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Exame Físico

do Aparelho
Cardiovascular
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................................................................... 3

2. Anatomia do Coração................................................................................................... 3

3. Fisiologia do Aparelho Cardiovascular........................................................................ 4

4. Anatomia do Tórax........................................................................................................ 5

5. Focos de Ausculta......................................................................................................... 6

6. Inspeção........................................................................................................................ 6

7. Palpação........................................................................................................................ 7

8. Ausculta......................................................................................................................... 7

9. Avaliação e Palpação dos Pulsos Periféricos........................................................... 11

10. Avaliação da Jugular................................................................................................. 15

Referências...................................................................................................................... 18
Autora: Thainá Silva Galeão

1. INTRODUÇÃO
O exame físico do aparelho cardiovascular é uma parte fundamental da avaliação
médica, fornecendo informações valiosas sobre a saúde cardiovascular do paciente.
Este exame envolve uma série de etapas, incluindo a inspeção, palpação e ausculta do
coração e dos vasos sanguíneos.

2. ANATOMIA DO CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular localizado no mediastino médio, entre os pulmões dividido
em quatro câmaras: dois átrios (esquerdo e direito) e dois ventrículos (esquerdo e direito).
As câmaras são separadas por válvulas que controlam o fluxo de sangue. As válvulas atrio-
ventriculares (tricúspide e mitral) separam os átrios dos ventrículos, enquanto as válvulas
semilunares (pulmonar e aórtica) controlam o fluxo de sangue dos ventrículos para os grandes
vasos. Os átrios recebem o sangue que retorna ao coração, enquanto os ventrículos bom-
beiam o sangue para fora do coração. O coração também é circundado por grandes vasos
sanguíneos, incluindo a aorta, a veia cava superior e inferior, e as artérias e veias pulmonares.

Figura 1. Anatomia do coração.


Fonte: Katalin Macevics/Shutterstock.com

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3. FISIOLOGIA DO APARELHO
CARDIOVASCULAR

Durante a sístole, os ventrículos se contraem, forçando o sangue para fora do cora-


ção. A válvula aórtica se abre para permitir que o sangue flua do ventrículo esquerdo
para a aorta, enquanto a válvula pulmonar se abre para permitir que o sangue flua do
ventrículo direito para a artéria pulmonar. Durante a diástole, os ventrículos relaxam
e se enchem de sangue. As válvulas atrioventriculares se abrem para permitir que o
sangue flua dos átrios para os ventrículos. Desse modo, o sistema cardiovascular é
responsável pela circulação do sangue, permitindo o transporte de nutrientes, oxigê-
nio, dióxido de carbono e metabólitos. O coração atua como uma bomba, gerando
a força necessária para mover o sangue através dos vasos sanguíneos. O sistema
cardiovascular também desempenha um papel crucial na regulação da pressão ar-
terial, da temperatura corporal e do pH do sangue.

Figura 2. Fisiologia do coração.


Fonte: GraphicsRF.com/Shutterstock.com

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4. ANATOMIA DO TÓRAX

O coração está localizado no mediastino médio, uma cavidade no centro do tórax,


entre os pulmões. Ele está posicionado obliquamente, com a base voltada para cima,
para trás e para a direita, e o ápice voltado para baixo, para a frente e para a esquerda.
O coração está protegido pelas costelas e pelo esterno, e é coberto pelo pericárdio,
uma membrana dupla que o isola dos outros órgãos do tórax.

Figura 3. Posição do coração.


Fonte: Alfa MD/Shutterstock.com

Figura 4. Posicionamento cardíaco.


Fonte: Alila Medical Media/Shutterstock.com

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5. FOCOS DE AUSCULTA

Existem quatro focos principais de ausculta cardíaca, cada um correspondendo a


uma válvula cardíaca específica:

• 1. Foco aórtico: localizado no segundo espaço intercostal direito, ao lado do es-


terno. Este é o melhor local para ouvir sons relacionados à válvula aórtica.
• 2. Foco pulmonar: localizado no segundo espaço intercostal esquerdo, ao lado do
esterno. Este é o melhor local para ouvir sons relacionados à válvula pulmonar.
• 3. Foco tricúspide: localizado no quarto espaço intercostal esquerdo, ao lado do
esterno. Este é o melhor local para ouvir sons relacionados à válvula tricúspide.
• 4. Foco mitral: localizado no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha médio-
-clavicular. Este é o melhor local para ouvir sons relacionados à válvula mitral.

