de oitava é composta pelas oito faixas de frequência: 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000;
4000; 8000 e 16000 Hz.
6
E como nosso organismo capta e decodifica o som? O pavilhão auditivo capta as vibrações, canalizando-as
para o conduto auditivo e para o tímpano. Ao se chocarem com a membrana timpânica, a pressão e a
descompressão alternadas do ar provocam o deslocamento do tímpano para dentro e para fora do ouvido
médio, fazendo-o vibrar na mesma frequência da onda.
Desse modo, a membrana timpânica transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas, que são
transmitidas aos ossículos (martelo, bigorna e estribo), que por sua vez as ampliam e intensificam,
conduzindo-as ao ouvido interno, onde são convertidas em sinais elétricos. O nervo auditivo leva esses sinais
até o encéfalo que os decodifica, resultando em sensação auditiva. E resumo, o ouvido humano é dividido
em externo, médio e interno, com seus respectivos "componentes" anatômicos 6:
membrana timpânica
martelo
Divisão do aparelho ouvido médio
auditivo humano bigorna
estribo
5
Disponível em: <Ouvido - Orelha - externo, média e interna - Audição - InfoEscola>. Acesso em 07,
dez., 2021.
6
Existem outros, só trouxe os mais comuns.
7
Para que as ondas sonoras estimulem o aparelho auditivo do ser humano devem ser preenchidas as
seguintes características:
a) Frequência: número de vibrações por unidade de tempo, ou ainda o número de repetições das
flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ). É
determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um certo ponto em um
determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores a 20 Hz são
chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de ultrassom.
Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo.
b) Nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton por Metro Quadrado
(N/m²) e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido pela comunidade
científica como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero Decibel). Níveis
de pressão sonora entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de pressão
abaixo de 2 X 10-5 N/m² estão abaixo do limiar auditivo, não podendo ser "ouvidos", ao passo que
valores acima de 200 N/m² são extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata.
Por isso, esse limite superior é chamado de limiar de dor.
O nível de pressão sonora que provoca dor (200 N/m², limiar da dor) corresponde a 10 7 vezes o nível de
pressão sonora mínimo capaz de sensibilizar a membrana timpânica humana (2 X 10 -5 N/m², limiar de
audibilidade). Dessa forma, seria inviável projetar um sistema de mensuração capaz de operar em uma faixa
tão ampla de valores.
Como solução a esse problema, utiliza-se uma escala em Decibel (dB), que corresponde a décima parte de
um Bel (0,1 Bel), que, frise-se, não é uma umidade de medida, mas uma relação adimensional que pode ser
definida pela seguinte equação logarítmica:
𝑃
𝐿 = 20 log ( )
𝑃0
8
Em que:
𝐿 = nível de pressão sonora (dB);
𝑃 = pressão sonora encontrada no ambiente (Pa);
𝑃0 = pressão sonora de referência (2 X 10-5 Pa, limiar de audibilidade)
É justamente com base na intensidade dos níveis de pressão sonora em dB que a NR 15 determina os Limites
de Tolerância (LT) para o ruído. Não obstante a determinação do LT para o ruído pela NR 15, frise-se que
considerando a qualidade dos dados estatísticos relativos à exposição ocupacional ao ruído em suas variadas
frequências, não é possível definir com precisão a fronteira do ambiente salubre com o insalubre para o
trabalhador. Sendo assim, os LT definidos pela NR 15 são apenas valores estimados, não garantindo a
segurança de todos os trabalhadores.
Além da frequência e do nível de pressão sonora, duas outras variáveis são importantes na análise do ruído
ocupacional, tais sejam:
Agora, entrando em um campo mais objetivo do estudo da acústica, destaque-se que o dB não é uma
quantidade linear! Representa um valor de uma escala logarítmica de base 10. Isso implica que as operações
matemáticas com o Decibel não são lineares. Por exemplo, a soma de 100 dB + 95 dB não é igual a 195 dB!
Para que você entenda como essa soma deve ser realizada, vamos utilizar, inicialmente, o método gráfico
para adição de níveis de pressão sonora, tal como mostra a Figura 1.5.
Imagine que uma empresa adquira dois equipamentos para seu processo produtivo, uma politriz e uma
lixadeira. Segundo os manuais dos respectivos fabricantes, a politriz emite 95 dB de ruído e a lixadeira 100
dB. No caso de esses equipamentos serem ligados lado a lado, qual será o nível de pressão sonora próximo
a eles?
Primeiramente, devemos determinar a diferença linear entre os dois níveis de pressão sonora a serem
somados, que é 100 - 95 = 5 dB. Essa diferença deve ser identificada no eixo horizontal do gráfico, traçando-
se uma linha vertical para cima até "tocar" a curva logarítmica (linha vermelha vertical).
Em seguida, traça-se uma linha horizontal até o eixo vertical esquerdo (linha vermelha horizontal), que define
o nível de pressão sonora, em dB(A), a ser adicionado ao maior valor entre os níveis somados. Assim,
obtemos o seguinte nível resultante L = 100 + 1,2 = 101,2 dB(A). Simples, não é?
Agora quero que perceba uma coisa no gráfico. As bancas cobram isso sem fornecê-lo, então... Decore isso!
10
Não obstante a existência do método gráfico, mais simples, para a adição de níveis de pressão sonora,
também é possível a soma logarítmica através da seguinte equação:
Em que:
𝐿 𝑇 = nível de pressão a ser somado ao equipamento de maior nível
𝐿1 = nível de pressão sonora da fonte 1;
𝐿𝑛 = nível de pressão sonora da fonte 𝑛 (enésima fonte);
Deixando para traz os conceitos relacionados ao nível de pressão sonora e passando agora a tratar dos
aspectos relacionados à frequência, o ruído pode ser classificado em: (a) contínuo, (b) intermitente e (c) de
impacto:
O ruído é contínuo quando a variação do nível de pressão sonora atinge 3 dB durante um período superior
a 15 minutos. É intermitente quando o nível de pressão sonora varia até 3 dB em períodos inferiores a 15
minutos e superiores a 0,2 segundo. É de impacto quando não se enquadrar nas condições anteriores.
Não obstante essa definição majoritariamente adotada pela doutrina, verá no estudo da NR 15 (caso haja
previsão no edital de sua prova) que ela estabelece definições diferentes. Na verdade, para fins de higiene
ocupacional os ruídos contínuo e intermitente são avaliados em conjunto.
Dando continuidade à interação humano-ruído, sabe-se que o ouvido humano responde mais sensivelmente
nas faixas situadas entre 2.000 e 5.000 Hz e menos sensivelmente em frequências inferiores a 2.000 Hz e
superiores a 5.000 Hz. Com esse conhecimento, estudiosos da acústica chegaram a um padrão de curvas
isoaudíveis que correspondem à mesma intensidade de resposta da audição humana a determinados sons.
Isso resultou na elaboração de curvas de compensação A, B, C e D (Figura 1.6) que servem de parâmetro para
a construção dos medidores de níveis de pressão sonora.
11
A Curva "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade humana para baixos níveis de pressão sonora. Por
isso, a Portaria MTE n.º 3.214/1978 (NRs) adotou a curva de compensação "A" para mensurar ruído contínuo
e intermitente. A Curva "B", para níveis médios. A Curva "C", para níveis de pressão sonora mais elevados,
e por isso é acurva utilizada para medir ruído de impacto (no caso de o medidor não possuir circuito linear).
Por curiosidade, a Curva "D" foi ajustada especificamente para avaliação de níveis de pressão sonora em
aeroportos!
Com base no conhecimento dessas curvas de compensação e em outros parâmetros técnicos para a
avaliação dos ruídos contínuos e intermitentes (casos mais comuns) a NHO 01 da Fundacentro recomenda
que o audiodosímetro ou dosímetro de ruído7 atenda aos seguintes requisitos técnicos: (trataremos de
muitos desses conceitos no estudo da NHO 01 e da NR 15!)
Além disso, o equipamento deve atender a seguinte configuração, para medição de ruído contínuo ou
intermitente:
7
Dosímetro de ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional
ao ruído
12
Adicionalmente, é importante destacar que a medição também pode ser feita através de medidores
instantâneos de nível de pressão sonora, denominados decibelímetros. Não obstante, medidores de nível
de pressão sonora mais sofisticados11 que possuem analisadores de frequência acoplados permitem a
obtenção de níveis de ruído para faixas definidas de frequência, realizando medições em bandas de oitava
ou terças de oitavas. Essas faixas podem ser selecionadas pelo operador, a seu critério.
Uma vez que o dosímetro de ruído tenha sido configurado corretamente, as medições devem ser feitas com
o microfone (sensor de pressão sonora) posicionado dentro da zona auditiva12 do trabalhador. Geralmente
o medidor de uso pessoal fica posicionado sobre o ombro do trabalhador, preso na vestimenta, dentro da
zona auditiva.
Quando forem identificadas diferenças significativas entre os níveis de pressão sonora que atingem os dois
ouvidos, as medições devem ser realizadas no lado exposto ao maior nível. O direcionamento do microfone
deve obedecer às orientações do fabricante, constantes do manual do equipamento, de forma a garantir a
melhor resposta do medidor.
O uso do protetor de vento sobre o microfone (geralmente uma espuma que o encobre) é sempre
recomendável a fim de evitar possíveis interferência da velocidade do ar, além de protegê-lo contra poeira.
Além disso, os medidores só podem ser utilizados dentro das condições de umidade e temperatura
especificadas pelo fabricante.
Se os medidores forem utilizados em ambientes com a presença de campos magnéticos significativos, devem
ser considerados os cuidados e as limitações previstas pelo fabricante. Adicionalmente, destaque-se que o
posicionamento e a conduta do avaliador não devem interferir no campo acústico ou nas condições de
trabalho, para não falsear os resultados obtidos.
8
Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados
na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição
9
Incremento de Duplicação de Dose (q): Incremento em decibéis que, quando adicionado a um
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo
máximo permitido.
10
Como veremos, a NR 15 adota q = 5 e não q = 3 como a NHO 01!
11
Isso é válido tanto para dosímetros quanto para decibelímetros.
12
Zona auditiva: região do espaço delimitada por um raio de 150 mm ± 50 mm, medido a partir da
entrada do canal auditivo.
13
Para fechar o assunto, vamos tratar das medidas de controle do ruído. Como vimos, a higiene ocupacional
estabelece a seguinte hierarquia das medidas de controle: (1) na fonte do fator de risco, (2) na transmissão
(entre a fonte e o receptor) e (3) no receptor (trabalhador). São exemplos:
• Eliminação da fonte;
• Seleção de máquinas ou equipamentos menos ruidosos;
• Manutenção: elaboração de planos de manutenção preventiva e corretiva como por
exemplo, balanceamento periódico de máquinas rotativas e lubrificação de
Controle do
rolamentos;
risco na
• Modificação das fontes geradoras: Instalação de silenciadores em sistemas de ar
fonte
comprimido, compressores, bicos de saída de ar, válvulas pneumáticas, condutores
de sistemas de ventilação etc.; utilização de bases rígidas na montagem de máquinas
e equipamentos para redução da vibração (isolamento de máquina), ou de sistemas
de amortecimento para reduzir a transmissão da vibração;
• Não sendo possível o controle na fonte, o segundo passo é a verificação de possíveis
medidas aplicadas no meio ou trajetória. Quando o som incide sobre uma superfície,
uma parte é refletida, outra absorvida e uma transmitida.
• Em resumo, as medidas de controle coletivo do ruído através da intervenção em sua
Controle na trajetória baseiam-se em dois mecanismos: absorção (que reduz a energia refletida)
trajetória e/ou isolamento (que evita a transmissão).
• Exemplo clássico é o Isolamento acústico ou enclausuramento de máquinas e
equipamentos ruidosos. Nesse tipo de solução técnica são utilizadas paredes
Isolantes cobertas com absorventes acústicos (lãs de rocha ou vidro, espumas etc.),
o que impede que o ruído se propague para o ambiente.
• Nesse caso, recorre-se a utilização de protetores auditivos, que podem ser de três
Controle no tipos conforme definido pela NR 6: protetor circum-auricular (tipo concha), protetor
receptor de inserção (tipo plug, pré-moldado, geralmente de silicone) e o protetor semi-
auricular (tipo plug, moldável, geralmente de espuma).
No caso dos protetores auriculares, os manuais dos fabricantes fornecem os valores do Nível de Redução de
Ruído do Protetor - 𝑵𝑹𝑹𝒔𝒇𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆𝒕𝒐𝒓 , do inglês Noise Reduction Rating. Esses valores garantem um nível de
proteção estatístico de 84%. Vamos a um exemplo!
Imagine que um trabalhador realiza suas atividades em um ambiente cujo Nível de Exposição Normalizado -
NEN13 obtido pelo avaliador foi de 95 dB(A). Observou-se, durante a avaliação, que foi fornecido ao
trabalhador um protetor auricular tipo plug de inserção pré-moldado, com o devido Certificado de
Aprovação - CA, cuja capacidade de atenuação é de 𝑁𝑅𝑅𝑠𝑓𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 = 15 dB. Pergunta-se, qual o valor efetivo
de nível de pressão sonora a que esse trabalhador está exposto?
13
Nível de Exposição Normalizado(NEN): nível de exposição, convertido para uma jornada padrão
de 8 horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição.
14
A resposta é simples 95 - 15 = 80 dB(A)! Mas professor, o senhor não disse que as operações em dB não são
lineares. Ocorre que aqui estamos subtraindo nível de atenuação, e não nível de pressão sonora!
O mesmo é válido para capacidade de atenuação de isolantes acústicos, chamada de Classe de Transmissão
Acústica (STC - do inglês Sound Transmission Class). Assim, se existe uma máquina que emite 100 dB(A) do
lado de uma parede com STC = 20 dB, o nível de ruído que irá ser transmitido ao outro lado será de 100 - 20
= 80 dB(A). Nesse caso, as operações também são lineares!
Outra medida de controle do ruído, relacionada à organização do layout do trabalho, é afastar os postos de
trabalho, ou seja, afastar os trabalhadores o máximo possível da fonte geradora de ruído. Assim como as
ondas eletromagnéticas (de radiofrequência, raios-x etc.), as ondas mecânicas, como no caso do ruído,
também sofrem redução considerável com o aumento da distância entre a fonte e o receptor, ainda que
nenhuma barreira seja interposta no caminho.
Isso ocorre porque as ondas mecânicas obedecem a lei do inverso do quadrado da distância. Isso implica
que a intensidade da pressão sonora decai em função do quadrado da distância entre a fonte e o receptor,
de modo que a intensidade é inversamente proporcional ao quadrado da distância.
Figura 1.714: Lei do inverso do quadrado da distância aplicada à redução do ruído ocupacional
A equação para cálculos de atenuação (redução da intensidade) seguindo é lei do inverso do quadrado da
distância é dada por:
Em que:
NPS [L(x)] = é o nível de pressão sonora a uma distância a [L(x)] metros da fonte;
NPS a 1 m = é o nível de pressão sonora a 1 metro de distância da fonte geradora;
Para que você possa compreender como essa equação é aplicada, vamos a resolução de uma questão de
prova.
14
Disponível em: < https://protecao.com.br/blogs/a-lei-do-inverso-do-quadrado-da-distancia-aplicada-
a-uma-exposicao-ao-ruido-em-campo-livre/>
15
Agora, veja como outros conhecimentos a respeito do ruído (acústica) já foram explorados pelas bancas:
16
1.2 Vibrações
De acordo com o Manual de Aposentadoria Especial da Previdência Social, entende-se por vibração ou
trepidação qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo, podendo ser um
movimento regular ou irregular (quando não segue nenhum padrão determinado). Colocando de outra
forma, trata-se de um movimento oscilatório de um corpo devido a forças desequilibradas de componentes
rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento.
Por sua vez, a Convenção n.° 148 da Organização Internacional do Trabalho – OIT estabelece que o termo
“vibrações” compreende toda vibração transmitida ao organismo humano por estruturas sólidas e que seja
nociva à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo.
A vibração pode afetar o corpo inteiro, caso em que é denominada vibração de corpo inteiro – VCI. A VCI
ocorre quando há uma vibração dos pés (posição em pé) ou do assento (posição sentada). A vibração pode
ainda afetar apenas uma parte do corpo. Nesse caso, a higiene ocupacional tem especial interesse nas
vibrações em mãos e braços – VMB.
As VCI caracterizam-se pela ocorrência em baixa frequência e alta amplitude (faixa de 1 a 80 Hz, mais
especificamente de 1 a 20 Hz) e são típicas das atividades de transporte, especialmente com veículos pesados
(caminhões, tratores etc.).
Por sua vez, as VMB ou de extremidades ocorrem na faixa de 6,3 a 1250 Hz e são típicas de trabalhos com
ferramentas manuais como politrizes, lixadeiras, furadeiras, britadeiras etc.
As metodologias e procedimentos de avaliação das VCI e VMB são especificadas, respectivamente, pelas
NHOs 09 e 10 da Fundacentro. Em ambos os casos, existem três variáveis fundamentais que caracterizam
ou estão envolvidas na avaliação das vibrações:
a) direção medida em três eixos (direções): a natureza vetorial da vibração requer a avaliação em três
direções ortogonais: x, y e z, seja no caso das VCI (Figura 1.8a) , seja no caso das VMB (Figura 1.8b);
b) magnitude: expressa pela raiz média quadrática da resultante obtida ( √𝑎𝑥2 + 𝑎𝑦2 + 𝑎𝑧2 ), dada em
m/s², em que 𝑎𝑥 , 𝑎𝑦 e 𝑎𝑧 correspondem, respectivamente, as acelerações resultantes nas direções x,
y e z;
c) frequência: medida através de bandas de oitava, dada em Hz (Hertz).
17
(a) (b)
Figura 1.8: (a) eixos ortogonais para caracterização das VCI, (b) eixos ortogonais para caracterização das
VMB.
No caso das VCI, seja na posição em pé, deitado ou sentado, o eixo "z" refere-se às vibrações no sentido
longitudinal à coluna vertebral, e os eixos "x" e "y" as vibrações nas direções transversais (frontal-traseira e
laterais, respectivamente). Nossa estrutura óssea tem maior resistência aos esforços no sentido longitudinal
da coluna vertebral (eixo "z") e menor resistência nas direções perpendiculares a esses eixos, ou seja, nas
direções dos eixos "x" e "y". Por isso, as vibrações nos sentidos transversais ("x" e "y") têm maior "peso" no
resultado final, ou seja, na determinação da vibração resultante.
Por sua vez, na determinada da vibração resultante para os casos de exposição a VMB, não há maior "peso"
em nenhuma direção ("x", "y" ou "z").
18
Trataremos dos limites de tolerância (LT) e níveis de ação (NA) para as VCI e VMB no estudo das NHOs 09 e
10, respectivamente, além da NR 15. Por ora, atente-se ao mapa mental que segue, que traz esses valores
de forma resumida. Observe os parâmetros utilizados para a caracterização das VCI e VMB.
No tocante a implicância da exposição às vibrações a saúde dos trabalhadores, frise-se que os principais
efeitos ao organismo do trabalhador podem ser de ordem vascular, neurológica, osteoarticular e muscular.
Os primeiros sintomas são formigamento ou adormecimento leve.
Vamos fechar o estudo do agente vibração com as medidas de proteção, como de praxe.
19
1.3.1 Calor
O calor é uma condição de risco de natureza física presente em muitos ambientes de trabalho. Quando um
trabalhador labora próximo a uma fonte artificial de calor, ou mesmo exposto a luz solar (fonte natural), seu
organismo passa a ter dificuldade em manter o equilíbrio homeotérimco15, experimentando uma aumento
na sua temperatura16 corporal.
Se ele permanece por um longo período exposto a essa condição, poderá experimentar uma sobrecarga
térmica17, que ocorre quando a taxa de ganho de calor (calor gerado pelo metabolismo + calor transmitido
15
Equilíbrio homeotérmico: é a capacidade do organismo de manter a temperatura central do corpo
constante.
16
Temperatura: é o estado de agitação das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico.
Quanto mais agitadas estiverem essas moléculas, maior será sua temperatura. Quando menos agitadas
essas moléculas, menor será sua temperatura.
17
Sobrecarga térmica: é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o
equilíbrio térmico. Esta energia interna é a combinação do calor gerado pelo metabolismo e da atividade
física.
20
pelo meio ambiente de trabalho para o organismo) é maior do que a taxa de dissipação de calor (para o
meio). Quanto mais pesada a atividade realizada e mais elevada a temperatura ambiente, maior será a
tendência de elevação da temperatura corporal.
Para manter a temperatura interna constante, o organismo se utiliza de certos mecanismos, tais como a
inibição da termogênese, vasodilatação periférica e sudorese, que consistem em processos fisiológicos que
acelerem a perda de calor para o ambiente.
Esses mecanismo são acionados pelo organismo para evitar que o calor possa produzir reações que vão
desde a desidratação progressiva, câimbras, exaustão, até o choque térmico.
E como é avaliada a sobrecarga térmica durante a exposição ocupacional dos trabalhadores em ambientes
quentes? Essa avaliação envolve tanto variáveis ambientais (externas) como internas (metabolismo).
O metabolismo, que é variável interna ou variável fisiológica, é determinada com base em estimativas da
taxa metabólica para diferentes tipos de atividades realizadas em uma combinação de condições (sentado,
em pé, em movimento, trabalho leve, pesado etc.). Conheceremos essas taxas no estudo da NR 15 e NHO
06.
Por hora, destaque-se que a taxa metabólica está associada a produção interna de calor, ao passo que as
variáveis externas vão determinar a perda de calor para o ambiente ou o ganho de calor pelo organismo.
Obviamente que, para atividades pesadas, em que a taxa de produção de calor interno (taxa metabólica) é
elevada, é desejável que as variáveis externas sejam propícias a facilitar a troca de calor do corpo com o
ambiente, de forma a facilitar a perda de calor para a manutenção da temperatura corporal dentro da
normalidade.
E qual é essa "normalidade" professor? Em regra, a temperatura central normal média de um adulto situa-
se entre 𝟑𝟔, 𝟕 ℃ e 𝟑𝟕, 𝟐 ℃. A temperatura dos tecidos internos (temperatura corporal central) tende a
permanecer praticamente constante, com variações fisiologias de ±𝟎, 𝟔 ℃.
21
Isso ocorre principalmente quando o trabalhador é não aclimatizado. Por aclimatização, entenda a
adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga
fisiológica causada pelo estresse térmico.
A aclimatização – que deverá ser precedida de um plano de aclimatização elaborado por médico, em função
das condições ambientais, individuais e da taxa de metabolismo relativo à rotina de trabalho – requer a
realização de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais ao calor, para que de forma progressiva o
trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas previstas para a sua rotina normal
de trabalho.
Uma vez aclimatizado, o trabalhador torna-se menos suscetível aos efeitos da sobrecarga fisiológica ao
calor, uma vez que a temperatura do núcleo do corpo (núcleo termorregulador) por aumentar em até 1
°C.
Como vimos, a sobrecarga térmica é resultante de duas parcelas: uma externa (ambiental), oriunda das
trocas térmicas com o ambiente, e outra interna (metabólica), resultante da atividade física que o indivíduo
exerce. As trocas térmicas podem ser divididas em secas e úmidas:
1) Trocas secas:
a) condução: a troca térmica que ocorre entre dois corpos de temperaturas diferentes quando
em contato, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a diferentes
temperaturas. No caso do trabalhador, essas trocas são geralmente pequenas, ocorrendo por
contato do corpo com ferramentas e superfícies;
b) convecção: é a troca térmica que ocorre entre um corpo e um fluido, ocorrendo
movimentação do último por diferença de densidade provocada pelo aumento da
temperatura. No caso do trabalhador, essa troca ocorre com o ar à sua volta; e
c) radiação: é a troca térmica entre dois corpos através da natureza eletromagnética que
caracteriza a onda de calor. Corresponde a maior parcela de ganho de calor no caso de
exposição ao calor ocupacional. As trocas por radiação entre o trabalhador e seu entorno,
quando há fontes radiantes severas (fornos, por exemplo), são as mais importantes no
balanço térmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas.
