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Paciente crítico
HEMORRAGIA
Hemorragia é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos ou das cavidades do coração,
podendo provocar estado de choque hipovolêmico (diminuição de volume sanguíneo) e óbito. A
hemorragia pode ser externa (sangue sai para fora do corpo) ou interna (sangue sai de dentro dos
vasos sanguíneos, porém fica preso no corpo).
Hemorragia externa: ocorre devido a ferimentos abertos, onde o sangue é eliminado para o exterior
do organismo.
Sinais e sintomas de hemorragia externa:
- agitação;
- palidez;
- sudorese;
- pele fria;
- pulso acelerado e fraco (acima de 100 bpm);
- hipotensão;
- sede;
- fraqueza;
- alteração do nível de consciência; e
- estado de choque.
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Hemorragia interna: ocorre quando há lesão de um órgão interno e o sangue se acumula em uma
cavidade do organismo, como: peritônio, pleura, pericárdio, meninges ou se difunde nos interstícios
dos tecidos. Geralmente não é visível. Sinais e sintomas de hemorragia interna podem ser os
mesmos encontrados na hemorragia externa, e, ainda:
- contusões;
- dor abdominal;
- rigidez ou flacidez dos músculos abdominais;
- eliminação de sangue através dos órgãos que se comunicam com o exterior, como: nariz e/ou
pavilhão auditivo, vias urinárias, vômito ou tosse com presença de sangue.
O PHTLS recomenda que a pressão direta seja a técnica utilizada, seguida do uso de torniquete se
não resolver com a compressão direta.
A compressão dos pontos indiretos e elevação do membro não são recomendados por essa
literatura, que por sinal, é bem referendado nas nossas provas de concursos. A justificativa consiste
em que essas duas técnicas não são comprovadas cientificamente como benéficas. Além disso, a
elevação do membro pode ser prejudicial caso haja fraturas no membro.
1. Pressão direta sobre o ferimento.
Coloque sua mão com luva diretamente sobre o ferimento e aplique pressão focalmente apertando
o ponto de hemorragia por 3 minutos se utilizado gaze hemostática e 10 minutos se utilizado gaze
simples; a pressão da mão poderá ser substituída por um curativo (atadura e gaze), que manterá a
pressão na área do ferimento.
A interrupção precoce da pressão direta ou retirada do curativo, removerá o coágulo recém-
formado, reiniciando a hemorragia.
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2. Torniquete
Os torniquetes deverão ser utilizados como segunda escolha e, somente, para controlar os
sangramentos provocados por ferimentos graves nas extremidades, quando todos os outros
métodos de controle falharem.
Lembre-se também que não se deve aplicar torniquetes sobre áreas de articulação (cotovelos e
joelhos). A localização mais segura e efetiva para a colocação do torniquete é cerca de 5 cm acima
do local da lesão.
Limite de tempo: Torniquetes arteriais podem ser usados até 120 a 150 minutos sem lesões
nervosas ou musculares significativas. Esse tempo deve ser suficiente para encaminhar o paciente
ao hospital para tratamento definitivo da hemorragia.
O ideal é colocar o torniquete antes de a pressão arterial começar a cair.
Protocolo para aplicação de torniquete PHTLS:
1. Tentativa de controle de pressão direta ou com curativo compressivo não tiver sucesso.
2. Utiliza o manguito de esfigmomanômetro imediatamente proximal ao local de origem da
hemorragia.
3. O torniquete é ajustado até que a hemorragia cesse e então é fixado no lugar.
4. A hora em que foi aplicado o torniquete deve ser escrita em um
esparadrapo que é fixado no torniquete.
5. O torniquete deve ficar descoberto para visualização do local e recidiva de hemorragia. Caso
a hemorragia continue um segundo torniquete deve ser aplicado logo acima do primeiro.
6. Deve-se avaliar o uso de medicação analgésica, exceto se paciente em choque com classe III
e IV.
