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UNICEPLAC
Curso de Medicina Veterinária
Trabalho de Conclusão de Curso
Gama-DF
2021
ISLANI MARTINS DIAS
Gama-DF
2021
ISLANI MARTINS DIAS
Banca Examinadora
Abstract:
Traumatic diaphragmatic hernia is an urgent condition, considered common in the clinic routine of small
animals. It is classified as acquired in traumatic cases and it might be classified as direct, when there is
aperforating injury, or indirect, when there is a change ofthe negative thoracic pressure. The diaphragmatic
ruptures regularly occurin their muscular portions, the organs generally herniated are the liver, the small
intestine, the stomach, the spleen, and the pancreas. The clinical signs vary according to the organs
whichwere displaced, however, dyspnea, exercise intolerance, lower cardiac and pulmonary auscultation,
and pale orcyanotic mucosas are commonly observed. The radiography of the thoracoabdominal reveals
loss of the diaphragmatic line, displacement of abdominal organs, besides cardiac silhouette loss due to
the radiopacity on the thoracic region. The hemogram does not reveal huge alterations, but the
biochemical examination may demonstrate the in crease in the liver enzymes if it has occurred the
herniation of the organ. There forme, the present article concludes that medium celiotomy, organ
repositioning and herniorrhafhy are the election techniques for the surgical intervention, as well
intermittent monitoring of the physiological parameters during the period pre-operative and post-
operative.
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GraduandadoCursoMedicinaVeterinária,doCentroUniversitáriodoPlanaltoCentralApparecidodosSantos–Uniceplac. E-
mail: islanimartinsdias@gmail.com.
2
Professora do Curso Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos–
Uniceplac. E-mail:veridiane.gomes@uniceplac.edu.br
Keywords: Surgery. Dyspneic. Perfusion. Trauma.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Imagens radiográficas de região torácica, de um felino, fêmea, com um ano e meio de
idade, após trauma. (A) Projeçãolatero-lateral direita. (B)Projeção latero-lateral
esquerda. Notar presença de órgãos abdominais na cavidade torácica, além de
perdade definição diafragmática e aumento da
radiopacidade .......................................................................................................... 11
Figura 2 – Imagem radiográfica de região torácica, de um felino, fêmea, com um ano e meio
deidade, após trauma. Projeção ventro-dorsal, onde é possível observar aumento da
opacidade da caixa torácica ..................................................................................... 12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
RESUMO.............................................................................................................................3
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7
2. RELATO DE CASO .................................................................................................... 9
3. DISCUSSÃO ................................................................................................................ 14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................16
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 17
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1 INTRODUÇÃO
A hérnia diafragmática pode ser classificada conforme a sua origem, quando congênita, é
causada por anormalidades que se desenvolvem ainda na formação do órgão (MAZZANTI et al.,
2003). Quando ocorre secundariamente a traumas ou acidentes, é classificada como adquirida
(CAMARGO et al., 2009). Também, pode ser classificada como verdadeira, das quais estão
envoltas em saco herniário, e como hérnia diafragmática falsa, quando as vísceras não possuem
saco herniário e encontram-se livres na cavidade pleural (OLIVEIRA, 1999). Segundo
Michaelsen et al. (2013), 85% da casuística de hérnia diafragmática traumática ocorre em felinos.
A hérnia diafragmática traumática é classificada como direta quando a lesão diafragmática é
provocada por objetos perfuro cortantes, ou de forma iatrogênica, em procedimentos como
toracocentese ou posicionamentos de drenos de forma errônea. Já a indireta s e refere ao aumento
de pressão repentina na região abdominal, rompendo diafragma e ocorrendo
deslocamento de órgãos para a caixa torácica (PRADO et al., 2013).
Dentre as principais causas estão os acidentes causados por veículos motorizados e chutes
ou brigas, cujo trauma aumenta bruscamente a pressão intra-abdominal e expande os movimentos
respiratórios, o que ocasiona a deflação abrupta dos pulmões (caso a glote estiver aberta) e gera
aumento de pressão pleuroperitoneal, resultando na ruptura diafragmática por aumento de pressão
toracoabdominal (HUNT e JOHNSON, 2012; JOHNSON, 2014).
Os sinais clínicos são de origem cardiorrespiratória e gastrointestinal, podendo variar de
acordo com os órgãos herniados (JOHNSON, 2014). A dispneia é o sinal clínico comumente
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observado após a ruptura diafragmática, ocorre por deslocamento de órgãos, compressão
pulmonar e, pode evoluir para insuficiência respiratória resultante da disfunção da parede
torácica, espaço pleural e sistema cardiovascular (HUNT e JOHNSON, 2012). Tosse, chiado e
diminuição de ausculta pulmonar e cardíaca, além de sons intestinais presentes no tórax também
são observados (HARTMANN et al., 2011).
Entretanto, animais com hérnia diafragmática traumática apresentam cianose ou palidez,
taquipnéia, taquicardia ou arritmias cardíacas, além de, oligúria (JOHNSON, 2014). De acordo
com Prado et al. (2013) sintomas gastrintestinais podem variar entre anorexia, polifagia, vômito
ou diarréia, além de sinais inespecíficos como dores abdominais, ascite e intolerância ao
exercício.
O diagnóstico é baseado no histórico clínico (como traumas recentes) e, é confirmado
através de exames radiográficos simples e contrastado do tórax. Pode-se associar a
ultrassonografia abdominal, visto que efusões pleurais podem estar presentes e a realização de
toracocentese pode ser necessária (FORD e MAZZAFERO,2007;JOHNSON, 2014).
