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RESMULTI – AULA 2

HEMORRAGIAS
Extravasamento de sangue
do meio intravascular ou
cavidades cardíacas para
tecidos ou meio externo,
que pode levar ao choque
hipovolêmico (↓volume
sanguíneo) e, se não
tratado, ao óbito.
Causas: ferimentos abertos.
Sinais e sintomas:
- palidez, fraqueza, tontura;
- sudorese, pele fria;
- taquicardia (↑100 bpm);
Hemorragia - pulso fraco;
externa - hipotensão;
- sede;
- fraqueza;
- ↓débito urinário;
- agitação/alteração do nível de
consciência;
- estado de choque.
Causas: lesão de órgãos internos e o sangue
se acumula em uma cavidade como
peritônio, espaços como pleura,
pericárdio, meninges ou no interstício. É
mais difícil de diagnosticar.
Hemorragia Sinais e sintomas
interna - somam-se aos encontrados na hemorragia
externa:
- achados como contusões e manchas na pele;
- dor abdominal;
- rigidez ou flacidez dos músculos abdominais;
- sangramento em orifícios como nariz, ouvidos,
uretra, além do trato gastrintestinal ou
pulmões.
TÉCNICAS UTILIZADAS PARA CONTER HEMORRAGIAS

1. PRESSÃO DIRETA SOBRE O FERIMENTO


Atenção! Evitar manipular a ferida que não
sangra não removendo as gazes sujas de
sangue!
Gazes limpas devem ser sobrepostas as
sujas.

O PHTLS recomenda que a pressão direta seja a técnica


utilizada, seguida do uso de torniquete.
2. Torniquete
•Devem ser usados se o controle de sangramento com pressão direta ou com
um curativo compressivo não for possível ou falhar.
•Etapas para aplicar um torniquete:
▪ Aplique um torniquete comercial até a extremidade no nível da virilha
para MMII ou axila para MMSS. Não aplicar torniquete nas articulações.
▪ O local correto para colocação do torniquete é 5 cm acima da lesão.
▪ Ajuste o torniquete até parar o sangramento e fixe-o. Anote o tempo!!!
▪ Deixe o torniquete descoberto para monitorar o local. Se o sangramento
continuar, um 2° torniquete pode ser colocado acima do primeiro.
▪ O ideal é colocar o torniquete antes da PA começar a cair.
▪ Antecipe a necessidade de tratamento da dor. Transportar o paciente
para referência.
▪ Permanência do torniquete: 1) em salas de cirurgia têm sido usadas com
segurança por até 120 a 150 min. 2) no cenário pré-hospitalar deve
permanecer no local até que o paciente chegue ao atendimento.
ATENÇÃO!!! A pressão direta deve colocada
sobre a ferida por um mínimo de 3 minutos ou
pelas instruções do fabricante(quando utilizados
curativos com agentes hemostáticos) e por 10
minutos se for usada gaze simples.

Manter a pressão arterial sistólica do paciente


entre 80 e 90 mmHg.

Objetos encravados: a pressão deve ser


aplicada nos lados do objeto. Não devem ser
removidos!!!!!
CHOQUE Estado de extrema
gravidade relacionado a
TRIPÉ HEMODINÂMICO distúrbios na circulação
de sangue, afetando os
órgãos e tecidos do
corpo, colocando em
risco a vida do paciente.
Em todos os tipos
de choques ocorre a
queda do tempo de
enchimento capilar e
da pressão arterial!
Pré-carga – É a pressão de sangue presente no ventrículo do coração,
após seu enchimento passivo e contração do átrio. Depende do volume
sanguíneo circulante e pressões que interferem no retorno venoso.
Pós-carga – Depende da resistência e, portanto, do tônus dos vasos.
Pode ser modificada por atuação de drogas e pode variar com a
viscosidade sanguínea.
Inotropismo - É a contração em si, ou seja, a força de contração – ou
contratilidade - do ventrículo esquerdo (VE).
Contratilidade – Pode ser influenciada por drogas que atuem no
inotropismo cardíaco
Débito Cardíaco (DC) – volume de sangue bombeado para o sistema por 1 minuto, é
relatada em litros por minuto (l/min) e não é medida no ambiente pré-hospitalar.
Caracteriza-se como produto do volume sistólico (VS) versus frequência cardíaca (FC).
Treino
CESPE - 2010 - INCA – Enfermagem - Terapia Intensiva De Adulto E
Pediátrica
1) Estados de choque são emergências frequentes nas UTI. Acerca
desse assunto, julgue o item que se segue.
O débito cardíaco é o principal determinante do transporte de oxigênio
aos tecidos, que varia de 5 a 6 litros por minuto de acordo com a
superfície corpórea do paciente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
TIPOS DE CHOQUE