7. O paciente deve ser transportado para o hospital que tenha centro cirúrgico.
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CHOQUE
O choque é uma síndrome caracterizada pela redução da perfusão tecidual sistêmica tendo como
causa diferentes etiologias. É um dos quadros clínicos mais complexos em emergência, resultando
em altos índices de letalidade devido a uma combinação entre diagnóstico tardio, terapêutica
inadequada e conhecimentos insuficientes por parte dos socorristas. Em todos os tipos de choques
ocorre a queda da pressão arterial e, consequentemente, um distúrbio na circulação sanguínea,
afetando os órgãos e tecidos do corpo.
ATENÇÃO!!
Para entender o choque: ocorre redução da PA em todos os tipos de choque.
Os outros sinais e sintomas podem ser diferentes a depender da causa.
As principais causas do Choque dependem do mau funcionamento de uma das bases do tripé
hemodinâmico:
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TIPOS DE CHOQUE
Como vimos no conceito acima, choque pode ser definido como uma síndrome caracterizada pelo
estado de hipoperfusão tecidual, ou seja, o fluxo sanguíneo encontra se inadequado para suprir as
necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos.
A suprarrenal é uma glândula que produz hormônios que ajudam na regulação da PA. O cortisol é o
hormônio mais importante para manutenção do tônus vascular, portanto, uma diminuição dos
níveis de cortisol pode acarretar uma vasodilatação geral, causando queda na pressão e na perfusão
tecidual. A aldosterona também exerce papel importante no controle da PA, através reabsorção de
sódio e água. Quando essa glândula falha por qualquer que seja a causa (uso indiscriminado de
corticoides, sepse, trauma ou tumores) ocorre ausência de mecanismo de controle da pressão,
levando ao choque.
Choque hipovolêmico
É o tipo de choque mais frequente. Acontece pela redução do volume sanguíneo (hipovolemia). Essa
redução se deve a várias causas, por exemplo, perda de sangue (hemorragia, que é a causa mais
frequente e pode ser externa ou interna), ou plasma (queimaduras) ou líquido (desidratação
provocada por vômito ou diarreia).
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Choque Cardiogênico
Acontece por uma na falha da bomba cardíaca, resultando na diminuição do débito cardíaco e,
portanto, numa inadequada perfusão tecidual devido à incapacidade do coração. A causa mais
comum é o IAM (enfraquecimento do músculo cardíaco ocasionada pela necrose de suas paredes),
além de falhas nas válvulas cardíacas e no sistema de condução elétrica.
Causas do choque cardiogênico: Infarto agudo do miocárdio (representa 74% das causas), arritmias
cardíacas e choques elétricos.
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Choque Distributivo
O choque distributivo é caracterizado pela falha na distribuição de sangue, relacionado a uma
vasodilatação periférica global, comprometendo o fornecimento de oxigênio para órgãos e tecidos.
ATENÇÃO! O choque distributivo é o único que apresenta vasodilatação!
Pode ser dividido em: choque séptico, neurogênico e anafilático.
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A histamina liberada pelo corpo com o objetivo de combater a alergia provoca uma vasodilatação
arterial e venosa, diminuindo o retorno venoso e a resistência vascular periférica, além de promover
um aumento da permeabilidade vascular, levando a um extravasamento de plasma e proteína para
os tecidos (é essa permeabilidade que pode produzir o edema de glote).
Choque Obstrutivo
O choque obstrutivo é causado por uma obstrução severa ou compressão dos grandes vasos e do
próprio coração.
Dentre todas as causas do choque obstrutivo, três merecem destaque: o tamponamento
pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o pneumotórax hipertensivo.
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- Débito Cardíaco (DC) – Caracteriza-se como produto do volume sistólico (VS) versus frequência
cardíaca (FC). Os três principais determinantes do VS são: pré-carga, pós-carga e contratilidade (1).
- Pré-carga – Depende basicamente do volume sanguíneo circulante, bem como das pressões que
interferem no retorno venoso, como a ventilação mecânica. Pode também ser influenciada pela
resistência sistêmica, visto que venoconstrição aumenta a pré-carga, e pela FC, uma vez que
taquiarritmias podem diminuir o tempo de enchimento ventricular durante a diástole.
- Pós-carga – Depende da resistência e, portanto, do tônus dos vasos. Pode ser modificada por
atuação de drogas e pode variar com a viscosidade sanguínea.