Figura 6. Focos da asculta cardíaca.


Fonte: Alfa MD/Shutterstock.com

6. INSPEÇÃO

A inspeção é a primeira etapa do exame físico cardiovascular. O médico observa a


pele para sinais de cianose ou palidez, verifica a presença de veias jugulares distendidas
e observa o contorno do tórax para qualquer anormalidade.

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7. PALPAÇÃO
A palpação permite ao médico sentir o impulso apical, avaliar a expansão do tórax
e detectar qualquer anormalidade na textura da pele ou na estrutura subjacente. A pal-
pação do impulso apical (ictus cordis) é a projeção do batimento cardíaco na parede
torácica, sendo normalmente palpável no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha
médio-clavicular. Alterações na localização, tamanho ou intensidade do ictus cordis
podem indicar doenças cardíacas.
A palpação também pode revelar a presença de frêmitos, que são vibrações trans-
mitidas através do tórax que podem indicar doença cardíaca.

8. AUSCULTA
A ausculta é realizada usando um estetoscópio para ouvir os sons cardíacos. Os
sons das bulhas cardíacas fisiológicas são os sons normais produzidos pelo coração
durante cada ciclo cardíaco. Elas são causadas pelo fechamento das válvulas cardía-
cas e pela turbulência do fluxo sanguíneo. Existem duas bulhas cardíacas principais:

• Primeira Bulha (B1): Esta é causada pelo fechamento das válvulas atrioventricu-
lares (mitral e tricúspide) no início da sístole ventricular. É um som mais longo e
de tom mais baixo, e é geralmente descrito como "tum".
• Segunda Bulha (B2): Esta é causada pelo fechamento das válvulas semilunares
(aórtica e pulmonar) no início da diástole ventricular. É um som mais curto e de
tom mais alto, e é geralmente descrito como "tá".

Figura 7. Valvas cardíacas.


Fonte: Dee-sign/Shutterstock.com

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Figura 8. Fisiologia das valvas.
Fonte: Macrovector/Shutterstock.com

Bulhas Extras
As bulhas extras são sons cardíacos adicionais que podem ser ouvidos em certas
condições. Elas incluem:

• Terceira Bulha (B3): Esta é um som de baixa frequência que ocorre no início da
diástole, logo após a B2. É causada pela rápida entrada de sangue nos ventrículos
durante a fase de enchimento rápido da diástole. A B3 pode ser normal em crianças
e adultos jovens, mas geralmente indica disfunção ventricular em adultos mais
velhos. Patologias que podem causar uma B3 incluem insuficiência cardíaca e
regurgitação mitral.
• Quarta Bulha (B4): Esta é um som de baixa frequência que ocorre no final da di-
ástole, logo antes da B1. É causada pela contração atrial forçada contra um ven-
trículo que é resistente ao enchimento. A B4 é sempre patológica e pode indicar
hipertensão, estenose aórtica ou doença isquêmica do coração.

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Desdobramentos Fisiológicos
Os desdobramentos fisiológicos são variações normais nos sons cardíacos que
ocorrem devido a mudanças na respiração. Durante a inspiração, o aumento do retorno
venoso ao coração direito atrasa o fechamento da válvula pulmonar, resultando em
um desdobramento da B2. Este é um achado normal e é chamado de desdobramento
fisiológico da B2.

Sopros Cardíacos
Os sopros cardíacos são sons produzidos pelo fluxo sanguíneo turbulento no coração
ou nos grandes vasos. Eles são geralmente causados por anormalidades nas válvulas
cardíacas ou por defeitos no septo cardíaco.
Os sopros podem ser classificados de várias maneiras, incluindo:

1. Por Timing: Os sopros podem ser sistólicos (ocorrendo durante a sístole ventricu-
lar), diastólicos (ocorrendo durante a diástole ventricular) ou contínuos (ocorrendo
durante todo o ciclo cardíaco).
2. Por Qualidade: Os sopros podem ser descritos como suaves, ásperos, rugosos,
vibrantes, musicais, etc., dependendo de sua qualidade sonora.
3. Por Intensidade: Os sopros são classificados em seis graus, com base em sua
intensidade:

• Grau I: Muito suave, difícil de ouvir.

• Grau II: Suave, mas facilmente audível.

• Grau III: Moderadamente alto.

• Grau IV: Alto, com um impulso palpável (thrill).

• Grau V: Muito alto, com um impulso palpável. Pode ser ouvido com o estetoscópio
parcialmente fora do peito.