HIPOVOLÊMICO CARDIOGÊNICO
DISTRIBUTIVO
↓volume Falha na bomba
Vasodilatação periférica global
circulante cardíaca

Causas
Redução da Causas Séptico Anafilático Neurogênico
intrínsecas
volemia extrínsecas (Infecção) (Alergia) (Lesão medular)
(IAM)

CAUSAS MAIS COMUNS:


✓ Hemorragia (choque Tamponamento cardíaco
CHOQUE
hemorrágico) OBSTRUTIVO Embolia pulmonar
✓ Desidratação Pneumotórax hipertensivo
✓ Diarreia
Sinais de choque
• Cérebro e SNC: Rebaixamento do nível de consciência, ansiedade,
desorientação, comportamento estranho.
• Sistema cardiovascular: Taquicardia, diminuição das pressões sistólica e de
pulso.
• Sistema respiratório: Respiração rápida e rasa.
• Pele e membros: Pele fria, pálida, pegajosa e úmida, cianose, com diminuição
do tempo de enchimento capilar.
• Sistema renal: Diurese reduzida (rins), raramente identificada no cenário pré-
hospitalar em situações de transporte de longo prazo ou atrasadas quando um
cateter urinário está presente.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
HEMORRAGIAS

QUEIMADURAS ⇩ FLUIDOS CORPORAIS ⇩ VOLEMIA

DIARREIA/DESIDRATAÇÃO

⇩ PA

FALHA NO SISTEMA
CIRCULATÓRIO
O choque hipovolêmico (hemorrágico) é dividido em classes vamos relembrar?
CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV

Perda sanguínea (mL) Até 750 750 – 1500 1500 – 2000 > 2000

Volume sanguíneo (%) Até 15% 15 – 30% 30 – 40% > 40%


Frequência de pulso
< 100 > 100 > 120 > 140
(bpm)
Normal Diminuída
Pressão arterial Normal Diminuída

Normal ou
Pressão de pulso Diminuída Diminuída Diminuída
aumentada
(mmHg)

Frequência
14 – 20 20 – 30 30 – 40 > 35
respiratória
Diurese (mL/h) > 30 20 – 30 5 - 15 Desprezível
Moderadamente
Estado de consciência Levemente ansioso Ansioso/confuso Confuso /Letárgico
ansioso
Reposição volêmica
Cristaloide Cristaloide Cristaloide + sangue Cristaloide + sangue
(regra 3:1)
Tratamento do Choque hipovolêmico
▪ Controlar a hemorragia externa e ▪ Acesso venoso calibroso, preferencialmente
reconhecer a possibilidade de periférico. Acesso IO após 2 tentativas sem
hemorragia interna. sucesso. Na impossibilidade da IO, realizar
▪ No APH, considerar a causa do dissecção venosa ou punção de jugular externa.
choque como hemorrágica para ▪ Usar RL (SF 0,9% pode causar acidose
paciente traumatizado em choque , hiperclorêmica) aquecido (39°).
até prova em contrário. ▪ Está contraindicado o uso de soluções glicosadas.
▪ Garantir a oxigenação (vias aéreas ▪ Cuidado com grandes volumes em idosos e
e ventilação adequadas). cardiopatas, podem evoluir para EAP.
▪ Administrar fluido ou hemoterapia ▪ Repor 3ml para cada 1ml de perda estimada.
quando apropriado. ▪ Usar tipo sanguíneo específico - usar tipo “O-” nas
situações de urgência.
▪ Drogas vasoativas para choques refratários a →
noradrenalina.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
ENFRAQUECIMENTO •Pulso fino
FALHA NO •Taquicardia
De válvulas cardíacas e
BOMBEAMENTO •Sudorese
do músculo cardíaco
CARDÍACO •Pele fria/pegajosa