2) Trocas úmidas:
a) condensação: é proveniente da mudança do estado gasoso de vapor de água contido no ar
para o estado líquido; e
b) evaporação: é a proveniente da mudança do estado líquido da água para o estado gasoso
(vapor). É o principal mecanismo de perda de calor pelo trabalhador e ocorre quando o suor
evapora de seu corpo. Caso não haja evaporação do suor, devido a vestimentas inadequadas,
por exemplo, esse principal mecanismo fica comprometido. Apear de se ser o principal
mecanismo de troca térmica, não é capaz, isoladamente, de liberar todo calor recebido pelo
22
A avaliação da exposição ocupacional ao calor pode ser realizada com base em parâmetros ambientais e
fisiológicos. Esses critérios são estabelecidos através de índices, medidos ou calculados, que geram um único
valor ou número que integra os efeitos dos parâmetros básicos de um ambiente quente no ser humano. Os
índices de avaliação da exposição ocupacional ao calor podem ser classificados em índices de conforto e
sobrecarga térmica, sendo, os principais:
No Brasil, por força do Anexo n.º 3 da NR 15, adota-se o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo -
IBUTG para a avaliação da exposição ocupacional ao calor, a fim de identificar e/ou prevenir possíveis
ocorrências de sobrecarga térmica.
A ideia por traz da criação desse índice, bem como a dos demais, é de que para avaliar a sobrecarga térmica
que pode estar ocorrendo numa exposição ocupacional tem-se que conhecer as trocas térmicas envolvidas.
Entretanto, a medição direta dessas taxas de troca é difícil ou pouco prática na maioria dos casos. Portanto,
na prática, avaliam-se alguns parâmetros existentes no ambiente de trabalho, em seguida, calcula-se, através
de uma equação, um determinado índice.
A respeito do IBUTG...
23
Para se chegar ao valor do índice de sobrecarga térmica (IBUTG, no caso) utilizam-se sensores que
mensuram, de forma direta ou indireta, as variáveis acima citadas. são eles, de acordo com a NHO 06 da
Fundacentro:
Apesar de pequena, as radiações infravermelha e ultravioleta exercem influência na leitura indicada pelos
termômetros de bulbo seco ou bulbo úmido, por isso, inclusive, os medidores mais modernos vêm com uma
barreira de proteção contra radiação, com mostrado na Figura 1.9, que mostra um medidor eletrônico, mais
utilizado atualmente:
No tocante a montagem do equipamento para a condução das avaliações, deve-se observar que a altura de
montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais atingida do corpo. Quando esta não for
definida, o conjunto deve ser montado à altura do tórax do trabalhador exposto.
Vale destacar que os valores obtidos pelos três termômetros que compõem o equipamento não são usados
em todos os casos, isso, pois, a determinação do IBUTG é diferente a depender da existência ou não de carga
solar no ambiente de trabalho. Estudaremos a aplicação dessas equações nas aulas de NR 15 e NHO 06, por
hora, apenas as conheça:
a) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem
carga solar direta:
24
𝑰𝑩𝑼𝑻𝑮 = 𝟎, 𝟕 𝒕𝒃𝒏 + 𝟎, 𝟑 𝒕𝒈
a) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem
carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo úmido natural (tbn) com 70% de
peso no resultado e a temperatura de globo (tg) com 30% de peso no resultado e, não leva em
consideração a temperatura de bulbo seco (tbs), ou seja, a tbs não influencia no cálculo do IBUTG em
ambientes cobertos, sem incidência de carga solar (Guarde isso!);
b) para ambientes externos com carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo
úmido natural (tbn) com 70% de peso no resultado, a temperatura de globo (tg) com 20% de peso no
resultado e a temperatura de bulbo seco (tbs), com 10% de peso no resultado.
Agora, veja esse mapa metal com um resumo das principais informações:
temperatura do ar
é composto pelos
seguintes velocidade do ar
parâmetros
carga radiante do ambiente
ambinetais:
umidade relativa do ar
25
Importante notar que a umidade relativa do ar e a sua velocidade, apesar de exercerem influência na
determinação do IBUTG não são grandezas medidas diretamente, mas de forma indireta através do
termômetro de bulbo úmido (tbn).
Entretanto, para fins de proposição de medidas de controle pode ser interessante que o higienista
ocupacional determine o valor dessas grandezas. Sendo assim, pode obter o valor da umidade relativa do ar
de forma indireta, para isso pode obter a temperatura de bulbo seco e temperatura de bulbo úmido e se
valer do auxílio de tabelas ou gráficos psicrométricos (cartas psicométricas, Figura 1.10a), através do
cruzamento dessas informações nos referidos gráficos. Pode, ainda, de forma mais prática valer-se se
medidores eletrônicos que permitem a obtenção de forma direta da umidade relativa do ar como é o caso
dos psicrômetros digitais.
Adicionalmente, pode ser necessário determinar a velocidade do ar, para isso, pode se valer de
equipamentos denominados anemômetros, que podem ser de paletas (Figura 1.10b) ou de elementos
termosenssíveis.
(a) (b)
Figura 1.10: (a) carta psicométrica para obtenção da umidade relativa do ar de forma indireta; (b)
anemômetro de paletas.
No tocante às medidas de controle a serem adotadas para esse agente físico, a NHO 06 as divide em
preventivas e corretivas:
26
Apesar de existir uma série de EPIs previstos na NR 06 para a proteção contra o calor, a NHO 06 não elenca
as vestimentas como medidas de controle eficazes18. Isso ocorre porque, conforme a Norma, as vestimentas
18
Na verdade, muitas vestimentas protegem o trabalhador contra queimaduras por contato direto com
partes aquecidas e da incidência direta do calor radiante. Entretanto, dificultam a evaporação do suor,
reduzindo a capacidade de dissipação de calor por evaporação, além de reduzir a circulação do ar na
pele, o que reduz a perda de calor por convecção.
27
podem influenciar nas trocas de calor entre o organismo e o meio, dificultando, em alguns casos, a taxa
de troca e contribuindo para o aumento da sobrecarga térmica.
(CESPE-CEBRASPE / TJ-AM) Julgue os itens a seguir, que tratam de equipamentos de medição no contexto
de higiene e medicina do trabalho.
O psicrômetro é o instrumento indicado para se determinar a quantidade de vapor na atmosfera.
Comentários: a proposição está CERTA.
(FGV / FUNSAÚDE-CE) A aclimatação é uma medida de controle para atenuar os efeitos da exposição do
trabalhador à/ao
(A) radiação. (B) calor. (C) ruído. (D) fumo. (E) vibração.
Comentários: a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Veremos a seguir que a aclimatação
também é aplicada como medida de controle ao frio.
1.3.2 Frio
De acordo com a OIT, um ambiente frio é definido por condições que causam perdas de calor corporal
maiores que o normal, entendendo-se por normal as condições termoneutras. Alguns estudiosos do tema 19
arriscam maior grau de objetividade, definindo ambiente frio como aquele no qual a temperatura ambiente
esteja abaixo de 𝟏𝟖 a 𝟐𝟎 ℃.
O desconforto térmico pelo frio surge quando o balanço corporal de calor não pode ser mantido como
consequência de um inadequado ajuste entre a atividade (produção de calor metabólico), vestimentas e
demais condições ambientais como umidade e velocidade do vento.
No tocante às variáveis que influenciam, a umidade e a velocidade do vento são aspectos que devem ser
levados em consideração, juntamente com a temperatura, pois tais condições físicas podem agravar os
efeitos do frio. A água aumenta de 25 a 30 vezes a condutibilidade de calor, o que significa que o trabalhador,
em tempo úmido, pode perder de 25 a 30 vezes mais calor do corpo do que se estivesse em condições
normais. O vento aumenta a suscetibilidade do indivíduo à hipotermia devido à sua capacidade de causar
perda de calor por convecção e evaporação. Este efeito é denominado de “fator de resfriamento pelo
vento”.
19
HOLMÉR, I; GRANBERG, P. O; DAHLSTROM, G. Cold enviroments and cold work. In: Stelman JM
(ed.), Encyclopedia of occupational health and safety geneva: ILO. 1988. pp. 4229 – 4248.
28
E como o organismo responde a exposição ocupacional ao frio? Pois bem, na tentativa de manter o corpo
aquecido durante uma exposição prolongada ao frio, o organismo, através do centro regulador, ativa dois
mecanismos principais:
a) vasoconstrição periférica: é o processo de contração das fibras musculares dos vasos sanguíneos
periféricos. Ocorre para evitar a perda excessiva de calor e manter a temperatura do sangue que
chega ao cérebro. Entretanto, pode comprometer o fluxo circulatório para algumas regiões como
nariz, orelha e dedos, com risco de necrose; e
b) tremores: tremores por frio são caracterizados por contrações involuntárias das fibras superficiais de
modo a aumentar a produção interna de calor.
Obviamente que a exposição continuada ao frio, sem compensação, dá origem ao estresse térmico pelo frio,
cujas reações avançam com o tempo de exposição e a intensidade. O estresse é um conjunto de reações
orgânicas a fatores de ordens diversas (físicos, químicos, emocional, infeccioso, etc.) capazes de perturbar o
equilíbrio do organismo (homeostase). O frio é um dos agentes físicos capazes de causar o estresse do
organismo humano.
Além do estresse térmico e da hipotermia, o frio pode causar doenças reumáticas e respiratórias. Além disso,
pode acarretar o enregelamento de membros – especialmente membros periféricos como dedos, nariz e
orelhas – podendo levar a gangrena e à amputação.
A ACGIH define algumas apresentações clínicas progressivas da hipotermia, como mostrado no quadro a
seguir – com algumas situações em destaque (negrito).
Temperatura
Sinais clínicos
interna °C
37,6 °C Temperatura retal normal
37 °C Temperatura oral normal
36 °C Aumento da taxa metabólica para compensar a perda de calor
35 °C Tremor máximo
34 °C Vítima consciente e respondendo com pressão sanguínea normal
33 °C Severa hipotermia abaixo desta temperatura
Consciência nublada, dificuldade de obter pressão, pupilas dilatadas mas reagindo à luz,
32 °C a 31 °C
cessação dos tremores
Progressiva perda de consciência, aumento da rigidez muscular, pulso e pressão difíceis
30 °C a 29 °C
de obter, decréscimo da taxa respiratória
28 °C Possível fibrilação ventricular com irritabilidade miocardial
Cessam movimentos voluntários, pupilas não reativa à luz, reflexos de tendões e
27 °C
superficiais ausentes
26 °C Vítima raramente consciente
25 °C Fibrilação ventricular pode ocorrer espontaneamente
24 °C Edema pulmonar
22 a 21 °C Risco máximo de fibrilação ventricular
29
20 °C Parada cardíaca
18 °C Vítima de hipotermia acidental mais baixa
17 °C Eletroencefalograma isoelétrico
9 °C Paciente de hipotermia induzida artificialmente mais baixa
Na contramão do que é preconizado pela ACGHI, que estabelece padrões objetivos para avaliação da
exposição ocupacional ao frio, no Brasil, a avaliação desse agente é apenas qualitativa, ou seja, baseada em
parâmetros subjetivos, uma vez que a NR 15, em seu Anexo n° 09 estabelece apenas que “as atividades ou
operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições
similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho".
Por radiação, entenda qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de energia, seja por
intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética. Pode ser
definida, ainda, como a energia que se propaga de um ponto a outro no espaço ou em um meio material.
A depender da quantidade de energia a radiação pode ser descrita como ionizante e não ionizante, segundo
o resultado de sua interação com a matéria. Quando a energia é superior à energia de ligação dos elétrons
de um átomo com o seu núcleo, suficiente para remover elétrons de seus orbitais, é chamada de ionizante,
quando não, é denominada não ionizante. Veja algumas outras definições acerca do que radiação ionizante:
A interação das radiações ionizantes com a matéria consiste na transferência de energia da radiação para o
meio irradiado, levando a alterações físicas, químicas e, em caso de matéria viva, alterações bioquímicas e
fisiológicas. Isso implica que ao interagir com a matéria sobre a qual incide, ela é capaz retirar elétrons de
seus átomos (processo de ionização) e modificar as moléculas (inclusive geneticamente20), sendo uma fonte
importante de neoplasias (câncer) relacionadas ao trabalho.
20
A modificação genética da molécula é a fase inicial do surgimento de cânceres de diversos tipos.
30
Além da quantidade de energia, a radiação ionizante se diferencia da não ionizante pelo seu comprimento
de onda. As radiações ionizantes caracterizam-se por apresentar comprimentos de onda inferiores a 100
nm (cem nanômetros), ou seja, inferiores a 100 x 10-9 m. Quanto menor o comprimento de onda maior a
capacidade de penetração na matéria (no tecido humano) sobre a qual incide, provocando maior dano. Veja
a divisão do espectro eletromagnético, através da Figura 1.11, proposto pela ACGIH, para classificar as
radiações em ionizantes e não ionizantes.
Em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se propagam, as
radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em eletromagnéticas (não
possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas; e
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
31
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.
Alguns fatores são determinantes para a exposição ocupacional às radiações ionizantes, que podem levar
a uma menor ou maior absorção de dose pelo tecidos expostos (organismo), são eles: quantidade de
proteção contra a fonte de radiação, tempo de exposição, distância da fonte de radiação, potência do
equipamento irradiante, entre outros.
Especificamente no caso das radiações ionizantes, vou deixar para abordar as questões relacionadas às
medidas de proteção em um tópico específico, denominado "Princípios de proteção radiológica", uma vez
que esse assunto é bastante explorado pelas bancas, antes disso, porém, vamos ao estudo das radiações não
ionizantes.
(CESPE-CEBRASPE / SEDF) Tendo em vista que as radiações eletromagnéticas, suas propriedades e suas
interações com a matéria estão na origem de uma série de processos físicos fundamentais para a
compreensão da natureza, julgue o item seguinte.
O espectro de comprimento de onda das radiações eletromagnéticas pode variar desde ondas com
comprimento de centenas de metros, como as ondas de rádio, até ondas com comprimentos menores do
que o núcleo atômico, como a radiação gama.
Comentários: a proposição está CERTA. Observe a extensa gama de comprimentos de onda na Figura 1.9.
32
As radiações não ionizantes possuem energia relativamente baixa em comparação com as radiações
ionizantes, além de maiores comprimentos de onda (superiores a 100 nm) o que também contribuir para
redução da capacidade de penetração nos tecidos humanos.
Como vimos, a divisão do espectro eletromagnético mostrado na Figura 1.9 estabelece uma vasta gama de
radiações não ionizantes, dentre elas as sub-radiofrequências, as radiofrequências, as micro-ondas, a
radiação infravermelha, a luz visível, as ultravioletas e os lasers.
Entretanto, o Anexo n.º 7 da NR 15 considera, para os fins de exposição ocupacional, que são legalmente
reconhecidas como radiações não ionizantes àquelas oriundas de campos eletromagnéticos pertencentes
aos espectros das micro-ondas (comprimentos de onda entre 1 m e 1 mm), das radiações ultravioletas
(comprimentos de onda entre 400 e 100 nm, excluindo a luz negra) e os lasers (comprimentos de onda entre
1 mm e 140 nm). Veja essa classificação na forma de um mapa mental:
Campos estáticos
Campos elétricos
Frequências extremamente baixas (ELF) e sub-radiofrequências
Campos estáticos
Campos
Radiações não magnéticos
Frequências extremamente baixas (ELF) e sub-radiofrequências
ionizantes
Frequênias extremamente baixas (ELF) e sub-frequências
Radiofrequências
Campos Infravermelho
eletromagnéticos, Micro-ondas (1 mm - 760 nm)
no espectro das: (1 m - 1 mm) luz visível UV-A (luz negra)
Radiação óptica (760 - 400 nm) (400 - 315 nm)
(1 mm - 100 nm) Ultravioleta UV-B
(400 - 100 nm) (315 - 280 nm)
Lasers UV-C
(1 mm - 140 nm) (280 - 100 nm)
Essas radiações apresentam interesse do ponto de vista ambiental e ocupacional porque os seus efeitos
sobre a saúde são potencialmente importantes. Estudos têm mostrado que entre os efeitos da exposição de
longo prazo aos campos eletromagnéticos estão a hipertensão arterial, alterações no sistema nervoso
central, cardiovascular, endócrino e distúrbios menstruais.
As radiações pertencentes ao espectro das micro-ondas podem ser produzidas em estações de radar,
radiotransmissão, telefonia e em alguns processos industriais e medicinais. Estudos têm mostrado que o
33
efeito mais acentuado é o térmico (aumento de temperatura dos tecidos) e que, quanto maior a frequência
e maiores a potência e o tempo de exposição, maior o risco de lesões internas, devido às facilidades com que
as ondas penetram no organismo. A exposição às micro-ondas também tem sido associada a elevação da
pressão arterial (hipertensão).
As radiações ultravioletas podem ser de origem natural ou artificial. Em geral, são pouco penetrantes e
apresentam efeitos sempre superficiais, podendo, após longo período de exposição, causar câncer de pele.
Pode-se observar que as faixas denominadas eritérmicas (UV-B) e germicidas (UV-C) são as que apresentam
maiores riscos potenciais. Essas faixas são emitidas em operações como solda elétrica, metais em fusão,
maçaricos operados em altas temperaturas, lâmpadas germicidas e outras.
As radiações ultravioletas (UVA, UVB e UVC) ainda estão presentes, em menor quantidade, na irradiação
solar. Entretanto há de se destacar que a maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida
pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioleta que efetivamente chegam a
superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida pelo ozônio da atmosfera e
sua parcela que chega à Terra é responsável por danos à pele. Já a radiação UV-C é totalmente absorvida
pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera.
Entre os efeitos danosos das radiações ultravioletas, destaca-se a ceratite actínica, que se manifesta horas
depois da exposição nos processos de solda, quando não adotadas as medidas de proteção adequadas. Além
desse efeito a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda
entre 180 nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos
agudos adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.
A radiação laser (luz laser) é rigorosamente monocromática, paralela (colimada) e coerente (mesma fase).
O diâmetro do feixe luminoso é pequeno, porém conduz grandes quantidades de energia. A duração dos
impulsos e a energia transportada dependem do tipo de equipamento gerador. O laser portátil é formado
por feixes laser de alta potência (da ordem de megawatts) e de extremamente curta duração (30 a 40
microssegundos). No laser contínuo, todos os feixes laser tem duração superior a 0,1 s. Sua potência vai,
geralmente, de alguns miliwatts a vários kilowatts21.
Os Lasers podem ser compostos de radiações em qualquer faixa dentro da gama UV, e consistem na
amplificação da luz por emissão de radiação estimulada . A diferença é que a luz emitida nessa condição
apresenta as seguintes características22:
21
MENDES, R (organizador). Patologia do Trabalho. 3. Ed. São Paulo: Atheneu, 2013.
22
PEREIRA, A. D. Tratado de segurança e saúde ocupacional: aspectos técnicos e jurídicos, NR 13
a 15, volume 3. 2. ed. São Paulo: saraiva, 2015, pp. 217-218.
34
• Coerência: ao contrário das fontes luminosas comuns (que possuem radiações luminosas com
comprimentos de ondas distintos), o feixe de luz laser possui ondas eletromagnéticas com mesmo
(ou estreito) comprimento de onda em plano de vibração, as quais se propagam em fase constante.
• Monocromática: o feixe de luz laser não é composto de amplo espectro de cores, mas sim de cor
única (único ou estreito comprimento de onda), dependendo do tipo e frequência de emissão.
• Colimação/não divergência: as ondas que compõem o feixe laser se propagam de modo paralelo ou
quase paralelo, tendo pequena ou desprezível dispersão ou divergência na distância percorrida.
A radiação laser, direta ou indireta, pode afetar especialmente os olhos e a pele, ainda que a potência seja
baixa. O laser é muito aplicado na indústria para cortar, soldar ou perfurar metais com alta precisão, ou para
localizar falhas estruturais. É utilizada, ainda, em quase todos as especialidades médicas, na informática, nas
telecomunicações e em diversas pesquisas científicas.
As radiações infravermelhas podem ter origem natural ou artificial e são, assim como as ultravioletas, pouco
penetrantes no tecido humano, causando, basicamente aquecimento superficial da pele. Apesar de não
serem classificadas como radiações não ionizantes pela NR 15, para efeitos de insalubridade, a exposição às
radiações infravermelhas de grande magnitude podem resultar em queimaduras graves.
A avaliação da exposição ocupacional às radiações não ionizantes ocorre de forma qualitativa, de modo
que a simples exposição do trabalhador a essas faixas de frequências previstas no Anexo n.º 7 da NR 15, sem
a devida proteção, já é suficiente para caracterizar a nocividade da exposição.
No tocante às medidas de controle, destacam-se aqueles de controle do risco na fonte (proteção coletiva):
Como medida de proteção individual, deve-se fornecer os EPIs adequados a cada atividade de modo a
complementar às medidas de proteção coletiva. Para os trabalhos com solda, por exemplo, é mandatório o
uso de máscaras próprias para exposição à radiação ultravioleta. A NR o6, prevê os seguintes EPIs para
proteção contra radiações não ionizantes:
• óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa, radiação ultravioleta e radiação
infravermelha;
• protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
• protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha e radiação ultravioleta;
• máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes, radiação
ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa;
35
Nesse subtópico, vamos estudar alguns princípios e diretrizes de proteção radiológica, tendo como base,
entre outras fontes, Norma estabelecida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CENEN,
especificamente a Norma CENEN-NN-3.01 - Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, cuja versão atual foi
definida pela Resolução n.° 164/2014.
Destaque-se que as diretrizes e princípios estabelecidos por essa Norma são aplicáveis a exposições a
radiações ionizantes, seja em serviços de saúde, seja em instalações industriais ou outra qualquer.
Inicialmente, vale destacar que a Norma CENEN-NN-3.01/2014 por objetivo estabelecer os requisitos básicos
de proteção radiológica das pessoas em relação à exposição à radiação ionizante.
Quanto ao campo de aplicação, destaque-se que a Norma é aplicável às práticas, incluindo todas as fontes
associadas a essas práticas, bem como às intervenções.
Prática: toda atividade humana que introduz fontes de exposição ou vias de exposição adicionais
ou estende a exposição a mais pessoas, ou modifica o conjunto de vias de exposição
devida a fontes existentes, de forma a aumentar a probabilidade de exposição de pessoas
ou o número de pessoas expostas.
Fontes: equipamentos ou materiais que emitem ou são capazes de emitir radiação ionizante ou
de liberar substâncias ou materiais radioativos.
Intervenções: quaisquer (todas) ações adotadas com o objetivo de reduzir ou evitar a exposição ou a
probabilidade de exposição a fontes que não façam parte de uma prática controlada, ou
que estejam fora de controle em consequência de um acidente, terrorismo ou sabotagem.
As Normas CENEN define as grandezas de proteção radiológica para avaliação das exposições de indivíduos,
no âmbito da estrutura básica de proteção radiológica estabelecida para o País para práticas e intervenções.
A quantidade de radiação absorvida pelos tecidos vivos denomina-se dose. As grandezas utilizadas para os
limites de dose são chamadas de grandezas de limitação de dose. Apesar de serem calculáveis, essas
grandezas não são mensuráveis. Entretanto, podem ser estimadas a partir de grandezas básicas de dosimetria
como dose absorvida, kerma ou fluência, bem como atividade incorporada ou atividade presente no
ambiente.