- Contratilidade – Pode ser influenciada por drogas que atuem no inotropismo cardíaco
• Resistência vascular sistêmica e pulmonar – Resistências baixas são esperadas no choque
distributivo e altas no choque cardiogênico.
• Pressão venosa central (PVC) – Também chamada de pressão do átrio direito, é a pressão de volta
do retorno venoso sistêmico. Pode ser facilmente mensurada através de um cateter venoso central
colocado no pescoço ou tórax (8). É frequentemente utilizada para fazer decisões sobre
administração de fluídos ou diuréticos.
• Pressão arterial média (PAM) – A medida da pressão arterial média invasiva está indicada em
situações de instabilidade cardiovascular, manipulação direta do sistema cardiovascular, entre
outras. Recomenda-se a punção da artéria radial como primeira escolha sempre que possível. Deve-
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se avaliar a artéria a ser puncionada e recomenda-se o teste de Allen, de preferência na mão não
dominante, para testar a permeabilidade e o grau de perfusão que a artéria ulnar é capaz de manter
na mão, no caso de falência da artéria radial. Outros locais de punção alternativos são: artéria ulnar,
braquial, axilar, femoral, pediosa dorsal e tibial posterior.
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•Reposição volêmica agressiva: a pré-carga deve ser aumentada, visto que quase sempre há
hipovolemia absoluta ou relativa. A quantidade inicial de fluidos deve ser sempre pelo menos
20ml/Kg e deve ser monitorizada pela diminuição da taquicardia, melhora do volume urinário e do
nível neurológico.
• Falência respiratória: deve ser tratada, no mínimo, com suplementação de oxigênio, e todos os
pacientes com choque grave devem ser intubados e colocados em ventilação mecânica para
diminuir seu consumo de energia.
• Pós-carga: pacientes adequadamente ressuscitados do ponto de vista volêmico, que se
apresentem normotensos ou hipertensos, são candidatos às terapias que interfiram na pós-carga.
Esse princípio é mais utilizado em pacientes com choque cardiogênico, para facilitar o trabalho do
ventrículo esquerdo. Geralmente, o agente de escolha nesse caso é o nitroprussiato, que é um
vasodilatador tanto venoso, quanto arterial. Em pacientes coronariopatas, a escolha é nitroglicerina,
que produz vasodilatação das artérias coronárias. Durante a sepse, ocorre preservação do fluxo
sanguíneo em áreas de demanda metabólica normal, e baixo fluxo em outras com demandas mais
altas.
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Fatores de risco para hipoglicemia incluem idade avançada, abuso de álcool, desnutrição,
insuficiência renal, atraso ou omissão de refeições, exercício vigoroso, consumo excessivo de álcool
e erro na administração de insulina ou de hipoglicemiante oral.
A grande maioria das hipoglicemias é leve e facilmente tratável pelo próprio paciente. A
hipoglicemia pode ser grave quando a pessoa ignora ou trata inadequadamente suas manifestações
precoces, quando não reconhece ou não apresenta essas manifestações, ou quando a secreção de
hormônios contrarreguladores é deficiente, o que pode ocorrer com a evolução da doença. Todo
esforço deve ser feito para prevenir tais hipoglicemias graves ou tratá-las prontamente.
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Paciente consciente
Administração de 10-20 g de carboidrato de ação rápida (p. ex. 100 a 200 mL de refrigerante
normal, 1 colher de sopa de xarope de mel, 4 colheres de sopa de gelatina, 100 a 200 mL de suco de
laranja, 240 mL de leite desnatado, produtos industrializados contendo dextrose.
Repetição do tratamento em 15 minutos (se não houver melhora)
Administração de mais alimentos de ação prolongada em uma combinação de carboidratos e
proteínas ou gorduras após os sintomas recuarem, se a próxima refeição for demorar mais que 1
hora.
Notificação imediata ao médico ou ao serviço de emergência (se o paciente estiver fora do
hospital) se os sintomas não recuarem após duas ou três administrações de carboidratos de ação
rápida.