• Grau VI: Extremamente alto. Pode ser ouvido com o estetoscópio completamente
fora do peito.
4. Por Localização: Os sopros são geralmente mais audíveis em um dos focos de
ausculta cardíaca (aórtico, pulmonar, tricúspide, mitral). A localização do sopro
pode ajudar a identificar a válvula ou a estrutura cardíaca afetada.

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Exemplos de Patologias que Causam Sopros

1. Estenose Aórtica: Esta é uma condição em que a válvula aórtica se torna estreitada
ou rígida, impedindo o fluxo sanguíneo adequado do ventrículo esquerdo para a
aorta. Isso causa um sopro sistólico áspero que é melhor ouvido no foco aórtico.
2. Regurgitação Mitral: Esta é uma condição em que a válvula mitral não fecha ade-
quadamente, permitindo que o sangue flua de volta para o átrio esquerdo durante
a sístole ventricular. Isso causa um sopro sistólico suave que é melhor ouvido no
foco mitral.
3. Estenose Mitral: Esta é uma condição em que a válvula mitral se torna estreitada,
impedindo o fluxo sanguíneo adequado do átrio esquerdo para o ventrículo esquer-
do. Isso causa um sopro diastólico áspero que é melhor ouvido no foco mitral.
4. Comunicação Interventricular (CIV): Este é um defeito congênito em que há um
buraco no septo que separa os ventrículos. Isso causa um sopro sistólico áspero
que é melhor ouvido no foco tricúspide.

Figura 9. Alterações nas valvas.


Fonte: Macrovector/Shutterstock.com

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9. AVALIAÇÃO E PALPAÇÃO DOS
PULSOS PERIFÉRICOS

Pulsos Periféricos
Os pulsos periféricos são ondas de pressão que podem ser sentidas em vários pon-
tos do corpo onde uma artéria passa perto da superfície da pele e sobre um osso. A
avaliação dos pulsos periféricos pode fornecer informações importantes sobre a saúde
cardiovascular de um paciente.

1. Pulso Radial: Este é o pulso que pode ser sentido na parte lateral do punho, onde
a artéria radial passa sobre o osso do rádio. É o pulso mais comumente usado
para avaliar a frequência e o ritmo cardíaco.

Figura 10. Pulso Radial.


Fonte: SHUBIN.INFO/Shutterstock.com

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2. Pulso Braquial: Este pulso pode ser sentido na parte interna do cotovelo, onde a
artéria braquial passa entre os músculos bíceps e tríceps. É o pulso mais comu-
mente usado para medir a pressão arterial.

Figura 11. Pulso braquial.


Fonte: Diego Giraldo Tamayo/Shutterstock.com

3. Pulso Femoral: Este pulso pode ser sentido na virilha, onde a artéria femoral passa
sob o ligamento inguinal. É usado para avaliar a circulação para as pernas e para
medir a pressão arterial em crianças pequenas.

Figura 12. Pulso femoral.


Fonte: Diego Giraldo Tamayo/Shutterstock.com

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4. Pulso Poplíteo: Este pulso pode ser sentido atrás do joelho, onde a artéria poplítea
passa. Pode ser difícil de encontrar em algumas pessoas.

Figura 13. Pulso poplíteo.


Fonte: Diego Giraldo Tamayo/Shutterstock.com

5. Pulso Tibial Posterior: Este pulso pode ser sentido na parte interna do tornozelo,
onde a artéria tibial posterior passa. É usado para avaliar a circulação para os pés.

Figura 14. Pulso tibial posterior.


Fonte: Image Point Fr/Shutterstock.com

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6. Pulso Pedioso: Este pulso pode ser sentido na parte superior do pé, onde a artéria
dorsalis pedis passa. É usado para avaliar a circulação para os pés.

Figura 15. Pulso pedioso.


Fonte: Image Point Fr/Shutterstock.com

Alterações nos Pulsos Periféricos


As alterações nos pulsos periféricos podem indicar uma variedade de condições
médicas. Por exemplo:

• Pulso Fraco ou Ausente: Pode indicar má circulação devido a doença arterial


periférica, coágulo sanguíneo, ou estreitamento de uma artéria.
• Pulso Irregular: Pode indicar arritmia cardíaca, como fibrilação atrial ou flutter atrial.
• Pulso Rápido: Pode indicar taquicardia, que pode ser causada por ansiedade,
febre, hipertiroidismo, insuficiência cardíaca, entre outros.