36
Dessas, a dose absorvida é a grandeza básica mais comumente utilizada no controle da exposição às radiações
ionizantes. Nesse sentido, entende-se por Dose Absorvida (D) a grandeza dosimétrica fundamental expressa
por:
𝑑
𝐷=
𝑚
Em que:
𝑑 = energia média depositada pela radiação (ou energia absorvida), dada em Joule (J), em um volume
elementar de matéria de massa “m”.
𝑚 = massa da matéria que recebeu a radiação, dada em kg.
Nesse sentido, a unidade no sistema internacional para a dose absorvida (D) é o joule por quilograma (J/kg),
denominada gray (Gy). Um Gray equivale à absorção de um Joule por quilograma (J/kg).
Como vimos, as radiações ionizantes podem se apresentar, principalmente, na forma de partículas (alfa e
beta) e na forma de ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda inferiores a 100 nm (raios-x e raios
gama). Vimos também que a capacidade de penetração difere de uma para outra.
De modo a permitir a comparação dos efeitos das diferentes radiações ionizantes que podem incidir sobre o
organismo humano e determinar seus efeitos em diferentes órgãos, a dose absorvida deve ser multiplicada
pelo fator de ponderação da radiação (W), também conhecido como fator de efetividade biológica relativa
(RBE), resultando na dose equivalente. Assim, definisse Dose Equivalente (DE) como sendo a grandeza
expressa por:
𝐷𝐸 = 𝑊 ∙ 𝐷
Em que:
𝐷 = dose absorvida (D), dada em joule por quilograma (J/kg), denominada gray (Gy).
𝑊 = fator de ponderação ou fator de efetividade biológica equivalente (RBE), que é um valor adimensional.
Dose Equivalente (DE) também é dada em J/kg, já que o fator de ponderação (W) é um adimensional,
entretanto, a unidade de medida para a Dose Equivalente (D E) é o Sievert (Sv). Não obstante, como os
valores a Dose Equivalente são muito pequenos, na escala de milésimos de Sv, comumente se usa expressá-
la em mSv (miliSiervet).
Como colocado, o fator de ponderação da radiação (W) ou fator de efetividade biológica relativa (RBE) é
um valor adimensional e visa “calibrar” os efeitos da absorção de diferentes radiações, dado que algumas
radiações são mais efetivas que outras em causar danos ao organismo humano, principalmente em função
da capacidade de penetração. Com esse fator pode-se, por exemplo, comprar a dose absorvida de radiações
provenientes de partículas alfa com a dose absorvida por outro indivíduo, mas proveniente de um
equipamento de raio-X.
37
Esses fatores de ponderação (W) ou de efetividade biológica relativa (RBE) são valores tabelados. Por
exemplo, para radiações provenientes de partículas alfa, o valor é de 12; ao passo que para radiações
provenientes de energias fotônicas (fótons) o fator é de 1.
Agora, vou trazer um exemplificando para mostrar como é feito o cálculo de dose equivalente e energia
absorvida.
Suponha que um Indivíduo Oocupacionalmente Exposto - IOE com massa corpórea de 90 kg tenha absorvido
uma dose de radiação, incidente sobre todo o corpo (dose de corpo inteiro), medida com um dosímetro
individual, de 3,0 x 10-4 Gy.
Sabendo que essa radiação é proveniente de uma fonte de nêutrons com energia de 10 keV (dez mil elétrons-
volt), cujo fator de ponderação é W = 10, calcule a energia absorvida e a dose equivalente.
Pois bem, a energia absorvida (d) pode ser obtida da equação de Dose Absorvida (D), dada por D = d/m.
Isolando a variável “d” desse expressão obtemos:
d = m x D = 90 x (3,0 x 10-4)
d = 0,027 Joule (J)
d = 27 mJ
Note que valor da energia absorvida (d) é muito pequeno, na casa de milésimos, logo o multiplicamos por
1000 e obtemos o valor em mJ (mili-joule).
Essa é a energia radioativa absorvida pelo IOE, mas precisamos saber a Dose Efetiva (DE), dada em Sievert
(Sv) experimentada por esse trabalhador para fins de comparação com os Limites de Tolerância
estabelecidos pelo CENEN.
Assim, sabendo que o fator de ponderação (W) ou fator de efetividade biológica absorvida (RBE) para a fonte
de emissão é de 10, podemos usar a equação de Dose Equivalente, D E = W x D, para obter:
DE = 10 x (3,0 x 10-4)
DE = 0,003 Sievert (Sv)
DE = 3 mSv
Do mesmo modo, a valor da Dose Equivalente (DE) é muito pequeno, na casa de milésimos, logo o
multiplicamos por 1000 e obtemos o valor em mSv (mili-Sievert).
Agora, podemos comparar o valor de DE obtido com os valore Limite de Exposição estabelecido pelo CNEN
para os IOE.
38
Inicialmente, destaque-se que toda instalação radiativa deve dispor monitoração radiológica, que consiste
na medição de grandezas relativas e parâmetros relativos à radioproteção, para fins de avaliação e controle
das condições radiológicas das áreas de uma instalação ou do meio ambiente, de exposições ou de materiais
radioativos e materiais nucleares, incluindo a interpretação de resultados.
Além da monitoração ambiental (individual e de área) a que está sujeito, o trabalhador deve passar por
monitoração biológica rigorosa, incluindo realização de hemograma completo a cada 6 (seis) meses.
No tocante aos princípios de proteção radiológica que norteiam a proteção dos trabalhadores a exposição a
radiações ionizantes, destaque-se que há uma pequena diferença entre a literatura técnica e o estabelecido
pela Norma CENEN-NN-3.01/2014. Para a literatura técnica, são três os princípios básicos para proteção
radiológica do trabalhador:
a) tempo de exposição;
b) blindagem; e
c) distância da fonte.
Não obstante, a Norma CENEN-NN-3.01/2014 também reconhece três princípios de proteção radiológica,
mas um pouco diferente:
a) justificação;
b) limitação da dose; e
c) otimização.
tempo de exposição
distância da fonte
Princípios de proteção
radiológica
justificação
otimização
39
De acordo com o princípio da justificação, nenhuma prática ou fonte associada a essa prática será aceita
pela CNEN a não ser que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou para a sociedade,
suficientes para compensar o detrimento correspondente (efeitos colaterais, danos), tendo-se em conta
fatores sociais e econômicos, assim como outros fatores pertinentes.
Inicialmente, vale recordar que a quantidade de radiação absorvida pelos tecidos vivos denomina-se dose.
O efeito das radiações ionizantes em um indivíduo depende basicamente da dose absorvida (alta/baixa), da
taxa de exposição (crônica/aguda) e da forma de exposição (corpo inteiro/localizada).
A dose absorvida é a energia transferida pela radiação por umidade de massa nos tecidos, definida em
Gray (Gy). Para poder comparar os efeitos das diferentes radiações ionizantes, a dose absorvida deve ser
multiplicada pelo fator de qualidade (Q) – ou fator de ponderação (W), ou ainda fator de efetividade biológica
relativa (RBE) – resultando na dose equivalente, cuja umidade é o Sievert (Sv).
De acordo com o princípio da limitação da dose individual, a exposição normal dos indivíduos deve ser
restringida de tal modo que nem a dose efetiva nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse,
causadas pela possível combinação de exposições originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de
dose especificado na Tabela a seguir, salvo em circunstâncias especiais, autorizadas pela CNEN.
A Tabela estabelece os limites para Indivíduos Ocupacionalmente Expostos – IEO, que correspondem aos
indivíduos sujeitos à exposição ocupacional (ou no trabalho), bem como para o indivíduo público, assim
entendido qualquer membro da população quando não submetido à exposição ocupacional ou exposição
médica. Adicionalmente, destaque-se que esses limites de dose não se aplicam às exposições médicas (por
exemplo, quando um paciente faz uma seção de radioterapia).
40
O CENEN ainda determina que para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser
controladas de maneira que seja impossível que, a partir da notificação da gravidez, o feto receba dose
efetiva superior a 1 mSv (um mili-Sievert) durante o resto do período de gestação.
Na contramão do CENEN, que permite a exposição, a legislação trabalhista, através da CLT, estabelece que
toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes,
devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
Além disso, advirta-se que indivíduos com idade inferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições
ocupacionais à radiações ionizantes.
De acordo com o princípio da otimização, nas exposições causadas por uma determinada fonte associada a
uma prática, a proteção radiológica deve ser otimizada de forma que a magnitude das doses individuais, o
número de pessoas expostas e a probabilidade de ocorrência de exposições mantenham-se tão baixas
quanto possa ser razoavelmente exequível, tendo em conta os fatores econômicos e sociais.
41
Nesse processo de otimização, deve ser observado que as doses nos indivíduos decorrentes de exposição à
fonte devem estar sujeitas às restrições de dose relacionadas a essa fonte. No caso de exposições médicas
de pacientes, a otimização médica da proteção radiológica deve ser entendida como a aplicação da dose de
radiação necessária e suficiente para atingir os propósitos a que se destina.
Adicionalmente, destaque-se que também são responsáveis pela aplicação da Norma quaisquer pessoas
físicas ou jurídicas para as quais o titular ou empregador tenha formalmente delegado responsabilidade
específica.
23
Ou princípios de proteção radiológica.
42
c) rever, continuamente, tais medidas e recursos, identificar quaisquer falhas e deficiências na sua
aplicação, corrigi-las e evitar suas repetições, bem como verificar regularmente se os objetivos de
proteção radiológica estão sendo alcançados;
d) estabelecer mecanismos para facilitar a troca de informação e cooperação entre todas as partes
interessadas com relação à proteção radiológica, incluindo a segurança das fontes;
e) manter os registros apropriados relativos ao cumprimento de suas responsabilidades;
f) tomar as ações necessárias para assegurar que os Indivíduos Ocupacionalmente Expostos - IOE24
estejam cientes de que sua segurança é parte integrante de um programa de proteção radiológica,
no qual os IOE possuem obrigações e responsabilidades tanto pela sua própria proteção como pela
de terceiros.
24
IOE (Indivíduo Ocuoacionalmente Exposto) – indivíduo sujeito à exposição ocupacional.
25
Situação de emergência: situação envolvendo exposição temporária de pessoas, em decorrência
de acidente, terrorismo ou sabotagem, que implique em intervenção.
43
Por proteção radiológica, entenda o conjunto de medidas que visam a proteger o ser humano e seus
descendentes contra possíveis efeitos indesejados causados pela radiação ionizante. Na prática de proteção
radiológica, podemos destacar como medidas de controle do risco na fonte (proteção coletiva):
A Figura 1.7 mostra o símbolo utilizado internacionalmente para indicar a presença de radiação ionizante no
ambiente, tal como preconiza a Norma CENEN-NE-3.01 (Já vi questão cobrando essas cores!):
44
2 QUESTÕES
(A) Condução (B) Convecção (C) Evaporação (D) Flutuação (E) Irradiação
02 (SELECON / AMAZUL / 2022) Os diplomas legais estabelecem dois grupos para radiações: um ionizante
e outro não ionizante. Um tipo de radiação ionizante é/são:
(A) as micro-ondas
(B) as ultravioletas
45
III - Raios X têm energia suficiente para ionizar os átomos e para modificar a estrutura atômica da substância
sobre a qual incidem.
(1) Micro-ondas
( ) Radiação de origem natural ou artificial, pouco penetrante e efeitos sempre superficiais. Pode causar
câncer de pele.
46
06 (IESES / MSGÁS / 2021) O espectro sonoro é a faixa de frequências em que existem ondas sonoras,
sejam elas audíveis ou não. De maneira geral, alguns sons são considerados inaudíveis, (ex. infrassons e
ultrassons) por estarem situados fora de um espectro dentro do qual são chamados de sons audíveis. De
acordo com a citação acima, assinale a alternativa correta, no que diz respeito à quais limites de
Frequência (Hz) estariam localizados os sons inaudíveis pelo homem:
09 (VUNESP / PREF. JAGUARIÚNA-SP / 2021) O ruído e a vibração são formas de energia que, do ponto de
vista da Higiene do Trabalho, demandam a determinação de suas características capazes de causar efeitos
nocivos aos trabalhadores expostos. A respeito da caracterização do risco à saúde, das técnicas de medição
e medidas de controle associadas, é correto afirmar:
(A) entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as alterações dos limiares auditivos,
do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional sistemática a níveis de pressão sonora
47
elevados, que tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de
exposição ao risco.
(B) a avaliação da vibração deve ser feita para cada direção ortogonal, visto que a vibração é uma grandeza
vetorial, possuindo magnitude e direção, e considerando que pode ocorrer de um dos eixos ser dominante
em relação aos demais, se este eixo de vibração exceder a exposição diária, não necessariamente o limite de
exposição estará excedido.
(C) a exposição dos trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 130 dB
(cento e trinta decibels) (LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 120 dB (C)
(cento e vinte decibels), medidos no circuito de resposta lenta (SLOW), oferecerão risco grave e iminente aos
trabalhadores expostos.
(D) no controle da exposição às vibrações localizadas no uso de ferramentas portáteis, deve-se utilizar
práticas adequadas de trabalho, incluindo instruções aos trabalhadores para que empreguem força mínima
de pega, utilizando luvas antivibratórias, quando possível, que são mais eficientes no amortecimento de
vibrações de baixa frequência.
(E) os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibels (dB), com instrumento de
pressão sonora operando em circuito de compensação “C” e circuito de resposta rápida (FAST), com os
microfones instalados de forma que se situem nas proximidades do ouvido do trabalhador.
10 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) Radiações ionizantes são aquelas que produzem a ionização do átomo,
isto é, a radiação é capaz de subdividi-lo em duas partículas carregadas (íons). Sobe essas radiações, analise
as afirmativas a seguir.
II. A radiação alfa é inofensiva, pois possui um poder de penetração no tecido humano muito pequeno.
III. A radiação do tipo beta é bastante penetrante em comparação a todos os demais tipos de radiação.
(A) I, somente. (B) II, somente. (C) III, somente. (D) I e III, somente. (E) II e III, somente.
11 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) Sobre o uso de decibelímetros para a determinação de risco de dano
auditivo, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) O microfone deve ficar imediatamente ao lado da zona auditiva dos trabalhadores expostos ao ruído.
48
( ) Devem ser levados em consideração todas as medições, mesmo as não significativas como, por exemplo,
a passagem infrequente de um veículo.
12 (VUNESP / PREF. VÁRZEA PAULISTA-SP / 2021) Alguns fenômenos físicos que, de acordo com suas
características, podem causar danos à saúde do ser humano ocorrem associados a processos produtivos,
constituindo área de atuação da Higiene do Trabalho. Assim, é correto afirmar que
(A) os limites de exposição ocupacional definidos para a radiação ultravioleta referem-se à radiação
ultravioleta não coerente (UV) com comprimentos de onda entre 180 (cento e oitenta) e 400 nm
(quatrocentos nanometros) e representam condições nas quais, acredita-se, a maioria dos trabalhadores
saudáveis possa ser repetidamente exposta sem efeitos agudos adversos à saúde, tais como eritemas e
fotoqueratites.
(B) por causa da relevância do efeito térmico, a radiação infravermelha é tratada, na Higiene do Trabalho,
juntamente com o agente ambiental calor, sendo necessário, entretanto, destacar o setor do espectro
denominado de infravermelho distante, que corresponde à faixa mais distante da radiação visível e que, em
situações específicas, podem ter efeito ionizante.
(C) em relação às microondas, o efeito mais estudado sobre o organismo humano é o térmico mas, em relação
aos efeitos dos campos elétricos e magnéticos, as pessoas expostas podem sofrer de pressão sanguínea
baixa, taquicardia eventual, perda de tecido ósseo e alterações hormonais para exposições severas.
13 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) A figura a seguir mostra dois equipamentos bastante utilizados para
realizar medições na higiene ocupacional e na segurança do trabalho.
49
14 (INSTITUTO AOCP / ITEP / 2021) Em relação aos riscos ocupacionais tratados pela Higiene Ocupacional,
assinale a alternativa correta.
(B) Exposições a agentes biológicos abaixo de limite de tolerância definido pela NR-15 são consideradas
seguras.
(C) As pressões anormais são uma forma de energia e são classificadas como agentes físicos.
(D) Os limites de tolerância para agentes químicos são válidos para absorção através da pele.
(E) O ultrassom é um agente físico que possui frequência superior a 20.000 db(A).
(A) na medida em que há um aumento de calor ambiental, há uma reação no organismo humano no sentido
de adaptar-se, consistindo em processos fisiológicos que acelerem a perda de calor para o ambiente, entre
os quais incluem-se a vasoconstrição periférica e a sudorese, que é influenciada pela umidade relativa do ar.
(B) dependendo da suscetibilidade do trabalhador ao calor, é possível promover sua rápida aclimatação para
o trabalho em condições de sobrecarga térmica, mediante a realização de atividades físicas em condições
ambientais semelhantes àquelas nas quais se dará a atividade de trabalho, fazendo com que a temperatura
do núcleo do corpo aumente um ou dois graus centígrados e diminua a sobrecarga fisiológica por calor.
(C) o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) sofre influência da temperatura do ar, do calor
radiante, da velocidade do ar e da umidade do ar, não levando em consideração integralmente todas as
interações de uma pessoa com o ambiente e tampouco consegue levar em conta condições especiais, como
o aquecimento por fontes de microondas e radiofrequência.
50
(D) a determinação do Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) em locais de trabalho sem
exposição direta à radiação solar, mas com fontes de calor dispersas pelo ambiente, envolve medições da
temperatura de bulbo úmido natural, da temperatura de globo e da temperatura de bulbo seco.
(E) por conta da multiplicidade dos fatores envolvidos, como o ambiente, o tipo de atividade realizada, as
características das vestimentas, o calor metabólico e os tipos de fontes, o gerenciamento da exposição
ocupacional ao calor desconsidera as suscetibilidades individuais, posto que a sobrecarga fisiológica pouco
varia de pessoa para pessoa em condições idênticas de sobrecarga térmica.
(A) foi no 12o Encontro de Higienistas Ocupacionais da Europa, ocorrido em Estocolmo, em 1983, que se
passou a contar com um Sistema de Classificação de Danos Osteomusculares Induzidos por Vibração,
estabelecendo de forma objetiva uma relação entre dose – resposta para esse tipo de agravo à saúde dos
trabalhadores.
(B) as vibrações na faixa de 1 (um) a 1 000 (um mil) Hertz atuam em diferentes regiões do corpo humano, em
função das características específicas que apresentam, sendo que, de maneira geral, as vibrações na faixa de
100 (cem) a 1 000 (um mil) Hertz provocam enjoo e náuseas, agindo sobre o sistema digestório.
(C) em face da inexistência de suscetibilidades individuais quanto aos efeitos da vibração no organismo
humano, pode-se afirmar que a adoção de ferramentas com características antivibratórias e de práticas
adequadas de trabalho, associadas aos limites de exposição ocupacional à vibração são suficientes para a
garantia de condições de trabalho seguras no tocante à vibração.
(D) a avaliação da exposição ocupacional à vibração deve ser feita para a direção resultante dos vetores
identificados nos eixos x, y e z, considerando que a principal direção da exposição à vibração situa-se no plano
onde se dá o acoplamento da mão do operador com a manopla da ferramenta.
(E) a avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deverá ser feita utilizando-se sistemas
de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do
valor da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador.
(A) uma das formas de prevenir a sobrecarga fisiológica por calor do trabalhador é promover sua aclimatação,
que consiste na adaptação rápida a uma sobrecarga térmica semelhante àquela que encontrará no ambiente
de trabalho.
51
(B) em condições ideais, a livre movimentação do ar fresco e seco sobre a superfície da pele maximiza a
eliminação de calor por condução e radiação que, eventualmente, pode contar com o reforço da sudorese
no processo de troca térmica.
(C) o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) é um índice utilizado para a avaliação da
exposição ocupacional ao calor que leva em consideração a temperatura do ar, o calor radiante, a velocidade
do ar e a umidade relativa do ar.
(D) aumentos prolongados na temperatura do núcleo do corpo e exposições moderadas a algum tipo de
sobrecarga térmica, mesmo que não sejam severas, estão associados a doenças como distúrbios do sono,
aumento da frequência cardíaca e implicam, para temperatura do núcleo do corpo superiores a 38,5 ºC, risco
de aborto.
(E) em situações complexas, com diferentes fontes de calor, pode-se promover uma avaliação simplificada
com auxílio do IBUTG, que consegue resgatar a influência do aquecimento provocado por fontes de
microondas ou de rádiofrequência na carga térmica do ambiente de trabalho.
(A) deve-se entender potência sonora como a variação dinâmica na pressão atmosférica que possui
características que a tornam detectável pelo ouvido humano, sendo medida em Newton/m 2, unidade de
potência chamada Pascal.
(B) na perda auditiva por exposição sistemática a níveis de pressão sonora elevados, ocorrem alterações nos
limiares auditivos, do tipo sensorioneural, que têm como características principais a irreversibilidade e a
progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
(D) os níveis de ruído de impacto deverão ser avaliados em decibels (dB), com medidor de nível de pressão
sonora operando em circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (Slow), posicionados próximos
ao ouvido do trabalhador.
(E) o nível de audibilidade é definido como o nível de pressão sonora do som padrão (NPS a 3 000 Hertz)
necessário para que um número significativo de indivíduos escutem o som padrão e o desconhecido com a
mesma intensidade, estabelecendo uma relação linear entre nível de pressão sonora e audibilidade.
52
19 (CONSULPLAN / FSERJ / 2020) A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deve
ser feita utilizando sistemas de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) e do Valor da Dose de Vibração Resultante (VDVR), parâmetros
representativos da exposição diária do trabalhador. O nível de ação para a avaliação da exposição
ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde a um valor da aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) de 0,5 m/s², ou ao Valor da Dose de Vibração Resultante (VDVR) de 9,1
m/s1,75. O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde ao valor da
aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de:
(A) 1,0 m/s² (B) 1,1 m/s² (C) 1,2 m/s² (D) 1,3 m/s²
(A) Cósmica (B) Infravermelha (C) Nuclear (D) Mononuclear (E) Solar
21 (INHAZ DO PARÁ / FUNGOTA / 2019) Sobre a Monitoração Radiológica (ou simplesmente Monitoração),
prevista no Anexo I, da Portaria N.° 485, marque a alternativa correta:
(A) Consiste na medição de grandezas relativas e parâmetros relativos à proteção, para fins de avaliação e
controle das condições radiológicas das áreas de uma instalação ou do meio ambiente.
(B) Esta monitoração é realizada por meio de dosímetros individuais colocados sobre o corpo do indivíduo
para fins de controle das exposições ocupacionais.
(C) Esta monitoração tem a função primária de avaliar a dose no indivíduo monitorado.
(D) Pode ser utilizada para verificar a adequação do plano de proteção radiológica às atividades da instalação.
22 (VUNESP / PREF. VALINHOS-SP / 2019) Em relação aos riscos ambientais, é correto afirmar que
(A) faz-se necessária potência acima de 100 mil watts para provocar variações de pressão intensas, capazes
de ir além do limiar da dor, que, para a maioria dos indivíduos, situa-se entre 140 e 150 dB(A).
(B) é praticamente inexistente a possibilidade das partículas beta penetrarem através da pele íntegra do
indivíduo em função de sua massa e energia, representada por uma dupla carga positiva.
(C) de acordo com a Norma de Higiene Ocupacional 09, da Fundacentro, o nível de ação para a exposição
ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) de 0,5 m/s2 e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 9,1 m/s1,75.
53
(D) a radiação com comprimento de onda inferior a 200 nm (duzentos nanômetros), que é utilizada por sua
ação germicida, é muito fracamente absorvida pelo ar, fazendo com que as faixas de radiações ultravioletas
se tornem mais perigosas.