Causas relacionadas com falhas inotrópicas (alterações


da força contrátil do músculo cardíaco) ou
cronotrópicas (alterações do ritmo cardíaco).
TREINO
IFC - 2012 - IFC-SC – Enfermeiro
2) Hipotensão arterial; queda rápida e acentuada do trabalho cardíaco;
oligúria; estase jugular; edema de membros inferiores; dor anginosa e
arritmias e alteração no nível de consciência, são sinais e os sintomas
apresentados por um paciente em estado de choque:
A) Hipovolêmico.
B) Neurogênico.
C) Séptico.
D) Anafilático.
E) Cardiogênico.
CHOQUE OBSTRUTIVO
Causas extrísecas:
Tamponamento cardíaco
Embolia pulmonar
Pneumotórax hipertensivo

FALHA NO ENCHIMENTO ⇩ DÉBITO


CÂMARAS CARDÍACAS CARDÍACO
CHOQUE DISTRIBUTIVO
• No choque distributivo, a má perfusão é resultado de vasodilatação
periférica global que ocasiona drástica redução da PEC,
comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos capilares e a
captura de oxigênio pelos tecidos. Nesse caso, o débito cardíaco
encontra-se preservado, dado que não há qualquer problema nem
com a bomba cardíaca, nem com o volume circulante de sangue.
• TIPOS DE CHOQUE DISTRIBUTIVO:
• Séptico
• Neurogênico
• Anafilático
CHOQUE SÉPTICO
INFECÇÃO LIBERAÇÃO DE TOXINAS
DESCONTROLADA PELO MICROORGANISMO →
(SISTÊMICA) Síndrome da Resposta
Inflamatória Sistêmica (SRIS)
PULMÕES
FALÊNCIA
VASODILATAÇÃO ↑PERMEABILIDA MÚLTIPLA RINS
DE CAPILAR DE
ÓRGÃOS
FÍGADO
2ª fase do choque:
1ª fase do choque: pele fria/pegajosa
pele quente/seca
CHOQUE NEUROGÊNICO
LESÃO MEDULAR,
ANESTESIA,
MEDICAÇÕES

ALTERAÇÃO NA
COMUNICAÇÃO FALHA NO SISTEMA PERDA DO TÔNUS
⇩ PA
ENTRE CÉREBRO E NERVOSO AUTÔNOMO VASCULAR
CORPO ⇩ FC

Atenção! Esse é o único choque que apresenta a bradicardia!


Apresenta pele quente e seca baixo do nível da lesão.
CHOQUE ANAFILÁTICO
REAÇÃO ALÉRGICA
GRAVE
SINAIS

PRURIDO
LIBERAÇÃO DE
HISTAMINA DISPNÉIA INTENSA

EDEMA
VASODILATAÇÃO ↑PERMEABILIDA
GENERALIZADA
DE CAPILAR
HIPEREMIA E
↓RETORNO VENOSO ↓EXTRAVASAMENT
O DE PLASMA E
ARDOR NA PELE
PROTEÍNAS PARA
↓RVP
OS TECIDOS
O choque da insuficiência da suprarrenal é um tipo
de choque distributivo.
A suprarrenal é uma glândula que produz hormônios que
ajudam na regulação da PA. A aldosterona exerce papel
importante no controle da PA, através reabsorção de sódio e
água. Quando essa glândula falha por qualquer que seja a
causa (uso indiscriminado de corticoides, sepse, trauma ou
tumores) ocorre ausência de mecanismo de controle da
pressão, levando ao choque. O cortisol é também um
hormônio importante para manutenção do tônus vascular,
portanto, uma diminuição dos níveis de cortisol pode
acarretar uma vasodilatação geral, causando queda na
pressão e na perfusão tecidual.
CRISE CONVULSIVA
Crise convulsiva é uma alteração anormal da atividade elétrica cortical causada pela
hipersincronização neuronal, podendo ocorrer localmente ou difusamente.

Quando suspeitar ou critérios de inclusão:


•súbita perda da consciência, acompanhada de contrações musculares
involuntárias, cianose, salivação intensa, lábios e dentes cerrados.

•eventual liberação esfincteriana.

•na fase pós-convulsiva: sonolência, confusão mental, agitação, flacidez


muscular e cefaleia, sinais de liberação esfincteriana, informação de
pessoa que presenciou o evento.
O QUE FAZER???

