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Anatomia & Movimento - Emília Freitas

e-book

Fascículo 2

Anatomia &
Movimento
Emília Freitas

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e-book Anatomia & Movimento - Emília Freitas

Fascículo 2
Anatomia &
Movimento
Emília Freitas
Professora do Programa de Anatomia
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Esta obra está sob Licença Creative Commons


Atribuição 4.0 Internacional. Mais detalhes:
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0

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Anatomia & Movimento - Emília Freitas

Conteúdo

Capítulo 2
Osteologia

1. Osso, cartilagem e esqueleto 5

2. Classificação dos ossos 8

3. Estrutura dos ossos 11

4. Divisão do esqueleto 14

5. Acidentes ósseos 17

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Anatomia & Movimento - Emília Freitas

Vamos conversar sobre os ossos?

SEUS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

1 Definir osso, cartilagem e esqueleto

2 Descrever as funções do esqueleto

3 Classificar os ossos de acordo com suas formas

4 Descrever as estruturas macroscópica e microscópica do osso

5 Explicar a remodelagem óssea

6 Definir os esqueletos axial, apendiculares e as cinturas de ligação

8 Definir acidentes ósseos

Os objetivos acima servem para orientar o seu foco no estudo. Ao ler cada
tópico do capítulo 2, revise os objetivos para ajudá-lo a identificar e autoavaliar
o seu aprendizado. A autoavaliação é o primeiro passo para aquisição do
conhecimento. Se você não consegue explicar cada tópico estudado, como
pode ter certeza que aprendeu o conteúdo?

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Anatomia & Movimento - Emília Freitas

Osteologia

1 Osso, cartilagem e esqueleto

Osso, ou tecido ósseo, é um tecido conjuntivo


duro e denso que forma a maior parte do
esqueleto adulto. Nas áreas do esqueleto
onde os ossos se movem (por exemplo, a
caixa torácica e as articulações), a cartilagem,
uma forma semirrígida de tecido conjuntivo,
fornece flexibilidade e superfícies lisas para o
movimento (Figura 1).
Figura 1
O esqueleto é composto por ossos e cartilagens que se interligam para formar
uma estrutura de suporte, movimento e proteção do corpo. As funções mais
aparentes esqueleto são as funções visíveis pela observação. Simplesmente
olhando para uma pessoa, você pode ver como o esqueleto sustenta, facilita o
movimento e protege o corpo humano. Entenda as funções do esqueleto:

Sustenta o corpo

Assim como as vigas de aço sustentam o peso de um edifício, os ossos e as


cartilagens, que compõe o esqueleto, sustentam o peso do corpo. Sem o seu
esqueleto você seria uma massa mole de órgãos, músculos e pele.

Facilita o movimento

O esqueleto também proporciona o movimento do corpo, pois seus ossos são


pontos de fixação para os músculos. Enquanto alguns ossos servem apenas
como suporte para os músculos, outros osso atuam transmitindo as forças
produzidas quando os músculos se contraem. Do ponto de vista mecânico, os
ossos agem como alavancas e articulações servem de ponto de apoio.

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Protege os órgãos internos

Os ossos também protegem os órgãos


internos de lesões, cobrindo-os ou
circundando-os. Por exemplo, suas
costelas protegem seus pulmões e
coração, os ossos da coluna vertebral
(vértebras) protegem a medula espinhal
e os ossos do crânio, protegem o
cérebro (Figura 2). Figura 2

Armazena e libera minerais

O osso atua como um reservatório de vários minerais importantes para o


funcionamento do corpo, especialmente cálcio e fosfato. Esses minerais,
incorporados ao tecido ósseo, podem ser liberados de volta à corrente
sanguínea para manter sua concentração no sangue em equilíbrio. Os íons
cálcio, por exemplo, são essenciais para as contrações musculares e controlam
o fluxo de outros íons envolvidos na transmissão dos impulsos nervosos.

Produz células sanguíneas e armazena e libera gordura


Epífise

Osso também serve como um local de produção de células


Medula óssea
sanguíneas. O tecido conjuntivo mais macio que preenche vermelha

o interior da maioria dos ossos é chamado de medula


óssea. Existem dois tipos de medula óssea: a vermelha e a
amarela, como se pode observar na figura 3, numa vista
Diáfise

Medula óssea
anterior do osso fêmur direito. Na medula óssea vermelha amarela
ocorre a produção de células sanguíneas (hematopoese).
Os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas são
produzidos na medula óssea vermelha. A medula óssea
amarela contém tecido adiposo que pode servir como fonte
de energia.
Epífise

Figura 3

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO TÓPICO 1

Diferenciar osso de cartilagem


Discutir as seis funções do esqueleto

Hora da autoavaliação. Você atingiu os objetivos do tópico 1 ?

no!