(E) no tocante às radiações ionizantes, o organismo humano possui mecanismo sensorial que lhe permite
detectá-las rapidamente, de maneira que se reduz drasticamente a possibilidade de inadvertidamente
ocorrerem exposições significativas, que impliquem risco ao trabalhador exposto.
23 (UECE / PREF. SOBRAL-CE / 2019) Decibelímetro é um instrumento de medida que mede o nível de
24 (VUNESP / PREF. VALINHOS-SP / 2019) A exposição ocupacional aos agentes físicos é área de estudo da
Higiene do Trabalho, sendo que
(A) os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis, com decibelímetro operando
no circuito de ponderação “A” e circuito de resposta rápida (fast), com as leituras feitas próximas ao ouvido
do trabalhador e de forma tal que estejam isentas de interferências.
(B) na avaliação da exposição ao calor, o cálculo do IBUTG – Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo
para ambientes em carga solar deve considerar a temperatura de bulbo seco, enquanto nos ambientes
externos isso não se faz necessário.
(C) a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda entre 180
nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos agudos
adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.
(D) a preocupação em relação à exposição ocupacional às radiações infravermelhas reside nas faixas
eritemáticas e germicidas, que são aquelas que apresentam maiores riscos potenciais e são geradas em
operações com solda elétrica, metais em fusão e maçaricos, estando também presente na irradiação solar.
(E) a aceleração de uma manopla deve ser determinada na direção do braço, entrada da vibração no corpo,
a partir de dispositivo instalado no ponto central da superfície de contato da ferramenta com a palma da mão
do operador, que irá determinar o tempo de contato com a superfície vibrante e as forças de preensão
exercidas na palma da mão.
25 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) Assinalar a alternativa que preenche a lacuna
abaixo CORRETAMENTE:
54
26 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) Em relação aos efeitos do calor no organismo,
assinalar a alternativa CORRETA:
(C) Causa o enregelamento dos membros que poderá levar à gangrena e à amputação.
28 (UFSC / UFSC / 2019) Assinale a alternativa que lista somente exemplos de radiação não ionizante.
29 (FUNDATEC / IMESF / 2019) Os principais efeitos ao organismo do trabalhador podem ser de ordem
vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. Os primeiros sintomas são formigamento ou
adormecimento leve. O texto refere-se a problemas causados pela exposição a (ao):
(A) Calor (B) Frio (C) Laser (D) Vibrações (E) Radiações ionizantes
55
30 (FGV / PREF. SALVADOR-BA / 2019) O trabalhador que desenvolve atividades em que fica exposto à
radiações ionizantes e não ionizantes estão sob condições insalubres de trabalho.
(A) Os limites de tolerância à exposição de radiações ionizantes são estabelecidos por Norma elaborada pelo
conselho Nacional de Energia Nuclear- CNEN.
(C) As operações que expõem os trabalhadores às radiações não-ionizantes serão sempre consideradas
insalubres.
(D) As atividades que expõem os trabalhadores às radiações da luz negra serão consideradas insalubres
(E) As atividades que expõem os trabalhadores às radiações ultravioletas na faixa de 320 a 400 nanômetros
serão consideradas insalubres.
31 (FGV / PREF. SALVADOR-BA / 2019) Segundo o Anexo 3 da NR15, que trata dos limites do trabalho com
exposição ao calor, os aparelhos que devem ser usados na avaliação do ambiente de trabalho são
(B) o termômetro de bulbo úmido natural, o termômetro de globo e o termômetro de mercúrio comum.
32 (IADES / AL-GO / 2019) No contexto de higiene do trabalho, acerca de radiações ionizantes e não
ionizantes, é correto afirmar que
(C) o uso de barreiras e de equipamentos de proteção individual (EPI) são medidas de controle de radiação
ultravioleta.
(D) as radiações não ionizantes apresentam uma frequência maior que as ionizantes.
56
(E) a principal diferença entre radiações ionizantes e não ionizantes é a faixa de frequência em que ambas
trabalham.
33 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) As medidas de controle do ruído podem ser
consideradas, basicamente, de três maneiras distintas:
(A) para o cálculo do Índice de Temperatura Efetiva, é suficiente considerar as leituras da temperatura do
termômetro de bulbo seco e da temperatura do termômetro de bulbo úmido.
(B) a umidade relativa do ar pode ser obtida com a leitura da temperatura de bulbo seco e da temperatura
de bulbo úmido, com o auxílio de tabelas ou gráficos psicrométricos.
(C) a exposição ao frio é avaliada utilizando-se um termômetro de bulbo seco, enquanto que a exposição ao
calor considera um termômetro de bulbo úmido e um termômetro de globo, quando se tem carga solar.
(D) a velocidade do ar, avaliada por um anemômetro termoelétrico, não intervém no resultado final do IBUTG
médio.
(E) a radiação infravermelha ou ultravioleta não exerce qualquer influência na leitura indicada pelos
termômetros de bulbo seco ou bulbo úmido.
35 (FUNDATEC / IMESF / 2019) Isolamento Acústico é uma medida de controle para o risco ocupacional:
(A) Calor (B) Frio (C) Iluminamento (D) Ruído (E) Pressão hiperbárica
36 (IESES / PREF. GASPAR / 2019) Assinale a alternativa correta em relação as unidades de medidas
utilizadas para com as variáveis quantitativas que podem ser usadas em uma avaliação de ruído
ocupacional:
(A) contínuo
(B) de impacto
(C) intermitente
(A) são trabalhadores com porte físico semelhante, com peso e altura aproximadamente iguais.
(B) são grupos homogêneos e, portanto, todos os trabalhadores precisarão ser avaliados.
(D) são grupos homogêneos e que não precisarão ser avaliados todos os trabalhadores.
(E) esses grupos são compostos por trabalhadores que, obrigatoriamente, realizam as mesmas tarefas,
mesmo atuando em diferentes setores da empresa.
39 (IADES / AL-GO / 2019) No contexto de higiene do trabalho, a respeito da avaliação do ruído, é correto
afirmar que
(A) as operações em decibéis são lineares, bastando somar os níveis de ruído medidos de cada fonte.
(B) os limites de tolerância consistem no conjunto de níveis de pressão sonora e as respectivas intensidades
sonoras.
(C) o efeito danoso de um ruído depende, exclusivamente, de três fatores: suscetibilidade individual, duração
e número de repetições diárias da exposição.
58
(D) os medidores de nível de pressão, quando acoplados a analisadores de frequência, resultam no nível de
ruído correspondente à faixa de frequência selecionada.
(E) foi adotada a curva de compensação C para medição de níveis de ruído contínuo pelas normas
internacionais e pelo Ministério do Trabalho, uma vez que esta se aproxima mais à resposta do ouvido
humano.
40 (UFLA / UFLA / 2019) Uma fonte geradora de ruído emitia a pressão sonora de 500 Pa quando foi
adquirida. Sabendo-se que, com o passar do tempo, a máquina passou a emitir 5000 Pa de pressão sonora,
assinale a alternativa CORRETA que representa o aumento do Nível de Pressão Sonora (NPS).
(A) Ruído.
(B) Calor.
42 (AOCP / SUSIPE-PA / 2018) A avaliação do ruído pode ser feita com diversos objetivos, como para
caracterização de insalubridade, caracterização da aposentadoria especial, avaliação ocupacional de ruído
e avaliação para fins de conforto. Em relação às técnicas e procedimentos utilizados na avaliação
ocupacional do ruído, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Para se obter bons resultados, é recomendado analisar o processo produtivo e o organograma da
empresa.
59
(C) No caso de um dosímetro de ruído, deve ser selecionado um dosímetro com circuito de ponderação “A”,
classificação mínima do tipo 3 e circuito de resposta lenta (slow).
(D) Deve ser definida a estratégia de avaliação, ou seja, o número de avaliações a serem realizadas, tempo
de avaliação, grupos de exposição, entre outros.
(E) Embora os procedimentos de avaliação estejam descritos na NR-15, anexo 1, podem ser utilizadas outras
normas, como a NHO-01 da FUNDACENTRO.
43 (AOCP / SUSIPE-PA / 2018) Em um ambiente de trabalho, foi identificada a presença de calor. Estão
sendo estudadas maneiras para evitar um possível desconforto térmico e sobrecarga térmica nos
trabalhadores que desenvolvem suas atividades no referido ambiente de trabalho. Em relação às
considerações necessárias nesse caso, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. É preciso criar um ambiente de trabalho que favoreça a perda de calor por evaporação. Todo calor recebido
pelo trabalhador por meio de condução, convecção e radiação pode ser perdido por evaporação, evitando a
sobrecarga térmica.
II. Modificar a velocidade do ar pode alterar as trocas de calor tanto na condução e na convecção como na
evaporação.
III. O aumento da velocidade do ar pode favorecer ou desfavorecer o ganho de calor pelo organismo humano.
IV. O organismo humano ganha calor por meio da radiação, mas não consegue perder calor por meio da
radiação. Portanto é preciso eliminar fontes de calor do ambiente de trabalho.
(A) Apenas II e IV. (B) Apenas I e IV. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) Apenas I, II e IV
44 (FUNDEP / INB / 2018) Segundo os limites de dose estabelecidos pela norma da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN NN 3.01) para indivíduos ocupacionalmente expostos, a dose efetiva deve
ser menor que:
(D) 20 mSv/ano de média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não ultrapasse 50 mSv em qualquer
ano.
60
45 (FUNRIO / SESAU-RO / 2017) Avalie se as afirmativas a seguir, relativas à propagação do som, são falsas
(F) ou verdadeiras (V):
( ) O som precisa de um meio para se propagar. As ondas de som são transmitidas através do ar e de outros
materiais (gasosos, líquidos e sólidos).
( ) O som é um movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade, uma frequência e uma
velocidade de propagação.
( ) A frequência de uma onda sonora é determinada pela contagem do número de frentes de onda que
passam por um certo ponto em um determinado tempo.
46 (IBFC / EBSERH / 2016) O som é originado por uma vibração mecânica (cordas de um violão, membrana
de um tamborim, dentre outros) que se propaga no ar e atinge o ouvido. Quando essa vibração estimula
o aparelho auditivo, ela é chamada de vibração sonora. Os valores para a frequência da voz e limiar de
audibilidade estão respectivamente descritos na alternativa:
49 (IBFC / EBSERH / 2016) Os efeitos do ruído vão desde uma ou mais alterações passageiras até graves
efeitos irreversíveis. Um dos efeitos mais comuns encontrados é a interferência com a comunicação oral
que ocorre, principalmente:
(A) Nas bandas de oitava representadas pelas frequências 500, 1000 e 2000 hertz.
(B) Nas bandas de terço de oitava representadas pelas frequências 4000 e 8000 hertz.
(C) Nas bandas de oitava representadas pelas frequências 63, 125 e 250 hertz.
(D) Nas bandas de terço de oitava representadas pelas frequências 50, 100 e 200 hertz.
(E) as bandas de oitava representadas pelas frequências 250, 350 e 450 hertz.
50 (FGV / CODEBA / 2016) As radiações subdividem-se em Radiações Ionizantes e Não Ionizantes de acordo
com a sua capacidade de interagir com a matéria.
Relacione o tipo de onda aos possíveis efeitos sobre o trabalhador, decorrentes de exposição no ambiente
de trabalho.
( ) Raio X
( ) Infravermelha
62
( ) Microondas
3. Queimaduras.
51 (UFMT / UFMT / 2016) Acerca do trabalho realizado em áreas onde há fontes de radiações ionizantes,
marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes,
devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
63
(A) zelar pelo cumprimento do plano de proteção radiológica aprovado pela CNEN.
(C) assessorar a direção da instalação e mantê-la informada sobre todos os assuntos relativos à proteção
radiológica.
(D) coordenar o treinamento, orientar e avaliar o desempenho dos IOE (Indivíduo Ocupacionalmente
Exposto), sob o ponto de vista de proteção radiológica.
54 (INSTITUTO AOCP / EBSERH / 2015) Entender as medidas de controle do ruído é fundamental para
definir adequadamente os melhores meios de controle do ruído. Sobre essas medidas de controle, é
correto afirmar que
(B) reapertar estruturas de um equipamento ruidoso não pode proporcionar redução dos níveis de ruído
deste equipamento.
(D) nas medidas de controle no meio, quando o som incide sobre uma superfície, ele é absorvido, transmitido
e uma parte dele é refletida.
(E) as medidas de controle individuais são aquelas que buscam reduzir o ruído na fonte ou na trajetória.
55 (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2015) Os raios gama podem ser entendidos como radiação
eletromagnética de frequência mais alta que a dos raios X.
A radiação gama
(C) Laser.
(D) Micro-ondas.
(A) III, apenas (B) I e II, apenas (C) I e III, apenas (D) II e III, apenas (E) I, II e III
(B) Frequência (f): é definida como o nº. de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou nº.
de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ).
(C) Comprimento de onda é a distância entre dois picos sucessivos de ondas com amplitudes similares.
65
(B) O som é originado por uma vibração sonora (cordas de um violão). Quando essa vibração estimula o
aparelho auditivo = vibração sonora.
(C) São todas as flutuações de pressão que produzem a sensação de audição quando atingem o ouvido
humano.
(D) A determinação dos efeitos dos Riscos Ambientais deve estar embasada na Natureza do Risco, na
Concentração do Risco, na Intensidade do Risco e no Tempo de Exposição ao Risco”.
60 (CESGRANRIO / SPE / 2009) A norma CNEN-NN-3.01, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, tem por
objetivo estabelecer os requisitos básicos de proteção radiológica das pessoas em caso de exposição à
radiação
(A) solar. (B) térmica. (C) ultravioleta. (D) não ionizante. (E) ionizante
61 (ESAF / MTE / 2006) Analise as proposições sobre acústica e a seguir, assinale a opção correta.
I – Define-se som como energia na forma de ondas mecânicas longitudinais audíveis que se propagam através
de meio elástico
III – O que diferencia o ruído do barulho é o caráter subjetivo deste, notadamente desagradável ao ouvido
humano.
IV - O sistema auditivo humano divide-se didaticamente em três partes, quais sejam: epicraniana,
mesocraniana e intracraniana
2.1.1 Gabarito
01 B 16 E 31 B 46 C 61 A
02 D 17 C 32 C 47 A
03 A 18 B 33 C 48 A
04 E 19 B 34 B 49 A
05 E 20 B 35 D 50 B
06 B 21 A 36 C 51 C
07 A 22 C 37 B 52 D
08 B 23 D 38 D 53 B
09 A 24 C 39 D 54 D
10 B 25 D 40 D 55 B
11 C 26 B 41 C 56 B
12 A 27 A 42 C 57 E
13 B 28 A 43 D 58 E
14 C 29 D 44 D 59 D
15 C 30 A 45 D 60 E
67
3 QUESTÕES COMENTADAS
(A) Condução (B) Convecção (C) Evaporação (D) Flutuação (E) Irradiação
Comentários: vimos que “(...) a sobrecarga térmica é resultante de duas parcelas: uma externa (ambiental),
oriunda das trocas térmicas com o ambiente, e outra interna (metabólica), resultante da atividade física que
o indivíduo exerce. As trocas térmicas podem ser divididas em secas e úmidas:
1) Trocas secas:
a) condução: a troca térmica que ocorre entre dois corpos de temperaturas diferentes quando
em contato, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a diferentes
temperaturas. No caso do trabalhador, essas trocas são geralmente pequenas, ocorrendo por
contato do corpo com ferramentas e superfícies;
b) convecção: é a troca térmica que ocorre entre um corpo e um fluido, ocorrendo
movimentação do último por diferença de densidade provocada pelo aumento da
temperatura. No caso do trabalhador, essa troca ocorre com o ar à sua volta; e
c) radiação: é a troca térmica entre dois corpos através da natureza eletromagnética que
caracteriza a onda de calor. Corresponde a maior parcela de ganho de calor no caso de
exposição ao calor ocupacional. As trocas por radiação entre o trabalhador e seu entorno,
quando há fontes radiantes severas (fornos, por exemplo), são as mais importantes no
balanço térmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas.
2) Trocas úmidas:
a) condensação: é proveniente da mudança do estado gasoso de vapor de água contido no ar
para o estado líquido; e
68
Veja que a banca traz as características de uma troca térmica por convecção, pelo que a alternativa B está
correta e é o gabarito da questão.
02 (SELECON / AMAZUL / 2022) Os diplomas legais estabelecem dois grupos para radiações: um ionizante
e outro não ionizante. Um tipo de radiação ionizante é/são:
(A) as micro-ondas
(B) as ultravioletas
Comentários: vimos que “em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com
que se propagam, as radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em
eletromagnéticas (não possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
69
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.
Nesse caso a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. As demais alternativas trazem exemplos
de radiações não-ionizantes.
Comentários: vimos que “(...) a dose absorvida é a grandeza básica mais comumente utilizada no controle da
exposição às radiações ionizantes. Nesse sentido, entende-se por Dose Absorvida (D) a grandeza dosimétrica
fundamental expressa por:
𝑑
𝐷=
𝑚
70
Em que:
𝑑 = energia média depositada pela radiação (ou energia absorvida), dada em Joule (J), em um volume
elementar de matéria de massa “m”.
𝑚 = massa da matéria que recebeu a radiação, dada em kg.
Nesse sentido, a unidade no sistema internacional para a dose absorvida (D) é o joule por quilograma (J/kg),
denominada gray (Gy). Um Gray equivale à absorção de um Joule por quilograma (J/kg).
(...)
De modo a permitir a comparação dos efeitos das diferentes radiações ionizantes que podem incidir sobre o
organismo humano e determinar seus efeitos em diferentes órgãos, a dose absorvida deve ser multiplicada
pelo fator de ponderação da radiação (W), também conhecido como fator de efetividade biológica relativa
(RBE), resultando na dose equivalente. Assim, definisse Dose Equivalente (DE) como sendo a grandeza
expressa por:
𝐷𝐸 = 𝑊 ∙ 𝐷
Em que:
𝐷 = dose absorvida (D), dada em joule por quilograma (J/kg), denominada gray (Gy).
𝑊 = fator de ponderação ou fator de efetividade biológica equivalente (RBE), que é um valor adimensional.
Dose Equivalente (DE) também é dada em J/kg, já que o fator de ponderação (W) é um adimensional,
entretanto, a unidade de medida para a Dose Equivalente (DE) é o Sievert (Sv). Não obstante, como os
valores a Dose Equivalente são muito pequenos, na escala de milésimos de Sv, comumente se usa expressá-
la em mSv (miliSiervet).”
71
III - Raios X têm energia suficiente para ionizar os átomos e para modificar a estrutura atômica da substância
sobre a qual incidem.
A afirmativa I é falsa. Raios-X não são feixes de elétrons, mas resultantes da liberação de energia ocorrida
pelo processo de decaimento (mudança de nível de camadas eletrônicas) dos elétrons.
Vimos que “em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se
propagam, as radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em
eletromagnéticas (não possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.”
A afirmativa III é verdadeira. Não só os raios-x, mas todas as radiações ionizante “têm energia suficiente
para ionizar os átomos e para modificar a estrutura atômica da substância sobre a qual incidem.”
(1) Micro-ondas
( ) Radiação de origem natural ou artificial, pouco penetrante e efeitos sempre superficiais. Pode causar
câncer de pele.
(3) Radiação ultravioleta: Radiação de origem natural ou artificial, pouco penetrante e efeitos sempre
superficiais. Pode causar câncer de pele.
(4) Radiação laser: Feixe de luz direcional altamente concentrado em um único comprimento de onda.
(2) Radiação infravermelha: Radiação de origem natural ou artificial, pouco penetrante e causa,
basicamente, o aquecimento superficial da pele.
73
06 (IESES / MSGÁS / 2021) O espectro sonoro é a faixa de frequências em que existem ondas sonoras,
sejam elas audíveis ou não. De maneira geral, alguns sons são considerados inaudíveis, (ex. infrassons e
ultrassons) por estarem situados fora de um espectro dentro do qual são chamados de sons audíveis. De
acordo com a citação acima, assinale a alternativa correta, no que diz respeito à quais limites de
Frequência (Hz) estariam localizados os sons inaudíveis pelo homem:
Comentários: como vimos, a “frequência corresponde ao número de vibrações por unidade de tempo, ou
ainda o número de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo
(1ciclo/segundo = 1HZ). É determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um
certo ponto em um determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores
a 20 Hz são chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de
ultrassom. Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo.
74
Comentários: vimos que “o ruído é o agente físico que mais provoca problemas à saúde dos trabalhadores,
uma vez que está presente, e em elevada intensidade, em praticamente todos os processos produtivos de
todos os ramos de atividade econômica.
A principal forma de acometimento à saúde dos trabalhadores se dá através da Perda Auditiva Induzida por
Ruído - PAIR26, entretanto, estudos veem mostrando evidências de que a exposição prolongada ao ruído
também está associada a hipertensão em algumas classes de trabalhadores. Inclusive, atualmente o ruído é
legalmente reconhecido como fator de risco (fator etiológico) para a hipertensão arterial, através do Decreto
n.° 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).
De forma resumida, a PAIR é caracterizada pela diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por
exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora (ruído), e tem como principal característica a
progressão gradual da redução da acuidade auditiva e a irreversibilidade do quadro clínico.
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
A PAIR não pode ser confundida com o trauma acústico, este último corresponde a perda auditiva súbita
decorrente da exposição a uma pressão sonora intensa como, por exemplo, uma explosão que culmina na
ruptura do tímpano.
Além da PAIR e do trauma acústico, que são alterações graves e irreversíveis no aparelho auditivo, o ruído
está associado a interferência na comunicação oral nas bandas de oitava27 representadas pelas frequências
de 500, 1000 e 2000 Hz.
Adicionalmente, destaque-se que são ainda reconhecidas como possíveis consequências da exposição
ocupacional ao ruído consequências:
26
Atualmente existem outras definições para esse grupo de doenças.
27
A banda de oitava é composta pelas oito faixas de frequência: 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000;
4000; 8000 e 16000 Hz.
75
Logo, as duas afirmativas são verdadeiras, pelo que a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Comentários: como vimos o “nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton
por Metro Quadrado (N/m²) e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido
pela comunidade científica como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero
Decibel). Níveis de pressão sonora entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de
pressão abaixo de 2 X 10-5 N/m² estão abaixo do limiar auditivo, não podendo ser "ouvidos", ao passo que
valores acima de 200 N/m² são extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata. Por
isso, esse limite superior é chamado de limiar de dor.
Não vá confundir a umidade de medida com a escala em Decibel (dB)! Logo, a alternativa B está correta e é
o gabarito da questão.
09 (VUNESP / PREF. JAGUARIÚNA-SP / 2021) O ruído e a vibração são formas de energia que, do ponto de
vista da Higiene do Trabalho, demandam a determinação de suas características capazes de causar efeitos
nocivos aos trabalhadores expostos. A respeito da caracterização do risco à saúde, das técnicas de medição
e medidas de controle associadas, é correto afirmar:
(A) entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as alterações dos limiares auditivos,
do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional sistemática a níveis de pressão sonora
elevados, que tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de
exposição ao risco.
(B) a avaliação da vibração deve ser feita para cada direção ortogonal, visto que a vibração é uma grandeza
vetorial, possuindo magnitude e direção, e considerando que pode ocorrer de um dos eixos ser dominante
em relação aos demais, se este eixo de vibração exceder a exposição diária, não necessariamente o limite de
exposição estará excedido.
(C) a exposição dos trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 130 dB
(cento e trinta decibels) (LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 120 dB (C)
(cento e vinte decibels), medidos no circuito de resposta lenta (SLOW), oferecerão risco grave e iminente aos
trabalhadores expostos.
(D) no controle da exposição às vibrações localizadas no uso de ferramentas portáteis, deve-se utilizar
práticas adequadas de trabalho, incluindo instruções aos trabalhadores para que empreguem força mínima
76
de pega, utilizando luvas antivibratórias, quando possível, que são mais eficientes no amortecimento de
vibrações de baixa frequência.
