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Aula 34 - Prof.

Edimar
Monteiro (Somente em
PDF)
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 4 - Segurança e Saúde
Autor:
do Trabalhador e da Trabalhadora - 2024
André Rocha, Edimar Natali
(Pós-Edital)
Monteiro, Felipe Canella, Stefan
Fantini

27 de Março de 2024

25017522875 - MARIA APARECIDA BEZERRA DA SILVEIRA


André Rocha, Edimar Natali Monteiro, Felipe Canella, Stefan Fantini
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SUMÁRIO
TOXICOLOGIA OCUPACIONAL .............................................................................................................. 4

1 FUNDAMENTOS DE TOXICOLGIA OCUPACIONAL ............................................................................... 5

1.1 Introdução..... ............................................................................................................................................ 6

1.2 Perigo, risco, efeitos tóxicos e agentes tóxicos ......................................................................................... 7

1.2.1 Perigo x Risco .................................................................................................................................... 7

1.2.2 Agente tóxico x Efeito tóxico ............................................................................................................. 9

1.3 Testes de avaliação de toxicidade ........................................................................................................ 10

1.3.1 Toxicidade aguda ........................................................................................................................... 11

1.3.2 Toxicidade subcrônica ..................................................................................................................... 13

1.3.3 Toxicidade crônica........................................................................................................................... 13

1.4 Relação dose-resposta ........................................................................................................................... 14

1.4.1 Doses NOAEL e LOAEL .................................................................................................................... 18

1.5 Intoxicação (toxicocinética e toxicodinâmica) ......................................................................................... 19

1.5.1 Introdução ........................................................................................................................................ 19

1.5.2 Fases do processo de intoxicação ................................................................................................... 20

1.5.3 Classificação da intoxicação ........................................................................................................... 24

1.5.3.1 Classificação para agrotóxicos .................................................................................................... 25

1.5.3.2 Diagrama de Hommel .................................................................................................................. 25

1.5.4 Etapas da toxicocinética .................................................................................................................. 27

1.5.4.1 Transporte nas membranas celulares e absorção......................................................................... 27

1.5.4.1.1 Absorção de gases e vapores ................................................................................................... 30

1.5.4.1.2 Absorção de particulados sólidos ou líquidos............................................................................ 31

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1.5.4.2 Distribuição ................................................................................................................................... 32

1.5.4.3 Biotransformação (metabolização) ............................................................................................... 32

1.5.4.4 Excreção ....................................................................................................................................... 33

1.6 Mutagênese, carcinogênese e sensibilizantes ......................................................................................... 34

1.6.1 Mutagênese ..................................................................................................................................... 34

1.6.2 Carcinogênese ................................................................................................................................. 35

1.6.3 Sensibilizantes.................................................................................................................................. 36

1.7 Monitoramento biológico ........................................................................................................................ 37

1.7.1 Aspectos gerais ................................................................................................................................ 37

1.7.2 Indicadores biológicos ..................................................................................................................... 39

2 TOXICOLGIA/HIGIENE OCUPACIONAL .............................................................................................. 41

2.1 Limites de exposição............................................................................................................................... 42

2.2 Classificação dos contaminantes no ar ................................................................................................... 44

2.3 Gases e vapores asfixiantes e irritantes ................................................................................................ 46

2.3.1 Gases asfixiantes ............................................................................................................................ 46

2.3.1.1 Gases asfixiantes simples ............................................................................................................. 46

2.3.1.2 Gases asfixiantes químicos ........................................................................................................... 46

2.3.2 Gases e vapores irritantes............................................................................................................... 47

2.4 Particulados sólidos ................................................................................................................................ 47

2.4.1 Particulados sólidos ......................................................................................................................... 47

2.4.1.1 Definição de particulado sólido ou aerossol particulado sólido................................................... 48

2.4.1.2 Partículas não especificadas de outra forma (PNOS) .................................................................. 49

2.4.1.3 Fibrogenicidade de particulados ................................................................................................. 49

3 QUESTÕES ......................................................................................................................................... 51
2

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3.1 Questões sobre fundamentos de toxicologia ocupacional...................................................................... 51

3.1.1 Gabarito... ........................................................................................................................................... 62

4 QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................. 63

4.1 Questões comentadas sobre fundamentos de toxicologia ocupacional ................................................. 63

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TOXICOLOGIA OCUPACIONAL
Olá, amigo(a) estrategista!!! Sou o Prof. Edimar Monteiro.

Nessa aula, trataremos do tema Toxicologia Ocupacional.

Essa Aula foi desenvolvida com base na publicação intitulada Toxicologia Ocupacional (2020) da Fundação
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO, que é um dos "braços"
técnicos do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, especialmente para produção de normas e materiais
técnicos.

Fica o contato para eventuais dúvidas:

@prof.edimarmonteiro

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1 FUNDAMENTOS DE TOXICOLGIA OCUPACIONAL

LEITURA OBRIGATÓRIA!

Essa Aula tem base na referência apontada na página anterior (um livro com mais de
600 páginas, exatamente 622). Procurei buscar o máximo de questões possíveis sobre
o assunto, analisar o edital e estudar o que tem sido cobrado nos últimos anos a
respeito desse tema, que, convenhamos, não é dos mais comuns para a área de
segurança e saúde no trabalho.

Alguns assuntos que aparecem no edital dentro desse tema, como: “classificação dos
agentes tóxicos quanto à ação tóxica”, “gases e vapores irritantes e asfixiantes”,
“limites de tolerância”, “limites de exposição ocupacional’, “exposição ocupacional e
efeitos”, “classificação dos contaminantes no ar”, ‘particulados sólidos”; são, do mesmo
modo e igualmente abordados pela Higiene Ocupacional, e que você já estudou nas
Aulas de “Fundamentos de Higiene Ocupacional – Agentes Químicos” e “Doenças
Ocupacionais”.

Então, para otimizar os estudos, vamos focar na parte que é mesmo


ESPECÍFICA/EXCLUSIVA de Toxicologia Ocupacional, que você verá nessa primeira parte
da Aula.

Ademais, como estratégia que você conhece, alguns conhecimentos não comumente
cobrados vão aparecer somente nos comentários das alternativas, para evitar trazer à
Aula assunto que são “pontos fora da curva”.

Vamos lá?

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1.1 Introdução

A Toxicologia (geral) é a ciência que estuda os efeitos danosos de substâncias químicas nos organismos vivos
com vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. Assim como a ergonomia, que tem
vários ramos (física, cognitiva, organizacional), a toxicologia também tem.

Especificamente, Toxicologia Ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas e quantificadas


as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem, com o objetivo de
prevenir riscos à saúde do trabalhador, ou ainda a área que se ocupa com os estudos das ações e efeitos
nocivos de substâncias presentes no ambiente de trabalho sobre o organismo dos indivíduos
ocupacionalmente expostos.

O ramo ocupacional da toxicologia apresenta duas características centrais que o difere de outros ramos:

• é eminentemente preventiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador


está exposto;
• leva em consideração tanto as informações qualitativas quanto as quantitativas das substâncias
químicas.

Apesar de o foco da toxicologia (geral ou ocupacional) ser o estudo dos efeitos danosos provocados pelas
substâncias químicas ao organismo, deve ficar claro que não existem substâncias químicas com ou sem
efeitos danosos, mas sim doses com potencial nocivo. Entende-se como dose, neste contexto, a interna, ou
seja, a quantidade de substância efetivamente absorvida pelo organismo a ponto de poder afetá-lo.

Colocando de outra forma, a toxicologia é o estudo dos efeitos nocivos decorrentes da interação das
substâncias químicas com os organismos vivos. A pesquisa nessa área trabalha para desvendar os
mecanismos de ação químicos, bioquímicos e celulares, bem como suas consequências funcionais nos
diferentes órgãos e sistemas do organismo, como rins, pulmões, cérebro, medula óssea, fígado etc.

A caracterização da via de exposição e, principalmente, da dose são fundamentais, pois os efeitos de


qualquer substância são ligados à dose, cuja absorção está atrelada à via de exposição.

É a ciência com que tem a finalidade principal de prevenir o aparecimento dos efeitos nocivos, ou seja,
estabelecer o uso seguro destas substâncias químicas. Além de prevenir, outras duas finalidades são
diagnosticar e tratar a pessoa intoxicada.

Prevenir Diagnosticar Tratar

Especificamente para a fase de diagnóstico, tanto a toxicologia geral quanto a ocupacional valem-se de um
sistema de monitoramento biológico contínuo (exames de sangue, urina, fezes etc.) para medição de
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indicadores biológicos (concenração de cetona na urina, por exemplo) com o objetivo de detectar alterações
no estado de saúde das populações expostas, por meio da dosagem do poluente em tecidos e fluidos do
organismo humano.

Além disso, vale destacar que a toxicologia se apoia em três elementos básicos:

a) o agente químico (AQ) capaz de produzir um efeito;


b) o sistema biológico (SB) com o qual o AQ irá interagir para produzir o efeito; e
c) o efeito resultante (EF) que poderá ser adverso (ou tóxico) para o SB.

SUBSTÂNCI ORGANISMO
A QUÍMICA

EFEITO NOCIVO

1.2 Perigo, risco, efeitos tóxicos e agentes tóxicos

1.2.1 Perigo x Risco

De acordo com a Agência Europeia de Saúde e Segurança no Trabalho (EU-OSHA, 2016), para fins de
toxicologia ocupacional, devemos ter como base os seguintes conceitos de perigo e risco:

a) Perigo: pode ser qualquer coisa potencialmente causadora de danos, sejam materiais, equipamentos,
métodos ou práticas de trabalho.
b) Risco: é a possibilidade, elevada ou reduzida, de alguém sofrer danos provocados pelo perigo.

Das definições, observamos que perigo é um conceito qualitativo, enquanto risco é um conceito
quantitativo. Como a Toxicologia é eminentemente quantitativa, é imperativa a avaliação de um perigo
oferecer risco ou não.

Em suma, para fins de toxicologia ocupacional, o risco pode ser expresso matematicamente por:

Risco = Toxicidade x Exposição

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Nessa perspectiva, a Agência Europeia define a avaliação de risco como sendo o processo que mede os
riscos para a segurança e a saúde dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho.

Por sua vez, o IPCS (2004) estabelece as seguintes definições para esses termos:

a) Perigo (hazard): propriedade inerente de um agente ter o potencial de causar efeitos adversos
quando um organismo, sistema ou (sub)população é exposta a este agente
b) Risco (risk): probabilidade de um efeito adverso ser causado a um organismo, sistema ou
(sub)população sob circunstâncias de exposição a este agente.

Por sua vez, a Norma Regulamentadora n.° 01 (NR 01), traz as seguintes definições correlatas:

a) Perigo ou fator de risco ocupacional / Perigo ou fonte de risco ocupacional: fonte com o potencial
de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem
o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.
b) Risco ocupacional: combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por
um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade
dessa lesão ou agravo à saúde.

Importante notar que em todos os casos o conceito que risco está atrelado a duas variáveis, a probabilidade
de ocorrência (de exposição ao agente químico) e a severidade do dano que este pode causar ao trabalhador.

A probabilidade está diretamente relacionada a frequência com que o trabalhador fica exposto ao um agente
químico (quantas horas por dia, por exemplo), à concentração do agente no ambiente de trabalho etc. Por
sua vez, a severidade está associada a toxicidade do agente.

Nesse contexto, considera-se toxicidade o potencial de um determinado agente em promover dano quando
interage com determinado organismo, popularmente conhecido como perigo. Quanto mais baixas as doses
que podem causar danos adversos, maior a toxicidade de uma substância (quanto menor o limite de
tolerância ou limite de exposição, maior a toxicidade).

Em outra análise, associa-se a toxicidade a característica de uma molécula química ou composto em produzir
uma doença, uma vez que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo.

Em resumo, os fatores que influenciam na toxicidade de um agente químico são a:

• frequência de exposição ao agente;


• duração da exposição;
• via de introdução (via de entrada) da substância no organismo.

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A frequência de exposição1 que pode causar danos aos seres humanos é determinada com base em
observações ambientais ou ocupacionais. São definidas três categorias, não havendo fronteira precisa entre
elas, tais sejam:

a) exposição aguda: são exposição em que o indivíduo ficou por um período relativamente curto com o
toxicante (no máximo 24 horas) ou ainda quanto teve um único episódio ou exposição em curto
espaço de tempo;
b) exposição subcrônica: são exposições nas quais o indivíduo ficou exposto a repetidas doses por
períodos entre 21 e 90 dias (altores também falam em 1 mês), ou ainda exposições repetidas por
algumas semanas ou poucos meses;
c) exposição crônica: são situações em o indivíduo permanece por longos períodos (superior a 10% do
seu tempo de vida) em contato com o agente tóxico, essa exposição pode durar meses ou anos.
Geralmente isso ocorre no ambiente de trabalho. Mas podemos ter exposições crônicas fora do
ambiente laboral, um exemplo são as exposições crônicas oriundas da poluição atmosférica.

Em geral, as exposições ocupacionais que causam doenças nos trabalhadores são as crônicas. Os efeitos de
exposições agudas nos ambientes de trabalho são normalmente observados em casos de acidentes, como
quando há vazamento de alguma substância ou no trabalho em espaços confinados.

1.2.2 Agente tóxico x Efeito tóxico

Considera-se agente tóxico ou toxicante (veneno)2 como a entidade química capaz de causar dano a um
organismo afetando seriamente uma função ou causando a morte. Este conceito está ligado às
características qualitativas e quantitativas da substância química.

Do ponto de vista quantitativo, todas as substâncias podem ser nocivas, sendo a ocorrência do efeito
deletério somente uma questão da dose, e mesmo uma substância potencialmente muito perigosa pode não
apresentar nenhuma nocividade se estiver em doses baixas.

Os efeitos nocivos de uma mesma substância podem variar em função do tipo de exposição: se aguda a
elevadas concentrações ou a longo prazo (crônica) a concentrações baixas.

Por sua vez, a manifestação, clínica e/ou laboratorial, dos efeitos nocivos causados por substâncias
químicas é chamada intoxicação, sendo caracterizada por um desequilíbrio da fisiologia consequente das
alterações bioquímicas causadas pela substância.

1
Obviamente que a frequência está relacionada ao tempo de exposição.
2
O conceito de veneno é de uso popular é designa substâncias químicas que podem provocar a morte
mesmo em doses baixas, mas também se refere tecnicamente a substâncias produzidas por seres vivos
para autodefesa e predação.
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Já a capacidade inerente de uma substância química provocar danos aos sistemas biológicos é conhecida
por toxicidade, que expressa a noção de perigo de uma substância.

Outro termo muito utilizado em Toxicologia é o xenobiótico. Do grego xeno, que significa estranho, é uma
substância estranha ao organismo.

Como vimos, a Toxicologia é o estudo dos efeitos nocivos decorrentes da interação das substâncias químicas
com os organismos vivos. É a ciência que trabalha para desvendar os mecanismos de ação químicos,
bioquímicos e celulares, bem como suas consequências funcionais nos diferentes órgãos e sistemas do
organismo, como rins, pulmões, cérebro, medula óssea, fígado etc.

A caracterização da via de exposição e, principalmente, da dose são fundamentais, pois os efeitos de


qualquer substância são ligados à dose: não existe Toxicologia “Qualitativa”.

Os efeitos nocivos (ou tóxicos) são muito amplos, podendo variar de uma leve irritação dos olhos até o
câncer ou uma mutação, no entanto, pode ser difícil estabelecer o que é nocivo, ou seja, quando um efeito
biológico passa a ser nocivo.

A National Academy of Sciences defende que um efeito passa a ser nocivo quando:

a) ao ser gerado em uma exposição prolongada, resulta em transtornos da capacidade funcional e/ou
da capacidade do organismo em compensar nova sobrecarga;
b) diminui perceptivelmente a capacidade do organismo de manter sua homeostasia, quer sejam efeitos
reversíveis ou irreversíveis;
c) aumenta a susceptibilidade aos efeitos nocivos de outros fatores ambientais, que podem ser
químicos, físicos, biológicos ou sociais.

1.3 Testes de avaliação de toxicidade

Para avaliar a toxicidade de um agente químico, inicialmente se deve conhecer o conceito de toxicidade que,
como vimos, é o potencial de um determinado agente em promover dano quando interage com determinado
organismo, popularmente conhecido como perigo. Para a avaliação da toxicidade deve-se levar em
consideração o conhecimento científico dos efeitos causados por esse(s) agente(s) em curto, médio e longo
prazo.

A toxicidade pode ser imediata ou retardada. Será imediata quando após uma única exposição ao agente
tóxico (exposição aguda), o indivíduo desenvolve rapidamente as reações; e será retardada quando os
efeitos tóxicos ocorrem após o decurso de algum tempo (crônico).

A avaliação da toxicidade consiste em um conceito amplo com vistas a caracterizar de forma qualitativa e
quantitativa o potencial perigo que determinado agente representa quando o trabalhador entra em contato
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com ele. Isso se reflete em risco, que corresponde à probabilidade de uma substância promover dano
dentro de certas características de exposição.

As características de exposição dependem do tempo, da dose/concentração, da frequência e da via de


introdução. Outro fator para que a substância promova dano também está relacionado à susceptibilidade
individual.

A avaliação do risco para a maioria das pessoas está baseada no julgamento intuitivo chamado “percepção
do risco”: quando não se tem o conhecimento científico do efeito de um agente, o trabalhador pode
subestimar o perigo, o que pode favorecer o trabalho sem atenção ou até mesmo sem a utilização do(s)
equipamento(s) de proteção individual.

Poucos são os casos em que o trabalhador superestima o perigo, por isso é preciso que ele conheça o
potencial dano que todos os agentes no ambiente de trabalho podem oferecer, cabendo ao médico do
trabalho ou outro profissional de saúde ou segurança apontar os riscos, esclarecer sobre os potenciais danos
e orientar a melhor forma de desempenhar as atividades laborais a fim de manter o trabalhador com saúde

Segundo o Conselho Nacional de Saúde Brasileiro, há cinco tipos de ensaios de toxicidade – aguda, subaguda,
crônica, teratogênica e embriotoxicidade –, além de estudos especiais.

Antes de se iniciar qualquer estudo toxicológico, devem-se obter as informações relativas às propriedades
físico-químicas da substância a ser testada, como fórmula química, peso molecular, ponto de fusão e ebulição,
pressão e temperatura de saturação de vapor, solubilidade, estado de agregação, estabilidade das partículas,
produtos de degradação e possíveis produtos de transformação na atmosfera.

Todos os testes deverão ser realizados com a substância pura, ou o produto técnico a ser realizado na prática,
ou até mesmo a formulação quando esta substância química estiver veiculada.

Esses experimentos têm por finalidade estudar uma série de efeitos tóxicos diferentes. Qualquer que seja o
período de exposição, os efeitos nocivos podem ser locais ou sistêmicos e, do ponto de vista clínico, agudos
ou crônicos.

1.3.1 Toxicidade aguda

A toxicidade aguda é caracterizada quando os efeitos adversos ocorrem logo após uma única exposição ou
múltiplas no período de 24 horas, e os efeitos tóxicos surgem imediatamente ou no decorrer de, no
máximo, duas semanas.

A dose única é utilizada para determinar a potência no caso de ingestão acidental ou intencional e as doses
múltiplas para avaliar os efeitos cumulativos. Geralmente, a via oral é a de eleição, mas outras vias também
podem ser escolhidas. Mediante este estudo, é possível caracterizar a relação dose-resposta e estipular a
DL50 ou a CL50 (estudaremos esses parâmetros na sequência).
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A toxicidade aguda entre as diferentes substâncias químicas é determinada pelo parâmetro Dose Letal 50
(DL50 – dose letal para 50% da população exposta), quando a substância é administrada por via oral ou
injetada. Para gases ou vapores inalados, é usada a Concentração Letal 50 (CL50 – concentração letal para
50% da população exposta). Os dois parâmetros são obtidos experimentalmente em animais de laboratório,
em geral em ratos, camundongos, cobaias, coelhos entre outros.

a) Dose letal 50 (DL50): é a dose que levou à morte metade (50%) da população de animais
de laboratório submetida à administração daquela dose. A administração pode ser por
diferentes vias: oral, intravenosa ou outras (intraperitoneal, subcutânea, dérmica). Os
dados obtidos são extrapolados com reservas para os seres humanos, mas podem dar uma
ideia do perigo imediato de uma substância química. Os resultados são apresentados em
miligramas ou gramas por quilogramas de peso (mg/Kg ou g/Kg) e variam de acordo com
a espécie, a idade, o sexo do animal e a via de introdução.
b) Concentração Letal 50 (CL50): Tem o mesmo conceito de DL50, mas é definido para a
concentração média da substância no ar ambiente inaladas por animais de laboratórios,
variando de acordo com a espécie do animal e o tempo de exposição. É semelhante à
exposição ocupacional no que diz respeito à via de introdução no organismo, pois se refere
à contaminação no ar inalado. Os resultados são apresentados em massa por volume de
ar: miligramas por litro de ar (mg/L ou mg.L-1), ou miligramas por metro cúbico (mg/m3 ou
mg.m-3), ou ainda em partes por milhão (ppm). Esta última forma de expressão é mais
utilizada para contaminantes em forma de vapor ou gás, e a forma mg/m 3, para material
particulado (sólido ou líquido).

De forma resumida, DL50 ou a CL50:

• são valores específicos para cada espécie de animal e via de administração;


• são parâmetros para avaliação da toxicidade aguda e avaliam o potencial letal imediato da substância;
• podem ser extrapolados com reservas para os seres humanos; e
• não avaliam efeitos de longo prazo.

Os estudos de DL50 e CL50 fornecem dados importantes da toxicidade aguda em animais. Para os seres
humanos, e especialmente em saúde ocupacional, o parâmetro de toxicidade aguda mais importante é o
Imediatamente Perigoso para Vida ou Saúde (IPVS).

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Leva à morte metade (50%) da população testada

DL50 Aplicável a diferentes substância químicas


(Dose Letal 50) Exposição por via oral, intravenal, subcutânea, dérmica ou outras

Resultados apresentados em g/Kg ou mg/Kg

Parâmetros de Leva à morte metade (50%) da população testada


toxicidade aguda
Aplicável a diferentes substâncias químicas

CL50 Exposição pela via respiratória


(Concentração Utilizada para concentração da substância no ar (gases, vapores e
Letal 50) aerodispersóides em geral)

Resultados para gases e vapores em ppm

Resultados em mg/m³ para particulados sólidos ou líquidos

1.3.2 Toxicidade subcrônica

Os estudos de toxicidade crônica são conduzidos através de testes que duram pelo menos 21 dias, mas o
mais comum é 90 dias.

Seu objetivo é estabelecer os níveis em que não se observam os efeitos tóxicos (NOAEL), identificar e
caracterizar os órgãos afetados e a severidade após exposições repetidas. Igualmente se observa se o efeito
tóxico ocorre ou não em virtude de acúmulo da substância. Também se pode verificar se os efeitos são
reversíveis.