Se a resposta for negativa, revise o conteúdo.

yes!
Se for positiva, você está de parabéns! Finalizou
o tópico 1 e agora pode prosseguir nos estudos.

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2 Classificação dos ossos


Os 206 ossos que compõem o esqueleto são divididos em cinco categorias
com base em suas formas (Figura 4). Suas formas e funções estão
relacionadas de tal forma que cada forma categórica de osso tem uma função
distinta.

Osso plano
Osso irregular

vértebra

esterno

Osso longo

Osso curto

fêmur

Osso sesamoide
tarso
patela

Figura 4. Classificação dos ossos

Osso longo
Osso cilíndrico que possui o comprimento maior que a largura. No entanto,
lembre-se de que o termo descreve a forma de um osso, não o seu tamanho.
Ossos longos são encontrados nos membros superiores (úmero, ulna, rádio,
metacarpo e falanges) e nos membros inferiores (fêmur, tíbia, fíbula, metatarso
e falanges), Ossos longos funcionam como alavancas; eles se movem quando
os músculos se contraem. Um osso longo tem duas partes: a diáfise e a

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epífise. A diáfise é a haste tubular e as epífises são as partes mais largas nas
extremidades do osso (Figura 3).

Osso curto
Osso em forma de cubo, sendo aproximadamente igual em comprimento,
largura e espessura. Os únicos ossos curtos no esqueleto humano estão no
carpo (ossos das mãos) e no tarso (ossos dos pés). Ossos curtos fornecem
estabilidade e apoio, além de movimentos limitados.

Osso plano
O termo osso plano é um pouco inadequado, porque, embora um osso plano
seja tipicamente fino, também é frequentemente curvado. Exemplos incluem os
ossos da calota craniana, as escápulas, o esterno e as costelas. Ossos planos
servem como pontos de fixação para os músculos e proteção dos órgãos
internos.

Osso irregular
É aquele que não possui forma facilmente caracterizada e, portanto, não se
enquadra em nenhuma outra classificação. Esses ossos tendem a ter formas
mais complexas, como as vértebras que protegem a medula espinhal e
sustentam o corpo. Muitos ossos da face são classificados como irregulares.

Osso sesamoide
É um osso pequeno e redondo que, como o nome sugere, tem o formato de
uma semente de gergelim. Esses ossos se formam nos tendões de alguns
músculos, onde uma grande quantidade de pressão é gerada nas articulações.
Os ossos sesamoides protegem os tendões, ajudando-os a superar as forças
compressivas. Os ossos sesamoides variam em número e localização de
pessoa para pessoa, mas são tipicamente encontrados em tendões associados
aos pés, mãos e joelhos. A patela é o único osso sesamoide encontrados em
comum com todas as pessoas.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO TÓPICO 2

Classificar os ossos com base em sua forma e função

Hora da autoavaliação. Você atingiu o objetivo do tópico 2 ?

no!

Se a resposta for negativa, revise o conteúdo.

yes!
Se for positiva, você está de parabéns! Finalizou
o tópico 2 e agora pode prosseguir nos estudos.

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3 Estrutura dos ossos


A estrutura macroscópica de um osso pode ser analisada observando as partes
de um osso longo. A diáfise do osso longo é formada por osso compacto, de
estrutura densa para suportar forças de compressão. No interior da diáfise
encontramos a cavidade medular preenchida com medula óssea amarela. As
epífises são constituídas por osso esponjoso (trabeculado), que possui
espaços abertos para suportar mudanças na distribuição de peso. As epífises
são revestidas por uma fina camada de osso compacto. A medula vermelha
preenche os espaços no osso esponjoso (Figura 3). Cada epífise encontra-se
com a diáfise na metáfise, uma área estreita que contém a placa epifisária,
uma camada de cartilagem hialina (transparente) em um osso em crescimento.
Quando o osso para de crescer no início da idade adulta (aproximadamente 18
a 21 anos), a cartilagem é substituída por tecido ósseo e a placa epifisária se
torna uma linha epifisária. A superfície externa do osso é coberta por uma
membrana fibrosa, o periósteo. (Figuras 5 e 6)