(E) os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibels (dB), com instrumento de
pressão sonora operando em circuito de compensação “C” e circuito de resposta rápida (FAST), com os
microfones instalados de forma que se situem nas proximidades do ouvido do trabalhador.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Como vimos, " O ruído é o agente físico que mais
provoca problemas à saúde dos trabalhadores, uma vez que está presente, e em elevada intensidade, em
praticamente todos os processos produtivos de todos os ramos de atividade econômica.
A principal forma de acometimento à saúde dos trabalhadores se dá através da Perda Auditiva Induzida por
Ruído - PAIR28, entretanto, estudos veem mostrando evidências de que a exposição prolongada ao ruído
também está associada a hipertensão em algumas classes de trabalhadores. Inclusive, atualmente o ruído é
legalmente reconhecido como fator de risco (fator etiológico) para a hipertensão arterial, através do Decreto
n.° 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).
De forma resumida, a PAIR é caracterizada pela diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por
exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora (ruído), e tem como principal característica a
progressão gradual da redução da acuidade auditiva e a irreversibilidade do quadro clínico.
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
A PAIR não pode ser confundida com o trauma acústico, este último corresponde a perda auditiva súbita
decorrente da exposição a uma pressão sonora intensa como, por exemplo, uma explosão que culmina na
ruptura do tímpano.
Além da PAIR e do trauma acústico, que são alterações graves e irreversíveis no aparelho auditivo, o ruído
está associado a interferência na comunicação oral nas bandas de oitava29 representadas pelas frequências
de 500, 1000 e 2000 Hz.
28
Atualmente existem outras definições para esse grupo de doenças.
29
A banda de oitava é composta pelas oito faixas de frequência: 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000;
4000; 8000 e 16000 Hz.
77
Adicionalmente, destaque-se que são ainda reconhecidas como possíveis consequências da exposição
ocupacional ao ruído consequências:
A alternativa B está incorreta. De fato, a avaliação ocupacional da exposição às vibrações deve ser feita nas
três direções, recorde-se:
Outro ponto é que existe sim um eixo dominante em relação aos demais, mas somente no caso das Vibrações
de Corpo Inteiro – VCI. Entretanto, não há falar que “se este eixo de vibração exceder a exposição diária, não
necessariamente o limite de exposição estará excedido”. O que há é um fator multiplicador (de 1,4, no caso)
que confere maior “peso” às vibrações na direção do refiro eixo.
A proposição estaria correta da seguinte forma: “a avaliação da vibração deve ser feita para cada direção
ortogonal, visto que a vibração é uma grandeza vetorial, possuindo magnitude e direção, e considerando que
pode (podendo) ocorrer de um dos eixos ser dominante em relação aos demais, se este eixo de vibração
exceder a exposição diária, não necessariamente o limite de exposição estará excedido.”
A alternativa C está incorreta. Trataremos esse assunto especificamente nos estudos da NR 15 e da NHO 01.
O correto seria: a exposição dos trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto
superiores a 130 140 dB (cento e quarenta decibels) (Linear), medidos no circuito de resposta para impacto,
ou superiores a 120 115 dB (C) (cento e quinze decibel), medidos no circuito de resposta lenta (SLOW),
oferecerão risco grave e iminente aos trabalhadores expostos.
A alternativa D está incorreta. A respeito das medidas corretivas para exposição às vibrações, vale recordar:
A alternativa E está incorreta. Vimos que “(...) o equipamento deve atender a seguinte configuração, para
medição de ruído contínuo ou intermitente:
Agora, veja o erro: “os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibels (dB), com
instrumento de pressão sonora operando em circuito de compensação “C” e circuito de resposta rápida
(FAST) (lenta, SLOW), com os microfones instalados de forma que se situem nas proximidades do ouvido do
trabalhador”.
10 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) Radiações ionizantes são aquelas que produzem a ionização do átomo,
isto é, a radiação é capaz de subdividi-lo em duas partículas carregadas (íons). Sobe essas radiações, analise
as afirmativas a seguir.
30
Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados
na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição
31
Incremento de Duplicação de Dose (q): Incremento em decibéis que, quando adicionado a um
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo
máximo permitido.
32
Como veremos, a NR 15 adota q = 5 e não q = 3 como a NHO 01!
79
II. A radiação alfa é inofensiva, pois possui um poder de penetração no tecido humano muito pequeno.
III. A radiação do tipo beta é bastante penetrante em comparação a todos os demais tipos de radiação.
(A) I, somente. (B) II, somente. (C) III, somente. (D) I e III, somente. (E) II e III, somente.
A afirmativa I é falsa. Como vimos, as radiações X e gama, que são de origem eletromagnéticas, são mais
penetrantes em relação as radiações alfa e beta, que possuem massa.
“Em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se propagam, as
radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em eletromagnéticas (não
possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.
80
A afirmativa II é verdadeira. De fato, como não conseguem ultrapassar a camada externas das células da
pele, são basicamente inofensivas à saúde humana. Vide comentário anterior.
11 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) Sobre o uso de decibelímetros para a determinação de risco de dano
auditivo, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) O microfone deve ficar imediatamente ao lado da zona auditiva dos trabalhadores expostos ao ruído.
( ) Devem ser levados em consideração todas as medições, mesmo as não significativas como, por exemplo,
a passagem infrequente de um veículo.
A primeira afirmativa é verdadeira. Vimos que “com base no conhecimento dessas curvas de compensação
e em outros parâmetros técnicos para a avaliação dos ruídos contínuos e intermitentes (casos mais comuns)
81
a NHO 01 da Fundacentro recomenda que o audiodosímetro ou dosímetro de ruído 33 atenda aos seguintes
requisitos técnicos: (trataremos de muitos desses conceitos no estudo da NHO 01 e da NR 15!)
A segunda afirmativa é falsa. “O microfone deve ficar imediatamente ao lado da zona auditiva (na zona
auditiva) dos trabalhadores expostos ao ruído.”
A terceira afirmativa é falsa. Veremos no estuda da NHO 01 que as exposições que não são rotineiras, como
no caso de passagem infrequentes de veículos, devem ser avaliadas como casos isolados, caso necessários.
12 (VUNESP / PREF. VÁRZEA PAULISTA-SP / 2021) Alguns fenômenos físicos que, de acordo com suas
características, podem causar danos à saúde do ser humano ocorrem associados a processos produtivos,
constituindo área de atuação da Higiene do Trabalho. Assim, é correto afirmar que
(A) os limites de exposição ocupacional definidos para a radiação ultravioleta referem-se à radiação
ultravioleta não coerente (UV) com comprimentos de onda entre 180 (cento e oitenta) e 400 nm
(quatrocentos nanometros) e representam condições nas quais, acredita-se, a maioria dos trabalhadores
saudáveis possa ser repetidamente exposta sem efeitos agudos adversos à saúde, tais como eritemas e
fotoqueratites.
(B) por causa da relevância do efeito térmico, a radiação infravermelha é tratada, na Higiene do Trabalho,
juntamente com o agente ambiental calor, sendo necessário, entretanto, destacar o setor do espectro
denominado de infravermelho distante, que corresponde à faixa mais distante da radiação visível e que, em
situações específicas, podem ter efeito ionizante.
(C) em relação às microondas, o efeito mais estudado sobre o organismo humano é o térmico mas, em relação
aos efeitos dos campos elétricos e magnéticos, as pessoas expostas podem sofrer de pressão sanguínea
baixa, taquicardia eventual, perda de tecido ósseo e alterações hormonais para exposições severas.
33
Dosímetro de ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional
ao ruído
82
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “as radiações ultravioletas podem ser de
origem natural ou artificial. Em geral, são pouco penetrantes e apresentam efeitos sempre superficiais,
podendo, após longo período de exposição, causar câncer de pele.
Pode-se observar que as faixas denominadas eritérmicas (UV-B) e germicidas (UV-C) são as que apresentam
maiores riscos potenciais. Essas faixas são emitidas em operações como solda elétrica, metais em fusão,
maçaricos operados em altas temperaturas, lâmpadas germicidas e outras.
As radiações ultravioletas (UVA, UVB e UVC) ainda estão presentes, em menor quantidade, na irradiação
solar. Entretanto há de se destacar que a maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida
pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioleta que efetivamente chegam a
superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida pelo ozônio da atmosfera e
sua parcela que chega à Terra é responsável por danos à pele. Já a radiação UV-C é totalmente absorvida
pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera.
Entre os efeitos danosos das radiações ultravioletas, destaca-se a ceratite actínica, que se manifesta horas
depois da exposição nos processos de solda, quando não adotadas as medidas de proteção adequadas. Além
desse efeito, a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda
entre 180 nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos
agudos adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.”
Observe ainda que a banca traz o conceito de limite de tolerância estabelecido pela higiene ocupacional: “(...)
condições nas quais, acredita-se, a maioria dos trabalhadores saudáveis possa ser repetidamente exposta
sem efeitos agudos adversos à saúde, tais como eritemas e fotoqueratites.”
A alternativa B está incorreta. Não há falar, em nenhuma hipótese, que o espectro infravermelho pode ter
“efeito ionizante”. Além disso, destaque-se que apesar de provocar aquecimento superficial da pele a
radiação infravermelha não é tratada da mesma forma que o agente calor.
“As radiações infravermelhas podem ter origem natural ou artificial e são, assim como as ultravioletas,
pouco penetrantes no tecido humano, causando, basicamente aquecimento superficial da pele. Apesar de
não serem classificadas como radiações não ionizantes pela NR 15, para efeitos de insalubridade, a exposição
às radiações infravermelhas de grande magnitude podem resultar em queimaduras graves.”
A alternativa C está incorreta. Confesso que não consegui rastrear de onde a banca retirou essas informações
para formular a alternativa, mas tem um erro grosseiro nela: “em relação às microondas, o efeito mais
estudado sobre o organismo humano é o térmico mas, em relação aos efeitos dos campos elétricos e
magnéticos, as pessoas expostas podem sofrer de pressão sanguínea baixa (alta, hipertensão), taquicardia
eventual, perda de tecido ósseo e alterações hormonais para exposições severas.”
83
Como vimos, “(...) estudos têm mostrado que entre os efeitos da exposição de longo prazo aos campos
eletromagnéticos estão a hipertensão arterial, alterações no sistema nervoso central, cardiovascular,
endócrino e distúrbios menstruais.
As radiações pertencentes ao espectro das micro-ondas podem ser produzidas em estações de radar,
radiotransmissão, telefonia e em alguns processos industriais e medicinais. Estudos têm mostrado que o
efeito mais acentuado é o térmico (aumento de temperatura dos tecidos) e que, quanto maior a frequência
e maiores a potência e o tempo de exposição, maior o risco de lesões internas, devido às facilidades com que
as ondas penetram no organismo. A exposição às micro-ondas também tem sido associada a elevação da
pressão arterial (hipertensão).”
A alternativa D está incorreta. “na avaliação da exposição ocupacional ao calor, o Índice de Bulbo Úmido-
Termômetro de Globo se caracteriza como um índice primário em relação à temperatura do ar, umidade
relativa do ar, velocidade do ar e calor radiante e, como índice secundário para fontes especiais como
microondas e radiofreqüência.”
Frise-se que o IBUTG, principalmente através da temperatura de globo, é capaz de avaliar os efeitos das
radiações térmicas nos espectros infravermelho e ultravioleta, que são as principais componentes do calor
radiante, mas não avaliam, mesmo de forma secundária, as radiações nos espectros das micro-ondas e
radiofrequência.
13 (FGV / FUNSAÚDE-CE / 2021) A figura a seguir mostra dois equipamentos bastante utilizados para
realizar medições na higiene ocupacional e na segurança do trabalho.
84
Comentários: o aparelho (1) é um anemômetro, utilizado para medidas a velocidade do ar (do vento) e sua
direção, ao passo que o aparelho (2) é um luxímetro, utilizado para medir a intensidade luminosa no
ambiente.
14 (INSTITUTO AOCP / ITEP / 2021) Em relação aos riscos ocupacionais tratados pela Higiene Ocupacional,
assinale a alternativa correta.
(B) Exposições a agentes biológicos abaixo de limite de tolerância definido pela NR-15 são consideradas
seguras.
(C) As pressões anormais são uma forma de energia e são classificadas como agentes físicos.
(D) Os limites de tolerância para agentes químicos são válidos para absorção através da pele.
(E) O ultrassom é um agente físico que possui frequência superior a 20.000 db(A).
A alternativa A está incorreta. As radiações que compõe o espectro das micro-ondas pertencem ao grupo
das radiações não ionizantes.
A alternativa B está incorreta. Frise-se que não existe limite de tolerância por agentes biológicos. Para esses
agentes a exposição é avaliada qualitativamente.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De fato, as pressão anormais, sejam as sobrepressões
ou subpressões, são formas de energia (energia de pressão) e por isso são classificadas como agentes físicos.
85
A alternativa D está incorreta. Não mesmo! Veremos na aula de agentes químicos que os limites de tolerância
estabelecidos no Anexo 11 da NR 15 e aqueles estabelecidos pela ACGIH são válidos apenas pela exposição
através das vias respiratórias.
A alternativa E está incorreta. “O ultrassom é um agente físico que possui frequência superior a 20.000 db(A)
(Hz).”
Lembre-se de que a escala em decibel (dB0 é usada para nível de pressão sonora e não para frequência!
(A) na medida em que há um aumento de calor ambiental, há uma reação no organismo humano no sentido
de adaptar-se, consistindo em processos fisiológicos que acelerem a perda de calor para o ambiente, entre
os quais incluem-se a vasoconstrição periférica e a sudorese, que é influenciada pela umidade relativa do ar.
(B) dependendo da suscetibilidade do trabalhador ao calor, é possível promover sua rápida aclimatação para
o trabalho em condições de sobrecarga térmica, mediante a realização de atividades físicas em condições
ambientais semelhantes àquelas nas quais se dará a atividade de trabalho, fazendo com que a temperatura
do núcleo do corpo aumente um ou dois graus centígrados e diminua a sobrecarga fisiológica por calor.
(C) o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) sofre influência da temperatura do ar, do calor
radiante, da velocidade do ar e da umidade do ar, não levando em consideração integralmente todas as
interações de uma pessoa com o ambiente e tampouco consegue levar em conta condições especiais, como
o aquecimento por fontes de microondas e radiofrequência.
(D) a determinação do Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) em locais de trabalho sem
exposição direta à radiação solar, mas com fontes de calor dispersas pelo ambiente, envolve medições da
temperatura de bulbo úmido natural, da temperatura de globo e da temperatura de bulbo seco.
(E) por conta da multiplicidade dos fatores envolvidos, como o ambiente, o tipo de atividade realizada, as
características das vestimentas, o calor metabólico e os tipos de fontes, o gerenciamento da exposição
ocupacional ao calor desconsidera as suscetibilidades individuais, posto que a sobrecarga fisiológica pouco
varia de pessoa para pessoa em condições idênticas de sobrecarga térmica.
A alternativa A está incorreta. “na medida em que há um aumento de calor ambiental, há uma reação no
organismo humano no sentido de adaptar-se, consistindo em processos fisiológicos que acelerem a perda de
calor para o ambiente, entre os quais incluem-se a vasoconstrição (vasodilatação) periférica e a sudorese,
que é influenciada pela umidade relativa do ar”.
86
A respeito desse assunto, vale recordar que “o calor é uma condição de risco de natureza física presente em
muitos ambientes de trabalho. Quando um trabalhador labora próximo a uma fonte artificial de calor, ou
mesmo exposto a luz solar (fonte natural), seu organismo passa a ter dificuldade em manter o equilíbrio
homeotérimco34, fazendo com que a sua temperatura35 corporal aumente.
Se ele permanece por um longo período exposto a essa condição, poderá experimentar uma sobrecarga
térmica36, que ocorre quando a taxa de produção de calor (calor gerado pelo metabolismo + calor
transmitido pelo meio para o organismo) é maior do que a taxa de dissipação de calor (para o meio).
Para manter a temperatura interna constante, o organismo se utiliza de certos mecanismos, tais como a
vasodilatação periférica37 e a sudorese38, que consistem em processos fisiológicos que acelerem a perda de
calor para o ambiente. Isso, pois, o calor pode produzir reações que vão desde a desidratação progressiva,
câimbras, exaustão, até o choque térmico. Pessoas não aclimatizadas, isto é, não adaptadas a ambientes
mais quentes, são as mais suscetíveis a essas reações.”
“O metabolismo, que é variável interna ou variável fisiológica, é determinada com base em estimativas da
taxa metabólica para diferentes tipos de atividades realizadas em uma combinação de condições (sentado,
em pé, em movimento, trabalho leve, pesado etc.). Conheceremos essas taxas no estudo da NR 15 e NHO
06.
Por hora, destaque-se que a taxa metabólica está associada a produção interna de calor, ao passo que as
variáveis externas vão determinar a perda de calor para o ambiente ou o ganho de calor pelo organismo.
34
Equilíbrio homeotérmico: é a capacidade do organismo de manter a temperatura central do corpo
constante.
35
Temperatura: é o estado de agitação das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico.
Quanto mais agitadas estiverem essas moléculas, maior será sua temperatura. Quando menos agitadas
essas moléculas, menor será sua temperatura.
36
Sobrecarga térmica: é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o
equilíbrio térmico. Esta energia interna é a combinação do calor gerado pelo metabolismo e da atividade
física.
37
Vasodilatação: intensa dilatação dos vasos cutâneos, podendo aumentar a transferência de calor
para a pele, através do sangue, em até 8 vezes.
38
Sudorese: acentuada elevação na velocidade de perda de calor através da evaporação, quando a
temperatura corporal ultrapassa o nível crítico de 37 °C. É altamente influenciada pela umidade relativa
do ar.
87
Obviamente que, para atividades pesadas, em que a taxa de produção de calor interno (taxa metabólica) é
elevada, é desejável que as variáveis externas sejam propícias a facilitar a troca de calor do corpo com o
ambiente, de forma a facilitar a perda de calor para a manutenção da temperatura corporal dentro da
normalidade.
E qual é essa "normalidade" professor? Em regra, a temperatura central normal média de um adulto situa-
se entre 𝟑𝟔, 𝟕 ℃ e 𝟑𝟕, 𝟐 ℃. A temperatura dos tecidos internos (temperatura corporal central) tende a
permanecer praticamente constante, com variações fisiologias de ±𝟎, 𝟔 ℃.
Isso ocorre principalmente quando o trabalhador é não aclimatizado. Por aclimatização, entenda a
adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga
fisiológica causada pelo estresse térmico.
A aclimatização – que deverá ser precedida de um plano de aclimatização elaborado por médico, em função
das condições ambientais, individuais e da taxa de metabolismo relativo à rotina de trabalho – requer a
realização de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais ao calor, para que de forma progressiva o
trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas previstas para a sua rotina normal
de trabalho.
Uma vez aclimatizado, o trabalhador torna-se menos suscetível aos efeitos da sobrecarga fisiológica ao
calor, uma vez que a temperatura do núcleo do corpo (núcleo termorregulador) por aumentar em até 1
°C.”
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vimos que "no Brasil, por força do Anexo n.º 3 da NR
15, adota-se o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo - IBUTG para a avaliação da exposição
ocupacional ao calor, a fim de identificar e/ou prevenir possíveis ocorrências de sobrecarga térmica.
A ideia por traz da criação desse índice, bem como a dos demais, é de que para avaliar a sobrecarga térmica
que pode estar ocorrendo numa exposição ocupacional tem-se que conhecer as trocas térmicas envolvidas.
Entretanto, a medição direta dessas taxas de troca é difícil ou pouco prática na maioria dos casos. Portanto,
na prática, avaliam-se alguns parâmetros existentes no ambiente de trabalho, em seguida, calcula-se, através
de uma equação, um determinado índice.
88
A alternativa D está incorreta. “a determinação do Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG)
em locais de trabalho sem exposição direta à radiação solar, mas com fontes de calor dispersas pelo
ambiente, envolve medições da temperatura de bulbo úmido natural, da temperatura de globo e da
temperatura de bulbo seco.”
Como vimos, "(...) a determinação do IBUTG é diferente a depender da existência ou não de carga solar no
ambiente de trabalho. Estudaremos a aplicação dessas equações nas aulas de NR 15 e NHO 06, por hora,
apenas as conheça:
c) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem
carga solar direta:
𝑰𝑩𝑼𝑻𝑮 = 𝟎, 𝟕 𝒕𝒃𝒏 + 𝟎, 𝟑 𝒕𝒈
Nessas Equações:
𝑡𝑏𝑛 = temperatura de bulbo úmido natural em ℃;
𝑡𝑔 = temperatura de globo em ℃.
𝑡𝑏𝑠 = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em ℃.
a) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem
carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo úmido natural (tbn) com 70% de
peso no resultado e a temperatura de globo (tg) com 30% de peso no resultado e, NÃO leva em
consideração a temperatura de bulbo seco (tbs), ou seja, a tbs não influencia no cálculo do IBUTG em
ambientes cobertos, sem incidência de carga solar (GUARDE ISSO!);
b) para ambientes externos com carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo
úmido natural (tbn) com 70% de peso no resultado, a temperatura de globo (tg) com 20% de peso no
resultado e a temperatura de bulbo seco (tbs), com 10% de peso no resultado.
39
Considera-se carga solar direta quando não há nenhuma interposição entre a radiação solar e o
trabalhador exposto, por exemplo, a presença de barreiras como: nuvens, anteparos, telhas de vidro
etc.
89
A alternativa E está incorreta. Hão há falar em desconsiderar as suscetibilidades individuais, vide comentário
da alternativa B.
(A) foi no 12o Encontro de Higienistas Ocupacionais da Europa, ocorrido em Estocolmo, em 1983, que se
passou a contar com um Sistema de Classificação de Danos Osteomusculares Induzidos por Vibração,
estabelecendo de forma objetiva uma relação entre dose – resposta para esse tipo de agravo à saúde dos
trabalhadores.
(B) as vibrações na faixa de 1 (um) a 1 000 (um mil) Hertz atuam em diferentes regiões do corpo humano, em
função das características específicas que apresentam, sendo que, de maneira geral, as vibrações na faixa de
100 (cem) a 1 000 (um mil) Hertz provocam enjoo e náuseas, agindo sobre o sistema digestório.
(C) em face da inexistência de suscetibilidades individuais quanto aos efeitos da vibração no organismo
humano, pode-se afirmar que a adoção de ferramentas com características antivibratórias e de práticas
adequadas de trabalho, associadas aos limites de exposição ocupacional à vibração são suficientes para a
garantia de condições de trabalho seguras no tocante à vibração.
(D) a avaliação da exposição ocupacional à vibração deve ser feita para a direção resultante dos vetores
identificados nos eixos x, y e z, considerando que a principal direção da exposição à vibração situa-se no plano
onde se dá o acoplamento da mão do operador com a manopla da ferramenta.
(E) a avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deverá ser feita utilizando-se sistemas
de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do
valor da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição diária do trabalhador.
A alternativa A está incorreta. Que questão maldosa, veja o erro: “foi no 12o Encontro de Higienistas
Ocupacionais da Europa, ocorrido em Estocolmo, em 1983, que se passou a contar com um Sistema de
Classificação de Danos Osteomusculares (para Dedos Branco) Induzidos por Vibração, estabelecendo de
forma objetiva uma relação entre dose – resposta para esse tipo de agravo à saúde dos trabalhadores.”
Por curiosidade, a síndrome os “dedos brancos”, conhecida atualmente como doença ou síndrome de
Raynold consiste em uma desordem vascular desencadeada nas extremidades dos dedos sendo provocada
principalmente vibrações excessivas e frios. Em resumo, os dedos ficam esbranquiçados devido a falta de
irrigação sanguínea.