Neste tipo de estudo, são utilizadas duas espécies de animais, sendo uma não roedora, utilizando três doses.
Geralmente, a via de administração é a oral e os animais são avaliados uma vez ao dia. São verificados
parâmetros de consumo da ração, de peso, modificações na cor e na textura dos pelos, alterações
circulatórias e respiratórias, anormalidades motoras e de comportamento e aumento macroscópico de
massas e tecidos. Sempre se deve ter o grupo controle negativo e, no final do experimento, os animais são
sacrificados e seus órgãos são retirados para avaliação anatomopatológica.

1.3.3 Toxicidade crônica

Os estudos de toxicidade crônica visam determinar o efeito tóxico após exposições prolongadas a doses
cumulativas e observar o potencial carcinogênico, desde que escolhida a dose certa da substância química.

Em relação aos testes de toxicidade subcrônica, apresenta a vantagem de prever efeitos mutagênicos e
carcinogênicos, além de investigar os efeitos embriofetotóxicos. Os mesmos protocolos utilizados no estudo

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de toxicidade subcrônica são realizados na toxicidade crônica, mas o tempo de estudo deve ser superior a
três meses.

Em roedores, este tempo varia de 6 meses a 24 meses e, em não roedores, o tempo de tratamento é
geralmente de um ano. Como se trata de um estudo de longo prazo, a dose correta deve ser escolhida para
evitar a morte prematura dos animais.

Os exames clínicos são realizados duas vezes ao dia, além de hemograma completo e urina tipo I no início,
após seis meses e no final do experimento em pelo menos dez animais por grupo. Também são feitos exames
histopatológicos, em semelhança aos estudos subcrônicos.

Portanto, este estudo tem por objetivo determinar o mecanismo de ação dos agentes químicos e prever os
efeitos mutagênicos, carcinogênicos e embriofetotóxicos. Como mantém os animais vivos expostos durante
a maior parte de suas vidas, permite predizer, com maior precisão, os efeitos de uma exposição profissional
prolongada. Assim, do ponto de vista de saúde do trabalhador, quando se trabalha em condições de higiene
ocupacional adequadas, estes estudos possibilitam demonstrar os efeitos nocivos, em longo prazo, que
podem se apresentar no trabalhador, uma vez que correspondem a características de exposição mais
fidedignas à exposição real, ou seja, baixas doses, longo tempo e alta frequência de exposição a um agente
químico.

Em resumo, mediante estudo de toxicidade crônica, além de se observar o potencial carcinogênico das
substâncias químicas, também se estabelece a relação dose-resposta e as doses NOAEL ou LOAEL (que
trataremos adiante).

Em resumo, temos o seguinte:

Estudo de Toxicidade Aguda: Determina-se a DL50/CL50.


Estudo de Toxicidade Subcrônica: Determina-se o NOAEL e o LOAEL.
Estudo de Toxicidade Crônica: Corresponde ao cenário mais próximo da exposição do
trabalhador. Determina os efeitos em longo prazo após exposições cumulativas,
prevendo os efeitos carcinogênicos, além de também poder estabelecer a relação dose-
resposta, o NOAEL e o LOAEL.

1.4 Relação dose-resposta

As características de exposição e o conjunto dos efeitos tóxicos se unem costumeiramente por uma relação
denominada dose-resposta. Seja qual for a resposta escolhida para a avaliação, a relação entre o grau de
resposta do sistema biológico e a quantidade de substância tóxica administrada constitui o conceito mais
clássico da toxicologia.

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Entretanto, nem sempre a dose/concentração efetiva responsável pelo desfecho considerado no estudo
corresponde à dose/concentração de administração/exposição, visto que a quantidade absorvida pode não
ser a mesma da administrada.

Do ponto de vista prático, existem dois tipos de relação dose-resposta:

a) relação dose-resposta individual: descreve a resposta de um único organismo a doses variáveis de


uma substância química, muitas vezes referida como resposta de grau, porque o efeito medido é
contínuo ao longo de um intervalo de doses. A dose relacionada à resposta geralmente resulta de
uma alteração do processo bioquímico específico;
b) relação dose-resposta quantal: caracterizado pela distribuição de respostas individuais a diferentes
doses em uma população. Em qualquer dose dada, um indivíduo na população pode ser classificado
como “respondedor” ou “não respondedor”.

Figura 1.1: Exemplo de representação de uma curva de dose-resposta individual.

Através da Figura 1.1 pode-se observar que, em doses baixas, não há efeito observado, entretanto, há uma
dose em que os primeiros efeitos aparecem e, à medida que há o aumento da dose, haverá o aumento do
efeito.

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Figura 1.2: Representação do comportamento dose-resposta quantal para um dado efeito em uma
população.

Na resposta da população, ou quantal, existem indivíduos mais susceptíveis que são respondedores em doses
muito baixas, enquanto outros necessitam de doses extremamente elevadas para obter-se a mesma
resposta, mas há uma faixa média em que a maior parte dos indivíduos respondem. Na Figura 1.2, o
comportamento está representado no gráfico de barras. Por uma questão de comodidade, normalmente se
usa a escala logarítmica (log da dose), tendo em vista que a dispersão dos valores é, em geral, muito grande.

A frequência acumulada é a forma mais utilizada para se representar a curva dose-resposta em uma
população. Na Figura 1.3 a seguir, pode-se visualizar o mesmo fenômeno descrito na Figura 1.2 em forma de
frequência acumulada.

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Figura 1.3: Representação do comportamento dose-resposta quantal para um dado efeito em uma
população em forma de frequência acumulada.

No caso da caracterização de dose-resposta para determinada população, a resposta gerada é fruto da


integração de múltiplas relações dose-resposta individuais. Além disso, para se ter significância estatística, é
necessário um grande grupo de elementos/animais para a construção desta relação.

Uma mesma substância química pode ter diferentes efeitos celulares, químicos e bioquímicos e cada faixa de
dose pode ter sua própria relação dose-resposta. Desta forma, a resposta tóxica por exposição a baixas
doses/concentrações pode ser diferente da resposta a altas doses.

Por exemplo, a exposição ao benzeno em elevadas concentrações por poucos minutos pode levar à depressão
do sistema nervoso central (SNC), enquanto exposições repetidas a concentrações baixas, pode provocar
mielotoxicidade e aumentar a probabilidade de leucemia mieloide aguda. Assim, efeitos sutis que ocorrem
em doses baixas podem ser mascarados ou evidenciados por respostas mais evidentes que ocorrem em
doses elevadas.

Além disso, toxicidade aguda de duas substâncias não pode ser comparada considerando apenas os valores
de DL50/CL50, uma vez que os limiares das doses do aparecimento de seus efeitos adversos podem ser
distintos.

Os valores da DL50 são expressos em quantidade da substância por quilo de peso corpóreo, podendo ser
também expressos em quantidade da substância por cm2 de área da superfície corpórea. Essa segunda forma
de expressão é particularmente importante nos casos de extrapolação de dados entre os animais de
diferentes tamanhos e de animais para o homem.

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1.4.1 Doses NOAEL e LOAEL

Por meio de estudos de toxicidade subcrônica ou crônica, pode ser obtida a dose “nenhum efeito adverso
observado”, do inglês Non Observed Adverse Effect Level (NOAEL), ou seja, os indivíduos, mediante processo
de homeostasia, quando expostos a determinadas quantidades da substância química, adaptam-se às
alterações do meio, mantendo a função normal do organismo sem que seja observado um efeito tóxico.

À medida que a capacidade de adaptação é rompida, aparecem os primeiros efeitos adversos, o que
chamamos de dose Lowest Observed Adverse Effect Level (LOAEL – menor efeito adverso observado), que é
a menor dose em que se inicia o efeito adverso.

Dose NOAEL = Nenhum Efeito Adverso Observado


Dose LOAEL = Menor Efeito Adverso Observado

Na Figura 1.4 a seguir estão representados os descritores toxicológicos NOAEL e LOAEL em uma curva dose-
resposta de frequência acumulada.

Figura 1.4: Representação dos descritores toxicológicos na curva dose-resposta de frequência acumulada.

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Como a curva relaciona a dose com a frequência acumulada, o NOAEL corresponde ao limiar de efeitos
adversos para os indivíduos mais susceptíveis da população. Nesse sentido, os limites para exposição às
substâncias químicas baseados em critérios de saúde utilizados em legislação de meio ambiente, água,
alimentos e ambientes ocupacionais partem do NOAEL, ao qual se adiciona uma margem de segurança para
se estimar a dose limite de exposição à qual as pessoas podem se expor diariamente durante sua vida para
que provavelmente não haja dano ao seu organismo vivo.

1.5 Intoxicação (toxicocinética e toxicodinâmica)

1.5.1 Introdução

Inicialmente, destaque-se que há dois tipos de substâncias: as que não têm absorção, exercendo efeitos no
local de contato, como pele e mucosas de olhos, nasal, vias aéreas; e as que são absorvidas e distribuídas
pelo organismo após este contato, podendo afetar a fisiologia do organismo.

Os efeitos locais são aqueles provocados no primeiro local de contato da substância com o organismo
afetado. Gases e vapores irritantes são exemplos típicos.

Os efeitos sistêmicos são aqueles causados pela ação da substância internamente nos organismos.
Dependendo do toxicante, poderá ou não haver concomitantes efeitos locais. Para tanto, deve haver
absorção por alguma via. Em geral afetam um ou dois órgãos (ou sistemas), os chamados órgãos-alvo,
embora não necessariamente sejam atingidos por uma maior concentração do toxicante.

Os órgãos-alvo atacados com mais frequência pelos xenobióticos são sistema nervoso – tanto o central,
quanto o periférico – fígado, rins, pulmão, sistema hematopoiético, sistema cardiocirculatório e pele.
Músculos, ossos e ligamentos raramente são alvos de toxicantes.

Os efeitos sistêmicos nocivos, que são as intoxicações, aparecem nos órgãos-alvo após uma cadeia muito
complexa de eventos e, para ser estudados, podem ser desdobrados de forma didática em fases: exposição,
toxicocinética, toxicodinâmica e clínica.

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Em resumo, temos o seguinte.

'

Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica

Fase em que se
estuda o contato do Fase em que se
xenobiótico com o estuda a absorção, a
Fase em que há
organismo. Na distribuição, o
interação entre a
avaliação da armazenamento, a Fase do
substância
exposição, deve-se biotransformação e a aparecimento dos
biodisponível e os
sempre levar em eliminação efeitos nocivos do
sítios de ação,
consideração sua (excreção) das toxicante por meio
específicos ou não,
dose ou substâncias de sinais e sintomas
dos órgãos-alvo, e
concentração, a via absorvidas. Nesta clínicos e/ou
alterações
de contato e se as fase não há laboratoriais
fisiopatológicas
características físico- interação da
consequentes.
químicas da substância com os
substância permitem órgãos-alvo.
boa absorção ou não.

Agora, vamos detalhar um pouco mais essas fases do processo de intoxicação, com destaque para a
toxicocinética e a toxicodinâmica.

1.5.2 Fases do processo de intoxicação

Inicialmente, cumpre esclarecer que a intoxicação consiste em um processo patológico causado por
substâncias químicas endógenas ou exógenas, sendo caracterizado por um desequilíbrio fisiológico em
consequência das alterações bioquímicas no organismo. É a manifestação dos efeitos tóxicos, evidenciada
por sinais e sintomas, ou mediante exames laboratoriais.

Novamente, vamos dividir o processo de intoxicação em 4 fases:

a) exposição: fase em que se estuda o contato do xenobiótico com o organismo. Na avaliação desta,
deve-se sempre levar em consideração sua dose ou concentração, a via de contato e se as
características físico-químicas da substância permitem boa absorção ou não. Esses fatores são
fundamentais para a biodisponibilidade do toxicante, ou seja, qual a fração deste poderá ser
absorvida realmente. Do ponto de vista da Toxicologia Ocupacional, a disciplina de Higiene do
Trabalho se aprofunda nesse aspecto, trabalhando no reconhecimento e na avaliação das substâncias
presentes nos ambientes de trabalho;

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b) toxicocinética: fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a


biotransformação e a eliminação (excreção) das substâncias absorvidas. Nessa fase, características
físico-químicas do xenobiótico, especialmente a solubilidade e a constante de acidez, têm
importância fundamental, pois determinam o acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação
pelo organismo. A resultante destas etapas determina a biodisponibilidade;
c) toxicodinâmica: fase em que há interação entre a substância biodisponível e os sítios de ação,
específicos ou não, dos órgãos-alvo, e alterações fisiopatológicas consequentes;
d) clínica: fase do aparecimento dos efeitos nocivos do toxicante por meio de sinais e sintomas clínicos
e/ou laboratoriais.

Deve-se ter em mente que essas fases ocorrem de maneira simultânea, podendo haver predomínio de uma
ou outra dependendo da dinâmica da exposição, se por única aplicação intravenosa, por exposição via
ingestão diária de um alimento contaminado ou exposição diária de algumas horas por via pulmonar.

1. Exposição 2. Toxicocinética 3. Toxicodinâmica 4. Clínica

Processos de
Vias de transporte:
introdução - absorção Natureza de ação
- distribuição
- eliminação
- biotransformação

Toxicante Toxicidade Intoxicação

Disponibilidade Sinais e
química Biodisponibilidade sintomas

A fase de exposição tem início quando o organismo entra em contato com a substância nociva (após a etapa
de transporte). Ou seja, é a disponibilização química do toxicante (quando este fica disponível para ser
absorvido). Nessa fase, leva-se em consideração aspectos como:

• a via de introdução do agente tóxico no organismo;


• a concentração do xenobiótico; e
• a susceptibilidade individual.

A fase de exposição será mais ou menos grave a depender das variáveis frequência, duração e intensidade.
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O grau de intoxicação depende basicamente de dois fatores: características do agente tóxicos e


características do indivíduo.

Para avaliar as características físico-químicas de um agente toxicante, devemos entender como ela poderia
chegar ao local de ação; quais as características que facilitariam que aquela substância nociva consiga chegar
até o seu tecido alvo (órgão-alvo). Se, por exemplo, a substância for volátil, as chances de intoxicação
ocorrerão em maior grau pela via inalatória (respiratória) uma vez que poderá apresentar-se no ambiente
na forma de vapor.

Se o agente for facilmente absorvido pela pele, muito provavelmente será uma substância lipossolúvel. E
qual o grau de lipossolubilidade desse agente? Esses e outros fatores são características físico-químicas
determinantes para avaliação tóxica do agente.
==144d0==

Deste modo, os fatores relacionados à intoxicação dependem do indivíduo e da substância, mas


independentemente dos dois dependerá da frequência, duração e intensidade. Por exemplo, a intoxicação
por uma substância altamente tóxica poderá ocorrer mesmo em frequência baixa, duração baixa e
intensidade baixa de exposição.

No caso contrário, ou seja, de uma substância ligeiramente tóxica como no caso do dióxido de carbono (CO2),
é necessário que o indivíduo inale uma grande quantidade para que de fato possa haver uma intoxicação, ou
seja, é necessária uma intensidade de exposição alta, por um período mínimo para que haja a saturação.

Após a fase de exposição, o agente tóxico será absorvido pelo organismo e então teremos as fases de
toxicocinética e toxicodinâmica.

A fase de toxicocinética não muda muito em relação à farmacocinética. A diferença é que na toxicocinética
são abordadas questões mais específicas relacionadas à intoxicação, mas a avaliação é basicamente a
mesma: transporte nas membranas celulares, absorção, distribuição, metabolização (ou
biotransformação) e excreção. Além, claro, da avaliação da biodisponibilidade. Nesta fase, ainda não há
nenhuma interação do toxicante com os órgãos-alvo ou estruturas do organismo humano.

Por sua vez, a toxicodinâmica se refere à ação tóxica da substância (toxicidade). É a interação entre o agente
tóxico e o seu alvo molecular. É o mecanismo de ação em si, relacionado com a toxicidade da substância.

Colocando de outra forma, os mecanismos moleculares e bioquímicos da interação entre o efetor final (o
próprio xenobiótico, ou um seu metabólito, ou, ainda, a forma de oxidação de um metal) e o seu alvo
molecular são objeto da toxicodinâmica: como o toxicante entra no organismo, como atinge o local onde
está sua molécula-alvo, como interage com ela e como o organismo reage a esta agressão.

A chegada à molécula-alvo de um toxicante em sua forma ativa (efetora) para exercer efeito sistêmico tem
várias etapas e variáveis que podem concorrer de forma favorável ou desfavorável para o surgimento e a
gravidade do efeito, tais sejam:
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1) Absorção:
a) quantidade que se tem contato;
b) via de exposição: o contato do xenobiótico com o organismo pode ser por uma via que facilite
a absorção ou não;
c) características físico-químicas: volatilidade, solubilidade, forma de apresentação etc.
2) Toxicocinética:
a) Favorável a efeitos:
• bioativação;
• distribuição ao sítio de ação;
• reabsorção (ciclo êntero-hepático, por exemplo);
b) Desfavorável a efeitos:
• detoxificação;
• distribuição para outros locais fora do sítio de ação;
• excreção;
3) Toxicodinâmica:
a) interção entre o xenobiótico na sua forma ativa (efetor) e a molécula-alvo.

Algumas propriedades citadas aqui merecem destaque:

Propriedades físicas
É determinada pela força de atração entre as moléculas e os átomos.
É uma propriedade física muito importante em Toxicologia, especialmente na
Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso facilitado às vias aéreas,
principal via de contato e absorção em trabalhadores. Ao contrário do que muitos
imaginam, o peso molecular de uma substância tem pouca influência na sua volatilidade.
Volatilidade
A volatilidade pode ser avaliada através da temperatura de ebulição e de sua pressão de
vapor. As duas variáveis estão de certa forma relacionadas, pois, em geral, quanto mais
baixa a temperatura de ebulição, maior é a pressão de vapor a uma dada temperatura. A
pressão de vapor exercida por um líquido na superfície depende da temperatura em que
o líquido se encontra e, quanto maior a temperatura, maior é a pressão de vapor.
A solubilidade é a aptidão que um corpo ou matéria tem de se dissolver, ou não, em
determinado tipo de líquido.
Solubilidade
Também é conhecida como coeficiente de solubilidade e definida como a habilidade que
determinado soluto tem de se dissolver em um solvente.

Nos efeitos sistêmicos, em geral a interação entre o efetor final e a molécula-alvo é extremamente seletiva,
assim como uma chave e uma fechadura, podendo ocorrer efeitos em apenas um órgão/função, sem que
nada suceda em outros. Agora, se liga nesse Quadro com a principal diferença entre as fases de toxicocinética
e toxicodinâmica.

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ToxicoCINÉTICA ToxicoDINÂMICA
Estuda a cinética (o movimento) do toxicante pelo
organismo (desde a entrada até a saída), sem se Estuda a dinâmica de interação entre o toxicante e
preocupar com a interação deste com os órgãos- os órgãos-alvo.
alvo.

Finalmente, a fase clínica se refere aos sinais e sintomas que são decorrentes da exposição ao agente tóxico.

1.5.3 Classificação da intoxicação

Resumidamente, a intoxicação ocorre quando a homeostase já foi prejudicada após exposição ao


xenobiótico. Com a intoxicação temos os efeitos tóxicos que podem ser clinicamente observados de pronto,
ou podem demorar algum tempo para aparecerem. É o caso do saturnismo (alterações neurofisiológicas
ocasionadas pelo acúmulo de chumbo no organismo). A intoxicação pode ser classificada em função da
toxicidade aguda do xenobiótico, que tem como base o parâmetro DL50, estimado para seres humanos a
partir dos dados obtidos com animais.

Classificação de toxicidade de produtos químicos por provável dose oral letal em adultos
Classificação da toxicidade Dose oral letal Volume típico
Praticamente não tóxico >15 g/kg Mais que 1 litro
Ligeiramente tóxico 5-15 g/kg Entre ½ litro e 1 litro
Moderadamente tóxico 0.5-5 g/kg Entre 1 xícara de chá e ½ litro
Muito tóxico 50-500 mg/kg Entre 1 colher de chá e 1 xícara de
chá
Extremamente tóxico 5-50 mg/kg Entre 7 gotas e 1 colher de chá
Supertóxico <5 mg/Kg Menos que 07 gotas

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1.5.3.1 Classificação para agrotóxicos

Os agrotóxicos recebem uma classificação toxicológica própria, com especificação de uma faixa cor que deve
constar em suas embalagens.

Classificação toxicológica dos agrotóxicos


Classes Grupos DL50 (mg/kg) Cor da faixa
I Extremamente tóxicos ≤5 Vermelha
II Altamente tóxicos 5 - 50 Amarela
III Mediamente tóxicos 50 - 500 Azul
IV Pouco tóxicos 50 - 5000 Verde

1.5.3.2 Diagrama de Hommel

Outra classificação de aplicação na Toxicologia Ocupacional é o Diagrama de Hommel.

É um mundialmente conhecido pelo código NFPA 704 — mas também conhecido como diamante do
perigo ou diamante de risco —, é uma simbologia empregada pela Associação Nacional para Proteção
contra Incêndios (em inglês: National Fire Protection Association), dos Estados Unidos da América. Nela, são
utilizados losangos que expressam tipos de risco em graus que variam de 0 a 4, cada qual especificado por
uma cor (branco, azul, amarelo e vermelho), que representam, respectivamente, riscos específicos, risco à
saúde, reatividade e inflamabilidade.

Figura 1.5: Aplicação do diamante de Hommel

Diferentemente das placas de identificação, o diamante de Hommel não informa qual é a substância
química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto químico em questão.

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Cor Tipo de Perigo Riscos específicos


OXY Oxidante forte
Branco Perigos específicos ACID Ácido forte
ALK Alcalino forte
0 – Produto não perigoso ou de risco mínimo
1 – Produto levemente perigoso
Azul Perigos para saúde 2 – Produto moderadamente perigoso
3 – Produto severamente perigoso
4 – Produto Letal
0 – Normalmente estável
1 – Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando
aquecido
2 – Reação química violenta possível quando exposto a
temperaturas e/ou pressões elevadas
Amarelo Reatividade
3 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando
exposto a fonte de energia
severa
4 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão a
temperatura ambiente
0 – Produtos que não queimam
1 – Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
2 – Produtos que entram em ignição quando aquecidos
Vermelho Inflamabilidade
moderadamente
3 – Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos

Agora, veja como esses conhecimentos já foram explorados pelas bancas.