Osso
esponjoso

Placa Linha
epifisária
epifisária

Osso
compacto

Periósteo
Cavidade
medular

Figura 5. Osso infantil Figura 6. Osso adulto

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A estrutura microscópica do tecido ósseo é formada principalmente pelos: (1)


osteoblastos, células construtoras do osso; (2) osteócitos, células ósseas
maduras, responsáveis pela troca de nutrientes e resíduos com o sangue; (3)
osteoclastos, células destruidoras do osso. O osso cresce em comprimento, até
a idade adulta, através da placa epifisária (Figura 5), porém o seu crescimento
em diâmetro ocorre pela remodelagem óssea por toda a vida. A remodelagem
óssea é um processo contínuo no qual o osso velho ou danificado é
reabsorvido pelos osteoclastos e o novo osso é depositado pelos osteoblastos
no mesmo local para substituir o osso velho que foi reabsorvido. Lesões,
exercícios e outras atividades levam à remodelação, mas mesmo sem lesões
ou exercícios, cerca de 5 a 10% do esqueleto são remodelados anualmente
apenas destruindo o osso velho e renovando-o com osso fresco.

Durante longas missões espaciais, os astronautas podem perder


aproximadamente 1 a 2% de sua massa óssea por mês. Pensa-se que esta
perda de massa óssea seja causada pela falta de estresse mecânico nos ossos
dos astronautas devido às baixas forças gravitacionais no espaço. A falta de
estresse mecânico faz com que os ossos percam sais minerais e fibras de
colágeno e, portanto, força. Da mesma forma, o estresse mecânico estimula a
deposição de sais minerais e fibras de colágeno. A estrutura interna e externa
de um osso muda conforme o estresse aumenta ou diminui, de modo que o
osso tenha um tamanho e peso ideais para a quantidade de atividade que ele
suporta. É por isso que as pessoas que se exercitam regularmente têm ossos
mais grossos do que as que são mais sedentárias. É por desuso também que
um osso fraturado atrofia. Os ossos sofrem remodelação como resultado de
forças (ou falta de forças) colocadas sobre eles.

Estudos demonstraram que pessoas que se exercitam regularmente têm maior


densidade óssea do que aquelas que são mais sedentárias. Qualquer tipo de
exercício estimulará a deposição de mais tecido ósseo, mas o treinamento
resistido tem um efeito maior que as atividades cardiovasculares. O
treinamento resistido é especialmente importante para retardar a eventual
perda óssea devido ao envelhecimento e para prevenir a osteoporose.

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A osteoporose é uma doença caracterizada por uma diminuição na massa


óssea que ocorre quando a taxa de reabsorção óssea excede a taxa de
formação óssea, uma ocorrência comum à medida que o corpo envelhece. A
osteoporose é caracterizada por uma redução na espessura do osso compacto
e no número e tamanho das trabéculas no osso esponjoso. o melhor
tratamento é a prevenção, que deve começar na infância com uma dieta que
inclua a ingestão adequada de cálcio e vitamina D e um estilo de vida que
inclua exercícios de sustentação de peso.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO TÓPICO 3

Descrever as partes de um osso longo


Diferenciar osso compacto e esponjoso
Descrever o efeito do exercício sobre o osso

Hora da autoavaliação. Você atingiu os objetivos do tópico 3 ?

no!

Se a resposta for negativa, revise o conteúdo.

yes!
Se for positiva, você está de parabéns! Finalizou
o tópico 3 e agora pode prosseguir nos estudos.

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4 Divisão do esqueleto

A porção inferior do nosso esqueleto é especializada em estabilidade durante


caminhadas ou corridas. Já a porção superior do esqueleto possui maior
mobilidade e amplitude de movimento, recursos que permitem levantar e
transportar objetos ou virar a cabeça e o tronco. O esqueleto é dividido em
axial, apendiculares superior e inferior, e nas cinturas de ligação escapular e
pélvica (Figuras 7, 8 e 9).

Apendicular superior

Figura 7. Divisão do esqueleto

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Esqueleto axial

O esqueleto axial forma o eixo central vertical do corpo e inclui todos os ossos
do crânio, coluna vertebral e caixa torácica (Figura 7). Serve para proteger o
cérebro, medula espinhal, coração e pulmões. Também serve como local de
fixação para os músculos que movem as articulações da cabeça, do pescoço e
do tronco e para os músculos que atuam nas articulações do ombro e do
quadril para mover seus membros correspondentes.