90
O que se estabeleceu na referida convenção foram os valores de exposição diária à vibrações que estavam
associados ao surgimento desses sintomas.
A alternativa B está incorreta. Afirmativa tirada da cabeça do avaliador, só para confundir. Não possui
nenhum embasamento teórico! Aliás, muitas questões VUNESP trazem alternativas como essa.
A alternativa C está incorreta. Muito pelo contrário, a inexistência de suscetibilidades individuais é que não
garantes condições 100 % seguras para exposição às vibrações. Nesse sentido, a alternativa estaria correta
da seguintes forma:
“em face da inexistência (existência) de suscetibilidades individuais quanto aos efeitos da vibração no
organismo humano, pode-se afirmar que a (mesmo com a) adoção de ferramentas com características
antivibratórias e de práticas adequadas de trabalho, associadas aos limites de exposição ocupacional à
vibração (não) são suficientes para a garantia de condições de trabalho seguras no tocante à vibração.”
A alternativa D está incorreta. Não mesmo, como vimos, no caso da avaliação da exposição ocupacional as
vibrações em mãos e braços (VMB) não há direção principal, ambas (x, y e z) têm o mesmo peso, recorde-se:
“No caso das VCI, seja na posição em pé, deitado ou sentado, o eixo "z" refere-se às vibrações no sentido
longitudinal à coluna vertebral, e os eixos "x" e "y" as vibrações nas direções transversais (frontal-traseira e
laterais, respectivamente). Nossa estrutura óssea tem maior resistência aos esforços no sentido longitudinal
da coluna vertebral (eixo "z") e menor resistência nas direções perpendiculares a esses eixos, ou seja, nas
direções dos eixos "x" e "y". Por isso, as vibrações nos sentidos transversais ("x" e "y") têm maior "peso" no
resultado final, ou seja, na determinação da vibração resultante.
Por sua vez, na determinada da vibração resultante para os casos de exposição a VMB, não há maior "peso"
em nenhuma direção ("x", "y" ou "z").”
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Sobre esses parâmetros, vale recordar o mapa mental
que segue.
91
(A) uma das formas de prevenir a sobrecarga fisiológica por calor do trabalhador é promover sua aclimatação,
que consiste na adaptação rápida a uma sobrecarga térmica semelhante àquela que encontrará no ambiente
de trabalho.
(B) em condições ideais, a livre movimentação do ar fresco e seco sobre a superfície da pele maximiza a
eliminação de calor por condução e radiação que, eventualmente, pode contar com o reforço da sudorese
no processo de troca térmica.
(C) o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) é um índice utilizado para a avaliação da
exposição ocupacional ao calor que leva em consideração a temperatura do ar, o calor radiante, a velocidade
do ar e a umidade relativa do ar.
(D) aumentos prolongados na temperatura do núcleo do corpo e exposições moderadas a algum tipo de
sobrecarga térmica, mesmo que não sejam severas, estão associados a doenças como distúrbios do sono,
92
aumento da frequência cardíaca e implicam, para temperatura do núcleo do corpo superiores a 38,5 ºC, risco
de aborto.
(E) em situações complexas, com diferentes fontes de calor, pode-se promover uma avaliação simplificada
com auxílio do IBUTG, que consegue resgatar a influência do aquecimento provocado por fontes de
microondas ou de rádiofrequência na carga térmica do ambiente de trabalho.
A alternativa A está incorreta. O erro da questão é sugerir a aclimatação rápida! Como vimos, o processo de
aclimatação prevê exposição graduais a níveis de calor até se alcançar o nível real de trabalho, recorde-se:
“(...) por aclimatização, entenda a adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao
calor que visa reduzir a sobrecarga fisiológica causada pelo estresse térmico.
A aclimatização – que deverá ser precedida de um plano de aclimatização elaborado por médico, em função
das condições ambientais, individuais e da taxa de metabolismo relativo à rotina de trabalho – requer a
realização de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais ao calor, para que de forma progressiva o
trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas previstas para a sua rotina normal
de trabalho.
Uma vez aclimatizado, o trabalhador torna-se menos suscetível aos efeitos da sobrecarga fisiológica ao
calor, uma vez que a temperatura do núcleo do corpo (núcleo termorregulador) por aumentar em até 1
°C.”
A alternativa B está incorreta. “em condições ideais, a livre movimentação do ar fresco e seco sobre a
superfície da pele maximiza a eliminação de calor por condução e radiação que, eventualmente, pode contar
com o reforço da sudorese no processo de troca térmica.”
Não há falar que a incidência de ar fresco e seco contribuem para troca térmica por radiação, mas tão
somente por convecção. Eventualmente, de fato, essa troca térmica pode contar com o reforço da sudorese
no processo de troca térmica, visto que o organismo pode aumentar a taxa de transferência de calor por
evaporação quando o ar seco e fresco potencializa a evaporação do suor originado da sudorese.
93
A alternativa D está incorreta. Viu? Mais uma invenção da cabeça do avaliador, típico da VUNESP! Mas como
você tem percebido, esse tipo de questão você faz por eliminação, procura a correta e ignora essas
pegadinhas.
A alternativa E está incorreta. Mais uma fez frise-se que o IBUTG não a influências das micro-ondas e
radiofrequências na troca térmica entre o trabalhador e o ambiente.
(A) deve-se entender potência sonora como a variação dinâmica na pressão atmosférica que possui
características que a tornam detectável pelo ouvido humano, sendo medida em Newton/m 2, unidade de
potência chamada Pascal.
(B) na perda auditiva por exposição sistemática a níveis de pressão sonora elevados, ocorrem alterações nos
limiares auditivos, do tipo sensorioneural, que têm como características principais a irreversibilidade e a
progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
(D) os níveis de ruído de impacto deverão ser avaliados em decibels (dB), com medidor de nível de pressão
sonora operando em circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (Slow), posicionados próximos
ao ouvido do trabalhador.
(E) o nível de audibilidade é definido como o nível de pressão sonora do som padrão (NPS a 3 000 Hertz)
necessário para que um número significativo de indivíduos escutem o som padrão e o desconhecido com a
mesma intensidade, estabelecendo uma relação linear entre nível de pressão sonora e audibilidade.
A alternativa A está incorreta. Potência sonora é medida em Watts (W) e não em Pascal, que é a unidade de
medida de nível de pressão sonora (NPS), não vá confundir isso!
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Como vimos, “(...) a PAIR é caracterizada pela
diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por exposição continuada a níveis elevados de pressão
sonora (ruído), e tem como principal característica a progressão gradual da redução da acuidade auditiva e
a irreversibilidade do quadro clínico.
94
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.”
“(...) Grupos de Exposição Similar - GES: também chamados de Grupos homogêneos de Exposição - GHO,
correspondem a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o
resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja representativo da exposição de todos
os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. Identificando-se corretamente esse grupo, a avaliação não
precisa ser realizada com todos os trabalhadores, mas apenas com um ou mais trabalhadores cuja exposição
seja "típica" de cada grupo considerado. Trata-se do resultado da definição da amostra (amostragem).”
A alternativa D está incorreta. “os níveis de ruído de impacto deverão ser avaliados em decibels (dB), com
medidor de nível de pressão sonora operando em circuito de compensação “A” (“C”) e circuito de resposta
lenta (Slow) (rápida, FAST), posicionados próximos ao ouvido do trabalhador.”
“(...) Nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton por Metro Quadrado (N/m²)
e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido pela comunidade científica
como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero Decibel). Níveis de pressão sonora
entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de pressão abaixo de 2 X 10 -5 N/m²
estão abaixo do limiar auditivo, não podendo ser "ouvidos", ao passo que valores acima de 200 N/m² são
extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata. Por isso, esse limite superior é
chamado de limiar de dor.
95
19 (CONSULPLAN / FSERJ / 2020) A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deve
ser feita utilizando sistemas de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) e do Valor da Dose de Vibração Resultante (VDVR), parâmetros
representativos da exposição diária do trabalhador. O nível de ação para a avaliação da exposição
ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde a um valor da aceleração resultante de
exposição normalizada (aren) de 0,5 m/s², ou ao Valor da Dose de Vibração Resultante (VDVR) de 9,1
m/s1,75. O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde ao valor da
aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de:
(A) 1,0 m/s² (B) 1,1 m/s² (C) 1,2 m/s² (D) 1,3 m/s²
Comentários: sobre os LT e NA para exposição ocupacional às vibrações, vele recordar esse importante mapa
mental.
96
(A) Cósmica (B) Infravermelha (C) Nuclear (D) Mononuclear (E) Solar
Comentários: nas operações de soldagem, em geral, evidencia-se a emissão de radiações não ionizantes nos
espectros infravermelho e ultravioleta. Logo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
21 (INHAZ DO PARÁ / FUNGOTA / 2019) Sobre a Monitoração Radiológica (ou simplesmente Monitoração),
prevista no Anexo I, da Portaria N.° 485, marque a alternativa correta:
(A) Consiste na medição de grandezas relativas e parâmetros relativos à proteção, para fins de avaliação e
controle das condições radiológicas das áreas de uma instalação ou do meio ambiente.
(B) Esta monitoração é realizada por meio de dosímetros individuais colocados sobre o corpo do indivíduo
para fins de controle das exposições ocupacionais.
(C) Esta monitoração tem a função primária de avaliar a dose no indivíduo monitorado.
(D) Pode ser utilizada para verificar a adequação do plano de proteção radiológica às atividades da instalação.
Comentários: como vimos, “(...) toda instalação radiativa deve dispor monitoração radiológica, que consiste
na medição de grandezas relativas e parâmetros relativos à radioproteção, para fins de avaliação e controle
das condições radiológicas das áreas de uma instalação ou do meio ambiente, de exposições ou de materiais
radioativos e materiais nucleares, incluindo a interpretação de resultados.”
22 (VUNESP / PREF. VALINHOS-SP / 2019) Em relação aos riscos ambientais, é correto afirmar que
(A) faz-se necessária potência acima de 100 mil watts para provocar variações de pressão intensas, capazes
de ir além do limiar da dor, que, para a maioria dos indivíduos, situa-se entre 140 e 150 dB(A).
(B) é praticamente inexistente a possibilidade das partículas beta penetrarem através da pele íntegra do
indivíduo em função de sua massa e energia, representada por uma dupla carga positiva.
(C) de acordo com a Norma de Higiene Ocupacional 09, da Fundacentro, o nível de ação para a exposição
ocupacional diária à vibração de corpo inteiro corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) de 0,5 m/s2 e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 9,1 m/s 1,75.
(D) a radiação com comprimento de onda inferior a 200 nm (duzentos nanômetros), que é utilizada por sua
ação germicida, é muito fracamente absorvida pelo ar, fazendo com que as faixas de radiações ultravioletas
se tornem mais perigosas.
97
(E) no tocante às radiações ionizantes, o organismo humano possui mecanismo sensorial que lhe permite
detectá-las rapidamente, de maneira que se reduz drasticamente a possibilidade de inadvertidamente
ocorrerem exposições significativas, que impliquem risco ao trabalhador exposto.
A alternativa A está incorreta. De fato, o limiar da dor é alcançado quando se níveis de pressão sonora
atingem a zona auditiva do trabalhador com valores acima de 140 dB(A), entretanto, não é correto afirmar
que esses níveis são alcançados somente com potências sonoras acima de 100 mil Watts, isso porque há
ainda que se considerar a distância entre a fonte geradora e a zona auditiva do trabalhador. Caso ele esteja
próximo a fonte, potência bem menores podem provocar esses valores de NPS.
A alternativa B está incorreta. Não mesmo, as partículas beta tem energia suficiente para penetrar alguns
centímetros nos tecidos humanos, recorde-se:
“’Em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se propagam, as
radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em eletromagnéticas (não
possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.”
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Ainda vamos estudar a NHR 09, mas já tratei desses
indicadores no seguinte mapa mental:
98
A alternativa D está incorreta. Como vimos. “as radiações ultravioletas podem ser de origem natural ou
artificial. Em geral, são pouco penetrantes e apresentam efeitos sempre superficiais, podendo, após longo
período de exposição, causar câncer de pele.
Pode-se observar que as faixas denominadas eritérmicas (UV-B) e germicidas (UV-C) são as que apresentam
maiores riscos potenciais. Essas faixas são emitidas em operações como solda elétrica, metais em fusão,
maçaricos operados em altas temperaturas, lâmpadas germicidas e outras.
As radiações ultravioletas (UVA, UVB e UVC) ainda estão presentes, em menor quantidade, na irradiação
solar. Entretanto há de se destacar que a maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida
pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioleta que efetivamente chegam a
superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida
pelo ozônio da atmosfera e sua parcela que chega à Terra é responsável por danos à pele. Já a radiação
UV-C é totalmente absorvida pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera.
Entre os efeitos danosos das radiações ultravioletas, destaca-se a ceratite actínica, que se manifesta horas
depois da exposição nos processos de solda, quando não adotadas as medidas de proteção adequadas. Além
99
desse efeito a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda
entre 180 nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos
agudos adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.”
De fato, a radiação UVC com comprimento de onda inferior a 200 nm (entre 100 e 200 nm) tem ação
germicida, entretanto, ela é completamente absorvida pelo oxigênio e pelo ozônio da atmosfera, assim, só
risco se advir de fontes artificial, mas não da irradiação solar.
A alternativa E está incorreta. Não há falar em mecanismo sensorial no corpo humano para detectar radiação
ionizante! Deve-se utilizar equipamentos de monitoração radiológica apropriados.
23 (UECE / PREF. SOBRAL-CE / 2019) Decibelímetro é um instrumento de medida que mede o nível de
Comentários: o decibelímetro é o instrumento destinado a medição do nível de pressão sonora, pelo que a
alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
24 (VUNESP / PREF. VALINHOS-SP / 2019) A exposição ocupacional aos agentes físicos é área de estudo da
Higiene do Trabalho, sendo que
(A) os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis, com decibelímetro operando
no circuito de ponderação “A” e circuito de resposta rápida (fast), com as leituras feitas próximas ao ouvido
do trabalhador e de forma tal que estejam isentas de interferências.
(B) na avaliação da exposição ao calor, o cálculo do IBUTG – Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo
para ambientes em carga solar deve considerar a temperatura de bulbo seco, enquanto nos ambientes
externos isso não se faz necessário.
(C) a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda entre 180
nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos agudos
adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.
(D) a preocupação em relação à exposição ocupacional às radiações infravermelhas reside nas faixas
eritemáticas e germicidas, que são aquelas que apresentam maiores riscos potenciais e são geradas em
operações com solda elétrica, metais em fusão e maçaricos, estando também presente na irradiação solar.
(E) a aceleração de uma manopla deve ser determinada na direção do braço, entrada da vibração no corpo,
a partir de dispositivo instalado no ponto central da superfície de contato da ferramenta com a palma da mão
do operador, que irá determinar o tempo de contato com a superfície vibrante e as forças de preensão
exercidas na palma da mão.
100
A alternativa A está incorreta. “os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis,
com decibelímetro operando no circuito de ponderação “A” e circuito de resposta rápida (fast) (lenta, Slow),
com as leituras feitas próximas ao ouvido do trabalhador e de forma tal que estejam isentas de
interferências.”
A alternativa B está incorreta. “na avaliação da exposição ao calor, o cálculo do IBUTG – Índice de Bulbo
Úmido-Termômetro de Globo para ambientes em carga solar deve considerar a temperatura de bulbo seco,
enquanto nos ambientes externos (internos) isso não se faz necessário.”
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “as radiações ultravioletas podem ser de
origem natural ou artificial. Em geral, são pouco penetrantes e apresentam efeitos sempre superficiais,
podendo, após longo período de exposição, causar câncer de pele.
Pode-se observar que as faixas denominadas eritérmicas (UV-B) e germicidas (UV-C) são as que apresentam
maiores riscos potenciais. Essas faixas são emitidas em operações como solda elétrica, metais em fusão,
maçaricos operados em altas temperaturas, lâmpadas germicidas e outras.
As radiações ultravioletas (UVA, UVB e UVC) ainda estão presentes, em menor quantidade, na irradiação
solar. Entretanto há de se destacar que a maior parte da radiação UV emitida pelo sol é absorvida
pela atmosfera terrestre. A quase totalidade (99%) dos raios ultravioleta que efetivamente chegam a
superfície da Terra são do tipo UV-A. A radiação UV-B é parcialmente absorvida pelo ozônio da atmosfera e
sua parcela que chega à Terra é responsável por danos à pele. Já a radiação UV-C é totalmente absorvida
pelo oxigênio e o ozônio da atmosfera.
Entre os efeitos danosos das radiações ultravioletas, destaca-se a ceratite actínica, que se manifesta horas
depois da exposição nos processos de solda, quando não adotadas as medidas de proteção adequadas. Além
desse efeito a exposição ocupacional à radiação ultravioleta não coerente (UV), com comprimentos de onda
entre 180 nm (cento e oitenta nanômetros) e 400 nm (quatrocentos nanômetros) está associada a efeitos
agudos adversos à saúde, como eritemas, fotoconjuntivite e fotoqueratites.”
A alternativa E está incorreta. Não mesmo! Lembre-se que tanto as VMB quanto as VCI devem ser
determinadas em função dos três eixos ortogonais “x”, “y”, e “z”.
101
25 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) Assinalar a alternativa que preenche a lacuna
abaixo CORRETAMENTE:
Comentários: vimos que “de acordo com o Manual de Aposentadoria Especial da Previdência Social,
entende-se por vibração ou trepidação qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto
fixo, podendo ser um movimento regular ou irregular (quando não segue nenhum padrão determinado).
Colocando de outra forma, trata-se de um movimento oscilatório de um corpo devido a forças
desequilibradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento.
Por sua vez, a Convenção n.° 148 da Organização Internacional do Trabalho – OIT estabelece que o termo
“vibrações” compreende toda vibração transmitida ao organismo humano por estruturas sólidas e que seja
nociva à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo.”
26 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) Em relação aos efeitos do calor no organismo,
assinalar a alternativa CORRETA:
(C) Causa o enregelamento dos membros que poderá levar à gangrena e à amputação.
“Para manter a temperatura interna constante, o organismo se utiliza de certos mecanismos, tais como a
inibição da termogênese, vasodilatação periférica e sudorese, que consistem em processos fisiológicos que
acelerem a perda de calor para o ambiente.
102
Logo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Os demais efeitos são resultados da exposição
ao frio.
Veja que o enunciado da questão afirma que o NPS foi reduzido em 3 dB quando uma das máquinas foi
desligada. Sendo assim, as duas só podem emitir o mesmo NPS, pelo que a alternativa A está correta e é o
gabarito da questão.
28 (UFSC / UFSC / 2019) Assinale a alternativa que lista somente exemplos de radiação não ionizante.
São radiações não ionizantes as faixas das radiações ultravioletas, infravermelhas e lasers, pelo que a
alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
29 (FUNDATEC / IMESF / 2019) Os principais efeitos ao organismo do trabalhador podem ser de ordem
vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. Os primeiros sintomas são formigamento ou
adormecimento leve. O texto refere-se a problemas causados pela exposição a (ao):
(A) Calor (B) Frio (C) Laser (D) Vibrações (E) Radiações ionizantes
Comentários: vimos que “no tocante a implicância da exposição às vibrações a saúde dos trabalhadores,
frise-se que os principais efeitos ao organismo do trabalhador podem ser de ordem vascular, neurológica,
osteoarticular e muscular. Os primeiros sintomas são formigamento ou adormecimento leve.”
30 (FGV / PREF. SALVADOR-BA / 2019) O trabalhador que desenvolve atividades em que fica exposto à
radiações ionizantes e não ionizantes estão sob condições insalubres de trabalho.
(A) Os limites de tolerância à exposição de radiações ionizantes são estabelecidos por Norma elaborada pelo
conselho Nacional de Energia Nuclear- CNEN.
104
(C) As operações que expõem os trabalhadores às radiações não-ionizantes serão sempre consideradas
insalubres.
(D) As atividades que expõem os trabalhadores às radiações da luz negra serão consideradas insalubres
(E) As atividades que expõem os trabalhadores às radiações ultravioletas na faixa de 320 a 400 nanômetros
serão consideradas insalubres.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De fato, os limites de tolerância à exposição anual à
radiações ionizantes são estabelecido pelo CENEN, através da Norma CENEN-NN-3.01/2014.
A alternativa B está incorreta. Micro-ondas, ultravioletas e lasers são radiações não ionizantes, vale recordar
o conceito de radiação ionizantes estabelecido pelo CENEN.
A alternativa C está incorreta. Na verdade, a alternativa está relacionada ao estudo da NR 15, Anexo 7. Está
incorreta porque depende de avaliação qualitativa a ser realizada in loco. Além disso, nem todas as radiações
ionizantes são consideradas para fins de caracterização da insalubridade.
A alternativa D está incorreta. “(...) o Anexo n.º 7 da NR 15 considera, para os fins de exposição ocupacional,
que são legalmente reconhecidas como radiações não ionizantes àquelas oriundas de campos
eletromagnéticos pertencentes aos espectros das micro-ondas (comprimentos de onda entre 1 m e 1 mm),
das radiações ultravioletas (comprimentos de onda entre 400 e 100 nm, excluindo a luz negra) e os lasers
(comprimentos de onda entre 1 mm e 140 nm). Veja essa classificação na forma de um mapa mental:
105
Campos estáticos
Campos elétricos
Frequências extremamente baixas (ELF) e sub-radiofrequências
Campos estáticos
Campos
magnéticos
Radiações não Frequências extremamente baixas (ELF) e sub-radiofrequências
ionizantes
Frequênias extremamente baixas (ELF) e sub-frequências
Radiofrequências Infravermelho
Campos
eletromagnéticos, Micro-ondas (1 mm - 760 nm)
no espectro das: (1 m - 1 mm) luz visível UV-A (luz negra)
Radiação óptica (760 - 400 nm) (400 - 315 nm)
(1 mm - 100 nm) Ultravioleta UV-B
(400 - 100 nm) (315 - 280 nm)
Lasers UV-C
(1 mm - 140 nm) (280 - 100 nm)
A alternativa E está incorreta. Essa faixa de comprimento de onda corresponde à luz negra.
31 (FGV / PREF. SALVADOR-BA / 2019) Segundo o Anexo 3 da NR15, que trata dos limites do trabalho com
exposição ao calor, os aparelhos que devem ser usados na avaliação do ambiente de trabalho são
(B) o termômetro de bulbo úmido natural, o termômetro de globo e o termômetro de mercúrio comum.
"Para se chegar ao valor do índice de sobrecarga térmica (IBUTG, no caso) utilizam-se sensores que
mensuram, de forma direta ou indireta, as variáveis acima citadas. são eles, de acordo com a NHO 06 da
Fundacentro:
106
temperatura do ar
umidade relativa do ar
107
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se de que o termômetro de mercúrio comum
é utilizado no equipamento convencional para medição da temperatura de bulbo seco - tbs. Atualmente, já
caiu em desuso, face a predominância dos equipamentos eletrônicos que utilizam sensores metálicos.
32 (IADES / AL-GO / 2019) No contexto de higiene do trabalho, acerca de radiações ionizantes e não
ionizantes, é correto afirmar que
(C) o uso de barreiras e de equipamentos de proteção individual (EPI) são medidas de controle de radiação
ultravioleta.
(D) as radiações não ionizantes apresentam uma frequência maior que as ionizantes.
(E) a principal diferença entre radiações ionizantes e não ionizantes é a faixa de frequência em que ambas
trabalham.
A alternativa A está incorreta. Como vimos, os raios-X e gama (𝛾) pertencem o espectro das radiações
ionizantes, recorde-se:
A alternativa B está incorreta. Essa eu nem coloquei diretamente na aula, mas é uma questão de lógica.