(CESGRANRIO / PETROBRAS) Nas intoxicações por substâncias químicas, a fase representada pela
absorção e posterior transformação, distribuição, armazenamento ou eliminação dessas substâncias, não
ocorrendo nenhuma interação do poluente com as estruturas do organismo humano, é denominada fase
da
(A) exposição. (B) toxicocinética. (C) toxicodinâmica. (D) clínica. (E) cura.
Comentários: se não tem interação com o organismo, é toxicoCINÉTICA. Se tem interação, é
toxicoDINÂMICA. Nesse caso, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
(CESGRANRIO / TRANSPETRO) A interação de substância química com moléculas específicas, que causa
desde leves desequilíbrios até a morte é denominada:
(A) toxicocinética. (B) toxicodinâmica. (C) toxemia. (D) toxicogênese. (E) toxicidade.
Comentários: vou repetir para você não errar nunca mais: se não tem interação com o organismo, é
toxicoCINÉTICA. Se tem interação, é toxicoDINÂMICA. Nesse caso, a alternativa B está correta e é o gabarito
da questão.

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1.5.4 Etapas da toxicocinética

Vamos analisar de forma bem suscinta cada uma das etapas que ocorrem na fase de toxicocinética, quais
sejam:

Transporte nas
membranas Absorção Dustribuição Biotransformação Excreção
celulares

1.5.4.1 Transporte nas membranas celulares e absorção

Os mecanismos de transporte através das membranas podem ser passivos (sem gasto de energia) ou ativos,
exigindo consumo de energia para ocorrer, incluindo transporte contra gradiente de concentração:

a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick3, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).
Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases4 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
b) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas
pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.

3
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
4
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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c) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas


líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.

IMPORTANTE!
A maioria dos autores não considera o transporte como uma etapa isolada, mas como
integrante da etapa de absorção.

A absorção é o processo em que o xenobiótico, após cruzar as membranas, atinge a corrente sanguínea. Não
existem sistemas especiais de transporte para xenobióticos, pois estes são absorvidos da mesma forma que
nutrientes e oxigênio. Assim, as principais vias de absorção são: gastrointestinal (oral), respiratória e dérmica.

Nessa etapa, ocorre a transposição do toxicante através das membranas biológicas e a sua entrada na
corrente sanguínea. Colocando de outra forma, o passo inicial do processo é a absorção do agente. Para que
isto ocorra, deve haver a passagem de um meio externo para um meio interno, ou seja, é introduzido no
organismo e chegar até a circulação sistêmica.

Na Toxicologia Ocupacional, as vias respiratórias e a dérmica são as mais importantes, mas a via
gastrointestinal não pode ser de todo esquecida, em especial em ambientes de trabalho com condições
sanitárias precárias, particularmente em refeitórios.

De uma forma mais geral, existem três vias de penetração dos agentes químicos no organismo. De acordo
com Blain e Jefferson (2010) apud Buschinelli (2020)5, para a Higiene Ocupacional e a Toxicologia
Ocupacional as principais vias de penetração dos agentes químicos no organismo, por ordem de
importância, são: respiratória, dérmica (cutânea) e oral. Não obstante, para a Toxicologia em geral essa
ordem de importância das vias de penetração é diferente: oral, dérmica (cutânea) e respiratória.

5
BUSCHINELLI, José. T. P. Toxicologia Ocupacional. São Paulo, Fundacentro, 2020, p. 147.
28

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1° 3°
Via Cutânea
Via Respiratória Via Oral
(dérmica)
(Ordem de importância para a Higiene e Toxicologia Ocupacional)


1° 3°
Via Cutânea
Via Oral Via Respiratória
(dérmica)
(Ordem de importância para a Toxicologia Geral)

A respeito dessas vias de penetração, é importante destacar o seguinte:

a) via respiratória: é a via de absorção mais importante para a Higiene e Toxicologia Ocupacional, pois
a maior parte dos toxicantes presentes nos locais de trabalho são absorvidos por ela, como os gases,
os vapores de líquidos voláteis e as partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar. A absorção de gases
e vapores é diferente da de partículas, e por isso devem ser abordadas de forma diversa;

b) via cutânea: o contato do agente com a pele pode originar basicamente duas situações:
• a substância é um ácido, álcali, oxidante ou irritante forte, e pode provocar desde ligeira
irritação até ferimentos profundos, por corrosão da pele. Este tipo de efeito é denominado
ação toxica local;
• a substância não produz significativa ação toxica local, mas sendo lipossolúvel, ou seja, solúvel
em gordura (solventes orgânicos por exemplo) pode se difundir através da pele, atingir a
corrente sanguínea e ser distribuída pelo organismo, levando a um efeito em outros órgãos,
este efeito é denominado ação tóxica sistêmica.

A pele é considerada o maior órgão do corpo e constitui uma barreira eficiente de separação entre o
organismo e o meio ambiente. Sua impermeabilidade permite que se tenha contato com muitos
toxicantes sem os absorver, mas existem alguns que conseguem vencer esta barreira. Inseticidas
organofosforados, por exemplo, provocam muitas mortes de trabalhadores rurais por intoxicações
agudas causadas por esta via.

c) via gastrointestinal (via oral): pode ser significativa em apenas poucos casos de falta de higiene
pessoal, como, por exemplo, em situações em que o trabalhador com as mãos “sujas” com o agente
químico manipula um alimento ou leva a mão diretamente à boca.

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Na Toxicologia em geral, esta é a via mais importante por causa da absorção de xenobióticos por
meio de água e alimentos contaminados, de suicídios e da ingestão de drogas ilícitas, mas, na
Toxicologia Ocupacional, é uma via menos importante, tendo alguma relevância na deglutição de
muco contaminado por xenobióticos retidos na árvore respiratória. Adicionalmente, não pode ser
completamente negligenciada, em especial, em ambientes de trabalho com condições sanitárias
precárias.
O trato gastrointestinal possui vários carregadores específicos para várias substâncias, como os íons
metálicos Fe+2 e Ca+2. Alguns xenobióticos, como o chumbo inorgânico (Pb+2), utilizam-se do
transporte de cálcio para serem absorvidos, ao passo que outros, como o Tálio (Tl +3), usa o
transportador de ferro.

Além de conheceras vias de penetração, importantes tratarmos sobre os mecanismos de absorção dos gases,
vapores e materiais particulados.

1.5.4.1.1 Absorção de gases e vapores

Gases e vapores de substâncias voláteis, ao atingir as vias aéreas e chegar aos alvéolos, podem passar com
certa facilidade para a corrente sanguínea. Quanto maior a solubilidade do gás ou vapor no sangue, maior
sua absorção, pois a substância, além de atravessar a membrana, deve ser carregada pelo sangue, que é um
meio essencialmente aquoso com pequena quantidade de proteínas e lipídios.

A solubilidade no sangue é medida pelo coeficiente de partição sangue/ar, que mede a proporção da
substância que permanece no sangue em relação ao ar no estado de equilíbrio, e quanto maior o coeficiente,
mais fácil será a passagem do ar alveolar para a corrente sanguínea.

As substâncias mais lipossolúveis atravessam mais facilmente a membrana alveolar por difusão simples, mas
são pouco solúveis no sangue e, assim, não encontram um meio propício para serem carregadas na corrente
sanguínea. Por essa razão ocorre uma espécie de “bate-volta”, com a substância atravessando a membrana
lipídica, mas sem conseguir ser carregada pela corrente sanguínea.

Já as mais hidrossolúveis podem ser facilmente carregadas pelo sangue, encontrando, porém, mais
dificuldade para atravessar a membrana lipídica. Assim o coeficiente de partição sangue/ar é resultante das
duas características em conjunto (lipossolubilidade e hidrossolubilidade).

Desta forma, gases e vapores muito lipossolúveis, como hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, têm baixo
coeficiente, enquanto as moléculas com alguma polaridade, como cetonas e halogenados, por exemplo, têm
melhor absorção, pois possuem certa facilidade em transpor a membrana alveolar e depois ser carregados
pelo sangue.

Outra variável que se deve considerar na exposição a gases e vapores é relação entre a hidrossolubilidade
da substância e a possibilidade de atingir os alvéolos. Como as mucosas da árvore respiratória, da mucosa

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nasal aos brônquios, são recobertas de um filme de muco aquoso, elas tendem a se solubilizar neste meio e
assim diminuir a proporção de moléculas que atingem o ar alveolar.

1.5.4.1.2 Absorção de particulados sólidos ou líquidos

O material em forma de particulados sólidos ou líquidos possui uma dinâmica de absorção completamente
diferente dos gases e vapores. O tamanho da partícula e a solubilidade em água das substâncias presentes
no material em suspensão desempenham os papéis mais importantes na absorção.

O local de deposição do particulado depende basicamente do diâmetro da partícula, sendo que, em geral,
quanto menor a partícula, mais profundamente chegará na árvore respiratória. Quando a partícula atinge o
alvéolo, a remoção é pouco eficiente e, dependendo da solubilidade e das características do material
depositado, poderá permanecer muito tempo no local.

As partículas insolúveis são as que ficam mais tempo, podendo ser inócuas, como os sais de bário, que
causam baritose, uma pneumoconiose de depósito, ou acarretar efeitos graves, como no caso da sílica livre
cristalina, causadora da silicose.

Já as nanopartículas, com diâmetros muito pequenos e superfícies relativas grandes, atingem os alvéolos e,
não obstante possuírem um comportamento de remoção e absorção aparentemente semelhante ao de
partículas entre 0,01 µm6 a 1 µm, ainda causam muitas dúvidas e são objeto de intensa pesquisa, pois suas
características de superfície parecem ter importância grande nos efeitos, além de poderem atingir a
circulação sanguínea e também sofrerem absorção cutânea.

Por sua vez, a absorção das poeiras de compostos iônicos7 inalados também sofre grande influência da
solubilidade. Para ser absorvido, não basta o composto ser inalado e chegar às vias respiratórias inferiores,
ele deve estar livre e difusível, ou seja, solúvel na água do interstício pulmonar.

Somente se absorvido é possível ocorrer uma ação sistêmica no organismo exposto, portanto, quanto maior
a solubilidade, maior a possibilidade de absorção através da via respiratória. Compostos do mesmo cátion
de solubilidade diversa em água podem apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos
insolúveis de níquel, que são considerados carcinogênicos, ao passo que os solúveis não o são.

6
µm = micrometros.
7
Compostos iônicos são aqueles que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus
componentes.
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1.5.4.2 Distribuição

Uma vez absorvido e tendo atingido a corrente sanguínea, o toxicante pode ser transportado para todo o
organismo, mas ainda há barreiras entre ele e os diferentes órgãos e tecidos, que podem ser etendidos como
compartimentos.

Muitas variáveis influenciam a distribuição entre os diversos compartimentos, como a circulação sanguínea,
o conjunto pH do meio e a constante de acidez da substância, seu coeficiente de partição octanol/água (dado
em logKOW) e sua afinidade com as proteínas do sangue.

Os órgãos e os tecidos com grande fluxo sanguíneo, como cérebro, fígado, rins, músculos, têm velocidade de
equilíbrio muito rápida, enquanto nos tecidos com pouca irrigação, como o adiposo, os ossos, os dentes, o
equilíbrio é atingido lentamente.

Nesta fase inicial, o fluxo sanguíneo tem grande influência na distribuição, mas o que predomina com o
tempo é a afinidade entre o xenobiótico e o tecido. E mesmo os tecidos com baixa circulação sanguínea
podem acumular grande quantidade do toxicante, se a afinidade entre ambos for elevada.

1.5.4.3 Biotransformação (metabolização)

Biotransformação é definida como toda modificação na estrutura química de uma molécula dentro de um
organismo.

Os xenobióticos absorvidos e distribuídos podem ou não sofrer estas reações químicas antes de serem
excretados. Essas reações são normalmente catalisadas por enzimas presentes em alguns locais do
organismo e em geral modificam substâncias orgânicas. Os elementos químicos, como chumbo inorgânico,
por exemplo, naturalmente não sofrem biotransformação, sendo eliminados da mesma forma como foram
absorvidos.

Em suma, o processo de biotransformação envolve processos fisiológicos conduzidos por enzimas


específicas, aptas a esse tipo de demanda, que normalmente são mobilizadas pelo próprio organismo. As
enzimas utilizadas para a biotransformação podem ser encontradas em muitos órgãos, mas a maior atividade
é no fígado, seguido por rins, córtex adrenal, pulmões, testículos, pele e trato gastrointestinal.

O processo de biotransformação ocorre geralmente em duas fases:

• Fase I: são reações de hidrólise, redução e oxidação, que resultam em aumento da hidrossolubilidade
da molécula por inserção de grupos carboxila, amina, hidroxila e sulfidrila. Estas alterações podem
aumentar a toxicidade da substância original, pois deixam a molécula mais reativa. Este fenômeno é
denominado bioativação;
• Fase II: são reações nas quais são incorporados componentes endógenos às moléculas já modificadas
pela Fase I por reações de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e
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aminoácidos. Esta fase, ao contrário da Fase I, geralmente diminui a toxicidade do xenobiótico e, por
este motivo, é denominada também de fase de detoxificação.

Os principais mecanismos de bioativação (intoxicação) são as reações de hidrólise,


redução e oxidação, ao passo que os de detoxificação (desintoxicação) são as reações
de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e aminoácidos.

Um ponto importante merece destaque em relação a etapa de metabolização da toxicocinética: como a


biotransformação (metabolização) é capaz de modificar a estrutura química do toxicante, podemos afirmar
que enquanto na toxicodinâmica ocorrem os efeitos da sustância tóxicas no organismo, na toxicocinética
ocorrem os efeitos do organismo nas substâncias tóxicas.

1.5.4.4 Excreção

A eliminação (ou excreção) de xenobióticos ocorre geralmente com estes em formas hidrossolúveis
modificados pela biotransformação. As vias mais importantes das formas hidrossolúveis são a renal e a
gastrointestinal, esta última excretando as substâncias ingeridas e não absorvidas e as eliminadas pela bile.

A sudorese e a descamação cutânea também exercem seu papel, mas muito pequeno. A via pulmonar
elimina os gases e os vapores, que podem ser excretados no ar exalado.

a) Excreção renal: a via renal excreta as substâncias solúveis em água (íons e orgânicas polares) e é a
mais eficiente via de eliminação de toxicantes do organismo, seja por filtração glomerular ou secreção
pelos túbulos proximais.
b) Excreção gastrointestinal: é a via mais importante depois da renal. Muitos xenobióticos podem ser
encontrados nas fezes, mas, em grande parte, não se trata verdadeiramente de excreção, mas sim
de não absorção de substâncias ingeridas. A absorção gastrointestinal do mercúrio metálico, por
exemplo, é desprezível, saindo nas fezes praticamente 100% da dose ingerida.
c) Excreção pelo ar exalado: as substâncias em forma de gases na temperatura corporal podem ser
excretadas pelos pulmões. A eliminação de líquidos também pode ser por esta via, mas depende de
sua volatilidade: quanto mais volátil o líquido, melhor será sua excreção por esta via. A solubilidade
da substância no sangue também influi, pois, se for pouco solúvel no sangue, mais rápida será sua
eliminação.
d) Outras vias: leite, suor, saliva, lágrimas e, ainda, a descamação cutânea também podem ser vias de
eliminação de toxicantes. O leite tem grande importância, pois pode levar o xenobiótico absorvido
pela mãe ao lactente durante a amamentação.

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1.6 Mutagênese, carcinogênese e sensibilizantes

1.6.1 Mutagênese

Um agente mutagênico é aquele que induz a alterações permanentes e transmissíveis no material genético
de células. Essas mudanças podem envolver um único gene ou segmento, um bloco de genes ou
cromossomos. A genotoxicidade é semelhante à mutagenicidade, exceto pelo fato de os efeitos genotóxicos
não serem necessariamente sempre associados a mutações: todos os mutagênicos são genotóxicos, no
entanto, nem todas as substâncias genotóxicas são mutagênicas.

Mutações podem ocorrer em células germinativas ou células somáticas. Se a mutação ocorre em uma célula
germinativa, o efeito é hereditário: não há efeito sobre a pessoa exposta; em vez disso, o efeito é passado
para as gerações futuras. Se a mutação ocorrer em uma célula somática, pode causar um crescimento celular
alterado (por exemplo, câncer) ou morte da célula afetada na pessoa exposta.

Novamente, a mutagênese é um processo em que há alteração do material genético da célula. A mutação


é uma alteração súbita do material genético que é transmitida à descendência e pode ser espontânea ou
causada por um agente externo.

As estimativas das taxas de mutações espontâneas por locus dos cromossomas nos seres humanos variam
de 1/10.000 a 1/1.000.000. A causa de menor escala são os erros de transcrição que ocorrem no processo
de cópia do DNA: menos de 1 erro por cada 109 nucleotídeos. Algumas situações, no entanto, podem
aumentar os erros, como regiões do DNA com sequências repetidas, regiões hipervariáveis que codificam
imunoglobulinas ou mesmo a presença de citosina metilada.

Erros espontâneos na cópia do material genético ocorrem de diversas maneiras. Um dos mais frequentes se
dá com as bases adenina e guanina (purínicas), pois estas são sujeitas ao rompimento espontâneo da ligação
do nitrogênio com a desoxirribose ocasionado pelo calor (despurinização). A frequência estimada deste
fenômeno é de 10 mil por dia e por célula a 37 °C.

As mutações também podem ocorrer em função de agressores externos, denominados genotóxicos. Radicais
livres de oxigênio ou espécies reativas de oxigênio (reactive oxygen species – ROS) também são fontes de
lesões ao DNA, agentes mutagênicos estes que podem alterar o pareamento das bases e mesmo criar
ligações entre diferentes fitas do DNA.

O DNA possui sistemas de reparo que são ativados quando a célula detecta alterações nesta macromolécula,
tanto as causadas por mutações espontâneas, quanto por agentes externos. Esse mecanismo de reparo é
complexo, mas, inicialmente, interrompe o ciclo celular para depois fazer o reparo, usando a fita não alterada
como “molde”. Se o reparo é bem-sucedido, o ciclo celular prossegue. Em caso de insucesso, a célula é levada

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à apoptose8. Em caso de falha na cadeia de eventos que leva a apoptose, pode ocorrer acentuação
mutagênese.

1.6.2 Carcinogênese

Carcinogênicos são agentes aos quais a exposição pode causar câncer. Podem ser químicos, físicos ou
biológicos: os físicos são basicamente as radiações ionizantes e a radiação ultravioleta (UV);
os químicos podem ser substâncias das mais variadas naturezas, como metais, solventes, gases, subprodutos
de processos industriais, praguicidas, corantes, medicamentos entre outros; os biológicos podem ser
microrganismos, como as infecções crônicas por alguns vírus (hepatites B e C, por exemplo), bactérias, como
o Helicobacter pylori, e vermes, como o Opisthorchis viverrini.

A carcinogênese pode ser consequência de modos de ação (MOAs) diversos que podem envolver
primariamente ou não a mutação do DNA, sendo esta questão de grande importância na avaliação da
toxicidade de carcinogênicos e na elaboração de limites de exposição pelas agências de regulação. O MOA
de um carcinogênico pode ser não genotóxico ou genotóxico.

Os não genotóxicos são caracterizados por levar a alterações da expressão dos genes por outros fatores
que não a mutação. Assim, o MOA não genotóxico envolve principalmente mecanismos ligados à
citotoxicidade (irritação, inflamação e necrose), proliferação celular, processos mediados por sinalizadores
celulares (ligações com proteínas, hormônios), alterações toxicocinéticas (induções enzimáticas, saturação
de vias metabólicas e metabólitos formados somente em doses elevadas

O MOA genotóxico, por sua vez, afeta o material genético. Hoje, há o conceito de que há diferentes MOAs
genotóxicos. Basicamente podem ser divididos em dois grupos: os genotóxicos primários (ou diretos) e os
secundários:

a) primários ou diretos: genotóxicos que interagem diretamente com o DNA, como alquilantes
(eletrófilos que formam adutos com o DNA) e intercalantes (que ligam as duas fitas do DNA), entre
outros;
b) secundários ou indiretos: genotóxicos que agem indiretamente no DNA, como estresse oxidativo,
inibição da topoisomerase, inibição das enzimas de reparação do DNA, interferência no processo de
mitose, entre outros.

Existem entidades que se dedicam a estabelecer classificações para os diversos agentes estudados em
relação à carcinogênese humana. A classificação mais conhecida é a estabelecida pela Internacional Agency
of Research on Cancer (IARC), denomidada Classificação IARC, que divide os carcinogênicos em 4 grupos:

8
Apoptose é uma forma de morte celular programada, ou "suicídio celular".
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Classificação IARC para carcinogênicos


Grupo Descrição
Há provas suficientes de que seja carcinogênico a humanos, ou comprovadamente carcinogênico
1
para humanos.
2A É provável que seja carcinogênico a humanos.
2B É possível que seja carcinogênico a humanos.
3 Não classificável como carcinogênico a humanos

1.6.3 Sensibilizantes

Substâncias sensibilizantes são consideradas como sem limiar9 definido. Elas têm o potencial de causar
sensibilização do indivíduo exposto em um primeiro contato, e os subsequentes provocam uma reação
alérgica, ou seja, para a reação ocorrer, deve ser uma sensibilização prévia.

Uma vez ocorrida a sensibilização, a reação pode ser desencadeada por substâncias de estrutura química
similar. As reações alérgicas podem acometer a pele, causando dermatites, as mucosas, levando a
conjuntivites, rinites etc., ou as vias respiratórias, causando asma.

Uma vez havido a sensibilização, a resposta imunológica pode ocorrer com concentrações muito baixas da
substância. Curvas dose-resposta em populações expostas geralmente não são obtidas, razão pela qual se
assume que a reação alérgica não possui uma reação dose-resposta e que, de certa forma, não estaria no
campo da toxicologia.

No entanto, se a curva for feita para cada indivíduo isoladamente, observa-se uma característica curva dose-
efeito, mas a falta de curva dose-resposta populacional dificulta o estabelecimento de um NOAEL prático.

Os sensibilizantes podem ser formados por complexos agregados de macromoléculas orgânicas com alto
peso molecular, que funcionam diretamente como antígenos, como pólen, farinha de trigo, poeira de couro
etc. Quando são substâncias de baixo peso molecular, podem reagir com proteínas, modificando-as,
funcionando assim como haptenos. Muitos metais também são sensibilizantes, como os compostos de
níquel, cromo e cobalto, por exemplo.

9
Limiar é uma questão de cunho científico. É assumido que uma substância química carcinogênica
genotóxica primária ou direta não possui limiar de ação definido, por exemplo. Limite é uma necessidade
administrativa/ legal para regulação da toxicologia em várias áreas, como em alimentos, meio ambiente
ou ocupacional. Sem limites estabelecidos, não é possível a ação fiscalizatória.

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1.7 Monitoramento biológico

1.7.1 Aspectos gerais

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera como principal objetivo dos exames médicos
ocupacionais a avaliação da efetividade das medidas de controle do ambiente de trabalho.

