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HISTÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL

CAPÍTULO 3:
Para abordar a história da terapia ocupacional nos países latino-
americanos é importante frisar o contexto das epidemias de poliomielite
e a guerra fria como marco importante para o uso das ocupações.

A poliomielite e os centros de reabilitação


• A poliomielite foi uma importante causa de invalidez e altos índices
de mortalidade infantil até a criação da vacina nos meados da
década de 1950.
• Na América Latina o reconhecimento nos países do México,
Argentina Chile, Brasil, Colômbia e Venezuela foi entre os anos de
1930,1940 e 1950
• As consequências da doença foi a principal argumento para a
criação e ampliação de centros de reabilitação física e hospitais
infantis.
• Parte desses centros foram percursores para os programas de
formação em terapia ocupacional na América Latina
• Uma relação de forma mais intensa foi durante o período posterior
a segunda guerra Mundial.
• É o processo de desencadeou a criação e expansão de carreiras
compreendidas como tecnologias médicas.

As ocupações e o trabalho como forma de controle social e de atenção a


loucura.
• As atividades utilizadas para fins terapêuticos é diferente da
terapia ocupacional enquanto profissão.
• Os desenvolvimentos sociais tenho influência na criação da
profissão
• Atividade como forma de trabalho e/ou tratamento ao sofrimento
psíquico institucionalizado e o controle social dos mais vulneráveis.
• No Brasil no hospital Dom Pedro II em 1852 as ocupações eram
objetos das oficinas de alfaiataria mercearia sapataria flores e
desfiação de estopa baseados de uma perspectiva de tratamento
moral
• Em 1946 Nise da Silveira funda serviço de terapêutico ocupacional
do centro psiquiátrico nacional colocando no foco de suas atenções
o potencial expressivo das atividades escolhidas de forma livre no
processo de entendimento da loucura e de ajuda aos pacientes sem
que fossem úteis aos hospitais
• Na Colômbia no século XIX a ocupação começa a ser utilizada como
meio para impedir a vagabundagem e a pobreza.
• Na Argentina no final do século XIX o tratamento moral era
utilizado no hospício de males Mercedes era pensado em termos de
produtividade portanto a inserção laboral era de suma importância
• No Chile por volta da década de 1930 os médicos psiquiatras que
defendiam o tratamento moral promovem benefícios na tentativa
de gerar maior qualidade de vida aos pacientes.

Assim a articulação histórica tem a origem da terapia ocupacional


transitando entre a criação de uma tecnologia de atenção para
reabilitação física e a justificativa técnica e científica de um trabalho que
acontecia em hospitais psiquiátricos e instituições asilares

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Intencionalidades e interferências nas proposições de cooperação
internacional
Diferente projetos de cooperação internacional tiveram papel importante
na criação e desenvolvimento de alguns dos primeiros programas de
formação profissional em terapia ocupacional na América Latina
Destacam-se as organizações internacionais como;
• Organização das nações unidas ( ONU)
• Organização internacional do trabalho (OIT)
• Organização Mundial de Saúde (OMS)
• Organização pan-americana de saúde (OPAS)
Essas organizações tem origem entre o fim da primeira guerra e o
contexto da guerra fria como o desenvolvimento institucional por meio
da emergência de normas discurso e práticas regularizadas.
• O desenvolvimento com o problema cai sobre o Sul cuja a
responsabilidade depende do crescimento modernização e
industrialização já que o norte oferece ajuda humanitária
• Assessoria técnica de especialistas e assessoria de cooperação dos
países Norte e Sul realização de cursos de capacitação auxílio no
processo de implementação de programas de reabilitação.
• No fim de 1940 a ONU passa a assumir a coordenação de reforços
em áreas voltadas à reabilitação
• A OMS se responsabilizou pela formação de profissionais de
reabilitação como médicos e enfermeiros terapeutas ocupacionais
e fisioterapeutas dentre outros.