Classificação dos Pulsos Periféricos

Os pulsos periféricos são geralmente classificados com base em sua amplitude e


regularidade. A amplitude do pulso pode ser descrita como normal, diminuída ou au-
mentada. A regularidade do pulso pode ser descrita como regular ou irregular.

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10. AVALIAÇÃO DA JUGULAR

Avaliação da Jugular
A avaliação da veia jugular é uma parte importante do exame físico cardiovascular.
Ela pode fornecer informações valiosas sobre a pressão venosa central e, portanto,
sobre a função cardíaca direita e o volume intravascular.
A veia jugular interna é geralmente a melhor para avaliação, pois ela tem uma traje-
tória direta para o átrio direito. No entanto, devido à sua localização profunda, ela não
é facilmente visível e a veia jugular externa é frequentemente usada em seu lugar.

Figura 16. Avaliação da jugular.


Fonte: Blamb/Shutterstock.com

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Estase Jugular
A estase jugular, também conhecida como ingurgitamento jugular, é uma distensão
visível das veias jugulares. Ela é geralmente causada por qualquer condição que au-
mente a pressão no átrio direito.

Figura 17. Estase jugular.


Fonte: Karan Bunjean/Shutterstock.com

Causas de Estase Jugular


As causas comuns de estase jugular incluem:

1. Insuficiência Cardíaca Direita: Esta é uma condição em que o ventrículo direito


do coração não consegue bombear sangue eficientemente para os pulmões. Isso
pode levar a um acúmulo de sangue e a um aumento da pressão nas veias que
levam ao coração, resultando em estase jugular.
2. Estenose Tricúspide: Esta é uma condição em que a válvula tricúspide do coração
se torna estreitada, dificultando o fluxo sanguíneo do átrio direito para o ventrículo
direito. Isso pode levar a um acúmulo de sangue no átrio direito e nas veias que
levam ao coração, resultando em estase jugular.
3. Pericardite Constritiva: Esta é uma condição em que o pericárdio (a membrana
que envolve o coração) se torna espessado e rígido, restringindo a expansão do
coração. Isso pode aumentar a pressão dentro do coração e causar estase jugular.

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Medição e Classificação da Estase Jugular
A estase jugular é geralmente medida com o paciente em uma posição semi-reclina-
da, com a cabeça elevada a um ângulo de 45 graus. O médico irá olhar para o pescoço
do paciente para ver se as veias jugulares estão distendidas.
A estase jugular é classificada com base em quão alto o sangue se eleva acima do
nível do átrio direito. Uma elevação de 3-4 cm é considerada normal. Uma elevação
maior que isso é considerada anormal e indica estase jugular.

MAPA MENTAL. EXAME FÍSICO DO APARELHO CARDIOVASCULAR

Exame Físico do Aparelho Cardiovascular

Fisiologia do Aparelho
Anatomia do Coração
Cardiovascular

Valvas Cardíacas Grandes Vasos Sístole e Diástole

Anatomia do Tórax Focos de Ausculta Inspeção

Relação do Coração Localização dos


Ictus Cordis
com as Costelas Focos de Ausculta

Achados Fisiológicos e
Palpação Ausculta
Patológicos

Sons Fisiológicos e
Exemplos de Patologias
Patológicos

Avaliação dos
Sopros e Classificação Avaliação da Jugular
Pulsos Periféricos

Pulsos Radial, Femoral,


Graduação dos Sopros Braquial, Poplíteo, Estase Jugular
Tibial Posterior, Pedioso

Fonte: Elaborado pelo autor.

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REFERÊNCIAS
1. Lilly LS. Pathophysiology of Heart Disease: A Collaborative Project of Medical Students
and Faculty. 6th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer; 2016.
2. Boron WF, Boulpaep EL. Medical Physiology. 3rd ed. Philadelphia: Elsevier; 2016.
3. Klabunde RE. Cardiovascular Physiology Concepts. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins; 2011.
4. Bickley LS. Bates' Guide to Physical Examination and History Taking. 12th ed.
Philadelphia: Wolters Kluwer; 2016.
5. Seidel HM, Ball JW, Dains JE, Flynn JA, Solomon BS, Stewart RW. Mosby's Guide to
Physical Examination. 8th ed. St. Louis: Mosby; 2011.
6. Jarvis C. Physical Examination and Health Assessment. 7th ed. St. Louis: Saunders;
2015.

Escrito por Thainá Silva Galeão em parceria com inteligência artificial via chat GPT 4.0.

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