Além do escopo principal, complementa com outros objetivos:

a) detecção de anormalidades clínicas ou pré-clínicas em um momento em que uma intervenção é


benéfica à saúde dos indivíduos;
b) prevenção de futura deterioração da saúde dos trabalhadores;
c) reforço do aconselhamento referente aos métodos de trabalho seguros e de manutenção da saúde;
d) avaliação da aptidão para um determinado tipo de trabalho, sendo a preocupação presente a
adaptação do local de trabalho para o trabalhador.

A OIT ainda reforça o objetivo principal da avaliação médica ocupacional quando afirma que:

A investigação da origem e das causas subjacentes dos incidentes, das lesões e das
enfermidades deveria permitir a identificação de qualquer deficiência em um sistema de
gestão de SST e estar documentada [...] as medidas corretivas resultantes das investigações
deveriam aplicar-se com o fim de evitar que se repitam os casos de lesão, enfermidades ou
incidentes relacionados ao trabalho.

Dentro dessa perspectiva, os trabalhadores expostos a riscos químicos devem ser monitorizados com o
objetivo de verificar se a exposição está controlada e se sua saúde está sendo afetada pelo(s) agente(s)
químico(s). Há alguns conceitos de monitoramento que merecem destaque.

• Monitoramento: atividade sistemática, contínua ou repetitiva, planejada para implementar, se


necessário, medidas corretivas relacionadas à saúde;
• Monitoramento do ambiente: consiste na avaliação de agentes no ambiente de trabalho para
quantificar a exposição dos trabalhadores e avaliar o risco à saúde, comparando os resultados com
referências apropriadas;
• Monitoramento biológico (MB): consiste na avaliação de agentes químicos ou seus metabólitos em
tecidos, secreções, excreções, ar exalado ou qualquer combinação destes para avaliar o risco à saúde
quando comparados com referências apropriadas;
• Vigilância à saúde: consiste no exame médico periódico de trabalhadores expostos com o objetivo
de proteger a saúde e prevenir o aparecimento de doenças relacionadas ao trabalho. A detecção de
doenças já instaladas está fora do escopo desta definição

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O monitoramento de expostos a agentes químicos é, portanto, uma ação de equipes multidisciplinares,


sendo a única eminentemente médica a de Vigilância à Saúde, pois envolve exames clínico-laboratoriais. O
monitoramento do ambiente é uma tarefa mais afeita à Higiene do Trabalho, e a ação de monitoramento
biológico, não obstante ser principalmente uma ação médica, é tarefa complexa que envolve toda a equipe,
sendo básico o conhecimento da toxicologia do(s) agente(s) monitorados para executá-la bem.

A Vigilância em Saúde envolve exames médicos a fim de detectar possível aparecimento de alterações
relacionadas ao(s) efeito(s) do(s) xenobiótico(s) a que os trabalhadores estão expostos. Estas alterações
podem ser consequências de hipersuscetibilidade individual ou da falta de controle da exposição por parte
da empresa.

O exame médico pode consistir somente em exame clínico (anamnese e exame físico) ou ser complementado
por exames laboratoriais da esfera de análises clínicas, de imagem etc. Não são exames da Toxicologia, mas
de Clínica Médica.

O exame médico de vigilância à saúde é utilizado para detecção precoce de possíveis efeitos. Este tipo de
monitoramento de efeitos não é utilizado somente para agentes químicos, mas constitui prática comum na
Medicina do Trabalho para todos os tipos agentes.

Como exemplo, para trabalhadores sujeitos a movimentos repetitivos, pode-se recorrer à anamnese e a
exame físico com atenção especial aos membros superiores; em indivíduos expostos a ruído elevado, a
audiometria é uma ferramenta essencial para detecção precoce do efeito auditivo deste agente físico; a
telerradiografia de tórax é realizada para a detecção precoce de possível pneumoconiose por particulados
fibrogênicos; a prova de função pulmonar é indicada para expostos a agentes químicos sensibilizantes que
podem causar asma ocupacional.

Por sua vez, o monitoramento biológico (MB) da exposição ocupacional a agentes químicos é uma atividade
que faz parte do monitoramento da saúde de expostos a agentes químicos, mas não se confunde com ele,
sendo diferenciado da Vigilância à Saúde.

Enquanto a Vigilância em Saúde é uma atividade de seguimento ao longo do tempo visando a detectar
precocemente agravos à saúde causados por um agente presente no ambiente de trabalho, o MB de
exposição é um corte transversal em grupo de trabalhadores expostos ao mesmo agente definido com
clareza e não necessariamente em intervalos de tempo prefixados.

O MB é uma das ferramentas à disposição dos profissionais de saúde no trabalho e constitui


fundamentalmente um complemento das atividades de vigilância ambiental. Objetiva verificar a absorção
da substância monitorada e não tem relação com detecção de alterações clínicas, tarefa esta da Vigilância à

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Saúde. Utiliza-se de indicadores biológicos10 específicos que têm relação com as exposições nos ambientes
de trabalho.

Não obstante ser complementar, o MB da exposição apresenta uma série de vantagens em relação ao
monitoramento ambiental, entre as quais se pode citar a identificação de:

a) exposição relativa em uma jornada de trabalho maior que a normal;


b) exposição resultante da movimentação do trabalhador no ambiente de trabalho;
c) absorção de uma substância através de várias vias de absorção e não apenas por inalação;
d) exposição global decorrente de várias fontes de exposição, seja ocupacional, seja ambiental;
e) quantidade da substância absorvida pelo trabalhador em função de outros fatores, como atividade
física no trabalho e fatores climáticos; e
f) quantidade da substância absorvida pelo trabalhador em função de fatores individuais (idade, sexo,
características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados com a biotransformação e a
eliminação do agente tóxico).

Como o MB da exposição complementa o monitoramento ambiental, se não existirem ações de Higiene do


Trabalho no controle dos ambientes de trabalho e se os achados nos exames não forem úteis para
retroalimentação do controle do ambiente, os exames médicos ocupacionais (incluindo o MB da exposição)
servirão apenas para uma série de outros propósitos, como cumprir legislação trabalhista, notificar agravos
de saúde à Previdência Social, entre outros, mas conceitualmente não se estará realizando o seu intuito
básico, que é o monitoramento da exposição ocupacional a um agente químico.

1.7.2 Indicadores biológicos

Indicador biológico ou biomarcador pode ser conceituado como toda a substância, estrutura ou processo
passível de ser quantificado no organismo ou nos seus meios biológicos e que influencia ou prediz a
incidência de um acontecimento ou de uma doença.

Um indicador biológico objetiva avaliar o risco derivado da exposição por meio da quantidade efetivamente
absorvida pelo organismo.

No Brasil, para fins de monitoração biológica ocupacional dos trabalhadores, por expressa determinação da
NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, adota-se os seguintes indicadores
biológicos:

a) Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva (IBE/EE)*: são indicadores de exposição excessiva (EE)
aqueles que não têm caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por

10
Esses indicadores biológicos são estudados na NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO), em seus Anexos.
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todas as vias de exposição e indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não
ocupacionais que justifiquem o achado, a possibilidade de exposição acima dos limites de exposição
ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o trabalhador
efetivamente estiver exposto ao agente a ser monitorado.
b) Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico (IBE/SC)*: indicadores biológicos com
significado clínico (SC) evidenciam disfunções orgânicas e efeitos adversos à saúde.

LEITURA OBRIGATÓRIA!

Se você concluiu essa primeira parte teórica, esteja certo de que já estudou o que tem
de mais importante sobre o tema Toxicologia Ocupacional para fins de prova, pois, que
virá depois, é uma parte comum com a higiene ocupacional e você já estudou na parte
de “AGENTES QUÍMICOS” da Aula de Higiene Ocupacional.

Assim, antes de iniciar a segunda parte de Aula, é ALTAMENTE RECOMENDÁVEL que


primeiro resolva as questões referentes a essa primeira parte.

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2 TOXICOLGIA/HIGIENE OCUPACIONAL

LEITURA OBRIGATÓRIA!

Inicialmente, repare que chamei essa segunda parte da Aula de TOXICOLOGIA/HIGIENE


OCUPACIONAL, e por que, professor?

Oras! O estudo dos agentes químicos dentro da Higiene Ocupacional também tem suas
bases na Toxicologia, assim, nesse conteúdo, a higiene e a toxicologia ocupacional são
disciplinas “irmãs” e tratam dos mesmos conceitos e aplicações.

Nesse sentido, caso você tenha estudado a Aula de “Fundamentos de Higiene


Ocupacional – Agentes Químicos”, não agregará muito conhecimento com o estudo
dessa parte da Aula. Assim, caso esteja naquela “correria de concurseiro” até faço a
ressalva para que possa “pular” esse conteúdo. Mas, caso queira uma preparação mais
robusta, está aqui uma oportunidade de revisão, além de agregar algumas poucas
coisas novas ao seu inventário intelectual.

Ademais, as questões sobre essa segunda parte geralmente não são


trazidas/referenciadas pelas bancas como de Toxicologia Ocupacional, mas
referenciadas como questões do Higiene Ocupacional, pelo que, caso julgue necessário,
poderá se basear naquelas da Aula de “Fundamentos de Higiene Ocupacional – Agentes
Químicos”.

Sem mais, caso assim queira, vamos ao conteúdo!

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2.1 Limites de exposição

Inicialmente, é importante conhecermos a diferença entre os conceitos de limiar e limite:

Limiar é uma questão de cunho científico. É assumido que uma substância química carcinogênica genotóxica
primária ou direta não possui limiar de ação definido, por exemplo. Limite é uma necessidade administrativa/
legal para regulação da toxicologia em várias áreas, como em alimentos, meio ambiente ou ocupacional. Sem
limites estabelecidos, não é possível a ação fiscalizatória.

Pois bem, a partir do NOAEL (nenhum efeito adverso observado), podem-se estabelecer níveis de exposição
que não provoquem efeitos adversos. Esses limites são estabelecidos usando o NOAEL menos uma margem
de segurança, baseada em um fator de incerteza, podendo ser para a exposição ambiental a substâncias
presentes no ar, na água, nos alimentos e em ambientes de trabalho.

Para a extrapolação de efeitos observados em doses em animais para doses em humanos, também devem
ser utilizados fatores de incertezas, visto serem espécies diferentes com seres de massas corpóreas
diferentes e sensibilidades diferentes – variações inter e intraespécies.

Existem vários tipos de limites de exposição definidos por diferentes instituições. Por exemplo, a
Environmental Protection Agency (EPA – Agência de Proteção Ambiental) dos EUA utiliza como dose de
referência (Reference Dose: RfD) aquela que representa a dose à qual a população pode estar exposta todos
os dias sem apresentar efeitos nocivos ao longo da vida.

De forma similar, há o conceito de Ingesta Diária Aceitável (IDA), utilizada para aditivos e resíduos de
defensivos agrícolas em alimentos. O cálculo é bem simples para a obtenção da RfD e da IDA, bastando dividir
o descritor NOAEL pelo fator de incerteza.

𝑁𝑂𝐴𝐸𝐿
𝑅𝑓𝐷 =
𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑐𝑒𝑟𝑒𝑧𝑎 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎

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A Figura 2.1 ilustra a representação dos descritores toxicológicos e dos limites de exposição.

Figura 1.1: Descritores toxicológicos de dose e os limites de exposição

A elaboração de um Limite de Exposição Ocupacional (LEO) segue os mesmos princípios, se utilizando do


descritor toxicológico NOAEL com uma margem de segurança dado pelo fator de segurança, também
denominado fator de proteção ou de incerteza.

Normalmente, o fator de segurança para a elaboração de limites ocupacionais é menor que os utilizados
para a população em geral nos limites estabelecidos para meio ambiente, alimentos, água etc. A Scientific
Committee on Occupational Exposure Limits (SCOEL) justifica este fato com os seguintes argumentos (SCOEL,
2018):

a) a população trabalhadora em geral é mais homogênea que a população como um todo,


particularmente por ser mais jovem, e idosos e doentes não fazem parte dela;
b) a população trabalhadora é exposta a substâncias químicas normalmente durante 8 horas por dia, 5
dias por semana, 240 dias por ano, por um período de vida laboral de até 45 anos, em contraste com
a população em geral que é exposta todos os dias e por toda a vida;
c) na maioria dos países da União Europeia, é esperado que a saúde dos trabalhadores seja controlada
por exames médicos periódicos e programas de monitoramento biológico.

Geralmente, os LEOs podem ser estabelecidos para uma exposição para a jornada inteira ou para
exposições curtas. Em relação ao parâmetro “tempo de exposição”, há três tipos básicos de limites:

a) TWA – Time Weighted Average ou média ponderada no tempo: normalmente se refere à jornada de
8 horas de trabalho diário e 40 horas por semana. É recomendado que os picos de exposição não
sejam maiores que três vezes o TWA e que se limitem no máximo a 15 minutos e por quatro vezes na
jornada espaçados por no mínimo 1 hora.
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b) STEL – Short Term Exposure Limit: é para exposição de até 15 minutos e é independente do TWA. É
adotado para substâncias para as quais é observado um efeito crítico após uma breve exposição (por
exemplo, incômodo, irritação, depressão do sistema nervoso central - SNC, sensibilização cardíaca,
dano irreversível a tecidos). Suplementa o TWA.
c) Celing – Teto. É uma medida instantânea que não deve ser ultrapassada em nenhum momento da
jornada. É aplicado para poucas substâncias muito irritantes, corrosivas, depressoras do SNC ou
tóxicas sistêmicas agudas.

Deve-se, entretanto, ressaltar que os estudos se baseiam nos efeitos conhecidos da substância no momento
em que são realizados os estudos. Assim, podem ser descobertos efeitos desconhecidos até então, inclusive
resultantes de doses menores por tempo prolongado, o que leva à necessidade de se estabelecer a dose
limiar (NOAEL) para o efeito recém-desvelado.

2.2 Classificação dos contaminantes no ar

Muitas vezes, a nomenclatura de contaminantes no ar utilizada nas fontes de dados causa confusão. Por este
motivo, há necessidade de padronização das denominações das diferentes formas em que os agentes
químicos podem aparecer nos ambientes de trabalho conforme segue (esses conceitos são importantes
inclusive para interpretação dos LEOs publicados):

1) Gases e vapores: são formados por moléculas das substâncias dispersas no ar.
2) Particulados (aerodispersóides): na literatura, muitas vezes são denominados “aerossóis”,
independentemente de serem sólidos ou líquidos. Entretanto, importante destacar as seguintes
subdivisões dessa classe de contaminantes:
a) particulados líquidos: são constituídos de gotículas de líquidos dispersos no ar, podendo ser
névoas ou neblinas: névoas são geradas diretamente do líquido por uma ação mecânica
(borrifamento, borbulhamento) e podem conter as substâncias dissolvidas neste líquido;
neblinas são formadas por condensação de vapores em gotículas de líquidos e não contêm as
substâncias dissolvidas no líquido que as gerou;
b) Particulados sólidos: são poeiras e fumos. Poeiras são definidas como particulados sólidos
em suspensão no ar obtidos por pulverização mecânica de um material originalmente em
estado sólido. Fumos são misturas de particulados muito finos, fumaça e até gases e vapores,
liberados ao ar como resultado de uma transformação química decorrente de reações
químicas, de aquecimento ou de uma explosão, mas o termo se aplica mais para as partículas
sólidas da mistura. Especificamente fumos metálicos são particulados sólidos formados pela
evaporação de metais fundidos e pela oxidação destes pelo oxigênio do ar, seguida da
condensação pelo resfriamento ao encontrar temperaturas mais baixas na atmosfera. Já o

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tamanho da partícula11 influi na região da árvore respiratória que ela vai atingir, e isso tem
impacto na absorção de substâncias para efeitos tóxicos sistêmicos e/ou nos efeitos locais no
próprio aparelho respiratório, como irritação, fibrose ou câncer.

Os particulados, sejam eles sólidos ou líquidos, são divididos em:

• particulado inalável: fração de material particulado suspenso no ar constituída por


partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 100 μm, capaz de entrar pelas
narinas e pela boca, penetrando no trato respiratório durante a inalação. É apropriado
para avaliação do risco ocupacional associado a partículas que exercem efeito adverso
quando depositadas no trato respiratório como um todo.
• particulado torácico: fração de material particulado suspenso no ar constituída por
partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 25 μm, capaz de passar pela laringe,
entrar pelas vias aéreas superiores e penetrar nas vias aéreas dos pulmões. É
apropriado para avaliação do risco ocupacional associado a partículas que exercem
efeito adverso quando depositadas nas regiões traqueobronquial e de troca de gases.
• particulado respirável: fração de material particulado suspenso no ar constituída por
partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 10 μm, capaz de penetrar além dos
bronquíolos terminais e se depositar na região de troca de gases dos pulmões,
causando efeito adverso nesse local.
• particulado total: material particulado total suspenso no ar coletado. A coleta de
particulado total deve ser utilizada somente quando não houver indicação específica
para coleta de particulado inalável, torácico ou respirável.

11
O tamanho é dado pelo diâmetro aerodinâmico, que é calculado pela multiplicação do diâmetro físico
pela raiz quadrada da densidade da partícula.
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2.3 Gases e vapores asfixiantes e irritantes

2.3.1 Gases asfixiantes

Os gases asfixiantes são divididos em dois tipos em relação ao seu mecanismo básico de ação: os asfixiantes
simples e os “químicos”.

2.3.1.1 Gases asfixiantes simples

São denominados simples porque não possuem ação em um sítio-alvo do organismo, agindo por simples
substituição do oxigênio do ambiente quando estão em elevadas concentrações.

Esses gases são inertes do ponto de vista de interação com os organismos vivos, podendo-se citar: metano
(CH4), hidrogênio (H2), nitrogênio (N2), etano (C2H6), argônio (Ar), hélio (He), dióxido de carbono (CO2),
acetileno (C2H2)

Em geral só agem em situações específicas, principalmente em espaços confinados: interior de tanques,


esgotos, minas subterrâneas, reatores, poços profundos, submarinos, aeronaves, tubulações, entre outros.
Todavia, os gases mais pesados que o ar podem se acumular em depressões ou poços e causar asfixia em
situações mesmo fora de espaços confinados.

A concentração normal de oxigênio na atmosfera é de 21% e sua diminuição até 18% não causa alterações
significativas no organismo humano, mas à medida que se diminui a proporção desse gás, aparecem, e se
acentuam, os efeitos da hipóxia. Os efeitos dessa baixa concentração de oxigênio (percentagem em volume
de ar) são:

a) 16% a 13%: tonturas e dispneia aos esforços, taquicardia, respiração profunda e diminuição da
atenção;
b) 13% a 10%: além dos sintomas acima, agregam-se fadiga, confusão mental e labilidade emocional;
c) 10% a 6%: aparecem também náuseas e vômitos e dificuldade de movimentação dos membros;
d) < 6%: perda da consciência e paradas respiratória e cardíaca. Dependendo do grau de hipóxia e do
tempo do evento, em caso de sobrevivência, podem ocorrer sequelas no sistema nervoso central.

2.3.1.2 Gases asfixiantes químicos

Os gases asfixiantes “químicos” produzem seus efeitos por interação em um ou mais sítio(s)-alvo no
organismo e assim podem provocar seus efeitos nocivos em baixas concentrações. Isso possibilita
exercerem, eventualmente, seus efeitos não só em espaços confinados, mas em locais com mera ventilação
deficiente.
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São alguns exemplos: monóxido de carbono (CO), ácido cianídrico (HCN), cianeto (CN-), ácido sulfídrico (H2S)
ou sulfeto de hidrogênio, agentes meta-hemoglobinizantes (substâncias capazes de oxidar o íon ferroso,
Fe2+), anilina ou fenilamina, nitrobenzeno etc.

2.3.2 Gases e vapores irritantes

Existem muitas substâncias irritantes aos olhos e às vias aéreas, podendo-se dividi-las em irritantes relativas
ou fracas e fortes ou absolutas.

As irritantes fracas ou relativas são as que dependem de uma elevada concentração para provocar efeito
irritante e não causam muito mais que desconforto. Como exemplos, podem-se citar os vapores de solventes
orgânicos, como das cetonas, aromáticos, éteres etc.

As substâncias irritantes fortes apresentam efeitos irritantes já em baixas concentrações e, em níveis mais
elevados, podem ocasionar graves danos ao aparelho respiratório, podendo inclusive levar à morte.

A maioria dos irritantes fortes tem seus efeitos confinados às vias respiratórias, mas alguns podem ter efeitos
sistêmicos, como o ácido fluorídrico (HF), ao qual a exposição crônica pode levar à fluorose, uma doença
sistêmica causada pela absorção do ânion fluoreto (F-), independentemente da exposição ser à poeira de sais
de fluoreto ou de ácido fluorídrico (HF).

Sua ação é direta nos tecidos por meio de oxidação, formação de radicais livres, alteração do pH do meio e
combinação desses efeitos. O próprio oxigênio em concentrações elevadas é lesivo aos pulmões pelo seu
efeito oxidante, razão pela qual sua administração no teor de 100% não pode ser mantida por períodos
prolongados, visto que, após doze horas, já podem ocorrer danos aos pulmões.

Outra questão importante em relação à substância é sua solubilidade em água. Se muito solúvel em água,
os danos são mais importantes nos olhos e nas primeiras vias aéreas, como mucosa nasal, traqueia e
brônquios, podendo haver dano no trato respiratório inferior se em concentrações mais elevadas.

Se pouco hidrossolúvel, o irritante não tem tropismo pelas mucosas úmidas das primeiras vias aéreas, e
assim pode exercer efeito mais intenso nas vias áreas inferiores e nos alvéolos e, por não ser claramente
percebido pela pouca ação nos olhos e nas vias áreas superiores, pode ser mais perigoso. Se for de
solubilidade intermediária, tende a lesionar ambos os territórios.

2.4 Particulados sólidos

2.4.1 Particulados sólidos

Os particulados sólidos, também denominados aerossóis particulados, são gerados tanto por fontes
antropogênicas, como, por exemplo, a combustão de materiais fósseis ou a exploração mineral, como não
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antropogênicas, por exemplo, tempestades de areia, e a exposição humana a eles ocorre diuturnamente
durante todo ciclo de vida.

O conhecimento relativo aos efeitos dessa exposição na saúde humana foi construído sobre dois pilares:
estudos derivados de ambientes de trabalho e estudos acerca da poluição ambiental.

Dadas as particularidades de cada um deles, as consequências associadas nem sempre são coincidentes:
enquanto o conhecimento acumulado nos locais de trabalho levou ao entendimento dos processos de
autoimunidade, fibrogênese e câncer do sistema respiratório, os estudos sobre poluição ambiental
contribuíram para a compreensão de morbidade e mortalidade por doenças respiratórias na população
geral. Ambos, todavia, contribuíram para o entendimento de fatores de risco de neoplasias respiratórias.