Posição lateral de segurança


Treino
INSTITUTO AOCP - 2018 - UFOB – Enfermeiro
3 ) Em relação às emergências clínicas, julgue o item a seguir.
Se um adulto apresentar crise convulsiva e for prescrito Diazepan,
alguns cuidados devem ser tomados na sua administração, como diluir
adequadamente, não administrar IV e administrar apenas se a crise já
tiver cessado e o paciente encontrar-se em período pós-convulsivo.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Hemorragia digestiva
Hemorragia digestiva é a perda
sanguínea, de intensidade variável,
decorrente de lesão do tubo digestivo,
entre o esôfago e o ânus.
Considera-se hemorragia digestiva alta
(HDA) quando a lesão e o sangramento
situam-se entre o esôfago superior e o
ligamento de Treitz.
A hemorragia digestiva baixa (HDB) é o
sangramento que acontece abaixo do Fonte: Google fotos.

ligamento de Treitz.
Hemorragia digestiva
– hematêmese: indica que a origem do sangramento
está acima do ângulo de Treitz, isto é, que se trata
de hemorragia digestiva alta (HDA);
– melena: em 90% dos casos, associa-se
a sangramento digestivo alto, mas pode originar-se do
intestino delgado ou do cólon proximal;
– hematoquezia ou enterorragia: evacuações com
sangue vivo, em geral com origem no cólon, reto ou
ânus. Contudo, hemorragias altas, volumosas ou
associadas a rapidez no trânsito intestinal, também
podem se manifestar desta forma;
Treino
INSTITUTO AOCP - 2018 - UFOB – Enfermeiro
Em relação às emergências clínicas, julgue o item a seguir.
4) Hematêmese e melena são sinais clássicos sugestivos da hemorragia
digestiva baixa. Nesse caso, um dos cuidados de enfermagem é
administrar medicamentos inibidores de bomba de prótons na dose
inicial de 80mg IV em “bolus”, conforme a prescrição médica.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Treino
SUGEP - UFRPE - 2019 - UFRPE – Enfermeiro
5) A hemorragia digestiva alta (HDA) é uma emergência clínica relativamente frequente, com episódios
discretos até sangramento que ameaça a vida. A HDA origina-se do trato digestório proximal ao ângulo de
Treitz, podendo ser de origem varicosa ou não varicosa. Sobre a HDA, é correto afirmar que
a) não é necessário que o enfermeiro realize exame físico no paciente com HDA, uma vez que se trata de
uma situação de emergência.
b) aparecimento intermitente de sangue nas fezes, fraqueza mais intensa, palidez ou dispneia, sangue
oculto nas fezes e anemia ferropriva são sinais e sintomas de sangramento maciço.
c) a hemorragia digestiva alta não varicosa é a maior causa de morbidade e mortalidade em cirróticos.
Ocorre em 50- 90% dos pacientes, sendo consequência direta da hipertensão portal.
d) na hemorragia por varizes esofágicas, quando não há a opção de tratamento farmacológico com
vasodilatadores esplânicos e endoscopia de urgência, está indicada a colocação de um balão de
Sengstaken-Blakemore, com o objetivo de manter a pressão do balão sobre a variz acima da pressão
da mesma.
e) o manejo do sangramento agudo inclui estabilização hemodinâmica e realização de endoscopia após
as primeiras 24 horas.
TREINO
RESIDÊNCIA UNCISAL – BA – 2018
6) As hemorragias digestivas alta e baixa (HDA e HDB) podem levar o indivíduo ao óbito pelas
consequências graves de hemorragias. Analise as assertivas a seguir:
I. Os sinais e sintomas são muito importantes para avaliação e acompanhamento das
hemorragias digestivas, sendo a enterorragia um dos sinais característicos da HDB;
II. Uma das substâncias usadas para a suspeita de sangue nas fezes é o peroxido de
hidrogênio;
III. A HDB é caracterizada por melena, ou seja, sangramento nas fezes com aspectos em borra
de café;
IV. A parte anatômica que delimita a hemorragia digestiva alta da baixa é o estômago;
V. A HDA tem como sinais a hematêmese e a melena.
Marque a alternativa correta sobre as hemorragias digestivas:
A) I, II e V.
B) Apenas a II.
C) II, III e V.
D) I, II, III e IV.
E) II e V.
Treino
CESPE / CEBRASPE - 2010 - HUB - Edital nº 2 - Residência
Multiprofissional – Enfermagem
7) Acerca dos cuidados de enfermagem ao adulto em situação crítica,
clínica e cirúrgica que envolve a função gastrointestinal e hepática, julgue
o próximo item.
Para os pacientes que apresentam hemorragia digestiva alta, os
cuidados de enfermagem devem priorizar a reposição volêmica, a
monitorização dos sinais vitais e o controle da resposta terapêutica

( ) CERTO ( ) ERRADO
OBRIGADA!

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