Proteções contra radiações, sejam elas ionizantes ou não ionizante somente são possíveis através de
barreiras de proteção, seja no ambiente ou no trabalhador (EPIs); ou através de medidas de organização do
trabalho como redução do tempo de exposição etc.
108
Limpeza não é uma proteção efetiva contra todas as radiações não ionizantes, como é o caso dos lasers.
A alternativa C está correta. É exatamente isso, inclusive, essas medidas de proteção são eficazes contra
quaisquer tipos de radiação, sejam ionizantes ou não ionizantes
" No tocante às medidas de controle, destacam-se aqueles de controle do risco na fonte (proteção coletiva):
Como medida de proteção individual, deve-se fornecer os EPIs adequados a cada atividade de modo a
complementar às medidas de proteção coletiva. Para os trabalhos com solda, por exemplo, é mandatório o
uso de máscaras próprias para exposição à radiação ultravioleta. A NR o6, prevê os seguintes EPIs para
proteção contra radiações não ionizantes:
• óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa, radiação ultravioleta e radiação
infravermelha;
• protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
• protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha e radiação ultravioleta;
• máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes, radiação
ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa;
• vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem radiativa."
"Além da quantidade de energia, a radiação ionizante se diferencia da não ionizante pelo seu comprimento
de onda. As radiações ionizantes caracterizam-se por apresentar comprimentos de onda inferiores a 100
nm (cem nanômetros), ou seja, inferiores a 100 x 10-9 m. Quanto menor o comprimento de onda maior a
capacidade de penetração na matéria (no tecido humano) sobre a qual incide, provocando maior dano. Veja
a divisão do espectro eletromagnético, através da Figura, proposto pela ACGIH, para classificar as radiações
em ionizantes e não ionizantes.”
109
A alternativa E está correta. Exatamente, como vimos no comentário da alternativa anterior, as radiações
ionizantes ocorrem frequências mais elevadas do que as radiações não ionizantes, por isso apresentam
menor comprimento de onda e, como consequência, maior capacidade de penetração.
Mas professor, existem duas alternativas corretas! Sim, por isso a questão foi corretamente anulada pela
banca, entretanto, optei por trazê-la por explorar conceitos importantes.
33 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CHAPECÓ-SC / 2019) As medidas de controle do ruído podem ser
consideradas, basicamente, de três maneiras distintas:
Comentários: como vimos, “(...) a higiene ocupacional estabelece a seguinte hierarquia das medidas de
controle: (1) na fonte do fator de risco, (2) na transmissão (entre a fonte e o receptor) e (3) no receptor
(trabalhador). São exemplos:
110
• Eliminação da fonte;
• Seleção de máquinas ou equipamentos menos ruidosos;
• Manutenção: elaboração de planos de manutenção preventiva e corretiva como por
exemplo, balanceamento periódico de máquinas rotativas e lubrificação de
Controle do
rolamentos;
risco na
• Modificação das fontes geradoras: Instalação de silenciadores em sistemas de ar
fonte
comprimido, compressores, bicos de saída de ar, válvulas pneumáticas, condutores
de sistemas de ventilação etc.; utilização de bases rígidas na montagem de máquinas
e equipamentos para redução da vibração (isolamento de máquina), ou de sistemas
de amortecimento para reduzir a transmissão da vibração;
• Não sendo possível o controle na fonte, o segundo passo é a verificação de possíveis
medidas aplicadas no meio ou trajetória. Quando o som incide sobre uma superfície,
uma parte é refletida, outra absorvida e uma transmitida.
• Em resumo, as medidas de controle coletivo do ruído através da intervenção em sua
Controle na trajetória baseiam-se em dois mecanismos: absorção (que reduz a energia refletida)
==11181e==
(A) para o cálculo do Índice de Temperatura Efetiva, é suficiente considerar as leituras da temperatura do
termômetro de bulbo seco e da temperatura do termômetro de bulbo úmido.
(B) a umidade relativa do ar pode ser obtida com a leitura da temperatura de bulbo seco e da temperatura
de bulbo úmido, com o auxílio de tabelas ou gráficos psicrométricos.
(C) a exposição ao frio é avaliada utilizando-se um termômetro de bulbo seco, enquanto que a exposição ao
calor considera um termômetro de bulbo úmido e um termômetro de globo, quando se tem carga solar.
(D) a velocidade do ar, avaliada por um anemômetro termoelétrico, não intervém no resultado final do IBUTG
médio.
(E) a radiação infravermelha ou ultravioleta não exerce qualquer influência na leitura indicada pelos
termômetros de bulbo seco ou bulbo úmido.
111
A alternativa A está incorreta. Inicialmente destaque-se que o Índice de Temperatura Efetiva - ITE é um
parâmetro de avaliação de conforto ambiental, por isso, não está precisamente no campo da higiene
ocupacional, mas sim da ergonomia.
De todo modo, a alternativa está errada, pois o ITE deve ser determinado com base e três grandezas:
temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e velocidade do ar.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “(...) a umidade relativa do ar e a sua
velocidade, apesar de exercerem influência na determinação do IBUTG não são grandezas medidas
diretamente, mas de forma indireta através do termômetro de bulbo úmido (tbn).
Entretanto, para fins de proposição de medidas de controle pode ser interessante que o higienista
ocupacional determine o valor dessas grandezas. Sendo assim, pode obter o valor da umidade relativa do ar
de forma indireta, para isso pode obter a temperatura de bulbo seco e temperatura de bulbo úmido e se
valer do auxílio de tabelas ou gráficos psicrométricos (cartas psicométricas, Figura a), através do cruzamento
dessas informações nos referidos gráficos. Pode, ainda, de forma mais prática valer-se se medidores
eletrônicos que permitem a obtenção de forma direta da umidade relativa do ar como é o caso dos
psicrômetros digitais.
Adicionalmente, pode ser necessário determinar a velocidade do ar, para isso, pode se valer de
equipamentos denominados anemômetros, que podem ser de paletas (Figura b) ou de elementos
termosenssíveis (termoelétricos).
(a) (b)
Figura: (a) carta psicométrica para obtenção da umidade relativa do ar de forma indireta; (b) anemômetro
de paletas.
112
A alternativa C está incorreta. “a exposição ao frio é avaliada utilizando-se um termômetro de bulbo seco,
enquanto que a exposição ao calor considera um termômetro de bulbo úmido e um termômetro de globo,
quando se tem carga solar (não se tem carga solar).”
Importante destacar que, no Brasil, a avaliação da exposição ocupacional ao frio é qualitativa, entretanto,
quando necessário, sua avaliação é realizada utilizando-se apenas o termômetro de bulbo seco, que mede a
temperatura do ar sem considerar as influências da troca térmica.
A alternativa D está incorreta. Como vimos, a velocidade do ar influência nas trocas térmicas corpo-
ambiente. Por isso sua influência é avaliada de forma indireta pelo termômetro de bulbo úmido natural (tbn).
Não obstante, pode-se avaliar essa variável de forma direta com uso de um anemômetro de paletes ou um
termoelétrico.
A alternativa E está incorreta. Vimos que “apesar de pequena, as radiações infravermelha e ultravioleta
exercem influência na leitura indicada pelos termômetros de bulbo seco ou bulbo úmido, por isso,
inclusive, os medidores mais modernos vem com uma barreira de proteção contra radiação, com mostrado
na Figura.”
35 (FUNDATEC / IMESF / 2019) Isolamento Acústico é uma medida de controle para o risco ocupacional:
(A) Calor (B) Frio (C) Iluminamento (D) Ruído (E) Pressão hiperbárica
Comentários: essa é moleza! Isolamento acústico é uma medida de proteção de ordem geral (coletiva)
contra o ruído, pelo que a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
113
36 (IESES / PREF. GASPAR / 2019) Assinale a alternativa correta em relação as unidades de medidas
utilizadas para com as variáveis quantitativas que podem ser usadas em uma avaliação de ruído
ocupacional:
A alternativa A está incorreta. A frequência é dada em Hz, que equivale ao inverso do segundo (1/s) e mede
quantos ciclos de oscilação ocorrem durante um segundo.
A alternativa B está incorreta. O comprimento de onda é dada em metros “m”, mais comumente utiliza-se
seu submúltiplo nanômetro (nm), que equivale a 10-9 m.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Na verdade, não está correta! Como vimos, a unidade
de medida utilizada para quantificar o NPS é o Pascal (Pa), que equivale a um Newton por metro quadrado
(N/m²).
O decibel (dB) é apenas uma escala logarítmica de base dez utilizada para reduzir o “range” de medidaçao,
e vai de 0 a 140 dB.
A questão deveria ter sido anulada pela banca! Provavelmente, ninguém recorreu.
A alternativa C está incorreta. A potência sonora é dada em Watt (W), que equivale a um Joule por segundo
(J/s).
(A) contínuo
(B) de impacto
(C) intermitente
114
Comentários: como vimos “(...) sabe-se que o ouvido humano responde mais sensivelmente nas faixas
situadas entre 2.000 e 5.000 Hz e menos sensivelmente em frequências inferiores a 2.000 Hz e superiores a
5.000 Hz. Com esse conhecimento, estudiosos da acústica chegaram a um padrão de curvas isoaudíveis que
correspondem à mesma intensidade de resposta da audição humana a determinados sons.
Isso resultou na elaboração de curvas de compensação A, B, C e D (Figura) que servem de parâmetro para a
construção dos medidores de níveis de pressão sonora.
A Curva "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade humana para baixos níveis de pressão sonora. Por
isso, a Portaria MTE n.º 3.214/1978 (NRs) adotou a curva de compensação "A" para mensurar ruído contínuo
e intermitente. A Curva "B", para níveis médios. A Curva "C", para níveis de pressão sonora mais elevados,
e por isso é acurva utilizada para medir ruído de impacto (no caso de o medidor não possuir circuito linear).
Por curiosidade, a Curva "D" foi ajustada especificamente para avaliação de níveis de pressão sonora em
aeroportos!”
(A) são trabalhadores com porte físico semelhante, com peso e altura aproximadamente iguais.
115
(B) são grupos homogêneos e, portanto, todos os trabalhadores precisarão ser avaliados.
(D) são grupos homogêneos e que não precisarão ser avaliados todos os trabalhadores.
(E) esses grupos são compostos por trabalhadores que, obrigatoriamente, realizam as mesmas tarefas,
mesmo atuando em diferentes setores da empresa.
39 (IADES / AL-GO / 2019) No contexto de higiene do trabalho, a respeito da avaliação do ruído, é correto
afirmar que
(A) as operações em decibéis são lineares, bastando somar os níveis de ruído medidos de cada fonte.
(B) os limites de tolerância consistem no conjunto de níveis de pressão sonora e as respectivas intensidades
sonoras.
(C) o efeito danoso de um ruído depende, exclusivamente, de três fatores: suscetibilidade individual, duração
e número de repetições diárias da exposição.
(D) os medidores de nível de pressão, quando acoplados a analisadores de frequência, resultam no nível de
ruído correspondente à faixa de frequência selecionada.
(E) foi adotada a curva de compensação C para medição de níveis de ruído contínuo pelas normas
internacionais e pelo Ministério do Trabalho, uma vez que esta se aproxima mais à resposta do ouvido
humano.
A alternativa A está incorreta. Como vimos, as operações em dB não são lineares, inclusive, vale recordar o
procedimento gráfico para soma de níveis de pressão sonora em dB:
116
"(...) frise-se que o dB não é uma quantidade linear, representando um valor de uma escala logarítmica de
base 10. Isso implica que as operações matemáticas com o Decibel não são lineares. Por exemplo, a soma
de 100 dB + 95 dB não é igual a 195 dB!
Para que você entenda como essa soma deve ser realizada, vamos utilizar o método gráfico para adição de
níveis de pressão sonora.
Imagine que uma empresa adquira dois equipamentos para seu processo produtivo, uma politriz e uma
lixadeira. Segundo os manuais dos respectivos fabricantes, a politriz emite 95 dB de ruído e a lixadeira 100
dB. No caso de esses equipamentos serem ligados lado a lado, qual será o nível de pressão sonora próximo
a eles?
Primeiramente, devemos determinar a diferença linear entre os dois níveis de pressão sonora a serem
somados, que é 100 - 95 = 5 dB. Essa diferença deve ser identificada no eixo horizontal do gráfico, traçando-
se uma linha vertical para cima até "tocar" a curva logarítmica (linha vermelha vertical).
Em seguida, traça-se uma linha horizontal até o eixo vertical esquerdo (linha vermelha horizontal), que define
o nível de pressão sonora, em dB(A), a ser adicionado ao maior valor entre os níveis somados. Assim,
obtemos o seguinte nível resultante L = 100 + 1,2 = 101,2 dB(A). Simples, não é?
Agora, quero que perceba uma coisa no gráfico. As bancas cobram isso sem fornecê-lo, então...
A alternativa B está incorreta. Nada disso! Para os fins da higiene ocupacional, nível e intensidade de pressão
sonora têm o mesmo efeito prático, reveja:
117
“É justamente com base na intensidade dos níveis de pressão sonora em dB que a NR 15 determina os Limites
de Tolerância (LT) para o ruído. Não obstante a determinação do LT para o ruído pela NR 15, frise-se que
considerando a qualidade dos dados estatísticos relativos à exposição ocupacional ao ruído em suas variadas
frequências, não é possível definir com precisão a fronteira do ambiente salubre com o insalubre para o
trabalhador. Sendo assim, os LT definidos pela NR 15 são apenas valores estimados, não garantindo a
segurança de todos os trabalhadores.
A alternativa C está incorreta. "o efeito danoso de um ruído depende, exclusivamente, de três fatores:
suscetibilidade individual, duração e número de repetições diárias da exposição".
O trabalhador pode ser submetido a sucessivas repetições diárias ao ruído, se a dose resultante não
ultrapassar a umidade (100%), não sofrerá danos à audição. Reveja esse assunto:
"Para embasar as medidas de controle dos riscos, a higiene ocupacional leva em consideração alguns fatores
determinantes da exposição:
118
Esses fatores se aplicam a qualquer agente - seja físico, químico ou biológico, não só ao ruído!
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. "(...) importante destacar que a medição também
pode ser feita através de medidores instantâneos de nível de pressão sonora, denominados decibelímetros.
Não obstante, medidores de nível de pressão sonora mais sofisticados 40 que possuem medidores de
frequência acoplados, permitindo a obtenção de níveis de ruído para faixas definidas de frequência. Essas
faixas também podem ser selecionadas pelo operador."
A alternativa E está incorreta. Não mesmo! A curva de compensação que mais se aproxima da sensibilidade
do ouvido humano é a "A", recorde-se:
“A Curva "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade humana para baixos níveis de pressão sonora. Por
isso, a Portaria MTE n.º 3.214/1978 (NRs) adotou a curva de compensação "A" para mensurar ruído contínuo
e intermitente. A Curva "B", para níveis médios. A Curva "C", para níveis de pressão sonora mais elevados,
e por isso é acurva utilizada para medir ruído de impacto (no caso de o medidor não possuir circuito linear).
Por curiosidade, a Curva "D" foi ajustada especificamente para avaliação de níveis de pressão sonora em
aeroportos!”
40
Isso é válido tanto para dosímetros quanto para decibelímetros.
119
40 (UFLA / UFLA / 2019) Uma fonte geradora de ruído emitia a pressão sonora de 500 Pa quando foi
adquirida. Sabendo-se que, com o passar do tempo, a máquina passou a emitir 5000 Pa de pressão sonora,
assinale a alternativa CORRETA que representa o aumento do Nível de Pressão Sonora (NPS).
Comentários: questão muito maldosa. Como vimos na aula, "o nível de pressão sonora que provoca dor (200
N/m², limiar da dor) corresponde a 107 vezes o nível de pressão sonora mínimo capaz de sensibilizar a
membrana timpânica humana (2 X 10-5 N/m², limiar de audibilidade). Dessa forma, seria inviável projetar
um sistema de mensuração capaz de operar em uma faixa tão ampla de valores.
Como solução a esse problema, utiliza-se uma escala em Decibel (dB), que corresponde a décima parte de
um Bel (0,1 Bel), que, frise-se, não é uma umidade, mas uma relação adimensional que pode ser definida
pela seguinte equação logarítmica:
𝑃
𝐿 = 20 log ( )
𝑃0
Em que:
𝐿 = nível de pressão sonora (dB);
𝑃 = pressão sonora encontrada no ambiente (Pa);
𝑃0 = pressão sonora de referência (2 X 10-5 Pa, limiar de audibilidade)".
Para resolver esse tipo de questão, vocês devem decorar os valores notáveis para a função log de base 10,
tais sejam:
log 10 1
log 100 2
log 1000 3
log 10000 4
Nesse caso, podemos utilizar como pressão de referência, àquela emitida pela máquina quando nova, ou
seja, 500 Pa, ao invés do liminar de audibilidade. Assim, obtemos
5000
𝐿 = 20 log ( 500 ) = 20 log(10) = 20 𝑑𝐵
120
Logo, a máquina apresentou um aumento no nível de pressão sonora de 20 dB, pelo que a alternativa D está
correta e é o gabarito da questão.
(A) Ruído.
(B) Calor.
Comentários: a “utilização de barreiras ou paredes revestidas de chumbo e a blindagem das fontes” são duas
das principais medidas de proteção contra radiações ionizantes, pelo que a alternativa C está correta e é o
gabarito da questão.
42 (AOCP / SUSIPE-PA / 2018) A avaliação do ruído pode ser feita com diversos objetivos, como para
caracterização de insalubridade, caracterização da aposentadoria especial, avaliação ocupacional de ruído
e avaliação para fins de conforto. Em relação às técnicas e procedimentos utilizados na avaliação
ocupacional do ruído, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Para se obter bons resultados, é recomendado analisar o processo produtivo e o organograma da
empresa.
(C) No caso de um dosímetro de ruído, deve ser selecionado um dosímetro com circuito de ponderação “A”,
classificação mínima do tipo 3 e circuito de resposta lenta (slow).
(D) Deve ser definida a estratégia de avaliação, ou seja, o número de avaliações a serem realizadas, tempo
de avaliação, grupos de exposição, entre outros.
(E) Embora os procedimentos de avaliação estejam descritos na NR-15, anexo 1, podem ser utilizadas outras
normas, como a NHO-01 da FUNDACENTRO.
121
A alternativa A está correta. Perfeito! esse é um dos princípios de avaliação de riscos preconizados pela
higiene ocupacionais, reveja-os:
“Apesar de cada NHO estabelecer diferentes critérios de avaliação, em função do agente de risco específico,
existem princípios de avaliação de riscos que são comuns, ou seja, que se aplicam a todos os agentes de
riscos e metodologias, tais sejam (na sequência):
a) abordagem dos locais e das condições de trabalho: o higienista ocupacional deve analisar
cuidadosamente o processo produtivo que irá avaliar. Essa avaliação pode incluir conversas com os
profissionais, desde a mais alta gestão até o trabalhador que será avaliado; análise de documentos
da empresa, como fluxogramas do processo produtivos, dados de exames médicos, entre outros
(obtenção de dados administrativos); e principalmente através da observação in loco do processo
produtivo por parte do avaliador (processo de confirmação das informações levantadas);
b) determinação da amostra (amostragem): é o conjunto de procedimentos empregados na estimativa
da exposição ocupacional, que permitem obter amostras representativas e resultados com
confiabilidade determinada em função da precisão e exatidão das técnicas utilizadas. Não deve ser
confundida com a coleta de amostra, trata-se da definição representativa de uma amostra dos
indivíduos expostos;
c) definição de Grupos de Exposição Similar - GES: também chamados de Grupos homogêneos de
Exposição - GHO, correspondem a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição
semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja
representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. Identificando-
se corretamente esse grupo, a avaliação não precisa ser realizada com todos os trabalhadores, mas
apenas com um ou mais trabalhadores cuja exposição seja "típica" de cada grupo considerado. Trata-
se do resultado da definição da amostra (amostragem);
d) definição do período de amostragem: o conjunto de medições deve ser representativo das condições
reais de exposição ocupacional do GES. Desta forma, a avaliação deve cobrir um período necessário
para que todas as condições habituais de trabalho (operacionais e ambientais) sejam contempladas.
Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho
previsíveis, mas não habituais, tais como manutenções preventivas, devem ser excluídas da avaliação,
ou, quando for o caso, avaliadas isoladamente. Havendo dúvidas sobre a representatividade da
amostragem, deve-se avaliar, caso necessário, toda a jornada diária 41;
e) avaliação da exposição ocupacional: consiste no processo de avaliar e dimensionar (no caso de
avaliação quantitativa) a exposição dos trabalhadores e a magnitude dos fatores ambientais,
comparando-os com os valores de referência (nível de ação e limite de tolerância);
f) monitoramento periódico da exposição: consiste em uma avaliação sistemática e repetitiva da
exposição dos trabalhadores, visando a um acompanhamento dos níveis de exposição e das medidas
41
Exceto no caso do calor, cuja avaliação deve se limitar aos 60 minutos mais críticos já jornada diária.
122
A alternativa B está correta. mais um dos princípios de avaliação de riscos preconizados pela higiene
ocupacionais, reveja o comentário anterior.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Veja a maldade: "No caso de um dosímetro de ruído,
deve ser selecionado um dosímetro com circuito de ponderação “A”, classificação mínima do tipo 3 e circuito
de resposta lenta (slow)".
A classe mínima deve ser 2!!! Vamos recordar as especificações técnicas e de configuração do dosímetro?
"(...) para a avaliação dos ruídos contínuos e intermitentes (casos mais comuns) a NHO 01 da Fundacentro
recomenda que o audiodosímetro ou dosímetro de ruído 42 atenda aos seguintes requisitos técnicos:
(trataremos de muitos desses conceitos no estudo da NHO 01 e da NR 15!)
Além disso, o equipamento deve atender a seguinte configuração, para medição de ruído contínuo ou
intermitente:
42
Dosímetro de ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional
ao ruído
43
Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados
na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição
44
Incremento de Duplicação de Dose (q): Incremento em decibéis que, quando adicionado a um
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo
máximo permitido.
45
Como veremos, a NR 15 adota q = 5 e não q = 3 como a NHO 01!
123
A alternativa D está correta. mais um dos princípios de avaliação de riscos preconizados pela higiene
ocupacionais, revejam o comentário da alternativa A.
A alternativa E está correta. Na verdade, foi considerada correta pela banca, mas não concordo!!! Mantenho
o que trouxe na aula:
"O processo de avaliação de riscos (o mais técnico entre eles) deve seguir metodologias específicas para cada
agente. Muitas dessas metodologias são estabelecidas pelas Normas de Higiene Ocupacional - NHOs da
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, que é uma
autarquia ligada ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho – SST.
O único item que traz algo relacionado a metodologia de avaliação no Anexo n.° 1 da NR 15, é o item 2:
Falta muito para isso ser um procedimento de avaliação! A banca pecou nessa questão. Talvez nenhum
candidato tenha fundamentado um bom recurso.
43 (AOCP / SUSIPE-PA / 2018) Em um ambiente de trabalho, foi identificada a presença de calor. Estão
sendo estudadas maneiras para evitar um possível desconforto térmico e sobrecarga térmica nos
trabalhadores que desenvolvem suas atividades no referido ambiente de trabalho. Em relação às
considerações necessárias nesse caso, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. É preciso criar um ambiente de trabalho que favoreça a perda de calor por evaporação. Todo calor recebido
pelo trabalhador por meio de condução, convecção e radiação pode ser perdido por evaporação, evitando a
sobrecarga térmica.
II. Modificar a velocidade do ar pode alterar as trocas de calor tanto na condução e na convecção como na
evaporação.
III. O aumento da velocidade do ar pode favorecer ou desfavorecer o ganho de calor pelo organismo humano.
IV. O organismo humano ganha calor por meio da radiação, mas não consegue perder calor por meio da
radiação. Portanto é preciso eliminar fontes de calor do ambiente de trabalho.