2.4.1.1 Definição de particulado sólido ou aerossol particulado sólido

Define-se aerossol particulado sólido como um conjunto de partículas sólidas em suspensão no ar cuja
composição depende do material que está sendo trabalhado. A métrica utilizada para sua caracterização é o
diâmetro aerodinâmico, calculado pelo produto da multiplicação do diâmetro físico pela raiz quadrada da
densidade da partícula.

Partículas sólidas abaixo de 100 µm de diâmetro aerodinâmico podem ser inaladas e, à medida que o
diâmetro diminui, aumenta a probabilidade de penetração mais profunda no sistema respiratório:
particulados entre 100 µm e 10 µm ficam retidos na região nasal e faringe; abaixo de 10 µm podem atingir
as vias aéreas intratorácicas; e, abaixo de 2 µm, há aumento exponencial na probabilidade de deposição
alveolar.

A chamada “fração respirável” de um aerossol refere-se a particulados ≤ 10 µm de diâmetro aerodinâmico.


Além do diâmetro, a penetração e a deposição de particulados no sistema respiratório dependem da
anatomia da árvore traqueobrônquica, da velocidade do fluxo aéreo, da turbulência do fluxo, da forma das
partículas e das cargas elétricas. A deposição se dá por mecanismos físicos de inércia, sedimentação e difusão
(particulados arredondados) e também por interceptação (notadamente para particulados fibrosos).

Os diferentes diâmetros aerodinâmicos das partículas que compõem um particulado sólido gerado em um
processo de trabalho são determinados pelos instrumentos/ferramentas utilizados na atividade geradora:
ferramentas de corte e alta rotação, por exemplo, geram particulados de menor diâmetro médio quando
comparadas a um processo de lixamento manual. Mesmo coexistindo partículas de tamanhos variados no
particulado, sempre existe a predominância daquelas de um diâmetro específico.

O sistema respiratório possui um sofisticado sistema de defesa e remoção contra particulados que envolve:
transporte mucociliar, macrófagos alveolares e rede de linfáticos pulmonares. Estes mecanismos atuam de
forma independente, harmônica e complementar.

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O transporte mucociliar é o principal mecanismo, mas ocorre somente em vias aéreas que possuem epitélio
de revestimento ciliado (até os bronquíolos terminais). Além dos bronquíolos terminais, o principal
mecanismo é a fagocitose, efetuada notadamente pelos macrófagos alveolares, que possuem mobilidade e
podem ou não migrar para os linfáticos ou para bronquíolos terminais, onde existem ilhotas de epitélio
ciliado. A complexa rede de linfáticos pulmonares drena para os gânglios regionais, hilares e mediastinais,
transportando macrófagos carregados de particulados fagocitados e também particulados em forma livre.

2.4.1.2 Partículas não especificadas de outra forma (PNOS)

Criada pela ACGIH, a PNOS (do inglês, Particles not otherwise specified) é uma categoria genérica para
particulados sólidos com determinadas características e que não possuem (ainda) limites específicos
estabelecidos. Significa literalmente “partículas não especificadas de outra forma”, mas talvez a melhor
forma de explanar o significado seja a tradução livre particulados sólidos inertes que não têm TLVs
específicos.

Para ser classificado como PNOS, o material particulado deve ter as seguintes características (ACGIH, 2017):

a) não possuir um TLV definido;


b) ser insolúvel ou pouco solúvel na água (ou preferencialmente no fluido pulmonar, se esta informação
estiver disponível);
c) ter baixa toxicidade, isto é, não ser citotóxico, genotóxico ou quimicamente reativo com o tecido
pulmonar, não ser emissor de radiação ionizante, não ser sensibilizante, não causar efeitos tóxicos
além de inflamação ou mecanismo de sobrecarga pulmonar.

De forma resumida, para um particulado sólido ser considerado um PNOS, deve-se conhecer muito bem
sua composição e suas características físico-químicas e toxicológicas, e não se pode classificar como PNOS
algo não muito bem caracterizado.

2.4.1.3 Fibrogenicidade de particulados

O potencial fibrogênico de um aerossol particulado tem implicações diretas nos cuidados referentes ao
ambiente de trabalho, ao trabalhador e ao meio ambiente. A análise isolada da fibrogenicidade é um ponto
de partida relevante para a avaliação de potencial perigo de exposição, mas essa informação deve ser
analisada em conjunto com a descrição do trabalho específico que está sendo realizado. Portanto, é
necessário que a exposição ocupacional seja conhecida para que as situações de perigo sejam reconhecidas.

Na avaliação do potencial fibrogênico de um particulado, devem-se levar em conta alguns critérios como: a
dimensão média/mediana das partículas, a forma, as propriedades de superfície, a solubilidade e a carga de
exposição. A esses critérios, somam-se características da carga de trabalho que podem exigir maior esforço
físico e, consequentemente, aumento na ventilação pulmonar.

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De maneira geral, consideramos como fibrogênicos os particulados que contêm mais de 7,5% de sílica
cristalina na fração respirável ou que contêm fibras de asbesto. Recomenda-se, sempre que possível, que
sejam feitas avaliações quantitativas de exposição, de forma regular, associadas à determinação de sílica ou
à contagem de fibras de asbesto, quando for o caso.

Para fins de desenho de programas de proteção de riscos ambientais e de controle médico, o


reconhecimento da fibrogenicidade de um particulado sólido deve ser associada às situações de trabalho
específicas. Não há uma “receita” pronta, cada situação deve ser analisada dentro de suas particularidades.

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3 QUESTÕES

3.1 Questões sobre fundamentos de toxicologia ocupacional

01 (VUNESP / UNICAMP / 2023) A fase de interação da substância química com o organismo em que ocorre
a absorção, a distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das substâncias químicas
é chamada de

(A) toxicodinâmica. (B) clínica. (C) toxicocinética. (D) exposição. (E) toxicoestática.

02 (VUNESP / UNICAMP / 2023) O estudo dos efeitos causados pela interação de agentes químicos com o
organismo humano permite a compreensão de doenças relacionadas ao ambiente de trabalho. A respeito
desse estudo, que está no campo da Toxicologia Ocupacional, é correto afirmar que:

(A) em relação à solubilidade, compostos do mesmo cátion de solubilidade diversa em água podem
apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos solúveis de níquel, que são considerados
carcinogênicos, ao passo que os insolúveis não o são.

(B) a volatilidade, que é uma propriedade física definida principalmente pelo peso molecular da substância,
mostra-se muito importante em Toxicologia Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso
facilitado às vias aéreas, principal via de contato e absorção em trabalhadores.

(C) o benzeno, em concentrações elevadas (de centenas a milhares de partes por milhão) provoca depressão
do sistema hematopoiético, causando leucemia. A exposição a baixas concentrações do composto, ao longo
do tempo, pode levar à morte por parada cardiorrespiratória devido ao colapso do sistema nervoso central.

(D) na fase toxicodinâmica há interação entre a substância biodisponível e os sítios de ação, específicos ou
não, dos órgãos-alvo e alterações fisiopatológicas consequentes, enquanto na fase clínica tem-se o
aparecimento dos efeitos nocivos do toxicante por meio de sinais e sintomas clínicos e/ou laboratoriais.

(E) pinocitose e fagocitose são sistemas de transporte de partículas de substâncias reativas, que se ligam ao
transportador formado por proteínas inespecíficas formando complexos de um lado da membrana, os quais
a atravessam, liberando a substância no interior da célula.

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03 (AVANÇA-SP / PREF. AMERICANA-SP / 2023) Com relação à toxicologia ocupacional, analise os itens a
seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I – É eminentemente preventiva.

II – Informações qualitativas das substâncias são irrelevantes.

III – O uso de substâncias químicas utilizadas no trabalho necessita de análise e supervisão do Ministério da
Defesa.

(A) Apenas o item I é verdadeiro.

(B) Apenas o item II é verdadeiro.

(C) Apenas o item III é verdadeiro.

(D) Apenas os itens II e III são verdadeiros.

(E) Todos os itens são verdadeiros.

04 (VUNESP / PREF. PINDAMONHANGABA-SP / 2023) A ciência que estuda os efeitos nocivos à saúde
decorrentes da interação do organismo humano com as substâncias químicas presentes no ambiente de
trabalho é a Toxicologia Industrial. A respeito de seus fundamentos, é correto afirmar que

(A) a absorção das poeiras de compostos iônicos inalados sofre pequena influência da solubilidade do
aerodispersoide, pois, para ser absorvido, não basta o composto ser inalado e chegar às vias respiratórias
inferiores, mas deve também possuir uma superfície ionizada e altamente reativa, ávida para ligar-se aos
tecidos dos interstícios alveolares.

(B) toxicocinética é a fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a


biotransformação e a eliminação das substâncias absorvidas, sendo que também nesta fase, as
características físico-químicas do xenobiótico, especialmente a solubilidade e a constante de acidez têm
importância fundamental, pois determinam o acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação pelo
organismo.

(C) a maioria dos toxicantes cruza a membrana celular pela diferença de gradiente de concentração, seguindo
a Lei de Fick, de modo que a difusão simples é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias
polares (lipossolúveis) poderem passar pela membrana sem se dissolver no interior da célula com facilidade.

(D) gases e vapores das substâncias menos lipossolúveis, ao ingressarem no organismo, atravessam mais
facilmente a membrana alveolar por difusão simples, mas, como são pouco solúveis no sangue, não

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encontram na corrente sanguínea um meio propício para serem carregadas até o órgão no qual têm sua ação
tóxica mais grave.

(E) a resposta tóxica por exposição a baixas doses/concentrações pode ser diferente da resposta a altas
doses, como ocorre com o benzeno, que em elevadas concentrações por poucos minutos, pode provocar
mielotoxicidade e aumentar a probabilidade de leucemia mieloide, enquanto as exposições repetidas a
concentrações baixas podem levar à depressão do Sistema Nervoso Central.

05 (AVANÇA-SP / PREF. AMERICANA-SP / 2023) A toxicologia ocupacional é, eminentemente:

(A) Preventiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(B) Corretiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(C) Periódica, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(D) Duradoura, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(E) Preditiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

06 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CANOAS / 2023) Na toxicologia ocupacional, as vias respiratórias e a


dérmica são as mais importantes, mas a via gastrointestinal não pode ser inteiramente esquecida, em
especial em ambientes de trabalho com condições sanitárias precárias. O trato gastrointestinal possui
vários carregadores específicos para várias substâncias. Alguns xenobióticos, como o Pb +2, utilizam-se do
transporte do seguinte carregador para serem absorvidos:

(A) Fe+2 (B) Mn+2 (C) Cu+2 (D) Mb+2 (E) Ca+2

07 (VUNESP / PREF. GUARATINGUETÁ-SP / 2022) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo e abrange uma vasta área do
conhecimento, em que atuam profissionais de diversas formações em diferentes áreas, como a forense,
clínica, ambiental e ocupacional, entre outras. A esse respeito, é correto afirmar que

(A) a volatilidade, que é uma propriedade física determinada pelo peso molecular da substância, tem muita
importância em Toxicologia Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso facilitado às vias
aéreas, principal via de contato e absorção observada em trabalhadores.

(B) a adição acidental de ácidos fortes em soluções de sais de cianeto gera a instantânea formação de HCN
(ácido cianídrico), que é volátil e emana imediatamente da solução e, sendo inalado, pode levar à morte
rapidamente.

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(C) toxicodinâmica é a fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a


biotransformação e a eliminação das substâncias absorvidas, sendo que a resultante dessas etapas irá
determinar a biodisponibilidade da substância.

(D) o transporte ativo ocorre através da membrana celular pela diferença de gradiente de concentração,
seguindo a Lei de Fick, constituindo a forma mais simples de ingresso dos xenobióticos na célula, comum e
importante para as substâncias apolares ou pouco polares (lipossolúveis).

(E) a toxicidade crônica, entre as diferentes substâncias químicas nocivas à saúde humana, é determinada
pelo parâmetro Dose Letal 50 (DL50 – dose letal para 50% da população exposta), quando a substância é
administrada por via oral ou injetada.

08 (FGV / SEMSA / 2022) Em toxicologia, é importante utilizar símbolos para que se possa identificar
rapidamente o tipo de perigo ou risco que determinada substância química pode ocasionar à saúde do
trabalhador. O diagrama de Hommel, por exemplo, indica, por meio de cores, os riscos envolvidos no uso
do produto em questão. Os riscos de inflamabilidade e reatividade são representados, respectivamente,
pelas cores

(A) azul e branca.

(B) azul e vermelha.

(C) vermelha e branca.

(D) vermelha e amarela.

(E) azul e amarela.

09 (VUNESP / PREF. FERRAZ DE VASCONCELOS-SP / 2021) O ingresso, no organismo humano, de


contaminantes presentes no ambiente de trabalho provoca a necessidade de estudar a toxicidade dessas
substâncias, bem como a maneira pela qual agem no corpo humano. Tem-se, assim, caracterizada a área
de conhecimento da Toxicologia Industrial, sendo que

(A) após a ocorrência de uma exposição, as interações entre as substâncias tóxicas e o organismo do
trabalhador englobam diferentes aspectos, como a fase da bioassimilação, em que se observam os efeitos
da substância tóxica sobre o organismo, e a biorreativa, na qual se dão os efeitos do organismo sobre a
substância tóxica.

(B) os mecanismos metabólicos de desintoxicação têm a característica de sempre serem mobilizados de


forma a atenuar os efeitos tóxicos dos xenobióticos no organismo humano, de forma tal que, ao serem
incapazes de promover a atenuação do veneno, agem no sentido de bloquearem seu ingresso no interior da
célula.
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(C) para explicar os meios que uma substância tóxica usa para passar pela membrana celular, foram
propostos quatro processos: a difusão ativa, que é considerada o principal processo utilizado pela substância
para ingressar na célula; o transporte ativo; a filtração parcial e a pinocitose, em que uma membrana envolve
a substância e a leva para dentro da célula.

(D) o transporte ativo, que requer o consumo de energia metabólica, é um sistema de transporte mediado
por um carreador, que movimenta uma molécula através de uma membrana contra um gradiente de
concentração ou, se a molécula for um íon, contra um gradiente eletroquímico.

(E) após a exposição ao contaminante, no processo de metabolização ou biotransformação de uma


substância tóxica, as enzimas específicas de metabolização do xenobiótico desempenham uma função
semelhante àquela que enzimas inespecíficas exercem na metabolização de alimentos.

10 (VUNESP / PREF. VÁRZEA PAULISTA-SP / 2021) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo e é, em função disso, de grande
relevância na compreensão da causalidade dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. A partir disso, é
correto afirmar que

(A) na fase toxicodinâmica do processo de intoxicação, em que ocorrem os efeitos do organismo sobre as
substâncias tóxicas, temos a biotransformação, envolvendo a absorção, o transporte, a acumulação, as
alterações metabólicas e a excreção do produto dessa ação.

(B) entre os mecanismos que explicam a passagem de uma substância química através de uma membrana
celular consta o transporte ativo, que é um sistema de transporte mediado por um carreador que move uma
molécula através de uma membrana contra um gradiente de concentração ou, no caso de íons, contra um
gradiente eletroquímico.

(C) a toxicidade aguda refere-se aos efeitos produzidos pela exposição sistemática a uma classe de
contaminantes, cujos sintomas surgem de maneira repentina, o que equivale, em um diagrama de
toxicidade, à observação de simultaneidade parcial das fases toxicocinética e toxicodinâmica.

(D) uma das evidências da evolução da raça humana está na sofisticação de seu sistema fisiológico, cujo
elevado poder de adaptação faz com que, para todo xenobiótico que ingressar no organismo humano, a
reação metabólica seja invariavelmente a favor do organismo, produzindo um metabólito menos tóxico.

(E) os processos metabólicos de desintoxicação mais importantes na área de saúde ocupacional, que reúnem
as biotransformações provocadas pelo organismo em uma substância tóxica, em contraposição às ações
tóxicas da substância no organismo, são a oxidação, a redução, a síntese ou conjugação e a captura seletiva.

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11 (QUADRIX / FHGV / 2019) Assinale a alternativa que apresenta a classificação toxicológica, isto é, a cor
da faixa no rótulo do produto, dos agrotóxicos, segundo a DL50, na seguinte ordem: pouco tóxico;
medianamente tóxico; altamente tóxico; e extremamente tóxico.

(A) azul, amarela, vermelha e roxa

(B) verde, amarela, vermelha e preta

(C) azul, amarela, vermelha e roxa

(D) verde, azul, amarela e vermelha

(E) amarela, vermelha, roxa e preta

12 (FGV / AL-RO / 2018) A toxicidade que resulta de exposições contínuas e se estende por períodos de
dias, meses ou anos, causando danos para a pele ou membrana mucosa, é classificada como

(A) persistente. (B) aguda local. (C) crônica local. (D) aguda sistêmica. (E) crônica sistêmica.

13 (FEPESE / COMPANHIA DE ÁGUAS DE JOINVILLE-SC / 2018) Assinale a alternativa correta com relação à
Toxicologia:

(A) Toxicidade é a característica de uma molécula química ou composto em produzir uma doença, uma vez
que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo.

(B) Remédio toxicológico é a probabilidade de a doença poder ser controlada através da maneira pela qual
a substância esteja sendo utilizada.

(C) O veneno pode ser considerado como substância que não causa danos para os tecidos vivos, quando
aplicado em doses relativamente grandes.

(D) Envenenamento crônico é o que pode causar inconsciência, choque ou colapso, inflamação severa dos
pulmões ou mesmo morte súbita.

(E) Qualquer programa efetivo para a prevenção de envenenamento ocupacional depende basicamente da
ação dos empregadores, e muito pouco da equipe de trabalho.

14 (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2017) A toxicologia é uma ciência que pressupõe avaliar o risco químico
e estudar os efeitos que esses agentes químicos podem gerar no organismo humano através de estudos
de elementos básicos. É um dos elementos básicos da toxicologia a(o)

(A) existência de um meio adequado através do qual os agentes químicos possam interagir.

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(B) biodisponibilidade do organismo a ser atingido por esse agente químico.

(C) efeito resultante de proteção para o sistema biológico.

(D) sistema biológico com o qual o agente químico irá interagir para produzir o efeito.

(E) agente modificado capaz de produzir um efeito.

15 (VUNESP / PREF. PRESIDENTE PRUDENTE-SP / 2016) A exposição dos trabalhadores a produtos químicos
em sua atividade profissional leva à necessidade de investigar a toxicidade dessas substâncias, assim como
a maneira que agem no organismo humano. Essa é a área de conhecimento de que se ocupa a Toxicologia
Industrial, sendo que

(A) após uma exposição, as interações entre as substâncias tóxicas e o organismo vivo compreendem duas
fases distintas: aquela chamada toxicodinâmica, em que ocorrem os efeitos das substâncias tóxicas no
organismo, e a fase toxicocinética, em que se dão os efeitos do organismo nas substâncias tóxicas.

(B) a difusão passiva é considerada um mecanismo acessório, de menor importância, que é utilizado
raramente pelas substâncias químicas para atravessar as membranas celulares e depende
fundamentalmente da espessura da membrana e da área disponível.

(C) a metabolização ou biotransformação de uma substância tóxica envolve processos fisiológicos


conduzidos por enzimas específicas, aptas a esse tipo de demanda, que normalmente não são mobilizadas
pelo organismo.

(D) a osmose facilitada consiste em um sistema de transporte mediado por um xenobiótico que tem a
capacidade de mover uma molécula através de uma membrana que separe meios com concentrações
francamente distintas.

(E) um mecanismo cada vez mais aceito como um dos mais comuns da ação tóxica no organismo é a quelação,
que provoca a combinação química de uma estrutura inorgânica com um sal, que está firmemente ligado à
estrutura inorgânica.

16 (INAZ DO PARÁ / PREF. ITAÚNA-PR / 2016) O que é toxicologia ocupacional?

(A) Área relacionada ao estudo da toxicidade das substâncias veiculadas pelos alimentos, ou seja, tal área
estabelece índices de segurança para os alimentos de origem natural ou industrial.

(B) É designado para a área que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de drogas ou
fármacos, com prejuízos ao próprio usuário e à sociedade.

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(C) É a área que se preocupa com o estudo das ações e dos efeitos nocivos de substâncias químicas, quase
sempre de origem antropogênica, sobre os organismos vivos.

(D) É a área que se ocupa dos estudos das ações e efeitos nocivos de substâncias usadas no ambiente de
trabalho sobre o organismo do indivíduo exposto.

(E) Trata do atendimento do paciente exposto ao agente tóxico ou intoxicado, com a finalidade de prevenir,
diagnosticar a intoxicação ou aplicar, se necessário, uma medida terapêutica específica.

17 (CESPE-CEBRASPE / FUB /2015) Toxicologia ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas
e quantificadas as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem,
com o objetivo de prevenir riscos à saúde do trabalhador. Acerca desse assunto, julgue o próximo item.

A intoxicação aguda decorre de um único contato ou de múltiplos contatos com o agente tóxico em um
período de aproximadamente vinte e quatro horas, e os efeitos tóxicos surgem imediatamente ou no
decorrer de, no máximo, duas semanas.

18 (CESPE-CEBRASPE / FUB / 2015) Toxicologia ocupacional é a área da toxicologia em que são


identificados e quantificados as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que
elas oferecem, com o objetivo de prevenir riscos à saúde do trabalhador. Acerca desse assunto, julgue o
próximo item.

A frequência, a duração da exposição e a via de introdução de uma substância tóxica são fatores que
influenciam na sua toxicidade.

19 (IADES / EBSERH / 2014) O processo da toxicocinética, pelo qual os agentes tóxicos atravessam as
membranas e entram na corrente sanguínea, é denominado de

(A) excreção. (B) distribuição. (C) biotransformação. (D) absorção. (E) ativação metabólica.

20 (INAZ DO PARÁ / MÉDICO DO TRABALHO / 2014) Durante o processo de intoxicação, a fase que
corresponde ao comportamento do agente tóxico após o contato com o organismo humano (absorção,
distribuição, biotransformação, acumulação e eliminação), chama-se:

(A) Fase de exposição

(B) Fase Toxicodinâmica

(C) Fase Toxicocinética

(D) Efeito tóxico

(E) Fase de Toxicidade


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21 (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL /2014) A intoxicação por qualquer agente é constituída pelas
seguintes fases: toxicocinética, toxicodinâmica, clínica e de exposição. A toxicodinâmica representa a fase
de

(A) absorção e distribuição do tóxico

(B) absorção, biotransformação e excreção do tóxico

(C) aumento da biodisponibilidade do tóxico

(D) biotransformação do tóxico

(E) interação das moléculas do tóxico com os sítios de ação

22 (MS CONCURSOS / UFAC / 2014) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos produzidos
pela interação de agentes químicos com sistemas biológicos. Um dos campos de aplicação da toxicologia
é aplicada ao estudo dos mecanismos de ação e efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes,
presentes nos ambientes de trabalho, sobre a saúde dos trabalhadores. Esta área da toxicologia é definida
como:

(A) Toxicologia do Trabalho.