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AFOGAMENTOS
Quando uma pessoa está em dificuldades na água e não pode manter as vias aéreas livres de
líquido, a água que entra na boca é voluntariamente cuspida ou engolida. Se não interrompido a
tempo, uma quantidade inicial de água é aspirada para as vias aéreas e a tosse ocorre como uma
resposta reflexa (evidencia de aspiração). Em raras situações ocorre o laringoespasmo (menos de
2%), mas em tais casos, é rapidamente terminado pelo aparecimento da hipóxia.
Se a pessoa não é resgatada, a aspiração de água continua e a hipoxemia (baixa de oxigênio
no sangue) leva em segundos a poucos minutos à perda da consciência e parada respiratória
(apneia) que acontecem ao mesmo tempo. Em sequência a aceleração do coração (taquicardia)
ocorre uma redução dos batimentos/min.(bradicardia), atividade elétrica do coração sem pulso
arterial palpável, e assistolia. Geralmente o processo todo de afogamento, da imersão (parte do
corpo dentro da água) ou submersão (todo corpo dentro da água) até uma parada cardíaca, ocorre
de segundos a alguns minutos.
Se a pessoa é resgatada viva, o quadro clínico é determinado pela quantidade de água que
foi aspirada e os seus efeitos.
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CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO
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Prevenção
Apesar da ênfase no resgate e no tratamento, a prevenção permanece sendo a mais
poderosa intervenção e a de menor custo, podendo evitar mais de 85% dos casos de afogamento.
Campanhas de educação na prevenção de afogamentos podem ser visualizadas em
www.sobrasa.org
Fora da água
Pessoas nos extremos da idade.
Pessoas obesas ou com aparência cansada.
Alcoolizados. Pessoas com objetos flutuantes.
Turistas, imigrantes ou estranhos ao ambiente
O banhista com potencial para o afogamento
Entra na água de forma estranha.
Nada e não se desloca.
Em posição exatamente no local de maior risco.
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cardíacas externas não podem ser realizadas de maneira efetiva na água, logo só devem ser
realizadas fora da água.
5. Suporte de Vida – Hospital se necessário
O transporte da vítima para fora da água deve ser realizado de acordo com o nível de
consciência, mas preferencialmente na posição vertical para evitar vômitos e demais complicações
de vias aéreas. Em caso de vítima exausta, confusa ou inconsciente, transporte em posição mais
próxima possível da vertical mantendo-se a cabeça acima do nível do corpo sem, contudo, obstruir
as vias aéreas que devem permanecer sempre que possível abertas. O posicionamento da vítima
para o primeiro atendimento em área seca deve ser paralelo a do espelho d'água, o mais horizontal
possível, deitada em decúbito dorsal, distante o suficiente da água a fim de evitar as ondas. Se
estiver consciente, coloque o afogado em decúbito dorsal a 30º. Se estiver ventilando, porém
inconsciente coloque a vítima em posição lateral de segurança (decúbito lateral sob o lado direito).
12 As tentativas de drenagem da água aspirada são extremamente nocivas e devem ser evitadas. A
manobra de compressão abdominal (Heimlich) nunca deve ser realizada como meio para eliminar
água dos pulmões, ela é ineficaz e gera riscos significativos de vômitos com aumento da aspiração.
Durante a ressuscitação, tentativas de drenar água ativamente, colocando a vítima com a cabeça
abaixo do nível do corpo, aumentam as chances de vômito em mais de cinco vezes, levando a um
aumento de 19% na mortalidade
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• Inicie o processo com apenas um socorrista, após o 1ciclo, iniciar a alternância com 2
socorristas.
• Com 2 socorristas e somente em casos de afogamento, o protocolo de RCP após o primeiro
ciclo poderá passar a 15 compressões para 2 ventilações.
• A velocidade das compressões: 100 a 120 por minuto.
• Em crianças de 1 a 9 anos utilize apenas uma mão para as compressões.
• Os socorristas devem se colocar lateralmente ao afogado e em lados opostos.
• Aquele responsável pela ventilação deve manter as vias aéreas desobstruídas.
• O DEA não tem utilidade em casos de afogamento primário, pois a PCR é de causa
respiratória e ocorre em assistolia em quase 100% dos casos. Pode ser necessário em casos
de afogamento secundário (IAM).
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