124
(A) Apenas II e IV. (B) Apenas I e IV. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) Apenas I, II e IV
A afirmativa I é falsa. Apesar de ser o principal mecanismo de troca de calor entre o trabalhador e o ambiente,
somente a evaporação não é capaz de liberara quantidade suficiente de calor para que o organismo humano
evite a sobrecarga térmica. A esse respeito, vale recordar:
"(...) a sobrecarga térmica é resultante de duas parcelas: uma externa (ambiental), oriunda das trocas
térmicas com o ambiente, e outra interna (metabólica), resultante da atividade física que o indivíduo exerce.
As trocas térmicas podem ser divididas em secas e úmidas:
1) Trocas secas:
a) condução: a troca térmica que ocorre entre dois corpos de temperaturas diferentes quando
em contato, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a diferentes
temperaturas. No caso do trabalhador, essas trocas são geralmente pequenas, ocorrendo por
contato do corpo com ferramentas e superfícies;
b) convecção: é a troca térmica que ocorre entre um corpo e um fluido, ocorrendo
movimentação do último por diferença de densidade provocada pelo aumento da
temperatura. No caso do trabalhador, essa troca ocorre com o ar à sua volta; e
c) radiação: é a troca térmica entre dois corpos através da natureza eletromagnética que
caracteriza a onda de calor. Corresponde a maior parcela de ganho de calor no caso de
exposição ao calor ocupacional. As trocas por radiação entre o trabalhador e seu entorno,
quando há fontes radiantes severas (fornos, por exemplo), são as mais importantes no
balanço térmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas.
2) Trocas úmidas:
a) condensação: é proveniente da mudança do estado gasoso de vapor de água contido no ar
para o estado líquido; e
b) evaporação: é a proveniente da mudança do estado líquido da água para o estado gasoso
(vapor). É o principal mecanismo de perda de calor pelo trabalhador e ocorre quando o suor
evapora de seu corpo. Caso não haja evaporação do suor, devido a vestimentas inadequadas,
por exemplo, esse principal mecanismo fica comprometido. Apear de se ser o principal
mecanismo de troca térmica, não é capaz, isoladamente, de liberar todo calor recebido pelo
trabalhador por meio de condução, convecção e radiação de modo a evitar a sobrecarga
térmica.
125
A afirmativa IV é falsa. Essa é questão de física mesmo! Todo corpo, com temperatura superior ao zero
absoluto, tanto ganha quanto perde calor por radiação!
126
44 (FUNDEP / INB / 2018) Segundo os limites de dose estabelecidos pela norma da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN NN 3.01) para indivíduos ocupacionalmente expostos, a dose efetiva deve
ser menor que:
(D) 20 mSv/ano de média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não ultrapasse 50 mSv em qualquer
ano.
“A Tabela estabelece os limites para Indivíduos Ocupacionalmente Expostos – IEO, que correspondem aos
indivíduos sujeitos à exposição ocupacional (ou no trabalho), bem como para o indivíduo público, assim
entendido qualquer membro da população quando não submetido à exposição ocupacional ou exposição
médica. Adicionalmente, destaque-se que esses limites de dose não se aplicam às exposições médicas (por
exemplo, quando um paciente faz uma seção de radioterapia).
O CENEN ainda determina que para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser
controladas de maneira que seja impossível que, a partir da notificação da gravidez, o feto receba dose
efetiva superior a 1 mSv (um mili-Sievert) durante o resto do período de gestação.
Na contramão do CENEN, que permite a exposição, a legislação trabalhista, através da CLT, estabelece que
toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes,
devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
127
Além disso, advirta-se que indivíduos com idade inferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições
ocupacionais à radiações ionizantes."
45 (FUNRIO / SESAU-RO / 2017) Avalie se as afirmativas a seguir, relativas à propagação do som, são falsas
(F) ou verdadeiras (V):
( ) O som precisa de um meio para se propagar. As ondas de som são transmitidas através do ar e de outros
materiais (gasosos, líquidos e sólidos).
( ) O som é um movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade, uma frequência e uma
velocidade de propagação.
( ) A frequência de uma onda sonora é determinada pela contagem do número de frentes de onda que
passam por um certo ponto em um determinado tempo.
A primeira afirmativa é verdadeira. Como vimos, “as ondas sonoras são produzidas por deformações
provocadas pela diferença de pressão em um meio elástico: sólido, líquido ou gasoso, sendo imprescindível
a existência deste meio para sua propagação. Assim, frise-se que, por ser onda mecânica, o som não se
propaga no vácuo.”
A segunda afirmativa é verdadeira. Como vimos, “as ondas sonoras são produzidas por deformações
provocadas pela diferença de pressão em um meio elástico: sólido, líquido ou gasoso, sendo imprescindível
a existência deste meio para sua propagação. Assim, frise-se que, por ser onda mecânica, o som não se
propaga no vácuo.
Denomina-se movimento periódico aquele que se repete em intervalos iguais de tempo. Esse deslocamento
periódico de um lado para o outro (relativamente a um ponto médio de equilíbrio) em uma mesma trajetória,
caracteriza o movimento oscilatório ou vibratório.
Oscilações de sistemas materiais que ocorrem no ar podem resultam em variações de pressão atmosférica.
Quando tais oscilações estimulam o aparelho auditivo são denominadas vibrações sonoras. Em resumo, o
som é uma sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma fonte de vibração.
128
Trata-se de um movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade, uma frequência e uma
velocidade de propagação.”
A terceira afirmativa é falsa. Velocidade de preparação do som no vácuo? Sendo uma onda mecânica, o som
não se propaga no vácuo!
A quarta afirmativa é verdadeira. Vimos que a “frequência: número de vibrações por unidade de tempo, ou
ainda o número de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo
(1ciclo/segundo = 1HZ). É determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um
certo ponto em um determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores
a 20 Hz são chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de
ultrassom. Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo."
46 (IBFC / EBSERH / 2016) O som é originado por uma vibração mecânica (cordas de um violão, membrana
de um tamborim, dentre outros) que se propaga no ar e atinge o ouvido. Quando essa vibração estimula
o aparelho auditivo, ela é chamada de vibração sonora. Os valores para a frequência da voz e limiar de
audibilidade estão respectivamente descritos na alternativa:
Comentários: mais uma questão cobrando a faixa de frequência audível e o limiar de audibilidade, recorde-
se:
"(...) para que as ondas sonoras estimulem o aparelho auditivo do ser humano devem ser preenchidas as
seguintes características:
a) Frequência: número de vibrações por unidade de tempo, ou ainda o número de repetições das
flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ). É
determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um certo ponto em um
determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores a 20 Hz são
chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de ultrassom.
Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo.
129
b) Nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton por Metro Quadrado
(N/m²) e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido pela comunidade
científica como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero Decibel). Níveis
de pressão sonora entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de pressão
abaixo de 2 X 10-5 N/m² estão abaixo do limiar auditivo, não podendo ser "ouvidos", ao passo que
valores acima de 200 N/m² são extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata.
Por isso, esse limite superior é chamado de limiar de dor.
130
Comentários: vimos que “Alguns fatores são determinantes para a exposição ocupacional às radiações
ionizantes, que podem levar a uma menor ou maior absorção de dose pelo tecidos expostos (organismo),
são eles: quantidade de proteção contra a fonte de radiação, tempo de exposição, distância da fonte de
radiação, potência do equipamento irradiante, entre outros.”
Logo, a exceção fica por conta da “cor da pela da pessoa”, pelo que a alternativa A está correta e é o gabarito
da questão.
Comentários: vimos que “em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com
que se propagam, as radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em
eletromagnéticas (não possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.”
131
Das alternativas trazidas pelas bancas, apenas a "A" traz somente exemplos de radiações ionizantes. Todas
as demais contemplam exemplos de radiações não ionizantes como: infravermelhos, micro-ondas,
ultravioleta e luz visível. Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
49 (IBFC / EBSERH / 2016) Os efeitos do ruído vão desde uma ou mais alterações passageiras até graves
efeitos irreversíveis. Um dos efeitos mais comuns encontrados é a interferência com a comunicação oral
que ocorre, principalmente:
(A) Nas bandas de oitava representadas pelas frequências 500, 1000 e 2000 hertz.
(B) Nas bandas de terço de oitava representadas pelas frequências 4000 e 8000 hertz.
(C) Nas bandas de oitava representadas pelas frequências 63, 125 e 250 hertz.
(D) Nas bandas de terço de oitava representadas pelas frequências 50, 100 e 200 hertz.
(E) as bandas de oitava representadas pelas frequências 250, 350 e 450 hertz.
Comentários: vimos que “o ruído é o agente físico que mais provoca problemas à saúde dos trabalhadores,
uma vez que está presente, e em elevada intensidade, em praticamente todos os processos produtivos de
todos os ramos de atividade econômica.
132
A principal forma de acometimento à saúde dos trabalhadores se dá através da Perda Auditiva Induzida por
Ruído - PAIR46, entretanto, estudos veem mostrando evidências de que a exposição prolongada ao ruído
também está associada a hipertensão em algumas classes de trabalhadores. Inclusive, atualmente o ruído é
legalmente reconhecido como fator de risco (fator etiológico) para a hipertensão arterial, através do Decreto
n.° 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social).
De forma resumida, a PAIR é caracterizada pela diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por
exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora (ruído), e tem como principal característica a
progressão gradual da redução da acuidade auditiva e a irreversibilidade do quadro clínico.
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.
A PAIR não pode ser confundida com o trauma acústico, este último corresponde a perda auditiva súbita
decorrente da exposição a uma pressão sonora intensa como, por exemplo, uma explosão que culmina na
ruptura do tímpano.
Além da PAIR e do trauma acústico, que são alterações graves e irreversíveis no aparelho auditivo, o ruído
está associado a interferência na comunicação oral nas bandas de oitava47 representadas pelas frequências
de 500, 1000 e 2000 Hz."
50 (FGV / CODEBA / 2016) As radiações subdividem-se em Radiações Ionizantes e Não Ionizantes de acordo
com a sua capacidade de interagir com a matéria.
Relacione o tipo de onda aos possíveis efeitos sobre o trabalhador, decorrentes de exposição no ambiente
de trabalho.
( ) Raio X
( ) Infravermelha
( ) Microondas
46
Atualmente existem outras definições para esse grupo de doenças.
47
A banda de oitava é composta pelas oito faixas de frequência: 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000;
4000; 8000 e 16000 Hz.
133
3. Queimaduras.
Comentários: como vimos, as radiações gamas (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem
massa, nem carga elétrica. A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo
dos átomos ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X
são produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons. O poder de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é
muito maior que os das partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede
de chumbo. Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.
"As radiações pertencentes ao espectro das micro-ondas podem ser produzidas em estações de radar,
radiotransmissão, telefonia e em alguns processos industriais e medicinais. Estudos têm mostrado que o
efeito mais acentuado é o térmico (aumento de temperatura dos tecidos) e que, quanto maior a frequência
e maiores a potência e o tempo de exposição, maior o risco de lesões internas, devido às facilidades com que
as ondas penetram no organismo. A exposição às micro-ondas também tem sido associada a elevação da
pressão arterial (hipertensão).
As radiações infravermelhas podem ter origem natural ou artificial e são, assim como as ultravioletas, pouco
penetrantes no tecido humano, causando, basicamente aquecimento superficial da pele. Apesar de não
serem classificadas como radiações não ionizantes pela NR 15, para efeitos de insalubridade, a exposição às
radiações infravermelhas de grande magnitude podem resultar em queimaduras graves."
Assim, temos:
(raios-X) = ação sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos descendentes.
(infravermelha) = queimaduras.
134
51 (UFMT / UFMT / 2016) Acerca do trabalho realizado em áreas onde há fontes de radiações ionizantes,
marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes,
devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
A afirmativa I é verdadeira. Vimos que “o CENEN ainda determina que para mulheres grávidas
ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser controladas de maneira que seja impossível que, a partir
da notificação da gravidez, o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv (um mili-Sievert) durante o resto
do período de gestação.
Na contramão do CENEN, que permite a exposição, a legislação trabalhista, através da CLT, estabelece que
toda trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes,
devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.”
A afirmativas II e III são verdadeiras. Como vimos, “(...) toda instalação radiativa deve dispor de monitoração
individual e de áreas. A monitoração individual é realizada através de dosímetros individuais, que devem
ser obtidos, calibrados e avaliados exclusivamente em laboratórios de monitoração individual acreditados
pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Por sua vez, a monitoração de área é realizada através
de equipamentos específicos, também acreditados pelo CENEN.”
A afirmativa IV é falsa. Como vimos, “além da monitoração ambiental (individual e de área) a que está sujeito,
o trabalhador deve passar por monitoração biológica rigorosa, incluindo realização de hemograma
completo a cada 6 (seis) meses.”
135
Comentários: se não há carga solar, não se faz necessária a medição da temperatura de bulbo seco (tbs),
necessitando apenas da medidas das temperaturas de bulbo úmido (tbs) e temperatura de globo (tg), pelo
que a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
(A) zelar pelo cumprimento do plano de proteção radiológica aprovado pela CNEN.
(C) assessorar a direção da instalação e mantê-la informada sobre todos os assuntos relativos à proteção
radiológica.
(D) coordenar o treinamento, orientar e avaliar o desempenho dos IOE (Indivíduo Ocupacionalmente
Exposto), sob o ponto de vista de proteção radiológica.
136
Destaque-se, ainda, que o substituto eventual do supervisor de proteção radiológica deve estar devidamente
treinado ou habilitado, a critério da CNEN, para exercer a função de supervisor de proteção radiológica
naquela prática.”
Veja que não cabe ao supervisor de proteção radiológica “caracterizar a situação de periculosidade ou
insalubridade por exposição à radiação ionizante”. Isso é função do Engenheiro ou Médico do Trabalho.
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
54 (INSTITUTO AOCP / EBSERH / 2015) Entender as medidas de controle do ruído é fundamental para
definir adequadamente os melhores meios de controle do ruído. Sobre essas medidas de controle, é
correto afirmar que
(B) reapertar estruturas de um equipamento ruidoso não pode proporcionar redução dos níveis de ruído
deste equipamento.
(D) nas medidas de controle no meio, quando o som incide sobre uma superfície, ele é absorvido, transmitido
e uma parte dele é refletida.
(E) as medidas de controle individuais são aquelas que buscam reduzir o ruído na fonte ou na trajetória.
• Eliminação da fonte;
• Seleção de máquinas ou equipamentos menos ruidosos;
• Manutenção: elaboração de planos de manutenção preventiva e corretiva como por
Controle do
exemplo, balanceamento periódico de máquinas rotativas e lubrificação de
risco na
rolamentos;
fonte
• Modificação das fontes geradoras: Instalação de silenciadores em sistemas de ar
comprimido, compressores, bicos de saída de ar, válvulas pneumáticas, condutores
de sistemas de ventilação etc.; utilização de bases rígidas na montagem de máquinas
137
A alternativa A está incorreta. " regular motores de equipamentos ruidosos é uma medida de controle no
meio (na fonte)”. A banca poderia ter utilizado o termo mais apropriado: “na trajetória”.
A alternativa B está incorreta. Não só pode, mas se trata de medida de controle do risco na fonte, a mais
efetiva, inclusive.
A alternativa C está incorreta. Não mesmo! O uso de EPIs deve ser residual, apenas quando as medidas de
controle do risco na fonte, as medidas de controle na trajetória e as medidas administrativas e de
organização do trabalho não puderem eliminar completamente o risco.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De fato, esses são fenômenos acústicos que devem
ser observados na adoção de medidas de controle na trajetória (no meio).
A alternativa E está incorreta. "as medidas de controle individuais são aquelas que buscam reduzir o ruído
na fonte ou na trajetória (no receptor, no caso, no trabalhador).
55 (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2015) Os raios gama podem ser entendidos como radiação
eletromagnética de frequência mais alta que a dos raios X.
A radiação gama
138
Comentários: vamos recordar as principais características dos diferentes tipos de radiações ionizantes.
"Em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se propagam, as
radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em eletromagnéticas (não
possuem massa):
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através
de um ferimento ou aspiração;
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas;
c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica.
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo.
Especialmente os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos
descendentes.”
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De fato, os raios gama têm origem no interior dos
núcleos dos átomos.
As alternativas C, D e E estão incorretas. Os raios gama possuem frequência mais alta que os raios-X,
portanto, possuem mais energia, menor comprimento de onda e consequentemente maior capacidade de
penetração.
(C) Laser.
(D) Micro-ondas.
Comentários: das alternativas trazidas, apelas a radiação grama é ionizante, as demais, são não ionizantes.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
(A) III, apenas (B) I e II, apenas (C) I e III, apenas (D) II e III, apenas (E) I, II e III
Comentários: como vimos “no tocante aos princípios de proteção radiológica que norteiam a proteção dos
trabalhadores a exposição a radiações ionizantes, destaque-se que há uma pequena diferença entre a
literatura técnica e o estabelecido pela Norma CENEN-NN-3.01/2014. Para a literatura técnica, são três os
princípios básicos para proteção radiológica do trabalhador:
a) tempo de exposição;
b) blindagem; e
c) distância da fonte.
Não obstante, a Norma CENEN-NN-3.01/2014 também reconhece três princípios de proteção radiológica,
mas um pouco diferente:
a) justificação;
b) limitação da dose; e
c) otimização.
140
tempo de exposição
distância da fonte
Princípios de proteção
radiológica
justificação
otimização
(B) Frequência (f): é definida como o nº. de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou nº.
de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ).
(C) Comprimento de onda é a distância entre dois picos sucessivos de ondas com amplitudes similares.
A alternativa A está correta. De fato, a amplitude da onda sonora é o deslocamento máximo em relação a
posição de equilíbrio.
Como vimos, “além da frequência e do nível de pressão sonora, duas outras variáveis são importantes na
análise do ruído ocupacional, tais sejam:
141
A alternativa B está correta. Como vimos, a “frequência é o número de vibrações por unidade de tempo, ou
ainda o número de repetições das flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo
(1ciclo/segundo = 1HZ). É determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um
certo ponto em um determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores
a 20 Hz são chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de
ultrassom. Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo.”
A alternativa C está correta. De fato, o comprimento de onda se refere a distância entre dois picos sucessivos
de ondas com amplitudes similares. Veja o comentário da alternativa A.
A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. A sensação auditiva, ou faixa audível, situa-se entre
20 e 20 kHz, vide comentário da alternativa B.
(B) O som é originado por uma vibração sonora (cordas de um violão). Quando essa vibração estimula o
aparelho auditivo = vibração sonora.
(C) São todas as flutuações de pressão que produzem a sensação de audição quando atingem o ouvido
humano.
(D) A determinação dos efeitos dos Riscos Ambientais deve estar embasada na Natureza do Risco, na
Concentração do Risco, na Intensidade do Risco e no Tempo de Exposição ao Risco”.
A alternativa A está incorreta. “O som se caracteriza por flutuações de pressão em um meio desconhecido
(elástico)”. São os meios elásticos: líquidos, gasosos ou sólidos.
A alternativa B está incorreta. “O som é originado por uma vibração sonora (mecânica) (cordas de um violão).
Quando essa vibração estimula o aparelho auditivo = vibração sonora.”
142
A alternativa C está incorreta. Não! Somente aquelas na faixa de frequência audível, entre 20 Hz e 20.000 Hz.
A alternativa D esta correta e é o gabarito da questão. Prefeito! Essas são as bases para determinação de
qualquer risco ambiental.
60 (CESGRANRIO / SPE / 2009) A norma CNEN-NN-3.01, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, tem por
objetivo estabelecer os requisitos básicos de proteção radiológica das pessoas em caso de exposição à
radiação
(A) solar. (B) térmica. (C) ultravioleta. (D) não ionizante. (E) ionizante
"(...) a Norma CENEN NN 3.01/2014 por objetivo estabelecer os requisitos básicos de proteção radiológica
das pessoas em relação à exposição à radiação ionizante.
61 (ESAF / MTE / 2006) Analise as proposições sobre acústica e a seguir, assinale a opção correta.
I – Define-se som como energia na forma de ondas mecânicas longitudinais audíveis que se propagam através
de meio elástico
III – O que diferencia o ruído do barulho é o caráter subjetivo deste, notadamente desagradável ao ouvido
humano.
IV - O sistema auditivo humano divide-se didaticamente em três partes, quais sejam: epicraniana,
mesocraniana e intracraniana
143
"(...) o som é considerado uma onda mecânica longitudinal tridimensional provocada por uma variação
rápida da pressão, capaz de sensibilizar o aparelho auditivo. É uma onda mecânica pois está relacionada às
vibrações (ondas mecânicas) que se propagam em um meio material elástico 48 (sólido, líquido ou gasoso).
Sempre que ouvimos um som, existe um corpo material que vibra, produzindo esse som!
É uma onda longitudinal porque se propaga em uma direção paralela à direção da vibração 49. Por exemplo,
para produzirmos a "fala", a passagem do ar faz com que as cordas vocais vibrem para frente e para trás,
produzindo regiões de compressão e refração do ar. Essas regiões deslocam-se na mesma direção da
vibração das condas vocais. Por fim, é uma onda tridimensional porque se propaga em todas as dimensões,
ou seja, consegue se propagar nas três direções do espaço, simultaneamente."
"(...) Para que as ondas sonoras estimulem o aparelho auditivo do ser humano devem ser preenchidas as
seguintes características:
a) Frequência: número de vibrações por unidade de tempo, ou ainda o número de repetições das
flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ). É
determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um certo ponto em um
determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores a 20 Hz são
chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de ultrassom.
Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo.
b) Nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton por Metro Quadrado
(N/m²) e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido pela comunidade
científica como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero Decibel). Níveis
de pressão sonora entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de pressão
abaixo de 2 X 10-5 N/m² estão abaixo do limiar auditivo, não podendo ser "ouvidos", ao passo que
48
Ou deformável, ao contrário das ondas eletromagnéticas (radiações) que não necessitam de meio
material para se propagar, ou seja, podem se propagar no vácuo.
49
Ao contrário, a luz, por exemplo, é uma onda transversal, pois se propaga na direção perpendicular a
fonte, ou seja, os raios de luz se propagam em um ângulo de 90 em relação ao bulbo da lâmpada.
144
valores acima de 200 N/m² são extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata.
Por isso, esse limite superior é chamado de limiar de dor.
A afirmativa III está incorreta. "oscilações de sistemas materiais que ocorrem no ar podem resultam em
variações de pressão atmosférica. Quando tais oscilações estimulam o aparelho auditivo são denominadas
vibrações sonoras. Em resumo, o som é uma sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas
por uma fonte de vibração. Trata-se de um movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade,
uma frequência e uma velocidade de propagação.
(...)
Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do som. Na higiene ocupacional
costuma-se denominar barulho ou ruído todo som que seja indesejável, errático. Para a OIT (Art. 3º da
Convenção n.º 148), o termo "ruído" compreende qualquer som que possa provocar uma perda de audição
ou ser nocivo à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo.
O som é uma sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma
fonte de vibração, sendo classificado como uma onda mecânica longitudinal
tridimensional. Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do
som.
No caso, o avaliar considerou ruído e barulho como diferentes mas, na verdade, são termos sinônimos.
A afirmativa IV está correta. A banca utilizou uma divisão mais técnica (da área de saúde) em que a região
epicraniana equivale ao ouvido externo, a região mesocraniana ao ouvido médio e a região intracraniana ao
ouvido interno.
"Em resumo, o ouvido humano é dividido em externo, médio e interno, com seus respectivos "componentes"
anatômicos50:
50
Existem outros, só trouxe os mais comuns.
145
membrana timpânica
martelo
Divisão do aparelho ouvido médio
auditivo humano bigorna
estribo
146