(B) Toxicologia Ocupacional.

(C) Toxicologia Ambiental.

(D) Toxicologia Industrial.

(E) Toxicologia Social.

23 (MS CONCURSOS / UFAC / 2014) Indique a alternativa correta, quanto ao campo de aplicação da
Toxicologia Experimental.

(A) A Toxicologia Experimental é aplicada estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes
presentes nos alimentos.

(B) A Toxicologia Experimental é aplicada no estudo dos efeitos nocivos decorrentes do uso de substâncias
químicas como medicamentos.

(C) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo dos efeitos nocivos dos agentes químicos usados pelo
homem individualmente ou em sociedade.

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(D) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo de testes toxicológicos realizados em cobaias e/ou
voluntários.

(E) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes
ambientais nos seres vivos, visando ao controle da poluição do ar, da água e do solo.

24 (IF-RJ / IF-RJ / 2012) Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de toxicidade, segundo a
ABNT NBR 10.004/04.

(A) Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou menor grau, um efeito
adverso em consequência de sua interação com o organismo.

(B) Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha sido cientificamente
comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou
ecotoxicológico).

(C) Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um efeito adverso grave, ou mesmo morte,
em consequência de sua interação com o organismo, após exposição a uma única dose elevada ou a
repetidas doses em curto espaço de tempo.

(D) Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou
infecto-contagiosas, pode representar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada.

25 (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2011) Em toxicologia, qual é o sistema de monitoramento contínuo de


medições de rotina que tem o objetivo de detectar alterações no estado de saúde das populações
expostas, por meio da dosagem do poluente em tecidos e fluidos do organismo humano?

(A) Ambiental (B) Biológico (C) Emissão (D) Clínico (E) Ecológico

26 (CESPE / FUB / 2009) A toxicologia avalia as lesões causadas no organismo por toxicantes e investiga os
mecanismos envolvidos no processo. Procura identificar e quantificar as substâncias tóxicas presentes nos
fluidos biológicos e determinar os níveis toleráveis no organismo. Os complexos eventos envolvidos na
intoxicação, desde a exposição do organismo ao agente até o aparecimento de sinais e sintomas, podem
ser classificados em 4 fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâmica e fase clínica. Em conformidade com
esse assunto, julgue o próximo item.

A fase toxicocinética inclui os processos envolvidos na relação entre disponibilidade química e a


concentração do fármaco nos diferentes tecidos do organismo. Faz parte dessa fase a biotransformação e a
excreção das substâncias químicas.

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27 (CESPE / FUB / 2009) A toxicologia avalia as lesões causadas no organismo por toxicantes e investiga os
mecanismos envolvidos no processo. Procura identificar e quantificar as substâncias tóxicas presentes nos
fluidos biológicos e determinar os níveis toleráveis no organismo. Os complexos eventos envolvidos na
intoxicação, desde a exposição do organismo ao agente até o aparecimento de sinais e sintomas, podem
ser classificados em 4 fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâmica e fase clínica. Em conformidade com
esse assunto, julgue o próximo item.

A via de introdução do agente tóxico no organismo, a concentração do xenobiótico e a susceptibilidade


individual devem ser considerados na fase de exposição.

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3.1.1 Gabarito

01 C 21 E
02 D 22 B
03 A 23 D
04 B 24 A
05 A 25 B
06 E 26 C
07 B 27 C
08 D
09 D
10 B
11 D
12 C
13 A
14 D
15 A
16 D
17 C
18 C
19 D
20 C

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4 QUESTÕES COMENTADAS

4.1 Questões comentadas sobre fundamentos de toxicologia


ocupacional

01 (VUNESP / UNICAMP / 2023) A fase de interação da substância química com o organismo em que ocorre
a absorção, a distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das substâncias químicas
é chamada de

(A) toxicodinâmica. (B) clínica. (C) toxicocinética. (D) exposição. (E) toxicoestática.

Comentários: com o esquema a seguir, você “mata” a questão.

Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica

Fase em que se
estuda o contato do Fase em que se
xenobiótico com o estuda a absorção, a
Fase em que há
organismo. Na distribuição, o
interação entre a
avaliação da armazenamento, a Fase do
substância
exposição, deve-se biotransformação e a aparecimento dos
biodisponível e os
sempre levar em eliminação efeitos nocivos do
sítios de ação,
consideração sua (excreção) das toxicante por meio
específicos ou não,
dose ou substâncias de sinais e sintomas
dos órgãos-alvo, e
concentração, a via absorvidas. Nesta clínicos e/ou
alterações
de contato e se as fase não há laboratoriais
fisiopatológicas
características físico- interação da
consequentes.
químicas da substância com os
substância permitem órgãos-alvo.
boa absorção ou não.

Nesse caso, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

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02 (VUNESP / UNICAMP / 2023) O estudo dos efeitos causados pela interação de agentes químicos com o
organismo humano permite a compreensão de doenças relacionadas ao ambiente de trabalho. A respeito
desse estudo, que está no campo da Toxicologia Ocupacional, é correto afirmar que:

(A) em relação à solubilidade, compostos do mesmo cátion de solubilidade diversa em água podem
apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos solúveis de níquel, que são considerados
carcinogênicos, ao passo que os insolúveis não o são.

(B) a volatilidade, que é uma propriedade física definida principalmente pelo peso molecular da substância,
mostra-se muito importante em Toxicologia Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso
facilitado às vias aéreas, principal via de contato e absorção em trabalhadores.

(C) o benzeno, em concentrações elevadas (de centenas a milhares de partes por milhão) provoca depressão
do sistema hematopoiético, causando leucemia. A exposição a baixas concentrações do composto, ao longo
do tempo, pode levar à morte por parada cardiorrespiratória devido ao colapso do sistema nervoso central.

(D) na fase toxicodinâmica há interação entre a substância biodisponível e os sítios de ação, específicos ou
não, dos órgãos-alvo e alterações fisiopatológicas consequentes, enquanto na fase clínica tem-se o
aparecimento dos efeitos nocivos do toxicante por meio de sinais e sintomas clínicos e/ou laboratoriais.

(E) pinocitose e fagocitose são sistemas de transporte de partículas de substâncias reativas, que se ligam ao
transportador formado por proteínas inespecíficas formando complexos de um lado da membrana, os quais
a atravessam, liberando a substância no interior da célula.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. “em relação à solubilidade, compostos do mesmo cátion de solubilidade
diversa em água podem apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos solúveis
(insolúveis) de níquel, que são considerados carcinogênicos, ao passo que os insolúveis (solúveis) não o são.”

Em regra, os compostos insolúveis são carcinogênicos, as passos que os solúveis não o são, para os mesmos
xenobióticos.

Você verá na segunda parte da aula que “[...] a absorção das poeiras de compostos iônicos12 inalados
também sofre grande influência da solubilidade. Para ser absorvido, não basta o composto ser inalado e
chegar às vias respiratórias inferiores, ele deve estar livre e difusível, ou seja, solúvel na água do interstício
pulmonar.

12
Compostos iônicos são aqueles que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus
componentes.
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Somente se absorvido é possível ocorrer uma ação sistêmica no organismo exposto, portanto, quanto maior
a solubilidade, maior a possibilidade de absorção através da via respiratória. Compostos do mesmo cátion
de solubilidade diversa em água podem apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos
insolúveis de níquel, que são considerados carcinogênicos, ao passo que os solúveis não o são.”

A alternativa B está incorreta. Recorde o quadro a seguir.

Propriedades físicas
É determinada pela força de atração entre as moléculas e os átomos.
É uma propriedade física muito importante em Toxicologia, especialmente na
Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso facilitado às vias aéreas,
principal via de contato e absorção em trabalhadores. Ao contrário do que muitos
imaginam, o peso molecular de uma substância tem pouca influência na sua volatilidade.
Volatilidade
A volatilidade pode ser avaliada através da temperatura de ebulição e de sua pressão de
vapor. As duas variáveis estão de certa forma relacionadas, pois, em geral, quanto mais
baixa a temperatura de ebulição, maior é a pressão de vapor a uma dada temperatura. A
pressão de vapor exercida por um líquido na superfície depende da temperatura em que
o líquido se encontra e, quanto maior a temperatura, maior é a pressão de vapor.
A solubilidade é a aptidão que um corpo ou matéria tem de se dissolver, ou não, em
determinado tipo de líquido.
Solubilidade
Também é conhecida como coeficiente de solubilidade e definida como a habilidade que
determinado soluto tem de se dissolver em um solvente.

A alternativa C está incorreta. A banca fez uma inversão, pois o efeito agudo (parada cardiorrespiratória)
decorre da exposição aguda, ficaria correta assim:

“o benzeno, em concentrações elevadas (de centenas a milhares de partes por milhão) pode levar à morte
por parada cardiorrespiratória devido ao colapso do sistema nervoso central. A exposição a baixas
concentrações do composto provoca depressão do sistema hematopoiético, causando leucemia.”

Vai ao encontro do que estudamos nos conceitos de dose-resposta.

Vimos que “uma mesma substância química pode ter diferentes efeitos celulares, químicos e bioquímicos e
cada faixa de dose pode ter sua própria relação dose-resposta. Desta forma, a resposta tóxica por exposição
a baixas doses/concentrações pode ser diferente da resposta a altas doses.

Por exemplo, a exposição ao benzeno em elevadas concentrações por poucos minutos pode levar à depressão
do sistema nervoso central (SNC), enquanto exposições repetidas a baixas concentrações podem provocar
mielotoxicidade e aumentar a probabilidade de leucemia mieloide aguda. Assim, efeitos sutis que ocorrem
em doses baixas podem ser mascarados ou evidenciados por respostas mais evidentes que ocorrem em
doses elevadas.”

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

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Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica

Fase em que se
estuda o contato do Fase em que se
xenobiótico com o estuda a absorção, a
Fase em que há
organismo. Na distribuição, o
interação entre a
avaliação da armazenamento, a Fase do
substância
exposição, deve-se biotransformação e a aparecimento dos
biodisponível e os
sempre levar em eliminação efeitos nocivos do
sítios de ação,
consideração sua (excreção) das toxicante por meio
específicos ou não,
dose ou substâncias de sinais e sintomas
dos órgãos-alvo, e
concentração, a via absorvidas. Nesta clínicos e/ou
alterações
de contato e se as fase não há laboratoriais
fisiopatológicas
características físico- interação da
consequentes.
químicas da substância com os
substância permitem órgãos-alvo.
boa absorção ou não.

A alternativa E está incorreta. A alternativa se refere aos mecanismos de transporte ativos.

Vimos que “os mecanismos de transporte através das membranas podem ser passivos (sem gasto de
energia) ou ativos, exigindo consumo de energia para ocorrer, incluindo transporte contra gradiente de
concentração:

a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick13, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).
Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases14 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
b) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas

13
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
14
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.
c) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas
líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.”

03 (AVANÇA-SP / PREF. AMERICANA-SP / 2023) Com relação à toxicologia ocupacional, analise os itens a
seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I – É eminentemente preventiva.

II – Informações qualitativas das substâncias são irrelevantes.

III – O uso de substâncias químicas utilizadas no trabalho necessita de análise e supervisão do Ministério da
Defesa.

(A) Apenas o item I é verdadeiro.

(B) Apenas o item II é verdadeiro.

(C) Apenas o item III é verdadeiro.

(D) Apenas os itens II e III são verdadeiros.

(E) Todos os itens são verdadeiros.

Comentários: vimos que “a Toxicologia (geral) é a ciência que estuda os efeitos danosos de substâncias
químicas nos organismos vivos com vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. Assim
como a ergonomia, que tem vários ramos (física, cognitiva, organizacional), a toxicologia também tem.

Especificamente, Toxicologia Ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas e quantificadas


as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem, com o objetivo de
prevenir riscos à saúde do trabalhador, ou ainda a área que se ocupa com os estudos das ações e efeitos
nocivos de substâncias presentes no ambiente de trabalho sobre o organismo dos indivíduos
ocupacionalmente expostos.

O ramo ocupacional da toxicologia apresenta duas características centrais que o difere de outros ramos:

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O ramo ocupacional da toxicologia apresenta duas características centrais que o difere de outros ramos:

• é eminentemente preventiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador


está exposto;
• leva em consideração tanto as informações qualitativas quanto as quantitativas das substâncias
químicas.”

Nesse caso, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Não faz nenhum sentido a afirmativa III.

04 (VUNESP / PREF. PINDAMONHANGABA-SP / 2023) A ciência que estuda os efeitos nocivos à saúde
decorrentes da interação do organismo humano com as substâncias químicas presentes no ambiente de
trabalho é a Toxicologia Industrial. A respeito de seus fundamentos, é correto afirmar que

(A) a absorção das poeiras de compostos iônicos inalados sofre pequena influência da solubilidade do
aerodispersoide, pois, para ser absorvido, não basta o composto ser inalado e chegar às vias respiratórias
inferiores, mas deve também possuir uma superfície ionizada e altamente reativa, ávida para ligar-se aos
tecidos dos interstícios alveolares.

(B) toxicocinética é a fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a


biotransformação e a eliminação das substâncias absorvidas, sendo que também nesta fase, as
características físico-químicas do xenobiótico, especialmente a solubilidade e a constante de acidez têm
importância fundamental, pois determinam o acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação pelo
organismo.

(C) a maioria dos toxicantes cruza a membrana celular pela diferença de gradiente de concentração, seguindo
a Lei de Fick, de modo que a difusão simples é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias
polares (lipossolúveis) poderem passar pela membrana sem se dissolver no interior da célula com facilidade.

(D) gases e vapores das substâncias menos lipossolúveis, ao ingressarem no organismo, atravessam mais
facilmente a membrana alveolar por difusão simples, mas, como são pouco solúveis no sangue, não
encontram na corrente sanguínea um meio propício para serem carregadas até o órgão no qual têm sua ação
tóxica mais grave.

(E) a resposta tóxica por exposição a baixas doses/concentrações pode ser diferente da resposta a altas
doses, como ocorre com o benzeno, que em elevadas concentrações por poucos minutos, pode provocar
mielotoxicidade e aumentar a probabilidade de leucemia mieloide, enquanto as exposições repetidas a
concentrações baixas podem levar à depressão do Sistema Nervoso Central.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. “a absorção das poeiras de compostos iônicos inalados sofre pequena
(grande) influência da solubilidade do aerodispersoide, pois, para ser absorvido, não basta o composto ser
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inalado e chegar às vias respiratórias inferiores, mas deve também possuir uma superfície ionizada e
altamente reativa, ávida para ligar-se aos tecidos dos interstícios alveolares (estar livre e difusível, ou seja,
solúvel na água do interstício pulmonar).”

Vimos que “o material em forma de particulados sólidos ou líquidos possui uma dinâmica de absorção
completamente diferente dos gases e vapores. O tamanho da partícula e a solubilidade em água das
substâncias presentes no material em suspensão desempenham os papéis mais importantes na absorção.

O local de deposição do particulado depende basicamente do diâmetro da partícula, sendo que, em geral,
quanto menor a partícula, mais profundamente chegará na árvore respiratória. Quando a partícula atinge o
alvéolo, a remoção é pouco eficiente e, dependendo da solubilidade e das características do material
depositado, poderá permanecer muito tempo no local.

As partículas insolúveis são as que ficam mais tempo, podendo ser inócuas, como os sais de bário, que
causam baritose, uma pneumoconiose de depósito, ou acarretar efeitos graves, como no caso da sílica livre
cristalina, causadora da silicose.

Já as nanopartículas, com diâmetros muito pequenos e superfícies relativas grandes, atingem os alvéolos e,
não obstante possuírem um comportamento de remoção e absorção aparentemente semelhante ao de
partículas entre 0,01 µm15 a 1 µm, ainda causam muitas dúvidas e são objeto de intensa pesquisa, pois suas
características de superfície parecem ter importância grande nos efeitos, além de poderem atingir a
circulação sanguínea e também sofrerem absorção cutânea.

Por sua vez, a absorção das poeiras de compostos iônicos16 inalados também sofre grande influência da
solubilidade. Para ser absorvido, não basta o composto ser inalado e chegar às vias respiratórias inferiores,
ele deve estar livre e difusível, ou seja, solúvel na água do interstício pulmonar.

Somente se absorvido é possível ocorrer uma ação sistêmica no organismo exposto, portanto, quanto maior
a solubilidade, maior a possibilidade de absorção através da via respiratória. Compostos do mesmo cátion
de solubilidade diversa em água podem apresentar efeitos diferentes, como, por exemplo, os compostos
insolúveis de níquel, que são considerados carcinogênicos, ao passo que os solúveis não o são.”

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “[...] a intoxicação consiste em um processo
patológico causado por substâncias químicas endógenas ou exógenas, sendo caracterizado por um
desequilíbrio fisiológico em consequência das alterações bioquímicas no organismo. É a manifestação dos
efeitos tóxicos, evidenciada por sinais e sintomas, ou mediante exames laboratoriais.

15
µm = micrometros.
16
Compostos iônicos são aqueles que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus
componentes.
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Novamente, vamos dividir o processo de intoxicação em 4 fases:

a) exposição: fase em que se estuda o contato do xenobiótico com o organismo. Na avaliação desta,
deve-se sempre levar em consideração sua dose ou concentração, a via de contato e se as
características físico-químicas da substância permitem boa absorção ou não. Esses fatores são
fundamentais para a biodisponibilidade do toxicante, ou seja, qual a fração deste poderá ser
absorvida realmente. Do ponto de vista da Toxicologia Ocupacional, a disciplina de Higiene do
Trabalho se aprofunda nesse aspecto, trabalhando no reconhecimento e na avaliação das substâncias
presentes nos ambientes de trabalho;
b) toxicocinética: fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a
biotransformação e a eliminação (excreção) das substâncias absorvidas. Nessa fase, características
físico-químicas do xenobiótico, especialmente a solubilidade e a constante de acidez, têm
importância fundamental, pois determinam o acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação
pelo organismo. A resultante destas etapas determina a biodisponibilidade;
c) toxicodinâmica: fase em que há interação entre a substância biodisponível e os sítios de ação,
específicos ou não, dos órgãos-alvo, e alterações fisiopatológicas consequentes;
d) clínica: fase do aparecimento dos efeitos nocivos do toxicante por meio de sinais e sintomas clínicos
e/ou laboratoriais.”

A alternativa C está incorreta. “a maioria dos toxicantes cruza a membrana celular pela diferença de
gradiente de concentração, seguindo a Lei de Fick, de modo que a difusão simples é o meio mais simples,
comum e importante para as substâncias polares (lipossolúveis) poderem passar pela membrana sem se
dissolver no interior da célula com facilidade (visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças
à natureza lipídica desta)”

Vimos que “[...] os mecanismos de transporte através das membranas podem ser passivo (sem gasto de
energia) ou ativo, exigindo consumo de energia para ocorrer, incluindo transporte contra gradiente de
concentração:

a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick17, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).

17
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
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Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases18 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
b) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas
pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.
c) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas
líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.”

A alternativa D está incorreta. gases e vapores das substâncias menos (mais) lipossolúveis, ao ingressarem
no organismo, atravessam mais facilmente a membrana alveolar por difusão simples, mas, como são pouco
solúveis no sangue, não encontram na corrente sanguínea um meio propício para serem carregadas até o
órgão no qual têm sua ação tóxica mais grave.

A alternativa E está incorreta. Vimos que “uma mesma substância química pode ter diferentes efeitos
celulares, químicos e bioquímicos e cada faixa de dose pode ter sua própria relação dose-resposta. Desta
forma, a resposta tóxica por exposição a baixas doses/concentrações pode ser diferente da resposta a altas
doses.

Por exemplo, a exposição ao benzeno em elevadas concentrações por poucos minutos pode levar à depressão
do sistema nervoso central (SNC), enquanto exposições repetidas a baixas concentrações podem provocar
mielotoxicidade e aumentar a probabilidade de leucemia mieloide aguda. Assim, efeitos sutis que ocorrem
em doses baixas podem ser mascarados ou evidenciados por respostas mais evidentes que ocorrem em
doses elevadas.”

18
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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05 (AVANÇA-SP / PREF. AMERICANA-SP / 2023) A toxicologia ocupacional é, eminentemente:

(A) Preventiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(B) Corretiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(C) Periódica, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(D) Duradoura, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

(E) Preditiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador está exposto.

Comentários: vimos que “a Toxicologia (geral) é a ciência que estuda os efeitos danosos de substâncias
químicas nos organismos vivos com vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. Assim
como a ergonomia, que tem vários ramos (física, cognitiva, organizacional), a toxicologia também tem.

Especificamente, Toxicologia Ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas e quantificadas


as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem, com o objetivo de
prevenir riscos à saúde do trabalhador, ou ainda a área que se ocupa com os estudos das ações e efeitos
nocivos de substâncias presentes no ambiente de trabalho sobre o organismo dos indivíduos
ocupacionalmente expostos.

O ramo ocupacional da toxicologia apresenta duas características centrais que o difere de outros ramos:

O ramo ocupacional da toxicologia apresenta duas características centrais que o difere de outros ramos:

• é eminentemente preventiva, sendo-lhe fundamental a correta avaliação do risco a que o trabalhador


está exposto;
• leva em consideração tanto as informações qualitativas quanto as quantitativas das substâncias
químicas.”

Nesse caso, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

06 (OBJETIVA CONCURSOS / PREF. CANOAS / 2023) Na toxicologia ocupacional, as vias respiratórias e a


dérmica são as mais importantes, mas a via gastrointestinal não pode ser inteiramente esquecida, em
especial em ambientes de trabalho com condições sanitárias precárias. O trato gastrointestinal possui
vários carregadores específicos para várias substâncias. Alguns xenobióticos, como o Pb +2, utilizam-se do
transporte do seguinte carregador para serem absorvidos:

(A) Fe+2 (B) Mn+2 (C) Cu+2 (D) Mb+2 (E) Ca+2

Comentários: que estão apelativa e desnecessária!

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Vimos que [...] existem três vias de penetração dos agentes químicos no organismo.

A respeito dessas vias de penetração, é importante destacar o seguinte:

a) via respiratória: é a via de absorção mais importante para a Higiene e Toxicologia Ocupacional, pois
a maior parte dos toxicantes presentes nos locais de trabalho são absorvidos por ela, como os gases,
os vapores de líquidos voláteis e as partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar. A absorção de gases
e vapores é diferente da de partículas, e por isso devem ser abordadas de forma diversa;

b) via cutânea: o contato do agente com a pele pode originar basicamente duas situações:
• a substância é um ácido, álcali, oxidante ou irritante forte, e pode provocar desde ligeira
irritação até ferimentos profundos, por corrosão da pele. Este tipo de efeito é denominado
ação toxica local;
• a substância não produz significativa ação toxica local, mas sendo lipossolúvel, ou seja, solúvel
em gordura (solventes orgânicos por exemplo) pode se difundir através da pele, atingir a
corrente sanguínea e ser distribuída pelo organismo, levando a um efeito em outros órgãos,
este efeito é denominado ação tóxica sistêmica.