Em 1951 a ONU começa a enviar mensagem para América Latina fim de


identificar possíveis locais para instalação de centros de reabilitação
No Brasil tanto a associação Brasileira beneficente de reabilitação quanto
o hospital das clínicas da faculdade de Medicina e universidade de São
Paulo começaram a ser assessorados por essas agências internacionais
para introduzir práticas especializadas e reabilitação até então
inexistentes no Brasil.

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Alguns técnicos e profissionais que atuavam na área de reabilitação no HC
USP foram enviados aos Estados Unidos para se especializarem, exemplo
da Neyde Rosetti Hauck assistente social enfermeira que foi estudar
terapia ocupacional.
Além de terapeutas ocupacionais estrangeiros ingressaram no Brasil para
contribuir na formação profissional.
A terapia ocupacional na América Latina possui duas características:
• Ser uma profissão subalterna da medicina
• Ser uma profissão considerada para mulheres por ser considerada
de menor valor profissional.
Os primeiros programas de formação de nível técnico, sob a
responsabilidade de médicos e não de terapeutas ocupacionais.
No Brasil, final da década de 1940 até o final da década de 1950, temos o
encontro de dois movimentos distintos:
• O histórico recente o uso da ocupação com fins terapêuticos,
inspirados em modelos europeus com atenção a loucura
• E a importação de um modelo estadunidense em reabilitação
física.
Na Argentina a criação da escola nacional de terapia ocupacional em
1959 que faz parte de um acordo entre os governos argentinos e
britânicos
Na Venezuela a criação pioneira foi no instituto venezuelano de seguros
sociais que resultou na articulação com três fisioterapeutas e uma
terapeuta ocupacional do Canadá
No Chile em 1962, a clínica psiquiatra universitário recebeu por 3 meses
A Terapeuta ocupacional estadunidense Beatriz Wade.

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Relação entre os países da América latina com o norte global
• Brasil – EUA
• Argentina – Inglaterra
• Venezuela – Canadá
• Chile – EUA

• Para além dessas articulações internacionais, na década de 1960 o


trânsito em torno dos programas de formação teve alguma configuração
entre os países latino-americanos

CAPITULO 4:
Os primeiros programas de formação criados nos países latino-
americanos
No ano de 1950 marca o início da criação dos primeiros programas de
informação profissional em terapia ocupacional nos países da América
Latina.
Os países como o Brasil o México e Argentina antes dos programas de
formação serem criados existiam cursos de capacitação técnica
esporádicos e em diferentes formatos.
(No Brasil entende-se como exemplo os cursos de terapia ocupacional
oferecidos por Nise da Silveira)
No Brasil a Escola de reabilitação do Rio de janeiro- Associação Brasileira
beneficente de reabilitação, que teve início em 1956 é o primeiro
programa de formação em terapia ocupacional.
Na década de 1960 começava um processo de vinculação dos programas
a instituições de ensino superior:
• São Paulo- vinculado ao instituto de reabilitação do hospital das
clínicas de universidade de São Paulo
• Recife- um programa vinculado ao instituto universitário de
reabilitação da faculdade de Medicina do Recife

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• Minas gerais-programa tirado em Belo Horizonte pela faculdade de
Ciências médicas de Minas gerais.
(Expansão em Minas Gerais, Pernambuco e Bahia)

No Brasil a criação do primeiro programa de formação em terapia


ocupacional era vinculada a escola de reabilitação do Rio de janeiro (EERJ)
e parte na associação Brasileira beneficente de reabilitação (ABBR) na
cidade do Rio de janeiro era de caráter filantrópico sem fins lucrativos e
destinava a assistência de crianças e adultos com deficiência física
Apesar de ser um programa de formação em uma instituição assistencial
e filantrópica os estudantes pagavam uma taxa de mensalidade para a
vinculação ao programa
Médicos brasileiros que abordavam o uso da ocupação e do trabalho no
processo de cuidados à atenção à loucura podem ilustrar a influência da
parte psiquiátrica brasileira que recebeu a abordagem do uso das
ocupações como práticas do cuidado.
O trabalho desenvolvido pela psiquiatria da Silveira teve grande
importância para a assistente mais ação das ocupações com o processo
de tratamento principalmente para as consideradas doenças mentais
agudas e crônicas.
Em 1951 ocorre o período de expansão em que tivemos a criação de
órgãos como:
• Conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico
(CNPq)
• Coordenação de aperfeiçoamento de pessoas de nível superior
(CAPES)
A primeira proposta de currículo para ter proporcional teria sido baseado
no currículo da Colômbia university.
• 1963- aprovação de um currículo mínimo
• 1964- é fundada a associação de terapeutas ocupacionais do Brasil
(ATOB) que interrompeu atividades em 1984 e se tornou a atual
Associação Brasileira de terapeutas ocupacionais (ABRATO)

