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Mecânica respiratória

Prof. Dra Camila Matiusso


camila.matiusso@docentes.unicesumar.edu.br
Habilidades e competência

 Compreender a mecânica respiratória, relacionando as


estruturas anatômicas envolvidas.

 Compreender as variações da pressão pleural e


alveolar.
Introdução
 Respiração → oxigênio aos tecidos

o Respiração pulmonar
o Difusão de O2 e CO2 nos alvéolos
o Transporte de O2 e CO2 nos líquidos
corporais
Introdução
Funções do sistema respiratório

1. Ventilação pulmonar; 5. Proteção contra


patógenos;

2. Trocas de gases; 6. Vocalização;

3. Transporte de gases;
7. Regulação da
ventilação.

4. Regulação do pH;
Mecânica da ventilação pulmonar – diafragma
➢ Inspiração → diafragma contraído;

➢ Expiração natural → relaxamento do diafragma;

➢ Retração elástica dos pulmões, parede torácica


e outras estruturas expelem o ar;

➢ Contração da musculatura abdominal em


respiração vigorosa.
Mecânica da ventilação pulmonar - caixa torácica

➢ Inspiração → Elevação da caixa torácica;

➢ Projeta costelas para frente e o esterno para longe da


coluna;

➢ Elevação pelos músculos intercostais externos,


esternocleidomastóide, serráteis anteriores e escalenos;

➢ Expiração → reto abdominal e intercostais internos.


Mecânica da ventilação pulmonar
Membrana pleural

 Formadas por tecido conectivo elástico e


capilares;

 Líquido pleural cria superfície líquida e


escorregadia e mantém pulmão aderido a
caixa torácica;

 Drenagem linfática do liquido pleual


mantém leve tração
Pneumotórax

 O ar que entra na
cavidade pleural desfaz
as interações do liquido
que mantem o pulmão
aderido a caixa torácica.

 A parede torácica
expande-se, ao passo que
os pulmões colapsam
Pressões pulmonares

 Diferença de pressão para o influxo ou efluxo


de ar;

Inspiração
Pressão alveolar e pleural < pressão atmosférica

Expiração
Pressão alveolar e pleural > pressão atmosférica
Fatores que alteram a ventilação pulmonar

 Tensão superficial

 Complacência dos pulmões


Tensão superficial

 Forte atração entre as moléculas de água

 Força – tensão superficial

 Resistência da via aérea


Tensão superficial
 Água tem atração forte quando em contato com o ar; no alvéolo, essa força
expulsa o ar;

 Maior resistência para estiramento


Tensão superficial - surfactante

 Surfactante reduz a tensão superficial, secretado pelos pneumócitos do tipo II;

 Não se dissolvem uniformemente; parte se dissolve, parte se espalha;

 Mais concentrado nos menores, igualando as pressões.


Complacência pulmonar
Grau de extensão dos pulmões por cada unidade
de aumento da pressão transpulmonar ou
capacidade do pulmão se estirar;

 Necessário superar a resistência elástica e da


caixa torácica ao estiramento;

 Forças elásticas pulmonares são


determinadas pela elastina e colágeno;
Complacência pulmonar

Complacência ≠ Elastância (habilidade de retornar a posição de


repouso após ser estirado;

COMPLACÊNCIA → estira-se facilmente

COMPLACÊNCIA → requer muita força dos músculos inspiratórios para ser


estirado.
Resistência das vias aéreas
 Comprimento do sistema (L) – constante
 Viscosidade do ar que flui pelas vias aéreas - constante
 Diâmetro – raio (r) – normalmente constante

Alergias e infecções – acúmulo de muco

Broncodilatação (CO2)

Broncoconstrição (histamina)
Correlação clínica - DPOC

 DPOC → doença pulmonar obstrutiva crônica

Bronquite → inflamação → produção de muco

Enfisema → macrófagos liberam elastase → perda da elastina

Complacência
Elastância
Correlação clínica - fibrose
 Doenças pulmonares fibróticas

Desenvolvimento de tecido fibroso cicatricial rígido que restringe a


insuflação pulmonar → Macrófagos secretam colágeno inelástico

Complacência

Ex: silicose
Correlação clínica - SARRN
 Síndrome da angustia respiratória do recém-
nascido (baixa complacência)

Síntese de surfactantes inicia-se na 25ª semana e


atinge níveis adequados na 30ª semana;

Tratamento → Administração de surfactantes


aerossóis artificiais e ventilação artificial;

Diagnóstico → Coleta de líquido amniótico


Volume pulmonar

 Mudanças no volume torácico causam


gradiente de pressão que geram fluxo
de ar;

Volume torácico
Pressão
Gradiente de pressão

Ar flui para dentro


Espirometria
 Detecta movimento do volume de ar para dentro e para fora dos pulmões
 Sistema fechado
Volume pulmonar

 Volume corrente (VC) é o volume de ar inspirado ou expirado, em cada


respiração normal;
 Volume de reserva inspiratório (VRI) é o volume extra de ar que pode
ser inspirado, além do volume corrente normal, quando a pessoa
inspira com força total;
 Volume de reserva expiratório (VRE) é o máximo volume extra de ar
que pode ser expirado na expiração forçada, após o final de expiração
corrente normal;
 Volume residual (VR) é o volume de ar que fica nos pulmões, após a
expiração mais forçada;
Capacidades pulmonares

 Capacidade inspiratória → VC + VRI. Quantidade de ar que a pessoa


pode respirar, começando a partir do nível expiratório normal e
distendendo os pulmões até seu máximo.

 Capacidade residual funcional → VRE + VR. Quantidade de ar que


permanece nos pulmões, ao final de expiração normal.
Capacidades pulmonares

 Capacidade vital → VRI + VC + VRE. Quantidade máxima de ar que a


pessoa pode expelir dos pulmões, após primeiro enchê-los à sua extensão
máxima e, então, expirar.

 Capacidade pulmonar total → é o volume máximo a que os pulmões


podem ser expandidos com o maior esforço é igual à capacidade vital + VR
Ventilação-minuto
 Quantidade total de novo ar levado para o interior das vias
respiratórias a cada minuto:

Ventilação-Minuto = VC x FR/min

Volumes normais:
• VC = 500 mL
• FR = 12/minuto

Ventilação-Minuto = 6-10L/min
Espaço morto

 Ar que entra no sistema


mas não chega aos alvéolos
(anatômico)

 Alvéolos não funcionais


(funcional)
Ventilação alveolar

 A ventilação alveolar por


minuto

Volume total de novo ar que


entra nos alvéolos e áreas
adjacentes de trocas gasosas
a cada minuto.

VA = Freq x (VC – VM)

12 × (500 − 150) = 4.200 mL/min.


Composição de gases nos alvéolos

 Pressões variam pouco na respiração


normal em repouso;
PO2 aumenta
PCO2 diminui
1) Quantidade de O2 que entra é quase
igual a que entra no sangue;

2) Ar novo é pouco mais de 10% da


capacidade pulmonar total;
PO2 diminui
PCO2 aumenta
Padrões de ventilação
Referências

 HALL & HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 14ª ed. Elsevier, 2021.

 SILVERTHORN, U. D. Fisiologia Humana: Uma abordagem Integrada. 6


ed. Artmed, 2017.

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