A pele é considerada o maior órgão do corpo e constitui uma barreira eficiente de separação entre o
organismo e o meio ambiente. Sua impermeabilidade permite que se tenha contato com muitos
toxicantes sem os absorver, mas existem alguns que conseguem vencer esta barreira. Inseticidas
organofosforados, por exemplo, provocam muitas mortes de trabalhadores rurais por intoxicações
agudas causadas por esta via.

c) via gastrointestinal (via oral): pode ser significativa em apenas poucos casos de falta de higiene
pessoal, como, por exemplo, em situações em que o trabalhador com as mãos “sujas” com o agente
químico manipula um alimento ou leva a mão diretamente à boca.
Na Toxicologia em geral, esta é a via mais importante por causa da absorção de xenobióticos por
meio de água e alimentos contaminados, de suicídios e da ingestão de drogas ilícitas, mas, na
Toxicologia Ocupacional, é uma via menos importante, tendo alguma relevância na deglutição de
muco contaminado por xenobióticos retidos na árvore respiratória. Adicionalmente, não pode ser
completamente negligenciada, em especial, em ambientes de trabalho com condições sanitárias
precárias.
O trato gastrointestinal possui vários carregadores específicos para várias substâncias, como os
íons metálicos Fe+2 e Ca+2. Alguns xenobióticos, como o chumbo inorgânico (Pb+2), utilizam-se do
transporte de cálcio (Ca+2) para serem absorvidos, ao passo que outros, como o Tálio (Tl +3), usa o
transportador de ferro.”

Nesse caso, veja que o xenobiótico chumbo inorgânico (Pb+2) utiliza o cálcio (Ca+2) como carregador. Logo, a
alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

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07 (VUNESP / PREF. GUARATINGUETÁ-SP / 2022) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo e abrange uma vasta área do
conhecimento, em que atuam profissionais de diversas formações em diferentes áreas, como a forense,
clínica, ambiental e ocupacional, entre outras. A esse respeito, é correto afirmar que

(A) a volatilidade, que é uma propriedade física determinada pelo peso molecular da substância, tem muita
importância em Toxicologia Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso facilitado às vias
aéreas, principal via de contato e absorção observada em trabalhadores.

(B) a adição acidental de ácidos fortes em soluções de sais de cianeto gera a instantânea formação de HCN
(ácido cianídrico), que é volátil e emana imediatamente da solução e, sendo inalado, pode levar à morte
rapidamente.

(C) toxicodinâmica é a fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a


biotransformação e a eliminação das substâncias absorvidas, sendo que a resultante dessas etapas irá
determinar a biodisponibilidade da substância.

(D) o transporte ativo ocorre através da membrana celular pela diferença de gradiente de concentração,
seguindo a Lei de Fick, constituindo a forma mais simples de ingresso dos xenobióticos na célula, comum e
importante para as substâncias apolares ou pouco polares (lipossolúveis).

(E) a toxicidade crônica, entre as diferentes substâncias químicas nocivas à saúde humana, é determinada
pelo parâmetro Dose Letal 50 (DL50 – dose letal para 50% da população exposta), quando a substância é
administrada por via oral ou injetada.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. A volatilidade não é determinada pelo peso molecular da substância, vale
recordar:

Propriedades físicas
É determinada pela força de atração entre as moléculas e os átomos.
É uma propriedade física muito importante em Toxicologia, especialmente na
Ocupacional, pois as substâncias muito voláteis têm acesso facilitado às vias aéreas,
principal via de contato e absorção em trabalhadores. Ao contrário do que muitos
imaginam, o peso molecular de uma substância tem pouca influência na sua volatilidade.
Volatilidade
A volatilidade pode ser avaliada através da temperatura de ebulição e de sua pressão de
vapor. As duas variáveis estão de certa forma relacionadas, pois, em geral, quanto mais
baixa a temperatura de ebulição, maior é a pressão de vapor a uma dada temperatura. A
pressão de vapor exercida por um líquido na superfície depende da temperatura em que
o líquido se encontra e, quanto maior a temperatura, maior é a pressão de vapor.
A solubilidade é a aptidão que um corpo ou matéria tem de se dissolver, ou não, em
Solubilidade
determinado tipo de líquido.
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Também é conhecida como coeficiente de solubilidade e definida como a habilidade que


determinado soluto tem de se dissolver em um solvente.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. E fato, “a adição acidental de ácidos fortes em soluções
de sais de cianeto gera a instantânea formação de HCN (ácido cianídrico), que é volátil e emana
imediatamente da solução e, sendo inalado, pode levar à morte rapidamente.”

E como eu ia saber disso, professor? Essa é uma das características marcantes da VUNESP, CEBRASPE, FGV e
CESGRANRIO, mas, especialmente da VUNESP.

Traz uma questão com alternativas com erros bem “crassos” (veja as demais alternativas) e uma proposição
certa “absurda”, que o avaliador tem certeza que você não vai saber, mas que se vocês estiver atento, vai
acertar por eliminação!

A alternativa C está incorreta. “toxicodinâmica (toxicocinética) é a fase em que se estuda a absorção, a


distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a eliminação das substâncias absorvidas, sendo que a
resultante dessas etapas irá determinar a biodisponibilidade da substância.”

A alternativa D está incorreta. “o transporte ativo (passivo) ocorre através da membrana celular pela
diferença de gradiente de concentração, seguindo a Lei de Fick, constituindo a forma mais simples de
ingresso dos xenobióticos na célula, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis).”

A alternativa E está incorreta. “a toxicidade crônica (aguda), entre as diferentes substâncias químicas nocivas
à saúde humana, é determinada pelo parâmetro Dose Letal 50 (DL50 – dose letal para 50% da população
exposta), quando a substância é administrada por via oral ou injetada.”

“A toxicidade aguda entre as diferentes substâncias químicas é determinada pelo parâmetro Dose Letal 50
(DL50 – dose letal para 50% da população exposta), quando a substância é administrada por via oral ou
injetada. Para gases ou vapores inalados, é usada a Concentração Letal 50 (CL50 – concentração letal para
50% da população exposta). Os dois parâmetros são obtidos experimentalmente em animais de laboratório,
em geral em ratos, camundongos, cobaias, coelhos entre outros.

a) Dose letal 50 (DL50): é a dose que levou à morte metade (50%) da população de animais
de laboratório submetida à administração daquela dose. A administração pode ser por
diferentes vias: oral, intravenosa ou outras (intraperitoneal, subcutânea, dérmica). Os
dados obtidos são extrapolados com reservas para os seres humanos, mas podem dar uma
ideia do perigo imediato de uma substância química. Os resultados são apresentados em
miligramas ou gramas por quilogramas de peso (mg/Kg ou g/Kg) e variam de acordo com
a espécie, a idade, o sexo do animal e a via de introdução.
b) Concentração Letal 50 (CL50): Tem o mesmo conceito de DL50, mas é definido para a
concentração média da substância no ar ambiente inaladas por animais de laboratórios,
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variando de acordo com a espécie do animal e o tempo de exposição. É semelhante à


exposição ocupacional no que diz respeito à via de introdução no organismo, pois se refere
à contaminação no ar inalado. Os resultados são apresentados em massa por volume de
ar: miligramas por litro de ar (mg/L ou mg.L-1), ou miligramas por metro cúbico (mg/m3 ou
mg.m-3), ou ainda em partes por milhão (ppm). Esta última forma de expressão é mais
utilizada para contaminantes em forma de vapor ou gás, e a forma mg/m 3, para material
particulado (sólido ou líquido).”

08 (FGV / SEMSA / 2022) Em toxicologia, é importante utilizar símbolos para que se possa identificar
rapidamente o tipo de perigo ou risco que determinada substância química pode ocasionar à saúde do
trabalhador. O diagrama de Hommel, por exemplo, indica, por meio de cores, os riscos envolvidos no uso
do produto em questão. Os riscos de inflamabilidade e reatividade são representados, respectivamente,
pelas cores

(A) azul e branca.

(B) azul e vermelha.

(C) vermelha e branca.

(D) vermelha e amarela.

(E) azul e amarela.

Comentários: vimos que “Outra classificação de aplicação na Toxicologia Ocupacional é o Diagrama de


Hommel.

É um mundialmente conhecido pelo código NFPA 704 — mas também conhecido como diamante do
perigo ou diamante de risco —, é uma simbologia empregada pela Associação Nacional para Proteção
contra Incêndios (em inglês: National Fire Protection Association), dos Estados Unidos da América. Nela, são
utilizados losangos que expressam tipos de risco em graus que variam de 0 a 4, cada qual especificado por
uma cor (branco, azul, amarelo e vermelho), que representam, respectivamente, riscos específicos, risco à
saúde, reatividade e inflamabilidade.

Diferentemente das placas de identificação, o diamante de Hommel não informa qual é a substância
química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto químico em questão.

Cor Tipo de Perigo Riscos específicos


OXY Oxidante forte
Branco Perigos específicos ACID Ácido forte
ALK Alcalino forte
Azul Perigos para saúde 0 – Produto não perigoso ou de risco mínimo

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1 – Produto levemente perigoso


2 – Produto moderadamente perigoso
3 – Produto severamente perigoso
4 – Produto Letal
0 – Normalmente estável
1 – Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando
aquecido
2 – Reação química violenta possível quando exposto a
temperaturas e/ou pressões elevadas
Amarelo Reatividade
3 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando
exposto a fonte de energia
severa
4 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão a
temperatura ambiente
0 – Produtos que não queimam
1 – Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
2 – Produtos que entram em ignição quando aquecidos
Vermelho Inflamabilidade
moderadamente
3 – Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos

Nesse caso, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

09 (VUNESP / PREF. FERRAZ DE VASCONCELOS-SP / 2021) O ingresso, no organismo humano, de


contaminantes presentes no ambiente de trabalho provoca a necessidade de estudar a toxicidade dessas
substâncias, bem como a maneira pela qual agem no corpo humano. Tem-se, assim, caracterizada a área
de conhecimento da Toxicologia Industrial, sendo que

(A) após a ocorrência de uma exposição, as interações entre as substâncias tóxicas e o organismo do
trabalhador englobam diferentes aspectos, como a fase da bioassimilação, em que se observam os efeitos
da substância tóxica sobre o organismo, e a biorreativa, na qual se dão os efeitos do organismo sobre a
substância tóxica.

(B) os mecanismos metabólicos de desintoxicação têm a característica de sempre serem mobilizados de


forma a atenuar os efeitos tóxicos dos xenobióticos no organismo humano, de forma tal que, ao serem
incapazes de promover a atenuação do veneno, agem no sentido de bloquearem seu ingresso no interior da
célula.

(C) para explicar os meios que uma substância tóxica usa para passar pela membrana celular, foram
propostos quatro processos: a difusão ativa, que é considerada o principal processo utilizado pela substância
para ingressar na célula; o transporte ativo; a filtração parcial e a pinocitose, em que uma membrana envolve
a substância e a leva para dentro da célula.

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(D) o transporte ativo, que requer o consumo de energia metabólica, é um sistema de transporte mediado
por um carreador, que movimenta uma molécula através de uma membrana contra um gradiente de
concentração ou, se a molécula for um íon, contra um gradiente eletroquímico.

(E) após a exposição ao contaminante, no processo de metabolização ou biotransformação de uma


substância tóxica, as enzimas específicas de metabolização do xenobiótico desempenham uma função
semelhante àquela que enzimas inespecíficas exercem na metabolização de alimentos.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. “após a ocorrência de uma exposição, as interações entre as substâncias
tóxicas e o organismo do trabalhador englobam diferentes aspectos, como a fase da bioassimilação
(toxicodinâmica), em que se observam os efeitos da substância tóxica sobre o organismo, e a biorreativa
(toxicocinética19), na qual se dão os efeitos do organismo sobre a substância tóxica.”

Vimos que “[...] como a biotransformação (metabolização) é capaz de modificar a estrutura química do
toxicante, podemos afirmar que enquanto na toxicodinâmica ocorrem os efeitos da sustância tóxicas no
organismo, na toxicocinética ocorrem os efeitos do organismo nas substâncias tóxicas.”

A alternativa B está incorreta. De fato, a fase de desintoxicação ou detoxificação age no sentido de diminuir
a toxicidade do xenobiítico, entretanto, não há essa atuação no sentido de bloquar o ingresso no interior da
célula no caso da não redução do potencial do veneno.

“O processo de biotransformação ocorre geralmente em duas fases:

• Fase I: são reações de hidrólise, redução e oxidação, que resultam em aumento da hidrossolubilidade
da molécula por inserção de grupos carboxila, amina, hidroxila e sulfidrila. Estas alterações podem
aumentar a toxicidade da substância original, pois deixam a molécula mais reativa. Este fenômeno é
denominado bioativação;
• Fase II: são reações nas quais são incorporados componentes endógenos às moléculas já modificadas
pela Fase I por reações de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e
aminoácidos. Esta fase, ao contrário da Fase I, geralmente diminui a toxicidade do xenobiótico e, por
este motivo, é denominada também de fase de detoxificação.”

Os principais mecanismos de bioativação (intoxicação) são as reações de hidrólise,


redução e oxidação, ao passo que os de detoxificação (desintoxicação) são as reações
de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e aminoácidos.

19
Especificamente na etapa de metabolização.
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A alternativa C está incorreta. “para explicar os meios que uma substância tóxica usa para passar pela
membrana celular, foram propostos quatro processos: a difusão ativa, que é considerada o principal
processo utilizado pela substância para ingressar na célula; o transporte ativo; a filtração parcial (fagocitose)
e a pinocitose, em que uma membrana envolve a substância e a leva para dentro da célula.”

Vimos que “os mecanismos de transporte através das membranas podem ser passivos (sem gasto de
energia) ou ativos, exigindo consumo de energia para ocorrer, incluindo transporte contra gradiente de
concentração:

a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick20, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).
Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases21 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
b) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas
pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.
c) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas
líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.”

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vide comentário da alternativa C.

20
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
21
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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A alternativa E está incorreta. Esse tipo de afirmação sem nenhum sentido é característico da VUNESP.

10 (VUNESP / PREF. VÁRZEA PAULISTA-SP / 2021) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo e é, em função disso, de grande
relevância na compreensão da causalidade dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. A partir disso, é
correto afirmar que

(A) na fase toxicodinâmica do processo de intoxicação, em que ocorrem os efeitos do organismo sobre as
substâncias tóxicas, temos a biotransformação, envolvendo a absorção, o transporte, a acumulação, as
alterações metabólicas e a excreção do produto dessa ação.

(B) entre os mecanismos que explicam a passagem de uma substância química através de uma membrana
celular consta o transporte ativo, que é um sistema de transporte mediado por um carreador que move uma
molécula através de uma membrana contra um gradiente de concentração ou, no caso de íons, contra um
gradiente eletroquímico.

(C) a toxicidade aguda refere-se aos efeitos produzidos pela exposição sistemática a uma classe de
contaminantes, cujos sintomas surgem de maneira repentina, o que equivale, em um diagrama de
toxicidade, à observação de simultaneidade parcial das fases toxicocinética e toxicodinâmica.

(D) uma das evidências da evolução da raça humana está na sofisticação de seu sistema fisiológico, cujo
elevado poder de adaptação faz com que, para todo xenobiótico que ingressar no organismo humano, a
reação metabólica seja invariavelmente a favor do organismo, produzindo um metabólito menos tóxico.

(E) os processos metabólicos de desintoxicação mais importantes na área de saúde ocupacional, que reúnem
as biotransformações provocadas pelo organismo em uma substância tóxica, em contraposição às ações
tóxicas da substância no organismo, são a oxidação, a redução, a síntese ou conjugação e a captura seletiva.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. A banca fez uma bagunça! O principal é erro é o fato de que na fase de
toxicocinética em que ocorrem “os efeitos do organismo sobre as substâncias tóxicas”, especificamente na
etapa de biotransformação (metabolização).

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “os mecanismos de transporte através das
membranas podem ser passivos (sem gasto de energia) ou ativos, exigindo consumo de energia para ocorrer,
incluindo transporte contra gradiente de concentração:

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a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick22, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).
Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases23 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
b) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas
pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.
c) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas
líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.”

A alternativa C está incorreta. A afirmação já começa errado porque a exposição sistemática está associada
a toxicidade crônica e não aguda.

A alternativa D está incorreta. Essa nem merece comentários! Se assim fosse, nem estaríamos estudando
toxicologia ocupacional, uma vez que estaríamos imunes à ação tóxica dos agentes químicos. VUNESP e suas
invencionices!

A alternativa E está incorreta.

22
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
23
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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Os principais mecanismos de bioativação (intoxicação) são as reações de hidrólise,


redução e oxidação, ao passo que os de detoxificação (desintoxicação) são as reações
de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e aminoácidos.

11 (QUADRIX / FHGV / 2019) Assinale a alternativa que apresenta a classificação toxicológica, isto é, a cor
da faixa no rótulo do produto, dos agrotóxicos, segundo a DL50, na seguinte ordem: pouco tóxico;
medianamente tóxico; altamente tóxico; e extremamente tóxico.

(A) azul, amarela, vermelha e roxa

(B) verde, amarela, vermelha e preta

(C) azul, amarela, vermelha e roxa

(D) verde, azul, amarela e vermelha

(E) amarela, vermelha, roxa e preta

Comentários: vimos que “os agrotóxicos recebem uma classificação toxicológica própria, com especificação
de uma faixa cor que deve constar em suas embalagens.”

Classificação toxicológica dos agrotóxicos


Classes Grupos DL50 (mg/kg) Cor da faixa
I Extremamente tóxicos ≤5 Vermelha
II Altamente tóxicos 5 - 50 Amarela
III Mediamente tóxicos 50 - 500 Azul
IV Pouco tóxicos 50 - 5000 Verde

Logo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

12 (FGV / AL-RO / 2018) A toxicidade que resulta de exposições contínuas e se estende por períodos de
dias, meses ou anos, causando danos para a pele ou membrana mucosa, é classificada como

(A) persistente. (B) aguda local. (C) crônica local. (D) aguda sistêmica. (E) crônica sistêmica.

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Comentários: vimos que “A frequência de exposição24 que pode causar danos aos seres humanos é
determinada com base em observações ambientais ou ocupacionais. São definidas três categorias, não
havendo fronteira precisa entre elas, tais sejam:

a) exposição aguda: são exposição em que o indivíduo ficou por um período relativamente curto com o
toxicante (no máximo 24 horas) ou ainda quanto teve um único episódio ou exposição em curto
espaço de tempo;
b) exposição subcrônica: são exposições nas quais o indivíduo ficou exposto a repetidas doses por
períodos entre 21 e 90 dias (altores também falam em 1 mês), ou ainda exposições repetidas por
algumas semanas ou poucos meses;
c) exposição crônica: são situações em o indivíduo permanece por longos períodos (superior a 10% do
seu tempo de vida) em contato com o agente tóxico, essa exposição pode durar meses ou anos.
Geralmente isso ocorre no ambiente de trabalho. Mas podemos ter exposições crônicas fora do
ambiente laboral, um exemplo são as exposições crônicas oriundas da poluição atmosférica.

Em geral, as exposições ocupacionais que causam doenças nos trabalhadores são as crônicas. Os efeitos de
exposições agudas nos ambientes de trabalho são normalmente observados em casos de acidentes, como
quando há vazamento de alguma substância ou no trabalho em espaços confinados.”

Bom com, com isso, você já sabe que a exposição que chega a anos é crônica, certo?

Mas e nesse caso, professor, é crônica local ou sistêmica?

É local, pois veja que a exposição “danos para a pele ou membrana mucosa”, ou seja, não provoca danos de
forma generalizada por todo o organismo.

Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

13 (FEPESE / COMPANHIA DE ÁGUAS DE JOINVILLE-SC / 2018) Assinale a alternativa correta com relação à
Toxicologia:

(A) Toxicidade é a característica de uma molécula química ou composto em produzir uma doença, uma vez
que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo.

(B) Remédio toxicológico é a probabilidade de a doença poder ser controlada através da maneira pela qual
a substância esteja sendo utilizada.

24
Obviamente que a frequência está relacionada ao tempo de exposição.
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(C) O veneno pode ser considerado como substância que não causa danos para os tecidos vivos, quando
aplicado em doses relativamente grandes.

(D) Envenenamento crônico é o que pode causar inconsciência, choque ou colapso, inflamação severa dos
pulmões ou mesmo morte súbita.

(E) Qualquer programa efetivo para a prevenção de envenenamento ocupacional depende basicamente da
ação dos empregadores, e muito pouco da equipe de trabalho.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “[...] considera-se toxicidade o potencial
de um determinado agente em promover dano quando interage com determinado organismo,
popularmente conhecido como perigo. Quanto mais baixas as doses que podem causar danos adversos,
maior a toxicidade de uma substância (quanto menor o limite de tolerância ou limite de exposição, maior a
toxicidade).

Em outra análise, associa-se a toxicidade a característica de uma molécula química ou composto em produzir
uma doença, uma vez que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo.”

A alternativa B está incorreta. Remédio toxicológico? Nunca nem vi!

A alternativa C está incorreta. Oras, se é veneno causa danos, especialmente se aplicado em doses grandes.

Vimos que “considera-se agente tóxico ou toxicante (veneno)25 como a entidade química capaz de causar
dano a um organismo afetando seriamente uma função ou causando a morte. Este conceito está ligado às
características qualitativas e quantitativas da substância química.”

A alternativa D está incorreta. Não trouxe essa classificação na Aula, pois está mais associada a Toxicologia
Geral, mas o erro é evidente:

“Envenenamento crônico (súbito) é o que pode causar inconsciência, choque ou colapso, inflamação severa
dos pulmões ou mesmo morte súbita.”

A alternativa E está incorreta. Qualquer programa preventivo depende, e muito, dos trabalhadores
envolvidos!

25
O conceito de veneno é de uso popular é designa substâncias químicas que podem provocar a morte
mesmo em doses baixas, mas também se refere tecnicamente a substâncias produzidas por seres vivos
para autodefesa e predação.
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14 (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2017) A toxicologia é uma ciência que pressupõe avaliar o risco químico
e estudar os efeitos que esses agentes químicos podem gerar no organismo humano através de estudos
de elementos básicos. É um dos elementos básicos da toxicologia a(o)

(A) existência de um meio adequado através do qual os agentes químicos possam interagir.

(B) biodisponibilidade do organismo a ser atingido por esse agente químico.

(C) efeito resultante de proteção para o sistema biológico.

(D) sistema biológico com o qual o agente químico irá interagir para produzir o efeito.

(E) agente modificado capaz de produzir um efeito.