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• No Brasil a terapia ocupacional foi regulamentada como profissão
juntamente com a fisioterapia pelo Decreto- Lei n°938, de 13 de
outubro de 1969.
• As expressões “capacidade física” e “capacidade mental” funcionam
neste decreto-lei como marcador de diferença entre duas
profissões fisioterapia e terapia ocupacional
• Outro ponto de destaque no processo de regulamentação da
profissão da terapia ocupacional no Brasil, foi a lei n° 6316, de 17 de
dezembro de 1975, que cria o conselho federal de fisioterapia e
terapia ocupacional (COFFITO) com o objetivo de normalizar e
exercer o controle ético científico e social da profissão.
• O sistema criado é formado pelo COFFITO e CREFFITO, onde o
primeiro tem a sede em Brasília e o segundo sede nas capitais do
estado.
• A consolidação da profissão ocorre no contexto de ditadura militar
onde precisava demonstrar interesse e eficiência para o
desenvolvimento da nação brasileira que estaria sendo forjada.

A reconfiguração da profissão
• De 1970 a profissão passa por uma crise de identidade e ao mesmo
tempo por avanços
O processo atrelado ao contexto social econômico e político pós 1970:
• Crise estrutural do capitalismo
• Redemocratização do país
• A aprovação da constituição de 1988
• Ajustes neoliberais
Em 1982- reforma curricular e a disputa em torno do perfil do terapeuta
ocupacional
1. Proposta modernizadora que se caracterizava por incentivo
frequente ao chamado profissionalismo e pela supervalorização da
especialização por áreas de atuação
2. Defesa de uma perspectiva crítica, propondo uma análise do
trabalho do terapeuta ocupacional enquanto uma prática política

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de viés claramente ideológico, aproximação com as ciências
humanas

A profissão não é um bloco hegemônico - projetos profissionais em


disputa
Em 2002- revisão curricular e novas diretrizes curriculares.
• Personagem de caráter generalista e crítico: para atuar não só no
nível de reabilitação, mas também, na prevenção, que já se
colocava como um desafio para o terapeuta ocupacional desde a
década de 1980.
• Reconhece as múltiplas possibilidades de inserções do terapeuta
ocupacional em diferentes políticas públicas
• A profissão deixa de contribuir somente com a recuperação física e
mental das pessoas, através dos programas de reabilitação, passa
também a se preocupar com a vida cotidiana das pessoas, grupos e
comunidades que trazem como a principal demanda as questões de
ordem socioeconômica e cultural.
• Exige-se portanto na contemporaneidade, a capacidade do
profissional para construir intervenções coerentes com as culturas
locais específicas e necessidades sociais fatos que determinam uma
ruptura com ações moduladas o procedimentos técnicos pré-
estabelecidos e conservadores.
• 2000 – criação da rede nacional de ensino e pesquisa em terapia
ocupacional (RENETO)- organização dos eventos, representações
políticas nas patas de categoria docente e as atividades de ensino
ENDTO e SNPTO
• Atualmente em processo de revisão das DCNs
• 2021 existe um 35 curso terapia ocupacional, do 13 privadas e 22
públicas, distribuídas de forma desigual pelas cinco regiões do Brasil
• De acordo com o COFFITO, até julho de 2017 tínhamos 18.852
profissionais registrados e habilitados a exercer a prática
profissional da terapia ocupacional no Brasil.

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