Esqueleto apendicular

Esses ossos são divididos em dois grupos: (1) ossos dos membros superiores
(úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo e falanges) (2) ossos dos membros
inferiores (fêmur, patela, tíbia, fíbula, tarso, metatarso e falanges). Devido à
nossa postura ereta, diferentes demandas funcionais são colocadas nos
membros superiores e inferiores. Assim, os ossos dos membros inferiores são
adaptados para suporte e estabilidade de sustentação de peso, bem como para
locomoção corporal a pé ou a correr. Por outro lado, nossos membros
superiores não são necessários para essas funções. Em vez disso, nossos
membros superiores são altamente móveis e podem ser utilizados para uma
ampla variedade de movimentos, juntamente com a capacidade de manipular
objetos facilmente com nossas mãos e polegares (Figura 7).

Cinturas de ligação

São formadas pelos os ossos que prendem os membros ao esqueleto axial. Os


ossos da região do ombro formam a cintura escapular, que ancora o membro
superior à caixa torácica do esqueleto axial. O membro inferior está ancorado à
coluna vertebral pela cintura pélvica. A cintura escapular é formada pela
clavícula e escápula que se articulam entre si e através da escápula, com o
úmero (Figura 8). A cintura pélvica é formada pelos ossos ilíacos direito e
esquerdo e ambos se articulam com o sacro posteriormente, entre eles
anteriormente e com o fêmur inferiormente (Figura 9).

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Clavícula

Escápula

Ilíaco Ilíaco
direito esquerdo

Figura 8. Vista anterior da Cintura escapular Figura 9. Vista anterior da Cintura pélvica

OBJETIVO DE APRENDIZAGEM DO TÓPICO 4

Classificar os ossos nas divisões axial, apendicular e nas cinturas

Hora da autoavaliação. Você atingiu o objetivo do tópico 4?

no!

Se a resposta for negativa, revise o conteúdo.

yes!
Se for positiva, você está de parabéns! Finalizou
o tópico 4 e agora pode prosseguir nos estudos.

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5 Acidentes ósseos
São relevos nas superfícies dos ossos. Podem Tubérculo
maior
ser um acidente de alto relevo ou de baixo
Tubérculo
relevo. Um acidente de alto relevo é uma área menor

do osso que se projeta acima da superfície do


osso, como o tubérculo maior, tubérculo menor e
o capítulo. Em geral são pontos de fixação para
tendões e ligamentos. Seu tamanho e forma são
uma indicação das forças exercidas através da
ligação ao osso. Um acidente de baixo relevo é
uma abertura, fossa ou um sulco no osso. Seu
tamanho e forma refletem o tamanho das Fossa radial

estruturas que se encaixam ou penetram nesse Capítulo

tipo de relevo ósseo. (Figura 10) Figura 10. Vista anterior do úmero

OBJETIVO DE APRENDIZAGEM DO TÓPICO 5

Identificar os principais acidentes ósseos do esqueleto

Hora da autoavaliação. Você atingiu o objetivo do tópico 5?

no!

Se a resposta for negativa, revise o conteúdo.

yes!
Se for positiva, você está de parabéns! Finalizou
o tópico 5 e agora pode prosseguir nos estudos.

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E aí, vamos praticar?


1 O esqueleto produz células do sangue. Fato ou Fake? Justifique.

2 Imagine um jogador arremessando uma bola com uma das mãos. Se fosse

possível retirar todo o esqueleto dele, quais as funções do esqueleto que

seriam anuladas e percebidas pelos outros jogadores? Explique.

3 A fíbula é um osso __________ e a patela um osso sesamoide.

4 O que indica a presença da linha epifisária no osso longo?

5 Que tipo de estresse mecânico é mais eficaz para fortalecer o osso?

6 Quais os ossos que conectaram o esqueleto apendicular superior ao

esqueleto axial?

7 Como se forma um acidente de alto relevo?

8 Citar os dois principais acidentes de alto relevo da epífise proximal do fêmur.

Respostas das questões no código QR

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Como foi seu estudo?

De 1 a 4 acertos
Você conhece um pouco da matéria, mas revise o conteúdo e faça os
exercícios de novo para melhorar.

De 5 a 6 acertos
Bom domínio da matéria! Continue estudando.

De 7 a 8 acertos
Meus parabéns! Você é um crânio.

CRÉDITOS

As figuras das páginas 1, 2, 3, 4, 7, 10,


13, 16, 17, 18 e 19 foram adaptadas
usando recursos do freepik.com

As figuras das páginas 5, 6, 8, 11 e 17


foram adaptadas usando recursos do
openstax.org assim como o texto do
capítulo.

A figura da página 14 foi adaptada


usando recursos do pixabay.com

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