Comentários: vimos que “a toxicologia se apoia em três elementos básicos:

a) o agente químico (AQ) capaz de produzir um efeito;


b) o sistema biológico (SB) com o qual o AQ irá interagir para produzir o efeito; e
c) o efeito resultante (EF) que poderá ser adverso (ou tóxico) para o SB.”

SUBSTÂNCI ORGANISMO
A QUÍMICA

EFEITO NOCIVO

Agora, vejamos cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. Meios adequados são utilizados em estudos controlados dentro do âmbito da
toxicologia experimental. Esses estudos nos ajudam a entender a ação tóxica de um xenobiótico, seus
possíveis efeitos clínicos, o grau de letalidade ou nocividade. É nesse ramo, que entra a avaliação da
toxicidade.

A alternativa B está incorreta. A biodisponibilidade diz respeito ao agente químico e não ao organismo.
Biodisponibilidade é a fração do agente tóxico que ficará disponível para atingir o órgão alvo e causar seu
efeito.

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A alternativa C está incorreta. A alternativa trata dos efeitos resultantes de proteção do organismo, o que,
como vimos, não é um dos elementos básicos da toxicologia e sim do tratamento de intoxicações.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É necessário que haja um sistema biológico para
interagir com o agente químico causador do dano.

A alternativa E está incorreta. Não há falar em agente modificado, o que é necessário é um agente ativo que
consiga causar um dano para que haja a intoxicação, nesse caso, não interessa se o agente é modificado ou
não, basta que ele consiga interagir com o sistema biológico e causar um dano.

15 (VUNESP / PREF. PRESIDENTE PRUDENTE-SP / 2016) A exposição dos trabalhadores a produtos químicos
em sua atividade profissional leva à necessidade de investigar a toxicidade dessas substâncias, assim como
a maneira que agem no organismo humano. Essa é a área de conhecimento de que se ocupa a Toxicologia
Industrial, sendo que

(A) após uma exposição, as interações entre as substâncias tóxicas e o organismo vivo compreendem duas
fases distintas: aquela chamada toxicodinâmica, em que ocorrem os efeitos das substâncias tóxicas no
organismo, e a fase toxicocinética, em que se dão os efeitos do organismo nas substâncias tóxicas.

(B) a difusão passiva é considerada um mecanismo acessório, de menor importância, que é utilizado
raramente pelas substâncias químicas para atravessar as membranas celulares e depende
fundamentalmente da espessura da membrana e da área disponível.

(C) a metabolização ou biotransformação de uma substância tóxica envolve processos fisiológicos


conduzidos por enzimas específicas, aptas a esse tipo de demanda, que normalmente não são mobilizadas
pelo organismo.

(D) a osmose facilitada consiste em um sistema de transporte mediado por um xenobiótico que tem a
capacidade de mover uma molécula através de uma membrana que separe meios com concentrações
francamente distintas.

(E) um mecanismo cada vez mais aceito como um dos mais comuns da ação tóxica no organismo é a quelação,
que provoca a combinação química de uma estrutura inorgânica com um sal, que está firmemente ligado à
estrutura inorgânica.

Comentários: vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vimos que “[...] como a biotransformação
(metabolização) é capaz de modificar a estrutura química do toxicante, podemos afirmar que enquanto na
toxicodinâmica ocorrem os efeitos da sustância tóxicas no organismo, na toxicocinética ocorrem os efeitos
do organismo nas substâncias tóxicas.”

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A alternativa B está incorreta. Não há falar que a difusão passiva é um mecanismo acessório. É mais comum
e importante!

Vimos que “os mecanismos de transporte através das membranas podem ser passivo (sem gasto de energia)
ou ativo, exigindo consumo de energia para ocorrer, incluindo transporte contra gradiente de concentração:

a) Transporte passivo: é uma forma de transporte que depende do gradiente de concentração,


seguindo a Lei de Fick26, entre os dois lados da membrana e das características físico-químicas das
substâncias transportadas, sem gasto de energia das células. Nesses casos, a difusão simples ou
passiva é o meio mais simples, comum e importante para as substâncias apolares ou pouco polares
(lipossolúveis), visto poderem se dissolver na membrana com facilidade, graças à natureza lipídica
desta. Quanto maior a lipossolubilidade de uma molécula, maior a facilidade de ser transportada por
difusão simples. Ocorre sempre a favor do gradiente de concentração (da maior concentração para
a menor).
Na difusão facilitada, ocorre o mesmo processo, entretanto, há o auxílio das permeases27 para a
entrada da substância nas células.
O transporte passivo se diferencia do transporte ativo por não haver nada que movimente as
substâncias, por conseguinte, não há gasto de energia metabólica para esse deslocamento.
d) Transporte ativo: esta modalidade requer gasto de energia, mas pode transportar contra gradiente
de concentração (da menor concentração para a maior) ou mesmo quando há pouco ou nenhum
gradiente de concentração e depende de proteínas transportadoras seletivas, também codificadas
pelos genes. No entanto, elas podem ficar saturadas, limitando o transporte. Provavelmente, as
substâncias transportáveis se ligam ao transportador formando complexos de um lado da membrana,
os quais atravessam a membrana, liberando a substância do outro lado.
É um sistema de transporte mediado por um carreador, que movimenta uma molécula através de
uma membrana contra um gradiente de concentração ou, se a molécula for um íon, contra um
gradiente eletroquímico.
b) Pinocitose e fagocitose: são sistemas de transporte de partículas, sendo a pinocitose de partículas
líquidas e a fagocitose de sólidas. São realizadas pela invaginação da membrana celular, que engolfa
(envolve) a partícula e a leva para o meio intracelular.”

A alternativa C está incorreta. A respeito do processo de biotransformação, vimos que “os xenobióticos
absorvidos e distribuídos podem ou não sofrer estas reações químicas antes de serem excretados. Essas
reações são normalmente catalisadas por enzimas presentes em alguns locais do organismo e em geral

26
São leis da Física que tratam do transporte de massa.
27
Permeases são proteínas que atuam como carreadoras no transporte de substâncias para dentro das
células. Por isso, chama-se de "difusão facilitada", as permeases facilitam esse processo de difusão.
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modificam substâncias orgânicas. Os elementos químicos, como chumbo inorgânico, por exemplo,
naturalmente não sofrem biotransformação, sendo eliminados da mesma forma como foram absorvidos.

Em suma, o processo de biotransformação envolve processos fisiológicos conduzidos por enzimas


específicas, aptas a esse tipo de demanda, que normalmente são mobilizadas pelo próprio organismo. As
enzimas utilizadas para a biotransformação podem ser encontradas em muitos órgãos, mas a maior atividade
é no fígado, seguido por rins, córtex adrenal, pulmões, testículos, pele e trato gastrointestinal.”

A alternativa D está incorreta. Assim como a difusão passiva, a osmose é um mecanismo de transporte
passivo, mas que ocorre pela movimentação da água.

A questão está trazendo a descrição de um mecanismo de transporte ativo, vide comentário da alternativa
C.

A alternativa E está incorreta. Não trouxe na Aula, mas a quelação consiste em uma reação química na qual
determinadas moléculas se ligam a átomos de metal (por exemplo, cálcio, cobre, ferro ou chumbo).

16 (INAZ DO PARÁ / PREF. ITAÚNA-PR / 2016) O que é toxicologia ocupacional?

(A) Área relacionada ao estudo da toxicidade das substâncias veiculadas pelos alimentos, ou seja, tal área
estabelece índices de segurança para os alimentos de origem natural ou industrial.

(B) É designado para a área que estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de drogas ou
fármacos, com prejuízos ao próprio usuário e à sociedade.

(C) É a área que se preocupa com o estudo das ações e dos efeitos nocivos de substâncias químicas, quase
sempre de origem antropogênica, sobre os organismos vivos.

(D) É a área que se ocupa dos estudos das ações e efeitos nocivos de substâncias usadas no ambiente de
trabalho sobre o organismo do indivíduo exposto.

(E) Trata do atendimento do paciente exposto ao agente tóxico ou intoxicado, com a finalidade de prevenir,
diagnosticar a intoxicação ou aplicar, se necessário, uma medida terapêutica específica.

Comentários: vimos que “a Toxicologia (geral) é a ciência que estuda os efeitos danosos de substâncias
químicas nos organismos vivos com vistas à prevenção e, em caso de falha, ao tratamento dos afetados. Assim
como a ergonomia, que tem vários ramos (física, cognitiva, organizacional), a toxicologia também tem.

Especificamente, Toxicologia Ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas e quantificadas


as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem, com o objetivo de
prevenir riscos à saúde do trabalhador, ou ainda a área que se ocupa com os estudos das ações e efeitos

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nocivos de substâncias presentes no ambiente de trabalho sobre o organismo dos indivíduos


ocupacionalmente expostos.”

Logo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

17 (CESPE-CEBRASPE / FUB /2015) Toxicologia ocupacional é a área da toxicologia em que são identificadas
e quantificadas as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que elas oferecem,
com o objetivo de prevenir riscos à saúde do trabalhador. Acerca desse assunto, julgue o próximo item.

A intoxicação aguda decorre de um único contato ou de múltiplos contatos com o agente tóxico em um
período de aproximadamente vinte e quatro horas, e os efeitos tóxicos surgem imediatamente ou no
decorrer de, no máximo, duas semanas.

Comentários: vimos que “a toxicidade pode ser imediata ou retardada. Será imediata quando após uma
única exposição ao agente tóxico (exposição aguda), o indivíduo desenvolve rapidamente as reações; e será
retardada quando os efeitos tóxicos ocorrem após o decurso de algum tempo (crônico).”

[...]

A toxicidade aguda é caracterizada quando os efeitos adversos ocorrem logo após uma única exposição ou
múltiplas no período de 24 horas, e os efeitos tóxicos surgem imediatamente ou no decorrer de, no
máximo, duas semanas.

A dose única é utilizada para determinar a potência no caso de ingestão acidental ou intencional e as doses
múltiplas para avaliar os efeitos cumulativos. Geralmente, a via oral é a de eleição, mas outras vias também
podem ser escolhidas. Mediante este estudo, é possível caracterizar a relação dose-resposta e estipular a
DL50 ou a CL50 (estudaremos esses parâmetros na sequência).”

Portanto, a proposição está CERTA.

18 (CESPE-CEBRASPE / FUB / 2015) Toxicologia ocupacional é a área da toxicologia em que são


identificados e quantificados as substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho e os riscos que
elas oferecem, com o objetivo de prevenir riscos à saúde do trabalhador. Acerca desse assunto, julgue o
próximo item.

A frequência, a duração da exposição e a via de introdução de uma substância tóxica são fatores que
influenciam na sua toxicidade.

Comentários: vimos que “[...] considera-se toxicidade o potencial de um determinado agente em promover
dano quando interage com determinado organismo, popularmente conhecido como perigo. Quanto mais
baixas as doses que podem causar danos adversos, maior a toxicidade de uma substância (quanto menor o
limite de tolerância ou limite de exposição, maior a toxicidade).

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Em resumo, os fatores que influenciam na toxicidade de um agente químico são a:

• frequência de exposição ao agente;


• duração da exposição;
• via de introdução (via de entrada) da substância no organismo.”

Logo, a proposição está CERTA.

19 (IADES / EBSERH / 2014) O processo da toxicocinética, pelo qual os agentes tóxicos atravessam as
membranas e entram na corrente sanguínea, é denominado de

(A) excreção. (B) distribuição. (C) biotransformação. (D) absorção. (E) ativação metabólica.

Comentários: vimos que “[...] a absorção é o processo em que o xenobiótico, após cruzar as membranas,
atinge a corrente sanguínea. Não existem sistemas especiais de transporte para xenobióticos, pois estes são
absorvidos da mesma forma que nutrientes e oxigênio. Assim, as principais vias de absorção são:
gastrointestinal (oral), respiratória e dérmica.

Nessa etapa, ocorre a transposição do toxicante através das membranas biológicas e a sua entrada na
corrente sanguínea. Colocando de outra forma, o passo inicial do processo é a absorção do agente. Para que
isto ocorra, deve haver a passagem de um meio externo para um meio interno, ou seja, é introduzido no
organismo e chegar até a circulação sistêmica.”

Nesse caso, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

20 (INAZ DO PARÁ / MÉDICO DO TRABALHO / 2014) Durante o processo de intoxicação, a fase que
corresponde ao comportamento do agente tóxico após o contato com o organismo humano (absorção,
distribuição, biotransformação, acumulação e eliminação), chama-se:

(A) Fase de exposição

(B) Fase Toxicodinâmica

(C) Fase Toxicocinética

(D) Efeito tóxico

(E) Fase de Toxicidade

Comentários: recorde este importante esquema:

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Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica

Fase em que se
estuda o contato do Fase em que se
xenobiótico com o estuda a absorção, a
Fase em que há
organismo. Na distribuição, o
interação entre a
avaliação da armazenamento, a Fase do
substância
exposição, deve-se biotransformação e a aparecimento dos
biodisponível e os
sempre levar em eliminação efeitos nocivos do
sítios de ação,
consideração sua (excreção) das toxicante por meio
específicos ou não,
dose ou substâncias de sinais e sintomas
dos órgãos-alvo, e
concentração, a via absorvidas. Nesta clínicos e/ou
alterações
de contato e se as fase não há laboratoriais
fisiopatológicas
características físico- interação da
consequentes.
químicas da substância com os
substância permitem órgãos-alvo.
boa absorção ou não.

Nesse caso, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

21 (CESGRANRIO / BANCO DO BRASIL /2014) A intoxicação por qualquer agente é constituída pelas
seguintes fases: toxicocinética, toxicodinâmica, clínica e de exposição. A toxicodinâmica representa a fase
de

(A) absorção e distribuição do tóxico

(B) absorção, biotransformação e excreção do tóxico

(C) aumento da biodisponibilidade do tóxico

(D) biotransformação do tóxico

(E) interação das moléculas do tóxico com os sítios de ação

Comentários: falou em toxicoDINÂMICA, falou em interação com o organismo!

ToxicoCINÉTICA ToxicoDINÂMICA
Estuda a cinética (o movimento) do toxicante pelo
organismo (desde a entrada até a saída), sem se Estuda a dinâmica de interação entre o toxicante e
preocupar com a interação deste com os órgãos- os órgãos-alvo.
alvo.

Adicionalmente, vimos que “[...] a intoxicação consiste em um processo patológico causado por substâncias
químicas endógenas ou exógenas, sendo caracterizado por um desequilíbrio fisiológico em consequência das

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alterações bioquímicas no organismo. É a manifestação dos efeitos tóxicos, evidenciada por sinais e
sintomas, ou mediante exames laboratoriais.

Novamente, vamos dividir o processo de intoxicação em 4 fases:

a) exposição: fase em que se estuda o contato do xenobiótico com o organismo. Na avaliação desta,
deve-se sempre levar em consideração sua dose ou concentração, a via de contato e se as
características físico-químicas da substância permitem boa absorção ou não. Esses fatores são
fundamentais para a biodisponibilidade do toxicante, ou seja, qual a fração deste poderá ser
absorvida realmente. Do ponto de vista da Toxicologia Ocupacional, a disciplina de Higiene do
Trabalho se aprofunda nesse aspecto, trabalhando no reconhecimento e na avaliação das substâncias
presentes nos ambientes de trabalho;
b) toxicocinética: fase em que se estuda a absorção, a distribuição, o armazenamento, a
biotransformação e a eliminação (excreção) das substâncias absorvidas. Nessa fase, características
físico-químicas do xenobiótico, especialmente a solubilidade e a constante de acidez, têm
importância fundamental, pois determinam o acesso aos órgãos-alvo e a velocidade de eliminação
pelo organismo. A resultante destas etapas determina a biodisponibilidade;
c) toxicodinâmica: fase em que há interação entre a substância biodisponível e os sítios de ação,
específicos ou não, dos órgãos-alvo, e alterações fisiopatológicas consequentes;
d) clínica: fase do aparecimento dos efeitos nocivos do toxicante por meio de sinais e sintomas clínicos
e/ou laboratoriais.”

Logo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

22 (MS CONCURSOS / UFAC / 2014) A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos produzidos
pela interação de agentes químicos com sistemas biológicos. Um dos campos de aplicação da toxicologia
é aplicada ao estudo dos mecanismos de ação e efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes,
presentes nos ambientes de trabalho, sobre a saúde dos trabalhadores. Esta área da toxicologia é definida
como:

(A) Toxicologia do Trabalho.

(B) Toxicologia Ocupacional.

(C) Toxicologia Ambiental.

(D) Toxicologia Industrial.

(E) Toxicologia Social.

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Comentários: bom, se o foco é o “estudo dos mecanismos de ação e efeitos nocivos produzidos pelos
contaminantes, presentes nos ambientes de trabalho, sobre a saúde dos trabalhadores” só pode ser a
toxicologia ocupacional.

Logo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

Entretanto, alerto que a banca foi infeliz, por a denominação “Toxicologia Industrial” é igualmente válido e
adotado por muito autores. A questão deveria ter sido anulada.

23 (MS CONCURSOS / UFAC / 2014) Indique a alternativa correta, quanto ao campo de aplicação da
Toxicologia Experimental.

(A) A Toxicologia Experimental é aplicada estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes
presentes nos alimentos.

(B) A Toxicologia Experimental é aplicada no estudo dos efeitos nocivos decorrentes do uso de substâncias
químicas como medicamentos.

(C) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo dos efeitos nocivos dos agentes químicos usados pelo
homem individualmente ou em sociedade.

(D) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo de testes toxicológicos realizados em cobaias e/ou
voluntários.

(E) A Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes
ambientais nos seres vivos, visando ao controle da poluição do ar, da água e do solo.

Comentários: não trouxe na Aula as classificações em função das áreas de atuação da Toxicologia porque o
foco é a área ocupacional, entretanto, como a experimental é um ramo em “comum” a todas a áreas, cumpre
saber que “a Toxicologia Experimental é aplicada ao estudo de testes toxicológicos realizados em cobaias
e/ou voluntários.”

Logo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

24 (IF-RJ / IF-RJ / 2012) Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de toxicidade, segundo a
ABNT NBR 10.004/04.

(A) Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar, em maior ou menor grau, um efeito
adverso em consequência de sua interação com o organismo.

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(B) Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha sido cientificamente
comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou
ecotoxicológico).

(C) Propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um efeito adverso grave, ou mesmo morte,
em consequência de sua interação com o organismo, após exposição a uma única dose elevada ou a
repetidas doses em curto espaço de tempo.

(D) Característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou
infecto-contagiosas, pode representar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada.

Comentários: vimos que “[...] considera-se toxicidade o potencial de um determinado agente em promover
dano quando interage com determinado organismo, popularmente conhecido como perigo. Quanto mais
baixas as doses que podem causar danos adversos, maior a toxicidade de uma substância (quanto menor o
limite de tolerância ou limite de exposição, maior a toxicidade).

Logo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

25 (CESGRANRIO / PETROBRAS / 2011) Em toxicologia, qual é o sistema de monitoramento contínuo de


medições de rotina que tem o objetivo de detectar alterações no estado de saúde das populações
expostas, por meio da dosagem do poluente em tecidos e fluidos do organismo humano?

(A) Ambiental (B) Biológico (C) Emissão (D) Clínico (E) Ecológico

Comentários: vimos que a toxicologia é “a ciência com que tem a finalidade principal de prevenir o
aparecimento dos efeitos nocivos, ou seja, estabelecer o uso seguro destas substâncias químicas. Além de
prevenir, outras duas finalidades são diagnosticar e tratar a pessoa intoxicada.

Prevenir Diagnosticar Tratar

Especificamente para a fase de diagnóstico, tanto a toxicologia geral quanto a ocupacional valem-se de um
sistema de monitoramento biológico contínuo (exames de sangue, urina, fezes etc.) para medição de
indicadores biológicos (concenração de cetona na urina, por exemplo) com o objetivo de detectar alterações
no estado de saúde das populações expostas, por meio da dosagem do poluente em tecidos e fluidos do
organismo humano.”

Logo, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.

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26 (CESPE / FUB / 2009) A toxicologia avalia as lesões causadas no organismo por toxicantes e investiga os
mecanismos envolvidos no processo. Procura identificar e quantificar as substâncias tóxicas presentes nos
fluidos biológicos e determinar os níveis toleráveis no organismo. Os complexos eventos envolvidos na
intoxicação, desde a exposição do organismo ao agente até o aparecimento de sinais e sintomas, podem
ser classificados em 4 fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâmica e fase clínica. Em conformidade com
esse assunto, julgue o próximo item.

A fase toxicocinética inclui os processos envolvidos na relação entre disponibilidade química e a


concentração do fármaco nos diferentes tecidos do organismo. Faz parte dessa fase a biotransformação e a
excreção das substâncias químicas.

Comentários: a banca usa o termo fármaco porque não é uma questão de toxicologia ocupacional. Nesses
casos, o fármaco (droga) é o toxicante ou agente tóxico para fins de higiene ocupacional. Então, vamos
aproveitar a questão.

Veja novamente esse esquema:

Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica

Fase em que se
estuda o contato do Fase em que se
xenobiótico com o estuda a absorção, a
Fase em que há
organismo. Na distribuição, o
interação entre a
avaliação da armazenamento, a Fase do
substância
exposição, deve-se biotransformação e a aparecimento dos
biodisponível e os
sempre levar em eliminação efeitos nocivos do
sítios de ação,
consideração sua (excreção) das toxicante por meio
específicos ou não,
dose ou substâncias de sinais e sintomas
dos órgãos-alvo, e
concentração, a via absorvidas. Nesta clínicos e/ou
alterações
de contato e se as fase não há laboratoriais
fisiopatológicas
características físico- interação da
consequentes.
químicas da substância com os
substância permitem órgãos-alvo.
boa absorção ou não.

A proposição descreve corretamente os aspectos da fase de toxicocinética, pelo que está CERTA.

27 (CESPE / FUB / 2009) A toxicologia avalia as lesões causadas no organismo por toxicantes e investiga os
mecanismos envolvidos no processo. Procura identificar e quantificar as substâncias tóxicas presentes nos
fluidos biológicos e determinar os níveis toleráveis no organismo. Os complexos eventos envolvidos na
intoxicação, desde a exposição do organismo ao agente até o aparecimento de sinais e sintomas, podem
ser classificados em 4 fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâmica e fase clínica. Em conformidade com
esse assunto, julgue o próximo item.

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A via de introdução do agente tóxico no organismo, a concentração do xenobiótico e a susceptibilidade


individual devem ser considerados na fase de exposição.

Comentários: vimos que “a fase de exposição tem início quando o organismo entra em contato com a
substância nociva (após a etapa de transporte). Ou seja, é a disponibilização química do toxicante (quando
este fica disponível para ser absorvido). Nessa fase, leva-se em consideração aspectos como:

• a via de introdução do agente tóxico no organismo;


• a concentração do xenobiótico; e
• a susceptibilidade individual.”

Logo, a proposição está CERTA.

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