Exames hematológicos não fornecem grandes informações para o diagnóstico, todavia,
avaliam o quadro geral do animal, bem como alterações no sistema cardiovascular ou possíveis
desidratações. A elevação de enzimas hepáticas , como alanina aminotransferase (ALT) e
aspartato aminotransferase (AST) podem indicar lesões hepáticas (CARREGARO, 2012;
JÚNIOR, 2014; JOHNSON, 2014).
Para Prado (2010), o prognóstico de animais acometidos com hérnia diafragmática
traumática é reservado. Por se tratar de uma ruptura, o tratamento indicado é a correção cirúrgica
(CAMARGO, 2009)
Objetivou-se com o presente trabalho relatar um caso de hérnia diafragmática traumática
em felino, descrevendo particularidades do paciente submetido a herniorrafia, bem como
protocolo anestésico, medicamentos e doses utilizados e parâmetros monitorados.
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2 RELATO DE CASO
Foi atendida em uma clínica veterinária, um felino, fêmea, com um ano e meio de idade,
sem raça definida, não castrada e pesando 2,5kg. O animal era proveniente de resgate. Os
responsáveis relataram que o paciente havia sofrido trauma acidental, cerca de dois dias antes do
atendimento e, desde então, apresentava cansaço, inquietação, respiração ofegante e fezes
amolecidas.
No exame físico, observou-se paciente alerta, temperaturade 39.2ºC, tempo de
preenchimento capilar (TPC) de 2 segundos, mucosas normocoradas, desidratação de 4%,
linfonodos pré-escapulares reativos, frequência cardíaca (FC) de 190 batimentos por minuto,
frequência respiratória 40 movimentos por minuto, sem sinais de hemorragia e sem lesões
externas. Foi observado padrão respiratório abdominal, auscultação cardíaca e respiratória
abafadas do lado direito e padrões sonoros normais do lado esquerdo.
Durante a palpação em região abdominal, observou-se diminuição de volume, provavelmente
causado pelo locomoção de órgãos abdominais para o tórax. Foi realizada toracocentese, qual não
foi constatado presença de líquido na cavidade torácica. Considerando os dados obtidos no histórico
clínico e examefísico, a suspeita inicial foi de hérnia diafragmática traumática.
Para confirmação do diagnóstico foram solicitados exames como hemograma e radiografia
torácica, nas projeções latero-lateral direita e esquerda e ventrodorsal. O hemograma revelou
leucopenia por neutropenia (ANEXO A). O exame de imagem evidenciou ruptura diafragmática,
associados a desvio de órgãos abdominais para a cavidade torácica, tais comos egmentos intestinais
e lobos hepáticos (Figura 1). O que confirmou o diagnóstico de hérnia diafragmática.
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A B
Fonte: arquivo pessoal
A restauração do diafragma foi realizada com sutura simples, interrompida, com fio náilon
2-0. Contudo, realizou-se um reparo do diafragma na costela com suturas simples contínua, com o
intuito de adicionar força, a antes do último nó, inflou-se os pulmões com o intuito de manter-se a
pressão negativa do tórax.
Com uma seringa de 20mL, injetou-se soro fisiológico na região epigástrica, a fim
degarantir que não houvesse escape de ar torácico para a região abdominal. A miorrafia
abdominal foi realizada com fio náilon 3-0, em padrão contínuo festonado, subcutâneo com fio
absorvível polyglactin 910, 2-0 e padrão simples contínuo. A síntese de pele foi realizada com fio
náilon 2-0, padrão simples interrompida.
Ao considerar os riscos pós-cirúrgicos, como pneumotórax e edema pulmonar por re-
expansão, a paciente ficou em observação por 72 horas após a intervenção cirúrgica.
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Parâmetros como FC, FR, oximetria, temperatura corporal, TPC, glicemia, hidratação,
nível de dor e débito urinário foram avaliados continuamente durante a internação, garantindo a
recuperação e resposta pós operatória satisfatória, o qual apresentou-se alerta e com parâmetros
considerados normais.
As medicações utilizadas no pós-operatório foram cloridrato de tramadol (2mg/kg BID,
SC), dipirona (25mg/kg BID, EV), meloxicam (0,1mg/kg SID), amoxicilina + clavulanato de
potássio (15mg/kg BID, SC). Foi realizada limpeza na ferida com soro fisiológico a 0,9% e
aplicação de pomada antisséptica a base de clorexidine degermante duas vezes ao dia. Após 15
dias o animal retornou para retirada de pontos, encontrava-se ativo, com todos os parâmetros
normais.
3 DISCUSSÃO
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Animal Pain. Escala multidimensional da Unesp-Botucatu para avaliação de dor aguda pós-
operatória em gatos. 2012. Disponível em: http://animalpain.com.br/pt-br/avaliacao-da-dor-em-
gatos.php. Acesso em: 06/06/2021.
JÚNIOR, José Mário Diniz Cabral. Hérnia diafragmática em pequenos animais: Casuísticado
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande entre os anos de 2008e
2013 e relato de caso. 2014. 43 p. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Centro de
Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos,2014.
KONIG, et al. Anatomia dos animais domésticos: Texto e atlas coloridos. 6.ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
MICHAELSEN, Raquel; SANTOS, Ana Paula Merlo dos; TEIXEIRA, Helena Oyarzabal;
GERARDI, Daniel Guimarães. Hérnia diafragmática traumática em filhote felino - relato
decaso. Revista de Ciências Agroveterinárias. Lages,v. 12,n, p. 59-60, 2013.
PERRY, Steven F.; SIMILOWSKI, Thomas.; KLEIN, Wilfried.; CODD, Jonathan R. The
evolution ary origin of mammalian diaphragm. Respiratory Physiology & Neurobiology,
Oxford,v. 171, p. 1-16,2010.
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ANEXOS
ANEXO A